Upload
ada-oliveira
View
217
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Este arigo reporta o leitor para uma analise das possibilidades da tenologia social como prepulsor de um desenvolvimento sustentavel e promotar da equidade social. E da utilidade mister dos conhecimentso cientificos nesta logica, para a criaçao de politicas mais reais e quitativas.
Citation preview
Tecnologias Sociais como Estratégia de Desenvolvimento
Sustentável
DaSilva, Ricardo Professor
Universidade Católica de Brasília – UCB [email protected]
Bilich, Feruccio Professor Titular
Universidade de Brasília [email protected]
RESUMO
O objetivo desse trabalho é mostrar como as Tecnologias Sociais pode ser um
instrumento valioso no desenvolvimento sustentável apoiado pelas instituições de
tecnologias.
As políticas públicas correspondem a um conjunto de programas estruturados nas áreas de
educação, geração de trabalho e renda, cultura, saúde e meio ambiente e, têm por objetivo
dar voz e direitos sociais as experiências que não teriam possibilidade de realização e
ampliação em seu direcionamento. Portanto, devemos compreender a aplicação de
conhecimentos científicos como vetor social transformador na construção de políticas
publicas democráticas e participativas voltadas principalmente para a inclusão social. Será
analisada a correlação entre a sociedade civil organizada produtiva e a interface inovadora
das instituições de pesquisa para o desenvolvimento sustentável. No processo têm-se
conseguido um despertar de interesse da sociedade produtiva em aplicar as tecnologias
sociais para o desenvolvimento sustentável, apoiada pelas instituições de pesquisa
principalmente com financiamento das instituições bancárias, nacionais e regionais como o
Banco do Brasil e o Banco do Nordeste Brasileiro. O objetivo para tal é promover a
produção tecnológica a partir de metas estratégicas que devem integrar as políticas sociais
e assegurar a articulação do papel do Estado nas instituições de pesquisas.
1. INTRODUÇÃO
A dinâmica tecnológica mundial se transformou significativamente a partir dos anos
80. Desde essa década nota-se a aparição de variedades de inovações radicais e
incrementais específicas em quase todos os setores de produção.
1
A mudança de paradigma se caracterizou pela transformação da produção intensiva
de capital (energia e matéria prima) para tecnologias em informações e conhecimentos
(flexíveis e computadorizadas).
O modelo tecnológico liderado pela informação e comunicação (TIC) se constitui na
base de um rápido desenvolvimento tecnológico de produção e de comércio internacional,
tornando-se tecnologia dominante em todos os setores da sociedade.
Essa mudança de paradigma está afetando de forma desigual a países e setores da
economia como um todo onde são impostas novas exigências, que implicam em mudanças
tecnológicas e céleres transformações nas organizações e nas nações.
Dessa forma as tecnologias sociais originadas das Instituições de Pesquisa
Tecnológicas impulsionarão a contribuição para o desenvolvimento sustentável.
2. OBJETIVO
O objetivo desse trabalho é mostrar como as Tecnologias Sociais pode ser um
instrumento valioso no desenvolvimento sustentável apoiado pelas instituições de
tecnologias.
As políticas públicas correspondem a um conjunto de programas estruturados nas
áreas de educação, geração de trabalho e renda, cultura, saúde e meio ambiente e, têm por
objetivo dar voz e direitos sociais as experiências que não teriam possibilidade de realização
e ampliação em seu direcionamento.
Portanto, devemos compreender a aplicação de conhecimentos científicos como
vetor social transformador na construção de políticas publicas democráticas e participativas
voltadas principalmente para a inclusão social.
3. JUSTIFICATIVA
Os investimentos sociais realizados em políticas públicas têm por propósito promover
a inclusão social e a melhoria das condições de vida de comunidades participantes desses
programas.
As políticas públicas correspondem a um conjunto de programas estruturados nas
áreas de educação, geração de trabalho e renda, cultura, saúde e meio ambiente e, têm por
objetivo dar voz e direitos sociais as experiências que não teriam possibilidade de realização
e ampliação em seu direcionamento.
Assim, há necessidade de disseminar soluções geradoras de transformação social,
levando-se em consideração os impactos das Tecnologias Sociais (TSs), como um processo
2
e instrumento capaz de solucionar problemas que atendam e que possam ser utilizados
como de impacto social comprovados.
Para tanto, há que se facilitar o acesso a informações que tragam soluções
inovadoras para problemas voltados à demanda de: renda, educação, alimentação,
habitação entre outros.
Neste contexto, essas informações sociais devem estar estabelecidas em redes por
associações comunitárias, universidades, centros de pesquisas e outras instituições da
sociedade.
Portanto, devemos compreender a aplicação de conhecimentos científicos como
vetor social transformador na construção de políticas publicas democráticas e participativas
voltadas principalmente para a inclusão social.
Cabe destacar que a criação e o monitoramento das TSs oportuniza o incremento
de políticas públicas voltadas para a articulação de população que se encontra fora ou
excluída do mercado de trabalho.
A orientação e gestão de políticas públicas em TSs devem atender dois requisitos
fundamentais para sua execução:
a) a superação de políticas verticais e
b) a construção de ferramentas de gestão capazes de possibilitar diversas parcerias
em diferentes planos.
Neste sentido, busca-se um desenvolvimento sustentável que se oponha ao modelo
atual de desenvolvimento que privilegia a concentração de capital e renda, aumentando a
desigualdade social.
A viabilidade das TSs favorecerá um desenvolvimento sustentável que beneficie a
grande maioria da população, promova uma distribuição de renda mais eqüitativa, viabilize a
promoção de projetos identificados com as aspirações das comunidades envolvidas e
possam ser administrados de forma responsável pela comunidade envolvida.
Esta postura se pauta em princípios da solidariedade e na criação de espaço público
como um desenvolvimento local.
“é a partir do espaço geográfico que se dá a solidariedade orgânica; tais
atividades, não importa o nível, devem sua criação e alimentação às ofertas do meio
geográfico local [...] na verdade, mudadas as condições políticas, é nesse espaço
banal que o poder público encontraria as melhores condições para sua intervenção.
Trata-se, aqui, da produção local de uma integração solidária, obtida mediante
solidariedades horizontais internas, cuja natureza é tanto econômica, social e cultural
como propriamente geográfica. A sobrevivência do conjunto, não importa que os
diversos agentes tenham interesses diferentes, depende desse exercício da
solidariedade, indispensável ao trabalho, e que gera a visibilidade do interesse
comum”. (SANTOS, 2000(a), p. 110).
3
Ou seja, a viabilidade de políticas públicas de cunho voltadas as TSs, reconheceriam
a pluralidade de interesses e os conflitos presentes em desenvolvimentos locais e apontam
para novas construções de interesses comuns, viabilizando a articulação entre o poder
público e os agentes sociais e economicamente presentes na sociedade civil.
Neste sentido, a viabilidade das tecnologias sociais TSs de forma sustentável dão
novo sentido à idéia de descentralização e da localização dos serviços públicos e ressaltam
a importância da estrutura social local, conforme Milton Santos, para sustentar as iniciativas
de desenvolvimento local.
4. PRINCIPAIS REFERÊNCIAS TEÓRICAS
A viabilidade em utilizar tecnologias sociais como instrumento de desenvolvimento,
vem sendo desenvolvido em longo prazo em comunidades e no plano acadêmico.
Apesar da visão crítica sobre sua produção, dois fatores devem ser ressaltados; o
primeiro, diz respeito à escassa demanda do setor por conhecimentos gerados nas
instituições científicas e o segundo, de caráter estrutural, que corresponde à extrema
fragilidade e influências recíprocas entre o Estado, a sociedade e as comunidades
envolvidas em sua utilização.
Esta avaliação proposta por Irma Passoni, como um modelo orientador de
estratégias para o desenvolvimento em longo prazo,
“O modelo de desenvolvimento brasileiro tem operado, reiteradamente,
acreditando que as relações entre CT& I e inclusão social se dariam de maneira
automática. Mas o caminho que vai da realização de um descobrimento científico em
algum laboratório até que a sociedade se beneficie dele é longo e exige a atuação
contínua do Estado e de outros atores envolvidos na produção, aplicação,
disseminação e apropriação de conhecimentos”. (PASSONI, 2005).
As transformações advindas do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, em
particular das tecnologias sociais têm modificado profundamente não somente o sistema
produtivo, como também a estrutura social das comunidades que a utilizam.
Para Passoni, não basta que as instituições acadêmicas gerem tecnologias sociais,
há uma necessidade preeminente dessa geração de conhecimento serem repassadas as
comunidades que as utilizem e as valorizem como fator de desenvolvimento local, aonde a
sua sustentação e legitimidade vêm de encontro com o diálogo e a participação de
aprendizagem entre os atores da sociedade: Estado, associações comunitárias, institutos de
4
pesquisas, universidades, ONGs e órgãos financiadores de Ciência Tecnologia e Inovação –
C,T&I.
Deve-se buscar, portanto, um processo de acompanhamento e avaliação não
somente na elaboração de conceitos sobre Tecnologias Sociais, mas sim, analisar o
impacto da utilização dessas tecnologias para o desenvolvimento sustentável,
principalmente com o envolvimento da sociedade na ampliação da cidadania e
democratização do conhecimento.
Esse processo desempenha um papel estratégico da sociedade ligado à
competitividade e acionando a expansão da demanda interna, atuando nas etapas do ciclo
de desenvolvimento sustentável: aumentando a capacidade de produção; geração de
emprego (e renda) e distribuição do consumo. Assim, além de ampliação do impulso inicial,
tem-se a realimentação do desenvolvimento gerando um ciclo prolongado. (SINGER &
SOUZA, 2000).
Merece destaque que o uso de tecnologias sociais envolve o conceito de inovação
como referência ao conhecimento, seja ele tangível – incorporado a pessoas ou
equipamento ou tácito, cujo objetivo é aumentar a eficiência dos processos, produtos e
serviços relacionados às necessidades e as satisfação sociais. (DAGNINO & GOMES,
2000).
O desenvolvimento de tecnologias sociais contribuídos como agente relevante para a
expansão de novas oportunidades de combinação de recursos materiais e humanos. A
introdução de tecnologias sociais, por sua vez, implica a escolha entre diferentes
possibilidades tecnológicas, por parte das políticas públicas e dos produtores.
A realidade de determinadas comunidades conduz à necessidade de ser dada
prioridade as técnicas absorvedoras de mão-de-obra. Dessa forma, existirão técnicas que
maximizarão o potencial social em termos de ocupação e renda e serão as mais apropriadas
para as realidades locais em termos de desenvolvimento sustentável.
A idéia de desenvolvimento sustentável ficou em voga através do documento
intitulado Our Common Future (1987), comumente conhecido como Relatório Brundtland. O
documento principia com a idéia de geração de desenvolvimento econômico e industrial sob
a óptica sustentável. (FIORI et al. 1998).
Neste sentido, tem havido uma série de iniciativas com objetivo de operacionalizar o
conceito de desenvolvimento sustentável. Denis Kinlaw estabelece cinco elementos comuns
às diversas definições de desenvolvimento sustentável, os quais são utilizados como
balizador de políticas:
1. Igualdade: significando igualdade entre todos e que os mesmos tenham
acesso à oportunidade de melhorar seu bem-estar econômico;
5
2. Administração responsável: significando que os processos produtivos sejam
desenvolvidos de forma responsável pelos produtores diretos organizados
dentro da produção;
3. Limites: significa que todos devem ter conhecimento de limites dos recursos
renováveis dentro da limitação da intervenção humana;
4. Comunidade global: significando que devemos assegurar um
desenvolvimento ambiental seguro para toda população, e;
5. Natureza sistêmica: significando que o desenvolvimento deve corresponder a
plena consciência das inter relações das atividades humanas. (KINLAW,
1997, p.82)
A idéia neste contexto tem como reconhecimento que os requisitos necessários pra a
efetivação do processo de desenvolvimento sustentável têm por finalidade o
desenvolvimento econômico lado a lado com a conservação dos recursos naturais,
primando, principalmente pela melhoria da qualidade de vida das pessoas (LASTRES, et al.
1999).
Neste contexto há uma tendência da aplicação e da potencialização necessária ao
desenvolvimento que passa a ser o humano no processo da organização sócio-espacial.
“Parece haver acordo quanto ao fato de que a vida social, tomada como um
todo se caracteriza pela incessante renovação das forças produtivas e das relações
de produção, isto é, dos modos de produção. Cada modo de produção constitui uma
etapa na produção da história e se manifesta pelo aparecimento de novos
instrumentos de trabalho e novas práticas sociais. Como produzir e produzir espaços
são sinônimos, as mudanças do novo modo de produção (ou a cada novo momento
do mesmo modo de produção) mudam a estrutura e o funcionamento do espaço”.
(SANTOS, 2000(b), p.1537).
O planejamento e as organizações sociais e o conseqüentemente estabelecimento
de parâmetros sustentáveis passam a ser executado então, de acordo com as
características ambientais, sociais e econômicas do local, num processo sistêmico que
implicam na apreciação sumária das comunidades envolvidas.
Desta maneira ao atuar num cenário comunitário, as relações podem ser conduzidas
com o mínimo conflito facilitando a atuação derivada de políticas públicas votadas para tais
fins.
Portanto, as TSs devem ser conhecidas e amplamente utilizadas pela sociedade, a
fim de produzir um novo patamar de desenvolvimento, visando a inclusão da maioria da
população amplamente alijada do processo e no acesso na produção do conhecimento.
6
A finalidade de aprimorar o conhecimento e os indicadores de TSs vêm no sentido de
ressaltar o campo de “como fazer” e produzir conhecimentos, e aumentando a atuação da
sociedade civil organizada como produtora, de modo a aproximar os problemas sociais de
suas soluções.
Embora as tecnologias sociais e os processos tradicionais de produção possibilitem
que um grande volume de conhecimento esteja rapidamente disponíveis aos pesquisadores
e empresários, pesquisas têm identificado um grande hiato entre acessar e difundir
rapidamente esse conhecimento.
Esta lacuna deve-se a dois fatores: o primeiro relaciona-se ao desenvolvimento de
novos conhecimentos aplicáveis e o segundo, refere-se à utilização deste conhecimento de
modo a efetuar mudanças de forma sustentável.
Portanto, há uma necessidade de estudos para gerar pesquisas relacionadas à
codificação, ao gerenciamento e à disseminação de conhecimento, convertendo-o em
recursos e insumos para as organizações, as comunidades e para a sociedade de forma
geral.
Nesse contexto, a produção de indicadores relacionados às TSs aplicado têm a
mesma relevância (se não maior) que as tradicionais funções de indicadores de tecnologias
de ponta.
No plano econômico e político mostra-se a necessidade premente de reverter a
desintegração e fragilidade das estruturas produtivas, assim como sua desarticulação com
as forças regionais de geração de conhecimento e inovação.
Nesse sentido, há uma proposta de recomendar o avanço no entendimento dos
arranjos produtivos locais no sentido de mobilizar as capacitações nacionais e potencializá-
las, visando superar os desafios de criar e ampliar e otimizar o uso do capital social. (SEN,
2000).
Sua importância estratégica vem condicionada pelo peso do conteúdo informativo de
cada produto ou de serviço dentro da cadeia produtiva. Portanto, a TSs pode ter diversos
papéis no desenvolvimento de políticas nacionais, cuja função efetiva é agir de forma
estratégica para que esses conhecimentos possam, de modo efetivo, promover mudanças
sociais.
Portanto, a finalidade de aprimorar a avaliação e propor indicadores voltados a TSs é
por conseguinte uma reflexão crítica que eles proporcionam a sociedade, e que possam
contribuir para melhorar as práticas de intervenção de políticas públicas e para construir
novos e significativos atores de conhecimentos. Aproximando os problemas sociais e suas
soluções apresentadas por atores envolvidos na reflexão e nas soluções dos problemas da
comunidade e principalmente, preocupados com a inclusão social e ampliando a cidadania.
7
5. METODOLOGIA
Será analisada a correlação entre a sociedade civil organizada produtiva e a
interface inovadora das instituições de pesquisa para o desenvolvimento sustentável.
Como reflexo, há necessidade de se agilizar a reestruturação produtiva, tendo em
vista que se exige um esforço na capacitação de introduzir e difundir inovações tecnológicas
como instrumentos centrais de estratégias competitivas nos países em desenvolvimento.
A discussão desse trabalho julga estabelecer modelos e indicadores de avaliação de
Tecnologias Sociais competitivas que promovam o desenvolvimento sustentável no Brasil.
Portanto, alguns dos principais problemas atuais enfrentados pelos países da
América Latina, e principalmente o Brasil, decorrem em parte da dificuldade de captar e
compreender a natureza da geração e gestão do conhecimento e, principalmente das
tendências dos processos de desenvolvimento, inovação e valoração dos ativos intangíveis,
apropriados por Tecnologias Sociais – TSs, bem como das políticas públicas de inclusão
social para a promoção da qualidade de vida da maioria da população de baixa renda.
Neste contexto, há necessidade de se implementar a utilização de Tecnologias
Sociais - TSs como dimensão local que promova a integração do indivíduo dentro da
sociedade e, que estas sejam vistas como um projeto nacional.
Devemos compreender as Tecnologias Sociais como um conjunto de técnicas e
procedimentos associados a formas de organização coletiva, que representam soluções
para a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. (PEDREIRA, J.S. et
al, 2004).
Portanto, torna-se necessário no inicio desse século, a identificação e o
entendimento dos atuais desafios e oportunidades que emergem justamente com a adoção
destas tecnologias (TSs) para alcançar um padrão de crescimento e de desenvolvimento de
forma sustentável.
Por definição de tecnologias sociais – TSs, podemos entender:
“Conjunto de técnicas e metodologias transformadoras, desenvolvidas e / ou
aplicadas na interação com a população e apropriada por ela, que representa
soluções para inclusão social e melhoria das condições de vida”. (PEDREIRA,
J.S. et al, 2004).
Dessa forma a viabilidade de tecnologias sociais exige uma interação de políticas do
Estado, sociedade civil organizada e trabalhadores, envolvidos na forma de sua produção e
disseminação. Neste sentido as TSs devem ser compreendidas como um processo e um
produto.
Assim, as tecnologias sociais têm impacto social rápido e direto trazendo melhoria de
condições de vida as comunidades envolvidas onde são implantadas. Outro fator positivo é
8
o de agente agregador de programas de pesquisa por meio de gestores, onde a
disseminação do conhecimento possibilita a ampliação simultânea de diversas tecnologias
sociais.
6. DESENVOLVIMENTO
Se por um lado às tecnologias sociais em geral são de baixo custo, sustentavelmente
adequadas impactando positivamente o ambiente, por outro enfrentam a desinformação da
maioria das comunidades e estão sujeitas as concorrências de tecnologias tradicionais e de
custo elevado.
A criação de bens e serviços por meio de tecnologias tradicionais atende demandas
não existente e principalmente não prioriza as necessidades básicas de ampla camada da
população. Desta forma, desconsidera os impactos sociais e ambientais que resultam em
maior degradação do ambiente e maior exclusão social.
Ao contrário das tecnologias tradicionais, as tecnologias sociais vêm atender os
anseios dos excluídos tendo como referência o cidadão, que se enriquece de
conhecimentos e se viabiliza profissionalmente na troca de saberes. Logo, as TSs refletem
as demandas da população de forma objetiva direcionando as políticas públicas de CT & I e
viabilizando soluções de emprego e cidadania.
A questão assim posta traz a baila o problema de democratização dos sistemas de
CT & I, cujo objetivo é romper a colocação da ciência como um privilégio do domínio da
pesquisa e do desenvolvimento – P & D acumulado junto pequeno acesso da população. Ou
seja, busca-se a ênfase às necessidades de democratização do saber e ampliar o acesso
ao conhecimento científico. (DOWBOR, 2003).
A identificação de indicadores de tecnologias sociais tem como objetivo construir
base para o estabelecimento de critérios para análise de ações sociais a partir do exame de
experiências concretas.
Neste sentido a necessidade de ampliar a discussão sobre monitoramento e
indicadores vem de encontro com o que é colocado por (LASSANCE JR., 2004) o que são
estabelecidos circuitos de relação em políticas públicas que irão nortear os procedimentos e
métodos que são: dirigentes governamentais, a burocracia, a academia e os movimentos
sociais.
“Este é o debate das políticas publicas. As tecnologias (TS) conquistaram um
grau de maturidade, credibilidade e excelência que lhes permitiu chamar a
atenção dos gestores públicos, dos pesquisadores, das organizações sociais
e dos governos”. (LASSANCE JR. et al, 2004, p.81).
9
O estudo se caracteriza, portanto no sentido de demonstrar como uma contribuição
teórica tem muito a oferecer no estabelecimento de modelos cognitivos que sirvam de
parâmetros para o desenvolvimento sustentável territorial, fica presente o grau de
maturidade já alcançado por essas tecnologias e seu forte impacto em políticas sociais e
ambientais.
7. CONCLUSÃO
Os investimentos em tecnologias sociais têm impactado de forma positiva o
desenvolvimento econômico de seletos grupos da sociedade civil (principalmente os que
estiveram à margem da inclusão social). A maioria desses grupos tem habilidade de julgar o
nível de investimento em TSs balizando e orientando toda a prospecção em investimentos
de políticas públicas. (ADS, 2002).
O objetivo para tal é promover a produção tecnológica a partir de metas estratégicas
que devem integrar as políticas sociais e assegurar a articulação do papel do Estado nas
instituições do setor público e privadas.
No processo têm-se conseguido um despertar de interesse da sociedade produtiva
em aplicar as tecnologias sociais para o desenvolvimento sustentável, apoiada pelas
instituições de pesquisa principalmente com financiamento das instituições bancárias,
nacionais e regionais como o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste Brasileiro.
Esses investimentos públicos são fundamentais para viabilizar a criação da
capacidade de organizar sistemas de TSs que respondam aos interesses da sociedade. É
importante, levar em consideração que nesse contexto os investimentos nestes ativos são
resultados de interações complexas entre vários fatores e atores sociais que contribuirão de
forma ativa na assimilação e transformação do conhecimento.
Desta forma é possível adotar políticas públicas inovativas, conquistando um melhor
desempenho de produtividade em longo prazo, uma redução gradativa na defasagem da
renda e a melhoria do índice de desenvolvimento humano - IDH, a fim de superar os
desafios econômicos atuais. (ITS, 2004).
A abordagem deste trabalho de pesquisa reside, portanto em esquadrinhar o
processo de gestão de tecnologias sociais, objetivando verificar de que maneira a geração
de novos conhecimentos de TSs, influenciam na tendência de tomada de decisão por parte
dos gestores públicos.
Assim, será factível analisar se o processo de gestão das TSs apresenta condições
para gerenciamento sinérgico de recursos tecnológicos e humanos, considerando a
valorização da sociedade local.
10
Essa estratégia de monitoramento além de executar as funções clássicas, permite
gerenciar as cadeias que interligam os atores sociais a nível local, regional e nacional,
concomitantemente utilizando estratégia de acompanhamento presencial.
A proposta de indicadores bem como de monitoramento das políticas de tecnologias
sociais permitirão, não somente o aprimoramento de políticas publica como pode ser
balizador de outras políticas ou programas sociais.
A realização desse trabalho justifica-se porque a despeito da crescente adesão de
organizações e profissionais em atividades de TSs há baixa disponibilidade de referenciais
empíricos e teóricos.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADS – Agência de Desenvolvimento Solidário - A Comercialização na Economia Solidária –
Escola Sindical São Paulo, Cadernos Formação, São Paulo, 2002.
DAGNINO, R.; GOMES, E. Sistema de inovação social para prefeituras. In: Conferência
Nacional de Ciência e Tecnologia para Inovação. Anais da conferência. São Paulo, 2000.
DOWBOR, L. A reprodução social: propostas para uma gestão descentralizada. Petrópolis:
Ed. Vozes, 2003.
FIORI, L.J.; TAVARES, M.C. & NORONHA, J.C. Globalização: o fato e o mito. Rio de
Janeiro: EdUERJ, 1998.
ITS – Instituto de Tecnologia Social. Tecnologia Social no Brasil – Direito à ciência e ciência
para a cidadania. Cadernos de Debate. São Paulo; ITS, 2004.
KINLAW, D. C. Empresa Competitiva e Ecológica: desempenho sustentado na era
ambiental. São Paulo: Makron Books, 1997.
LASSANCE JR., A. E. et al. Tecnologia social: uma estratégia para o desenvolvimento. Rio
de Janeiro: Fundação Banco do Brasil, 2004.
LASTRES, H. M. M. et al. “Globalização & inovação localizada”, In: Globalização & inovação
localizada: experiências de sistemas locais no Mercosul. Editores: José Eduardo Cassiolato
e Helena Maria Martins Lastres. Brasília: IBICT/MCT. 1999. p. 45.
11
PASSONI, R.I. Declaração das ONGs: Ciência, Tecnologia e Inovação com inclusão Social.
III Conferência Nacional Ciência, Tecnologia e Inovação. Brasília, 2005. Disponível em:
www.cgee.org.br/cncti3/apresconferencia.php; Acesso em: novembro 2005.
PEDREIRA, J.C.; DOWBOR, L.; TAKAGI, M.; BOUDAROVSKY, S.; MIZIARA, R.. e
KRUPPA, S. Seminário sobre tecnologias sociais promovido pa Fundação Banco do Brasil.
Brasília: FBB Mimeo. 2004.
SANTOS. M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal.
3.ed. Rio de Janeiro: Record, 2000(a).
SANTOS. M. Modo de produção técnico-científico e diferenciação espacial. In: Lecturas
geográficas, homenaje a José Estebanez . Madrid: UCM, vol. 2. 2000(b) p. 1537-52.
SINGER, P.; SOUZA, A. R. (orgs.) A economia solidária no Brasil: a autogestão como
resposta ao desemprego. São Paulo: Contexto, 2000.
SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.