13
Tecnopólo é um centro tecnológico que reune, num mesmo lugar, diversas atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), em áreas de alta tecnologia, como institutos e centros de pesquisa, empresas e universidades, que facilitam os contatos pessoais e institucionais entre esses meios, produzindo uma economia de aglomeração ou de concentração espacial do desenvolvimento tecnológico. As antigas áreas industriais caracterizadas pela indústria de base - associada a recursos naturais (carvão mineral, minério de ferro), empregadora de numerosa mão-de-obra não-qualificada e cuja paisagem é a chaminé poluidora- estão cedendo lugar aos tecnopólos, caracterizados pelas indústrias avançadas, de ponta. Estes são associados a grandes centros universitários de pesquisa, fornecedores de mão-de-obra altamente qualificada - formada pelos chamados "cérebros" (cientistas) - e marcados por uma paisagem constituída pelos edifícios "inteligentes". Nesse novo contexto, os centros industriais têm por base a produtividade e, consequentemente, a competitividade e a lucratividade. Entretanto, a transformação mais significativa se refere à globalização da indústria: as transnacionais se instalam em vários locais diferentes e complementam suas produções. Um exemplo é a indústria automobilística: os diversos componentes são fabricados em diferentes locais e montados em uma determinada indústria. Essa nova lógica da localização industrial tem provocado a descontinuidade geográfica, a descentralização industrial, ou seja, a fabricação articulada em redes globais, que se organizam em torno de fluxos de informação. Países nos quais os tecnopólos estão inseridos: EUA (Califórnia, Texas, Nova Inglaterra), Japão, Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Taiwan (ou Formosa), Cingapura e Hong Kong), China, Inglaterra, Alemanha, França, Itália e, mais recentemente, nos novos países industrializados, como Índia e Brasil. - PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS: EUA, JAPÃO E ALEMANHA. Estados Unidos Os Estados Unidos iniciaram seu processo de industrialização por volta de 1840. Hoje é o país mais influente

Tecnopólos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Tecnopólos

Tecnopólo é um centro tecnológico que reune, num mesmo lugar, diversas atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), em áreas de alta tecnologia, como institutos e centros de pesquisa, empresas e universidades, que facilitam os contatos pessoais e institucionais entre esses meios, produzindo uma economia de aglomeração ou de concentração espacial do desenvolvimento tecnológico.

As antigas áreas industriais caracterizadas pela indústria de base - associada a recursos naturais (carvão mineral, minério de ferro), empregadora de numerosa mão-de-obra não-qualificada e cuja paisagem é a chaminé poluidora- estão cedendo lugar aos tecnopólos, caracterizados pelas indústrias avançadas, de ponta. Estes são associados a grandes centros universitários de pesquisa, fornecedores de mão-de-obra altamente qualificada - formada pelos chamados "cérebros" (cientistas) - e marcados por uma paisagem constituída pelos edifícios "inteligentes".

Nesse novo contexto, os centros industriais têm por base a produtividade e, consequentemente, a competitividade e a lucratividade.

Entretanto, a transformação mais significativa se refere à globalização da indústria: as transnacionais se instalam em vários locais diferentes e complementam suas produções. Um exemplo é a indústria automobilística: os diversos componentes são fabricados em diferentes locais e montados em uma determinada indústria. Essa nova lógica da localização industrial tem provocado a descontinuidade geográfica, a descentralização industrial, ou seja, a fabricação articulada em redes globais, que se organizam em torno de fluxos de informação.

Países nos quais os tecnopólos estão inseridos: EUA (Califórnia, Texas, Nova Inglaterra), Japão, Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Taiwan (ou Formosa), Cingapura e Hong Kong), China, Inglaterra, Alemanha, França, Itália e, mais recentemente, nos novos países industrializados, como Índia e Brasil.

- PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS: EUA, JAPÃO E ALEMANHA.

Estados Unidos 

Os Estados Unidos iniciaram seu processo de industrialização por volta de 1840. Hoje é o país mais influente do mundo, e uma potência em sentido industrial, econômico, militar, cultural e político. Mas como os Estados Unidos se tornou uma potência? Vejamos o processo de industrialização norte-americano. Território 

O território que hoje é os Estados Unidos foi colonizado pelos ingleses, espanhóis e franceses (com hegemonia britânica a partir de 1607). A primeira colônia formada pelos britânicos na América do Norte foi Jamestown, na Virgínia, em 1607. Até julho de 1776, quando foi rompido os laços com a metrópole, já havia sido constituídas ao todo treze colônias.

Após a independência, os norte-americanos começaram a expansão territorial, rumo ao Oeste. Foi a fase do imperialismo interno, marcado por forte genocídio dos indígenas. Muitos territórios foram conseguidos após vitórias dos norte-americanos nas várias guerras, através de acordos ou outros países ou através de compras. Atualmente os EUA têm 50 territórios.

Paralelamente a expansão territorial, criou-se condições necessárias para o processo de industrialização do país:

grandes revervas de minerais de carvão e ferro na Região Nordeste;

Page 2: Tecnopólos

o Nordeste dos EUA está próximo ao litoral, o que facilita os transportes e o intercâmbio comercial

presença dos Grandes Lagos e de rios caudalosos favoreceram a favoreceram imensamente os transportes, e também a produção de energia.

mão-de-obra qualificada nas colônias do Norte. A existência de uma economia mais diversificada nas Colônias do Norte deu

condições para a expansão das manufaturas, das casas comerciais e dos bancos. Os negócios cresciam rapidamente, e, os capitais se concentravam na burguesia industrial e comercial.

- A hegemonia política e econômica do modelo de sociedade originado das colônias de povoamento;

- a hegemonia da burguesia nortista após a Guerra de Secessão; - leis que favoreceram a entrada de imigrantes, que constituíram uma ampla

reserva de mão-de-obra e um amplo mercado consumidor; - a enorme disponibilidade de minérios e combustíveis fósseis; - o fortalecimento da ética do trabalho entre a população;

A industrialização iniciou-se faixas de terras da região Nordeste, entre os Grandes Lagos e o oceano Atlântico. Foi nessa região que houve condições políticas, sociais e naturais, necessárias a industrialização. Fatores iniciais para o fenômeno industrial

- Colônias do Norte ou Nova Inglaterra: grande fluxo de imigrantes britânicos que foram se fixando na faixa litorânea. agricultura diversificada, em que predominava o trabalho familiar. Nas Colônias do Norte havia uma estrutura de povoamento. Nas colônias do Norte predominava o trabalho assalariado, nas cidades, e

familiar livre, no campo

- Colônias do Sul: a exploração de minérios. baseada nas plantations, ou seja, propriedades monocultoras em que se

cultivava principalmente o algodão, com base no trabalho de escravos negros trazidos da África. A maior parte da produção era destinada a exportação para o Reino Unido.

Os capitais ficavam concentrados nas mãos dos fazendeiros, e por isso, o mercado interno crescia lentamente

 Expansão industrial

As diferenças econômicas e políticas do Norte e do Sul resultaram em um conflito armado: a Guerra da Secessão: 1861 a 1865. Os estados do Sul, que tinham adotado a mão-de-obra escrava, criaram os Estados Confederados da América. Declararam a separação da federação norte-americana, que era dominada pela burguesia industrial e comercial nortista.

Com o fim da Guerra de Secessão e a vitória nortista, marcou a hegemonia da burguesia urbano-industrial ascendente sobre a aristocracia rural-agrária do sul. Com a vitória nortista, a burguesia impôs seu modelo de sociedade e seus interesses ao restante do país. Passou a controlar o Estado norte-americano e, interessada em ampliar o mercado consumidor para seus produtos, acabou com a escravidão, desenvolveu uma política de doação de terras no Oeste, uma política de

Page 3: Tecnopólos

modernização do campo etc. Essas medidas colaboraram para a industrialização do país.

 Aglomerações industriais 

- Região dos Grandes Lagos (Nordeste): a primeira a industrializar-se. Localizam-se lá as grandes siderúrgicas e as indústrias automobilísticas, como a Ford. Destaques também para as máquinas agrícolas, material ferroviário e ferramentas.

- Nova Iorque: a capital financeira dos Estados Unidos. Nela estão sediadas as principais indústrias, e corporações comerciais e financeiras do país. Isso se deve, pelo fato de que Nova Iorque tinha uma localização estratégica, que servia de ponte entre o litoral e o interior.

- Região Sul: A industrialização no sul se intensificou após a descoberta de jazidas de petróleo (início do séc. XX), principalmente no Texas. Mas, foi depois da Segunda Guerra Mundial que o processo se intensificou ainda mais. No Texas, localiza-se o Centro Espacial de Houston, sede da Nasa. Também, há a indústria de aeronáutica/aero-espacial (aviões e satélites), e indústrias ligadas ao petróleo (petroquímicas).  - Costa Oeste: a última região a se industrializar. Muitas indústrias foram atraídas a essa região devido a disponibilidade de mão-de-obra, recursos minerais, potencial hidrelétrico. No Oeste se encontra a mais importante concentração de indústrias dos Estados Unidos, visto que essa região começou a se industrializar recentemente, e recebeu incentivo governamental. Um bom exemplo é o Vale do Silício, que possui um centro de indústrias de tecnologia avançada, na região ao Sul de São Francisco.

 Exercício Responda. 1) O que foi a Guerras de Secessão? Ela teve importância na industrialização norte-americana?  2) Explique alguns fatores que contribuíram para a industrialização norte-americana?  3) Em que região recentemente teve maior tendência para instalação de fábricas de alta tecnologia? E por que?  Gabarito 1) Devido as diferenças políticas e econômicas das colônias do Sul das do Norte, houve uma tentativa de separação. Os estados do Sul criaram os Estados Confederados da América, e declararam a separação da federação norte-americana. Isso levou a uma guerra entre os dois estados. Teve importância, pois depois da vitória dos nortistas, os interesses da burguesia comercial foi colocada em primeiro lugar, que era de aumentar o mercado interno. 2) Um dos fatores foi o histórico da população, a maioria britânicos, que estavam atrás de uma vida melhor. Trabalhavam e cultivavam a fim de aumentar a renda. Isso contribui para o aumento do mercado interno, das casas comerciais e dos bancos. E o

Page 4: Tecnopólos

fator geográfico também contribuiu, com a proximidade do litoral facilitou os transportes e o intercâmbio de mercadorias. 3) Na região do Vale do Silício, ao Sul de São Francisco. Essa região começou a se industrializar recentemente, e recebeu incentivos do governo, e isso contribui para o desenvolvimento de indústrias de alta tecnologia. As novas empresas procuram regiões com mão-de-obra qualificada, e que possuem um custo de produção menor.Reino Unido, França, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Rússia, ChinaREINO UNIDO E FRANÇA: OS PRIMEIROS PAÍSES A SE INDUSTRIALIZARO Reino Unido foi o primeiro país a se industrializar porque foi nesse país que, pela primeira vez na história, se reuniram as condições fundamentais para a eclosão doprocesso de industrialização, tais como: maior acúmulo decapitais durante o capitalismo comercial; consolidação precoce daburguesia no poder; desenvolvimento, no país, dos principaisavanços tecnológicos da época; disponibilidade de grandes jazidas de carvão mineral; abundância de mão-de-obra etc.As principais regiões industriais aparecem no centro-sul do Reino Unido, especialmente no eixo Grande Londres-Grande Birmingham. As “regiões negras”, embora decadentes, ainda têm centros industriais importantes, como Manchester, Liverpool e Glasgow.O Reino Unido tem perdido terreno para outras potências, especialmente no pós-guerra, porque não conseguiu acompanhar o acelerado ritmo de inovações tecnológicasintroduzidas no processo produtivo, que elevou o nível de produtividade e competitividade de países como o Japão, os Estados Unidos e a Alemanha. Como resultado seu crescimento econômico foi menor e hoje o Reino Unido é a quarta economia do mundo, bem atrás dos outros três mencionados acima, sobretudo dos Estados Unidos, sua ex-colônia.Assim, o Reino Unido sofreu uma decadência relativa, ou seja, embora continue sendo uma potência econômica, perdeu terreno para seus competidores.A França iniciou de forma consistente seu processo deindustrialização no início do século XIX, quando já tinha se estabilizado politicamente, ou seja, quando a sua burguesia já tinha se consolidado no poder, após os acontecimentos da Revolução Francesa de 1789. Em fins do século XIX, enquanto o Reino Unido já entrava na Revolução Industrial, a França ainda estava fazendo sua revolução burguesa.Há importantes concentrações industriais francesas nas regiões ricas em carvão e minério de ferro, por isso pioneiras, na Lorena, no Nordeste; também no Norte e em Pasde-Calais, onde a exploração carbonífera já está praticamente esgotada. Há centros industriais importantes ao longo de rios navegáveis, como Lyon (rio Ródano), Paris (rio Sena) etc. Existem também centros industriais importantes localizados em torno de portos oceânicos: Marselha(Mediterrâneo), Le Havre (Atlântico) etc. Mas o principal centro industrial é a região de Paris, que engloba a capital e vários municípios periféricos, principalmente porque, além de ser a capital, concentra o maior mercado consumidor e a maior disponibilidade de mão-de-obra do país.O Reino Unido tornou-se um dos grandes produtores de petróleo do mundo a partir da década de 70. Com as duas crises do petróleo e a brutal elevação do preço do barril,passou a ser necessária a exploração em águas profundas, já que as reservas do mineral encontram-se na plataforma continental do Mar do Norte. O Reino Unido, em menos de uma década, passou de importador a exportador de petróleo.Já a França não tem reservas relevantes, sendo, por isso, grande importador. Para compensar a escassez dessa fonte de energia, a França investiu maciçamente em seu programa nuclear, já que o país é rico em urânio. Em 2003, 75% da energia elétrica gerada no país provinha de usinas nucleares movidas a urânio enriquecido.

Page 5: Tecnopólos

ALEMANHA: A EMERGÊNCIA DE UMA POTÊNCIA

- 1870: unificação das 39 unidades políticas independentes, com a constituição do Segundo Reich. A unificação territorial significou também uma unificação econômica e um rápido processo de industrialização.

a) Surgimento de um grande mercado consumidor, sem barreiras para a circulação de produtos e capitais, com uma moeda única, uma política econômica válida para o território inteiro, e uma legislação fiscal e trabalhista também única.

b) Grande disponibilidade de recursos naturaisc) Facilidades nos transportes.d) Tratado de Frankfurt: França é condenada a doar dinheiro e também

as províncias da Alsácia e da Lorena (importantes recursos minerais) para a Alemanha.

A Alemanha não tinha muitas colônias porque se unificou tardiamente. Assim, enquanto o Reino Unido e a França estavam conquistando territórios, esse país estava ainda empenhado na unificação do seu território. Quando se lançou à conquista de territórios externos, no final do século XIX, o mundo já estava praticamente todo dividido entre as principais potências européias.Tanto na Primeira quanto na Segunda Guerra, a Alemanha foi o pivô dos conflitos mundiais pelo mesmo motivo.

Após a Primeira Guerra – Tratado de Versalhes: a Alemanha perdeu vastos territórios para a França e para a Polônia, além de perder as poucas possessões coloniais que possuía. Declínio da Indústria no Pais.

Ascensão Nazista: conquista de novos territórios vitais para a retomada do crescimento econômico.

Segunda Guerra Mundial .1945: destruição econômica e divisão territorial – Alemanha Oriental e

socialista e Alemanha Ocidental e capitalista.1990: Queda do Muro de Berlim e unificação alemã. Dificuldades em

inserir o Oriente na Economia capitalista e industrializada do Ocidente.

Principais indústrias alemãs: petroquímica, siderúrgica e eletroeletrônica.

JAPÃO: DO NASCIMENTO DA POTÊNCIA À CRISE

A era Meiji, que se estende de 1868 a 1912, foi de fundamental importância para o Japão, porque foi nesse período que o país se modernizou. Tendo o Estado como agente indutor do processo de modernização-industrialização, o Japão emergiu como potência já no início do século XX. Nesse período, o Estado encarregou-se de abrir o país ao exterior, de investir em educação, de implantar a infraestrutura necessária para a industrialização, de abrir as primeiras fábricas (que com o tempo foram vendidas aos clãs mais poderosos do país), de investir na sua capacitação bélica etc.

No início do século XX, o processo de industrialização japonês deparou com um problema estrutural que, se não fosse resolvido, poderia inviabilizá-lo: a escassez crônica de matérias-primas e de fontes de energia, a limitação de

Page 6: Tecnopólos

seu mercado interno e a exigüidade das terras agricultáveis. Na tentativa de solucionar esses problemas, o Japão trilhou o mesmo caminho já seguido pelos europeus e norteamericanos, ou seja, procurou expandir-se territorialmente. O imperialismo japonês apoderou-se de vastos territórios no leste e sudeste da Ásia: Manchúria e outras partes da China, Coréia, Hong Kong, Filipinas, Indochina etc. A fase de maior expansão territorial coincidiu com a Segunda Guerra Mundial, que, no entanto, também marcou o fim do imperialismo japonês após a sua derrota.

Teve um papel fundamental no processo de recuperação do Japão no pós-guerra a intervenção norte-americana, durante o período de ocupação, impondo aos japoneses uma série de reformas de cunho modernizante, ao mesmo tempo em que canalizava 2,5 bilhões de dólares (entre 1947-50), a título de ajuda. Além disso, o país dispunha de numerosa mão-de-obra, barata e qualificada, que durante muito tempo foi bastante explorada, possibilitando altos lucros aos industriais.

Paralelamente, o Estado investiu maciçamente em educação, pesquisa, desenvolvimento e infra-estrutura, atuando ainda na economia como agente planejador.

A reconstrução das fábricas e da infraestrutura em bases mais modernas permitiu, num curto período de tempo, um grande aumento de produtividade.

O Japão é, devido à limitação de seus recursos, um grande importador de matérias-primas agrícolas, minerais e fósseis, de energia e de alimentos, que são, em geral, mercadorias baratas. A muitos desses produtos primários agrega capitais, tecnologia sofisticada, mão-de-obra qualificada e bem-remunerada, produzindo bens de capital e de consumo que são exportados em grande escala por preços relativamente muito maiores, o que lhe permite obter grandes vantagens no comércio externo. O Japão é um grande exportador de automóveis, produtos eletrônicos em geral, navios, relógios, motocicletas, produtos fotográficos e cinematográficos, máquinas, aço etc.As principais concentrações industriais aparecem no eixo da megalópole japonesa, especialmente no sudeste da ilha de Honshu. Deve-se destacar, no entanto, as regiões de Tóquio e Osaka, que juntas concentram cerca de metade da produção industrial do país.6. O principal tecnopolo japonês é a Cidade da Ciência de Tsukuba, localizada a uns 60 quilômetros a nordeste de Tóquio. Sua implantação desde o início (anos 60) ficou sob a responsabilidade do governo japonês, que ao longo dos anos 70 e 80 construiu diversos centros de pesquisas. Essa é a principal diferença em comparação com o Vale do Silício, nos Estados Unidos. Enquanto Tsukuba foi um projeto governamental, no início todo bancado pelo Estado japonês, o Vale do Silício é, desde o início, um empreendimento eminentemente privado, dominado por grandes corporações norte-americanas, como a HP e a Intel. Atualmente há em Tsukuba 46 institutos governamentais de educação e pesquisa, entre os quais a Agência NacionalEspacial do Japão (Nasda), o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada (AIST) e a Universidade de Tsukuba. Desde meados dos anos 80 muitas empresas privadas também têm se instalado nesse tecnopolo.O grande acúmulo de riquezas no país provocou uma crescente especulação com ações, levando a uma enorme alta na Bolsa de Tóquio. Enquanto isso, os bancos japoneses fizeram grandes empréstimos sem critério, principalmente para o ramo imobiliário, o que provocou uma

Page 7: Tecnopólos

grande especulação nesse setor. Os preços dos imóveis no Japão subiram exageradamente, transformando-se nos mais altos do mundo. Essa bolha especulativa – financeira e imobiliária – estourou no início dos anos 90. Os preços das ações e dos imóveis despencaram, fazendo a crise se propagar pela economia real. Os bancos, não tendo como receber dos devedores, não faziam novos empréstimos. Muitas empresas – indústrias, bancos, corretoras etc. – foram à falência, levando o país à estagnação econômica.

Atualmente: parque industrial distribuído em seu território, mais concetrado aos grandes portos e planícies litorâneas – Tóquio-Osaka (maior concetração).

Principais setores industriais: microeletrônica, mecânica e robótica.

DE UNIÃO SOVIÉTICA A RÚSSIA: ASCENSÃO E QUEDADE UMA SUPERPOTÊNCIA

Implantou-se na União Soviética uma ditadura de partido único, o Partido Comunista da União Soviética (PCUS). O poder estava concentrado nas mãos do politburo, composto por uma elite dirigente. O cargo mais importante na hierarquia de poder era o de secretário-geral do PCUS, cujo ocupante era indicado pelos membros do politburo. O poder também estava concentrado geograficamente. O centro de poder era o Kremlin, em Moscou (Rússia). A economia foi planificada e estatizada e montou-se uma gigantesca burocracia para controlá-la. O órgão máximo de planificação era a Gosplan.Na década de 70, as economias capitalistas desenvolvidas, movidas por acirrada competição, protagonizaram saltos tecnológicos, principalmente com a robótica e a informática, atingindo um elevado grau de produtividade e de competitividade. Como resultado da chamada Terceira Revolução Industrial ou revolução técnico-científica, esses países, com destaque para os Estados Unidos, Japão e Alemanha, passaram a produzir bens cada vez mais sofisticados e baratos. Na União Soviética, a economia era planificada e estatizada, portanto, não-concorrencial e cada vez mais burocratizada. Além disso, o país historicamente priorizou a indústria de base e o setor bélico e aeroespacial, não acompanhando os rápidos avanços atingidos pelos países capitalistas desenvolvidos. Apresentava, portanto, uma crescente defasagem nos indicadores de produtividade.A escassez de bens de consumo provocava enormes filas e a população reclamava também da péssima qualidade dos bens à venda. Na década de 80, a crise já era muito grave. Com a eleição de Ronald Reagan, os Estados Unidos elevaram muito seus gastos com armas, forçando a União Soviética a fazer o mesmo, agravando ainda mais a crise que o país atravessava. Gorbatchev, ao assumir o cargo de secretário-geral do PCUS, diferentemente de seus antecessores, passou a admitir publicamente que o país vivia uma grave crise. Em seu livro Perestroika – novas idéias para o meu país e o mundo, ele fez uma crítica ao regime soviético e defendeuuma série de mudanças. Logo em seguida, anunciou váriasreformas de cunho modernizante, tanto no plano político como no econômico.Perestroika designava um conjunto de medidas econômicas de cunho reformista idealizadas para reestruturar a combalida economia soviética, modernizando-a. Já a glasnost era um conjunto de medidas de caráter político que visava desmontar o arcabouço ditatorial que imperava na União Soviética. Pode ser

Page 8: Tecnopólos

interpretada como uma abertura política, ou melhor, como a implantação de um governo transparente. Seria uma nova era de transparência política, que obviamente não era atributo da ditadura de partido único.Com a abertura política, os movimentos nacionalistas se fortaleceram e os setores que defendiam o separatismo ganharam mais espaço. Particularmente nos países bálticos, surgiu um movimento separatista muito forte e organizado.Aproveitando o caos político que imperava na União Soviética, com a tentativa de golpe de Estado em agosto de 1991, que enfraqueceu o poder central, Lituânia, Letônia e Estônia proclamaram a independência. Essa atitude foi logo imitada por outras repúblicas nos meses seguintes, até que, em dezembro desse mesmo ano, Bóris Yeltsin decretou a independência da Rússia, a mais poderosa e importante República Soviética. O acordo de Minsk, assinado logo depois, criou a CEI – Comunidade de Estados Independentes –, selando definitivamente o fim da União Soviética.As principais concentrações industriais na Rússia estão na região de Moscou, capital do país, onde está o maior mercado consumidor e a maior concentração de mão-de-obra, com predominância de indústrias de bens de consumo, e na região dos Montes Urais, devido à grande disponibilidade de recursos minerais, com a predominância de indústrias de base.

CHINA: “A ECONOMIA SOCIALISTA DE MERCADO”Após a Revolução Chinesa de 1949, com a vitória dos comunistas, sob a liderança de Mao Tse-tung, implantouse na China um regime muito parecido com o da então União Soviética, superpotência que apoiou o movimento no início. Como resultado, surgiu a República Popular da China, também conhecida como China Comunista. Politicamente, estruturou-se uma ditadura de partido único, com o poder centralizado em Pequim. As atividades econômicas foram quase totalmente estatizadas e planificadas.Derrotados pelos comunistas, os nacionalistas, sob a liderança de Chiang Kai-shek e sob a proteção norte-americana, refugiaram-se em Formosa, fundando a República da China, também conhecida como Taiwan. Sob a ditadura militar do Kuomintang, organizou-se na ilha uma das economias capitalistas mais dinâmicas da região, pois Taiwan é um dos Tigres Asiáticos.Com a morte de Mao Tse-tung, em 1976, Deng Xiaoping foi indicado para substituí-lo como secretário-geral do PCC, passando a ser o homem forte do regime. A partir de 1978, Deng deu início a um processo de abertura econômica que se aprofundou a partir de 1982, com a criação das primeiras zonas econômicas especiais.“Economia socialista de mercado” é o nome dado pelos líderes chineses a um sistema que tenta compatibilizar uma economia cada vez mais aberta aos investimentos estrangeiros e que, por isso, tem de conviver com a iniciativa privada e mesmo com a propriedade privada, mas quecontinua, porém, sob o controle do Estado.As zonas econômicas especiais são porções do território chinês localizadas nas províncias litorâneas, onde os capitais privados têm grande liberdade de atuação. Essas zonas oferecem muitas vantagens ao capital estrangeiro, que aflui em grande quantidade com o objetivo de auferir altos lucros. São as regiões mais dinâmicas da economia chinesa e produzem basicamente bens de consumo para exportação.A China é a economia que mais cresce no mundo, devido às grandes vantagens que oferece aos capitais estrangeiros, notadamente nas zonas econômicas especiais. Os custos de produção são muito baixos no país, portanto os lucros são muito altos, devido à

Page 9: Tecnopólos

enorme disponibilidade de mão-de-obra muito barata, relativamente qualificada e disciplinada; aos incentivos fiscais concedidos pelo regime; às facilidades concedidas aos exportadores; à boa infraestrutura; ao baixo custo da terra, da energia, das matérias- primas, entre outros fatores. Enquanto a China como um todo tem crescido a uma média de quase 10% ao ano desde o início da década de 80, as zonas econômicas especiais têm apresentado taxas maiores de crescimento.Guangdong, por exemplo, apresentou uma taxa média de crescimento anual de 12,5% desde 1980. Esse enorme crescimento aumentou consideravelmente a participação chinesa no comércio mundial, bem como a riqueza nacional, mas também trouxe problemas. Aprofundou-se a desigualdade social e regional, estimulando a migração interna em direção às regiões mais dinâmicas, aumentando o desemprego e colaborando para manter os salários em níveis muito baixos.