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Novembro/Dezembro de 2007 - Ano VI - Nº 37 ISSN - 1981-3147 9 771981 314004 7 3 0 0 0 Tecnologia na educação: Tecnologia na educação: uma ferramenta de sucesso uma ferramenta de sucesso

Tecnologia na educação: uma ferramenta de sucesso · nas creches, escolas da rede pública ou particular e ... recreativas, praticam esportes e têm aulas de iniciação musical

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Novembro/Dezembro de 2007 - Ano VI - Nº 37

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Tecnologia na educação: Tecnologia na educação: uma ferramenta de sucessouma ferramenta de sucesso

Editorial

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Av. Ver. Narciso Yague Guimarães, 277Cep 08790-900 – Centro Cívico

Mogi das Cruzes – SPTel.: (11) 4798-5085Fax: (11) 4726-5304

[email protected]

• Conselho EditorialMaria Geny Borges Ávila Horle

Anne IvanoviciCláudia Helena Romanos Pereira

Leni Gomes MagiMarilda Aparecida Tavares Romeiro Safi ti

• Jornalistas ResponsáveisLuiz Suzuki – MTB 22936

Kelli Correa Brito – MTB 40010

• Coordenação EditorialBernadete Tedeschi Vitta Ribeiro

Lilian GonçalvesMarinina Beatriz Leite

• Colaboraram nesta ediçãoMaria de Lourdes Masiero Lamim

Rubens GuilhematFátima Aparecida Pereira Lopes

Maria Luiza de Lima Camargo Giuliani Renata Mazaro Piva da Silva

Geraldina Porto WitterGiane Nunes de Mello

Idalice Pereira de SousaEquipe escolar da EM Prof. Eulálio Gruppi

Elisabete ChagasRosangela Miranda de Souza e Silva

Equipe dos Orientadores de InformáticaMárcia Aparecida de Melo Vianna

Gisleine ZarbiettiGracila Maria Grecco Manfré

José Sebastião Witter

• FotosArquivos das Escolas Municipais

• Fotolito, impressão e acabamentoRettec Artes Gráfi cas

Rua Xavier Curado, 388 - Ipiranga04210-100 - São Paulo - SP

Tel.: (11) 6163-7000 Fax: (11) [email protected] • www.rettec.com.br

• Editoração eletrônica Mauro Teles

• Tiragem3.500 exemplares

A Revista Educando em Mogi nº 37 é uma publicação da Secretaria Municipal de

Educação de Mogi das Cruzes e não se responsabiliza por conceitos emitidos em

artigos assinados.

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Este ano foi mais um período de conquistas e passos importantes para a evolução da Educação em Mogi das Cruzes. Cada projeto desenvolvido nas creches, escolas da rede pública ou particular e universidades contribuiu para o avanço do ensino e, principalmente, para a melhoria da qualidade de vida da população.

Os programas de jornada ampliada merecem destaque nessa edição este início. Na área de Esportes, o projeto “Sanção Premial – Brincando Também se Aprende” já ultrapassa a marca de mais de 6 mil participantes, e a música mantém crianças e jovens por mais tempo na escola em atividades que estimulam o aprendizado e o desenvolvimento social dos cidadãos. Os alunos participam de atividades recreativas, praticam esportes e têm aulas de iniciação musical o que enriquece o ensino oferecido nas escolas.

Além de complementar o currículo escolar, os projetos têm descoberto talentos e conquistado vitórias, como a Fanfarra Dr. Álvaro de Campos Carneiro, que em seu primeiro ano de competição levou o campeonato estadual e o vice-brasileiro na sua categoria.

Leitura, artes, tecnologia também estão na nossa pauta. Experiências por vezes simples, como a da Creche São José Operário, em que a criatividade de uma receita de bolo de fubá rendeu os primeiros passos dos alunos na aprendizagem.

Destacamos ainda, a participação da Escola Ambiental de Mogi das Cruzes no I Congresso de Educação Ambiental dos Países Lusófonos e Galícia, na Espanha e o destaque nacional do Programa de Tecnologia Educacional da Secretaria Municipal de Mogi das Cruzes, que fará parte do Banco Experiências Inovadoras em Gestão Educacional do Ministério da Educação. Esta é mais uma mostra de que a Educação em Mogi das Cruzes está no caminho certo.

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SumárioPolítica Educacional

Esportes e música ampliamjornada escolar4Uma perspectiva do ensino religioso e considerações sobre religiosidade na escola pública

7Ser professor não é sacerdócio11

Práticas de EnsinoProjeto Leitura na Educação Infantil13Acordai João!15Explorando o mundo através da arte17O processo de formular questões18

Blog Educativo: Um passo-a-passo para a Cidadania20Fanfarra da Dr. Álvaro conquistatítulo paulista e é vice no brasileiro22

Projeto Portinho Seguro – Educando hoje o motorista de amanhã23Comida típica de festa junina24

Educação EspecialInclusão – Uma conquista social, um passo para cidadania25

Educação AmbientalMogi é modelo de educação ambiental em congresso na Espanha32

HHistoriandoistoriando

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EspecialUma equipe comprometida com a Educação26

Prêmio Professor Cidadão destaca educadores do Alto Tietê30

O saber ao alcance de todos28

Aluno do ProJovem de Mogi recebe destaque nacional29

Biografi a além do concreto

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Esportes e música fazem parte da preocupação da Prefeitura de Mogi das Cruzes em oferecer

a crianças e jovens atividades além do horário regular de aula. Os programas de jornada ampliada atendem mais de 9 mil estudantes mogianos das redes municipal e estadual de ensino. Eles têm a oportunidade de vivenciar novas experiências por meio de práticas esportivas e atividades musicais, fi cando longe também do perigo das ruas. A iniciativa também tem descoberto talentos com a conquista de prêmios importantes.

“É importante ressaltar que a prioridade destas iniciativas não é destacar novos talentos, mas, sim, levar a criança a conhecer novas vivências no processo de aprendizagem, o que contribui para o seu desenvolvimento global”, disse Maria Geny Borges Ávila Horle, secretária municipal de Educação.

Esporte Na área esportiva, o trabalho da Secretaria

Municipal de Educação começou com o projeto Sanção Premial – Brincando também se aprende, instituído pela administração municipal em 2004 com o Programa de Recuperação Fiscal - Refi s.

Esportes e música ampliam ampliam jornadajornada escolarescolar

Pelo Sanção, clubes de Mogi das Cruzes recebem alunos de escolas públicas para prática esportiva e atividades recretivas e em contrapartida fazem juz a descontos nos seus débitos com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Atualmente, a Secretaria em parceria com a pasta de Esporte e Lazer proporciona aos alunos outros projetos, como Bom de Bola, Basquete Vivo e Peixinho. Além das atividades do Inclusão pelo Esporte, promovido pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Os estudantes têm acesso a diversas modalidades esportivas: futebol, beisebol, voleibol, basquetebol, natação, judô, ginástica rítmica e artística, entre outros. Os alunos também são atendidos pelo programa Esporte Mogi, da Smel, que utiliza sete escolas municipais como núcleo, atendendo 1.408 alunos no horário inverso ao da aula.

“Para a realização de todos esses projetos, fi rmamos parcerias importantes e determinantes, em que a união e o compromisso das pessoas envolvidas subsidiaram o desenvolvimento de todo esse trabalho”, disse Ana Maria Tertuliano, coordenadora de Projetos Esportivos da Secretaria Municipal de Educação.

Política

Educacional

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Os programas na área de Os programas na área de Esportes atendem atualmen-Esportes atendem atualmen-te 5.955 alunos em horário te 5.955 alunos em horário de aula e 2.322 praticando de aula e 2.322 praticando atividades esportivas em atividades esportivas em horário inverso ao da aula. horário inverso ao da aula. “Fechamos o ano de 2007 “Fechamos o ano de 2007 com um saldo muito posi-com um saldo muito posi-tivo, tendo proporcionado tivo, tendo proporcionado maior acesso às atividades maior acesso às atividades recreativas e esportivas, recreativas e esportivas, como um complemento do como um complemento do currículo escolar”, ressaltou currículo escolar”, ressaltou Ana Maria.Ana Maria.

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Música Na área musical se destacam os projetos “Música:

Formação, Expressão e Emoção”, desenvolvido pela Escola Municipal Prof. Mario Portes, em Jundiapeba, e “Pra Ver a Banda Passar”, com o apoio da Prefeitura a bandas e fanfarras de escolas estaduais e municipais. Vinte escolas também são atendidas pelo projeto “Tocando e Cantando... Fazendo música com crianças”, em que crianças, jovens e adultos desenvolvem sua sensibilidade musical no horário de aula.

Incentivando as bandas e fanfarras do município, a administração municipal cedeu, recentemente, 96 instrumentos à fanfarra da Escola Estadual Prof. Cláudio Abrahão. Em 2008, o projeto “Pra Ver a Banda Passar” atenderá 35 escolas, sendo 26 estaduais e 9 municipais. O destaque deste ano fi cou por conta das conquistas do campeonato nacional de Bandas Marciais pela Banda de Percussão Mario Portes e o vice-campeonato nacional de fanfarras e bandas 2007 ganho pela fanfarra da Escola Municipal Dr. Álvaro de Campos Carneiro.

As duas escolas do Distrito de Jundiapeba demonstraram o potencial musical da região, que recebeu neste ano a Sala de Música Mogi, localizada na EM Prof. Mario Portes. Construída nos padrões de grandes salas de música, o espaço tem capacidade para 136 lugares e é usado para aulas de iniciação musical. A escola conta também com a Banda Sinfônica Jovem Mario Portes que sempre surpreende em suas apresentações com um repertório que vai do clássico ao popular.

“A maior permanência do aluno na escola, por meio de projetos envolvendo música e esportes fora do período de aula, faz com que o aluno se identifi que mais com a escola, o que favorece a redução da evasão escolar, o gosto pelo estudo e evita sua exposição às situações de risco, desigualdade e vulnerabilidades sociais”, fi naliza Maria Geny.

Política

Educacional

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INTRODUÇÃO

A palavra religião é de origem latina. A educação pode ser defi nida das mais diferentes formas

e na sua diversidade cultural, mas, em se tratando de seu objetivo fi nal, todas as defi nições convergem para o desenvolvimento pleno do sujeito humano na sociedade. É aqui onde o Ensino Religioso fundamenta a sua natureza: o homem, para adquirir seu estado de realização integral, necessita da perfeição religiosa, mas o que é a perfeição se não a nossa crença, naquilo que aprendemos desde a infância, de acordo com a educação e formação religiosa que recebemos de nossos pais, como herança.

Foi a Constituição de 1934 que selou a aproximação entre Igreja Católica e o Estado brasileiro após a ruptura ocorrida com a Proclamação da República e a decretação da separação Igreja-Estado em 1891. O Brasil presenciava a ascensão de um

UMA PERSPECTIVA DO ENSINO RELIGIOSO E CONSIDERAÇÕES SOBRE RELIGIOSIDADE NA ESCOLA PÚBLICA

Maria de Lourdes Masiero Lamim

estado autoritário e de uma igreja que fi nalmente recuperava acesso ao poder após quarenta anos de uma república laica, com ares positivistas. Aqui nasce a permissão do ensino religioso nas escolas públicas. A nossa Constituição Federal de 1988 atribui e reconhece apenas três categorias religiosas: o Padre (sacerdote católico), o Pastor (sacerdote de confi ssão evangélica) e o Rabino (sacerdote judaico). Ficando fora as religiões consideradas não-cristãs. Inicia-se um processo de proselitismo religioso.

Em 1996 sob a ótica da diversidade das manifestações culturais, entre elas a religiosa, foi contemplada pelo antropólogo e então senador Darcy Ribeiro, a proposta de estudos das manifestações religiosas na Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em seu artigo 33. Mas a concepção original idealizada pelo antropólogo e presente no momento da aprovação da Lei n° 9.394, em 20 de dezembro de 1996, perdeu lugar

ESCOLA PÚBLICA

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pelas pressões de interesses diversos, quando foi apresentada ao Congresso Nacional pelo então senador Nelson Marchezan, relatada pelo deputado Padre Roque e aprovada a redação modifi cada do referido artigo 33, pela Lei n° 9.475, de 22 de julho de 1997, abrindo brechas para confl itos tanto religiosos quanto políticos. A diversidade, que deveria ser fator favorável, tornou-se motivo de confl ito, especialmente nas esferas estaduais, uma vez que o artigo 33 da LDB diz que cabe aos estados decidir como gerir a forma e o conteúdo da matéria, sendo o mesmo de matrícula facultativa e veda qualquer forma de proselitismo.

Para Marcílio (2005) vivemos a cultura de uma sociedade judaica-cristã, fruto de uma triste colonização. Em 31 de outubro de 1517 Martim Lutero fi xou suas noventa e cinco teses na porta do palácio de Wittenberg, e em 22 de abril de 1500, dezessete anos antes, Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, portanto o tipo de catolicismo ao qual fomos iniciados era de características medievais, ou seja, indulgente, inquisitório e intolerante.O Estado, a quem, hoje, se confi a a educação da maior parte da sociedade, reconhece a necessidade de uma educação religiosa, sem no entanto dizer como realizá-la. Ensino Religioso é a disciplina à qual se confi aria, do ponto

de vista da escola leiga e pluralista, a indispensável educação da religiosidade. Aqui, já vale observar a necessidade de se superar uma posição monopolista e proselitista para que haja uma autêntica educação da religiosidade inserida no sistema público de educação em benefício do povo.

“Pela primeira vez, pessoas de várias tradições religiosas, enquanto educadores, conseguiram encontrar o que há de comum numa proposta educacional que tem como objeto de estudo o transcendente.” (Parâmetros Curriculares Nacionais). É certo, alguns comemoram como uma grande conquista a sua aprovação em lei, porém ninguém pode negar a complexidade e seriedade desta questão.

Então, será mesmo a aprovação do Ensino Religioso uma conquista? Ou estaria havendo, como muitos alegam, uma confusão de papéis: escola/igreja, ciência/religião, público/privado?

Os problemas da carência de fundamentação nas ciências vem reforçar o binômio fé/ciência. Portanto, qual é o fundamento, que parâmetros são tomados para a viabilização do Ensino Religioso? Esta é a questão que pretendo defender principalmente se tratando de um assunto polêmico e uma bibliografi a escassa.

Política

Educacional

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Abordagem de discurso social não-literário, numa perspectiva sociossemiótica entre fé e razão

O discurso social não-literário apresenta um dualismo intrigante entre fé e razão. Confl ito humano e necessário para o crescimento do ser e aprofundamento da sua existência.

dogmatismo

transformação da fé cega

crer saber

ñ saber ñ crer

nulo ø

ideologia

Modelo de análise semiótica segundo Pais(2006).

Abordarei de uma forma sintetizada o universo do discurso religioso, sua existência e interação no contexto sociocultural brasileiro contemporâneo e sua relação entre o que é fé e razão.

Uma escola inteligente, emancipadora, inclusiva, que respeita os saberes e a diversidade cultural não pode excluir o conteúdo religioso, uma vez que este universo não é estranho à vida. A religião ou a fé é inerente ao homem. Todo ser humano crê em algo, seja, um Deus, uma força superior, um ser místico ou imaginário.

Uma criança não é capaz de compreender os dogmas e princípios como Teologia, mas possui

sentimentos, valores, de religiosidade que a leva ao imaginário.

Lida com bem e mal, verdades e mentiras, alegrias e tristezas, derrotas e vitórias um antagonismo constante cheio de perguntas e confl itos interiores.

A religiosidade é uma percepção de tudo aquilo que ultrapassa a nossa compreensão.

Religião é uma escolha pessoal em termo de crença e fé. Acredito nessa palavra ou que seja o caminho correto. Religiosidade é fala de uma força profunda de movimentação humana e intensa que busca sentido e explicação em tudo que nos cerca.

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A fé nos cega e faz crer numa verdade única e absoluta. A razão nos permite pensar e discernir entre o que queremos e o que de fato buscamos.

Pensamos que deva existir um equilíbrio entre a fé e a razão que nos leve a perceber que a procura pelo sentido e signifi cado das coisas devem suprir nossas angústias, anseios e desejos de querer explicar o inexplicável.

ALVES, Rubem(1999) “O homem é a criatura, em busca de vida, carente de força”.

Será essa a visão de homem ou o cidadão que queremos contextualizar socialmente e afi rmar que realmente nasce sem sentido e que de repente morre sem ter realizado e vivido intensamente, por mero acaso ou destino.

Ensinar religião não é gravar um sinal, deixar uma marca, escrever em papel branco, doutrinar, oprimir, impor. Ensinar ultrapassa a fronteira da razão e da fé.

Vários cientistas e muitos teólogos passam a vida tentando explicar a natureza, a ciência e as razões para a existência humana e tudo que há no universo. Vemos isso como uma forma de ser apropriar da fé para manipular tudo que é sagrado e como argumentar para justifi car a razão. Fé e razão são coisas distintas, são motores propulsores que nos direcionam. Somos seres individuais, por tanto pensamos de forma diferente uns dos outros. Quem sabe ou tenta explicar acaba através do poder do seu discurso manipulando uma multidão de pessoas, tal qual a educação com seu discurso que só aprende e tem valor o indivíduo que estuda, que possui formação acadêmica. Não leva em consideração a cultura popular. Os Jesuítas não catequizaram os índios, eles impuseram sua cultura e sua crença, usaram do poder e da razão e manipularam a fé.

Negar a fé é desafi ar a lógica. Existem, porém, glândulas e secreções que mexem com as nossas emoções, paixões e medos. A ciência tenta racionalmente explicar os motivos que levam a esses confl itos e desequilíbrios, porém sempre esbarram em algo que não compreende e que a lógica e o óbvio estão longe de explicar. O cérebro humano está cheio de neurônios que estabelecem conexão entre si, processando informações, em que cada causa tem um efeito. Ação e razão. Os céticos crêem numa razão suprema e absoluta, só aceitamos a fé diante da impotência humana.

Concluímos então que não podemos escolher apenas fé ou a razão por sua superioridade. Devemos integrar as duas e aprender a usá–las em conjunto, fortalecendo nossa personalidade com seu poder combinado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Maria de Lourdes Masiero Lamim é formada em pedagogia com habilitação em administração e supervisão escolar, pós-graduada em didática do ensino superior e direito educacional, aluna do mestrado em semiótica, tecnologia de informação e educação e diretora da Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) Profª Jovita Franco Arouche

ADORNO, T. W. Educação e emancipação. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1995.

ALVES, Rubem. O que é religião? São Paulo, SP, Loyola, 1999

BURKE, Peter Uma Históris Social do Conhecimento de Gutemberg a Diderot. Rio de Janeiro: Jorge ZAHAR Editor, 2003

BERTRAND, Denis. Os Caminhos da Semiótica Literária. Bauru, SP, EDUSC, 2003

Esquema Fornecido em Sala de Aula Pelo Programa de Mestrado em Semiótica, Tecnologias de Informação e Educação, Universidade Braz Cubas, Mogi das Cruzes, 2006.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. 29 ed. Petrópolis: Vozes, 1987.

GAADNER J., HELLERN V. , NOTAKER H. O Livro das Religiões. São Paulo: Companhia de Bolso, 2005.

GILES, T.R. História da Educação. São Paulo: EPU, 1987.

Política

Educacional

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Ser professorSer professornão é sacerdócio

Dia desses, lendo uma das edições anteriores da excelente revista Educando em Mogi, chamou-

me a atenção um dos artigos que tratava a profi ssão de professor como um sacerdócio, obviamente pelo fato de a ocupação apresentar caráter nobre e venerável em razão do devotamento que exige. Entendi perfeitamente a comparação, mas quero discordar dela. É que tenho uma tese particular – que gostaria de compartilhar com vocês – que credita a esse tipo de pensamento grande parte dos percalços enfrentados atualmente pelos chamados mestres, principalmente aqueles que atuam no setor público.

Vou tentar explicar. Embora reconheça que o ato de ensinar as primeiras letras a um ser humano concentre, de fato, características bastante nobres, julgo que elas também sejam inerentes a outras ocupações, como a de médico, arquiteto, engenheiro, jornalista, secretária, enfermeira, entre outras.

Então, por que esse traço sempre aparece tão arraigado à profi ssão de professor? Sinceramente, conquanto essa afi rmação possa chocar alguns, creio tratar-se de um processo destinado a desvalorizar o profi ssional da educação. Exatamente isso.

Grande parte dos baixos salários recebidos por alguns professores no fi nal do mês, pode ser atribuída a um processo de mitifi cação, muito bem elaborado, que inculcou nos próprios educadores a pseudotese de que sua função é especial, diferente dos demais porque não visa à remuneração máxima, mas tão somente à satisfação pessoal e à missão de educar o país. Falso. Ser professor é tão importante como ser engenheiro civil ou agricultor. Cada uma das ocupações reconhecidas no Brasil tem suas características e particularidades, portanto, seus vencimentos devem ser tratados de maneira equivalente, como vistas a recompensar, da melhor forma possível, a aplicação e a dedicação empenhadas em seu exercício.

Hoje em dia, para ser um bom professor, é preciso empenho, capacidade para transferir seu conhecimento aos alunos, atualização constante, habilidade para relacionar-se com pessoas, percepção para lidar com personalidades diferentes, entre outras qualifi cações.

Rubens Guilhemat

Política

Educacional

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Quero dizer que não são “coitadinhos”, como alguns insistem em colocar, aqueles que optam pela profi ssão de educador. Pelo contrário, são pessoas respeitáveis que, além de exercerem suas competências durante a prática profi ssional, são também cidadãos com obrigações fi nanceiras que aguardam a boa remuneração no fi nal do mês. E não há nenhum pecado nisso.

É por conta disso que me insurjo sempre contra manifestações que priorizam o lado sacerdotal da profi ssão à correta remuneração dos educadores. E percebo que a coisa começa cedo. Como pró-reitor de Graduação, tenho a oportunidade de participar de muitas colações de grau, aquelas cerimônias que marcam a saída dos estudantes da universidade e os apresentam ao mercado de trabalho.

Com o tempo, percebi uma nítida diferença entre o conteúdo dos discursos dos paraninfos das diversas turmas. Enquanto os futuros médicos, engenheiros e arquitetos ouvem mensagens sobre o futuro auspicioso que os espera, os formandos das Licenciaturas recebem dicas de como enfrentar os percalços do mercado de trabalho, em que invariavelmente são instados a não sucumbir diante das adversidades, sendo o baixo salário a mais recorrente delas.

Para que se inicie um processo de valorização do professor, é preciso uma imediata mudança de postura. Sacerdócio, para mim, é mais apropriado à carreira eclesiástica.

Rubens Guilhemat é arquiteto, professor e pró-reitor de Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes

Política

Educacional

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Projeto Leitura na Educação Infantil

Fátima Aparecida Pereira Lopes

Vivenciando a Poesia: Poesia para ouvir, recortar, colar, dançar, representar e inúmeras outras coisas.

O projeto “Vivenciando a Poesia” nasceu a partir da constatação do desinteresse

das crianças pela leitura, escuta de histórias e, também, a falta de hábitos de leitura da família, que se justifi cava pela falta de tempo ou de arti-gos interessantes para lerem.

Por se tratar de alunos da educação infantil e estes ainda não fazerem a leitura de forma con-

vencional, mas, a leitura através das fi guras do texto, pensei em trabalhar com textos que pu-dessem desenvolver o gosto pela escuta de his-tórias e, ao mesmo tempo, textos que pudessem dar inúmeras possibilidades de aprendizagens dentro de todas as áreas de conhecimento.

Após a leitura de diversos gêneros literá-rios, descobri junto aos alunos, que a poesia nos

Práticas

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Ensino

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transportava para um mundo, onde as palavras ganhavam vida e possuía um jogo de palavras onde a repetição dos sons mostrava alguns as-pectos próprios da linguagem poética que a dis-tinguia de outros textos literários.

A poesia, por possuir um texto estruturado, nos deu inúmeras possibilidades de aprendiza-gens dentro de todas as áreas de conhecimento e como diz José Paulo Paes em “Poesia para crian-ças”: “...a poesia tende a chamar a atenção da criança para as surpresas que podem estar escondidas na língua que ela fala todos os dias sem se dar conta delas...”

Sendo a poesia um texto organizado, se-qüenciado e com uma musicalidade própria, ela favorece a expansão da percepção visual como, por exemplo, na repetição de palavras e a percepção auditiva que aparece nas rimas e faz com que o texto tenha movimento.

Pela poesia se pode ainda brincar com as pa-lavras criando recortes, colagens, danças; desco-brir a beleza da natureza; fazer amigos e inúme-ras outras coisas. Além disso, a criança precisa sentir prazer pela leitura e a poesia não morre ao fi nal de sua leitura, ela dá asas à imaginação.

No projeto várias poesias foram vivenciadas e adaptadas às áreas do conhecimento (Artes Visuais, Matemática, Português, Natureza e so-ciedade, Movimento e Música) e puderam ser também diferenciadas de outros gêneros literá-rios como os contos de fadas, fábulas, convites, textos informativos e outros.

Algumas poesias como, por exemplo, no tex-to “O Relógio”, de Vinícius de Moraes, foi tra-balhado noção de tempo, seqüência numérica, recorte e colagem. Na poesia “A formiga”, do mesmo autor, destacou-se a cooperação, a ami-zade e a fragilidade da Natureza.

O projeto teve ainda apresentação de teatro, con-fecção de livros e poesias, culinária e encerramos com a exposição das atividades feitas pelos alunos e a apresentação da Escola de Balé de Taiaçupeba com alunas da nossa escola dando destaque para a poesia de Cecília Meireles, “A Bailarina”.

Hoje, o livro é mais valorizado pelos alu-nos, que tem acesso mais constante ao CEDIC (Centro de Divulgação e Construção do Conhe-cimento) da escola não só no horário de aula, mas junto com os seus pais após a aula, fazendo empréstimos de livros. Também se percebe suas mudanças em rodas de conversas com um diá-logo mais organizado e criativo.

Fátima Aparecida Pereira Lopes é pedagoga, graduada em Psicologia, pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação - Cátedra Paulo Freire, Mogi das Cruzes (CEPEC) e professora de Educação Infantil da Escola Municipal Profª Cecília de Souza Lima Vianna.

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Práticas

de

Ensino

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ACORDAI JOÃO!As Festas Populares e a Prática Pedagógica

“... Simplesmente, não posso pensar pelos outros nem para os outros nem sem os outros”. (P.E. 117-92).

Visitando “nosso” sítio, participei de uma conversa entre minha tia e meu irmão, que falavam das árvores frutíferas

vistas terreiro afora. Lembraram-se, saudosos de um pé de laranja (para fazer doce) que secou com o passar dos anos. Com o pé de laranja veio a lembrança da minha falecida avó... Comentaram sobre o hábito que minha avó tinha de não deixar ninguém apanhar laranja antes do dia de São João. Nesta data eram erguidos no sítio mastros com as bandeiras dos santos do mês de junho e julho, nos quais eram amarrados alimentos (milho, laranja, etc) em agradecimento à colheita.

Ainda se reportando às tradições antigas falamos sobre a Folia do Divino que já não acontece como antes. As bandeiras percorriam os sítios pedindo permissão para entrar nas casas e na hora de ir embora cantavam agradecendo a acolhida e o pouso. Finalizamos o assunto com pesar das pessoas já falecidas e com o comentário que as tradições estão sendo esquecidas, que as novas gerações não se interessam pelas tradições antigas.

Maria Luiza de Lima Camargo Giuliani

A escola vem resgatando esta cultura. Sendo ela um território neutro nas questões de religião e fé, o projeto de trabalho é direcionado

no seu aspecto folclórico. Na Escola Municipal Leopoldino Cardoso de Moraes, comunidade de Biritiba Ussú, temos o privilégio de poder

contar com a participação da professora Vanisse Aparecida Oliveira, violeira e moradora do bairro que trabalha com coral de alunos nos

eventos escolares e conhece bem o repertório musical da Festa do Divino Espírito Santo.

As escolas vêm adaptando os projetos desenvolvidos junto às festividades e já é comum termos uma Festa Regional no mês de junho.

A Escola Municipal Profª Marlene Muniz Schmitd já apresentou números artísticos resgatando o conhecimento popular no ano de 2006 e para 2007

ampliamos esse trabalho com o estudo das regiões brasileiras e apresentações folclóricas que as caracterizam. Esse trabalho coletivo contempla os objetivos

do Projeto de Música.

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Práticas

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Ensino

Vale ressaltar para quem ainda fi ca na ‘’saia justa’’ entre o religioso e o profano que as Festas Populares dão a oportunidade de trazer a Comunidade para participar da Escola, mostrar aspectos e características relevantes do Bairro e até mesmo propiciar e promover talentos.

Outro questionamento comum entre os professores é o ensino de valores dentro da escola (sabemos que esse ensinamento permeia todo o conteúdo dado no ano letivo) se faz pertinente nas Festas Populares, pois caracteriza todas as nossas ações na preparação do evento (responsabilidade, solidariedade, união, respeito, diversidade, alegria, entusiasmo, dedicação, entre outros...).

Não podemos nos esquecer também de voltar nosso trabalho para as questões ambientais (balões, fogueiras, queimadas) e o impacto das atividades humanas no desequilíbrio do Planeta, é urgente questionar junto aos alunos a reversão desse quadro, ações para cuidar senão do Planeta, pelo menos do nosso Bairro.

Esse trabalho de levar o aluno a conhecer a história para compreensão dos acontecimentos da atualidade, comparar manifestações populares de diferentes regiões e encontrar traços conhecidos nas apresentações locais e atuar nas questões referentes à escola e comunidade abre espaço para sua leitura de mundo, para ser agente de sua própria história, permitindo a identifi cação com sua comunidade, aspirações e problemas, tendo papel importante na transformação local: estudando, analisando, reivindicando soluções para problemas comunitários pertinentes. Permite-lhe “SER MAIS”.

Essa é a contribuição da escola emancipadora, sair dos moldes da educação bancária e fomentar na comunidade escolar a criticidade, autonomia e a co-responsabilidade nos assuntos de interesse comum para benefício de todos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade, Rio de Janeiro, Paz e Terra

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro, Paz e Terra

Maria Luiza de Lima Camargo Giuliani é pedagoga, formada em Educação Artística, atualmente é professora das E.M. Leopoldino Cardoso de Moraes e Prof. Marlene Muniz Schmidt e pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação “Cátedra Paulo Freire”, Mogi das Cruzes (CEPEC).

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Nem só de música vivia Heitor Villa-Lobos, mas também de fazer pipas durante sua

infância, apreciar as belíssimas obras dos nordestinos, lutar capoeira e ainda fazer muitas andanças pelo mundo. Foram essas as descobertas realizadas pela equipe do Colégio Gaspar Vaz durante a pesquisa feita no planejamento do início do ano letivo de 2007 para colocar em prática o projeto “Brasileiríssimo”, com o objetivo de valorizar a produção dos nossos artistas brasileiros.

Villa-Lobos foi escolhido como foco principal pela riqueza e diversidade de seu trabalho. Assim, nossos pequenos passaram o ano todo reproduzindo e fazendo releituras de suas obras, como O Uirapuru e Trenzinho Caipira, que todos têm na ponta da língua.

Obras de Tarsila do Amaral também foram apreciadas e reproduzidas, assim como as belas poesias de Mário de Andrade para lembrar a Semana da Arte Moderna de 22, da qual o músico foi um dos mais importantes e atuantes artistas.

Para fazer alusão às suas andanças pelo nordeste, os alunos aprenderam artesanato, músicas e danças da região. A fauna e fl ora brasileira também foram exploradas para homenagear a fl oresta Amazônica, principalmente a vitória-régia, símbolo da região, pois Villa-Lobos também passou por lá.

Em novembro foi realizada uma grande exposição dos trabalhos realizados durante o projeto, com participações especiais, como do grupo de Capoeira Baraúna e o coral da Associação dos Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo (Apampesp), que brilhantemente apresentou cantigas de roda de música com nossas crianças.

Trabalhar com artes de maneira geral sempre foi uma das prioridades do Colégio Gaspar Vaz, pois além de formar cidadãos críticos, queremos crianças criativas e sensíveis ao mundo que as cerca.

Hoje, as crianças não conhecem somente o músico Heitor Villa-Lobos, mas também toda sua obra e o que ele presenciou e apreciou como poesia, dança e outras manifestações culturais do nosso povo.

Explorando o mundo Explorando o mundo através daatravés da arte

Renata Mazaro Piva da Silva

Renata Mazaro Piva da Silva é professora da Rede Municipal de Ensino, sócia-proprietária do Colégio Gaspar Vaz e pedagoga pós-graduada em Gestão Escolar

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Saber formular questões é uma habilidade imprescindível para o ser humano. Tem implicações para vários aspectos do desenvolvimento (cognitivo,

motivacional, criativo, crítico, social). Trata-se de um processo complexo cuja seqüência é apresentada a seguir tendo por foco o professor. Espera-se que o professor oriente o aluno a seguir esta seqüência para que ele aprenda a melhor formular questões.

O processo é seqüencial e progressivo, começando por enfocar uma situação problemática, confl itiva, com alternativas diversas de formulação da pergunta e da resposta. O simples fato do professor estar ciente da seqüência e seguí-la de modo explicito já pode ser uma ajuda para o aluno aprender a fazer perguntas e entender melhor as que lhe são feitas. Para formular questões siga a seqüência descrita a seguir:

1 – Analise cuidadosamente a matéria (texto, aula, fi lme, desenho, história em quadrinhos) procurando situações instigantes, que “façam pensar” e não apenas repetir o texto, o ouvido ou o visto.

2 – Procure elementos contrastantes ou incongruentes na matéria.

3 – Cheque se não há incongruência entre o título e a mensagem da matéria, faça questões sobre o assunto.

4 – Observe os pontos em que suas expectativas e conhecimentos não correspondem ao exposto na matéria, busque a opinião de outros autores.

5 – Tente localizar aspectos para questões emergentes que você gostaria de fazer para si mesma ou a outras pessoas para tentar identifi car e descrever as discrepâncias.

6 – Crie uma imagem mental da questão que descobriu implícita no texto e escreva-a livremente sem se preocupar com sua estrutura.

7 – Recorra a procedimentos que fornecem e facilitam a estrutura de perguntas do tipo explicativo que se caracterizam por:

• percepção de anomalias,

• reconhecimento de ambi-güidades,

• sensibilidade, intuição e

• uso da metacognição.

O Processo de Formular Questões

Geraldina Porto Witter

Práticas

de

Ensino

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8 – Faça o mesmo com questões explicativas que se caracterizam por:

• requerer possíveis explicações, • usar estratégias de planejamento, • buscar coerência, • buscar pensamentos convergentes.9 – Com base no item 8 formule sua(s) questão(ões).

10 – Responda às questões.

11 – Considere possíveis alternativas de resposta, crie uma outras imagem e tente aprofundar-se na situação problemática e gerando questões mais ricas, maravilhosas, que se caracterizam pela geração de novas idéias e por serem:

• imaginativas, • especulativas,• exploratórias.12 – A partir das questões formuladas no item 11, pense outras.

13 – Use o mesmo procedimento para formular questões adicionais.

14 – Especule sobre as possíveis respostas.

15 – Selecione criticamente as questões com maior potencial para viabilizar desenvolvimento dos alunos e use-as.

Não é tarefa fácil. Siga o procedimento, discuta com seus colegas o processo e as questões formuladas. Registre as respostas dos alunos, analise-as para verifi car que objetivos alcançou. Registre e analise as perguntas dos alunos. Lembre-se que mesmo em provas avaliativas é

produtivo assegurar aos alunos o direito de formular e responder pelo menos uma questão.

Não tenha de início um nível de aspiração muito alto. Perguntar bem é tarefa difícil e trabalhosa. Insista, você se desenvolverá como pessoa e verá seus alunos se desenvolverem. Vale muito na vida saber fazer a pergunta certa. Treine. Bom êxito.

Geraldina Porto Witter é pedagoga, psicóloga, doutora em Ciências (Psicologia) - USP e livre docente em Psicologia Escolar na Unicastelo

2020

O dia-a-dia da escola, sua dinâmica e necessidades levam os profi ssionais da

equipe escolar a buscarem sempre novos trabalhos e atividades que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem. É de grande valia reconhecer que a aprendizagem quando acontece relacionada ao prazer de conhecer e descobrir traz não só aos alunos, mas a todos que os cercam, uma grande satisfação. É assim que vem acontecendo com a equipe escolar da Escola Municipal Profª Ana Maria Barbosa Garcia e seus alunos do Ensino Fundamental (1ª a 4ª série).

Tudo começou com a vontade de registrar os trabalhos desenvolvidos com os alunos das 4ªs séries. Da união entre professoras e o orientador de informática da escola nasceu a idéia do Blog Educativo, focado na questão da cidadania. Já não bastava estudar entre as quatro paredes da sala de aula as causas e os efeitos do aquecimento global, os alunos queriam “anunciar” para o mundo que é preciso refl etir e agir sobre essa realidade. E assim vem acontecendo, eles estão plugados nos acontecimentos da escola, do bairro, do país e do planeta. O blog dos alunos mostra relatos, opiniões, mensagens, fotos, ilustrações e sons; um documento de tudo o que se aprendeu e conheceu com os amigos de sala de aula.

A vantagem do e o prazer de alimentá-lo sempre com novidades está na questão da interatividade. É muito bom saber o que os outros pensam sobre nossas pesquisas e trocar idéias e opiniões. É uma forma de também aprender com a diversidade de pensamento e ideologias, respeitando-as.

Todo o trabalho é acompanhado pelas professoras e o suporte técnico fi ca por conta do orientador de informática. Além disso, contamos com a colaboração de toda equipe escolar.

Blog Educativo:

um passo-a-passo para a Cidadania

O blog, como recurso tecnológico, é de fácil construção e de simples manutenção. Dos sites que disponibilizam o serviço, muitos deles são gratuitos, o que facilita ainda mais o trabalho.

Esta ferramenta, além de contribuir para o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar, também coloca os alunos frente à necessidade de se superarem, caprichando mais na escrita dos textos e na confecção de outros trabalhos.

Giane Nunes de Mello

Práticas

de

Ensino

2121

um passo-a-passo para a Cidadania

Na era da informática, da tecnologia e de tantas refl exões sobre o sistema educacional brasileiro podemos acreditar que com iniciativas simples construiremos um ensino mais prazeroso sem abdicar da qualidade. Conheça o blog da escola, no endereço www.anamariabarbosa.blogspot.com

Agenda 21 é destaque

Elaboração: alunos da E. M. Profa. Ana Maria Barbosa Garcia, sob orientação das Professoras Rosangela e Giane e Orientador de Informática Mario.

Objetivamos com essa atividade não só a conscientização e aquisição de conhecimentos por parte de nossos alunos, mas a construção de cidadãos críticos, capazes de agir em defesa de melhores condições de vida para todos, promovendo a sustentabilidade planetária.

Hoje nos deparamos com uma realidade crítica quanto ao Meio Ambiente, e é desde a infância que deve ocorrer essa mudança de atitude.

Felizmente contamos com o apoio de pessoas e entidades que vêm acrescentar ao nosso projeto sugestões e simultaneamente, valorizá-lo como incentivo à sua continuidade.

“Parabenizamos pelo trabalho desenvolvido no blog e incentivamos a continuá-lo, de modo a divulgar a Agenda 21 também como proposta concreta para inserir a sustentabilidade em nossas ações cotidianas.” (Coordenação do Programa Agenda 21 do Ministério do Meio Ambiente)

Para saber mais entre no site:

http://www.mma.gov.br/agenda21

Giane Nunes de Mello é graduada em Letras, pós-graduada em Psicopedagogia pela Universidade Braz Cubas e professora nas Escolas Municipais Profª Ana Maria Barbosa Garcia e Maria Colomba Colella Rodrigues.

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Fanfarra da Dr. Álvaro conquista Fanfarra da Dr. Álvaro conquista título paulista e é vice no brasileirotítulo paulista e é vice no brasileiro

Com pouco mais de dois anos e meio de existência a Fanfarra Álvaro Campos Carneiro

(FACC) conquistou o vice-campeonato nacional da categoria infanto-juvenil. A equipe, composta por aproximadamente 80 integrantes, representa a escola e o sonho de jovens e crianças da comunidade. Saíram do anonimato e conquistaram mais do que títulos, respeito pelo trabalho executado.

Fruto do projeto “Pra ver a banda passar” da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes, a FACC teve início em 2005, sob a coordenação dos regentes Daniel Carlos Amendola Bordignon e Felipe Stevan Bordignon da Silva e da coreógrafa Fernanda Valverde Renner de Moura. O objetivo era apresentar aos estudantes uma nova arte e, ao mesmo tempo, elevar a auto-estima dos alunos. Aproveitar o tempo livre com atividades voltadas ao desenvolvimento de habilidades musicais, também fi guram como propostas da Fanfarra. Mas, o trabalho foi além das expectativas, superou obstáculos e o que era um grupo formado para fazer apresentações locais passou a disputar competições e levar o nome da Escola Municipal Dr. Álvaro de Campos Carneiro para todo o Estado de São Paulo e Brasil.

A primeira classifi cação ocorreu em Santo Antônio da Posse, cidade do interior de São Paulo, no dia 29 de junho. A FACC conseguiu atingir a pontuação necessária para ingressar no campeonato estadual, no qual enfrentaria as melhores equipes paulistas. A partir de então, o próximo passo foi seguir para o município de Iaras, no dia 30 de setembro. Nesta ocasião, a equipe sentiu a pressão de estar entre os líderes e, mesmo assim, os alunos alcançaram o topo do ranking e se consagraram campeões estaduais.

Com a vitória trazida a Mogi das Cruzes, a fanfarra voltou aos ensaios, desta vez para um objetivo maior: o campeonato nacional. Depois de enfrentar três horas de viagem, a equipe da EM Dr. Álvaro de Campos Carneiro chegou até Lorena, cidade sede da competição. A comissão de mães, grupo de apoio e os regentes se concentraram para a apresentação que poderia dar o título à FACC. Nesta fase de competição, eles estavam ensaiando com novos instrumentos há apenas nove meses.

Na marcha de entrada tocaram “Entrada Festiva” e diante dos jurados “A Fúria dos Ventos” e “Suíte para Fanfarra nº 01”, composição e arranjo dos regentes Daniel e Felipe. As músicas foram compostas especialmente para a Fanfarra. São trabalhos de nível 1, elaboradas a propósito do desenvolvimento musical e técnico dos alunos.

A equipe competiu com outras fanfarras do Brasil e saiu vitoriosa, alcançado o vice-campeonato na sua estréia nesta competição.

O resultado trouxe estímulo aos integrantes da fanfarra que agora irão passar por uma nova etapa de aprofundamento na iniciação musical teórica e prática. Há uma fi la de espera com alunos que querem integrar-se à equipe. Para 2008, planejamos uma equipe para continuar a Fanfarra Simples Marcial Infantil e outra Fanfarra Infanto-Juvenil.

A presença da fanfarra contribui para a disciplina, atenção, concentração dos alunos e para o desenvolvimento das atividades pedagógicas. Além de ser uma atração para a comunidade, que pode conferir o resultado do trabalho em apresentações na própria unidade e em festividades do município.

Idalice Pereira de Sousa

Práticas

de

Ensino

Idalice Pereira de Sousa é vice-diretora da Escola Municipal Dr. Álvaro de Campos Carneiro, licenciada em História e Pedagogia e pós-graduada em Gestão Escolar.

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A Escola Municipal Professor Eulálio Gruppi, situada no bairro Mogi Moderno, recebeu nos dias 21, 22 e 23 de maio de 2007, a visita da

Cidade Portinho Seguro Itinerante. A Cidade é um projeto criado pela empresa Porto Seguro e segue os mesmos moldes da Cidade Porto Seguro, já existente no bairro da Mooca, em São Paulo.

É um espaço educativo que tem como objetivo proporcionar às crianças um aprendizado sobre as principais leis de trânsito, e como devemos nos comportar diariamente ao trafegar pela cidade. De uma forma lúdica, as crianças aprendem como um pedestre deve se comportar nas ruas e avenidas das cidades e como um bom motorista deve proceder no trânsito com seu veículo.

Nossos alunos receberam com grande animação a equipe de monitores especializados na orientação do projeto, e acompanharam, curiosos, a montagem do circuito no pátio da escola.

As crianças foram divididas em grupos e assistiram a uma palestra realizada pelos monitores sobre o trânsito. Nesta palestra foram explicadas as principais leis de trânsito, como o uso correto e a importância do cinto de segurança, a faixa de pedestres, o que representam as cores do semáforo, entre outros; tudo em linguagem simples e acessível à faixa etária de nossos alunos.

Após a palestra foi exibido o vídeo educativo “Uma aventura na Cidade Maluca”, onde se misturaram personagens reais e de desenhos animados, em cenários coloridos, que explicam didaticamente as principais normas de trânsito, de forma educativa e divertida.

A próxima parada foi, com certeza, a parte mais esperada pelos alunos. Eles passaram por um circuito representando uma pequena cidade com sinais de trânsito, placas, faixas de pedestres e semáforos, como numa cidade de verdade.

Neste circuito as crianças trafegaram com bicicletas pelas ruas como motoristas e, em outro momento, como pedestres. Receberam multas fi ctícias e orientações quando desrespeitavam as leis e incentivos quando passeavam corretamente pela cidade. Experimentaram na prática o comportamento ideal de um bom cidadão no trânsito, seja como pedestre ou como motorista.

Depois dessa emocionante aventura, as crianças coloriram desenhos da Cidade Portinho Seguro, receberam carteira de motorista mirim, revista em quadrinhos e algumas guloseimas como lembranças de sua participação no projeto.

As crianças comentaram emocionadas no fi nal do dia com seus pais, suas atividades na Cidade Portinho Seguro e prometeram fi car ‘de olho’ nas atitudes no trânsito dos papais e das mamães daqui para frente.

Recebemos nestes dias as visitas do Canal 19 (TV a cabo), da Rádio Meropolitana e do jornal Mogi News, divulgando e prestigiando nosso evento, aos quais agradecemos a participação e a atenção a nós dispensada.

Agradecemos também aos monitores da Cidade Portinho Seguro Itinerante, a parceria da Porto Seguro, aos funcionários, professores, direção, alunos e comunidade na elaboração e realização deste projeto.

Foram três dias de muita diversão, onde através do lúdico conscientizamos nossos alunos dos procedimentos que um bom motorista deve ter no seu dia-a-dia no trânsito, ou seja, educando hoje o motorista de amanhã.

Projeto Portinho SeguroProjeto Portinho SeguroEducando hoje o motorista de amanhãEducando hoje o motorista de amanhã

Equipe escolar da Escola Municipal Prof. Eulálio Gruppi

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Práticas

de

Ensino

O objetivo da atividade foi resgatar a cultura popular nordestina, que aos poucos está

sendo incorporada às grandes cidades brasileiras. Para isso, preparamos um bolo e falamos sobre os alimentos que compuseram a receita e suas qualidade nutricionais, o que proporcionou o ensino de matemática, respeito ao trabalho em grupo, higiene e multiculturalismo.

Inicialmente, falaríamos apenas sobre comidas típicas, como o bolo de fubá, mas os alunos se interessaram tanto que pediram para fazer a receita.

Uma aluna me pediu: “Professora, eu queria muito comer esse bolo, mas minha mãe não sabe fazer!”. A partir de então, resolvi desenvolver o trabalho na prática com eles. Quando contei a eles que iríamos fazer o bolo, a sala toda se manisfestou. “Professora, eu quero fazer o bolo pra ensinar a minha mãe”. Outros diziam: “Eu quero quebrar o ovo!”, “Eu quero colocar o fermento!”.

Escrevi a receita na cartolina, procurando mostrar os números, as fi guras e a escrita. Primeiro, fi z a leitura da receita mostrando aos alunos. Depois, convidei cada um para ler também, o resultado foi maravilhoso, mais do que eu esperava. Eles não viam a hora de chegar o dia para colocarmos a mão na massa.

O dia tão esperado chegou. Coloquei todos os ingredientes sobre a mesa do refeitório: leite, ovos, margarina, fubá, fermento, farinha de trigo e os utensílios necessários: xícara, colher e fôrma.

festa junina

Comida típica

de

Elisabete Chagas

Cada criança colocava os ingredientes no liquidifi cador seguindo a receita. Eles não viam o momento de quebrar o ovo. “Tia será que vai sair um pintinho de dentro do ovo?”, perguntou uma criança.

Depois que colocaram todos os ingredientes no liquidifi cador, um aluno foi convidado para ligar o aparelho. Era uma festa só. Eles se sentiam verdadeiros cozinheiros com a toca na cabeça. “Nós estamos igual à tia Elenice”, comentavam se comparando à nossa cozinheira. Olhamos no relógio e marcamos o tempo que o bolo levaria para fi car pronto. Foram 30 minutos de muita expectativa.

Chegou a hora e como esperado, o bolo fi cou maravilhoso. A Tia Antonia cortou o bolo e as crianças se serviram sozinhas. Neste mesmo dia, a cozinheira fez um outro bolo. Quem disse que eles queriam comer, só queriam o que eles tinham feito. “Nossa que gostoso fi cou o nosso bolo!”, “Viu, Tia Antonia? Eu sei fazer bolo de fubá!”, “Vou falar pra minha mãe”.

Eles não viam a hora de ir embora para casa e contar a novidade para as mamães. Quando entreguei as crianças aos pais, elas estavam felizes contando o que tinham feito na creche. Os pais fi caram surpresos com a emoção dos fi lhos. No outro dia, queriam fazer bolo novamente.

Elisabete Chagas é professora do Centro de Educação Infantil Comunitário (Ceic) Doce Lar e aluna do curso de pedagogia da Ulbra.

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Hoje, a inclusão é um fato legal e essencial. Essen-cial porque não podemos ignorar ou viver sob a

ilusão de que somos igualmente capazes de realizar as mesmas tarefas, e aqueles que não correspondem a pa-drões pré-estabelecidos, devem permanecer isolados, ou distantes dos olhos daqueles que os ignoram.

Legal, pelo fato de que a lei determina que todos têm o direito de freqüentar uma escola regular, independente de suas difi culdades.Mas afi nal, quem será incluído?

A exclusão social ocorre em todos os segmentos da so-ciedade, desde os mais remotos tempos. Parece até que ex-cluir é uma ação introjetada no comportamento humano. São muitas as razões pelas quais ocorrem a exclusão: por não se estar adequado aos padrões ditados pela moda, por não pertencer ao mesmo grupo social, intelectual, entre ou-tras razões.

Como incluir, se aprendemos a excluir?Em teoria, a inclusão é passo muito grande e necessá-

rio na evolução humana. Mas como fazê-lo? De quê ferra-mentas necessitamos? Se levarmos em consideração que toda criança nasce dentro de um meio social, a inclusão se torna, uma correção da exclusão que provocamos.

Vivemos em uma sociedade sistematizada, onde as pessoas correm em função do tempo e do dinheiro, sem-pre preocupados com a violência e a corrupção que cres-cem assustadoramente e são moldadas conforme os cos-tumes do meio em que estão inseridas. Onde está o incen-tivo ao sentimento altruísta, de doação, amor e dedicação necessários para esse trabalho?

Muitas vezes, o professor, sente-se completamente deso-rientado ao se deparar com a inclusão de um aluno com ne-cessidades especiais. Ao contrário do que pensa, esse aluno a princípio, desconhecido e diferente, costuma provocar na sala de aula o despertar de vários sentimentos, tais como: rejeição, admiração, cooperação, entre outros, que serão descobertos no decorrer do tempo e que são transformadores.

A paciência e o controle da ansiedade são fatores es-senciais para que o professor não seja tomado por instan-tes de euforia e decepções.

É importante ressaltar que não basta só boa vontade. Conhecer melhor o aluno e suas difi culdades possibilita uma real avaliação do que podemos esperar como resul-tado. Porém, não devemos subestimá-lo, nem nos frustrar-mos.

O apoio dos profi ssionais como fonoaudiólogo, fi sio-terapeuta, psicólogo, entre outros, auxilia no bom desem-penho de nosso trabalho, dando-nos suporte para repen-sarmos nossa prática, melhorando o rendimento desse aluno, juntamente com os demais.

Convido-os, caros colegas, a uma refl exão: Estamos preparados para a inclusão?

A inclusão vem ocorrendo, mas está longe de ser uma realidade segura para nós. É difícil quebrar concepções,

Inclusão:Uma conquista social,

um passo para cidadania

comportamentos e condutas da nossa comunidade, mesmo cientes de que a educação atual e o perfi l dos nossos alunos se modifi cou.

A melhor solução seria pro-mover uma mudança interior de nossos conceitos, métodos e estratégias, tendo em vista que a inclusão, na verdade, não se limita aos alunos com necessidades es-peciais, mas a uma nova geração que apresenta interesses e uma visão de mundo dife-rente da nossa.

Muitas vezes, a principal necessidade desse alu-no é ser aceito. E com isso, o professor estará ensina-do aos demais a aceitá-lo. Pode até não aprender a escrever seu próprio nome, mas estará promovendo na sala uma lição mais importante: o amor e o res-peito às limitações do outro.

Nós, profi ssionais da educação, somos como agri-cultores, semeamos as sementes, regamos, cuidamos e esperamos para colher os frutos do nosso trabalho. Nem sempre os vemos amadurecidos, mas de longe sentimos o cheiro das fl ores que desabrocham sob nossa constante “rega”!

Nos permitindo novas experiências, estaremos promovendo para o futuro, uma geração mais hu-mana, onde o respeito, efetivamente se torne uma realidade, e a palavra “exclusão” seja extinta da nos-sa sociedade, permanecendo adormecida no dicio-nário.

Rosangela Miranda de Souza e Silva

Educação

Especial

Rosangela Miranda de Souza e Silva é bacharel em Ciências Biológi-cas na Universidade Braz Cubas, capacitada em Educação Especial e professora de Ensino Fundamental da Escola Municipal Profª Ana Maria Barbosa Garcia e Educação Especial na Escola Municipal de Educação Especial Profª Jovita Franco Arouche.

Fotos: Antonia Milva Silva Laranjeira, professora de Educação Especial na Escola Municipal de Educação Especial Profª Jovita Franco Arouche.

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Uma equipe comprometida com a Educação

Os Orientadores de Informática, também co-nhecidos como OIs, formam uma equipe só-

lida e comprometida com a educação, tendo como objetivo, através da tecnologia, conduzir a consoli-dação do conhecimento às crianças de educação in-fantil, ensino fundamental e para os alunos do pro-grama Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede de ensino municipal da cidade de Mogi das Cruzes.

Em 2003, como parte integrante do Programa de Tecnologia Educacional, promovido pela Prefeitura de Mogi das Cruzes, por meio de sua Secretaria Mu-nicipal de Educação, a equipe iniciou suas atividades com um grupo formado por 4 profi ssionais da área de informática, que receberam treinamento básico em téc-nicas pedagógicas, aptos assim a adequar os recursos tecnológicos às necessidades das escolas municipais, oferecendo apoio técnico, subsídios aos professores e ministrando cursos básicos de informática à comuni-dade. No mesmo ano, começaram os trabalhos com a Unidade Móvel de Informática (UMI), que atendia comunidades rurais e escolas de difícil acesso.

Consolidado, o projeto em 2004 contou com a in-clusão de novos orientadores, ampliando o atendi-mento em novas escolas, ajudando assim a garantir que toda criança tenha o direito de desenvolver ple-namente seus diferentes potenciais usando as ferra-mentas da era digital, o que contribui com a meta da Secretaria Municipal de Educação que visa oferecer educação com qualidade social para todos os mogia-nos. Por iniciativa da própria equipe, novas idéias começaram a surgir. Foram desenvolvidos os sites para algumas escolas, pesquisa de novas tecnologias e softwares, bem como a participação em fóruns e congressos.

Passados dois anos, a equipe adotou o sistema de auto-gestão, com apoio da Secretaria, uma vez que em meados de 2006, o programa já contava com a participação de 16 orientadores. A implantação des-te sistema conferiu uma maior agilidade na tomada de decisões e resolução de problemas, proporcio-nando também, a experiência de coordenação aos OIs, respeitando um rodízio mensal previamente estabelecido.

Sempre em constante evolução e aprimoramento de seus conhecimentos, os OIs fazem treinamentos periódicos, ministrados pelos próprios membros da

equipe, visando o nivelamento de suas habilidades e formação tecnológica.

Atualmente, o programa conta com 26 profi ssio-nais divididos em 5 comissões (veja o quadro), cada qual com suas atribuições particulares, aumentando a demanda de atividades e iniciando o trabalho de coleta de indicadores de qualidade.

Os trabalhos comissionados permitem a execu-ção de projetos em paralelo e garante ao grupo, a ex-celência técnica na condução dos mesmos, respeito para com a população atendida, dedicação na busca de soluções, ética nas relações e espírito de equipe.

O refl exo de sucesso do Programa de Tecnologia Educacional, permite destacar alguns projetos dos OIs, como o desenvolvimento do moderno e estru-turado site da SME (http://online.pmmc.com.br/sme), sempre com informações atualizadas e perti-nentes a tudo que diz respeito ao ensino em nossa cidade.

Dentre outros, um projeto de importância rele-vante é o Pacote de Atividades de Informática (PAI), um CD com atividades pedagógicas, produzidas totalmente em software livre com a colaboração de professores da rede municipal e que foi lançado ofi -cialmente, dentro do Fórum Mundial de Educação, sediado na cidade entre os dias 13 e 16 de setembro de 2007. Sua principal característica é ser uma solu-ção sem custos de aquisição e que atende as neces-sidades da rede municipal, permanecendo em cons-tante atualização.

Destacam-se, também, os projetos que não são de execução exclusiva dos OIs, em que sua participação teve contribuição signifi cativa, um exemplo atual é o site “Refl oreste Vida”, uma parceria com a Escola Ambiental (EA). O site tem uma função importante dentro do projeto, que cunha os princípios da educa-ção ambiental, desde a visitação do aluno à EA pas-sando, através do site, para a encomenda da muda a ser plantada e fi nalizando com o plantio real pelo próprio aluno que fez a encomenda.

Como se vê, a participação dos OIs tem papel de suma importância dentro do contexto educacio-nal municipal, pois funde-se às bases fundamentais do ensino e contribui no alicerce para construção de uma escola mais socializada e de ampla qualidade.

Especial

Equipe dos Orientadores de Informática

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Abaixo, destaque para quais são e o que faz cada comissão do grupo de orientadores:• Comissão de Atividades Educacionais (CAE) - responsável pela pesquisa de softwares educativos e desenvolvimento de atividades para os alunos. Utiliza softwares gratuitos para a criação de atividades.

• Comissão de Inclusão Digital (CID) - responsável por atividades que envolvam a comunidade, tais como desenvolvimento de material didático para o Curso Básico de Informática, planejamento das atividades e o conteúdo programático.

• Comissão de Infra-Estrutura (CIE) - gerencia as condições de funcionamento das salas de Informática, elabora relatórios com vistas às solicitações de suprimentos de Informática, atualizações de equipamentos, etc.

• Comissão de Desenvolvimento de Sistemas (CDS) - responsável pelo desenvolvimento e manutenção de sistemas solicitados pela SME.

• Comissão de Comunicação e Documentação (CCD) – a última comissão a ser criada, tem como principal atribuição nortear as informações internas e externas pertinentes à equipe, para toda a produção material e intelectual por ela desenvolvida.

Programa de Tecnologia Educacional de Mogi das Cruzes é destaque nacional

O Programa de Tecnologia Educacional, promo-vido pela Prefeitura de Mogi das Cruzes, ganhou destaque nacional em dezembro de 2007. O trabalho dos orientadores de informática das escolas muni-cipais foi selecionado pelo Ministério da Educação para compor o Banco de Experiências Inovadoras em Gestão Educacional. Analisado por consultores e es-pecialistas do Instituto Nacional de Estudos e Pesqui-sas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a experiência mogiana será referência para gestores de todo o país.

“O reconhecimento do Inep ao trabalho desenvol-vido em Mogi é mais um exemplo de sucesso do ensi-no público municipal. Em 2007, a cidade foi destaque ao sediar o Fórum Mundial de Educação e participar de um congresso sobre educação ambiental na Espa-nha”, comentou o prefeito Junji Abe.”

De acordo com o parecer do MEC, a experiência se destaca no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), produzindo sites, softwares e material didático. Também é ressaltada a busca da democratização do acesso às novas tecnologias no en-sino regular, não-regular e à comunidade em geral.

A integração entre os orientadores de informática da rede municipal de ensino e professores faz parte do sucesso da iniciativa que agora será exemplo para ou-tros municípios brasileiros. “Os educadores pensam no

conteúdo que querem trabalhar e a equipe transfor-ma este trabalho em uma atividade de informática”, explicou o orientador Lisandro Magela Oliveira. Recen-temente essa parceria rendeu um importante fruto: o Pacote de Atividades de Informática (PAI), um CD com 162 atividades envolvendo as disciplinas de matemáti-ca, português, ciências, história e geografi a.

“A Prefeitura tem nos apoiado em todas as nossas ações. O trabalho foi feito por toda a equipe e levou três anos para atingirmos este resultado. Passamos por uma capacitação sobre o uso do software ‘Hot Potato’ em nossas reuniões quinzenais e cada um tra-zia a experiência de sua escola para complementar o trabalho”, contou Oliveira.

Semanalmente, os alunos de 27 escolas que pos-suem sala de informática têm uma atividade coor-denada pelo orientador de informática e o professor. As unidades que não têm a sala recebem a visita da Unidade Móvel de Informática, um ônibus adaptado com computadores para atender estudantes e a co-munidade de áreas mais distantes.

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Atualmente o mundo traz informações com ta-manha velocidade que, às vezes, chega a assustar. A tecnologia avança em segundos e nossas crianças mergulham nesse mundo virtual apaixonadamente. Conseguimos observar olhinhos brilhantes a todo momento, correndo de um lado para outro, sem piscar, olhando fi rmemente para a tela, sem nem ao menos desviá-los para as mãos, e nem precisa, tudo é simultâneo. Olhos, mãos, pensamento...

A tecnologia é tão fascinante que consegue co-locar o mundo tão grande numa pequena telinha, onde o conhecer, o aprender, o interagir com diferentes pes-soas e diferentes situações, que transportam e trans-formam idéias, são cada vez mais marcantes.

Quando surgiu o rádio e depois a televisão, as an-tigas gerações se surpreenderam com o progresso para a época, tinha até quem falasse que eram “coisas do mal”, caixas que fa-lam!

O telefone, que mara-vilhosa invenção! Nos per-mitia ouvir nossos amigos e parentes, independente da distân-cia em que se encontravam. Gharam Bell que não nos ouça, mas deslumbre mesmo é poder “ouvir” e “ver” pessoas que estão longe de nós e até conhecer novos amigos.

O que diriam nossos avós sobre isso???

Quantos avanços, e é isso mesmo que deveríamos esperar para o ano 2000, a tecnologia ao alcance de todos, sem tolher informações, sem negar o que é para todos: “o saber”. Mas infelizmente os computadores não existem em todos os lares. Ainda há quem não possa tê-los.

Dentro dessa realidade, a Secretaria Municipal de Educação desenvolve projetos que benefi ciam todas as comunidades, oferecendo-lhes acesso à leitura e à informática de maneira fácil e prazerosa.

O saber ao alcance de todos

Baseando-se na nossa comunidade, podemos perceber que crianças, adolescentes e até mesmo adultos procuram com freqüência por esses serviços, saindo satisfeitos, usufruindo os benefícios que dispomos.

O projeto “Democratizando a Informação” atende à nossa comunidade aos fi nais de semana. As visitas à sala de informática e ao CEDIC visam inserí-los no mundo digital e possibilita o acesso a recursos que auxiliam em suas atividades escolares, pesquisas,

leituras e lazer.

Esse projeto, em especial, possui um caráter socioeducativo que

contribui para o desenvolvi-mento pessoal e social de

nossas crianças e é exata-mente isso que busca-mos. Essa é a função social da escola: ofe-recer recursos a quem necessita, dar acesso à informação, ao lazer e desta forma, auto-maticamente, a escola está fazendo a inser-

ção social para muitas pessoas, tornando-as re-

almente cidadãos.

E aquele olhar brilhante do início do texto ocorre aqui

pertinho de nós. São crianças ati-vas, com auto-estima elevada, valori-

zadas e, o melhor, percebendo que estamos fazendo algo por elas.

Com passo de formiguinha estamos fazendo o possível para que nossas crianças tenham um fu-turo promissor, basta torná-las confiantes e segu-ras e regar a sementinha do saber, que com certeza florescerá. Temos que acreditar, pois só assim te-mos a garantia de que fazemos o melhor.

Parabéns meninas da informática e da leitura, como carinhosamente as chamo, o sucesso é de vocês.

Márcia Ap. Melo Vianna

Márcia Ap. Melo Vianna é coordenadora pedagógica da E.M. Profª Florisa Faustino Pinto, no Jardim Santos Dumont II

Especial

A música criada por Fabiano Diogo Caetano, aluno do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem) em Mogi das Cruzes, poderá ser conhecida por estudantes do programa em todo o Brasil. O jovem virou notícia no site ofi cial do projeto ao conquistar o primeiro lugar na categoria rap (Ritmo e poesia) no II Concurso Escolar Municipal de Prevenção às Drogas, promovido pela Prefeitura de Mogi das Cruzes.

Fabiano recebeu como prêmio um Playstation II no último dia 2 de dezembro durante a formatura dos alunos do Proerd, no Ginásio de Esportes da Universidade Braz Cubas. O concurso é uma iniciativa da Prefeitura, por meio de sua Secretaria de Educação e envolveu aproximadamente 20 mil alunos matriculados em escolas municipais, estaduais e particulares.

Aluno do núcleo Mogilar, Fabiano superou o grupo formado por Jhonatan, Jéssica e Ricar-do, da APAE e Clayton Gonçalves Prudente dos Santos, aluno da Escola Estadual Conjun-to Toyama, que fi cou com o terceiro lugar. A coordenação municipal do programa elogiou o jovem por sua conquista. “É com orgulho imenso que parabenizamos Fabiano por seu enorme talento”, destacou Carla Regina Alves Gomes, coordenadora de Ação Comunitária.

Aluno do ProJovem de Mogi recebe destaque

nacional

O Concurso também premiou estudantes nas ca-tegorias: desenho (Educação Infantil), Cartaz (3ª a 6ª séries), Re-dação (7ª e 8ª séries), Frase (Alunos de Educação de Jovens e Adultos – EJA) e Música – Rap (En-sino Médio e ProJovem). O núcleo Mogilar re-cebeu uma máquina digital pela conquista de Fabiano.

O ProJovem de Mogi das Cruzes atende atualmente 450 alunos em quatro núcleos (Cezar de Souza, Jundiapeba, Mogilar e Vila Lavínia). No fi nal de 2007, os primeiros jovens que ingressaram em novembro de 2006 concluíram as unidades formativas do programa.

Pela iniciativa, em 12 meses, jovens de 18 a 24 anos que estudaram até a 4ª série do Ensino Fundamental e estavam fora do mer-cado de trabalho, podem concluir o Ensino Fundamental e receber aulas de qualifi cação profi ssional, inglês, informativa e ação co-munitária. O ProJovem ainda oferece apoio mensal de R$ 100. A Prefeitura de Mogi das Cruzes complementou o projeto com reforço na merenda escolar e passe escolar para jo-vens que residem a mais de um quilômetro de seu núcleo de estudo.

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Veja a notícia e a letra do rap vencedor no link

www.projovem.gov.br/html/noticias/noticia283.html

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Mais uma vez os professores da rede municipal de Mogi se destacaram na entrega do 3º

Prêmio Mogi News Professor Cidadão (confi ra o resultado no quadro), realizada na noite do dia 31 de outubro, no Teatro Manoel Bezerra de Melo, da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com o patrocínio do Instituto General Motors. A cerimônia, que reuniu 500 pessoas, foi digna do reconhecimento do trabalho que dezenas de professores de todo o Alto Tietê realizam em sala de aula, em escolas públicas e privadas.

Na abertura do evento, a diretora de Assinaturas e Circulação do Mogi News, Sonia Massae de Moraes, emocionada, lembrou de seus primeiros professores como aluna da rede pública e ressaltou a contribuição que forneceram para a sua formação. “Nosso objetivo é homenagear professores que transformaram ideais em projetos e que, com dedicação, entusiasmo e determinação, contribuíram para formar cidadãos mais atuantes na sociedade”, disse.

Prêmio Professor Cidadão destaca educadores do Alto Tietê

Ao todo, foram premiados 28 professores - escolhidos entre os 117 trabalhos inscritos - em dez categorias: educação infantil (rede municipal), educação infantil (rede particular), ensino fundamental ciclo I (rede municipal), ensino fundamental ciclo I (rede estadual), ensino fundamental ciclo I (rede particular), ensino fundamental ciclo II (rede estadual), ensino fundamental ciclo II (rede particular), ensino médio (rede estadual), ensino médio (rede particular) e fora de série.

O resultado de todo este trabalho pôde ser conferido no dia seguinte (1 de novembro) em um tablóide especial que divulgou os vencedores da terceira edição do prêmio, bem como seus projetos apresentados. Entre os vencedores, estão trabalhos apresentados em diversas áreas de conhecimento e conteúdo do currículo escolar que tiveram em comum o objetivo ensinar os alunos a crescerem como cidadãos.

Fotos: Daniel CarvalhoGisleine Zarbietti

Especial

Gisleine Zarbietti é jornalista do jornal Mogi News

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Prêmio Mogi News 2007 Professor Cidadão

Educação Infantil – Rede Municipal

1º lugarMilce Toshiko Maeda Valentin EMEI Noêmia Santos Costa - Suzano

2º lugarAna Paula Guedes de Britto Assis EM Profª Auta Cardoso de Mello - Mogi

3º lugarVanessa Gerlinger RomeroCCII Ignês Maria de Moraes Pettená - Mogi

Educação Infantil – Rede Particular

1º lugarRita de Cássia de Sousa MeloColégio Brasilis - Mogi

2º lugarMaria Verônica Chavedar Kawano da SilvaColégio Brasilis - Mogi

Ensino Fundamental Ciclo I – Rede Municipal

1º lugarSilvia Helena dos Santos Rossi EMEF Luiz Romanato - Suzano

2º lugarFernanda Fonseca Lopes PachecoEM Prof Dermeval Arouca - Mogi

3º lugarEmília Giannotti Guerreiro da SilvaEM Prof Dermeval Arouca - Mogi

Ensino Fundamental Ciclo I – Rede Estadual

1º lugarEduardo de Campos GarciaEE Paulo Tapajós - Mogi

2º lugarCarolina Boro Toledo VieiraEE Profª Yolanda Bassi - Suzano

3º lugarRita de Cassia RibeiroEE João Antônio Batalha - Mogi

Ensino Fundamental Ciclo I – Rede Particular 1º lugar

Kátia Aparecida de MirandaColégio Brasilis - Mogi

2º lugarAndréia Baia Rossi NascimentoColégio Mello Dante - Mogi

3º lugarIngrid Dias dos SantosEscola Casa da Criança (Pueri Domus) - Mogi

Ensino Fundamental Ciclo II - Estadual1º lugar

Mário BarbosaEE Profª Jussara Feitosa Domschke - Suzano

2º lugarLuiz Carlos MansoEE Jardim São Paulo II - Ferraz

3º lugarWalter Rodrigues de Aguiar EE Frei Thimóteo Van Den Broek - Mogi

Ensino Fundamental Ciclo II – Rede Particular1º lugar

Roseli Maria Silva Sesi 175 - Poá

2º lugarRosemeire Scudeler Cigagna de Godoy Instituto Dona Placidina - Mogi

3º lugarRosely Maria de Jesus Campos de LimaEscola Casa da Criança Pueri Domus - Mogi

Ensino Médio – Rede Estadual 1º lugar

Zuleide Aparecida Padija de OliveiraEE Prof Benedito Borges Vieira - Mogi

2º lugarCláudio José Betzler EE Prof Cláudio Abrahão - Mogi

3º lugarPaulo Eugênio da SilvaEE Luiz Bianconi - Suzano

Ensino Médio – Rede Particular1º lugar

Ana Luiza dos Reis AbdallaColégio Brasilis - Mogi

2º lugarMaria Helena Pinedo Núcleo de Educação e Cultura Estância dos Reis – NEC - Mogi

Categoria: Fora de Série1º lugar

Maria Isabel Zarelli Costacurta EEIEF Profª Botyra Camorim Gatti - Apae de Mogi

2º lugarJoão Lúcio de MoraesEEIEF Profª Botyra Camorim Gatti - Apae de Mogi

3º lugarGislaine Cristina dos Reis Celso EEIEF Profª Botyra Camorim Gatti – Apae de Mogi

Educação

Ambiental

O trabalho desenvolvido pela Escola Ambiental da Prefeitura de Mogi das Cruzes foi um dos

grandes destaques de um congresso internacional realizado na Espanha para debater a proteção ao meio ambiente por meio da implementação de políticas educacionais. O evento, realizado em setembro de 2007, discutiu, entre outros pontos, estratégias para as mudanças climáticas, a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade do planeta por meio da cooperação internacional.

O 1º Congresso de Educação Ambiental dos Países Lusófonos (de língua portuguesa) e Galícia, foi organizado por grandes nomes do setor de países como Angola, Espanha, Cabo Verde e Portugal. Também contou com a participação do Centro de Extensão Universitária e Divulgação Ambiental e das Universidades da Coruña e de Santiago de Compostela.

A Escola Ambiental foi implantada pela Prefeitura com o objetivo principal de formar os profi ssionais da área educacional, capacitando-os para conscientizar crianças e adolescentes sobre a importância da preservação do meio ambiental. A iniciativa surpreendeu os participantes do congresso. “Fizemos dezenas de contatos com educadores

Mogi é modelo de educação ambiental em congresso na Espanha

de todo o mundo. Representantes da Galícia nos procuraram interessados nos projetos desenvolvidos em Mogi e nas instalações da escola. Muitos não acreditam que se trata de um trabalho desenvolvido por uma Prefeitura, pois por aqui ainda há muitas discussões, mas pouca ação prática”, destacou a coordenadora Maria Inês Soares Costa Neves.

Este é mais um passo no avanço educacional de Mogi após as atividades do Fórum Mundial de Educação Alto Tietê, que teve a cidade como sede. A educação no município vai bem e a participação da Escola Ambiental em um evento como esse é uma grande alegria para Mogi das Cruzes.

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Elétrica (DAEE). No encerramento, foram plantadas 300 mudas de árvores

Primeiros a participar do projeto, os alunos da Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) Profª Jovita Franco Arouche participaram da apresentação do Refl oreste Vida com três canções populares. A Banda de Percussão da Escola Municipal Prof. Mario Portes, campeã nacional na sua categoria, também animou a solenidade.

O Refl oreste Vida reúne o trabalho pedagógico (ensino e pesquisa), informática e o trabalho de campo com o plantio de mudas de árvores nativas da região. O projeto será oferecido para todas as escolas em 2008. “Os estudantes da Emesp iniciaram o caminho para que todos participem desta iniciativa. Com o Refl oreste, os alunos entrarão na Educação Ambiental pela porta da informática”, disse a secretária municipal de Educação, Maria Geny Borges Ávila Horle.

Para Maria Inês Soares da Costa Neves, coordenadora da Escola Ambiental de Mogi das Cruzes, o objetivo é apresentar os alunos muito mais do que o plantio pelo site. “Não queremos só plantar árvores, nosso objetivo é que o plantio tenha um signifi cado. Com o projeto, o aluno não vai só reservar a árvore para plantar, ele terá informações sobre o refl orestamento e Mata Atlântica, além de trocar idéias e tirar dúvidas sobre meio ambiente”, explicou.

O Refl oreste Vida foi desenvolvido a partir deste ano com a visita dos alunos da Emesp a áreas de preservação no município. Na Escola Ambiental, os estudantes participaram de palestras, pesquisas na biblioteca e videoteca e reuniões. A questão lúdica e sensorial também foi trabalhada com jogos cooperativos, sem competição, e a manipulação de sementes e elementos da natureza para despertar a sensibilidade.

A partir deste trabalho, a equipe de Orientadores de Informática desenvolveu o site www.refl orestevida.pmmc.com.br, em que os alunos reservarão as mudas que plantarão ao fi nal do ano com o encerramento das atividades do projeto como feito nesta quarta-feira. “O projeto está aberto para escolas municipais, estaduais e particulares. Organizações não-governamentais que quiserem participar também podem nos procurar”, disse Maria Inês.

Projetos apresentadosAlém da coordenadora da Escola Ambiental, Maria

Inês, que apresentou o tema “Inclusão Ecológica”, professoras da unidade também participaram do evento como conferencistas, destacando os projetos desenvolvidos em Mogi. A professora Claudia Rocha Moretti Lorena apresentou o tema “Iniciativa pública para a efetivação da educação ambiental em Mogi das Cruzes”.

A educação ambiental para portadores de necessidades especiais foi exposto por Rosa Aparecida de Sousa Correa com o banner “Educação ambiental desenvolvendo novos olhares”. Completando as apresentações, Vera Lúcia de Oliveira exibiu o tema “O ensino de ciências como instrumento na educação ambiental”, sobre as experiências no laboratório de biologia que repercutem na sala de aula. nativas na Barragem de Taiaçupeba, no distrito de Jundiapeba.

Refl oreste VidaEm dezembro, a Escola Ambiental de

Mogi das Cruzes apresentou as ações do projeto Refl oreste Vida, uma iniciativa da escola em parceria com a equipe de Orientadores de Informática da Secretaria Municipal de Educação e o Departamento de Águas e Energia

Historiando

BIOGRAFIABIOGRAFIA

ALÉM DO CONCRETOALÉM DO CONCRETOGracila Maria Grecco Manfré eJosé Sebastião Witter

O conjunto arquitetônico e urbanístico de uma cidade raras vezes é visto, num primeiro

momento, como parte integrante do patrimônio cultural que é, merecedor de preocupação (e de proteção!) no mesmo nível que a fauna e a fl ora que constituem o patrimônio natural de qualquer espaço que seja. Ultimamente, a mídia, não só da Região do Alto Tietê como de todo o país, tem divulgado manifestações populares ocorridas com a fi nalidade de se chamar a atenção quanto à situação da água, do lixo, da rede de esgotos, da falta de iluminação... Todos os citados, problemas relacionados ao meio ambiente. Porém, quando, se trata de bens (materiais ou imateriais) que sejam verdadeiros “portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”, conforme menciona a lei, o silêncio chega a incomodar. E quando há alguma voz a se manifestar, seja vinda da sociedade civil, de órgãos públicos ou mesmo da própria mídia, quase nunca é para dizer o que deveria ser feito no sentido de salvaguarda ou proteção a eles, mas meramente para apontar o que já está desfeito ou sendo levado à destruição.

Ainda que a Constituição Federal divida o dever à proteção do patrimônio cultural brasileiro, pouca gente conhece o fato ou dá a devida atenção a esta responsabilidade... É muito mais cômodo criticar a Administração pública ou os Órgãos e Instituições competentes do que “fazer nossa parte”. O descrito no artigo 216, parágrafo 1º da CF, por exemplo, diz:

“O Poder Público, com a com a colaboração da comuni-colaboração da comuni-dadedade (grifo nosso), pro-moverá e protegerá o pa-trimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tom-bamento e desapropria-ção, e de outras formas de acautelamento e preserva-ção”. (1)

É importante ressaltar que a memória da cidade muitas vezes está materializada em determinados imóveis. Por sua idade, Mogi das Cruzes possui rico patrimônio arquitetônico que continuará servindo de fonte de informações no futuro e, certamente, contribuirá com conteúdo ímpar nas mais diferentes áreas, ainda que as práticas cotidianas possam alterar a função primeira de determinados prédios. Para ilustrar, temos um exemplo clássico em nossa cidade: o Theatro Vasques. Inaugurado em 1903, sempre foi motivo de orgulho dos mogianos. Já nos descreveu Mello Freire:

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Referências Bibliográfi cas:

(1) CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, Promulgada em 05/10/1988.

(2) FREIRE, Manuel de Souza Mello, Histórias da história de Mogi das Cruzes. São Paulo: Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, 2002, Coleção Boigyana, nº 2

(3) Jornal O DIÁRIO, Edição Especial publicada em 13 de dezembro de 2007, pág. 15.

“E assim, desse dia em dian-

te, fi cou Mogi das Cruzes com

um teatro, dos melhores do

interior de São Paulo. Por ele

passaram artistas de valor, e

os seus salões serviram para

que os cidadãos de Mogi das

Cruzes melhor se conheces-

sem e se estimassem”. (2)

Desde o início do século XX a população acompanhou a história deste centenário prédio, por todos amado: de sua inauguração a 1908 foi palco de grandes apresentações teatrais e musicais; seu fechamento por longos quarenta anos; a reabertura em 1948 para sediar o Fórum e a Câmara Municipal; a reinauguração pelo Prefeito Waldemar Costa Filho em 1980 (com o nome de “Teatro Municipal Paschoal Carlos Magno”) e as várias reformas até o ano de 2003, quando, em comemoração ao seu centenário, resgatou seu nome original, “Theatro Vasques”...

GRACILA MARIA GRECCO MANFRÉ é especialista em Ecoturismo/Educação Ambiental, professora Universitária e consultora Educacional

JOSÉ SEBASTIÃO WITTER é professor titular na área de História e professor emérito pela Universidade de São Paulo (USP)

Enquanto aspectos de ordem jurídica, política e econômica sobre antigos prédios são exaustivamente postos em discussão nos municípios deste imenso Brasil, só mesmo almas revestidas de sensibilidade, como a da respeitada Profª. Clarice Jorge, podem compreender a grandiosidade que há para além das construções de concreto. Num de seus relatos, refl ete nossa primeira-dama do teatro mogiano:

“(...) O teatro tinha sido refor-mado e quando subi ao palco senti que voltava a magia.

Tudo aquilo era mágico e sa-grado.

O palco é sagrado.

Ali você sente todos os seus nervos vibrando na beleza de não ser mais Clarice. Ser Lau-ra. Ser Alzira. (...)

Obrigada Theatro Vasques pelo que você me proporcionou e ainda proporciona, principal-mente agora, que vivemos um tempo de um pós-tudo, que é um quase nada.

No teu palco meus nervos con-tinuam expostos, vibrantes.” (3)

É preciso lançar outros olhares no construído de uma cidade para enxergar, de fato, o que mantém a memória viva e latejante de um lugar. O que é indelével e atravessa gerações fi ca para além dos limites de edifícios.

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