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Fazia tempo. Tempo que não lembrava de ti. Adormecida em algum lugar, tuas memórias não vibravam em mim. Mas como tudo que é eterno, por mais silencioso esteja, Em momento desponta e relembra sua existência. Uma voz que constitui a minha, Uma voz que se inscreve e marca o meu dizer, Que marcou minha pele, Marcou meus olhos, Marcou meus sonhos, Marcou meu peito. Marcou a minha solidão e deixou a saudade. Hoje voltaste em mim E lembrei o vazio que me toma o peito. E como sempre, os sintomas se fizeram sentir: Escrevi, quis dedilhar o piano, Quis cantar baladas tristes Quis vazar meu coração da tristeza e o abandono. Quis e quero chorar. Quere que meus olhos extravasem-te de mim, Que me permitam derramar tudo que tenho, Tudo que vagamente lembro de ti, Tudo que se materializa em uma sensação perdida no presente, Que chorar tudo que sinto Mas as lágrimas não vêm... Por qu...

Tempo

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Produção própria, ensaio poético ontológico sobre o tempo, reflexões a cerca do passar das horas.

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Fazia tempo.Tempo que no lembrava de ti.Adormecida em algum lugar, tuas memrias no vibravam em mim.Mas como tudo que eterno, por mais silencioso esteja,Em momento desponta e relembra sua existncia.Uma voz que constitui a minha,Uma voz que se inscreve e marca o meu dizer,Que marcou minha pele,Marcou meus olhos,Marcou meus sonhos,Marcou meu peito. Marcou a minha solido e deixou a saudade.Hoje voltaste em mimE lembrei o vazio que me toma o peito.E como sempre, os sintomas se fizeram sentir:Escrevi, quis dedilhar o piano,Quis cantar baladas tristesQuis vazar meu corao da tristeza e o abandono.Quis e quero chorar.Quere que meus olhos extravasem-te de mim,Que me permitam derramar tudo que tenho,Tudo que vagamente lembro de ti,Tudo que se materializa em uma sensao perdida no presente,Que chorar tudo que sintoMas as lgrimas no vm...Por qu...