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TERAPIA OCUPACIONAL: CONHECIMENTO EM EVOLUÇÃO Autora: lê Benetton, terapeuta ocupacional, mestra em Psicologia Social, doutora em Saúde Men- tal, diretora do C.E.T.O. - ProF-d" Universidade Federal de São Paulo - EPM Endereço: R.Caiuby, 1.171 - 05010-000 - São Paulo - Brasil Resumo: O artigo trata da localização da profissão Terapia Ocupacional e seu espaço dentro do campo científico. A autora parte da constatada tecnicidade existente na Terapia Ocupacional para propor o desenvolvimento de um saber através dos procedimentos das ciências humanas. Em outras palavras, parte da clínica em terapia ocupacional, ou seja, do empírico, em busca de enunciados teóricos passíveis de serem avaliados e generalizados. Summary: The article shows the localization of the profession of Occupational Therapy and its space in the scientific field. The author starts her work of the evident tecnicity there is in the Occupactional Therapy and suggests the development of a kind of knowledge through the human science procedures. In other words, she started from occupational therapy clinic, the empiric, looking for theoric statements that can be available and generalized. Palavras-chaves: Terapia Ocupacional- Ciência, teoria, método e técnica. TERAPIA OCUPACIONAL: CONHECIMENTO EM EVOLUÇÃO Jô Benetton Este artigo é baseado na argumenta- ção utilizada durante a defesa da tese de doutorado A Terapia Ocupacional como Instrumento nas Ações de Saúde Mental (1994). Aqui, os argumentos dão os primeiros passos no caminho da construção de uma proposta de estudo da Terapia Ocupacional em direção ao campo das ciências empíricas. A tese caracteriza-se, fundamental- mente, pela tentativa de fazer com que a Terapia Ocupacional seja colocada como objeto de estudo através de instrumentos existentes ou criados no seu próprio cam- po, e também pelo seu próprio caráter de intervenção. Como objeto de estudo e assim apre- sentada na área de Saúde, a Terapia Ocupacional é definida e defendida, na tese, através da importância que a ati- vidade clínica tem para atingir seus fins de ensino, de pesquisa e os propriamen- te clínicos. Através de tratamento cuidadoso, longitudinal tanto de casos clínicos como de levantamento bibliográfico, a tese levanta argumentos e alimenta o debate entre a teoria e a prática clínica no campo daTerapiaOcupacional.Trata de promover o cruzamento das quali- dades clínicas, empiricamente observa- das ao longo de 25 anos de exercício profissional, com as estruturas teóricas referendadas na própria literatura da Te- rapia Ocupacional. Esta forma de proceder foi o alvo maior das críticas da banca examina- dora, constituída na sua totalidade por psiquiatras. Por não termos no Brasil uma pós-graduação em Terapia Ocupacional estrito-senso, os profissi- onais e os programas de pós-graduação que nos aceitam para formação têm, no geral, demonstrado dificuldades para compreender (e mais ainda de aceitar) nossa problemática na formulação de enunciados. É consenso na profissão que, por um lado, a clínica é forte, com resultados demonstráveis. Por outro lado, obser- va-se a fragilidade da base teórica p~ o estabelecimento de leis que orieme!r. o entendimento e o conhecimemc des- Página 5 '. sa produção clínica. A nossa literatura mostra como ten- dência temática algumas características que permitem a detecção de agrupamen- tos e de problemas setorizados na trans- missão do saber teórico, clínico e na construção de desenhos para pesquisas. Nos estudos clínicos tanto de atendi- mentos individuais quanto de grupos encontra-se com bastante frequência maneiras de apresentar, mais do que o estudo de técnicas, a Terapia Ocupaci- onal na sua inserção em instituições. Provavelmente o longo e difícil ca- minho para conseguirmos um simples enunciado teórico da Terapia Ocupacional tem nos levado a realizar várias tentativas de associações teóri- cas. Essas associações tê~ OCG~dc muito no sentido de empré<;t..~c" de ele- mentos teóricos. de :I'ét~~, e de técni- cas, de difere'ltes áreas \k- ~ ~!".::ias. para explicar. _u-..;:~...!" e ~ _~~ :~~GS e situações ~ T~ _:' ~ 2_ ~~ "-- z.c e ~ -. ...~ -;: _ _-"' "_ ...~3-

TERAPIA OCUPACIONAL: CONHECIMENTO EM EVOLUÇÃO · TERAPIA OCUPACIONAL: CONHECIMENTO EM EVOLUÇÃO Autora: lê Benetton, terapeuta ocupacional, mestra em Psicologia Social, doutora

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TERAPIA OCUPACIONAL: CONHECIMENTO EM EVOLUÇÃO

Autora: lê Benetton, terapeuta ocupacional, mestra em Psicologia Social, doutora em Saúde Men-tal, diretora do C.E.T.O. - ProF-d" Universidade Federal de São Paulo - EPMEndereço: R.Caiuby, 1.171 - 05010-000 - São Paulo - BrasilResumo: O artigo trata da localização da profissão Terapia Ocupacional e seu espaço dentro docampo científico. A autora parte da constatada tecnicidade existente na Terapia Ocupacional parapropor o desenvolvimento de um saber através dos procedimentos das ciências humanas. Em outraspalavras, parte da clínica em terapia ocupacional, ou seja, do empírico, em busca de enunciadosteóricos passíveis de serem avaliados e generalizados.Summary: The article shows the localization of the profession of Occupational Therapy and itsspace in the scientific field. The author starts her work of the evident tecnicity there is in theOccupactional Therapy and suggests the development of a kind of knowledge through the humanscience procedures. In other words, she started from occupational therapy clinic, the empiric,looking for theoric statements that can be available and generalized.Palavras-chaves: Terapia Ocupacional- Ciência, teoria, método e técnica.

TERAPIAOCUPACIONAL:CONHECIMENTO

EM EVOLUÇÃO

Jô Benetton

Este artigo é baseado na argumenta-ção utilizada durante a defesa da tesede doutorado A Terapia Ocupacionalcomo Instrumento nas Ações de SaúdeMental (1994). Aqui, os argumentos dãoos primeiros passos no caminho daconstrução de uma proposta de estudoda Terapia Ocupacional em direção aocampo das ciências empíricas.

A tese caracteriza-se, fundamental-

mente, pela tentativa de fazer com que aTerapia Ocupacional seja colocada comoobjeto de estudo através de instrumentosexistentes ou criados no seu próprio cam-po, e também pelo seu próprio caráter deintervenção.

Como objeto de estudo e assim apre-sentada na área de Saúde, a Terapia

Ocupacional é definida e defendida, natese, através da importância que a ati-vidade clínica tem para atingir seus finsde ensino, de pesquisa e os propriamen-te clínicos.

Através de tratamento cuidadoso,longitudinal tanto de casos clínicoscomo de levantamento bibliográfico, atese levanta argumentos e alimenta odebate entre a teoria e a prática clínicano campo daTerapiaOcupacional.Tratade promover o cruzamento das quali-dades clínicas, empiricamente observa-das ao longo de 25 anos de exercícioprofissional, com as estruturas teóricasreferendadas na própria literaturadaTe-rapia Ocupacional.

Esta forma de proceder foi o alvomaior das críticas da banca examina-dora, constituída na sua totalidade porpsiquiatras. Por não termos no Brasiluma pós-graduação em TerapiaOcupacional estrito-senso, os profissi-onais e os programas de pós-graduaçãoque nos aceitam para formação têm, nogeral, demonstrado dificuldades paracompreender (e mais ainda de aceitar)nossa problemática na formulação deenunciados.

É consenso na profissão que, por umlado, a clínica é forte, com resultadosdemonstráveis. Por outro lado, obser-

va-se a fragilidade da base teórica p~o estabelecimento de leis que orieme!r.o entendimento e o conhecimemc des-

Página 5 '.

sa produção clínica.

A nossa literatura mostra como ten-

dência temática algumas característicasque permitem a detecção de agrupamen-tos e de problemas setorizados na trans-missão do saber teórico, clínico e na

construção de desenhos para pesquisas.Nos estudos clínicos tanto de atendi-

mentos individuais quanto de gruposencontra-se com bastante frequênciamaneiras de apresentar, mais do que oestudo de técnicas, a Terapia Ocupaci-onal na sua inserção em instituições.

Provavelmente o longo e difícil ca-minho para conseguirmos um simplesenunciado teórico da TerapiaOcupacional tem nos levado a realizarvárias tentativas de associações teóri-cas. Essas associações tê~ OCG~dcmuito no sentido de empré<;t..~c"de ele-mentos teóricos. de :I'ét~~, e de técni-

cas, de difere'ltes áreas \k- ~ ~!".::ias.para explicar. _u-..;:~...!" e ~ _~~ :~~GS

e situações ~ T~ _:' ~ 2_ ~~ "--

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próprio da Terapia Ocupacional. Estu-dos recentes são até felizes em mapearou esclarecer questões correlatas liga-das a nossa problemática, mas nuncaderam respostas eficientes a problemaspróprios da Terapia Ocupacional e dasua transmissão.

Para buscarmos um objeto próprio,é preciso pelo menos um cortemetodológico, no sentido da invençãode categorias de análise, naquilo que aTerapia Ocupacional tem por excelên-cia: a composição e a organização ins-trumental de sua clínica. Produções re-flexivas do conhecimento após o pri-meiro nível (know how) e o segundonível (know about) visam atingir o ter-ceiro nível: ao saber fazer, ao ter co-nhecimento de alguma coisa acerca de,é preciso também buscar espaços paramodificar e ampliar ao máximo o "sa-ber fazer acerca de".

Talvez seja realmente esta a formade saber mais importante a ser desen-volvida naTerapiaOcupacionalde hoje.Vejamos como uma desvalorizada ati-vidade manual, o crochê, pode ser mo-dificadaatravésdesse mecanismoe des-se raciocínio:

- Sei fazer crochê, sei acerca dopotencial do crochê nas suas várias for-mas de aplicação social. Na terapiaocupacional reúnem-se esses dois sabe-res para compor um terceiro, que situesua aplicabilidade no contexto X ou Yterapêutico.

Como o crochê, esse, três níveis deconhecimento, ao serem trançados, for-mam uma malha comparável à teia di-nâmica aportada pela filosofiabootstrap, de Capra (1982): "A filoso-fia bootstrap não só abandona a idéiade constituintes fundamentais da maté-

ria como também não aceita quaisquerespécies de entidades fundamentais -nenhuma constante, lei ou equação fun-damental. O universo é visto como umateia dinâmica de eventos

interrelacionarlos.Nenhuma das propri-edades de qualquer parte dessa teia éfundamental; todas elas decorrem das

propriedades das outras partes do todo,e a coerência total de suas interrelaçõesdetermina a estrutura da teia."

Nossa teia dinâmica começa a serconstruída, num contexto X ou Y daclínica de terapia ocupacional, quandoalguém começa a fazer uma atividade.Essa experiência, quando multiplicada,pode dar ao observadora preciosaopor-tunidade de ligar fatos. No ofício de co-nhecedor-diagnosticador, CarloGinzburg (1990) reprime a prática comregras pré-estabelecidase propõe ojogocom elementos imponderáveis: faro,golpe de vista, intuição. Em outra for- .ma de ousadia, talvez mais ordenada,Gilles-Gaston Granger (1994) afirma:"O conhecimentocientíficodaquilo quedepende da experiência consiste sem-pre em construir esquemas ou modelosabstratos dessa experiência e em explo-rar, por meio da lógica e da matemáti-ca, as relações entre os elementos abs-tratos desses modelos para finalmentededuzir daí propriedades quecorrespondam, com precisão suficien-te, às propriedades empíricas direta-mente obser-váveis."

Os objetos das ciências empíricas,portanto, são rigorosamente abstra-ções, mas abstrações susceptíveis deserem veiculadas segundo procedimen-tos regulados por constatações de nos-sos sentimentos. Se um dia a TerapiaOcupacional for uma ciência, na certaela será uma ciência empírica. Podemosafirmar com segurança que hoje em diaessa aproximação ainda é um abuso ci-entífico. Em Terapia Ocupacional comoInstrumento nas Ações de Saúde Men-tal, entretanto, há abstrações susceptí-veis de serem vinculadas segundo pro-cedimentos regulados por constataçõesde sentimentos. Elas estão enunciadasde forma a construir conhecimento, ou

seja, um conhecimento que formula osenunciados sobre a técnica terapiaocupacional. O estudo da técnica tera-pia ocupacional, isto é, da intervençãoclínica, deve ser instrumentalizado deforma metódica e, em consequência,como uma possibilidade de viabilizarconstruções teóricas.

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É preciso localizar, agora, de que ~-nica está-se tratando. Há um caráter cc-

ginal e relativamente autônomo na his:.::-ria das técnicas. Ao longo da história, ~empiricidade não era penetrada pelo sa-ber científico. No sentido comum eran:.conhecimentos derivados diretamente de

experiências práticas e não tirados de ex-plicações teóricas. Além disso, até pou-cos séculos atrás o saber técnico sempreteve como forma de transmissão a via

oral. No passado recente, escritosesotéricos e outras formas impressas re-ceitavam e descreviam os procedimentosutilizados. Até hoje, as técnicas são trans-mitidas principalmente através destes pnrcedimentos.

No Renascimento, corpos especí-ficos de conhecimentos técnicos ga-nharam relativa independência d"campo de conhecimentos científico,a partir da formação das primeirasclasses de engenheiros que, respon-sáveis pela concepção, execução edireção de obras públicas, construí-ram fortificações e aperfeiçorararr.máquinas de guerra.

Após Taylor,constatou-se que haÚ""uma hierarquia técnica entre .1tecnicidade de segundo grau (o execu-tor) e a da técnica que "oculta" o co-nhecimento científico. Esse nível mais

alto da hierarquia tende a unir o cien-tista e o engenheiro. Em Terapi..:.Ocupacional como Instrumento nasAções de Saúde Mental a profissão édefinida como tendo um caráter de mé-

todo no sentidoamplo desse termo, queaplica de forma metódica técnicas es-pecíficas denominadas também de te-rapia ocupacional.

A definição operacional da TerapiaOcupacional é de uma engenharia que"oculta" a descrição e a análise das re-lações entre a experiência mais imedia-ta e as abstrações teóricas, procurandoorganizá-Ias de tal forma a provocar apesquisa do sentido e do alcance dosprocedimentos, e obviamente da vali-dação desse conhecimento.

o relato e a análise dos procedimen-

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tos, na tese, fazem surgir enunciadosque podem buscar validação naquelesexistentes nas ciências empíricas. Paraapresentar esses enunciados usamos deum exemplo comparativo entre textosde um autor reconhecido e outro da pró-pria tese.

Enunciado: "Sabemos que, para umacriança com menos de sete anos (em mé-dia), o deslocamento de um bastão, rela-tivamente a outro, modifica o seu com-

primento, e que um todo indivisível nãoé equivalente à soma das partes que nelepodemos introduzir." Piaget (1990).

Enunciado: "Alguns experimentosna clínica, entretanto, permite-meconcluir que a terapia ocupacional di-nâmica pode ser eficaz em algumasoutras áreas clínicas ou sociais. Paci-

entes com comprometimento em áre-as físicas, por exemplo, são global-mente e melhor assistidos em terapiaocupacional quando se inclui tambéma compreensão dinâmica para seuscasos. A dinâmica a que me refiro étanto do uso das atividades como o

da compreensão dos fenômenos psí-quicos. Um exercício físico, porexemplo, será valorizado a partir domomento em que possamos pressuporque ele estará respondendo mais doque à deficiência ou a uma parte fisi-camente lesada:' Benetton (1994).

Esses enunciados têm como pri-meiro sinal c caráter ainda poucogeneralizáve: des resultados obtidos.Eles se utiliza~ de conceitos aparen-temente tomados da experiência or-dinária, sem grande elaboração espe-cífica.. Porém. ambos podem ser tra-tados estatisticamente. Piaget mesmojamais fez use desse instrumento.(Talvez por falta de tempo ou pelofato de ter sido em outro tempo). Nós,terapeutas ocupacionais. temos de cri-ar e de vi\ er esse tempo ~

Para dar mais ..~ passe em direçãoao caminho das ciências. teremos queainda estar pre' enidos par.;,enfrentarnovas dificuldades.

Os enunciados de conteúdo teóricode Freud sofreram e sofrem constantes

ameaças, sendo tomados apenas comodados do observador, ou seja, da artede observar e de interpretar fenômenoshumanos. A Terapia Ocupacional, comum sistema teórico frágil, não só sofreuameaças como teve seu desenvolvimen-to dificultado. Pouco temos buscado ou

nos prendemos a experiências, digamos,cruciais, isto é, aquelas obtidas na

perseveração do estudo do fato huma-no (por exemplo, o uso das atividadesna intervenção em saúde mental) e istolevou-nos a uma doutrina episte-mológica "holística" radical. Aconsequência foi o abandono do núcleo(da lógica usual) inerente a toda teoria.Moral da história: ou levamos em con-ta todas as teorias ou nenhuma teoria.Não há meio termo.

Hoje, é preciso fazer da TerapiaOcupacional uma profissão em buscade uma solidez fundamental para umconhecimentoem evolução.Firmemen-te plantados no seu empirismo inicial,da tecnicidade, categoria baseada noensino e na execução de atividades, de-vemosusare abusarde instrumentosdas

ciências empíricas no que diz respeitoao conhecimentocientíficodosfatoshu-

manos para a análise, reflexão e com-posição teórica que tragam como pri-meira consequência uma base mais só-lida no pensar a profissão.

Podemos e devemos partir da puraobservação da ocorrência de fatos lo-calizados na relação triádica paciente-terapeuta-atividades, compondo de iní-cio uma armazenagem de informaçõesque nos permita testar hipóteses e re-solver problemas.

Em Terapia Ocupacional comoInstrumentos nas Ações de SaúdeMental o problema é buscar formaspara que nossa produção sócio-empírica caminhe no sentido de pen-sar a terapia ocupacional, definidacomo técnica calcada na dinâmica da

relação paciente-terapeuta-atividadee capaz da promoção da interação

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social para uma população caracteri-zada como "os excluídos da socieda-

de". Lá, tanto no resgate como na cri-ação de elementos teóricos, os enun-ciados procuram manter a personali-dade da Terapia Ocupacional.

N a forma, esses enunciados buscam

a estética, imprescindível para uma pro-fissão que alia a arte de tratar à arte dofazer, inventariando diversos discursos

de personagens excluídos - terapeutasocupacionais e loucos.

Quanto ao conteúdo, a partir daética que envolve a clínica da Tera-pia Ocupacional, busca-se resposta àproposta winnicottiana na qual nossaprofissão tem como objetivo fazercom que o indivíduo se afaste de simesmo. Para mim, essa é a direçãodo futuro. onde terapeutas ocu-pacionais e pacientes abrem trilhasque lhes permitam caminhar com se~gurança na direção do social.

Referências bibliográficas

Benetton, M.I. - A Terapia Ocu-pacional como Instrumento nasAções de Saúde Mental, tese deDouturado em Saúde Mental.

Unicamp, Campinas, novembro de1994, pág.167.

Capra, F. - Ponto de Mutação. Edi-tora Cultrix, São Paulo, 1982, pág.87.

Ginzburg, C. - Miros, Emblemas eSinais. Companhia das Letras, 1990,São Paulo.

Granger, G.G. - A Ciência e asCiências. Editora Unesp, 1994, SãoPaulo.

Piaget, J. - Epistemologia Genética.Assimilação e Conhecimento. EditomMartins Fontes, 1990, São Paulo.

Winnicott, c., Shepherd, R.. ~~ ~

M. - Explorações Psicanalític:lS deD.W.Winnicott. Artes Médicas, C).G_

Porto Alegre.