22
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Tendência nos Media Etapas da Migração para HDTV e 3DTV Projeto FEUP 1ºano MIEEC: Armando Sousa José Nuno Fidalgo Equipa 1MIEEC05_1: Supervisor: Artur Pimenta Alves Monitor: João Mota Estudantes & Autores: Armando Marques Carlos Tiago Almeida João Brito Carvalho Telmo Costa Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 1/22

Tendência nos Media Etapas da Migração para HDTV e 3DTVprojfeup/submit_13_14/uploads/relat_1... · disciplina dá a conhecer ... O nosso cérebro ... Nesse processo devem ainda

  • Upload
    lyquynh

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Tendência nos Media

Etapas da Migração para HDTV e 3DTV

Projeto FEUP 1ºano ­­ MIEEC:

Armando Sousa José Nuno Fidalgo

Equipa 1MIEEC05_1:

Supervisor: Artur Pimenta Alves Monitor: João Mota

Estudantes & Autores:

Armando Marques Carlos Tiago Almeida

João Brito Carvalho Telmo Costa

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 1/22

Resumo

A unidade curricular “Projeto FEUP” tem como finalidade acolher os novos estudantes e

introduzi­los numa realidade diferente: a vida universitária. Mais especificamente, esta

disciplina dá a conhecer a Faculdade de Engenharia, nomeadamente, os seus serviços e

utilidades, tal como procedimentos de segurança, quer sejam em laboratórios ou nos

diversos locais do campus, acessos a parques de estacionamento, centros de resolução de

problemas e apoio ao estudante (serviços académicos, CICA, SIGARRA, gabinetes e

contactos dos professores), turmas e horários.

Numa primeira fase, através de sessões de esclarecimento e palestras, os caloiros

experienciaram um pouco do mundo da engenharia mediante testemunhos dados, e

compreenderam o seu modo de comunicar, em particular, os relatórios técnicos. A semana

inicial culminou com a realização de um mini­teste que colocou à prova os conhecimentos

adquiridos.

Posteriormente, e já em paralelo com o decorrer de outras disciplinas, as aulas

desenrolaram­se tendo em conta um tema com base no qual cada grupo elaboraria um

relatório, um cartaz e uma apresentação. No nosso caso, o tema selecionado foi “A

Migração para os Formatos HD e 3D”.

Palavras-Chave

Televisão, HDTV, 3DTV, Estereoscopia, UHDTV (4k)

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 2/22

Agradecimentos

Os elementos do nosso grupo agradecem a contribuição e a ajuda prestada pelas

entidades responsáveis pela orientação da nossa turma. Em concreto, estamos gratos ao

professor Artur Pimenta Alves, que nos introduziu ao tema do HD e 3D, cujo funcionamento

específico nos era completamente alheio, e que nos dissipou as dúvidas sempre que a sua

ajuda foi solicitada.

Em segundo lugar, mas não menos importante, reconhecemos o nosso monitor, João

Mota, que se disponibilizou para apoiar em qualquer momento, e que demonstrou interesse

ao acompanhar de perto o desenvolvimento dos trabalhos.

Por último, estamos também gratos à Faculdade de Engenharia da Universidade do

Porto (FEUP) pela oportunidade dada e pelos recursos assegurados.

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 3/22

Índice

Lista de Figuras 5

Lista de Tabelas 5

1. Introdução 7

2. Conceito de 3D e HD 9

2.1 O que é o 3D? 9

2.2 O que é o HD? 9

3. Produção de Imagem 3D 10

3.1 Dificuldades associadas à filmagem estereoscópica 11

4. Desafios na transmissão dos novos formatos 124.1 Desafios na transmissão em HD 124.2 Desafios na transmissão em 3D 13

5. Necessidade de equipamento terminal 145.1 Televisão em HD 145.2 Televisão em 3D 16

5.2.1 Lentes Passivas: Anáglifas 16

5.2.2 Lentes Passivas: Polarizadas 17

5.2.3 Lentes Ativas 18

5.2.4 3D Sem Óculos: Autoestereoscopia 19

5.2.5 Barreira Paralaxe 19

5.2.6 Televisões Lenticulares 21

6. Formatos de Futuro: Ultra High Definition Television (UHDTV ­ 4k) 21

7. Conclusões 22

Referências Bibliográficas 24

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 4/22

Lista de figuras

Figura 1: Exemplo de sintonizador necessário para televisores HDTV­Ready 13

Figura 2: Logotipos dos diferentes selos de certificação 14

Figura 3: Lentes Passivas Anáglifas 16

Figura 4: Imagem estereoscópica 16

Figura 5: Lentes Passivas Polarizadas 17

Figura 6: Exemplo de lentes ativas 18

Figura 7: Esquema de funcionamento da barreira paralaxe 19

Figura 8: Nintendo 3DS que utiliza a tecnologia de barreira paralaxe 19

Figura 9: Comparação entre os vários formatos e resoluções de

transmissão em vídeo 21

Lista de Tabelas

Tabela 1: Tabela de Resoluções HD 9

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 5/22

1. Introdução

A televisão, no contexto da comunicação social, assume um dos papéis mais relevantes

desde há várias décadas. Sendo um elemento presente na esmagadora maioria dos lares

familiares e espaços públicos, concentra em si um poderoso sistema comunicacional,

sendo um dos principais meios de informação, comunicação e entretenimento.

Deste modo, tendo em conta a importância social deste elemento, desde sempre que

se vêm procurando novas soluções técnicas que permitam aumentar a qualidade de

apresentação e a funcionalidade dos aparelhos televisivos. Dos vários melhoramentos a que

se vem assistindo nos últimos anos, o presente trabalho prende­se com a análise de dois

avanços fundamentais: a televisão em alta­definição (HDTV) e a televisão a três dimensões

(3DTV).

Assim, após uma pesquisa elaborada sobre estes temas, foi concebido este relatório

onde se abordaram as questões técnicas de produção e transmissão destes formatos

televisivos, procurando compreender em que ponto se encontra a sua implementação, os

seus impactos atuais e que influência poderão vir a ter na transmissão televisiva num futuro

próximo.

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 6/22

2. Conceitos de 3D e HD

2.1 O que é o 3D?

A terceira dimensão não existe, esta é apenas uma ilusão da nossa mente. Esta ilusão

é possível graças a um fenómeno natural chamado estereoscopia que é a projecção de

duas imagens, da mesma cena, em pontos de observação ligeiramente diferentes. O nosso

cérebro, automaticamente, funde as duas imagens em apenas uma e, nesse processo,

obtém informações quanto à profundidade, distância, posição e tamanho dos objectos,

gerando uma ilusão de visão em 3D.

Para que isso seja possível, a captação dessas imagens não é feita de uma forma

qualquer, sendo necessário, por exemplo, filmar duas imagens ao mesmo tempo. Essa

correcção de enquadramento é feita por softwares específicos, em tempo real, que reduzem

as oscilações na imagem, deixando a composição mais realista. Para que isto seja possível

existe uma câmara estereoscópica que simula a visão do olho humano. Cada lente é

colocada a cerca de seis centímetros (distância média entre os olhos de uma pessoa) uma

da outra. Nesse processo devem ainda ser controlados zoom, foco, abertura,

enquadramento e ângulo relativo entre elas.

Um truque utilizado pela indústria é filmar através de uma lente e usar um espelho para

projectar uma imagem deslocada numa segunda lente. A imagem reflectida é girada e

invertida antes da edição do filme, e por se tratar de um espelho, é preciso fazer ainda as

correções de cores e brilhos necessárias para que não dê a impressão de imagens

distintas.1

2.2 O que é o HD?

A televisão de alta definição, também conhecida como HDTV, é um sistema de

transmissão televisiva com uma resolução de tela significativamente superior à dos formatos

tradicionais (NTSC, SECAM, PAL). Com ela, passou­se a ver filmes em formato widescreen,

1 Wikerson Landim, “Como funciona a tecnologia 3D”. Tecmundo.com.br, 23 de Julho de 2009http://www.tecmundo.com.br/video/2469­como­funciona­a­tecnologia­3d­.htm

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 7/22

iguais às telas de cinema. Apesar de vários padrões de televisão de alta definição terem sido

propostos ou implementados, os padrões HDTV atuais são definidos pelo ITU­R BT.709

como 1080i (interlaced), 1080p (progressive) ou 720p usando uma proporção de tela de

16:9. O termo "alta definição" pode ser referente à própria especificação da resolução, ou

mais genericamente, ao meio capaz de projectar tal definição, como filme fotográfico ou o

próprio aparelho de televisão.

Tabela 1. Tabela de resoluções HD.

Nome Resolução Varredura Relação de aspecto

480i 640 x 480 Entrelaçada 4:3

480p 640 x 480 Não entrelaçada 4:3

720i 1280 x 720 Entrelaçada 16:9

720p 1280 x 720 Não entrelaçada 16:9

1080i 1920 x 1080 Entrelaçada 16:9

1080p 1920 x 1080 Não entrelaçada 16:9

3. Produção de Imagem 3D

A captação e produção de imagem em três dimensões é feita com recurso a técnicas

de estereoscopia, isto é, a captação de duas imagens, separadas pela distância aproximada

entre as pupilas de um ser humano, para que cada uma destas imagens seja atribuída a um

dos olhos do espectador. Perante as duas imagens, o cérebro humano cria a ilusão de

profundidade, gerando a imagem a três dimensões.

No contexto da televisão, estas imagens podem ser obtidas por dois meios, consoante a

sua natureza: CGI e filmagem estereoscópica.

CGI (Computer Generated Imagery) é o processo que permite gerar imagens

tridimensionais com recurso a computação gráfica. No contexto do entretenimento e da

televisão 3D, este é o processo associado à produção de filmes de animação.

Quando se trata de imagens reais, o método mais comum é a acoplação de uma

segunda câmara, colocada horizontalmente em relação à primeira, cuja distância

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 8/22

corresponde à distância média entre os dois olhos num ser humano, permitindo assim a

captação de duas imagens separadas e que estão na base do fenómeno de estereoscopia

que permitirá a visualização de imagens com noção de profundidade. Este é forçosamente o

processo utilizado em eventos ou programas transmitidos ao vivo, como os jogos de futebol,

uma vez que não existe espaço para edição de imagem que permita a conversão de

imagens 2D para 3D.

Ainda assim, no caso de conteúdos preparados previamente à sua transmissão é muito

comum que a sua gravação seja feita recorrendo às técnicas tradicionais do 2D, sendo que

o efeito tridimensional é adicionado apenas na fase de pós­produção e tratamento da

imagem, com vista à redução das dificuldades técnicas e financeiras associadas ao

processo anteriormente descrito.

3.1 Dificuldades associadas à filmagem estereoscópica

Uma das principais razões para que muitos produtores de conteúdos em 3D recorram à

conversão de imagens 2D para conteúdo estereoscópico está relacionado com a

componente financeira. De facto, os custos associados ao material necessário para a

filmagem a três dimensões são muito superiores aos do tradicional equipamento de

filmagem bidimensional.

A própria estrutura dessas câmaras é muitas vezes um entrave na filmagem de certas

cenas com mais movimento, devido às suas proporções e consequente dificuldade de

manuseamento.

Por outro lado, as imagens filmadas em estéreo requerem um tratamento muito

elaborado por forma a eliminar erros decorrentes da utilização de duas câmaras, tais como

reflexos diferentes para cada imagem ou desequilíbrios em termos de cor, contraste e

alinhamento.

Além disso, durante uma filmagem estéreo é preciso ter em conta que a distância a que

o olho humano reconhece profundidade é limitada, pelo que a captação de objectos de

grandes dimensões coloca um entrave técnico bastante acentuado, uma vez que tal requer

o afastamento da câmara para que haja captação do objecto total, correndo­se o risco de

perder o efeito tridimensional.

Deste modo, a conversão de 2D para 3D é apontada por muitos especialistas como

uma solução mais viável, na maioria dos casos, relativamente à filmagem estereoscópica,

uma vez que tem menores custos associados e permite ultrapassar dificuldades técnicas,

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 9/22

mantendo uma qualidade de efeitos tridimensionais semelhante.2

4. Desafios na transmissão dos novos formatos

4.1 Desafios na transmissão em HD

Como aplicação de transmissão a conversão de TV HD vai ser uma realidade constante

num futuro próximo.

Mas mesmo quando a transição para a transmissão em HD estiver completa e os

modelos SD forem tão obsoletos como os receptores a preto e branco são agora, vai existir

sempre a necessidade de converter material arquivado para HD, pelo menos enquanto as

leis ditem que os receptores SD devem continuar a ser servidos.

O problema de hoje em dia para as emissoras é como e onde lidar com a conversão de

HDTV no contexto de uma transição em curso, onde quase todas as instalações precisam

de uma ponte entre as diferentes ilhas existentes de equipamentos analógico, SD, HD e

equipamentos de ficheiros.

Talvez a pergunta mais básica é onde é que no caminho do sinal de transmissão a

conversão HDTV deve ocorrer. Há menos de dois anos atrás, a indústria concentrava

maioritariamente toda a produção em SD e fazia o upconvert imediatamente antes da

transmissão, como uma maneira relativamente barata de funcionar com HD. O problema

deste processo é que o material criado em SD tem uma resolução limitada a nível horizontal

e vertical. Isto pode não ser perceptível numa tela de tamanho tradicional, mas torna­se óbvio

em grandes ecrãs plasma ou projectores. Os consumidores estão a cada vez mais a exigir

imagem com melhor detalhe e qualidade e a conversão antes da transmissão é cada vez

menos uma opção para longo prazo.

Uma abordagem melhor é fazer upconvert aos feeds e sinais de entrada conforme

necessário. Com esta abordagem, as emissoras podem aproveitar qualquer conteúdo criado

em HD que tenham e vão, desse modo, estar a fornecer o máximo possível de conteúdo

criado em HD. A programação de HD pode assim ser convertida para a rede de distribuição

de SD.

Com esta abordagem, é importante investir num downconverter de boa qualidade,

particularmente onde a computação gráfica e a navegação de legendas são usadas. É

2 3DFocus, “Interview with Dr. Barry Sandrew”, 3 de Janeiro de 2011. http://www.3dfocus.co.uk/3d­features/2d­3d­conversion­interview­legend­3d­barry­sandrew/1394

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 10/22

preciso ter cuidado com algumas saídas de SD downconverted que eram originalmente SD

upconverted. Aqui podem surgir problemas se isso passar principalmente por uma etapa

subsequente de downconversion. Uma alternativa a esta abordagem é manter a produção de

SD, ao mesmo tempo da produção HD, permitindo facilmente marcar de maneira diferente

em cada canal.

Preços mais baixos para o equipamento de HD estão a fazer com que estes cenários

sejam mais práticos. Em muitos casos, o custo para o equipamento HD em relação ao seu

equivalente SD é relativamente pequeno. Isto significa também que o custo de obtenção de

conteúdo HD vai ser reduzido. Estão agora disponíveis no mercado câmaras de HDTV com

um preço bem abaixo de 5000 € e instalações para equipar estúdios e equipas para

produção de HD a um custo cada vez menor.

A parte mais importante para conversão para HDTV é a técnica de conversão para

manipular material entrelaçado. Há uma variedade de soluções que vai desde o linear até à

adaptação e compensação de movimento.

4.2 Desafios na transmissão em 3D

As emissoras que quiserem transmitir em 3D podem usar um número de diferentes

formatos de compatíveis com frames HD: esta técnica baseia­se na junção espacial do par

stéreo num único frame, diminuindo assim a resolução (horizontalmente, verticalmente ou

diagonalmente, dependendo da amostragem seleccionada) comparado à fonte original. Isto

permite a reutilização das infra­estruturas existentes de contribuição e distribuição, deixando

para os descodificadores ou para a TV o trabalho de formatar correctamente o conteúdo

para apresentação.

Isto significa que, a menos que um formato único e obrigatório seja especificado para

transmitir o conteúdo 3D, será necessário algum tipo de sinalização para que o

descodificador/televisor entenda como é que o conteúdo foi compactado e, de seguida, o

converta correctamente. No caso dos canais misturarem os conteúdos 2D e 3D, a

sinalização deve ser precisa o suficiente (frame síncrono) para permitir a troca automática

entre os diferentes modos de visualização e permitir o acesso aleatório ao conteúdo.

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 11/22

5. Necessidade de Equipamento Terminal

A visualização de conteúdos televisivos, quer sejam em formato HD ou 3D, requerem da

parte dos utilizadores a posse de determinados aparelhos capazes de receber e interpretar

sinais previamente produzidos e transmitidos pelas entidades responsáveis. De tal modo,

neste processo, quem usufrui dos serviços não está totalmente isento de responsabilidade,

sendo que no final, tudo depende dos dispositivos que possui. A estes materiais envolvidos

no segmento do utilizador é dado o nome de equipamento terminal.

No entanto, o equipamento necessário não é igual em todos os casos, estando,

portanto, dependente do tipo de serviço que se pretende. Assim, os dispositivos necessários

para a televisão em HD são diferentes daqueles imprescindíveis para o 3D.

5.1 Televisão em HD

No caso do serviço de alta definição é necessário uma fonte emissora em HD, ou seja,

que a estação televisiva pretendida transmita conteúdo nesse formato; um receptor do sinal;

e um televisor compatível com HD.

Quanto a este último ponto, existem duas hipóteses. O televisor pode ser do tipo:

HDTV integrado, que já possui um sintonizador ATSC; HDTV­Ready, que não possui um sintonizador HD, pelo que precisa de um receptor

com sintonizador para funcionar, embora, apesar de tudo, se encontre apto a

funcionar no formato HD nas devidas circunstâncias.

Figura 1. Exemplo de sintonizador necessário para televisores HDTV­Ready.3

3 Test for Real. “AccessHD DTA­1080D Digital Converter Box” in Test for Real, acedido a 16 de outubro de 2013. http://www.testforreal.com/electronic/accesshd­dta­1080d­digital­converter­box/

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 12/22

Para facilitar a identificação, os televisores possuem selos de certificação. Na europa, o

certificado HD é obtido no caso do cumprimento dos requisitos do programa implementado

pela EICTA (European Information, Communications and Consumer Electronics Technology

Industry Associations), agora chamada DIGITALEUROPE, no ano de 2005. Atualmente

existem quatro tipos de selos, dois referentes ao primeiro caso mencionado e dois

referentes ao segundo: "HD ready", "HD TV", "HD ready 1080p", "HD TV 1080p", sendo os

logótipos os seguintes:

Figura 2. Logotipos dos diferentes selos de certificação.

Outro aspecto a ter em conta é a compatibilidade dos dispositivos que já se possuem,

como leitores de DVD´s e consolas, com o televisor, visto que a ligação em muitos deles se

dá através de portas de entrada HDMI (High­Definition Multimedia Interface).

Em relação ao recetor existem diferentes possibilidades. Pode receber­se o sinal

recorrendo a:

Antena;

Cabo;

Satélite.

Porém, é importante realçar que nos dois últimos casos é necessário avaliar se as

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 13/22

estações incluídas no serviço são transmitidas em HD.45

5.2 Televisão em 3D

Para o caso do 3D é necessário por parte do utilizador, e à semelhança da alta

definição, receptores e televisores preparados para receber o sinal em 3D, para o interpretar,

e ainda, apresentar ao espectador, mas não só.

Existem outros dispositivos que servem de intermediários e são parte integrante do

processo que permite ao utilizador percepcionar o efeito tridimensional. Assim, para além da

necessidade dos fornecedores de conteúdo optimizarem o seu sinal para 3D (embora

alguns televisores já realizem a conversão de 2D para 3D instantaneamente, mas com

menor qualidade), e de possuir televisores prontos para 3D (3D­Ready), são necessários

ainda lentes especializadas para o efeito.

O tipo de lentes necessárias está relacionado com o televisor. Atualmente existem duas

variantes de tecnologias para este formato que se destacam: a tecnologia de lentes passivas

e ativas, que requerem ambas o uso de óculos por parte do espectador. Para além destas,

está em fase de desenvolvimento um sistema de lentes que não envolve o uso de óculos.

5.2.1 Lentes Passivas: Anáglifas

Este é um dos modelos mais antigos e conhecidos, principalmente pelos óculos

característicos com lentes azuis e vermelhas. Ao ver uma imagem com esses óculos a

lente vermelha oculta os tons dessa cor. Já a lente azul, oculta os tons de azul. O resultado

disso é que apenas um dos olhos percebe cada uma das cores, ainda que elas se refiram

ao mesmo objeto. Na tentativa de juntar as duas imagens, o cérebro sobrepõe uma à outra,

dando a sensação de profundidade de campo – o efeito 3D. Porém, esta tecnologia não

proporciona fidelidade de cores, pelo que tem sido descartada aos poucos pela indústria.

4 Robert Silva, “What do I Need to Get to Be Able to Watch HDTV?” in hometheater.about.com. http://hometheater.about.com/cs/beforeyoubuy/a/aahdtvfaqs4a.htm

5 Tracy Wilson, “How HDTV Works” in How Stuff Works.http://electronics.howstuffworks.com/hdtv4.htm

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 14/22

Figura 3. Lentes Passivas Anáglifas Figura 4. Imagem estereoscópica6

5.2.2 Lentes Passivas: Polarizadas

O 3D polarizado é do mais utilizados atualmente pela indústria. Ele está presente nos

óculos das salas de cinema e também nos pares que acompanham os primeiros modelos

de TV e computadores lançados com suporte para esse formato.

O princípio de formação de imagem é semelhante. A diferença é que não há a

necessidade de lentes coloridas para bloquear determinados matizes, logo a fidelidade de

cores é muito maior.

As duas imagens projetadas são emitidas em ângulos distintos. Ao serem vistas com

os óculos elas são desviadas e bloqueadas, de acordo com o ângulo que são recebidas. Ou

seja, o olho esquerdo perceberá apenas imagens de uma angulação enquanto o direito só

perceberá imagens de uma angulação distinta. Essa angulação pode ocorrer de duas

formas: linear e circular.

Como o próprio nome indica, na polarização linear as imagens são “lidas” em linha.

Já na polarização circular a angulação de imagens pode ser "lida” ou bloqueada em

qualquer uma das direções. As salas de cinema, na sua maioria utilizam a polarização

circular. Já as TV´s e PC´s utilizam a polarização linear justamente pela característica dos

aparelhos, já que a formação de imagem também é linear.

Um dos aspectos negativos deste tipo de lentes é que é muito difícil usar a técnica da

polarização para sistemas de home theater.

6 Jonathan Strickland. "HowStuffWorks ­ Como funciona a TV 3D". Publicado em 21 de julho de 2009

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 15/22

Figura 5. Lentes Passivas Polarizadas7

5.2.3 Lentes Ativas

O 3D ativo funciona com um chip nos óculos, o que significa que requerem circuitos e

bateria. Os óculos usam a tecnologia de LCD para se tornar uma parte ativa da experiência

de observação. Para funcionarem, é necessário um conector sincronizador de sinal

estereoscópico. Trata­se de um conector padrão, com três pinos que se ligam a uma porta

especial do televisor 3D Ready. A outra ponta do cabo liga­se a um sensor de raios

infravermelhos que envia o sinal para os óculos 3D ativo. É isso que sincroniza as lentes

LCDs com a ação na tela.

O conector opera usando lógica transistor­transistor (TTL), um pino no conector carrega

eletricidade de baixa tensão, um segundo pino age como fio terra, e o terceiro pino carrega o

sinal do sincronizador estereoscópico.

À medida que o conteúdo 3D aparece na tela, as lentes LCD nos óculos alternam entre

transparentes e opacas. O olho esquerdo apaga todas as luzes quando a imagem do olho

direito aparece na televisão e vice­versa. Isso acontece tão rápido que o cérebro não é

capaz de detectar as lentes em intermitência.

Por outro lado, como cada imagem é exibida individualmente e não há sobreposição, a

fidelidade de cores e a qualidade é das melhores entre as tecnologias 3D.

Não obstante, ao contrário dos óculos polarizados, os modelos ativos são mais caros e,

nem sempre, compatíveis entre marcas diferentes. Por exemplo, é possível encontrar óculos

7

http://img1.mlstatic.com/4x­oculos­3d­passivo­polarizado­reald­tv­lg­philips_MLB­O­4158605444_042013.jpg

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 16/22

ativos da Sony incompatíveis com modelos ativos da Samsung.8

Figura 6. Exemplo de lentes ativas

5.2.4 3D Sem Óculos: Autoestereoscopia

Embora existam diferentes técnicas para percepcionar o efeito 3D, como aquelas já

mencionadas, a maioria pressupõe a necessidade de óculos. Esta dependência tem sido

um tema algo controverso, já que este é um elemento que causa desconforto a muitas

pessoas, e a outras, só simplesmente a ideia de 3D concebida como compromisso com

óculos já causa rejeição.

Deste modo, os engenheiros trabalharam num novo conceito de 3D com base no

fenómeno de autoestereoscopia. Enquanto a simples estereoscopia consiste numa técnica

que, em conjunto com óculos apropriados, é usada para se obter informação do espaço

tridimensional, a autoestereoscopia é um processo em que o mesmo efeito é criado sem

necessidade de óculos.

Neste caso, as lentes fazem parte do equipamento, nomeadamente, do televisor, e o

espectador apenas tem de realizar o habitual exercício de visualização que realiza em

televisores convencionais. Também para este método existem diferentes tecnologias.

8 Wilkerson Landim, “Como funcionam os diferentes tipos de 3D?” inhttp://www.tecmundo.com.br/3d/8154­como­funcionam­os­diferentes­tipos­de­3d­.htm#ixzz2heE70PMZ

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 17/22

5.2.5 Barreira Paralaxe

Esta é uma tecnologia que consiste em pequenas camadas de cristal líquido integradas

no televisor, que criam uma espécie de “barreira” que seleciona os pixéis que serão

captados por cada olho.

Figura 7. Esquema de funcionamentoda barreira paralaxe.

O grande problema desse tipo de TV é que o usuário tem que permanecer imóvel para

perceber o efeito 3D, e o brilho pode ser prejudicado pelo “filtro” que as camadas de cristal

líquido geram indiretamente. Para minimizar esses efeitos, fabricantes como a Toshiba

criaram protótipos com telas pequenas, minimizando a necessidade do usuário precisar

mover o rosto para os lados.

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 18/22

Figura 8. Nintendo 3DS que utiliza a tecnologia de barreira paralaxe

5.2.3 Televisões Lenticulares

Lentículas são minúsculas lentes incorporadas no ecrã. Nele são exibidos dois

conjuntos da mesma imagem. As lentes direcionam a luz das imagens para os olhos, sendo

que cada olho vê apenas uma imagem. Por sua vez, o cérebro coloca as imagens juntas e

interpreta­as como uma imagem tridimensional, num processo muito semelhante a outras

tecnologias 3D.

6. Formatos de Futuro: Ultra High Definition Television (UHDTV- 4k)

Actualmente, começam também a surgir novos formatos de alta definição, com

resoluções cada vez maiores, como o Ultra High Definition Television (UHDTV), também

conhecido por 4k, isto porque a sua resolução horizontal é da ordem dos 4000 pixels, mais

concretamente 3840 pixels horizontais por 2160 na vertical, um valor cerca de 4 vezes

superior ao Full HD actual, com 1920 pixels horizontais por 1080 verticais.

Este formato foi sugerido inicialmente pelos laboratórios da rede pública de televisão

japonesa (NHK Science & Technical Research Laboratories), juntamente com o 8k, formato

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 19/22

que prevê 7680 pixels por 4320, estando este último ainda distante do mercado televisivo.

Durante algum tempo, este formato era apenas utilizado em contexto de cinema, no

entanto, nos últimos meses, têm surgido os primeiros aparelhos televisivos que suportam

estas resoluções, podendo esta vir a tornar­se uma realidade comum na transmissão

televisiva nos próximos anos.

De facto, o UHDTV vem sendo apontado como o grande desenvolvimento a nível

televisivo nos últimos anos, havendo até quem defenda que, assim que ocorra a

massificação de conteúdos para este formato, o 4k irá superiorizar­se ao 3D, deixando

definitivamente para trás esta tecnologia que já vem sofrendo uma perda de interesse

generalizada no grande público.910

Figura 9. Comparação entre os vários formatos

e resoluções de transmissão em vídeo.11

9 http://www.ultrahdtv.net/what­is­ultra­hdtv/10 Erik Kain, “CES 2013: 3D TV Is Dead, Long Live 4K” in Forbes, 1 de outubro de 2013.

http://www.forbes.com/sites/erikkain/2013/01/10/ces­2013­3d­tv­is­dead­long­live­4k/11 http://www.ultrahdtv.net/what­is­ultra­hdtv/

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 20/22

7. Conclusão

Na actualidade, tal como foi possível depreender da análise do relatório, a televisão

atingiu um patamar de complexidade em que o consumidor deixou de se resignar perante as

possibilidades e passou a ter “livre­arbítrio” quanto à forma como deseja aceder a este meio

de comunicação.

Este poder de escolha, como por exemplo, na hora da compra do televisor, advém

sobretudo do salto tecnológico que se tem vindo a verificar nos últimos anos, e que estendeu

as opções de escolha aos formatos 3D, HD e SHD (4k), como já foi abordado.

Não obstante, assim como a ciência resulta de um processo evolutivo que nunca está

finalizado, também a televisão, sendo que esta depende daquela, nunca será perfeita.

Haverá sempre defeitos e contrapartidas, mas, por outro lado, margem para melhorias.

Por exemplo, para o caso do HD, ou do SuperHD, por maior que seja a resolução do

display, há sempre uma distância mínima entre o utilizador e o televisor em que se pode

reconhecer que cada imagem, na verdade, não é mais que um conjunto de pixéis. Por sua

vez, para o 3D existe uma panóplia de soluções, desde 3D passivo (com lentes anáglifas e

polarizadas) a 3D ativo, ou até mesmo 3D baseado em autoestereoscopia (com telas

lenticulares ou barreira parallax). Porém, nenhuma delas é definitiva, havendo diminuição da

qualidade da imagem nuns casos, ou efeitos secundários no espectador como enjoos ou

dores de cabeça noutros.

Outro dos obstáculos é a quantidade monetária que é necessário despender para a

aquisição dos equipamentos terminais. De facto, o denominador comum a todas as novas

tecnologias é o preço elevado inicial. No entanto, o que se verifica com o passar do tempo, é

que há tendência a estabilizar em torno de um montante mais acessível. Para além disso,

existem sempre alternativas como compras de equipamentos em segunda mão ou aluguer.

Apesar das contrapartidas, a perspectiva do futuro é positiva, dado que os negócios que

envolvem as televisões geram grandes receitas para as empresas envolvidas, pelo que há

interesse em investir neste sector, promovendo assim as melhorias exigidas pelos

espectadores mais exigentes e inconformados.

Em suma, sendo a televisão um meio de comunicação importante e dos objectos de

lazer mais utilizados, verifica­se que evoluiu e continuará a evoluir num sentido em que o

leque de opções se tornará cada vez mais vasto e complexo. Perante as opções atuais

disponíveis, o 3D e o HD representam formatos com vários prós e contras, mas no final,

tudo se resume às escolhas de cada um de acordo com as suas preferências.

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 21/22

Referências bibliográficas

Wikerson Landim, “Como funciona a tecnologia 3D”. Tecmundo.com.br, 23 de Julho de 2009, acedido a 10 de Outubro de 2013. http://www.tecmundo.com.br/video/2469­como­funciona­a­tecnologia­3d­.htm 3DFocus, “Interview with Dr. Barry Sandrew”, 3 de Janeiro de 2011, acedido a 11 de Outubro de

2013 http://www.3dfocus.co.uk/3d­features/2d­3d­conversion­interview­legend­3d­barry­sandrew/1394 Test for Real. “AccessHD DTA­1080D Digital Converter Box” in Test for Real, acedido a 16 de

outubro de 2013. http://www.testforreal.com/electronic/accesshd­dta­1080d­digital­converter­box/ Robert Silva, “What do I Need to Get to Be Able to Watch HDTV?” in hometheater.about.com.

Acedido a 13 de Outubro de 2013. http://hometheater.about.com/cs/beforeyoubuy/a/aahdtvfaqs4a.htm Tracy Wilson, “How HDTV Works” in How Stuff Works. Acedido a 14 de Outubro de 2013.

http://electronics.howstuffworks.com/hdtv4.htm Jonathan Strickland. "HowStuffWorks ­ Como funciona a TV 3D". Publicado em 21 de julho

de 2009. Acedido a 13 de Outubro de 2013. http://www.howstuffworks.com/3d­tv.htm http://img1.mlstatic.com/4x­oculos­3d­passivo­polarizado­reald­tv­lg­philips_MLB­O­4158605444

_042013.jpg Wilkerson Landim, “Como funcionam os diferentes tipos de 3D?” in

http://www.tecmundo.com.br/3d/8154­como­funcionam­os­diferentes­tipos­de­3d­.htm#ixzz2heE70PMZ.Acedido a 15 de Outubro de 2013. Ultra HDTV Magazine, “Ultra HDTV: What is Ultra High Definition?” in

http://www.ultrahdtv.net/what­is­ultra­hdtv/. Acedido a 13 de Outubro de 2013. Erik Kain, “CES 2013: 3D TV Is Dead, Long Live 4K” in Forbes, 1 de outubro de 2013, in

http://www.forbes.com/sites/erikkain/2013/01/10/ces­2013­3d­tv­is­dead­long­live­4k/. Acedido a 13 de

Outubro de 2013.

Tendência nos Media - Etapas da transição para HDTV e 3DTV 22/22