79
TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS

Prof. Giácomo Balbinotto NetoUFRGS

Notas de Aula

Page 2: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

2

Introdução

As economias tendem a crescer ao longo do tempo, mas de uma maneira irregular. Tendem a oscilar em torno de suas tendências de longo prazo.

Page 3: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

3

Definição

A cycle consists of expansions occurring at about the same time in many economic activities,followed by similarly general recessions,contractions,and revivals which merge into the expansion phase of the next cycle;this sequence of changes is recurrent but not periodic; in duration business cycles vary from more than one year to ten or twelve years; they are not divisible into shorter cycles of similar character with amplitudes approximating their own.

Burns e Mitchell (1946, p.3)

Page 4: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

4

Definição

O que é um ciclo econômico?

Um ciclo econômico é um movimento periódico, para cima e para baixo na produção, emprego, consumo, investimento e outras variáveis econômicas relevantes.

Page 5: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

5

O que é um ciclo econômico?

Burns e Mitchell (Measuring Business Cycles, 1946) destacam 5 pontos principais sobre um ciclo econômico:

1. Os ciclos econômicos são flutuações da atividade econõmica agregada e não de uma variável específica;

2. Há expansões e contrações da atividade econômica;

3. As variáveis econômicas mostram co-movimentos - e eles apresentam padrões regulares e predizíveis ao longo do ciclo econômico.

4. O ciclo econômico é recorrente, mas não períódico.

5. O ciclo econômico é persistente.

Page 6: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

6

Um Ciclo Econômico

Page 7: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

7

Introdução

Page 8: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

8

O que é um ciclo econômico?

Expansões e Contrações Depois de uma depresão ( ponto mis baixo de um

ciclo ), a atividade econômica aumenta gerando uma expansão ou um boom até atingir um pico (peak)

Uma recessão partcularmenete severa é chamada de depressão.

A sequência de um pico a outro é o que chamamos então de ciclo econômico (business cycle).

Os pico (peaks) e vales (troughs) são os porntos de inflexão (turning points) do ciclo econômico.

Page 9: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

9

As Fases de um Ciclo Econômico

Iniciando de uma média, um boom é um aumento que dura até o pico; uma recessão é uma queda do pico até a média; uma depressão é uma queda do produto da média até o vale; uma recuperação é um aumento do produto até a média.

Page 10: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

10

Introdução

Page 11: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

11

20

10

0

–10

–20

‘90‘801860 ‘70 1900 ‘10 ‘20 ‘30 ‘40 ‘50 ‘60 ‘70 ‘80 ‘90 ‘102000

Civil War

Recoveryof 1895

World War I

Panicof 1893 Panic

of 1907Great

Depression

Korean War Vietnam War

World War II

Ciclos Econômicos nos EUA: 1860 - 2000

Page 12: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

12

Ciclos Econômicos

Page 13: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

13

Ciclos Econômicos

Page 14: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

14

O Que é Um Ciclo Econômico?

O ciclo econômico é recorrente, mas não periódico.

Recorrente significa que o padrão contraction–trough–expansion–peak ocorre de frequentemente (occurs again and again).

Não sendo periódico significa que ele não ocorrea a intervalos regulares e predizíveis.

Page 15: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

15

O Produto na Economia Americana, 1869-2005

World War 1(1917 – 1918)

Great Depression(1929 – 1939)

World War II(1939 – 1945)

Recession(1973 – 1975)

Recession(1981 – 1982)

Recession(1990 – 1991)

Recession(2001)

Recession(2008…?)

Page 16: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

16

Questões?

- Por que o produto flutua?

- A teoria dos ciclos econômicos está preocupada com o fato de porque as economias não crescem de modo suave, mas sim apresentam flutuações recorrentes.

Page 17: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

17

As flutuações econômicas e os ciclos econômicos

A produção agregada flutua de modo marcante nas economias capitalistas. Elas possuem uma forte tendência (de crescimento econômico), mas longe de ser um crescimento suave, ele flutua em torno desta tendência com significativa amplitude.

Tais flutuações são chamadas de ciclos econômicos.

Page 18: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

18

Pontos Importantes

(i) os ciclos econômicos são caracterizados por um co-movimento de um grande número de atividades econômicas e não somente pelo movimento de uma única variável, tal como o PIB real;

(ii) os ciclos econômicos são um fenômeno que ocorrem em economias de mercado descentralizadas;

(iii) os ciclos econômicos são caracterizados por períodos de expansão e contração da atividade econômica;

Page 19: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

19

Pontos Importantes

(iv) um ciclo econômico tem a duração superior a um ano Nós podemos dizer também que os ciclos econômicos apresentam uma persistência, eles tendem a persistir por um período além do choque inicial;

(v) embora os ciclos econômicos se repitam, eles estão longe de serem periódicos, sendo que sua duração têm variado entre mais de um anos a 10-12 anos, e a severidade das recessões têm variado consideravelmente, com algumas recessões tornado-se depressões.

Page 20: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

20

As Fases de um Ciclo Econômico

Schumpeter (1939) definiu quatro fases para um ciclo econômico:

(i) boom;(ii) recessão;(iii) depressão;(iv) recuperação.

Page 21: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

21

As Ondas Schumpeterianas de

Inovação Tecnológicas

Page 22: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

22

Produto corrente

O produto corrente flutua em torno de sua tendência de crescimento de longo prazo.

Ciclo Econômico

tempo

pro

du

to

Tendência do produto

.

0

Page 23: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

23

Fatos Estilizados Sobre os Ciclos Econômicos

[Burda & Wyplosz (2005, cap. 14)]

Fato #1 – em economias avançadas, o crescimento do PIB real oscila de maneira recorrente, mas irregular, com uma duração média do ciclo de cinco a oito anos.

Fato # 2- medida em relação ao PIB médio e ao processo de crescimento, a amplitude das oscilações do ciclo econômico é pequena.

Page 24: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

24

Fatos Estilizados Sobre os Ciclos Econômicos

[Burda & Wyplosz (2005, cap. 14)]

Fato # 3 - os componentes dos gastos privados são pró-cíclícos, enquanto o consumo médio do governo é acíclico.

Fato #4 – algumas variáveis sistematicamente saem na frente do PIB ao longo do ciclo (estoques, utilização da capacidade, preço das ações, saldos monetários reais) enquanto outros (inflação, desemprego) seguem atrás. Outras ainda (taxa de juros) são coincidentes.

Page 25: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

25

Fatos Estilizados Sobre os Ciclos Econômicos

[Burda & Wyplosz (2005, cap. 14)]

Fato #5 – o investimento – especialmente o investimento em estoque – é mais volátil, e o consumo, menos volátil que o PIB.

As exportações e as importações são altamente variáveis, enquanto as compras do governo são relativamente acíclicas.

Page 26: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

26

Fatos sobre os Ciclos Econômicos

Todos os ciclos econômicos tem as seguintes características em comum: O comportamento cíclico de variáveis

econômicas – direção e timing Qual a direcão que uma variável se move com

relação a atividade econômica agregada? Procyiclica: na mesma direção; Contra ciclica: na direção oposta; Aciclica: sem nenhum padrão claramente definido.

Page 27: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

27

Fatos sobre os Ciclos Econômicos

O que é o timing dos movimentos de uma variável com relação a atividade econômica agregada?

Leading: antecipada Coincident: ao mesmo tempo Lagging: depois

Page 28: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

28

Fatos sobre os Ciclos Econômicos

Leading indicators Leading indicators são indicadores

que nos ajudam a predizer os picos (peaks) e vales (troughs) de um ciclo econômico.

O primeiro indíce foi desenvolvido por Mitchell e Burns no NBER em in 1938.

Page 29: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

29

Fatos sobre os Ciclos Econômicos

Comportamento ciclico das variáveis macroeconômicas chaves:

Prociclica:

Coincidente: produção industrial, consumo, investimento fixo, emprego.

Leading: investimento residencial, estoques, produtividade média do trabalho; crescimento monetário, preço das ações.

Lagging: inflação, taxa de juros nominal.

Page 30: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

30

Resumo dos Indicadores

Variável Direção Timing

Produção

Produção Industrial Prociclica Coincident

Gastos

Consumption 

Business Fixed Investment 

Residential Investment

Inventory investment

Government Purchases

Procyclical

Procyclical

Procyclical

Procyclical

Procyclical

Coincident

Coincident

Leading

Leading

Mercado de Trabalho

Desemprego

produtividade Média do trabalho 

Salários reais

Procyclical

Countercyclical

Procyclical

Procyclical

Coincident

Unclassified

Leading

Crescimento Monetário e Inflação

Crescimento Monetário

Inflação

Procyclical

Procyclical

Leading

Leading

Variáveis Financeiras

Stock Prices 

Nominal Interest Rates 

Real Interest Rates 

Procyclical

Procyclical

Acyclical

Leading

Lagging

–Source: Conference Board

Page 31: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

31

Comportamento cíclico do índice de produção industrial

• Procíclico e coincidente

Page 32: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

32

Comportamento do Consumo e Investimento

• Consumo: Procíclico e

concidente• Investmento:- Procíclico e

concidente

Page 33: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

33

Comportamento do Emprego

Procíclico e concidente

Page 34: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

34

Comportamento da Taxa de Desemprego

• Desemprego:- contraciclico

Page 35: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

35

Comportamento da produtividade média e do salário real

Prociclica e Antecedente

Salário real Prociclica

Page 36: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

36

Comportamento da Taxa de Inflação e Crescimento Monetário

• M2 :- Procíclico,

Antecedente

• Inflação:- Procíclico e

defasada

Page 37: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

37

Comportamento da Taxa Nominal de Juros

Procíclica e Defasada

Page 38: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

38

A Volatilidade das Variáveis

Volatilidade

A produção de bens duráveis é mais volátil do que a de bens não duráveis.

Os gastos com investimentos são mais voláteis do que o consumo.

Page 39: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

39

-4

-2

0

2

4

6

8

10

1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005

Tx. De crescimento real do PIB

Tx. Média de

crescimento

Tx. De crescimento do consumo

Percent change from 4

quarters earlier

Page 40: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005

Percent change from 4

quarters earlier

Investment growth rate

Real GDP growth rate

Consumption growth rate

Page 41: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

Classificação dos Ciclos Econômicos: Duração

Page 42: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

42

Classificação dos Ciclos Econômicos: Duração

a) Curto prazo: 3 – 4 anos [40 meses] –

Ciclos de Kitchin.

- evidências para os EUA

Cycles and Trends in Economic Factors, 1923, REStat. Identificou um ciclo de estoques de 3 a 5 anos.

Page 43: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

43

Classificação dos Ciclos Econômicos:

Duração

b) Ciclos de Juglar: 7 – 10 anos

- duração entre os vales de 7 a 10 anos;- era um padrão associado ao RU no século XIX;- evidências para o Reino Unido;

"Des crises commerciales", 1856, Annuaire de l'economie politique. Des Crises commerciales et leur retour periodique en France, en Angleterre, et aux Etats-Unis, 1862. Du Change et de la liberte d'émission, 1868. Les Banques de depôt, d'escompte et d'émission, 1884

Page 44: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

44

Classificação dos Ciclos Econômicos: Duração

c) Ciclos de Kuznets: 15-20 anos

- é conhecido também como ciclo de construção e transporte.

http://nobelprize.org/economics/laureates/1971/press.html

Page 45: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

45

Ciclos de Kondratiev

Page 46: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

46

Classificação dos Ciclos Econômicos: Duração

d) Ciclos de Kondratiev – duração de 50 anos

- relacionados a mudanças tecnológicas;- a duração e o tempo de maturação dos equipamentos de capital é que explicariam a duração dos ciclos econômicos.- os investimentos vêem em ondas;- Kondratiev (1922) buscou computar os ciclos de longo prazo, destacando suas características cíclicas.

Page 47: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

47

Os Ciclos de Kondratiev [Kuznets (1940)]

(1) A Revolução Industrial (1787-1842) constitui-se na mais famosa onda de Kondratiev: o boom iniciou por volta de 1787 e tornou-se uma depressão no inicio das Guerras napoleônicas em 1801 e, em 1814 aprofundou-se numa depressão que durou até 1827, quando inicia uma recuperação que dura até 1842.

Esta onda de Kondratiev baseou-se nas indústrias têxteis, ferro e das máquinas a vapor.

Page 48: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

48

Os Ciclos de Kondratiev [Kuznets (1940)]

(2) The Bourgeois Kondratiev (1843-1897): após 1843, o boom reemergiu e uma nova onde de Kondratiev iniciou.

Ela foi resultado dos investimentos em ferrovias no Norte da Europa e Estados Unidos e foi acompanhada pela expansão das indústrias do fero e carvão.

O boom acabou em torno de 1857 quando se inicia uma recessão. A recessão torna-se uma depressão em 1870, a qual dura até 1885. A recuperação inicia depois de 1885 e dura até 1897.

Page 49: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

49

Os Ciclos de Kondratiev [Kuznets (1940)]

(3) The Neo-Mercantilist Kondratiev (1898-1950?): O boom inicia por volta de 1898 com a expansão do uso da energia elétrica e da indústria automobilística e duraria até 1911. A recessão que se segue torna-se uma depressão em torno de 1925 que iria durar até aproximadamentente 1935.

A recuperação incia-se após 1935 e dura até 1950.

Page 50: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

50

Os Ciclos de Kondratiev [Kuznets (1940)]

(4) The Fourth Kondratiev (1950?- 2010?). Há muito debate sobre a datação da quarta onde de Kondratiev – em grande parte devido as confusões geradas pelas baixa flutuações nos níveis de preços e pelas políticas keynesianas de demanda agregada. Assim sendo este debate está ainda para ser resolvido. Talvez as datas mais aceitáveis seja que o boom tenha iniciado em torno de 1950 e tenha durado até 1974, onde se inicia uma recessão. Quando (e se) esta recessão se transforma em depressão é por volta de 1981.

Contudo, há um certo consenso de que a recuperação inicia-se por volta de 1992 e é projetada que dure até um próximo boom que se iniciará em torno de 2010 (?).

Page 51: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

51

Page 52: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

52

Os Ciclos de Kondratiev [Kuznets (1940)]

P R D E

P: boomR: recessãoD: depressãoE: recuperação

1800 1850 1900 1950 2000

Steam Engine Railroads Electrical Engineering Petrochemicals Information Cotton Steel Chemistry Automobiles Technology

Page 53: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

53

Teorias dos Ciclos Econômicos: Principais

Autores Empiricistas

Joseph Kitchin "Cycles and Trends in Economic Factors", 1923, REStat.

Nikolai D. Kondratiev, 1892-1931?- The World Economy and its Condition During and After the War, 1922

"The Long Waves in Economic Life", 1926, Archiv fur Sozialwissenschaft und Sozialpolitik (transl. 1935, REStat)

The Long Wave Cycle, 1928.

Wesley Clair Mitchell and the American Institutionalists

The Harvard Barometer Group (Bullock, Persons, Crum)

Moses Abramovitz, 1912-

Page 54: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

54

Teorias dos Ciclos Econômicos: Principais

Autores

Teoria dos Ciclos Climáticos (teorias meteorológicas) :

William Stanley Jevons, 1835-1882. Henry Ludwell Moore, 1869-1958. http://www.ecn.bris.ac.uk/het/moore/Backup%20of%20index.wbkJohan Henryk Åkerman, 1896-1982 Rhythmics of Economic Life (1928), C. Garcia-Mata e F. I, Shaffner. (1934), QJE

Page 55: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

55

Teorias dos Ciclos Econômicos: Teoria dos Ciclos Climáticos (Teorias

Meteorológicas)

W. Stanley Jevons (1875) afirmou que as variações na atmosfera do sol, manifestadas na freqüência e grandeza das manchas solares, determinariam as flutuações rítmicas da indústria.

Page 56: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

56

Teorias dos Ciclos Econômicos: Teoria dos Ciclos Climáticos (Teorias

Meteorológicas)

Page 57: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

57

Teorias dos Ciclos Econômicos: Principais

Autores

Tradição Continental: Teóricos do superinvestimento

Clèment Juglar, 1819-1905. Mikhail Ivanovich Tugan-Baranovsky, 1865-1919. Arthur Spiethoff, 1873-1957. Gustav Cassel, 1866-1946. Dennis H. Robertson, 1890-1963. Joseph A. Schumpeter, 1883-1950. Jean Lescure, 1882-1947. Marco Fanno, 1878-1965 Adolph Lowe and the Kiel School

Page 58: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

58

Teorias Pré-keynesianas do Ciclo Econômico

(ii) Teorias não monetárias: explicavam a existência do ciclo econômico como uma decorrência do desajustamento entre o estoque de capital e o volume de demanda de consumo.

Autores:

Arthur Spientoff;Hobson (subconsumo);Gustav Cassel;Mikhail I. Tugan-Baranovsky (1894) - superinvestimento

Page 59: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

59

Arthur Spiethoff (1873-1957)

During the depression, loanable funds find no outlet, the rate of interest falls continuously, whilst fixed interest rate securities rise. The decline in the yield of loan capital does not, however, lead to an expansion of fixed investment, because overproduction and the general tendency for prices to fall not only depress profits, but even constitute a danger of loss on investment [...] The fear of a loss on investments deflects more and more capital into loans and tends to reduce the rate of interest. Only when it has become plain for all to see that the rate of interest compares unfavourably with profit on investment, will expectations act as a stimulus for bigger investment. It is necessary for such a difference in yield to be demonstrated as vividly as possible by a few firms or by some branch of industry brought into being by courageous entrepreneurs

(Spiethoff [1925] 1953, p. 148).

Page 60: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

60

Arthur Spiethoff (1873-1957)

For most upswings we are told of industries which served as a stimulus and a starting point for investment. Mining and steelworks, railways and electricity were large industries of this kind. In Germany, the 1840’s showed clearly that good individual results were needed before the boom investments in railways started in 1844 [...] Once some industry, e.g. the railways in this case, has proved its value, then it can always become a fresh focus as soon as new fields of application are found; in such industries expectations regarded as assured may suffice to act as a stimulus. The same was true also for mining, iron works, electricity works, etc. (ibid., p. 149).

Page 61: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

61

Arthur Spiethoff (1873-1957)

Vorbemerkungen zu einer Theorie der Überproducktion", 1902, Schmoller's Jahrbuch. "Die Krisentheorien von M. v. Tugan- Baranovsky und L.Pohle", 1903, JfGVV. Outline of General Economic History, 2 vols, 1900/04. "Business Cycles", 1923, Handworterbuch der Staatswissenschaften. "Krisen", 1925, Handworterbuch der Staatswissenschaften "Die Allgemeine Volkswirtschaftslehre als Geschichtliche Theorie", Schmoller's Jarhbuch, 1932. "The Historical Character of Economic Theories", 1952, JEH. "Pure Theory and Economic Gestalt Theory", 1953, in Lane and Riemersma, editors, Enterprise and Secular Change

Page 62: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

62

Teorias Pré-keynesianas do Ciclo Econômico

Teorias do Lado da Oferta – explica o ciclo econômicos devido as variações de custo e da margem de lucro das empresas.

Wesley Clair Mitchell, 1874-1948

Page 63: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

63

Teorias dos Ciclos Econômicos: Principais

Autores

Teoria do Superinvestimentos: Teorias Monetárias

Ralph G. Hawtrey, 1879-1971. Friedrich A. Hayek, 1889-1992. Gottfried von Haberler, 1900- Knut Wicksell.

Page 64: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

64

Teorias Pré-Keynesianas do Ciclo Econômico: Teorias Monetárias

Teorias Monetárias do Ciclo Econômico: relacionavam a explicação das flutuações do nível de produto as flutuações da taxa de juros, que geravam flutuações no nível de crédito da economia e consequentemente, flutuações no nível de investimento e renda.

Page 65: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

65

Teorias Pré-Keynesianas do Ciclo Econômico: Teorias

Monetárias

A teoria monetária do ciclo baseia-se nas seguintes proposições:

(i) que o comportamento conhecido do ciclo não poderia ocorrer se não houvesse uma oferta elástica de crédito;

(ii) que a oferta monetária de todos os países com sistemas monetários é elástica e capaz de expansão e contração;

(iii) quando ocorre uma expansão e contração, levam a uma expansão e contração cumulativa da indústria e são suficientes para explicar o ciclo econômico, mesmo quando não presentes outras causas;

(iv) que a conduta normal dos bancos produz estas contrações e expansões em vez de controlar a oferta monetária no interesse da estabilidade;

(v) o ciclo econômico e, em essência, o resultado das variações na oferta de crédito.

Page 66: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

66

Knut Wicksell

A Teoria dos Ciclos de Wicksell baseia-se sobre os mecanismos indiretos através dos quais os fatores monetários podem ter um efeito sobre as variáveis reais.

Os mecanismos monetários do ciclo econômico funcionariam através da taxa de juros.

Wicksell faz a distinção entre a taxa real e de mercado da taxa de juros.

Page 67: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

67

Knut Wicksell

A taxa real de juros iguala a S e o I (baseadas sobre as preferências temporais e a taxa real de retorno, mas não é diretamente observável.

A taxa de juros de mercado e determinada ou fixada pelas bancos.

Page 68: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

68

Knut Wicksell

Se a taxa de marcado for fixada abaixo da taxa real, temos que: I > S e DA > OA;

O excesso de I sobre a poupança privada S está sendo financiada pelos empréstimos bancários;

Page 69: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

69

Knut Wicksell

Se a taxa de juros de mercado for fixada acima da taxa real de juros, teremos que S > I e a DA < OA;

Isto irá gerar uma queda nos preços e na renda dos fatores de produção. Os bancos por sua vez começam a acumular um excesso de reservas bancárias.

Para que a economia se estabilize é necessário que a taxa de juros de mercado se igual a taxa real de juros.

Page 70: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

70

Teorias dos Ciclos Econômicos: Principais

Autores

Tradição Anglo-Americana

Alfred Marshall, 1842-1924. Irving Fisher, 1867-1947. William H. Beveridge, 1879-1963. Wesley C. Mitchell, 1874-1948. Albert Aftalion, 1874-1956. Arthur C. Pigou, 1877-1959. John Maurice Clark, 1884-1963. George L.S. Shackle, 1903-1992.

Page 71: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

71

Teorias dos Ciclos Econômicos: Principais

Autores

Teóricos do Subconsumo:

John A.Hobson, 1858-1940.

William T. Foster, 1879-1950.

Waddill Catchings, 1879-1969

John Maynard Keynes, 1883-1946.

Page 72: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

72

Teorias dos Ciclos Econômicos: Principais

Autores

Teóricos do Subconsumo: a causa fundamental das crises e das depressões periódicas é a incapacidade dos consumidores de adquirir produtos da indústria por preços que cubram seus custos.

O que produz interrupções periódicas na indústria é a incapacidade dos produtores , não de continuar a produção, mas de encontrar uma saída, a preços lucrativos para seus artigos e produtos.

Page 73: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

73

Teorias dos Ciclos Econômicos: Principais

Autores

Teorias Keynesianas do Multiplicador-Acelerador:

Roy F. Harrod, 1900-78. Paul A. Samuelson, 1915- Lloyd A. Metzler, Sir John R.Hicks, 1904-1989. James S. Duesenberry, 1918- Luigi Pasinetti, 1930- Dale W. Jorgensen, 1933- Arthur Smithies.

Page 74: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

74

Teorias dos Ciclos Econômicos: Principais

Autores

Teorias keynesianas do Ciclo (Endógenas)

Erik F.Lundberg, 1907-1987. Michal Kalecki, 1899-1970. Nicholas Kaldor, 1908-1986. Richard M. Goodwin, 1913-1996. Hyman P. Minsky, 1919-1997. Hugh Rose, 1920- Jean-Michel Grandmont, 1939-

Page 75: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

75

Teorias dos Ciclos Econômicos: Principais

Autores

Teorias do Ciclo Choque-Dependentes

Ragnar A.K. Frisch, 1895-1973. Eugene Slutsky, 1880-1948. Robert E. Lucas, Jr., 1937- Real Business Cycle Theory

Page 76: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

76

Teoria Keynesiana do Ciclo Econômico

O modelo multiplicador-acelerador de Samuelson (1939)

http://cepa.newschool.edu/het/profiles/samuelson.htm

Page 77: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

77

Teorias Pós Keynesianas do Ciclo Econômico

M. Kalecki (1935)N. Kaldor (1940)R. Goodwin (1948)Arrow-Domar (1948, 1949)J. Hicks (1949)A. Smithies (1957)

Page 78: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

78

Sugestão de Leituras Adicionais

Mankiw, N. Gregory, 1990, ‘A Quick Refresher Course in Macroeconomics’, Journal of Economic Literature, Dec 1990, 28:4, pp. 1645-1660

Kydland, F. and Edward Prescott, 1990, ‘Business Cycles: Real Facts and a Monetary Myth,’ Quarterly Review, Federal Reserve Bank of Minneapolis, Spring, 3-18. Pages 9-17.

Cecchetti, S., A. Flores-Lagunes and S. Krause, ‘Assessing the Sources of Changes in the Volatility of Real Growth’, in The Changing Nature of the Business Cycle, eds: C. Kent and D. Norman, October 2005, pp. 115-138

Romer, Christina, 1999, “Changes in Business Cycles: Evidence and Explanations”, Journal of Economic Perspectives, 13:2, Spring 1999, pp. 23-44

Basu, S. and A. Taylor, 1999, “Business Cycles in International Historical Perspective”, Journal of Economic Perspectives, 13:2, Spring 1999, pp. 45-68

Zarnowitz, V. , 1999, “Theory and History Behind Business Cycles: Are the 1990’s the Onset of a Golden Age?”, Journal of Economic Perspectives, 13:2, Spring 1999, pp. 69-90

Page 79: TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS Notas de Aula

FIM

Prof. Giácomo Balbinotto NetoUFRGS

Notas de Aula