31
AGOSTO 2013 FILARMÔNICA E VOCÊ unidos pela música

Temporada 2013 | Agosto

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Temporada 2013 | Agosto

A G O S T O 2 0 1 3

FILARMÔNICA E VOCÊunidos pela música

Page 2: Temporada 2013 | Agosto

Ministério da Cultura e Governo de Minas apresentam

foto de capa rafael mottailustrações mariana simões

PÁG. 7Braga Cauchemar

Prokofieff Sinfonia Concertante, op. 125

Dvorák Sinfonia nº 7 em ré menor, op. 70

PÁG. 19Tchaikovsky Suíte nº 4 em Sol

maior, op. 61, “Mozartiana”

Glazunov Concerto para violino em lá menor, op. 82

Beethoven Sinfonia nº 2 em Ré maior, op. 36

PÁG. 31

SÉRIE ALLEGRO15 DE AGOSTOFABIO MECHETTI, regenteCHEE-YUN, violino

S U M Á R IO

SÉRIE VIVACE6 DE AGOSTOFABIO MECHETTI, regenteDANIEL MÜLLER-SCHOTT, violoncelo

SÉRIE VIVACE27 DE AGOSTOFABIO MECHETTI, regenteALEXANDRE BARROS, oboéCATHERINE CARIGNAN, fagoteROMMEL FERNANDES, violinoELISE PITTENGER, violoncelo

Haydn Sinfonia Concertante em Si bemol maior, op. 84

Bruckner Sinfonia nº 7 em Mi maior

Page 3: Temporada 2013 | Agosto

Caros amigos e amigas,Depois de um agitado mês de julho – quando participamos de dois festivais, em Campos do Jordão e Juiz de Fora, realizamos concerto em Ouro Preto e três memoráveis apresentações de assinatura –, a Filarmônica continua sua intensa agenda em agosto com outros concertos marcantes.

Um dos maiores violoncelistas da atualidade, o alemão Daniel Müller-Schott, apresenta-se pela primeira com a nossa Orquestra e executa a dificílima e complexa Sinfonia Concertante de Prokofieff, obra esta encomendada e estreada pelo genial Mstislav Rostropovich. No mesmo concerto apresentamos obra importante de Francisco Braga e a belíssima Sinfonia nº 7 de Dvorák.

Outra solista de renome mundial também faz sua estreia com a Filarmônica. Trata-se da grande violinista Chee-Yun, que nos brindará com um dos mais simples e líricos concertos do repertório, o de Glazunov. A Filarmônica ainda executa a fabulosa Sinfonia nº 2 de Beethoven e a Suíte nº 4 de Tchaikovsky, denominada Mozartiana, pela utilização substanciosa de trechos daquele que foi o compositor favorito do mestre russo.

Para encerrar o mês, a Filarmônica executa a monumental Sinfonia nº 7 de Bruckner, além de apresentar quatro de seus músicos, que se unem para executar a Sinfonia Concertante de Haydn, escrita para oboé, fagote, violino e violoncelo.

Lembramos ainda que a Filarmônica apresenta-se também em Inhotim no dia 18 e realiza um de seus Concertos para a Juventude no dia 11 no Sesc Paladium.

A todos, um bom concerto.

FABIO MECHET TIDiretor Artístico e Regente Titular

Orquestra Filarmônica de Minas GeraisFOTO

EU

GÊN

IO S

ÁV

IO

3

Page 4: Temporada 2013 | Agosto

fabioMECHETTID I R E T O R A R T Í S T I C O E R E G E N T E T I T U L A R

5

FOTO

EU

GÊN

IO S

ÁV

IO

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho, recebeu o XII Prêmio Carlos Gomes/2009 na categoria Melhor Regente brasileiro. É também Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville (EUA) desde 1999. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente Emérito.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere. Em 2013, estreou na Itália conduzindo a Orquestra Sinfônica de Roma.

No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor.

Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

Page 5: Temporada 2013 | Agosto

SÉRIE VIVACE

GR ANDE TEATRO DO PAL ÁCIO DAS ARTES, 20H30

06AGO T E R Ç A

F E I R A

PROGRAMA

Francisco BRAGA Cauchemar [7 min]

Sergei PROKOFIEFF Sinfonia Concertante, op. 125 [37 min]AndanteAllegro giustoAndante con moto – Allegretto – Allegro marcato

DANIEL MÜLLER-SCHOTT solista

intervalo

Antonín DVORÁK Sinfonia nº 7 em ré menor, op. 70 [35 min]Allegro maestosoPoco adagioScherzo: VivaceFinale: Allegro

FABIO MECHETTI, regenteDANIEL MÜLLER-SCHOTT, violoncelo

FOTO

ALE

XA

ND

RE

RE

ZEN

DE

Page 6: Temporada 2013 | Agosto

O jovem violoncelista alemão Daniel Müller-Schott administrou uma dose de adrenalina (...) um

músico destemido com técnica para esbanjar. Mais impressionante ainda foi seu som maravilhoso e suave, assim como sua meticulosa atenção à expressividade.

THE NEW YORK TIMES, ESTADOS UNIDOS

FOTO

MA

IWO

LF

danielMÜLLER-SCHOTT

Daniel Müller-Schott está entre os melhores violoncelistas do mundo de sua geração e pode ser ouvido nos palcos internacionais de maior prestígio. Há anos, ele encanta o público com interpretações enérgicas, associando primorosamente um brilhantismo técnico a uma grande acuidade emocional e intelectual.

O artista trabalha com a Filarmônica de Nova York, as orquestras de Cleveland, Filadélfia, Boston, Chicago, São Francisco e Sinfônica Nacional de Washington; a Academy of St. Martin in the Fields, as filarmônicas de Oslo, Munique, Monte-Carlo, Holanda, Roterdã, da BBC e de Londres, Danish Radio Symphony Orchestra, Gewandhausorchestra Leipzig, as Radio Orchestras de Berlin, Munique, Frankfurt, Stuttgart, Leipzig e Hamburgo, Orquestra Nacional da França, Orquestra de Paris, Nacional Espanhola, Philharmonia Orchestra e Sinfônica da Cidade de Birmingham; NHK Symphony Orchestra, Sinfônica Nacional e Filarmônica de Seul. Trabalhou com os maestros Vladimir Ashkenazy, Thomas Dausgaard, Andrew Davis, Charles Dutoit, Christoph Eschenbach, Iván Fischer, Michael Gielen, Alan Gilbert, Eivind Gullberg Jensen, Bernard Haitink, Jakub Hrůša, Dmitrij Kitajenko, Christoph König, Neville Marriner, Jun Märkl, Gianandrea Noseda, Kurt Masur, Sakari Oramo, Vasily Petrenko, André Previn, Michael Sanderling, Jukka-Pekka Saraste e Krzysztof Urbański.

Além do repertório consagrado, Daniel se interessa por trabalhos inéditos. Estreou concertos de André Previn e de Peter Ruzicka dedicados a ele e sonata de Olli Mustonen. Sebastian Currier também lhe dedicou uma obra. É convidado regular de festivais como Salzburg, Lucerne, Proms, Blossom, Ravinia, Saratoga, Tanglewood, Aspen e Hollywood Bowl, entre outros.

Possui sólida discografia sob os selos Orfeo, Deutsche Grammophon, Hyperion, Pentatone e EMI Classics. Suas gravações receberam críticas entusiasmadas e prêmios como Diapason d’Or, Gramophone Editor’s Choice, Strad Selection e o CD do mês da BBC Music Magazine. No centenário de Britten, serão lançadas sinfonias para violoncelo de Britten, Prokofieff e Shostakovich.

Daniel Müller-Schott nasceu em Munique, Alemanha. Estudou com Walter Nothas, Heinrich Schiff e Steven Isserlis. Desde cedo recebeu apoio de Anne-Sophie Mutter, o que lhe permitiu ter aulas com Mstislav Rostropovich. Aos quinze anos conquistou o primeiro prêmio na Moscow International Tchaikovsky Competition for Young Musicians. Apoiador do projeto Rhapsody in School, Daniel toca um violoncelo de Matteo Goffriller conhecido como Ex Shapiro, fabricado em Veneza, em 1727.

9S É R IE V I VAC E , 06 DE AGO S T O

Page 7: Temporada 2013 | Agosto

BRAGA

“Tive um sonho, que não há entendimento humano capaz de dizer que sonho foi. Olhos humanos jamais viram, ouvidos humanos jamais ouviram, os sentidos não podem conceber, nem a língua exprimir o que foi que sonhei.” Assim o tecelão Bottom desperta, confuso, em Sonho de uma Noite de Verão, de William Shakespeare. O trecho, uma vã tentativa de definição do sonho, foi entendido por Francisco Braga como alegoria de um pesadelo enigmático e sem significação. Ele utilizou esse fragmento da fábula como epígrafe do poema sinfônico Cauchemar (pesadelo, em francês), que compôs em Paris, em 1895. Cauchemar é uma obra representativa da primeira fase de Francisco Braga, de pura influência francesa, e coroa o período de cinco anos em que foi discípulo do compositor Jules Massenet.

Órfão, aos sete anos Francisco Braga foi internado no Asilo de Meninos Desvalidos do Rio de Janeiro, cidade onde nasceu. Integrou a banda de música da instituição como clarinetista e, aos quinze anos, ingressou no Conservatório Imperial de Música. Ficou em segundo lugar no concurso de composição do novo Hino Nacional Brasileiro, em 1890. Ainda assim, recebeu uma das premiações: o financiamento do governo brasileiro para estudar na Europa. Ao final do curso no Conservatório de Paris, o jovem de vinte e sete anos regeu na Galerie des Champs Elysées um programa de obras exclusivamente de compositores brasileiros, estreando então

seu Cauchemar. No ano seguinte, assistiu à Filarmônica de Dresden na execução de duas de suas obras, Cauchemar e Paysage, no imponente Teatro Gewerbehaus de Dresden, que veio a ser destruído em 1945 pelos ataques aéreos. Na década em que viveu na Europa, Francisco Braga residiu também em Viena, Capri e Bayreuth, cidade cuja devoção ao recém-falecido Richard Wagner provocou nele o surgimento de mais um fervoroso devoto. A ópera Jupyra, concluída em 1899, desenhada em traços wagnerianos, delimita a segunda fase de sua produção. Em 1900, de volta ao Brasil, foi nomeado professor do Instituto Nacional de Música, notabilizando-se por formar toda uma geração de compositores brasileiros. Em 1906 compôs o Hino à Bandeira, com versos de Olavo Bilac, que lhe rendeu grande popularidade e, em 1909, regeu o concerto de inauguração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no qual estreou Insônia, seu último poema sinfônico.

Insônia, A Paz, Cauchemar, Paysage, Episódio Sinfônico, Oração pela Pátria e Marabá são todos poemas sinfônicos e demonstram a vocação orquestral do compositor. Surgiram entre a última década do século XIX e a primeira do século XX, época em que a arte musical – após longo período de fixação do molde clássico e da estética romântica – experimentava um momento de transição ao se atualizar, formal e expressivamente. Francisco Braga, dotado da mais alta formação e probidade artística, optou por perseverar na tradição dos mestres franceses e alemães, sem embrenhar-se no modernismo ou no folclore nacional. Nesse sentido, segundo Mário de Andrade, ele integra o grupo de compositores brasileiros menos característicos. Nos últimos anos de vida, Francisco Braga utilizou em algumas canções certas singularidades brasileiras, porém dedicando-se prioritariamente a ensinar, reger e compor a música de seus sonhos, "tão bela quanto ouvido humano jamais ouvira", sem desobedecer ao seu coração.

Francisco Braga, dotado da mais alta formação e probidade artística, optou por perseverar na tradição dos mestres franceses e alemães, sem embrenhar-se no modernismo ou no folclore nacional.

BRASIL, 1868 – 1945

francisco

PARA OUVIR

CD Francisco Braga – Cauchemar e Jupyra (Ópera) – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – John Neschling, regente – Bis – 2002

PARA LER

Luiz Heitor Corrêa de Azevedo – 150 Anos de Música no Brasil (1800-1950) – Livraria José Olympio Editora – 1956

11

Cauchemar(1895)

Instrumentação: 2 flautas, 2 oboés,2 clarinetes,2 fagotes, 4 trompas,2 trompetes,3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas.

MARCELO CORRÊAPianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais e professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.

S É R IE V I VAC E , 06 DE AGO S T O

Page 8: Temporada 2013 | Agosto

PROKOFIEFF

Sinfonia Concertante, op. 125 (1950/1952)

Instrumentação: Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, celesta, cordas.

UCRÂNIA, 1891 – RÚSSIA, 1953

PARA OUVIR

CD Prokofiev, Sinfonia Concertante; Miaskovsky, Cello Concerto – Royal Philharmonic & Philharmonia Orchestras – Malcolm Sargent, regente – Mstislav Rostropovich, violoncelo – EMI Classics – 2007 (gravação original masterizada)

PARA LER

David Gutman – Prokofiev: The illustrated lives of the great composers – Omnibus Press – 1992

Simon Morrison – The people’s artist: Prokofiev’s Soviet years – Oxford University Press – 2009

13

sergeiA Sinfonia-Concerto op. 125 de Prokofieff, mais conhecida como Sinfonia Concertante, é, nas palavras do próprio compositor, uma reelaboração de seu Concerto para violoncelo, op. 58. Os primeiros esboços do Concerto para violoncelo datam de 1933, época em que o compositor iniciou seu processo de repatriação. Prokofieff, que vivia no Ocidente desde 1918, retornou definitivamente à União Soviética em 1936. Desejando ser bem recebido em sua terra natal, abandonou várias vezes a composição do Concerto para violoncelo, dando preferência às encomendas para música de filme, teatro e balé, gêneros que ele considerava mais acessíveis ao público soviético. A composição do Concerto para violoncelo só seria finalizada em 1938. A estreia, em Moscou, no dia 26 de novembro de 1939, revelou as fraquezas da obra. Infeliz com o resultado, Prokofieff resolveu seguir os conselhos de seu amigo, o compositor Nikolai Myaskovsky, e revisou completamente a partitura. A nova versão foi estreada no ano seguinte, em Boston. Mesmo assim, o Concerto para violoncelo cairia no esquecimento e raramente seria executado.

No dia 21 de dezembro de 1947, no Pequeno Auditório do Conservatório de Moscou, Prokofieff assistiu, pela primeira vez, à apresentação do jovem violoncelista Mstislav Rostropovich, de 20 anos de idade. Rostropovich executou, dentre outras obras, o seu esquecido Concerto para violoncelo, com uma redução para piano da parte orquestral. Nascia ali uma

prolífica parceria, cujo primeiro fruto seria a Sonata para violoncelo, op. 119, composta em 1949 e dedicada ao violoncelista.

Em 1950, com a ajuda de Rostropovich, Prokofieff iniciou novos trabalhos de revisão de seu Concerto para violoncelo. A revisão foi tão profunda que só seria terminada no final de 1951. Em 18 de fevereiro de 1952, no Conservatório de Moscou, a nova obra era estreada, sob o título de Concerto para violoncelo nº 2, com Rostropovich ao violoncelo e o pianista Sviatoslav Richter regendo a orquestra de alunos, no que parece ter sido a única aparição pública de Richter como regente. Ao publicá-la, Prokofieff não apenas a dedicou a Rostropovich, como mudou o título para Sinfonia-Concerto, deixando claro que a orquestra representa um papel tão importante quanto o do solista. Hoje em dia ela é mais conhecida como Sinfonia Concertante, título frequentemente utilizado pelo próprio Rostropovich.

Na Sinfonia Concertante algumas das características típicas do estilo de Prokofieff convivem lado a lado: as inovações timbrísticas, uma criatividade melódica sem limites e certa aspereza harmônica. A parte do violoncelo exige um instrumentista impecável, pois que os solos são de dificuldade ímpar, tanto do ponto de vista técnico quanto musical. O primeiro movimento (Andante) é lento e possui dois temas: um primeiro, ardente e apaixonado, e um segundo, mais leve e tranquilo. O segundo movimento (Allegro giusto) é o mais dramático dos três, com solista e orquestra em perfeita sintonia. O primeiro tema é extremamente empolgante, enquanto a exuberância do segundo representa um contraste admirável. O terceiro movimento (Andante con moto) é uma variação em três partes. O primeiro tema inicia-se lento e, pouco a pouco, transforma-se em uma dança. O segundo tema tem ares de canção folclórica. Ambos são trabalhados ao longo do movimento até atingir uma coda trepidante que encerra a Sinfonia de maneira surpreendente.

Na Sinfonia Concertante algumas das características típicas do estilo de Prokofieff convivem lado a lado: as inovações timbrísticas, uma criatividade melódica sem limites e certa aspereza harmônica. A parte do violoncelo exige um instrumentista impecável.

GUIL HER ME NASCIMENTOCompositor, Doutor em Composição, professor da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.

S É R IE V I VAC E , 06 DE AGO S T O

Page 9: Temporada 2013 | Agosto

Dvorák era descendente de uma geração de açougueiros e donos de pensão. Seu talento para a música foi logo percebido pelo pai, músico amador. No entanto, como Antonín era o mais velho dos nove filhos, o pai preferiu enviá-lo, aos treze anos, à pequena cidade de Zlonice para estudar alemão e aprender o ofício de açougueiro com um tio. Mas o que mais agradou ao jovem Antonín foi poder estudar órgão, piano e viola com seu professor de alemão. Aos dezesseis anos, já de volta à casa dos pais, surgiu o problema da escolha de sua futura carreira: seu pai desejava vê-lo açougueiro, mas o tio e o professor de alemão insistiam em que ele deveria desenvolver seus talentos musicais na capital. O pai finalmente cedeu e Antonín mudou-se para Praga, onde viria a desenvolver uma sólida carreira de organista.

Seus anos de estudante não foram fáceis. Dvorák não era um virtuose ou um garoto prodígio. Sua sólida carreira desenvolveu-se lentamente, sem saltos abruptos. Sem suporte financeiro dos pais, que atravessaram enormes dificuldades, ele precisou ganhar a vida como pôde. Como um posto estável de organista fosse difícil de se conseguir, Dvorák tocava violino e viola em pequenas orquestras e completava o salário dando aulas de piano. Sua renda, ainda assim, era pouca, mesmo para os padrões mais modestos. E continuaria escassa pelas décadas seguintes até que, aos trinta anos de idade, ele obteve um posto de organista na Igreja de São

Adalberto e pôde abandonar a orquestra. Sua renda não aumentou com essa troca, mas, ao menos, ele conseguiu mais tempo para compor. A composição havia se tornado sua maior paixão. Nos anos 1870 seu nome foi, aos poucos, se tornando conhecido em Praga. Data dessa época seu primeiro encontro com Brahms. O compositor alemão havia sido jurado, com o crítico Eduard Hanslick, de um concurso do governo austríaco destinado a ajudar artistas em início de carreira. Dvorák recebeu o primeiro prêmio por anos seguidos. Hanslick e Brahms, que vinham aprendendo a admirar sua obra, passaram a conhecê-lo melhor, e uma longa e duradoura amizade tinha início para os três.

Em 1883 o maestro inglês Joseph Barnby regeu o Stabat Mater de Dvorák em Londres. A Inglaterra, com sua prosperidade de longa data, mantinha um padrão cultural notável, oferecendo notáveis atrações musicais. Embora não tivessem produzido grandes compositores desde Purcell, os ingleses sempre deram oportunidades a compositores europeus para desenvolverem sua arte – como foram os casos de Haendel, Haydn e Mendelssohn. O sucesso do Stabat Mater de Dvorák foi tal que o compositor logo foi convidado para reger suas obras na capital inglesa. No ano seguinte foi a Londres, regeu dois concertos e recebeu a mais calorosa acolhida de sua vida até o momento. Tornou-se membro honorário da Royal Philharmonic Society e recebeu a encomenda de uma nova sinfonia para o ano seguinte. Nascia, assim, a Sinfonia nº 7.

A composição, iniciada em dezembro de 1884, ficou pronta em apenas três meses, em 17 de março de 1885. A estreia se deu em 22 de abril, no St. James Hall, em Londres, com a Royal Philharmonic Society, sob a regência do compositor. Ele foi ovacionado após a apresentação, e a crítica especializada comparou sua Sinfonia nº 7 às sinfonias de Brahms. Em junho o autor fez algumas revisões e preparou a obra para publicação. Seu editor, Simrock, o mesmo de Brahms, costumava oferecer-lhe valores menores que os oferecidos ao compositor alemão. Oferecendo-lhe então três mil marcos pela nova Sinfonia, recebeu uma longa carta em resposta, em que Dvorák declarava merecer, ao menos, o

PARA OUVIR

CD Dvorák – Three great symphonies: Symphonies nos 7, 8 & 9 – Cleveland Orchestra – George Szell, regente – Sony – 1998 (gravação original remasterizada)

PARA LER

John Clapham – Antonín Dvořák: musician and craftsman – St. Martin’s Press – 1966

Kurt Honolka – Dvořák – Haus Publishing – 2004

15

REPÚBLICA TCHECA, 1841 – 1904

A composição ficou pronta em apenas três meses. A estreia se deu no St. James Hall, em Londres, com a Royal Philharmonic Society, sob regência do compositor. Ele foi ovacionado, e a crítica especializada comparou sua Sinfonia nº 7 às sinfonias de Brahms.DVORÁK

Sinfonia nº 7 em ré menor, op. 70 (1884/1885)

Instrumentação: Piccolo, 2 flautas,2 oboés, 2 clarinetes,2 fagotes, 4 trompas,2 trompetes,3 trombones, tímpanos, cordas.

antonín

S É R IE V I VAC E , 06 DE AGO S T O

Page 10: Temporada 2013 | Agosto

GUIL HER ME NASCIMENTOCompositor, Doutor em Composição, professor da UEMG, autor dos livros Os sapatos

floridos não voam e Música menor.

dobro: “Por favor, lembre-se de que sou um artista pobre, e um homem de família”. Simrock não teve escolha. Os rumores da apresentação em Londres haviam chegado aos seus ouvidos. Dvorák não era mais um desconhecido compositor do interior. Seu reconhecimento internacional havia começado.

Trompas, tímpanos e contrabaixos criam a atmosfera misteriosa que dá início ao primeiro movimento (Allegro maestoso). O primeiro tema é apresentado pelas violas e violoncelos e logo desenvolvido pela orquestra. Após o clímax e sua dissolução, flauta e clarinete apresentam o segundo tema, uma doce melodia de caráter mais vienense que boêmio, lembrando-nos de como o estilo de Dvorák tornava-se, pouco a pouco, um estilo internacional. Fragmentos do primeiro tema dominam a música até o final do movimento, tão misterioso quanto o início.

A serenidade do segundo movimento (Poco adagio) nos convida a um momento de tranquila contemplação, antes da agitação do Scherzo. Sua beleza repousa não apenas na qualidade do material musical, como também na maneira imprevisível como ele se desenvolve.

O terceiro movimento (Vivace) é um Scherzo. Seu balanço é um convite à dança. A elegância de sua seção central apresenta um contraste belíssimo. O retorno da primeira seção é tão agradável quanto a sua primeira aparição, mas um trágico final nos prepara para o próximo movimento.

O Finale (Allegro) é o mais dramático dos quatro movimentos. O primeiro tema é prontamente apresentado pelo clarinete e trompa. As cordas cuidam do segundo tema, em caráter marcial. A música se desenvolve de maneira imponente, sem, no entanto, tornar-se otimista. A grandiosidade dos últimos compassos conserva um pouco do mistério do início da Sinfonia.

FOTO

EU

GÊN

IO S

ÁV

IO

Page 11: Temporada 2013 | Agosto

SÉRIE ALLEGRO

GR ANDE TEATRO DO PAL ÁCIO DAS ARTES, 20H30

15AGO Q U I N T A

F E I R A

FABIO MECHETTI, regenteCHEE-YUN, violino

FOTO

RA

FAEL

MO

TTA

PROGRAMA

Piotr Ilitch TCHAIKOVSKY

Suíte nº 4 em Sol maior, op. 61, “Mozartiana” [25 min]Giga: Allegro Minueto: Moderato Oração a partir de uma transcrição de Liszt: Andante non tanto Tema e variações (sobre temas de Gluck): Allegro giusto

Alexander GLAZUNOV

Concerto para violino em lá menor, op. 82 [21 min]ModeratoAndante sostenutoTempo IAllegro

CHEE-YUN solista

intervalo

Ludwig van BEETHOVEN

Sinfonia nº 2 em Ré maior, op. 36 [32 min]Adagio Molto – Allegro con brioLarghettoScherzo: AllegroAllegro Molto

Page 12: Temporada 2013 | Agosto

FOTO

YO

UN

GH

O K

AN

G

chee-YUN

Com sua técnica perfeita, seu tom brilhante e sedutor talento artístico, Chee-Yun já encantou audiências nos cinco continentes. Ela se apresenta regularmente ao lado das mais importantes orquestras, incluindo a Orquestra da Filadélfia, as filarmônicas de Londres, Toronto, Houston, Seattle, Pittsburgh e Seul, sinfônicas de Atlanta, São Francisco e Fort Worth, St. Paul Chamber Orchestra. Chee-Yun trabalhou com os maestros Hans Graf, James DePriest, Jesus Lopez-Cobos, Michael Tilson Thomas, Jaap van Zweden, Krzysztof Penderecki, Neeme Järvi, Pinchas Zukerman, Manfred Honeck, Giancarlo Guerrero, Carlos Kalmar, Myung-Whun Chung e Jiri Belohlavek. No âmbito internacional, apresentou-se com a Haifa Symphony, Filarmônica de Hong Kong, Braunschweig Orchestra, MDR Radio Leipzig, Sinfônica da BBC, St. Petersburg Camerata, Bamberg Philharmonic, Sinfônica de Bilbao, London Festival Orchestra, Filarmônica de Nagoya e KBS Symphony Orchestra.

Em recitais, Chee-Yun se apresentou em grandes cidades norte-americanas, participou de homenagem a Mstislav Rostropovich, realizou uma turnê japonesa do Mostly Mozart Festival e fez a estreia norte-americana da Sonata nº 2 de Penderecki com Barry Douglas. Apresentou-se ainda com Alisa Weilerstein, Alessio Bax e nos festivais de Ravinia, Aspen, Bravo!, Vail Valley, La Jolla, Caramoor, Green Music, Santa Fé, Bridgewater, Great Mountains Music, Clandeboye, Opera Theatre, Festival de Música em Lucca, Colmar, festivais Beethoven, Penderecki e Kirishima.

Desde o lançamento de seu primeiro CD, em 1993, Chee-Yun vem recebendo críticas excepcionais. Gravou Penderecki pela Naxos; Mendelssohn, Vieuxtemps, Lalo, Saint-Saëns, Debussy, Fauré, Szymanowski, Franck, Brahms e Strauss pelo selo Denon; Beethoven pela Satirino Records e um álbum pela Decca.

A primeira performance pública de Chee-Yun aconteceu aos oito anos, ainda em Seul, sua cidade natal, após ter conquistado o grande prêmio da Competição Korean Times. Aos treze anos mudou-se para os Estados Unidos e apresentou-se com a Filarmônica de Nova York; aos quinze estreou no Carnegie Hall e no Kennedy Center. Em 1989, venceu a competição internacional Young Concert Artist e, um ano depois, ganhou bolsa Avery Fisher para desenvolvimento de sua carreira. Na Coreia, Chee-Yun estudou com Nam Yun Kim. Nos Estados Unidos, com Dorothy DeLay, Hyo Kang, Daniel Phillips e Felix Galimir na Juilliard School. Chee-Yun dedica-se também ao ensino, em masterclasses e como professora e artista residente em universidades.

21

O seu tom é doce e completo, sua música tem polimento impecável, sua interpretação

de linhas melódicas e fraseados é extraordinariamente precisa... mágica.

GRAMOPHONE, REINO UNIDO

S É R IE A L L EGRO, 15 DE AGO S T O

Page 13: Temporada 2013 | Agosto

A Suíte é uma orquestração, feita por Tchaikovsky, de quatro peças, independentes entre si, compostas por Mozart: Giga, Minueto, Variações sobre um tema de Gluck e Ave Verum.

23

Suíte nº 4 em Sol maior, op. 61, “Mozartiana”(1887)

Instrumentação: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, tímpanos, percussão, harpa, cordas.

TCHAIKOVSKYRÚSSIA, 1840 – 1893

piotr ilitch

S É R IE A L L EGRO, 15 DE AGO S T O

“A beleza da melodia de Mozart é um mistério”, dizia Tchaikovsky. Essa música ele já ouvia na infância, quando, em um pequeno órgão mecânico, o pai o fazia ouvir obras de Mozart, Bellini, Rossini e Donizetti. Muito sensível, extremamente emotivo, "era um menino de vidro,” na opinião de sua preceptora.

Fato comum no século XIX, Piotr entra na Escola Preparatória de Direito de São Petersburgo aos dez anos. O diretor, príncipe melômano, convidava artistas para dar recitais – até mesmo Clara Schumann se apresentou ali. Tchaikovsky, que estudava piano com um professor alemão, passava horas tocando e improvisando para os colegas. Era apreciado por todos pela delicadeza, brandura e encanto pessoal. “Tudo nele era bom, inteligente e nobre”, escreveu seu irmão Modest. Terminada a Escola de Direito (nove anos ao todo), conseguiu trabalho no Ministério da Justiça.

Em 1862, o pianista Anton Rubinstein (sem parentesco com Arthur Rubinstein) cria o Conservatório de São Petersburgo, primeira escola de música da Rússia. Tchaikovsky frequenta ali aulas de composição e, em 1863, já é instrutor nessa instituição. Não teve preocupações com seu sustento, graças às doações financeiras de Nadezhda Meck, grande apreciadora de sua música, com quem manteve correspondência e uma relação artística de alto nível, mas sob a condição, imposta por ela, de não se conhecerem pessoalmente.

A Suíte “Mozartiana", escrita em 1887, é um tributo a Mozart, em comemoração aos cem anos de Don Giovanni (ópera de Mozart estreada em Praga em 1787). “Adoro a música dessa ópera que, neste minuto, enquanto escrevo, me faz chorar de comoção”. A Suíte é uma orquestração, feita por Tchaikovsky, de quatro peças, independentes entre si, compostas por Mozart: Giga, Minueto, Variações sobre um tema de Gluck e Ave Verum. As três primeiras foram orquestradas por Tchaikovsky a partir do original de Mozart para piano. A Giga, um fugato de curta duração, possui um ritmo constante, com respiração a cada três notas. Tecnicamente brilhantes, as Variações sobre um tema de Gluck foram compostas por Mozart para suas apresentações em Viena. A flauta faz o solo na Variação III, o vibrafone é usado na Variação VIII, tímpanos e pratos dão à Variação X a densidade de obra sinfônica. Quanto ao Ave Verum, Mozart o compôs no ano de sua morte para coro, cordas e órgão contínuo, mas Tchaikovsky elaborou a orquestração a partir de sua transcrição pianística feita por Franz Liszt. Em um concerto de obras suas, em 1887, em Moscou, a Suíte foi estreada pelo autor, “com brilhante sucesso”, diz o jornal do dia seguinte.

Certa vez Tchaikovsky escreveu: “Já senti desejo da morte. Mas depois passou, e de novo surgiu a sede de viver para terminar a minha obra, de dizer tudo o que ainda não foi dito”. No Testamento de Heiligenstadt (1802) escreve Beethoven: “Que humilhação não ouvir uma flauta de longe! Mais uma experiência como essa e eu teria posto fim à minha vida. Foi minha Arte, e somente ela, quem me reteve. Parecia-me impossível deixar o mundo antes de exteriorizar tudo o que está dentro de mim”. Entre os dois músicos, uma afinidade de sentimentos comovente.

PARA OUVIR

CD Tchaikovsky Suites for Orchestra – Ireland National Symphony Orchestra – Stefan Sanderling, regente – Naxos – 1994

PARA LER

Alexander Poznansky – Piotr Tchaikovsky: Biografia – G. Ermakoff Casa Editorial – 2012

NOR AH AL MEIDAPianista, professora formada pelo Conservatório de Música de Genebra.

Page 14: Temporada 2013 | Agosto

GUIL HER ME NASCIMENTOCompositor, Doutor em Composição, professor da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.

(...) O Concerto atinge o auge de seu brilho num jogo de perguntas e respostas entre o solista e a orquestra, até o final animado e cheio de vitalidade.

25

Concerto para violino em lá menor, op. 82(1904)

Instrumentação: Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes,2 fagotes, 4 trompas,2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, percussão, harpa, cordas.

GLAZUNOVRÚSSIA, 1865 – FRANÇA, 1936

alexander

S É R IE A L L EGRO, 15 DE AGO S T O

Alexander Glazunov representa a continuidade da tradição musical russa de Tchaikovsky e Rimsky-Korsakov e, ao mesmo tempo, o elo com a nova música soviética de Prokofieff e Shostakovich. Glazunov foi um garoto prodígio: começou seus estudos de piano aos nove anos de idade e, aos onze, realizava suas primeiras composições. Aos quatorze tornou-se aluno de Rimsky-Korsakov e, três anos mais tarde, estreava com sucesso sua primeira sinfonia. A promessa de uma carreira de sucesso se concretizaria logo em seguida, graças a Mitrofan Belyayev, rico comerciante de São Petersburgo que acabara de criar uma editora musical. Belyayev publicava e divulgava, tanto na Rússia como no Ocidente, as obras dos jovens compositores russos, utilizando seus próprios recursos, sem se preocupar com retorno financeiro imediato. Glazunov foi sua maior aposta. Belyayev levou-o em viagem à Europa ocidental para divulgar sua música, quando Glazunov contava apenas dezenove anos. Consagrado internacionalmente aos vinte e quatro anos de idade, o jovem Glazunov tratou logo de compor algumas sinfonias, quartetos de cordas e balés, para fazer jus à fama.

Aos trinta e quatro anos tornou-se professor do Conservatório de São Petersburgo e, aos quarenta, seu diretor. Respeitado pelas autoridades soviéticas, conservou o posto de diretor do Conservatório até 1930, embora estivesse vivendo na Europa ocidental desde

1928. Empregou todos os seus esforços para revitalizar o Conservatório: modernizou o currículo, contratou novos professores, protegeu os alunos e empenhou-se profundamente em minimizar a influência do Estado na instituição. Entre seus protegidos estavam Shostakovich e Prokofieff. Em 1928, desiludido com os rumos de seu país, aproveitou uma viagem a Viena e nunca mais retornou, alegando constantemente problemas de saúde para sua demora. No Ocidente, Glazunov continuou a apresentar sua música, embora já compusesse muito pouco. Faleceu em Neuilly-sur-Seine, nos subúrbios de Paris, em 1936, aos setenta anos de idade.

Seu Concerto para violino foi composto em 1904 e dedicado ao violinista Leopold Auer. A estreia se deu no início de 1905 pela Sociedade Musical Russa, em São Petersburgo, com Leopold Auer ao violino e direção do compositor. O Concerto foi escrito em um único movimento, embora se divida em quatro partes. A primeira parte (Moderato) inicia-se com o primeiro tema, de caráter russo, no violino solista. Violino e orquestra nos conduzem ao segundo tema, uma melodia doce e tranquila. A segunda parte (Andante sostenuto) apresenta um tema derivado do primeiro. A música torna-se cada vez mais agitada para, pouco a pouco, retornar à tranquilidade do início. A terceira parte (Tempo I) nos remete, invariavelmente, à primeira, pois que retornamos ao andamento do início. Com a diferença que, desta vez, somos logo surpreendidos pelo segundo tema, prontamente variado por toda a orquestra. A música do solista que, desde a segunda parte, tornara-se cada vez mais complexa, atinge, desta vez, o extremo da dificuldade técnica, com uma longa cadência escrita pelo próprio compositor. O caráter improvisativo da cadência nos conduz à quarta parte (Allegro), iniciada por uma fanfarra dos trompetes, logo imitada pelo violino solista. O Concerto atinge o auge de seu brilho num jogo de perguntas e respostas entre o solista e a orquestra, até o final animado e cheio de vitalidade.

PARA OUVIR

CD Heifetz – Concertos Sibelius; Prokofiev nº 2; Glazunov – Boston Symphony Orchestra – Jascha Heifetz, violino – Charles Munch, regente – RCA – 1990

PARA LER

Richard Taruskin – On Russian music – University of California Press – 2009

Stuart Campbell (ed.) – Russians on Russian music: 1880-1917, an anthology – Cambridge University Press – 2003

Page 15: Temporada 2013 | Agosto

“Que humilhação não ouvir uma flauta de longe. Mais uma experiência como essa e eu teria posto fim à minha vida. Foi minha Arte quem me reteve; parecia-me impossível deixar o mundo até que pudesse produzir tudo o que está dentro de mim.” BEETHOVEN

27

Sinfonia nº 2 em Ré maior, op. 36(1801/1802)

Instrumentação: 2 flautas, 2 oboés,2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas.

BEETHOVENALEMANHA, 1770 – ÁUSTRIA, 1827

ludwig van

S É R IE A L L EGRO, 15 DE AGO S T O

Johann van Beethoven, tenor do coro em Bonn, instruiu seu filho Ludwig ao piano desde cedo e o fazia estudar intensamente. Tirou-o da escola com onze anos e encarregou o músico C. G. Neefe de lhe dar aulas de contraponto e composição. Aos quatorze anos, o jovem era organista da corte e tocava viola na orquestra. Entusiasmado, Neefe escreve em um artigo: “Ludwig van Beethoven, com onze anos, é um talento promissor. Toca piano com grande domínio, lê muito bem à primeira vista e toca sobretudo O Cravo Bem Temperado de Bach. Ele certamente se tornará um segundo Mozart se continuar a progredir como começou”.

Em 1787, Ludwig vai a Viena estudar com Mozart, mas a morte da mãe chama-o de volta. Há dúvidas sobre o que se passou nessa viagem de três semanas. Homem atento às ideias do seu tempo, Neefe influenciou Beethoven, com dezenove anos, a fazer um curso na Universidade de Bonn. Tomando contato com as ideias do Iluminismo, com as obras de Rousseau, os Enciclopedistas, Schiller e Goethe, pôde fortalecer o sentido de liberdade que sempre o acompanharia. E a casa da família von Breuning, onde se discutia arte, política e vida, foi o primeiro ambiente onde viu circular o pensamento intelectual. O Conde de Waldstein, mecenas e amigo, favorece a Beethoven outra viagem a Viena, em 1792, para onde vai estudar com Haydn, um aprendizado que nunca se realizou de forma ordenada, devido talvez à diferença de temperamentos. E foram

Albtrechtsberger e Schenk, mestres no contraponto, que desenvolveram o jovem Beethoven nessa técnica. Referindo-se mais tarde a si próprio como "aluno de Salieri", mostra o apreço que tinha por esse mestre, com quem teve aulas gratuitas entre 1794 e 1800.

Às famílias aristocráticas de Viena, Beethoven impôs-se como pianista e também pelo seu fantástico dom de improvisação. Após alguns anos, tinha feito um nome por si mesmo. Era um artista independente, de acordo com o novo papel social do músico. Diferentemente de Mozart, que comera na cozinha com os lacaios, e Haydn, que usava uniforme de serviçal em Esterhazy, Beethoven não precisava da mesada de um nobre para viver. Com aulas dadas, concertos públicos e venda das suas obras, podia apresentar sua música onde bem entendesse. Mais tarde, os príncipes Lobkovitz, Kinsky e o Arquiduque Rodolfo, diante da possibilidade de sua partida de Viena para Kassel como Mestre de Capela, ofereceram-lhe uma contribuição financeira por vários anos.

A Sinfonia nº 2, em Ré maior, escrita em 1802, teve sua primeira apresentação em abril de 1803, no Teatro An der Wien, em Viena, regida pelo autor. O primeiro movimento, o Adagio que precede o Allegro con brio, nos faz pensar na Sinfonia Praga de Mozart, na mesma tonalidade, e que se inicia também com um Adagio seguido de um Allegro. Sobre o Larghetto, um dos movimentos lentos mais longos de Beethoven, Thayer, em sua biografia sobre Beethoven, nos diz que “sua serena tranquilidade parece ser precursora da Sinfonia Pastoral”. No terceiro movimento, pela primeira vez aparece um Scherzo no lugar do tradicional minueto. Rápido e enérgico, o Allegro molto mostra vários retornos ao tema, caraterísticos da forma Rondó.

Em 1802, com problemas de surdez havia já seis anos, Beethoven é aconselhado por seu médico a ficar algum tempo em um lugarejo perto de Viena, no intuito de poupar sua audição. Ali foi escrito um dos textos mais pungentes da História do Homem: o Testamento de Heilingenstad, dirigido aos seus dois irmãos: “Como posso admitir uma enfermidade no sentido que deveria ser mais perfeito em mim do que nos outros e que

PARA OUVIR

CD Beethoven Symphonies nos. 2 & 4 – Royal Philharmonic Orchestra – René Leibowitz, regente – Historical Masterworks – MCS Ltd. Switzerland – 1988

PARA LER

Alexander Wheelock Thayer – Thayer's Life of Beethoven – Princeton University Press – 1973

Lewis Lockwood – Beethoven: a música e a vida – Editora Codex – 2004

Page 16: Temporada 2013 | Agosto

NOR AH AL MEIDAPianista, professora formada pelo Conservatório de Música de Genebra.

eu, antes, possuía no mais alto grau de perfeição? Cedo tive de me isolar e passar minha vida em solidão”. A decepção amorosa com Giulietta Guicciardi pode ter contribuído para seu estado depressivo.

Entretanto, escreve o eminente regente Felix Weingartner em seu livro On the Performance of Beethoven s Symphonies: “A Sinfonia nº 2, composta em 1802, é simples, com colorido orquestral brilhante e vívido. Alegria jovial, fervor cheio de vida e força inquebrantável parecem ser as bases da sua essência”. Estamos então diante de um paradoxo? Um momento de desespero e uma obra cheia de vida? Deixemos a Beethoven a resposta: “que humilhação não ouvir uma flauta de longe (...) Mais uma experiência como essa e eu teria posto fim à minha vida. Foi minha Arte, e somente ela, quem me reteve (...) Ah, parecia-me impossível deixar o mundo até que pudesse produzir tudo o que está dentro de mim”.

Ter composto nesse momento a Sinfonia nº 2parece-nos representar a elaboração de uma dolorosa reflexão e o renascer da “força inquebrantável” que o levaria a mais vinte e sete anos de vida.

Não surpreende que em 1803, aos trinta e dois anos, tendo na bagagem menos de um terço da sua obra – as Sonatas ao Luar e Patética, o Concerto para piano nº 3, o Concerto para violino (para citar as mais conhecidas hoje em dia) e as Sinfonias nos 1 e 2, entre outras obras – Beethoven já fosse considerado o maior músico da Europa.

FOTO

RA

FAEL

MO

TTA

Page 17: Temporada 2013 | Agosto

SÉRIE VIVACE

GR ANDE TEATRO DO PAL ÁCIO DAS ARTES, 20H30

27AGO T E R Ç A

F E I R A

FABIO MECHETTI, regenteALEXANDRE BARROS, oboéCATHERINE CARIGNAN, fagoteROMMEL FERNANDES, violinoELISE PITTENGER, violoncelo

FOTO

EU

GÊN

IO S

ÁV

IO

PROGRAMA

Joseph HAYDN Sinfonia Concertante em Si bemol maior, op. 84 [22 min]AllegroAndanteAllegro con spirito

ALEXANDRE BARROS CATHERINE CARIGNANROMMEL FERNANDES

ELISE PITTENGER

solistas

intervalo

Anton BRUCKNER Sinfonia nº 7 em Mi maior [64 min]Allegro moderato Adagio: Sehr feierlich und sehr langsam Scherzo: Sehr schnell Finale: Bewegt, doch nicht schnell

Page 18: Temporada 2013 | Agosto

O genial oboísta Alexandre Barros levou o público ao êxtase. Perfeito em todos os

aspectos, domina o difícil instrumento de sopro mediante talento, sensibilidade e técnica.

HOJE EM DIA, BRASIL

alexandreBARROS

Nascido em uma família de músicos, Alexandre iniciou seus estudos musicais cedo com o pai, Joaquim Inácio Barros. Ainda criança, acompanhava o pai e os irmãos em rodas de choro, tocando flauta doce. Estudou flauta transversal e, aos dezessete anos, passou para o oboé, seguindo seus estudos com os professores Afrânio Lacerda, Gustavo Napoli, Carlos Ernest Dias e Arcádio Minczuk. Frequentou masterclasses com renomados oboístas internacionais, dentre eles Ingo Goritzki, Alex Klein, François Leleux e Maurizio Colasanti.

Alexandre sempre mostrou facilidade e intimidade com o instrumento, destacando-se rapidamente no cenário de música erudita no Brasil. Em 1993, como membro do Quinteto de Sopros da UFMG, recebeu o primeiro prêmio no V Concurso de Música de Câmara da instituição. Em 1996, integrando o Trio Jovem de Palhetas, obteve menção honrosa no Concurso Jovens Solistas da Faculdade Santa Marcelina de São Paulo. No mesmo ano foi premiado no Concurso Jovens Solistas da Osesp, apresentando-se à frente da orquestra sob regência de Diogo Pacheco. Dois anos mais tarde conquistou o prêmio Eleazar de Carvalho no Festival de Inverno de Campos do Jordão.

Como solista atuou ainda com diversas orquestras, como a Sinfônica de Minas Gerais, Orquestra de Câmara Sesiminas e Orquestra Filarmônica Nova. Em 2010 foi solista à frente da Filarmônica de Minas Gerais, sob regência de Rodolfo Fischer.

Integrou o naipe de oboés da Osesp entre 1996 e 1997 e realizou turnê com o grupo por diversas cidades da Europa. Posteriormente, a convite de Roberto Minczuk, atuou como primeiro oboé da Sinfônica de Ribeirão Preto e foi solista junto à orquestra, sob regência de Minczuk. De volta a Minas, passou a integrar o naipe de oboés da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais até 2008.

Atualmente é o primeiro oboísta da Filarmônica de Minas Gerais e também professor do Centro de Formação e Aperfeiçoamento em Artes (Cefar). Também como docente foi convidado a lecionar em importantes festivais, como a Semana de Música de Ouro Branco e o Festival Internacional Sesc de Música de Pelotas.

Alexandre desenvolve intensa atividade camerística, em diversas formações. Em 2011 gravou um CD com o pianista Miguel Rosselini com obras renomadas para oboé, como os Romances de Schumann op. 94 e a Sonata op. 166 de Saint-Saëns. Em duo com o pianista, apresentou-se em importantes salas de concerto no Brasil, no Festival Rio Folle Journée, na Semana de Música de Ouro Branco e no Projeto Quarta Erudita da Fundação Clóvis Salgado.

33S É R IE V I VAC E , 27 DE AGO S T O

FOTO

AD

RIA

NO

BA

STO

S

Page 19: Temporada 2013 | Agosto

FOTO

AD

RIA

NO

BA

STO

S

catherineCARIGNAN

Catherine Carignan nasceu e cresceu no interior da província francófona do Québec, Canadá. Como resultado dos experimentos com a música, incentivados pela família, apaixonou-se pelo fagote. Aos quinze anos, entrou no Conservatório de Música do Québec, dedicando as noites e os fins de semana ao estudo da música enquanto completava o ensino médio.

De 1999 a 2007, teve a honra e o prazer de trabalhar com músicos tais como Michel Bettez, Mathieu Harel, Stéphane Lévesque, o saudoso Stephen Maxym, Nadina Mackie, Fraser Jackson, Michael Sweeney, Gustavo Núñez, Alain Trudel, Jean-Marie Zeitouni, Véronique Lacroix, Raffi Armenian, Catherine Todorovsky, Denise Panneton, Jens Lindemann, Mark Engelhart e Helmuth Rilling em diversas instituições da América do Norte e da Europa. Continua inspirando-se na excelente educação que deles recebeu.

Catherine concluiu o bacharelado no Conservatoire de Musique du Québec em abril de 2007 e, poucos meses depois, assumiu a vaga de segunda fagotista da Victoria Symphony Orchestra, no litoral pacífico do Canadá. Durante o ano em que ali morou, encomendou e estreou a peça Three Conjoined Trifles, para fagote e piano, do compositor Alex Eddington, foi convidada da CBC Radio Orchestra em Vancouver e atuou com o Aventa Ensemble, conjunto de música contemporânea junto ao qual estreou a peça Dulcian Patterns, do compositor Peter Hatch, que lhe valeu elogios da imprensa regional e nacional: "Dulcian Patterns (...) apresenta uma partitura predominante e virtuosística para o fagote, soberbamente executada pela fagotista Catherine Carignan." (islandnet.com, Victoria, Canadá).

Além de suas atividades com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, da qual faz parte desde 2008, Catherine atua em vários conjuntos belo-horizontinos e participa como palestrante e recitalista de eventos tais como o Encontro Internacional de Oboé e Fagote da Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul. É professora substituta de fagote na Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais desde maio de 2013. Mora com o parceiro, as duas filhas e o enteado, todos brasileiros.

35

(...) o fagote tem um papel importante na peça, lindamente desempenhado pela

fagotista Catherine Carignan.THE GLOBE AND MAIL, CANADÁ

S É R IE V I VAC E , 27 DE AGO S T O

Page 20: Temporada 2013 | Agosto

rommelFERNANDES

Rommel Fernandes é atualmente o Concertino da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Dentre suas funções na orquestra, tem atuado como spalla em colaboração com o Regente Titular, Fabio Mechetti, com o Regente Associado, Marcos Arakaki, e também com regentes e solistas convidados como Alisa Weilerstein, Antonio Meneses, Carlos Miguel Prieto, Joshua Bell, Krzysztof Penderecki, Philippe Quint, Rachel Barton Pine, Roberto Díaz, Rossen Milanov, Stefan Sanderling e Yoav Talmi.

Elogiado pela crítica por sua "execução soberba e musicalidade aristocrática", bem como por sua releitura "vibrante, modernista, porém elegante" do repertório tradicional, Rommel destaca-se ainda como intérprete de música contemporânea. Em anos recentes, realizou primeiras audições mundiais de obras de Douglas Boyce (Floruit Egregiis, para violino e cello) e Silvio Ferraz (Partita II, para violino solo), além de estreias brasileiras de obras de Pierre Boulez (Anthèmes I, para violino solo) e Mario Mary (Aarhus, para violino e eletrônica), entre outros.

Mestre e Doutor em Música com Honors pela Northwestern University, Estados Unidos, na classe de Gerardo Ribeiro, Rommel frequentou também o Lucerne Festival Academy, Suíça, e o Tanglewood Music Center, Estados Unidos. Ali aperfeiçoou-se em música de câmara com membros dos quartetos de cordas American, Cleveland, Concord, Juilliard e Muir e foi spalla da Orquestra do Tanglewood Music Center, sob regência de Bernard Haitink e James Levine. Ainda nos Estados Unidos, atuou como músico convidado das orquestras sinfônicas de Boston (em Tanglewood) e Chicago (na série MusicNOW de música contemporânea), colaborou com o grupo Fifth House Ensemble e fez parte do corpo docente da North Park University. Como membro da Chicago Civic Orchestra, Rommel trabalhou com regentes e solistas como Charles Dutoit, Christoph Eschenbach, Daniel Barenboim, Gidon Kremer, Lorin Maazel, Pierre Boulez e Pinchas Zukerman.

Natural de Maria da Fé, MG, Rommel iniciou seus estudos musicais no Conservatório Estadual de Pouso Alegre e obteve o bacharelado em Violino pelo Instituto de Artes da Unesp, como aluno de Ayrton Pinto. Ainda em São Paulo, foi membro da Orquestra Experimental de Repertório e spalla da Orquestra de Câmara da Unesp. Atuou como solista frente à Osesp, como vencedor do Concurso Jovens Solistas.

37

A execução soberba e musicalidade aristocrática do violinista Rommel Fernandes

foram causa para celebração. Uma releitura vibrante, modernista, porém elegante.

LAWRENCE BUDMEN, MUSIC AND VISION

S É R IE V I VAC E , 27 DE AGO S T O

FOTO

AD

RIA

NO

BA

STO

S

Page 21: Temporada 2013 | Agosto

FOTO

AD

RIA

NO

BA

STO

S

elisePITTENGER

Elise Pittenger é chefe em atividade do naipe dos violoncelos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Natural de Baltimore, Estados Unidos, ela concluiu, em 2010, seu doutorado em performance musical pela McGill University, Canadá, sob orientação do renomado violoncelista Matt Haimovitz. Possui também mestrado em violoncelo pela Rice University, onde estudou com Norman Fischer, e bacharelado em literatura pela Yale University, ambas nos Estados Unidos. Entre seus principais professores de cello estão ainda Rhonda Rider e Paula Skolnick-Childress. Elise já tocou sob regência de Kurt Masur, Seiji Ozawa, Charles Dutoit, Rafael Frühbeck de Burgos, Kent Nagano, Larry Rachleff, entre outros, em festivais e orquestras nos Estados Unidos, Europa e Brasil. Também possui grande experiência em música de câmara. Antes de se mudar para o Brasil, foi integrante do Haven String Quartet por dois anos e, no Brasil, tem realizado concertos com Miguel Rosselini (piano), Rommel Fernandes (violino), Dominic Desautels (clarinete) e Fernando Rocha (percussão).

Além de seu trabalho orquestral e camerístico, Elise participa de atividades musicais que abrangem uma ampla gama de estilos. Estudou cello barroco com o grupo canadense Tafelmusik e improvisação contemporânea livre com Lori Friedman. Apresentou-se com o celista Matt Haimovitz no premiado grupo Uccello, em turnês por Canadá e Estados Unidos (incluindo apresentações em bares como o Philadelphia’s World Café e salas de concerto como o Carnegie Hall), e trabalhou com Yo-Yo Ma no Silk Road Ensemble, combinando músicas orientais e ocidentais. Durante seu doutorado, Elise participou como integrante e solista do McGill Contemporary Music Ensemble e tornou-se cada vez mais interessada pela música contemporânea e pela criação de novas obras. No Brasil, ela se apresenta com os grupos de música contemporânea Oficina Música Viva e Sonante 21.

Além de sua carreira como performer, Elise também se dedica ao ensino, tendo sido professora em escolas e festivais em Barcelona, Houston, Baltimore, Alabama, New Haven, Honduras, México e Brasil. Entre 2008 e 2010, foi professora do projeto social Music Haven, no qual dava aulas de violoncelo e organizava concertos didáticos para crianças e adolescentes de escolas públicas do Estado de Connecticut. Nessa mesma época foi também professora na Sacred Heart University. Em 2013, participou como professora de violoncelo da primeira edição do Festival de Maio, realizado no Conservatório da UFMG, em Belo Horizonte.

39S É R IE V I VAC E , 27 DE AGO S T O

Além de seu trabalho orquestral e camerístico, Elise Pittenger participa de atividades musicais

que abrangem uma ampla gama de estilos.

Page 22: Temporada 2013 | Agosto

Curiosamente, a origem de Joseph Haydn é croata (do nome Hajden) e não germânica. Rohrau, cidade austríaca onde nasceu, está no coração da colônia de imigrantes croatas que ali chegaram no século XVI. Sua mãe era cozinheira no castelo e o pai, fabricante de rodas de carroça, tocava harpa e cantava sem conhecer as notas musicais. Haydn recebeu as primeiras noções de música de um tio com quem foi morar aos seis anos de idade. Em dois anos ele se tornou um menino cantor na Catedral de Viena. Quando sua voz muda (deixa de ter as características de voz infantil), é afastado do coro e passa a morar sozinho, sem amigos e sem dinheiro. Ainda assim continua seus estudos e seu modelo é Karl Phillip Emmanuel Bach, um dos filhos de Bach. Logo conhece N. Porpora, professor de canto, com quem aprende composição. Haydn estudou a fundo a célebre obra sobre contraponto Gradus ad Parnassum de J. Fux. Mesmo sem formação musical regular, mas graças a uma rotina rigorosa de trabalho diário, começa a compor. É constantemente requisitado como pianista e professor.

Um príncipe da Hungria, amante de música, contrata Haydn para Mestre de Capela em seu castelo em Esterhazy. Eram suas atribuições: compor e reger todas as músicas, cuidar da saúde e vestimenta dos músicos e da manutenção dos instrumentos. O compromisso de realizar concertos e óperas duas vezes por semana no teatro da propriedade levou Haydn a compor mais de cem sinfonias e dezenove

óperas. E uma orquestra à disposição foi um precioso laboratório para testar suas ideias musicais. Isolado do mundo por quase trinta anos, veio a Viena em 1785, quando ficou amigo de Mozart, formando com ele um quarteto de cordas. Analisando as sonatas de Haydn, percebe-se que as que foram compostas dessa época em diante tinham maior riqueza melódica e refinamento, mostrando a evolução de Haydn ao tomar contato com as obras de Mozart. Em compensação, Mozart escreveu: "Foi com Haydn que primeiro aprendi o modo verdadeiro de compor um quarteto”.

Morrendo o príncipe, Haydn volta a Viena, e o violinista alemão J. Salomon, fundador da Philarmonica Society em Londres, lhe encomenda doze sinfonias para os concertos dessa sociedade. Em duas viagens Haydn rege essas obras, que ficaram conhecidas como Sinfonias de Londres.

A Sinfonia Concertante foi composta em 1792, também em Londres, para quatro solistas – violino, violoncelo, oboé e fagote – e orquestra. Solistas em diálogo com a orquestra: é esse realmente o sentido de concertare. Disse um jornal depois da estreia: “é uma obra profunda, suave, afetuosa e original”. No andante o tema é bem distribuído entre os solistas; no allegro final Haydn introduz duas vezes um pequeno adagio, no solo de violino, que lembra um recitativo de ópera.

A mensagem escrita por Haydn a Leopoldo, pai de Mozart, mostra uma generosidade humana comovente: “Como homem honesto e na presença de Deus eu lhe digo que seu filho é o maior compositor que eu conheço pessoalmente ou de nome, e que ele tem bom gosto e o mais alto grau de conhecimento da composição musical.”

PARA OUVIR

CD Haydn – Cello concertos; Sinfonia Concertante – Chamber Orchestra of Europe – Roger Norrington, regente – Sony – 2003

PARA LER

Karl Geiringer – Haydn: A Creative Life in Music – W. W. Norton – 1984

41

Sinfonia Concertante em Si bemol maior, op. 84(1792)

Instrumentação: Flauta, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas.

HAYDNÁUSTRIA, 1732 – 1809

josephO compromisso de realizar concertos e óperas duas vezes por semana levou Haydn a compor mais de cem sinfonias e dezenove óperas. E uma orquestra à disposição foi um precioso laboratório para testar suas ideias musicais.

S É R IE V I VAC E , 27 DE AGO S T O

NOR AH AL MEIDAPianista, professora formada pelo Conservatório de Música de Genebra.

Page 23: Temporada 2013 | Agosto

Anton Bruckner nasceu na Alta Áustria, em uma família de modestos professores rurais e músicos amadores. Aos treze anos perdeu o pai e, na condição de órfão e cantor, foi admitido como aluno no deslumbrante mosteiro barroco de São Floriano, em meio a uma paisagem idílica e obras de arte estupendas dos séculos XVII e XVIII. Seu inusitado talento musical foi logo reconhecido pelos professores nas aulas de composição, órgão e violino. Bruckner recordaria com carinho esses anos felizes – durante toda a vida permaneceu devotado e submisso aos ensinamentos religiosos dos monges que o educaram e nunca deixou de visitar com frequência o mosteiro, onde gostava de tocar órgão e buscava serenidade espiritual para compor.

Terminados os estudos regulares, Bruckner seguiu os passos de seus ancestrais na carreira mal remunerada de mestre escola em aldeias da região. Em contraste com uma prodigiosa inteligência musical, aparentava inaptidão quase patológica para as coisas práticas da vida. Homem muito tímido, nunca se casou, embora vivesse sempre apaixonado. Sua ingenuidade levou-o a protagonizar episódios cômicos que suscitaram preconceitos e sarcasmos ofensivos.

Autodidata perseverante, Bruckner sempre buscou o conselho de bons professores, mesmo depois de adulto. Revia constantemente suas obras e aceitava de bom grado as sugestões de maestros e instrumentistas. Quando obteve

a grande chance de trabalhar como organista na Catedral de Linz, procurou o regente local para se aperfeiçoar em técnica orquestral. Otto Kitzler lhe revelou a obra de Wagner e, perto dos quarenta anos, Bruckner iniciou, com entusiasmo juvenil, um período de experiências e ensaios, compondo duas novas sinfonias que manteve inéditas por considerá-las apenas como exercícios estudantis.

Embora dificilmente se possa imaginar um discípulo cuja personalidade fosse mais diametralmente oposta à do mundano, arrogante e culto mestre de Bayreuth, a admiração de Bruckner por Wagner se transformou em veneração, principalmente após assistir à primeira apresentação de Tristan und Isolde em Munique (1865). Oito anos depois teve a honra de conhecer pessoalmente seu grande ídolo e lhe ofereceu a partitura da Terceira Sinfonia. Wagner aceitou com benevolência a dedicatória, mas desdenhava qualquer música que não se subordinasse ao drama musical e nunca demonstrou maior interesse por sinfonias, gênero que considerava esgotado com o coral da Nona de Beethoven.

Bruckner, por sua vez, manteve-se alheio às preocupações filosóficas e literárias da arte wagneriana, da qual só assimilou a ousadia harmônica e a ciência da orquestração. Mais que uma influência, Wagner significou para ele uma libertação. Após a descoberta de Tristão, Bruckner, que antes temia ser considerado revolucionário, passou a assumir as próprias inovações, embora o principal impulso de sua música continuasse sendo a religiosidade. De fato, em tudo que compôs, nas Missas ou nas Sinfonias, transparece o desejo de escrever música para a glória de Deus – com a dedicação de um artífice e a certeza bíblica de que o trabalho enobrece o homem. Sob esse aspecto, a arte de Bruckner lembra a de Bach e antecede a de Messiaen. Sua maneira de compor em blocos sonoros de colorações diferenciadas se inspira, claramente, na escrita para o órgão, instrumento religioso por excelência. Um “místico gótico extraviado no século XIX” (nas palavras do célebre regente Wilhelm Furtwängler), Bruckner criou tanto a missa-sinfonia quanto a sinfonia religiosa.

PARA OUVIR

CD Bruckner – Symphonies 3 & 7 – Staatskapelle Dresden – Eugen Jochum, regente – EMI Records Classics Ud. – 1995

PARA LER

Otto Maria Carpeaux – Uma nova história da música – 2ª edição – p. 215 a 220 – Edições de Ouro – 1968

43

Sinfonia nº 7 em Mi maior(1881/1883)

Instrumentação: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 8 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, cordas.

BRUCKNERÁUSTRIA, 1824 – 1896

antonBruckner, por sua vez, manteve-se alheio às preocupações filosóficas e literárias da arte wagneriana, da qual só assimilou a ousadia harmônica e a ciência da orquestração. Mais que uma influência, Wagner significou para ele uma libertação.

S É R IE V I VAC E , 27 DE AGO S T O

Page 24: Temporada 2013 | Agosto

De qualquer forma, a admiração por Wagner rendeu para Bruckner a alcunha de Sinfonista de Bayreuth e a inimizade cruel dos antiwagnerianos, entre eles o crítico Hanslick, notório partidário de Brahms. Nos últimos anos de vida, Bruckner recebeu honrarias, inclusive internacionais, mas todas contemplavam o virtuose organista e o exímio improvisador. Suas obras (com destaque para as sete Missas, o Te Deum e as nove Sinfonias), ao contrário, nunca conseguiram ganhar a aprovação unânime de seus contemporâneos, apesar do empenho de regentes ilustres como Hans Richter, Arthur Nikisch e Gustav Mahler. A Sétima Sinfonia foi a primeira que se impôs ao público, quando Bruckner já atingira os sessenta anos.

Dedicada ao rei Luís II da Baviera, a Sétima Sinfonia constitui, na verdade, uma homenagem a Wagner, morto em fevereiro de 1883. Bruckner certamente pensou em uma elegia fúnebre, quando compôs o sublime segundo movimento – Adagio –, evidenciando a sonoridade maravilhosa de um quarteto de tubas tipicamente wagneriano. Em seus quatro movimentos, a Sétima Sinfonia apresenta uma síntese de tudo o que Bruckner desenvolveu no campo sinfônico: o uso periódico da frase de oito compassos; dimensões muito amplas que exigem uma orquestra poderosa; a existência de três temas no primeiro movimento (Allegro moderato); a presença de elementos folclóricos austríacos (principalmente no Scherzo); um princípio estrutural (célula-mãe) comum aos diferentes movimentos e que, no Finale, culmina em impressionante e triunfal ápice sonoro. A estreia da Sétima Sinfonia em dezembro de 1884, regida por Nikisch, marcou definitivamente a consagração de Bruckner como grande sinfonista e orquestrador.

PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOSPianista, Doutor em Letras pela PUC Minas, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais, autor do livro Músico, doce músico.

FOTO

AN

DR

É FO

SS

ATI

Page 25: Temporada 2013 | Agosto

BM001613-AD Filarmônica 15x25cm.indd 1 11/03/13 15:21

Olá, assinante Saiba tudo sobre a sua

Fil

arm

ônica

Temporada 2014

Programe-seO programa que você recebe impresso no Palácio das Artes fica disponível no site da Filarmônica a partir do dia 1º de cada mês. Acesse nossa página e leia antecipadamente os textos que ajudam a entender os compositores e as obras que serão executadas.

Prepare-se para a campanha de assinaturas

Atualize seus dados na Assessoria de Relacionamento da Filarmônica para ser informado(a) sobre a Temporada 2014 e as

datas de Assinaturas.

Assessoria de [email protected] – de segunda a sexta, de 9 a 18h

Muito em breve você conhecerá as surpresas que a Filarmônica programou para a próxima temporada. Será um ano de muitas emoções.

J U N H O 2 0 1 3

FILARMÔNICA E VOCÊunidos pela música

Page 26: Temporada 2013 | Agosto

FOTO

ALE

XA

ND

RE

RE

ZEN

DE

Page 27: Temporada 2013 | Agosto

evgueniGERASSIMOV TROMPAMinsk, Bielo-Rússia

Música para mim não é profissão, é um estilo de vida; uma coisa que eu gosto de fazer todos os dias e, quando não toco, sinto saudade. Minha mãe era pianista; quando eu tinha seis ou sete anos, ela queria que eu estudasse piano, só que eu não gostava. Na verdade, fui obrigado. Mas, depois de um tempo, comecei a ter bons resultados e passei a amar música. E é o que eu faço até hoje. Eu dei sorte de escolher uma profissão que me deixa muito satisfeito.

gustavoTRINDADE TROMPABelo Horizonte, Brasil

Para mim, a música é um turbilhão de sentimentos e sensações canalizados em meu corpo e em minha alma. É uma emoção que sinto e não penso em sentir. Está tão enraizada em meu ser que só saberia o que é se ficasse sem. Não me vejo fazendo outra coisa senão "viver música". Tudo começou aos onze anos por influência de amigos, mas, quanto mais aprendia, mais uma paixão que parecia vir de outros tempos surgia.

FOTO

RA

FAEL

MO

TTA

alma LIEBRECHTTROMPAWashington, Estados Unidos

A música é uma forma do ser humano se expressar quando não pode ou não quer usar palavras. Gosto muito de tocar com outras pessoas e do diálogo musical que acontece quando os músicos se inspiram com a maneira de tocar. E tocar trompa é tão difícil que, para mim, é quase um esporte de adrenalina.

Page 28: Temporada 2013 | Agosto

josé FRANCISCOTROMPAGuarulhos, Brasil

A música é como o amor: sua definição não expressa o que ela é. Ela pode nos fazer felizes ou tristes, nos fazer chorar, mas também nos fazer sentir uma alegria constante. Música é o remédio da alma. A música entrou na minha vida por acaso. Eu queria participar da Guarda Mirim na minha cidade e fui buscar informações na sede da Banda Marcial; lá eles me apresentaram aos instrumentos. Comecei tocando trompete, mas não gostei e mudei para a trompa.

fabio OGATATROMPAEspírito Santo do Pinhal, Brasil

A música, para mim, é a arte do equilíbrio entre razão e emoção. Através de símbolos, fórmulas e técnicas é possível transformar notações musicais em sons e sentimentos indescritíveis. No momento da performance, a música tem a capacidade de criar uma comunhão entre público e artista, tornando coletivas suas emoções entre uma infinidade de sensações ímpares. Essas emoções foram a razão da minha escolha profissional.

lucas FILHOTROMPABelo Horizonte, Brasil

Música pra mim é a liberdade da alma! Faço das palavras do poeta Henry Wadsworth Longfellow as minhas: “Mostra-me um lar em que habite a música e mostrar-lhe-ei um lar feliz, tranquilo e alegre”. Agradeço imensamente a Deus por ter nascido em um lar em que já habitava a música. Lá, aprendi a tocar com meu pai e meus irmãos e em seguida na igreja, onde continuei meus estudos e também participei de vários grupos em que pude praticar tudo o que aprendia.

FOTO

RA

FAEL

MO

TTA

Page 29: Temporada 2013 | Agosto

DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

FABIO MECHETTI

REGENTE ASSOCIADO

MARCOS ARAKAKI

PRIMEIROS VIOLINOS

ANTHONY FLINT spallaROMMEL FERNANDES concertinoAna ZivkovicArthur Vieira TertoBojana PantovicDante BertolinoEliseu Martins de BarrosHyu-Kyung JungMarcio CecconelloMateus FreireRodolfo ToffoloRodrigo BustamanteRodrigo MonteiroRodrigo de Oliveira

SEGUNDOS VIOLINOS

Frank Haemmer *Leonidas Cáceres **Gláucia de Andrade BorgesJosé Augusto de AlmeidaJovana TrifunovicLeonardo OttoniLuka MilanovicMarija MihajlovicMartha de Moura PacíficoRadmila BocevTiago EllwangerValentina GostilovitchLuiza Anastácio ****

VIOLAS

João Carlos Ferreira *Roberto Papi **Cleusa de Sana NébiasFlávia MottaGerry VaronaGilberto Paganini Marcelo NébiasNathan MedinaKatarzyna Druzd William Barros

VIOLONCELOS

Elise Pittenger ***Camila PacíficoCamilla RibeiroEduardo SwertsLina RadovanovicMatthew Ryan-Kelzenberg Robson Fonseca Raiff Dantas ****Francisca Garcia ****Emilia Neves ****

CONTRABAIXOS

Colin Chatfield *Nilson Bellotto ** Brian Fountain Hector Manuel EspinosaMarcelo CunhaPablo Guiñez William BrichettoAlmir Amarante ****

FLAUTAS

Cássia Lima *Renata Xavier **Alexandre BragaElena Suchkova

OBOÉS

Alexandre Barros *Ravi Shankar **Israel Silas MunizMoisés Pena

CLARINETES

Marcus Julius Lander *Jonatas Bueno ** Ney Campos FrancoAlexandre Silva

FAGOTES

Catherine Carignan * Andrew HuntrissCláudio de Freitas

TROMPAS

Alma Maria Liebrecht *Evgueni Gerassimov **Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos SantosLucas Filho Fabio Ogata

TROMPETES

Marlon Humphreys *Érico Fonseca **Daniel Leal

TROMBONES

Mark John Mulley *Wagner Mayer **Renato Lisboa

TUBA

Eleilton Cruz *

TÍMPANOS

Patricio Hernández Pradenas *

PERCUSSÃO

Rafael Alberto *Daniel Lemos **Werner SilveiraSérgio Aluotto

HARPA

Giselle Boeters *

TECLADOS

Ayumi Shigeta *

GERENTE

Jussan Fernandes

INSPETORA

Karolina Lima

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

Débora Vieira

ARQUIVISTA

Sergio Almeida

ASSISTENTES

Ana Lúcia KobayashiClaudio StarlinoJônatas Reis

SUPERVISOR DE MONTAGEM

Rodrigo Castro

MONTADORES

Igor AraujoJussan MeirelesRisbleiz Aguiar

CONSELHO ADMINISTRATIVO PRESIDENTE EMÉRITO

Jacques Schwartzman PRESIDENTE

Roberto Mário Soares CONSELHEIROS

Berenice Menegale, Bruno Volpini, Celina Szrvinsk, Fernando de Almeida, Ítalo Gaetani,

Marco Antônio Drumond, Marco Antônio Pepino, Marcus Vinícius Salum, Mauricio Freire, Octávio

Elísio, Paulo Paiva, Paulo Brant, Sérgio PenaDIRETORIA EXECUTIVA

DIRETOR PRESIDENTEDiomar Silveira

DIRETORA ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Márcia Cristina de Almeida

DIRETORA DE COMUNICAÇÃOJacqueline Guimarães Ferreira

DIRETORA DE MARKETING E PROJETOSZilka Caribé

DIRETOR DE PRODUÇÃO MUSICALMarcos Souza

EQUIPE TÉCNICAGERENTE DE COMUNICAÇÃO

Merrina Godinho DelgadoGERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL

Claudia da Silva Guimarães ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICAL

Carolina Debrot PRODUTORES

Felipe Renault, Luis Otávio Amorim, Narren Felipe

ANALISTAS DE COMUNICAÇÃOAndréa Mendes / Imprensa

Marciana Toledo / PublicidadeMariana Garcia / Multimídia

Renata Romeiro / Design gráfico ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO

Mônica MoreiraANALISTA DE MARKETING E PROJETOS

Mariana TheodoricaASSISTENTE DE COMUNICAÇÃO

Renata GibsonEQUIPE ADMINISTRATIVA

ANALISTAS ADMINISTRATIVOS Eliana Salazar, Laura Marzullo

ANALISTA CONTÁBILGraziela Coelho

ANALISTA FINANCEIRO Thais Boaventura

ANALISTA DE RECURSOS HUMANOSQuézia Macedo SilvaSECRETÁRIAS EXECUTIVAS

Flaviana Mendes, Luiza Fonseca AUXILIARES ADMINISTRATIVOS

Cristiane Reis, João Paulo de Oliveira, Vivian Figueiredo

RECEPCIONISTALizonete Prates Siqueira

AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAISAilda Conceição, Claudia Cristina Sanches

MENSAGEIROSJeferson Silva, Pablo Faria

MENOR APRENDIZPedro Almeida

CONSULTORA DE PROGRAMABerenice Menegale

* CHEFE DE NAIPE ** ASSISTENTE DE CHEFE DE NAIPE *** CHEFE/ASSISTENTE SUBSTITUTO **** MÚSICO CONVIDADO

F I C H A T É C N I C A

INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA

ORQUESTRA FILARMÔNICADE MINAS GERAIS AGOSTO 2013

CONCERTOS PARA A JUVENTUDE

Realizados em manhãs de domingo, são concertos dedicados aos jovens e às famílias, buscando ampliar e formar público para a música clássica. As apresentações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas.

CLÁSSICOS NO PARQUE

Realizados em parques e praças da Região Metropolitana de Belo Horizonte, os concertos proporcionam momentos de descontração e entretenimento, buscando democratizar o acesso da população em geral à música clássica.

CONCERTOS DIDÁTICOS

Concertos destinados exclusivamente a grupos de crianças e jovens da rede escolar, pública e particular, bem como a instituições sociais mediante processo de inscrição junto ao Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado. Seu formato busca apoiar o público em seus primeiros passos na música clássica.

FESTIVAL TINTA FRESCA

Criado para fomentar a criação musical entre compositores brasileiros e gerar oportunidade para que suas obras sejam programadas e executadas em concerto, este Festival é sempre uma aventura musical inédita. Como prêmio, o vencedor recebe a encomenda de outra obra sinfônica a ser estreada pela Filarmônica no ano seguinte, realimentando o ciclo da produção musical nos dias de hoje.

LABORATÓRIO DE REGÊNCIA

Atividade inédita no Brasil, este laboratório é uma oportunidade para que jovens regentes brasileiros possam praticar com uma orquestra profissional. A cada ano, quinze maestros, quatro efetivos e onze ouvintes, têm aulas técnicas, teóricas e ensaios com o regente Fabio Mechetti. O concerto final é aberto ao público.

CONCERTOS DE CÂMARA

Realizados para estimular músicos e público na apreciação da música erudita para pequenos grupos. A Filarmônica conta com grupos de Metais, Cordas, Sopros e Percussão.

TURNÊS ESTADUAIS

As turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes cidades e regiões de Minas Gerais, possibilitando que o público do interior do Estado tenha o contato direto com música sinfônica de excelência. Dez municípios são contemplados em 2013.

TURNÊS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

Com essas turnês, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais busca colocar o Estado de Minas dentro do circuito nacional e internacional da música clássica. Em 2013, a Orquestra volta a se apresentar no Festival de Campos do Jordão, nos Concertos Paulínia e na Sala São Paulo.

ACOMPANHE A FILARMÔNICA EM

OUTROS CONCERTOS

Page 30: Temporada 2013 | Agosto

APARELHOS CELULARESConfira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.

CUIDE DO SEU PROGRAMA DE CONCERTOS Solicitamos a todos que evitem o desperdício, pegando apenas um programa por mês.

Se você vier a mais de um concerto no mês, traga o seu programa ou, se o esqueceu em casa, use o programa entregue pelas recepcionistas e devolva-o, depositando-o em uma das caixas colocadas à saída do Grande Teatro.

O programa mensal impresso é elaborado com a participação de diversos especialistas e objetiva oferecer uma oportunidade a mais para se conhecer música, compositores e intérpretes. Ele também está disponível em nosso site: www.filarmonica.art.br. Desfrute da leitura e estudo.

TOSSEPerturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.

APLAUSOSAplauda apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de dois ou mais movimentos. Veja no programa o número de movimentos e fique de olho na atitude e gestos do regente.

PONTUALIDADEUma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

CRIANÇASCaso esteja acompanhado por crianças, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.

FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEONão são permitidas na sala de concertos.

COMIDAS E BEBIDASSeu consumo não é permitido no interior da sala de concerto.

PARA APRECIAR O CONCERTOPRÓXIMOS

CONCERTOS

Dia 8Concertos de Câmaraquinta-feira, 19h e 20h30, Memorial Minas Gerais ValeQUARTETO DE CORDAS

HAYDN / DVORÁK

Dia 11Concertos para a Juventudedomingo, 11h, Sesc PalladiumMARCOS ARAKAKI, regenteCRISTIAN BUDU, piano

MOZART / GERSHWINFREITAS / HONEGGER / SAINT-SAËNS

Dia 15Série Allegroquinta-feira, 20h30, Palácio das ArtesFABIO MECHETTI, regente CHEE-YUN, violino

TCHAIKOVSKY / GLAZUNOVBEETHOVEN

Dia 18Turnê Estadual Brumadinhodomingo, 11h, InhotimMARCOS ARAKAKI, regenteElena Suchkova, flautim

PROKOFIEFF / VIVALDI GUARNIERI / SAINT-SAËNS J. WILLIAMS

Dia 27Série Vivaceterça-feira, 20h30, Palácio das ArtesFABIO MECHETTI, regenteALEXANDRE BARROS, oboéCATHERINE CARIGNAN, fagoteROMMEL FERNANDES, violinoELISE PITTENGER, violoncelo

HAYDN / BRUCKNER

Dia 5Série Allegroquinta-feira, 20h30, Palácio das ArtesFABIO MECHETTI, regente

CAGE / SCHOENBERGSTRAVINSKY / BARTÓK

Dia 7Clássicos no Parquesábado, 19h, Praça do PapaMARCOS ARAKAKI, regente

GOMES / SANTORO / GUARNIERI / VILLA-LOBOS / FERNANDEZ

Dia 8Turnê Estadual Betimdomingo, 17h, Praça Milton CamposMARCOS ARAKAKI, regente

GOMES / SANTORO / GUARNIERI / VILLA-LOBOS / FERNANDEZ

Dia 12Concertos de Câmaraquinta-feira, 19h e 20h30, Memorial Minas Gerais ValeQUINTETO DE SOPROS

HAYDN / FARKAS / D’RIVERA MEDAGLIA

Dia 15Concertos para a Juventudedomingo, 11h, Sesc PalladiumMARCOS ARAKAKI, regenteISRAEL MUNIZ, oboé d'amore

MOZART / BACH / MAHLER PROKOFIEFF

Dia 24Série Vivaceterça-feira, 20h30, Palácio das ArtesROBERTO MINCZUK, regente convidadoANGELA CHENG, piano

ALMEIDA PRADO / MOZART / MUSSORGSKY

Dia 27Turnê Estadual Pará de Minassexta-feira, 20h, Parque do BiririMARCOS ARAKAKI, regente

SANTORO / BEETHOVEN BORODIN / TCHAIKOVSKY GNATTALI / ROSSINI

AGOSTO

SETEMBRO

Page 31: Temporada 2013 | Agosto

R. Paraíba, 330 | 120 andar | Funcionários Belo Horizonte | MG | CEP 30130-917

Tel. 31 3219 9000 | Fax 31 3219 9030 | [email protected]

www.filarmonica.art.br

D I V U LG A Ç Ã O I N C E N T I V O

www. incon f i denc i a . com.b r

A P O I O I N S T I T U C I O N A L

P A T R O C Í N I O

R E A L I Z A Ç Ã O