Teoria da Força do Vento

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/13/2019 Teoria da Fora do Vento

    1/9

    Universidade Federal do Paran UFPR 1Centro de Estudos de Engenharia Civil Professor Inaldo Ayres Vieira CESECEstudo de diversos tipos de contraventamento em trelias planas

    AO DO VENTO EM TORRES E ESTRUTURAS SIMILARES

    O tpico apresentado a seguir visa o estudo das foras devidas ao vento em torres e estruturas

    similares segundo a norma brasileira NBR 6123/87.Nas torres de telecomunicaes, o vento atuante sobre a estrutura e sobre as antenas eequipamentos instalados o principal carregamento. A segurana e operacionalidade destas estruturasdepende diretamente da correta determinao dos efeitos causados pelo vento. Vamos analisar aseguir como determinar as foras devidas ao vento nestas estruturas utilizando a norma NBR 6123 -Foras devidas ao vento em edificaes.

    Fora de arrasto na direo do vento (Fa):

    A fora de arrasto na direo do vento (Fa) uma fora esttica obtida por:

    eaa AqCF ..= onde: aC o coeficiente de arrasto, q a presso dinmica de vento e eA a rea frontal efetiva. A

    rea frontal efetiva corresponde rea de projeo ortogonal da estrutura sobre um planoperpendicular direo do vento ("rea de sombra").

    Presso dinmica de vento (q):

    A presso dinmica de vento, em N/m2, obtida pela expresso:2.613,0 kVq=

    onde kV a velocidade caracterstica do vento em m/s.

    Velocidade caracterstica do vento (Vk):

    A velocidade caracterstica do vento (Vk) a velocidade do vento que atua sobre umadeterminada parte da estrutura. Depende da altura em relao ao solo, da rugosidade do terreno, dasvariaes do relevo e das dimenses e do grau de segurana da estrutura. obtida atravs daexpresso: 3210 ... SSSVVk =

    onde 1S o fator topogrfico, 2S o fator que considera a rugosidade do terreno, dimenses daestrutura e altura sobre o terreno, e 3S o fator estatstico.

    Velocidade bsica do vento (V0):

    A velocidade bsica do vento, V0, a velocidade de uma rajada de 3s, excedida em mdiauma vez em 50 anos, a 10 m acima do terreno em campo aberto e plano. Admite-se que o vento

    bsico pode soprar em qualquer direo horizontal.

  • 8/13/2019 Teoria da Fora do Vento

    2/9

    Universidade Federal do Paran UFPR 2Centro de Estudos de Engenharia Civil Professor Inaldo Ayres Vieira CESECEstudo de diversos tipos de contraventamento em trelias planas

    A velocidade bsica do vento depende da regio do Brasil onde a estrutura ser instalada e obtida atravs do grfico de isopletas da figura a seguir.

    Figura 1 - Isopletas da velocidade bsica (V0em m/s).

    Fator topogrfico (S1):

    O fator topogrfico S1leva em considerao as variaes do relevo do terreno e determinadodo seguinte modo:

    terreno plano ou fracamente acidentado: S1= 1,0;

  • 8/13/2019 Teoria da Fora do Vento

    3/9

    Universidade Federal do Paran UFPR 3Centro de Estudos de Engenharia Civil Professor Inaldo Ayres Vieira CESECEstudo de diversos tipos de contraventamento em trelias planas

    taludes e morros: ver item 5.2 da norma S1 1,0;vales profundos, protegidos de ventos de qualquer direo: S1= 0,9.

    Fator S2:

    O fator S2considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variao da velocidadedo vento com a altura acima do terreno e das dimenses da edificao. Para determinar este fator necessrio classificar o terreno em relao sua rugosidade (categoria) e a estrutura em relao s suadimenses.

    Categorias de rugosidade do terreno: Categoria I: Superfcies lisas de grandes dimenses, com mais de 5 km de extenso, na

    direo e sentido do vento incidente. Exemplos: mar calmo, lagos e rios, e pntanos semvegetao.

    Categoria II: Terrenos abertos em nvel ou aproximadamente em nvel, com poucosobstculos isolados, tais como rvores e edificaes baixas. Exemplos: zonas costeiras

    planas, pntanos com vegetao rala, campos de aviao, pradarias e charnecas, efazendas sem sebes ou muros.

    Categoria III: Terrenos planos ou ondulados com obstculos, tais como sebes ou muros,poucos quebra-ventos de rvores, edificaes baixas e esparsas. Exemplos: granjas ecasas de campo (com exceo das partes com mato), fazendas com sebes e/ou muros,subrbios a considervel distncia do centro com casas baixas e esparsas.

    Categoria IV: Terrenos cobertos por obstculos numerosos e pouco espaados, em zonaflorestal, industrial ou urbanizada. Exemplos: zonas de parques e bosques com muitasrvores, cidades pequenas e seus arredores, subrbios densamente construdos de grandescidades e reas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas.

    Categoria V: Terrenos cobertos por obstculos numerosos, grandes, altos e poucoespaados. Exemplos: florestas com rvores altas de copas isoladas, centros de grandescidades e complexos industriais bem desenvolvidos.

    Classes de edificaes e seus elementos: Classe A: Todas as unidades de vedao, seus elementos de fixao e peas individuais de

    estruturas sem vedao. Toda edificao na qual a maior dimenso horizontal ou vertical

    no exceda 20m. Classe B: Toda edificao ou parte de edificao para a qual a maior dimenso horizontalou vertical da superfcie frontal esteja entre 20m e 50m.

    Classe C: Toda edificao ou parte de edificao para a qual a maior dimenso horizontalou vertical da superfcie frontal exceda 50m.

    O fator S2 pode ser obtido diretamente da tabela 2 ou utilizando os parmetros da tabela 1 ea expresso:

    p

    r zFbS )10.(.2 =

  • 8/13/2019 Teoria da Fora do Vento

    4/9

    Universidade Federal do Paran UFPR 4Centro de Estudos de Engenharia Civil Professor Inaldo Ayres Vieira CESECEstudo de diversos tipos de contraventamento em trelias planas

    sendoza atura acima do nvel do terreno em metros.

  • 8/13/2019 Teoria da Fora do Vento

    5/9

  • 8/13/2019 Teoria da Fora do Vento

    6/9

    Universidade Federal do Paran UFPR 6Centro de Estudos de Engenharia Civil Professor Inaldo Ayres Vieira CESECEstudo de diversos tipos de contraventamento em trelias planas

    o

    oo

    aa

    K

    K

    CKC

    4520para16,1

    200para1251

    .

    o

    o

    =

  • 8/13/2019 Teoria da Fora do Vento

    7/9

    Universidade Federal do Paran UFPR 7Centro de Estudos de Engenharia Civil Professor Inaldo Ayres Vieira CESECEstudo de diversos tipos de contraventamento em trelias planas

    Em geral as torres so divididas em mdulos ou trechos para os quais so obtidos: avelocidade caracterstica, o coeficiente de arrasto e as foras devidas ao vento no trecho. Estas forasso ento aplicadas aos ns do trecho considerado no modelo.Exemplo - Torre metlica sobre caixa de gua:

    Como exemplo vamos apresentar o clculo da fora de vento atuando sobre uma torremetlica com 5,47 metros de altura instalada sobre uma caixa de gua de concreto com 40 metros dealtura na regio de Curitiba. A estrutura da torre formada por cantoneiras com a geometriaapresentada na figura 2.

    Figura 2 - Geometria da torre.

    Para dimensionamento e clculo das foras devidas ao vento a estrutura foi dividida em 3trechos ou mdulos conforme figura 3.

  • 8/13/2019 Teoria da Fora do Vento

    8/9

    Universidade Federal do Paran UFPR 8Centro de Estudos de Engenharia Civil Professor Inaldo Ayres Vieira CESECEstudo de diversos tipos de contraventamento em trelias planas

    Figura 3 - Dimenses e mdulos da torre.

    Consideramos o vento atuando em duas direes diferentes, conforme esquema abaixo:

    Figura 4 - Direes do vento.

    Temos, para a regio de Curitiba, e conforme as caractersticas desta estrutura, osseguintes parmetros normativos para clculo das foras devidas ao do vento:

    Vo= 42 m/sS1= 1,1S2= Categoria III , classe BS3= 1,1 - Centrais de comunicao

    As cargas devidas ao vento obtidas para esta torre considerando o vento nas direes 1 e 2so apresentados na tabela abaixo:

    Mod. H (m)

    topo

    Ae(m2) Ac(m

    2) S2 Vk(m/s) q

    (Kgf/m2)

    Ca Vento 1

    Fa(Kgf)

    Vento 2

    Fa(Kgf)

  • 8/13/2019 Teoria da Fora do Vento

    9/9