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Teorema da Recursão
Teoria da Computação
Pós-graduação em Ciência da Computação
Profa. Sandra de Amo
Auto-referência
Máquina de Turing SELF
SELF = No input w
1. Apaga w da fita;
2. Insere na fita o string <SELF>
<SELF> = código da máquina SELF
Como construir a máquina SELFPasso 1 : Máquina Pw = máquina que imprime w na fita
Pw = No input x1. Ignora x2. Imprime w na fita
Exemplo : w = 00 Código da máquina P00
δ(q0,x) = (q1,0,R), para qualquer simbolo x da fita δ(q1,x) = (q2,0,R), para qualquer simbolo x da fita δ(q2,x) = (q2,B,R), para x ≠ B δ(q2,B) = (qa,B,R).
Como construir a máquina SELFPasso 2 : Máquina Q = máquina que no input w imprime o código da máquina que imprime w.
Q
w <Pw>
Máquina de 2 fitas:
Q = No input w
1. Constrói o string <Pw>
na fita 2
2. Apaga w da fita 1
3. Copia <Pw> na fita 1
Input = wOutput = <Pw> (código da máquina Pw)
Como construir a máquina SELFPasso 3 : Máquina B B = No input <M>
1.Computa Q(<M>) = < P<M>>
2.Imprime na fita < P<M> . M >
3.Pára
< P<M> . M > é o código “concatenado” de < P<M>> e <M>
δ(q0,..) = (q1,...) δ(q’_0, ...) = ... δ(q0,...)= (q1,...)
........ ........ ... .....
δ(q,..) = (qa,..) δ(q’,..) = (q’a,....) δ(q,...) = (q’_0,...)
........
δ(q’,...) = (q’a,...)< M > <P< M > >
Como construir a máquina SELF Passo 4 : Máquina A
A = P<B>
Passo 5 : Máquina SELF
SELF = A . B
Máquina SELF
Self = No input x faça
1. Ignora x
2. Executa A: Imprime código da máquina B na fita
3. Executa B sobre o string da fita (no caso <B>) : Imprime código da máquina que imprime B na fita seguido do código de B
4. Resultado na fita = <A.B>
Máquina SELF = A.B
Input w a1 a2 a3 a4 a5
A
< B > qB0 0 q1 0 R
B
#
qA0 0 q4 1 L #
< P <B> > = <A>
< A .B > qB0 0 q1 0 R #
q1 0 ...
q1 0
< B >
Teorema da Recursão
Seja T máquina de Turing a duas fitas que recebe como input dois strings : w na primeira fita e u na segunda fita
T : (w, u) z
Então existe máquina de Turing R com uma fita tal que
R(u) = T(<R>, u)
Prova do Teorema da RecursãoConsidere a máquina Pw a duas fitas
Pw = No input x
1. Transporta x para a segunda fita
2. Imprime w na primeira fita
Seja A = P <BT>
R = A.B.T
Input w a1 a2 a3 a4 a5
A
< B.T > qBT0 0 q1 0 R
B
#
qA0 0 q4 1 L #
< P <BT> > = <A>
< A.B.T > qBT0
0 q1 0 R #
q1 0 ...
q1 0
< B.T >
1a fita
1a fita
T
a1 a2 a3 a4 a5 2a fita
1a fita
LOGO : ABT (a1a2....a5) = T(<ABT>,a1a2...a5)
Característica da Máquina R Constrói uma réplica de seu próprio código.
Continua o restante de seu cálculo que pode incluir ações envolvendo seu próprio código.
Programas de vírus contém construção análoga à descrita na prova do teorema da recursão.
Outra formulação do Teorema da Recursão Seja T máquina de Turing a duas fitas. Para cada w fixo, seja a máquina de Turing a uma fita
Tw : u z
Existem infinitas máquinas deste tipo.
O teorema da Recursão afirma que existe uma máquina de Turing R a uma fita tal que
T<R> = R
Aplicações do Teorema da RecursãoVirus: Dada uma máquina T, é possivel construir uma máquina T’
equivalente a T que replica seu próprio código na fita.T’ = A.B.T
T’: No input x faça Executa A Executa B % Após a execução do passo 2, tem-se o código de T’
na fita 1 e x na fita 23) Executa T sobre x (que está na 2a fita)4) Se T aceita x, aceita. Se T rejeita x, rejeita.
Aplicações do Teorema da RecursãoOutra prova que o Problema da Parada é indecidível.
Suponha que Halt fosse decidível. Seja H uma MT que decide Halt. Considere a máquina H que retorna o oposto de H:
H(<M,w>) = qa se H(<M,w>) = qr
H(<M,w>) entra em loop se H(<M,w>) = qa
Considere a máquina H’ = ABH
H’ : No input w faça:
1) Executa A
2) Executa B
% Após a execução do passo 2, tem-se o código <H’ > de H’ na fita 1 e w na fita 2
3) Executa H em <H’,w>
H’(w) = qa (pára) se H(H’,w) = qr (isto é, se H’ não pára ao ser executada em w)H’(w) entra em loop (não pára) se H(H’,w) = qa (isto é, se H’ pára ao ser
executada em w) ABSURDO !
Aplicações do Teorema da RecursãoM é uma máquina minimal se não é possivel encontrar
máquina M’ equivalente com código mais curto.
Problema MIN = {<M> | M é uma MT minimal}
não é Turing Reconhecível.
É fácil ver que o MIN é infinito (existem infinitas máquinas que são minimais).
ProvaSuponha que MIN fosse Turing Reconhecível.
Seja E uma máquina enumeradora de MIN.
Seja E a seguinte máquina:
E : No input x faça:1) Aciona o enumerador E2) A primeira vez que aparece um código de máquina de
Turing D no dispositivo de impressão de E que seja maior do x, simule D em x.
Repare que como MIN é infinito, sempre vai aparecer um código D maior do que x no dispositivo de impressão de E.
Prova (continuação)Considere a máquina M’ = ABEM’ = No input w faça
1) Executa A
2) Executa B
% Após a execução do passo 2, tem-se o código <M’ > de M’ na fita 1 e w na fita 2
3) Executa E em <M’>
M’(w) = D(w). Como o código de D é maior do que o de M’ então D não pode estar em MIN. Mas o código de D aparece na enumeração dos códigos de MIN !! ABSURDO
Teorema do Ponto FixoSeja f: ∑* ∑* uma função computável qualquer.
f pode ser aplicada sobre códigos de máquina de Turing, produzindo como resposta um string que pode ou não ser código de máquina de Turing.
Teorema do Ponto Fixo: Existe uma máquina de Turing F tal que f(<F>) é um código de MT equivalente a F
Isto é: o comportamento da máquina F fica inalterado após a transformação de seu código via f.
Prova do Teorema do Ponto FixoConsidere a seguinte máquina G G(<M,w>) = f(<M>)(w)
Considere a máquina F = ABG. Vamos mostrar que F é equivalente à máquina f(<F>)
F = No input w faça:1. Execute A2. Execute B
% Após a execução do passo 2, tem-se o código <F > de F na fita 1 e w na fita 2
3. Execute G em (<F,w>)
Logo: F(w) = G(<F,w>) = f(<F>)(w). Portanto F é equivalente a f(<F>).