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Teologia Panorama do Antigo
Testamento
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Objetivo
O curso livre de Teologia do Instituto Pedra Viva visa a formação integral do estudante,
especializando alunos para exercerem ministérios em suas igrejas locais, incentivando
o aperfeiçoamento do aluno na área acadêmica, estimulando o diálogo entre a igreja e a sociedade.
Metodologia
O Instituto Pedra viva trabalha com a metodologia do Ensino à distância, EAD, que é uma
alternativa de estudo para os irmãos, vocacionados ou que queiram aprimorar seu conhecimento
Bíblico para um ministério eclesiástico especifico (pastoral, missionário, educador cristão, entre
outros), que não têm possibilidade de assistir aulas no modelo convencional (presencial), seja por
falta de tempo, seja pela distância das instituições de ensino ou por qualquer outro motivo.
A Educação a Distância do Instituto Pedra Viva oferece ao aluno a possibilidade de ser o principal
responsável pelo seu desenvolvimento. Essa automotivação, garantida pela flexibilidade nos horários
das aulas e a possibilidade em tirar dúvidas através de e-mails e comunicação on-line faz do
aprendizado uma experiência única. O curso de Teologia EAD do Instituto Pedra Viva vem para
facilitar o estudo do aluno mantendo sempre a qualidade de ensino.
Processo de Ensino
O curso de Teologia oferecido pelo Instituto Pedra Viva é mediado por tecnologias em que
alunos e professores não precisam frequentar o mesmo ambiente para que sejam feitas as aulas. Mais
que uma ferramenta de ensino/aprendizado, a metodologia EAD desenvolve o senso de autonomia do
aluno, proporcionando uma experiência de automotivação e conforto fundamentais para os dias de
hoje, o que exige disciplina e dedicação do Aluno (a) no processo de aprendizagem.
O processo de ensino se dá por meio de vídeo aulas que poderão ser assistidas pelo aluno em qualquer
lugar e a qualquer hora. O material didático e matérias extras serão disponibilizados on-line, através
do Portal do Aluno. Neste espaço os estudantes terão acesso a todas as aulas de seu módulo, materiais
e avaliações, além disso o aluno terá a oportunidade de participar de fóruns virtuais interagindo com
os outros alunos e com os professores/tutores. Para tirar dúvidas os alunos podem enviar suas
perguntas por e-mail ou conversar através de uma caixa de diálogo.
Os materiais de estudo disponibilizados incluem:
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Material de Leitura: Neste material, o aluno encontra os fundamentos teóricos que lhe
darão suporte para a compreensão dos conceitos inerentes à disciplina em estudo.
Aulas Conceituais: São aulas produzidas e gravadas pelos professores autores do
material de leitura.
Processo de Avaliação
As avaliações serão de critério de cada professor. A matéria terá pelo menos duas avaliações
com datas estipuladas previamente tendo um prazo entre três a cinco dias para serem entregues os
trabalhos e/ou serem respondidas as questões da avaliação. As avaliações serão postadas ás 00:00 da
data inicial e serão retiradas do ar ás 23:59 do dia final, em caso de atraso da postagem, esse horário
poderá ser prorrogado. Se por algum motivo a avaliação do aluno for entregue duas vezes, apenas o
primeiro envio será considerado. As participações dos debates semanais (Fórum) será a base para a
terceira nota parcial. A média final para a aprovação do aluno na matéria é igual a 7.
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Panorama do Antigo Testamento
INTRODUÇÃO
Panorama não é Análise, mas apenas uma vista geral de cada livro da Bíblia, observando o
autor, a data, o conteúdo geral, o objetivo e outros aspectos que ajudam na compreensão da Palavra de
Deus. Os livros do VT foram escritos na língua hebraica antiga e foi traduzido por 70 judeus em
Alexandria, no Egito, que falavam grego. Isso foi por volta do ano 285 a 132 a.C. e a versão foi chamada
de SEPTUAGINTA (setenta no latim). O símbolo é LXX.
Segundo Bagster, aqui está o número de citações do VT que se acham no NT:
LIVRO QUANTIDADES LIVRO QUANTIDADES
Mateus 91 Filipenses 4
Marcos 41 Colossenses 3
Lucas 60 1 e 2 Tessalonissenses 5
João 44 1 e 2 Timóteo 10
Atos 66 Hebreus 110
Romanos 87 Tiago 20
1 e 2 Coríntios 66 1 e 2 Pedro 37
Gálatas 17 Judas 9
Efésios 10 Apocalipse 230
T O T A L 915
O Velho Testamento e o Novo Testamento têm a mesma estrutura:
ASPECTO VELHO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO
História Gênesis a Ester Mateus a Atos
Experiência Jó a Cantares Romanos a Judas
Profecia Isaías a Malaquias Apocalipse
Pentateuco é uma palavra grega que significa "cinco volumes". Os rabinos chamavam esses
cinco volumes de "Torah", que significa "Lei". Depois os judeus acabaram por tratar todo o Velho
Testamento de "Lei". Moisés foi o escritor do Pentateuco, se tivermos como certas as referências que
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mostram Deus ordenando-lhe que escrevesse algo, como se referindo aos cinco livros: Êx 17.14, 24.4,
34.27, Nm 33.2, Dt 31.9,24, 31.22 com cap.32 (ver 31.30)
GÊNESIS
A. NOME DO LIVRO
A palavra grega "gênesis" significa "começo, início" ou "geração". Em Mateus 1.1 a palavra
"gênesis" é traduzida como "geração ou genealogia". O título original hebraico é "bereshith" = "no
princípio" (1.1). O livro relata o início do Universo, da História da Humanidade, do Pecado, da Salvação,
do Sacrifício, da Família, da Guerra, da Civilização, do Casamento, etc. No NT encontramos mais de
100 citações de Gênesis, só o livro de Apocalipse cita Gênesis mais de 40 vezes.
B. AUTOR
A grande maioria dos teólogos concordam que Moisés é o autor do Pentateuco (penta=cinco;
teuchos=livros), sendo que Gênesis é o primeiro livro. Moisés não era nem nascido no período dos
acontecimentos de Gênesis, mas o Espírito Santo o dirigiu a escrever (2 Pe 1.20-21) e Jesus afirmou (Jo
5.45-47, Lc 24.44), e isto é prova suficiente. O livro foi escrito através de revelação direta de Deus ou
através de fontes informativas orais e escritas, neste caso Deus teria preservado os documentos e
tradições sem perigo de alteração.
C. DATA
1450-1410 a.C. quando foi escrito e não propriamente os acontecimentos, pois a criação, por
exemplo, deu-se 4.000 anos a.C. O livro cobre um período de 2.000 anos.
D. PROPÓSITO
O propósito é mostrar o início da humanidade, bem como sua queda na pessoa de Adão e
evidências incontestáveis da pecaminosidade de todas as civilizações, mas que Deus providenciou a
Salvação da Humanidade, usando Israel como instrumento. Também é mostrar que, embora, Deus criou
os céus e a terra, Ele escolheu lidar com a terra, especialmente, o plano de Deus, específico interessa à
Humanidade. Sem o livro de Gênesis estamos entregues às teorias dos incrédulos sobre a origem de
todas as coisas.
OS VÁRIOS NOMES DE DEUS EM GÊNESIS
Nome de Deus em Português Nome de Deus em Hebraico Referência
Deus Elohim (forma plural) 1.1,26,3.22,11.7
O Senhor Deus Yahweh Eloim 2.5
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O Senhor Adonai 4.1
O Deus Altíssimo El Elyon 14.18
O Senhor Jeová Jeová 15.2
O Deus Todo-Poderoso El Shadai 17.1
O Deus Eterno El Olam 21.33
F. COMPARAÇÃO ENTRE GÊNESIS E APOCALIPSE. O INÍCIO DE GÊNESIS TEM O SEU
CUMPRIMENTO EM APOCALIPSE.
GÊNESIS APOCALIPSE
1.Criação dos céus e da terra (1.1) 1.Novos céus e nova terra (21.1)
2.O primeiro ataque de Satanás contra o homem
(3.1ss)
2.O ataque final de Satanás (20.7-10)
3.O sol para governar o dia (1.16) 3.Não há necessidade do sol (21.23)
4.Escuridão e noite (1.5) 4.Não haverá noite (22.5)
5.O mar é criado (1.10) 5.O mar deixa de existir (21.1)
6.Um rio no jardim (2.10-14) 6.O rio da vida (22.1-2)
7.A maldição sobre o homem e a natureza
(3.14-17)
7.Não haverá mais maldição (22.3)
8.A expulsão do homem do paraíso (3.24) 8.O homem restaurado ao paraíso (22.1ss)
9.Árvore da vida vetada ao homem (3.24) 9.Árvore da vida acessível ao homem (22.14)
10.Rebelião de Ninrode, início da Babilônia
(10.8-10)
10.Anticristo e Babilônia julgados (17-19)
11.Casamento de Adão (2.18-23) 11.Casamento do Cordeiro (19.6-9)
12.A sentença contra a serpente (3.15) 12.A execução da sentença contra a serpente
(20.10)
UMA DUPLA CRIAÇÃO?
Alguns críticos da Bíblia dizem que não há acordo na narrativa da Criação, pois enquanto Gn.
1.1-2.4 a relata a Criação do mundo em seis dias, com a sequência dos seres criados e o homem e mulher,
criados no mesmo tempo. Em Gn 2.4b-25 a ordem é totalmente diferente: o homem é criado primeiro, e
não há referência de que o mundo foi criado na sequência narrada no cap.1. Na 2ª narrativa a mulher é
criada deferentemente do homem e depois dele. Baseado nisso, podemos dizer que existem duas
narrativas da Criação que não concordam entre si? Este problema é facilmente resolvido se atentarmos
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para Gn 2.4 "Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram CRIADOS; no dia em que o Senhor
Deus fez a terra e os céus. ”. Portanto, não são duas narrativas que não se harmonizam, mas antes, é uma
explicação mais detalhada de como ocorreu a criação, principalmente do homem e da mulher.
CRISTO EM GÊNESIS
Maneira como é apresentado Referência em
Gênesis
Referência em o
N.T.
O Criador do Mundo 1.3 Jo 1.1-5, 2 Co 4.3-7
O último Adão 1.7 Rm 5, 1 Co 15.45
A semente da mulher 3.15 Gl 3.19, 4.4
Abel 4.2 Hb 11.4, 12.24
Noé e o Dilúvio 6-10 1 Pe 3.18-22
Melquizedeque 14.18 Hb 7-10
Isaque, o filho da promessa 17.19 Gl 4.21-31, Hb 11.19
O cordeiro 22.13 Jo 1.29
A escada de Jacó 28.12ss Jo 1.51
José (rejeitado pelos irmãos, amado pelo Pai, sofreu
injustamente, recebido na segunda vez pelos irmãos,
exaltado para reinar).
Gn 37-50 Várias
ALGUNS ESCLARECIMENTOS
1) Os seis dias da criação - Foram dias literais e não milhares de anos, mesmo porque a terra foi criada
para girar em torno do sol e desde o início obedeceria anos e estações.
2) O sábado (descanso) - Significa que Deus terminou TODA a Sua Obra, não havendo mais nada a ser
criado.
3) O casamento - O plano de Deus foi a monogamia, a indissolubilidade, a subordinação da esposa ao
marido.
4) O jardim do Éden - Tudo indica que se localizava, onde atualmente é o golfo Pérsico.
5) O pecado - Eva foi enganada; mas Adão, não (1 Tm 2.13-14). Nenhum dos dois foi criado com a
natureza pecaminosa.
6) Árvore da Vida - Não havia proibição quanto a comer do fruto dessa árvore.
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7) O conhecimento do bem e do mal - Envolvia o conhecimento da queda de Lúcifer (Is 14 e Ez 28), da
qual Adão e Eva não esperaram para saber por meio da palavra de Deus.
8) Caim e Abel - Caim não confiou na maneira de aproximar-se de Deus, ou seja, por sacrifícios cruentos,
os quais teria aprendido com seus pais. Obs.: as vestes de Adão e Eva foram providenciadas pela morte
de animais.
9) Babel - De lá começou toda a falsa religião. Conhecida por Babilônia.
QUANTOS ANOS TEM O UNIVERSO?
A terra existe no mesmo período que todo o Universo, porém, quantos anos tem? Alguns
afirmam que não tem mais do que 6.000 anos, no máximo, alguns diriam 10 mil anos. Outros dizem que
houve um intervalo entre Gn 1.1 e versículo 2 de milhares ou milhões de anos. Afirmam que ao invés de
"A terra, porém, era sem forma e vazia" a melhor tradução é "A terra, porém, TORNOU-SE sem forma
e vazia", sugerindo, assim, que houve uma catástrofe, causada pela queda de Lúcifer. Portanto, haveria
uma criação "pré-adâmica". Muitos cientistas cristãos defendem este pensamento e assim não entram
em MUITO conflito com os descrentes quanto à idade da terra. Outra observação sobre a Criação é com
respeito a palavra hebraica para "criou" (v.1). É a palavra "bara" que significa "criar do nada" e a outra
palavra é "asah", que significa "fazer algo", neste caso o homem pode "fazer algo", mas nunca "criar do
nada". Poderíamos, ainda, questionar quanto à existência de outras vidas em outros planetas. Deus volta
toda a Sua atenção para a terra ao escrever a Sua Palavra. Embora tenha criado elementos celestes como
luas, estrelas, planetas e galáxias, Deus tem Seu plano especial com a terra. A história da redenção e da
humanidade limita-se ao planeta terra. Portanto, não precisamos questionar além disto, pois mesmo
dentro do planeta terra, Deus limitou que apenas o ser humano tivesse "espírito" para comunicar-se com
Ele.
K. DE ONDE VIERAM AS DIVERSAS RAÇAS?
Muitos perguntam: "De onde vieram os negros, se Adão e Eva não eram"? Esta pergunta por
si mesma já tem um tom de discriminação, não só porque a Bíblia não relata a raça de Adão e Eva, mas
principalmente pelo fato da pergunta ser incompleta, pois de onde vieram os da raça negra, da raça
branca, da raça vermelha, da raça amarela, dos que têm muitos pelos pelo corpo, dos que têm os olhos
esticados, dos que têm os cabelos ruivos, dos que são gigantes, dos que são pequenos, enfim uma
infinidade de características, da qual Adão e Eva não podiam possuir em seus próprios corpos. A resposta
para esta questão não está apenas em Sem, Cão e Jafé, filhos de Noé, os quais são o alicerce para as
raças, mas antes disso, a resposta está na genética. Deus em Sua infinita sabedoria e gosto pela
diversidade, colocou em Adão e Eva os cromossomos que continham todos os genes, e suportes para a
hereditariedade das raças que surgiriam nas pessoas determinadas e nos tempos determinados.
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ESBOÇO SIMPLES
I. História da Humanidade em geral (1-11)
II. História de Israel em particular (12-50)
ÊXODO
A. NOME DO LIVRO
Significa "saída", "partida" (Hb 11.22). O título original hebraico é "we'elleh shemôth" = "e
estes são os nomes de" (1.1). Este livro descreve a escravidão de Israel no Egito e a maravilhosa
libertação (ou "saída") que Deus deu a essa nação. O livro todo está repleto de ilustrações de nossa
salvação através de Cristo. Assim como Israel foi liberto do Egito, o crente foi liberto do pecado por
meio da Cruz e liberto da escravidão do mundo.
B. AUTOR
Moisés presenciou tudo o que relata nesse livro. Cristo afirmou a autoria Mosaica do livro (Jo
7.19, 5.46-47). Alguns usam o mesmo argumento de Nm 12.3 para tentar provar que Moisés não podia
ter sido o escritor, pois se fosse mostra sua arrogância e autoconceito (veja Êx 6.3). Porém, outros tentam
explicar que essas palavras seriam adições editoriais, o que é possível, pois com o tempo os originais
sofrem adições e mudanças. Porém, cremos que Deus preservou os textos de perigos maiores.
C. DATA
1450-1410 a.C. O livro cobre um período de 80 anos, desde o nascimento de Moisés.
D. PROPÓSITO
Gênesis é o livro dos começos; Êxodo é o livro da redenção. O objetivo é registrar a libertação
de Israel do Egito e apresentar a base histórica sobre as origens da nação hebraica e suas cerimônias
religiosas. A narrativa é um quadro de Cristo e da Redenção na Cruz. Há muitos tipos e símbolos de
Cristo e o crente em Êxodo, especialmente no Tabernáculo. Este livro também registra o recebimento da
Lei. Seria impossível entender bem o NT sem o conhecimento dos eventos e símbolos registrados em
Êxodo.
E. TIPOS
Há vários tipos em êxodo. Alguns desses são:
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1. EGITO é um tipo do sistema mundial, que se opõe ao povo de Deus e tenta mantê-lo em
escravidão.
2. FARAÓ é um tipo de Satanás, "o deus deste mundo", que exige adoração, desafia a Deus e tenta
escravizar o Seu povo.
3. ISRAEL LIBERTO é um tipo da Igreja; liberta da escravidão do mundo, conduzida como
peregrina e protegida por Deus.
4. MOISÉS é um tipo de Cristo, o Redentor.
5. TRAVESSIA DO MAR VERMELHO é um quadro da Ressurreição, a qual liberta o crente do
presente mundo mau.
6. O MANÁ descreve Cristo, o Pão da Vida (Jo 6).
7. A ROCHA FERIDA é um tipo de Cristo ferido, o qual pela morte o Espírito Santo foi dado.
8. AMALEQUE representa a carne, que se opõe ao crente em sua jornada.
9. A PÁSCOA é o tipo mais importante em Êxodo, pois retrata a morte de Cristo, a aplicação de
Seu sangue para nossa segurança e a apropriação de Sua vida (alimentação do cordeiro) para
nossa força diária.
F. MOISÉS E CRISTO
Moisés como um tipo de Cristo oferece muitas comparações:
1. Em seu OFÍCIO, Moisés era profeta (At 3.22); sacerdote (Sl 99.6, Hb 7.24); servo (Sl 105.26,
Mt 12.18); pastor (Êx 3.1, Jo 10.11-14); mediador (Êx 33.8-9, 1 Tm 2.5); libertador (At 7.35, 1
Ts 1.10).
2. Em seu CARÁTER, Moisés era manso (Nm 12.3, Mt 11.29); fiel (Hb 3.2); obediente e poderoso
em palavras e obras (At 7.22, Mc 6.2).
3. Em sua HISTÓRIA, Moisés foi um filho no Egito, onde estava em perigo de ser morto (Mt
2.15ss); Moisés foi providencialmente cuidado por Deus; preferiu sofrer com os judeus a reinar
no Egito (Hb 11.24-26); foi rejeitado pelos seus irmãos da primeira vez, mas recebido da segunda
vez; enquanto rejeitado ganhou um a esposa gentílica (Cristo e a Igreja); Moisés condenou o
Egito; Cristo condenou o mundo; Moisés livrou o povo de Deus através do sangue, como Cristo
fez na Cruz (Lc 9.31); Moisés guiou o povo, alimentou-o e carregou suas cargas.
4. O CONTRASTE é que Moisés NÃO levou Israel à terra da Promessa; Josué quem fez isso. "A
Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (Jo 1.17).
5. Moody esboçou a vida de Moisés assim: "Durante 40 anos pensou ser alguém; durante 40 anos
aprendeu que não era ninguém e durante 40 anos descobriu o que Deus pode fazer com um
'ninguém'".
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G. OS MAGOS E AS PRAGAS
Embora a Bíblia não mencione os nomes dos magos, os judeus tinham por tradição (inclusive
Paulo) que os nomes deles eram Janes e Jambres. Os magos puderam imitar as três primeiras pragas,
mas não as seguintes. As duas primeiras pragas mostram a superioridade de Jeová ao deus do Nilo e a
terceira praga mostra que Jeová é superior ao deus Sebe, o deus da terra. Os magos, além de desistirem,
por reconhecerem que era o "dedo de Deus", advertiram Faraó (8.19, 7.5, 10.7).
TAREFA: Faça uma relação das dez pragas e as referências, indicando qual a relação de cada praga
com o Egito especificamente.
H. A LEI
A Lei foi dada por três motivos:
1. Para estabelecer um padrão de retidão - Dt 4.8, Sl 14.7-9, Sl 119.142, 105.7-8
2. Para expor e identificar o pecado - Rm 3.20, 7.7, Gl 3.19
3. Para revelar a Santidade Divina - Êx 20
I. DEUS IA MATAR MOISÉS?
Sim, isto está em 4.24, quando Moisés estava indo com sua família para o Egito. Os vers. 25-
26 explicam o contexto. Moisés estava indo para obedecer ao Senhor, libertando o povo de Israel, porém,
estava-se esquecendo da aliança fundamental de Israel com Deus, a circuncisão (Gn 17.14), ver também,
Js 5.2-9. Portanto, a circuncisão não começou com a Lei de Moisés, mas com Abraão, 430 anos antes
(Gl 3.17).
J.ESBOÇO SIMPLES
I. Libertação do Egito (1-17)
II. Preparação da nação e a revelação da Lei (18-24)
III.O Tabernáculo (25-40)
LEVÍTICO
A. NOME DO LIVRO
Significa "pertencente ou concernente aos levitas". O título original hebraico é "wayyiqra" =
"Ele chamou" (1.1). Os levitas eram pessoas responsáveis pelo serviço do tabernáculo (Nm 3.1 13). Este
livro contém as instruções divina para os sacerdotes, concernentes aos vários sacrifícios, às festas e às
leis de separação (limpos e imundos). Levítico é o livro que mais contém palavras diretas de Deus. Um
sacerdote era de família levita, mas um levita, necessariamente, não era um sacerdote.
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B. AUTOR
Moisés. Em mais de 50 pontos dos 27 capítulos, há referências de Deus dirigindo-se a Moisés.
C. DATA
1450-1410 a.C. O livro abrange o período de apenas 1 ano, que foi a jornada de Israel no Sinai.
D. TEMA
Gênesis explana o pecado e a condenação do homem; Êxodo enfatiza a redenção e Levítico
trata da SEPARAÇÃO e COMUNHÃO. A nação foi tirada do Egito e levada ao Sinai em Êxodo, mas
em Levítico o Senhor fala DO TABERNÁCULO (Lv 1.1) e mostra como o pecador pode andar em
comunhão com Deus. As palavras "santo" e "santidade" aparecem mais de 80 vezes nesse livro. A
primeira seção do livro trata dos sacrifícios, pois nenhum homem pode se aproximar de Deus sem
derramamento de sangue. De fato, a palavra "sangue" é encontrada 87 vezes em Levítico. A segunda
metade do livro cobre as leis de purificação, mostrando como as pessoas devem viver vidas separadas
para agradarem Seu Senhor. Deus redimiu a nação da escravidão; agora Ele quer ver a nação andar em
santidade e pureza para Sua glória. Este princípio aplica-se ao crente, hoje. Se fomos salvos pelo sangue
do Cordeiro e libertos da escravidão do mundo, devemos andar em comunhão com nosso Senhor (1 Jo
1.5-10). Necessitamos do sangue de Cristo, O Perfeito Sacrifício para limpar-nos do pecado;
necessitamos obedecer a Palavra e andar em pureza e santidade neste presente mundo mau. Tudo isso é
visto em tipos e símbolos em Levítico.
E. SACRIFÍCIO
Levítico é um livro de sacrifício e sangue, temas que são repulsivos para as mentes modernas.
A humanidade hoje quer uma "religião sem sangue", moralidade sem sacrifício, e isso é impossível.
Lev.16 é o capítulo chave do livro; Lev. 17 mostra claramente que é o derramamento de sangue que
perdoa o pecado (17.11). A palavra "expiação" significa "cobrir"; é usada 45 vezes no livro. O sangue
do VT não pode remover pecados (Hb 10.1-18); isto foi cumprido de uma vez por todas com o sacrifício
de Cristo na Cruz. O sangue dos sacrifícios do VT podia apenas cobrir o pecado e apontar adiante, para
o Salvador que morreria, completando assim, a obra da Redenção. Os sacrifícios não podiam salvar a
alma; isso acontecia mediante a fé na palavra de Deus, pois esta é a fé que salva a alma. Davi sabia que
os sacrifícios não eram suficientes para levar embora os seus pecados (Sl 51.16-17); os profetas, também,
deixavam isso bem claro às pessoas negligentes (Is 1.11-24). Mas quando o pecador se apresentava com
um coração contrito, colocando a fé na Palavra de Deus, então, seu sacrifício era aceitável a Deus (Gn
4.1-5).
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F. TIPOS
Levítico é cheio de tipos e símbolos de Cristo e Sua obra de Redenção na Cruz. Os cinco
sacrifícios ilustram vários aspectos de Sua Pessoa e Obra, e o Dia da Expiação pinta de maneira bela Sua
morte na Cruz. Não devemos forçar cada detalhe de cada tipo. Algumas das ilustrações para os
sacrifícios, por exemplo, tinham propósitos práticos e higiênicos, apenas, e necessariamente não têm
nenhuma lição espiritual específica.
G. LIÇÕES PRÁTICAS
Nós não devemos praticar sacrifícios levíticos hoje, mas este livro ainda traz lições práticas
para ponderarmos:
1. A TERRIBILIDADE DO PECADO - Somente o derramamento de sangue expia o pecado.
Pecado não é algo leve e sem importância; é odioso aos olhos de Deus. Pecado é prejudicial;
cada sacrifício era uma despesa para o adorador hebreu.
2. A SANTIDADE DE DEUS - Deus faz uma distinção neste livro entre o limpo e o imundo e
adverte Seu povo a "ser santo porque eu sou santo".
3. A MISERICÓRDIA DE DEUS - Ele providenciou um caminho de perdão e restauração. Esse
caminho é Cristo, "o novo e vivo caminho" (Hb 10.19ss).
H. ESTE LIVRO SERVE PARA NÓS TAMBÉM
Além das lições que vimos no ponto anterior, outro escritor aponta o valor deste livro para nós,
hoje: Revela o caráter de Deus (Sua Santidade e intolerância ao pecado, bem como Sua misericórdia) As
condições fundamentais da verdadeira religião (mostrando a necessidade de um mediador e do sangue
derramado por este, além de sua total perfeição de vida e caráter, ou seja, apenas Deus). Os princípios
que devem reger as legislações humanas (quanto ao governo civil e religioso, trabalho, higiene, males
sociais, questão das terras, etc.). . A Obra de Cristo (Seu sacrifício e Seu sacerdócio). Os tipos (através
destes regozijamos com o cumprimento em Cristo)
I. AS OFERTAS
OFERTA SIGNIFICADO
Holocausto Total consagração
Pacífica Comunhão com Deus
Manjares ou de cereais Reconhecimento da bondade de Deus
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Pelo pecado Arrependimento e desejo de perdão e purificação
Pela culpa Ofensas que exigiam restituição
J. OS SEIS TIPOS DE SACRIFÍCIOS DE SANGUE
Mapa de Gleason L. Archer, Jr (Merece confiança o Antigo Testamento?)
Nome Propósito Vítima Porção de Deus Porção do
Sacerdote
Porção
do
Ofertante
Holocausto
(‘õlah)
Propiciar pelo
pecado em
geral, pecado
original;
maneira pela
qual o povo
ímpio se
aproximava do
Deus Santo.
Macho sem
defeito:
boi/carneiro/cabrit
o/pomba (segundo
as posses).
Animal inteiro
“kãlil”=“oferta
inteiramente
queimada”.
NADA
NADA
Oferta pelo
pecado
(hatta’t)
Propiciar por
transgressões
específicas
quando não era
possível uma
restituição.
Boi (no caso de
sacerdote ou
congregação).
Cabrito (se for
príncipe). Cabra
(se é qualquer um
do povo).
Porções
gordurosas
(gordura das
entranhas).
O restante
(tinha que
ser comido
no pátio do
Tabernáculo)
NADA
Sacrifício pelo
sacrilégio
(‘ãshãm)
Propiciar por
transgressões
específicas
quando era
possível a
restituição, os
danos sendo
calculados em
seis quintos
Carneiro (somente)
Conforme
acima
Conforme
acima
NADA
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pagáveis de
antemão
Satisfação legal.
Ofertas
Pacíficas
(Shelãmim)
1. Oferta de
Ações de
Graça
(Tõwdah)
Comunhão com
Deus, uma
refeição de
comunhão. Por
bênçãos
inesperadas ou
uma libertação,
já recebidas.
Macho ou fêmea
sem defeito:
boi/carneiro/
cabrito.
Partes
gordurosas
1.Oferta
movida,
peito para
sumo
sacerdote.
Restante
(comer no
pátio, no
mesmo
dia).
2.Oferta
Votiva (neder)
Uma bênção ou
libertação já
obtida, quando
um voto tinha
sido feito em
prol da petição.
Conforme acima Conforme
acima
2.Oferta
alçada, perna
dianteira
direita para
sacerdote
(comer em
qualquer
lugar limpo).
Restante
(comer no
pátio, 1º
ou 2º
dia).
3.Oferta
Voluntária
(nedãbãh)
Exprime a
gratidão e o
amor para com
Deus, de
maneira geral,
sem dizer
respeito a
bênçãos
específicas.
Macho ou fêmea:
boi/carneiro/cabrit
o (pequenas
imperfeições
permitidas).
Conforme
acima
Conforme
acima
Restante
(comer no
pátio, 1º
ou 2º dia
K. AS FESTAS
São 7 as principais festas judaicas, instituídas pelo Senhor.
Festa Referência Data Nosso Significado
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Calend.
Páscoa 23.5 14 de Nissan mar-abr Cristo, nosso Redentor
Pães asmos 23.6-8 15 de Nissan mar-abr Comunhão com Cristo
Primícias 23.10-14 16 de Nissan mar-abr Ressurreição de Cristo e a nossa
ressurreição
Pentecoste 23.15-22 50 dias após as
Primícias
maio-jun Descida do Espírito Santo
Trombetas 23.23-25 1º de Tishri set-out Futuro reajuntamento de Israel
Dia da Expiação 23.26-32 10 de Tishri set-out Arrependimento de Israel
Tabernáculos 23.34-44 15 de Tishri Set-out Memorial do livramento de Deus
ao Seu povo
L. ESBOÇO SIMPLES
I. A provisão de Deus para o pecado (1-10)
II. Os preceitos de Deus para a separação (11-24)
III. A promessa de Deus para a prosperidade e sucesso (25-27)
NÚMEROS
A. NOME DO LIVRO
O livro leva esse nome por causa dos dois censos feitos sobre os homens de guerra nos capítulos
1-4 e 26-27. O primeiro foi feito dois anos após a nação ter deixado o Egito, e o segundo foi feito 38
anos após isso, quando a nova geração estava para entrar em Canaã. Esses números não eram da nação
inteira, mas somente dos homens aptos para a guerra. O primeiro censo revelou que 603.550 homens
eram aptos; o segundo, 601.730. O título original hebraico é "bemidbãr" = "no deserto de" (1.1). Alguns
dizem que outro nome que apropriado para este livro seria "O Livro das Jornadas", pois relata a viagem
da nação de Israel desde o Monte Sinai até Canaã.
B. AUTOR
Moisés. Alguns usam o mesmo argumento de Êx 6.3 para tentar provar que Moisés não podia
ter sido o escrito, pois se fosse mostra sua arrogância e autoconceito (veja Nm 12.3). Porém, outros
tentam explicar que essas palavras seriam adições editoriais.
C. DATA
1450-1410 a.C. Cobre um período de mais de 38 anos, que é o tempo da jornada no deserto,
enquanto Êxodo e Levítico cobre um período de apenas 14 meses.
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D. TEMA
Números é o livro do "deserto". É descrita a queda da nação em Kades-Barnéa e suas
peregrinações pelo deserto até a velha geração dos incrédulos morrer. Alguém descreveu essa
peregrinação pelo deserto como "a mais longa marcha fúnebre da História". Somente Calebe e Josué dos
mais velhos da geração foram permitidos entrar em Canaã, porque eles confiaram em Deus e se opuseram
à decisão da nação de voltar a Kades-Barnéa. Mesmo Moisés foi proibido de entrar na Terra Prometida
por causa de seu pecado quando feriu a rocha ao invés de falar com ela.
E. LIÇÃO ESPIRITUAL
Números tem uma lição muito especial para os crentes, hoje, como é referida em Hb 3-4 e 1
Co 10.1-15. Deus honra a fé e pune a incredulidade. A raiz de todos os pecados de Israel no deserto foi
a incredulidade: não confiaram na Palavra de Deus. Em Kades-Barnéa duvidaram da Palavra de Deus e
falharam ao entrar em sua herança. Muitos crentes hoje estão "no meio do caminho" em suas vidas
espirituais: foram libertos do Egito pelo sangue do Cordeiro, mas ainda não entraram em sua herança em
Cristo. Canaã NÃO é um quadro do céu; antes, é uma ilustração de nossa herança espiritual em Cristo
(Ef 1.3), herdada pela fé. Canaã foi uma terra de batalhas e bênçãos, como é a vida do crente neste
mundo, porém, no céu não haverá lutas. Muitos crentes caem no local da decisão (Kades-Barnéa); ao
invés de serem conquistadores (como descrito em Josué), tornam-se peregrinos (como descrito em
Números). São salvos, mas falham em cumprir o propósito de Deus para suas vidas. Não querem confiar
em Deus para superar os gigantes, derrubar as muralhas e entrar na Terra da Promessa. Não atravessaram
o Jordão (que ilustra a morte de si mesmo). A nação não cresceu durante sua peregrinação no deserto;
de fato, o segundo censo mostrou 1.820 homens de guerra a menos. A nação passou aflições
desnecessárias por 38 anos; assim acontece com crentes que não andam por fé e não confiam em Sua
Palavra.
F. DESERTO E PEREGRINAÇÃO
A passagem pelo deserto era uma bênção de Deus para Israel, para prová-los, porém, os anos
de peregrinação (38 anos) não era necessário, pois a passagem pelo deserto está repleta de bênçãos, como
por exemplo:
1. Passagem pelo Mar Vermelho - separação do Egito (mundo).
2. Mara - Deus transformando os aborrecimentos em bênçãos.
3. Elim - Descanso e refrigério no caminho.
4. Sinai - A santidade de Deus e Sua Lei
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Observe que até aqui (2 anos de caminhada) não podemos dizer que foi uma peregrinação, nem
que estavam andando sem rumo, pois Deus estava guiando e criando oportunidades para a maturidade
do povo. Porém, a partir de Cades-Barnéa, a mão de Deus pesa em castigo e não mais em bênçãos e isto
foi por 38 anos, o texto bíblico que registra essa peregrinação desnecessária (por causa da incredulidade)
está entre 14.45 e 20.14 (compare com Dt 2.14).
G. OS DOIS CENSOS
Tribos Cap.1 Cap.26 Aumento Diminuição
Rúbem 46.500 (7º) 43.730 (9º) 2.770 (4º)
Simeão 59.300 (3º) 22.200 (12º) 37.100 (1º)
Gade 45.650 (8º) 40.500 (10º) 5.150 (3º)
Judá 74.600 (1º) 76.500 (1º) 1.900 (6º)
Issacar 54.400 (5º) 64.300 (3º) 9.900 (4º)
Zebulom 57.400 (4º) 60.500 (4º) 3.100 (5º)
Efraim 40.500 (10º) 32.500 (11º) 8.000 (2º)
Manassés 32.200 (12º) 52.700 (6º) 20.500 (1º)
Benjamim 35.400 (11º) 45.600 (7º) 10.200 (3º)
Dan 62.700 (2º) 64.400 (2º) 1.700 (7º)
Aser 41.500 (9º) 53.400 (5º) 11.900 (2º)
Neftali 53.400 (6º) 45.400 (8º) 8.000 (2º)
TOTAL 603.550 601.730 59.200 61.020
T O T A L DE D I M I N U I Ç Ã O 1.820
Observe os resultados da primeira coluna em relação à segunda. Veja que Judá continuou em
1º lugar no censo. Procure relacionar a classificação obtida com a atitude dessas tribos em relação a
Deus, e terá respostas, como, por exemplo, porque a tribo de Simeão, de 3ª colocada no 1º censo, vai
para em último lugar no 2º censo. Da mesma forma, Manassés de 12ª colocada, vai para a 6ª colocação,
e, ainda, obtém o 1º lugar na coluna de aumento. Também, existe uma razão para o empate na diminuição
de Efraim e Neftali. Note, também, que a tribo de Levi nem é mencionada. Todas essas variações servem
de advertência para nós hoje (Nm 26.54).
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H. NAZIREADO
O voto do nazireado (6.1-21) era uma prática comum, regulamentado em Números. O nazireu
era consagrado voluntariamente a Deus para alguma tarefa específica (os pais podiam fazer isso com os
filhos). Havia três obrigações para o nazireu:
1ª Evitar o uso de produtos da videira
2ª Deixar os cabelos crescerem, como sinal público de seu voto
3ª Abster-se do contato com qualquer cadáver
O voto tinha um tempo determinado e terminava com um ritual público. Nazireu significa "separado".
TAREFA: Faça uma comparação da vida de Sansão com o voto do nazireado.
I. AS SETE MURMURAÇÕES NO DESERTO
Dos capítulos 11-21 estão as 7 murmurações do povo de Israel durante a peregrinação no
deserto. Deus mesmo se angustiou com este povo (Sl 95.8-11):
Murmuração Referência Motivo
Primeira 11.1-3 De sua sorte (talvez fadiga ver 10.33)
Segunda 11.4-35 Contra a falta de carne
Terceira cap.12 Contra Moisés (por causa da inveja)
Quarta 13-15 Contra os planos de ir para Canaã (por causa do medo)
Quinta 16-19 Contra a liderança
Sexta cap.20 Contra a falta de água
Sétima cap.21 Contra o maná
J. A POLÊMICA EM TORNO DO PROFETA BALAÃO (CAPS.22-25)
Três problemas estão envolvidos sobre esse profeta:
1) O conhecimento que Balaão tinha do Deus verdadeiro
2) O caráter de Balaão
3) As profecias de Balaão
O CONHECIMENTO QUE BALAÃO TINHA DO DEUS VERDADEIRO
Balaão era de Petor (22.5); Petor era na Mesopotâmia (Dt 23.4). O próprio Balaão fala que é
de lá (Nm 23.7). O conhecimento de Deus vinha de Naor, Abrão, Betuel e Labão (Gn 11-12, 24.50,
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31.49). Sem dúvida a idolatria prevalecia naquele lugar (Gn 31.19, 35.2, Jos 24.2). Séculos se passaram
desde os dias de Labão e durante esse tempo o povo desenvolveu a idolatria praticada por seus pais, até
obscurecerem totalmente a adoração verdadeira do Deus verdadeiro que, ainda, existia naquele lugar.
Balaão, tendo herdado uma fé monoteísta de seus pais e, provavelmente o cargo de profeta, contudo,
misturado com a falsa religião. Portanto, este é o conhecimento que Balaão tinha do Deus verdadeiro.
O CARÁTER DE BALAÃO
Balaão é um profeta verdadeiro e aos mesmo tempo um falso profeta (se isso é possível!). Ele
é um profeta verdadeiro no que diz respeito ao conhecimento do Deus verdadeiro, como visto acima.
Porém, era um falso profeta, também, pois usava das artes mágicas e adivinhações (Jos 13.22). As
profecias dele eram baseadas em prostituições. Balaão, portanto, é um homem dividido entre o Deus
verdadeiro e as superstições e falsa religião, confuso com o sincretismo religioso, amante das riquezas
materiais. O caráter de Balaão, se é que era salvo, era de um profeta desobediente a Deus; e se não era
salvo era um falso profeta, que misturava suas adivinhações com o conhecimento do Deus de seus pais.
AS PROFECIAS DE BALAÃO
Em 23.5 diz que "O SENHOR colocou uma palavra na boca de Balaão" (ver também 23.16 e
24.2). Mas como pode o Espírito Santo vir sobre um homem como Balaão? A resposta para alguns não
é tão fácil. O fato é que a Inspiração da Palavra de Deus não é nem um pouco prejudicada, ainda que
Balaão não fosse sequer salvo (o que não sabemos com certeza). O Espírito de Jeová vem sobre Balaão,
não porque este é um veículo digno, mas apesar dele, e seu desejo secreto de amaldiçoar Israel, acaba
por bendizer. Nisto vemos a Soberania de Deus, o qual não é intimidado por ninguém e que pode mudar
o rumo de qualquer situação (conforme Rom 8.28). Balaão mesmo acabou vendo que seria inútil lutar
contra o povo de Deus (24.1). No Novo Testamento há três referências a Balaão: Em 2 Pe 2.15, Jd 11 e
Ap 2.14. O erro de Balaão se resume em três: a ideia secreta de amaldiçoar o povo de Deus, seduzir o
povo de Deus através da imoralidade (Nm 31.15-16) e a ganância pelo dinheiro.
K. O LIVRO DAS GUERRAS DO SENHOR
Números 21.14 - Este livro é desconhecido e provavelmente continha o registro das guerras
das quais Israel travou para conquistar a terra de Canaã.
L. ESBOÇO SIMPLES
I.A velha geração (1-20)
II.A nova geração - 21-36
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DEUTERONÔMIO
A. NOME DO LIVRO
Deuteronômio significa "segunda Lei", no grego da LXX. Este nome vem de 17.18 pelo fato
de que nesse livro Moisés está repetindo a lei à nação. Esse livro não contém uma nova lei, mas uma
segunda condição da Lei. O título original hebraico é "elleh haddebãrim" = "estas são as palavras" (1.1).
Outro nome apropriado para o livro seria "O Livro da Recapitulação". Devemos notar que quando Deus
repete algo de Seus ensinos (e é muito comum Ele fazer isso nas Escrituras) devemos prestar muita
atenção, pois são princípios que necessitamos nos firmar.
B. AUTOR
Moisés. Evidentemente sobre sua morte outro escreveu, no caso os judeus aceitam que tenha
sido Josué, seu sucessor.
C. DATA
1450-1410 a.C. O livro cobre um período de dois meses, inclusive 30 dias de luto por Moisés.
Porém, a narrativa é dos 40 anos no deserto. Alguns estudiosos negam que teria sido Moisés o escritor,
pois Deuteronômio só teria sido escrito nos dias da reforma do rei Josias (620 a.C.). Mas seria difícil isso
ser verdade, pois, no cap. 13 há pena de morte para qualquer membro da nação que fizer algum pacto
com outros deuses e se alguma cidade aceitar tal pacto deveria ser totalmente destruída sem misericórdia,
não poupando sequer os animais. Também, no cap. 12, a ordem era que qualquer homem ou mulher que
adorasse outros deuses deveria ser apedrejado sem misericórdia. É impossível imaginar que tais leis
fossem editadas numa época em que TODA a nação estava inclinada para esses pecados e que,
pouquíssimos estavam isentos de tais idolatrias.
D. PROPÓSITO
Há várias razões porque Moisés está recapitulando a Lei antes de entrar em Canaã:
1) Uma nova geração - A velha geração (exceto Calebe, Josué e, evidentemente, Moisés, até o momento)
morreu no deserto. A nova geração precisava ouvir a Lei novamente. Essa geração tinha 20 anos de
idade, quando a nação fracassou em Kades-Barnéa. É importante que conheçam a Palavra de Deus e
obedeçam, o que não ocorreu com seus pais.
2) Um novo desafio - Até agora foram peregrinos, doravante estão para entrar na Terra Prometida e
tornar-se uma nação habitada. Haveria batalhas e, por isso, deviam-se preparar. A melhor maneira de se
preparar para o futuro é entender o passado. "Os que não podem lembrar o passado estão condenados a
repeti-lo."
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3) Um novo líder - Moisés morreria e Josué seria o novo líder da nação. Moisés sabia que o sucesso da
nação dependia do povo obedecer a Deus. Se a nação crescesse na Palavra e no amor ao Senhor, então,
seguiria Josué e venceria.
4) Novas tentações - O povo na terra de Canaã enfrentaria diferentes problemas dos peregrinos no
deserto. Moisés queria que possuíssem a terra e permanecessem nela. Assim, ele os advertiu dos perigos
e deu-lhes a chave do sucesso. Muitos crentes, hoje, são como Israel (1.1-3). Eles são redimidos do Egito,
mas ainda não entraram na herança espiritual do descanso. Estão "deste lado do Jordão". Precisam ouvir
a Palavra de Deus novamente e caminhar pela fé em Cristo Jesus.
E. PALAVRAS CHAVES
Terra (153); Herança (36); Possuir (65); Ouvir (44); Escutar (27); Coração (46); Amor (20).
Essas palavras repetidas mostram a ênfase do livro: Israel entrará e possuirá a terra se ouvir a Palavra de
Deus, amá-Lo e ouvi-Lo (obedecê-Lo). Se amamos a Deus, nós O obedeceremos; e se obedecermos, Ele
abençoará.
F. UMA MENSAGEM PROFUNDA
Encontramos a palavra "amor" muitas vezes nesse livro, ainda que não se encontre em Gênesis
até Números. "Amor a Deus e amor de Deus pelo povo" (4.37, 6.4-6, 7.6-13, 10.12, 11.1, 30.6,16,20).
A palavra "coração" (46 vezes em Deuteronômio) é importante; a Palavra deve estar nos corações (5.29,
6.6); pecados começam no coração (7.17ss, 8.11-20); devemos amar a Deus de coração (10.12). Em
outras palavras, Moisés deixa claro que bênçãos provém quando o coração está reto. Se estão para possuir
a terra, seus corações devem estar cheios do amor de Deus e de Sua Palavra.
G. UM LIVRO PARA TODO HOMEM
Êxodo, Levítico e Números são "livros técnicos" que concernem especialmente aos sacerdotes
e levitas, mas Deuteronômio é um livro escrito para todo homem. Enquanto este repete muitas das leis
encontradas nos outros livros, dá um novo e profundo significado dessas leis e mostra o que significam
na vida diária do povo. Todos devemos ler Deuteronômio várias vezes. LEMBRE-SE: Jesus na tentação
citou 4 passagens e todas desse livro.
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TAREFA: Faça um breve comentário das respostas de Jesus para Satanás em Mt 4, citando as
referências de Deuteronômio. Fale qual é o contexto em Deuteronômio e que Jesus quis dizer ao citá-
las.
H. QUEM ESCREVEU DEUTERONOMIO. 34.5-12?
Alguns judeus estudiosos, como Phipo, o alexandrino e Josefo, o historiador, sugerem que o
próprio Moisés foi quem escreveu esses versos através da divina antecipação profética. Porém, no
Talmude encontra-se a opinião que Josué, o sucessor de Moisés foi quem escreveu.
I. MOISÉS NO MONTE NEBO
Moisés viu a terra prometida, contudo, não lhe foi permitido entrar nela (32.51). Mas Moisés
entraria futuramente nessa terra de maneira gloriosa (Mt 17.3). É bem provável que o último capítulo
(34) tenha sido escrito por Josué.
J. ESBOÇO SIMPLES
I. Histórico: Moisés olha para trás (1-4)
II. Prático: Moisés olha para dentro (5-26)
III. Profético: Moisés olha para frente (27-30)
IV. Pessoal: Moisés olha para cima (31-34)
JOSUÉ
A. AUTOR
Josué nasceu na escravidão egípcia. O nome de seu pai era Num, da tribo de Efraim (1 Cron
7.20-27); nada sabemos sobre sua mãe. Era chamado de Oséias, que significa "salvação", mas Moisés
chamou-o de Josué ("Jeová é Salvação", Nm 13.16, é o mesmo nome de "Jesus"). Serviu Moisés durante
a jornada da nação (Êx 24.13). Também guiou o exército na batalha contra Amaleque (Êx 17); foi um
dos dois espias que teve fé para entrar em Canaã quando a nação se rebelou em incredulidade (Nm
14.6ss). Como resultado de sua fé, juntamente com Calebe, entrou na Terra Prometida. A tradição judaica
afirma que Josué tinha 85 anos quando tomou o lugar de Moisés na liderança da nação. Josué 1-12 (a
conquista da terra) cobre um período de 7 anos; ele passou o restante de sua vida distribuindo a herança
e governando a nação. Morreu com 110 anos (24.9). Talvez Josué não tenha escrito todo o livro, mas
algum dos "anciãos que ainda sobreviveram por muito tempo depois de Josué" ajudou (Js 24.26, 31),
principalmente no relato da morte de Josué.
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B. DATA
1400 a.C. O livro cobre um período de 25 anos.
C. JOSUÉ, UM TIPO DE CRISTO
Em Hb 4.8 "Jesus" devia ser traduzido "Josué". O nome "Jesus" é o equivalente a "Josué",
ambos significam "Salvação de Deus" ou "Jeová é o Salvador". Assim como Josué conquistou inimigos
terrenos, Cristo feriu cada inimigo através de Sua morte e ressurreição. Foi Josué, e não Moisés
(representando a Lei) quem levou Israel a Canaã; e é Jesus quem nos guia ao descanso e à vitória
espiritual e não as obras da Lei. Assim como Josué repartiu as heranças às tribos, Cristo tem-nos dado
nossa herança (Ef 1.3ss). O conselho de Josué foi rejeitado pelo povo em Kades-Barnéa (Nm 13-14); e
Cristo "veio para os Seus, mas os Seus não O receberam".
D. TEMA
Canaã NÃO é um quadro do céu, pois o crente não terá que batalhar para ganhar o céu. Canaã
representa a herança de Deus em Cristo. A vida cristã vitoriosa é cheia de batalhas e bênçãos, mas
também uma vida de descanso. Hb 4-5 enfatiza que entrar em Canaã é um quadro do crente entrando
numa vida de descanso e vitória pela fé em Cristo. O quadro seguinte ilustra os estágios da vida espiritual:
Egito Deserto Canaã
Quadro do mundo, a escravidão
do pecado
Quadro da derrota cristã Quadro da vitória e herança em
Cristo
O homem natural (não salvo) O homem carnal O homem espiritual
O peso do pecado A derrota do crente que não crê A vitória da fé
E. AS NAÇÕES DERROTADAS
Os que se opõem à Inspiração das Escrituras e ao Caráter de Deus atacam as passagens em que
Josué fala de guerra e matança (6.21, por exemplo). "Como pode um Deus de amor ordenar tamanho
derramamento de sangue?" Perguntam. Devemos ter em mente o seguinte: Deus deu a essas nações
centenas de anos para se arrependerem (Gn 15.16-21) de seus caminhos imundos. Em Lv 18 relata o que
eram "as obras de Canaã", práticas intoleráveis de sua adoração! Qualquer pecador (como Raabe Jos. 2
e 6.22-27) podia ser salvo pela fé; e havia prévia advertência (Jos 2.8-13). Deus usou a guerra para
castigar e destruir as nações que se esqueciam de Deus. As nações pagãs que fizeram aliança com Israel,
acabaram por tornarem-se laços para os judeus, fazendo-os pecar. Deus destruía essas nações para puni-
las por causa de seus pecados e para proteger Seu povo de seus maus caminhos.
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F. O FIM DO MANÁ
Deus esperou até o momento em que comeriam do próprio fruto da terra prometida. Apesar de
toda a murmuração no deserto, Deus continuou mandando o maná (5.12).
G. ESBOÇO SIMPLES
I. Atravessando o rio (1-5)
II. Conquistando o inimigo (6-12)
III. Tomando posse da herança (13-24)
JUÍZES
A. NOME DO LIVRO
A razão do nome é óbvia. Deus usou juízes, homens usados para libertar a nação de Israel, em
diferentes épocas. Vemos a providência de Deus em levantar homens para essa tarefa imensa, e sempre
ficou evidente que não fosse a mão miraculosa e poderosa de Deus, os juízes (apenas homens normais)
nada conseguiriam, exceto maior vergonha para Israel. O título original hebraico é "shõphetim" = "juízes
ou líderes executivos". É o registro de doze homens e uma mulher que libertaram a nação de seus
opressores em épocas diferentes.
B. DATA
990 a.C. O livro cobre o período dos primeiros 400 anos na terra prometida.
C. AUTOR
Não se sabe quem foi o autor desse livro. O certo é que se trata de uma compilação dos registros
que já existiam em documentos originais. Por exemplo, o cântico de Débora (cap.5) foi escrito em
hebraico bem arcaico. Muitos eruditos tentam reconstruir esse texto como no original. Pode ser que tenha
sido Samuel ou alguém entre seus discípulos e estudantes que fizeram a compilação.
D. TEMA
Juízes continua a história de Israel após a morte de Josué (Jz 1.1); da mesma forma como Josué
continuou a história após a morte de Moisés (Jos 1.1). Juízes é um livro de derrotas e desgraças; o verso
chave está em 17.6 "Todo homem fez o que era reto aos seus próprios olhos." O Senhor não era mais o
"Rei em Israel"; as tribos foram divididas; o povo foi misturado com nações pagãs; Deus precisou
castigar Seu povo. Temos um sumário de todo o livro em 2.10-19: bênçãos, desobediência, castigos,
arrependimento e livramento. Juízes é o livro das vitórias incompletas; é um livro da falta de confiança
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do povo de Deus em Sua Palavra e Seu poder. O povo abandonou a Deus (2.13), e Deus “abandonou” o
povo (2.23).
E. AS NAÇÕES OPRESSORAS
Eram Moabe, Mesopotâmia, Filistia, Canaã, Midiã e Amom.
F. A TERRA
A Terra Prometida estava cheia de nações e muitos "reis pequenos" governaram sobre
territórios menores. Josué guiou a nação coletivamente em grandes vitórias sobre os maiores inimigos.
O caminho ficou livre para cada tribo se apropriar de seus respectivos territórios. Enquanto Josué registra
um esforço unido; Juízes registra uma nação dividida e não mais devotada ao Senhor, esquecida do
concerto que fez no Sinai.
H. OS JUÍZES
Doze diferentes juízes são mencionados neste livro, levantados por Deus para derrotar um
inimigo particular e dar descanso ao povo. Não se considera Abimeleque como juiz, pois foi um
usurpador. Eli e Samuel também foram juízes, mas, principalmente sacerdotes. Portanto se contássemos
todos esses seriam 15 juízes, essa é a razão porque difere nos vários comentários. Baraque era um juiz
associado com Débora, sendo que a honra da libertação se dá mais a ela do que a ele. Esses juízes não
eram líderes nacionais; antes, eram líderes locais que livraram o povo de vários opressores. Nem todas
as tribos participaram de cada batalha, e frequentemente havia rivalidade tribal. Deus usou os juízes de
maneira poderosa (1 Co 1.26-31). O E.S. vinha sobre esses juízes para uma tarefa particular (6.34, 11.29,
13.25). Nem sempre a vida desses juízes era de caráter exemplar (Sansão, por exemplo).
Segue a lista dos juízes e a libertação:
JUIZ OPRESSÃO DURAÇÃO DESCANSO REFERÊNCIA
Otoniel de Judá Mesopotâmia 8 40 3.8,11
Eúde de Benjamim Moabitas 18 80 3.14,30
Débora junto com
Baraque
Cananeus 20 40 4.3, 5.31
Gideão de Manassés Midianitas 7 40 6.1, 8.28
Abimeleque, filho de
Gideão
3 9.22
Tola de Issacar 23 10.2
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Jair de Gileade 22 10.3
Jefté de Gileade Amonitas 18 6 10.8, 12.7
Ibsã de Belém 7 12.9
Elom de Zebulom 19 12.11
Abdom 8 12.14
Sansão de Dã Filisteus 40 20 13.1, 15.20
Do período em que um juiz começava a agir até que outro viesse, incluindo o período de
descanso das opressões, há um período de 410 anos.
H. AS NAÇÕES QUE PERMANECERAM
Deus permitiu que nações pagãs ficassem em Canaã por várias razões:
1) Para punir Israel (2.3,20,21)
2) Para provar Israel (2.22, 3.4)
3) Para providenciar a Israel experiência em batalhas (3.2)
4) Para impedir que Canaã se tornasse um deserto (Dt 7.20-24)
Deus usou essas nações para os Seus próprios propósitos. Os judeus podiam ter vitória total;
mas ficaram comprometidos com essas nações. Assim acontece hoje com muitos crentes e com muitos
grupos de crentes.
I. SOBRE O SACRIFÍCIO DA FILHA DE JEFTÉ
Este é um dos casos mais misteriosos do livro dos juízes. Aparentemente Jefté ofereceu sua
filha como sacrifício, cumprindo assim o voto apressado que fizera (11.30-31, 39). Porém, o sacrifício
humano é totalmente repudiado por Deus, como era para o povo de Israel. Era uma prática Cananéia.
Deus deixou bem claro que nunca haveria sacrifício humano que O agradasse, conforme vemos no
episódio de Abraão e Isaque. A primeira menção de um sacrifício humano entre os israelitas foi só no
reinado de Acaz (743-728 a.C.). A filha de Jefté lamentou por dois meses a sua VIRGINDADE (bet_lim)
(11.37-38).
K. ESBOÇO SIMPLES
I. Apatia (1-2)
II. Apostasia (3-16)
III. Anarquia (17-21)
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RUTE
A. NOME DO LIVRO
O nome do livro diz respeito à personagem principal, Rute, uma gentílica (moabita) que se
casou com um judeu. Deus usou Rute para continuar a descendência que culminaria na Pessoa do
Messias. Esse livro explica a inclusão de uma gentílica na linhagem de Davi e mostra o grande alcance
da graça de Deus, incluindo gentios em Seu plano para a nação de Israel e por fim, para o mundo todo.
Rute foi a bisavó de Davi.
B. AUTOR
Desconhecido. Alguns atribuem ao último juiz, que foi também sacerdote, Samuel.
C. DATA
Os acontecimentos deste livro pertencem à época dos juízes (Rt 1.1), porém, não foi escrito
antes da época de Davi, pois o nome dele é mencionado (4.22). Tomando a mesma data da composição
do livro de Juízes, portanto, foi escrito mais ou menos 1.000 anos a.C. Não é mencionado o juiz que
governava na época de Rute. Josefo diz que foi na época de Eli (sacerdote-juiz). Eli era contemporâneo
de Sansão. O livro de Rute cobre um período de uns 10 anos.
D. RUTE, JUÍZES E SAMUEL
Rute é colocado entre Juízes e Samuel. Juízes mostra o declínio da nação judaica; Samuel
mostra o reinado da nação judaica e Rute representa Cristo e Sua Noiva, pois durante essa época (quando
Israel é colocada de lado) Cristo está chamando Sua Noiva dentre os gentios.
E. A LEGISLAÇÃO ENVOLVIDA NO LIVRO DE RUTE
Duas leis do V.T. estão envolvidas nesta história (4.3-5):
1. A redenção da propriedade (das terras) do parente falecido (4.3, conf. Lv 25.25-34).
2. A lei do levirato, que exigia o irmão do falecido suscitar descendência (Dt 25.5-10 compare com
Lv 25.48-49, Jz 9.3).
F. BOAZ E CRISTO
Assim como Boaz satisfez as exigências para ser remidor, Cristo Jesus satisfez as exigências
para nos remir. A palavra "goel" significava resgatador e depois veio a significar, também, parente, pois
para resgatar devia ser parente.
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ERA NECESSÁRIO QUE O REMIDOR FOSSE PARENTE DAQUELE QUE PRECISAVA DE
REMISSÃO
- Não bastava alguém se compadecer da pessoa; o direito de redenção era reservado a um parente
próximo. Boaz era parente de Rute (2.3 com 1.1-3, 2.20).
- Jesus está ligado a nós pela carne (Hb 2.14-15).
O REMIDOR PRECISA TER MEIOS COM QUE PAGAR O PREÇO DA REMISSÃO
- Boaz tinha recursos para remir Rute, embora tinha um concorrente (3.9-13, 4.10);
- Jesus como Redentor teve recurso para remir a Igreja (At 20.28).
O REMIDOR SÓ RESGATAVA SE QUISESSE
- O parente mais próximo de Rute não estava disposto a assumir as responsabilidades, por isso, tinha que
passar adiante seu direito de resgatador. Boaz tinha grande desejo de resgatar Rute (3.9-13, 4.9-10);
- Jesus, também, quis resgatar-nos (Lc 22.42, Hb 10.7, Mt 16.23, Jo 18.8,11).
O REMIDOR NÃO PODIA, ELE MESMO, NECESSITAR DE REMISSÃO
- Se o próprio Boaz fosse um escravo, necessitado de remissão, já estaria desqualificado, mas não era o
caso, Boaz não era escravo, mas senhor (Rt 2.8, 9.15).
- Rt 3.15, 6 medidas de cevada = 8 litros (já batidos).
- Jesus não podia ter nenhum pecado, doutra sorta, também seria escravo (Hb 4.15, 1 Pe 2.22-24).
G. A LINHAGEM DO MESSIAS
Rute e Boaz contribuíram para a vinda do Messias. Analisando mais as origens dos dois,
podemos ver claramente a graça de Deus, em contraste com o nacionalismo da maioria dos judeus,
principalmente os fariseus da época de Jesus. Rute era moabita, descendente de Ló (Gn 19.37), parentes
distantes dos judeus. Os moabitas eram idólatras. Boaz era filho de Raabe, a prostituta Cananéia de Jericó
(Js 2.1, Mt 1.5). Portanto, moabita e meio-cananita, mostrando assim, que o Messias seria para TODOS
os povos.
I. ESBOÇO SIMPLES
I.A tristeza de Rute (1)
II.O serviço de Rute (2)
III.A entrega de Rute (3)
IV.A satisfação de Rute (4)
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1 SAMUEL
A. NOME DO LIVRO
A Bíblia hebraica antiga considera esses dois livros como um só, assim como os livros dos
Reis. Esse livro trata da vida de três personagens: Samuel, Saul e Davi. Samuel significa "seu nome é
Deus" ou como alguns traduzem "ouvido de Deus". Embora o livro tenha o nome de Samuel, Davi é
mais enfatizado. Samuel é considerado o último juiz (At 13.20) e o primeiro dos profetas (At 3.24). No
VT era considerado, depois de Moisés, a pessoa mais importante dentre o seu povo (Jr 15.1). Foi também,
o sucessor do sacerdote Eli, muito embora não fosse da linhagem Arônica. Samuel ao que tudo indica
foi o primeiro a criar uma escola para o treinamento de jovens para o ministério profético.
B. AUTOR
Desconhecido. Porém, pode ser que Samuel foi coautor juntamente com Natã e Gade (1 Cr
29.29 com 1 Sm 10.25). Alguns documentos eram guardados ao lado da arca, desde o tempo de Moisés.
Samuel tendo contato com tais documentos e interessado pela história de Israel, e com tantos recursos
de informação, só faltavam os dotes de escritor, o que parece que tinha (1 Sm 10.25, mostra que Samuel
preparou uma constituição para o reino).
C. DATA
Entre 930-722 a.C. O livro cobre um período de 120 anos.
D. O ESPÍRITO SANTO NO LIVRO DE 1 SAMUEL
Alguns até têm dito que este livro são "os Atos do Velho Testamento" por causa das ocorrências
da atuação do E.S. registradas no livro. EXEMPLOS:
1. O E.S. como autor e meio para a regeneração do coração (10.6,9)
2. O E.S. como autor da ira santa e justa (11.6)
3. O E.S. como inspirador da coragem e da prudência no falar (16.13,18)
4. O E.S. como o libertador do mal (16.14)
E. ALGUMAS MENSAGENS DO LIVRO
Mostra o sofrimento proveniente da poligamia (1.6). A poligamia não é proibida no VT (Dt
21.15-17), porém, a monogamia é o ideal de Deus para o lar (Gn 2.21-24, Mt 19.3-6, Ef 5.21-33). Os
desastres da falta de firmeza do pai (2.22-25). O perigo do formalismo e do ritualismo (4.3). O perigo da
precipitação e da presunção (13.8-14). O perigo da obediência parcial (15.1-35) O fim do regime
teocrático e o início do regime monárquico. Israel quis um rei para ser como as outras nações (8.5-9,
12.12). Moisés havia profetizado a vinda de um reinado (Dt 17.14-15).
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F. NÃO SÓ PARA CRIANÇAS...
O episódio mais popular do livro é o duelo de Davi e Golias. Aqui vão alguns detalhes:
1. Golias era um gigante de quase 2,80m de altura.
2. A armadura de Golias pesava em torno de 50 quilos, a lança 6Kg.
3. Provavelmente Davi usou uma pedra de meio quilo a uma velocidade inicial de 160 a 240 Km/h. Sua
pontaria devia ser tão boa quanto aos homens de Gibeá (Jz 20.6).
4. A primeira pedra deixou Golias inconsciente, Davi matou-o com a própria espada do inimigo.
G. A MÉDIUM DE EN-DOR
O capítulo 28 relata a visita que Saul fez a feiticeira de En-Dor. Sem dúvida foi uma sessão
espírita, a questão é se Samuel apareceu, de fato a Saul. Os comentaristas se dividem. Nesta apostila, a
abordagem é que não houve aparição de Samuel, mas de um demônio. Eis algumas razões:
1. Deus não usaria uma prática que ele mesmo condenou - Dt 18.9-14
2. Os filhos de Saul e ele não estariam com Samuel no dia seguinte - 1 Sm 28.18-19 com 29.10-11 e
30.1-2 e 30.10,13,1
3. Deus condenou aquele ato - 1 Cr 10.13
4.Não houve verdade na profecia, pois nem Saul, nem todos seus filhos morreram no dia seguinte.
H. ESBOÇO SIMPLES
I. Samuel (1-7)
II. Saul (8-15)
III. Davi (16-30)
2 SAMUEL
A. PERÍODO ABRANGENTE DO LIVRO
2 Samuel abrange um período de 40 anos de história, começando com as lutas e conquistas de
Davi antes de ser rei até o pecado e a consequência deste por causa do recenseamento que o rei Davi
promoveu entre o povo.
B. CONSELHO PRECIPITADO
No desejo de ver alguém agradando a Deus podemos incorrer no mesmo erro de Natã, o de
incentivar a fazer algo "bom", atribuindo a ideia a Deus (ver 7.3 e o contraste no v.4-5).
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D. TEMPLO E TRONO
No capítulo 7, embora Deus permite a construção do Templo, não seria por mãos de Davi, mas
pelas mãos de Salomão. O nascimento de Salomão é profetizado. No v.13, o contraste entre o Templo
que será construído por Salomão e o Trono Eterno de Davi no reino (milenar). No v.16, a promessa de
semente perpétua não é para Salomão e sim para Davi. Esta é a ALIANÇA DAVÍDICA.
E. A ARCA
Os filisteus pensavam que o poder de Israel nas lutas estava na arca, por isso, roubaram-na e
usaram como talismã. Porém, desgraças acometeram o povo, por isso, resolveram devolvê-la. Ficou com
os filisteus 7 meses. (cap. 4-7). Depois de passar por Bete-Semes e Quiriate-Jearim (20 anos), foi
removida para Jerusalém, onde Davi edificou um tabernáculo para ela (2 Sm 6.12, 2 Cr 1.4). Jerusalém,
então, passou a ser o centro da adoração judaica e, também, a capital política. Com o cativeiro
Babilônico, a arca desapareceu (586 a.C.). Existe a tradição que Jeremias teria escondido numa caverna
(2 Crôn. 35.3, Jr 3.16, 2 Macabeus 2.4-8).
SOBRE O TRANSPORTE DA ARCA: O descuido de Davi em levar a arca num carro, ao invés de ser
nos varais, pelos sacerdotes (Nm 4) resultou na morte de Uzá.
F. ALGUNS ERROS DO ESCRIBA
A Bíblia chegou até nós traduzida e várias revisões já foram feitas por causa de erros, porém,
o caso aqui não é este, mas que até houve erros nos manuscritos antigos, visto que, também, foram obras
de "segunda mão", ou seja, cópias feitas à mão de outras cópias, sendo que a original só mesmo quem
recebeu a revelação direta de Deus é quem possuía. Neste livro percebe-se dois erros do escriba. Um está
em 8.4 que deve ser comparado com 1 Crôn. 18.4. Outro está em 2 Sm 10.18 que deve ser comparado
com 1 Crôn. 19.18. Como disse o Dr. Scofield: "Deus nos deu uma Bíblia livre de erros nos manuscritos
originais. Na sua preservação através de muitas gerações, Ele providenciou que não houvesse erros
sérios, embora Ele tenha permitido alguns erros dos escribas." Erros numéricos são os mais comuns dos
escribas. Outros exemplos: 2 Cr 22.2 com 2 Rs 8.26; 2 Cr 36.9 com 2 Rs 24.8; 1 Cr 21.5 com 2 Sm 24.9;
2 Cr 2.2,17,18 e 2 Cr 8.18 com 1 Rs 9.28; 1 Cr 21.25 com 2 Sm 24.24; 2 Cr 3.4 com 1 Rs 6.2.
G. O PECADO DE DAVI
Foi, sem dúvida, o momento mais triste da vida de Davi. Fugir de Saul foi assustador, mas nada
comparado à tristeza e consequências que trouxeram a Davi. O registro se encontra no capítulo 11. O
pecado de Davi não foi um ato isolado, mas uma descida que foi-se acentuando até torna-se íngreme
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demais para voltar sem machucar-se. Como em Sl 42.7, "um abismo chama outro abismo". Aqui,
portanto, a queda de Davi vista em seus vários aspectos:
1.Negligência de responsabilidade - v.1
2.Ociosidade - v.2
3.Olhar impuro - v.2
4.Pensamento malicioso - v.3
5.Abuso de autoridade - v.4
6.Adultério - v.4
7.Cinismo - v.7
8.Falsidade - v.8,10
9.Insensibilidade ao alerta de Deus para a confissão - v.11
10.Planos para encobrir o pecado - v.12
11.Amizade traidora - v.13
12.Transferência de "culpa" - v.13 (Davi tentou "provar" que a gravidez foi por Urias, porém, foi
frustrado, visto que Urias não deitou com sua própria mulher, nem depois de embriagado, por isso,
teve que tentar o "plano B".
13.Assassinato passivo - v.14-15
14.Tropeço aos que estão sob sua responsabilidade, fazendo-os pecar - v.16-24
15.Proteção ao pecado dos outros - v.25
16.Cegueira total (obstinação), consciência tranquila em relação ao pecado - v.26-27
A REPREENSÃO E O JULGAMENTO
1. Através de uma ilustração Davi é repreendido por Natã - 12.1-7
2. O julgamento
A. Lutas constantes em sua própria casa - 12.10 com 13.28-31,
37-39, 18.14, 15.1-23,1 Rs 2.13-25
B. Suas próprias mulheres abusadas em sua presença - 12.11-12 com 16.21-22
C. Morte do filho, fruto daquele pecado - 12.14 com 12.15-18
H. O PECADO DO RECENSEAMENTO - CAP. 24
Davi contou seus homens à disposição e descobriu que tinha 800 mil. Isso deu a Davi uma falsa
confiança em seus próprios recursos. Davi percebeu e admitiu sua culpa. Davi escolheu o castigo que
teria e preferiu cair nas mãos misericordiosas do Senhor. Em 1 Cr. 21.1 diz que Satanás que levou Davi
agir assim. Isso é um alerta para nós, pois Satanás quer que sintamos fortes com nossos próprios recursos,
o que será uma queda diante de Deus. A população total, talvez era entre seis e oito milhões (1 Cr 21.6).
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I. ESBOÇO SIMPLES
I. Os triunfos de Davi (1-10)
II. As aflições de Davi (11-24)
REIS
A. NOME DO LIVRO
I e II Reis eram um só livro. São chamados os Livros dos Reis porque registram os principais
acontecimentos dos reinados dos reis de Judá e Israel desde a morte de Davi, até o final do reino de Judá
e a queda de Jerusalém. O livro de 1 Reis fala do reinado de Salomão, dando pormenores da construção
do Templo; fala, também, do ministério de Elias e o reinado de Acabe. Em hebraico o título é
simplesmente "melãkhim" = reis. O motivo de terem dois livros na LXX é simples: no original hebraico
não era necessário escrever as vogais; já o grego exige isso e ocupa o dobro de espaço, sendo necessários
dois rolos.
B. AUTOR
Desconhecido. Supõe-se que tenha sido escrito enquanto ainda havia o primeiro Templo (8.8),
por isso, presume-se que Jeremias tenha escrito, usando dados de Natã e Gade e outros escritores.
C. O PERÍODO ABRANGENTE
Da morte de Davi até Acabe e Jeosafá cobre um período de 120 mais ou menos.
D. DATA
Por volta de 550 a.C.
E. A DIVISÃO DO REINO
Salomão teve grande culpa na divisão do reino de Israel, pois, além de trazer vários deuses para
o reino, por causa de suas 7 centenas de esposas e 3 centenas de concubinas, teve que cobrar altos
impostos para manter o seu reinado luxuoso. Para completar Roboão seu filho "mudou os marcos
antigos" não ouvindo os mais velhos. (caps.11-12).
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F. REIS DE JUDÁ E REIS DE ISRAEL
REIS DE JUDÁ REIS DE ISRAEL
19 reis de uma só dinastia: Davi (345 anos) 19 reis e 9 dinastias (210 anos), 8 reis foram
assassinados ou cometeram suicídio.
Judá teve frequentes reavivamentos Israel não teve nenhum reavivamento
G. O CARÁTER DOS REIS
A comparação dos reis era feita tomando como exemplos Davi (o rei bom) e Jeroboão (o rei
mau). A maioria dos reis "andou nos caminhos Jeroboão, filho de Nebate", com exceção de alguns reis
de Judá, como Asa (1 Rs 15), Josafá (1 Rs 22), Ezequias (2 Rs 18-20) e Josias (2 Rs 22-23), e mesmo
esses tiveram alguns defeitos.
H. OS REIS E A CRONOLOGIA
Alguns estudiosos hebreus admitem que existem alguns erros quanto às datas. Uma das
explicações é que cometeram o erro de contar uma parte de um ano como se fosse um ano inteiro e outra
explicação são as complicações decorrentes das co-regências, quando um filho reinava com o pai durante
algum tempo e, às vezes, por erro dos copistas. Contudo a cronologia dada na página seguinte é
aproximada e aceita pelos estudiosos.
ISRAEL (reino do Norte) JUDÁ (reino do Sul)
NOME DO REI REINADO NOME DO REI REINADO
Jeroboão 931-909 Roboão 931-913
Nadabe 910-908 Abias 913-911
Baasa 909-886 Asa 911-870
Elá 885-885 Josafá 870-848
Zinri 885- - Jorão 848-841
Onri 885-874 Acazias 841- -
Acabe 874-853 Atalia 841-835
Acazias 853-852 Joás 835-796
Jorão 852-841 Amazias 796-767
Jeú 841-814 Uzias 767-740
Jeoacaz 814-798 Jotão 740-732
Jeoás 798-782 Acaz 732-716
Jeroboão II 782-753 Ezequias 716-687
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Zacarias 753-752 Manassés 686-642
Salum 752- - Amom 642-640
Menaém 752-742 Josias 640-609
Pecaías 742-740 Jeoacaz 609- -
Peca 740-732 Jeoaquim 609-597
Oséias 732-723 Joaquim 597- -
Zedequias 597-587
I.ESBOÇO SIMPLES
I.O estabelecimento do reino (1-2)
II.A glória do reino (3-10)
III.A divisão e o declínio do reino (11-22)
2 REIS
A. NOME DO LIVRO
Como vimos no 1º livro, essa divisão só veio a existir na LXX, portanto, o 2º livro é apenas a
continuação da história dos reis de Judá e Israel.
B. AUTOR E DATA
Seguem a mesma orientação do 1º livro.
C. O PERÍODO ABRANGENTE
O 2º livro dos Reis contém a história desde Acabe até o cativeiro, mais ou menos 300 anos de
história. A primeira parte narra os atos de Eliseu, durante seus 66 anos de ministério. Eliseu operou 16
milagres, enquanto Elias operou a metade (isso explica 2.9).
D. OS 16 MILAGRES OPERADOS POR ELISEU
1º A abertura do Jordão (2.14) 9º Multiplicação da comida (4.43)
2º Purificação das águas (2.21) 10º Cura de Naamã (5.10)
3º Ferimento aos "rapazinhos" (2.24) 11º Lepra sobre Geazi (5.27)
4º Águas de sangue (3.20) 12º Machado que flutuou (6.6)
5º O azeite da viúva (4.1-6) 13º Carruagens de fogo (6.17)
6º Filho para a mulher (4.16-17) 14º Cegueira sobre os soldados sírios (6.18)
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7º Ressurreição do menino (4.35) 15º Visão de Samaria (6.20)
8º Purificação veneno (4.41) 16º O milagre na própria sepultura (13.21)
E. OS 8 MILAGRES OPERADOS POR ELIAS
1º Seca (1 Rs 17.1)
2º Farinha e azeite (1 Rs 17.16)
3º Ressurreição do filho da viúva de Sarepta (1 Rs 17.22)
4º Fogo do céu sobre o holocausto no monte Carmelo, em desafio aos profetas de Baal (1 Rs 18.38)
5º Chuva depois da seca (1 Rs 18.1,41,44,45)
6º Fogo do céu contra 51 homens (2 Rs 1.10)
7º Fogo do céu contra outros 51 homens (2 Rs 1.12)
8º Divisão das águas do Jordão (2 Rs 2.8)
F. REIS BONS E REIS MAUS
Israel, vergonhosamente, não possuiu NENHUM rei bom, dos 19 que existiram. Judá foi
governado por 19 reis e 1 rainha, sendo que 8 foram bons. Um dos melhores reis de Judá, Ezequias, era
pai do pior dos reis (cap.21). Não houve rei semelhante a Josias (23.25). Quase a linhagem davídica
sucumbiu (11.1-3). Também, por pouco a única cópia da Lei desapareceu (22.8-20). A triste frase "e fez
o que parecia mal aos olhos do Senhor", encontra-se 21 vezes neste livro. A frase "e fez o que era reto
aos olhos do Senhor" aparece somente 8 vezes.
G. O FIM DA MONARQUIA
Após o exílio babilônico não houve mais rei. Com isso Deus libertou a nação da confusão
causada com a interferência do Estado sobre a religião, pois os reis sendo infiéis a Deus e casando-se
com mulheres pagãs, tornaram a religião monoteísta hebraica manchada com o paganismo. Portanto, a
monarquia começou contra a vontade de Deus e terminou de modo trágico, embora Deus ofereceu
oportunidades para os reis andarem nos caminhos do Senhor e de Davi.
G. ESBOÇO SIMPLES
I.O fim do ministério de Elias (1-2)
II.O ministério de Eliseu (2-13)
III.O desaparecimento de Israel (13-17)
IV.O desaparecimento de Judá (18-25)
1 CRÔNICAS
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A. NOME DO LIVRO
Assim como os livros dos reis, 1 e 2 Crônicas no original hebraico são um só livro. Crônicas,
embora pareça, não é a repetição dos livros dos reis. Os livros dos reis e de Samuel tratam de Judá e
Israel; os livros das Crônicas tratam somente de Judá. Os tradutores gregos deram o nome para este livro
de "As coisas omitidas". Porém, o título hebraico é "Diberey hayyãmim" = as palavras dos dias ou
narrativas dos dias. A palavra crônica significa coletânea de fatos históricos em ordem cronológica.
B. AUTOR
A tradição judaica afirma que Esdras foi o escritor. O fim do livro de Crônicas liga com o
começo do livro de Esdras. Parece que Crônicas-Esdras-Neemias tinham o propósito de formar uma só
obra. O cronista certamente tinha acesso aos registros dos reis, pois ele mesmo menciona (2 Cr 24.27).
Algumas informações adicionais, talvez, foram tiradas desses registros.
C. DATA
Provavelmente foram escritos no período do cativeiro da Babilônia. No 5º século a.C. (450 e
425 a.C.). Os dois livros de Crônicas cobrem um período de 460 anos. 1 Crônicas, cobre um período de
60 anos.
D. A ÊNFASE DO LIVRO DAS CRÔNICAS
Enquanto o livro dos reis fala de guerras e reinado; Crônicas fala do Templo e seus ritos. O
ponto de vista em Crônicas é o do próprio Senhor, enquanto que no livro dos reis o ponto de vista é
humano. Davi é o personagem enfatizado em 1 Crônicas. O pecado de Davi não é mencionado,
mostrando assim, o perdão de Deus. A seguir uma comparação simples entre o livro dos reis e o livro
das crônicas:
LIVRO DOS REIS LIVRO DAS CRÔNICAS
A história da nação é apresentada a partir do
trono
A história é apresentada a partir do altar
O palácio é o centro O templo é o centro
O registro da história política O registro da história religiosa
Apresentação dos fatos Interpretação desses fatos
Ponto de vista humano Ponto de vista divino
EXEMPLO quanto ao ponto de vista. Em 1 Rs 14.20 sobre a morte de Jeroboão, simplesmente diz que
"dormiu com seus pais". Já em 2 Cr 13.20 diz que "o feriu Jeová, e morreu".
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E. ALGUMAS DIFERENÇAS TEXTUAIS
Visto que o cronista obtinha informações dos registros reais, é mais provável supor que Samuel
e Reis tiveram alguns erros de texto na edição. Por exemplo:
1. A morte do irmão de Golias (2 Sm 21.19 com 1 Cr 20.5).
2. A quantia de dinheiro dada por Davi para o lugar de adoração (2 Sm 24.24 com 1 Cr 21.25).
Embora alguns expliquem esta aparente contradição mostrando que um enfatiza o campo todo,
enquanto outro somente os bois e a eira.
F. DOCUMENTOS DE ONDE FORAM COMPILADOS OS REGISTROS DAS CRÔNICAS
Crônicas é um livro de compilação. Aqui segue uma lista dos documentos mencionados, ou
seja, as fontes de onde Esdras (supostamente) recorreu:
1.Livro dos Reis de Israel e Judá - 2 Cr 27.7
2.Um MIDRASH (comentário, relato) - 2 Cr 24.27
3.Palavras, ou História de Samuel o vidente - 1 Cr 29.29
4.Palavras, ou História de Gade o vidente - 1 Cr 29.29
5.Palavras, ou História de Natã o Profeta - 2 Cr 9.29
6.A profecia de Aías o silonita - 2 Cr 9.29
7.As visões de Ido o vidente - 2 Cr 9.29
8.Palavras, ou História de Semaías o profeta - 2 Cr 12.15
9.Um MIDRASH (comentário, relato) de Ido o profeta - 2 Cr 13.22
10.Obra de genealogia de Ido o profeta - 2 Cr 12.15
11.Palavras, ou História de Jeú, filho de Hanani - 2 Cr 20.34
12.Atos de Uzias, por Isaías o profeta - 2 Cr 25.22
13.A visão de Isaías o profeta - 2 Cr 32.32
14.Palavras, ou História dos videntes (ou Hozai) - 2 Cr 33.19
G. ESBOÇO SIMPLES
I. Genealogias (1-9)
II. O reinado de Saul (10)
III. O reinado de Davi (11-29)
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2 CRÔNICAS
A. NOME DO LIVRO
No original hebraico este livro começa com o conectivo "e", mostrando, assim, a continuidade
da narração histórica, pois, como já vimos, 1 e 2 Crônicas formavam um só livro.
B. AUTOR, DATA E ÊNFASE DO LIVRO
Segue o mesmo que o 1º livro das Crônicas. 2 Crônicas cobre um período de 400 anos.
C. O FIM DO VELHO TESTAMENTO
Na ordem dos livros no cânon hebreu o Velho Testamento termina com 2 Crônicas 36.23.
D. ESBOÇO SIMPLES
I. O reinado de Salomão e a narrativa detalhada da construção do Templo (1-9)
II. Os reis de Judá (10-36)
ESDRAS
A. NOME DO LIVRO
Esdras e Neemias formam um livro na Bíblia hebraica, pois falam de uma história: o retorno
do remanescente para Jerusalém e a reconstrução da cidade e da nação. O cativeiro babilônico começou
em 606 a.C. Jerusalém caiu nas mãos do inimigo em 587 a.C. Os babilônicos deportaram muitos do povo
entre 606 e 586 a.C., incluindo Daniel e Ezequiel. Jeremias profetizou um período de 70 anos de cativeiro
(Jr 25.12-14 e 29.10-14, 2 Cr 36.21); isto abrangeria do começo da invasão em 606 a.C. até o retorno do
remanescente em 536 a.C., tempo este em que o altar foi reconstruído e o sacrifício de animais
restabelecido. Assim, Esdras e Neemias contam a história do retorno à terra e à cidade, a reconstrução
do Templo e a reconstrução dos muros. O livro de Ester, também, abrange esse período, bem como os
livros dos profetas Ageu e Zacarias (ver Esdras 5.1ss).
B. AUTOR
Esdras foi escritor como a maioria dos escritores concordam. Os judeus estimam muito a vida
de Esdras como escriba. Alguns dizem que ele copiou toda a lei, visto que esta tinha sido destruída no
exílio, bem como muitos livros. Os capítulos 7 a 9 são escritos na primeira pessoa do singular. Os
primeiros seis capítulos são escritos com base em registros. Duas passagens são escritas em aramaico
(4.8-6.18 e 7.22-26). O aramaico era a língua diplomática da época, o que faz sentido, pois os textos
nesse idioma são para cartas e decretos entre a Palestina e a Pérsia.
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C. DATA
Tomando como certo que o Artaxerxes em 7.1 era o Artaxerxes I Longímano, Esdras chegou
em Jerusalém em 457 a.C., o "sétimo ano do rei" (7.8), portanto, doze anos antes de Neemias chegar em
Jerusalém. O livro de Esdras abrange um período de 80 anos mais ou menos. Na História os
acontecimentos no mundo são os seguintes:
1) Idade de ouro da Grécia.
2) Época da vida de Buda (563-483 a.C.)
3) Época da vida de Confúcio (551-479 a.C.).
D. CRONOLOGIA
606 - 605 - Os babilônicos iniciam sua invasão e deportação dos prisioneiros.
587 - Jerusalém rende-se ao inimigo.
539 - Babilônia rende-se a Ciro e o Império Medo-Persa tem início.
538 - Ciro permite aos judeus retornarem à Palestina.
536 - Aproximadamente 50 mil Judeus retornam; o altar é reconstruído e sacrifícios são oferecidos.
535 - Começa a reconstrução do Templo, mas a obra é interrompida (Esd 4).
520 - Após 15 anos, a obra reinicia-se; Ageu e Zacarias pregam.
515 - O Templo é restaurado e consagrado.
476 - Ester torna-se rainha da Pérsia.
458 - Esdras viaja a Jerusalém (ver Esd 7-10); seguem reformas espirituais.
446 - Neemias enviado a Jerusalém como governador. Reconstrução dos muros.
Malaquias, contemporâneo de Neemias profetiza.
Alguns estudiosos discordam de algumas datas, mas esse pormenor não afeta as lições tiradas
desses acontecimentos. Note que Esdras foi para Jerusalém somente 80 anos após Zorobabel começar a
edificar o Templo.
E. A CRONOLOGIA DOS REIS DA PÉRSIA
528-529 Ciro
529-522 Cambises
522-521 Gaumata (pseudo-Smerdis), foi Usurpador.
521-486 Dario I (Histaspes)
486-465 Xerxes I (Assuero)
464-424 Artaxerxes I (Longimano)
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424-423 Xerxes II
423-404 Dario II (Nothus)
404-359 Artaxerxes II (Mnémon)
359-338 Artaxerxes III (Ócus)
338-331 Dario III (Codomano)
Nesta data, o império persa foi derrubado por Alexandre o Grande da Macedônia.
F. OS LÍDERES
ESDRAS
1. Foi um judeu justo e patriota.
2. Um sacerdote e escriba (Esd 7.1-6).
3. Ele foi um estudante das Escrituras e ajudou a restaurar a Lei à terra.
4. Também, foi um homem de oração (8.21-23) e um homem interessado pelo bem-estar de seu povo
(9.3-4).
5. Seu nome significa "ajuda".
6. A fé de Esdras no Senhor é vista pela sua disposição de empreender uma jornada perigosa da
Babilônia a Jerusalém, sem escolta militar!
NEEMIAS
1. Era um oficial na coorte do rei quando Deus o chamou para retornar à cidade de Jerusalém para
reconstruir os muros.
2. Ele era o que chamamos hoje de "leigo", sendo que não tinha nenhum chamado profético ou
linhagem sacerdotal.
3. Ele foi promovido de copeiro para governador!
ZOROBABEL
1. Era um dos líderes antes de Esdras (2.3, 3.8).
2. Seu nome significa "descendente da Babilônia", mostrando assim que nasceu no Exílio. Alguns
dizem que era chamado, também, de Sesbazar, que seria o nome babilônico (1.8,11, 5.16); outros
discordam disso, pois em 5.14-16, Sesbazar é referido como alguém que não mais estava vivo,
enquanto Zorobabel estava atarefado na edificação do Templo.
3. Seu título oficial era "Tirsata" (2.63) que significa "governador".
4. Zorobabel era da linhagem real de Davi (1 Cr 3.17-19).
5. Ele serviu de líder político da nação restaurada.
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JOSUÉ
Era o sumo-sacerdote nessa época (Ag 1.1,12,14, Zc 3.1-10, Esd 3.2).
Além desses nomes que foram citados, mais duas personagens foram muito importantes nessa
época: os profetas Ageu e Zacarias, os quais animaram o povo quanto à reconstrução do Templo. Note
que Esdras NÃO guiou o primeiro grupo de judeus de volta a Jerusalém; isto foi feito por Zorobabel e
Josué 80 anos antes. Esdras só "entra em cena" no cap.7 quando guiou o segundo grupo (um grupo
menor) à Terra Santa. Esdras permaneceu lá para trabalhar e finalmente juntou-se a Neemias (Nee 8.9,
12.26).
G. LIÇÕES
Deus tinha prometido cativeiro à nação, caso caísse em desobediência, e Ele cumpriu Sua
promessa. Ele também prometeu que um remanescente retornaria (Jr 25.12-14, 29.10-14). Foi a profecia
de Jeremias que encorajou Daniel na Babilônia a orar pelo retorno do povo (Dn 9.1ss). Deus preservou
uma "lâmpada" em Jerusalém para que seu Filho pudesse nascer através da nação judaica e salvar o
mundo. O Salmo 126 relata a alegria de retornarem para a terra, mas nem todos se alegraram. Os mais
velhos que lembravam da glória do Templo choravam, como Ageu relata.
H. DEUS CONTROLANDO A HISTÓRIA
Judá foi para o cativeiro babilônico e lá ficou por 70 anos. Ciro, o rei da Pérsia derrotou a
Babilônia, cumprindo a profecia (Is 14.22, Jer 27.7, Dn 5.28). Isaías profetizou até o regresso dos judeus
e até profetizou o nome de Ciro 200 anos antes do nascimento deste (Is 44.28, 45.1-4). Josefo diz que
relatou que Daniel mostrou essas profecias a Ciro, este ficou tão impressionado e disposto que publicou
o decreto.
I. ESDRAS E O TALMUDE
O livro das tradições dos judeus, o Talmude, coloca Esdras como um dos mais célebres
personagens entre os judeus. Cinco grandes feitos são atribuídos a ele:
1) A fundação da “Grande Sinagoga," ou seja, um grande Concílio de 120 pessoas para reorganizar
a vida religiosa do povo. Esdras teria sido o presidente. Instituíram escolas de ensino para os
judeus, e instituíram a Festa de Purim.
2) O estabelecimento do CÂNON sagrado.
3) A árdua tarefa de reescrever as Escrituras do hebraico antigo para o novo, com os caracteres
assírios (aramaico).
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4) A compilação do livro das Crônicas junto com o livro que leva o seu nome e o livro de Neemias.
5) A instituição das sinagogas locais.
J. ISRAEL OU JUDÁ? ISRAELITA OU JUDEU?
As dez tribos de Israel se perderam no cativeiro assírio; a tribo de Judá retornou em parte para
a Judéia. Desta forma todos ficaram conhecidos por "judeus", cujo significado é incerto, mas talvez
signifique "louvor" da mesma palavra "Judá" (5.5, 6.7). O livro de Ester não faz distinção, nem Jesus,
nem Paulo ou Pedro; ora chamando de judeus, ora de israelitas. Tiago, por exemplo, 550 anos mais tarde
escreve "às doze tribos que estão espalhadas" (Tg 1.1). Portanto, os judeus que conhecemos hoje são
descendentes de todas as tribos de Israel, não só de Judá. Alguns fazem a seguinte distinção: Israelense
refere-se à pessoa que nasce em Israel e Israelita refere-se ao descendente de Israel.
J. ESBOÇO SIMPLES
I. Restauração nacional com Zorobabel (1-6)
II. Reforma espiritual com Esdras (7-10)
NEEMIAS
A. NOME DO LIVRO
O que se pode conhecer de Neemias é apenas o que está no livro com esse nome. Era copeiro
do rei Artaxerxes I (465-424 a.C.). É bem provável que Neemias era eunuco, pois, nada é mencionado
sobre sua esposa e, sendo que era copeiro do rei, é perfeitamente possível. Foi nomeado governador em
445 a.C. (2.1). Esdras foi o compilador, utilizando-se das memórias pessoais de Neemias, na 1ª pessoa
do singular. (1.1-2.20, 4.1, 7.5, 10.28, 11.2, 12.27-13.31). O que Esdras não emprestou das memórias de
Neemias, certamente conseguiu no registro do Templo. Portanto, Esdras foi apenas um compilador e fez
muito bem em dar o nome do livro para Neemias.
B. AUTOR
Como já vimos foi Esdras. Esdras e Neemias compõem uma só obra.
C. DATA
Mais ou menos 450 a.C.
D. ESDRAS E NEEMIAS
Esdras trata da reconstrução do TEMPLO; Neemias trata da reconstrução dos MUROS.
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E. NEEMIAS E A OBRA DE DEUS
Reconstruir os muros era a obra de Deus que Neemias executou com dedicação e oração, aliás,
o livro menciona onze vezes Neemias orando. A obra de reconstruir os muros parece muito com qualquer
outro aspecto da obra de Deus:
1.É difícil
2.Tem inimigos
3.Há problemas internos, etc.
Assim sendo, segue um esboço da analogia da obra da reconstrução dos muros em relação a obra atual,
a Evangelização dos povos:
1.Um dos motivos da obra: o pecado do povo - 1.8-9
2.Deus move o coração do rei - 2.1-8
3.A obra (Satanás e o pecado) proporciona um triste espetáculo aos olhos do servo de Deus - 2.11-
15,18.
4.Os trabalhadores da obra - cap.3. É um privilégio todos trabalharem juntos.
5.Oração a respeito dos inimigos da obra - 4.5, 6.14 (não é pecado orar por vingança; pecado é vingar-
se.
6.Problemas internos da obra - 5.6
7.O resultado da obra - cap.7 com Ap 5.9, Is 35.10 e 51.11.
8.Uma parte importante da obra: o ensino aos resgatados - 8.7 (por falta de ensino estavam em tal
situação).
9.Outro resultado da obra: lembrança do pecado passado com o fim de glorificar a Deus - 9.10
10.Outro resultado da obra: santificação dos salvos - 10.31
11.O obreiro quer ver todos envolvidos na obra - cap.11
- Nem todos moram no lugar da obra (Jerusalém), mas estão na vontade (território) de Deus
(Palestina).
12.O obreiro quer a participação dos demais líderes (pastores) com ele nessa obra - cap.12
13.A justiça e a imparcialidade na obra - 13.28
F. OITO DIFICULDADES ENFRENTADAS E VENCIDAS POR NEEMIAS
Extraído da obra de H.E.Alexander (Introdução à Bíblia)
1ª A chegada a Jerusalém. O desprestígio de Sambalá (cap. 1-2), ver 2.10,19-20).
2ª Os príncipes dos tecoítas não se dedicaram inteiramente ao serviço (3.5).
3ª Sambalá escarnece dos judeus (4.1-6).
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4ª Os inimigos se unem para impedir o trabalho (4.7-9).
5ª Desânimo dos construtores (4.10-23).
6ª Injustiças sociais (cap.5).
7ª Cinco vezes Sambalá arma cilada para apanhar Neemias (cap. 6-12).
8ª Na ausência de Neemias, o povo recai na desobediência e ocorrem diversas infrações à lei (cap.13).
F. ESBOÇO SIMPLES
I. Restauração dos muros (1-6)
II. Reavivamento do povo (7-13)
ESTER
A. NOME DO LIVRO
Os eventos registrados em Ester encontram-se no período entre caps. 6 e 7 de Esdras. O livro
de Ester em lugar nenhum menciona o nome de Deus, enquanto o nome do rei é mencionado 28 vezes.
Os rabinos encontraram o nome Jeová "escondido" em cinco versos no original hebraico, através de
acrósticos, isto é, ora pegando a primeira letra de cada palavra, ora a última letra das palavras, formando
o nome JHVH = Jeová (pronuncia-se "Yavé", e o significado é "Eu sou o que sou", 1.20, 5.4,13, 7.5 e
7.7). Ester significa "estrela" na língua persa; o nome judaico era Hadassah, que significa "murta" (2.7).
B. AUTOR
Alguns judeus diziam que o autor era Mordecai (9.20,32); outros diziam que era Esdras e outros
ainda, Neemias. Não sabemos ao certo; o fato é que o escritor tinha tanto conhecimento da cultura e
costumes persas que é muito provável que tenha morado na Pérsia.
C. DATA
Foi escrito após a morte de Assuero (1.1), portanto depois de 465 a.C.
D. XERXES, ARTAXERXES E ASSUERO
Assuero é Xerxes I (1.3), rei da Pérsia (485-465 a.C.). "Assuero" era outro nome de Xerxes I.
O sucessor dele foi Artaxerxes I. Quando, no livro de Ester é mencionado Artaxerxes, refere-se realmente
a Xerxes (ou Assuero). A explicação é a seguinte: O nome persa é Khshayarsha, que traduzido para o
grego é Xerxes e quando traduzido para o hebraico é Akhashverosh, que é em Português Assuero.
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E. UM POUCO DE HISTÓRIA
O grande Xerxes (Assuero), rei da Pérsia, ofereceu uma grande festa como preparação para a
famosa expedição contra a Grécia (480 a.C.). Lá a derrota foi grande. Nessa festa a rainha Vasti recusou-
se a satisfazer o desejo do rei e foi substituída por Ester, uma judia. Alguns dizem que ele se casou com
Ester antes da expedição; outros afirmam que foi depois, quando para consolar-se da grande derrota
casou-se com Ester.
F. A FESTA DE PURIM
O livro de Ester fala como a nação judaica foi salva de extinguir-se. Mostra a origem de uma
das festas mais comemoradas da nação, a Festa de Purim. A palavra "Purim" significa "sortes" e refere-
se ao lançamento de sortes por Hamam para determinar o dia da matança dos judeus (9.26-31, 3.7).
Purim, no calendário judaico, fica nos dias 14 e 15 do último mês (fevereiro ou março). Normalmente
precede por um jejum no dia 13 em memória do jejum de Ester (4.16). `
A tarde os judeus vão para a sinagoga, onde o livro de Ester é lido publicamente. Cada vez que
o nome de Hamam é lido, os judeus pisam o chão, vaiam e gritam "Apague seu nome!" No dia seguinte,
novamente na sinagoga, oram e leem a Lei; e o resto do dia e o próximo festejam e dão presentes uns
aos outros. Deus não instituiu essa festa no VT, mas os judeus têm observado isto fielmente durante
séculos. Apesar da maravilhosa libertação que Deus operou, a nação de Israel exaltou Ester e Mardoqueu
mais do que o próprio Deus. Chegou-se a tal ponto que na Idade Média o livro de Ester era mais
considerado que os Profetas e a própria Lei. Maimonides, o maior erudito judeu na Idade Média declarou
que quando o Messias chegasse, apenas dois livros ficariam: Ester e a Lei (Torá).
H. LIÇÃO ESPIRITUAL
Em Ester, vemos novamente o ódio de Satanás pelos judeus. Hamam planejou que os judeus
deviam ser exterminados! Mas no concerto de Abraão já havia a promessa de que qualquer homem ou
nação que se levantasse contra Israel seria amaldiçoado (Gn 12.1-3). Desde Gn 3.15, Satanás e sua
semente luta contra Cristo e Sua semente: Caim matou Abel; Faraó tentou exterminar os judeus; Hamam
tentou destruir Israel; Herodes tentou matar o menino Jesus. Ainda nos dias mais atuais Satanás odeia os
judeus (Ex. Hitler).
ESBOÇO SIMPLES
I. Ester é escolhida como rainha (1-2)
II. Ester livra o seu povo, os judeus (3-7)
III. Os judeus se vingam dos seus inimigos (8-10)
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JÓ
A. UM LIVRO POUCO LIDO
Muitos leitores da Bíblia evitam o livro de Jó, exceção feita aos primeiros dois capítulos e ao
último, talvez os mais dramáticos capítulos do livro. O restante do livro é uma coleção de longos
discursos, os quais nunca chegam a encerrar a verdade final. Entretanto, uma cuidadosa leitura do
livro de Jó, revelará que a mensagem é muito atual e que lida com um problema que todas as pessoas
enfrentam desde o início dos tempos.
B. O LIVRO
Enquanto se estuda o livro de Jó é preciso ter em mente esses três fatos:
1) O livro de Jó é um livro ORIENTAL, cheio de pensamentos e expressões daquele povo.
2) O livro de Jó é um livro POÉTICO (exceto os capítulos 1-2 e 42.7-27). A poesia hebraica
não é semelhante à nossa poesia, ou seja, não se preocupa exatamente com a rima, mas
com os pensamentos. Observe no quadro a seguir:
PARALELISMO SINÔNIMO - É quando os pensamentos são essencialmente os mesmos.
“Está a sabedoria com os idosos, e na longevidade o entendimento? ” (Jó 12.12)
“Faze-me, Senhor, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas” (Sl 25.4)
PARALELISMO ANTITÉTICO - É quando os pensamentos de uma parte contrastam com a outra.
“Não poupa a vida ao perverso, mas faz justiça aos aflitos” (Jó 36.6)
“Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá” (Sl 1.6)
PARALELISMO SINTÉTICO - É quando o pensamento principal é desenvolvido e enriquecido.
“Sentir-te-ás seguro, porque haverá esperança; olharás derredor, e dormirás tranquilo” (Jó 11.18)
“Não respondas ao insensato segundo a sua estultícia, para que não te faças semelhante a ele” (Pv 26.4)
O livro de Jó luta com um PROBLEMA DIFÍCIL: “Por que Deus permite o justo sofrer? ”
Portanto, esses três fatos do livro de Jó fazem-no difícil de ler e interpretar, mas o estudante zeloso
das Escrituras não deixará de estudá-lo por causa das dificuldades, pois todo o que se esforça para
entender a Bíblia será recompensado com maior maturidade cristã.
C. AUTOR
Desconhecido. Alguns acham que foi Moisés quem escreveu; outros acham que tenha sido Eliú (Jó
32.6).
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D. DATA
Não se sabe, porém, há opiniões que Jó tenha vivido no período patriarcal, pois viveu muitos
anos (42.16-17), muito embora, também, no livro todo não há nenhuma referência aos patriarcas. O
livro de Jó não possui nenhuma referência à Lei, ao Tabernáculo e ao Templo. É provável que tenha
sido escrito antes do livro de Gênesis. Há uma referência ao dilúvio (22.15-16), porém, não há
referência à destruição de Sodoma e Gomorra. Embora não seja o fator determinante, pode ser que o
livro de Jó esteja entre esses dois eventos. O livro cobre um período de 140 anos. Se Moisés escreveu
ou alguém de sua época, a data provável foi entre 1450-1410 a.C.
E. A VERACIDADE DO LIVRO
Jó não é uma ficção como os liberais afirmam, mas uma história real de um homem chamado
Jó. O profeta Ezequiel mencionou o seu nome (Ez 14.14-20), Tiago, também (Tg 5.11). Jó era um
homem justo, rico, sincero com respeito às necessidades dos outros, porém, era um homem que estava
perplexo, pois não podia entender porque Deus permitia que sofresse tanto, uma vez que era justo.
Sendo que o livro menciona o lugar de onde Jó era (Uz) isto dá um registro histórico, e como bem
sabemos a Bíblia não dá identificação histórica e de nomes em parábolas. O mesmo ocorre com o
rico e Lázaro. Jesus relatou um fato conhecido dEle somente, portanto, não é uma parábola. Para
reforçar a ideia lembre-se que Jesus mencionou a pessoa do Pai Abraão.
F. TEMA
O tema mais simples para o livro de Jó é também o mais fácil de se deduzir, pois trata-se de
uma velha questão: "Por que um Deus amoroso e justo permite o justo sofrer?" Em poucos dias Jó
perdeu seus bens, sua saúde, sua família e sua posição diante da sociedade (19.9, 13-19). Jó não
perdeu a esposa, que na verdade foi para ele um tormento (2.9-10). Por que teria isto acontecido? Os
amigos de Jó (Elifaz, Bildade e Zofar) acusavam-no de hipócrita. Diziam que Jó escondia algum
pecado em sua vida e, por isso, o Senhor estava-lhe castigando. Jó insistia que não sabia de nenhum
pecado oculto. Note em 2.3 que o próprio Deus diz que NÃO TINHA NENHUMA CAUSA
CONTRA JÓ! Em 42.7 Deus reprova os três amigos, pois NÃO FALARAM A VERDADE SOBRE
JÓ! Jó não era hipócrita, mas como qualquer um de nós, certamente havia espaço para melhoras em
sua vida e isso o próprio Jó admitiu no final (42.1-6).
G. UM ESCLARECIMENTO SOBRE O TEMA “O SOFRIMENTO DO JUSTO”
É verdade que Deus envia castigo quando Seus filhos persistem no pecado (Hb 12.1-13) e que
este castigo é evidência do Seu amor de Pai. É verdade, também, que os perversos têm sua
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prosperidade hoje, mas serão desprezados por Deus em um determinado dia, seja na terra ou na
eternidade (Sl 37 e 73).
TAREFA: Leia o Salmo 73 e responda: Qual o conflito de Asafe e quando ele obteve vitória?
Portanto, se o crente espera pacientemente, verá sua recompensa e o castigo dos ímpios. Mas
nenhum desses aspectos fizeram parte da história de Jó. Deus tinha um propósito em permitir o
sofrimento na vida dele. Deus revelou a Satanás e, também, aos anjos bons o testemunho de um
homem de fé. Só na eternidade descobriremos quantos anjos aprenderam com a vida dos santos (Jó
1.6-8, Ef 3.9-10, 1 Pe 1.12, 1 Co 11.10). A principal lição no livro de Jó é esta: DEUS É SOBERANO
em Suas Obras com Seu povo e nunca permitirá que qualquer situação na vida de um crente fiel não
seja para seu bem e para a própria glória de Deus (Rm 8.28). Deus não tem que explicar o Seu caminho
para nós. É bastante para nós sabermos que Ele cuida e que nunca faz confusão.
H. OS AMIGOS DE JÓ
Como diz o ditado: “Quem precisa de inimigos com amigos desse tipo? ”. Eram quatro os
amigos de Jó. Os eventos desse livro cobrem vários meses (7.3) e, portanto, contribuiu para os amigos
de Jó formularem diversas especulações (6.15, 12.4, 16.10, 17.1-9). Conheça três dos quatro amigos
de Jó:
ELIFAZ era de Temam. Ele baseou todas as suas ideias numa “experiência espiritual” de uma certa
noite (4.12-16).
BILDADE era um homem tradicional, alguém que conhecia alguns “provérbios dos sábios” e tentava
explicar tudo baseado nesses provérbios. Assim como Elifaz, Bildade estava certo que Jó era um
hipócrita.
ZOFAR era um homem muito dogmático e considerava-se mais sabedor sobre Deus do que qualquer
outro.
Cada um desses homens arguiu contra Jó e este refutava todas as palavras dos amigos. No
final (capítulos 32-37) uma nova voz surgiu: era ELIÚ, o mais jovem e que tinha esperado até que
seus amigos mais velhos terminassem seus argumentos. Os homens mais velhos insistiam que Deus
abençoava os justos e julgava os ímpios. O problema do argumento deles não era tanto o erro
doutrinário, pois havia muitas verdades no que diziam, porém, o conceito deles era estreito demais,
principalmente, para o contexto do sofrimento de Jó. Mais uma vez temos que admitir que os
caminhos de Deus são insondáveis. Eliú dizia que Deus às vezes castigava os justos de acordo com a
Sua própria vontade, mas jamais punia de modo irreversível. Eliú aconselhou Jó a se submeter a Deus
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e a confiar nEle, mas ainda assim, a atitude de Eliú era de um juiz e um crítico, como os demais
amigos de Jó. Quando Deus apareceu, não fez referência ao discurso de Eliú, apenas dos outros três
(42.7-9). Talvez uma preocupação de todos os amigos de Jó, após Deus se revelar, era a seguinte: se
Jó, sendo um homem de posição e reto diante de Deus sofria, poderia acontecer o mesmo, ou pior,
com eles.
I. A TERRA DE UZ
É muito fácil confundir UZ com UR, por isso, devemos prestar atenção. Uz, provavelmente
ficava ao norte da Arábia. O homem mais íntegro de todo o oriente viveu lá, seu nome era Jó. Ur,
ficava na terra dos Caldeus, na Mesopotâmia. O homem, conhecido como o “pai da fé” era de lá, seu
nome era Abrão.
J. A BÊNÇÃO DA PACIÊNCIA
Em um sentido o livro de Jó não dá a resposta ao problema do sofrimento do justo. Certamente
Jó se tornou um homem melhor ao final de seu sofrimento, pois o sofrimento PODE ter um efeito
purificador se nos rendemos ao Senhor. Tiago enfatiza a paciência de Jó, que literalmente significa
fidelidade sob provação. A palavra paciência no caso de Jó não pode ser deturpada, tentando designar
alguém que nunca argumenta, pois Jó ficou impaciente com seus amigos e com as circunstâncias,
porém, sempre esperou em Deus. Num desses momentos de desespero, Jó chegou a duvidar que
houvesse vida após a morte (cap. 12-14, veja 14.13-14). Jó manteve sua fé em Deus e creu que no
final Deus o defenderia e, de fato, isso aconteceu (16.19). Talvez esta seja a principal lição do livro
de Jó: Deus é soberano sobre as nossas vidas e não tem que explicar Seus planos para nós. Deus
trabalha os Seus propósitos usando nossas vidas (Rm 8.28). O alvo da glória é Deus; nós somos
apenas os instrumentos para a Sua glória.
K. A DOENÇA DE JÓ
Não se sabe ao certo, porém, alguns acreditam que tenha sido um tipo de lepra e elefantíase,
muito dolorosa, comum no Oriente e que causa repugnância às pessoas. Outros dizem que pode ter
sido pênfigo, popularmente conhecida como “fogo selvagem”. Seja qual for a doença, causou-lhe
dores insuportáveis, feridas fétidas e isolamento.
L. O DOBRO
Após todo o sofrimento de Jó, Deus o defendeu e deu a ele tudo o que perdeu, e em dobro
(42.10-17). Deus não mudou a sorte de Jó porque este orava pelos seus amigos, simplesmente; mas
Deus mudou a sorte de Jó porque Ele é soberano e assim quis. Porém, o fato de Jó orar por seus
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amigos mostra um profundo senso de perdão no caráter de Jó. Se tudo foi restituído em dobro para
Jó, por que Deus não lhe deu vinte filhos? A resposta traz um ensino maravilhoso. Deus tomou os
dez filhos de Jó para Si mesmo (1.2). Portanto, os dez primeiros foram ganhos para a Presença de
Deus e não perdidos e, agora, mais dez para o Senhor. Jó recebeu e devolveu vinte filhos para Deus,
portanto, o dobro.
M. ESBOÇO SIMPLES
I.A angústia de Jó (1-3)
II.A defesa de Jó (4-37)
III.O livramento de Jó (38-42)
SALMOS
A. NOME DO LIVRO
Salmos vem da palavra grega “psalmos”, que indica um “poema cantado com
acompanhamento de instrumentos musicais”. No N.T. grego aparece esta palavra em 1 Co 14.26, Ef
5.19, Cl 3.16. O título hebraico é Sepher Tehilim, que quer dizer “Livro dos Louvores”. É
considerado o hinário do segundo Templo. Davi tinha uma orquestra de 4.000 instrumentalistas (1 Cr
23.5).
B. AUTORES
73 Salmos são da autoria do Rei Davi; 12 Salmos são de Asafe (50, 73-83); 2 Salmos são de
Salomão (72, 127); um Salmo é de Moisés (90); um Salmo é de Etã (89) e 12 Salmos são da autoria
dos filhos de Coré, a família dos cantores levitas (42-49, 84, 85, 87, 88).
C. DATA
O livro dos Salmos foi escrito em 1000 a.C. e mais tarde, também.
D. ASSUNTOS
O livro dos Salmos é bem variado em seus assuntos, porém, todos têm em comum o fato do
salmista considerar o que Deus fez no passado, a necessidade urgente do momento, reconhecendo,
também, Sua soberania, bondade, sempre glorificando a Deus.
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Seguem alguns assuntos dos Salmos e onde encontrá-los.
Instrução
1,19,39
Penitência
6,32,38,51
143
Aspiração
42,63,80,
84,137
Messiânico
2,16,22,24
40,45,68,
69,72,97,
110,118
Louvor
8,29,93,
100
Confiança
3,27,31,46
56,62,86
História
78,
104-106
Gratidão
30,65,103,
107,116
Aflição e
Contrição
4,13,55,64
88
E. OS CINCO VOLUMES DOS SALMOS
Todo o livro dos Salmos foi dividido em cinco volumes, cada um termina com uma doxologia,
como segue:
LIVRO I - Salmos 1-41
LIVRO II - Salmos 42-72
LIVRO III - Salmos 73-89
LIVRO IV - Salmos 90-106
LIVRO V - Salmos 107-150
Embora existam cinco volumes não se diz “Os livros dos Salmos”, mas “O livro dos Salmos”,
conforme o título hebraico (ver L2A).
F. A UNIDADE DOS SALMOS
Cada Salmo tem em si uma única expectativa: o estabelecimento do reino de Deus na Terra.
Portanto, os Salmos são proféticos. Quando o autor de um Salmo fala dos inimigos, devemos ter em
mente não só os inimigos particulares dele e de sua época, mas os inimigos de Deus em toda a
História, os quais rejeitaram o Seu domínio.
F. OS SALMOS MESSIÂNICOS
Os Salmos Messiânicos não se referem apenas à Pessoa de Cristo (o Messias), mas às vezes é o
próprio Cristo Quem está falando. Nos Evangelhos aprendemos sobre a vida e os atos de Jesus Cristo,
mas nos Salmos Messiânicos conhecemos o ponto de vista interior dEle, o que Ele sentia e como Ele
vivia na presença de Seu Pai.
G. SELAH
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Esta palavra aparece 71 vezes nos Salmos, porém, não tem nenhum sentido literário para nenhuma
língua, exceto para os que cantavam os Salmos. A palavra Selah não era para ser lida em voz alta,
mas era o sinal usado para pausa, enquanto tocava-se os instrumentos musicais e em outros casos
servia para mudança de tonalidade. Exemplo: Salmo 67.1-2.
I. OS CÂNTICOS DOS DEGRAUS
Também conhecido como “os cânticos de subidas” ou, ainda, “os cânticos de romagem”. São
os Salmos 120-134. Uma explicação para esses Salmos é que, enquanto subiam a escadaria do
Templo, cantavam esses Salmos. Outra explicação, talvez melhor, é que, enquanto os viajantes
caminhavam até Jerusalém, nos dias de festas, cantavam esses Salmos em sua procissão.
J. O SALMO 119
Este é o “longa-metragem” da Bíblia. É o capítulo mais longo de toda a Escritura. É um Salmo
acróstico, isto é, as seções desse Salmo começam com as letras do alfabeto hebraico em sequência.
Dos 176 versículos apenas os versículos 84,90,121,122 e 132 não mencionam a Palavra de Deus, os
demais versículos referem-se aos diversos nomes entre os quais a Bíblia é conhecida.
TAREFA: Aliste, repetindo as ocorrências, os diversos nomes para a Palavra de Deus encontrados no
Salmo 119. Exemplo: v.1 - “Lei do Senhor”. No final de sua pesquisa separe os nomes diferentes,
indicando quantas vezes aparecem no Salmo 119.
PROVÉRBIOS
A. NOME DO LIVRO
Em português a palavra “provérbios” é composta de dois vocábulos latinos: PRO (em lugar
de) e VERBO (palavras). Portanto, um provérbio é uma sentença que está “em lugar de muitas
palavras”. É uma sentença curta que resume um princípio sábio. A palavra hebraica é “mãshãl”, que
significa “comparar”. Podemos perceber que os provérbios desse livro são comparações e contrastes.
Os judeus ensinavam através de provérbios, assim como todos os povos do Oriente.
B. AUTOR
Em 1.1 e 25.1 vê-se que Salomão foi quem mais escreveu os provérbios desse livro. Em 1 Rs
4.32, somos informados que Salomão falou 3000 provérbios, os quais evidentemente não foram
editados totalmente. Havia um grupo de escribas, o qual ajudou o rei Ezequias a reproduzir cópias
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das Escrituras, que, também, copiou os provérbios de Salomão, os quais estão editados nos capítulos
25-29. O próprio Salomão editou os provérbios dos capítulos 1-24. Os provérbios dos capítulos 30 e
31 foram editados por outros, porém, muitos acreditam que o “Rei Lemuel” (31.1) era o próprio
Salomão. Salomão ficou conhecido por sua grande sabedoria, ainda que mais tarde em sua vida
tornou-se idólatra e néscio. Nosso conforto é que no final da vida dele houve arrependimento
(Eclesiastes 12).
C. DATA
Talvez o Livro de Provérbios tenha sido escrito por Salomão em 950 a.C., porém, só foi
editado nos dias do rei Ezequias (25.1), 250 anos depois de Salomão, cerca de 700 a.C.
D. TEMA
Se fôssemos considerar alguma palavra chave nesse livro, essa palavra certamente seria
“sabedoria”. Normalmente pensamos que sabedoria é a habilidade de usar o conhecimento da
maneira correta, e realmente esta é uma definição prática, mas na Bíblia sabedoria é mais do que
isso. Sabedoria é um assunto do coração e não apenas da mente. É um assunto espiritual. Existe a
“sabedoria deste mundo” (1 Co 2.1-8, Tg 3.13-18) e existe a sabedoria divina, que é do alto. Em
Provérbios a sabedoria é retratada como uma mulher amável, a qual convida a humanidade a segui-
la numa vida de bênção e sucesso. A loucura é retratada como uma mulher perversa que tenta os tolos
e os guia ao inferno! Jesus Cristo é a sabedoria de Deus para o crente (1 Co 1.24,30). Percebe-se que
o objetivo do livro de Provérbios é refletir sabedoria, apenas. Não há qualquer menção de Templo,
sacerdotes, anjos, idolatria, Messias, Moisés ou qualquer evento relacionado à nação de Israel.
E. O TOLO
Provérbios frequentemente menciona três classes de pessoas que necessitam de sabedoria
desesperadamente: o tolo, o simples e o escarnecedor (1.22). O TOLO é o homem estúpido,
descuidado, vadio, satisfeito consigo mesmo. Nabal em 1 Samuel é um bom exemplo. Por sinal o
nome “Nabal” significa “tolo”.
O TOLO
1.Odeia instrução (1.7,22)
2.É autoconfiante (12.15)
3.Fala sem pensar (29.11)
4.Zomba do pecado (14.9)
3. O SIMPLES é o homem que é facilmente guiado por outros.
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O SIMPLES
1.Falta-lhe entendimento (7.7)
2.Não consegue ver adiante e como resultado anda constantemente em problemas (22.3)
4. O ESCARNECEDOR é um zombador dos assuntos de Deus e daqueles que amam a Deus.
O ESCARNECEDOR
1.Zomba da sabedoria de Deus porque esta é muito alta para ele, mas não admite (14.6)
2.Ele pensa que sabe tudo! (21.24)
3.Ele nunca tira proveito da repreensão (9.7-8, 13.1)
4.Ele será julgado por não tirar proveito da repreensão (19.25)
G. O HOMEM SÁBIO
O livro de Provérbios apresenta o caráter do homem sábio.
1.Ele ouve a instrução (1.5)
2.Obedece ao que ouve (10.8)
3.Armazena o que aprende (10.14)
4.Ganha outros para o Senhor (11.30)
5.Foge do pecado (14.16)
6.Cuida da língua (16.23)
7.É diligente em seu trabalho diário (10.5)
G. O VALOR DO LIVRO DE PROVÉRBIOS
O livro de Provérbios é valioso para nós como um guia de sabedoria prática para a vida
diária. Este maravilhoso livro nos fala sobre a língua, negócios e dinheiro, amizade, o lar, etc. É
muito útil para todo o crente (especialmente os jovens, conforme 1.4). É um livro que deve ser lido
várias vezes.
ASSUNTOS MENCIONADOS NO LIVRO DE PROVÉRBIOS (por H.E.Alexander)
Acepção de pessoas - 18.5, 24.23, 28.21
Acusadores - 16.28, 18.8, 26.20-22
Adulação - 26.28, 28.23, 29.5
Advertência - 6.1-5, 11.15, 17.18, 20.16, 22.26, 27.13
Amigos - 16.28, 17.9-17, 18.24, 19.4-6, 25.16-17, 27.10
Amizade dos ímpios - 1.10,15,16, 4.14-17, 13.20, 14.7, 28.7
Avareza, usura, bens adquiridos desonestamente - 1.19, 10.2, 11.26, 15.27, 16.8, 28.16,20,22, 29.13
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Bebedice - 20.1, 21.17, 23.20,21,29-35, 31.4-5
Benevolência - 3.9,10,27,28, 11.17,25, 14.21,31, 16.6, 21.13,21,26, 22.9, 25.21, 28.17
Ciúme - 6.34-35, 14.30, 27.4
Confiança em Deus - 3.5-7,25,26, 16.3,20, 18.10, 19.21, 21.31, 28.25, 29.25, 30.5
Confiança (falsa) - 10.15, 11.28, 18.11, 25.19, 28.26
Confiança do justo - 28.1
Conselhos (para receber) - 11.14, 12.16, 13.10, 15.22, 19.20, 24.6, 27.9
Contendas, pleitos e disputas - 3.30, 6.19, 17.14,19, 18.19, 20.3, 22.10, 25.8-10, 26.17,20,21, 29.9,
30.33
Coração esquadrinhado pelo Senhor - 15.11, 16.2, 17.3, 21.2, 24.12
Correção de crianças - 13.24, 20.11, 22.6,15, 23.13, 29.15
Desejos - 11.23, 13.12,19, 21.25,26
Desprezo - 11.12, 14.21
Diligência - 10.4, 12.11,24,27, 13.4, 16.26, 21.5, 22.29
Dissimulação - 12.9, 13.7
Escarnecedores - 14.6, 15.12, 19.29, 22.10, 24.9
Falsas testemunhas - 6.16-19, 12.17, 14.5,25, 19.5,9,28, 21.28, 25.18
Filhos (motivo de alegria ou de desgosto) - 10.1, 15.20, 17.21,25, 19.13,26, 23.24, 27.11, 29.3
Futuro - 16.1,3,7,9, 27.1
Glutonaria - 23.1-3,20,21
Inveja (para com-- os ímpios) - 3.31, 23.17, 24.1,19
Ira do homem - 12.16, 14.17-20, 15.18, 16.32, 17.27, 19.11, 22.24, 25.28, 27.3,17, 29.22, 30.33
Limites - 15.25, 22.28, 23.10-11
Maledicência - 4.24, 10.18, 11.13, 12.18, 20.19, 25.23
Mentira - 6.17, 8.13, 12.19,22, 13.5, 14.25, 17.4,7, 19.5, 21.6, 29.12, 30.8
Mulher (adúltera) - 2.16-19, 5.3-14,20, 6.24-35, 7.6-27, 22.14, 23.27,28
Mulher (suas qualidades) - 11.16,22, 12.4, 14.1, 18.22, 19.13,14, 21.9,19, 27.15,16, 31.10-31
Multidão de palavras - 10.19, 14.23, 17.27
Ódio - 10.12,18, 15.17, 26.24-26, 27.6
Orgulho - 6.16,17, 8.13, 11.2, 12.9, 13.10, 14.3, 15.25, 16.5,18,19, 17.19, 18.12, 21.4,24, 28.25, 29.23
Palavra de Deus - 8.8,9, 29.18, 30.5-6
Palavras do homem - 10.11,14,20,21,31,32, 12.14,25, 13.2,3, 14.3,7, 15.1,2,4,7, 14.23,28,30,
16.21,23,24, 17.7,20, 18.4,6-8,20,21, 20.15, 22.11, 24.26, 25.11, 26.9
Perdão - 19.11, 20.22, 24.29, 25.21,22
Perigos - 10.2,15, 11.4,28, 13.11, 23.4,5, 27.24, 30.7-9
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Pobres e pobreza - 10.15, 14.20,21,31, 15.16, 17.5, 18.23, 19.1,4,17,22, 21.13, 22.2,7,16,22,23,
28.3,6,11, 29.13, 30.7-9
Precipitação - 19.2, 20.21, 29.20
Preguiça - 6.6-11, 10.4,26, 12.11,24,27, 13.4, 15.19, 18.9, 19.15,24, 20.4,13, 21.25,26, 22.13, 23.21,
24.30-34, 26.13-16, 28.19
Presunção - 3.7, 12.15, 26.12, 28.26
Providência - 15.3, 20.24, 21.1,30,31
Prudência - 10.5,14, 12.9,16,23, 13.16, 14.18,35, 15.5,28, 17.2,24, 22.3, 24.6, 27.12
Respeito aos pais - 20.20, 23.22, 28.24, 30.17
Retribuição e recompensa - 1.33, 2.7,8, 3.32-35, 4.18-19, 5.22-23, 6.15, 8.20-21,
10.2,3,7,9,16,24,25,27,28,30, 11.3ª8,18-21, 12.2,3,7,12,14,21,26,28, 13.6,9,21,22,25,
14.11,32,34, 15.6,9,29, 16.31, 17.20, 19.16,23, 20.7, 21.21, 22.5,8, 24.16,20, 28.18,20, 29.6
Riquezas (sua vaidade, suas vantagens e perigos) - 10.2,15, 11.4,28, 13.11, 23.4,5, 27.24, 30.7-9
Sacrifício - 15.8, 21.3,27
PROVÉRBIOS NO NOVO TESTAMENTO
Segue uma lista das referências encontradas no NT que cita versículos de Provérbios.
NOVO TESTAMENTO PROVÉRBIOS
Rm 3.15 1.16
Hb 12.5-6, Ap 3.19 3.11-12
Tg 4.6, 1 Pe 5.5 3.24
Rm 12.20 25.21-22
2 Pe 2.22 26.11
H. ESBOÇO SIMPLES
I. A sabedoria convida (1-9)
II. Os contrastes da Sabedoria com a tolice (10-15)
III. Os conselhos da sabedoria (16-31)
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ECLESIASTES
A. NOME DO LIVRO
Eclesiastes não é uma palavra hebraica. Vem do grego ekklesia, que em o NT é traduzida
como igreja ou assembleia. O sentido pode ser, também, de um pregador falando a uma assembleia
(1.1-2, 12.8-10). O título hebraico é koheleth que significa “professor” ou “pregador”.
B. AUTOR
Salomão é tido como o autor (1.1-2,12). Ele era conhecido por sua sabedoria, bem como por
sua riqueza. Nenhum rei do VT descreve melhor a situação desse livro.
C. DATA
Possivelmente cerca de 975 a.C. Este livro passou a ser lido todas as vezes em que os judeus
se reuniam para a Festa dos Tabernáculos.
D. TEMA
O tema está em 1.1-3 e pode ser expressado com a seguinte pergunta: “a vida é realmente
digna de ser vivida? ” Salomão vê a vida cheia de contradições e mistérios e pergunta para si mesmo
se vale a pena viver esse “labutar sem fim”. O homem luta a vida toda, depois morre! Alguém, menos
digno do que este, herda toda a sua riqueza e gasta! O pregador chega à conclusão que o melhor a
fazer é gozar as bênçãos de Deus hoje, temer a Deus e guardar a Sua Palavra. Note que nós temos a
luz do NT em 1 Co 15.58 e “sabemos que o nosso trabalho não é em vão, no Senhor”.
Note algumas palavras que se destacam em Eclesiastes.
Palavra ou expressão Ocorrências
Homem 47 vezes
Trabalho 36 vezes
“Debaixo do sol” 30 vezes
Vaidade 37 vezes
Sábio ou sabedoria 52 vezes
Mal 22 vezes
Salomão está questionando sobre o que ele vê e conhece “debaixo do sol”. Se pararmos em
Eclesiastes com o ponto de vista humano de Salomão estaremos em “sombra de dúvidas”. Os
versículos desse livro não devem ser usados a esmo, sem a correta interpretação do contexto da vida
que Salomão levou longe de Deus. Só no último capítulo lemos o ponto de vista correto, quando
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Salomão se arrependeu de sua obstinação e idolatria. O livro não é pessimista como muitos pensam,
mas é demasiadamente honesto, pois o sentimento interior de um homem andando sob sua própria
perspectiva de vida não pode ser melhor do que o livro retrata. O pregador coloca em palavras aquilo
que ninguém jamais ousou fazer, pois isso derrubaria o seu “maravilhoso castelo de engano”.
E. PROBLEMAS
PRIMEIRO PROBLEMA: Eclesiastes ensina que o homem morre como os animais e que não
há vida após a morte? NÃO! Leia cuidadosamente 2.14-16, 3.16-22, 6.1-6, 7.2-4, 9.1-4. Note que
Salomão crê na vida após a morte. Em 3.17 ele menciona um julgamento e, também, em 11.9 e 12.14.
Se não há vida após a morte, como haverá um julgamento futuro? A única semelhança entre os
homens e as feras, referente à morte, é que ambos vão para o mesmo lugar: o pó da terra. Mas o
espírito do homem volta a Deus para salvação ou condenação, é verdade (v.21 e 12.7). Salomão não
teve toda a revelação de Deus concernente à vida, morte, ressurreição e julgamento, no entanto, ele
não contradiz os ensinos do NT.
SEGUNDO PROBLEMA: Eclesiastes ensina “comer, beber e alegrar-se” de modo
irresponsável? NÃO! Eclesiastes ensina que devemos receber as bênçãos de Deus e alegrarmo-nos
enquanto pudermos. Cada passagem sobre “alegria” é balanceada com textos sobre “morte”,
conforme o quadro abaixo.
Alegria Morte
2.12-23 2.24-26
3.16-21 3.12-15,22
6.1-7 5.18-20
9.1-4 8.15-17
Salomão está dizendo algo assim: “Por causa da brevidade da vida e a certeza da morte,
alegre-se com as bênçãos de Deus, com os frutos de seu trabalho, hoje. Use essas bênçãos para a
glória de Deus”. O pensamento do pregador concorda com o ensino de Paulo em 1 Tm 6.17. Salomão
não está aconselhando à prática da luxúria, bebedice, glutonaria, etc., antes está-nos aconselhando a
apreciar a vida e suas bênçãos enquanto podemos, pois ele mesmo não aproveitou melhor as bênçãos
de Deus.
TERCEIRO PROBLEMA: As verdades não são apresentadas todas de uma vez. Isto
necessariamente não é um problema, mas quando se trata de quebrar um pensamento para muitos se
torna um grande problema, principalmente quando a pessoa não é paciente para firmar princípios,
querendo ter respostas para tudo de uma só vez. A Bíblia, de modo geral, revela os pensamentos,
doutrinas e história de forma cumulativa e progressiva. Devemos interpretar o livro de Eclesiastes à
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luz do NT. Se a morte é o fim de tudo, então a vida não é digna de ser vivida mesmo e o homem é
miserável! Quando conhecemos nosso Salvador e Senhor, Jesus Cristo, a vida se torna uma
emocionante aventura de fé e não uma monotonia. O nosso trabalho não será vão, pois teremos
recompensa (1 Co 15.51-58). A salvação e ressurreição em Cristo faz a vida ser digna de ser vivida
(1 Jo 2.17, Ap 14.13). Salomão conclui o livro nos capítulos 11 e 12 com a seguinte filosofia: “Viva
pela fé, obedeça a Deus e Ele cuidará de tudo o mais. Goze as bênçãos agora e invista a vida naquilo
que realmente importa”.
F. COMO CHEGAR À DESILUSÃO
Não é difícil chegar no mesmo estado de desilusão do pregador, porém, é difícil explicar o
que leva alguém chegar a este ponto. Os principais fatores, parece, são três.
PRIMEIRO FATOR: viver de modo egoístico e não social. O pregador viveu em função de
obter e não de dar. Quando alguém vive só para si a tendência é sentir que cada vez tem menos e,
consequentemente, torna-se cada vez mais cobiçoso e menos social. Aquele que faz bem aos outros
descobre que ele próprio é mais beneficiado por causa da satisfação interior que isso traz.
SEGUNDO FATOR: viver independente de Deus e não controlado por Ele. Tudo parece que
está nas mãos do homem (4.1-3). Cada vez que o homem se aprofunda em sua própria perspectiva de
vida, Deus vai tomando distância, embora o homem pensa que ele próprio esteja se distanciando de
Deus, conscientemente.
TERCEIRO FATOR: viver limitado pela sepultura e não pelo destino além-sepulcro. O
homem que “faz” o seu próprio destino, através de várias teorias (cessação da existência,
aniquilamento da alma, reencarnação, etc.), acaba vivendo sem esperança, pois NADA prova a ele
que esteja realmente certo. Alguém que não tem uma perspectiva correta da vida além-túmulo, não
consegue viver o presente corretamente, pois o que ele adquire agrada por pouco tempo, como “a
criança eufórica com seu brinquedo novo que logo deixa de lado”
G. AS DEZ “VAIDADES” MENCIONADAS NO LIVRO
A seguir um artigo extraído da revista “Ultimato” de maio de 1998, que mostra bem que se
vamos nos referir a alguma coisa como vaidade, devemos lembrar que “tudo é vaidade”.
TUDO É VAIDADE
A torre de Babel, as pirâmides do Egito, os jardins suspensos da Babilônia, A Empire State Building.
Tudo é vaidade. A Invencível Armada, O porta aviões HMS Invencible, O míssil Tomahawk, A bomba
“estoura bunker”. Tudo é vaidade. O imperialismo, O comunismo, O capitalismo, O nazismo. Tudo é
vaidade. A raça, o dinheiro, os títulos de nobreza, A casa na praia e a casa na montanha. Tudo é vaidade.
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O smoking e a cartola, O longo e o Chanel, O jeans e a minissaia. Tudo é vaidade. A maquilagem, Os
brincos e as joias, As pulseiras e os anéis, A plástica. Tudo é vaidade. O cetro e a coroa, as medalhas, A
Jules Rimet e o Oscar, O Prêmio Nobel. Tudo é vaidade. A vida sem propósito, A vida sem amor, A vida
sem disciplina, A vida sem Deus.
Deve-se entender que a vaidade é sempre humana e não de Deus, Portanto, acrescente após o
substantivo a palavra “humana (o) ”. Exemplo: “A vaidade” da sabedoria humana.
Referência “A vaidade da (o) / (os)
...”
Explicação adicional
2.15-16 ...Sabedoria Sabedoria e tolice têm o mesmo fim, a morte.
2.19-21 ...Labor No fim o trabalhador não é melhor que o negligente.
2.26 ...Propósitos Deus é Quem dispõe os propósitos do homem.
4.4 ...Competição Muito sucesso traz mais inveja e cobiça do que prazer.
4.6 ...Avareza O homem deseja mais, porém, é ilusão.
4.16 ...Fama É breve, incerta e logo esquecida.
5.10 ...Insaciabilidade Dinheiro não satisfaz e o aumento deste só alimenta os
outros.
6.9 ...Cobiça Frequentemente, quando se obtêm o que cobiçou, o prazer
acaba.
7.6 ...Frivolidade A futilidade humana apenas camufla a inevitável tristeza do
fim.
8.10,14 ...Recompensas Frequentemente os maus são honrados.
H. ESBOÇO SIMPLES
I. Suas razões iniciais (1.4-2.26)
II. Suas observações profundas (3-10)
III. Suas conclusões finais (11-12)
CANTARES
A. NOME DO LIVRO
O título “Cântico dos Cânticos” significa “o mais fino de todos os cânticos”. Salomão compôs
1005 cânticos (1 Rs 4.32). Este cântico deve ser classificado como o melhor de todas as suas
composições. É um livro cheio de símbolos e imagens, um livro que requer maturidade e
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discernimento espiritual para apreciá-lo. Warren Wiersbe, um estudioso das Escrituras disse:
“Qualquer estudante que abusar da linguagem e mensagem deste livro estará certamente revelando
carnalidade em sua própria vida”. O título hebraico é “Shir hash-shirim”, isto é, “Cântico dos
Cânticos” ou “O melhor dos cânticos”.
B. AUTOR
Salomão. Há referências a ele próprio (1.1,5, 3.7,9,11, 8.11).
C. DATA
Cerca do ano 1000 a.C.
D. O SIGNIFICADO LITERAL
Temos aqui uma preciosa história de amor.
E. O SIGNIFICADO HISTÓRICO
Desde os tempos passados, os judeus viam nesta história um quadro do relacionamento entre
Jeová e Israel. Israel era casada com o Senhor. O casamento se deu no Monte Sinai, quando a nação
recebeu a “Lei de Moisés”. Isaías 54 fala desse relacionamento conjugal, bem como Jeremias 3 e o
livro todo de Oséias. Infelizmente, Israel não foi fiel ao Seu Divino Marido e adulterou com as nações
idólatras do mundo. Israel, a esposa infiel, virou as costas ao Seu Amado. Entretanto, haverá um
quando que, assim como a jovem em Cantares, Israel retornará e será restaurada a Seu Amado.
F. O SIGNIFICADO DOUTRINÁRIO
O relacionamento conjugal, também, é usado para descrever o relacionamento entre Cristo e
a Igreja (Ef 5.23-33). Isto aplica-se não só à Igreja coletivamente (todos os crentes da época da Igreja),
mas também à Igreja local (2 Co 11.2). Paulo via cada igreja local “casada” com Cristo e em perigo
de ser seduzida pelo Pecado, por Satanás e pelo Mundo. Como o marido e a esposa são UM e
pertencem um ao outro, assim também, Cristo e Sua Igreja são UM e pertencem um ao outro. Nós
somos “corpo de Seu corpo e carne de Sua carne”. Ele está em nós e nós estamos n’Ele. Ele nos amou
e mostrou este amor morrendo por nós na cruz. O esposo, Jesus Cristo, ama a Sua esposa, a Igreja,
mostrando o Seu amor, através do cuidado para com a Igreja, aconselhando os crentes pela Palavra e
fazendo com que a Noiva, a Igreja fique mais bela para Ele mesmo. No futuro Ele continuará nos
amando e dividiremos Sua glória na eternidade. O “Casamento do Cordeiro” virá (Ap 19.7-9). Cristo
retornará em glória e tomará Sua esposa para o lar.
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G. PROIBIDO PARA MENORES?
Os judeus diziam que era preciso muita maturidade para ler este livro, não só pela linguagem
muito clara do relacionamento conjugal, mas também, por causa das profundas verdades espirituais.
Os rabinos antigos colocaram uma regra que nenhum judeu deveria ler “O livro dos Cânticos” antes
de ter atingido a idade de trinta anos. Um esclarecimento muito oportuno para nós, é que para os
orientais a descrição do amor puro de um casal não tem nada de escandaloso, o que acontece em nossa
cultura, por causa da perversão colocada nas mentes ocidentais.
ISAÍAS
A. NOME DO LIVRO
Isaías significa “A Salvação de Jeová”, sendo que a palavra salvação é repetida muitas vezes
no livro. Aparentemente Isaías era de uma boa família, sendo que tinha acesso aos palácios de
diversos reis. Isaías era filho de Amós, mas não o mesmo Amós, o profeta. Isaías era casado e pai de
pelo menos dois filhos (7.3, 8.1-3). Isaías começou o seu ministério de profeta perto do final do
reinado do Rei Uzias, ou cerca do ano 745 a.C. Isaías pregou até a virada do século. A tradição diz
que ele foi serrado ao meio pelo perverso rei Manassés, tendo sido imprensado no oco de um tronco
de árvore (Hb 11.37).
B. AS DUAS SESSÕES DO LIVRO
O livro de Isaías divide-se naturalmente em duas sessões: 1-39 e 40-66. A seguir uma
comparação dessas duas sessões.
Capítulos 1-39 Capítulos 40-66
Antes do cativeiro babilônico Após o cativeiro babilônico
Vitória de Judá sobre a Assíria O remanescente liberto da Babilônia
Tema principal: condenação do pecado Tema principal: consolação após o sofrimento
Isaías experimentou os eventos dos primeiros 39 capítulos, mas ele profetizou os eventos da
segunda sessão do livro. Isaías profetizou a segunda parte do livro para confortar e encorajar os judeus
que retornariam para a terra após seu exílio na Babilônia. Na primeira sessão a Assíria era o “inimigo
número um”, na segunda sessão a Babilônia era o principal inimigo.
C. AUTOR
O próprio Isaías. Todos os comentaristas bíblicos admiram a cultura elevada do escritor e sua
habilidade poética. Portanto, este livro profético é de extraordinária beleza literária. Só mesmo
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alguém frequentador dos palácios reais poderia refletir tal estilo. Alguns escritores atuais tentam
provar que Isaías não é o autor de todo o livro, porém, o argumento principal deles põe em risco o
fundamento do cristianismo, que é a crença na Inspiração das Escrituras, pois dizem que alguns
acontecimentos são ditos fora da época de Isaías. Ele como profeta que foi, escreveu o que todos
esperam de um profeta: acontecimentos futuros, fora de sua época. Esses comentaristas que duvidam
da autoria de Isaías discutem, por exemplo, o fato do autor mencionar o nome de Ciro, rei da Pérsia.
Para os que creem nas profecias bíblicas, isso reveste-se de grande importância, pois o profeta revela
duzentos anos antes que um rei, até profetiza o nome dele, decretaria a libertação do povo de Judá
para a sua terra. Portanto, além do nome e ação do rei, Isaías profetizou também, o cativeiro e o
retorno do povo desse cativeiro.
D. OS CONTEMPORÂNEOS DE ISAÍAS
Os seguintes nomes estiveram na história durante o ministério de Isaías.
REIS DE JUDÁ PROFETAS REIS DE ISRAEL
Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias Oséias e Miquéias Zacarias, Salum, Manaem,
Pecaías, Peca e Oséias
E. CRISTO EM ISAÍAS
Nenhum livro do V.T. dá um quadro tão completo de Jesus Cristo, como o livro de Isaías.
Aspecto da vida de Cristo Referência em Isaías Cumprimento em o N.T.
Nascimento 7.14, 9.6 Mt 1.23
Ministério de João Batista 40.3-6 Mt 3.1ss
Ungido pelo Espírito Santo 62.1-2 Lc 4.17-19
Cristo, o Servo 42.1-4 Mt 12.17-21
Israel rejeita o Cristo 6.9-11 Jo 12.38ss, Mt 13.10-15, At 28.26-27, Rm 11.8
Pedra de Escândalo 8.14, 28.16 Rm 9.32-33, 10.11, 1 Pe 2.6
Ministério entre os gentios 9.1-2, 49.6 Mt 4.15-16, Lc 2.32, At 13.47
Sofrimento e morte 52.13-53.12 Várias referências do N.T.
Ressurreição 45.23, 53.9-11 At 13.34, Fp 2.10-11, Rm 14.11
A vinda do Rei 9.6-7, 11.1ss, 32.1-2,
59.20-21, 62.2-3
Rm 11.26-27, Ap 19.13-15
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F. O SOFRIMENTO DO SERVO
Há 17 referências em Isaías ao “Servo de Jeová”. Em 13 dessas referências, a nação está em
foco (41.8-9, 43.10, 44.1-2,21,26, 45.4, 48.20, 49.3,5-7). Em 4 dessas referências, Jesus está
focalizado (42.1,19, 52.13, 53.11). Toda a sessão de 52.13-53.12 é uma vívida descrição dos
sofrimentos, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Israel era o Servo de Jeová no que diz respeito à
nação ser usada por Deus para trazer a Palavra e o Salvador ao mundo. Israel foi um servo
desobediente, o qual tinha que ser castigado. Jesus Cristo é o verdadeiro Servo de Jeová, o qual
morreu pelo mundo e fez perfeitamente a vontade de Seu Senhor.
G. OS FILHOS DE ISAÍAS
Os nomes simbólicos de seus dois filhos (7.3 e 8.1-3) ilustram as duas mensagens do livro de
Isaías. Shear-jashub significa “um remanescente retornará” e refere-se à segunda metade da profecia,
o retorno dos remanescentes da Babilônia. Maher-shalal-hash-baz significa “corra aos despojos,
apresse-se à caça” e refere-se aos capítulos 1-39, a vitória contra a Assíria.
H. SOMENTE A TÍTULO DE CURIOSIDADE
Tem sido sugerido que o livro de Isaías é uma “Bíblia em miniatura”. Seus 66 capítulos são
divididos em duas partes, 39 capítulos a primeira parte (correspondendo ao VT) e 27 capítulos a
segunda parte (correspondendo ao NT). Assim como o VT, os primeiros 39 capítulos enfatizam o
julgamento; e os últimos 27 capítulos enfatizam a misericórdia e conforto, assim como o NT. Embora
seja bastante curioso, nenhum estudante da Bíblia deve aprofundar-se muito nessa “analogia” e,
certamente, cada estudante sabe porquê...
I. O CENÁRIO HISTÓRICO
Lembre-se que a nação se dividiu após a morte de Salomão. Dez tribos do Norte foram organizadas
e conhecidas como Israel e duas tribos do Sul como Judá. A capital de Israel era Samaria; a capital
de Judá era Jerusalém. Isaías ministrou em Jerusalém, mas sua mensagem tratava tanto do Sul como
do Norte. Isaías presenciou em seu ministério o declínio e, por fim, a ruína completa de Israel (o reino
do Norte), sob o poder da Assíria. A cena política era muito interessante naquele tempo.
A Assíria era uma poderosa ameaça e outras nações queriam formar uma coligação para pelejar
contra essa potência mundial.
O rei Acaz de Judá não quis juntar-se a essa Liga.
A SÍRIA (não a Assíria), junto com Israel (o reino do Norte) atacou Judá para tentar forçá-la a
cooperar com eles (2 Rs 16.1-6).
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Muitos de Judá foram tomados como prisioneiros, mas graças à intervenção do profeta Obede
esses prisioneiros voltaram para Judá (2 Cr 28.5-15).
Ao invés de confiar no Senhor, Acaz voltou-se a Assíria para obter ajuda (2 Rs 16.7-9), ainda que
o profeta Isaías tenha aconselhado Acaz (Is 7.1-12).
A Assíria estava muito feliz por conseguir “chegar às portas” da Terra Santa.
A Assíria feriu Israel em 721 a.C. (2 Rs 15.29, 17.5-6,18-23), mas Judá tornou-se um Estado
vassalo (súdito) para a Assíria. Era o preço que Acaz, o rei de Judá, tinha de pagar (2 Rs 16.7-8).
Dessa forma, Israel “fora do caminho” da Assíria (2 Rs 17.23), essa decidiu atacar Judá e
escravizar toda a nação judaica (701 a.C., 2 Rs 18.13).
Isaías disse ao povo para confiar no Senhor para ajuda, mas vários grupos tentavam persuadir o
rei Acaz para fugir para o Egito e receber proteção daquela nação (Is 31).
Isaías andou três anos descalço e vestido como escravo, profetizando assim, o futuro do Egito,
portanto, mostrando ao povo que não deviam confiar do Egito.
Nos capítulos 36-39, Isaías fala-nos como Deus deu ao rei Ezequias vitória sobre a Assíria em
frente aos muros de Jerusalém (2 Rs 19.35-37).
Judá ficou muito debilitada por causa da guerra e, suas cidades tinham sido arruinadas pelo inimigo
de tal forma, que a nação nunca realmente restabeleceu-se e, por isso, outros povos (edomitas e
filisteus) se aproveitaram da situação (2 Cr 28.16-22).
A Assíria foi ferida pelos egípcios; os egípcios foram destruídos pelos babilônios; e em 606-587
a.C., os babilônios tomaram Judá em cativeiro.
Assim na primeira metade desse livro, Isaías aconselhou a nação concernente a Assíria e na outra
metade do livro, Isaías confortou o remanescente a respeito de seu retorno da Babilônia.
I. ESBOÇO SIMPLES
I. Condenação (1-39 - A derrota da Assíria)
II. Consolação (40-66 - O remanescente liberto da Babilônia)
JEREMIAS
A. NOME DO LIVRO
O significado do nome Jeremias é incerto. Alguns sugerem que o significado é “A quem Deus
escolhe”; outros dizem que o significado é “Jeová é sublime”. Jeremias era da linhagem sacerdotal e
vivia na cidade do sacerdote Hilquias em Anatote. Aparentemente possuía alguma riqueza pessoal,
pois era capaz de comprar terra real e até contratar um escriba (Baruque). Jeremias foi chamado para
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o ministério quando era apenas “uma criança” (1.4-6), sem dúvida na sua adolescência. Isto foi no
ano 627 a.C.
B. DATA
600 a.C.
C. AUTOR
Jeremias é o autor, porém, à semelhança de Jesus, nunca escreveu nada de seu ministério.
Baruque, seu amigo íntimo, quem escreveu, pois andava com Jeremias. Baruque foi para Jeremias o
que Tércio foi para Paulo, um amanuense. Baruque não somente escrevia para Jeremias, mas também,
lia os escritos (36.6). Baruque, também, não era só amanuense de Jeremias, mas o seu “gerente de
negócios”, enquanto Jeremias estava aprisionado (32.9-14). O livro não tem ordem cronológica
alguma.
D. OS REIS
Jeremias ministrou durante os últimos 40 anos da história de Judá, do 13º ano de Josias (627
a.C.) até a destruição de Jerusalém e além dessa época (587 a.C.). Jeremias menciona os últimos
líderes dos tempos prósperos do reino de Judá (1.1-3). Josias foi um rei piedoso e temente a Deus e
morreu em 608 a.C. Foi durante o reinado do rei Josias que a Lei foi encontrada e o Templo de
adoração restaurado. Jeoacaz seguiu nos caminhos do rei Josias, mas reinou apenas três meses, por
isso, Jeremias nem o mencionou. Eliaquim ou Jeoiaquim foi o próximo rei (608-597 a.C.). Ele foi
perverso e fez o máximo para perseguir Jeremias. Foi ele quem queimou o rolo das profecias de
Jeremias (cap.36). Joaquim foi o próximo rei, mas também reinou apenas três meses, antes de ser
levado ao cativeiro babilônico. Zedequias foi o último rei (597-586 a.C.). Ele presidiu na época da
ruína da nação e a captura da cidade de Jerusalém. Portanto, Jeremias presenciou sua amada nação
cair em pecado, guerra, julgamento e cativeiro. Apesar de tudo isso, foi fiel em pregar a Palavra de
Deus.
E. TRANSIÇÃO DE PODER MUNDIAL
Quando Jeremias começou o seu ministério, a Assíria era a nação mais poderosa no mundo e
estava nesta posição havia 300 anos, mas o Egito e a Babilônia estavam ganhando forças rapidamente.
O Egito foi muito poderoso 1.000 anos antes, mas agora tentava reerguer-se. Em 609 a.C. os
babilônios tomaram Nínive (capital da Assíria) e destruíram o poder da Assíria e em 605 a.C., venceu
o Egito na batalha de Carquemis. A Babilônia, então, voltou-se contra Judá e os “políticos” de Judá
aconselharam os reis para pedir socorro ao Egito contra a Babilônia. Jeremias era contra a aliança
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com os egípcios. Ele sabia que a única esperança para Judá era o Senhor, mas seus pecados eram tão
grandes que a nação perdeu a bênção da proteção de Deus. Finalmente Babilônia capturou Judá e
tomou Jerusalém (606-586 a.C.). Jeremias escreveu o livro das Lamentações para lembrar a morte da
Cidade Santa.
F. A MENSAGEM
A tarefa de Jeremias não era fácil, pois tinha que profetizar a morte de sua própria nação. A
primeira parte deste livro registra vários de seus sermões em Jerusalém, nos quais o profeta denuncia
os pecados do povo, dos sacerdotes e dos príncipes, principalmente o pecado da idolatria. No capítulo
25 Jeremias anuncia que a nação irá para o cativeiro por 70 anos e então retornará para restabelecer
o reino. O restabelecimento nunca aconteceu, pois nunca mais Israel ou Judá tiveram reis. O reino ia
ser restabelecido com a Pessoa de Jesus Cristo, mas como bem sabemos a nação O rejeitou. Sendo
que é uma profecia e deve ser cumprida, esse reino deverá ser restabelecido um dia, o que a Bíblia
chama de “Milênio”. No capítulo 31 Jeremias profetiza um “novo concerto” entre Jeová e o Seu povo.
Não um concerto de lei e palavras escritas em pedras, mas um concerto de amor e fé, escrito no
coração. Esta profecia se cumprirá com a conversão da nação de Israel. Jeremias trata, nos capítulos
finais, das nações gentílicas ao redor de Judá e fala dos planos de Deus para elas.
G. PECULIARIDADES
A palavra chave no livro é rebeldia. A nação voltou as costas ao Senhor e seguiu os falsos
profetas, os quais levou a nação a adorar os ídolos (2.19, 3.6,8,22, 5.6, 8.5, 14.7). Onze vezes a palavra
arrepender-se é usada pelo profeta, mas a nação não se arrependeu. Lemos do choro de Jeremias por
ver sua nação cair (9.1, 13.17, 14.17, 15.17-18, Lm 1.2, 2.11,18). Jeremias profetizou o cativeiro
(25.11) e aconselhou que os reis se rendessem a Babilônia (27.16-17). Por isso Jeremias foi
considerado um traidor e foi perseguido pelo seu próprio povo (1.21-33, cap.20,26,28,29 e 38).
Nenhum profeta enfrentou mais oposição dos falsos profetas do que Jeremias (2.8,26, 4.9, 5.31, 6.14,
14.13-16, 18.18, 23.9-40, 26.8-19, 27.9-16 e cap. 28 e 29). Se Judá tivesse se arrependido e voltado
a Deus teria sido livrada da Babilônia, mas porque Judá persistiu em seus pecados teve que ser punida.
Deus, porém, prometeu restauração “por amor de Seu nome”. Babilônia é mencionada 168 vezes em
Jeremias. Esse livro é o mais pessoal de todos os livros proféticos ao ponto de conhecermos o profeta
como o “profeta chorão”. Os contemporâneos de Jeremias foram Sofonias e Habacuque e no final de
seu ministério Daniel foi o seu contemporâneo.
G. ILUSTRAÇÕES
Jeremias usou muito esse recurso didático em suas mensagens.
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Ilustração Referência
Fontes e cisternas 2.13
Remédio 8.22
Cinto que “para nada presta” 13.1-11
Vaso de barro 18-19
Jugos 27
Livro afundado em águas 51.59-64,
Ap18.20-21
H. JEREMIAS E OSÉIAS
Esses dois foram, talvez, os profetas que mais sofreram para entregar a mensagem de Deus. Há
paralelos entre esses dois profetas, quanto ao coração de Deus diante dos pecados do povo e Seu amor
sempre pronto a perdoar.
Jeremias Oséias
2.1-6 2.1-5
3.1 3.1
3.22 14.4
5.31 6.10
I. JEREMIAS E JESUS
As similaridades entre Jeremias e Jesus Cristo são dignas de nota e, por isso, segue um quadro
comparativo.
Procure achar as referências que faltam.
Semelhanças Referências
Solteiros Jr 16.1-2
Rejeitados na própria terra Jr 11.21, 12.6 Lc 4.16-30
Ministraram sob a sombra ameaçadora da potência
mundial (Babilônia e Roma)
Considerados traidores pelo seu povo
Oposição dos falsos profetas e fariseus
Choraram sobre a cidade de Jerusalém
Predisseram a ruína de Jerusalém
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Poucos discípulos verdadeiros
Perseguidos e aprisionados
Enfatizaram a “religião do coração” e não
meramente formas externas e cerimônias
Jesus citou Jeremias ao purificar o Templo Jr 7.11
Enfatizaram um “novo concerto no coração” Jr 31.31-37, Hb 8.7ss
Usaram ilustrações e parábolas
Revelaram um coração compassivo por uma nação
que devia obedecer a Palavra de Deus
Foram aparentemente frustrados no final de suas
vidas e ministérios
Deus Os honrou e fez Seu trabalho próspero
K. JEREMIAS E DEUTERONÔMIO
No reinado de Josias a Lei foi encontrada e com certeza Jeremias se utilizou dessa Lei e
aplicou-a à sua mensagem. Vemos um paralelo entre Jeremias e Deuteronômio em várias passagens.
Jeremias Deuteronômio
2.6 32.10
28.14 28.49
7.33 28.26
11.3 27.26
11.5 7.12-13
24.9 28.25
L. VOCÊ FARIA O MESMO?
Todos sabemos que para Babilônia foram os principais judeus, os mais capacitados e alguns
deles foram até honrados pelos cargos e posições que tiveram. Exemplos: Os três amigos de Daniel,
o próprio Daniel, Esdras, Neemias e muitos outros. Jeremias teve o privilégio de escolher entre ir para
a Babilônia ou ficar com o remanescente pobre (2 Rs 24.14, Jr 39.12). Ele preferiu ficar e ministrar
ao seu povo desolado, mesmo sabendo que teria tratamento especial se fosse. De fato, Jeremias foi
para um cativeiro, mas não o babilônico e sim para o Egito, juntamente com Baruque (43.6-7). Mesmo
do Egito Jeremias aconselhava o povo a voltar-se ao Senhor e não para o Egito (cap.44). Enquanto
Jeremias pregava em Jerusalém, Ezequiel pregaria, anos mais tarde, a mesma mensagem na
Babilônia, entre os cativos.
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M. OS RECABITAS
Os recabitas eram uma tribo desde os tempos de Moisés (Jr 35.1-12, 1 Cr 2.55, Nm 10.29-32,
Jz 1.16, 2 Rs 10.15-31). Eram muito simples em seu viver diário. Jonadabe, o descendente de Recabe,
mostrou-se zeloso na época da idolatria de Jeú, e esse zelo perdurou na linhagem por 250 anos,
fazendo-os um povo distinto. Rejeitavam o sistema de vida agrícola fixa, portanto, eram
seminômades. Por causa desse zelo ganharam o favor de Deus (Jr 35.18-19).
N. A VIDA SOFRIDA DE JEREMIAS
O profeta que mais sofreu foi Jeremias. Vejamos alguns desses sofrimentos que afetaram o
profeta, tanto em seu físico como sua moral e suas emoções. Perigo de vida no reinado de Jeoiaquim,
devido à sua pregação fiel a Deus (26.7-20). Sua vida foi ameaçada em Anatote, durante o reinado de
Josias (11.18-23). Sua própria família estava contra ele (12.5-6). Era amaldiçoado por quase todos
(15.10). Foi colocado no tronco por Pasur (20.1-18). Ficou desapontado e indignado (20.14-18). Seus
escritos foram queimados por Jeoiaquim, porém, reproduziu e acrescentou mais palavras (36.9-32).
Teve contenda com Hananias (cap.28). Teve contendas por carta com os falsos profetas da Babilônia
(cap.29). Foi aprisionado junto à porta da cidade e atirado à masmorra, na casa de Jônatas, o escriba
(37.3-15). Acusado de traição e atirado no cárcere, para ali morrer, mas é socorrido por um etíope
(38.1-13). Levado em cadeias até Ramá (40.1). Levado ao Egito pela força (42.1-43.7). Esforçou-se,
mas não foi ouvido, para que o povo abandonasse a idolatria (cap.44).
O. ESBOÇO SIMPLES
I.O chamado nacional - mensagens a Judá (1-33)
II.O chamado pessoal - os sofrimentos de Jeremias (34-35)
III.O chamado internacional - mensagens às nações (46-51)
LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS
A. NOME DO LIVRO
Este livro é uma série de “poemas de funeral”, marcando a destruição de Jerusalém e o
Templo. É escrito em forma de acróstico: cada um dos 22 versos nos capítulos 1,2,4 e 5 começam
com a sequência do alfabeto hebraico. No capítulo 3 são três versos para cada letra. Nenhum livro na
Bíblia revela o coração sofrido de Deus sobre o pecado como este. O título hebraico é ‘ekah que quer
dizer “como...! ” que aparece no começo do primeiro versículo do livro.
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B. AUTOR
Somente Jeremias podia escrever este livro. Ninguém chorou por Jerusalém como este profeta.
Ele amou essa cidade a tal ponto que preferiu ficar nela com o povo sofrido a ir para a Babilônia
como um nobre.
C. DATA
A mesma data do livro de Jeremias, ou seja, 600 a.C.
D. UMA TRISTE MEMÓRIA
É um livro lido em todas as sinagogas judaicas no 4º mês (agosto, Jr 52.6) em memória da
destruição de Jerusalém. Às sextas-feiras em Jerusalém leem este livro diante do Muro das
Lamentações, beijando as pedras do muro e vestidos de preto. O choro principal é pelo Templo que
foi queimado.
E. TRISTE, SIM, MAS UM LIVRO DE ESPERANÇA
Em época de juízo a esperança em Deus se renova, ainda mais quando sabemos que é a mão
de Deus que está pesando para repreender-nos (3.33).
F. CASTIGO JUSTO
A situação, de fato, era para chorar, contudo, a razão do sofrimento também era justa. A cidade
de Jerusalém foi destruída por causa do pecado (1.5,8,22). Era um castigo justo (1.18). Deus se afastou
por causa do empedernimento do povo. Até Jeremias sentiu-se triste por Deus não atentar para a sua
oração (3.8,44).
G. OS FILHOS PAGANDO PELOS PAIS
O povo estava sob a ira de Deus. Há muitos anos Deus estava sendo ofendido pelo pecado da
nação e agora, os filhos sofrem os pecados, ainda que, também pecaram, mas recebem o acúmulo dos
pecados de seus pais (5.7).
H. A MISERICÓRDIA DE DEUS ATÉ NO CATIVEIRO
Os reis babilônicos não eram tão ferozes e cruéis como os reis assírios. O tratamento que o
povo de Judá recebeu foi muito mais suave do que o povo de Israel sob as mãos dos assírios. Jeremias
profetizou que o cativeiro seria longo, quase duas gerações, por isso deu a seguinte ordem para o
povo: Jr 29.5-6. Lá na Babilônia, o povo de Deus, prestando atenção ao povo de lá que era bom de
negócios, aprendeu a prosperar através do comércio e trabalho. Ao deixarem a vida agrícola, o povo
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de Judá passou a desenvolver outros ramos de atividades na Babilônia. Babilônia era conhecida por
sua biblioteca muito desenvolvida. Eram mestres na arte da cerâmica e do tecido. O povo de Judá
ficou numa rica planície junto ao rio Quebar (Ez 1.1-3). Lá tornaram-se os colonos e não escravos
como os seus pais no Egito. Mesmo assim, sofriam pela saudade de sua terra (Sl 137.4).
I. JUDEUS
A partir do cativeiro na Babilônia o povo de Judá fica conhecido como “judeus” (Jr 34.9).
Alguns dizem que é porque vem da palavra Judá, que significa louvor.
J. A HISTÓRIA SE REPETE
O Templo foi destruído, o povo chora amargamente até hoje nas sinagogas no dia 9 de agosto,
chamado o Dia da Lamentação. O povo nunca mais voltou à glória de outrora, mas ao contrário, no
ano 70 a.D. as forças romanas, através do general Tito, destruíram Jerusalém e o Templo, não
deixando “pedra sobre pedra”.
K. MEGILLOTH
Os judeus reservaram cinco livros, chamados “Rolos” (megilloth). Esses rolos são lidos em
suas festas. A seguir o nome desses rolos e a festa correspondente, ocasião em que leem.
LIVRO FESTA
Cantares Páscoa
Rute Das Semanas ou Pentecoste
Eclesiastes Dos Tabernáculos
Ester De Purim
Lamentações Aniversário da destruição de Jerusalém
L. ESBOÇO SIMPLES
I.A desolação de Jerusalém (1 e 4)
II.A ira do Senhor (2)
III.A tristeza de Jeremias (3)
IV.O clamor a Deus (5)
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EZEQUIEL
A. O PROFETA EZEQUIEL
No ano 606 a.C., os babilônios começaram a primeira das várias deportações dos judeus.
Daniel estava no primeiro grupo. No segundo grupo (597 a.C.) estava o jovem Ezequiel, com
aproximadamente 25 anos de idade. Ezequiel foi levado para Tel-abib perto do canal de Quebar
(3.15). Ali ele viveu em sua própria casa com sua amada esposa (8.1, 24.16ss). Cinco anos após
Ezequiel ser levado para Tel-abib, Deus o chamou para ser profeta, com 30 anos de idade (592 a.C.).
Isto foi 6 anos antes da destruição de Jerusalém em 586 a.C. Assim, enquanto Jeremias profetizava
ao povo na Palestina, Ezequiel pregava aos judeus do cativeiro na Babilônia.
B. AUTOR
Ezequiel que significa “Deus fortalecerá”. Ezequiel era sacerdote. Diferente do livro de
Jeremias, o livro de Ezequiel está arranjado em forma cronológica. Ezequiel é um dos cinco profetas
pós-exílios, juntamente com Daniel, Ageu, Zacarias e Malaquias.
C. DATA
Na mesma época que Jeremias (600 a.C.).
D. UMA NOVA GERAÇÃO
Assim como Josué e Calebe, Ezequiel tem sob a sua responsabilidade ensinar uma nova
geração, lembrando o que seus pais fizeram e ajudando a manter a fé dos exilados, animando-os com
a promessa de retorno à Terra Santa (14.23).
E. FOI-SE A GLÓRIA DO SENHOR
A glória do Senhor afastou-se da cidade de Jerusalém antes mesmo da destruição (11.23). A glória
do Senhor voltará para aquele lugar somente no reino milenar (43.2). Deus nunca mais repousou com
Sua glória em nenhum Templo de Jerusalém desde 586 a.C.
F. ALGUNS DETALHES DA VIDA DE EZEQUIEL
1. Era um homem casado (24.16-18).
2. Possuía sua própria casa em Tel-abib (3.24, 8.1).
3. A morte de sua esposa no 9º ano do seu cativeiro, trouxe-lhe tristeza, da qual não podia expressar
como normalmente fazia um judeu (24.16-18).
4. Segundo a tradição judaica, ele teria sido morto por um exilado, que foi repreendido por
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Ezequiel por causa de sua idolatria.
G. VISÕES E ÊXTASES
Ezequiel foi o profeta que mais experimentou estados inexplicáveis como mudez temporária,
sintoma de paralisia e catalepsia (3.26, 24.27, 29.21, 33.22). Catalepsia é o estado em que ficam
temporariamente os movimentos voluntários e sensibilidade exterior. Ezequiel experimentou,
também, viagens que jamais um ser humano poderia explicar como em 8.1-3. Foi comum à medida
que um povo endurecia o coração e rejeitava as palavras de Deus, Ele usar de palavras enigmáticas
como no livro de Ezequiel e as parábolas de Jesus.
H. O ATALAIA
Deus colocou a responsabilidade sobre Ezequiel, em que ele devia pregar TUDO o que Deus
mandara. Caso não fizesse isso, Deus requereria o sangue das pessoas que morressem, ou seja, Deus
mataria o atalaia (3.16-21 e 33.7). Sobre requerer o sangue ver Gn 9.5-6. Paulo estava consciente
da mesma responsabilidade em At 20.26.
I. A VISÃO DOS OSSOS SECOS
Essa extraordinária visão está no cap.37 e refere-se à restauração do povo de Deus, quando será
tirado dos povos que não têm vida e ganhará nova vida. O retorno do povo cumpriu-se, mas não
completamente. No Milênio, o povo de Israel será todo restaurado. Bendito o judeu que viver na
época da Tribulação e se converter. Melhor ainda se converter-se na época da Igreja.
J. EZEQUIEL E JOÃO NA ILHA DE PATMOS
Algumas visões de Ezequiel são semelhantes com as visões do apóstolo João.
Visões do profeta Ezequiel e do apóstolo João Referências
Os querubins Ez 1, Ap 4
Gogue e Magogue Ez 38, Ap 20
A ordem de comer o livro Ez 3, Ap 10
A Nova Jerusalém Ez 40-48, Ap 21
O rio de água da vida Ez 47, Ap 22
K. ESBOÇO SIMPLES
I. Profecias antes do cerco de Jerusalém, predizendo sua derrota (1-24)
II. Profecias durante o período do cerco de Jerusalém (25-32)
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III. Profecias depois da derrota da cidade (33-48)
DANIEL
A. O PROFETA
Daniel é colocado como um dos maiores homens da história do VT. Em Ezequiel, Mateus e
Hebreus há registros de sua existência como profeta (Ez 14.14, 28.3, Mt 24.15 e Hb 11.33). Daniel
era jovem quando Nabucodonosor veio a Jerusalém e começou a conquistar Judá, no ano 605 a.C.
Houve várias deportações de judeus para a Babilônia e Daniel estava no primeiro grupo porque era
de linhagem real. Era prática da Babilônia deportar os nobres e treiná-los para o serviço em seus
próprios palácios. Daniel estava ainda vivo em 539 a.C., quando o reino da Babilônia foi tomado por
Ciro, o rei da Pérsia. Portanto, Daniel viveu e ministrou na Babilônia por mais de 60 anos. De fato, o
profeta Daniel viveu durante quatro reinados: de Nabucodonosor, Belsazar, Dario e Ciro e em três
diferentes reinos: Babilônia, Média e Pérsia. Daniel significa “Deus é meu juiz”. Daniel ocupou várias
posições importantes e foi promovido grandemente por causa de seu caráter e sabedoria, e
principalmente, porque a bênção de Deus estava sobre ele. Nabucodonosor nomeou-o chefe dos
sábios e governador da terra, uma posição semelhante à de Primeiro Ministro. O neto de
Nabucodonosor, Belsazar, elevou Daniel a terceiro no reino. O primeiro era Nabonidus, o último rei
da Babilônia, que residia em Tema na Arábia; o segundo era Belsazar, seu filho. E o terceiro ficou
sendo Daniel e o motivo foi porque ele explicou o significado do que a mão escreveu no muro. Dario
nomeou-o líder sobre todo o reino (6.1-13). Certamente Daniel foi fiel testemunha de Deus em um
reino perverso e idólatra por mais ou menos 75 anos.
B. O LIVRO
Daniel é para o VT o que Apocalipse é para o NT e, de fato, não é possível entender um sem
o outro. Profeticamente Daniel lida com o “tempo dos gentios” (Lc 21.24), aquele período que
começou em 606 a.C. com o cativeiro e terminará quando Cristo retornar à terra para julgar as nações
gentílicas e estabelecer Seu Reino na terra. Nas várias visões e sonhos registrados em Daniel, vemos
o programa da história dos gentios desde o reinado da Babilônia, pelas conquistas dos medos, persas,
gregos e romanos, até o governo do Anticristo antes do retorno de Jesus Cristo. Este livro diz que “há
um Deus no céu” (2.28) e que o “Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens” (4.25). Daniel
diz claramente que Deus Altíssimo é Soberano. Que Ele pode colocar e tirar governantes de seus
tronos. Que Deus pode ferir as nações mais fortes. Em 1.1-2.3, o livro é escrito em hebraico, mas de
2.4-7.28, é escrito em caldeu. Portanto, as sessões que tratam dos judeus são escritas em hebraico e
as sessões que lidam com a Babilônia são escritas em caldeu.
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C. DATA
600 a.C.
D. A ORDEM HISTÓRICA DO LIVRO
O livro de Daniel não é arranjado em ordem cronológica. Na primeira metade, Daniel
interpreta os sonhos dos outros e na última metade, ele tem visões concernentes ao futuro de seu povo.
A seguir a ordem histórica do livro.
CAPÍTULOS ACONTECIMENTOS DATA (a.C.)
1 Cativeiro 605-604
2 Sonho da Estátua 602
3 Imagem de Nabucodonosor -
4 Sonho da árvore de Nabucodonosor -
7 A visão dos quatro animais 556
8 A visão do bode e do carneiro 554
5 O banquete de Belsazar - a Babilônia cai 538
9 A visão das 70 semanas 539
6 A cova dos leões -
10-12 As visões finais -
Note que Daniel era um homem de seus 80 anos quando foi lançado à cova dos leões!
E. OS REINOS NO LIVRO DE DANIEL
Seis diferentes reinos são identificados no livro de Daniel.
CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 7
Babilônia (606-539 a.C.) - a cabeça de ouro (v.36-38) Leão com asas de águia (v.4)
Média-Pérsia (539-330 a.C.) - braços e peito de prata (v.39) Urso com três costelas (v.5)
Grécia (330-150 a.C.) - quadris de bronze (v.39) Leopardo com quatro cabeças (v.6)
Roma (150 a.C. até 500 d.C.) - pernas de ferro (v.40) Animal terrível (v.7)
Anticristo - dez dedos de ferro e barro (v.41-43) Pequeno chifre (v.8)
Cristo - a Pedra que esmiúça (v.44-45) Ancião de dias (v.9-14)
Guarde em mente que o Império Romano nunca foi substituído por outro império mundial e
assim continuará até que o Anticristo se levante. Este último ditador mundial estabelecerá um império
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de países confederados (os 10 dedos). Note que no capítulo 2 mostra a visão do homem sobre as
nações (metais valiosos), enquanto que no capítulo 7 mostra a visão de Deus (bestas perigosas).
F. A PERSEGUIÇÃO CONTRA OS CRENTES
Em Daniel 3 e 6 mostra como o reino deste mundo persegue os crentes por não adorarem o
seu deus, porém, é apenas uma sombra em comparação ao que acontecerá no período chamado
Tribulação (7.25, 8.24, 12.1). O próprio Jesus mencionou este livro em Mt 24.15 e Mc 13.14.
G. ALEXANDRE MAGNO
Este foi o grande conquistador grego. Era o rei da Macedônia. Em 331 a.C. conquistou a Pérsia.
Certo dia, enquanto estava em Jerusalém ouviu um sacerdote ler as profecias de Daniel e
impressionou-se bastante quando este lia que um rei grego derrubaria a Pérsia, o que de fato aconteceu
com suas próprias mãos.
G. ESBOÇO SIMPLES
I.A história pessoal de Daniel (1-6)
II.O ministério profético de Daniel (7-12)
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS PROFETAS MENORES
Os profetas menores não são menores em importância em relação a Isaías, Jeremias, Ezequiel
e Daniel, pois suas mensagens são muito importantes no programa profético de Deus. A Bíblia
hebraica coloca esses dozes livros juntos e chama-os simplesmente de “os Doze”. Os estudantes da
Bíblia chamam de “Profetas Menores” por causa da brevidade de seus escritos, embora Zacarias é
uma exceção nessa série de livros. Em cada um desses livros você encontrará três lições.
LIÇÃO HISTÓRICA - Cada profeta escreveu e pregou visando as necessidades imediatas na
vida de seu povo.
LIÇÃO PROFÉTICA - Cada profeta ilustra ou anuncia algo sobre o futuro da nação,
julgamento e restauração.
LIÇÃO PRÁTICA - Os pecados das nações naqueles dias são como os nossos, hoje. Há muitas
lições práticas para nós aprendermos desses livros. Por exemplo, em Oséias vemos a apostasia de
Israel, seu castigo sob a Assíria e sua futura purificação e restauração. Também, vemos nesse livro
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uma lição para os crentes, hoje, que desobedecem ao Senhor e cometem “adultério espiritual”
seguindo o mundo.
OSÉIAS
A. O PROFETA
O nome Oséias significa “salvação”. Ele pregou no reino do Norte (Israel, também chamado
“Efraim” neste livro). Oséias pregou num período de declínio nacional. Quando ele começou seu
ministério, Jeroboão II era o rei e foi um tempo de grande prosperidade, mas a nação acabou se
envolvendo com outras alianças e não confiou em Deus para guiá-la e protegê-la. Oséias viveu na
época em que Israel foi levado ao cativeiro assírio em 721 a.C. Em 2 Rs 15-17 lemos o panorama
histórico dessa época. Oséias foi contemporâneo de Amós em Israel e de Isaías e Miquéias em Judá.
B. O ALVO DA MENSAGEM DE OSÉIAS
A mensagem de Oseías era para a nação de Israel, expondo seus pecados e advertindo do
julgamento que viria. Há também uma mensagem de esperança para o futuro. O detalhe muito
importante do ministério de Oséias é que ele tinha que viver a mensagem antes de pregá-la para o
povo! O profeta tinha que experimentar profunda agonia em seu próprio lar por causa dos pecados de
sua esposa, mas tudo isso foi uma lição divinamente objetiva para ele e seu povo.
C. DATA
Em 753 a.C. foram proferidas as primeiras palavras do profeta, antes da morte de Jeroboão II.
A compilação final foi feita mais ou menos em 725 a.C., talvez trinta anos após o começo do
ministério de Oséias. Note que foi escrito uns 200 anos antes do cativeiro babilônico e isto por si só
já era uma advertência ao povo de Judá.
D. AS PRINCIPAIS VERDADES DO LIVRO
Conforme o Dr. Scofield este livro apresenta as seguintes verdades:
1.Deus sofre quando o Seu povo lhe é infiel.
2.Deus não pode tolerar o pecado.
3.Deus nunca deixará de amar os Seus.
4.Deus procura atrair de volta aqueles que O abandonaram.
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E. DEUS E O CASAMENTO DE OSÉIAS
Deus mandou Oséias casar-se com uma adúltera, com Gômer, advertindo-o que ela seria infiel
a ele e utilizou-Se dessa triste experiência do profeta para ilustrar ao povo sobre o relacionamento de
Deus com Israel. Alguns defendem que Deus mandou Oséias casar-se com uma prostituta e, outros
há, que dizem que tudo foi apenas uma visão do profeta e não uma experiência real.
F.REFERÊNCIAS EM OSEÍAS CITADAS NO NT
OSÉIAS NOVO TESTAMENTO
1.9, 2.1,25 Rm 9.25-26, 1 Pe 2.10
6.2 1 Co 15.3-4
6.6 Mt 9.13, 12.7
10.8 Lc 23.30, Ap 6.16
11.1 Mt 2.15
13.14 1 Co 15.55
14.2 Hb 13.15
G. OSÉIAS E AMÓS
As mensagens desses dois profetas se completam e mostram dois aspectos da mensagem de
Deus: enquanto Oséias apresenta o amor de Deus, Amós exorta o povo quanto ao castigo pela
desobediência (“prepara-te para te encontrares com o teu Deus” Amós 4.12).
H. HÁ ESPERANÇA
No livro de Oséias não há esperança para o leitor descuidado. Algumas coisas não
aconteceriam mesmo, por exemplo, o reino unificado entre Israel e Judá, porém, há uma esperança
futura para os que temem ao Senhor (2.14-23, 11,10-11,14, 6.1-3).
I. OS ATOS PECAMINOSOS
Oséias condenou os pecados de Efraim (Israel)
PECADO REFERÊNCIA
Falsidade 4.1
Licenciosidade 4.11
Homicídio 5.2
Roubo 7.1
Opressão 12.7
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J. ESBOÇO SIMPLES
I. A infidelidade da esposa de Oséias (1-3)
II. A infidelidade da nação de Israel (4-7)
III. O julgamento de Israel (8-10)
IV. A promessa da restauração de Israel (11-14)
JOEL
A. A MENSAGEM DE JOEL
A mensagem de Oséias surgiu de uma calamidade dentro de sua própria família. A mensagem
de Joel surge de uma calamidade nacional: a invasão dos gafanhotos. Junto com a praga dos
gafanhotos veio, também, uma terrível seca. Gafanhotos e seca trouxeram à terra grande fome e
miséria (1.19-20). Joel tinha uma mensagem ao povo de Judá, pois ele viu nessas calamidades a mão
disciplinadora de Deus sobre os seus pecados. Joel olhou além dos gafanhotos e viu outro exército,
um exército literal de nações gentílicas atacando Jerusalém e o povo judeu (2.3). Portanto, Joel usou
o julgamento imediato de Deus (os gafanhotos) como ilustração do julgamento posterior, “O Dia do
Senhor”. Joel significa “O Senhor (Jeová) é Deus”.
B. O DIA DO SENHOR
Joel menciona “O Dia do Senhor” (1.15, 2.1,11,31, 3.14). Outros profetas, também, usaram
essa expressão (Is 2.12, 13.6-9, 14.3, Jr 30.7-8, 46.10 e o livro todo de Sofonias). A frase “O Dia do
Senhor” refere-se àquele tempo futuro quando Deus despejará Sua ira contra as nações gentílicas por
causa de seus pecados contra os judeus (Joel 3.1-8). Esse tempo futuro ocorrerá após a Igreja ter sido
levada para o Céu (1 Ts 1.10, 5.9-10 e Ap 3.10). Esse período de 7 anos é conhecido nas Escrituras
como “Tribulação” e é descrito mais completamente em Ap 6-19. A Tribulação é o julgamento do
Senhor, porém, “O Dia Do Senhor” é identificado como um dia específico, quando haverá uma
batalha chamada “Armagedom” (Joel 3.9-17, Ap 19.11-21). Jesus Cristo retornará à terra para ferir
os Seus inimigos e estabelecerá o Seu reino. Em Joel há esperança de bênção neste período (2.18-27).
C. DATA
É difícil saber qual foi a data em que Joel escreveu esta profecia, pois não é mencionado
nenhum rei ou nação, portanto, não há um referencial para se tomar como base. Alguns sugerem que
tenha sido na época de Joás (837 a.C.).
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D. TRÊS TEMPOS QUE JOEL MOSTRA PARA O DIA DO SENHOR
1.O Dia do Senhor visto como imediato: a invasão dos gafanhotos - capítulo 1
2.O Dia do Senhor visto como iminente: a invasão da Assíria (?) - 2.1-27
3.O Dia do Senhor visto como futuro: a invasão final no Armagedom - 2.28-3.21
(?) A interpretação do inimigo iminente depende da época em que Joel está falando. Existem
várias possibilidades: os filisteus ou egípcios ou Edomitas ou os fenícios. Porém, nenhum desses
inimigos foram devastadores como os assírios e babilônios. Lembre-se que Joel profetizou para o
reino do Sul (Judá), mas a Assíria, também, tentou destruir Judá como, de fato, fez com Israel (reino
do Norte).
E. O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO
Pedro fez menção dessa profecia de Joel que tem duas fases: a primeira no Pentecoste e depois
na “grande plenitude”, no final do “tempo dos gentios”, antes do Milênio (Joel 2.28,32, At 2.16-21).
F. ESBOÇO SIMPLES
I.O Dia do Senhor tipificado (1.1-2.27)
II.O Dia do Senhor profetizado (2.28-3.21)
AMÓS
A. O CONTEXTO HISTÓRICO
Amós ministrou 25 anos antes da queda de Israel. Na época, o rei era Jeroboão II, na cidade
de Betel e Amazias era o sacerdote. Nessa época a nação de Israel estava gozando de paz e
prosperidade, aliás vivendo em luxúria. Estava indo “tudo bem”, até que uma voz clama: “Deus
enviará julgamento sobre esta nação perversa”. O pregador que pronuncia estas palavras é um
“pregador da colina de Tecoa”, chamado Amós, que significa “aquele que carrega fardos”. Amós não
era um profeta como conheciam na época, pois o pai dele não era profeta e nem frequentou as escolas
de profetas (7.10-17). Era um colhedor de figos, pastor de ovelhas e “vaqueiro” (1.1 e 7.14). Porém,
ainda que sem “credenciais de profeta”, Amós foi um “homem de Deus com a mensagem de Deus”
e advertiu que o julgamento estava vindo sobre Israel. Amós profetizou o cativeiro várias vezes
(5.5,27, 6.7, 7.9,17). O poderio da época era da Assíria, visto que Deus poupou essa nação através do
ministério do profeta Jonas. Amós, embora fosse do reino de Judá, profetizou para o reino de Israel.
B. DATA
Por volta de 760 a.C. Se soubéssemos quando ocorreu o terremoto na época de Uzias, teríamos
a data exata do ministério profético de Amós em Betel, situado dois anos antes do terremoto (1.1).
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Trata-se daquele terremoto severo na época de Uzias, o qual séculos mais tarde, ainda não tinha sido
esquecido (Zc 14.5).
C. AMÓS E OSÉIAS
Enquanto Oséias é oprimido pelo sentimento da infidelidade da nação, Amós é mais
“violento”, sentindo-se ultrajado por causa da injustiça da nação em seus pecados. A mensagem de
Amós pode ser deturpada por causa da quantidade de vezes que ele fala de justiça e da injustiça social.
É fato, porém, que a justiça social nunca pode separar-se da verdadeira religião (piedade, Tg 1.27).
A mensagem de Amós é impregnada de justiça: “Corra o juízo como as águas e a justiça como ribeiro
perene” (5.24).
D. OS PECADOS DAS NAÇÕES
Há menção dos pecados nas nações e que Deus vai julgá-las, porém, é muito evidente que
para isso Deus, também, reserve castigo para o seu próprio povo. Amós teria gozado de muita
popularidade se profetizasse apenas a queda das nações vizinhas, mas foi fiel ao Senhor e denunciou
o seu próprio povo (Judá) e seus irmãos (Israel).
Nação denunciada Pecado específico Referência
Síria Crueldade 1.3-5
Filistia Tráfico de escravos 1.6-8
Fenícia Tráfico de escravos, apesar do pacto 1.9-10
Edom Irreconciliabilidade determinada e vingativa 1.11-12
Amom Crueldade baseada na cobiça 1.13,15
Moabe Ódio com violência e vingança 2.1-3
Judá Desprezo às Leis de Jeová 2.4-5
Israel Corrupção e opressão 2.5-16
E. AS CINCO VISÕES CONCERNENTES AO CASTIGO DE ISRAEL
Visão Referência
Os gafanhotos 7.1-3
O fogo 7.4-6
O prumo 7.7-9
Os frutos de verão Cap.8
O Senhor sobre o altar Cap.9
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F. A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
Se interpretarmos a Bíblia literalmente, como deve ser, devemos entender que a nação de
Israel precisa ser reedificada, o que nunca aconteceu e, humanamente falando é impossível, pois
perdeu-se toda a linhagem. É necessário o Milênio para cumprir as exigências da profecia de Amós
9.11-15 (conforme Atos 15.16-17). Conforme o Dr.Scofield essa profecia tem as seguintes
implicações:
1.A volta da monarquia de Davi - v.11
2.Possessão das terras do sul da Palestina - v.12
- Incluindo a conversão das nações.
3.Fertilidade da terra - v.13
4.Retorno de Israel do cativeiro - v.14
- Os israelitas estão espalhados pelas nações, embora não saibamos quem são.
5.Estabelecimento permanente de Israel na Terra Santa - v.15
G. ESBOÇO SIMPLES
I. Ele olha ao redor (1-2)
II. Ele olha para dentro (3-6)
III. Ele olha adiante (7-9)
OBADIAS
A. A ÉPOCA E LOCAL
Trata-se do ano 586 a.C. em Jerusalém, época da invasão babilônica.
B. O EVENTO
A destruição de Jerusalém pelos exércitos babilônicos. Podemos imaginar os soldados irados,
quebrando os muros, espancando o povo e queimando a cidade. Vemos, também, os vizinhos de
Jerusalém, os EDOMITAS, encorajando os babilônios destruírem a cidade (Sl 137.7-9). Quem é este
povo que deseja tão terríveis coisas para Judá? Eles são os irmãos dos judeus! Os Edomitas são
descendentes de Esaú, o irmão mais velho de Jacó (Gn 25.21-26). Esaú era exteriormente muito
melhor homem que o enganoso Jacó, mas mesmo assim, Deus escolheu Jacó e rejeitou Esaú. Esaú
mudou-se para as montanhas ao sul e estabeleceu o reino edomita (Iduméia), mas eles permaneceram
inimigos. O livro de Obadias, o menor do VT, trata desses dois irmãos, Esaú e Jacó (Edom e Israel).
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C. DESCOBERTA ARQUEOLÓGICA
”Sela”, a capital de Edom, conhecida posteriormente por “Petra”, foi totalmente destruída. As
ruínas comprovam o fato. Por muito tempo ficaram escondidas nas regiões ao sul do Mar Morto, mas
em 1812 a.D. foram descobertas 300 cidades. As construções eram feitas misteriosamente em rocha
sólida cortada (v.3). Não existe nenhuma presença viva na terra para lembrar Edom (v.10 e 18). Por
causa desse reduto edomita, o exército era invencível, pois após o seu ataque, recolhia-se em suas
rochas e ninguém conseguia chegar lá por causa do difícil acesso. Algumas montanhas tinham 300
metros de altura e no topo era a habitação dos edomitas. Chegavam lá através de uma abertura estreita
cavada na rocha, onde só passava um cavalo por vez. Tentar chegar ali sem conhecer era morte certa,
pois os corredores estreitos, espremidos pelas rochas, tinham um quilômetro de extensão e eram
verdadeiros labirintos. Mas de Deus ninguém se esconde (v.4). Tinha cerca de mil templos escavados
na rocha em lugares quase impossíveis de chegar.
D. OBADIAS
Nada se sabe sobre esse profeta. O nome era muito comum entre os hebreus, significa “servo
ou adorador de Jeová”. Pelo menos doze homens do VT têm esse nome.
E. A JUSTIÇA DO JULGAMENTO
Edom não é apenas inimigo antigo, mas na época da calamidade que Jerusalém sofreu, Edom
também estava lá entregando os judeus fugitivos ao inimigo (2 Cr 21.16-17, Ob 10-14). Os edomitas
contribuíram com os filisteus e árabes em 845 a.C. e agora com os babilônios em 586 a.C. Quatro
anos depois da queda de Jerusalém, a própria Babilônia, que recebeu ajuda dos edomitas, invadiu e
queimou o reino de Edom. Os poucos que restaram fugiram, mas em 126 a.C. um dos governantes
Macabeus submeteu-os. Os Herodes eram da família iduméia, mas com a destruição de Jerusalém em
70 a.D., finalmente, os edomitas desapareceram totalmente da História. Lembre-se que, em dias
passados, Deus ordenou que Seu povo tratasse bem Edom (Dt 23.7).
F. OBADIAS, VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO
Obadias não foi o único a denunciar Edom. Outras acusações estão em: Is 34.5-7, 63.1-6, Jr
49.7-22, Lm 4.21-22, Ez 25.12-14, Ez 35, Joel 3.19, Am 1.11-12.
G.ESBOÇO SIMPLES
I.A vingança de Deus sobre Esaú (v.1-16)
II.A vitória de Deus para Jacó (v.17-21)
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JONAS
A. JONAS NO REGISTRO HISTÓRICO
Em 2 Rs 14.25 encontramos a profecia de Jonas sobre a expansão do reino na época de
Jeroboão II. Esta mensagem certamente o fez muito popular, mas quando Deus chamou Jonas para
pregar à cidade de Nínive, a capital do Império Assírio, o profeta se rebelou. A História fala-nos que
os assírios eram cruéis. Tinham várias maneiras de matar seus inimigos. As quatro maneiras
principais eram as seguintes:
1.Enterrar os inimigos vivos.
2.Esfolar os inimigos vivos, arrancando-lhes a pele toda.
3.Arrancando membros da face e de outras partes do corpo.
4.A terrível prática do empalamento, em que a vítima era perfurada viva em postes agudos,
e ficava debaixo do sol por vários dias até morrer de hemorragia intestinal, inanição e
desidratação.
O pensamento de Jonas era: “É melhor desobedecer a Deus do que ver meus inimigos salvos
da destruição”. Nos quatro capítulos desse livro, Jonas escreve suas experiências e as lições que
aprendeu. Esta é a autobiografia mais sincera que já existiu, onde o autor, inspirado por Deus, não
protege sua imagem e suas falhas em nenhum momento. Jonas significa “pombo”.
B. DATA E AUTOR
Foi escrito no 8º século a.C. Jonas viveu justamente na época anterior à invasão assíria e à
queda de Israel no ano 722 a.C. Jonas veio logo depois de Eliseu. Alguns não atribuem a autoria do
livro a Jonas, mas a algum escritor depois de 612 a.C., data em que Nínive foi destruída. Os
argumentos são os seguintes:
1.O livro não menciona que Jonas teria escrito o livro.
2.O nome do rei assírio não é mencionado. Se fosse escrito na época do ocorrido certamente
teria sido mencionado.
3.Jonas é mencionado na terceira pessoa.
4.Em Jonas 3.3 é subentendido que a cidade não existe mais.
C. ACONTECIMENTOS AUTENTICADOS POR CRISTO
Jonas foi preservado dentro de um grande peixe e pregou aos habitantes de Nínive, sendo o
primeiro missionário no estrangeiro. Cristo autenticou o ministério de Jonas. Alguns comentaristas
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creem que Jonas, chegou a morrer dentro do ventre do grande peixe, descendo ao Hades, lugar dos
mortos, e sendo ressuscitado (Jn 2.1-10, Mt 12.38-42).
D. O MILAGRE
Alguns não creem que poderia ser literal esse incidente: um homem ser engolido por um peixe e
sair vivo. Uma baleia dificilmente poderia engolir um homem, porque embora seja muito grande, a
abertura de sua garganta é estreita e serve para engolir crustáceos e peixes pequenos. Além disso em
Jn 1.17 e Mt 12.40, a melhor tradução não é baleia, mas monstro do mar ou apenas grande peixe
(dãg gãdõl), talvez um tubarão gigante. O milagre, dizem alguns, não está no fato de Jonas ter sido
engolido pelo peixe, mas em ter sido vomitado vivo à praia. O abdômen de um animal assim possui
diversas câmaras, “sujas” com emaranhados de algas e peixes e substâncias próprias do organismo
do animal, além do que, pelo enorme tamanho dos pulmões, causa uma verdadeira “ventania” e
compressão dos órgãos. Facilmente Jonas poderia morrer esmagado, afogado, intoxicado ou mesmo
de pneumonia. Alguns anos passados um homem foi engolido por um peixe grande e escapou com
vida, embora tenha perdido toda a pigmentação de sua pele. Apesar de toda a explicação científica da
possibilidade de vida para Jonas, a nossa fundamentação é na Palavra de Deus, pois diz que ele foi
engolido, permaneceu no ventre do peixe, foi vomitado à praia e, recuperou-se no tempo suficiente
de sair e pregar para Nínive.
E. EXEMPLO PARA ISRAEL E JUDÁ
Enquanto o profeta não é aceito em sua própria terra, em terra estranha a recepção é tão calorosa
que a cidade TODA se converteu. O “sucesso” do cristianismo, também, não foi por causa dos “bons
ouvidos” judaicos, mas pela receptividade gentílica.
F. A QUESTÃO DO ARREPENDIMENTO DE DEUS
Uma questão muito conturbada para muitos são as referências que afirmam que Deus NÃO
SE ARREPENDE e outras que mostram DEUS SE ARREPENDENDO. A seguir um quadro que
tenta esclarecer esta questão.
O ARREPENDIMENTO DE DEUS
O sentido da palavra “arrependimento” (“metanoia”) é “mudança de mente”, “mudar de ideia”.
Uma questão muito confusa para alguns são as referências no VT que afirmam que Deus NÃO Se
arrepende e outras que mostram Deus Se arrependendo.
Deus não Se arrepende Deus Se arrependendo
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Nm 23.19, 1 Sm 15.29, Sl 110.4 Gn 6.6-7, Êx 32.14, 2 Sm 24.16
EXPLICAÇÃO: A mente de Deus embora seja constante, Suas atitudes variam de acordo com o
comportamento do homem (Jr 18.8, Joel 2.13).
Note, por exemplo, a condição que Deus impôs sobre Nínive (Jn 1.2, 3.4,10). Por causa da mudança de
comportamento de Nínive Deus mudou (arrependeu-se) sua atitude.
G. A ORAÇÃO DE JONAS
Dentro daquele “monstro marinho” Jonas só conseguiu ver a grandeza de Deus e a sua oração
consistiu de três aspectos.
1.Gratidão por Deus ouvi-lo, mesmo estando nas profundezas do mar (2.1-6).
2.Contrição compaixão pelas almas perdidas (2.7-8).
3.Arrependimento e entrega total aos planos de Deus (2.9-10).
H. O ENGANO DA VELHA NATUREZA
De fato, Jonas se arrependeu no ventre do grande peixe, foi à cidade de Nínive, pregou e as
pessoas se converteram, mas ele ficou irado por isso, pois o seu desejo carnal, egoístico, era ver aquele
povo perverso destruído e não salvo. Jonas gostou mais da mensagem de destruição do que a
mensagem de salvação. A velha natureza é capaz de levar o crente a agir dessa forma (4.1-3). Deus,
por fim, dá uma grande lição missionária para Jonas, mostrando que para ele (Jonas), uma aboboreira
vale mais do que cento e vinte mil almas (4.4-11).
I. INCIDENTES HISTÓRICOS SEMELHANTES AO DE JONAS NO VENTRE DO
GRANDE PEIXE
Casos têm sido narrados, em épocas mais recentes, de homens que sobreviveram depois de
terem sido engolidos por certos tipos de baleias. A revista Princeton Theological Review de outubro
de 1927 cita dois incidentes: um foi em 1758 e o outro em 1771, de um homem que foi engolido por
uma baleia, sendo depois vomitado com pequenas lesões.
Um dos incidentes mais notáveis é narrado por Francis Fox (Sixty-three Years of Engineering), que
explica que este incidente foi cuidadosamente investigado por dois cientistas (um dos quais era M.de
Parville, redator científico de Journal des Debats em Paris). Em fevereiro de 1891, o baleeiro Star
of the East estava perto das Ilhas Falkland, e o vigia viu uma baleia grande e a quatro quilômetros
de distância. Dois escaleres foram colocados na caçada, e dentro em breve um dos arpoadores
conseguiu espetar a baleia. O segundo escaler, também, atacou a baleia, mas foi virado por um golpe
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da cauda e os tripulantes caíram no mar. Um foi afogado, mas o outro desapareceu sem sinal, seu
nome era James Bartley. Depois de morta a baleia, a tripulação começou a trabalhar na remoção da
gordura com machados e pás. “Trabalharam o dia inteiro e durante parte da noite. No dia seguinte,
fixaram ganchos na barriga, levando-a para o convés. Os marinheiros foram surpreendidos por algo
lá dentro que dava sinais espasmódicos de vida, e logo descobriram o marinheiro perdido, engolido
e desmaiado. Foi colocado no convés, e deram-lhe um banho de água do mar, que logo o despertou.
No fim da terceira semana, tinha se refeito completamente do susto, voltando aos seus deveres.... Seu
rosto, pescoço e mãos tinham sido alvejados até ficar um branco doentio, com a aparência de
pergaminho. Bartley afirma que, provavelmente, teria continuado a viver dentro da sua “casa de
carne” até morrer de fome, porque seu desmaio foi causado por medo e não por falta de ar”.
J. NÍNIVE
Em Jonas 3.3 diz que para percorrer essa cidade levava três dias. A arqueologia registra que
era uma cidade de cerca de 130 quilômetros de circunferência e seus muros cercavam jardins e
pastagens.
K. JONAS 4.11
Alguns comentaristas afirmam que o número de 120 mil pessoas que “não sabem discernir
entre a mão direita e a mão esquerda” refere-se às crianças. Pusey calcula a população total de Nínive
em 600 mil habitantes.
L. ESBOÇO SIMPLES
I.A desobediência de Jonas - a lição da paciência de Deus (1)
II.O arrependimento de Jonas - a lição do perdão de Deus (2)
III.O arrependimento dos habitantes de Nínive - a lição do poder de Deus (3)
IV.A rebelião de Jonas - a lição da misericórdia de Deus (4)
MIQUÉIAS
A. MIQUÉIAS E ISAÍAS
Os nomes dos reis em Mq 1.1, mostram que Miquéias pregou no mesmo tempo da História
que Isaías (Is 1.1). Com certeza esses dois profetas animaram-se um ao outro, ministrando em Judá,
e procurando espalhar a Palavra do Senhor. Jotão e Ezequias foram dois reis bons que ajudaram a
nação, mas Acaz foi um homem perverso que levou a nação à idolatria. Assim, Miquéias viu sua
nação passar por bons e maus tempos. Miquéias significa “Quem é como o Senhor? ”. Ele veio da
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pequena cidade chamada Moresete, ao sul de Jerusalém. Jeremias mencionou o nome de Miquéias
(Jr 26.18). Miquéias foi quem predisse o local do nascimento do Messias (5.2).
B. TRÊS SERMÕES
Este pequeno livro é composto de três “sermões”, os quais Miquéias pregou ao povo, e cada
mensagem começa com a palavra “Ouvi” (1.2, 3.1 e 6.1).
C. DATA
Na mesma época que foi escrito Isaías, 700 a.C.
D. NINGUÉM ESCAPOU
As profecias de Miquéias são amplas, tratando de Judá e Israel. Miquéias enfatiza suas
mensagens para as capitais dos reinos, Samaria (capital de Israel) e Jerusalém (capital de Judá, isso
porque as capitais tinham influência sobre as nações.
E. PECADOS INSIGNIFICANTES?
Enquanto Amós e Oséias falaram duramente sobre a idolatria e imoralidade em Israel e Judá
e, também, sobre a mistura com a religião dos cananeus, Miquéias condena as injustiças cometidas
contra os pequenos proprietários, sitiantes e agricultores (2.1-8). Talvez, para muitos que não
enxergam a justiça de Deus até nas “causas menores”, as palavras de Miquéias não fazem muito
sentido. O afeto natural foi-se extinguindo das pessoas, ao ponto de expulsar as viúvas das casas das
criancinhas e para abafar a consciência contratavam falsos profetas para falarem o que desejavam
ouvir (2.6,9,11).
F. SALVAÇÃO NÃO É PELAS OBRAS HUMANAS
Assim como em Ef 2.8, Mq 6.6-8 mostra que o homem não pode fazer nada para que seja
aceito por Deus. As obras humanas são ineficazes para a Salvação.
G.UM REINO DE JUSTIÇA
Miquéias fala de um reino que os homens tentam estabelecer com suas próprias mãos, mas
sem sucesso, pois o reino que Miquéias profetiza será estabelecido pelo Messias: seria quando de Sua
primeira vinda, porém, Seu próprio povo O rejeitou, por isso, foi “adiado”. Conforme Ap 20, esse
reino chama-se “Milênio” (veja Mq 4.1-5).
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H. ESBOÇO SIMPLES
I. Condenação (1-2)
II. Restauração (3-5)
III. Súplica (6-7)
NAUM
A. BOAS NOVAS
Isaías 52.7 falas do livramento de Babilônia e Naum 1.15 usa as mesmas palavras para falar
do livramento da Assíria e Paulo em Rm 10.15, também, usa as mesmas palavras para anunciar o
livramento eterno do pecado.
B. CAI A GRANDE ASSÍRIA
O povo está muito feliz, não só Judá, mas todas as nações vizinhas. A Assíria foi usada por
Deus para castigar o reino do Norte (Israel) em 721 a.C. Em 701 a.C. a Assíria tentou invadir Judá,
mas Deus interviu e destruiu seu exército (2 Rs 18-29). As nações temiam a Assíria e tentavam ganhar
sua aprovação, tornando-se vassalas (súditas). Finalmente, em 612 a.C. Nínive foi destruída pelos
Medos e Babilônios e assim, foi completamente conquistada. As ruínas da Assíria permaneceram
ocultas até 1842 da nossa era. É sobre a queda de Nínive que Naum escreveu. Ele escreveu na época
em que a Assíria era grande em poder. Ninguém sonhava que um dia Nínive cairia, mas Deus revelou
a Naum o futuro sobre essa cidade. A mensagem de Naum NÃO era uma mensagem de advertência
para Nínive. Jonas foi quem deu este tipo de mensagem, cento e cinquenta anos atrás. Agora não
havia esperança para Nínive. A paciência de Deus tinha acabado e Sua julgamento cairia sobre
Nínive. Porém, é uma mensagem de esperança para Judá, para encorajá-la a confiar em Deus na hora
de grande perigo. Cada um dos três capítulos de Naum fala-nos algo sobre Deus e, também, sobre a
queda de Nínive.
C. AUTOR
Naum, que significa “conforto”. Este livro está ligado ao livro de Jonas, pois este pregou e o
povo se arrependeu e, consequentemente, o castigo foi adiado por mais de um século. Não sabemos
quase nada sobre Naum. Ele era de Elcós (1.1), que talvez ficava perto de Cafarnaum. Aliás,
Cafarnaum significa “vila de Naum”, podendo ser ele o fundador. Havia ao sul de Jerusalém uma
cidade com o mesmo nome, Elcós.
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D. DATA
É mencionada a cidade de Tebas ou Nô (3.8), que era a capital do Egito Superior, a sede de
muitos Faraós no passado. Assim como foi a queda do Egito, assim será a ruína de Nínive. A queda
de Tebas foi em 666 a.C. Talvez Naum tenha escrito em 630 a.C.
E. A IRA DE DEUS
Naum retrata no capítulo 2 o ódio de Deus pelo pecado e Sua vingança de uma maneira
poética. Deus castiga por princípio e não por mero “capricho”, como normalmente os homens fazem.
Nínive era cruel demais com seus inimigos, torturando-os antes de matá-los, arrancando-lhes a língua,
casando-lhes os olhos. A derrota de Nínive se deu por mãos divina: Os medos e babilônios sitiaram
a cidade por dois anos, quando inesperadamente a inundação do rio Tigre derrubou uma parte do
enorme puro protetor e, assim, o exército entrou e conquistou Nínive. Naum profetizou isso 20 anos
antes (Na 2.6). Os muros de Nínive tinham 30 metros de altura e eram bastante largos. Havia 1500
torres de vigia para a defesa. Uma vala de 50 metros de largura por 30 metros de profundidade
circundava a cidade. Todo aquele que ama a justiça, admite a vingança de Deus (Na 3.19).
F. ESBOÇO SIMPLES
I.A profecia da queda de Nínive (1)
II.O cumprimento da profecia (2)
III.O motivo da queda de Nínive (3)
HABACUQUE
A. DEUS FAZ ALGUMA COISA CONTRA AS INJUSTIÇAS?
Talvez perguntemos isto, principalmente, ao ler os profetas, pois são relatadas tantas injustiças
e violências. O perverso está sempre prosperando, enquanto o justo está sempre sofrendo. Os fiéis
oram, mas parece que não resolve... Estes problemas são levantados e resolvidos no livro do profeta
Habacuque.
B. AUTOR
Habacuque, que significa “abraço”. Profetizou a Judá quanto à invasão da Babilônia (1.6).
Habacuque amava, de fato, a nação de Judá. É provável que Habacuque fosse um levita e músico
(3.19). Habacuque estava, sim, perplexo com os acontecimentos, vendo seu povo ser levado ao
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cativeiro babilônico, porém, ele não se perde em filosofias humanas e autocomiseração, pelo
contrário, espera do próprio SENHOR a resposta (2.1).
C. DATA
Aproximadamente 610 a.C. Talvez 607 a.C. no começo do reinado de Jeoaquim.
D. É SÓ ESPERAR A ANGÚSTIA
Algumas coisas acontecerão e é só esperar. Este era o caso da invasão que Judá sofreria.
Habacuque sentia-se angustiado, sabendo como profeta e, também, como observador que Judá seria
uma das próximas presas da Babilônia (1.6-11 e 3.16). A Babilônia ganhou independência da Assíria
em 626 a.C., em 612 a.C. destruiu Nínive, em 605 a.C. derrotou os egípcios e no mesmo ano invadiu
Judá e em 587 a.C. assolou Jerusalém, queimando-a.
E. AS DÚVIDAS DE HABACUQUE
Habacuque começa o livro cheio de dúvidas, mas termina com certeza e confiança em Deus,
tudo porque decidiu “ir à fonte” para saber de tudo o que estava acontecendo. Habacuque amava a
justiça e sabia que o povo de Deus estava longe de Seus caminhos e precisava de julgamento (1.2-4),
mas Habacuque, talvez não aceitava que o julgamento viesse da Babilônia, uma nação que não
reconhecia NINGUÉM ou NADA acima de si e que tem o seu próprio poder como seu deus (1.7,11).
Por isso, Habacuque está confuso: se alguém tem que disciplinar o seu povo, este deve ser o próprio
Senhor, que é Santo. Babilônia, pensava Habacuque, foi feita para receber a disciplina de Deus (1.12).
F. A RESPOSTA DO SENHOR ÀS DÚVIDAS DE HABACUQUE
Deus não precisa responder a ninguém, pois TUDO o que Ele faz é perfeito em Santidade e
poder, mas mesmo assim, pacientemente Deus responde a Habacuque, mas a resposta limita-se a
incentivar o profeta a confiar em Deus, pois no tempo certo Babilônia, também, será julgada (2.3-4).
G. CORRENDO, NÃO DÁ PARA LER!
Alguns eruditos discordam da tradução feita em 2.2, onde diz “para que possa ler até quem
passa correndo”. A tradução correta, dizem os estudiosos, é a seguinte: “para que possa correr aquele
que a ler”. Outros acham que se trata de um cartaz enorme, sendo possível qualquer um ler, até quem
estiver correndo (compare com Zc 2.4-5).
H.UM RETRATO DA PERVERSIDADE HUMANA
Longe de Deus todos somos assim, iguais aos babilônios:
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1) Agressores injustos (2.6-8)
2) justificadores próprios dos maus caminhos (2.9-11)
3) Assassinos em troca de vantagens pessoais (2.12-14)
4) Enganadores (2.15-17)
5) confiantes nos ídolos (2.18-19)
I. ESBOÇO SIMPLES
I.O profeta perplexo (1)
II.O profeta observando e esperando (2)
III.O profeta adorando (3)
SOFONIAS
A. SANGUE AZUL
Sofonias é tataraneto do rei Ezequias, um dos mais famosos governadores de Judá. Ele tem
sangue real nas veias, mas o mais importante, é que ele tem a mensagem de Deus em seus lábios.
Sofonias pregou durante o reinado do piedoso rei Josias, um período de grande reavivamento religioso
(2 Rs 22-23). Josias subiu ao trono com 8 anos de idade e aos 16 anos confiou a si mesmo ao Senhor.
Com a idade de 20 anos começou uma grande reforma na terra, derrubando os ídolos e julgando os
falsos sacerdotes e profetas. Começou, também, a reconstruir o Templo e guiou a nação numa grande
celebração da Páscoa. Portanto, foi um tempo de consagração religiosa.
B. ALÉM DAS APARÊNCIAS
Sofonias foi um profeta de grande sensibilidade doutrinária. Ele foi além das aparências, pois
ninguém ousaria dizer que o povo não estava em reforma religiosa, mas Sofonias sabia que o zelo
religioso do povo não era sincero. As reformas eram superficiais. O povo derrubava os ídolos do lar,
mas não os ídolos do coração. Os governadores e líderes da terra ainda eram desobedientes e falsos e
a cidade de Jerusalém era a fonte de todo o tipo de perversidade na terra. Alguns acreditam que
Sofonias pregou antes da reforma e que, aliás, ele incentivou Josias às reformas. Jamais devemos
negar o zelo sincero de Josias, porém, a reforma dele durou enquanto ele viveu, pois, o povo caiu em
pecado novamente, até por fim, ser levado ao cativeiro. Note em 2 Rs 22-23, 2 Cr 34-35 e,
principalmente, as palavras da profetiza Hulda a Josias em 2 Rs 22.15-20. Judá se tornou pior do que
Israel, pois Israel não podia mostrar melhor ação, visto que nunca teve um rei, sequer, bom e temente
a Deus. Judá, no entanto, cercada de testemunho só fingiu estar arrependida (Jr 3.6-11).
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C. DATA
Poucos anos antes do anúncio da condenação de Judá, entre 640-609 a.C. O avivamento
religioso de Josias foi em 621 a.C.
D. AUTOR
Sofonias, que significa “O Senhor esconde ou protege”. Sofonias não só previu a queda de
Jerusalém, como também o juízo dos gentios e a restauração de Israel no reino do Messias.
E. O DIA DO SENHOR
Sofonias é o profeta que mais usa este termo, “O Dia do Senhor”, mostrando que o povo deve
buscar o Senhor para estar protegido no dia do Senhor (2.3).
F. JULGAMENTO CONTRA AS NAÇÕES ESTRANGEIRAS
Nação julgada Referência
Filístia 2.4-7
Moabe e Amom 2.8-11
Egito 2.12
Assíria 2.13-15
G. ESBOÇO SIMPLES
I. Deus julgará Judá (1)
II. Deus julgará as nações (2)
III. Deus restaurará o Seu povo (3)
AGEU
A.UM POUCO DE HISTÓRIA
Para entender os escritos dos últimos três profetas (Ageu, Zacarias e Malaquias), devemos
revisar a História judaica. A seguir uma breve recapitulação.
Em 536 a.C. Esdras tomou cerca de 50 mil judeus e retornou à Terra Santa. Eles
reconstruíram o altar e começaram os sacrifícios novamente.
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Em 535 a.C. foi lançado o fundamento para o novo Templo, mas havia uma considerável
oposição para que o trabalho não avançasse.
Antes de 520 a.C. o povo voltou ao trabalho.
Em 515 a.C. o Templo, finalmente, foi construído. Quatro homens piedosos se destacam
nesta obra: Zorobabel, o governador; Josué, o sumo sacerdote; e Ageu e Zacarias, os profetas
(Ed 5.1, 6.14)
B. O MINISTÉRIO DE AGEU
O ministério de Ageu era advertir os preguiçosos e encorajá-los a terminar o Templo. Era fácil
começar o trabalho do templo quando chegassem na Terra Santa, pois estariam entusiasmados, mas
após meses de trabalho e oposição, o trabalho começaria a atrasar e finalmente seria interrompido.
Com a interrupção do trabalho da construção do templo, o povo preocupou-se em construir suas
próprias casas (1.4-8). É muito mais difícil recomeçar um trabalho interrompido do que começar uma
obra. Neste livro existem quatro sermões de Ageu e cada um deles é datado (1.1, 2.1,10,20, de
setembro a dezembro). Em cada mensagem Ageu aponta um pecado particular, os quais impede-nos
de completar a obra de Deus e fazer Sua vontade.
C. AUTOR
Ageu, que significa “festivo”. Foi um dos profetas do final do cativeiro. Certamente nasceu
na Babilônia. Como profeta pós exílico, Ageu está no período mencionado nos livros de Esdras,
Neemias e Ester.
D. DATA
520 a.C., nos últimos dias do exílio babilônico.
E. O PROFETA BEM RECEBIDO
Ageu foi o primeiro profeta a ser ouvido e apoiado totalmente. Os ouvintes de Ageu
recobraram o ânimo em 24 dias e voltaram ao trabalho da construção (1.12-15).
F. OS TEMPLOS DO SENHOR
Os judeus terão ao todo cinco templos, todos são chamados “Templo do Senhor” ou “Casa do
Senhor”.
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ORDEM DO TEMPLO NOME DO TEMPLO ÉPOCA DO TEMPLO
1º Templo Templo de Salomão Terminado em 1013 a.C.
2º Templo Templo de Zorobabel Terminado em 517 a.C.
3º Templo Templo de Herodes Terminado em 14 a.C.
4º Templo Templo da aliança com a Besta Durante a 1ª metade da Tribulação
5º Templo Templo de Ezequiel No Milênio
Os velhos compararam o novo Templo com o Templo de Salomão e se entristeceram. Mas o
Templo que, de fato, será glorioso é o Templo do reino Messiânico (Ag 2.3, Ed 3.8-13, Ag 2.6-9).
G. QUANDO SE TRATA DOS INTERESSES PRÓPRIOS...
O povo não queria começar a construção do Templo porque não tinha recebido nenhuma
revelação especial do Senhor (1.2). Note, porém, que também que o povo não recebeu nenhuma
revelação para construir suas próprias casas e, mesmo assim, estava trabalhando para isso (1.3-4). O
descuido do povo resultou em castigo do Senhor, através da seca e esterilidade da terra (1.5-11). Por
16 anos o povo estava desobedecendo a vontade de Deus para construir o Templo, mas finalmente se
arrependeu dessa negligência (1.12-15).
H. A SANTIDADE E O PECADO
A santidade não contagia, mas o pecado sim. Enquanto a pureza moral não é transmitida, a
impureza sim (2.10-14, Ez 44.19, Lv 6.18, 22.4-6, Nm 19.11). A desobediência da nação fez com que
as obras (os sacrifícios) se tornassem inúteis. Nestes 16 anos que o povo ficou sem construir o
Templo, Deus castigou (1.5-6, 2.15-19).
I. ESBOÇO SIMPLES
I. Colocando-se à frente do Senhor (1.1-15)
II. Olhando para trás ao invés de olhar para frente (2.1-9)
III. Esquecendo de confessar os pecados (2.10-19)
IV. A vitória final contra as nações (2.20-23)
ZACARIAS
A. O ESCRITOR
Zacarias ministrou com Ageu durante os dias difíceis, quando 50 mil judeus retornaram a
Palestina para restabelecer sua cidade e seu Templo de adoração. O remanescente voltou em 536 a.C.
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e colocou o fundamento do Templo em 535 a.C., mas a oposição se levantou e o trabalho parou. Em
525 a.C. o Senhor levantou Ageu e Zacarias para estimular os líderes e o povo e em 520 a.C. eles
terminaram a obra da construção do Templo. Zacarias foi tanto profeta como sacerdote (Ne 12.4,16)
e em Zc 2.4 descobrimos que ele era jovem. Seu nome significa “Jeová lembrou-se”. O nome do pai
dele significa “Jeová abençoa” e o nome do avô significa “Seu tempo”. Colocando esses nomes juntos
temos: “Jeová lembra-se de abençoar a Seu tempo”.
B. TEMA
Este livro, assim como o livro de Daniel, revela os planos de Deus para os judeus. A cidade
de Jerusalém é mencionada 39 vezes em Zacarias. Em 1.14-17, lemos sobre as ênfases principais do
livro: Deus é ciumento por Jerusalém, Ele punirá os pagãos pelo que fizeram à cidade e Ele restaurará
a cidade, um dia, em glória e paz. O fato de Deus ter escolhido Jerusalém em Sua graça é,
frequentemente, mencionado neste livro (1.17, 2.12, 3.2). Deus terá misericórdia da cidade e um dia
habitará nesta cidade (1.12, 8.3,8).
C. DATA
Como contemporâneo de Ageu, Zacarias escreveu em 520 a.C., no 2º ano do rei Dario I
D. INTERPRETAÇÃO
Como as demais profecias do V.T., devemos distinguir entre o próximo e o distante nas
profecias de Zacarias. Em um verso ele descreve a queda de Jerusalém sob os romanos, e no próximo
versículo, Zacarias pinta o quadro da vinda do Messias para reinar. O nome favorito que Zacarias usa
para Deus é “Senhor dos Exércitos”. Ele vê o Senhor vindo para ferir os inimigos de Israel e
estabelecer Jerusalém em paz e glória. Interpretar estas magníficas profecias à “Igreja, Israel
espiritual”, hoje, é roubar este livro de seu significado e poder. Certamente há aplicações espirituais
para todas as épocas, mas a interpretação básica deve ser mantida em seu próprio lugar, ou seja, para
a nação judaica e Jerusalém.
E. O LIVRO
O livro é divido em três partes, como segue:
1) Capítulos 1-6, o profeta descreve oito visões, todas são o resumo do livro: Jerusalém será libertada,
purificada e restabelecida em paz e prosperidade.
2) Capítulos 7-8, registram a visita de alguns judeus para perguntar sobre o jejum comemorativo da
queda de Jerusalém. Este jejum era no 5º mês (2 Rs 25.8, Jr 52.12). Se Jerusalém será reconstruída,
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por que continuar o jejum? Zacarias diz que o jejum deve ser do coração e não do calendário. Na
cidade glorificada, os jejuns se tornarão em festas!
3) Capítulos 9-14, dão um quadro detalhado de Jerusalém e a vitória de Deus sobre as nações
gentílicas. Zacarias trata da invasão de Alexandre, o Grande, o tempo dos Macabeus (judeus patriotas
que livraram Israel da escravidão por um breve tempo), e trata até mesmo da queda de Jerusalém sob
os romanos. Zacarias, também, salta para os “últimos dias” para mostrar-nos a Batalha do
Armagedom, o retorno de Cristo à Terra e o estabelecimento do reino.
F. CRISTO
Zacarias mostra-nos Jesus Cristo sob muitos aspectos de Seu ministério.
Aspecto do ministério de Cristo Referências em Zacarias e em outros lugares
O Rei 9.9, Mt 21.4-5
A Pedra 3.9, 10.4, Rm 9.31-33
A venda do escravo por 30 moedas de prata 11.12, Mt 27.3-10
O Pastor ferido 13.7, Mt 26.31
O Renovo 3.8, 6.12, Is 4.2, 11.1, Jr 23.5, 33.15
O Senhor triunfante 14.1-4,9,16-17
G. VIVENDO EM OUTRA ÉPOCA
Zacarias viveu na mesma época que Ageu, época em que Jerusalém estava toda em ruínas, o
Templo sendo reedificado, mas não com a glória passada. Porém, a diferença é que Deus deu para
Zacarias visões do futuro glorioso de Jerusalém. Zacarias sabia que o Templo seria reconstruído, mas
com grande glória (1.16, 6.12-14).
H. ALEXANDRE, O GRANDE
Este grande conquistador, general grego, foi descrito em Zc 9.1-8, conquistando muitas
cidades ao redor, mas não Jerusalém.
I. TRÊS PERÍODOS DISTINTOS
É digno de nota que Israel, como nação, passa por três períodos de governos distintos:
Primeiro, de Moisés a Samuel Israel está debaixo dos Juízes.
Segundo, de Saul a Zedequias Israel está debaixo dos Reis.
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Terceiro, de Josué à repartição do “Remanescente” e até à destruição de Jerusalém em 70
a.D., Israel está debaixo dos Sacerdotes.
J. AS OITO VISÕES DE CONFORTO PARA JERUSALÉM
VISÃO REFERÊNCIA DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO
1ª 1.8-17 O cavaleiro com o cavalo vermelho. Judá oprimida pelas nações
gentílicas.
2ª 1.18-21 Os quatro chifres e os quatro ferreiros. Visão dos quatro impérios
mundiais.
3ª 2.1-13 O homem com um cordel de medir em sua mão. A Restauração da cidade
e da nação.
4ª 3.1-10 As vestes sujas do sacerdote e depois as vestes finas. A Restauração do
ofício sacerdotal em Israel.
5ª 4.1-14 O candelabro de ouro e as duas oliveiras. O candelabro é o testemunho de
Deus no mundo e as duas oliveiras representam Josué e Zorobabel, na
Tribulação serão as duas testemunhas
(Ap 11.3-12).
6ª 5.1-4 O rolo volante (voador). O pecado da nação.
7ª 5.5-11 O efa e as mulheres. Os pecados acumulados de Israel.
8ª 6.1-8 Os quatro carros. Anjos ministrando os julgamentos de Deus na terra.
K. ESBOÇO SIMPLES
I. Oito visões de encorajamento (1-6)
II. A questão do jejum (7-8)
III. O futuro de Israel e o reino do Messias (9-14)
MALAQUIAS
A. O PENÚLTIMO PROFETA DO VT
Malaquias, embora escreveu um livro e este está arranjado como o último livro do V.T. em
nossa Bíblia, na realidade não é o último profeta do V.T.; João Batista é o último profeta do V.T.,
embora encontra-se registrado nos Evangelhos, que é o N.T. (Ml 3.1, 4.5-6 com Mt 1.2, Lc 1.17).
Aliás, João Batista foi o único profeta usado como objeto de alguma profecia (Elias, também, embora
a profecia é cumprida na pessoa de João Batista). Malaquias ministrou para a nação judaica cerca de
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400 anos antes de Cristo. Os pecados descritos neste livro são encontrados em Ne 13.10-30.
Malaquias dirige sua primeira mensagem aos sacerdotes, e então se volta ao povo. Note a expressão
repetida “em que” (1.2,6,7, 2.17, 3.7,8,13). É muito perigoso quando pessoas argumentam com Deus
e tentam defender os seus caminhos pecaminosos. Malaquias aponta os terríveis pecados do povo e
dos sacerdotes. O livro de Malaquias não possui um registro de acontecimentos, mas é apenas uma
série de discursos.
B. AUTOR
Malaquias, que significa “meu mensageiro”. É um substantivo que significa “anjo”, que
somente em 200 a.C. veio a ser aceito, também, como nome próprio. Por esta causa, muitos judeus
criam que Esdras tinha escrito este livro e outros achavam que teria sido um anjo encarnado.
Malaquias viveu mais ou menos 100 anos depois de Ageu e Zacarias e, talvez, tenha sido
contemporâneo de Neemias e Esdras.
C. DATA
Os judeus já tinham retornado para a Palestina, fazia uns 100 anos, portanto, Malaquias foi
escrito entre 450-400 a.C.
D. VOLTARAM PIORES
O cativeiro ensinou muitas coisas, inclusive, que não deveriam adorar outros deuses e isto foi
totalmente curado no meio do povo. A nação voltou a ser monoteísta. Porém, a maneira relaxada de
servir ao Senhor, mostrou que voltaram piores, e que só “levaram um susto”. Os sacrifícios não eram
mais a Moloque e a Baal ou Astarote, mas a qualidade dos sacrifícios oferecidos ao Deus Único era
inferior. O dízimo era roubado e o casamento misto voltou a ser a prática dos judeus. Se estavam
vivos era por misericórdia de Deus, pois Este favoreceu Jacó e exterminou Esaú e dispersou e permitiu
perder-se a linhagem de Israel (1.2-3,8).
E. ALGUNS DOS MALES EXISTENTES ENTRE O POVO (por Henrieta c.Mears)
Pecados Referência
Culto rotineiro e sem espiritualidade 1.6-8
Ligações prejudiciais 2.10-12
Pôr em dúvida a justiça de Deus 2.17-3.6
Roubar a Deus 3.7-12
Impaciência em esperar 3.14-15
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F. UMA BRISA DEPOIS DE TANTO CALOR
Malaquias é duro, severo e “caloroso” em suas acusações, pois a situação do povo é de
hipocrisia, por isso, é fácil destacar um versículo como o mais bonito do livro, que é 4.2.
G. A IMPORTÂNCIA DOS APÓCRIFOS
O que se seguiu após o cânon bíblico, foram 400 anos de silêncio, sem nenhuma escritura
revelada para o povo de Deus. Contudo, como valor histórico e apenas como valor histórico, temos
os livros apócrifos, utilizados na Bíblia católica. Esses livros registram acontecimentos desse período.
H. ELIAS
Malaquias prediz a vinda de Elias, que em parte cumpriu-se na pessoa de João Batista
(Ml 4.5, Mt 11.14). Quanto a Elias anunciando o “grande e terrível dia do Senhor”, talvez seja o
cumprimento de Apocalipse capítulo 11, como uma das duas testemunhas.
I. A ÚLTIMA PALAVRA DO VT
É “maldição”. Mas no final do N.T. lemos que “não haverá mais maldição”. Jesus Cristo é
Quem faz a diferença.
J.ESBOÇO SIMPLES
I. Eles duvidaram do Amor de Deus (1.1-5)
II. Eles desprezaram o Nome de Deus (1.6-14)
III. Eles mancharam a Aliança de Deus (2.1-17)
IV. Eles desobedeceram a Palavra de Deus (3.1-15)
V. Eles têm uma Esperança (3.16-4.6)
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BIBLIOGRAFIA
Expository Outlines on The Old Testament - Warren W.Wiersbe
O Novo Dicionário da Bíblia
Bíblia Anotada por Dr.Scofield
Explore The Book - J.Sidlow Baxter
Merece Confiança o Antigo Testamento? - Glenson L.Archer, Jr.
Através da Bíblia Livro por Livro - Myer Pearlman
39 chaves para o V.T. - Guilherme W.Orr
Conheça a sua Bíblia - Júlio de Andrade Ferreira
Introdução ao V.T. - Clyde T.Francisco
Introdução à Bíblia - H.E.Alexander (também o título “Introdução ao V.T.”)
De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs
A História de Israel no antigo Testamento - Samuel J.Schultz
Análise Bíblica Elementar - Dr.James M.Gray
Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears
O Livro dos Livros - H.I.Hester
Manual Bíblico - H.H.Halley
Este material foi preparado por Percio Coutinho em 1995