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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico
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Tema 02 – Administração Pública
Projeto Pós-graduação
Curso MBA em Administração Pública e Gerência de
Cidades
Disciplina Direito Administrativo
Tema Administração Pública
Professor Silvano Alves Alcântara
Introdução
Neste encontro, iremos trabalhar com o tema “Administração Pública”,
veremos o que é Administração Pública Direta e Indireta, os órgãos que delas
fazem parte, e como funcionam as leis a que estão submetidos.
De forma genérica, administração pública é o nome dado a todos os
órgãos, agentes e pessoas jurídicas, que tem como objetivo desempenhar
a função administrativa do Estado.
De acordo com o art. 18, da CF/88, a organização político-administrativa
do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
todos autônomos nos termos da Constituição.
A partir dessa determinação constitucional, chega-se a uma primeira
classificação da Administração Pública que compreende a:
Administração Federal.
Administração Estadual.
Administração do Distrito Federal.
Administração Municipal.
Sendo que cada uma destas administrações está subdividida em
Administração Direta e Administração Indireta.
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Acesse o material on-line para ver um pouco mais sobre o assunto que
iremos trabalhar neste tema.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA
Por Administração Pública Direta vamos entender todos os
serviços ligados e integrados à estrutura administrativa do chefe do
Poder Executivo e de seus ministérios no âmbito da administração
federal, e por simetria, estendido aos estados, Distrito Federal e aos
municípios; são os chamados órgãos públicos.
Vemos aqui a figura da desconcentração, que é a distribuição do serviço
dentro da mesma pessoa jurídica, mantendo-se a hierarquia, pois significa
somente uma divisão de tarefas no âmbito interno do ente público.
Para Hely Lopes Meirelles (2006, pgs. 67/68), órgãos públicos:
São centros de competência instituídos para o desempenho
de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é
imputada à pessoa jurídica a que pertencem. São unidades de ação
com atribuições específicas na organização estatal [...]. Os órgãos
integram a estrutura do Estado e das demais pessoas jurídicas como
partes desses corpos vivos, dotados de vontade e capazes de
exercer direitos e contrair obrigações para a consecução de seus fins
institucionais. Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade
jurídica nem vontade própria, que são atributos do corpo e não das
partes.
Não tendo personalidade jurídica, os órgãos públicos não têm como
assumir direitos e obrigações, assim, quando atuam não possuem vontade
própria, expressando tão somente a vontade do ente ou da entidade a que se
vinculam.
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Ainda sob o prisma do mestre Hely Lopes Meirelles (2006, p.25),
trazemos uma classificação dos órgãos públicos, dividindo-os em relação à sua
posição ocupada na escala governamental ou administrativa, em órgãos
independentes, autônomos, superiores e subalternos:
Órgãos independentes:
São os originários da Constituição, colocados no ápice da pirâmide
governamental, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional, e só
sujeitos aos controles constitucionais de um Poder pelo outro. São
chamados de órgãos primários do Estado. Esses órgãos detêm e exercem
as funções políticas, judiciais e quase-judiciais outorgadas diretamente pela
Constituição, para serem desempenhadas diretamente pelos seus
membros (agentes políticos, distintos de seus servidores, que são agentes
administrativos), segundo normas especiais e regimentais. De se incluir,
ainda, nesta classe o Ministério Público federal e estadual e os Tribunais
de Contas da União, dos Estados-membros
e Municípios, os quais são órgãos funcionalmente independentes e seus
membros integram a categoria dos agentes políticos, inconfundíveis com
os servidores das respectivas instituições. Como exemplos, as casas
legislativas e as chefias dos executivos;
Órgãos autônomos:
São os localizados na cúpula da Administração, imediatamente abaixo dos
órgãos independentes e diretamente subordinados a seus chefes. Têm
ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se
como órgãos diretivos com funções precípuas de planejamento,
supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua
área de competência. Como exemplos, os Ministérios, as Secretarias
Estaduais e as Municipais;
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Órgãos superiores:
Não gozam de autonomia administrativa nem financeira, que são atributos
dos órgãos independentes e dos autônomos a que pertencem. Sua
liberdade funcional restringe-se ao planejamento e soluções técnicas,
dentro de sua área de competência, com responsabilidade pela execução,
geralmente a cargo de seus órgãos subalternos. Como exemplos, os
gabinetes, as coordenadorias e os departamentos;
Órgãos subalternos
Destinam-se à realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de
atos administrativos, com reduzido poder decisório e predominância de
atribuições de execução, a exemplo das atividades-meios e atendimento ao
público. Como exemplos, as portarias e as seções de expediente.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
Já as entidades que fazem parte da Administração Pública Indireta são
dotadas de personalidade jurídica própria, ou seja, podem assumir direitos e
obrigações, e de acordo com o art. 4º, inciso II do Decreto-Lei nº 200/67, são
as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as
fundações públicas, determinando a CF/88 em seu artigo 37, inciso XIX, que
somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação [...].
Observamos aqui a chamada descentralização do poder, onde há
uma distribuição de competências, de responsabilidades de uma para
outra pessoa jurídica, sendo tais entidades, componentes da
administração pública indireta, dotadas de autoadministração.
Ainda que, não exista hierarquia entre a administração direta e o ente
descentralizado, o Estado exerce apenas o poder e o dever de fiscalização
sobre tais entidades.
Autarquias
São pessoas jurídicas de direito público, sendo que o seu servidor
é ocupante, pelo menos em princípio, de cargo público, pelo regime
jurídico único, conhecido como estatutário. Porém, após a Emenda
Constitucional nº 19/98, desvinculou-se seu regime de pessoal da
administração pública direta, podendo as autarquias, admitir pessoal também
pelo regime de emprego público, regido pela CLT, desde que previsto em lei.
Em relação ao regime tributário, também faz parte do rol de imunidade
trazido pela CF/88, consoante determinação de seu artigo 150, inciso VI,
alínea a, combinado com o § 2º e, estando, pois, imune no que concerne aos
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impostos sobre seu patrimônio, sua renda e sobre os serviços relacionados às
suas finalidades essenciais.
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2012, p.426), autarquia é a:
“Pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade
de autoadministração, para o desempenho de serviço público
descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da
lei”.
São exemplos de autarquias federais, as Universidades Federais, os
Conselhos Federais das categorias profissionais, bem como, as Agências
Reguladoras, entre outras.
Empresas públicas
São pessoas jurídicas com personalidade jurídica de direito
privado, tendo patrimônio próprio e capital exclusivo da União.
São criadas obrigatoriamente por lei para a exploração de atividade
econômica que o Estado seja levado a exercer por força de contingência ou de
conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas
admitidas em direito, como a sociedade anônima (S/A), sociedade por cotas de
responsabilidade limitada (Ltda.), etc.
Muito embora sejam criadas para desenvolver uma atividade econômica,
dentro daquelas previstas no artigo 173 da CF/88, também podem prestar
serviços públicos estabelecidos pelo artigo 175, também da Carta Magna.
Em relação ao seu pessoal, são ocupantes de emprego público, sendo
que para sua investidura, terão a necessidade de passar por concurso público.
O seu regime jurídico é o mesmo das empresas privadas, inclusive
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quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários,
conforme determinação constitucional do art. 173, §1º, inciso II, e §2º.
Como exemplos de empresas públicas federais, podemos encontrar a
Caixa Econômica Federal (CEF), a Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (ECT) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), dentre outras.
Saiba mais sobre a eficiência na administração pública, assistindo ao
vídeo a seguir.
http://www.youtube.com/watch?v=2nk_8r0b9tM&list=PLORv0aHzOATy5e89LPI
7L-eLolIIhJpSg
Empresas de economia mista
São pessoas jurídicas com personalidade jurídica de direito
privado, criadas por lei para a exploração de atividade econômica, sob a
forma unicamente de sociedade anônima (S/A), cujas ações com direito a
voto pertencem, em sua maioria, à União ou à entidade da Administração
Indireta, podendo, portanto, ter também capital privado.
Mesmo tendo sua personalidade jurídica de direito privado, não estão
sujeitas a falência regida pela Lei nº 11.101/05, mas seus bens podem ser
penhorados e executados, respondendo à pessoa jurídica que a controla,
subsidiariamente, pelas suas obrigações conforme determinação do artigo 242
da Lei nº 6404/76 (Lei das sociedades anônimas).
Na mesma forma das empresas públicas, seu pessoal, é ocupante de
emprego público, tendo a necessidade de passar por concurso público para
sua investidura.
Como também seu regime jurídico é o mesmo das empresas privadas,
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários, conforme determinação constitucional do art. 173, §1º, inciso II, e
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§2º, podendo desenvolver uma atividade econômica, dentro daquelas previstas
no mesmo artigo 173 da CF/88, além de poder prestar serviços públicos
estabelecidos pelo artigo 175, também da Carta Magna.
Encontramos exemplos de empresas de economia mista no âmbito
federal, como o Banco do Brasil S/A, a Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás) e a
Centrais Elétricas Brasileiras S/A (Eletrobrás), dentre outras.
Quer saber um pouco mais sobre as autarquias? Então, leia o artigo a
seguir:
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?artigo_id=5299&n_link=revista_artigos_leitura
Fundações públicas
São pessoas jurídicas com personalidade jurídica de direito privado, pelo
é o que determina o Decreto-Lei nº 200/67 em seu artigo 5º, inciso IV, mas a
doutrina majoritária entende que também fazem parte do direito público,
dependendo de como foram criadas.
Nesse sentido, Di Pietro (2012, p. 414) leciona:
Quando o Estado institui pessoa jurídica sob a forma de
fundação, ele pode atribuir a ela regime jurídico administrativo, com
todas as prerrogativas e sujeições que lhe são próprias, ou
subordiná-la ao Código Civil, neste último caso, com derrogações por
normas de direito público. Em um e outro caso se enquadram na
noção categorial do instituto da fundação, como patrimônio
personalizado para a consecução de fins que ultrapassam o âmbito
da própria entidade.
Na mesma esteira está o entendimento do STF, de onde extraímos parte
de decisão:
[...] nem toda fundação instituição pelo Poder Público é
fundação de direito privado. As fundações, instituídas pelo Poder
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Público, que assumem a gestão de serviço estatal e se submetem a
regime administrativo previsto, nos Estados-membros, por leis
estaduais, são fundações de direito público, e, portanto, pessoas
jurídicas de direito público. Tais fundações são espécie do gênero
autarquia, aplicando-se a elas a vedação a que alude o § 2º do art. 99
da Constituição Federal. (Recurso Extraordinário nº 101.126. Rel.
Min. Moreira Alves. Julgamento: 24/10/1984. Órgão Julgador:
Tribunal Pleno. Publicação: DJ 01-03-1985).
Assim, a despeito da polêmica que gera o tema, cremos que depende
da lei instituidora da fundação pública, que determinará se a mesma se
submeterá ao regime jurídico público ou ao regime jurídico privado,
contudo, ainda que regida pelo direito privado, sujeitar-se-á a certas
normas públicas, no mesmo formato das empresas públicas e das
sociedades de economia mista.
Não tem fins lucrativos, e são criadas para desenvolver atividades que
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com
autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos
de direção, e funcionamento custeado por recursos do Estado e de outras
fontes.
Seu servidor é ocupante de cargo público regido pelo regime jurídico
único, conhecido como estatutário, mas, como no caso das autarquias, após a
Emenda Constitucional nº 19/98, desvinculou-se seu regime de pessoal da
administração pública direta, podendo admitir pessoal também pelo regime de
emprego público, regido pela CLT, desde que previsto em lei.
Em relação ao regime tributário, também faz parte do rol de imunidade
trazido pela CF/88, consoante determinação de seu artigo 150, inciso VI,
alínea a, combinado com o § 2º e, estando imune no que concerne aos
impostos sobre seu patrimônio, sua renda e sobre os serviços relacionados às
suas finalidades essenciais.
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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
Os poderes administrativos são em verdade poderes-deveres, pois são
instrumentos colocados à disposição da Administração Pública para que possa
realizar as suas funções com o intuito de satisfazer as necessidades coletivas,
atendendo, por conseguinte o interesse público, tendo a obrigação de utilizá-
los. Tais poderes possuem como característica a obrigatoriedade, sendo
encarada como um dever, além de serem irrenunciáveis, cabendo
responsabilização caso não sejam exercidos dentro dos parâmetros legais.
Dentre os poderes da administração pública, destacam-se:
1. Poder vinculado
Também denominado de poder regrado, determina um único
comportamento possível a ser tomado pelo administrador diante de
casos concretos, aquele vinculado estritamente à lei, sem a
possibilidade de qualquer juízo de valores. Não dando ao agente público
nenhuma liberdade para um juízo de conveniência e oportunidade, pois
se praticar algum ato em desconformidade com a lei, o mesmo poderá
ser considerado inválido. Trazemos como exemplo o ato de
desapropriação de um bem particular, que poderá ser perfeitamente
legal, inclusive com amparo constitucional, desde que atendidos os
requisitos constantes no ordenamento jurídico. Caso contrário, se deixar
de atender ao previsto na lei, desvinculando-se do seu padrão, poderá
ser declarado nulo pela Administração ou pelo Poder Judiciário.
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2. Poder discricionário
Da mesma forma como no poder vinculado, o poder discricionário da
administração pública também deve submissão à lei, mas aqui com
certa liberdade, pois pode atuar conforme o seu juízo de conveniência e
oportunidade. Tendo a prerrogativa de escolher entre pelo menos duas
alternativas, aquela que segundo seu entendimento, possa melhor
atender o interesse público. Como exemplo, está a nomeação para
cargo em comissão, onde o administrador público dentro de sua
liberdade de escolha pode nomear ou não, aquele que for de sua
confiança, não precisando fazer qualquer outra seleção, tudo amparado
pela lei.
3. Poder hierárquico
É o poder dado ao administrador público para escalonar e distribuir as
funções dentro de seus órgãos, ordenar as tarefas aos subalternos.
Além do poder de rever suas atuações, existindo, portanto, e tal qual a
pirâmide hierárquica do ordenamento jurídico, quando a base deve
obrigação ao ápice, uma relação completa de subordinação. Um bom
exemplo é a estrutura municipal, onde no ápice está o Prefeito, vindo a
seguir o Secretário da Saúde, logo abaixo o Diretor de Saúde, em
seguida o Coordenador de Saúde e assim por diante.
4. Poder disciplinar
Se o administrador público pode através de seu poder hierárquico
ordenar e escalonar seus órgãos, verificando se os demais agentes
estão cumprindo suas funções como determina a lei, poderá também
exercer o poder disciplinar, que lhe é conferido, dando-lhe a permissão
de punir, de apenar a prática de infrações cometidas pelos demais
servidores.
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5. Poder regulamentar
É o poder atribuído ao administrador público para a edição de portarias,
decretos e regulamentos para melhor atender os ditames legais.
6. Poder de polícia
A administração pública pode restringir, limitar, frenar os direitos e as
atividades desenvolvidas pelo particular, a bem do interesse público. Tal
poder é definido pelo Código Tributário Nacional, em seu artigo 78:
“Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática
de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente
à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção
e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”. Melhor
explica o notável Hely Lopes de Meirelles (2006, p. 102), “poder de
polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos
individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado”.
Acesse o material online para ver o vídeo do professor.
AGENTES PÚBLICOS
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2006, p.499) agente público é
“toda pessoa física que presta serviços ao estado e às pessoas jurídicas da
Administração Indireta”.
Espécies
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Agentes políticos
Servidores públicos:
Estatutários
Empregados públicos
Servidores temporários
Militares
Particulares em colaboração com o Poder Público
2.5.2 Regime jurídico estatutário
O servidor público deve se sujeitar ao estatuto, sendo sua relação
profissional com o Estado regulada apenas por ele. O estatuto trata dos direitos
e deveres dos servidores públicos. Nele, você encontrará o que é o
vencimento, por exemplo, que nada mais é do que a retribuição pecuniária
pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. Já, a remuneração é
o vencimento de cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias
permanentes estabelecidas em lei. Quando se fala em subsídio, está se
falando daquela quantia paga em parcela única, não podendo haver acréscimo
de outras vantagens pecuniárias.
Você sabe o que é estabilidade e vitaliciedade?
Estabilidade: Após três anos de exercício de cargo de provimento
efetivo. Estágio probatório.
Vitaliciedade: Após dois anos de exercício para os magistrados,
membros do MP e dos Tribunais de Contas, que só perdem o
cargo por sentença judicial transitada em julgado.
Dentro deste estatuto, você ainda vai encontrar informações sobre
acumulação de cargos, exercício de mandato eletivo, que significa que o
servidor poderá exercer o mandato eletivo sem perder o seu cargo e as férias,
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13º salário e licenças, no qual ele ressalta, que se os benefícios maiores o
estatuto não garantir, a CF assegura os mesmos direitos dos empregados na
iniciativa privada.
Sobre a acumulação de cargos:
É vedada, como regra, a acumulação remunerada de cargos
públicos, exceto:
A de dois cargos de professor;
A de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
saúde, com profissões regulamentadas;
Estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista,
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público.
Mas, será que o servidor público pode aderir a uma greve?
Em relação ao direito de greve e sindicalização, é possível afirmar o seguinte:
O direito à greve é assegurado pela CF também ao servidor
público, mas deverá ser regulamentado por lei específica.
Já a possibilidade de criação de sindicato da categoria e
respectivas filiações de seus servidores, são plenamente
permitidas.
E, quanto ao estatuto sobre a aposentadoria e os regimes
previdenciários?
Regimes previdenciários:
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Aqueles servidores contratados pelo regime celetista estarão
automaticamente integrados ao RGPS.
Já os estatutários estarão integrados ao regime próprio de
previdência, criado pelo ente de que faça parte.
Aposentadoria e pensão:
1. Para os estatutários:
I. Aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade.
II. Aposentadoria voluntária:
a) 10 anos de efetivo exercício no serviço público e
5 anos no cargo efetivo em que se dará a
aposentadoria;
b) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se
homem, e 55 anos de idade e 30 de contribuição,
se mulher;
c) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade,
se mulher, com proventos proporcionais ao tempo
de contribuição.
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SÍNTESE
Chegamos ao fim deste tema! Nele, abordamos a Administração
Pública, que compreende a Administração Federal, Estadual, do Distrito
Federal e Municipal. E cada uma dessas pode ser subdivida em Administração
Pública Direta e Administração Pública Indireta.
Espero que esse texto o ajude a compreender melhor todo o conteúdo
estudado nesta disciplina.
Acesse material online para ver o vídeo do professor com a síntese
sobre o tema.
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Questões
01) A autarquia, na organização administrativa, faz parte:
a) Da administração direta.
b) Do setor privado da administração.
c) De um corpo à parte da administração.
d) Da administração indireta.
02) Qual a pessoa jurídica de direito privado categorizada como
Administração Indireta?
a) Empresa pública.
b) Distrito Federal.
c) Organização social.
d) Autarquia.
03) Tratando-se de Administração Pública, assinale a afirmativa correta.
a) A criação de um Ministério é caso típico de descentralização do
poder.
b) A criação de empresa pública não depende de lei autorizativa.
c) A criação de uma Autarquia é caso típico de descentralização do
poder.
d) As fundações públicas podem ter fins lucrativos.
04) Quanto às entidades da Administração Pública Indireta é correto
afirmar:
a) As sociedades de economia mista não precisam ser criadas por lei.
b) As entidades da administrativa descentralizada têm capacidade de
legislar.
c) O capital da empresa pública é totalmente público.
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d) A fundação pode ter como objetivo estatutário principal o exercício de
atividade econômica
05) A Administração Pública Federal Indireta, em face do Decreto-Lei
200/67, com as modificações posteriores, é constituída, dentre outros entes,
pelas (os):
a) Autarquias e secretarias.
b) Empresas públicas e sociedades de economia mista.
c) Fundações públicas e ministérios.
d) Serviços sociais autônomos e secretarias.