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Teoria dos atos de comércio e teoria da empresa

Teoria dos atos de comércio e teoria da

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Teoria dos atos de comércio e teoria da empresa

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Como dito, a importância do surgimento da legislação comercial e introdução da teoria dos atos de comércio foi a de possibilitar a qualquer um o exercício do comércio, e não só àqueles que participassem de uma corporação.

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A teoria dos atos de comércio, que vigorou no Brasil desde seu surgimento (pois no vácuo legislativo deixado pela independência, foi determinado que a legislação portuguesa vigorasse aqui até que fossem criadas leis próprias), tendo sido inclusive incorporada no nosso Código Comercial, serviu tanto para abrir espaço para que qualquer um se tornasse comerciante quanto para distinguir a relação comercial da relação civil.

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Porém, de tão problemática que era essa teoria, evitou-se de introduzir no Código Comercial qualquer menção a ela, aliás, sequer enumera quais seriam os tais atos de comércio.

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A doutrina, que se debruçou sobre o assunto (Carvalho de Mendonça), estabelece que a teoria dos atos de comércio está alicerçada sobre três elementos básicos:1.Habitualidade2.Finalidade de lucro3.Estabelecimento

(Atenção: leitura obrigatória)Com isto pretendia-se distinguir o ato de comércio, regrado pela lei comercial, do ato civil, regrado pela lei civil.

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Ainda no ano da publicação do Código Comercial, em 1850, editou-se o Decreto 737, que em seu artigo 19 prescrevia:

Art. 19. Considera-se mercancia:§ 1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis ou semoventes para os vender por grosso ou a retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu uso. § 2º As operações de cambio, banco e corretagem. § 3º As emprezas de fabricas; de com missões ; de depositos ; de expedição, consignação e transporte de mercadorias; de espectaculos publicos. § 4.º Os seguros, fretamentos, risco, e quaesquer contratos relativos ao cornmercio maritimo. § 5. º A armação e expedição de navios.

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Desta forma, pretendeu-se enumerar quais seriam os atos comerciais que estariam sujeito à legislação comercial, de cunho protecionista.Tanto era, que em 1934, o Decreto 24.150, também chamado de Lei de Luvas, criou a figura da renovação compulsória do contrato de locação para os exercentes de atividades comerciais e industriais.Mesmo após a revogação do Decreto 737, o rol de atividades enumeradas no seu art. 19 serviu de referência tanto para a doutrina quanto para a jurisprudência para a definição do campo de incidência do direito comercial brasileiro.

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Na década de 1960, o Brasil começa a envergar para a teoria da empresa, usando como referência o Código Civil italiano de 1942. Esta teoria é considerada uma nova etapa evolutiva da legislação comercial.Esta teoria pretendia unificar o direito privado (civil, comercial e trabalhista) sob regramentos gerais.

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Ela desloca a fronteira entre os regimes civil e comercial, pois no sistema francês (atos de comércio), excluem-se do âmbito de incidência do direito comercial:Prestação de serviçosAgriculturaPecuáriaNegociação imobiliáriaEnquanto que no sistema italiano (teoria da empresa), excluem-se do âmbito de incidência do direito comercial atividades de menor expressão econômicas, às quais é reservada uma disciplina específica, tais como:Profissionais liberaisPequenos comerciantesA diferenciação deixa de ser com base na no gênero da atividade (teoria dos atos de comércio), para recair sobre a sua importância econômica (teoria da empresa).

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O centro desta teoria está na conceituação de empresa, que seria uma atividade, não se confundindo a atividade (abstrata) com aquele que a explora (empresário, sujeito de direito) nem com o estabelecimento empresarial (coisa).

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No projeto do atual Código Civil já se prestigiava a teoria da empresa. Durante a tramitação deste projeto, que teve início em 1975, outras leis e mesmo a jurisprudência já incorporavam esta teoria.

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Já inspiradas pela teoria da empresa, são editadas na década de 1990 três leis:Lei 8.078/90, ou Código de Defesa do Consumidor, para o qual fornecedor é quem desenvolve atividade (art. 3º)Lei 8.245/91, ou Lei do Inquilinato, que revogando a antiga Lei de Luvas, estendeu a renovação compulsória para as locações não residenciais (ao invés de apenas às comerciais)Lei 8.934/94, a qual reformou o Registro de Comércio e passou a denominá-lo de Registro de Empresas e Atividades Afins.

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Em 2002, com a publicação do atual Código Civil (após mais de 25 anos de tramitação), deu-se por encerrada a transição do antigo sistema (francês – teoria dos atos de comércio) para o atual (italiano – teoria da empresa).

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Desta forma, na legislação atual, poucas distinções separam o exercente de atividade econômica sujeito ao direito comercial dos exercentes de atividades civis, dentre as quais, que serão de importância para nossa disciplina e objeto de estudo específico:A execução judicial concursal do patrimônio do empresário por meio de procedimento próprio (falência)Possibilidade de requerer a recuperação judicial da empresa ou a homologação da recuperação extrajudicial.