28
Docente- Luis Abel (Geólogo, MS.c, PhD) Bibliografia referencial: Das, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica TENSÕES DEVIDAS AO PESO PRÓPRIO & CARGAS EXTERNAS

TENSÕES DEVIDAS AO PESO PRÓPRIO CARGAS EXTERNAS · As tensões na massa de solo são causadas por: 1.próprio peso do solo e 2.cargas externas. Luis Abel . 1.1.TENSÕES DEVIDAS

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • Docente- Luis Abel (Geólogo, MS.c, PhD) Bibliografia referencial:

    Das, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica

    TENSÕES DEVIDAS AO PESO PRÓPRIO

    &

    CARGAS EXTERNAS

  • 1.TENSÕES NO SOLO

    Em grande parte dos problemas de engenharia de solos, é necessário o conhecimento do

    estado de tensões em ponto do subsolo, ANTES e DEPOIS da construção de uma

    estrutura qualquer.

    As tensões na massa de solo são causadas por:

    1.próprio peso do solo e

    2.cargas externas.

    Luis Abel

  • 1.1.TENSÕES DEVIDAS AO PESO PRÓPRIO

    A tensão vertical que um prisma hipotético (Figura ) de solo exerce a uma profundidade

    H, vale:

    Fórmula para o cálculo das tensões devido ao peso próprio. sendo: nat o peso específico

    natural do terreno,

    (1)natv nat

    AHH

    A

    Luis Abel

  • A tensão normal vertical inicial (v) no ponto B é obtido multiplicando o peso

    específico do solo () pela profundidade (z):

    v=z

    Luis Abel

  • MACIÇO ESTRATIFICADO

    Se o solo acima do ponto B for estratificado, isto é, composto por n camadas de solo, o

    valor de v é dado pelo somatório de i.zi, (i = 1, n):

    Luis Abel

  • ÁGUA NO SOLO

    Quando o maciço for saturado com água em condições hidrostáticas, a profundidade na

    qual a pressão na água é atmosférica é chamado nível d‟água natural (N.A.) ou lençol

    freático.

    Portanto, abaixo do nível d‟água, a pressão neutra (u0) é positiva. Sendo definida pela

    expressão:

    uo=w.zw Onde

    uo= pressão neutra ou poro-pressão

    w=peso específico da água

    .zw=profundidade em relação ao nível da água

    Luis Abel

  • A água exerce pressão de igual valor, na mesma direção e sentido contrário, portanto, a

    resultante é nula.

    A pressão na água se transmite de um ponto para outro do solo, através do contacto entre o

    líquido contido nos vazios do solo.

    A tensão vertical total “A”

    • σv0 = γ . z1 + γ sat . z2

    a poro-pressão no ponto „A‟

    • u0 = γw . zw

    Luis Abel

  • Luis Abel

    PRESSÕES VERTICAIS TOTAIS

    Tensões no solo considerando um perfil com nivel de água:

    • v=1.z1+sat.z2

    • uv=z2.w

  • O PRINCÍPIO DAS TENSÕES EFETIVAS:

    TERZAGHI (1936) apresentou o mais importante conceito da Mecânica dos Solos, que é

    da tensão efectiva ().

    Se os vazios do solo estão cheios com água sob pressão, as tensões principais totais

    consistem de duas partes:

    uma parte, atua na água em todas as direções com igual intensidade, que é chamada de

    pressão neutra (uw) e;

    outra parte nos contactos entre os sólidos correspondente a tensão efectiva ().

    Luis Abel

  • Luis Abel

    Esse princípio diz que o comportamento dos solos saturados, quanto à compressibilidade e

    à resistência ao cisalhamento dependem fundamentalmente da pressão média intergranular,

    ou seja, da pressão efetiva (´).

    Esse conceito é representado matematicamente por:

    =v-uw

    *Todos os efeitos mensuráveis das variações das tensões, tais como a compressão, a

    distorção e a variação da resistência ao cisalhamento, são exclusivamente devidos às

    variações nas tensões efetivas* “´ = v- uw,,

  • SOLOS SUBMERSOS

    Em solos saturados, o peso específico submerso (γsub ou γ´) permite o calculo da tensão

    vertical efetiva (σv0):

    vo=(sat-w).z

    vo=sub.z

    Luis Abel

  • PRESSÕES EFETIVAS EM CONDIÇÕES HIDRODINÂMICAS

    As tensões efetivas verticais em condições hidrodinâmicas são calculadas pela equação:

    σ„ = σ – u.

    Nesta equação o valor da poro-pressão (u) é estimado ou medido (in situ) através de

    piezômetros. Um desses instrumentos, conhecido como o piezômetro de Casagrande ou

    tubo aberto.

    Luis Abel

  • Piezômetro de

    Casagrande

    Luis Abel

  • FORÇA DE PERCOLAÇÃO (CONDIÇÕES HIDRODINAMICAS)

    A diferença entre as cargas totais na face de entrada e de saída é h, e a ela corresponde a

    pressão neutra u= hw.

    Esta carga (h) se dissipa em atrito viscoso na percolação através do solo. Como é uma

    energia que se dissipa por atrito, ela provoca um esforço ou arraste na direção do

    movimento do fluxo.

    Luis Abel

  • Esta força atua nas partículas, tendendo a carrega-las. Só não o faz porque o peso das

    partículas a ela se contrapõe, ou porque a areia é contida por outras forças externas.

    A força dissipada é:

    Onde: A é a área do corpo de prova.

    F = hwA

    Luis Abel

  • Sendo o fluxo uniforme, força de percolação se dissipa naturalmente em todo o volume

    de solo, V=A.L, assim a força por unidade de volume é:

    Sendo j denominado força de percolação. tem unidade equivalente

    ao peso especifico.

    É uma força efetiva (transfere-se partícula–partícula) e tem o mesmo sentido do fluxo.

    Pode causar problemas de instabilidade de cortes, aterros, barragens, etc.

    A força de percolação soma-se a gravitacional quando estão no mesmo sentido (fluxo

    d'água para baixo) e caso contrário subtraem-se.

    ww w

    h A hJ i

    AL L

    Luis Abel

  • TENSÕES NO SOLO SUBMETIDO À PERCOLAÇÃO

    a) Sem Fluxo

    Luis Abel

  • Luis Abel

    Piezômetro de

    Casagrande

  • TENSÕES HORIZONTAIS

    Em geotécnia considerá se uma situação bidimensional, para isso, é necessário

    determinar as tensões que atuam em dois planos ortogonais.

    Devido ao peso próprio ocorrem também tensões horizontais, que são uma parcela da

    tensão vertical actuante:

    onde “k” é denominado de coeficiente de tensão lateral, que é função do tipo de solo e da

    história de tensões, etc.

    Luis Abel

  • Quando não há deformação lateral do depósito (por exemplo, extensos depósitos

    sedimentares), neste caso define-se o coeficiente de tensão lateral no repouso (ko), que é a

    relação entre tensões efetivas iniciais:

    O valor de “K0” pode ser obtido através de ensaios de laboratório em que simulam

    condições iniciais, sem deformações laterais.

    Luis Abel

  • In situ, pode-se determinar o valor de “K0” introduzindo no terreno uma célula-espada ou

    seja, um medidor de pressão semelhante a uma almofada, porém de pequena espessura, que

    é cravado verticalmente no terreno, como uma espada, e após a estabilização permite

    deduzir a tensão lateral total (σh0).

    Conhecendo o valor da pressão (σh0) e da tensão efetiva vertical (σ„v0) obtém-se o valor de

    “K0” pela equação anterior

    Célula espada para a determinação da tensão horizontal total

    Luis Abel

  • Existe alguma relaçao empírica para a determinação de “Ko” Solos granulares Jaky 1944

    Onde:

    = ângulo de atrito interno do solo

    Luis Abel

  • CAPILARIDADE

    É um processo de movimentação d‟água contrária à ação gravitacional (ascensão

    capilar). A água se eleva entre os interstícios de pequenas dimensões deixados pelas

    partículas sólidas (vazios ou poros), acima do nível d‟água.

    O nível freático é a superfície em que atua a pressão atmosférica e é tomada como

    origem do referencial para as poropressões, e no nível freático a poro-pressão é igual a

    zero.

    Luis Abel

  • A água em contato com o solo também tenderá a formar meniscos. Nos pontos de

    contacto dos meniscos com os grãos evidentemente agirão pressões de contacto,

    tendendo a comprimir os grãos. Estas pressões de contacto (pressões neutras negativas)

    somam-se as tensões totais, fazendo com que a tensão efetiva realmente atuante seja

    maior que a total.

    Luis Abel

  • Esse acréscimo de tensão proporciona um acréscimo de resistência conhecido como

    coesão aparente, responsável, por exemplo, pela estabilidade de taludes em areia úmida.

    Uma vez eliminada a ação das forças capilares (saturação do solo) desaparece este ganho

    de resistência (coesão aparente tende a zero).

    Luis Abel

  • CAPILARIDADE

    Para entender o fenômeno da capilaridade suponha um tubo capilar (Figura) colocado

    em contacto com a superfície da água livre. A água subirá pelo tubo até atingir uma

    posição de equilíbrio.

    Luis Abel

  • A pressão da água capilar é menor que a atmosférica, por isso, representada negativamente:

    A ascensão capilar é maior nos solos mais finos, portanto, a altura capilar é maior nas

    argilas que nas areias.

    Luis Abel

  • Luis Abel