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1 DEZEMBRO 2014 Sempre nossa, onde for. FORTISSIMO dezembro Nº 11 / 2014

Temporada 2014 | Dezembro

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Notas de programa sobre: BARBER | Die Natali, op. 37 HAYDN | Concerto para violoncelo nº 1 TCHAIKOVSKY | Variações sobr eum tema Rococó DVORÁK | Te Deum, op. 103 TCHAIKOVSKY | O Quebra-nozes, op. 71

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VIVACE

ALLEGRO

Fabio Mechetti, regenteAsier Polo, violonceloEdna D’Oliveira, sopranoLeonardo Neiva, barítonoCoral Lírico de Minas Gerais

BARBER Die Natali, op. 37

HAYDN Concerto para violoncelo em Dó maior, Hob. VII b:1

TCHAIKOVSKY Variações sobre um tema Rococó, op. 33 DVORÁK Te Deum, op. 103

Fabio Mechetti, regenteCoral Infantojuvenil Palácio das Artes

TCHAIKOVSKY O Quebra-nozes, op. 71

p. 8

p. 32

SUMÁRIO

Ministério da Cultura e Governo de Minas apresentam

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Encerramos não só mais uma temporada, mas um importante capítulo na marcante história da Filarmônica de Minas Gerais, que se despede do Palácio das Artes para assumir sua própria casa a partir de fevereiro de 2015, a Sala Minas Gerais.

Durante esses sete anos a Filarmônica presenteou o público mineiro com um vasto e diverso repertório de obras consagradas, inéditas, celebradas ou pouco conhecidas, unindo-se a solistas e maestros de calibre internacional e marcando, assim, um novo momento na vida cultural de nosso estado.

Celebrando este rito de passagem e agradecendo ao nosso público fiel, presenteamos todos vocês, neste fim de ano, com dois concertos que, de uma ou outra forma, têm como temática as festividades de Natal.

Primeiramente, engenhosas e ricas variações sobre peças natalinas, vistas pelo prisma do grande compositor norte-americano Samuel Barber. O clima festivo continua com o espirituoso Concerto para violoncelo em Dó maior de Joseph Haydn e as célebres Variações Rococó de Tchaikovsky, apresentadas magistralmente pelo violoncelista espanhol Asier Polo, que retorna a BH após exitosa visita. Neste mesmo concerto recebemos dois dos mais conceituados cantores brasileiros, que se unem ao Coral Lírico de Minas Gerais para a execução do belo Te Deum de Dvorák.

No último concerto da temporada, a Filarmônica apresenta a execução integral daquele que talvez seja o mais popular de todos os balés: O Quebra-nozes de Tchaikovsky. Poucas peças contêm tanta imaginação e riqueza de emoções como esse grande balé do compositor russo. Esperamos que a inesquecível música de Tchaikovsky inspire a imaginação de todos vocês para acompanharem alegremente essa rica fantasia de uma noite de Natal.

Aproveitamos a oportunidade para agradecer à direção e aos funcionários da Fundação Clóvis Salgado pelo acolhimento e apoio oferecido à Filarmônica desde 2008. E ao nosso público, que vem nos acompanhando com crescente entusiasmo, nossos mais profundos agradecimentos e votos de Boas Festas.

Ano Novo, Casa Nova! Velhos e novos amigos unidos pela boa música, em busca de maior solidariedade, harmonia e felicidade.

QUERIDOS AMIGOS E AMIGAS,

D I R E T O R A R T Í S T I C O E R E G E N T E T I T U L A R

Fabio Mechetti

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FABIO MECHETTIDiretor Art íst ico e Regente Titular

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho, recebeu o XII Prêmio Carlos Gomes/2009 na categoria Melhor Regente brasileiro. Recentemente, foi convidado a levar ao Oriente o seu talento e capacidade de solidificar orquestras, sendo nomeado Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse, Orquestra Sinfônica de Spokane e da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, sendo, agora, Regente Emérito destas últimas duas.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá, e a Filarmônica de Tampere, na Finlândia.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia,

particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente, estreou na Itália conduzindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2014 voltou ao Peru, desta vez regendo a Orquestra Nacional do Peru, e esteve na Espanha, onde se apresentou pela primeira vez com a Orquestra da RTV Espanhola.

No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre, Brasília e Paraná e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson,

Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor.

Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

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Samuel BARBER Die Natali, op. 37 [17 min]

Joseph HAYDN Concerto para violoncelo em Dó maior, Hob. VII b:1 [24 min] Moderato Adagio

Finale: Allegro molto

asier polo, violoncelo

— i n t erva lo —

Piotr Ilitch TCHAIKOVSKY Variações sobre um tema Rococó, op. 33 [18 min]asier polo, violoncelo

Antonín DVORÁK Te Deum, op. 103 [20 min] Te Deum Laudamus – Allegro moderato, maestoso

Tu Rex Gloriae – Lento maestoso

Aeterna Fac cum Sanctis – Vivace

Dignare, Domine – Lento

edna d’oliveira, sopranoleonardo neiva, barítonocoral lírico de minas gerais

lincoln andrade, regente

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Grande Teatro do Palácio das Artes

9/ DEZEMBRO P R O G R A M A

terça, 20h30

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LEGENDA NAS PÁGINAS 28 E 29

Fabio Mechetti, regenteAsier Polo, violonceloEdna D’Oliveira, sopranoLeonardo Neiva, barítono Coral Lírico de Minas GeraisLincoln Andrade, regente

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ASIER POLO

Nascido em Bilbao, Espanha, o violoncelista Asier Polo estudou com Elisa Pascu, María Kliegel e Ivan Monighetti. Ele logo se destacou vencendo os primeiros prêmios para Violoncelo e Música de Câmara no Concurso Nacional de Jovens Músicos.

Entre recentes e futuros compromissos do músico, figuram concertos como solista com a maioria das principais orquestras espanholas e outras orquestras estrangeiras, como a Orquestra Sinfônica Nacional da RAI, Filarmônica de Dresden, Orquestra Filarmônica de Bergen, Orquestra de Paris, Orquestra Filarmônica de Israel, Filarmônica de Minas Gerais, Brasil, Orquestra Filarmônica da Louisiana, Estados Unidos, e a Orquestra Sinfônica de Basel, Suíça. Ele já se apresentou sob a batuta de importantes maestros, como Rafael Frühbeck de Burgos, Günter Neuhold,

John Axelrold, Christian Badea, Claus Peter Flor, Günther Herbig, Antoni Wit e Anne Manson, e também com os principais regentes espanhóis. Asier Polo estreou com a Filarmônica de Minas Gerais em 2011.

Polo foi convidado para festivais de destaque, como os realizados em Nantes, França; Ohrid, Iugoslávia; Roma; Lisboa; Morelia, México, e o Quincena Musical em San Sebastián.

Ele também já se apresentou com grandes artistas, como Josep Colom, Gerard Caussé, o Quarteto Janácek e Alfredo Kraus. Nos últimos anos, Asier Polo foi convidado de Alfred Kraus para realizar performances solo em seus concertos, apresentando-se no Maggio Fiorentino, no Covent Garden de Londres, no Tonhalle de Zurique e no prestigiado Musikverein em Viena.

Polo se dedica à apresentação da nova música, especialmente de seu país natal, com grande interesse por repertórios ainda desconhecidos do público, como as obras de Tomás Marco e Carmelo Bernaola. Compositores como Gabriel Ercoreca, Luis de Pablo e Antón García Abril dedicam a Asier Polo algumas de suas obras. Ele tem sido capaz de combinar a música moderna com o grande repertório clássico, contemplando desde as suítes de Bach e os concertos clássicos e românticos até a música contemporânea.

Asier Polo é detentor de vários prêmios, entre outros o Ojo Crítico

2002 pela Radio Nacional da Espanha e o Prêmio Fundação CEOE de Interpretação Musical 2004. Em 2009 ele foi nomeado Ilustre de Bilbao.

O músico gravou os concertos de Usandizaga, Villarojo, Escudero e Rodrigo para importantes selos como Claves, RTVE, Marco Polo e Naxos.

Atualmente, Asier Polo é professor no Centro Superior de Música del País Vasco. Ele se apresenta com o violoncelo Francesco Rugieri (Cremona, 1689), que adquiriu em colaboração com o banco Banesto.

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EDNAD’OLIVEIRA

Uma dos mais importantes sopranos da cena lírica brasileira, Edna D’Oliveira possui uma intensa carreira em que brilha tanto nos palcos de ópera como na plataforma de concertos. Aclamada por suas interpretações de Villa-Lobos, especialmente das Bachianas Brasileiras nº 5 e das canções da Floresta do Amazonas, Edna vem interpretando essas obras nas principais salas brasileiras e no Estados Unidos, onde foi chamada de “a Kathleen Battle brasileira”, após sua estreia no festival Brazilian Classics do Arsht Center de Miami.

Edna realiza com igual competência sofisticados recitais de canções e estrela musicais como O Fantasma da Ópera. Seu repertório operístico inclui Rigoletto (Gilda), A Flauta Mágica, Elisir d Amore, O Empresário,

Chapéu de Palha de Florença, O Morcego, entre outras, todas com sucesso absoluto de público e crítica. Seus recentes triunfos no palco lírico foram Bess (Porgy and Bess) e o de Madalena (Andrea Chenier). Seu repertório de música orquestral inclui a Petite Messe Solennelle (Rossini), o Requiem, a Missa em Dó menor e Missa da Coroação, todos de Mozart, Carmina Burana, entre muitos outros títulos.

Participou de várias edições do Festival Amazonas de Ópera em Manaus e em Belém do Pará. Trabalhou com os mais renomados regentes nacionais e internacionais, como Alastair Willis, Neschling, Minczuck, Malheiro, Karabtchevsky, entre outros. Atuou à frente de orquestras como a Miami Orchestra, Orquestra Sinfônica Brasileira,

Osesp, Sinfônica de Barra Mansa, Orquestra Petrobras Sinfônica, entre muitas outras. Com a Filarmônica de Minas Gerais estreou em 2009.

Aperfeiçoou-se na Inglaterra em Opera Performance com os maestros Alex Imgram e Lionel Friend, da Ópera Nacional Inglesa. Aperfeiçoou-se na Alemanha em lieder e, em Viena, em canto com a soprano Eliane Coelho. Gravou a Floresta do Amazonas com a Filarmônica de Minas Gerais e encenou esta mesma obra no Festival Amazonas de Ópera. Durante o ano de 2010 foi solista na Companhia Brasileira de Ópera, foi Madalena (Andre Chenier) em Belo Horizonte e Valencienne na Viúva Alegre. Em 2011 foi Micaela em Carmem, Ceci em O Guarany e novamente sucesso como Valencienne na remontagem

da Viúva Alegre. Vencedora do Prêmio Carlos Gomes como melhor cantora solista, realizou concertos sinfônicos com as orquestras da Bahia, Sinfônica de Heliópolis e Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo. Finalizou 2011 com sucesso de público e crítica interpretando Adele em Die Fliedermaus de Strauss. Abriu a temporada 2012 do Teatro São Pedro em As Bachianas com a Orquestra de São Bernardo, e em vários concertos pelo Brasil.

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LEONARDONEIVA

Nascido em Brasília, o conceituado barítono brasileiro Leonardo Neiva é conhecido por sua desenvoltura cênica e versatilidade vocal. Ele foi revelado aos 23 anos ao ser Fígaro em O Barbeiro de Sevilha, de Gioacchino Rossini. Desde então, é convidado por teatros do Brasil e do exterior.

Leonardo foi muito elogiado pela crítica ao representar o papel de Ford em Falstaff de Verdi, na Sala São Paulo, junto à Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Obteve grande êxito

também ao se apresentar junto à Companhia Brasileira de Ópera, no papel-título de O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini, e no XV Festival Amazonas de Ópera, quando participou da montagem de Tristão e Isolda, de Richard Wagner, interpretando Kurwenal.

Fora do Brasil, estreou no Teatro Municipal de Santiago, no Chile, como Zurga em Les Pêcheurs de Perles, de Georges Bizet; apresentou-se no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, Portugal, em Carmina Burana, de Carl Orff;

no Théâtre du Capitole, em Toulouse, França, como Cecco del Vecchio, em Rienzi, de Richard Wagner. Também apresentou recitais e concertos na Itália, Espanha, Portugal, Colômbia e Estados Unidos. Sobre sua participação em Tristão e Isolda no Festival Amazonas de Ópera, em 2001, a revista alemã Opernwelt disse que “Leonardo Neiva é um barítono de voz quente, ensolarada, latina, incandescente, que liga as frases maravilhosamente bem e mostra uma surpreendente compreensão do texto”.

Em 2009, recebeu o XII Prêmio Carlos Gomes de melhor cantor do Brasil por suas atuações como O Sumo-sacerdote de Dagon, em Sansão e Dalila, de Camille Saint-Saëns; Eneias, em Dido e Eneias, de Henry Purcell; e Kullervo, de Jean Sibelius.

Em 2010 gravou o CD Clamores, com canções de música contemporânea do compositor Jorge Antunes.

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CORAL LÍRICO DE MINAS GERAIS

MAESTRO LINCOLN ANDRADE

Criado em 1979, o Coral Lírico de

Minas Gerais, corpo artístico da

Fundação Clóvis Salgado, é um dos raros

grupos corais que possuem programação

artística permanente e um repertório

diversificado, incluindo motetos, óperas,

oratórios e concertos sinfônico-corais.

Estiveram à frente do Coral os maestros

Luiz Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos

Alberto Pinto Fonseca, Angela Pinto

Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas,

Charles Roussin, Afrânio Lacerda e

Márcio Miranda Pontes. Seu atual regente

titular é o maestro Lincoln Andrade.

O grupo se apresenta em Belo Horizonte,

interior de Minas e em capitais brasileiras

com o objetivo de contribuir para a

democratização do acesso de diversos

públicos ao canto coral. As apresentações

têm entrada gratuita ou preços populares.

O Coral participa das temporadas de

óperas e concertos da Fundação Clóvis

Salgado, ao lado da Orquestra Sinfônica

de Minas Gerais, tendo se apresentado

também com a Orquestra Sinfônica do

Estado de São Paulo e a Filarmônica de

Minas Gerais.

O Coral Lírico desenvolve também diversos

projetos que incluem Concertos no Parque,

Lírico na Cidade e Concertos Didáticos,

em que o público pode conhecer e fruir

a música coral de qualidade e vivenciar o

contato com os artistas.

Lincoln Andrade possui doutorado em

Regência pela University of Kansas

e mestrado em Regência Coral pela

University of Wyoming, ambas nos

Estados Unidos. Em Wyoming também

foi professor assistente e ministrou aulas

de canto coral e regência coral.

Premiado nos Estados Unidos e na

Europa, o maestro foi diretor musical do

grupo Invoquei o Vocal, maestro titular do

Madrigal de Brasília e do Coral Brasília.

Ainda na capital federal, foi professor e

diretor da Escola de Música de Brasília.

Regeu concertos na Alemanha, Argentina,

Chile, Espanha, Estados Unidos, França,

Grécia, Hungria, Paraguai, Polônia,

Portugal e Turquia.

O maestro é produtor musical,

apresentador e entrevistador do

programa Conversa de Músico, produzido

e veiculado pela TV Senado. Também

é professor de regência e coordenador

da Orquestra Sinfônica da Escola de

Música da Universidade Federal de

Minas Gerais (UFMG). Ministra palestras

sobre regência e canto coral em

festivais brasileiros.

Lincoln Andrade é regente titular do

Coral Lírico de Minas.

chefe de naipe * músico convidado **

REGENTELincoln Andrade

REGENTE ASSISTENTELara Tanaka

SOPRANOS Aline Amaral de CastroAnelise ClaussenAnnelise CavalcantiCátia NerisClara GuzellaClarisse GirottoConceição NicolauDaiana MeloÉrica MendesGislene RamosIzabel CarmôniaLilian AssumpçãoMarta NichthauserMelina Peixoto *Nabila DandaraValquíria Gomes

CONTRALTOSAna Carolina de PaulaBruno Thadeu ** Carolina RennóConsuelo VarellaDéborah Burgarelli **Enancy GomesIaiá DrumondJúnia JáberKissya AndradeMaria Helena Nunes *Penha Vasconcelos **Rosa SilveiraTalita CottaTereza CançadoVanessa PilóVanya Soares

TENORESAndré FelipeEduardo Cunha MeloEvandro SilvaCarlos Átila

Hélcio Rodrigues Igor Ferreira Lúcio Martins Marcelo SalomãoMárcio BoccaPetrônio Duarte *Rogério MiuraRubens do CarmoSandro AssumpçãoWagner Soares Welington NascimentoWellington Vilaça

BAIXOSAlex SchimithAndré FernandoAntônio Marcos Batista **Carlos D’EliaCristiano Rocha **Francisco Augusto Guilly CastroIsrael BalabramIuri Michailowsky

Judson FreitasLeandro BragaRafael CapossiRamiro Souza e Silva **Robson LopesThiago Roussin **Urbano Lima *

PIANISTAHélcio Vaz

GERENTECelme Valeiras

PRODUTORMarcos Gedehon

ARQUIVISTARobert Avelino

SECRETÁRIACarmem Magalhães

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Samuel Osmond Barber II nasceu em West Chester, na Pensilvânia. Sua inclinação musical foi estimulada pela mãe, pianista, e pelos tios, Louise Homer, contralto, e Sidney Homer, compositor. Aos nove anos, ele escreve:

“Querida mãe: escrevo para contar um segredo preocupante. Só não chore ao ler porque a culpa não é sua nem minha. Creio ter de dizê-lo francamente agora. Para começar, não nasci para ser atleta. Nasci para ser compositor e estou certo que serei. Vou pedir mais uma coisa. Não me peça que esqueça esse fato desagradável e vá jogar futebol.”

Barber entrou para o recém-criado Instituto Curtis, na Filadélfia, aos quatorze anos. Um prodígio

em composição, canto e piano, tornou-se o favorito de Mary Louise Curtis Bok, fundadora da instituição. Lá Barber conheceu o compositor ítalo-americano Gian Carlo Menotti, com o qual compartilhou o trabalho e a vida. Ambos ganharam duas vezes o prêmio Pulitzer de música: Menotti em 1950 e 1955; Barber em 1958 e 1963.

Em 1942 Barber começou a compor sua grande obra Prayers of Kierkegaard, para coro, grande orquestra e cantores solistas, atendendo à encomenda da Koussevitzky Music Foundation. Várias vezes interrompida a composição, inclusive por circunstâncias da Segunda Guerra Mundial, só foi estreada pela

Boston Symphony, sob a direção de Charles Münch, em 1954. Uma segunda encomenda da mesma Fundação foi feita a Barber em 1957: uma obra para celebrar o septuagésimo quinto aniversário da Sinfônica de Boston. Escreveu então Die Natali: prelúdios corais para o Natal. A obra, iniciada em julho de 1960 em Santa Cristina Valgardena, nos Alpes italianos, onde poucos anos depois ele construiria um chalé, foi concluída em novembro do mesmo ano em Capricorn, a residência em Mount Kisko, nos subúrbios de Nova York, que ele e Menotti haviam comprado durante a guerra. Charles Münch estreou-a com a Sinfônica de Boston no Symphony Hallem, em 22 de dezembro.

Através do uso de procedimentos como o cânon, o cânon duplo, a aumentação e a diminuição, Barber cria uma trama de variações contrapontísticas harmonicamente coloridas sobre cânticos tradicionais de Natal. Ao saber que Eugene Ormandy tencionava executá-la com a Orquestra da Filadélfia, ele escreve, em 16 de novembro de 1979:

“É uma peça que tem partes boas e partes ruins, e estou certo de que você tratará as ruins de modo a me favorecer. [...] O começo, por exemplo, simplesmente não funciona. Eu queria harmônicos das cordas a distância, como um eco, mas suspeito que seja uma tonalidade ruim para harmônicos. Talvez se você usar só surdina e esquecer os harmônicos resolva. Ou pode ser que você imagine algo melhor. O resto soa bastante bem, e gosto particularmente das variações sobre Noite feliz.”

Die Natali representa um interlúdio entre a ópera Vanessa, opus 32, e o Concerto para Piano, opus 38, obras com as quais Barber recebeu dois Prêmios Pulitzer.

Para ouvir CD Samuel Barber – Complete Orchestral Works – Royal Scottish National Orchestra – Marin Alsop, regente – Naxos 8.559133 – Disco 4

Para lerPierre Brévignon – Samuel Barber, un nostalgique entre deux mondes – Site da Sociedade Samuel Barber Francesa | Acesse: www.samuelbarber.fr / opção le livre

carlos palombini | Musicólogo, professor da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

Instrumentação: piccolo, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, celesta, cordas.

SAMUELBARBER (Estados Unidos, 1910 – 1981)

Die Natali, op. 37 (1960)

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Homem simples, de origem camponesa, filho de um carpinteiro, Haydn serviu por quarenta anos como músico da poderosa família Esterházy, combinando as funções de regente e compositor. O ritmo de trabalho era alucinante, envolvendo música de câmara, concertos sinfônicos, óperas, música religiosa ou para o teatro. Felizmente, Haydn dispunha de uma excelente orquestra, permanentemente disponível para a imediata execução de suas obras, privilégio que ele soube aproveitar com sabedoria. Mais tarde, em uma carta ao biógrafo August Griesinger, o compositor relembraria os longos anos passados em Esterháza: “eu podia melhorar, acrescentar, cortar, ousar. Estava isolado do mundo e tive que me tornar original”. Optando pelo experimentalismo,

Haydn desenvolveu uma linguagem musical própria, detalhista, intelectual e espirituosa. Sua obra foi decisiva para a fixação e a plena maturidade dos vários gêneros ligados à forma sonata clássica (sobretudo a Sinfonia e o Quarteto de Cordas).

Entre as músicas sinfônicas exigidas de um compositor de corte, os concertos para instrumentos solistas possuíam características fundamentalmente diferenciais. Eram compostos para ocasiões e solistas específicos, devendo considerar os recursos individuais do instrumentista e o gosto particular de quem fizera a encomenda. Haydn (ao contrário de Mozart) não era um instrumentista virtuose, e os concertos de piano escritos para seu uso próprio

excluem a virtuosidade inerente ao gênero. Mas, na corte de Esterházy havia brilhantes solistas, como o violinista Luigi Tomasini, o trompetista Anton Weidinger, os violoncelistas Anton Kraft e Joseph Weigl. Para eles, o compositor escreveu vários concertos, cuja maioria se perdeu. Algumas dessas partituras, pelo caráter utilitário e imediatista de sua gênese, permaneceram apenas esboçadas; outras foram destruídas no incêndio da Casa de Ópera de Esterháza (1779) e muitas se extraviaram. Alguns manuscritos só recentemente foram descobertos, como é o caso do Concerto para violoncelo em Dó maior, cujo tema principal do primeiro movimento fora anotado pelo próprio Haydn no catálogo de suas obras, datado de 1765. A partitura foi reconstituída a partir das partes orquestrais encontradas por um zeloso bibliotecário de Praga, em 1961. Desde então, por suas inegáveis qualidades, o Concerto se impôs imediatamente ao repertório. O Moderato inicial corresponde à forma sonata clássica (exposição,

desenvolvimento e reexposição). Constrói-se sobre um primeiro tema – facilmente memorizável pelos seus ritmos pontuados – e um maravilhoso segundo tema contrastante. Apesar do classicismo formal, o movimento mantém-se impregnado de espírito barroco pela alternância dos solos com os tutti orquestrais. O Adagio seguinte, um dos mais eloquentes de Haydn, possui caráter mais clássico e muito cantante. O Allegro molto final possui um ímpeto irresistível, exigindo que o solista e a orquestra se projetem em um turbilhão contínuo de extraordinária virtuosidade.

Para assistir Orquestra Sinfônica da Rádio e Televisão Espanhola – Mstislav Rostropovich, regente e violonceloAcesse: fil.mg/hvioloncelo

Para ler François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990

H. C. Robbins Landon – Haydn: sinfonias – Guias Musicais BBC – Zahar Editores – 1984

paulo sérgio malheiros dos santos | Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado.

Instrumentação: 2 oboés, 2 trompas, cordas.

JOSEPH HAYDN (Áustria , 1732 – 1809)

Concerto para violoncelo em Dó maior, Hob. VII b:1 (1761/1765)

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Em 1876 Tchaikovsky vivia em Moscou havia dez anos e ganhava a vida como professor do Conservatório. Desencantado com os recentes fracassos de suas obras, iniciou a composição de uma peça para violoncelo e pequena orquestra, à moda antiga, com o intuito de fazer-se conhecido: as Variações sobre um tema Rococó. No final do século XVIII e início do XIX, as séries de variações sobre uma ária famosa de ópera, ou uma canção folclórica, foram extremamente populares como forma de exibição dos virtuoses. A composição das variações, muitas vezes, ficava a cargo do próprio solista, que criava os mais incríveis malabarismos em seu instrumento para uma melhor demonstração dos seus dotes de instrumentista.

Tchaikovsky e Wilhelm Fitzenhagen deviam ter algo parecido em mente quando decidiram juntar esforços em uma nova composição. Fitzenhagen era concertista e professor de violoncelo no Conservatório de Moscou. Os dois desenvolveram uma sólida amizade, e Tchaikovsky parecia confiar em Fitzenhagen sempre que precisava escrever para o violoncelo. Fitzenhagen, que já havia estreado alguns quartetos de cordas de Tchaikovsky, recebeu deste a permissão para alterar a parte do violoncelo de sua recém-composta Variações Rococó. No entanto, Fitzenhagen parece ter tomado liberdades exageradas, pois, além de modificar consideravelmente a composição, eliminou a oitava variação e alterou a ordem das restantes. Dessa maneira, a

concepção original de Tchaikovsky, que consistia em introdução, tema, oito variações e coda, ganhou o seguinte plano: Introdução, tema, variação 1, variação 2, variação 6, variação 7, variação 4, variação 5, variação 3 e coda (reduzida).

Nem o tema nem as variações são verdadeiramente rococó, embora o tema traga consigo algumas características do estilo, tais como leveza, elegância e graciosidade. Trata-se de um tema composto por Tchaikovsky naquele tipo de visão estilizada da arte antiga, tão comum no século XIX.

A obra foi composta entre dezembro de 1876 e março de 1877. O sucesso da estreia, em 1877, das apresentações seguintes e a projeção do nome de Tchaikovsky no exterior parecem ter convencido o ainda desconhecido e inseguro compositor a manter as alterações de Fitzenhagen quando a obra foi publicada, em 1878, na versão para violoncelo e piano. A publicação da partitura de orquestra, em 1889, selou para sempre o destino da obra.

As alterações que Fitzenhagen fez na obra visavam mais que uma mera exibição de virtuosismo. Nos concertos do século XIX eram comuns os aplausos no meio da música sempre que surgia um momento de especial bravura. A reorganização que Fitzenhagen fez na ordem das variações buscava produzir um maior impacto na plateia. Sua versão é brilhante, enquanto a original é mais coesa e formalmente mais dramática. A versão de Tchaikovsky/Fitzenhagen, é a mais conhecida e, praticamente, a única que foi executada desde 1877. Apenas recentemente veio à tona a versão original como Tchaikovsky a concebeu.

Para ouvir versão tchaikovsky/fitzenhagen: CD Tchaikovsky: Rokoko-Variationen & Dvorák: Cellokonzert – Berliner Philharmoniker – Herbert von Karajan, regente – Mstislav Rostropovich, violoncelo – Deutsche Grammophon – 1969

Para assistir Orquestra Sinfônica da Rádio de Moscou – Vladimir Fedoseyev, regente – Antonio Meneses, violoncelo | Acesse: filmg/tvariacoesrococo

Para ler Anthony Holden – Piotr Ilitch Tchaikovsky: uma biografia – Record – 1999

guilherme nascimento | Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.

Instrumentação: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, cordas.

PIOTR ILITCH TCHAIKOVSKY (Rúss ia , 1840 – 1893)

Variações sobre um tema Rococó, op. 33 (1876/1877) VERSÃO DE FITZENHAGEN

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O Te Deum, hino cristão cujo poema data do século IV, é um dos chamados hinos ambrosianos, por ter sua autoria tradicionalmente atribuída a Santo Ambrósio e Santo Agostinho: sua história se associa ao evento do batismo deste último por Santo Ambrósio, na Catedral de Milão, no ano 387. Porém, como muito das artes na Idade Média, a real autoria desse hino é incerta. Há, por exemplo, quem a atribua a Santo Hilário, ou a Nicetas, bispo de Remesiana, antiga cidade da Dácia (província do Império Romano que hoje corresponderia mais ou menos à Romênia). Além disso, os versos finais parecem ter sido acrescentados mais tarde e se constituem de excertos de alguns salmos. Incorporado desde muito cedo ao ofício católico da Liturgia

das Horas e posteriormente também incluído nos hinários das igrejas anglicana e luterana, além de algumas outras confissões cristãs, seu texto é um hino de ação de graças, entoado em momentos festivos e solenes. A música que se fez para esse antigo poema religioso costura toda a História Ocidental: desde o Cantochão até Benjamin Britten. De Thomas Tallis a Bruckner. De Lully, passando por Haydn e Mozart, a Verdi.

Não é de se estranhar, portanto, que também Dvorák tenha composto seu próprio Te Deum. No entanto, pode-se questionar por que um compositor cujo nome e linguagem estão tão intimamente ligados a um braço do Romantismo e que lança mão de materiais sonoros nacionais

ou regionais tenha, em algumas de suas principais obras, utilizado justamente a temática religiosa: além de algumas missas, estão dentre as obras mais importantes de Dvorák o Stabat Mater, o oratório Santa Ludmila, o Réquiem op. 89 e o Te Deum op. 103.

O fato é que Dvorák e sua linguagem encerram, cada um, sua própria dualidade. Tendo se mudado para Praga em 1857, matricula-se na renomada Escola de Órgão dessa cidade. Mais tarde, concluídos seus estudos, pôde trabalhar como violista na orquestra do Teatro Nacional Tcheco, o que lhe valeu a oportunidade de estar em contato com Bedrich Smetana, pedra fundamental do nacionalismo musical tcheco. Em 1874, porém, abandonando o posto na orquestra, assume o cargo de organista da Igreja de Santo Adalberto. Foi justamente com esse cargo que ele pôde se dedicar mais à composição, e foi essa a época em que seu estilo e sua linguagem tomam suas feições definitivas: seu olhar se volta, então, com maior cuidado para o folclore de sua terra.

Assim, por um lado, é justamente trabalhando como músico a

serviço da Igreja que Dvorák logra consolidar sua linguagem e se firmar como compositor. Por outro lado, ele vive em um momento de grande efervescência política: havia três séculos que a Boêmia e suas vizinhas, a Morávia e a Eslováquia, faziam parte do Império Austro-Húngaro. A partir de 1860, porém, a hegemonia de Viena começa a enfraquecer, o que fez crescer um clima propício às manifestações de caráter nacionalista, inclusive nas artes. Toda a formação musical sistemática e acadêmica de Dvorák tem uma importante base germânica, fundamentada na ainda presente hegemonia do

Instrumentação: 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, cordas.

ANTONÍN DVORÁK (República Tcheca , 1841 – 1904)

Te Deum, op. 103 (1892)

Para ouvir CD Antonín Dvorák – Te Deum, op. 103 – Orquestra Filarmônica Tcheca – Vaclav Neumann, regente – Gabriela Benackova, soprano – Supraphon – 1994

Orquestra Filarmônica de Viena – Coral Filarmônico Tcheco – Nikolaus Harnoncourt, regente – Luba Orgonášová, soprano – Ľudovít Ludha, tenor – Ivan Kusnjer, barítonoAcesse: fil.mg/tedeumviena

Para assistir Orquestra Sinfônica da BBC – Coral Sinfônico da BBC – Jirí Belohlávek, regente – Judith Howarth, soprano – Ivan Kusnjer, barítono Acesse: filmg/tedeumbbc

Para ler Michael Beckerman – Dvorák and his world – Princeton University Press – 1993

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Império Austríaco. Mas muito da sua originalidade como compositor (sem querer reduzir os devidos méritos de sua inventividade) deve-se à mescla dessa base com o material musical e sonoro que ele encontra no folclore de sua terra. Nessa mescla raramente há citações. Há um folclore filtrado em elementos essenciais que fazem o rejunte de uma linguagem genuinamente romântica.

Dessa forma, se em sua música há obras de caráter confessadamente nacional (Danças Eslavas, Duetos Morávios, o Hymnus op. 30, ou a própria Sinfonia nº 1, intitulada “Os Sinos de Zlonice”), também em sua música religiosa a presença do elemento nacional transparece, a despeito da temática.

O Te Deum op. 103 foi composto ainda em solo europeu, pouco antes de Dvorák fixar residência nos Estados Unidos. Essa obra foi-lhe encomendada em 1891 por Jeanette Thurber, fundadora do Conservatório de Música de

Nova York, para comemorar os quatrocentos anos de descoberta da América. Em 1892 o compositor, a convite de Mrs. Thurber, muda-se para aquela cidade, a fim de assumir a direção do recém-fundado Conservatório. Foi em Nova York, portanto, que se deu a estreia do Te Deum op. 103, em 21 de outubro de 1892, no primeiro concerto de Dvorák naquela cidade. Tanto esta quanto outras obras do compositor foram ali muito bem aceitas pelo público e pela crítica.

De proporções menores e caráter relativamente mais intimista do que o Stabat Mater ou do que o Réquiem, o Te Deum de Dvorák tem as feições de uma cantata para barítono, soprano, coro e orquestra. No entanto, assim como naquelas duas primeiras obras e no oratório Santa Ludmila, no Te Deum Dvorák revela uma espécie de misticismo que se traduz aqui, na sua música, pela sutil e estilizada introdução de elementos da devoção musical folclórica de sua terra.

moacyr laterza filho | Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística.

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A VÓS, Ó DEUS

TE DEUM LAUDAMUS

A Vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso Vos confessamos.

A Vós, ó Eterno Pai, reverencia e adora toda a Terra.

A Vós, todos os Anjos, a Vós, os Céus e todas as Potestades;

A Vós, os Querubins e Serafins com incessantes vozes proclamam:

Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!

Os Céus e a Terra estão cheios da Vossa glória e majestade.

A Vós, o glorioso coro dos Apóstolos,

A Vós, a respeitável assembleia dos Profetas,

A Vós, o brilhante exército dos mártires engrandece com louvores!

A Vós, Eterno Pai, Deus de imensa majestade,

Ao Vosso verdadeiro e único Filho,

Digno objeto das nossas adorações,

Do mesmo modo ao Espírito Santo, nosso consolador e advogado.

TU REX GLORIAE

Vós sois o Rei da Glória, ó meu Senhor Jesus Cristo!

Vós sois Filho sempiterno do vosso Pai Onipotente!

Vós, para Vos unirdes ao homem e o resgatardes

não Vos dignastes de entrar no casto seio duma Virgem!

Vós, vencedor do estímulo da morte,

Abristes aos fiéis o Reino dos Céus,

Vós estais sentado à direita de Deus,

No glorioso trono do Vosso Pai!

Nós cremos e confessamos firmemente

Que de lá haveis de vir a julgar no fim do mundo.

A Vós, portanto, rogamos que socorrais os Vossos servos

A quem remistes como Vosso preciosíssimo Sangue.

AETERNA FAC CUM SANCTIS

Fazei que sejamos contados na eterna glória,

entre o número dos Vossos Santos.

Salvai, Senhor, o Vosso povo e abençoai a Vossa herança,

E regei-os e exaltai-os eternamente para maior glória Vossa.

Todos os dias Vos bendizemos

E esperamos glorificar o Vosso nome agora e por todos os séculos.

DIGNARE, DOMINE

Dignai-Vos, Senhor, conservar-nos neste dia

e sempre sem pecado.

Tende compaixão de nós, Senhor,

compadecei-Vos de nós, miseráveis.

Derramai sobre nós, Senhor, a Vossa misericórdia,

pois em Vós colocamos toda a nossa esperança.

Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido.

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Piotr Ilitch TCHAIKOVSKY O Quebra-nozes, op. 71 [90 min]

Fabio Mechetti, regenteCoral Infantojuvenil Palácio das ArtesLara Tanaka, regente

1

Grande Teatro do Palácio das Artes

18/ DEZEMBROP R O G R A M A

quinta, 20h30

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1. Decorando a Árvore de Natal

2. Marcha dos soldados de brinquedo

3. Galope das crianças e a chegada dos convidados

4. A chegada de Drosselmeyer

5. O Quebra-nozes e a Dança do Avô

6. A partida dos convidados e o Início do Encantamento

7. A batalha do Quebra-nozes e o Rei dos Ratos

8. Viagem à Terra da Neve

9. Valsa dos Flocos de Neve

10. O Palácio Encantado da Terra das Guloseimas

11. Clara e o Príncipe

12. Divertimento:

a) O Chocolate: Dança espanhola

b) O Café: Dança árabe

c) O Chá: Dança chinesa

d) Trepak: Dança russa

e) Dança das Flautas de Brinquedo

f) Mamãe Bombom e seus Polichinelos

13. Valsa das Flores

14. Pas de deux – O Príncipe e a Fada Açucarada

15. Valsa final e Apoteose

ATO I

ABERTURA

ATO II

Cena 1

Cena 3

Cena 2

— i n t erva lo —

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CORAL INFANTOJUVENIL PALÁCIO DAS ARTES

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Criado na década de 1980, o Coral

Infantojuvenil Palácio das Artes da

Fundação Clóvis Salgado integra a

política do governo de Minas de fomento e

promoção de jovens talentos. A Fundação

se responsabiliza pela manutenção do

grupo e a profissionalização dos jovens

artistas, investindo no apuro técnico, na

experimentação e na sua valorização.

O Coral Infantojuvenil desenvolve um

trabalho de divulgação do canto coral,

apresentando obras de diversas fases da

história da música vocal, da renascença

ao moderno, da música erudita à música

folclórica e popular, em vários idiomas e

estilos. O grupo participa de montagens

com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais

e a Filarmônica de Minas Gerais, das

temporadas de ópera da Fundação e se

apresenta em espaços públicos de

Belo Horizonte e do interior do estado.

Formado por 49 jovens cantores, com

idades entre oito e dezesseis anos, o grupo

exerce um importante papel na descoberta

de novos talentos. Vários cantores

que iniciaram sua trajetória no Coral

Infantojuvenil integram, atualmente, o Coral

Lírico de Minas Gerais e outros grupos

profissionais do Brasil e exterior. Seus

integrantes participam de quatro horas de

aulas/ensaios semanais, sendo um ensaio

de naipe e um ensaio coletivo.

Mineira de Belo Horizonte, Lara Tanaka

é formada em Piano pelo Conservatório

de Música de Minas Gerais e bacharel

em Regência pela Escola de Música

da Universidade Federal de Minas

Gerais (UFMG). Participou de aulas e

masterclasses com Sérgio Magnani,

Roberto Tibiriçá, Cláudio Ribeiro,

Per Brevig (EUA), Mogens Dahl

(Dinamarca) e Nelson Niremberg (EUA).

Em 2000 regeu a ópera Le Nozze de Figaro,

de Mozart, ao lado da Orquestra Sinfônica

da Escola de Música da UFMG. Ministrou

aulas de Regência no 33º Festival de

Inverno da UFMG e, em 2001, dirigiu a

oficina de coral infantil no Festival Nacional

de Música de Câmara, na Paraíba. Gravou o

CD Villa-Lobos e os Brinquedos de Roda, com

o Coral Infantojuvenil Palácio das Artes

e o Grupo de Percussão da UFMG, obra

finalista do Prêmio TIM da Música 2004,

na categoria Melhor CD Infantil. Atua como

cravista continuísta em grupos de música

antiga e nas orquestras da Musicoop,

da UFOP e Sinfônica de Minas Gerais.

De 2008 a 2012 atuou como cravista na

Oficina de Música de Curitiba. Em 2013 foi

pianista do Ars Nova – Coral da UFMG.

Lara Tanaka é regente titular do Coral

Infantojuvenil Palácio das Artes desde

2001 e regente assistente do Coral Lírico

de Minas Gerais.

REGENTE TITULARLara Tanaka

SOPRANOS Ana Clara Riggio Arthur Versiani Barbara Isabella de DeusCatharina de CastroEduarda Ferreira Jennifer de CarvalhoJonathan Brayner SilvaKathleen de PaulaLaís CavalcanteLisa Cerqueira Maria Cecília de CastroMaria Clara Andrade Mariana MenezesPatrick OliveiraPedro Bernardo FreitasTaina Bibiana Andrade

MEZZOSAna Clara CorgozinhoAnna Beatriz AmaralAnne Caroline SantanaBruna Carvalho Carolina Palhares Caroline Braga Erika Martins Izabelle Helena de AssisKarina Rocha Laura Leste Leticia PfeilstickerLorraine FerreiraLorrayne Gabrielle BatistaLuana CarmôniaLuiza VarellaMaria Clara TorquettiMartina MaioranaRebeca Vitória OliveiraScarlet Ochoa

CONTRALTOSAbgail BarcelosCaio Eduardo BatistaFlávia RoqueHugo Daniel OliveiraHigor Gabriel LourençoÍris Silveira João Pedro Goncalves Matheus Sampaio Maycon Douglas de PaulaRobert William SantosThiago Soares

PIANISTAFrederico Natalino

GERENTECelme Valeiras

SECRETÁRIAMônica Arantes

PRODUTORMarcos Gedehon

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MAESTRINA LARA TANAKA

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Os três grandes balés de Tchaikovsky – O Lago dos cisnes (1876), A bela adormecida (1889) e O Quebra-nozes (1892) – constituem o repertório básico imprescindível para as grandes companhias de dança clássica e o ponto culminante do gênero no final do século XIX. Criado no ano anterior à morte do compositor, O Quebra-nozes agrupa-se entre as obras de sua plena maturidade. Prestando homenagem à Infância e à Fantasia, representa um momento de serenidade, antes do subjetivismo sombrio da derradeira Sinfonia Patética.

O balé divide-se em dois atos, antecedidos por uma Abertura em miniatura. Nessa pequena introdução, a orquestração dispensa os violoncelos e os contrabaixos, como se Tchaikovsky quisesse valorizar as vozes “infantis” das cordas:

Era uma vez, em uma pequena cidade alemã, no final do século XVIII, um fabricante de relógios e brinquedos mágicos, o Sr. Drosselmeyer. Já idoso, ele morava com seu sobrinho, um jovem de quinze anos que lhe era muito dedicado. Quando trabalhava no palácio real, Drosselmeyer criou uma armadilha que matou a maioria dos ratos do povoado. Para se vingar, a poderosa Rainha dos Ratos transformou seu sobrinho em um quebra-nozes, com o formato de boneco de madeira. Para desfazer o feitiço, o rapaz teria que matar o Rei dos Ratos e conseguir o amor de uma jovem.

Na mesma cidade, morava o Sr. Stahlbaum, conselheiro municipal, com sua mulher e os filhos Fritz e Clara. A família se prepara para comemorar os quatorze anos

da menina, na véspera do Natal, com a presença de vários amigos. Convidado para a festa, o relojoeiro Drosselmeyer resolve incluir entre seus presentes o quebra-nozes. Afinal, seria uma boa oportunidade para desencadear um duelo entre o sobrinho e o Rei dos Ratos, quando os animais saíssem para roubar o pão de gengibre. E, quem sabe, talvez Clara se apaixonasse pelo heroico Quebra-nozes.

No Primeiro Ato, a música alterna Interlúdios (que acompanham o desenrolar dos acontecimentos) com ritmos de Danças (valsas, galopes, marchas, tarantelas) para os números coreográficos das crianças, dos adultos, dos brinquedos mecânicos, dos ratos e fadas. A ação se desenvolve na casa dos Stahlbaum, iluminada por muitas velas, ao redor da Árvore de Natal. Os convidados chegam. As crianças brincam desfilando ao ritmo de uma Marcha (na qual se destacam os instrumentos de metal) e logo se agrupam para dançar o pequeno Galope. Seus pais e outros pares preferem algo mais sério e se organizam para a Dança dos Adultos.

Surge então Drosselmeyer, e os meninos afastam-se amedrontados.

Mas logo o velho relojoeiro os conquista com seus presentes, exibindo os pequenos soldados, arlequins, colombinas, feirantes, cossacos e outros bonecos, reunidos na Dança dos Brinquedos Mecânicos.

Clara recebe o inusitado Quebra-nozes e fica especialmente feliz – a ponto do irmão e os outros meninos se sentirem enciumados e o danificarem, usando-o para quebrar a maior de todas as nozes. Clara cuida do boneco como de um verdadeiro doente e dança com ele, acalentando-o. Embora Fritz e seus companheiros perturbem a suavidade da música

Para ouvir CD Tchaikovsky – The Nutcraker (Complet ballet) – Czecho-Slovak Radio Symphony Orchestra (Batislava) – Ondrej Lenárd, regente – Naxos Historical, Alemanha – 1989

Para assistircom balé: Cia de Balé do Teatro Mariinsky – Orquestra Sinfônica do Teatro Mariinsky – Valery Gergiev, regente | Acesse: fil.mg/tquebranozesbale

versão orquestral: Orquestra Filarmônica de Roterdam - Yannick Nezet-Seguin, regente Acesse: fil.mg/tquebranozes

Para lerMichel Rostislav Hofmann – Tchaikovsky – Éditions du Seuil – Collections Microcosme, Solfèges – 1979

François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990

Instrumentação: 2 piccolos, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, 2 harpas, celesta, cordas.

PIOTR ILITCH TCHAIKOVSKY (Rúss ia , 1840 – 1893)

O Quebra-nozes, op. 71 (1892)

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com a interferência de pequenos tambores e trompetes, o Quebra-nozes, curado, enfim adormece. Clara deita-o confortavelmente em uma caixa transformada em berço. Antes que a festa termine, há, como sempre, a Dança do Vovô Stahlbaum, que, desta vez, de tão animado, perdeu um sapato. Só então os convidados se retiram, as luzes se apagam, todos vão dormir.

Clara, porém, não consegue adormecer. Seus pensamentos se voltam para o Quebra-nozes. Ela se levanta e, sem barulho, chega à sala. Na obscuridade, a menina percebe os ratos em trajes de baile, fazendo a sua festa. O relógio anuncia Meia-noite, e o Encantamento começa: a árvore de Natal torna-se enorme, os brinquedos ganham vida, o Quebra-nozes acorda. Um dos soldados de Fritz dá um tiro de espingarda, dando início à acirrada Batalha. Os ratos seguem as ordens de seu rei (trajado de Napoleão Bonaparte) e os soldados de chumbo são guiados pelo Quebra-nozes. Os dois comandantes se enfrentam. A princípio, o Rei dos Ratos parece levar vantagem; mas Clara atira-lhe na cabeça um de seus chinelos, e o Quebra-nozes fere o bandido com um golpe de espada. Os

ratos reconhecem a derrota e abandonam a luta.

Aclamado como herói, o Quebra-nozes convida Clara para uma Viagem à Terra da Neve, a caminho de Confiturembourg, o país das guloseimas. O primeiro ato termina com os jovens viajantes sobrevoando uma densa Floresta, dentro do sapato perdido do Vovô. A orquestra toca a Valsa dos Flocos de Neve, que dançam envolvendo todo o cenário.

No Segundo Ato, Clara e seu Príncipe chegam a Confiturembourg, o reino dos doces e confeitos. São acolhidos pela Fada Açucarada, que organiza um espetáculo coreográfico em sua homenagem. Os habitantes da cidade, originários de diversos países, apresentam aos visitantes deliciosas especiarias: o Chocolate (Dança espanhola), o Café (Dança árabe, cujo tema, na verdade, pertence a um acalanto da Geórgia) e o Chá (Dança chinesa). Tchaikovsky demonstra todo o requinte de sua orquestração, além do gosto por inusitadas combinações instrumentais.

Outros dançarinos se sucedem. Os Cossacos se exercitam em vigoroso Trepak (Dança russa). Os Bambus, representando os

instrumentos de sopro infantis, formam um terceto de flautas na Dança das Flautas de Brinquedo, com a participação do corne inglês e, na parte central, dos metais. Mamãe Bombom e seus Polichinelos apresentam uma divertida paródia da canção Cadet-Roussel.

Entusiasmada com o espetáculo, Clara não se contém – corre até o Quebra-nozes e o beija, transformando-o em Príncipe. Pétalas multicoloridas se reúnem na Valsa das Flores, cujo belo tema é cantado pelas trompas. Os namorados dançam um Pas de Deux, e o Príncipe, para mostrar sua nova forma e agilidade, sola uma brilhante Tarantela. Segue-se o agradecimento da anfitriã, que faz seu número na Dança da Fada Açucarada. Para ela, Tchaikovsky utilizou (pela primeira vez na Rússia) o som etéreo da celesta, em contraste com intervenções voluntariamente rústicas de um clarinete baixo. Felizes, todos os dançarinos se reúnem para uma Valsa Final, até que a festa culmine em festiva Apoteose.

Os balés de Tchaikovsky foram criados em parceria com o coreógrafo e libretista Marius Petipa. No caso de O quebra-nozes, ele se inspirou livremente na versão francesa de Alexandre Dumas sobre um conto fantástico do escritor alemão E. T. A. Hoffmann. Tchaikovsky compôs seguindo exigências precisas de Petipa – cada cena do balé era minuciosamente descrita pelo coreógrafo, compasso por compasso. Surpreendentemente, essa rigidez não perturbou o compositor, e a música flui com naturalidade impressionante. Desde sua estreia até os dias atuais, O Quebra-nozes suscitou muitas versões coreográficas alternativas que, em comum, preservam apenas a música de Tchaikovsky e a intriga principal. Entre os grandes balés do século XIX, O Quebra-nozes se distingue por não possuir uma coreografia standard. Enquanto algumas montagens tentam recuperar as características do original de Petipa, outras apresentam propostas pós-modernas, com a inclusão de temas subjacentes e movimentos de dança contemporânea.

paulo sérgio malheiros dos santos | Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

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olá, assinante

Neste Natal, convidamos você a compartilhar a harmonia proporcionada pela Música.

ASSINATURAS DA TEMPORADA 2015 À VENDA

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pela internet www.filarmonica.art.br

pessoalmente No estande da Filarmônica, na entrada do

Palácio das Artes, de segunda a sábado, de 9h a 21h

assessoria de relacionamento

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Recomende ou dê de presente uma assinatura da Filarmônica

e promova o encontro dos amigos em um espaço acolhedor,

oferecendo um lugar na sua casa, a Sala Minas Gerais.

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ACOMPANHE A FILARMÔNICA EM

OUTRAS SÉRIES DE CONCERTOS

Concertos para a Juventude Realizados em manhãs de domingo, são concertos dedicados aos jovens e às famílias, buscando ampliar e formar público para a música clássica. As apresentações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas.

Clássicos na Praça Realizados em praças da Região Metropolitana de Belo Horizonte, os concertos proporcionam momentos de descontração e entretenimento, buscando democratizar o acesso da população em geral à música clássica.

Concertos Didáticos Concertos destinados exclusivamente a grupos de crianças e jovens da rede escolar, bem como a instituições sociais, mediante inscrição prévia. Seu formato busca apoiar o público em seus primeiros passos na música clássica.

Festival Tinta Fresca Com o objetivo de fomentar a criação musical entre compositores brasileiros e gerar oportunidade para que suas obras sejam programadas e executadas em concerto, este Festival é sempre uma aventura musical inédita. Como prêmio, o vencedor recebe a encomenda de outra obra sinfônica a ser estreada pela Filarmônica no ano seguinte, realimentando o ciclo da produção musical nos dias de hoje.

Laboratório de Regência Atividade inédita no Brasil, este laboratório é uma oportunidade para que jovens regentes brasileiros possam praticar com uma orquestra profissional. A cada ano, quinze maestros, quatro efetivos e onze ouvintes, têm aulas técnicas, teóricas e ensaios com o regente Fabio Mechetti. O concerto final é aberto ao público.

Concertos de Câmara Realizados para estimular músicos e público na apreciação da música erudita para pequenos grupos. A Filarmônica conta com grupos de Metais, Cordas, Sopros e Percussão.

Turnês Estaduais As turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes cidades e regiões de Minas Gerais, possibilitando que o público do interior do Estado tenha contato direto com música sinfônica de excelência.

Turnês Nacionais e Internacionais Com essas turnês, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais busca colocar o Estado de Minas dentro do circuito nacional e internacional da música clássica. Em 2014, a Orquestra volta a se apresentar no Festival de Campos do Jordão.

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ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS / DEZEMBRO 2014

Primeiros Violinos Anthony Flint – SpallaRommel Fernandes – Spalla AssociadoAra Harutyunyan – Spalla AssistenteAna ZivkovicArthur Vieira TertoBaptiste RodriguesEliseu Martins de BarrosHyu-Kyung JungMarcio CecconelloMateus FreireMegumi TokosumiRodrigo BustamanteRodrigo Monteiro BragaRodrigo de Oliveira

Segundos ViolinosFrank Haemmer *Leonidas Cáceres ***Bojana PantovicDante BertolinoJovana TrifunovicLeonardo OttoniLuka MilanovicMarija MihajlovicMartha de Moura PacíficoRadmila BocevRodolfo ToffoloTiago EllwangerValentina Gostilovitch ViolasJoão Carlos Ferreira *Roberto Papi ***Flávia Motta

Gerry VaronaGilberto Paganini Juan CastilloKatarzyna Druzd Luciano GatelliMarcelo NébiasNathan Medina

VioloncelosElise Pittenger ****Camila PacíficoCamilla RibeiroEduardo SwertsEmilia NevesEneko Aizpurua PabloLina RadovanovicRobson Fonseca

ContrabaixosColin Chatfield *Nilson Bellotto ***Brian Fountain Hector Manuel EspinosaMarcelo CunhaPablo Guiñez William Brichetto

FlautasCássia Lima *Renata Xavier ***Alexandre BragaElena Suchkova OboésAlexandre Barros *Ravi Shankar ***Israel MunizMoisés Pena

ClarinetesMarcus Julius Lander *Jonatas Bueno *** Ney Campos FrancoAlexandre Silva

FagotesCatherine Carignan *Altair Venâncio ***Andrew HuntrissCláudio de Freitas

TrompasAlma Maria Liebrecht *Evgueni Gerassimov ***Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos SantosLucas Filho Fabio Ogata

TrompetesMarlon Humphreys *Érico Fonseca **Daniel Leal ***Tássio Furtado

TrombonesMark John Mulley *Wagner Mayer ***Renato Lisboa

TubasEleilton Cruz *Isaque Macedo *****César Souza *****

TímpanosPatricio Hernández Pradenas *

PercussãoRafael Alberto *Daniel Lemos ***Sérgio AluottoWerner Silveira

HarpasGiselle Boeters *Mareike Burdinski *****

TecladosAyumi Shigeta *

gerente Jussan FernandesinspetoraKarolina Limaassistente administrativa Débora VieiraarquivistaSergio AlmeidaassistentesAna Lúcia KobayashiClaudio StarlinoJônatas Reissupervisor de montagemRodrigo CastromontadoresAndré BarbosaKlênio CarvalhoRisbleiz Aguiar

* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** convidado

Diretor Artístico e Regente Titular

Fabio Mechetti

Regente Associado

Marcos Arakaki

INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA / DEZEMBRO 2014

FORTISSIMOdezembroNº 11 / 2014

ISSN 2357-7258

editoraMerrina Godinho Delgado

edição de textoBerenice Menegale

Conselho Administrativopresidente emérito Jacques Schwartzmanpresidente Roberto Mário Soares conselheiros Berenice MenegaleBruno VolpiniCelina SzrvinskFernando de Almeida Ítalo GaetaniMarco Antônio PepinoMarcus Vinícius Salum Mauricio FreireOctávio ElísioPaulo BrantSérgio Pena

Diretoria Executivadiretor presidente Diomar Silveira diretor administrativo-financeiro Estêvão Fiuzadiretora de comunicaçãoJacqueline Guimarães Ferreiradiretora de marketing e projetos Zilka Caribédiretor de operações Ivar Siewersdiretor de produção musical Marcos Souza

Equipe Técnicagerente de comunicação Merrina Godinho Delgadogerente de produção musicalClaudia da Silva Guimarãesassessora de programação musical Carolina Debrot produtores Geisa AndradeLuis Otávio RezendeNarren Felipe analistas de comunicação Andréa Mendes –ImprensaMarciana Toledo –PublicidadeMariana Garcia –MultimídiaRenata Romeiro – Design gráficoanalista de marketing de relacionamento Mônica Moreiraanalista de marketing e projetos Mariana Theodoricaassistente de comunicação Renata Gibsonassistente de marketing de relacionamento André Rozenbaum

Equipe Administrativa gerente administrativo-financeira Thais Boaventuraanalistas administrativos João Paulo de OliveiraPaulo Baraldianalista contábil Graziela Coelho analista de recursos humanos Quézia Macedo Silvasecretária executiva Flaviana Mendesassistente administrativaCristiane Reisauxiliares administrativosPedro AlmeidaVivian Figueiredorecepcionista Lizonete Prates Siqueiraauxiliares de serviços gerais Ailda ConceiçãoNayara Assismensageiros Jeferson SilvaPablo Faria menor aprendiz Diego Soares

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PontualidadeUma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

Aparelhos celularesConfira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro. E também evite usar o celular durante o concerto, pois a luz atrapalha quem está perto de você.

Fotos e gravações em áudio e vídeoNão são permitidas na sala de concertos.

ConversaA experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música.

CUIDE DO SEU PROGRAMA DE CONCERTOSO programa mensal é elaborado com a participação de diversos especialistas e oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música, compositores e intérpretes. Desfrute da leitura e estudo. Em 2014, ele ganha o nome Fortissimo e o registro do ISSN, um código que o identifica, permite a citação de seus textos como referência intelectual e acadêmica e sua indexação nos sistemas nacional e internacional de pesquisa. Para evitar o desperdício, traga sempre o seu programa. Caso o esqueça, use o exemplar entregue pelas recepcionistas e, ao final, deposite-o em uma das caixas colocadas à saída do Grande Teatro. Programa disponível no site: www.filarmonica.art.br//index.php/blog/programas

PARA APRECIAR UM CONCERTO

AplausosAplauda apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de dois ou mais movimentos. Veja no programa o número de movimentos e fique de olho na atitude e gestos

do regente.

TossePerturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.

CriançasCaso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.

Comidas e bebidasSeu consumo não é permitido no interior da

sala de concerto.

FOTO

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Dar asas e azo à imaginação é

perseguir sonhos. A Filarmônica

sonha em transformar muitas vidas

por meio de sua arte, a Música.

Nosso público, patrocinadores,

divulgadores, apoiadores e

governos têm possibilitado a

realização desse sonho.

a todos vocês, nosso muito

obrigado.

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Rua Paraíba, 330 / 12º andar | Funcionários | CEP 30.130-917 | Belo Horizonte MG

TEL (31) 3219.9000 | FAX (31) 3219.9030 | www.filarmonica.art.br

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