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QUESTIONÁRIO - TRABALHO 3 TGP2 2015-1- Prof. Vallisney Alunos: Alex Puigue – 13/0099635; Caio Paixão – 13/0104728; Fellipe Matheus – 13/0109843; Vinicius Drummond – 13/0136956 Turno Matutino 1) Aponte as diferenças entre os institutos da Mediação, da Conciliação e da Arbitragem? A mediação tem o foco em estabelecer o diálogo entre as partes, normalmente se trata de relações conflituosas entre familiares, vizinhos, amigos, trabalhistas, entre outros. A mediação também tem o intuito de preservar essas relações saldáveis, se caso ocorrer um acordo entre as partes, ele será uma consequência do reestabelecimento do diálogo. O mediador facilita a comunicação sem induzir as partes a um acordo. Na conciliação o objetivo é o acordo entre as partes, evitando assim a abertura de um processo judicial. O conciliador identifica o problema e expõem as possíveis soluções, cabendo as partes entrarem em acordo ou não, em alguns processos, como no trabalhista, a conciliação é obrigatória. A arbitragem se diferencia dos dois anteriores, principalmente, por conta do poder decisório atribuído ao arbitro, que é um terceiro neutro elegível pelas partes de comum acordo ou determinado pelo juiz.

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QUESTIONÁRIO - TRABALHO 3 TGP2 2015-1- Prof. Vallisney

Alunos: Alex Puigue – 13/0099635; Caio Paixão – 13/0104728; Fellipe Matheus

– 13/0109843; Vinicius Drummond – 13/0136956

Turno Matutino

1) Aponte as diferenças entre os institutos da Mediação, da Conciliação e

da Arbitragem?

A mediação tem o foco em estabelecer o diálogo entre as partes,

normalmente se trata de relações conflituosas entre familiares, vizinhos,

amigos, trabalhistas, entre outros. A mediação também tem o intuito de

preservar essas relações saldáveis, se caso ocorrer um acordo entre as

partes, ele será uma consequência do reestabelecimento do diálogo. O

mediador facilita a comunicação sem induzir as partes a um acordo. Na

conciliação o objetivo é o acordo entre as partes, evitando assim a

abertura de um processo judicial. O conciliador identifica o problema e

expõem as possíveis soluções, cabendo as partes entrarem em acordo

ou não, em alguns processos, como no trabalhista, a conciliação é

obrigatória. A arbitragem se diferencia dos dois anteriores,

principalmente, por conta do poder decisório atribuído ao arbitro, que é

um terceiro neutro elegível pelas partes de comum acordo ou

determinado pelo juiz.

2) Aponte as diferenças entre os seguintes institutos: a) capacidade de

parte; b) legitamatio ad processum; c) capacidade postulatória?

A capacidade de parte ou de ser parte é atribuída a todo aquele que tiver

capacidade para contrair direitos e obrigações no âmbito civil, ela

legitima a possibilidade de se poder ser uma parte no processo, autor ou

réu. A capacidade de ser parte está relacionada a personalidade jurídica,

podendo ser de pessoa natural, pessoa nascida com vida, e de pessoa

jurídica, constituídas nos termos da lei.

A Legitimatio ad processum , legitimação para o processo, é um

pressuposto processual que se refere a capacidade de se estar em

juízo, por exemplo, jovens menores de idade devem ser representadas,

pois são incapazes de estar em juízo, entretanto um jovem pode

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perfeitamente apresentar uma ação, pois ele possui legitimatio ad

causam, legitimação para a causa, que não se deve confundir com a

legitimatio ad processum.

Já a capacidade postulatória se refere ao poder de requerer e postular

em juízo, atuar ou representar alguém imediata e pessoalmente. No

ordenamento brasileiro o bacharel em Direito habilitado pela Ordem dos

Advogados do Brasil, a OAB, tem a capacidade postulatória, e a parte

não tendo a habilitação técnica necessária é obrigada a ter um

advogado, mas em alguns casos, por exemplo, no de impetrar habeas

corpus qualquer pessoa tem capacidade postulatória, para título de

curiosidade pedidos de habeas corpus já foram feitos em folhas de papel

higiênico por um detento em regime fechado.

3) Aponte as principais características do procedimento do tribunal do Júri?

O procedimento do tribunal do júri atual é especial e dividido em duas

partes, por isso é chamado de bipartido ou escalonado. A primeira fase

do procedimento é chamada de jacium acusationis e começa com o

recebimento da petição inicial e será encerrada com a decisão em

trânsito em julgado sobre a decisão da pronúncia, pronúncia é quando

se decide se a causa se enquadra o não em um tribunal do júri. A

segunda fase começa justamente com o trânsito em julgado da

pronúncia, essa fase é conhecida como judicium causae, ela termina

com o trânsito em julgado da sentença prolatada pelo juiz após a

decisão dos jurados.

4) Aponte os principais atos do Procedimento Comum Ordinário do

Processo Penal?

O procedimento comum ordinário possuiu os seguintes atos:

oferecimento da denúncia seguida pelo recebimento ou rejeição pelo

juiz; citação do réu; resposta à acusação; absolvição sumária; audiência

de instrução e julgamento.

5) Aponte três hipóteses de competência territorial especial (foros

especiais) no CPC de 1973 e três no Novo CPC?

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Hipóteses de competência territorial especial no CPC de 1973: local em

que reside a mulher, para ação de separação dos cônjuges, divórcio e

anulação do casamento; da residência ou domicilio do alimentando, para

ação de pensão alimentícia; do domicílio do devedor, para a ação de

anulação de títulos extraviados ou destruídos. Hipóteses de competência

territorial especial no novo CPC: para a ação de divórcio, separação,

anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união

estável, é competente o foro de domicilio do guardião responsável de

filho incapaz, se não houver filho incapaz, o último domicilio do casal, no

domicilio do réu se nenhuma das partes ainda residir no antigo endereço

do casal.

6) Arrole duas hipóteses da competência da Justiça Federal em matéria

penal e uma hipótese de competência em razão da pessoa?

É competência da justiça federal em matéria penal os crimes políticos e

infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviço ou interesse

da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas,

excluída as contravenções e ressalva a competência da justiça militar e

eleitoral, e crimes praticados a bordo de navios e aeronaves brasileiras.

É de competência federal em razão da pessoa casos em que, por

exemplo, a União é autora, pois se considera a condição ou cargo que o

autor ou o réu ocupam.

7) Como se dá a atuação da Defensoria Pública em especial quanto à

assistência judiciária gratuita?

A atuação da defensoria pública se baseia em três principais áreas:

orientação jurídica, atuação extrajudicial e atuação judicial, a mais

conhecida. A defensoria pública cumpre o papel de garantir a

prerrogativa constitucional de que todos os brasileiros, e mesmo

estrangeiros no Brasil, tenham acesso à justiça mesmo que não

possuam condições financeiras para pagar um advogado particular,

nesse caso um defensor público será nomeado para prestar toda a

assistência jurídica gratuitamente. É garantido os serviços da defensoria

pública para pessoas que não podem pagar por um advogado ou pagar

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pelas despesas processuais, sem prejuízos a renda familiar, nesse caso

o que se avalia não é o montante da renda, mas os gastos familiares.

Sendo assim pessoas com rendas razoáveis que tem vários filhos, por

exemplo, ou tem gastos médicos muito altos podem requerer a

assistência jurídica gratuita da defensoria pública.

8) Como se dá a integração da capacidade processual civil, ativa e passiva,

dos cônjuges?

O casamento é fato jurídico que tem consequências bastante

significativas no processo civil, mais diretamente envolvidas na relação

da capacidade processual das pessoas casadas. A capacidade

processual dos cônjuges não versa necessariamente sobre a

capacidade em si, pois ambos têm personalidade e são plenamente

capazes, salvo as exceções previstas em lei, a real questão é sobre a

legitimidade de certos atos praticados por cônjuges. O cônjuge necessita

do consentimento do outro somente para ações sobre direitos reais

imobiliárias, por exemplo, salvo em união com separação total de bens.

Na qualidade de réus os cônjuges serão citados nas seguintes ocasiões:

com relação a direito real imobiliário, salvo quando casados sob o

regime de separação absoluta de bens; consequência de fatos que tem

importância mutua aos cônjuges ou de ato praticado por ambos; dívida

que tenha sido contraída por um dos cônjuges a bens de família; que

tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus

sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges, vide § 3º art. 73.

9) Compare o Procedimento Comum no Novo CPC com o Procedimento

Comum do CPC de 1973?

O procedimento comum é caracterizado por ser aplicável em todas as

causas, salvo disposição contraria do próprio código ou de lei. Entretanto

o novo CPC traz um parágrafo único que diz: “O procedimento comum

aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao

processo de execução”. Desta forma o procedimento comum é aplicado

de modo suplementar aos procedimentos especiais e ao processo de

execução, diferenciando se do CPC de 1973. Assim sendo, o novo CPC

tenta ser mais completo e eficiente em relação ao de 1973.

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10) Conceitue e explique o que são processos de conhecimento, de

execução e cautelar?

O processo de conhecimento é a fase onde acontece a produção de

provas, a oitiva das partes e testemunhas, levando conhecimento dos

fatos ao juiz competente, com o intuito de que este possa aplicar

devidamente o direito ao caso concreto, com a declaração da sentença,

segue o rito ordinário ou sumário. A tutela executiva busca o

cumprimento ou a realização de um direito que já foi previamente

definido judicialmente ou extrajudicialmente, com intuito de exaurir um

inadimplemento. Esse tipo de tutela jurisdicional é exercida mediante

execução imposta a força e atua unicamente em favor do credor.

Processo cautelar se baseia na urgência, tem por objetivo dar eficácia

ao resultado do processo, tanto de conhecimento como de execução,

tornando útil o processo para as partes e para a jurisdição.

11) Conceitue, com exemplos: os direitos, os deveres e os ônus das Partes

no processo?

São direitos das partes: receber tratamento igualitário; fazer-se

representar por advogado; exercer a autodefesa, nos termos da lei;

direito do acusado ao silêncio; ser processado em seu domicílio, nos

termos da lei; assistir às audiências; ter acesso aos autos, salvo

exceções legais, entre outros. O novo CPC também rege que não se

proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente

ouvida, art. 9º; as partes têm o direito de obter em prazo razoável a

solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”, art. 4º; a

garantia às partes a paridade de tratamento, art. 7º, salvo exceções. São

deveres das Partes: expor os fatos em juízo condizentes com a verdade;

não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que

são destituídas de fundamento e não produzir provas e não praticar atos

inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; cumprir

com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final,

e não criar embaraços à sua efetivação entre outros, vide art 77 º novo

CPC.

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O ônus da prova incube: ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu

direito; ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou

extintivo do direito do autor.

12) Defina os seguintes institutos: extradição, deportação, auxílio direto,

expulsão?

A extradição é a entrega de uma pessoa para as autoridades

internacionais, de outros países, para que ela possa responder ao

processo e eventualmente cumprir a pena no exterior. A Expulsão é a

retirada do país de um estrangeiro que se mostrar um risco contra a

segurança nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou

moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne

perigoso à conveniência e aos interesses nacionais. A deportação é

caracterizada pela retirada forçada de um estrangeiro que esteja em

situação irregular no Brasil e que não tenha saído por vontade própria

dentro do prazo fixado.

13) Diferencie a competência absoluta da competência relativa? Como se

argui a incompetência relativa no CPC de 1973 e no Novo CPC?

A competência absoluta é inderrogável por convenção das partes e se

caracteriza como tal em razão da matéria e da hierarquia (art. 111,

CPC). Ademais, a incompetência absoluta deve ser reconhecida de

ofício pelo juiz, e pode ser alegada independentemente de exceção em

qualquer tempo e grau de jurisdição (art. 113, CPC). Já a competência

relativa pode ser modificada por convenção das partes em razão do

valor ou do território (arts. 102 e 111 CPC). Além disso, a incompetência

relativa só pode ser arguida por meio de exceção e, via de regra, não

pode ser declarada de ofício pelo juiz (art. 112 caput e parágrafo único,

CPC).

No Novo Código de Processo Civil, por certo, o cerne da distinção

permanece. Todavia, menciona-se o fato de o NCPC extinguir o atual

incidente de incompetência relativa, de modo que todas as questões

preliminares devem estar previstas na própria peça de defesa,

atendendo, assim, ao escopo da síntese. De mais a mais, o NCPC põe

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termo à divergência doutrinária e jurisprudencial quanto à participação

do MP, ficando assente que, independente da modalidade em que atue,

poderá suscitar incompetência absoluta e relativa.

14) Diga quais são os órgãos competentes para processar e quais os

requisitos do: a) exequatur; b) carta rogatória; c) homologação de sentença

estrangeira?

De acordo com a EC 45/2004, tanto a homologação de sentença

estrangeira, quanto a concessão de exequatur às cartas rogatórias

compete ao Superior Tribunal de Justiça que deverá atender aos

seguintes requisitos (art. 15, LICC): a) haver sido proferida por juiz

competente; b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente

verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das

formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;

e d) estar traduzida por intérprete autorizado.

15) Discorra sobre o critério da competência funcional e quais suas

espécies?

Pode-se afirmar que se trata de critério que visa a distribuição de

competência segundo as funções desempenhadas pelos magistrados

numa mesma relação processual. Assim, a competência funcional

classifica-se quanto: a) ao grau de jurisdição (originária ou recursal); b)

às fases do processo (cognição, execução etc.); c) ao objeto do juízo.

16) Discorra sobre os seguintes fenômenos: a) Conexão; b) continência; c)

perpetuação da jurisdição; d) prevenção; e) Litispendência?

“Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o

objeto ou a causa de pedir” (art. 103, CPC). Já a continência se dá entre

duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à

causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das

outras (art. 104, CPC). No tocante à perpetuação da jurisdição, diz-se

que se trata de princípio segundo o qual não se desloca o processo para

outro juízo em razão de fato superveniente, “salvo quando suprimirem o

órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da

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hierarquia” (art. 87, CPC). Prevenção, por sua vez, é um critério de

confirmação e manutenção da competência do juiz que conheceu a

causa em primeiro lugar, perpetuando a sua jurisdição e excluindo

possíveis competências concorrentes de outros juízos. Finalmente,

verifica-se a litispendência quando se reproduz ação anteriormente

ajuizada e que ainda esteja em curso (art. 301, §§ 1° e 3°, CPC).

17) Em linhas gerais, o que mudou no instituto da denunciação da lide do

regime do CPC de 1973 para a denunciação da lide prevista no Novo CPC?

A denunciação da lide consiste em uma forma de intervenção de

terceiros, de modo que estes são chamados ao processo na condição de

litisconsorte da parte que o chamou. Esse instituto serve para que uma

das partes possa exercer seu direito de regresso contra terceiros, sendo

utilizado nas ações reivindicatórias ou de domínio. No que toca às

distinções em relação ao Novo CPC, a primeira que se nota diz respeito

à admissibilidade (art. 125) no NCPC e obrigatoriedade (art. 70) no atual

da denunciação da lide. Uma segunda e notável distinção refere-se à

supressão do inciso II do art. 70 do atual CPC; pois, segundo

Dinamarco, tal hipótese é de raríssima incidência na prática, devendo

ser compreendida em consonância com o instituto da nomeação à

autoria.

18) Em que consiste o Incidente de Desconsideração da Personalidade

Jurídica e como é tratado essa forma de intervenção no Novo CPC?

O incidente de desconsideração é uma nova forma de intervenção de

terceiros criada pelo Novo CPC. Assim, em virtude do fato da autonomia

patrimonial da pessoa jurídica, muitas vezes, servir para acobertar

situações antijurídicas prejudiciais a terceiros, o Novo CPC cria tal

instituto para possibilitar a responsabilização dos sócios quando

caracterizada a utilização abusiva da forma societária.

19) Explique o que significa: a) Princípio da vedação dos tribunais de

exceção? b) Imparcialidade e independência do juiz?

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Com vistas à atuação imparcial e independente dos magistrados, a

CF/88 lhes atribui uma série de prerrogativas e vedações, sem as quais

restaria prejudicado o exercício jurisdicional. É evidente que tal serviço

público essencial e relevante, não poderia ser prestado com justiça, se

os juízes não estivessem imunes às intervenções políticas, daí a

necessidade de prerrogativas como vitaliciedade, inamovibilidade e

vedações como a dedicação a atividades político-partidárias etc.

Ademais, a vedação de tribunais de exceção é justamente a garantia de

que determinado conflito será julgado por um juiz portador de qualidades

técnicas, prerrogativas e vedações que torna o exercício jurisdicional

mais coerente, independente e imparcial possível.

20) Explique o que significam os seguintes institutos: a) Legitimidade

ordinária; b) Substituição Processual; c) Sucessão Processual?

A legitimidade de parte é uma das condições da ação. Via de regra,

ninguém pode ir a juízo, em nome próprio, para defender direito alheio,

sob pena de carência da ação por ilegitimidade de parte. Assim, aquele

que alega ser titular de um direito, pode ir a juízo, em nome próprio, para

postulá-lo e defendê-lo. Trata-se, portanto, de legitimidade ordinária, em

que os sujeitos vão a juízo, em nome próprio, para litigar sobre os seus

direitos. (art. 6°, CPC). Já o substituto processual é aquele quem,

autorizado por lei, pleiteia em nome próprio direito alheio. Por fim, a

sucessão processual é a substituição da parte, em razão da modificação

da titularidade do direito material afirmado em juízo. É a troca da parte.

Outra pessoa assume o lugar do litigante originário, fazendo-se parte na

relação processual.

21) Explique os critérios de competência em razão da pessoa, em razão da

matéria e em razão do local?

O critério em razão da pessoa (ratione personae) objetiva fixar

competência tendo em conta as partes envolvidas. No que toca o critério

em razão da matéria (ratione materiae), pode-se dizer que esta consiste

na fixação de competência em virtude da natureza do pedido. Por último,

o critério em razão do local visa à determinação de competência de

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acordo com aspectos ligados à posição geográfica, com o objetivo de

aproximar o Estado-juiz dos fatos ligados à pretensão manifestada pelo

autor.

22) O Membro do Ministério Público pode ser acionado diretamente por ter

atuado no processo com dolo? O juiz também pode aplicar-lhe multa por

considerar ter havido litigância de má-fé do Agente Ministerial?

Não. Segundo José Afonso da Silva, “a obrigação de indenizar é da

pessoa jurídica a que pertencer o agente. O prejudicado há que mover a

ação de indenização contra a Fazenda Pública respectiva ou contra a

pessoa jurídica privada prestadora de serviço público, não contra o

agente causador do dano. O princípio da impessoalidade vale aqui

também". Após referir que o terceiro prejudicado não tem ônus de provar

culpa ou dolo do agente, menciona que qualquer dos dois "é problema

das relações funcionais que escapa à indagação do prejudicado. Cabe à

pessoa jurídica acionada verificar se seu agente operou culposa ou

dolosamente para o fim de mover-lhe ação regressiva assegurada no

dispositivo constitucional, visando a cobrar as importâncias despendidas

com o pagamento da indenização. Se o agente não se houve com culpa

ou dolo, não comportará ação regressiva contra ele, pois nada tem de

pagar".

23) O que é a denominada “administração judicial de interesses privados”?

Quais as suas características principais?

Não se trata senão da velha conhecida jurisdição voluntária. Todavia,

por já haver entendimento doutrinário e jurisprudencial consolidado no

sentido de que tal expressão é imprópria, vez que não consiste nem em

jurisdição e, tampouco, é de caráter voluntário. Assim, mais coerente é a

expressão “administração de interesse privado”. Pode-se defini-la como

a atividade resultante de negócio jurídico que se exige um ato do

Estado, para que o negócio se realize ou complete. Ademais, ela tem

natureza administrativa, do ponto de vista material, e é ato judiciário, do

ponto de vista subjetivo ou orgânico; em relação às suas finalidades, é

função preventiva e também constitutiva.

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24) O que é conflito de competência e qual é o seu procedimento?

Incidente pelo qual, havendo confronto ou dúvida quanto à competência,

o órgão judicial de hierarquia superior estabelece a competência de

determinado órgão judiciário. Hipóteses: quando dois ou mais juízes se

declaram competentes; quando dois ou mais juízes se consideram

incompetentes; quando entre dois ou mais juízes surge uma controvérsia

sobre a reunião ou a separação de processos. Legitimidade para

instaurar o incidente: de ofício: o juiz; por requerimento: o Ministério

Público, o autor ou o réu (art. 115, CPC).

25) O que é e quais as espécies de procuração dada ao advogado pelo seu

cliente?

A procuração é um documento que transfere a alguém (outorgado)

poderes para agir no nome de outra pessoa (outorgante). Para agir em

juízo, o advogado precisa ter uma procuração da parte que vai

representar. A procuração recebida denomina-se ad judicia e pode ser

geral e específica, nesta última hipótese para praticar atos como

desistência e transação (art. 38 do CPC). Não há mais necessidade,

porém, de reconhecimento de firma da procuração.

26) O que é jurisdição internacional concorrente e o que é jurisdição

internacional exclusiva?

A jurisdição internacional concorrente é quando a jurisdição nacional é

paralela, sem prejuízo à jurisdição de outros países, não ocorre a

litispendência, ressalvadas as disposições em contrário de tratados

internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Enquanto que a

jurisdição internacional exclusiva exclui qualquer jurisdição internacional.

27) O que é litisconsórcio unitário. Explique, com exemplo, se pode ocorrer a

formação de litisconsórcio unitário facultativo?

Litisconsórcio unitário é ocorre quando o juiz tiver de decidir a lide de

modo uniforme para todas as partes. Geralmente, o litisconsórcio unitário

é necessário, mas não há impedimento para a formação de litisconsórcio

facultativo unitário: os que ingressam facultativamente na demanda

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(condôminos, em ação proposta por terceiros, sócios para a proteção de

uma sociedade anônima ou alguns herdeiros na proteção da herança, por

exemplo) devem receber uma resposta estatal uniforme, uma vez que

estão em situação jurídica idêntica a outros que constam do processo.

28) O que é representação processual? Explique quais as espécies de

representação processual?

Representação processual da parte é uma situação em que alguém age

em nome de outrem em juízo. A representação processual é a

intermediação judicial de alguém em favor e pelas ordens ou a mando de

outrem. O representante quando age em juízo não o faz em nome próprio,

mas em nome de quem representa.

A representação pode ser obrigatória, isto é, representação para

preencher a incapacidade absoluta (art. 8º, CPC); representação das

pessoas jurídicas e outros entes (art. 12 do CPC).

A representação pode ser voluntária, quando alguém dá

procuração/mandato a outrem para representá-lo em juízo (art. 653, CC).

29) O que são nulidades processuais e pressupostos processuais? Dê um

exemplo de nulidade processual absoluta e um exemplo de pressuposto

processual de existência?

Pressupostos processuais são circunstâncias essenciais para tornar

válido o processo; mérito é o pedido, lide, pretensão. São requisitos para

que a relação processual se complete e se desenvolva de forma normal,

segura e correta, sem vícios. São exemplos de pressupostos de

existência: preexistência de juiz, existência de partes, essencialmente o

autor, citação. A nulidade como defeito é a própria prática do ato ou

omissão em praticá-lo em desconformidade com a lei, com a Constituição

e com os preceitos maiores do sistema processual. A nulidade é o defeito

que sai dessa zona da irregularidade e que vai até no limiar da

inexistência. O ato passível de nulidade absoluta é o que contém grave

vício, sujeito à sanção; geralmente o juiz pode decretá-lo de ofício e,

algumas vezes, tal ato não consegue sustentar-se, devendo outro ser

praticado. Como é o caso da nulidade pela não intimação do Ministério

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Público (art. 246 do CPC) ou ausência ou irregularidade citação (art. 247

do CPC).

30) Pode haver litisconsórcio multitudinário necessário? Explique?

Não. Segundo o art. 113§ 1º do NCPC, o juiz poderá limitar o

litisconsórcio facultativo. Além disso, se o litisconsórcio for necessário,

eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser

litisconsortes, o que não coaduna com a limitação de litigantes quando ao

número.

31) Quais as diferenças entre o assistente simples e o assistente

litisconsorcial?

O assistente simples é sempre auxiliar na causa, e sua atividade

processual depende da vontade do assistido. Ele tem os mesmos poderes

e ônus processuais, mas seus atos devem ser de acordo com a vontade

da parte originária do processo. No caso do assistente litisconsorcial, ele

é igualado a parte assistida, como litisconsorte. Apresenta amplos

poderes processuais, e não depende da vontade do assistido.

O assistente litisconsorcial, se participar ou não do caso será atingido

pela sentença, já que a relação processual já existia. O assistente simples

não será atingido por coisa material, pois a lide não é sua, se, portanto,

decidir participar do processo será prejudicado pela decisão, que é o

ponto principal de sua inclusão na lide.

32) Quais as diferenças entre Processo e Procedimento?

Procedimento se diferencia de processo porque aquele é rito, forma,

modalidade, exterioridade, ao passo que este é fundamento, instituto,

relação jurídica.

Processo é relação fundamental ideológica e meio da jurisdição. Processo

é instituto; procedimento é atuação; processo é abstração; procedimento

é concretude.

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33) Quais as diferenças entre suspeição e impedimento do juiz? Arrole

quatro hipóteses de impedimento no processo penal?

A suspeição é a situação subjetiva de incompatibilidade do

estabelecimento do magistrado como julgador de determinado processo.

Na suspeição há uma margem maior de discricionariedade do que no

impedimento cuja situação é objetiva, mesmo porque a razão da

suspeição, ao contrário da do impedimento, se encontra, como regra, no

fato de o magistrado ter praticado ou encontrar-se em circunstância que

não diz respeito diretamente à sua atuação no processo. O motivo que

leva à suspeição em geral tem fundo extraprocessual, mas que, por risco

de vínculo com o processo, pode influenciar no julgamento. Daí tratar-se

de imposição com maior teor de subjetividade em relação ao

impedimento.

Juiz impedido é aquele que, dadas certas circunstâncias objetivas, não

pode processar e julgar a causa. Os casos de impedimento são mais

graves do que os de suspeição, uma vez que podem levar à impugnação

por ação rescisória visando à desconstituição da sentença cível (art. 485,

II, do CPC). O juiz pode declarar-se impedido de ofício. Não o fazendo, a

parte ou o Ministério Público podem ingressar com a denominada

exceção de impedimento.

No juízo criminal, considera-se impedido o magistrado ou magistrada em

cujo processo (art. 252 do CPP): “tiver funcionado seu cônjuge ou

parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro

grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público,

autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; ele próprio houver

desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;

tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou

de direito, sobre a questão; ele próprio ou seu cônjuge ou parente,

consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau,

inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito”.

34) Quais as funções, direitos e deveres do advogado no Processo?

O advogado defende a parte (seu cliente) em juízo, promove a petição

inicial, participa das audiências, recorre e arrazoa nos juízes e tribunais,

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enfim, postula em juízo. O advogado, que exerce um munus publico,

contribui na postulação de decisão favorável ao seu cliente, para o

convencimento do juiz (§ 2° do art. 2o do EOA B).

O advogado detém a capacidade postulatória de representar

tecnicamente a parte em juízo: “a parte será representada em juízo por

advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-á lícito, no entanto, postular em

causa própria, quando tiver habilitação legal ou, não a tendo, no caso de

falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que houver”

(art. 36 do CPC).

São deveres do advogado: declarar nas peças processuais o endereço

para intimação e comunicar ao juízo eventual mudança de endereço.

Além dos direitos constantes do Estatuto da Ordem, o advogado pode

examinar qualquer processo, exceto os salvaguardados por sigilo; ter

vista dos autos e retirar do fórum ou tribunal os autos (se forem ainda

físicos) nos casos legais (art. 40, I a III, do CPC).

No seu mister profissional, o advogado deve procurar ser merecedor de

respeito e contribuir para o prestígio da classe e da advocacia, devendo

manter a independência em qualquer circunstância, sem receio de

desagradar o juiz ou qualquer autoridade (art. 31, §§ 1º e 2º da Lei nº

8.906/94 – Estatuto da Advocacia).

Além de participar de diversas atividades extrajudiciais (o divórcio e a

separação consensual por simples escritura, com a participação essencial

do advogado – art. 1.124-A, § 1º do CPC), o advogado recebe

autorização para representar o litigante no processo.

A profissão do advogado, exercida com liberdade e independência, deve

estar a serviço também da busca da verdade do litígio, razão pela qual a

eventual desonestidade, a má-conduta em juízo e a erronia deliberada

devem ser prevenidas e combatidas, até mesmo pela repercussão da

atividade advocatícia no estado democrático de direito.

O advogado não pode agir em juízo com fins imorais ou estranhos ao

interesse legítimo da parte. Deve pautar-se dentro da licitude e, inclusive,

promover medidas visando à punição e à prevenção de condutas

contrárias ao direito, e instar o magistrado a coibir atos contrários à

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verdade e as tentativas de enganar a justiça, para fazer triunfar a vitória a

quem tem razão.

O advogado tem o dever de apresentar os fatos em juízo de acordo com a

verdade, atuar com lealdade, não formular pedidos, nem defesas se

sabedor de sua falsidade (art. 14, e incisos do CPC).

O advogado, em nome do cliente, não pode também “empregar

expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo” (art. 15 do

CPC).

Enfim, o advogado é o representante judicial da parte, e é seu dever

honrar o mandato recebido, agindo com técnica, independência,

inteligência e diligência para cumprir a missão de agente essencial à

justiça.

35) Quais as hipóteses de nomeação de curador especial no processo civil e

no processo penal?

No civel, quando se dá um curador especial ao absolutamente incapaz, se

os interesses deste colidirem com os do representante; e quando o juiz

nomeia um curador especial ao réu preso e ainda ao réu revel citado por

edital ou por hora certa (art. 9º, CPC).

No âmbito penal, será nomeado judicialmente um curador especial, em

caso de queixa (ação penal privada), ao ofendido mentalmente enfermo

ou portador de retardo mental, sem representante legal; ou se os

interesses do representante colidirem com os da vítima (art. 33, CPP); e

também quando for necessário para que o ofendido tenha que fazer a

aceitação do perdão (art. 53, CPP) com a consequente extinção da

punibilidade.

36) Quais as mudanças ocorridas quanto ao impedimento do magistrado

com o advento do Novo CPC em relação ao CPC de 1973?

O novo CPC adicionou novas hipóteses de impedimento do magistrado.

Entre elas, quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de

qualquer das partes; em que figure como parte instituição de ensino com

a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação

de serviços; em que figure como parte cliente do escritório de advocacia

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de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha

reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado

por advogado de outro escritório; quando promover ação contra a parte

ou seu advogado.

Além disso, se o juiz é impedido para atuar na demanda de determinado

advogado, essa limitação se estende para todos os integrantes do

respectivo escritório.

37) Quais os principais atos da Fase Preliminar e da Fase Processual no

Procedimento dos Juizados Especiais Criminais?

O Termo Circunstanciado, da Fase Preliminar, (art. 69) substitui o

inquérito policial. Depois segue com a Audiência preliminar para acordo

(art. 72), quando pode ocorrer a transação penal e a composição dos

danos civis com a consequente extinção da punibilidade do agente e

renúncia ao direito de queixa e ação civil. Também, tratando-se de ação

penal pública o Ministério Público pode fazer a transação penal propondo

a aplicação imediata da pena.

Frustrada a transação penal se inicia a fase processual com a denúncia

oral (ou queixa) reduzida a termo (art. 77); citação do acusado; audiência

de instrução e julgamento (art. 79), em que o acusado responde à

acusação, o juiz pode ou não receber a denúncia/queixa; recebida a peça

acusatória ouve-se o ofendido, peritos e testemunhas, interroga-se o

acusado, e o juiz ao final profere a sentença na própria audiência (art. 81).

Contra essa decisão a parte inconformada pode interpor apelação para

turma recursal dos Juizados Especiais que rejulgará a questão. Com o

trânsito em julgado inicia a fase executiva da pena do crime de menor

ofensivo de competência dos Juizados Especiais.

38) Quais os principais atos do Procedimento Comum na Justiça

Trabalhista?

Durante esse procedimento há um fomento muito grande ao acordo entre

empregado autor e empregador réu. Não havendo acordo em audiência o

reclamando pode produzir sua defesa oral, seguindo-se a atos de

instrução, com o interrogatório. Também serão ouvidas testemunhas, no

máximo de três, e os peritos e assistentes técnicos. Essa audiência,

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contínua e una, é de instrução e também de julgamento (art. 848 da CLT).

Segundo o art. 850 da CLT, “Terminada a instrução, poderão as partes

aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para

cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de

conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão”.

39) Quais os principais provimentos do juiz? Quais atos podem ser

delegados do juiz para o Cartório Judicial? A sentença do juiz é diferente da

sentença de um árbitro?

De acordo com o art. 162, do CPC, os principais provimentos do juiz são

sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

É antiga a polêmica em torno da natureza jurídica do instituto da

arbitragem, dividindo-se a doutrina, basicamente, em duas correntes

antagônicas: a contratualista, e a jurisdicional.

A teoria contratualista, também chamada de privatista, atribui a

arbitragem um caráter privado ou contratual, similar ao da transação. Ou

seja, a decisão proferida pelo árbitro seria apenas uma decorrência do

acordo firmado pelas partes, não tendo, portanto, caráter jurisdicional.

Tal corrente, encabeçada por autores tais como Salvatore Satta,

Chiovenda, Carnelutti e Élio Fazzalari, afirma que a arbitragem não

possui natureza jurisdicional uma vez que o árbitro não tem poder para

executar suas decisões proferidas e, que a arbitragem sofre intervenção

estatal de forma plena, já que a parte poderá requerer ao Estado que

aprecie o mérito e a validade da sentença arbitral.

A teoria jurisdicional, ou publicista, por sua vez atribui ao instituto da

arbitragem uma natureza processual, equiparável à jurisdição estatal,

pelo fato da sentença arbitral não necessitar de homologação pelo Poder

Judiciário, e por haver autonomia e eficácia da cláusula compromissória,

que submete as partes contratantes ao juízo arbitral.

Antes da promulgação da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996,

predominava no Brasil a teoria contratualista, pois fazia-se necessário

que o laudo arbitral fosse homologado judicialmente para que este

tivesse força de sentença. Então, fazia coisa julgada somente o ato

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homologatório do juiz estatal e não propriamente a decisão proferida

pelo árbitro.

Entretanto, com o advento da Lei nº 9.307/96, o legislador conferiu ao

decisório arbitral o nome e o “status” de sentença, dando a este poder

para fazer coisa julgada, bem como de constituir-se título executivo

judicial, sem qualquer interferência da justiça oficial, dispensando a

necessidade de que esta fosse homologada judicialmente.

40) Quais os princípios institucionais e como se dá a intervenção do

Ministério Público como parte e como fiscal da lei no processo civil e penal?

No âmbito civil, o Ministério Público como parte exerce o direito de ação

nos casos previstos no art. 81 do CPC e, nestes casos, age em

legitimidade extraordinária para proteger direito alheio a ser protegido

pela instituição. Pode-se citar como exemplo o caso em que o MP

promove ação civil de reparação de dano em favor da família pobre de

vítima de crime contra o autor do crime.

O Ministério Público, excepcionalmente, pode figurar com réu, como, por

exemplo, em ação rescisória contra sentença proferida em ação que

promoveu. O aludido órgão tem a prerrogativa do prazo em dobro para

recorrer e quádruplo para contestar, nos termos do art. 188 do CPC, e

de ser intimado pessoalmente e nos autos do processo, conforme

preceitua o art. 41, IV, da Lei nº 8.625/93.

Como fiscal da lei, o MP atua nas causas em que haja interesses de

incapazes; nas causas concernentes ao estado da pessoa; e, ainda, nas

causas em que haja interesse público, evidenciado pela natureza da lide,

ou qualidade de parte, nos termos do art. 82, incisos I, II e III, do CPC.

Cita-se como exemplo o processo de usucapião e mandado de

segurança.

No processo penal o Ministério Público atua em todas as ações como

fiscal da lei, salvo quando atuar como parte. Assim, o órgão do Ministério

Público tem o direito de opinar nas ações de iniciativa privada e exerce

privativamente a condição de única parte ativa nas ações penais

públicas, condicionadas e incondicionadas.

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Incumbe ao Ministério Público requisitar a instauração de inquérito

policial (art. 5º, II, do CPP), inclusive diligências para a descoberta da

verdade, promover a denúncia em caso de ação penal pública, ou,

requerer o arquivamento do inquérito ou de quaisquer peças de

informação. Em caso de pedido ministerial de arquivamento, como aduz

o art. 28 do CPP, “o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões

invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao

procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do

Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de

arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender”.

41) Quais as características e os requisitos da nomeação à autoria e do

chamamento ao processo?

A nomeação é um ato exclusivo do réu, ou seja, apenas compete ao

detentor da coisa em nome alheio, ou possuidor direto da coisa que, por

meio da nomeação, pretende ser substituído no polo passivo da ação.

A nomeação à autoria é uma forma de intervenção de terceiro provocada

exclusivamente pelo réu, por meio de inserção do terceiro numa relação

jurídica processual pendente. Portanto, não se trata de nova ação, mas

de mera inserção do terceiro num processo já em curso, para responder

a ação originariamente proposta em face do nomeante.

Assim, tem-se como sujeitos intervenientes na nomeação o nomeante,

que é réu da ação proposta e o nomeado, terceiro que está legitimado a

responder pela ação.Visa a nomeação a extromissão do réu da relação

jurídica processual, com a inserção do terceiro. Trata-se de um ato

obrigatório, pois a lei diz que o réu deverá nomear à autoria o

proprietário ou possuidor (art 62, CPC). Se o réu permitir o

prosseguimento da ação, deixando de nomear à autoria, estará

propiciando o prosseguimento de um processo inútil, trazendo prejuízos

para o autor e para a Justiça, razão pela qual responderá por perdas e

danos.

Quando a ação é fundada no art. 62 do CPC, terá natureza real, pois o

artigo fala que “aquele que sendo demandado em relação à coisas”.

Porém, se fundada no art. 63 do CPC, terá natureza obrigacional.

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O procedimento de nomeação à autoria é idêntico para ambas as

hipóteses de nomeação, constantes dos arts 62 e 63 do CPC.

Chamamento ao processo é o incidente pelo qual o devedor demandado

chama para integrar o mesmo processo os coobrigados pela dívida, de

modo a fazê-los também responsáveis pelo resultado do feito. Com essa

providência, o réu obtém sentença que pode ser executada contra o

devedor principal ou os codevedores, se tiver de pagar o débito.

Três são as hipóteses tratadas no artigo 77, CPC, a respeito do

chamamento do processo. Há, entre eles, um núcleo comum: aquele

que chama outrem, ao processo, entende que este tem, tanto quanto ou

mais que ele, obrigação de responder em face do autor[11].

Chamante e chamado serão litisconsortes. O litisconsórcio tratado, na

espécie, é ulterior, passivo e facultativo. Pode ser unitário ou simples, a

depender da indivisibilidade do bem objeto da dívida solidária. Se a

natureza do bem jurídico for indivisível, tratar-se-á de litisconsórcio

unitário; se divisível, simples.

Para ser viável o chamamento ao processo, necessário é que o réu seja

parte legítima.

O artigo 77, I, CPC trata do “chamamento do devedor principal”, hoje

tratado no artigo 827 do CC:

O fiador é, em regra, obrigado subsidiário, e uma das formas para fazer

valer esse direito (que pode encontrar restrições no artigo 828, CC)é

providenciar o chamamento ao processo do afiançado, na forma o artigo

77, I, CPC.

Frise-se, ainda que não exista o benefício de ordem, pode o fiador

chamar o afiançado ao processo, o que implica, em face do credor, que

terá de responder, em condições simulares às do devedor, inaplicável o

artigo 595 do CPC.

O artigo 77, II, CPC, disciplina a hipótese de existirem vários fiadores de

uma mesma dívida e, na demanda, apenas um ou parte deles terem sido

processados. Trata-se do chamamento do cofiador. Com base nesse

dispositivo, poderá o fiador processado chamar os demais ao processo.

O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de

litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou

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dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para

resposta, que recomeça da intimação da decisão.

Já o inciso III, artigo 77, CPC, permite o chamamento de todos os

devedores solidários, quando o credor fazer valer a regra do artigo 275,

CC, e exigir de um, ou de alguns apenas, a dívida comum.

É perfeitamente possível que a empresa de ônibus, indicada para

compor o polo passivo da demanda, chame ao processo o condutor do

coletivo à ocasião dos fatos, pois, condenados, chamante e chamado, a

empresa, indenizando a vítima, poderá voltar-se executivamente contra

o motorista.

Frise-se, por fim, que o chamamento é instituto em benefício do réu, não

do autor. Logo, só é admitido quando possa beneficiá-lo.

42) Quais os tipos de honorários advocatícios? À luz do CPC atual e do

Novo CPC, quais as regras dos honorários sucumbenciais quando for vencida

a Fazenda Pública no CPC atual e no novo CPC?

Existem três tipos de honorários advocatícios, sendo eles os

convencionados, os sucumbenciais e os por arbitramento. Os honorários

convencionados são aqueles estabelecidos entre o cliente e seu

advogado. Os honorários sucumbenciais são os fixados pelos

magistrados em condenação à parte vencida pagar ao advogado da

parte vencedora. Já os honorários por arbitramento são aqueles fixados

em juízo quando o advogado não estipula com seu cliente os honorários

convencionados.

Conforme o artigo 20, § 3º, do atual CPC, os honorários de sucumbência

são fixados entre o mínimo de 10% e o máximo de 20% sobre o valor da

condenação, atendidos o grau de zelo do profissional, o lugar de

prestação do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho

realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. Porém, o

§ 4º do mesmo artigo diz que nas causas de pequeno valor, nas de valor

inestimável, como nas de dano moral, naquelas em que não houver

condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções,

embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação

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equitativa do juiz. No entanto, há casos em que os honorários fixados

são irrisórios.

No projeto do novo CPC, o artigo 73, em seu parágrafo 4º, prevê que

nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito, o benefício ou

a vantagem econômica, o juiz fixará o valor dos honorários advocatícios

também levando em conta os requisitos que hoje estão no parágrafo 4º

do artigo 20 e que, na nova proposta para o CPC, serão conteúdo do §

2º do artigo 73.

Por sua vez, nas causas em que for vencida a Fazenda Pública, o novo

CPC estabelece que os honorários serão fixados entre o mínimo de 5%

e o máximo de 10% sobre o valor da condenação, do proveito, do

benefício ou da vantagem econômica obtidos, também observados os

parâmetros de grau de zelo do profissional, o lugar de prestação do

serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo

advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

43) Qual (s) a(s) diferença (s) entre a Assistência Simples e a Assistência

Anômala das Pessoas Jurídicas?

O conceito de intervenção anômala significa que a União e as demais

pessoas jurídicas de direito público poderão intervir, independente de

interesse jurídico (é admitido mero interesse econômico), e mesmo no

caso de interesse indireto ou reflexo, nas causas em que forem autoras

ou rés as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as

sociedades de economia mista, e mesmo em causas envolvendo

somente particulares, podendo requerer esclarecimento de questões de

fato e de direito, bem como juntar documentos e memoriais e recorrer,

caso em que serão consideradas partes, para fins de deslocamento de

competência. Parte dos autores a chamam de intervenção anômala,

outra parte chama de amicus curiae, pois em regra a Fazenda não será

parte, só se vier a recorrer.

Não é necessário observar o procedimento da intervenção de terceiros,

bastando a entrada da Fazenda no feito e a intimação das partes, para

se manifestarem.

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44) Qual é a competência definida em lei para as causas cíveis de menor

potencial ofensivo nos Juizados Especiais Estaduais Cíveis, nos Juizados

Estaduais da Fazenda Pública e nos Juizados Federais?

A competência dos Juizados Especiais Cíveis é disciplinada pela lei

9099/95. À saber, em seu artigo 3º assim dispõe:

O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e

julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim

consideradas:

I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário

mínimo;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo

Civil;

III - a ação de despejo para uso próprio;

IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não

excedente ao fixado no inciso I deste artigo.

No que se refere a competência dos Juizados Estaduais da Fazenda

Pública, assim dispõe a lei 12153/2009, em seu artigo 2º:

É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública

processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do

Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60

(sessenta) salários mínimos.

Nos Juizados Federais, sua competência esta na lei 10259/2001. À

saber, em seu artigo 2º:

Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os

feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor

potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.

45) Qual é a diferença entre os embargos de terceiro e a intervenção de

terceiros denominada oposição?

Tanto nos embargos quanto na oposição ocorre a intervenção de uma

terceira pessoa num processo judicial que se já se encontra em curso.

Nos embargos, é objetivado demonstrar que as consequências daquele

processo influenciarão diretamente na posse desse terceiro, que não

tem nenhuma relação com as partes. Dessa forma, o terceiro não

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poderia sofrer limitações ou supressão de sua posse por ordem ou atos

judiciais de apreensão, os quais ele não é parte.

Em contrapartida, ocorre oposição quando alguém pretender, no todo ou

em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, sendo

a oposição feita contra ambos. Desta forma, a partir da propositura da

oposição, surge um processo derivado do principal onde o autor é o

opositor e os réus são o autor e réu do processo principal, em

litisconsórcio necessário. Naquele, o terceiro não é parte; neste o

terceiro constitui parte de um novo processo.

46) Qual é a função e quais os limites de atuação do assistente de

acusação?

O assistente de acusação atua ao lado do Ministério Público, ambos

como sujeitos ativos formando um litisconsórcio ativo, que poderá ser

voluntário ou necessário, e contrário ao interesse do acusado.

Lembrando que só é admitida a figura do assistente nos crimes que haja

um sujeito passivo determinado, ou seja, o ofendido.

A finalidade do assistente do Ministério Público é algo divergente na

doutrina, a vítima ao atuar como assistente ao lado do Ministério Público

pode ter propósitos diferenciados. A vítima ao atuar como assistente ao

lado do Ministério Público pode ter interesses distintos haja vista que

além do intuito de conseguir a sentença condenatória para utilizá-la

como título executivo judicial na esfera cível, para conseguir a reparação

de eventuais danos causados, há doutrinadores que defendem o

interesse do querelante na adequada aplicação da pena.

Segundo Bento de Faria, citado na obra de Guilherme de Souza Nucci,

ele não age apenas como auxiliar de acusação, uma vez que possui o

direito de agir e o de recorrer. Uma pequena parte da doutrina entende

como inconstitucional um assistente do MP, pois apenas este órgão é

competente à acusação.

47) Qual é a importância da coisa julgada como característica da Jurisdição?

Na ordem jurídica vigente no Brasil, a previsão do instituto da coisa

julgada encontra-se consagrada tanto em nível constitucional, por meio

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da menção constante do artigo 5°, XXXVI, quanto na legislação

ordinária, a exemplo das disposições constantes dos artigos 467 a 475,

do Código de Processo Civil.

A coisa julgada é instituto cuja função é estender ou projetar os efeitos

da sentença indefinidamente para o futuro. Com isso, pretende-se zelar

pela segurança das relações jurídicas, sendo uma exigência lógica para

a manutenção da paz e da ordem social e política, uma vez que

assegura a irreversibilidade das situações jurídicas cristalizadas. Esta

segurança das relações jurídicas gerada pela coisa julgada (material e

formal) traduz-se na impossibilidade de que haja outra decisão sobre a

mesma pretensão. Ora, uma vez dito o direito, que ele seja garantido e

mantido para as partes.

A garantia da coisa julgada encerra justamente a proteção ao valor da

segurança e clareza nas relações jurídicas, por meio da estabilidade

conferida às decisões judiciais. O objetivo é impedir que as lides sejam

estendidas ad eternum e, desse modo, garantir que em algum momento

tenham um ponto final através da atuação certa e eficaz do Estado-juiz.

48) Quando é possível e quais os sujeitos envolvidos no Incidente de

Deslocamento de Competência da Justiça Estadual para a Justiça Federal?

O incidente de deslocamento de competência, mais conhecido como a

federalização das graves violações aos direitos humanos, é a

possibilidade de transferência da competência da Justiça Estadual para

a Justiça Federal, nas hipóteses de graves violações aos direitos

humanos que afrontem obrigações assumidas pelo Brasil em tratados

internacionais. Este instrumento só pode ser suscitado pelo Procurador

Geral da República ao Superior Tribunal de Justiça – STJ.

49) Quem é o amicus curiae? O que difere o amicus curiae do perito e do

assistente simples?

O Amicus curiae (“amigo da Corte”, em latim) refere-se a um terceiro,

uma pessoa física ou jurídica, que intervém em processo alheio com a

finalidade de auxiliar o magistrado em seu julgamento. Já o Assistente

simples é um terceiro que intervém em processo alheio para auxiliar uma

das partes, autor ou réu, a conseguir uma sentença favorável. A

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diferença básica entre os dois é que o assistente, ao intervir, está

juridicamente interessado na sentença a ser proferida, uma vez que

mantém uma relação jurídica de direito material com a parte a quem

dará assistência e não deseja que sua situação jurídica seja prejudicada

por uma decisão contrária à referida parte.

Já em relação ao amigo da corte, não há nenhum interesse direto do

terceiro interventor. A intervenção tem como finalidade a prestação de

dados relevantes ao desenvolvimento e à solução da lide, auxiliando,

assim, o magistrado no esclarecimento dos fatos relevantes à lide. O

objetivo aqui, pois, não é favorecer uma das partes, mas dar suporte

fático e jurídico à questão sub judice, enfatizando os efeitos dessa

questão na economia, no meio ambiente, ou em quaisquer outras áreas

onde a discussão possa causar influências; o interesse deste está nos

impactos que tal decisão pode ter na comunidade.

No que se refere ao perito, sua principal diferença com o amigo da Corte

está no fato de que este intervê espontaneamente e aquele é convocado

pelo juízo a elaborar um laudo técnico em sua área de formação

específica.

50) Quem são e quais as funções exercidas pelos principais auxiliares do

juiz no processo, civil e penal?

O judiciário não se restringe à figura e à participação do juiz. Para o

válido e célere desenvolvimento dos atos processuais é necessário o

apoio de servidores e colaboradores diversos na atuação de

administração da justiça, visando ao cumprimento das decisões, as

comunicações e demais serviços judiciários. Figuram, principalmente,

como auxiliares do Juízo o escrivão, o auxiliar de justiça, o perito e o

intérprete. À saber, em seus detalhes:

O escrivão é o diretor de secretaria judicial e cabe a esse auxiliar

a função de organizar a vara e os ofícios judiciais. Compete-lhe praticar

atos de documentação, escrita, subscrita, movimentação processual e

comunicação com as partes, entre outros.

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O oficial de justiça é o auxiliar encarregado da comunicação entre o

Judiciário e os interessados, por meio de citações, intimações e

avaliação de bens.

O perito é o auxiliar do juízo com conhecimento técnico especializado.

Elabora um laudo judicial que contém informações técnicas acerca de

uma prova relacionada com a sua área de atuação. O perito auxilia o

juízo quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou

científico, nos termos do artigo. 145 do CPC.

O intérprete intervém com seu serviço no processo para analisar

documento de entendimento duvidoso, redigido em língua estrangeira,

além de ter a incumbência de traduzir a linguagem de sinais dos surdos-

mudos, que não puderem transmitir a sua vontade por escrito.

Ao tradutor cabe verter em português as declarações das partes e das

testemunhas que não conheçam o idioma nacional, conforme preceitua

os incisos I, II e III do artigo 151 do CPC.

Podem ser arrolados outros auxiliares, tanto eventuais como

permanentes, tais como contador, distribuidor, partidor, técnico judiciário,

analista judiciário, estagiário judicial, carteiro etc.