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ALD II – ANÁLISE E LINGUAGENS DOCUMENTAIS Contents Tema introdutório - A catalogação: uma nova abordagem..............3 A CATALOGAÇÃO: uma nova abordagem................................5 International Standard Bibliographic Description - ISBD.........6 Anglo-American Cataloguing Rule - AACR............................7 Functional Requirements for Bibliographic Records – FRBR........8 Formato MARC...................................................10 DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO..........12 1. Âmbito..................................................... 13 2. Princípios gerais.......................................... 13 3. Entidades, atributos e relações............................14 4. Objectivos e funções do catálogo...........................14 5. Descrição bibliográfica....................................15 6. Pontos de acesso........................................... 15 7. Fundamentos para a funcionalidade de pesquisa..............16 ISBD consolidada: um passo em frente............................17 ORIENTAÇÃO FUTURA DAS ISBDs....................................18 Tema 1 - A catalogação - Uma ferramenta ao serviço do conhecimento 20 Pontos acesso controlado........................................20 Determinação do cabeçalho......................................20 Regras para a determinação do cabeçalho:.......................21 Forma de cabeçalho de nomes de pessoas.........................22 Descrição de monografias - Obras num só volume..................27 Tema 2 - Descrição de recursos impressos..........................28 2.1 - Publicações em volumes....................................28 Publicações em volumes.........................................29 2.2 - Descrição de partes componentes...........................34 Partes componentes.............................................35 2º Semestre 2010 - 2011Pág. 1 de 118

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ContentsTema introdutrio - A catalogao: uma nova abordagem3A CATALOGAO: uma nova abordagem5International Standard Bibliographic Description - ISBD6Anglo-American Cataloguing Rule - AACR7Functional Requirements for Bibliographic Records FRBR8Formato MARC10DECLARAO DE PRINCPIOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAO121.mbito132.Princpios gerais133.Entidades, atributos e relaes144.Objectivos e funes do catlogo145.Descrio bibliogrfica156.Pontos de acesso157.Fundamentos para a funcionalidade de pesquisa16ISBD consolidada: um passo em frente17ORIENTAO FUTURA DAS ISBDs18Tema 1 - A catalogao - Uma ferramenta ao servio do conhecimento20Pontos acesso controlado20Determinao do cabealho20Regras para a determinao do cabealho:21Forma de cabealho de nomes de pessoas22Descrio de monografias - Obras num s volume27Tema 2 - Descrio de recursos impressos282.1 - Publicaes em volumes28Publicaes em volumes292.2 - Descrio de partes componentes34Partes componentes35Tema 3 - Descrio de recursos vdeos, sonoros e grficos39Catalogao de recursos vdeo, sonoros e grficos40Tema 4 - Descrio de recursos electrnicos56Tema 5 - Descrio de recursos contnuos67Tema 6 - O Formato UNIMARC72ANEXOS74Zonas ISBD74A Descrio Bibliogrfica Internacional Normalizada de Monografias74ndice remissivo81

Tema introdutrio - A catalogao: uma nova abordagem

Objectivos / competncias:

1. Identifique as principais alteraes apresentadas na nova Declarao de Princpios Internacionais de Catalogao.

2. Relacione as mudanas tecnolgicas e informacionais ocorridas na sociedade com as principais questes que se colocam hoje ao nvel da catalogao.

3. Conhea os principais documentos emanados pela IFLA, nomeadamente a ISBD Consolidada.

4. Identifique a importncia da Anglo-American Cataloguing Rule- AACR

5. Identifique em traos gerais as principais determinaes do Requisitos Funcionais dos registos Bibliogrficos FRBR

6. Contextualize o papel do formato MARC na catalogao automatizada.

Nas normas de descrio dos recursos impressos, existem tambm os recursos impressos em volumes, tambm denominados recursos monogrficos multipartes, que so documentos compostos por um nmero finito de partes, fisicamente separadas umas das outras mas com uma identidade comum. Para este tipo de documentos h um conjunto de regras para a descrio.

A descrio de partes componentes de publicaes monogrficas tambm abrangida por um conjunto de regras especficas. Estes princpios referidos na ISBD (CP), aplicam-se apenas descrio das partes componentes que so editadas com, em, ou como parte de um item hospedeiro e que dele dependem quanto ao acesso ou identificao bibliogrficas.

Esta unidade curricular tem como documento de trabalho a ISBD Consolidada para a descrio bibliogrfica das seguintes tipologias documentais:

Filmes e registos vdeo

Registos sonoros

Documentos electrnicos

Recursos contnuos

Utilizar-se- tambm como apoio descrio destes documentos, a ISBD (NBM) para a catalogao dos registos vdeo e udio, a ISBD (ER) para a descrio dos recursos electrnicos, a ISBD (CR) para os recursos contnuos.

A CATALOGAO: uma nova abordagem

A catalogao uma operao tcnica atravs da qual se descreve um documento, recurso ou objecto e se estabelece um nmero variado de pontos de acesso informao, a fim de que o utilizador encontre, identifique, seleccione e obtenha a informao que necessita. Esta informao pode ser obtida numa unidade documental, num catlogo ou numa base de dados.

A catalogao est relacionada com a organizao, com o acesso e com a recuperao da informao. Estes trs conceitos so fundamentais na gesto da informao nas bibliotecas.

Desde a Conferncia Internacional sobre Princpios de Catalogao (1961) que consagrou os Princpios de Paris que serviram de base para a normalizao internacional da catalogao e para a construo de cdigos nacionais de catalogao, a IFLA tem continuado a desenvolver esforos para adaptar os princpios da catalogao s novas realidades da informao.

A nova Declarao de Princpios Internacionais de Catalogao consagra e reafirma como objectivo principal da catalogao servir a convenincia dos utilizadores.

No conceito de catalogao correcto afirmar que esta operao permite organizar a informao em termos de descrio, pontos de acesso e localizao, facilitando as tarefas que devem ser realizadas pelo utilizador: buscar, identificar, seleccionar e obter os recursos de informao.

O produto final desta organizao e descrio da informao o catlogo que constitui uma representao dos fundos que existem na biblioteca, integrando tambm actualmente informao a que a biblioteca pode dar acesso ainda que fisicamente no a possua, como os documentos de acesso remoto.

As distintas ISBDs, as Regras de Catalogao Anglo-Americanas (AACR), o aparecimento de regras nacionais em quase todos os pases, os nmeros normalizados para livros (ISBN) e publicaes peridicas (ISSN), o formato MARC (em todas as suas verses), os Requisitos Funcionais dos Registos Bibliogrficos (FRBR) e tambm os Requisitos Funcionais para os Registos de Autoridade (FRAD), representam o grande esforo realizado pelos profissionais desta rea para globalizar e normalizar o controlo bibliogrfico.

Em termos de normalizao da descrio temos as ISBDs e a AACR que juntamente com os cdigos normalizadores de cada pas tm garantido a uniformidade dos registos e a consequente possibilidade de intercmbio da informao.

International Standard Bibliographic Description - ISBD

O Programa ISBD da IFLA (que foi criado para promover o controlo Bibliogrfico Universal), sujeito a revises e estudos constantes, com o intuito de acompanhar as mudanas ocorridas na sociedade da informao. Uma das mais significativas mudanas foi o aparecimento de documentos em diversos suportes, nomeadamente os recursos electrnicos e os contnuos.

A ISBD (M) foi a primeira a ser publicada (1974) com a sua primeira edio normalizada.

Neste ano mesmo foi publicada a ISBD (S) para a descrio das publicaes em srie.

Em 1977 apareceram a ISBD (CM) (para material cartogrfico) e a ISBD (NMB).

A primeira verso da ISBD (G) (geral) tambm foi publicada neste ano e o seu principal objectivo foi assegurar a harmonia entre as outras ISBDs.

Em 1980 publicada a ISBD (A) para tratamento do livro antigo e a ISBD (PM) para a descrio da msica impressa.

Para a descrio das partes componentes (analticos de publicaes) foram publicadas em 1988 directivas para a aplicao de regras a este tipo de descrio. Estas regras intitularam-se a ISBD (CP).

Em 1990 aparece a ISBD (CF) para a descrio de ficheiros de computador. Em 1997 foi substituda pela ISBD (ER) para a descrio dos recursos electrnicos.

Em 2002 surge a ltima das ISBDs especficas: a ISBD (CR) para a descrio dos recursos contnuos.

Esta ISBD que prev a interaco entre as vrias ISBDs, nomeadamente a ISBD (ER), aplicada a descrio das publicaes em srie tanto impressas como electrnicas, e tambm aplicada descrio de recursos integrados.

A ISBD (CR) veio substituir a ISBD (S).

Em 2003 foi criado um Grupo de Estudos sobre a Direco Futura das ISBDs, com intuito de estudar e tentar resolver todos os problemas com que se deparam os catalogadores.

Para satisfazer as vrias necessidades dos catalogadores e outros utilizadores da informao bibliogrfica, este Grupo de Estudo, decidiu que a consolidao de todas as ISBDs era possvel preparar uma ISBD consolidada.

A publicao da verso consolidada da ISBD ocorreu em 2006.

A ISBD Consolidada um documento que junta num s texto todas as ISBD, actualiza as indicaes de acordo com a FRBR e procura proporcionar regras coerentes para a descrio de todos os tipos de recursos, uniformizando procedimentos e apresentando especificaes concretas para determinados tipos de recursos.

Esta norma de descrio dos documentos aplica-se:

Texto impresso

Recursos cartogrficos

Recursos electrnicos

Imagens em movimento

Recursos multimdia

Recursos de msica impressa

Imagens fixas

Recursos contnuos (publicaes em srie e recursos integrantes).

Anglo-American Cataloguing Rule - AACR

Paralelamente a todos estes documentos emanados pela IFLA, a American Library Association, juntamente com a Canadian Library Association e o Chartered Institute of Library and Information Professionals (do Reino Unido) publicaram 1967 um documento muito importante denominado Anglo-American Cataloguing Rule.

Em 1978 foi publicada uma nova verso deste Cdigo de Catalogao Anglo-americano (AACR) denominada o AACR2.

Este cdigo, ao contemplar no s os aspectos da descrio bibliogrfica (zonas ISBD) mas tambm a determinao dos pontos de acesso, foi largamente adoptado como cdigo de catalogao em muitos pases.

Actualmente o AACR2 encontra-se numa fase de reviso diante das novas exigncias conceptuais e formais da descrio bibliogrfica com a mudana de paradigma na maneira de registar, comunicar e difundir a informao bibliogrfica.

inquestionvel o facto dos contedos informacionais se deslocarem cada vez mais dos suportes fsicos e analgicos, expandindo-se para um ambiente cada vez mais digital.. Os formatos so cada vez menos estveis e tornam-se mais difceis de categorizar. Por exemplo, um DVD, dependendo da natureza do seu contedo, pode ser um recurso electrnico ou um registo vdeo, alterando por isso a forma de representar os dados em algumas zonas e elementos ISBD.

Por outro lado, os utilizadores esto cada vez mais exigentes nas suas necessidades de informao. Esta procura, ultrapassa a mera descrio bibliogrfica e centra-se cada vez mais no acesso aos textos e imagens integrais.

A RDA, a sigla para Resource Description and Access (Descrio e Acesso a Recursos), pretende ser o novo cdigo internacional, que subsidia tambm o modelo descritivo Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR) e que pretende fornecer directrizes de ampla aplicao no universo biblioteconmico, tendo sempre o foco centrado no utilizador e nas suas necessidades de informao.

Com a aplicao do modelo entidade/relao definido no modelo conceptual FRBR, possvel estabelecer relaes e associaes entre os distintos registos de uma mesma obra de modo a facilitar a tarefa dos utilizadores. O objectivo que o utilizador num nico registo tenha acesso a todos os elementos necessrios para seleccionar e identificar o documento que necessita.

A publicao deste novo cdigo Resource Description and Access (RDA) abre o caminho para uma nova gerao de catlogos.

Functional Requirements for Bibliographic Records FRBR

Os FRBR foram publicados em 1998 (a ltima reviso de 2007) e o seu contributo tem sido fundamental para operar uma mudana profunda na concepo de novos princpios e cdigos de catalogao tanto nacionais como internacionais.

Este modelo conceptual define as entidades de interesse para os utilizadores de registos bibliogrficos, os atributos de cada uma das entidades e os tipos de relaes que existem entre as entidades.

As FRBR dividem as entidades em trs grupos e definem as entidades como sendo objectos de interesse para os utilizadores.

O primeiro grupo inclui as entidades que representam os produtos do esforo intelectual ou artstico:

obra (criao intelectual ou artstica distinta),

expresso (realizao de uma obra intelectual ou artstica),

manifestao (materializao fsica de uma expresso de uma obra) e

item (uma unidade individual de uma manifestao).

As entidades definidas como obra e expresso reflectem o contedo intelectual ou artstico e as entidades manifestao e item definem a forma fsica.

ENTIDADES DO PRIMEIRO GRUPO

O segundo grupo inclui as entidades que so os responsveis pelo contedo intelectual e artstico (pessoa, ou colectividade) e as entidades do terceiro grupo representam o contedo da obra (entidade do primeiro grupo).

As entidades deste terceiro grupo cobrem os aspectos temticos da obra (conceito, objecto, evento e lugar).

ENTIDADES DO SEGUNDO GRUPO

ENTIDADES DO TERCEIRO GRUP0

Cada uma das entidades dos trs grupos definidas no modelo, tem associado um conjunto de atributos (caractersticas) que permitem aos utilizadores formularem as suas pesquisas e interpretarem os resultados.

Exemplos de atributos so o ttulo e a data de uma obra e expresso, o editor e a data de publicao de uma manifestao e a provenincia e o estado do item.

Neste modelo, as relaes reflectidas no registo bibliogrfico ajudam o utilizador a estabelecer conexes entre a entidade encontrada e outras entidades relacionadas. Assim, uma obra relaciona-se com todas as suas edies, revises e tradues (expresso). A obra e a expresso materializam-se na entidade manifestao (e-book, livro impresso, CD-udio, etc.) e o item, um exemplar de uma determinada manifestao.

Um catlogo que aplique este modelo conceptual permite que os utilizadores vejam num nico registo as distintas expresses, manifestaes e itens de uma mesma obra.

O objectivo final das FRBR satisfazer as necessidades de informao dos utilizadores, facilitando a execuo de um conjunto de operaes que so por eles efectuadas quando pesquisam os catlogos das bibliotecas.

Estas tarefas so: encontrar os materiais, identificar a entidade desejada, seleccionar a entidade apropriada s suas necessidades e finalmente obter acesso entidade descrita.

Formato MARC

O desenvolvimento do formato MARC nos anos sessenta foi um marco fundamental na informatizao das bibliotecas porque sendo um formato com uma estrutura normalizada, tornou possvel a troca internacional dos registos bibliogrficos num formato legvel por computador.

Este formato composto por um sistema de cdigos internacionais que permitem a legibilidade de dados bibliogrficos registados em suporte magntico, conforme a norma ISO 2709.

O formato MARC que conheceu ao longo dos anos uma variedade de formatos (MARC 21, USMARC, UKMARC, INERMARC, etc.), foi fundamental para o desenvolvimento da catalogao em todo o mundo.

O UNIMARC foi criado em 1977 pela IFLA com o objectivo de criar uma linguagem comum que permitisse a troca internacional dos registos bibliogrficos, resolvendo as incompatibilidades existentes entre os vrios formatos MARC.

O UNIMARC hoje um formato imprescindvel na produo e gesto dos registos de informao (bibliogrficos e de autoridade).

num processo em profunda e constante renovao informacional, tecnolgica, terminolgica e conceptual que se pode falar hoje de catalogao.

Novos suportes, novas tipologias, novos modelos conceptuais e novas tecnologias, so hoje alguns dos aspectos que se tm que ter em conta no universo catalogrfico.

DECLARAO DE PRINCPIOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAO

INTRODUO

A Declarao de Princpios conhecida geralmente por Princpios de Paris foi aprovada em 1961. O seu propsito de servir como base, para uma normalizao internacional na catalogao foi, alcanado: muitos dos cdigos de catalogao que foram desenvolvidos em todo o mundo, desde tal data, seguiram estritamente os Princpios ou, pelo menos, fizeram-no de uma forma expressiva.

Ter um conjunto comum de princpios internacionais de catalogao tornou-se ainda mais desejvel uma vez que catalogadores e respectivos clientes, em todo o mundo, usam OPAC (Online Public Access Catalogues). Neste momento a IFLA desenvolveu um esforo para produzir uma nova declarao de princpios que se destinam aos catlogos de bibliotecas em linha e outros. O primeiro princpio servir a convenincia dos utilizadores do catlogo.

Esta declarao substitui e amplia o mbito dos Princpios de Paris, incluindo, alm das obras textuais, todos os tipos de materiais, e alm da simples escolha e forma de entrada, todos os aspectos dos dados bibliogrficos e de autoridade utilizados em catlogos de bibliotecas. Inclui no s princpios e objectivos (isto , funes do catlogo) mas tambm regras orientadoras que devem ser includas nos cdigos de catalogao em mbito internacional, bem como servir de orientao para as funcionalidades de pesquisa e recuperao.

A declarao cobre:

1. mbito

2. Princpios gerais

3. Entidades, atributos e relaes

4. Objectivos e funes do catlogo

5. Descrio bibliogrfica

6. Pontos de acesso

7. Fundamentos para a funcionalidade de pesquisa

Esta declarao est construda sobre as grandes tradies catalogrficas do mundo, bem como sobre o modelo conceptual estabelecido no IFLA Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR).

Espera-se que esta declarao facilite o intercmbio internacional de dados bibliogrficos e de autoridade e oriente os criadores de regras de catalogao nos seus esforos para desenvolver um cdigo internacional de catalogao.

1. mbito

Os princpios enunciados destinam-se a orientar o desenvolvimento de cdigos de catalogao. Aplicam-se a registos bibliogrficos e de autoridade e a catlogos correntes de bibliotecas. Podem tambm ser aplicados a bibliografias e outros ficheiros (arquivos) de dados criados por bibliotecas, arquivos, museus e outras comunidades.

Os princpios pretendem promover uma abordagem consistente catalogao descritiva e de assunto de recursos bibliogrficos de todos os tipos.

2. Princpios gerais

H diversos princpios que orientam a construo de cdigos de catalogao. O mais determinante a convenincia do utilizador.

2.1. Convenincia do utilizador. A descrio e as formas controladas dos nomes para acesso devem ocorrer tendo em conta o utilizador.

2.2. Uso comum. O vocabulrio usado na descrio e nos pontos de acesso deve estar de acordo com o da maioria dos utilizadores.

2.3. Representao. As descries e formas controladas dos nomes devem ser baseadas no modo como a entidade se descreve.

2.4. Exatido. A entidade descrita deve ser fielmente representada.

2.5. Suficincia e necessidade. S devem incluir-se nas descries e formas controladas dos nomes para acesso os elementos considerados necessrios ao utilizador e que sejam essenciais para identificar, inequivocamente, uma entidade.

2.6. Significncia. Os elementos dos dados devem ser bibliograficamente significantes.

2.7. Economia. Quando h formas alternativas para atingir um objectivo, deve dar-se preferncia forma que promova maior economia.

2.8. Consistncia e normalizao. As descries e a construo de pontos de acesso devem ser to normalizadas quanto possvel o que permite maior consistncia e, por sua vez, aumentar a capacidade de partilhar dados bibliogrficos e de autoridade.

2.9. Integrao. As descries para todos os tipos de materiais e as formas controladas dos nomes de todos os tipos de entidades devem ser baseadas num conjunto comum de regras.

As regras num cdigo de catalogao devem ser defensveis e no arbitrrias.

Reconhece-se que, por vezes, estes objectivos podem ser contraditrios, devendo, nesses casos, adoptar-se uma soluo defensvel e prtica.

3. Entidades, atributos e relaes

Um cdigo de catalogao deve ter em conta as entidades, atributos e relaes tal como definido nos modelos conceptuais do universo bibliogrfico.

3.1. Entidades

As seguintes entidades podem ser representadas por dados bibliogrficos e de autoridade:

Obra

Expresso

Manifestao

Item7

Pessoa

Famlia

Colectividade (Entidade)

Conceito

Objecto

Evento

Lugar

3.2. Atributos

Os atributos que identificam cada entidade devem ser usados como elementos de dados.

3.3. Relaes

As relaes entre entidades, que sejam bibliograficamente significativas, devem ser identificadas.

4. Objectivos e funes do catlogo

O catlogo deve ser um instrumento efectivo e eficiente que permita ao utilizador:

4.1. Encontrar recursos bibliogrficos numa coleco como resultado de uma pesquisa, utilizando atributos e relaes entre recursos:

4.1.1. Para encontrar um determinado recurso.

4.1.2. Para encontrar conjuntos de recursos

4.2. dentificar um recurso bibliogrfico ou agente (confirmar que a entidade descrita corresponde entidade procurada ou distinguir entre duas ou mais entidades com caractersticas similares);

4.3. Selecionar um recurso bibliogrfico que seja apropriado s necessidades do utilizador, (escolher um recurso de acordo com as necessidades do utilizador, no que diz respeito ao contedo, suporte, etc. ou rejeitar se inadequado a essas necessidades;

4.4. Adquirir ou obter acesso a um item descrito ou aceder, adquirir ou obter dados bibliogrficos ou de autoridade;

4.5. Navegar num catlogo ou para alm dele (quer dizer, atravs da organizao lgica dos dados bibliogrficos e de autoridade e da apresentao de formas claras de se navegar, incluindo a apresentao de relaes entre obras, expresses, manifestaes, itens, pessoas, famlias, entidades (colectividades), conceitos, objectos, eventos e lugares).

5. Descrio bibliogrfica

5.1. De uma maneira geral, deve-se criar uma descrio bibliogrfica separada para cada manifestao.

5.2. Uma descrio bibliogrfica baseia-se, tipicamente, no item enquanto representante da manifestao e pode incluir atributos que pertenam (s) obra(s) e expresso(es) nela contidas.

5.3. Os dados descritivos devem ser baseados numa norma internacionalmente vigente.

5.4. As descries podem ser feitas de acordo com vrios nveis de detalhe, dependendo dos objectivos do catlogo ou ficheiro (arquivo) bibliogrfico. Do nvel de detalhe deve ser informado o utilizador.

6. Pontos de acesso

6.1. Generalidades

Os pontos de acesso para recuperar dados bibliogrficos e de autoridade devem ser formulados de acordo com os princpios gerais. Podem ser controlados ou no.

6.1.1. Os pontos de acesso controlados devem ser estabelecidos para as formas autorizadas e variantes dos nomes de entidades como pessoas, famlias, colectividades (entidades), obras, expresses, manifestaes, itens, conceitos, objectos, eventos e lugares. Fornecem a consistncia necessria para a correta reunio de registos bibliogrficos relativos a conjuntos de recursos.

6.1.1.1. Os registos de autoridade devem ser construdos para controlar as formas autorizadas e formas variantes de nomes, e para identificadores usados como ponto de acesso.

6.1.2. Os pontos de acesso no controlados podem existir como dados bibliogrficos para nomes, ttulos, tal como se encontra numa manifestao, cdigos, palavras-chave, etc., no controlados por registos de autoridade.

6.2. Escolha dos pontos de acesso

6.2.1. Devem ser includos, como pontos de acesso a um registo bibliogrfico, os pontos de acesso autorizados para obras e expresses (controlados) contidas no recurso, o ttulo da manifestao (normalmente no controlado) e os pontos de acesso autorizados para os criadores das obras.

6.2.2. Devem ser fornecidos pontos de acesso adicionais para registos bibliogrficos para os pontos de acesso autorizados para pessoas, famlias, colectividades (entidades) e assuntos considerados importantes para encontrar e identificar o recurso bibliogrfico que se descreve.

6.2.3. Devem ser includas como pontos de acesso a um registo de autoridade, a forma autorizada e tambm as formas variantes do nome da entidade.

6.2.4. Pode fazer-se um acesso adicional atravs de nomes relacionados.

6.3. Pontos de acesso autorizados

O ponto de acesso autorizado para o nome de uma entidade deve ser registado num registo de autoridade, junto com identificadores da entidade e formas variantes do nome. Um ponto de acesso autorizado pode ser necessrio como uma forma de apresentao assumida por defeito (default display form).

6.3.1. Os pontos de acesso autorizados devem ser construdos de acordo com uma norma.

6.3.2. Lngua e escrita de pontos de acesso autorizados

6.3.3. Escolha do ponto de acesso autorizado

6.3.4. Forma do nome para pontos de acesso autorizados

6.4. Vrios nomes e formas variantes do nome

Qualquer que seja o nome escolhido para ponto de acesso autorizado, devem tambm ser incluir-se, para acesso controlado, os vrios nomes e formas variantes do nome

7. Fundamentos para a funcionalidade de pesquisa

7.1 Pesquisa

Os pontos de acesso so os elementos dos registos bibliogrficos e de autoridade que 1) providenciam uma recuperao eficaz de registos bibliogrficos e de autoridade e respectivos recursos bibliogrficos associados e 2) delimitam os resultados da pesquisa.

7.1.1 Facilidades auxiliares de pesquisa

Nomes, ttulos e assuntos devem ser pesquisveis e recuperveis atravs de qualquer facilidade disponvel num dado catlogo.

7.1.2 Pontos de acesso essenciais

Os pontos de acesso essenciais so os que se baseiam nos principais atributos e nas relaes de cada entidade no registo bibliogrfico ou de autoridade.

7.1.3 Pontos de acesso adicionais

Os atributos de outras zonas (reas) de descrio bibliogrfica ou do registo de autoridade podem servir como pontos de acesso adicionais ou como mecanismos destinados a filtrar ou limitar uma pesquisa.

7.2 Recuperao

Quando na pesquisa so recuperados vrios registos com o mesmo ponto de acesso, os registos devem ser apresentados numa ordem lgica conveniente para o utilizador do catlogo, de preferncia em conformidade com uma norma relevante para a lngua e escrita do ponto de acesso.

ISBD consolidada: um passo em frente

O primeiro objectivo da ISBD estabelecer critrios para uma catalogao descritiva compatvel a nvel mundial, com a finalidade de tornar possvel o intercmbio de registos bibliogrficos entre agncias bibliogrficas nacionais, entre as bibliotecas a nvel internacional e entre as comunidades de informao em geral.

Atravs da especificao dos elementos que constituem a descrio bibliogrfica e a prescrio da ordem de como esses elementos devem ser apresentados, e secundariamente, atravs pontuao com que devem ser separados, a ISBD pretende dar resposta a trs objectivos bsicos:

Tornar possvel o intercmbio de registos provenientes de diferentes fontes, de tal forma que os registos criados num pas possam ser facilmente integrados nos catlogos de qualquer pas;

Ajudar na interpretao de registos ultrapassando as barreiras das diferentes lnguas, de tal forma que registos produzidos por utilizadores de uma lngua possam ser interpretados por utilizadores de outras lnguas;

Realar a interoperacionalidade com outros sistemas padro.

Ainda que originalmente o desenvolvimento da ISBD fosse promovido pelas necessidades e oportunidades dadas pela automatizao do controlo bibliogrfico, no entanto a ISBD independente de qualquer formato especfico da informao. til e aplicvel para a descrio bibliogrfica de qualquer tipo de recurso e em todo o tipo de catlogos, sejam catlogos de acesso pblico em linha (OPAC) ou catlogos menos avanados tecnologicamente.

O processo de reviso destinado a manter as actualizaes das ISBDs foi mais lento do que se esperaria, dado que a evoluo dos tipos de publicaes, as novas investigaes e as regras foram mudando. Ento, o Grupo de Reviso decidiu que se deveria considerar a possibilidade de juntar as ISBDs num nico documento.

ORIENTAO FUTURA DAS ISBDs

Objectivos:

Preparar uma ISBD consolidada e actualizada com as ISBDs especializadas, com a finalidade de satisfazer as necessidades dos catalogadores e utilizadores da informao bibliogrfica.

Proporcionar consistncia e unificar sempre que possvel as disposies da descrio de todos os recursos e requerer as disposies especificas necessrias para descrever a especificidade dos tipos de recursos.

Princpios:

O objectivo principal das ISBD providenciar disposies para uma catalogao descritiva compatvel a nvel mundial, com a finalidade de ajudar o intercmbio internacional de registos bibliogrficos entre bibliotecas e comunidades de informao, incluindo produtores, editores, etc.

Adaptar diferentes nveis de catalogao incluindo os necessrios para as agncias bibliogrficas nacionais, bibliografias nacionais, universidades e outras coleces especializadas.

Especificar os elementos necessrios para identificar e relacionar um recurso.

Centrar a ateno no conjunto de elementos de informao, mais do que na sua visualizao ou no uso de um sistema automatizado especfico.

O desenvolvimento das disposies dever ter em conta prticas de custo efectivo.

PARA O FUTURO

Os modelos de publicao hoje em dia esto em constante mudana, em grande parte devido ao meio electrnico, no qual estamos cada vez mais inseridos. J que cada vez maior o interesse nos metadados para promover o controlo e acesso aos recursos electrnicos. A ISBD beneficiar de novas oportunidades para influenciar o contedo e o uso de outros esquemas de metadados, j que a maioria deles define elementos que lhe so familiares. Por outro lado, importa no s considerar as novas situaes bibliogrficas, mas tambm atender s prticas j estabelecidas que continuam to teis agora como o foram no passado. Portanto, necessrio que a IFLA continue a assegurar a actualizao da ISBD, e que a continue fazendo em cooperao com as agncias bibliogrficas nacionais e comits nacionais e multinacionais de catalogao.

Tema 1 - A catalogao - Uma ferramenta ao servio do conhecimento

Objectivos

Entender o conceito de ponto de acesso, cabealho ou entrada principal e entradas secundrias.

Conhecer as regras para a construo de registos de autoridade para os nomes de pessoa fsica e pessoa colectiva.

Conhecer as regras para a determinao dos cabealhos

Identificar as razes da importncia da constituio dos pontos de acesso.

Catalogar monografias

Pontos acesso controladoDeterminao do cabealho

Introduo

Uma das principais funes das bibliotecas consiste em gerir, tratar e disponibilizar informao em funo das necessidades (expressas ou no) dos seus utilizadores.

Com o desenvolvimento das novas tecnologias e com a diversificao e especializao das necessidades de informao dos utentes das bibliotecas, os servios das bibliotecas deixaram de estar centrados na mera implementao de coleces e o paradigma da quantidade deu lugar a primazia da qualidade.

A eficiente disponibilizao da informao passa pela manuteno de um catlogo informatizado que garanta uma rpida recuperao da informao no momento da pesquisa.

A construo de um catlogo de qualidade deve ser uma preocupao das bibliotecas e esta qualidade caracteriza-se pela fiabilidade dos resultados da pesquisa. Esta fiabilidade caracterizada pela ausncia de rudo ou silncio nas pesquisas e consegue-se pela existncia de vocabulrios controlados tanto a nvel do assunto como da autoria.

fundamental que as bibliotecas definam na sua poltica de gesto de coleces estratgias claras e precisas de tratamento documental e de criao de ficheiros de autoridade de autoria e de assunto.

Um tratamento documental eficaz, pressupem o controlo da consistncia dos pontos de acesso informao.

A criao de ficheiros de autoridade de autoria de facto um dos grandes desafios das bibliotecas o qual s possvel concretizar com um conhecimento preciso das regras para a determinao dos cabealhos e uma verificao e reviso constante dos termos criados. Sem a articulao destes dois factores impossvel garantir s bibliotecas a coerncia e uniformizao do catlogo e respectiva informao.

A determinao do cabealho

A ficha catalogrfica divide-se basicamente em duas partes distintas: o cabealho e corpo de entrada.

O corpo de entrada constitudo pelo conjunto de elementos descritivos e informativos da obra, distribudos por zonas de acordo com as diversas ISBDs.

O cabealho o nome, palavra, frase ou expresso que introduz uma entrada bibliogrfica que normalmente utilizada para a ordenao e pesquisa num catlogo.

Aps a elaborao de qualquer registo bibliogrfico e para que a ficha fique completa, necessrio determinar a entrada principal. Esta poder ser constituda por um nome de autor-pessoa fsica, de colectividade-autor, entidade eventual ou ento por ttulo.

Regras para a determinao do cabealho:Existncia de um autor principal

O cabealho feito por este autor.

Existncia de dois ou trs autores principais

O cabealho feito pelo primeiro autor que aparece indicado na folha de rosto

Existncia de mais que trs autores principais:

O cabealho feito pelo ttulo

Obras annimas:

O cabealho feito pelo ttulo

Obras sob a responsabilidade de um editor literrio, compilador, organizador

O cabealho feito pelo ttulo.

Obras de colectividade autor

Quando a autoria da responsabilidade de uma instituio/colectividade, a entrada principal feita pelo seu nome. necessrio no entanto, consoante o tipo de instituio em causa, aplicar as regras para a determinao da forma do cabealho nos nomes de colectividade autor.

Autor instituio

1 - Referncia bibliogrfica: As questes do Zaire / Sociedade de Geografia de Lisboa

Entrada principal: Sociedade de Geografia de Lisboa

2 - Referncia bibliogrfica: Catlogo da Biblioteca Amorim Pessoa / Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra

Entrada principal: Universidade de Coimbra. Biblioteca Geral

3 - Referncia bibliogrfica: A funo educativa da escola / Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministrio da Educao.

Entrada Principal. Portugal. Ministrio da Educao. Gabinete de Estudos e Planeamento

Autor-grupo eventual

Quando a autoria da responsabilidade de um grupo eventual, a entrada principal feita pelo nome do grupo eventual. Alm do nome do grupo eventual obrigatrio colocar o n do evento, o local onde se realizou o evento e o ano da realizao.

Forma de cabealho de nomes de pessoasNomes de pessoas fsicas

De acordo com as Regras Portuguesas de Catalogao e o Unimarc Autoridades existem regras para a apresentao da forma do cabealho.

O apelido, o nome prprio, os restantes apelidos, certos elementos distintivos e as datas de nascimento e morte so colocados de acordo com as seguintes regras:

1. Palavra de ordem (normalmente o apelido).

2. Restantes elementos do nome (nome prprio e apelidos).

3. Elementos distintivos, quando normalmente associados ao nome (ttulos nobilirquicos, indicao de pseudnimo, locativos, etc.).

4. Datas de nascimento e morte.

5. Outros elementos distintivos que no estejam associados ao nome da pessoa fsica e sejam adicionados pelo catalogador.

Alm destas regras ainda se deve ter em conta a eleio de um cabealho uniforme

A escolha do nome para a determinao do cabealho de autoria no muitas vezes uma tarefa fcil, pois os autores no se referenciam sempre da mesma maneira.

As regras portuguesas de catalogao definem alguns critrios para a eleio do cabealho uniforme:

importante referir que na descrio bibliogrfica o nome do responsvel da obra transcrito na 1 zona tal como aparece na folha de rosto.

A uniformizao do nome s existe na constituio do cabealho e das entradas secundrias.

Regras especficas para a elaborao da forma do cabealho:

Apelidos simples:

Apelidos compostos:

Nomes espanhis:

Apelidos com partculas de ligao como prefixos de nomes:

Quando um apelido inclui um artigo (La, Las, Le), uma preposio (vom), ou uma combinao dos dois (De la, della), a entrada faz-se pela parte do apelido que est consagrada no ficheiro de autoridade da agncia bibliogrfica do pas de residncia ou de trabalho da pessoa cuja obra est a ser catalogada.

Nomes ingleses - por regra, a entrada faz-se sempre pelo prefixo

Nomes franceses - por regra, se o prefixo consistir num artigo (Le) ou na contraco de preposio e artigo (Du), a entrada faz-se pelo prefixo.

Nomes alemes - por regra, se o prefixo consiste num artigo por contraco de preposio e artigo (Am, Vom, Zum), a entrada faz-se pelo prefixo.

Caso contrrio, a entrada faz-se pela parte do nome a seguir ao prefixo.

Nomes italianos - por regra, a entrada faz-se sempre pelo prefixo no caso dos nomes modernos. Para autores medievais e incio da Idade Moderna necessrio confirmar a forma correcta nas obras de referncia.

Nos nomes portugueses a entrada nunca se faz pelo prefixo.

H ainda outros prefixos que so considerados palavra de ordem e por isso so a primeira palavra do cabealho:

O Casey, Sean

Outras situaes:

Pseudnimos:

Se a totalidade ou a maioria das obras de um autor figuram sob um pseudnimo, escolhe-se esse pseudnimo para determinar o cabealho.

Nome: Adolfo Correia da Rocha

Cabealho: Torga, Miguel, pseud.

No entanto se uma pessoa usou algumas vezes o seu nome real e tambm em outras obras um ou mais pseudnimos, sem que haja uma distino na tipologia das obras (por exemplo so todas obras literrias), escolhe-se como cabealho o nome real.

Cabealho: Pessoa, Fernando

Nomes: lvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, Bernardo Soares

A escolha pelo nome real ocorre tambm quando a pessoa usou ocasionalmente um pseudnimo.

Nomes seguidos por designao de parentesco:

Nome: Artur Portela Filho

Cabealho: Portela Filho, Artur, 1937-

Nomes de religiosos:

Nome: Maria do Divino Corao de Maria

Cabealho: DIVINO CORAO DE MARIA, Maria

Nome: Lucas de Santa Catarina

Cabealho: SANTA CATARINA, Lucas de, 1660-1740

Nomes de papas:

Nome: Papa Pio IX

Cabealho: PIO IX, Papa

Nomes de santos:

Nome: So Joo de Brito

Cabealho: JOO DE BRITO, Santo, 1647-1693

Nomes de soberanos:

Nome: Rainha de Espanha Isabel I

Cabealho: Isabel I, Rainha de Espanha

Nomes de prncipes no reinantes:

Nome: Lus com o ttulo de Delfim de Frana

Cabealho: Lus, Delfim de Frana

Ttulo nobilirquicos:

A palavra de ordem pelo ttulo nobilirquico, seguido da palavra que designe o grau de nobreza.

Nome: Manuel Francisco de Barros e Sousa

Ttulo nobilirquico: Visconde de Santarm 1791-1856

Cabealho: SANTARM, Visconde de, 1791-1856

Nomes seguidos de locativos de origem ou de qualquer outro anlogo:

Nome: Alberto Magno

Cabealho: ALBERTO Magno

Nome: Pedro Dicono

Cabealho: PEDRO Dicono

Alm das Regras portuguesas de catalogao sugere-se a consulta do ficheiro de autoridades da Biblioteca Nacional: http://pacweb.bn.pt/autores.htm

Forma de cabealho de nomes de colectividade autor

As colectividades podem classificar-se em dois grupos:

1 - As colectividades independentes que entram pelo seu nome especfico. A palavra de ordem a primeira do nome seguida das restantes palavras na ordem directa.

Fundao Calouste Gulbenkian

Sociedade Portuguesa de Geografia

UNESCO

2 - As colectividades dependentes quer por subordinao, quer por coordenao.

Entendem-se por colectividades dependentes:

2.1 Aquelas cujo nome inclui o nome do seu subordinante.

Nome: Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministrio da Educao

Cabealho: PORTUGAL.

Ministrio da Educao.

Gabinete de Estudos e Planeamento.

2.2 Aquela cujo nome contm uma palavra (departamento, seco, diviso, etc.) que por definio implica que ela parte componente de outra.

Nome: Micro Photo Division ( uma diviso dentro da organizao Bell and Howell

Cabealho: Bell and Howell. Micro Photo Division

2.3 Nomes de faculdades, de institutos de faculdade, etc.

Nome: Instituto de Estudos Clssicos da Universidade de Coimbra

Cabealho: UNIVERSIDADE DE COIMBRA.

Faculdade de Letras.

Instituto de Estudos Clssicos

2.4 - Os ministrios, rgos legislativos, judiciais, etc. tm que recorrer a nomes geogrficos (nome do pas, estado, provncia, cidade, etc.) como subordinantes.

Nome: Instituto Portugus do Livro e das Bibliotecas

Cabealho: PORTUGAL.

Ministrio da Cultura.

Instituto Portugus do Livro e das Bibliotecas

Nome: Ministre des Affaire trangrs

Cabealho: Frana. Ministre des Affaire trangrs

2.5 Os rgos legislativos, administrativos, judiciais de carcter religioso s se identificam com a incluso do nome da Igreja a que pertencem.

Nome: Conclio Vaticano II

Cabealho: IGREJA CATLICA.

Conclio Vaticano, 2, 1962-1965

Nome: Diocese de Santarm

Cabealho: SANTARM.

Diocese

Nome: Secretariado da Aco Pastoral do Patriarcado de Lisboa

Cabealho: LISBOA.

Patriarcado.

Secretariado da Aco Pastoral

2.6 As embaixadas e consulados tm como palavra de ordem o elemento geogrfico correspondente ao nome do pas que representam, em portugus ou na forma consagrada pelo uso em Portugal.

Nome: Embaixada da Frana em Portugal

Cabealho: FRANA. Embaixada (Portugal)

2.7 - As comunicaes de carcter oficial de chefes de estado, membros de governo, membros da igreja tm entrada principal pela designao do cargo por eles desempenhado, precedida da entrada geogrfica ou equivalente.

Nome: Discurso pronunciado por Marcelo Caetano enquanto Presidente do Conselho

Cabealho: PORTUGAL. Presidente do Conselho, 1968-1974 (Marcelo Caetano)

Nome: Carta encclica Veritatis Splendor /Joo Paulo II

Cabealho: Igreja Catlica. Papa, 1978-2005 (Joo Paulo II)

Formas de cabealhos de ttulo

Na determinao da autoria, o ttulo torna-se cabealho da entrada principal nas seguintes situaes:

1 - Quando se trata de obras annimas com ttulo uniforme ou convencional

2 - Em obras de autoria indeterminada.

3 - Em obras com mais de trs autores.

4 - Quando se trata de compilaes com indicao de editores literrios, organizadores, coordenadores, etc.

5 - Em obras de autoria de um grupo sem designao.

Ttulos uniformes

Designa-se como ttulo uniforme um ttulo adoptado pela agncia bibliogrfica nacional que sendo muitas vezes distinto da forma com que figura na folha de rosto, permite reunir no mesmo ponto do catlogo determinadas obras.

A vantagem de se criarem formas de cabealhos com ttulos uniformes reside no facto de se poder reunir no mesmo ponto do catlogo determinadas obras, cujo elemento de identificao o ttulo e que circularam em vrias pocas ou em vrias lnguas com ttulos diferentes. Uma das situaes mais usuais ocorre na determinao do cabealho dos clssicos annimos.

Nome: A morgadinha dos cannaviaes

Cabealho: A morgadinha dos canaviais

Agrupam-se ainda sob um ttulo convencional os textos bblicos bem como outros textos sagrados (judaicos, budistas, hindus, islmicos, etc.)

Nome: Os Actos dos Apstolos

Cabealho: BBLIA. N.T. Actos

Obras de teor legislativo

Agrupam-se ainda sob um ttulo convencional e uniforme as compilaes totais ou parciais de legislao emanada de uma jurisdio (referencia-se o pas).

Ttulo prprio: Cdigo civil portugus

Cabealho. Portugal. Leis, decretos, etc.

Descrio de monografias - Obras num s volume

Ver Anexos

Tema 2 - Descrio de recursos impressos2.1 - Publicaes em volumes

Objectivos:

1. Catalogar obras em volumes aplicando as vrias opes para a descrio bibliogrfica num nico nvel.

2. Catalogar obras em volumes de acordo com a regra para a descrio bibliogrfica a vrios nveis.

3. Entender o conceito de descrio em aberto e saiba catalogar os recursos nas situaes em que esta ocorre.

Aconselha-se a consulta:

Regras Portuguesas de Catalogao;

ISBD (M);

ISBD Consolidada (apndice A)

Publicaes em volumes

Entende-se por uma publicao em vrios volumes uma obra que composta por um nmero limitado de unidades fsicas que so distintas entre si (podem at ter ttulos e menes de responsabilidade especficas), mas que foram concebidas e publicadas como um todo. Exceptuam-se as publicaes em fascculos.

Existem vrias opes de catalogao para este tipo de publicaes:

Descrio num nico nvel ou em dois ou mais nveis.

Descrio bibliogrfica num nico nvel

Na descrio num nico nvel, a informao descritiva do todo e das partes colocada nas sete zonas da ISBD para monografias.

No anexo A da ISBD (M) so referenciadas as vrias opes existentes para este tipo de descrio bibliogrfica.

Opo A - Descrio bibliogrfica num nico nvel usando a 7 zona

Nota de contedo

Corresponde a uma descrio em que o ttulo prprio o ttulo comum s partes e em que o ttulo das partes individuais dado numa nota de contedo.

BRAUDEL, Fernand, 1902-1985

Civilizao material, economia e capitalismo : scs XV-XVIII / Fernand Braudel ; trad. Telma Costa. Lisboa : Teorema, D.L. 1992. 3 vol. ; 25 cm. (Teorema. Srie especial; 6; 8; 9). - Tit. Orig. : Civilisation matrielle, conomie et capitalisme. Contm: 1 v. : As estruturas do quotidiano : o possvel e o impossvel. 544 p. - 2 v. : Os jogos das trocas. 600 p. 3 v. : O tempo do mundo. 607 p.

(Por vezes, neste tipo de descrio o nico elemento que se coloca em notas o ttulo da parte. Exemplo : Contm: 1 v. : As estruturas do quotidiano : o possvel e o impossvel. 2 v. : Os jogos das trocas. 3 v. : O tempo do mundo. ).

KIPLING, Rudyard, 1865-1936

Selected works of Rudyard Kipling / Kipling. New York : P. F. Collier, [190-]. 3 vol. ; 21 cm. Contm : 1 vol. : Soldiers three ; In black and white ; The story of the Gadsbys ; The phantom rickshaw and other tales ; Wee Willie Winkie and other child stories. 2 vol.: The light that failed ; Plain tales from the hills. 3 vol.: Mine own people ; The courting of Dinah Shadd and other stories ; American notes ; Under the deodars and other tales ; Departmental ditties ; Barrack-room ballads and other verses.

Opo B - Descrio bibliogrfica num nico nvel usando a 6 zona

Zona da coleco

Corresponde a uma descrio em que o ttulo prprio o ttulo de cada uma das partes individuais e o ttulo comum dado na 6 Zona da ISBD, a zona da coleco.

KIPLING, Rudyard, 1865-1936

Soldiers three ; In black and white ; The story of the Gadsbys ; The phantom rickshaw and other tales ; Wee Willie Winkie and other child stories / Rudyard Kipling. New York : P. F. Collier, [190-]. 300 p. ; 21 cm. (Selected works of Rudyard Kipling ; vol. 1)

KIPLING, Rudyard, 1865-1936

The light that failed ; Plain tales from the hills / Rudyard Kipling. New York : P. F. Collier, [190-]. 280 p. ; 21 cm. (Selected works of Rudyard Kipling ; vol. 2)

KIPLING, Rudyard, 1865-1936

Mine own people ; The courting of Dinah Shadd and other stories ; American notes ; Under the deodars and other tales ; Departmental ditties ; Barrackroom ballads and other verses / Rudyard Kipling. New York : P. F. Collier, [190-]. 310 p. ; 21 cm. (Selected works of Rudyard Kipling ; vol. 3)

Opo C - Descrio bibliogrfica num nico nvel usando a 1 Zona

Zona do ttulo e da meno de responsabilidade

Corresponde a uma descrio em que o ttulo prprio uma combinao do ttulo comum s partes e do ttulo de cada parte individual. Nestas situaes, o ttulo prprio consiste num ttulo comum e num ttulo dependente.

COURTILLON, Janine

Libre change 3. Livre du professeur / Janine Courtillon, C. Guyot-Clment, Genevive-Dominique de Salins. - Paris : Hatier : Didier, 1994. 189 p. : il ; 25 cm.

ISBN 2-278-04028-6

(O ttulo Libre change 3 o ttulo comum s partes e o ttulo Livre du professeur o ttulo individual. Chama-se a este ttulo individual ou ttulo dependente porque a sua designao insuficiente para ser o ttulo prprio.)

Outras opes

Tratando-se de uma obra em volumes em que as partes (cada volume) tm tudo em comum excepto a paginao, frequente elaborar uma descrio a um nico nvel sem referenciar qualquer informao em nota de contedo.

CHAUNU, Pierre, 1923-

A civilizao da Europa das luzes / Pierre Chaunu ; trad. de Manuel Joo Gomes. - Lisboa : Estampa, 1985. - 2 vol. : il.,mapas, quadros ; 21 cm. - (Imprensa universitria ; 43 ; 44). - Tt. orig.: La civilisation de l' Europe ds Lumires

HERCULANO, Alexandre, pseud.

Opsculos / Alexandre Herculano ; org., introd. e notas de Jorge Custdio e Jos M. Garcia. - ed. crtica. - Lisboa : Presena, 1982-1987. - 6 vol. : il. ; 24 cm

Descrio bibliogrfica a vrios nveis

A descrio a vrios nveis baseia-se na diviso da informao descritiva em dois ou mais nveis. O primeiro nvel contm informao comum ao conjunto da publicao. O segundo nvel e os nveis subsequentes contm informaes relativas aos volumes individuais ou outras unidades.

Em cada nvel, os elementos da descrio so dados pela mesma ordem e com a mesma pontuao da publicao unitria.

BRAUDEL, Fernand, 1902-1985

Civilizao material, economia e capitalismo : scs XV-XVIII / Fernand Braudel ; trad. Telma Costa. Lisboa : Teorema, D.L. 1992. - . 3 vol. ; 25 cm. Tit. Orig. : Civilisation matrielle, conomie et capitalisme.

Vol. 1: As estruturas do quotidiano : o possvel e o impossvel. 544 p. (Teorema. Srie especial; 6)

Vol. 2: Os jogos das trocas. 600 p. - (Teorema. Srie especial; 8)

Vol. 3: O tempo do mundo. 607 p. - (Teorema. Srie especial; 9)

KIPLING, Rudyard, 1865-1936

Selected works of Rudyard Kipling / Kipling. New York : P. F. Collier, [190-]. 3 vol. ; 21 cm.

Vol. 1 : Soldiers three ; In black and white ; The story of the Gadsbys ; The phantom rickshaw and other tales ; Wee Willie Winkie and other child stories. 300 p.

Vol. 2 : The light that failed ; Plain tales from the hills. 280 p.

Vol. 3 : Mine own people ; The courting of Dinah Shadd and other stories ; American notes ; Under the deodars and other tales ; Departmental ditties ; Barrack-room ballads and other verses. 310 p.

Descrio em aberto

Corresponde a descries bibliogrficas em que certos elementos da descrio so deixados em aberto porque a entidade catalogadora no possui todos os volumes da publicao. Esses espaos em aberto so especificamente a data da publicao (na 4 zona) e o nmero de volumes (na 5 zona). Os espaos so deixados em aberto at que sejam descritos todos os volumes.

4 Zona Zona da publicao, distribuio, etc.

Em relao data de publicao pode acontecer que todos os volumes tenham sido publicados no mesmo ano e se assim for s se coloca uma data

Exemplo:

Local : Editor, 1979. 4 vol.

Pode no entanto tambm acontecer que cada volume tenha um ano de publicao diferente. Se tal situao ocorrer, coloca-se a data do primeiro e ltimo volume separados por um hfen

Exemplo:

Local : Editor, 1979-1982. 3 vol.

Tratando-se de entradas em aberto, na informao da data, podem ocorrer trs situaes distintas:

1 A biblioteca possui somente o primeiro volume e por isso existe apenas essa data. A informao da data colocada na referncia bibliogrfica e como no existe indicao da data do ltimo volume necessrio deixar esse espao em aberto.

Exemplo:

Local : editora, 1980- . - vol. ; 23 cm

2 A biblioteca possui um ou mais volumes do meio, no existindo por isso a data do incio e do fim da publicao. Quando isto acontece as datas tm que ser calculadas pelo prprio catalogador em funo das indicaes que este possui da obra. Neste clculo de datas h um limite cronolgico a respeitar: entre a primeira data e a ltima, o perodo no pode ser superior a 20 anos.

Exemplo: A biblioteca possui apenas o 5 volume cuja data de 1993.

Calculam-se as datas provveis e coloca-se essa informao dentro de parnteses rectos:

Local : editora, [1988?]-[1999?]. - v. ; 20 cm

H uma outra forma (mais usual) de elaborar o registo bibliogrfico que calcular apenas a data do primeiro volume.

Local : editora, [1988?]- . - v. ; 20 cm

3 A biblioteca possui apenas o ltimo volume. Nesta situao a data do primeiro volume fica em aberto e inserida somente a data do ltimo volume.

Exemplo:

Local : editora, -1985- . - Vol. ; 22 cm

Exemplos de referncias bibliogrficas em aberto:

Existe apenas o 1 volume:

PORTUGAL. Ministrio da Educao. Gabinete de Estudos e Planeamento

Caracterizao de estruturas formativas : ensino vocacional, tcnicoprofissional, formao profissional, ensino superior / Gabinete de Estudos e Planeamento [do] Ministrio da Educao ; Joo Cidade Alpiara. - Lisboa : Ministrio da Educao, GEP, 1983- . - v. : il, mapas, grficos ; 21 cm. Contm: 1 vol.: zona norte. - 1983. - 128 p.

Existe apenas o ltimo volume:

PORTUGAL. Ministrio da Educao. Gabinete de Estudos e Planeamento

Caracterizao de estruturas formativas: ensino vocacional, tcnicoprofissional, formao profissional, ensino superior / Gabinete de Estudos e Planeamento [do] Ministrio da Educao ; Joo Cidade Alpiara. - Lisboa : Ministrio da Educao, GEP, -1984. - v. : il, mapas, grficos ; 21 cm. Contm: 2 vol.: zona sul. - 1984. 95 p.

Existem apenas alguns volumes dispersos:

PORTUGAL. Ministrio dos Negcios Estrangeiros

Dez anos de poltica externa (1936-1948) : a Nao Portuguesa e a Segunda Guerra Mundial / Ministrio dos Negcios Estrangeiros. - Lisboa : Imprensa Nacional de Lisboa, [1961?]- . - vol. . - A obra est incompleta, s existem os volumes 5 e 6.

5 Zona Zona da descrio fsica

Na 5 zona, em vez da indicao da quantidade de volumes, coloca-se apenas a indicao vol. precedida de dois ou mais espaos para assinalar que h espaos em branco. H bibliotecas que em vez da indicao vol. Colocam apenas um v.

2.2 - Descrio de partes componentes

Objectivos:

1. Entender os conceitos de parte componente e de item hospedeiro.

2. Identificar as razes que levam as unidades documentais a privilegiar este tipo de tratamento documental.

3. Catalogar partes de recursos impressos (monografias).

Aconselha-se a consulta:

Guidelines for the application of the ISBDs to the description of components parts

Partes componentes

Muitas vezes as bibliotecas, com o objectivo de difundir informao que v de encontro satisfao das necessidades dos seus utilizadores, tm necessidade de catalogar uma parte de uma publicao. Pode ser um captulo ou parte de monografia, um artigo de peridico ou ento uma faixa de um documento udio ou de um outro tipo de material no-livro. No fundo trata-se de referenciar trabalhos dentro de trabalhos.

Estes princpios aplicam-se apenas descrio de partes componentes que so editadas com, em, ou como parte de um item hospedeiro e que dele dependem quanto ao acesso ou identificao bibliogrfica.

No se incluem neste tipo de descrio as obras em volumes, as separatas e suplementos.

Devem utilizar-se conjuntamente com a ISBD que corresponde ao tipo de material que est a ser catalogado.

Independentemente do tipo de documento que estiver a ser descrito, a ISBD para partes componente prev a existncia de quatro campos distintos:

1- A descrio da parte componente

2- Um elemento de unio

3- Uma identificao e descrio da obra principal

4- Pormenores da localizao da parte dentro do item hospedeiro

1 A descrio da parte componente basicamente composta pelo:

Ttulo da parte componente

Sub-ttulo

Autor da parte

2- Elemento de unio

So dois, os objectivos deste elemento de ligao:

Marcar claramente o fim da descrio da parte componente e o princpio da descrio e identificao do item hospedeiro.

Identificar a relao de pertena da parte em relao o todo. Para alcanar este objectivo, a descrio usa uma pontuao formal. A ISBD para partes componentes prev a utilizao de sinais grficos como // (espao, barra dupla, espao) se a descrio for feita de uma forma sequencial.

Exemplo: identificao da parte // identificao da totalidade da obra

Querendo separar os dois segmentos da descrio por um pargrafo esta pontuao omitida e utiliza-se um termo que indique esta relao de incluso. O termo mais usual In seguido da descrio do item hospedeiro. Exemplo In: Ttulo do item hospedeiro

3- Identificao e descrio do item hospedeiro

A descrio que identifica o item hospedeiro estruturado de acordo com o esquema das zonas e elementos da ISBD(G) e vai buscar as suas especificaes s outras ISBDs em funo do tipo de documento a descrever.

1 Zona

O ttulo da publicao deve ser sempre includo na identificao do item hospedeiro.

A designao genrica do material normalmente excluda da identificao do item hospedeiro. Exceptuam-se duas situaes:

quando a DGM diferente da parte componente e quando o item hospedeiro tem os dados da descrio semelhantes a uma publicao com formato diferente.

Os ttulos paralelos so normalmente excludos.

A informao de outro ttulo s se inclui quando o ttulo prprio no distintivo.

A primeira indicao de responsabilidade inclui-se normalmente na identificao do item hospedeiro.

2 Zona

As indicaes de edio incluem-se normalmente na identificao do item hospedeiro.

3 Zona

Geralmente no se utiliza nas publicaes em srie, mas pode ser necessria para identificar materiais cartogrficos.

4 Zona

O lugar da publicao e o editor normalmente se inclui nas monografias e por vezes se exclui nas publicaes peridicas. O ano sempre referenciado.

5 Zona, 6 Zona e 7 Zona

So normalmente excludas da identificao do item hospedeiro.

8 Zona

Se existir um nmero internacional normalizado deve ser sempre includo na identificao do item hospedeiro.

4 - Pormenores da localizao da parte dentro do item hospedeiro.

A forma como se referencia esta localizao varia conforme o tipo de documento do item hospedeiro.

Em obras num s volume a localizao expressa atravs da sua paginao (por exemplo p. 40-78).

Em obras com mais do que um volume acrescenta-se o nmero do volume (por exemplo vol. 4, p. 78-90).

Tratando-se de publicaes peridicas necessrio referir o volume, n, ano e tambm a paginao (por exemplo: Vol. 26, n 2 (1976), p. 302-324.

Tratando-se de material no livro indica-se a localizao da parte componente nos termos adequados ao tipo de material utilizando, quando possvel, a numerao e os termos utilizados na prpria publicao. Os nmeros rabes substituem outro tipo de numerao bem como os nmeros escritos por extenso.

DESCRIO BIBLIOGRFICA DE PARTES DE MONOGRAFIAS

De acordo com a ISBD para a descrio das partes componentes (que prev a existncia de quatro campos distintos) h tambm a necessidade de criar para este tipo de registo, entradas de autoridade para que estas referncias sejam pesquisveis. Por isso de forma mais globalizante podemos considerar que a catalogao de partes ou captulos de monografias far-se- com o preenchimento de 5 campos distintos:

1- Encabeamento por autor da parte ou captulo ou ento pelo ttulo da parte.

2- Indicao do ttulo da parte ou captulo seguido da indicao de responsabilidade.

3- Elemento de unio

4- Identificao e descrio do item hospedeiro.

5- Localizao da parte dentro do item hospedeiro.

Exemplos:

RAYNAUD, Pierre

La puissance paternelle et lssistance educative / Pierre Raynaud

In: Mlanges offerts Ren Savatier. Paris : Librairie Dalloz, 1985. p. 807- 820

I- Tit da parte componente

II- Tit do item hospedeiro

RAU, Virgnia

A tcnica saleira no Vale do Sado e o sal de Setbal / Virgnia Rau

In: Estudos sobre a histria do sal portugus / Virgnia Rau. Lisboa : Ed. Presena, [198-?]. p. 39-54

I- Tit da parte componente

II- Tit do item hospedeiro

MATTOSO, Jos

A batalha de Ourique / Jos Mattoso, Ana Maria Magalhes, Isabel Alada

In: Histria de Portugal / Jos Mattoso, Ana Maria Magalhes, Isabel Alada. Lisboa : Caminho, imp. 1993. ISBN 972-21-1026-8. - Vol 4, p. 63-64

I- Tit da parte componente

II- Tit do item hospedeiro

III- Magalhes, Ana Maria, co-aut.

IV- Alada, Isabel, co-aut.

Tema 3 - Descrio de recursos vdeos, sonoros e grficos

Objectivos:

1. Conhecer as razes que justificam a complexidade da descrio deste tipo de recursos.

2. Identificar as zonas ISBD onde essa complexidade mais notria.

3. Catalogar recursos vdeo, sonoros e grficos.

4. Conhecer as regras para a determinao dos cabealhos neste tipo de recursos.

Aconselha-se a consulta:

ISBD (NBM);

ISBD Consolidada.

Catalogao de recursos vdeo, sonoros e grficos

A actual ISBD consolidada no que diz respeito ao tratamento dos recursos vdeo e sonoros, corrobora os princpios e as directrizes da ISBD (NBM).

A Descrio Bibliogrfica Internacional Normalizada para materiais no livro, a ISBD (NBM) um documento publicado pela primeira vez em 1977 e revisto em 1987.

Surgiu da necessidade da catalogar documentao no textual, de natureza muito diversificada e cuja descrio no se encontrava enquadrada nas regras de descrio j existentes.

semelhana das outras ISBDs, a ISBD (NBM) especifica as necessidades para a descrio e identificao de um documento no-livro, atribui uma ordem aos elementos da descrio e estipula um sistema de pontuao.

As regras desta ISBD cobrem a descrio:

Dos registos sonoros em qualquer suporte

Dos filmes e registos de vdeo de todos os tipos e em variados suportes

De objectos que podem ir de brinquedos, a jogos, marionetas, fantoches, etc.

Dos recursos grficos

De material multimdia.

A designao non-book material ou material nao-livro h muito que deixou de fazer sentido, pois este documento da IFLA no abrange a descrio de recursos electrnicos.

Os documentos electrnicos, pelas suas caractersticas, distinguem-se na descrio bibliogrfica, no s por serem novos suportes da informao mas tambm pelas implicaes tecnolgicas subjacentes sua leitura.

Os recursos sonoros e vdeos quanto tipologia so normalmente documentos caracterizados por uma grande diversidade na apresentao fsica (ver esquema comparativo).

So documentos mais perecveis, ficam desactualizados rapidamente (sobretudo os de formato audiovisual) e necessitam de equipamento de leitura para serem consultados Em relao ao tratamento documental so documentos mais complexos sobretudo ao nvel da descrio da 1 zona, da 5 Zona (zona da descrio fsica) e da 7 zona.

Um outro aspecto que dificulta a descrio deste tipo de documentos a no existncia de pgina de ttulo ou fonte de informao equivalente. Alem disso, muitos recursos multimdia, gravaes sonoras, imagens fixas e em movimento carecem de uma fonte de informao nica para criar uma descrio bibliogrfica. Para decidir uma ordem de preferncia entre estas fontes de informao convencionou-se considerar como fonte principal de informao o prprio recurso, seguido da etiqueta colada, do invlucro ou de outro texto acompanhante. Muitas vezes esta ordem de prioridades alterada, ou porque a informao no est disponvel na fonte principal de informao, ou porque insuficiente ou ainda porque o recurso contm duas ou mais obras e o ttulo colectivo se encontra referido no contentor (invlucro) ou no material textual acompanhante.

Quanto designao genrica do tipo de recurso (tambm denominada meno geral do tipo de documento), elemento pertencente a 1 Zona ISBD, apesar de ser um elemento facultativo recomendvel indic-lo na descrio dos recursos sonoros, vdeos e grficos. Alertamos para o facto de que o Grupo de Reviso da ISBD esta ainda a analisar possibilidades de fazer algumas alteraes quanto a nomenclatura a usar.

Apresenta-se de seguida um quadro que estabelece a correspondncia entre os termos mais usuais da designao genrica de material (1 Zona) e a respectiva designao especfica do material (5 Zona) dos recursos descritos na ISBD (NBM):

DESIGNAO GENRICA DO MATERIAL

DESIGNAO ESPECFICA DO MATERIAL

[Registo sonoro]

So documentos em que o registo de som no acompanhado de imagens visuais.

Bobine sonora

Cartucho sonoro

Cassete ou Cassete udio

Disco sonoro

CD ou CD udio

Rolos para piano (e outros rolos)

[Registo vdeo]

So documentos com registo de imagens visuais em movimento e com acompanhamento sonoro destinadas a ser visionadas num televisor ou ecr.

Cassete vdeo

Cartucho vdeo

Disco vdeo

DVD

[Filme]

So documentos com ou sem pista sonora, magntica ou ptica que contem uma sequencia de imagens que criam a iluso de movimento quando projectadas em sucesso rpida.

Filme em bobine

Filme em cartucho

Filme em cassete

Filme loop

[Material grfico]

So imagens bidimensionais (individuais ou formando um conjunto), produzidas na sua forma original pela tcnica de desenho, pintura ou fotografia.

frequente encontrar a designao [Visual grfico] em vez de [Material grfico].

lbum

Carto estereogrfico

Cartaz

Desenho tcnico

Fotografia

Gravura

Ilustrao

Postal

[Projeco visual]

Requer equipamento de leitura

Quadro didctico

Reproduo de arte, etc.

Diapositivos e transparncias

[Multimdia]

Material composto por dois ou mais elementos, dos quais nenhum e considerado de primordial importncia. Em geral destinam-se a ser usados como uma unidade.

Zonas para a descrio deste tipo de recursos

1 Zona Zona do ttulo e indicao de responsabilidade

2 Zona Zona da edio

4 Zona Zona da publicao e da distribuio

5 Zona Zona da descrio fsica

6 Zona Zona da serie

7 Zona Zona das notas

8 Zona Zona do nmero normalizado e das condies de disponibilidade

1 Zona Zona do ttulo e indicao de responsabilidade

Fonte principal da informao para estes registos: o prprio recurso, etiqueta, contentor, material textual acompanhante e outras fontes.

Lngua da descrio: a dos elementos que surgem na prpria publicao.

Comporta os seguintes elementos:

Ttulo prprio

Designao genrica do tipo de recurso (entre parnteses rectos)

Titulo paralelo (precedido do sinal grfico = )

Informao de outro titulo (precedido do sinal grfico : )

Meno de responsabilidade (precedido do sinal grfico / )

Outras menes de responsabilidade (precedido do sinal grfico ; )

Titulo prprio [Designao genrica do tipo de recurso] = Titulo paralelo : informao de outro ttulo / Meno de responsabilidade; outras menes de responsabilidade.

Ttulo prprio

E o primeiro elemento da descrio bibliogrfica, mesmo quando precedido na fonte prescrita de informao por indicao de responsabilidade, de edio, de serie, de publicao ou outros elementos que no a informao do titulo.

O ttulo prprio pode ser constitudo por um termo genrico indicando um tipo de trabalho ou o seu contedo intelectual ou artstico:

Concerto [Registo vdeo]

Ar de rock [Registo sonoro]

Leitura de poemas [Registo sonoro]

Quando o ttulo prprio consiste num conjunto de iniciais ou num acrnimo e na mesma pgina tambm esta presente a forma desdobrada, as iniciais ou o acrnimo so dados como ttulo prprio e a forma desdobrada e dada como complemento de ttulo ou como uma indicao de responsabilidade.

ITE : Instituto de Tecnologia Educativa

O ttulo prprio pode consistir no nome de uma pessoa ou entidade quando a fonte prescrita de informao no contem outro titulo seno este nome.

The Beatles [Registo sonoro]

Michael Jackson [Registo sonoro]

No entanto no se consideram como parte do ttulo a indicao do intrprete, produtor, director que podem preceder ou suceder ao ttulo prprio.

Titulo que aparece na fonte de informao: Twentieth Century Fox presents Star Wars

Titulo indicado: Star Wars

O ttulo prprio pode incluir nmeros ou letras quando estes so considerados como informao essencial com vista a distinguir o ttulo prprio de outros ttulos.

Knitting I [Registo sonoro]

Knitting II [Registo sonoro]

Shreck I [Registo vdeo]

Shreck II [Registo vdeo]

O ttulo prprio pode incluir referncias sobre a msica, a numerao e a data da composio

Sinfonia no 6, op.74 [Registo sonoro]

Sonata no 13 em Si maior [Registo sonoro]

Se um recurso contem dois ou mais trabalhos individuais e um ttulo colectivo e escolhido como ttulo prprio, o ttulo colectivo e os ttulos dos trabalhos individuais podem ser dados na 7a zona.

Disneyland [Projeco visual]

Contm: Tomorrow; Fantasy; Frontierland

Se um recurso contem mais de uma obra e no tem um titulo colectivo, so transcritos os ttulos das obras individuais.

A batalha de Inglaterra [Registo vdeo] ; A batalha da Rssia / Frank Capra

Designao genrica do tipo de recurso

Trata-se de um elemento cujo registo na descrio embora sendo facultativo e aconselhvel para este tipo de publicaes.

Ttulo paralelo

Os ttulos paralelos so apresentados na descrio pela ordem da sua sequncia ou segundo o seu relevo topogrfico.

Cada entidade catalogadora deve definir se inclui todos os ttulos paralelos ou se estabelece um limite para a descrio.

Em busca da verdade [Registo vdeo] = Sasom i en spegel

Harry Potter y la piedra filosofal [Registo video] = Harry Potter and the philosophers stone

Informao de outro ttulo

A informao de outro titulo e o 4o elemento desta zona e precedido do sinal grfico : .

Cada informao de outro ttulo e transcrita respeitando a ordem de sucesso ou o relevo topogrfico.

Braga [Material grfico] : Bom Jesus : fonte, gruta e Hotel do Parque

Oliver Twist [Registo vdeo] : as primeiras aventuras

Quando um recurso no tem titulo, deve-se atribuir um ttulo e coloca-lo entre parnteses rectos. Esta situao ocorre com alguma frequncia no material grfico.

[Retrato de Antnio Nobre]

[Anuncio da Preveno Rodoviria Portuguesa]

Meno de responsabilidade

o quinto elemento da zona de ttulo e da meno de responsabilidade e segue em termos genricos as regras estipuladas para a descrio dos recursos impressos.

Refere-se a qualquer entidade (pessoa ou colectividade) responsvel por ou tendo contribudo para o contedo intelectual ou artstico de uma obra contida no recurso a descrever ou sendo tambm responsvel pela sua realizao (incluindo a representao).

A meno de responsabilidade pode dizer respeito a entidades como: escritores, compositores, artistas, grficos, coregrafos, encenadores, realizadores, produtores, directores, compiladores, ilustradores, compositor de msica, interprete, etc.

Por regra, a responsabilidade deste tipo de documentos e assumida no s por entidades individuais e colectivas que tem um papel significativo na criao ou realizao da obra, mas tambm pelas entidades cujo papel e comparativamente menor mas que aparecem indicadas na fonte prescrita de informao. Estas indicaes relativas a entidades que se pensa desempenharem um papel secundrio podem ser dadas em notas.

A meno de responsabilidade para os registos sonoros que comportam vrias menes de responsabilidade devem, de acordo com a ISBD consolidada, ser transcritas pela seguinte ordem: compositor (es) da msica, autor do texto, intrpretes por ordem de apresentao, solistas, actores, declamadores, coro, director do coro, orquestra, director da orquestra, produtor de registo de msica popular (ver ponto 1.5.5.1 da ISBD consolidada).

Quando numerosos, o nome dos interpretes so colocados na zona de notas ou podem ser omitidos.

A indicao de responsabilidade para os registos vdeo (sobretudo filmes) e normalmente numerosa e complexa dada a multiplicidade de intervenientes na sua realizao. Quando isto acontece, registam-se os nomes das companhias produtoras e os nomes dos indivduos tais como produtores, directores, realizadores ou outros que detm algum grau de responsabilidade global na obra.

Exemplo:

Amor de perdio / real. Antnio Lopes Ribeiro ; musica Jaime Silva Filho ; fot. Octvio Bobone

Relativamente ao material grfico, transcrevem-se as menes de responsabilidade relativas a pessoas ou colectividades que desempenham as funes mais importantes na criao intelectual ou ainda aqueles que se destacam pela sua participao na criao ou produo deste tipo de recurso. Consideram-se como entidades tambm responsveis: os directores os produtores, os artistas, os desenhadores, os criadores, os patrocinadores, etc.

Exemplos:

Comemoraes da implantao da Republica [Material grfico] / Cmara Municipal de Vila do Conde

Violeta amarela [Material grfico] / desenho de Alfredo da Conceio

2 Zona Zona da edio

Fonte principal da informao para este tipo de recurso: o prprio recurso, etiqueta, contentor e material textual acompanhante e outras fontes.

Lngua da descrio: a dos elementos que surgem na prpria publicao.

Comporta os seguintes elementos:

Meno de edio

Meno paralela da edio

Menes de responsabilidade relativas a edio

Outra meno de edio

Menes de responsabilidade relativas a outra meno de edio.

Optamos apenas por apresentar explicaes relativas ao primeiro elemento desta zona: a meno da edio.

. Meno de edio.

Transcreve-se a meno de edio relacionada com a edio de um registo sonoro, de um filme, de um registo vdeo ou de um recurso grfico que contem diferenas de outras edies da obra, ou ainda uma reimpresso designada da obra.

2a ed. ou Re-edited version

3 Zona Zona especfica do material ou tipo de publicao

Esta zona no se aplica especificamente aos recursos vdeos, sonoros e grficos. No entanto, se um documento em simultneo um destes recursos e outro tipo de material como uma publicao em serie ou um mapa, preenche-se esta zona com a informao prescrita para esta zona. Indicam-se a numerao para as publicaes em serie e os dados matemticos e outras caractersticas para o material cartogrfico.

4 Zona Zona da publicao, produo, distribuio, etc.

Fonte principal da informao para este tipo de recursos: o prprio recurso, etiqueta, contentor, material textual acompanhante e outras fontes.

Lngua da descrio: a dos elementos que surgem na prpria publicao.

As menes da publicao, produo e distribuio para este tipo de material seguem em termos genricos, as regras estipuladas para os recursos impressos.

Esta zona comporta os seguintes elementos:

Local de publicao e/ou de distribuio

Nome do editor e/ou de distribuio

Indicao da funo do distribuidor

Datas de publicao e/ou de distribuio

Local de impresso

Nome do impressor

Datas de impresso

Para simplificao deste tipo de descrio considera-se importante que sejam referenciados, apenas, os seguintes elementos:

. - Local de edio e/ou distribuio: nome do editor e/ou distribuio, data e/ou distribuio. -

Local de publicao e/ou de distribuio

O local de publicao e o local (cidade ou localidade) onde o recurso foi publicado ou distribudo.

As regras de transcrio so idnticas as indicadas na ISBD (M).

Nome do editor e/ou de distribuio

As regras de transcrio so idnticas s indicadas na ISBD (M).

Datas de publicao

O quarto elemento desta zona a data da publicao e/ou distribuio.

As regras de transcrio so idnticas as indicadas na ISBD (M).

Quando no for possvel atribuir qualquer data de publicao ou distribuio, copyright ou fabrico, ser dada uma data aproximada colocada entre parnteses rectos.

Regista-se a data da criao de um registo sonoro, vdeo, original de arte, fotografias ou outros itens grficos no editados.

5 Zona Zona da descrio fsica

Fonte principal da informao para este tipo de recursos: qualquer fonte. A informao obtida no prprio recurso, quer esteja explcita, quer implcita.

Lngua da descrio: a da agencia bibliogrfica, respeitando as abreviaturas e as nomenclaturas normalizadas.

Comporta os seguintes elementos:

Designao especfica do material e extenso do recurso

Outros pormenores fsicos

Dimenso do item

Meno do material acompanhante (facultativo)

. Extenso e designao especifica do material : outras indicaes fsicas ; dimenses do item + material acompanhante. -

Designao especfica do material e extenso

O primeiro elemento desta zona cita e numera a(s) unidade(s) fsica(s) que compe(m) o recurso e acrescenta outras caractersticas do recurso quando necessrio. O conceito de extenso significa o nmero de unidades fsicas. A designao especfica do material significa o nome concreto do recurso.

E aqui que se identifica a classe especifica de material a que este pertence (ver quadro).

1 postal

1 cartaz

36 diapositivos

1 cassete vdeo

20 transparncias

1 CD

2 DVDs

Marcas registadas e sistemas tcnicos particulares

No caso dos registos vdeos ou filmes, regista-se entre parnteses curvos e depois da designao especifica do tipo de recurso e do numero de materiais, um nome comercial ou outra indicao de um formato, quando a consulta desse recurso esta dependente de um equipamento de leitura.

1 cassete vdeo (Beta)

1 cassete vdeo (U-matic)

1 cassete vdeo (VHS)

Medidas adicionais de extenso

Podem mencionar-se outras medidas adicionais de extenso: tempo de leitura, no de folhas, no de fotogramas, etc.

Esta informao e colocada dentro de parnteses curvos.

1 cassete vdeo (VHS) (120 min.)

3 bobines (90 min.)

2 CDs (60 min. cada)

5 diafilmes (40 fotogramas)

1 lbum seriado (6 f.)

1 pasta (26 folhas)

Em relao ao tempo de leitura importa referir o seguinte:

Se a indicao do perodo esta referenciada no item, regista-se esse perodo conforme est indicado:

1 cassete vdeo (13 min., 30 seg.)

1 cassete vdeo (70 min.)

Se a indicao do perodo no esta referenciada no item, mas esse perodo pode ser bem determinado, deve ser registado:

1 cassete vdeo ( 40 min.)

Se a indicao do perodo no esta referenciada no item e no pode ser bem determinado, deve ser registado um tempo aproximado:

1 cassete vdeo (ca 40 min.)

Se um item em vrias unidades de tempo tem referenciado o mesmo perodo de tempo para cada uma das partes, regista-se o tempo de cada unidade, seguido da palavra cada:

3 bobines ( 35 min. cada)

Se um item em vrias unidades de tempo tem referenciado os vrios perodos de tempo registam-se esses perodos conforme est escrito:

3 CDs audio (50, 43, 49 min.)

Outras indicaes fsicas

O segundo elemento da 5a zona e a indicao de outras indicaes fsicas e precedido do sinal grfico : .

No caso dos documentos sonoros as mais relevantes so:

O tipo de gravao (ou seja a maneira como o registo sonoro foi codificado)

1 disco (20 min.) : analog.

1 CD (ca 50 min.) : digital

A velocidade de audio (para discos analgicos medida em rotao por minuto - rpm, e para as bobines analgicas a velocidade, medida em centmetro por segundo - cm/seg.

1 disco (20 min.) : analog., 33 1/3 rpm

1 bonine (40 min.) : analog., 20 cm/seg.

No caso dos registos vdeo e filmes as mais relevante sao as caracteristicas do som e a cor.

1 cassete video (90 min.) : son., color

1 bobine (20 min.) : son., p & b.

_ No caso dos materiais grficos importa considerar as indicaes relacionadas com o material de que e feito o recurso e a indicao da cor.

1 impresso de arte : estampa

1 impresso de arte : gravada em cobre

1 desenho tcnico : fotocopia

2 fotografias : negativo

1 lbum seriado : face dupla

Em relao a cor utiliza-se a abreviatura color ou a abreviatura p. & b. para indicar se o recurso grfico e a cores ou a preto e branco. Pode ainda indicar-se a cor spia.

4 cartazes : p. & b.

20 diapositivos : color.

3 fotografias : spia

Indicao das dimenses

O terceiro elemento da 5 zona e a indicao das dimenses. E precedido pelo sinal grfico ;

Pode ser expressa em cm e arredondado pelo cm superior ou ento em milmetros no caso dos filmes (8 mm, 16 mm).

Para os documentos bidimensionais indica-se: largura x altura

20 diapositivos : color. ; 7 x 7 cm

1 fotografia : spia ; 12 x 8 cm

1 gravura : p. & b. ; 18 X 27 cm

Se as medidas dos cartuchos e cassetes forem diferentes das dimenses padro tambm so registadas.

1 cassete audio (ca 30 min.) ; 12 x 7 cm

Para uma folha dobrada indicam-se as dimenses da folha desdobrada seguida da expresso dobr. em ou dobrado em e depois d-se a dimenso da folha dobrada.

1 quadro didctico : color. ; 48 x 90 cm dobrado em 24 x 15 cm

Para discos em forma circular regista-se o dimetro

1 disco (20 min.) : analog. ; 30 cm

Para os filmes regista-se a medida padro (largura) em milmetros (mm)

1 bobine (15 min.) : son. ; 16 mm

1 filme em loop ( 2 min. 10 seg.) : color. ; super 8 mm

Dada a multiplicidade de casos que variam em funo de cada tipo de material, sugere-se a leitura do ponto 5.3 da ISBD (NBM) e dos pontos 5.1-5.3 da ISBD consolidada

Indicao de material acompanhante

O termo material acompanhante designa qualquer parte separada fisicamente do recurso mas que e publicada juntamente com ele. Pode estar num suporte diferente do recurso que est a ser catalogado (um recurso electrnico, vdeo, sonoro etc.) ou pode ser apenas a parte menor de um recurso, como por exemplo um folheto explicativo que acompanha um DVD.

1 cassete video (VHS) (30 min) : son., color. + 1 glossrio (10 p.)

1 DVD (45 min.) : son., color. + 1 manual de utilizador

2 cassetes video (VHS) (30, 23 min.) : son., color. + 1 cassete audio (12 min.)

O quarto elemento da 5a zona e a indicao de material acompanhante e e precedido pelo sina grfico + .

E um elemento facultativo que e usado para caracterizar uma parte fisicamente separvel do recurso.

Existem outras formas de referenciar o material acompanhante. Pode fazer-se um registo independente. Pode descrever-se numa nota ou ento pode fazer-se uma descrio a vrios nveis.

Recomenda-se a leitura do ponto 5.4 da ISBD consolidada.

6 Zona Zona da srie

Quando existem elementos para esta zona a sua sequncia e pontuao corresponde aos da ISBD (M).

7 Zona Zona das notas

As notas que constituem a stima zona da descrio bibliogrfica completam e esclarecem os dados da descrio.

Neste tipo de recursos recorre-se mais frequentemente a zona das notas.

A sua inscrio deve seguir a sequncia das zonas ISBD as quais se referem, e a sua

Utilizao deve ser determinada pela politica catalogrfica de cada instituio.

Convm no entanto que a descrio das notas no seja exaustiva para no tornar a descrio demasiado complexa.

Quando se da mais do que uma nota, cada uma delas e registada separadamente.

semelhana da ISBD (M) cada nota e separada da nota seguinte por um ponto, espao, trao, espao (. - ), quando apresentadas seguidamente e por um simples ponto se apresentadas em linhas individuais.

Seguidamente apresentamos um quadro que especifica para cada zona as notas mais utilizadas na descrio dos recursos vdeo, sonoros e grficos:

7 Zona Zona das notas

ZONA

NOTAS

1 ZONA

Notas relativas a lngua da obra, tradues ou adaptaes

Dobrado em espanhol

Adaptado da obra de Jlio Verne

Notas relativas a fonte do titulo prprio, as variantes de titulo ou ttulos transliterados

Titulo retirado do contentor

Titulo da capa: O homem de negro

Notas relativas a natureza, mbito, forma artstica ou finalidade do recurso

Comedia em dois actos

Documentrio

Notas relativas aos ttulos paralelos ou complementos e ttulo

Notas relativas as menes de responsabilidade.

Em relao aos registos sonoros registam-se os intrpretes e em relao aos registos vdeos ou filmes registam-se os actores e outras pessoas que contriburam de forma artstica ou tcnica e que no tenham sido mencionados na meno de responsabilidade.

Elenco: Jeremy Irons, John Lone, Barbara Sukowa

Narrador: Manuel Antunes

Arranjos: Luis Pedro Fonseca, Rao Kyao

Adaptacao Louis Daquin; musica Jean Wiener; som Lucien Legrand

Atribuida a Thomas Dekker

2 ZONA

Notas relativas a meno de edio em que se explicitam relaes do documento descrito com outros documentos ou suas edies e reimpresses.

Originalmente publicado em 1965

4 ZONA

Notas relativas a outros editores comerciais ou distribuidores.

Notas relativas a mudanas da publicao e datas adicionais.

Cop. 1954, 1957, 1962, 1968

Distribudo em Espanha pela UNED

5 ZONA

Notas relativas as variaes no formato ou durao

Notas relativas a disponibilidade do documento em formatos alternativos.

Disponvel na verso de 8mm

Informao adicional relativa a descrio fsica

O postal est rasgado

6 ZONA

Notas relativas a alguma informao da serie a que o documento pertence.

OUTRAS NOTAS

Notas relativas ao contedo: especificao de ttulos individuais, indicao de ndices, bibliografias, etc.

Contm: O mar; A terra.

Notas relativas a disponibilidade o documento

Embalagem para demonstrao limitada

Notas ao exemplar em mo

Copia pintada mo

Notas fornecendo um sumrio

Notas relativas a audincia

Para maiores de 12 anos

8Zona Zona do nmero normalizado e das condies de disponibilidade

Esta zona, a oitava da descrio bibliogrfica deste tipo de recursos, compreende os seguintes elementos:

Numero Internacional Normalizado

Condies de disponibilidade e/ou preo (elemento facultativo)

ISBN : Condies de disponibilidade e/ou preo

ISBN 0-525-56142-X : para aluguer

ISBN 0-340-16427-1 : 25 euros

ISBN 978-972-9067-38-9 : grtis para os membros da Associao

Determinao dos cabealhos

A determinao dos cabealhos para este tipo de publicaes e muito semelhante aos princpios adoptados para as monografias, seguindo na generalidade as normas referidas nas regras portuguesas de catalogao.

H no entanto algumas particularidades que importa considerar:

MATERIAL GRFICO

Fotografias A entrada principal feita pelo fotgrafo.

Reprodues de arte A entrada principal deve ser feita pelo nome do autor original.

Contudo se a reproduo da obra for feita por outro artista (por exemplo uma gravura que reproduz uma pintura), a entrada ser feita pelo artista que fez a reproduo.

Cartazes, postais, diapositivos, etc. podem ter como ponto de acesso principal o nome de autor pessoa-fsica ou autor-colectividade.

Podem ser criados pontos de acesso secundrios para outras pessoas e instituies consideradas relevantes na confeco do recurso.

REGISTO VDEO

Por regra, a entrada principal deste tipo de publicaes e feita pelo titulo do exemplar que se tem em mo.

Podem e devem fazer-se entradas secundrias para pessoas ou entidades com responsabilidade no recurso que est a ser descrito: realizadores, produtores, argumentistas, sonoplastas, etc., etc.

Podem ainda criar-se entradas secundarias para o elenco que normalmente e referido na 7a zona, numa nota relativa as menes de responsabilidade.

O critrio da criao das entradas secundrias fica a cargo da agncia catalogadora.

Cada biblioteca, em funo da sua tipologia, do seu acervo e dos seus utilizadores, define a criao destes pontos de acesso.

REGISTO SONORO

Enquadram-se nesta tipologia de documentos, as gravaes de msica (dita popular ou erudita), as gravaes de discursos polticos, de entrevistas, ensino de lnguas, livros falados, etc.

Por regra a entrada principal deste tipo de documentos e feita pelo responsvel intelectual e artstico da obra: compositor e/ou interprete.

1 - The rhythm of the saints / Paul Simon

Cabealho: SIMON, Paul

2 - A cor da fogueira / Mafalda Veiga

Cabealho: VEIGA, Mafalda

3 - Sinfonia no 4 em Mi bemol maior [Registo sonoro] : romntica / Anton Bruckner ; Orquestra Sinfnica da Rdio Austraca

Cabealho: Bruckner, Anton, 1824-1896, compos.

Entrada secundria: Orquestra Sinfnica da Rdio Austraca

Nas gravaes de som cujo contedo seja falado e no cantado ou tocado (poesia, palestras, discursos) a entrada e dada pelo autor da poesia, das palestras ou do discurso.

Ode martima [Registo sonoro] / lvaro de Campos; poesias lidas por Joo Grosso

Cabealho: PESSOA, Fernando, 1888-1935

Entrada secundria: GROSSO, Joo

Exemplos

Tipologia do material [Registo sonoro]

Definio Registo de som sem acompanhamento de imagens visuais

BOMTEMPO, Joao Domingos, 1775-1842

Concerto no 2 e no 4 para piano e orquestra [Registo sonoro] / Bomtempo. [Lisboa] :

Portugalsom, 1988. 1 CD audio (51 min., 23 seg.) : stereo

Pianista: Nella Maissa

Orquestra Sinfnica de Nurenberg, sob a direco de Klauspeter Seibel

I-Tit.

Tipologia do material [Registo vdeo]

Definio Registo de imagens visuais geralmente em movimento e geralmente com acompanhamento de som destinadas a ser visionadas num televisor ou ecr.

OS PINGUINS

Os pinguins [Registo vdeo] : uma familia a defender / National Geographic