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Terapia Nutricional durante o tratamento Hematológico Após o diagnóstico da doença hematológica e início da quimioterapia, a alimentação é um dos pilares importantes e deve ser acompanhada durante todo o tratamento. Uma alimentação equilibrada fornece calorias e nutrientes adequados para manutenção do estado nutricional, contribuindo para o tratamento do paciente. Hoje em dia a demanda de informações sobre alimentação e câncer é imensa e muitas vezes nem tudo o que é citado apresenta fundamentos científicos comprovados e podem ser aplicados na terapia nutricional do paciente oncológico. A preocupação sobre o que se deve evitar ou consumir para auxiliar no tratamento é benéfica, porém deve ser avaliada com cautela devido as inúmeras doenças e divergências entre as diversas faixas etárias (idoso, crianças, adolescente, lactente, adulto). Saber respeitar as características de cada paciente é essencial para o sucesso da terapia nutricional. Para início de qualquer acompanhamento nutricional deve-se ter em mente quais os princípios de uma alimentação saudável ou adequada. Acreditamos que para o paciente hematológico em tratamento essa premissa também é verdadeira. Além da alimentação saudável, sabemos que manter a massa muscular é muito importante para melhor prognóstico da doença e resposta ao tratamento. Comunicar o médico sobre perda de peso, que geralmente ocorre a custa de perda de músculo, é importante para uma intervenção precoce. A ingestão de calórico-proteica adequada e a prática de atividade física regular são fundamentais. Tratamento e a alimentação equilibrada A ingestão de nutrientes, propiciada pela alimentação equilibrada, é essencial para saúde. Para auxiliar a compreensão do que é uma alimentação equilibrada, o Ministério da Saúde reformulou o Guia Alimentar da População Brasileira, divulgando os “Dez Passos para alimentação Saudável e adequada”: Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação. Utilizar óleos, Gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos. Uma dieta rica em açúcar e doces fornece muitas calorias, que nem sempre são necessárias ao paciente. Dica: Substituir o sal por ervas e especiarias para realçar o sabor e estimular o paladar. Limitar o consumo de alimentos processados. Evitar o consumo de alimentos ultra processados. Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia: a companhia no momento, estimula o consumo e no caso das crianças a curiosidade nos alimentos. Vale lembrar que às vezes alguns sintomas vão dificultar essa atividade, o melhor a fazer é não forçar e aguardar a melhora dos sintomas, seguindo as dicas a seguir.

Terapia Nutricional durante o tratamento Hematológico Compartilhados/Terapia... · escolar (7 a 12 anos). ... temperatura ambiente, os microorganismos iniciam sua proliferação

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Terapia Nutricional durante o tratamento Hematológico

Após o diagnóstico da doença hematológica e início da quimioterapia, a alimentação é um dos pilares importantes e deve ser acompanhada durante todo o tratamento. Uma alimentação equilibrada fornece calorias e nutrientes adequados para manutenção do estado nutricional, contribuindo para o tratamento do paciente.

Hoje em dia a demanda de informações sobre alimentação e câncer é imensa e muitas vezes nem tudo o que é citado apresenta fundamentos científicos comprovados e podem ser aplicados na terapia nutricional do paciente oncológico.

A preocupação sobre o que se deve evitar ou consumir para auxiliar no tratamento é benéfica, porém deve ser avaliada com cautela devido as inúmeras doenças e divergências entre as diversas faixas etárias (idoso, crianças, adolescente, lactente, adulto).

Saber respeitar as características de cada paciente é essencial para o sucesso da terapia nutricional.

Para início de qualquer acompanhamento nutricional deve-se ter em mente quais os princípios de uma alimentação saudável ou adequada. Acreditamos que para o paciente hematológico em tratamento essa premissa também é verdadeira.

Além da alimentação saudável, sabemos que manter a massa muscular é muito importante para melhor prognóstico da doença e resposta ao tratamento. Comunicar o médico sobre perda de peso, que geralmente ocorre a custa de perda de músculo, é importante para uma intervenção precoce. A ingestão de calórico-proteica adequada e a prática de atividade física regular são fundamentais.

Tratamento e a alimentação equilibrada

A ingestão de nutrientes, propiciada pela alimentação equilibrada, é essencial para saúde.

Para auxiliar a compreensão do que é uma alimentação equilibrada, o Ministério da Saúde reformulou o Guia Alimentar da População Brasileira, divulgando os “Dez Passos para alimentação Saudável e adequada”:

Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação.

Utilizar óleos, Gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos. Uma dieta rica em açúcar e doces fornece muitas calorias, que nem sempre são necessárias ao paciente.

Dica: Substituir o sal por ervas e especiarias para realçar o sabor e estimular o paladar.

Limitar o consumo de alimentos processados.

Evitar o consumo de alimentos ultra processados.

Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia: a companhia no momento, estimula o consumo e no caso das crianças a curiosidade nos alimentos. Vale lembrar que às vezes alguns sintomas vão dificultar essa atividade, o melhor a fazer é não forçar e aguardar a melhora dos sintomas, seguindo as dicas a seguir.

Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados.

Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias.

lane ar o uso do tempo para dar alimentação o espaço que ela mere e

Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora.

Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.

Pode parecer difícil à primeira vista, mas com definição dos tipos de alimentos citados acima, podemos perceber que a chave principal para uma alimentação equilibrada é o equilíbrio.

Alimentos in natura: essencialmente partes de plantas ou de animais. Ex: carnes, verduras, legumes e frutas.

Alimentos minimamente processados: quando submetidos a processos que não envolvam agregação de substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e pasteurização. Ex: arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas secas e sucos de frutas sem adição de açúcar ou outras substâncias; castanhas e nozes sem sal ou açúcar; farinhas de mandioca, de milho de tapioca ou de trigo e massas frescas.

Alimentos processados: são fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar a alimentos para torná-los duráveis e mais palatáveis e atraentes. Ex: conservas em salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e defumadas; sardinha e atum de latinha, queijos e pães.

Alimentos ultraprocessados: são formulações industriais, em geral, com pouco ou nenhum alimento inteiro. Contém aditivos. Ex: salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, “barras energéticas”, sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, “chips”, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets.

No link abaixo você encontra as orientações detalhadas do Novo Guia Alimentar para a população Brasileira.

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/15411-ministerio-da-saude-lanca-guia-alimentar-para-a-populacao-brasileira

Além das dicas de alimentação do Guia, devemos estar cientes da quantidade a ser consumida de cada alimento.

Todos os grupos alimentares devem ser consumidos, lembrando que a restrição de alimentos de forma desnecessária pode afetar o crescimento e desenvolvimento dos pacientes, principalmente crianças e adolescentes.

Como neste grupo encontramos diversas faixas etárias, a quantidade de alimentos que deve ser consumida varia e deve ser acompanhada para que permaneça dentro do recomendado.

Bebês até 1 ano de vida

Nesta faixa etária a indicação é o aleitamento materno exclusivo, porém em alguns casos a substituição por alguma fórmula infantil adequada para o período pode ser considerada quando recomendada pelo pediatra. Caso isto ocorra a introdução dos novos alimentos deve iniciar aos 4 meses.

Esquema alimentar no primeiro ano de vida em Aleitamento Materno

6 a 7 meses

7 a 8 meses

8 a 10 meses

12 meses

Manhã Leite materno

Leite materno

Leite materno

Leite materno ou fórmula indicada para idade Pão ou biscoito

Intervalo Suco de fruta

Suco de fruta

Suco de fruta

Suco de fruta

Almoço Leite materno

Papa salgada

Papa salgada

Papa ou refeição da família

Lanche Papa de fruta Leite materno

Papa de fruta Leite materno

Papa de fruta Leite materno

Papa de fruta Leite materno ou fórmula indicada para idade Pão ou biscoito

Jantar Leite materno

Leite materno

Papa salgada

Papa ou refeição da família

Noite Leite materno

Leite materno

Leite materno

Leite materno ou fórmula indicada para idade

Esquema alimentar no primeiro ano de vida em Aleitamento Artificial

4 a 5 meses 5 a 6 meses 6 a 10 meses 12 meses

Manhã Fórmula infantil modificada

Fórmula infantil modificada

Fórmula infantil modificada

Leite de vaca Pão ou biscoito

Intervalo Suco de fruta Suco de fruta Suco de fruta Suco de fruta

Almoço Fórmula infantil modificada

Papa salgada Papa salgada Papa ou refeição da família

Lanche Papa de fruta Fórmula infantil modificada

Papa de fruta Fórmula infantil modificada

Papa de fruta Fórmula infantil modificada

Papa de fruta Leite de vaca Pão ou biscoito

Jantar Fórmula infantil modificada

Fórmula infantil modificada

Papa salgada Papa ou refeição da família

Noite Fórmula infantil modificada

Fórmula infantil modificada

Fórmula infantil modificada

Leite de vaca

Crianças

Nesta etapa da vida as crianças iniciam com a descoberta da alimentação: conhecendo novos sabores e texturas. É o momento de estabilização do hábito alimentar. Muitas vezes esse processo pode ser influenciado pelo tratamento, dificultando o contato com novos alimentos. Deve-se respeitar a seletividade, mas não

deixar de oferecer os alimentos. A necessidade diária de cada grupo alimentar ocorre de acordo com a faixa etária que a criança se encontra: pré-escolar (1 a 6 anos) ou escolar (7 a 12 anos).

Adolescentes (maiores de 12 anos)

Neste momento a autonomia na escolha da alimentação faz com que o paciente mantenha a decisão sobre o que quer ou não consumir. Deve-se conversar e explicar a importância da alimentação e de cada alimento no organismo.

Adulto e Idosos

Possui total autonomia sob a aquisição, escolha e preparo da alimentação. Muitas vezes se tornam dependentes no preparo da alimentação devido efeitos colaterais do tratamento, porém escolhem o momento de se alimentar e do que se alimentar.

Porções diárias de alimentos por faixa etária

Grupo Alimentar Porção p/ Pré-escolar e Escolar

Porção p/ Adolescentes, Adultos e Idosos

Cereais, pães, tubérculos, raízes e massas (de preferência integrais)

-

Verduras e legumes 4 a 5

Frutas 4 a 5

Leites e derivados

Carnes ou Ovos 1 a 2

Leguminosas (feijões, lentilha, grão de bico,

ervilha)

Óleos e Gorduras 1 a 2

Açúcar e Doces 1 a 2

Além das porções para cada grupo alimentar podemos usar como “ilustração” na montagem dos pratos das principais refeições a figura abaixo. No qual cada ¼ do prato é preenchido da seguinte maneira: grãos integrais (grupos dos cereais), Proteínas Saudáveis (leguminosas e carnes), Vegetais (legumes e verduras, crus ou cozidos) e Frutas.

Cuidados com a seleção e preparo dos alimentos

Um dos principais cuidados nutricionais durante o tratamento é a segurança alimentar, na qual podemos nos precaver com atitudes que evitem contaminações alimentares na aquisição do alimento, preparo e armazenamento.

Atentar aos cuidados de higiene durante a manipulação dos alimentos, alguns micro-organismos podem causar sérios danos à saúde, principalmente em pacientes em tratamento;

Observe a procedência e qualidade dos alimentos;

Não adquira produtos sem identificação do fabricante e sem rotulo, prefira marcas confiáveis;

Observe validade dos alimentos;

Verifique condições de embalagem dos alimentos;

Não adquira produtos com sinais de descongelamento.

As frutas e os vegetais (verduras, legumes) deverão ser lavados em água corrente um a um retirando as partes estragadas e o resíduo orgânico;

Realize a desinfecção colocando os vegetais em imersão em água clorada (cloro orgânico ou hipoclorito de sódio) com concentração entre 100 a 200 ppm. Seguem alguns produtos recomendados para utilizar em alimentos, entretanto deverá seguir a especificação nas embalagens, quanto à quantidade de hipoclorito a ser utilizada e o tempo de imersão: Mikro Chlor, Hidrosteril Plus, Divosan K-6, Sumaveg, Aquatabs, Virex, Milton, Hipoclor, Qualix Saniverd;

Enxague com água potável e deixar escorrer os resíduos;

Cozinhe bem os alimentos;

Consuma imediatamente os alimentos cozidos, pois quando esfriam a temperatura ambiente, os microorganismos iniciam sua proliferação. Não deixe alimentos prontos para ser servido aguardando sobre a mesa ou fogão;

Armazene cuidadosamente os alimentos cozidos em recipientes próprios e refrigerados. (Abaixo de 10º C). Os alimentos servidos frios devem aguardar na geladeira;

Reaqueça bem os alimentos cozidos, essa medida visa eliminar possíveis microorganismos que tenham se proliferado durante o

Peixes

Frutas e verduras

Ovos Carne

bovina e suína

Leite e derivados Maior atenção na

manipulação destes alimentos!!!

armazenamento. O bom reaquecimento implica que todas as partes do alimento atinjam a temperatura entre 70-74º C;

Higienize as mãos constantemente;

Certifique-se de que todos os utensílios e a superfície de preparo dos alimentos estejam sempre bem higienizados;

Não utilizar utensílios de madeira;

Antes de iniciar o preparo ou manipulação dos alimentos pulverize a superfície de contato com álcool a 70% ou solução clorada a 200 ppm (utilizando preferencialmente os produtos acima recomendados, de acordo com a especificação nas embalagens, quanto à quantidade de hipoclorito a ser utilizada e o tempo de imersão). Deixe secar naturalmente;

Evite contato entre alimentos crus e cozidos;

Disponha os alimentos na geladeira à modo de permitir circulação de ar entre os alimentos;

Mantenha os alimentos cobertos (fora do alcance de insetos).

Água para consumo e preparo dos alimentos:

Água filtrada: procedente de purificador a manutenção deve ser realizada a cada seis meses ou seguir a recomendação do fabricante e para filtro doméstico (artesanal) as velas devem ser trocadas a cada 6 meses e a higiene do filtro semanal.

Água mineral: utilizar somente marcas de boa procedência e garrafas de no máximo 1,5 litros, não utilizar a água mineral envasada em galão (10 ou 20 litros).

Sintomas inerentes ao tratamento e a Nutrição

Durante o tratamento os efeitos colaterais como falta de apetite, náuseas e mucosite atrapalham a ingestão alimentar e devem ser monitorados para evitar que interferirão no estado nutricional.

Alguns sintomas atrapalham muito o consumo alimentar, podendo ocasionar perda de peso, assim alguns dicas nutricionais podem auxiliar para amenizá-los. Em muitos momentos uma perda de peso de 200 gramas, por exemplo, em um paciente menor de 1 ano de idade pode alterar o estado nutricional e fazer necessária intervenção nutricional.

PERDA DE APETITE / ALTERAÇÃO DO PALADAR

Estes sintomas são comuns durante o tratamento. Diante da falta de apetite, é importante que você inove o cardápio. A intolerância por determinados alimentos, até mesmo os mais favoritos, é uma das manifestações da falta de apetite (anorexia), podendo levar à perda de peso.

Dicas para melhorar o apetite

Procurar alimentar-se com alimentos de sua preferência;

Fracionar as refeições em 4 a 6 vezes ao dia, comer pequenas porções (2/2 horas ou 3/3 horas);

Beber líquidos com frequência. Evitar a ingestão de líquidos durante as refeições;

Preparar pratos coloridos e variados e incluir novos alimentos em seu cardápio;

Utilizar ervas e especiarias nas preparações;

Estimular o apetite com pequenas caminhadas antes das principais refeições;

Criar sempre um ambiente agradável para se alimentar. Mesas bem arrumadas, conversas agradáveis e um bom fundo musical podem ser úteis;

Se possível, deixe que outra pessoa prepare a refeição e evite ficar na cozinha neste momento;

Consumir alimentos que sejam boas fontes proteicas (carnes, ovos, peixe, frango, leite e derivados) e calóricas (pães integrais, arroz integral, mel, margarina, azeite de oliva);

Se necessário, a suplementação alimentar via oral pode ser realizada com produtos específicos conforme orientação de um nutricionista.

NÁUSEAS / VÔMITOS

Se você apresentar esses sintomas, evite líquidos durante as refeições e prefira consumi-los uma hora antes ou após a alimentação.

Dicas para melhorar a náusea e minimizar vômitos:

Procurar alimentar-se com alimentos de fácil digestão: torradas, biscoito de polvilho, chás, caldos, sopas, purês, bolachas cream craker, bolacha de água, entre outros;

Substituir os alimentos que lhe causam desconforto;

Evitar ficar próximo da área onde são preparados os alimentos porque o odor da preparação pode acentuar o seu sintoma;

Se estiver em repouso, realizar as refeições em decúbito elevado (sentado ou cabeceira da cama elevada), mastigando bem os alimentos;

Evitar alimentos gordurosos e frituras em geral;

Preferir alimentos gelados e/ou em temperatura ambiente (picolés, sorvetes, milk shakes, vitaminas, sucos);

Evitar líquidos quentes quando estiver com náusea;

Atenção à hidratação, ingerir líquidos;

Manter adequada higiene oral.

MUCOSITE / ESTOMATITE / ODINOFAGIA (DOR AO ENGOLIR)

Com o tratamento, pode ocorrer inflamação da mucosa que reveste a boca, esôfago e intestino, surgindo, assim, a mucosite, a estomatite e a odinofagia (dor ao engolir).

Siga as dicas abaixo:

- Estar atento aos sinais: ardor, sensibilidade a certos alimentos e líquidos;

- Evitar os alimentos picantes, crocantes, duros, cortantes ou que possam machucar a mucosa (pipoca, salgadinhos de pacote, amendoim torrado, etc). Preferir alimentos macios e se houver necessidade de alteração na consistência, utilizar alimentos pastosos ou líquidos;

- Evitar alimentos ácidos ou confirme sua tolerância: abacaxi, maracujá, kiwi, morango, laranja pêra, tangerina, limão, tomate, vinagre, catchup, mostarda, pimenta, picles;

- Não consumir alimentos, preparações e líquidos muito quentes. Preferir alimentos e preparações em temperatura ambiente;

- Evitar bebidas alcoólicas e gasosas;

- Fracionar a dieta de 2 em 2 horas, aproximadamente.

DIARRÉIA

Em caso de diarréia, evitar :

Leites e derivados (queijos, iogurtes, requeijão), achocolatados;

Frutas e sucos de frutas laxativas: mamão, melancia, laranja, mexerica, ameixa, uva, acerola, kiwi, abacaxi, morango, framboesa, etc;

Alimentos que contenham grãos ou farinhas integrais (cereais integrais, farinha de trigo integral, centeio, pães integrais e bolachas integrais);

Alimentos gordurosos: carnes gordas, bacon, manteiga, maionese, chantilly, molhos gordurosos, preparações fritas, bolachas/ pães recheadas. Utilizar óleo e azeite em pouca quantidade;

Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico;

Oleaginosas: castanhas, nozes, amêndoas, amendoim, etc;

Verduras: brócolis, couve-flor, couve, espinafre, repolho, mostarda, chicória, etc;

Sopas industrializadas;

Temperos como cheiro-verde, coentro, tomate e industrializados;

Açúcar e doces em geral (goiabada, marmelada, pudins, chocolates, etc).

Preferir:

Pão francês, pão de fôrma, bolacha cream cracker, bolacha de água, bolacha de maisena, torrada, etc.

Frutas: banana, maçã sem casca, pêra sem casca, goiaba (cozidas ou assadas);

Sucos de frutas (limão, maçã, pêra e goiaba), chás, água de coco, leite de soja, leite pobre em lactose, leite de arroz;

Legumes cozidos (chuchu, cenoura, abobrinha, berinjela sem semente e sem casca, mandioquinha, batata, cará, inhame);

Arroz, macarrão sem molhos gordurosos, sopas preparadas com alimentos permitidos;

Alimentos grelhados, cozidos e assados

Temperos: sal, pouco óleo, cebola e alho em pequena quantidade;

Doces: gelatina, compotas de frutas (permitidas), sagu.

OBSTIPAÇÃO INTESTINAL

As fibras, que são importantes para o funcionamento intestinal, devem estar presentes nas refeições auxiliando a formação do bolo fecal, acelerando os movimentos peristálticos. A ingestão adequada de líquidos é importante para sua hidratação, auxiliando na eliminação das fezes.

Alimentos com alto teor de fibras:

Frutas frescas: laranja, mexerica, mamão, ameixa, figo, manga, kiwi, uva.

Frutas secas: uva-passa, damasco, ameixa.

Produtos integrais: arroz integral, macarrão integral, biscoitos integrais, farelo de trigo, farelo de aveia, farinha de linhaça, quinoa em flocos.

Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, soja.

Hortaliças: verduras preferencialmente cruas como alface, rúcula, agrião, espinafre, couve, escarola e outras; tomate, berinjela, beterraba, pepino e outros;

Dicas:

Incluir em cada refeição pelo menos um alimento fonte de fibra;

Beber líquidos adequadamente, nos intervalos das refeições, para auxiliar no funcionamento intestinal;

Quando liberadas, consumir as verduras e frutas cruas com freqüência;

Evitar alimentos açucarados ou doces concentrados (goiabada, marmelada, etc).

Recomendações Nutricionais pós Transplante de Medula Óssea

Todo paciente que passa pelo tratamento de Transplante de Medula Óssea (TMO) está mais suscetível às infecções. Para ajudá-lo, criamos esta tabela de alimentos que devem ser evitados.

ALIMENTO RECOMENDADO DEVE SER EVITADO

Cereais, pães e similares

Arroz, aveia, linhaça, quinoa, farinhas, maisena, trigo, tapioca, polvilho, pães, bolachas, bolo simples, torradas.

Glacês e recheios (creme com ovos).

Carnes Aves, carne vermelha, peixe. Carne de qualquer espécie crua ou mal passada e que não possua registro no Ministério da Saúde e frutos do mar.

Ovos Frito, omelete, cozido, mexido. Crus, mal passados, gemas moles ou de qualidade desconhecida.

Leite/derivados Leite, iogurte e queijos pasteurizados, manteiga, margarina.

Qualquer item deste grupo que não seja pasteurizado: ricota, queijo fresco e curado. Leite fermentado e iogurte com lactobacilos vivos.

Verduras/legumes Refogados ou cozidos, desde que higienizados corretamente.

Brócolis e couve flor, devido sua difícil higienização.

Frutas Crua desde que higienizados corretamente e sem casca, todas cozidas, compotas ou purês.

Uva, morango, caqui, jabuticaba, amora, abacaxi e demais frutas cuja casca não possa ser removida.

Bebidas Sucos naturais de frutas permitidas, sucos concentrados, sucos e água de coco industrializada.

Sucos de polpas de frutas sem registro no Ministério da Saúde, sucos naturais de frutas não permitidas e agua de coco natural.

Sobremesas Flans, gelatina natural, pudins, compotas, sorvetes e sagu

Doces de confeitaria.

Oleaginosas Todas, após processo de cocção Nozes, castanhas e avelãs cruas.

Frutas secas Todas, após processo de cocção Todas cruas

Leguminosas Feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, soja

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Ervas e especiarias Todas, após processo de cocção Secas ou frescas cruas