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TEMA LIVRE Perfil da Lista de Espera do Banco de Olhos do Hospital São Paulo - UNIFESP Autores: Marcelo Giannelli Lobato Horácio Augusto de Souza Neto Renata Tiemi Kashiwabuchi Elcio Hideo Sato _____ ______ UNIFESP – EPM Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina Os autores declaram não ter interesse comercial em qualquer produto citado. 1- Técnico do Banco de Olhos da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM) 2- Técnico do Banco de Olhos da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM)

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TEMA LIVRE

Perfil da Lista de Espera do Banco de Olhos do Hospital São Paulo - UNIFESP

Autores:

Marcelo Giannelli Lobato

Horácio Augusto de Souza Neto

Renata Tiemi Kashiwabuchi

Elcio Hideo Sato _____ ______

UNIFESP – EPMUniversidade Federal de São PauloEscola Paulista de Medicina

Os autores declaram não ter interesse comercial em qualquer produto citado.

1- Técnico do Banco de Olhos da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM)

2- Técnico do Banco de Olhos da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM)

3- Estagiária do Setor de Doenças Externas do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal do Estado de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM)

4- Diretor Médico do Banco de Olhos da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM)

Endereço para correspondência:Marcelo Giannelli LobatoRua Francisco Cruz, 139 Vila Mariana - São Paulo – SPCEP 04117- 090Telefone: (55-11) 8202-8656 Fax: (55-11) 5535-7837E-mail: [email protected]

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Perfil da Lista de Espera do Banco de Olhos do Hospital São Paulo - UNIFESP

Marcelo Giannelli Lobato, Horácio Augusto de Souza Neto, Renata Tiemi Kashiwabuchi,

Elcio Hideo Sato

Introdução

O Banco de Olhos do Hospital São Paulo, constituído por uma equipe multidisciplinar, vem

ao longo dos anos preconizando uma evolução no seu sistema de abordagem, doação,

captação, avaliação, preservação e distribuição de córneas (1,2). Assim, sempre idealizou

suprir a demanda de pacientes a espera de uma córnea, mantendo um alto padrão de

qualidade (3,4). Para esse fim, são realizadas campanhas para promover e estimular a

doação de olhos (5,6). Todo o processo desde a obtenção até liberação do tecido são

realizadas por profissionais com formação técnica específica adequada, sob supervisão

médica capacitada (7).

A grande limitação neste processo ainda é o número insuficiente de doações e o tempo de

espera por uma córnea que tem diminuído, mas não foi eliminado (8-10), mesmo com

mudanças na legislação que rege o sistema de transplantes do país, como a criação da listas

únicas regionais (11-13).

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Objetivo

Estudar o perfil clínico-epidemiológico da lista de espera no Banco de Olhos do Hospital

São Paulo - UNIFESP a fim de determinar as características destes pacientes e das córneas

requeridas.

Métodos

Estudo retrospectivo onde foram analisados os prontuários com as informações sobre os

pacientes da lista de espera no Banco de Olhos do Hospital São Paulo até março de 2005.

Foram incluídos nesse estudo os pacientes que aguardavam córneas classificadas como

excelentes, boas e razoáveis para transplante óptico.

Os critérios avaliados foram: sexo, idade, cidade de origem do paciente, olho a ser operado,

condição do olho, doença que levou a indicação do transplante e acuidade visual pré-

operatória.

Foram estudados exclusivamente os pacientes avaliados e que aguardavam transplante a ser

realizado pelo Setor de Córnea e Doenças Externas do Departamento de Oftalmologia da

UNIFESP.

Resultados

Até a presente data (março de 2005), encontramos em nossa lista de espera 298 pacientes,

que aguardavam exclusivamente transplante do tipo penetrante. Desses, 46 (15,4%)

aguardavam córneas classificadas como razoáveis, 102 (34,2%) córneas classificadas como

boas e 150 (50,3%) córneas classificadas como excelentes. (Gráfico 1)

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Dentre os pacientes, 151 (50,6%) eram do sexo feminino e 147 (49,3%) do sexo masculino.

Por local de origem, 75 (25,1%) eram oriundos de outra cidade, e destes, 31 (41,3%)

aguardavam córneas excelentes. Nos pacientes que citavam como moradia a cidade de São

Paulo, 119(53,3%) estavam aguardando córneas na mesma categoria (excelente). À espera

de córneas classificadas como boas encontramos 29 (38,6%) vindos de outras cidades e 73

(32,7%) de São Paulo. Dentre as pessoas listadas para córneas razoáveis tivemos 15 (20%)

de outras cidades e 31 (13,9%) de São Paulo.

Quanto à faixa etária, observamos que pacientes com mais de 60 anos representam o maior

número de pacientes que requeriam córneas classificadas como excelente e boa; enquanto

que a maior parte dos pacientes que necessitavam de uma córnea razoável, apresentavam

idade entre 21 e 30 anos. (Tabela1)

Aguardavam operar o olho direito 153 (51,4%) pacientes e 145 (48,6%) o olho esquerdo.

Na análise da condição dos olhos a serem operado foi observado: fácico em 200 (67,1%)

casos, pseudofácico em 70 (23,4%), afácico em 23 (7,7%), presença de sinéquia anterior em

25 (8,3%), presença de sinéquia posterior em 10 (3,3%), neovasos em 66 (22,1%),

glaucoma associado em 30 (10%) e atalamia em 2 (0,6%) casos.

Dentre as doenças corneanas que levaram a indicação de transplante de córnea, 86(28,8%)

eram ceratocone, 82 (27,5%) ceratopatia bolhosa e 52 (17,4%) leucoma até a presente data

do estudo que foi de março de 2005. (Tabela 2)

Ao analisarmos acuidade visual pré-operatória dos pacientes, 107 (35,9%) só reconheciam

movimentos de mãos e 93 (31,2%) conseguiam contar dedos a distância de um metro, e 37

(12,7) com acuidade visual de 0,1. (Tabela 3)

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Discussão

Mediante os resultados apresentados da lista de espera do Banco de Olhos Hospital São

Paulo - UNIFESP, percebe-se a similaridade das indicações para transplante de córnea

frente a outras localidades do Brasil e Europa sendo o ceratocone a principal indicação

(28,8%), seguido de ceratopatia bolhosa como segunda indicação (27,5%) e leucoma

(17,4%) sendo a terceira em números absolutos. Porém, em outros serviços brasileiros e

americanos a ceratopatia bolhosa configura a indicação mais comum (39,1%) seguida do

leucoma (22,5%). Importante destacar que essas três doenças estão relacionadas no mundo

todo como as três maiores indicações para transplante de córnea (13-17).

Em relação à acuidade visual pré-operatória, apesar de encontrarmos pacientes com visão

de 0,6 e 0,8, estas medidas foram obtidas com orifício estenopeico e estes pacientes não

atingiam acuidade visual satisfatória com óculos ou eram intolerantes a lente de contato,

tornando-se candidatos ao transplante de córnea para sua completa reabilitação visual.

(Tabela 3)

A proporção dos pacientes em relação ao sexo (50%) parece bem similar ao da lista de

espera da cidade de Sergipe não apresentando variação estatística relevante (13).

A faixa etária de 60 anos ou mais representa o maior número de pacientes listados

aguardando córneas classificadas como boas e excelentes. Estes apresentam como principal

indicação ao transplante de córnea, a ceratopatia bolhosa; dado também presente na

literatura (13).

O dado que a nossa lista é composta de 75 (25,7%) pacientes vindos de outra cidades não

foi encontrada em outros trabalhos, pois, os mesmos não citam esse tipo de dado. Essa alta

proporção de pacientes oriundo de outras localidades (25% do total de pacientes inscritos)

poderia ser explicado pela dificuldade encontrada pela população em conseguir tratamento

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público de nível terciário em seu local de origem. Outro motivo pode ser a falta de Banco

de Olhos atuante na sua região de origem, com consequente falta de oferta de tecido local.

O volume de pacientes aguardando uma córnea classificada como boa ou excelente é

relevante (mais de 50% dos casos), o que denota dificuldades em se reduzir ou eliminar a

lista de espera uma vez que o volume de córneas captadas, com as características de córnea

excelente ou boa não é capaz nesse momento de atender a essa demanda. Pacientes que não

apresentam uma expectativa elevada de recuperação da sua visão e aguardam córnea para

transplante óptico, classificada como excelente, poderiam receber uma córnea classificada

como razoável ou boa (Tabelas 2 e 3). A reavaliação dos pacientes em fila e da

classificação das córneas requeridas pelos mesmos também poderia diminuir o tempo de

espera destes pacientes por uma córnea excelente. (Tabela 2). Outra dificuldade de

encontramos no dia a dia dos transplantes é a variabilidade na classificação de tecido pelos

Bancos de Olhos, pois, nos parece que existe uma falta de padronização por parte de alguns

Bancos de Olhos. Na dúvida em relação a qualidade do tecido ofertado, muitas vezes o

cirurgião prefere solicitar um tecido de qualidade excelente, mesmo quando o seu caso

poderia aceitar um tecido classificado como razoável.

Considerando a idade desses pacientes (Tabela 1) podemos propor a avaliação da qualidade

de vida, antes e depois do transplante de córnea, como continuação deste trabalho nos

oferecendo uma visão mais ampla de nossa atuação.

A padronização de procedimentos e o processo de avaliação das córneas preservadas pelo

Banco de Olhos do Hospital São Paulo - UNIFESP vem apresentando um resultado

relevante e recebendo reconhecimento do seu trabalho internacionalmente de acordo com as

normas da Associação Pan-Americana de Bancos de Olhos (APABO). Reiteramos a

importância do treinamento de profissionais para boa capacitação técnica dos Bancos de

Olhos no Brasil, e aumento não só da quantidade como também da qualidade do tecido

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ofertado, para que em um futuro próximo o transplante de córnea passe a ser uma cirurgia

eletiva, como já é a realidade em alguns países.

Conclusão

A avaliação apresentou 298 pacientes em lista de espera, onde 46 (15,4%) aguardavam

córneas razoáveis, 102 (34,2%) córneas boas e 150 (50,3%) córneas excelentes e, com os

dados coletados, reconhecemos o perfil da lista de pacientes no Banco de Olhos do Hospital

São Paulo - UNIFESP e, com isto, propor condutas para minimizar o tempo de espera dos

pacientes.

Referências Bibliográficas

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Gráficos e Tabelas

Gráfico 1

Número e qualidade das córneas requeridas pelos pacientes em fila de transplante de

córnea.

Tabela 1

Idade Razoável Boa Excelente0-10 0 0 111-20 6 11 1521-30 14 19 3331-40 9 9 741-50 6 13 1851-60 5 12 9> 61 6 38 67Total 46 102 150

Idade dos pacientes em fila para transplante de córnea e classificação das córneas

requeridas para estes pacientes.

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Tabela 2

Diagnóstico Razoável Boa Excelente nCeratocone 22 26 38 86

Ceratopatia Bolhosa 4 25 53 82Leucoma 14 15 23 52Rejeição 1 10 8 19

Fuchs 1 7 8 16Ceratite Herpética 0 8 3 11Distrofia Corneana 2 0 8 10

Queimadura Química 0 4 3 7Perfuração 0 1 4 5

Falência Primaria 0 2 3 5Trauma 0 2 2 4

Degeneração Corneana 0 1 1 2Dermóide Límbico 0 1 1 2

Ectasia pós tx 2 0 0 2Ceratite Bacteriana 0 0 1 1Ceratite Ulcerativa

não infecciosa0 0 1 1

Total 46 102 157 298Indicação do transplante de córnea e classificação das córneas requeridas para cada caso.

Tabela 3

Acuidade Razoável Boa Excelente nPL 1 5 3 9MM 10 36 61 107CD 1m 16 36 41 93CD 2m 3 7 13 23CD 3m 2 1 7 10CD 4m 0 2 0 2CD 5m 1 0 2 3

0,1 12 10 15 370,2 0 3 2 50,3 0 1 2 30,4 1 1 2 40,6 0 0 1 10,8 0 0 1 1

Total 46 102 150 298Acuidade visual dos paciente em fila de transplante e a qualidade das córneas requeridas.

MM – Movimento de mãos (vultos)CD- Conta dedosPL – Percepção luminosa

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Perfil da Lista de Espera do Banco de Olhos do Hospital São Paulo - UNIFESP

Marcelo Giannelli Lobato, Horácio Augusto de Souza Neto, Renata Tiemi Kashiwabuchi, Elcio Hideo Sato

Objetivo- Analisar o perfil clínico-epidemiológico da lista de espera no Banco de Olhos do Hospital São Paulo. Métodos- Estudo retrospectivo analisando os prontuários com as informações sobre os pacientes da lista de espera no Banco de Olhos do Hospital São Paulo. Foram incluídos nesse estudo os pacientes que aguardam córneas classificadas como excelentes, boas e razoáveis de acordo com a avaliação clínica-epidemiológica prévia para transplante óptico. Os critérios avaliados foram: sexo, idade, cidade, olho a ser operado, condição do olho, diagnóstico e acuidade visual. Resultados: A lista de espera era composta por 298 pacientes. Desses, 45 aguardavam córneas razoáveis, 101 córneas boas e 149 córneas excelentes, sendo 161 do sexo feminino e 147 do sexo masculino. Por local de origem, 75 (25,1%) eram oriundos de outra cidade. Acuidade visual pré-operatória em 107 (35,9%) era de movimentos de mãos, em 93 (31,2%) conta dedos a distância de um metro, e 37 (12,7) com acuidade visual de 0,1. Nos olhos a serem operados 67% eram fácicos, 23% pseudofácicos, 8% afácicos, 8% com presença de sinéquia anterior, 3% com presença de sinéquia posterior, 22 % com neovasos, 10% com glaucoma associado e atalamia em 1%. O motivo de indicação foi ceratocone em 86(28,8%), ceratopatia bolhosa em 82 (27,5%) e leucoma em 52 (17,4%). Conclusão: Foram avaliados 298 pacientes em lista de espera, onde 45 aguardavam córneas razoáveis, 101 córneas boas e 149 córneas excelentes e, com os dados coletados, conhecemos o perfil da lista de pacientes no Banco de Olhos do Hospital São Paulo e podemos propor condutas para minimizar o tempo de espera dos pacientes.

ABSTRACT

Purpose: To define the clinical epidemiological aspects of the patients on the waiting list from the Eye Bank of São Paulo Hospital – UNIFESPMethods: Retrospect study analysing information about patients on the waiting list from the Eye Bank of São Paulo Hospital. The patients included in this study were waiting for corneas classified as excelent, good and fair according to previous clinical-epidemiological avaliation for the optical transplantation . The data studied were: gender, age, origin(city), the eye that would be operated, eye conditions, diagnose and visual acuity. Results: The waiting list was performed by 298 patients. Forty five patients were expecting for fair corneas, 101 for good ones, 149 for excelent ones. There was no significant difference between the gender. Seventy five patients(25,1%) were from another city. Pre-operative acuity visual in 107 patients(35,9%) was “ hand motion” , in 93 (31,2%) was counter finger, and in 37 pacients(12,7%) was 0,1. Condition about the eye that would be operated: 67% were phakic, 23% pseudophakic, 8% aphakic, 8% have anterior sinequiae, 3% posterior sinequiae, 22% neovascularization, 10% glaucoma and 1% atalamia. The most common disease was keratoconus in 86 patients (28,8%), bullous keratopathy in 82 (27,5%) and leukoma 52(17,4%). Conclusion: 298 patients on the waiting list were studied. Forty five were waiting for fair corneas, 101 for good ones and 149 for excelent ones. In this study we recognize the epidemiological aspects of the patients on the waiting list and then we could propose some manegement to minimize the time spent on the waiting list.