215
2011 Terceira Publicação Comissão da União Africana Julho 2011

Terceira Publicação Julho 2011 - African Union...Membros é muito lento. Por outro lado, nalgumas CERs que atingiram a ZCL, existem alguns Estados Membros que não implementaram

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1

    2011

    Terceira Publicação

    Comissão da União Africana

    Julho 2011

  • 2

    SUMÁRIO

    AGRADECIMENTOS

    RECONHECIMENTO ........................................................................................................................................................ 5

    1. SUMÁRIO .......................................................................................................................................................................... 9

    2. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................12

    2.1 HISTÓRICO................................................................................................................................................................. 12

    2.2 METODOLOGIA ....................................................................................................................................................... 14

    3. ABORDAGEM TEÓRICA DA INTEGRAÇÃO ...................................................................................................15

    3.1. INTEGRAÇÃO E SUAS ETAPAS ...................................................................................................................... 15

    3.1.2. vantagens da integração económica ....................................................................................................... 20

    3.2. abordagem africana da integração ............................................................................................................. 24

    4. ESTATUTO POR COMUNIDADE ECONÓMICA REGIONAL ................................................................31

    4.1 COMUNIDADE ECONÓMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL (CEDEAO) ............. 31

    4.1.1 Objectivos ............................................................................................................................................................... 33

    4.1.2 Actividades e evolução .................................................................................................................................... 33

    4.1.3. estado das actividades ................................................................................................................................... 57

    4.1.4 desafios .................................................................................................................................................................... 71

    4.1.5 perspectiva ............................................................................................................................................................. 74

    4.2 mercado comum da áfrica austral e oriental (COMESA) ................................................................... 74

    4.2.1. Objectivos do COMESA.................................................................................................................................... 74

    4.2.2 Actividades e evolução ................................................................................................................................. 75

    4.2.3. realizações ........................................................................................................................................................... 95

    4.2.4 desafios ................................................................................................................................................................ 111

    4.2.5 perspectivas ...................................................................................................................................................... 112

    4.3. comunidade económica dos estados da áfrica central (CEEAC/ECCAS) .............................. 113

    4.3.1 Objectivos da CEEAC ..................................................................................................................................... 114

    4.3.2 actividades e evolução ................................................................................................................................ 117

  • 4.3.3 realizações .......................................................................................................................................................... 124

    4.3.4 Desafios ................................................................................................................................................................ 127

    4.3.5 perspectivas........................................................................................................................................................ 128

    4.4. comunidade de desenvolvimento da África austral (SADC) ....................................................... 128

    4.4.1 Objectivos DA SADC........................................................................................................................................ 129

    4.4.2 actividades e evolução ................................................................................................................................ 129

    4.4.3 realizações .......................................................................................................................................................... 138

    4.4.4 desafios ................................................................................................................................................................ 138

    4.4.5 perspectivas ...................................................................................................................................................... 140

    4.5 autoridade intergovernamental para o desenvolvimento (IGAD) ............................................. 141

    4.5.1 objectivos da IGAD ........................................................................................................................................ 142

    4.5.2 actividades e evolução ................................................................................................................................. 143

    4.5.3 realizações .......................................................................................................................................................... 170

    4.5.4 desafios ................................................................................................................................................................ 173

    4.5.5 perspectivas ...................................................................................................................................................... 174

    4.6 comunidade dos estados do SAHEL-SAHARIANO (CEN-SAD) .................................................... 174

    4.6.1 objectivos da CEN-SAD ................................................................................................................................ 175

    4.6.2 actividades e realizações ............................................................................................................................ 176

    4.6.3 realizações .......................................................................................................................................................... 187

    4.6.4 desafios ................................................................................................................................................................. 189

    4.6.5 perspectivas ..................................................................................................................................................... 190

    4.7. comunidade da áfrica oriental (EAC) .................................................................................................... 192

    4.7.1 objectivos ............................................................................................................................................................ 195

    4.7.2 actividades e evolução ................................................................................................................................ 195

    4.7.3 actividades ......................................................................................................................................................... 214

    4.7.4 desafios ................................................................................................................................................................ 223

    4.7.5 perspectivas........................................................................................................................................................ 224

  • 5. Actividades ao nível continental .................................................................................................................. 224

    5.1 programa de desenvolvimento de infra-estruturas em áfrica (pida) ...................................... 224

    5.2 programa abrangente de desenvolvimento da agricultura em áfrica (CAADP) ................. 226

    5.3 instituições financeiras .................................................................................................................................... 226

    5.3.1 banco africano de investimento ............................................................................................................... 227

    5.3.2 banco central africano .................................................................................................................................. 227

    5.3.3 fundo monetário africano ........................................................................................................................... 227

    5.4. carta africana das estatísticas (ACS) e estratégia para a harmonização das estatísticas em áfrica (SHASA) ..................................................................................................................................................... 228

    5.4.1 histórico e fundamento................................................................................................................................. 228

    5.4.2 carta africana das estatísticas ................................................................................................................ 229

    5.4.3 estratégia para harmonização das estatísticas em áfrica (SHaSA) ....................................... 231

    5.5 carta africana sobre a democracia ............................................................................................................. 231

    5.6 recursos humanos, ciência e tecnologia .................................................................................................. 233

    5.6.1 educação ............................................................................................................................................................... 233

    5.6.2 ciência e tecnologia ......................................................................................................................................... 234

    5.6.3 programa para a juventude ........................................................................................................................ 235

    6. análise comparativa dos resultados atingidos ........................................................................................ 236

    6.1 estado de realizações da comunidade económica africana (CEA) ............................................. 236

    tabela 5. estado das comunidades económicas regionais........................... 238

    6.2 estado actual das comunidades económicas regionais ................................................................... 241

    6.3 harmonização e cooperação das actividades entre as Cers .......................................................... 241

    6.4. desafios ................................................................................................................................................................... 244

    7. recomendações ....................................................................................................................................................... 248

    8. conclusão .................................................................................................................................................................... 251

    BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................................................. 252

  • 5

    RECONHECIMENTO

    A Comissão gostaria agradecer a todas Comunidades Económicas Regionais (CERs) e todos aqueles os quais consentiram imensuráveis esforços que permitiram a equipa da Comissão produzir este documento.

    Ponto Focal: Islam Swaleh

    E-Mail: [email protected]

  • 6

    ACRONIMOS E ABREVISTURAS

    ACHPR Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos

    AEC Comunidade Económica Africana

    BAD Banco Africano de Desenvolvimento

    AMU/UMA União Árabe do Mágrebe

    APSA Arquitectura Africana de Paz e Segurança

    ATI Agência Africana de Seguro para o comércio

    ACHPR Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos

    AEC Comunidade Económica Africana

    BAD Banco Africano de Desenvolvimento

    AMU/UMA União Árabe do Mágrebe

    APSA Arquitectura Africana de Paz e Segurança

    ATI Agência Africana de Seguros do Comércio

    AVAL Mais-valia para o coiro africano

    CAADP Programa Exaustivo de Desenvolvimento da Agricultura em África

    CASSOA Agência de fiscalização da tranquilidade e segurança na Aviação Civil

    CEN-SAD Comunidade dos Estados do Sahel-Sahariano

    CET Tarifa Externa Comum,

    CEWARN Mecanismo de Alerta Prévia de Conflitos e de Resposta

    CIPRES Conferência Inter-africana sobre Segurança Social

    COMAI Conferência dos Ministros Africanos Responsáveis pela Integração

    COMESA Mercado Comum dos Países Africanos do Leste e Austral

  • 7

    CTN Nomenclatura Tarifaria Comum

    DLCO Organização de Controlo dos Gafanhotos do Deserto

    DMC Centro de Monitorização da Seca

    DMCH Centro de Monitorização da Seca, Harare

    DMCN Centro de Monitorização da Seca, Nairobi

    RDC República Democrática do Congo

    EAC Comunidade Económica do Leste

    EBID Banco da CEEAO para Investimento e Desenvolvimento

    CEEAC Comunidade Económica dos Estados da África Central

    ECOSOCC Conselho Económico, Social e Cultural

    CEEAO Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental

    FANR Recursos Naturais, Agrícolas e Alimentares

    ICAO Organização Internacional de Aviação Civil

    ICPAC Centro do IGAD de Previsão Meteorológica e Aplicação para Monitorização

    IGAD Autoridade Inter-governamental para Desenvolvimento

    IGMOU Memorando Inter-governamental de Entendimento

    ISRT Transito Inter-governamental das Estradas

    ITP Processo Institucional de Transformação

    LLPI Instituto do Coiro e Produtos Derivados

    LVFO Organização da Pesca dos Grandes Lagos

    MERECP Programa Regional de Conservação do Ecossistema do Monte Elgon

    NRM Gestão dos Recursos Naturais

    OHADA Organização para Harmonização da Lei Comercial em África

    OIE Organização da Saúde Animal

    RETOSA Organização Regional de Turismo da África Austral

  • 8

    SADC Comunidade de Desenvolvimento da África Austral

    SAPP Centro Energético da África Austral

    SPA Programa de Acção da África Austral

    SYSCOA Sistema de Contabilidade da África Austral

    TAZARA Autoridade Tanzânia - Zâmbia dos Caminhos de Ferro

    UNECA

    Comissão Económica das Nações Unidas para África

    ACNUR

    Alto Comissariados das Nações Unidas para Refugiados

    WABA Associação dos Banqueiros da África Ocidental

    WAGP Gasoduto da África Ocidental

    WAHO

    Organização da Saúde da África Ocidental

    WAMA

    Agência Monetária da África Ocidental

    WAMI

    Instituto monetário da África Ocidental

    WAPP Centro Energético da África Ocidental

    Westcor Projecto do Corredor Ocidental

    WRCU Unidade de Coordenação dos Recursos Aquáticos

    WRM

    Gestão dos Recursos Aquáticos

    WTM

    Mercado Mundial de Viagens

    ZAMCOM Comissão dos Cursos de Água do Zambezi

  • 1

    1. SUMÁRIO

    1. O Tratado de Abuja lança a base para a criação da Comunidade Económica Africana (AEC), na qual as economias dos Estados Membros da UA estarão completamente integradas. O objectivo da AEC é o de transformar as cinquenta e três economias da África numa única união económica e monetária com moeda comum, livre circulação de capital e de trabalho. É desejo da liderança do continente, tal como estipulado no Acto Constitutivo que haja um Banco Central Africano, um Fundo Monetário Africano e um Banco Africano de Investimento quando a AEC estiver completamente operacional. Isto pressupõe que a África, unidade, caminhe através de todas as etapas de integração. As CERs, as quais constituem os pilares da AEC, integrarão nesta fase os seus programas num único.

    2. Não obstante os progressos atingidos pelos Estados Membros no domínio da cooperação económica, a criação da AEC está dificultada pelos desafios da governação política, económica e social nalgumas partes do continente.

    3. Desde o inicio, a Comunidade Económica Africana (AEC) foi concebida para construção gradual a ser concretizada em seis etapas. Actualmente a AEC está na Terceira etapa do processo, a qual requer a criação de uma Zona de Comércio Livre (ZCL) e de uniões aduaneiras em cada um dos blocos até 2017. Contudo, o actual processo de criação das diferentes ZCL e das uniões aduaneiras varia consideravelmente no contexto das oito CERs reconhecidas pela União Africana (UA).

    4. Relativamente as uniões aduaneiras, existe maior variabilidade em termos de resultados esperados porque este tipo de acordo requer a aprovação de uma tarifa externa comum (TEC). No caso da CENSAD e do IGAD, o processo estagnou enquanto o da CEEAO está progredindo lentamente.

    5. A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) e a SADC estão na etapa mais preliminar, preconizando a criação das suas respectivas uniões aduaneiras até 2011. Entretanto, a COMESA e a EAC lançaram com êxito as suas uniões aduaneiras. A COMESA lançou a sua união aduaneira em Junho de 2009 e a sua implementação está programada para um período de três anos. A União Aduaneira da EAC está em pleno crescimento.

    6. A maior progressão foi a decisão para promover um projecto de longa duração conducente a criação de uma ZLC entre três CERs, nomeadamente COMESA, EAC e abrangendo 26 Países africanos. Os esforços de harmonização da agenda regional da SADC, COMESA, EAC e SADC estão em curso o que demonstra o interesse partilhado de maior solidez entre as diferentes CERs. Esta evolução é particularmente crucial para os países que são simultaneamente Membros da COMESA e da SADC, os quais poderão enfrentar problemas mais complexos a partir do momento em que a união aduaneira da SADC se tornar operacional em termos de compatibilidade com as exigências das uniões aduaneiras da COMESA e da SADC.

  • 2

    7. Por último, a EAC lançou o seu Mercado Comum, o qual assegurará a livre circulação de bens e serviços, mobilidade dos trabalhadores bem como a circulação de capital e o direito de estabelecimento a partir de Julho de 2010, a ser seguido por uma União Monetária em 2012. Estas inovações também requererão considerável coordenação, harmonização e convergência de esforços entre as três partes.

    8. Pese embora o facto de algumas CERs terem celebrado protocolos sobre a livre circulação de pessoas, bens e serviços, o processo de implementação nalguns Estados Membros é muito lento. Por outro lado, nalgumas CERs que atingiram a ZCL, existem alguns Estados Membros que não implementaram o Protocolo da ZCL. Na verdade, a paz e segurança são os prés requisitos para o desenvolvimento e crescimento económico de qualquer região. A UA criou uma Arquitectura Africana de Paz e Segurança em África. Um dos principais pilares desta Arquitectura é a criação de um sistema continental de alerta prévia, o qual as CERs podem adoptar de forma a prevenir futuros conflitos aos níveis regional e continental.

    9. As Comunidades Económicas Regionais devem se posicionar em bloco dentro da visão extra continental. O esforço consentido pela COMESA, SADC e EAC na Cimeira Tripartida, realizada Outubro de 2008, em Campala, para criar uma única ZCL é recomendável porquanto contribuirá para mais breve materialização da AEC. Contudo, a criação da AEC coloca um desafio tanto mais não ser certo que a criação da União Aduaneira Continental esteja concluída até 2019. A importância do tempo e a sequência destas actividades são cruciais para o sucesso destas iniciativas.

    10. Os esforços de desenvolvimento do continente estão também cativeiros de numerosos desafios, proeminentemente entre as quais as pandemias do HIV/SIDA, malária e tuberculose que representam ameaças sérias ao desenvolvimento humano. A actual crise económica global coloca os seus próprios desafios bem como a criação de oportunidades conducentes a integração económica regional em África. Numa palavra, isto poderá desembocar numa desaceleração das actividades comerciais e económicas e adversamente afectar as receitas dos Estados Membros, enquanto por outro lado, poderá forçar os Países africanos a promover mais o comércio entre eles e enveredar por um mais alto volume de transacções, facilitando assim o processo de integração. Os Estados Membros que integram as diferentes CERs têm dificuldades em implementar as actividades abrangentes no mesmo domínio. Isto provoca a duplicação de programas e dispersão dos recursos entre outros.

    11. Dado ao estado actual do processo de integração em África, algumas recomendações são feitas neste relatório, as quais, caso implementada, poderão ajudar a enfrentar positivamente os desafios. Uma significativa recomendação é que o sucesso de qualquer processo de integração depende em grande medida, do compromisso dos Estados Membros em implementar as suas decisões, tratados e protocolos. A incapacidade dos Estados Membros em implementar os protocolos celebrados reside, em parte, a falta de vontade política pois alguns, talvez não discerniram as vantagens susceptíveis de tirar da integração regional. Este estado de coisas tem protelado a agenda

  • 3

    da integração. É merecedor enfatizar que as CERs não alternativa se não se comprometerem de forma a partilhar as boas práticas, considerando uma visão transfronteiriça da integração continental.

    12. Actualmente, a Comissão da União Africana em estreita colaboração com a CERs identificou projectos prioritários a serem implementados num período específico relativamente ao programa Mínimo de Integração (PMI), adoptado como um instrumento dinâmico da estratégia continental em Yaoundé, Camarões em 2009. Isto sublinha a necessidade de racionalizar os recursos e de harmonizar as actividades e programas das Comunidades Económicas Regionais (CERs). O PMI é compatível com a visão transfronteiriça, nomeadamente a realização da Comunidade Económica Africana (AEC), preconizada no Tratado de Abuja e no Acto constitutivo da União Africana.

    2. INTRODUÇÃO

    2.1 ANTECEDENTES

    13. A integração regional em África foi sempre o principal objectivo dos Países africanos desde a criação da então Organização da Unidade Africana (OUA). Grande número de declarações foi feito pelos Estados Membros para impulsionar o processo de integração em África. De igual modo, o Tratado de Abuja, o Plano de Acção de Lagos, o Fórum Africano do Sector Privado, entre ouros, enfatizaram a necessidade de promover a integração regional em África.

    14. O Tratado de Abuja, assinado em 3 de Junho de 1991 e entrado em vigor em 12 de Maio de 1994 estipula que os Estados Africanos deverão consentir esforços para fortalecer as Comunidades Económicas Regionais (CERs), particularmente na coordenação, harmonização e na progressiva integração das suas actividades de forma a permitir a criação da Comunidade Económica Africana, a qual se tornará operacional durante um período de transição de 34 anos, subdivididos em seis etapas distintas. Resumidamente, os objectivos maiores foram, entre outros, os de promover o desenvolvimento económico, social e cultural e a integração das economias africanas de força a fortalecer a auto confiança económica bem como promover um desenvolvimento endógeno e auto sustentado e coordenar e harmonizar as políticas entre as existentes e futuras comunidades económicas como forma de encorajar a criação da Comunidade.

    15. Em 9 de Setembro de 1999, os Chefes de Estado e de Governos da então OUA aprovaram uma Declaração (Declaração de Syrte) apelando para a criação da União Africana com o objectivo, inter alia, de acelerar o processo de integração no continente para permitir-lhe jogar o papel de direito na economia global e ao mesmo tempo tratar dos multifacetados problemas políticos, económicos e sociais tais como caracterizados nos certos aspectos da globalização.

    16. Durante a Segunda e Terceira Conferências dos Ministros Africanos da Integração, realizadas em Kigali em Junho de 2007 e Abidjan 2008, respectivamente, várias recomendações foram aprovadas, nomeadamente:

  • 4

    • Necessidade para a Comissão de, em estreita colaboração com outros interessados, rever o Tratado de Abuja, tomando em consideração a Declaração de Syrte;

    • Necessidade para a Comissão de elaborar o Programa Mínimo da Integração (PMI) em colaboração com as CERs;

    • Necessidade da Comissão de coordenar as actividades das CERs bem como de harmonizar as políticas e programas enquanto estratégia chave para reforçar o processo de racionalização;

    • Necessidade de encorajar e promover a livre circulação de pessoas, bens capital e serviços entre e em todas as CERs de forma a conduzir com êxito a integração acelerada da integração;

    17. Até a data, quatro reuniões foram realizadas: a primeira de 30 a 31 de Março de 2006 em Ouagadougou, Burkina Faso; a segunda de 26 a 27 de Julho de 2007 em Kigali, Ruanda e a Terceira realizada de 19 a 23 de Maio de 2008 em Abidjan, Côte d’Ivoire. A quarta reunião teve lugar entre 4 e 8 de Maio de 2009 em Yaoundé, Camarões sob o tema: Parceria e Integração em África.

    18. Como parte do processo de avaliação da implementação do Programa de Integração Económica da África de conformidade com o Tratado que criou a Comunidade Económica Africana, a Comissão da União Africana (CUA) realizou a primeira e a segunda avaliações em 2008 e 2009 respectivamente. Os relatórios das avaliações foram apresentados e discutidos durante a Terceira e Quarta Conferências dos Ministros Africanos da Integração, realizadas em Abidjan, Côte d’Ivoire de 22 a 23 de Maio de 2008 e de 7 a 8 de Maio de 2009 respectivamente. Além disto, ambos relatórios foram endossados pela Assembleia da UA.

    19. A CUA está neste momento preparando o terceiro relatório em estreita colaboração com as CERs sobre o estatuto da integração em África (SIA II). Este relatório contém informações sobre o processo de implementação da integração tal como previsto no Tratado de Abuja. Esta é a forma de assistir os decisores políticos do continente e de dar algumas ideias de como acelerar a integração política e económica do continente.

    20. O objectivo deste estudo foi o de rever o processo de integração através da revisão do Tratado de Abuja com vista a mais rápida criação da Comunidade Económica Africana (AEC). É neste contexto que a União Africana tenta encorajar a harmonização das CERs e avaliar quanto evoluíram na facilitação dos seus programas. Este relatório destina-se também a criar consciência através da troca de informações entre todas as CERs de forma a partilhar as melhores práticas entre elas na solução de dificuldades e, do mesmo modo, impulsionar o processo de integração.

    21. Ele contém informações sobre as actividades e progressos das CERs, o estado de implementação dos programas de cada CER, baseado nos objectivos fixados pelas

  • 5

    mesmas nas seguintes áreas: Zona de Comércio Livre; União Aduaneira, União Monetária e União Económica. Ele analisa os progressos nas suas actividades bem como os desafios encontrados. Ele também compara os progressos com os do ano passado. Além disto, dá uma visão geral do processo de harmonização entre as CERs, tomando em consideração os desafios que enfrentam. Finalmente, ele contém recomendações sobre as vias a seguir.

    2.2 METODOLOGIA

    22. A seguinte metodologia foi usada para avaliar o estado de implementação das Comunidades Económicas Regionais (CERs).

    23. O estudo foi conduzido através de investigações e de missões in loco. A abordagem adoptada consistiu nas consultas e discussões com as Comunidades Económicas Regionais. A Comissão preparou um questionário baseado nos progressos derivados das actividades e sectores a partir de 2009. A Comissão visitou igualmente as CERs e entabulou discussões com os seus vários Departamentos sobre o conjunto das actividades das CERs, seus progressos bem como as dificuldades e constrangimentos encontrados durante a implementação dos seus objectivos bem como o Tratado que cria a Comunidade Económica Africana.

    24. Investigações complementares também foram realizadas através de várias fontes, tais como nas bibliografias e alguns documentos relativas as actividades da cada CER. Neste sentido, entre outros, foram usados os seguintes documentos: Estatuto da Integração em África, Tratado de Abuja, Racionalização das Comunidades Económicas Regionais (CERs), Revisão do Tratado de Abuja e Adopção do Programa da Integração, Relatórios do Comité de Coordenação da UA/CERs/CEA e BAD bem como o Acto Constitutivo da União Africana.

    25. Em termos de cobertura, o projecto do relatório foi transmitido a todas CERs reconhecidas pela UA (excepto a AMU). As CERs visitadas foram: COMESA, CEEAO, CEEAC, CENSAD, IGAD e EAC. A SADC não pôde ser visitada porque encontrava-se, na altura, a realizar a sua Cimeira anual, mas a Comissão procurou obter informações em estreita colaboração com a comunidade regional.

    3. ABORDAGEM TEÓRICA DA INTEGRAÇÃO

    3.1. INTEGRAÇÃO E SUAS ETAPAS

    26. A integração económica é definida como a eliminação de barreiras económicas entre duas ou mais economias (Jacques Pelkmans). Uma barreira económica representa a demarcação, muitas vezes, fronteiras geográficas de um Estado, para o qual o fluxo de bens, mão-de-obra e capital são restringidos. A integração económica envolve a remoção de obstáculos as actividades económicas transfronteiriças nos domínios do comércio, circulação de mão-de-obra, serviços e de fluxo de capital.

  • 6

    27. Os Economistas identificam as várias etapas do processo de integração. Segundo Balassa (1962), a integração económica consiste em cinco etapas1. Estas etapas são: zona de comércio livre, união aduaneira, mercado comum, união económica e completa união económica2.

    28. Bela Balassa identificou cinco formas básicas de que se pode revestir a integração. A primeira, menos complicada, consiste na criação de uma zona de comércio livre na qual as restrições tarifárias e quantitativas são eliminadas no comércio entre os Países membros, embora cada País retenha a estrutura das suas tarifas para os Estados não Membros. Ver Tabela 1

    Tabela 1: Diferentes etapas da integração económica

    Integração dos mercados

    Integração monetária

    Integração das políticas económicas

    Eliminação de barreiras ao comércio

    Política comercial comum

    Circulação de factores de produção e bens financeiros

    Taxa cambial fixa ou moeda comum

    Políticas económicas comuns

    1. Zona de Comércio Livre

    2. União Aduaneira

    3. Mercado Comum

    4. União Monetária

    5. União Económica e Monetária

    1 Para mais informações veja: Bela Balassa, The Theory of Economic Integration (London: Allen and Unwin, 1962) at 2 [Balassa]. Balassa descreve as etapas como se segue: Numa zona de comércio livre, abolição de restrições tarifárias (quantitativas) entre os Países participantes mas, cada Estado mantém as suas próprias tarifas contra os Estados não Membros. Criar uma união aduaneira envolve além da supressão da discriminação no domínio da circulação das comodidades dentro da união, a paridade das tarifas no comércio com os Países não membros. A mais alta forma da integração é alcançar um Mercado comum, onde não só estão abolidas as restrições ao comércio como também as restrições ao factor circulação. Uma união económica, distinta do Mercado comum, combina com a supressão das restrições sobre comodidades e o factor circulação com algum grau de harmonização das políticas económicas nacionais de forma a remover a discriminação devida as disparidades nestas políticas. Finalmente, a total integração pressupõe a unificação monetária, fiscal, social, políticas disseminadoras e a criação de uma autoridade supranacional cujas decisões sejam aplicáveis nos Estados Membros.

    2 Ibid

  • 7

    Fonte: G.Duthil and W. Marois (1997): Politiques économiques, éd. Ellipses; p 253, extracted by Kouassi N.R (2008).

    29. Em segundo lugar: Uma união aduaneira segue à zona de comércio livre a igualização das tarifas pelos Estados Membros para as importações dos Estados não Membros (isto é, a implementação da Tarifa Externa Comum ou TEC).

    30. Em terceiro lugar: Um Mercado comum inclui comércio livre de mercadorias entre os Estados Membros, uma TEC bem como a eliminação das restrições sobre a circulação dos factores de produção (mão-de-obra e capital) entre os Estados Membros.

    31. Em quatro lugar: Uma União económica segue aos instrumentos do Mercado comum alguns níveis de harmonização das políticas económicas nacionais de forma a remover barreiras provocadas pelas anteriores disparidades entre os Estados Membros nestas políticas (por exemplo, a criação de um Banco Central com alguns poderes supranacionais).

    32. Finalmente, uma integração económica total pressupõe a unificação monetária, fiscal, social e políticas disseminadoras e requer a criação da autoridade supranacional cujas decisões sejam aplicáveis nos Estados Membros (isto é por natureza a criação de uma federação política) ”.

    Tabela 1: Cinco principais etapas da Integração Institucional Regional (Instrumento de Balassa)

    Integração do Mercado

    Integração Monetária

    Política de integração económica

    Eliminação de obstáculos ao comércio

    Política Comercial Comum

    Circulação dos factores, finanças e bens

    Taxa de câmbio fixa ou moeda comum

    Políticas económica comuns

    1. Zona de comércio livre

    2. União Aduaneira

    3. Mercado Comum

    4. União Monetária

    5. União Económica e Monetária

  • 8

    Etapa 1. Zona de Comércio Livre (ZCL): uma zona na qual as tarifas e quotas são abolidas sobre as importações na zona dos Estados Membros. Contudo os Estados Membros retêm as tarifas e quotas contra terceiros. Exemplos são ASEAN e NAFTA;

    Etapa 2. União Aduaneira (UA): Uma ZCL cria tarifas e quotas (se for o caso) para o comércio entre os Estados não Membros. Como exemplo, a Comunidade Europeia, a partir de 1968.

    Etapa 3. Mercado comum (MC): Uma UA elimina as barreiras não tarifarias ao comércio (isto é, promove a integração dos mercados de bens e serviços) bem como as restrições à circulação dos factores de produção (isto é, promove a integração dos mercados de mão-de-obra e de capital). Exemplos são a Comunidade Andeana e a Comunidade Europeia a partir de 1993 (com a criação do Mercado Único Europeu). O MC já havia sido definido como objectivo pelo Tratado de Roma (Chamado “quatro liberdades”).

    Etapa 4. União Económica (UEC): Um MC com um significativo nível de coordenação das políticas económicas nacionais e/ou das leis nacionais relevantes. Por exemplo, a União Europeia; e

    Etapa 5. Integração Económica Total (IET): Uma UEC com relevantes políticas económicas conduzidas ao nível supranacional, possível de acordo com o princípio de subsidiariedade. Com este objectivo, tanto as autoridades supranacionais como as leis supranacionais devem ser criadas. Por exemplo, a zona euro (que integra a partir de 2008, 15 dos 27 Membros da EU), a qual pode ser actualmente classificada algures entre uma UEC e uma IET. Contudo, algumas autoridades supranacionais e processo legislativo conjunto foram já criados pelo Tratado de Roma em 1957 e subsequentemente fortalecidos.

    Fonte: Balassa, ibid

    33. Balassa acreditava que os mercados comuns supranacionais com a sua livre circulação transfronteiriça dos factores económicos, naturalmente gera procura de futura integração, não apenas económica (via uniões monetárias) mas também política e assim, as comunidades económicas naturalmente evolui para uniões políticas a qualquer momento. No geral a teoria de Balassa reconheceu as seguintes modalidades: Zona de comércio livre, União aduaneira, Mercado comum, União económica e uma completa integração económica.

    3.1.2. VANTAGENS DA INTEGRAÇÃO ECONÓMICA

    34. O objectivo principal da integração económica é o aumento do comércio em todo o mundo. Existem outras vantagens associadas com este conceito. Eis algumas:

    a) Criação de oportunidades para o comércio: Todos os Países que seguem a via de integração económica têm uma considerável larga variedade de bens e serviços dos quais podem escolher. A entrada para a integração económica

  • 9

    ajuda a adquirir bens e serviços a mais baixo custo. Isto resulta da remoção de barreiras ao comércio, da redução ou complete remoção das tarifas. A redução de despesas e a baixa de preços permite economizar muito dinheiro livre com Países os quais podem ser usados para adquirir mais bens e serviços. Os Países Membros têm: (a) mais extensa selecção de bens e serviços não previamente disponíveis; (b) possibilidade de adquirir bens e serviços a custos mais baixos após as barreiras comerciais devido a tarifas mais baixas ou a remoção de tarifas (c) possibilidade de encorajar mais comércio entre os Países Membros e a diferença do dinheiro dispendido com bens e serviços mais baratos pode ser usada para comprar mais produtos e serviços.

    b) Oportunidades de emprego As várias opções disponíveis de integração económica ajuda a liberalizar e encorajar o comércio. Isto provoca expansão no Mercado devido ao grande capital investido na economia do País. Isto cria mais oportunidades para emprego de pessoas de toda a parte do mundo. Eles se movimentam assim de uma parte do mundo a outra a procura de emprego ou na perspectiva de melhor ser pago. Tal como a integração económica encoraja a liberalização do comércio e conduz a expansão do Mercado, mais investimento para o país e maior difusão da tecnologia faz criar mais oportunidades de emprego para as pessoas se deslocarem de um País a outro para encontrar emprego ou melhores salários. Por exemplo: as indústrias que requerem a maioria de mão-de-obra não qualificada tendem a transferir a produção para os Países com salário mais baratos no quadro de uma cooperação regional.

    c) Benefícios para o Mercado financeiro A integração económica é extremamente benéfica aos mercados financeiros pois se revela fácil obter empréstimos a juros baixos. Isto porque a liquidez de capital dos maiores mercados de capital aumenta e a consequente diversificação reduz os riscos associados aos grandes investimentos.

    d) Aumento de Investimento Estrangeiro Directo A integração económica ajuda a aumentar o montante de dinheiro em investimento estrangeiro directo (IED). Desde que uma sociedade inicia um IED, através de novas operações ou fusão, controlo de gestão e aquisição, ela transforma-se numa empresa internacional. Os Países de maior economia ou que estão geograficamente mais próximos dos maiores na Região podem obter maior aumento de IED como resultado de parcerias mais do que aqueles Países que têm economia de menor escala ou estão situados na periferia. Contudo, em média, todos os Países nos sete agrupamentos regionais chaves beneficiaram de um IED adicional através da regionalização.

    e) Integração Política. Os Países que constituem a integração económica formam grupos e têm maior influência política comparativamente com a criada por uma única nação. Integração é uma estratégia vital para contornar os

  • 10

    efeitos de instabilidade política e dos conflitos entre homens que podem afectar a Região. Um grupo de Nações pode ter significativamente maior influência política do que cada Nação, individualmente, poderá ter. Esta integração é uma estratégia essencial para contornar os efeitos dos conflitos e da instabilidade política que pode afectar a Região. Uma ferramenta útil para enfrentar os desafios económicos e sociais associados a globalização.

    f) Condução a uma real convergência económica. A integração regional poderá conduzir a uma real convergência económica entre os Países Membros por via da abertura dos mercados nacionais a concorrência estrangeira como resultado do desmantelamento da burocracia e das barreiras estratégicas a entrada e remoção dos constrangimentos existentes a livre circulação de capital, mão-de-obra e de outros recursos.

    g) Quebra dos monopólios locais existentes. A liberalização do comércio e o aumento do factor mobilidade entre os Países Membros poderá contribuir para a quebra dos existentes monopólios locais e levar a até agora imperfeita estrutura de competitividade do mercado mais próxima da concorrência perfeita. Os mercados mais competitivos, por sua de melhoria de afectação de recursos e mais baixos custos de produção bem como resultados maiores e mais diversificados.

    35. Nas suas diferentes versões, a teoria da Zona de moeda comum (ZMC) enfatiza diversos critérios (características estruturais, tais como dimensão, abertura, estrutura de exportação, circulação de mão-de-obra, flexibilidade da grelha salarial) de uma economia para definir a melhor alternativa. É de assinalar que os cinco critérios do Tratado de Maastricht usados pelos Países da UA para determinar a filiação na União Monetária Europeia (UME), são diferentes dos resultantes da investigação de Mundell. Eles convergiram na inflação, juros, défices, dívidas e estabilidade das taxas de câmbio como condição de acesso a Estado Membro. Nenhum destes critérios está previsto na versão de Mundell da ZMC.

    i) Flexibilidade da grelha salarial: Processo nominal flexível e flexibilidade da grelha salarial entre Países com moeda única provoca um ajustamento para menos choque bem como para suster o desemprego num País e/ou a inflação num outro. Por sua vez, isto diminuirá a necessidade de um ajustamento das taxas nominais de câmbio. (Friedman, M, 1953);

    ii) Circulação dos factores de produção, incluindo mão-de-obra: Um alto nível dos factores de integração dos mercados dentro de um grupo de Países pode reduzir a necessidade de alterar o processo dos factores reais e as taxas nominais de câmbio entre Países em resposta as perturbações. Mundell, R.A (1961);

    iii) Integração dos Mercados Financeiros: A integração financeira pode reduzir a necessidade de ajustamento das taxas de câmbio. Ingram, J. (1962) Isto é considerado não um substituto de ajustamento permanente mas um processo

  • 11

    gradual. McKinnon (McKinnon, R. 2004) analisa o papel da integração financeira na forma de um activo comum de Países para partilha dos riscos internacionais;

    iv) O grau de abertura económica: Um maior grau de abertura favorece mais mudanças nos preços das transacções internacionais que reflectirão no custo de vida interno. Isto reduz o potencial da moeda e/ou a ilusão das taxas de câmbio face a alta grelha salarial. (McKinnon, R. (1963;

    v) A diversificação da produção e do consumo. Uma alta diversificação da produção e consumo, tais como “o portfólio do emprego” e correspondentemente nas importações e exportações atenua o potencial impacto do sector aos choques específicos. Os Países com diversificação esperam viver a experiência de redução de custos como resultado do abandono nominal das taxas de câmbio, as quais favorecem o “isolamento” contra uma variedade de perturbações. (Kenen, P. (1969);

    vi) Paralelismos na inflação de taxas de câmbio: De acordo com Fleming (Fleming M. (1971), a inflação das taxas de câmbio baixas e similares entre Países envolvidos em termos comerciais, mantém-se estável. Isto impulsiona mais equilibrada conta corrente nas transacções e no comércio e assim, reduz a necessidade de ajustamentos das taxas nominais de câmbio.

    vii) Integração fiscal: Quando um País Membro que enfrenta choques assimétricos recebe fundos redistribuídos através de um sistema fiscal supranacional de transferências, o ajustamento a tais choques requer menor envolvimento das taxas nominais de câmbio. (Kenen, P. 1969). Esta abordagem de distribuição é baseada numa integração política e na disponibilidade de partilhar os riscos entre os Países;

    viii) Integração política: A vontade política para integração é considerada a mais importante condição para participação numa integração económica com uma única moeda. (Mintz, N.N (1970).

    36. O uso destes critérios ajuda a avaliar em que medida o País está exposto aos eventos imprevisíveis, chamados choques assimétricos que afectam a suas economias mais do que dos restantes (perturbações na balança de pagamentos de Países específicos). Da mesma forma, estes critérios ajudam a avaliar se o País está na condição de responder aos choques assimétricos com recurso aos mecanismos de ajustamento da balança de pagamentos, caso as taxas de câmbio forem fixas.

    37. Tal como outros exemplos, a África também possui a sua própria abordagem da integração. A seguinte informação fornece a perspectiva teórica da integração Africana.

    3.2. ABORDAGEM AFRICANA DA INTEGRAÇÃO

    38. A modalidade Africana da integração difere da abordagem teórica acima expendida. A informação, abaixo referenciada, indica o processo de germinação da modalidade bem como as etapas para sua materialização num período específico. Estas

  • 12

    etapas são para ser implementadas ao nível regional e continental. É de mencionar que em termos de implementação, as CERs não seguem as etapas propostas no Tratado de Abuja. São os seguintes, esforços consentidos pela África para impulsionar a integração económica, os quais também conduziram a assinatura do Tratado de Abuja.

    1. Iniciativas dos anos 70 e 803

    39. Os resultados desencorajadores das estratégias de desenvolvimento das primeiras décadas da independência conduziram a diversas jornadas de reflexão destinadas a libertar o Continente dos constrangimentos susceptíveis de conduzir ao abismo e a paralisia. A Conferência de Monróvia (1979) que precede a adopção do Plano de Acção de Lagos e da Acta Final de Lagos (1980) é exemplo demonstrador. Deve ser também relembrado que, por sua vez, o Plano de Acção de Lagos e a Acta Final de lagos geraram o Tratado de Abuja (1991), criando a Comunidade Económica Africana, entrada em vigor em 1994.

    a) Simpósio de Monróvia: Reuniões preparatórias e resultados

    40. A Conferência, realizada em Monróvia, Libéria, foi o resultado de diversas reuniões organizadas pelos líderes africanos sobre a independência económica do continente. Durante estas reuniões, foi registado com tristeza que se a África pretender libertar-se permanentemente da pobreza e miséria, ela deverá contar apenas consigo própria. Assim, apareceu a Declaração de Adis Abeba de 1973, proclamada aquando da comemoração do Décimo aniversário da Organização da Unidade Africana (OUA). A Declaração incide essencialmente sobre a “incapacidade da comunidade internacional de criar condições favoráveis para o desenvolvimento da África”3

    b) O Plano de Acção de Lagos (PAL) e a Acta Final de Lagos (AFL)

    41. O mecanismo de cooperação preconizado pelo Plano de Acção de Lagos (Política endógena de desenvolvimento) foi claramente definida pelos Chefes de Estado e de Governo da OUA quando reafirmaram o “compromisso de criar até o ano de 2000, na base de um Tratado a ser celebrado, uma Comunidade Económica Africana de forma a assegurar a integração económica, social e cultural da África.” Com o PAL e a AFL, África adoptou um modelo ideal de desenvolvimento, baseado no princípio de autonomia individual e auto-suficiência colectiva. Na verdade, a autonomia colectiva, da qual é caracterizado o PAL, coloca ênfase sobre desenvolvimento endógeno, auto centrado e auto sustentado, rejeição de estilos de vida exógenos e dependências bem como uma luta resoluta contra o neocolonialismo através da criação da “imagem da auto-suficiência, declaração de guerra económica contra o interesse do Norte, reduzindo a actual extrema dependência dos nossos Países da importação de bens de primeira necessidade e valorizando internamente os factores e meios de produção”. Por outras palavras,

    3 Kouassi N.R, ibid

  • 13

    autonomia ou auto-suficiência basicamente significa: Intensificação da cooperação sub-regional concreta, através de:

    i. Acções nas áreas prioritárias e complementares, criando assim grande quantidade de capital e produtos de consume para atender as necessidades locais;

    ii. Valorizar internamente, isto é, torná-los endógenos, bens, factores e meios de produção assentes nas forças continental, regional e sub-regional;

    iii. Promoção da cooperação económica e técnica com os Países em desenvolvimento em primeiro lugar antes de promover a cooperação internacional e, a qualquer custo, gradualmente libertar-se da integração modelada nos sistemas económicos internacionais ou internacionalização e transnacionalização das economias regionais;

    iv. Abolição ou mesmo reestruturação da divisão internacional do trabalho de forma a reduzir os efeitos do comércio desigual e das intoleráveis disparidades. Criar uma nova divisão internacional do trabalho com os Países industrializados e adoptar uma regional e internacional divisão de trabalho de acordo com as vantagens comparativas em termos de custo e da actual legado em recursos naturais, humanos e energéticos das entidades na Região;

    v. Concepção de novas formas de comércio, incluindo troca de géneros, entre Estados na Região, capazes de reforçar a cooperação intra-regional e particularmente o comércio intra regional;

    vi. Fortalecimento da existente solidariedade e cooperação entre as instituições e criação de outras necessárias instituições regionais e sub-regionais com vista a implementar a estratégia regional;

    vii. Criação e fortalecimento das organizações regionais de produtores de matérias-primas e de Países em desenvolvimento exportadores com vista a criar um consórcio de produtores perante os primeiros consumidores dos Países industrializados, isto é, uma forte unionização dos Países em desenvolvimento face aos Países industrializados, os quais fixam os preços das matérias-primas.

    42. Ao adoptar a Acta Final de Lagos, os Chefes de Estado e de Governo presentes em Lagos, em primeiro lugar, clarificaram os objectives, entre os quais sumariamente estão os seguintes:

    i) Promover o apoio colectivo, acelerado, endógeno e auto sustentado; ii) Desenvolver os Estados Membros;

    iii) Promover a cooperação entre os Países africanos e a integração em todos os domínios, económico, social e cultural.

    1. O Tratado de Abuja que cria a Comunidade Económica Africana

    43. A criação da Comunidade se sustentou num número chave de sectores de integração tais como transportes e comunicações, indústria, agricultura, energia, educação, ciência e tecnologia, comércio, moeda e finanças. Um prazo subdividido em seis

  • 14

    etapas foi estabelecido para atingir os objectivos da integração económica do continente. De acordo com os textos oficiais caso este prazo deva ser prorrogado, não deverá exceder 40 anos. Durante este período, cinco anos deverão ser reservados as Comunidades Económicas Regionais, pilares da grande comunidade pirâmide.

    O Tratado de Abuja, seus objectivos, estruturas e conteúdo, constitui uma oportunidade histórica para os Países africanos de promover as suas actividades económicas. Este Tratado é, por isto, um novo desafio para o futuro da África, no geral e particularmente para o seu futuro económico e político.

    Durante muito tempo a AEC sobreviveu as tempestades e hoje forma o crivo económico da União Africana e conta com os pilares, representados pelas seguintes Comunidades Económicas Regionais (CERs): Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEEAO); Mercado Comum da África Austral e Oriental (COMESA); Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC); União Árabe do Magrebe (AMU); Autoridade Intergovernamental de Desenvolvimento (IGAD); Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC); Comunidade dos Estados do Sahel-Sahariano (CEN-SAD); e Comunidade Africana do Oriente (EAC).

    44. Basicamente, o Tratado almeja atingir os seguintes objectivos:

    i) Promover o desenvolvimento económico, social e cultural bem como a integração económica Africana com vista ao aumento da auto-suficiência económica, promoção endógena e auto sustentado desenvolvimento;

    ii) Criar um instrumento continental para o desenvolvimento, mobilização e utilização dos recursos humanos e materiais da África com vista ao desenvolvimento auto-sustentado;

    iii) Promover a cooperação e o desenvolvimento em todas as esferas de actividade humana com vista ao aumento da qualidade de vida dos Povos Africanos, manter e promover a estabilidade económica, estabelecendo relações estreitas de paz entre os Estados Membros e contribuir para assegurar o progresso do continente, desenvolvimento e integração económica; e

    iv) Coordenar e harmonizar as políticas entre as comunidades económicas existentes e futuras com vista a criação gradual da Comunidade.

    45. A principal característica da Comunidade Económica Africana, comparada com comunidades similares, é que ela é criada em seis etapas, baseadas, segundo as previsões do Tratado de Abuja (Artigos 6 e 88), fundamentalmente nas actividades das CERs. Isto torna a AEC diferente das outras organizações de integração. De facto, o Tratado de Abuja é claro em que a criação da AEC é o objectivo final no qual as actividades de todas as CERs (existentes e futuras) deverão desembocar (Artigo 88). No reconhecimento deste facto, o Tratado de Abuja estabeleceu as modalidades da criação da AEC que consiste em seis etapas de períodos variáveis durante um período de transição que não exceda a trinta e quatro anos a partir da data de entrada em vigor do Tratado.

  • 15

    46. A criação da Comunidade Económica Africana e consequentemente as suas modalidades deve ser conduzida fundamentalmente na base da coordenação, harmonização e integração gradual das actividades das Comunidades Económicas Regionais. Ela deve concretizar-se num período de trinta e quatro anos, subdivididos em seis etapas de duração variável. As etapas dos programas e os períodos da sua implementação são as seguintes:

    i. Etapa Um: (A concluir em 1999) Criação de blocos regionais lá onde eles não existem;

    ii. Etapa Dois: (A concluir em 2007) Reforço da integração e da harmonização intra RECs;

    iii. Etapa Três: (A concluir em 2017) Criação de uma zona de comércio livre e de uniões aduaneiras em cada um dos blocos regionais;

    iv. Etapa Quatro: (A concluir em 2019) Coordenação e harmonização sistemas tarifários e não tarifários entre as CERs com vista a criação de uma zona de comércio livre, culminando com uma união aduaneira continental;

    v. Etapa Cinco (A concluir em 2023) Criação de um Mercado Comum Continental (MCC);

    vi. Etapa Seis: (A concluir em 2028) Criação de uma União Económica e Monetária Continental e de um Parlamento.

    vii. Espera-se que todo o período de transição termine, o mais tardar, em 2034.

    47. A opção da OUA relativa ao processo de integração económica da África, incluindo a AEC, confirma a ideia de que a integração pode ser conduzida por várias vias. A leitura dos objectivos e das modalidades de implementação da integração económica Africana demonstra que, a longo prazo, a OUA, hoje a UA pretendeu criar uma união económica e monetária. A AEC oferece um instrumento para a integração continental e as CERS são blocos através dos quais a AEC se realizará.

    48. Finalmente, o processo de integração se revestiu de diferentes modalidades e fornece muitas vantagens. As lições possíveis de tirar destas modalidades não foram similares numa e noutra região. Tal como acima demonstrado, a abordagem africana da integração difere da descrita na análise económica. O exemplo africano na realidade também mostra que algumas CERs estão muito próximas a união económica e monetária mesmo se elas ainda não atingiram a fase de união aduaneira ou de mercado comum. Por exemplo, a CEDEAO está prestes a atingir a segunda zona monetária com vista a criação de uma única zona monetária.

    49. Isto é também aplicável a CEEAC, onde tremendos esforços são consentidos para harmonizar e coordenar as políticas económicas e para constituírem uma única zona monetária mas, nesta CER, a União Aduaneira, a livre circulação de pessoas e o mercado

  • 16

    comum estão longe de serem atingidos. Caso analisarmos atentamente as outras CERs, podemos identificar este tipo de incoerência no processo de integração. Resumidamente, o processo de integração em África não é linear tal como recomendado nas análises económicas inspiradas pelas modalidades de Balassa.

    50. Após análise da abordagem teórica da integração, passaremos a ver o que está acontecendo em cada Região. Por outras palavras, qual foi a evolução, quais são os desafios as perspectivas e o que a Comissão da UA, na qualidade de líder do processo de integração no nosso continente está fazendo para impulsionar a integração económica e política.

    51. As informações contidas no próximo parágrafo dão uma profunda visão da agenda africana de integração regional e continental.

    4. ESTATUTO POR COMUNIDADE ECONÓMICA REGIONAL

    4.1 COMUNIDADE ECONÓMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL (CEDEAO)

    52. A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) é um agrupamento regional que reúne quinze Países e foi criada, por Tratado, em Maio de 1975. Ela foi concebida como um mecanismo conducente a integração económica e desenvolvimento pretendida conduzir a uma eventual criação de uma união económica na África Ocidental, alcançar a estabilidade económica e fortalecer as relações entre os Estados Membros.

    53. A região conheceu evolução positiva nas suas actividades económicas. O seu PIB cresceu de USD 216 biliões em 2006 para USD 261.7 biliões em 2007. Contudo, como consequência de uma tripla tragédia (crise do petróleo, alimentar e financeira), com a qual a economia mundial se confronta, o actual crescimento do PIB é da taxa de 4.4% em 2009, comparado com o 4.7% de 2008 e 5.6% de 2007.

    54. De acordo com as estimativas para Abril de 2010 do Fundo Monetário Internacional (FMI), a taxa de crescimento do PIB estima-se em 4.2%. O crescimento real para África é estimado atingir 4.7% em 2010 comparada com o 2.1% em 2009.

    55. Conscientes da necessidade de reformas estruturais para mitigar os efeitos adversos da crise económica, a 37.ª Sessão Ordinária da Autoridade dos Chefes de Estado e de Governos em 16 de Fevereiro de 2010 em Abuja instou os Estados Membros a tomar as medidas necessárias não apenas para reforçar as actuais reformas estruturais, económicas e financeiras mas também continuar a liberalização das suas economias e a promover o sector privado. Ela também encarregou a Comissão da CEDEAO para intensificar esforços no sentido de concretizar o Mercado comum através essencialmente da implementação dos projectos prioritários de integração.

  • 17

    56. Os Chefes de Estado e de Governos reafirmaram o seu engajamento de apoiar o processo de integração na África Ocidental. Este engajamento deseja traduzir concretamente os objectivos da Visão da CEDEAO para 2020, adoptada em Abuja em 15 de Junho de 2007, através do que se segue:

    i) Projectos de promoção da integração, particularmente concluindo as negociações do Acordo de Parceria Económica (APE) que cria um Mercado Comum da CEDEAO e desenvolva as infra-estruturas;

    ii) Implementação de programas relativos a agricultura e ambiente, aceleração da criação de um fundo regional, bem como, a organização de mesas redondas em cada Estado Membro;

    iii) Continuação dos esforços no domínio da estabilização de indicadores macroeconómicos, ambiente de negócios e formulação de um programa de longo prazo de desenvolvimento regional;

    iv) Consolidação da paz e segurança na Região; e

    v) Dar continuidade de reformas institucionais

    57. Para atingir estes objectivos, a Comissão, no seu Programa de Trabalho para 2010, focalizou as suas acções em seis eixos prioritários, nomeadamente:

    i) Criação de uma União Aduaneira: operacionalizar o funcionamento da Zona de Comércio Livre através da criação da Tarifa Externa Comum, removendo os obstáculos a livre circulação de pessoas e bens e a eliminação das barreiras não tarifárias;

    ii) Acordo de Parceria Económica (APE): Concluir as negociações do APE com vista a assinatura de um acordo regional, o qual será justo, equilibrado e direccionado para o desenvolvimento com a União Europeia;

    iii) Infra-estrutura Regional: Impulsionar a implementação dos programas adoptados no quadro do mecanismo de desenvolvimento dos transportes e resolver a crise energética;

    iv) Política Agrícola e do Ambiente: Finalizar a elaboração dos programas nacionais de investimento na Agricultura e assegurar um seguimento efectivo das conclusões da Conferência Internacional de Financiamento da Política Agrícola Regional;

    v) Paz e Segurança: Promover o diálogo e a diplomacia preventiva e jogar um papel de liderança no fortalecimento do processo de democratização na África Ocidental;

    vi) Questões institucionais: Continuar a reestruturação das Instituições da Comunidade.

  • 18

    4.1.1 OBJECTIVOS

    58. Os objectivos da CEDEAO são o de promover a cooperação e a integração na economia, no sector social e cultural, conduzindo em última análise a criação de uma União Económica e Monetária através da total integração das economias nacionais dos Estados Membros, aumento do nível de vida dos seus Povos, manutenção e fortalecimento da estabilidade económica, promoção das relações e contribuindo para o progresso e desenvolvimento do Continente Africano.

    4.1.2 ACTIVIDADES E EVOLUÇÃO

    59. São seguintes as actividades e a evolução da CEDEAO:

    60. A maior conquista foi o lançamento com êxito da Estratégia Regional de Redução da Pobreza (ERRP) em 11 de Janeiro de 2010, em Acra, o qual foi subsequentemente seguido por um workshop, realizado em Abuja para rever o plano de implementação e discutir as questões relativas aos arranjos institucionais para implementação da estratégia e do mecanismo de monitorização e avaliação.

    61. Na preparação do estudo do processo de avaliação rumo aos Objectivos de Desenvolvimento do Millenium na região da CEDEAO, um ateliê foi organizado em Acra de 15 a 19 de Março de 2010, com a colaboração da InWent Alemã, para reforçar as capacidades das relevantes instituições nos Estados Membros de forma a permitir-lhes conduzir o estudo.

    4.1.2.1 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

    62. Para o desenrolar regular das transacções financeiras e serviços, a CEDEAO criou um Banco de Investimento e Desenvolvimento (EBID), o qual toma a forma de Fundo da CEDEAO. O EBID é a principal instituição financeira, criada em 1999 pelos Estados Membros da comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

    63. É um grupo bancário, constituindo uma holding EBID e duas subsidiárias especializadas, Fundo de Desenvolvimento Regional da CEDEAO (ERDF) e Banco Regional de Investimento da CEDEAO (ERIB). O objectivo do BRIC é o de financiar, promover e facilitar o crescimento económico e o desenvolvimento entre os Estados Membros da CEDEAO. EBID oferece uma larga gama de principais produtos e serviços aos operadores económicos para se envolverem em projectos comerciais viáveis.

    4.1.2.2 ORGANIZAÇÃO DA SAÚDE DA ÁFRICA OCIDENTAL (WAHO)

    64. A WAHO é um instrumento proactivo da integração regional na saúde, a qual proporciona mais alto impacto e custo efectivo de intervenções (através de programas) de manutenção de parcerias de longa duração, Capacitação sustentada, disseminação e Interpretação de Informações, Coordenação da Cooperação e Defesa, explorando as Tecnologias de Informação e Comunicações (TICs).

  • 19

    65. Actualmente, as actividades da WAHO são: elaboração das respostas a epidemia de meningite, sarampo, cólera e febre-amarela, apoio a prevenção nacional dos programas contra cegueira, apoio a criação de redes para os Sistemas Nacionais de Informação sobre a Saúde e os Centros de Investigação e Institutos da CEDEAO, formação profissional dos Jovens com vista a sua inserção, apoio aos Centros de Investigação através da afectação de fundos para as operações de investigação, a organização de pontos focais sobre a nutrição, etc…

    4.1.2.3 AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS DA CEEAO

    66. A CEDEAO também possui as seguintes Agências Especializadas:

    I) AGÊNCIA MONETÁRIA DA ÁFRICA OCIDENTAL (WAMA)

    67. A Agência Monetária da África Ocidental aparece na sequência da transformação do Centro de Liquidação da África Ocidental (WACH), criada em 1975 como um mecanismo de facilitação de pagamentos para promover o comércio sub-regional na África Ocidental.

    68. Ela foi actualmente transformada num corpo baseado em agências autónomas denominada Agência Monetária da África Ocidental (WAMA) com o mandato de assegurar a monitorização, coordenação e implementação do programa de cooperação monetária da CEDEAO, encorajar e promover a aplicação da determinada taxa de câmbio para o comércio regional, aplicar políticas e programas sobre a integração económica e monetária, especialmente no domínio de desenvolvimento dos sistemas de pagamento e investigação e assegurar a criação de uma única zona monetária na África Ocidental.

    69. Em 1994, os Países francófonos da CEDEAO, nomeadamente Benin, Burkina Faso, Cote d’ lvoire, Mali, Niger, Senegal e Togo com o lusófono Guiné-Bissu criaram a União Monetária da África Ocidental (UEMOA) no Senegal. UEMOA é uma união económica e monetária regional que partilha a mesma moeda, o Franco CFA.

    70. Devido ao lento progresso na implementação da abordagem rápida para concretização da moeda comum da CEDEAO, a Autoridade da CEDEAO na sua cimeira de 2007 mandatou a Comissão da CEDEAO para colaborar com outras instituições regionais no sentido de rever a actual estratégia com vista a recomendar uma única e acelerada abordagem para atingir a moeda comum.

    71. Na sequência deste mandato, o Conselho de Convergência da CEDEAO, na sua reunião de Novembro 2008, em Abuja, criou um Grupo Inter-institucional de Trabalho para conceber um termo de referência para a revisão da estratégia para atingir a iniciativa de moeda única. De acordo com o aprovado termo de referência, uma nova estratégia para atingir uma moeda comum regional era esperada ser adoptada a seguir ao retiro das instituições regionais envolvidas no Programa de Cooperação Monetária da CDEAO em Fevereiro de 2009 e na reunião constitutiva do Conselho de Convergência da CEEAO em Maio de 2009.

  • 20

    72. De forma a atingir estes objectivos, a Agência desenvolveu várias actividades durante o período, nomeadamente: supervisão multilateral, incluindo a monitorização do desenvolvimento económico e o processo de convergência, revisão da Evolução das taxas de câmbio e condução de estudos e seminários.

    73. Uma reunião do Secretariado comum da CEDEAO e da WAMA foi também organizada em Ouagadougou em 14 e 15 de Maio de 2010 para rever a implementação do Mecanismo de Supervisão Multilateral da CEDEAO.

    74. A maior conquista do programa de cooperação monetária durante o período sob análise foi a aprovação pelo Conselho de Convergência da CEDEAO de um roteiro para guiar o processo rumo a realização do objectivo de moeda única da CEDEAO. Este roteiro que preconiza a criação até 2020 de uma União Monetária da CEDEAO, proporciona o desempenho efectivo da função de supervisão multilateral, harmonização dos instrumentos legais, de contabilidade e das estatísticas, harmonização dos mecanismos de regulação e de supervisão bancária e de outras instituições financeiras, a criação de infra-estruturas do sistema de pagamentos para as transacções transfronteiriças, aprofundamento da liberalização do comércio e outros programas subsidiários.

    II) INSTITUTO MONETÁRIO DAÁFRICA OCIDENTAL (WAMI)

    75. Os Estados Membros da WAMI são a Gâmbia, Gana, Guiné, Nigéria e Serra Leoa. A Libéria, também Membro da CEDEAO) também exprimiu o interesse de integrar. O WAMI foi criado em 2001 de forma a facilitar a criação de um Banco Central comum e a introdução de uma moeda comum entre os Estados envolvidos.

    76. As suas funções são a de verificar o estado da convergência, harmonizar os regulamentos e as desejadas políticas de regulação, promover o sistema regional de pagamentos, estudar a questão do mecanismo das taxas de câmbio e as taxas de conversão, organizar a sensibilização para educar o público para a nova moeda, conceber a configuração técnica da nova moeda, preparar as modalidades de criação de um Banco Central e criar um ambiente favorável.

    77. A Comissão da CEDEAO colabora com o WAMI na monitorização da implementação efectiva da Segunda Zona Monetária (WAMZ) através da participação no Conselho de Convergência do WANZ. Embora a evolução rumo a convergência dos Estados Membros permaneça híbrida, WAMI foi mandatada para proceder a uma avaliação e um estudo de viabilidade sobre o estado de preparação para o lançamento do WAMZ até 2015 (Veja o Roteiro para a moeda única da CEDEAO).

    80. Numa tentativa de reforçar a cooperação e a colaboração com outras Instituições regionais, a Comissão da CEDEAO organizou duas reuniões da Task Force CEDEAO-WAMI sobre Comércio e assuntos conexos em Acra, de 11 a 12 de Fevereiro de 2010 e em Lagos, de 7 a 8 de Maio de 2010, respectivamente e o Secretariado Conjunto CEDEAO-UEMOA, duas vezes por ano. Espera-se realizar a próxima reunião de 4 a 6 de Outubro de 2010 em Ouagadougou.

  • 21

    III) UNIDADE DE COORDENAÇÃO DOS RECURSOS DA ÁGUA (WRCU)

    81. De acordo com a Unidade de Coordenação dos Recursos aquáticos, o seu objectivo é mediar na promoção da coordenação das práticas de gestão integrada dos recursos aquáticos e o seguimento do Plano Regional de Acção de forma a permitir aos Países da África Ocidental dispor de um Plano Operacional de Acção para WRM de acordo o Estatuto e as políticas e programas da CEDEAO. Os Membros envolvidos são os 15 Estados Membros da CEDEAO, Mauritânia e a Organização Regional da Bacia.

    82. A Autoridade da CEDEAO adoptou, em Janeiro de 2008, o Acto Suplementar A/SA.04/01/08 o Plano de Emergência para Segurança de Fornecimento de Energia (EPSSP) para os Membros do WAPP. O EPSSP é uma abordagem regional para a crise energética que aspira tirar vantagens do gás natural do Gasoduto da África Ocidental para criar um Parque sub-regional de energia com estatuto de zona livre com uma capacidade total de 950MW. No quadro do mecanismo do Programa do WAPP, os Estados Membros da CEDEAO adoptaram o conceito de criação de um Conselho Regional de Regulação (RRB), o qual destina-se a acelerar a aberta e transparente troca transfronteiriça de energia na região da CEDEAO.

    83. As actividades desenvolvidas nos primeiros quatro meses de 2010 foram as seguintes:

    a) Preparação do Plano de Acção

    84. Um Plano de Acção sobre a implementação da Política Regional foi preparado e focalizado na reforma da gestão da água, promoção de investimento, cooperação regional e integração do sector da água.

    b) Criação do Observatório Regional de Recursos Aquáticos

    85. O Observatório Regional de Recursos Aquáticos é destinado a jogar um papel chave na definição e promoção do mecanismo estratégico para o sector e de facto, conduzir todo o programa CPCS. O papel do Observatório é o de assegurar a monitorização da gestão da água nos Estados Membros e nas áreas das bacias. Isto envolve a recolha de dados, processamento e fornecimento a todos os Estados Membros.

    c) Mecanismo de gestão para partilha dos recursos aquáticos

    86. A Comissão iniciou também a preparação do instrumento de gestão para partilha dos recursos aquáticos, o qual permitirá aos Estados Membros ter um instrumento legal comum para servir de directiva nas negociações sobre convenções específicas ou tratados para cada uma das bacias.

  • 22

    d) Apoio ao diálogo sobre projectos de infra-estruturas

    87. Este projecto prevê a concessão de apoio aos Estados Membros e as organizações das bacias para assegurar que os principais projectos relativos as barragens e a irrigação sejam desenvolvidas no quadro do mecanismo regional de integração.

    IV. INFRA-ESTRUTURA

    i Transporte e Telecomunicação

    a) Transporte

    88. A principal tarefa no transporte rodoviário é a implementação do programa regional de transportes e de facilitação do trânsito através da abordagem de corredor. Os programas são financiados pelo Banco Mundial, União Europeia e pelo Banco Africano de Desenvolvimento. Para o corredor Lagos – Abidjan, o qual representa cerca de 70% de todo o tráfego regional, a Comissão da CEDEAO concluiu três estudos vitais financiados pelo Banco Mundial. Os estudos preconizam partilhar as informações e procedimentos aduaneiros nos principais portos dos Estados Membros ao longo do corredor Abidjan-Lagos através de informações em tempo real, modernização da sua inter-conectividade e instituição de uma única passagem (Verificação aduaneira sem documentação) nos principais portos.

    89. A Comissão da CEDEAO recebeu da União Europeia uma concessão no valor de 63.8 milhões de euros para a implementação do programa de transporte e facilitação do trânsito. O elemento chave do programa é a construção de cinco postos fronteiriços conjuntos ao longo dos maiores corredores. O projecto detalhado de engenharia dos cinco postos fronteiriços está concluído por uma designada firma de consultoria e validada pelo Comité Consultivo criado pelos respectivos Estados Membros. O encarregado das obras já foi notificado e espera-se celebrar o respectivo contrato até Novembro de 2010. Está preconizado que até Dezembro de 2010 os construtores estejam mobilizados.

    90. No quadro do instrumento do Memorando de Entendimento sobre Auto-estrada Nigéria-Camarões e Projecto de Facilitação do Trânsito assinado entre o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Comissão da CEDEAO, República Federal da Nigéria e a República dos Camarões, a Comissão da CEDEAO beneficiou de uma concessão do BAD. O Projecto de Facilitação inclui estudos sobre a facilitação do transporte, projecto arquitectónico e construção de postos fronteiriços conjuntos e instalação de equipamentos (por exemplo báscula automática, scanners, computadores, etc), projecto arquitectónico e construção da ponte sobre o Rio Cross, institucionalização da supervisão dos trabalhos e reforço das capacidades. A Comissão está no processo de selecção de firmas de consultoria idóneas para tratar os vários aspectos dos serviços.

    91. No Subsector dos Caminhos–de-ferro, estudo de viabilidade de interconexão das Redes Nacionais dos Caminhos-de-ferro através de 17 ligações prioritárias foi concluído e validado em Fevereiro de 2008. Estudo detalhado de engenharia da mais longa linha de

  • 23

    ligação (isto é, Kaya-Dory-Niamey, que liga por caminho-de-ferro Abidjan-Ouagadougou até a República do Niger) será feito com financiamento da União Europeia. Além disto, a Comissão da CEEAO preparou um Memorando de Projecto de Informações sobre todas as 17 linhas bem como de reconstrução e reabilitação dos sistemas nacionais dos caminhos-de-ferro.

    92. No Subsector do Transporte Aéreo, os objectivos foram os de: harmonizar a legislação económica, estabilidade e segurança da África Ocidental e Central, reforçar a autonomia das autoridades da aviação civil e facilitar as operações e a cooperação entre as companhias aéreas da África Ocidental e melhorar a estabilidade e a segurança na aviação na região. A CEDEAO tem assistido os Estados Membros na prestação de um sistema de transporte aéreo seguro e de confiança bem como na exploração de meios para assegurar o acesso equitativo das companhias elegíveis ao mercado de transporte aéreo da África Ocidental.

    93. O Programa de reforço das capacidades das Autoridades de Fiscalização da Segurança na Aviação Civil dos Estados Membros no quadro dos instrumentos dos Programas da COSCAP conheceu considerável evolução que conduziu a criação da Organização Sub-regional de Fiscalização da Segurança na Aviação (BAGASOO) por sete Estados Membros em 2010.

    94. Um Plano de Acção para atingir os objectivos chaves foi concebido em parceria com os parceiros de desenvolvimento e alianças estabelecidas com os principais intervenientes, especialmente:

    i) Em Fevereiro de 2008, um Memorando de Entendimento foi assinado com a Organização Internacional de Aviação Civil para implementação do COSCAP.

    ii) Três regulamentos relativos com a economia do transporte aéreo (Compensações por embarque cancelado, falhas dos aeroportos e handling) foram adoptados enquanto quatro projectos regulamentos foram elaborados sobre as Regras da concorrência, Acesso ao Mercado, Aprovação de Licenças para Carreira Aérea e Responsabilidade da Transportadora Aérea.

    iii) Foi também preparado um projecto de regulamento sobre a segurança na aviação, o qual está actualmente sendo revisto.

    iv) Foi preparado um Projecto de Acordo Horizontal sobre as negociações de certos aspectos dos serviços aéreos com terceiros

    95. A Comissão da CEDEAO também realizou uma avaliação do estado de implementação da Decisão de Yamoussoukro (YD) pelos Estados Membros e procura meios para remover os estrangulamentos de forma a implementar um Mercado liberalizado de Transporte Aéreo na CEDEAO. É encorajador o facto de todos os Estados Membros estarem tentando atingir energicamente a este objectivo global no Sector do transporte aéreo.

  • 24

    b) Telecomunicação

    96. Nos seus esforços para promover a integração das economias da África Ocidental, a Comissão da CEDEAO apoia a criação de um Mercado Regional Sustentado de Telecomunicações da África Ocidental como fundamento chave para promoção do crescimento económico regional e desenvolvimento. Por isto, a CEDEAO definiu dois principais objectivos para o Sector das Telecomunicações/TIC.

    i Concepção de infra-estruturas duradoiras, de confiança e modernas de telecomunicações através da execução do Programa INTELCOM II, infra-estruturas de banda larga e de cabos submarinos;

    ii Harmonização das políticas de telecomunicações, instrumentos legais e de regulação para a criação de um único e liberalizado Mercado das Telecomunicações na Comunidade.

    97. O Programa INTELCOM II, lançado pela Comissão da CEDEAO identificou 32 ligações de telecomunicações interestaduais para formar um núcleo da infra-estrutura regional de banda larga, a qual será ligada a rede global internacional através de cabos submarinos. Estas 32 linhas estão sendo, gradualmente, instaladas. Até Dezembro de 2009, 55% destas linhas estava instalada e 45% estava operacional.

    98. Um estudo sobre infra-estrutura alternativa (fibra óptica para o Centro Energético da África Ocidental) foi lançado em Dezembro de 2009 com assistência do Banco Mundial. Foi mobilizado o financiamento da União Europeia (UE) num instrumento do Acordo de contribuição CEDEAO-UE e o processo de recrutamento de uma Firma de Consultoria está em curso para proceder a um estudo de viabilidade com vista a garantir a conectividade entre os seguintes Estados Membros: Guiné-Bissau, Guiné, Mali, Sierra Leone, Libéria e Côte d’Ivoire. No quadro do Projecto Área de Rede Ampla da CEDEAO, teve lugar uma reunião em Abril de 2010 com o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Islâmico de Desenvolvimento. As ligações do INTELCOM II não concluídas e as estimativas de custo foram submetidas aos dois Bancos para apreciação e financiamento.

    99. A conclusão de toda a infra-estrutura regional de banda larga bem como os planificados cabos submarinos criarão uma competitividade real e fornecerão acesso fácil aos serviços nacionais, regionais e internacionais de telecomunicações, incluindo os serviços roaming.

    100. A CEDEAO trabalhou, desde Novembro de 2009, em estreita colaboração, com a Assembleia Reguladora das Telecomunicações da África Ocidental (WATRA) para criar um mecanismo de regulação dos planificados cabos submarinos na região da África Ocidental de forma a assegurar que a região da CEDEAO esteja ligada ao resto do Mundo com preços competitivos. Para apoiar a parceria entre a Comissão da CEDEAO e a WATRA, foi, validada em Cotonou, em 6 de Maio de 2010 um MoU que será submetido a Directoria Jurídica da CEEAO para revisão antes da assinatura.

  • 25

    101. Desde a adopção da nova política e do mecanismo de regulação mais favoráveis ao desenvolvimento da telecomunicações e das TICs pelos Chefes de Estado e de Governo em Janeiro de 2007, a CEDEAO é muito actuante nos Estados Membros na incorporação dos Actos da Comunidade nos ordenamentos jurídicos nacionais. De Novembro de 2009 até a presente data, a CEDEAO, União Internacional de Telecomunicações (UIT) e a União Europeia têm apoiado o Benim, Côte d’Ivoire e a Libéria nos seus processos de incorporação.

    102. Assim, em Maio de 2010, cinco (5) Estados Membros concluíram o processo de incorporação dos Actos da Comunidade nos seus ordenamentos jurídicos, sete tinha os seus processos no Parlamento ou no Governo e três outros estiveram em várias etapas da preparação do processo.

    103. Para fortalecer a confiança dos utentes e popularizar os serviços das Telecomunicações/TICs, o Conselho de Ministros adoptou, em Novembro de 2009, uma Directiva de luta contra os crimes cibernéticos e a Conferência dos Chefes de Estado e de Governos adoptou, em Fevereiro de 2010 dois Actos Suplementares relativos as Transacções Electrónicas e Protecção da Base de Dados Pessoais.

    c) TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

    104. As actividades desenvolvidas pelo Centro Informático da Comunidade (CCC) neste período, inclui o que se segue:

    i Instalação de um Centro moderno das TICs na Sede da Comissão, noutras Instituições da CEDEAO e nos Estados Membros para assegurar uma eficiente troca de Comunicações/informações entre as várias componentes da Comunidade (Estados Membros e as Instituições) e com os principais Parceiros, usando as mais modernas e fiáveis tecnologias;

    ii Adopção de uma política regional das TICs. Nenhum documento sobre política foi adoptado na região e na maioria dos Estados Membros para promoção das TICs. Para preencher esta lacuna, um dos objectivos específicos do CCC é o de preparar a adopção um instrumento institucional regional que envolve orientação da política, estratégia e planos de acção para assegurar que as TICs sejam adoptadas e usadas em prol do desenvolvimento na região da CEDEAO.

    iii Concepção e uso das aplicações das TICs. As aplicações prioritárias que necessitam ser concebidas e usadas pelo CCC, a médio termo, são as relativas as necessidades dos Departamentos Técnicos para facilitar a condução das suas actividades. São essencialmente as aplicações a serem usadas na criação do Sistema de Gestão de Informações da CEDEAO e as componentes do Sistema de Informações Comerciais (TIS), Sistema de Gestão de Oportunidades (ECOBIZ), Sistema de Informações sobre a Agricultura (AGRIS), Sistema de Informações sobre os Serviços Administrativos (AMIS), Sistema de Informações sobre

  • 26

    Política Económica (EPIS) e Sistema de Informações sobre Documentação (LIBIS).

    4.1.2.4 ENERGIA

    105. O acesso ao fornecimento sustentado e contínuo de energia é a principal prioridade do Programa Energético da Comunidade. A Comissão da CEDEAO optou pela promoção a longo prazo da cooperação