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Tecnologia Assistiva nas escolas

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Page 1: Tecnologia Assistiva nas escolas
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TECNOLOGIAASSISTIVA NASESCOLAS

Recursos básicos deacessibilidade sócio-digitalpara pessoas com deficiência

RealizaçãoInstituto de Tecnologia Social (ITS Brasil)Microsoft | Educação

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Page 3: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/20084

Apresentação ........................................................................................................................ 5O papel social da Tecnologia Assistiva .............................................................................. 6

Capítulo 1 – Deficiência e acessibilidade ........................................................................... 91.1 – Acessibilidade e desenho universal ....................................................................... 101.2 – Tecnologia Assistiva como instrumento de acessibilidade e inclusão ..................... 111.3 – Comunicação alternativa ...................................................................................... 111.4 – Sobre deficiência e autismo .................................................................................. 13

a) Deficiência física ............................................................................................... 13b) Deficiência auditiva ........................................................................................... 15c) Deficiência visual ............................................................................................... 15d) Deficiência mental (intelectual) ......................................................................... 15e) Deficiência múltipla ........................................................................................... 17f) Autismo ............................................................................................................. 18

Capítulo 2 – O computador no contexto educacional .................................................... 212.1 – Artigo: Tecnologia Assistiva em ambiente computacional ..................................... 252.2 – Softwares especiais de acessibilidade: categorias e exemplos ............................... 39

a) Simuladores de teclado (teclados virtuais) ......................................................... 39b) Simuladores de mouse ...................................................................................... 40c) Ampliadores de tela .......................................................................................... 42d) Leitores de tela ................................................................................................. 42e) Softwares para comunicação alternativa ........................................................... 43f) Preditores de texto ............................................................................................. 44g) Softwares mistos ............................................................................................... 44h) Holos – Sistema educacional ............................................................................. 45

Capítulo 3 – Sugestões para as escolas ............................................................................ 463.1 – Estimulação sensorial ............................................................................................ 463.2 – Lazer e recreação .................................................................................................. 483.3 – Comunicação alternativa ...................................................................................... 503.4 – Facilitadores de preensão ...................................................................................... 523.5 – Recursos pedagógicos ........................................................................................... 533.6 – Atividades de vida diária (AVD) ............................................................................. 543.7 – Informática ........................................................................................................... 553.8 – Mobiliário ............................................................................................................. 553.9 – Transporte escolar ................................................................................................. 56

Realização e parcerias ....................................................................................................... 58

Referências bibliográficas ................................................................................................. 60

í n d i c e

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 5

“Deficiente” é aquele que não consegue modificar sua

vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da

sociedade em que vive, sem ter consciência de que é

dono do seu destino.

“Louco” é quem não procura ser feliz com o que possui.

“Cego” é aquele que não vê seu próximo morrer de frio,

de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros

problemas e pequenas dores.

“Surdo” é aquele que não tem tempo de ouvir um

desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois

está sempre apressado para o trabalho e quer garantir

seus tostões no fim do mês.

“Mudo” é aquele que não consegue falar o que sente e

se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

“Paralítico” é quem não consegue andar na direção

daqueles que precisam de sua ajuda.

“Diabético” é quem não consegue ser doce.

“Anão” é quem não sabe deixar o amor crescer.

Renata Vilella

apresentação

O papelsocial da

TecnologiaAssistiva

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/20086

Organização Mundial de Saúde(OMS) estima que existam, no mun-do inteiro, mais de 600 milhões de

pessoas com deficiência, ou seja, 10% dapopulação global. No Brasil, 24,6 milhões depessoas têm algum tipo de deficiência, deacordo com o Censo de 2000, realizado peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE). Já o número de idosos ultrapassa16 milhões de pessoas e deve dobrar em 20anos, o que tornará o Brasil o sexto país empopulação idosa do mundo. Essas estatísti-cas nos ajudam a compreender o tamanhodo desafio envolvido na construção de umasociedade inclusiva, que pressupõe o respei-to às diferenças, a valorização da diversida-de humana e a garantia do acesso universalaos direitos, sem barreiras ou limitações denatureza socioeconômica, cultural ou emrazão de alguma deficiência.

As pessoas com deficiência, majoritaria-mente excluídas dos espaços públicos, dasescolas, do mercado de trabalho, da convi-vência em sociedade, representam uma par-te importante desse debate. Por muito tem-po, predominou a visão da deficiência comoum problema individual, transferindo à pes-soa a responsabilidade de “mudar” ou“adaptar-se” para viver em sociedade. A par-tir da década de 1960, essa visão começoua ser questionada e, pouco a pouco, a defi-ciência passou a ser entendida a partir dainteração das pessoas com o contexto emque vivem. No modelo inclusivo, fundamen-tado nessa visão, cabe à sociedade adaptar-se para acolher as diferenças e promover

condições de acesso – para todos os cida-dãos, com ou sem deficiência – aos serviçoscoletivos de saúde, educação, trabalho, lo-comoção, segurança etc.

É preciso entender que as pessoas comdeficiência querem, antes de tudo, inclusãoe direitos. Por isso, em muitos países, as polí-ticas públicas para pessoas com deficiênciasuperaram a visão do chamado “modelomédico” de atendimento e dos enfoquesassistencialistas e passaram a adotar os cha-mados “modelo social”, “modelo dos direi-tos ou da cidadania” ou “modelo da inclu-são ou participação”. Diversos marcos de de-clarações de princípios contribuíram para acriação dessa nova sensibilidade mundial. Énesse contexto que as políticas públicas deinserção de pessoas com deficiência em to-dos os aspectos da vida, com o auxílio daTecnologia Assistiva (TA), ou ajudas técnicas,tornam-se extremamente relevantes. Porqueintegram diversas áreas do conhecimento,como psicologia, arquitetura, engenharia, fi-sioterapia, pedagogia, entre outras.

O fortalecimento deste setor, na pers-pectiva do acesso público, tem sido deba-tido e requerido como aspecto fundamen-tal das políticas públicas de inclusão social.O Brasil caminha também para essa pers-pectiva, sendo o desafio a ser enfrentadoimenso, devido à confluência de vários fa-tores, como o envelhecimento da popula-ção e a sobrevivência, cada vez maior, deacidentes e doenças que anteriormente nãoeram curáveis. As políticas de inserção setornam oportunas, também, porque nos

apresentação

A

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 7

encontramos diante de uma população ex-cluída, dependente e marginalizada. Por-que, em muitos casos, a pobreza leva àdeficiência pela falta de recursos para rea-lizar o atendimento precoce. E a deficiên-cia também leva à pobreza, pelas desvan-tagens que provoca. Assim, é necessáriointroduzir outras dinâmicas que quebremesse círculo vicioso.

Um primeiro passo para a eliminação debarreiras e o fomento às ajudas técnicas, noBrasil, foi a lei 10.098, que estabelece normasgerais e critérios básicos para a promoção daacessibilidade das pessoas portadoras de defi-ciência ou com mobilidade reduzida. A efetiva-ção e aprimoramento da legislação constitu-em uma pauta que tem sido capaz de mobili-zar os esforços de entidades não governamen-tais, órgãos públicos, universidades e diversasinstâncias. Inúmeras pessoas, associações depessoas com deficiência e instituições no Bra-sil empenham-se nos mais variados campospara a maior autonomia, independência, qua-lidade de vida e inclusão social.

No campo da Tecnologia Assistiva, o Insti-tuto de Tecnologia Social (ITS Brasil) realizou aPesquisa Nacional de Tecnologia Assistiva, emparceria com a Secretaria de Ciência e Tecno-logia para a Inclusão Social (Secis), do Ministé-rio da Ciência e Tecnologia (MCT). O estudoidentificou as instituições brasileiras que sededicam à pesquisa e ao desenvolvimentotecnológico no campo da acessibilidade e au-tonomia das pessoas com deficiência, entreoutros temas considerados relevantes parasubsidiar políticas de Ciência e Tecnologia nes-

ta área. O projeto teve como desdobramen-to a criação do Portal Nacional de TecnologiaAssistiva (www.assistiva.org.br), que divulgouos resultados do levantamento e outrasações, como, por exemplo:

Participação no curso/ estágio organizado pela parceria en-

tre o American Institutes for Research (AIR), o Melwood

Training Center (Melwood) e a Academia Brasileira de Ci-

ências (ABC) para conhecimento de duas inovadoras

Tecnologias Assistiva/ sociais ainda não implantadas no Bra-

sil, a Job Manager (metodologia para Inserção no mercado

de trabalho de pessoas com deficiência) e a Youth

Employment (programas de transição escola-trabalho);

Em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia para

Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia (Secis/

MCT), na área de I&D em Tecnologia Assistiva, o ITS Brasil

realiza estudo sobre as características dos processos finais

de transferência de novos produtos em Tecnologia Assistiva

para seus usuários;

Realização do Projeto Oficinas de Geração de Trabalho e

Renda para Deficientes – Fundo de Financiamento de Es-

tudos de Projetos e Programas (Finep), 2006. Esse projeto

desenvolve metodologias inovadoras (Tecnologia Assistiva/

social) de inserção de pessoas com deficiência nas áreas de

alimentação, de informática e de reciclagem de papel;

O ITS Brasil coordenou a realização de seis cursos de

Tecnologia Assistiva, com ênfase na Comunicação

Aumentativa e Alternativa na direção da educação inclusi-

va, em seis capitais de estados brasileiros: em Macapá (AP),

Campo Grande (MS), São Luis (MA), Aracajú (SE), Recife

(PE) e Porto Alegre (RS);

apresentação

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/20088

O Portal Nacional de Tecnologia Assistivapossibilitou ainda uma nova etapa de pes-quisas, com o objetivo de, futuramente,construir um catálogo on line de ajudas téc-nicas. Outra proposta seria a criação de umcentro tecnológico na área da TecnologiaAssistiva. Isso possibilitaria importantes me-lhoras reais de inserção social e de autono-mia, de qualidade de vida e de bem-estar.

O ITS Brasil também se associou a orga-nizações não-governamentais que aten-dem, diretamente, pessoas com deficiên-cia, como é o caso das Obras Sociais IrmãDulce, em Salvador, na Bahia. Nessa insti-tuição, o Programa Informática, Educaçãoe Necessidades Especiais (InfoEsp), coorde-nado pelo professor Teófilo Galvão Filho,desenvolve há 15 anos pesquisas e recur-sos de acessibilidade para que pessoas comdeficiência utilizem a informática como ins-trumento de aprendizagem, de modo apossibilitar seu desenvolvimento cognitivoe criativo. A aproximação e troca de expe-riência entre as duas instituições intensifi-cou-se, por um lado, na luta para fortale-cer a presença da Tecnologia Social no ce-nário de produção de Ciência Tecnologia eInovação do país, articulada pelo FórumBrasileiro de Tecnologia Social e Inovação.

E consolidou também um trabalhocolaborativo para o avanço contínuo dasmetodologias e práticas de educação ecapacitação associadas ao uso da Tecnologia

Assistiva. Sendo assim, em 2007, o ITS Brasile o InfoEsp, com o apoio da Microsoft Brasil,capacitaram monitores e coordenadores deseis telecentros públicos e forneceram equi-pamentos de acessibilidade com o objetivode adequar esses espaços ao atendimento depessoas com deficiência. As pessoas que par-ticiparam do curso Recursos de Acessibilida-de para a Autonomia e Inclusão Sócio-digitalda Pessoa com Deficiência implementaram,com sucesso, soluções de Tecnologia Assistivanos telecentros, buscando responder às ne-cessidades de cada público específico. Hoje,também atuam como multiplicadores, pas-sando adiante o que aprenderam, para suasequipes de trabalho e outros telecentros.

E agora, novamente, o ITS está progra-mando cursos de Tecnologia Assisitiva des-tinados à capacitação de professores dasescolas públicas do Brasil, para incluírempessoas com deficiência. Nesta apostila,apresenta os textos que serviram de apoiopara essa formação. Com essa publicação,espera ampliar a divulgação de conheci-mentos introdutórios sobre a TecnologiaAssistiva e mostrar a diversidade de recur-sos que podem ser criados e usados na edu-cação inclusiva, para permitir o acesso daspessoas com deficiência ao computador.

Boa leitura!Irma R. Passoni

Jesus Carlos Delgado Garcia

apresentação

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capítulo 1

Deficiência eacessibilidade

“Somos diferentes, mas não queremos sertransformados em desiguais. As nossas vidas sóprecisam ser acrescidas de recursos especiais”.

(Peça de Teatro: Vozes da Consciência, BH).

atual texto da Convenção sobre osdireitos das pessoas com deficiênciada Organização das Nações Unidas

(ONU) define, em seu artigo 1°, que: “Pes-soas com deficiência são aquelas que têmimpedimentos de natureza física, mental,intelectual ou sensorial, os quais, eminteração com diversas barreiras, podemobstruir sua participação plena e efetiva nasociedade com as demais pessoas”.

Os países signatários da Convenção,como o Brasil, se comprometem a assegu-rar e promover o pleno exercício de todosos direitos humanos e liberdades fundamen-tais para as pessoas com deficiência, semqualquer tipo de discriminação.

Entre suas obrigações destaca-se tambéma realização e promoção de pesquisa e o de-senvolvimento de produtos, serviços, equipa-mentos e instalações com desenho univer-sal, destinados a atender as necessidades es-pecíficas de pessoas com deficiência.

Nos seus 50 artigos, a Convenção apre-senta normas destinadas ao acesso destaspessoas à educação. Seus princípios apon-tam para a não discriminação, a plena e efe-tiva participação, a inclusão na sociedade, orespeito pela diferença, a igualdade de opor-tunidades, norteando-se pela visão de aces-sibilidade em todas as suas dimensões.

Assim, o nosso maior desafio é ofertaracessibilidade para essas pessoas, garantin-do igualdade de condições com os demais.

O

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capítulo 1

1.1 - Acessibilidade e desenho universal

A aprovação do decreto federal nº 5.296,de 2 de dezembro de 2004, foi um grandeavanço na garantia de acessibilidade emtodos os âmbitos. Ele define, em seu artigo8º, o que é acessibilidade, ajudas técnicas edesenho universal:

Atualmente, o conceito de acessibilida-de foi ampliado, associando-se ao compro-misso de melhorar a qualidade de vida detodas as pessoas. Para que a escola e a soci-edade sejam inclusivas, elas devem atenderàs seis dimensões de acessibilidade:

I - acessibilidade: condição para utilização, com segurança e

autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e

equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de

transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de

comunicação e informação, por pessoa portadora de

deficiência ou com mobilidade reduzida; [...].

V - ajuda técnica: os produtos, instrumentos, equipamentos

ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para

melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência

ou com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia

pessoal, total ou assistida; [...].

IX - desenho universal: concepção de espaços, artefatos e

produtos que visam atender simultaneamente todas as

pessoas, com diferentes características antropométricas e

sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável,

constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a

acessibilidade.

Arquitetônica: elimina barreiras em todosos ambientes físicos (internos e externos)da escola, incluindo o transporte escolar;

Comunicacional: transpõe obstáculos emtodos os âmbitos da comunicação, consi-derada nas suas diferentes formas (fala-da, escrita, gestual, língua de sinais, digi-tal, entre outras);

Metodológica: facilita o acesso ao conteúdoprogramático oferecido pelas escolas, am-pliando estratégias para ações na comuni-dade e na família, favorecendo a inclusão;

Instrumental: possibilita a acessibilidade emtodos os instrumentos, utensílios e equi-pamentos, utilizados na escola, nas ativi-dades de vida diária, no lazer e recreação;

Programática: combate o preconceito e adiscriminação em todas as normas, pro-gramas, legislação em geral que impeçamo acesso a todos os recursos oferecidospela sociedade, promovendo a inclusão ea equiparação de oportunidade;

Atitudinal: extingue todos os tipos de ati-tudes preconceituosas que impeçam opleno desenvolvimento das potencia-lidades da pessoa com deficiência.

Dentre estas acessibilidades para os finsdeste trabalho, destacamos a instrumentale comunicacional, visto que nas escolas nãodeve haver obstáculos que impeçam a par-ticipação efetiva da pessoa com deficiência,devendo buscar recursos e estratégias quepromovam acesso e permanência em todocontexto escolar.

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 11

capítulo 1

1.2 - Tecnologia Assistiva como instru-mento de acessibilidade e inclusão

O conceito de Tecnologia Assistiva (TA)vem sendo revisado nos últimos anos, devi-do à abrangência e importância desta áreapara a garantia da inclusão da pessoa comdeficiência.

O Comitê de Ajudas Técnicas daCoordenadoria Nacional para Integração daPessoa Portadora de Deficiência (Corde) de-liberou que:

A abrangência do conceito garante queTA não se restringe somente a recursos emsala de aula, mas estende-se a todos osambientes da escola, propiciando o acessoe a participação efetiva de todos os alunose durante todo o tempo.

O professor e toda equipe da escola têmresponsabilidade com a construção de umambiente acessível e inclusivo, eliminando

Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de

característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos,

metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam

promover a funcionalidade, relacionada à atividade e

participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou

mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência,

qualidade de vida e inclusão social. (Comitê de Ajudas

Técnicas, Corde/SEDH/PR, 2007).

as barreiras arquitetônicas e atitudinais.

1.3 - Comunicação alternativa

Neste cenário de criação de tecnologiasque garantam a acessibilidade, a comuni-cação alternativa e ampliada (CAA) temcontribuído para facilitar e efetivar a co-municação das pessoas com ausência ouprejuízo da fala.

A comunicação alternativa envolve o usode gestos manuais, expressões faciais e cor-porais, símbolos gráficos, fotografias, gra-vuras, desenhos, linguagem alfabética e ain-da objetos reais, miniaturas, voz digitalizada,dentre outros, como meio de efetuar a co-municação face a face de indivíduos inca-pazes de usar a linguagem oral.

Ela é considerada como uma área quese propõe a compensar temporária ou per-manentemente a dificuldade do indivíduoem se comunicar.

Considerando a realidade sócioeco-nômica do nosso país, falar em comunica-ção ampliada e alternativa não pode se res-tringir apenas ao uso de metodologias es-pecíficas ou recursos comercializados, mui-tas vezes de alto custo.

Sugerimos que o professor desenvolvarecursos de baixo custo. Isso é possível seutilizar figuras recolhidas de diferentes fon-tes, como da internet, revistas, panfletosentre outros, bem como materiais pedagó-

Page 11: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/200812

DICAS

Iniciar com figuras ou fotos grandes notamanho aproximado 10 cm x 10 cm.

Utilizar objetos concretos ou miniaturas.

Apresentar figuras ou fotos relacionadasà rotina escolar do aluno.

Considerar a individualidadeda pessoa e o contexto do aluno.

Chamar atenção da pessoa que utiliza a CAApara relacionar a imagem à atividade.

Disponibilizar álbuns, cadernos ou pranchas aosalunos contendo as figuras/fotos importantespara sua comunicação em todos ambientes.

Ampliar o número de pessoas que ofereçam orecurso, além do professor: familiares, colegasde sala, profissionais da escola, entre outros.

Aumentar gradativamente, de acordo com oaprendizado, o número de figuras ou fotosapresentadas.

Associar, sempre que possível, símbolosespecíficos como o PCS (Picture CommunicationSymbols) com outras imagens.

Perseverar no uso da CAA, lembrando queela é essencial para o desenvolvimento dacomunicação e aprendizagem desses alunos.

OBJETIVOS

Facilitar a aprendizagem e a discriminação visual.

Respeitar o nível de compreensão do aluno.

Facilitar aprendizagem.

Garantir a funcionalidade do recurso.

Favorecer a assimilação e o uso.

Utilizar a CAA em todos os ambientes.

Favorecer a participação de todos os envolvidosna implantação e utilização da CAA.

Ampliar vocabulário.

Enriquecer o processo de comunicação.

Garantir o direito à comunicação.

capítulo 1

gicos disponíveis em toda escola, com ima-gens funcionais.

Seguem abaixo algumas sugestões para

o professor utilizar a comunicação alterna-tiva como recurso enriquecedor da educa-ção inclusiva:

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 13

capítulo 1

1.4 - Sobre deficiência e autismo

As deficiências não podem ser medidase definidas unicamente pela avaliação mé-dica e psicológica. É preciso considerar acondição que resulta da interação entre adeficiência e o ambiente em que a pessoaestá inserida, visão esta que reforça a im-portância do uso de tecnologia, transfor-mando a vida da pessoa com deficiência.

O decreto federal nº 5.296 é, hoje, oinstrumento que define legalmente as de-ficiências, dividindo-as em cinco grandescategorias:

a) Física;b) Auditiva;c) Visual;d) Mental (intelectual);e) Múltipla.

a) Deficiência físicaPara possibilitar o acesso de pessoas com

deficiência física ou com mobilidade reduzi-da à escola, deve-se eliminar barreirasarquitetônicas e propiciar recursos adapta-

dos para sua efetiva participação.O decreto federal nº 5.296 define defici-

ência física, em seu artigo 4º, como:“Alteração completa ou parcial de um

ou mais segmentos do corpo humano, acar-retando o comprometimento da função fí-sica, apresentando-se sob a forma de para-plegia, paraparesia, monoplegia, mono-paresia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,triparesia, hemiplegia, hemiparesia,ostomia, amputação ou ausência de mem-bro, paralisia cerebral, nanismo, membroscom deformidade congênita ou adquirida,exceto as deformidades estéticas e as quenão produzam dificuldades para o desem-penho de funções.”

Embora este conceito defina um grandenúmero de patologias, na escola é mais co-mum encontrarmos alunos com paralisiacerebral, ausência de membros e deformi-dades congênitas ou adquiridas, que resul-tam em alterações motoras, como: ausên-cia ou dificuldade do caminhar, do equilí-brio e da coordenação motora.

Abaixo, algumas dicas que ajudarão notrato com as pessoas com tais deficiências:

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/200814

DICAS

Tratá-la normalmente, com respeito, educação e simpatia,acreditando na sua capacidade de compreensão.

Conversar com ela no mesmo nível de olhar.

Pedir sua permissão, para tocar em seus meios delocomoção (cadeira de rodas, muletas, bengala etc.).Lembrar que a cadeira de rodas é a extensão do corpo dapessoa com deficiência, evitar utilizá-la indevidamente.Ajudar somente com o consentimento da pessoa.

Posicionar a cadeira de rodas de acordo com o foco deinteração. Ao caminhar, respeitar o ritmo de andar dapessoa com deficiência, mantendo-se ao seu lado e nãoatrapalhando seu espaço de deslocamento.

Propiciar atividades em que o aluno seja retirado dacadeira de rodas. Exemplo: parque.

Para subir um degrau, apoiar na manopla da cadeira elevante as rodas da frente de modo a alcançar o desnível.Para descer um degrau ou qualquer inclinação, procurarsempre fazê-lo de marcha ré.

Ao planejar um passeio, preocupar-secom a acessibilidade do local.

Detectar a necessidade do uso de Tecnologia Assistiva.Criar estratégias e recursos de baixo custo para uso na salade aula. Avaliar e acompanhar o uso de tais recursos.

OBJETIVOS

Favorecer a aprendizageme o vínculo com o grupo.

Facilitar a comunicação.

Respeitar sua individualidade.

Ampliar seu campo visual eseu relacionamento interpessoal.

Melhorar posicionamento e ainteração. Evitar fadiga. Promover obom funcionamento do organismo.

Garantir a segurança do aluno.

Garantir acessibilidade.

Facilitar a aprendizagemPossibilitar a inclusão.

capítulo 1

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 15

capítulo 1

b) Deficiência auditivaO decreto federal nº 5.296 define como

deficiência auditiva a “perda bilateral, parcialou total, de quarenta e um decibéis (dB) oumais, aferida por audiograma nas freqüênciasde 500Hz, 1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000 Hz”.

c) Deficiência visualConsidera-se deficiência visual uma ca-

pacidade de enxergar igual ou menor que0,05 no melhor olho, com a melhor corre-ção óptica. Já a baixa visão significaacuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhorolho (mais uma vez com a melhor correçãoóptica). E também existem casos em que asoma da medida do campo visual em am-bos os olhos é igual ou menor que 60 graus- ou ocorre simultaneamente quaisquer dascondições anteriores.

d) Deficiência mental (intelectual)Segundo o decreto federal nº 5.296, de-

ficiência mental é o “funcionamento inte-lectual significativamente inferior à média,com manifestação antes dos 18 anos e li-mitações associadas a duas ou mais áreasde habilidades adaptativas”. Hoje, quandose fala em inclusão escolar, o maior debategira em torno do acesso do aluno com de-ficiência intelectual, principalmente quan-do ele apresenta graves comprometimen-tos cognitivos.

São muitos os conceitos de deficiênciaintelectual, mas o atual modelo da Associa-ção Americana de Deficiências Intelectual e

do Desenvolvimento (AAIDD), nos traz umaconcepção funcional e multidimensional quefacilita a compreensão e o planejamento dosapoios necessários à inclusão da pessoa comdeficiência intelectual na sociedade.

Entende-se como apoio todo e qualquerauxílio que melhore o funcionamento da vidada pessoa, em cinco dimensões: habilidadesintelectuais, comportamento adaptativo,participação, interações e papéis sociais,saúde, e contexto.

Esta visão amplia o foco da intervençãonas seguintes áreas: ensino e educação,vida doméstica, vida em comunidade, em-prego, saúde, segurança, desenvolvimen-to humano, proteção e defesa, além dasáreas comportamentais e sociais. Para tan-to, considera-se quatro graus de apoios,conforme o nível de comprometimento in-telectual manifestado:

Intermitente: baseado em necessidadesespecíficas e oferecido em certos momen-tos, por um determinado período (curtoprazo), com características episódicas (apessoa nem sempre precisa do apoio) ecom intensidade variável;

Limitado: consistente durante atividadesespecíficas, oferecido ao longo de umperíodo (longo prazo), porém com tempolimitado;

Extensivo: é necessário apoio regular (di-ário) em pelo menos alguns ambientes (es-cola, trabalho, lar) sem limitação quantoao tempo;

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/200816

Pervasivo: constante, de alta intensidade,nos diversos ambientes, envolve umaequipe maior de pessoas administrandoos apoios, potencialmente durante o ci-clo da vida.

Ressaltamos que, dependendo das con-dições pessoais, as situações de vida e a fai-xa etária, os apoios variam em duração eintensidade, podendo ser oferecidos porqualquer pessoa, seja ela: professor, amigo,psicólogo, familiar, entre outros, visando me-lhorar o funcionamento da pessoa com de-ficiência intelectual no cotidiano, favorecen-do uma melhor qualidade de vida.

A AAIDD adotou como definição de de-ficiência intelectual a que é caracterizada porlimitações significativas no funcionamentomental da pessoa e no seu comportamentoadaptativo – habilidades práticas, sociais econceituais –, originando-se antes dos 18anos de idade.

Com essa concepção, a deficiência in-telectual deixa de ser vista como uma ca-racterística essencialmente individual, ex-plicando-se como fruto da relação dinâmi-ca entre a pessoa, ambiente, sistema deapoio e dimensões.

Na próxima página, seguem algumasobservações referentes ao trato da pessoacom deficiência intelectual:

e) Deficiência múltiplaO decreto federal nº 5.296 define defici-

ência múltipla como “a associação de duasou mais deficiências”. Como há uma gran-de dificuldade de entendimento a respeitodesse tipo de deficiência, que identifica di-ferentes grupos de pessoas, referenciaremosum trecho da Política Nacional de EducaçãoEspecial (PNEE):

A associação de diferentes deficiênciaspode ser agravada por alguns aspectos,como a idade de aquisição, o grau das de-ficiências e a quantidade de associações,influenciando as possibilidades e limitaçõesem cada caso.

Associação, no mesmo indivíduo, de duas

ou mais deficiência primárias (mental/

visual/auditiva/física) com

comprometimento que acarretam atrasos

no desenvolvimento global e na

capacidade adaptativa (MEC,1994).

capítulo 1

Page 16: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 17

capítulo 1

DICAS

Respeitar o ritmo de aprendizagem eindividualidade de cada um.

Agir naturalmente no relacionamentointerpessoal. Tratar com respeito e consideração.

Respeitar a idade cronológica.

Planejar atividades diversificadas que promovama independência e autonomia.

Falar diretamente com a pessoa comdeficiência, estabelecendo contato visual.

Oferecer modelos de comportamento adequado.

Evitar superproteção.

Não tratá-la como doente.

Não associar manifestações de agressividadeà pessoa com deficiência intelectual.Esta característica pode estar presente emqualquer pessoa com ou sem deficiência.

A sexualidade é parte integrante detodo ser humano, não sendo diferentepara a pessoa com deficiência.

OBJETIVOS

Acreditar no potencial da pessoa com deficiência.

Respeitar a dignidade da pessoa.

Evitar a infantilização. Favorecera aquisição de maturidade.

Oferecer oportunidadesde desenvolvimento global.

Estimular a comunicaçãoacreditando no seu potencial.

Favorecer o desenvolvimento social.

Estimular sua independência.

Favorecer os processos de mediações, evitandosérias conseqüências ao seu desenvolvimento.

Evitar preconceitos.

Desmistificar que a pessoa comdeficiência intelectual é assexuada ouapresenta sexualidade exacerbada.

Page 17: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/200818

DICAS

Adaptar o espaço físico. Acreditar e investir naconstrução de um canal de comunicação eficaz,desde que o mediador tenha paciência eperseverança.

Trabalhar em conjunto com equipe especializada.

Propiciar apoio técnico, material e humano.

Prover recurso de Tecnologia Assistiva.

Utilizar abordagem multissensorial. Usar nasatividades e nos ambientes cores contrastantes(preto com branco, amarelo com vermelho) ediferentes texturas.

Solicitar apoio dos colegas e dos familiares.

OBJETIVOS

Facilitar seu desenvolvimento, sua comunicação eacesso a materiais específicos que o mesmonecessita utilizar. Propiciar um ambiente favorávelao desenvolvimento.

Atender as necessidades dos casos mais graves.

Suprir as necessidades educacionais especiais.Considerar as condições de saúde que sãoafetadas de maneira diferenciada.

Melhorar as possibilidades de autonomia,comunicação, mobilidade e interação com o grupo.

Estimular os cinco sentidos, que normalmenteestão alterados em grande parte das deficiências.

Buscar a co-responsabilidade.

f) AutismoO autismo é considerado uma síndrome

comportamental (e não um tipo de defici-ência), com causas múltiplas. É um distúr-bio de desenvolvimento que se caracterizapor um déficit na interação social, expressopela inabilidade em relacionar-se com o ou-tro e usualmente combinado com dificulda-des de linguagem e de comportamento.

As características que podem ser encon-

tradas nesses alunos com necessidades es-peciais na área de condutas típicas variamdesde os distúrbios sociais leves até distúr-bios mais graves, geralmente com defici-ência intelectual.

Ressaltamos que condutas típicas é umtermo utilizado na área educacional, sendoque, na área da saúde, o autismo está clas-sificado como Transtornos Globais do De-senvolvimento, descrito como:

capítulo 1

Observação: considerar também dicas cita-das para as outras tipologias de deficiência.

Para auxiliar na educação das pessoas comdeficiência múltipla, algumas orientações:

Page 18: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 19

Alguns autores classificam o autismo se-gundo as competências ou característicasintelectuais, como de dois tipos:

Alto funcionamento (ou Síndrome deAsperger): as pessoas são capazes deacompanhar o currículo do ensino co-mum, falar, desenvolver-se em uma pro-fissão e criar vínculos afetivos;

Baixo funcionamento: acompanhado dedeficiência intelectual, ausência de fala ede contato visual, sem demonstrar inte-resse pelas pessoas ou pelos objetos.

Para compreender melhor o autismo, épreciso conhecer a tríade de suas manifes-tações nas áreas da comunicação, compor-tamento e interação social, centrando a pro-posta pedagógica nessas necessidades edu-cacionais especiais e lembrando que a in-tensidade, duração e freqüência dos proble-mas comportamentais podem interferir nodesenvolvimento da aprendizagem.

Um dos métodos de ensino mais utili-zados para a educação de pessoas com

autismo no Brasil, atualmente, é o Treatmentand Education of Autistic and relatedCommunication-handicapped Children(TEACCH), que tem como princípios fun-damentais:

O ambiente deve propiciar informaçõessobre o que é esperado da pessoa naque-le local, de forma clara e com acesso fácilao material de trabalho;

Utilizar sistema de trabalho adaptando osrecursos de aprendizagem que forneçaminformação para o aluno sobre como rea-lizar a atividade; Sistema de trabalho é definido comouma forma de organizar os recursos deaprendizagem com pistas visuais ou au-ditivas, para que a pessoa compreendaqual é a atividade a ser realizada, eta-pas a serem cumpridas (começo, meioe fim), tempo de permanência e con-clusão da atividade; Reduzir informações visuais e auditivas afim de possibilitar que o aluno presteatenção no conteúdo da aula, e não nosdetalhes da sala; Oferecer uma programação diária visí-vel, para que o aluno tenha previsibili-dade das tarefas previstas para seremexecutadas durante o dia, fazendo usode comunicação alternativa;

Oferecer rotinas que possibilitem um en-tendimento sobre o que está ocorrendo,para propicar mais confiança para a pes-soa com autismo.

Grupo de transtornos caracterizados por alterações

qualitativas das interações sociais recíprocas e

modalidades de comunicação e por um repertório de

interesses e atividades restrito, estereotipado e

repetitivo. Estas anormalidades qualitativas constituem

uma característica global do funcionamento do sujeito

em todas as ocasiões. (CID-10, 1993).

capítulo 1

Page 19: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/200820

DICAS

Estruturar a rotina do dia.

Proporcionar ao aluno conhecer oprofessor, o ambiente e os colegas.

Descobrir as áreas de especial interessee ter livros ou atividades relacionadas,no primeiro dia de aula.

Posicionar o aluno próximo à mesa do professor.

Utilizar imagens.

Antecipar para o aluno as atividadesdiferenciadas.

Utilizar recursos de comunicação alternativa,como agendas, cadernos e álbuns com imagensdo contexto do aluno.

Favorecer atividades em grupo.

Estabelecer vínculo afetivo.

Evitar falar excessivamente com o aluno.

Estimular a redução dos movimentos repetitivos(estereotipias) ou repetição de palavras (ecolalia).

Enfatizar as habilidades acadêmicas do aluno.

Valorizar os elementos da natureza.

Utilizar a música.

OBJETIVOS

Oferecer previsibilidade.

Estabelecer vínculo.

Prevenir problemas comportamentais.

Acompanhar as atividades.

Facilitar a compreensão e a comunicação.

Prevenir alteração de comportamento.

Favorecer a comunicação.

Estimular a interação interpessoal.

Conquistar a confiança.

Facilitar compreensão de ordens e evitarcomportamentos inadequados.

Redirecionar o aluno para a atividade.

Ampliar a aceitação do aluno no grupo.

Facilitar a percepção e a diferenciação do mundo.

Motivar, tranqüilizar e reduzir comportamentosinadequados.

capítulo 1

Para auxiliar o trabalho pedagógico dos alunos com autismo, seguem algumas sugestões:

Page 20: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 21

capítulo 2

s primeiras experiências com ainformática no contexto educacio-nal em outros países ocorreram na

década de 1950, com a finalidade de resolu-ções de problemas em cursos de pós-gradu-ação e como máquina de ensinar, dando ên-fase ao armazenamento e transmissão de in-formações ao aprendiz. As experiências coma informática no Brasil iniciaram-se na déca-da de 1970, nas universidades, partindo dointeresse dos educadores motivados pelo quevinha acontecendo em outros países.

Com o avanço das Tecnologias de Infor-mação e Comunicação (TICs) e a introdu-ção de computadores nas escolas, uma açãofundamental que se fez e ainda se faz ne-cessária é a formação e capacitação conti-nuada dos educadores quanto à utilizaçãodas ferramentas computacionais em sua prá-tica de ensino.

A incorporação da informática no con-texto educacional vai além da disponibi-lização de computadores às escolas e impli-ca essencialmente em mudanças educacio-nais que possam romper com os modelostradicionais de educação, meramente instru-cionais, começando pela formação continu-ada do educador.

O computadorno contextoeducacional

A

A informática na educação [...] enfatiza o fato de o professor

da disciplina curricular ter conhecimento sobre os potenciais

educacionais do computador e ser capaz de alternar

adequadamente atividades tradicionais de ensino aprendizagem

e atividades que usam o computador. (Valente, 1999)

>>>>>

Page 21: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/200822

O termo Informática Educacional, segun-do J. A. Valente (ver bibliografia), tem assu-mido diversos significados, dependendo davisão educacional e da condição pedagógi-ca em que o computador é utilizado.

Os educadores têm papel fundamentalna mudança de conceitos e paradigmas exis-tentes sobre a utilização dos recursos dainformática na educação, garantindo astransformações e contribuindo com inova-ções nas metodologias educacionais. Paraisso, porém, é necessário que o educadorconheça o potencial educacional do com-putador, alternando, na prática, atividadesque impliquem ou não em seu uso.

É necessário, portanto, formar o profes-

sor tanto no que diz respeito aos conheci-mentos técnicos e domínio da máquina,quanto à integração do computador nasatividades curriculares. Mas não é só o pro-fessor o responsável pelas mudanças e ino-vações no contexto escolar. Os administra-dores, alunos, pais e demais profissionais daescola participam do processo.

É o momento de cada um ser visto comoparte do todo - a escola - e as ações devemser norteadas no sentido de utilizar práticasinovadoras que contribuam para efetiva uti-lização do computador no contexto escolar.

A tabela abaixo estabelece uma compa-ração entre a aprendizagem tradicional e aaprendizagem com as TICs.

Aprendizagem tradicional

Instrução centrada no professor/ Estimulação

Unissensorial

Progressão unidirecional

Única mídia

Trabalho isolado

Informação fornecida

Aprendizagem passiva

Aprendizagem por aquisição de informações

Reação de responsividade

Aprendizagem com as TICs

Aprendizagem centrada no aluno

Estimulação multisensorial

Progressão multidirecional

Multimídia

Trabalho colaborativo

Troca de informação

Aprendizagem ativa/ exploratória/ inquisitiva

Pensamento crítico/ tomada de decisões

Ação planejada, intregativa, por iniciativa

National Educational Technology Standards for Teachers, ISTE® / Tradução: FERREIRA, G.C. (2002)

capítulo 2

Page 22: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 23

Entretanto, é preciso que se esteja aten-to ao processo de mudança, pois o uso docomputador no contexto educacional tantopode manter padrões tradicionais de trans-missão de informações para o aluno, refor-çando o processo instrucionista de ensino,como criar condições para a construção deconhecimento do aluno.

O computador deve ser um recurso quetransforma as práticas tradicionais existen-tes e não apenas um instrumento que re-passa informações aos alunos. Para PauloFreire (ver bibliografia), “saber ensinar nãoé transferir conhecimento, mas criar possi-bilidades para a sua própria produção ou asua construção”.

É importante que o educador propicieao aluno condições e oportunidades deexplorar seu potencial intelectual nas dife-rentes áreas do conhecimento e realizarsucessivas ações e reflexões.

O uso do computador em ambientes deaprendizagem deve enfatizar a construçãodo conhecimento. O autor descreve doismomentos neste processo.

O primeiro implica em entender o com-putador como uma nova ferramenta de re-presentação do conhecimento. Usar o com-putador com esta finalidade requer a análi-se cuidadosa do que significa ensinar eaprender, bem como demanda rever o pa-pel do professor neste contexto.

O segundo, a formação desse professor,envolve muito mais do que provê-lo comconhecimento sobre computadores, deve

oferecer condições para que ele construaconhecimento sobre técnicas computa-cionais e entenda como integrar o compu-tador em sua prática pedagógica.

O computador como recurso pode serum grande parceiro do educador no proces-so de ensino-aprendizagem, enquanto osprojetos serão excelentes meios de efetivarsua utilização.

É preciso entender que o computadornão é o detentor do conhecimento, mas umaferramenta que permite ao aluno buscarinformações e construir com seus recursos,vivenciando situações-problema que possi-bilitem tirar conclusões e construir novosconhecimentos.

Para isso, é necessário formar o edu-cador para utilizar pedagogicamente ocomputador, visando formar cidadãos queproduzirão e interpretarão as novas lingua-gens do mundo atual e futuro, além deformar um educador que valorize o exer-cício de aprender e ensinar, reforçando abagagem cultural dos alunos e a transfor-mação dos métodos educacionais.

M. Almeida (ver bibliografia) observa que“entretanto, para dar início ao desenvolvi-mento de projetos inovadores, não se podeesperar que todos os atores que formam ainstituição queiram engajar-se”. E ressalta:“é preciso que a instituição tenha autono-mia para definir suas prioridades e quevivencie todos os conflitos inerentes aos pro-cessos de mudança”.

Refletindo quanto à realidade e as trans-

capítulo 2

Page 23: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/200824

formações no processo de aprendizagem eo papel do computador neste contexto, épreciso lembrar que esse instrumento nãoveio para assumir responsabilidades em re-lação ao ensino, mas, sim, para promover aaprendizagem, integrando-se ao currículo eàs atividades da sala de aula por meio damediação do professor.

Vale ressaltar que um novo modelo deeducação está sendo desenhado a partir dasnovas tecnologias, alterando os paradigmas

da educação e rompendo com os padrõesdo ensino tradicional, beneficiando as esco-las, os educadores e os alunos.

O novo modelo de educação requer, ain-da, novas políticas públicas que atendam aestas mudanças, oferecendo recursos e pro-jetos que beneficiem as escolas e o educa-dor em sua formação ou em cursos de aper-feiçoamento, ajudando a transformar suaprática pedagógica e garantindo que elecumpra seu papel perante a sociedade.

capítulo 2

Page 24: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 25

Teófilo Alves Galvão Filho1

Luciana Lopes Damasceno2

I – INTRODUÇÃO

Novas realidades e novos paradigmasemergem na sociedade humana, nos diasde hoje. Uma sociedade mais permeável àdiversidade questiona seus mecanismos desegregação e vislumbra novos caminhos deinclusão social da pessoa com deficiência.Este fato tem estimulado e fomentado no-vas pesquisas, inclusive com a apropriaçãodos acelerados avanços tecnológicos dispo-níveis na atualidade. A presença crescentedas Tecnologias de Informação e Comuni-cação (TICs) aponta para diferentes formasde relacionamento com o conhecimento esua construção, assim como novas concep-ções e possibilidades pedagógicas.

Nessa perspectiva, buscamos analisar ediscutir a conjunção dessas diferentes reali-dades: a utilização de Tecnologia Assistiva(TA) para o “empoderamento” da pessoacom necessidades educacionais especiais,possibilitando ou acelerando o seu proces-so de aprendizado, desenvolvimento e in-clusão social e apontando para o fim da ain-da bem presente invisibilidade dessas pes-soas em nossa sociedade. Também discuti-remos a apropriação dos recursos de ambi-entes computacionais e telemáticos paraestas mesmas finalidades. Essa conjunção éuma possibilidade ainda bastante nova epouco investigada, principalmente porque

capítulo 2

2.1Artigo

TecnologiaAssistiva em

ambientecomputacional

Recursos para aautonomia e inclusão

sócio-digital da pessoacom deficiência

(1) Teófilo Alves Galvão Filho: mestre e doutorando em Educação pela UniversidadeFederal da Bahia (UFBA), Especialista em “Informática na Educação” e engenhei-ro. É coordenador do Programa InfoEsp (www.infoesp.net), das Obras Sociais IrmãDulce, em Salvador (BA)), professor das Faculdades Unime e membro do Comitêde Ajudas Técnicas da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, da Presidência daRepública (SEDH/PR) - [email protected], [email protected], www.galvaofilho.net.

(2) Luciana Lopes Damasceno: Pedagoga, especialista em Projetos Educacionais eInformática e em Alfabetização Infantil. É professora do Programa InfoEsp e doInstituto de Cegos da Bahia - [email protected], http://lucianalopesdamasceno.vilabol.uol.com.br/ .

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Page 25: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/200826

ainda são muito recentes os avanços dasTecnologias de Informação e Comunicação,assim como os estudos dos novos ambien-tes de aprendizagem possíveis pelo uso deadaptações e da Tecnologia Assistiva.

É sumamente relevante para o desenvol-vimento humano o processo de apropriação,por parte do indivíduo, das experiências pre-sentes em sua cultura. O autor enfatiza aimportância da ação, da linguagem e dosprocessos interativos na construção das es-truturas mentais superiores (Vygotsky, 1987,ver bibliografia). O acesso aos recursos ofe-recidos pela sociedade, escola, tecnologias,etc influencia determinantemente nos pro-cessos de aprendizagem.

Entretanto, as limitações do indivíduocom deficiência tendem a tornar-se umabarreira à este aprendizado. Desenvolverrecursos de acessibilidade seria uma manei-ra concreta de neutralizar as barreiras cau-sadas pela deficiência e inserir esse indiví-duo nos ambientes ricos para a aprendiza-gem, proporcionados pela cultura.

Outra dificuldade que as limitações deinteração trazem consigo são os preconcei-tos a que o indivíduo com deficiência estásujeito. Desenvolver recursos de acessibilida-de também pode significar combater essespreconceitos, pois, no momento em que lhesão dadas as condições para interagir e apren-der, explicitando o seu pensamento, o indiví-duo com deficiência mais facilmente será tra-tado como um “diferente-igual”, ou seja,“diferente” por sua condição de pessoa com

deficiência mas, ao mesmo tempo, “igual”por interagir, relacionar-se e competir em seumeio com recursos mais poderosos, propor-cionados pelas adaptações de acessibilidadede que dispõe. É visto como “igual”, portan-to, na medida em que suas “diferenças”,cada vez mais, são situadas e se assemelhamcom as diferenças intrínsecas existentes en-tre todos os seres humanos. Esse indivíduopoderá, então, dar passos maiores em dire-ção à eliminação das discriminações, comoconseqüência do respeito conquistado coma convivência e aumentando sua auto-esti-ma, pois passa a poder explicitar melhor seupotencial e pensamentos.

II - A TECNOLOGIA ASSISTIVA:DE QUE SE TRATA?

A Norma Internacional ISO 9999 defineTecnologia Assistiva, também chamada deAjudas Técnicas, como:

Resumindo, Tecnologia Assistiva é todae qualquer ferramenta, recurso ou processoutilizado com a finalidade de proporcionaruma maior independência e autonomia à

[...] qualquer produto, instrumento, estratégia, serviço e

prática, utilizado por pessoas com deficiência e pessoas

idosas, especialmente produzido ou geralmente disponível

para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma

deficiência, incapacidade ou desvantagem e melhorar a

autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos. (ISO 9999)

capítulo 2

Page 26: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 27

pessoa com deficiência ou dificuldades. Éconsiderada Tecnologia Assistiva, portanto,desde artefatos simples, como uma colheradaptada ou um lápis com uma empu-nhadura mais grossa para facil itar apreensão, até sofisticados programas espe-ciais de computador que visam à acessibili-dade. A ISO 9999 classifica as ajudas técni-cas ou Tecnologia Assistiva em dez áreasdiferentes:

Existe um número incontável de possi-bilidades, de recursos simples e de baixocusto que podem e devem ser disponi-bilizados nas salas de aula inclusivas, con-forme as especificações de cada aluno comnecessidades educacionais especiais presen-te nessas salas, tais como: suportes para

Classe 3 Ajudas para terapia e treinamento

Classe 6 Órteses e próteses

Classe 9 Ajudas para segurança e proteção pessoal

Classe 12 Ajudas para mobilidade pessoal

Classe 15 Ajudas para atividades domésticas

Classe 18 Mobiliário e adaptações pararesidências e outros móveis

Classe 21 Ajudas para a comunicação,informação e sinalização

Classe 24 Ajudas para o manejo de bens e produtos

Classe 27 Ajudas e equipamentos para melhorar oambiente, maquinaria e ferramentas

Classe 30 Ajudas para o lazer e tempo livre

Tradução: Prof. Dr.Antonio Nunes

visualização de textos ou livros (foto 1); fi-xação do papel ou caderno na mesa comfitas adesivas; engrossadores de lápis oucaneta confeccionados com esponjas en-roladas e amarradas, ou com punho de bi-cicleta ou tubos de PVC “recheados” comepóxi, substituição da mesa por pranchasde madeira ou acrílico fixadas na cadeirade rodas, órteses diversas e inúmeras ou-tras possibilidades.

Com muita freqüência, a disponibilizaçãode recursos e adaptações bastante simplese artesanais, às vezes construídos por seuspróprios professores, torna-se a diferença,para determinados alunos com deficiência,entre poder ou não estudar e aprender jun-to com seus colegas.

Hoje em dia é sabido que as novasTecnologias de Informação e Comunicaçãovêm se tornando, de forma crescente, im-portantes instrumentos de nossa cultura e

Suporte para texto ou livro

capítulo 2

Foto 1

Page 27: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/200828

sua utilização, um meio concreto de inclu-são e interação no mundo (Levy, 1999, verbibliografia).

Essa constatação é ainda mais evidentee verdadeira quando nos referimos às pes-soas com deficiência. Nesses casos, as TICspodem ser utilizadas como TecnologiaAssistiva ou por meio de Tecnologia Assistiva.Utilizamos as TICs como TA quando o pró-prio computador é a ajuda técnica para atin-gir um determinado objetivo.

Um exemplo é o computador utilizadocomo meio eletrônico para o indivíduo quenão consegue escrever no caderno comumde papel. Por outro lado, as TICs são utili-zadas por meio de TA quando o objetivofinal desejado é a utilização do próprio com-putador, para o que são necessárias deter-minadas ajudas técnicas que permitam oufacilitem esta tarefa. Por exemplo, adapta-ções de teclado, de mouse, softwares es-peciais etc.

As diferentes maneiras de utilização dasTICs como Tecnologia Assistiva têm sido sis-tematizadas e classificadas das mais varia-das formas, dependendo da ênfase quequer dar cada pesquisador. Nós, aqui, op-tamos por utilizar uma classificação quedivide essa utilização em quatro áreas(Santarosa, 1997, ver bibliografia):

As TICs como sistemas auxiliares ouprótese para a comunicação;

As TICs utilizadas para controle doambiente;

As TICs como ferramentas ou ambien-tes de aprendizagem;

As TICs como meio de inserção nomundo do trabalho profissional.

As TICs como sistemas auxiliaresou prótese para a comunicação

Talvez esta seja a área na qual as TICstenham possibilitado avanços mais signifi-cativos até o presente momento. Em mui-tos casos, o uso dessas tecnologias tem seconstituído na única maneira pela qual di-versas pessoas podem comunicar-se com omundo exterior, podendo explicitar seusdesejos e pensamentos.

Essas tecnologias tem possibilitado aotimização na utilização de Sistemas Alter-nativos e Aumentativos de Comunicação(SAAC), com a informatização dos méto-dos tradicionais de comunicação alternati-va, como os sistemas Bliss, PCS ou PIC, en-tre outros já desenvolvidos.

Fernando Cesar Capovilla, pesquisandona área de diagnóstico, tratamento e reabi-litação de pessoas com distúrbios de comu-nicação e linguagem, faz notar que:

Já temos no Brasil um acervo considerável, e em acelerado

crescimento, de recursos tecnológicos que permitem

aperfeiçoar a qualidade das interações entre pesquisadores,

clínicos, professores, alunos e pais na área da Educação

Especial, bem como de aumentar o rendimento do

trabalho de cada um deles. (Capovilla, 1997).

capítulo 2

Page 28: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 29

As TICs utilizadas para controle do am-biente

Também são utilizadas para controle doambiente, possibilitando que a pessoa comcomprometimento motor possa comandarremotamente aparelhos eletrodomésticos,acender e apagar luzes, abrir e fechar por-tas, enfim, ter um maior controle e inde-pendência nas atividades da vida diária.

As TICs como ferramentas ouambientes de aprendizagem

As dificuldades de muitas pessoas comnecessidades educacionais especiais no seuprocesso de desenvolvimento e aprendiza-gem têm encontrado uma ajuda eficaz nautilização das TICs como ferramenta ouambiente de aprendizagem. Diferentes pes-quisas têm demonstrado a importância des-sas tecnologias no processo de construçãodos conhecimentos desses alunos (NIEE/UFRGS, NIED/ Unicamp, Programa InfoEsp/OSID e outras; ver as URLs no final).

As TICs como meio de inserção nomundo do trabalho profissional

E, finalmente, pessoas com grave com-prometimento motor podem se tornar ci-dadãs ativas e produtivas, em vários casosgarantindo o seu sustento, com o uso dasTICs. Com certa freqüência essas quatro áre-as se relacionam entre si, podendo determi-nada pessoa estar utilizando as TICs com fi-nalidades presentes em duas ou mais des-sas áreas. É o caso, por exemplo, de uma

pessoa com problemas de comunicação elinguagem que utiliza o computador comoprótese de comunicação e, ao mesmo tem-po, como caderno eletrônico ou em outrasatividades de ensino e aprendizagem.

III – UTILIZANDO TECNOLOGIAASSISTIVA EM AMBIENTECOMPUTACIONAL

Buscamos, aqui, apresentar um poucomais detalhadamente algumas ajudas téc-nicas utilizadas para o uso do computador eda internet em ambiente de aprendizagem,com alunos com necessidades educacionaisespeciais. Conforme tem sido detectado:

No trabalho educacional desenvolvidono Programa InfoEsp – Informática, Educa-ção e Necessidades Especiais, das ObrasSociais Irmã Dulce, em Salvador, na Bahia,utilizamos adaptações com a finalidade depossibilitar a interação, no computador, dealunos com diferentes graus de comprome-timento motor, sensorial e/ou de comuni-cação e linguagem, em processos de ensi-

A importância que assumem essas tecnologias no âmbito da

Educação Especial já vem sendo destacada como a parte da

educação que mais está e estará sendo afetada pelos

avanços e aplicações que vêm ocorrendo nessa área para

atender necessidades específicas, face às limitações de

pessoas no âmbito mental, físico-sensorial e motoras com

repercussão nas dimensões sócio-afetivas. (Santarosa, 1997).

capítulo 2

Page 29: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/200830

no/ aprendizagem. Ou seja, se utiliza o com-putador por meio de Tecnologia Assistiva.Essas adaptações podem ser de diferentesordens, como, por exemplo:

Classificamos os recursos de acessibilidadeque utilizamos em três grupos:

Adaptações físicas ou órteses: são to-dos e os aparelhos ou adaptações fixadase utilizadas no corpo do aluno e que faci-litam sua interação com o computador;

Adaptações de hardware: são todos osaparelhos ou adaptações presentes noscomponentes físicos do computador e nosperiféricos ou mesmo quando os própriosperiféricos, em suas concepções e cons-trução, especiais e adaptados;

Softwares especiais de acessibilidade:são os componentes lógicos das TICs quan-do construídos como TA. Ou seja, são osprogramas especiais de computador quepossibilitam ou facilitam a interação do alu-no com deficiência com a máquina.

Analisando melhor cadaum desses três grupos:

ADAPTAÇÕES FÍSICAS OU ÓRTESESQuando buscamos a postura correta

para um aluno com deficiência física, emsua cadeira adaptada ou de rodas, utilizan-do almofadas, ou faixas para estabilizaçãodo tronco, ou velcro etc., antes do traba-lho no computador, já estamos utilizando

capítulo 2

[...] adaptações especiais, como tela sensível ao toque, ou

ao sopro, detector de ruídos, mouse alavancado à parte

do corpo que possui movimento voluntário e varredura

automática de itens em velocidade ajustável, permitem

seu uso por virtualmente todo portador de paralisia

cerebral qualquer que seja o grau de seu

comprometimento motor (Capovilla, 1994). (Magalhães,

Leila N. A. P. et al, in http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/

ribie98/111.html)

Pulseirade pesos

Aluno compulseira e

teclado fixado

Foto 2

Foto 3

Page 30: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 31

capítulo 2

recursos ou adaptações físicas muitas ve-zes bem eficazes para auxiliar no processode aprendizagem dos alunos. Uma posturacorreta é vital para um trabalho eficienteno computador.

Alguns alunos com seqüelas de paralisiacerebral têm o tônus muscular flutuante(atetóide), fazendo com que o processo dedigitação se torne lento e penoso, pela am-plitude do movimento dos membros superi-ores na digitação. Um recurso que utilizamosé a pulseira de peso (fotos 2, 3 e 4), que aju-da a reduzir a amplitude do movimento cau-sado pela flutuação no tônus, tornando maisrápida e eficiente a digitação. Os pesos napulseira podem ser acrescentados ou dimi-nuídos, em função do tamanho, idade e for-ça do aluno. Determinado aluno, por exem-plo, utiliza a capacidade total de pesos napulseira devido a intensidade da flutuação deseu tônus e também porque sua complexãofísica assim o permite.

Pulseirade pesos

Outra órtese que uti l izamos é oestabilizador de punho e abdutor de pole-gar com ponteira para digitação (fotos 5 e6), para alunos principalmente com parali-sia cerebral, que apresentam essas neces-sidades (estabilização de punho e abduçãode polegar).

Estabilizadorde punho eabdutor de

polegar

Componteira

paradigitação

Foto 4

Foto 5

Foto 6

Page 31: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/200832

Além dessas adaptações físicas e órteses,existem várias outras que também podemser úteis, dependendo das necessidades es-pecíficas de cada aluno, como os ponteirosde cabeça (foto 7) ou hastes fixadas na bocaou queixo, quando existe o controle da ca-beça, entre outras.

Adaptações de hardwareQuando são necessárias adaptações

nos periféricos, na parte física do compu-tador, antes de se buscar comprar aciona-dores especiais (switches) ou mesmo peri-féricos especiais, é fundamental procurarviabilizar, quando possível, soluções queutilizem os próprios “acionadores natu-rais” do computador, o teclado, o mousee o microfone. Dessa forma, com muitafreqüência são encontradas soluções debaixíssimo custo ou mesmo gratuitas, masde alta funcionalidade.

Um dos recursos mais simples e eficien-tes como adaptação de hardware é a más-cara de teclado ou colméia (fotos 8 e 9).

Hastefixada nacabeça paradigitação

Trata-se de uma placa de plástico ou acrí-lico com um furo correspondente em cadatecla, que é fixada sobre o teclado a umapequena distância do mesmo, com a fina-lidade de evitar que o aluno com dificul-dades de coordenação motora pressione,involuntariamente, mais de uma tecla aomesmo tempo. Esse aluno deverá procu-rar o furo correspondente à tecla que de-seja pressionar.

Alunos com dificuldades de coordena-ção motora associada à deficiência mentaltambém podem utilizar a máscara de te-clado junto com “tampões” de papelão oucartolina, que deixam à mostra somente asteclas que serão necessárias para o traba-lho, em função do software que será utili-zado (fotos 10 e 11). Desta forma, dimi-nui-se o número de estímulos visuais (mui-tas teclas), que podem tornar o trabalhomuito difícil e confuso para alguns alunos,por causa das suas dificuldades de abstra-ção ou concentração. Vários tampões po-

Máscara deteclado

encaixada nomesmo. Ao

lado,máscara de

tecladosobrepostaao mesmo

Foto 9Foto 8

Foto 7

capítulo 2

Page 32: Tecnologia Assistiva nas escolas

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 33

dem ser construídos, disponibilizando dife-rentes conjuntos de teclas, dependendo dosoftware que será utilizado.

Outras adaptações simples dizem res-peito ao próprio posicionamento dohardware (foto 13). Por exemplo, um alu-no que digita utilizando apenas uma mão,em certa etapa de seu trabalho e com de-terminado software que exige que ele pres-sione duas teclas simultaneamente, desco-briu que, se colocasse o teclado em seucolo, na cadeira de rodas, poderia utilizartambém a outra mão para segurar umatecla (tecla Ctrl), enquanto pressionava aoutra tecla com a outra mão.

Já outro aluno consegue utilizar o mousepara pequenos movimentos (uso combina-do com um simulador de teclado), com afinalidade de escrever no computador, co-locando o mouse posicionado em suas per-nas, sobre um livro de capa dura ou umapequena tábua (foto 12).

Outra solução que utilizamos é reposi-cionar o teclado perto do chão para digitação

Máscarade tecladocom poucasteclasexpostas. Aolado, tecladocom máscaracoberta

Posicionamentodo mouse no

colo do aluno

Abaixo, tecladocom alteração na

inclinação efixado à mesa

Foto 12

Foto 13

com os pés, recurso uti-lizado por uma alunaque não conseguedigitar com as mãos(foto 14). E assim, di-versas variações podemser feitas no posiciona-mento dos periféricospara facilitar o trabalhodo aluno, sempre, éclaro, em função dasnecessidades específi-cas de aluno.

Tecladoreposicionado

paradigitaçãocom o pé

capítulo 2

Foto 14

Foto 11Foto 10

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Nas pesquisas desenvolvidas desde 1993pelo Programa InfoEsp, verificou-se que aimensa maioria das necessidades dos alunos,detectadas ao longo de todos esses anos,são resolvidas com recursos de baixo custo.Ou seja, quebra-se uma certa convicçãogeneralizada, um certo tabu, de que falarde adaptações e Tecnologia Assistiva para ouso do computador por pessoas com defici-ência significa falar de aparelhos sofistica-dos, inacessíveis e de altíssimos custos. Aspesquisas e a prática têm desmentido essaconvicção e demonstrado que, na maioriados casos, dificuldades e barreiras até bas-tante complexas podem ser atenuadas oueliminadas com recursos de baixíssimo cus-to, mas de alta funcionalidade.

Além dessas adaptações de hardware,existem muitas outras que podem ser en-contradas em empresas especializadas,como acionadores especiais, mouses adap-tados, teclados especiais, além de hardwaresespeciais como impressoras Braille,monitores com telas sensíveis ao toque etc.

Softwares especiais de acessibilidadeAlguns dos recursos mais úteis e facil-

mente disponíveis, mas muitas vezes aindadesconhecidos, são as opções de acessibili-dade do Windows (pelo caminho: Iniciar/Configurações/ Painel de Controle/ Opçõesde Acessibilidade). Com esses recursos, di-versas modificações podem ser feitas nasconfigurações do computador, adaptando-o a diferentes necessidades dos alunos. Por

exemplo: um aluno que, por dificuldades decoordenação motora, não consegue utilizaro mouse, mas pode digitar no teclado (o queocorre com muita freqüência), tem a solu-ção de configurar o computador, nas opçõesde acessibilidade, para que a parte numéri-ca à direita do teclado realize os mesmoscomandos na seta do mouse (que podemser realizados por esse instrumento). Alémdo mouse, outras configurações podem serfeitas, como a das teclas de aderência e dealto contraste na tela, para pessoas combaixa visão.

Outros exemplos de softwares especi-ais de acessibilidade são os simuladores deteclado e os de mouse. Todas as opções decomando e movimento do mouse e do po-dem ser exibidas na tela e selecionadas, deforma direta ou por varredura automáticaque o programa realiza sobre todas as op-ções. Na internet existe, por exemplo, o sitedo técnico espanhol Jordi Lagares(www.lagares.org), no qual são disponibili-zados para download diversos programasgratuitos por ele desenvolvidos. Trata-se desimuladores que podem ser operados deforma bem simples, além de serem progra-mas muito “leves”. Com esse simulador deteclado e de mouse, um aluno do ProgramaInfoEsp, por exemplo, com 37 anos, pôdecomeçar a trabalhar no computador, apren-der a ler e escrever expressando melhor seupotencial cognitivo. Esse aluno, que étetraplégico, só consegue utilizar o compu-tador por meio desses simuladores, que lhe

capítulo 2

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possibilitam transmitir seus comandos aocomputador somente por meio de sopros,em um microfone. Isto lhe tem permitido,pela primeira vez na vida, escrever, desenhar,jogar e realizar diversas atividades que an-tes lhe eram impossíveis, possibilitando quesua inteligência, antes aprisionada em umcorpo extremamente limitado, encontrassenovos canais de expressão e desenvolvimen-to (fotos 15, 16 e 17).

capítulo 2

O microfone éfixado à cabeça.Ao lado, todos osperiféricos sãoreposicionadospara facilitar otrabalho

Comandando ocomputadorcom sopros nomicrofone

Entretanto, alguns alunos têm dificulda-des na articulação ou na sincronicidadeexigida na emissão desses sons ou ruídos nomicrofone. A solução que encontramos foiacoplar ao microfone, por meio de fitas ade-sivas, um daqueles pequenos brinquedosinfantis de borracha que produzem sonsquando são pressionados. Dessa forma, oaluno pode comandar a varredura pressio-nando o brinquedo com a parte do corpona qual possua melhor controle (mão, pé,joelho, cabeça etc.). Com a pressão, o brin-quedo emite o som no microfone, que acio-na a varredura (fotos 18 e 19).

Microfonecom brinquedo

de pressãoacoplado

Dispositivoem usoatravés depressão coma mão

Foto 15 Foto 16

Foto 17

Foto 18

Foto 19

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Com esses simula-dores também podemser acionados ruídospequenos ou movi-mentos voluntários fei-tos por diversas partesdo corpo, por piscadasou movimento dosolhos, com o uso deoutros acionadores.

Outros recursosbem simples, porémbastante úteis, são desenvolvidos pela equi-pe do Programa InfoEsp. O professor WesleySilveira Santos desenvolve adaptações nosmouses comuns com a instalação de plugslaterais, disponibilizando uma extensão doterminal do clique no botão esquerdo domouse (foto 20). Com freqüência, um sim-ples clique no botão esquerdo do mouse ésuficiente para que o aluno possa desenvol-ver qualquer atividade no computador, co-mandando a varredura automática de umsoftware, tal como escrever, desenhar, nave-gar na internet, mandar e-mail etc. Para queisso seja possível, também são desenvolvidosno Programa diferentes acionadores(switches) para serem conectados nessesplugs dos mouses e, assim, poder efetuar ocomando correspondente ao clique no bo-tão esquerdo com a parte do corpo que oaluno tiver o controle voluntário (braços, per-nas, pés, cabeça etc.). Esses acionadores sãoconstruídos até mesmo com sucata de com-putador, aproveitando botões de liga/ desli-

Mouse adaptado com plug

Acionador confeccionadocom botão liga/desliga decomputador

Switches para acionamentocom a cabeça, feito combotão grande de sucata

ga, às vezes para serem presos nos própriosdedos do aluno ou para acionamento com acabeça (fotos 21 e 22). São soluções simples,de custo praticamente nulo, porém de altafuncionalidade, e que se tornam, muitas ve-zes, a diferença para alguns alunos entrepoder ou não utilizar o computador.

Normalmente, os softwares especiais deacessibilidade que funcionam com varreduraautomática aceitam o teclado, o mouse e/ouo microfone como acionadores (controladores)dessa varredura. Como exemplo, temos ossoftwares simuladores de teclado e os simula-dores de mouse para a construção de pran-chas de comunicação alternativa. O problemaé que diversos alunos não conseguem utilizaro mouse, nem o teclado, nem o microfone, seestes não forem, de alguma forma, modifica-dos ou adaptados. Dar um clique no botãoesquerdo do mouse, por exemplo, pode seruma tarefa muito difícil ou mesmo impossívelpara alguns alunos, em função ou das suasdificuldades de coordenação motora fina, ou

Foto 20 Foto 21 Foto 22

capítulo 2

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por causa de alterações anatômicas em seusmembros superiores que impedem a execu-ção dessa tarefa. Outra sugestão que aquiapresentamos possibilita ampliar a área deacionamento do botão esquerdo do mousepara uma superfície bem maior, com o mes-mo efeito de um simples clique no botão.

Trata-se de uma caixa comum paraarmazenamento de fita de vídeo VHS, den-tro da qual é introduzido e fixado, com tirade velcro, um mouse. Na capa dessa caixa écolada uma borracha comum de apagar lá-pis, na altura exata onde se encontra o bo-tão esquerdo do mouse. A capa da caixadeve ficar semifechada, podendo ser utili-zadas pequenas faixas de velcro para mantê-la nessa posição. Colocando esse dispositi-vo na frente do aluno, quando ele pressio-nar qualquer lugar na capa da caixa, a bor-racha em relevo em seu interior da mesmaentrará em contato com o botão esquerdodo mouse. O efeito será o acionamento dobotão (fotos 23, 24 e 25).

Existem diversos sites na internet que

Caixa de fita VHS commouse no interior

Visãofrontal dodispositivoem uso

Visãoposterior do

dispositivo

Foto 23 Foto 24 Foto 25

disponibilizam gratuitamente simuladores eprogramas especiais de acessibilidade. Atu-almente, é possível controlar a seta domouse apenas com o movimento do nariz,captado por uma webcam comum. Ou seja,uma pessoa tetraplégica, que mantenha ocontrole de cabeça, pode realizar qualqueratividade no computador apenas movimen-tando a cabeça, sem necessidade de ne-nhum equipamento especial e com o usode um software gratuito, disponível no se-guinte link da internet:

Para pessoas com deficiência visual, exis-tem os softwares que fazem o computador“falar”:

www.vodafone.es/VodafoneFundacion/FundacionVodafone/0,,25311-6337,00.html

Também os cegos já podem utilizar sistemas que fazem a leitura

da tela e de arquivos por meio de um alto-falante; teclados

especiais que têm pinos metálicos que se levantam formando

caracteres sensíveis ao tato e que “traduzem” as informações

que estão na tela ou que estão sendo digitadas e impressoras

que imprimem caracteres em Braille. (Freire, 2000).

Para os cegos,existem progra-mas como oDOSVOX, o Virtu-al Vision, o Bridge,Jaws e outros.

capítulo 2

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IV – CONCLUSÕESAlém de todos estes recursos de acessi-

bilidade que apresentamos, existem outrostipos e dimensões de acessibilidade que tam-bém são pesquisados e estudados por ou-tros profissionais, como as pesquisas sobreacessibilidade física, que estudam as barrei-ras arquitetônicas para as pessoas com dedeficiência e as formas de evitá-las (porexemplo, a Comissão Civil de Acessibilida-de, de Salvador). Outro conceito novo é ode acessibilidade virtual, que estuda as me-lhores maneiras de tornar a internet acessí-vel a todas as pessoas.

É importante ressaltar que as decisõessobre os recursos de acessibilidade que se-rão utilizados com os alunos têm que partirde um estudo pormenorizado e individual,com cada aluno. Deve começar com umaanálise detalhada e escuta aprofundada desuas necessidades, para, a partir daí, ir op-tando pelos recursos que melhor respondema essas necessidades. Em alguns casos, énecessária também a escuta de outros pro-fissionais, como terapeutas ocupacionais efisioterapeutas, antes da decisão sobre amelhor adaptação a ser utilizada. Todas aspesquisas, estudos e adaptações que fomosconstruindo ou captando no ProgramaInfoEsp ao longo dos anos, partiram dasnecessidades concretas dos nossos alunos.

Enfim, cremos que todas essas possibili-dades de Tecnologia Assistiva ajudam a dei-xar ainda mais claro, mais evidente, o enor-me potencial de desenvolvimento e apren-

dizagem das pessoas com diferentes tiposde deficiência, o que, muitas vezes, não étão transparente, tão facilmente perceptí-vel, nas interações corriqueiras do dia-a-dia,na ausência desses recursos. Disponibilizara essas pessoas novos recursos de acessibili-dade, novos ambientes, na verdade, umanova sociedade, que as inclua em seus pro-jetos e possibilidades, não significa apenaspropiciar o crescimento e a auto-realizaçãoda pessoa com deficiência, mas, principal-mente: é possibilitar a essa sociedade cres-cer, expandir-se, humanizar-se, através dasriquezas de um maior e mais harmoniosoconvívio com as diferenças.

Websites referenciados ou com temática afim

Programa InfoEsp/OSID – www.infoesp.net DOSVOX: http://caec.nce.ufrj.br/~dosvox/index.html NIED/UNICAMP – http://www.nied.unicamp.br NIEE/UFRGS – http://www.niee.ufrgs.br PROINFO/MEC-textos: http://www.proinfo.mec.gov.br/ , BIBLIOTECA Softwares Especiais- Jordi Lagares: http://www.lagares.org Softwares Especiais- http://www.cv.iit.nrc.ca/research/Nouse/index2.html Softwares Especiais- http://www.cameramouse.com Softwares Especiais- http://intervox.nce.ufrj.br/motrix/ Softwares Especiais- Saci: www.saci.org.br/?modulo=akemi&parametro=3847 Tecnologia Assistiva: www.assistiva.org.br Tecnologia Assistiva: www.ajudas.com Tecnologia Assistiva: http://www.ajudastecnicas.gov.pt Tecnologia Assistiva: http://www.saci.org.br Tecnologia Assistiva: www.cnotinfor.pt/inclusiva/report_tecnologia_assistiva_pt.html Tecnologia Assistiva: www.cnotinfor.pt/inclusiva/report_material_pedagogico_e_tecnologias_assitivas_pt.html

Tecnologia Assistiva: http://www.geocities.com/to_usp.geo/principalta.html Tecnologia Assistiva: http://www.clik.com.br/ Tecnologia Assistiva: http://www.expansao.com

capítulo 2

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 39

a) Simuladores de teclado

Consiste na imagem de um teclado queaparece na tela do computador, quando exe-cutado o programa, e que substitui o tecladofísico, para pessoas que não conseguemutilizá-lo. As teclas acionadas no teclado vir-tual realizam as mesmas funções, tarefas ecomandos do teclado físico, interagindo comos demais softwares que necessitam do te-clado. Esse teclado virtual pode ser utilizadoou por acionamento direto, acionando comcliques do mouse sobre suas teclas, ou pormeio de mecanismos automáticos de varre-dura. Essa varredura automática pode sercontrolada por diferentes acionadores: porcliques no mouse, acionando determinadasteclas do teclado físico, por sons no microfo-ne e por switches especiais.

Usuários: pessoas com comprometimentomotor de moderado a severo.

Exemplos:Teclado virtual do Windows: ver recursosde acessibilidade do Windows. Dispõe dorecurso de varredura automática, que podeser acionada por determinadas teclas doteclado físico, joystick e por switchconectado a uma porta serial ou paralela.

Teclado: software espanhol de Jordi Laga-res, gratuito, disponível na internet. Dispõedo recurso de varredura automática quepode ser acionada por determinadas teclas

capítulo 2

>>>>>

2.2Softwares

especiais deacessibilidade:

categorias eexemplos

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do teclado físico, por clique no mouse e porsons no microfone. Disponível paradownload no seguinte endereço:www.xtec.cat/~jlagares/f2kesp.htm (acom-panha arquivo tutorial).

Teclado amigo: software gratuito, dis-ponível na internet. Dispõe do recurso devarredura automática que pode ser aciona-da por determinadas teclas do teclado físi-

co ou por clique no mouse. Disponível paradownload no seguinte endereço:w w w. s a c i . o r g . b r / ? m o d u l o = a k e m i &

parametro=3847 (kitsaci2)

Explicações online no seguinte endereço:www.saci.org.br/pub/kitsaci2/teclado.html

b) Simuladores de mouse

Tipo 1: Consiste na imagem de umabarra com botões que representam todas asfunções possíveis de um mouse. Esse mousevirtual é acionado por mecanismo de varre-dura automática. A varredura automáticapode ser controlada por diferentes aciona-dores: cliques no mouse físico, determina-das teclas do teclado físico, sons no micro-fone e switches especiais.

Usuários: pessoas com comprometi-mento motor severo.

Exemplo: Rata Plaphoons, software es-panhol gratuito de autoria de Jordi Lagares.Disponível na internet para download nosendereços:www.lagares.org ou www.xtec.cat/~jlagares/

f2kesp.htm (acompanha arquivo tutorial)

capítulo 2

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 41

Tipo 2: Consiste em um programa decontrole da seta do mouse por meio demovimentos da cabeça (ou do nariz). Pormeio desses movimentos é possível realizartodas as tarefas ou comandos realizadoscom o mouse físico. Os movimentos da ca-beça (ou nariz) são captados por umawebcam e transformados em comando aocomputador pelo software.

Usuários: pessoas com comprometi-mento motor severo (tetraplegia, por exem-plo), mas com controle de cabeça preserva-do. Exemplos gratuitos: HeadDev. Disponí-vel para download emh t t p : / / f u n d a c i o n . v o d a f o n e . e s /

VodafoneFundacion/FundacionVodafone/

0,,25311,00.html

CameraMouse.Disponível para download em:http://www.cameramouse.org/

capítulo 2

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/200842

HeadMouse. Disponível para download em:h t t p : / / r o b o t i c a . u d l . e s / h e a d m o u s e /

headmouse.html

c) Ampliadores de tela

São softwares que ampliam todos os ele-mentos da tela, determinadas áreas da tela ea região onde se encontra a seta do mouse.Normalmente, permitem que o tamanho daampliação seja configurável, para responderàs necessidades específicas de cada usuário.

Usuários: pessoas com baixa visão (vi-são sub-normal). Exemplos: lente de au-mento do Windows. Ver recursos de aces-sibilidade do Windows.

Lupa virtual. Diversos tipos podem serencontrados para download no seguinteendereço:http://terrabrasil.softonic.com/seccion/141/Lupas

d) Leitores de tela

São softwares que fornecem informa-ções por síntese de voz sobre todos os ele-mentos que são exibidos na tela do compu-tador, fazendo principalmente a leitura doselementos textuais e cujos comandos sãoexecutados exclusivamente no teclado co-mum. Diferentes combinações de teclas deatalho permitem, por exemplo, a navega-ção em uma página da internet ou a ediçãoe leitura de textos.

Usuários: principalmente pessoas cegas.Outros usuários também têm se beneficia-do desses softwares, como pessoas surdasem treinamento do uso de implante coclear,pessoas com deficiência intelectual em pro-cesso de alfabetização e outras. Exemplos:

capítulo 2

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JAWShttp://www.lerparaver.com/jaws/index.html (em

português)

http://www.freedomscientific.com/fs_products/

software_jaws.asp

DOSVOX (gratuito)

http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/

VIRTUAL VISIONhttp://www.micropower.com.br/v3/pt/acessibili-

dade/vv5/index.asp

e) Softwares paracomunicação alternativa

São softwares que permitem a comunica-ção por meio de símbolos, imagens, textos ousíntese de voz, no computador. Os mais co-nhecidos e utilizados são os softwares para aconstrução de pranchas de comunicação.Geralmente, utilizam símbolos de diferentesmétodos de comunicação alternativa (Bliss,PCS, PIC etc) ou símbolos personalizados, cap-turados de diferentes fontes, além de textos esons. A comunicação através das pranchasconstruídas pode ser controlada por aciona-mento direto, por meio de cliques do mousesobre suas células ou por mecanismos auto-máticos de varredura. Essa varredura automá-tica pode ser controlada por diferentes acio-nadores: cliques no mouse, teclas aleatóriasdo teclado físico, sons no microfone e switchesespeciais. O acionamento das células das pran-chas pode produzir respostas por meio de co-res, textos, sinais sonoros e fala digitalizada.

Usuários: pessoas com comprometimentomotor de moderado a severo, com incapa-cidade de comunicação oral. Exemplos:

Plaphoons. Software espanhol gratuito deautoria de Jordi Lagares, disponível na internet,para download, nos seguintes endereços:www.lagares.org ou www.xtec.cat/~jlagares/

f2kesp.htm (acompanha arquivo tutorial)

capítulo 2

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Comunique. Disponível em:http://www.comunicacaoalternativa.com.br/

adcaa/DISTRIB/softwarecomunique.asp

BoardMaker. Informações em:

http://www.clik.com.br/mj_01.html#boardmaker

Speaking Dynamically Pro. Informações em:

http://www.clik.com.br/mj_01.html#SDP

f) Preditores de texto

São softwares que fornecem uma listade sugestões de palavras mais prováveis,após as primeiras letras serem digitadas,possibilitando a escolha da palavra deseja-da por meio de teclas de atalho, tornandomais rápida a digitação para pessoas comproblemas motores que tornam a digitaçãolenta ou com erros freqüentes. Podem fun-cionar em conjunto com editores de textocomuns ou acoplados a teclados virtuais quepossuem editores de texto próprios. Algunsdesses softwares “aprendem” as palavrasmais freqüentemente utilizadas por deter-minado usuário, passando a incluí-las nassuas listas de palavras mais prováveis, de-pois de um determinado tempo.

Usuários: pessoas com comprometi-mento motor de moderado a severo, quetorna a digitação de textos mais lenta oucom erros freqüentes. Exemplo:

Eugênio. Software gratuito português,com manual, disponível em:http://www.l2f.inesc-id.pt/~lco/eugenio/

g) Softwares mistos

São softwares que disponibilizam funci-onalidades de mais de uma das diferentescategorias anteriores.

Usuários: os mesmos usuários das cate-gorias correspondentes às funcionalidadesque o software disponibiliza. Exemplo:

MicroFenix/ falador: é um softwaregratuito que combina a edição de mensa-gens pré-estabelecidas, com síntese de voz,para comunicação alternativa, e que pos-sui também teclado virtual, simulador demouse e outras funcionalidades, com var-redura automática acionada por teclado,switches especiais e sons no microfone. Estádisponível para download, com manual, noseguinte endereço:http://intervox.nce.ufrj.br/microfenix/

capítulo 2

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Esses são apenas alguns exemplos desoftwares especiais de acessibilidade, numuniverso bastante amplo e em crescenteexpansão. Várias outras possibilidades po-dem ser encontradas no mercado ou mes-mo na internet, com muita freqüência dis-poníveis gratuitamente para download.

h) Holos – Sistema educacional

O Holos, desenvolvido pela Associaçãodos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE)de Bauru (SP), é distribuído gratuitamente.O sistema e seu manual estão no sitewww.bauru.apaebrasil.org.br. Este softwareé flexível, pois possibilita ao educador defi-nir parâmetros em cada atividade, individu-alizando a experiência de ensino e aprendi-

zagem. O conteúdo é dinâmico e pode seradaptado à realidade sócio-educacional decada aluno. Oferece atividades relacionadasàs competências cognitivas, sócioafetivas,motoras e lingüísticas, considerando o edu-cando na sua totalidade.

As imagens, letras, números, palavras,sons, reforçadores entre outras característi-cas, têm configuração livre/ aberta, permi-tindo ao educador a construção de um ban-co de dados de imagens, sons, letras, nú-meros, palavras etc, podendo utilizar fotosou imagens digitalizadas, buscar imagens nainternet e utilizar nas atividades propostascom conteúdo contextualizado à realidadesóciocultural do aluno, bem como montaratividades ou aulas que atendam aos obje-tivos pré-estabelecidos em sala de aula. Oeducador tem a opção de salvar suas ativi-dade, bem como montar aulas, podendoassim atuar como mediador durante a reali-zação das mesmas. O Holos é um sistemacujas principais finalidades estão voltadasao desenvolvimento de habilidades e com-petências cognitivas, lingüísticas, sócioa-fetivas, motoras e educação em direito e ci-dadania, a ocorrerem por meio das ativida-des de: filmes, sobreposição, ligação, que-bra-cabeça, jogo de conjunto, jogo da me-mória, trabalho e direito e cidadania.

Algumas outras possibilidades podemser encontradas no seguinte endereço:h t t p : / / w w w. a c e s s i b i l i d a d e . n e t / a t / k i t /

computador.htm

capítulo 2

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/200846

capítulo 3

inclusão educacional das pessoascom deficiência é um fato inques-tionável. O acesso à escola de alu-

nos com deficiência e transtornos globais dodesenvolvimento já é uma realidade em nos-so país, e a sua participação e aprendiza-gem exigem que se desloque o foco da “de-ficiência” para eliminação das barreiras quese interpõem às pessoas nos processos edu-cacionais. Com este trabalho esperamoscontribuir com as escolas públicas e priva-das, no sentido de fortalecer a filosofia edu-cacional da não discriminação e da efetivaparticipação, que possibilitem o desenvolvi-mento das capacidades de todos os alunos,bem como sua inclusão social.

Apresentaremos, a seguir, recursos deacessibilidade para a autonomia e inclusãoeducacional e sócio-digital da pessoa comdeficiência, agrupados em:

Estimulação sensorial; Lazer e recreação; Comunicação alternativa; Facilitadores de preensão; Recursos pedagógicos; Atividade de vida diária (AVD); Informática; Mobiliário; Transporte escolar.

3.1 Estimulação sensorial: Ambientese recursos utilizados para estimulação detodos os sentidos: visual, auditivo, tátil,gustativo e olfativo.

Sugestões paraas escolas

>>>>>

A

Autoria:Leda Maria Borges da Cunha Rodrigues

Luci Regina Alves de PaulaLuciana Marçal da Silva

Rose Maria Carrara OrlatoVânia Melo Bruggner Grassi

APAE de Bauru

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capítulo 3

Jardim sensorialOferece, por meio de atividadesdirigidas pelo professor, a possibilidadede os alunos terem contato sensorialcom a natureza através do olfato, dopaladar, do tato, da visão e da audição,estimulando assim todos os sentidos

Kit LuvaPainel em tecido, com bolsos emplástico transparente, utilizadopara armazenar objetos que serãoempregados nas atividades deestimulação sensorial, contendo:

5 potes para estimulação gustativa(Ex.: doces, salgados e azedo);

5 vidros para estimulação olfativa(Ex.: pó de café, temperos etc.);

5 objetos para estimulação auditiva(Ex.: chocalho, guizo, apito etc.);

5 objetos para estimulação visual(Ex.: lanterna, brinquedos com corescontrastantes e brilho);

5 objetos para estimulação tátil (Ex.:esponja, lixa, massa de modelar etc.)

Tapete sensorialTapete com diferentes texturas, corese sensação térmica, para estimulaçãosensorial. Podendo ser confeccionadocom: EVA, estopa, feltro, cortiça,tapete carrapicho, madeira, tecidoplush, couro, manta acrílica etc.

Chocalho adaptadoConfeccionado com duas mini garrafas petcontendo objetos, como: contas, guizos,grãos. As garrafas podem ser unidas comfita adesiva. Detalhe: elástico com velcronas pontas para fixar junto ao corpo doaluno, estimulando a audição por meio domovimento e do som

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3.2 Lazer e recreação: Adaptações que auxiliam o brincar, com a participação de todosos alunos, incluindo aqueles com dificuldade de equilíbrio e de coordenação motora.

Balanço adaptadoImplementar o parque com adaptações,garantindo acessibilidade e segurança.Exemplo: balanço acessível para todos,inclusive para cadeirantes

Calça de posicionamentoUtilizar calça em tecido e/ou materialimpermeável preenchida com flocos deespuma, para posicionar aluno comdificuldades motoras (sem controle detronco), durante as atividades no chão

Balanço e gangorra adaptadosAdaptar balanço, gangorra e outros brinquedos do parque, substituindoo assento por cadeiras tipo concha, com cinto de segurança,confeccionados com tecidos resistentes e velcro

Túnel em PVCEstrutura em PVC, com aproximadamente 2 metros de comprimento,contendo brinquedos suspensos em cadarço ou cordão (não utilizarelástico), estimulando a mobilidade

capítulo 3

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 49

capítulo 3

Triciclo adaptadoAdaptar triciclo com suporte em PVC fixados com rebites evelcro nas manoplas e nos pedais, visando apoio e segurançapara os pés e mãos. As crianças com dificuldade motoratambém tem o direito de explorar o ambiente e vivenciarbrincadeiras que contribuam para o seu desenvolvimento

Jogos adaptadosO professor pode adaptar jogos com recursos simples, comojogo da velha confeccionado com cones de linha e pedaço demadeira, propiciando acessibilidade ao lazer

JogoadaptadoConfeccionarum grandecírculo comtecidocolorido,resistente eleve, tipotactel

Jogo adaptadoArco confeccionadocom bambolê, revestidoem EVA, suspenso comcorda e gancho tipomosquetão pararegulagem da altura.Nesta brincadeiratrabalha-se equilibrio,coordenação motora,esquema corporal eespacial

Suporte regulávelSuporte móvel e regulável para apoiar materiaisdiversos, confeccionado em chapa de ferro e metalon,para facilitar manuseio e o alcance do aluno. Exemplo:aula de música utilizando tamborim

Jogo adaptadoO professor pode adaptar a brincadeira de bola ao cesto,

para crianças comdificuldade decoordenação motora,utilizando cano dePVC cortado comocanaleta, tendo umadas extremidades umcesto e a outra fixadaou apoiadamanualmente

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3.3 Comunicação alternativa: Recursos utilizados para facilitar acomunicação e aprendizagem de alunos com alterações cognitivas e/ou sensoriais.

Painel de comunicaçãoPainel em aço galvanizado para fixar fichas de comunicaçãoimantadas. Neste caso estão sendo utilizado fichas construídascom objetos reais e concretos da rotina do aluno. Os objetossão colados sobre EVA com cola quente ou cola de contato. OEVA facilita a sustenção e o manuseio da ficha

Bolsa para comunicaçãoBolsa confeccionada em tecido resistente comrepartições em plástico transparente, para otransporte de objetos que são utilizados comoreferência de comunicação

Kit de miniaturasMiniaturas de objetos de diferentes categorias como:alimentos, produtos de higiene, utensílios de cozinha,entre outros. Utilizados como referência decomunicação e também aprendizagem

Recursos pedagógicos O professor poderá utilizar materiais existentes naprópria escola como recurso de comunicação. Nesteexemplo a aluna utiliza o alfabeto móvel em madeira,organizado como prancha de comunicação, apontandoas letras do alfabeto para responder ao professor

capítulo 3

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 51

Painel móvelPainel móvel com estruturaem metalon revestido emeucatex com chapa de açogalvanizado para materiaisimantados. É importanteque o painel seja móvelpara ser posicionadopróximo ao aluno etransportado para todas asdependências da escola

Bolsa paracomunicaçãoBolsa confeccionada emtecido resistente para serusada pelo professor notransporte de materiaisde comunicação doaluno, visando autilização em todos osambientes

Carteira imantadaCarteira em madeira eaço galvanizado, comregulagem de altura einclinação para facilitaro manuseio das fichasde comunicação.Sugestão: poderá sercolocado aço

galvanizado na própria carteira do aluno, tendo-se o cuidadode proteger as bordas para evitar acidentes. Essa mesa tambémpode ser utilizada nas demais atividades de sala

Recurso decomunicaçãoalternativaPara uso individual epersonalizado. Pode serconfeccionado comálbum de fotografia oucardápio, contendo

imagens utilizadas na comunicação do aluno. Sugestão:pesquisar imagens na internet, revistas, utilizar rótulos,embalagens, fotos, entre outros. Importante considerar afuncionalidade das imagens para cada aluno

Álbum individual de comunicação

Livro adaptadoLivro de história, adaptado comfichas de comunicação, contendoimagens que substituem o texto,com objetivo de facilitar acompreensão e a interação doaluno. Além de ser um recurso parao trabalho com pessoas deficientes,este livro também pode ser utilizadopor alunos que ainda não estãoalfabetizados ou que apresentamdificuldades específicas de leitura

Prancha decomunicaçãoConfeccionadaem prancheta oupapelão, comfiguras do PCSou imagens reais,para facilitar acomunicação eexpressão dosalunos duranteas atividades

capítulo 3

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3.4 Facilitadores de preensão: Adaptadores para facilitar a preensão de alunos com dificuldades motoras, impossibi-litados de segurar objetos escolares de espessura fina, ampliando assim suas possibilidades para diversas atividades.

capítulo 3

Adpatadorpara pinturaConfeccionadocom pedaços deespaguete depiscina, revestidoem EVA

Adaptadorpara pinturaConfeccionado com cone de fio demáquina de overlock, revestido em EVA

Adaptadorde rolo

Para pintura, confeccionado com cone de linha de máquina deoverlock, com o interior preenchido de massa de biscuit, epoxou espaguete de piscina, para fixação do cabo do rolo

Adaptador para escritaLápis ou caneta engrossado com manopla de bicicleta na qual olápis é fixado com uma mistura de pó de ferro com cola branca,que aumenta seu peso de maneira a melhorar sua usabilidade

com alunos queapresentem dificuldade decoordenação e preensão.No caso de alunos que

tenham apenas dificuldade de preensão, preencher com massade biscuit, isopor, EVA, epox ou poliflex, que são menos pesados

Lápis ou caneta adaptadosFixados na madeira com parafuso, na posição diagonal

Adaptador para escritaLápis engrossado com borracha quadrada e fina.Sugestão: borracha vazada, encontrada em lojasespecializadas para reposição de peças automotivas

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 53

capítulo 3

Desenho com giz de ceraUtilizar giz de cera dediferentes espessuras e formasjá existentes no mercado

Réguaadaptada

Com pino, em madeiraengrossada com poliflex,encontrado em lojas paraprodutos de refrigeração

Tesoura adaptadaCom fio de aço encapado,com efeito de mola

3.5 Recursos pedagógicos: Adaptar recursos para facilitar a compreensão e execu-ção por alunos com dificuldade de coordenação motora, déficit visual e cognitivo,proporcionando-lhe mais independência e autonomia na execução das atividades

Folha fixadaEm caderno demadeira, comlinhas de elástico,favorecendo aorientaçãoespacial durantea escrita

Seqüência lógicaAdicionar ao jogo desequência lógica deimagens, frasescorrespondentes a

história. Adaptar o material com madeira ouEVA para aumentar a expessura e colar imãpara fixar as peças na placa de aço

Sistemas de trabalhoForma organizada de criar recursos deaprendizagem com pistas visuais ou auditivas.

Paraconfeccionaraproveitematerialpedagógicojá existentes

na escola (jogo de memória, pareamento,seqüência lógica etc), adaptando-os, com basede madeira ou papelão, para dar sustentação;placa de aço galvanizado e imãs nas peças, parafixação; bolsa com ziper ou potes diversos, paradepósito, facilitando o manuseio

Jogos de categorizaçãoEm atividades de categorização semântica comminiaturas de diversos tipos, adaptar os objetoscom velcro que possam ser fixados em quadrode madeira. Para facilitar o alcance e avisualização do aluno o quadro pode serutilizado em suporte tipo tripé

Materiais com texturaO professor poderá fazeradaptações simples nosrecursos pedagógicosexistentes na escola, paraestimular a discriminação ereconhecimento tátil,revestindo com diferentestexturas as peças do material

Materiais adaptadosAdaptar os recursospedagógicos existentescom materiais simples ede baixo custo. Exemplo:fixar os jogos em base de madeira ou papelão,dando-lhes sustentação; utilizar garrafa petcomo depósito de peças, facilitando o acesso àsmesmas; colar no verso dos objetos velcro ouimã para fixação do material e manuseio peloaluno; inclinar o recurso para facilitar avisualização e execução da atividade

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capítulo 3

3.6 AVD – Atividades de vida diária (AVD): Adaptações para objetos de higiene pessoal ealimentação, para alunos com dificuldade de coordenação motora e preensão manual, visandomaior autonomia dos mesmos na realização de suas tarefas.

ManoplasO talher pode serengrossado com manoplade bicicleta com peso. E,para fixar o talher namanopla, preencher ointerior com mistura de póde ferro e cola branca

PoliflexO talhertambém podeser engrossadocom poliflex,encontrado emlojas para produtosde refrigeração

Contentor de alimentosEm PVC, com hastes para fixar na borda do prato.O talher poderá ser fixado com velcro na mão do aluno,caso o mesmo tenha dificuldade em mantê-lo

Adaptação emPVC ou tecidoCom velcro paraescova de dentes,que pode serutilizado emoutros objetos deAVD como opente, escova decabelo, batom etc.

Avental práticoConfeccionado comtecido atoalhado,forrado com plásticoou tecido impermeável, para evitaro acúmulo de resíduos alimentarese salivas no vestuário do aluno

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capítulo 3

3.7 Informática: adaptações para Laboratório de Informática, visando facilitar o acesso do aluno aos recursos.

Mesa em madeiraRevestida em fórmica com estrutura de ferro regulável em alturae base, com pés em “U”, para aproximar do aluno objetos dequalquer natureza. Exemplo: teclado de computador

Antiderrapantepara objetosCortado na medida necessária.Vendido em lojas especializadas em tapeçaria

Máscara para tecladoConfeccionada em EVA e cola de contato,

deixandoexpostosomenteas teclasque serãoutilizadas

Máscara para tecladoConfeccionada com polipropileno erebites, deixando exposto somente asteclas que serão utilizadas. Pulseira depeso confeccionada em tecido resistente,com velcro nas extremidades, preenchidacom pequenos saquinhos de areia. O usoda pulseira deve ser orientado por umprofissional especializado

Observação:para adequar apostura, nos doisprimeiros exemplos,é importante notaraltura doscotovelos em relaçãoa mesa, sem elevaros ombros, mantendoa coluna ereta e ospés inteiros no chão

3.8 Mobiliário: adaptações de mobiliário, visandoadequá-lo à postura do aluno, contribuindo para omaior conforto e aumento do seu rendimento escolar.

Mesa ou carteira escolarIndividual, confeccionadacom estrutura de ferro e

tampo de madeira revestidaem formica ou aço

galvanizado. com regulagemde altura e inclinação

Sugestões para adaptar omobiliário de sala de aula:

a escola poderá modificar a cadeirae/ou carteira aumentando oudiminuindo sua altura;

os apoio de pés podem ser emmadeira ou lista telefônica revestida

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capítulo 3

3.9 Transporte escolar: Adaptações em veículos que promovam o acesso com segurança à escola.

Cadeira adaptada para transporteConfeccionada com estrutura de madeira, forrada comespuma, revestida com tecido impermeável e cinto de segurança.Se necessário utilizar outras adaptações para segurança eposicionamento adequado do aluno, durante o transporte

Adaptaçãode cadeira(existenteno mercado)Para transporte,que garanta asegurança econforto doaluno, com:

fixação dacadeira nobanco originaldo transporte;

apoio paraos pés;

cinto desegurança

Degrau móvelConfeccionadoem madeiracom borrachaantiderrapante nasuperfície, servindode complementopara escada doveículo nãoadaptado

PlataformaelevatóriaPara acessode cadeirantes.É importante quea escola garantaacessibilidadeao transporteescolar de todosos alunos

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 57

Recomendações finais

Como é possível verificar em nossas considerações, ensinar alunos tão diferentesuns dos outros exige a reconstrução de conceitos, reavaliação da filosofia de inclusãoda escola e redimensionamento do projeto político pedagógico. Assim, será útil para obom andamento do trabalho pedagógico e para a obtenção dos resultados desejados:

Propor ações pedagógicas que evidenciem o começo, meio e fim de cada atividade; Conhecer cada aluno na sua individualidade, respeitando seu ritmo e tempo deaprendizagem, buscando a interação com a família e outros profissionais envolvidos;

Oferecer um ambiente estimulante, encorajador, socialmente receptivo e afetivamenteacolhedor, enfim, favorável ao desenvolvimento de todos;

Garantir o posicionamento correto do aluno, o qual contribui para seu bom desem-penho;

Evitar barreiras arquitetônicas, instrumentais, comunicacionais e atitudinais na salade aula e nas demais dependências da escola;

Estabelecer limites e regras para favorecer a convivência em grupo; Considerar a importância da seleção do tipo de material utilizado, nos aspectos:segurança e higiene;

Ser agente transformador para um mundo mais justo, solidário e inclusivo.

É importante ressaltar que não existem receitas prontas para atender a cada neces-sidade educacional especial. A escola, além das orientações compartilhadas, deve bus-car informações e orientações que ampliem as possibilidades, para que todos os alunosencontrem um ambiente adequado e acessível.

capítulo 3

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ITS BRASILO Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil) é uma

associação de direito privado, qualificada como OSCIP(Organização da Sociedade Civil de Interesse Públi-co). Tem como missão: “Promover a geração, o de-senvolvimento e o aproveitamento de tecnologiasvoltadas para o interesse social e reunir as condiçõesde mobilização do conhecimento, a fim de que seatendam as demandas da população”.

Em suas atividades, busca contribuir para a cons-trução de “pontes” eficazes das demandas e neces-sidades da população com a produção de conheci-mento do país, qualquer que seja o lugar onde é pro-duzido - instituições de pesquisa e ensino, ONGs,movimentos populares, poderes público e privado.

Desde sua fundação, vem trabalhando pela am-pliação do acesso ao sistema nacional de Ciência,Tecnologia e Inovação (CT&I) e, especialmente, paraafirmar o papel das organizações da sociedade civilcomo produtoras de conhecimento, articulando es-sas instituições em torno de uma cultura da Ciên-cia, Tecnologia e Inovação comprometida com ofortalecimento da cidadania e a inclusão social.

O ITS Brasil, aplicando uma metodologiaparticipativa, elaborou o conceito de tecnologia so-cial: “Conjunto de técnicas e metodologiastransformadoras, desenvolvidas e/ou aplicadas nainteração com a população e apropriadas por ela,que representam soluções para inclusão social emelhoria das condições de vida”.

Realização

>>>>>Microsoft Educação

Educação de alta qualidade é a base parao crescimento pessoal e representa o alicercedo sucesso das nações. Há muitos desafios aserem superados para atingir esse objetivo. Épreciso investir no aperfeiçoamento do currí-culo escolar, ampliar o número de educado-res com formação qualificada e garantir o di-reito de acesso universal a uma educação dequalidade.

Na área de acessibilidade, o desafio e aoportunidade não são diferentes. A qualifi-cação dos professores para atuarem com re-cursos tecnológicos que permitam a inclusãode pessoas com deficiência é fundamentalpara que essa inclusão aconteça de maneiraprodutiva.

A Microsoft acredita que é possível trans-formar a educação desde que se ofereçamessas condições, aliadas a uma política de re-alização de parcerias, complementada comos recursos tecnológicos mais adequados parao processo de ensino-aprendizado.

Em conjunto com seus parceiros educaci-onais, a Microsoft trabalha para encontrar asmelhores soluções e ferramentas tecnológicaspara transformar a educação.

PARCERIAS

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 59

Realização

Programa InfoEspO Programa Informática, Educação e Necessi-

dades Especiais (InfoEsp), das Obras Sociais IrmãDulce, em Salvador, Bahia (www.infoesp.net), éum programa educacional desenvolvido em am-biente computacional e telemático, que foi implan-tado em 1993 e atende aproximadamente a 120alunos com necessidades educacionais especiais.São alunos com deficiência intelectual, física (atéas mais severas) e/ou sensoriais (deficiência audi-tiva e baixa visão), atendidos por uma equipe fixade quatro professores especializados.

O Programa desenvolve um trabalho comple-mentar e não substitutivo ao trabalho escolar, temcomo missão promover, utilizando os recursos deum ambiente computacional e telemático, o de-senvolvimento das potencialidades cognitivas dosalunos, entendidos como sujeitos do seu proces-so de aprendizagem e construção de seus conhe-cimentos.

E, com isso, torná-los mais autônomos noequacionamento e solução dos próprios proble-mas, utilizando de maneira eficaz seu raciocíniológico-dedutivo, capacitando-os para uma melhorinteração com as pessoas e com seu meio, alémde, para os alunos dos cursos técnicos oferecidos,prepará-los para um trabalho efetivo.

APAE de BauruCriada há 43 anos, a Associação dos Pais e Ami-

gos do Excepcional (APAE) de Bauru (SP) é uma enti-dade beneficente sem fins econômicos. Atua nas trêsáreas: educação, saúde e assistência social. Ofereceatendimentos educacional, terapêutico, médico eprofissionalizante, por meio de seus programas deEducação Especial, Centro de Reabilitação, Labora-tório de Screening Neonatal (teste do pezinho), Ofi-cina de Tecnologia Assistiva, Casa Lar e Centro Inte-grado Profissionalizante (CIP).

É considerada instituição modelo na área de habi-litação e reabilitação de pessoas com deficiências eautismo, sendo referência de média complexidade,pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e participando doPrograma Nacional de Triagem Neonal, atuando naprevenção de deficiências com o Laboratório Especi-alizado em Screening Neonatal (teste do pezinho).

A área da assistência social, integra os serviços deeducação e saúde no atendimento de pessoas comdeficiências, vulneráveis pela situação de pobreza pormeio dos programas Centro Dia; Centro de Convi-vência e Abrigo Feminino.

Pela experiência adquirida nestes anos, somada afilosofia inclusiva transformadora, ampliou suas ações,sendo hoje reconhecida também pelo seu trabalho naárea de desenvolvimento de tecnologias.

Page 59: Tecnologia Assistiva nas escolas

ACESSO. Revista de Educação e Informática.Secretaria de Estado da Educação. São Paulo. n.15, Dezembro, 2001.

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Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008 61

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instituto de tecnologia social

INSTITUTO DE TECNOLOGIA SOCIAL

CONSELHO DELIBERATIVO

PresidenteMarisa Gazoti Cavalcante de Lima

Primeiro vice-presidenteRoberto Vilela de Moura Silva

Segunda vice-presidenteRoberto Dolci

MembrosLaércio Gomes Lage, Maria Lúcia Barros Arruda,Moysés Aron Pluciennik e Pascoalina J. Sinhoretto

CONSELHO FISCAL

Alfredo de Souza, Hamilton da Silva Guimarãese Maria Lúcia Bastos Padilha

Suplentes do Conselho FiscalMarli Aparecida de Godoy Lima,Débora de Lima Teixeira e José Maria Ventura

GERENTE EXECUTIVAIrma R. Passoni

EQUIPE DE PROJETOS

Coordenador de projetosJesus Carlos Delgado Garcia

EquipeAdriana Zangrande Vieira, Beatriz Rangel, Edison Luisdos Santos, Eliane Costa Santos, Flávia TorregrosaHong, Gerson José da Silva Guimarães, Marcelo Eliasde Oliveira, Marcos Palhares e Vanessa de Souza Ferreira

SecretariaEdilene Luciana Oliveira,Maria Aparecida de Souza e Suely Ferreira

EstagiáriosNayara Pedrina da SilvaPaulo Augusto Villalba

ACESSIBILIDADE INCLUSIVA NAS ESCOLAS

Material de suporte ao curso “Recursos deacessibilidade para a autonomia sócio-digital dapessoa com deficiência nas escolas públicas”

Coordenação geralJesus Carlos Delgado GarciaTeófilo Galvão Filho

Coordenação editorialFlávia Torregrosa Hong

TextosTeófilo Galvão FilhoLuciana Lopes DamascenoLeda Maria Borges da Cunha RodriguesLuciana Marçal da SilvaLuci Regina Alves de PaulaRose Maria Carrara OrlatoVânia Melo Bruggner Grassi

Edição e revisãoAdriana Zangrande VieiraFlávia Torregrosa HongMarcos Palhares

Edição de arteTadeu Araújo

FotosApae BauruCatálogo da empresa ExpansãoPrograma InfoEsp das Obras Sociais Irmã Dulce

Microsoft | EducaçãoRubem Paulo SaldanhaGerente de Programas Educacionais

Rua Rego Freitas, 454, cj. 73 | República | cep: 01220-010 | São Paulo | SPtel/fax: (11) 3151 6499 | e-mail: [email protected] w w w.itsbrasil.org.br

E x p e d i e n t e

Conheça as iniciativas de educação: w w w.microsoft.com/brasil/educacao

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