21
ALEXANDRE SANTOS PIMENTA TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DE PAPEL 14/ABRIL/2009

Tecnologia de Fabricação de Papel (AP)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Apostila sobre a tecnologia envolvida na fabricação do papel.

Citation preview

  • ALEXANDRE SANTOS PIMENTA

    TECNOLOGIA DE FABRICAO DE PAPEL

    14/ABRIL/2009

  • 2

    CONTEDO

    1. INTRODUO ............................................................................................................... 3

    2. MATRIAS-PRIMAS FIBROSAS ............................................................................... 3

    2.1. Propriedades das Pastas ......................................................................................... 4

    3. MATRIAS-PRIMAS FIBROSAS ............................................................................... 6

    4. PREPARAO DA MASSA .......................................................................................... 7

    4.1. Desagregao .......................................................................................................... 7

    4.2. Refino ....................................................................................................................... 7

    4.3. Depurao ................................................................................................................ 8

    4.4. Colagem interna ...................................................................................................... 9

    4.5. Adio de pigmentos e corantes ............................................................................ 9

    5. FABRICAO DO PAPEL .......................................................................................... 10

    5.1. Formao da folha................................................................................................. 11

    5.2. Prensagem mida da folha de papel ................................................................... 11

    5.3. Secagem................................................................................................................. 12

    5.4. Enrolamento ou Corte ........................................................................................... 14

    6. ACABAMENTO ............................................................................................................ 14

    6.1. Cilindro Monolcido ............................................................................................... 14

    6.2. Calandra e Supercalandra..................................................................................... 15

    7. COLAGEM SUPERFICIAL E REVESTIMENTO ...................................................... 15

    7.1. Colagem ................................................................................................................. 15

    7.2. Revestimento ......................................................................................................... 16

    8. AVALIAO DAS PROPRIEDADES DO PAPEL.................................................... 17

    8.1. Propriedades Fsicas do Papel .............................................................................. 17

    8.2. Propriedades ticas do Papel ............................................................................... 19

    8.3. Propriedades Qumicas do Papel .......................................................................... 20

    9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................... 21

  • 3

    1. INTRODUO

    Na fabricao do papel so utilizadas matrias primas fibrosas e no fibrosas.

    As matrias primas fibrosas podem ser classificadas em vegetais, animais,

    minerais e artificiais. As fibras usadas na fabricao de pasta celulsica para

    papel so obtidas, quase que exclusivamente, a partir de matrias primas

    vegetais. Inicialmente, foram utilizadas fibras que necessitavam de menor

    processamento, como, por exemplo, trapos, fibras provenientes de linho e de

    algodo. O aumento do consumo de papel, ao longo dos anos, levou a procura

    de novas fontes de fibras vegetais, encontrando-se na madeira uma excelente

    matria prima. Na seleo de uma dessas matrias primas fibrosas de origem

    vegetal, os seguintes fatores devem ser considerados:

    - Ser disponvel em grande quantidade o ano inteiro;

    - Possibilitar explorao econmica;

    - Ser facilmente renovvel;

    - Fornecer ao produto final as caractersticas desejadas.

    2. MATRIAS-PRIMAS FIBROSAS

    As fibras vegetais, do ponto de vista papeleiro, so, geralmente, classificadas

    em fibras longas e fibras curtas. Normalmente, as longas variam de um

    comprimento mdio de 2 a 5 mm, enquanto as curtas, variam, em mdia, de

    0,5 a 1,5 mm. Alm do tipo de fibra usado, as pastas ou misturas de pastas

    usadas na fabricao de papel devem ser selecionadas, levando-se em conta o

    tratamento a que foram submetidas durante o processo de polpao qumica

    e/ou tratamento mecnico e branqueamento, e as caractersticas desejadas

    para o produto final. A terminologia usada para classificao de pastas baseia-

    se no seu processo de fabricao, conforme descrito a seguir:

    - Pasta qumica: obtida de madeira ou outras matrias-primas de origem vegetal, mediante tratamento qumico que elimina grande parte de componentes no celulsicos, como

    lignina, hemiceluloses e extrativos, no sendo necessrio tratamento mecnico para separao

    das fibras, podendo ser derivada de processos Kraft, sulfito ou soda.

    - Pasta semi-qumica: obtida de madeira ou outras matrias-primas vegetal, mediante tratamento qumico que elimina parcialmente os componentes no celulsicos; para

    separao das fibras necessrio tratamento mecnico posterior, podendo ser de origem,

    Kraft, soda ou sulfito neutro.

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

  • 4

    - Pasta mecnica: obtida principalmente por processos mecnicos. Os processos

    utilizados podem ser, mecnico, termomecnico e quimitermomecnico.

    - Pasta no branqueada: aquela cuja cor no foi modificada por branqueamento.

    - Pasta branqueada: pasta que foi submetida a branqueamento.

    2.1. Propriedades das Pastas

    O estudo das propriedades de pastas celulsicas est voltado para as

    propriedades das fibras individuais e as propriedades das pastas. Quando as

    fibras celulsicas de uma suspenso em gua so depositadas sobre uma tela,

    resulta uma camada que consolidada subsequentemente em uma folha de

    papel. Como as fibras esto retendo gua, estas se apresentam inchadas,

    flexveis e capazes de deformao plstica. medida que a camada de fibras

    seca, estas sofrem um retrao ao mesmo tempo que se ligam,

    espontaneamente, umas nas outras. a plasticidade a mido que possibilita a

    ocorrncia das ligaes, sendo que o grau de ligao depende do estado da

    superfcie das fibras. Esta ligao espontnea, formada normalmente por

    ligaes de hidrognio, constitui a essncia da fabricao do papel. Sem estas

    ligaes naturais, a folha no teria resistncia. As propriedades das fibras ou da

    tela de fibras podem ser influenciadas ou modificadas durante o processo de

    refinao e por diversos materiais no fibrosos, incorporados durante a

    preparao da massa e fabricao do papel. Estes tratamentos e aditivos

    modificam as propriedades do produto final. As propriedades das fibras

    classificam-se em:

    - Morfolgicas: as fibras possuem quatro medidas fundamentais, que

    so comprimento mdio (C), largura (D), espessura da parede (E) e largura do

    lmem (L). O Quadro 1 mostra o comprimento, a largura e a espessura da

    parede das fibras de algumas matrias primas vegetais.

    Quadro 1 Dimenses das fibras de algumas matrias-primas vegetais

    Tipo de Fibra Comprimento

    (mm)

    Largura

    (m)

    Espessura Parede

    (m)

    Araucria 2,00 5,37 23,0 41,2 3,25 18,5

    Pinus elliottii 1,55 4,68 21,5 42,8 2,80 19,6

    Bambu 1,16 6,16 7,5 29,2 2,75 13,2

    Sisal 1,15 4,15 11,2 30,0 2,25 8,38

    Eucalipto 0,70 1,40 11,0 24,8 2,00 8,00

    Gmelina 0,72 1,79 16,5 41,2 1,25 5,38

    Bagao de cana 0,82 3,91 11,3 45,6 1,43 15,6

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

  • 5

    A partir desses valores mdios, calculam-se os coeficientes abaixo que so os

    mais usados para correlacionar as propriedades das fibras.

    - ndice de feltragem (C/D): relao entre o comprimento mdio e a largura mdia das fibras;

    - Coeficiente de flexibilidade [(L/D)x100]: relao percentual entre a largura

    mdia do lmem e a largura mdia das fibras. Quanto maior esse coeficiente, mais flexveis so

    as fibras e maior a possibilidade de ligao entre elas. Em conseqncia, aumentam o

    comprimento de auto-ruptura e/ou ndice de trao;

    - Frao da parede [(2E/D)x100]: relao percentual entre duas vezes a espessura

    mdia das paredes e a largura mdia das fibras. A um valor maior de frao de parede, correspondem fibras mais rgidas e menos propensas ligao entre si. Disso resultam valores

    mais baixos de auto-ruptura e/ou ndice de trao;

    - ndice de Runkel (2E/L): relao entre duas vezes a espessura mdia das paredes

    das fibras e a largura mdia do lmem. Quanto menor esse ndice, maior o potencial de ligao

    entre fibras, resultando em um maior comprimento de auto-ruptura e/ou ndice de trao.

    Outro parmetro muito usado para estimar as propriedades da pasta celulsica

    o chamado coarseness, que definido como a massa correspondente a uma

    unidade de comprimento da fibra expressa em miligramas por 100 m

    (decigrex). Uma dimenso isolada da fibra no serve como parmetro de

    avaliao, devendo estudar o conjunto de dimenses e os coeficientes.

    - Fsicas: absoro de gua, inchamento, plasticidade a mido, grau de

    polimerizao e ndice de refrao. O grau de polimerizao estimado pela

    medio da viscosidade da pasta celulsica dissolvida em etilenodiamina

    cprica. Este valor d uma indicao relativa da degradao que a celulose

    sofre no processo de polpao e/ou branqueamento.

    - Mecnicas: resistncia intrnseca da fibra, ndice de ligao das fibras

    e rigidez.

    - Qumicas: teores de celulose, hemiceluloses, lignina e extrativos.

    - Topoqumicas: distribuio de grupos moleculares, especialmente

    perto de ou na superfcie.

    Alm dessas propriedades, que so muito importantes, o fabricante de papel

    avalia a pasta celulsica em trs pontos diferentes do processo que so: como

    recebida, como massa preparada para entrada na mquina de papel e como

    produto final. A avaliao em laboratrio de pastas celulsicas por mtodos

    fsicos simula de certa forma as operaes industriais; por isso, a pasta

    celulsica refinada e transformada em folhas, procedimento que pode ser

    resumido em operaes que seguem mtodos padronizados: impregnao com

    gua, desagregao, refino (em diversos nveis), verificao da resistncia

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

  • 6

    drenagem e/ou drenabilidade, verificao do consumo de energia, verificao

    do valor de reteno de gua, formao e secagem de folhas manuais.

    Finalmente devem ser consideradas as chamadas propriedades das folhas

    manuais, obtidas a partir da pasta, e que indicam as caractersticas do papel a

    ser produzido. Podem ser classificadas em: dimensional (volume especfico e

    espessura, de superfcie (aspereza), resistncia mecnica (ndices de trao,

    arrebentamento e rasgo), permencia (ao ar e ao vapor dgua), ticas

    (opacidade, reflectncia difusa no azul e coeficiente de espalhamento de luz).

    3. MATRIAS-PRIMAS FIBROSAS

    Uma folha contendo exclusivamente fibras celulsicas no possui as

    caractersticas do papel que geralmente so desejadas e adequadas para o uso

    normal. Uma folha produzida exclusivamente de fibras de celulose porosa,

    sendo sua superfcie pouco lisa e pouco resistente. Quando umedecida, suas

    propriedades mecnicas caem a valores muito baixos, a opacidade

    insatisfatria etc. Para conseguir a versatilidade que caracteriza os papis

    existentes no mercado, a indstria papeleira tornou-se uma grande

    consumidora de produtos qumicos. Os produtos qumicos so adicionados para

    dar ou melhorar certas propriedades do papel, para eliminar ou controlar certos

    problemas de operao. Uma relao parcial dos aditivos a seguinte:

    - Agentes de colagem interna;

    - Adesivos para melhorar as propriedades mecnicas do papel em condies secas;

    - Adesivos para melhorar as propriedades mecnicas do papel em condies midas;

    - Floculantes de fibras;

    - Cargas;

    - Corantes e agentes branqueadores fluorescentes;

    - Auxiliares de reteno;

    - Auxiliares de drenagem;

    - Agentes tensoativos;

    - Microbiocidas;

    - Controladores de pitch;

    - Inibidores de espuma;

    - Conservadores de telas;

    - cidos, sais, bases etc.

    LuizVicenteRealce

  • 7

    4. PREPARAO DA MASSA

    4.1. Desagregao

    As fibras podem chegar ao sistema de preparao da massa em vrias formas:

    diretamente da fbrica de celulose (fbrica integrada) em suspenso com uma

    consistncia de 3 a 6%, ou at 12%; na forma de rolos, blocos ou folhas com

    teor de gua que varia de 10 a 60%, dependendo do equipamento utilizado na

    secagem, aparas, refiles (midos ou secos) etc. Independente da forma na qual

    as fibras chegam, o primeiro passo na preparao da massa consiste em formar

    uma suspenso de fibras em gua com consistncia adequada, e adicionar os

    demais componentes (fibrosos e no fibrosos). Antes do aparecimento de

    mquinas de papel de grande capacidade e de sistemas contnuos de refinao,

    a desagregao era feita em mquinas denominadas Holandesas. As modernas

    mquinas de papel necessitam de um equipamento que seja capaz de

    desagregar, o mais rpido possvel, grandes quantidades de pasta. Para esse

    fim, so utilizados os chamados desagregadores, que so equipamentos

    semelhantes a um grande liquidificador, em vrios tamanhos, formas e

    desenhos. Tais equipamentos podem ser construdos em ferro fundido, ao,

    concreto ou paredes azulejadas, em forma circular, quadrada ou retangular.

    4.2. Refino

    Se uma pasta celulsica for dispersa em gua o suficiente para separar as

    fibras umas das outras, e se a suspenso resultante for diretamente para a

    mquina de papel, ser obtido um papel de baixa qualidade. Isto se explica por

    uma srie de razes: primeiro, a suspenso ter um desaguamento na tela

    muito rpido, o que impedir que haja formao de uma folha uniforme;

    segundo, haver formao de flocos ou grumos (fibras aglomeradas), antes

    mesmo que a suspenso atinja a tela; terceiro, as fibras no sero

    suficientemente flexveis e fibriladas para que tenham resistncia capaz de

    permitir a passagem da folha entre as diversas sees da mquina de papel,

    sem que ela se quebre; finalmente, a folha resultante ter baixa resistncia.

    O refino um tratamento mecnico dado s fibras com a finalidade de prepar-

    las para dar um papel com boa formao e resistncia mecnica adequada.

    Este processo feito, modernamente, nos refinadores. A refinao ou refino

    consiste em promover mecanicamente, por ao de lminas ou pedras (lava

  • 8

    basalto) existentes nos refinadores, uma moagem da pasta, promovendo a

    fibrilao, o corte e a hidratao das fibras. A fibrilao a ao de

    esgaramento das paredes das fibras, proporcionando maior rea de contato

    entre as mesmas, de maneira a permitir maior ligao entre as fibras no papel

    pronto. Hidratao o termo que se usa para designar o tratamento dado s

    fibras durante o processo de refinao, que aumenta a reteno de gua pela

    massa, dificultando seu desaguamento. No uma hidratao no sentido

    qumico verdadeiro. E corte a ao de corte das fibras que ocorre durante a

    refinao da massa. Com o refino e o inchamento, superfcies que antes

    estavam dentro da celulose ficam expostas, aumentando a superfcie de

    contato entre as fibras e favorecendo a formao de ligaes de hidrognio

    entre as fibras. Quando a folha de papel formada, sua resistncia aumenta

    em funo do maior nmero de contatos, o que resulta num papel mais

    resistente.

    4.3. Depurao

    A qualidade do papel depende fortemente do grau de limpeza da massa.

    Estilhas, ns, areia, partculas mecnicas e outros materiais estranhos causam

    dano mquina, desgaste do equipamento, problemas na secagem e consumo

    adicional de vapor. Materiais considerados impurezas podem vir de vrias

    fontes:

    - Da matria-prima fibrosa: estilhas de pastas celulsicas cozidas e depuradas de modo deficiente; areia que contamina fibras extradas de gramneas; papis reciclados de aparas e

    outros trapos; materiais estranhos, como plsticos, papel resistente umidade, papis

    parafinados ou resinados;

    - Sujeira introduzida durante o manuseio e o transporte;

    - Sujeira introduzida durante o processo de fabricao, proveniente do equipamento, da

    gua, associada aos insumos, e operaes conduzidas de maneira imprpria.

    As impurezas podem ser classificadas em trs categorias, a saber, as sujeiras

    pesadas e volumosas, sujeiras pesadas e finas, e sujeiras leves. Os mtodos

    qumicos de depurao mais comuns so o cozimento, como no caso para

    recuperao dos papis que possuem colagem para resistir umidade, e

    branqueamento para as aparas. Os mtodos fsicos mais importantes usam

    peneiras, que separam as partculas por diferena de tamanho, e os limpadores

    centrfugos, cuja ao se baseia na diferena de massa especfica das

    impurezas e das fibras celulsicas.

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

  • 9

    4.4. Colagem interna

    Uma importante propriedade para um grande nmero de papis e papeles a

    resistncia penetrao de lquidos como gua, tinta, sangue, leite, sucos,

    leos e gorduras. Papis para escrita, impresso, embalagens, sacos e vrios

    outros fins so fabricados de modo a oferecer resistncia penetrao de

    lquidos, e por isso so submetidos ao processo que se conhece como colagem

    interna. Papis de seda, mata-borro, toalha, lenos, guardanapos, de uso

    sanitrio, que so produtos fabricados para absoro rpida de lquidos, so

    chamados de papis no colados.

    Existem dois tipos de colagem de papel, a interna e a superficial. A colagem

    interna um processo onde produtos qumicos adequados so adicionados

    massa durante sua preparao, para se depositarem sobre as fibras com o

    propsito de controlar a penetrao de lquidos no papel ou papelo depois de

    sua fabricao ou acabamento. Os principais produtos qumicos utilizados com

    este objetivo so as colas base de breu, silicones, polietilenos,

    perfluorocarbonetos e colas sintticas. A colagem superficial envolve a

    aplicao de suspenses de substncias formadoras de pelcula, tais como

    amidos modificados, gomas, alginatos, lcool vinlico, metil-celulose e CMC

    (carbxi-metil-celulose), na superfcie das folhas de papel e papeles j

    formados ou em fase de acabamento. A colagem superficial feita para

    controlar a porosidade, melhorar a resistncia superficial para evitar a formao

    de p, aumentar a resistncia ao arrepelamento e melhorar outras propriedades

    mecnicas. Muitos tipos de papis colados superficialmente contm agentes de

    colagem interna, que regulam a profundidade de penetrao, ou seja, a

    quantidade da suspenso, bem como a espessura do filme que ser depositado

    na superfcie do papel. A colagem interna tem a caracterstica de desenvolver a

    resistncia penetrao de lquidos em toda a estrutura fibrosa do papel ou

    papelo, enquanto que, com a colagem superficial, este efeito fica restrito s

    camadas mais externas.

    4.5. Adio de pigmentos e corantes

    Atualmente, a cor do papel possui uma importncia funcional significativa.

    Papis coloridos so usados para identificao, para correspondncia comercial,

    para chamar a ateno, para ressaltar as diferenas entre embalagens.

    O atrativo de muitos produtos largamente determinado pela cor do prprio

    produto ou da sua embalagem. Os corantes e os pigmentos coloridos so

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

  • 10

    adicionados ao papel por duas razes bsicas, para dar uma colorao definida

    ao papel, ou para melhorar a brancura de papis brancos. As fibras destinadas

    fabricao de papel, mesmo quando altamente branqueadas, possuem um

    tom levemente amarelado, isto absorvem mais luz na faixa violeta do

    espectro de luz visvel. Assim para corrigir ou compensar esse matiz amarelado,

    adiciona-se massa do papel corantes e pigmentos azulados ou azul-

    avermelhados. Estes produtos, que so conhecidos como matizantes, conferem

    um tom levemente azul-acinzentado ao papel, deixando-o menos amarelado, e

    isso faz com que este parea mais branco ao olho humano. Em papis brancos,

    h dois conceitos importantes que so alvura (brightness) e brancura

    (whiteness). A alvura reflectncia expressa como porcentagem da reflectncia

    de um padro esfumaado com xido de magnsio, medida por um

    refletmetro que ilumina difusamente a amostra com luz de 457 nm. Brancura

    o grau de branco que visto pelo olho humano e, em pastas celulsicas,

    pode variar do amarelado ao branco azulado, ou ao branco rosado, o que

    certamente influenciado pelo tipo de fonte de luz.

    5. FABRICAO DO PAPEL

    As mquinas de papel modernas so constitudas de vrias sees

    independentes, cada qual com sua funo e caractersticas prprias. Quase

    todas as sees da mquina de papel podem ser reformadas e melhoradas,

    com exceo da largura, que fixa. Em geral, as partes de uma mquina de

    fabricao contnua de papel so:

    - Seo de formao da folha;

    - Seo de prensagem;

    - Seo de secagem;

    - Seo de enrolamento ou corte;

    - Seo de transmisso de movimento;

    - Poos e fundaes;

    - Seo de aplicaes e tratamento de superfcie.

    Basicamente, existem dois tipos de seo de formao, a mesa plana ou

    Fourdrinier e forma redonda ou tambor rotativo, mas com a evoluo da

    tecnologia, surgiram muitos outros tipos de formadoras, cujo funcionamento

    baseia-se na mesa plana. A remoo de gua da folha comea por gravidade,

    segue por meio de suco e prensagem e termina por evaporao.

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

    LuizVicenteRealce

  • 11

    5.1. Formao da folha

    A folha de papel feita por deposio de fibras de uma suspenso aquosa, com

    consistncia variando de 0,3 a 1,5% sobre a tela da mquina. At 98,3% da

    gua pode ser removida por drenagem na tela. As prprias fibras, depositando-

    se na tela, dificultam a drenagem da gua, sendo que pequena parte delas,

    geralmente os finos, passa pela tela. Existem, no entanto, tcnicas para

    recuperar essas fibras e retorn-las ao processo. Mesmo bastante mida (a

    folha sai da tela com teor de slidos da ordem de 20%), a folha possui uma

    resistncia considervel. Isto se deve s ligaes entre as fibras, cabendo ainda

    lembrar que a resistncia aumentar com a consistncia.

    Em qualquer sistema de formao, o principal requisito o de produzir uma

    folha que possua distribuio uniforme de fibras. Para alcanar isso, as fibras

    devem ser uniformemente dispersas na suspenso e esta deve ser enviada para

    a seo de formao j como um filme uniforme. As fibras devem estar

    relativamente livres para que se disponham uniformemente na tela. Para tanto,

    deve-se trabalhar com uma consistncia prxima da crtica, que o ponto onde

    comeam a se formar flocos ou grumos de fibras, o que impede a formao de

    uma folha uniforme. As tarefas bsicas a serem realizadas pela seo de

    formao de uma mquina de papel so:

    - Diluir a massa at uma consistncia suficientemente baixa que permita um alto grau de uniformidade na disperso de fibras;

    - Distribuir a suspenso diluda de fibras na seo de formao, mantendo-as dispersas

    de forma homognea;

    - Depositar, individualmente, e de maneira uniforme, as fibras sobre a tela, ao mesmo

    tempo em que se inicia a drenagem da gua pela tela;

    - Compactar o material fibroso enquanto em estado plstico, a fim de se obter um

    contato ntimo entre fibras;

    - Por meio de suco, remover o mximo possvel a gua entre as fibras, antes que a

    folha formada seja transferida para a seo de prensagem.

    5.2. Prensagem mida da folha de papel

    Depois de formada a folha, a funo primordial da prensagem mida de uma

    mquina de papel remover a quantidade mxima possvel de gua da folha de

    papel antes de submet-la secagem por calor. Outras funes so a reduo

    do volume especfico e a melhora da lisura da folha. A capacidade da prensa

  • 12

    em desempenhar estas funes, sem causar danos ao papel, tais como,

    esmagamento, perda de finos, rearranjo das fibras e enrugamento, depende do

    projeto da prensa, do feltro e das caractersticas operacionais. Em uma

    mquina de papel com mesa plana, a gua removida em quatro etapas:

    drenagem da tela da mesa, por vcuo aplicado nas caixas e rolo de suco,

    prensas midas e secagem com aplicao de calor. Na mquina, a resistncia

    mecnica da folha mida aumenta medida que a gua removida. As fibras

    esto em suspenso fluida at uma consistncia de 12%, aproximadamente.

    consistncia de 12 a 15%, as fibras esto em contato fsico com materiais

    mucilaginosos que promovem maior adeso entre elas. Na sada da caixa de

    entrada, a suspenso de fibras est com uma consistncia de 0,5% e por

    drenagem chega a 2,5% quando se aproxima das caixas de suco, e alcana,

    dependendo do tipo de papel e aps passar pelo rolo de suco uma

    concentrao de slidos de 18 a 23%. Estes so os limites possveis de

    remoo de gua por vcuo. O filme de gua, mantido pela tenso superficial

    das fibras, pode ser removido por prensagem. A folha passa em uma ou mais

    prensas, cujo nmero depende da eficincia do equipamento e do volume

    especfico desejado para o produto. As prensas de mquinas de alta velocidade

    para produo de papel de imprensa podem aumentar o teor de slidos a at

    40 45%. A gua remanescente aps a prensagem est retida por foras de

    capilaridade dentro dos poros das fibras e dentro dos cristalitos da celulose.

    Esta umidade, principalmente aquela contida nos cristalitos, s pode ser

    removida pela aplicao de calor.

    5.3. Secagem

    Em uma fbrica de papel e papelo, entende-se por secagem o processo de

    remoo de gua por evaporao, aplicando-se calor. O modo convencional de

    secagem a passagem da folha de papel ou papelo sobre cilindros aquecidos

    a vapor. A folha mantida em contato ntimo com a superfcie dos cilindros, por

    meio de feltros secadores. Os cilindros, normalmente feitos de ferro fundido,

    esto dispostos em duas fileiras superpostas. A maneira de colocao e o

    nmero de cilindros so determinados pela gramatura da folha, umidade a ser

    removida, velocidade da mquina e presso do vapor nas vrias sees. A parte

    de secagem de uma mquina convencional de papel consiste de 40 a 70

    cilindros secadores, agrupados em duas a cinco sees superiores e duas a

    cinco inferiores; cada seo possui um feltro secador prprio. Esta separao

    possibilita controlar melhor o grau de encolhimento, reduzir o enrugamento e a

    ruptura da folha. No final dos secadores, fica um rolo mvel ou rolo bailarino

    que se desloca suavemente para baixo e para cima, de acordo com a tenso

  • 13

    aplicada folha, tendo como funo amortecer as flutuaes de tenso e,

    portanto, evitar a ruptura da folha.

    parte de secagem, podem ser agregados equipamentos que do tratamento

    especial folha em processo. So trs categorias de equipamento: para

    melhorar o acabamento superficial da folha, para aumentar a umidade da folha

    na bobina e para conferir uma propriedade especfica superfcie da folha.

    A prensa de esmagamento (breaker stack) e a prensa alisadora (smoothing

    press) pertencem primeira categoria. A prensa de esmagamento consiste em

    dois rolos de ao ou outros materiais, com alto grau de polimento. Estes rolos,

    s vezes, so aquecidos por vapor ou gua quente. Esta prensa colocada

    entre duas sees secadoras, em um ponto onde a folha ainda possui umidade

    necessria para ser comprimida e alisada. A presso aplicada suficiente para

    desfazer os aglomerados de fibras, e alisar as marcas do feltro e da tela da

    folha. Assim, obtm-se um papel com superfcie mais uniforme e se consegue

    controlar a espessura da folha, sem causar uma excessiva perda do volume

    especfico, que uma propriedade importante em papis de impresso. A

    prensa alisadora empregada para remover quase inteiramente as marcas do

    feltro e da tela da folha. Consiste em um par de rolos, sendo que o superior

    revestido de borracha e o inferior geralmente de bronze. A prensa alisadora

    colocada depois das prensas midas.

    Se a folha, no final da linha, estiver com o teor de umidade abaixo das

    condies de equilbrio necessria a adio de gua antes do enrolamento.

    Este procedimento tem dois objetivos: melhorar o desempenho das calandras e

    possibilitar o enrolamento do papel a uma umidade mais prxima de equilbrio

    com o ambiente. O mtodo mais comum para umedecer a folha emprego do

    rolo transpirante, que possui um sistema de spray no seu interior que, ao

    resfriar a superfcie, faz condensar vapor na parte externa do rolo, que, por sua

    vez, transferido continuamente para a folha. Para dar propriedades

    particulares ao papel, instalam-se equipamentos na parte de secagem da

    mquina, como os de colagem superficial e de revestimento. comum

    proverem com lminas raspadoras de limpeza os primeiros ou todos os rolos

    secadores. Estes acessrios minimizam a formao de depsitos de pitch, de

    fibras e de sujeiras, que podem causar a ruptura da folhar e afetar a

    transferncia de calor do cilindro secador folha. As lminas ajudam ainda a

    preservar o polimento nas superfcies aquecidas.

  • 14

    5.4. Enrolamento ou Corte

    A seo de enrolamento ou corte a ltima seo da mquina de papel.

    Do rolo-cabeceira at a entrada na seo de enrolamento ou corte, o processo

    de fabricao da folha contnuo. Neste ponto, torna-se necessrio transformar

    a folha contnua em unidades finitas e independentes, a fim de facilitar a sua

    manipulao e utilizao posterior. Basicamente, existem dois princpios usados

    para o enrolamento do papel: enrolamento por acionamento na face e

    enrolamento por acionamento no eixo. O mais utilizado o primeiro tipo, e as

    enroladeiras desse sistema consistem de um cilindro de ferro fundido cujo eixo

    oco e dispe ou no de um sistema de refrigerao; e de um par de braos

    mveis, nos quais se apia, nos quais se apia o canudo principal onde ser

    enrolado o papel. Em cima do cilindro est colocado um canudo auxiliar,

    apoiado em braos mveis. A folha passa entre os dois antes de ser enrolada

    no canudo principal. O enrolamento se faz forando o canudo contra o cilindro

    acionador. Quando a bobina de papel atinge seu dimetro mximo, rasga-se a

    folha manualmente ou com ar comprimido, obrigando-a a enrolar-se sobre o

    canudo auxiliar, sem que haja interferncia com a bobina j pronta. Em

    seguida, a bobina retirada e o canudo auxilia colocado em seu lugar.

    No caso da produo de cartes, s pode haver enrolamento at um

    determinado valor de rigidez, acima do qual o carto poder quebrar. Sendo

    assim necessrio o uso de uma cortadeira e no de uma enroladeira. Essa

    cortadeira colocada em posio transversal mquina e apresenta vrias

    conjuntos de faca e contrafaca circulares que efetuam o corte no sentido

    longitudinal.

    6. ACABAMENTO

    6.1. Cilindro Monolcido

    O papel monolcido ou monolustro possui uma das faces perfeitamente lisa e

    brilhante e a outra spera, encontrando larga aplicao para impresso de

    rtulos, cartazes, sacolas, papis-fantasia, embalagens e revestimento.

    A particularidade da sua fabricao consiste em uma pr-secagem, seguida da

    passagem da folha pelo cilindro monolcido cilindro secador com dimetro

    variando entre 2,5 e 5,0 m e altamente polido. Com a finalidade de garantir o

    perfeito contato da folha com o cilindro, o papel pressionado contra a

    superfcie do secador pela prensa do monolcido. Na passagem da folha pelo

  • 15

    cilindro monolcido, a secagem completada, e uma face do papel adquire o

    brilho da superfcie polida do cilindro. O grau de brilho depende da superfcie

    espelhada do cilindro, da ao da prensa do monolcido, do grau de refino das

    fibras, dos aditivos e do teor de slidos da folha. O grau de secagem com que o

    papel deve chegar ao cilindro da ordem de 65%, porm quanto maior o

    diferencial de umidade do papel entre a entrada e a sada do cilindro

    monolcido, maior ser o brilho. A mquina para produzir papel monolcido

    no difere muito das mquinas usuais; compreende uma seo formadora

    (mesa plana, por exemplo), prensas midas, pr-secagem, cilindro monolcido

    e enroladeiras.

    6.2. Calandra e Supercalandra

    A calandragem um processo mecnico que visa melhorar a superfcie e a

    espessura do papel, adequando-o aos processos futuros e impresso.

    Consiste basicamente em passar o papel entre rolos com revestimentos e

    acabamentos diferentes, que atravs de compresso e frico, conferem ao

    papel, maior brilho, lisura e densidade. A principal diferena entre as

    supercalandras e todos os outros tipos de calandras que, na calandragem, a

    superfcie tratada por presso, melhorando as caractersticas de lisura e

    espessura, enquanto que na supercalandragem, alm do tratamento por

    presso, a superfcie tratada por frico, aumentando o seu brilho.

    7. COLAGEM SUPERFICIAL E REVESTIMENTO

    7.1. Colagem

    A colagem superficial um caso particular dos processos de tratamento

    superficial, e tem por objetivo aumentar a resistncia penetrao de lquidos,

    aplicando produtos qumicos adequados sobre a superfcie j formada da folha

    de papel ou papelo. Com este processo, apesar dos custos mais elevados,

    obtm-se resultados superiores queles conferidos pela colagem interna com

    colas de breu ou sintticas. Alm de dificultar a penetrao de lquidos no

    papel, consegue-se, por este processo, melhorar as caractersticas mecnicas

    da folha, tanto em condies de alta umidade como em meio seco, aumentar a

    opacidade e melhorar as qualidades superficiais para impresso e pr-

  • 16

    tratamento para revestimento. A seleo dos produtos na colagem superficial

    muito importante para consignao das propriedades desejadas no papel

    produzido a custo compatvel. Os principais materiais aplicados folha, na

    colagem superficial, so: cola e gelatina, lcool polivinlico, alginato de sdio,

    carbximetilcelulose (CMC) e amidos.

    7.2. Revestimento

    De um modo geral, as tcnicas de formao de papel, por mais sofisticadas que

    sejam, so insuficientes para conferir ao papel todas as caractersticas

    desejadas. Observa-se, facilmente, a existncia de um certo limite nas

    propriedades superficiais, que podem ser obtidas unicamente com as

    caractersticas da trama fibrosa, o que faz necessrio um tratamento superficial,

    a fim de dar ao produto final qualidades especiais que superem este limite.

    A cada dia, observa-se o aumento na quantidade de papel e papelo que

    recebem um tratamento superficial, envolvendo a aplicao de vrias solues

    ou emulses de polmeros, com ou sem pigmentos e adesivos.

    Os revestimentos classificam-se em trs grandes grupos:

    - Revestimento para impresso: quando se deseja melhorar a qualidade de impresso;

    - Revestimentos decorativos: quando se deseja aprimorar a aparncia do papel;

    - Revestimentos funcionais: quando se deseja promover alguma propriedade especfica,

    como, por exemplo, resistncia umidade, vapor dgua, gs, leo gordura, e aderncia sob a

    ao do calor.

    Uma outra classificao toma por base a tcnica de revestimento empregada,

    possuindo cada uma sua prpria tecnologia. Desta maneira, pode-se dividir o

    processo de revestimento em sete grupos principais:

    - Revestimento em base aquosa: emprega polmeros naturais ou sintticos, ou outros produtos qumicos, dissolvidos, dispersos ou emulsionados em gua. Pigmentos minerais

    podem tambm ser adicionados a fim de melhorar a superfcie a ser impressa ou a aparncia

    do produto. Os sistemas aquosos incluem: revestimento com pigmento mineral, revestimento

    de tipo emulso com finalidade protetora, e revestimento de papis para reproduo.

    - Revestimento base de solventes orgnicos: esta tcnica usa um soluto

    orgnico pouco voltil e apto a formar uma pelcula, disperso ou dissolvidos em solvente

    orgnico voltil. So exemplos de solutos aplicados: nitrato de celulose, etil celulose,

    copolmeros de acetato de vinila e cloreto de vinila.

    - Revestimento hot melt: neste processo, uma resina no polimerizvel submetida

    ao de calor at atingir o estado semi-lquido necessrio para sua aplicao, formando uma

    pelcula superficial, quando o material resfriado adequadamente. A resina deve ser pouco

  • 17

    voltil e apresentar viscosidade de 30.000 cP nas condies de operao. Entre os materiais

    utilizados tm-se: poliolefinas, resinas betuminosas, poliamidas e polisteres. Este tipo de

    revestimento usado em produtos impermeveis a gases, vapor de gua e, principalmente, na

    manufatura de material para embalagem de produtos alimentcios.

    - Revestimento por extruso: esta tcnica usa resinas termoplsticas, na forma de

    gros, fundidas por aquecimento adiabtico, que tm uma viscosidade suficientemente baixa, a

    fim de permitir sua extruso atravs de um orifcio de dimenso adequada.

    - Revestimento laminado: neste processo, duas lminas de natureza celulsica so

    unidas por meio de um material adesivo. O adesivo pode ser de base aquosa (amido, casena e

    cola animal), hot melt (asfalto e cera), de tipo laca ou verniz (nitrato de celulose em solvente) e

    de tipo emulso (ltex ou epxi, geralmente em meio aquoso). Os produtos obtidos so muito

    utilizados em caixas de papelo ondulado e apresentam, tambm certas propriedades

    funcionais, como impermeabilidade, que no so facilmente conseguidas atravs de um nico

    substrato.

    - Revestimento a vcuo: trata-se de uma deposio controlada de metais ou outros

    slidos vaporizados a uma presso na faixa de 133,3 Pa a 13,33 x 10-3 Pa. Os materiais

    depositados normalmente so: zinco, alumnio, cromo e ouro. Os depsitos assim obtidos so

    muito delgados e uniformes, tendo espessura entre 5 x 10-6 e 50 x 10-6 cm.

    - Revestimento eletrosttico: em aplicaes industriais, este processo freqente

    na manufatura de papis abrasivos, onde partculas carregadas eletricamente so atradas e

    depositadas sobre o papel, previamente revestido com adesivo.

    8. AVALIAO DAS PROPRIEDADES DO PAPEL

    8.1. Propriedades Fsicas do Papel

    - Gramatura: a propriedade do papel expressa em gramas por metro

    quadrado. obtida em balana analtica, utilizando-se corpos prova

    condicionados.

    - Espessura: pode ser medida como a espessura de uma folha ou de um

    mao de folhas (papis com gramatura de at 224 g/cm3). expressa em mm.

    - Volume especfico: o volume em cm3 de um grama de papel (cm3/g),

    sendo dado por:

    ( ( )

    ( )

    )

  • 18

    - Permencia ao ar: a facilidade com que um determinado volume de

    gs ou vapor passa por uma folha de papel, sob uma diferena de presso,

    denominada de permencia e depende do nmero, tamanho, forma e

    distribuio dos poros do material. Pode se usada para estimar a permencia do

    papel a outros fluidos e tambm para estimar indiretamente a penetrao de

    tintas de impresso no papel, e ter uma idia quanto s caractersticas de

    filtrao dos filtros analticos e industriais. definida como o volume mdio de

    ar que atravessa uma unidade de rea pela diferena de presso de 1 Pascal

    em 1 segundo, expressa em micrmetros por Pa por segundo.

    1 mL/m2.Pa.s = 1 m/Pa.s

    - Aspereza: a finalidade de determinar a aspereza exprimir,

    numericamente, a existncia de irregularidades na superfcie do papel, que

    possam afetar o seu desempenho e o seu uso final.

    - Resistncia: capacidade do papel de resistir ao de foras

    externas, umidade e calor. So de vrios tipos:

    Resistncia trao: para determinao dessa resistncia, corpos de prova de largura e

    comprimento especificados so submetidos a um esforo de trao uniformemente crescente

    at a sua ruptura. Tambm pode ser expressa pelo comprimento de auto-ruptura (CAR),

    definido como o comprimento de um tira de papel que, quando suspensa, se rompe sob seu

    prprio peso. O comprimento de auto-ruptura expresso em metros, calculado da seguinte

    forma:

    Onde:

    R = carga de ruptura em kgf (lido no dinammetro)

    G = gramatura da amostra (g/m2)

    L = largura do corpo de prova (mm)

    Alongamento: a deformao mxima que apresenta um corpo de prova, de largura e

    comprimento especificados, no momento de sua ruptura. determinado simultaneamente com

    a resistncia trao, usando um acessrio do dinammetro. O alongamento expresso em

    porcentagem, como 100L/L, sendo L a deformao e L a separao inicial entre as garras.

    Resistncia ao arrebentamento: definida como a presso necessria para produzir o

    arrebentamento do material, ao se aplicar uma presso uniformemente crescente, transmitida

    por um diafragma elstico de rea circular.

    Resistncia ao rasgo: mede o trabalho necessrio para rasgar o papel, a uma distncia fixa,

    depois do rasgo ter sido iniciado por meio de uma faca adaptada ao trabalho. A fora mdia

    necessria para rasgar uma s folha com a distncia fixada expressa em Mn e calculada da

    seguinte maneira:

  • 19

    Onde:

    R = resistncia ao rasgo (Mn)

    L = mdia das leituras feitas

    n = nmero de folhas ensaiadas em conjunto

    Resistncia a dobras duplas: determina o nmero de dobras sucessivas que o papel suporta

    antes de sua ruptura. Valores baixos de resistncia a dobras duplas revelam papel de fraca

    resistncia.

    8.2. Propriedades ticas do Papel

    As propriedades ticas dependem do tipo e da intensidade da luz incidente

    sobre o papel, e dos materiais utilizados na sua fabricao. Alguns dos fatores

    que afetam as propriedades ticas so: o grau de refino da pasta celulsica,

    prensagem, secagem e presena de pigmentos. As propriedades ticas so de

    grande importncia para vrias aplicaes do papel, como, impresso, escrita e

    fins decorativos.

    - Cor: a cor que o papel possui dentro do espectro visvel. Pode ser

    determinada por espectrofotometria ou colorimetria.

    - Opacidade: a propriedade relacionada com a quantidade de luz

    transmitida atravs do papel. Um papel perfeitamente opaco aquele que no

    permite a passagem de luz visvel. Sua determinao tem como objetivo

    verificar at que ponto um papel deixar reconhecer, atravs de uma folha, o

    que est impresso do outro lado.

    - Fator de reflectncia no azul: o fator de reflectncia difusa

    intrnseca, determinado a um comprimento de onda de 457 nm. O coeficiente

    de reflectncia no azul, comumente chamado de alvura, um atributo

    importante para a maioria dos papis. Visa avaliar a eficincia da remoo da

    cor amarela da pasta. Alguns pigmentos, como o dixido de titnio e o

    carbonato de clcio, tm maior fator de reflectncia que as fibras da pasta;

    consequentemente, a incorporao destes nas formulaes visa um aumento

    aprecivel do fator de reflectncia no azul, no papel.

    - Brilho: entende-se como brilho a propriedade do papel de refletir a luz

    especularmente, ao invs de difundi-la em todas as direes. O brilho

    conferido ao papel pela calandragem ou por pigmentos da tinta do

    revestimento.

  • 20

    8.3. Propriedades Qumicas do Papel

    Em alguns papis, as propriedades qumicas podem ser mais importantes do

    que as propriedades fsicas, como, por exemplo, papis fotogrficos, papis

    para fins eltricos e papis para embalagem de alimentos ou de peas

    metlicas. As principais determinaes realizadas em papel so citadas a seguir.

    - pH: a acidez ou alcalinidade do papel pode ser causada pela presena

    de resduos qumicos usados no processo ou adicionados para se obter

    propriedades especiais. Tanto a acidez como a alcalinidade excessiva podem

    acarretar uma deteriorao de certas caractersticas, tais como resistncia

    mecnica e durabilidade.

    - Teor de cinzas: o resduo que o papel deixa quando submetido

    incinerao controlada comumente chamado de cinzas; algumas vezes

    chamado de substncia mineral do papel, podendo ser proveniente da pasta

    com a qual o papel foi feito, cargas ou materiais de enchimento utilizados,

    componentes do revestimento ou da colagem.

    - Teor de aditivos: os papis comerciais geralmente contm aditivos,

    cuja quantidade pode interessar pelo efeito que exercem sobre as propriedades

    fsicas. Mtodos especficos de anlise qumica so estabelecidos para a

    identificao dos aditivos e determinao quantitativa no papel.

  • 21

    9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    CASEY, J.P. Pulp and Paper. Chemistry and Chemical Technology. Vol I.

    3.ed. Wiley Interscience, New York, 1980.

    IPT . Celulose e Papel. Tecnologia de Fabricao de pasta celulsica. Vol I. 2

    ed. IPT, So Paulo, 1988. 559p.

    IPT. Celulose e Papel. Tecnologia de fabricao do papel. Vol II. 2.ed. IPT,

    So Paulo, 1988. 405p.

    KLOCK, U. Polpa e Papel. FUPEF. Srie Didtica n 4/98. Curitiba. 1998. 124p.

    KOURIS, M. Dictionary of Paper. 5th Edition . Tappi Press. Atlanta, 1996.

    MACDONALD, R.G & FRANKLIN, J.N. The pulping of wood. 2.ed. McGrawHill,

    New York, 1969. 769 p.