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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CINTHIA RACHEL CRISTINO FERNANDES TERCEIRO SETOR: ASPECTOS CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIOS FORTALEZA 2012

TERCEIRO SETOR: ASPECTOS CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIOS · CINTHIA RACHEL CRISTINO FERNANDES TERCEIRO SETOR: ASPECTOS CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIOS. Monografia como pré-requisito para obtenção

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CINTHIA RACHEL CRISTINO FERNANDES

TERCEIRO SETOR: ASPECTOS CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIOS

FORTALEZA 2012

CINTHIA RACHEL CRISTINO FERNANDES

TERCEIRO SETOR: ASPECTOS CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIOS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Ciências Contábeis da Faculdade Cearense para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Prof. Dra. Marcia Maria Machado Freitas.

FORTALEZA 2012

CINTHIA RACHEL CRISTINO FERNANDES

TERCEIRO SETOR: ASPECTOS CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIOS.

Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Ciências Contábeis, outorgado pela Faculdade Cearense (FAC), tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores.

Data de aprovação: ____/ ____/____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________ Professora Dra. Marcia Maria Machado Freitas

Orientadora

_________________________________________________ Professora Dra. Liliana Farias Lacerda

_________________________________________________ Professora Esp. Aline da Rocha Xavier Casseb

Dedico este trabalho aos meus familiares, amigos e professores que me incentivaram e acreditaram no meu potencial, me ajudando a vencer mais uma batalha.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por permitir que eu alcançasse mais um objetivo em

minha vida.

Aos meus pais, Antonio Fernandes da Costa e Maria Lêda Cristino, e irmãos

(Maria Leiliane Cristino Fernandes, Antonio Fernandes da Costa Júnior e Maria

Karoline Cristino Fernandes) pelo apoio e incentivo que me deram, me

ajudando a enfrentar os obstáculos.

Aos meus amigos que fizeram parte da minha vida durante a graduação,

Bárbara Cunha, Kewly Sales, Michelly Jayme, Obadias Xavier e Rita de

Cassia, que dividiram comigo as dificuldades encontradas ao longo do curso e

que me proporcionaram muitos momentos felizes.

Não poderia deixar de agradecer a todos os colegas e amigos que não

cursaram a graduação comigo, mas estiveram presentes em minha vida e me

apoiaram.

À minha professora e orientadora Márcia Freitas, pela ajuda e compreensão,

que foi fundamental para a elaboração deste trabalho.

“Nunca deixe que lhe digam que não vale à

pena acreditar nos sonhos que se tem, ou que

seus planos nunca vão dar certo, ou que você

nunca vai ser alguém, quem acredita sempre

alcança.”

(Renato Russo)

RESUMO

O presente trabalho dispõe sobre os aspectos contábeis e tributários do terceiro setor. Fazem parte do terceiro setor as entidades sem finalidade lucrativa, tais entidades, que vem crescendo e ganhando mais espaço na economia nos últimos anos, tem algumas particularidades, exigindo um tratamento contábil diferente das organizações com fins lucrativos. Sendo a contabilidade uma ferramenta indispensável para a continuidade de uma entidade, seja com ou sem fins lucrativos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre alguns aspectos contábeis e tributários pertencentes as entidades do terceiro setor. A problematização deste trabalho foi: quais os aspectos contábeis e tributários aplicados às entidades do terceiro setor? Tendo como objetivo geral analisar os aspectos contábeis e tributários aplicados ao terceiro setor e como objetivos específicos destacar os pontos primordiais em relação à contabilização das entidades sem fins lucrativos. A metodologia utilizada neste trabalho é pesquisa bibliográfica, que é baseada no estudo e pesquisa em livros e artigos. O resultado obtido foi satisfatório, visto que foram alcançados os objetivos e a problematização.

Palavras-chave: Terceiro Setor. Contabilidade.Tributação

ABSTRACT

The present work establishes the accounting and tax aspects of the third sector. They are part of the third sector non-profit bodies such entities, which has been growing and gaining more space in the economy in recent years, has some particularities, requiring a different accounting treatment of for-profit organizations. Being an indispensable tool accounting for the continuity of an entity, whether with or without profit, a literature search was performed on some accounting and tax entities belonging to the third sector. The problematization of this study was: what are the accounting and tax applied to the third sector entities? Aiming at analyzing the accounting and tax applied to the third sector and specific objectives highlight the key points in relation to accounting for nonprofits. The methodology used in this study is literature, which is based on study and research in books and articles. The result was satisfactory, since the goals were achieved and problematization.

Keywords: Third Sector. Accounting. Taxation.

LISTA DE FIGURAS

1. DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA MÉTODO INDIRETO.. .............26

2. DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA MÉTODO DIRETO.... ...............27

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………….……………………..….…………..10

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO……….........................................……………………………………….…………11

1.2 OBJETIVOS…………………………………................................................……………………….………….11

1.2.1 OBJETIVO GERAL……………………………........................................…………………………….11

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS……………….................................…………………….…………12

1.3 JUSTIFICATIVA……………………………………………............................................…………..….……..12

1.4 METODOLOGIA………………………………............................................………………….…….………..13

2 TERCEIRO SETOR…………………………………………...........................................……………...……..14

2.1 IMUNIDADE E ISENÇÃOTRIBUTÁRIA.................................................................................16

2.2 TIPOS DE RECEITAS DO TERCEIRO SETOR..............................................................19

2.3 NORMAS CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIAS............................................................................21

2.4 APURAÇÃO DO RESULTADO E DEMONSTRAÇÕES...........................................23

3 METODOLOGIA ..........................................................................................................................................29

3.1 ESCOLHA DO TEMA..........................................................................................................................29

3.2 TIPO DE PESQUISA...........................................................................................................................30

4 TERCEIRO SETOR: ASPECTOS CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIOS ...................31

4.1 ASPECTOS CONTÁBEIS................................................................................................................31

4.2 ASPECTOS TRIBUTÁRIOS..........................................................................................................33

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................................37

5 REFERÊNCIAS ...........................................................................................................................................39

10

1. INTRODUÇÃO

As organizações sem fins lucrativos, nos últimos anos, têm ganhado

mais espaço na economia brasileira. É indiscutível a importância dessas

entidades para o país, que contribuem para amenizar os problemas sociais,

principalmente ligados à educação e assistência social. Apesar de

desenvolverem um papel de grande relevância para a sociedade, tais

organizações deixam a desejar no aspecto administrativo e contábil.

Muitas das organizações sem fins lucrativos, contam também com o

apoio de empresas do segundo setor, que se mostram cada vez mais

interessadas em colaborar com o desenvolvimento social, através da educação

e cultura. Assim, acabam de certa forma fazendo também um marketing da

empresa, mostrando sua preocupação com os problemas sociais.

O crescimento das entidades sem fins lucrativos e seu maior

reconhecimento por parte do Governo, exige uma maior preocupação em

relação ao seu controle e gestão, tendo em vista que para que haja a

continuidade da organização é necessário que a mesma obedeça aos aspectos

legais que a regem.

Alguns fatores colaboraram para o crescimento do terceiro setor,

como: maior conscientização da sociedade em geral em relação aos problemas

sociais e a importância do papel que desenvolvem as entidades sem fins

lucrativos, maior apoio da mídia a essas organizações, a crise do setor público

e o reconhecimento por parte do Governo da importância dessas entidades,

maior participação das empresas nas causas sociais, etc.

Mesmo sendo criadas com objetivos sociais destinados a

sociedades em geral, muitas entidades sem fins lucrativos tem sua

credibilidade questionada, no que diz respeito à suas receitas, como são

aplicadas e a forma como são controladas e registradas.

Essa inquietação da sociedade em relação às entidades sem fins

lucrativos se dá por existirem inúmeros casos de organizações fraudulentas,

que acabam fazendo com que as pessoas generalizem esse tipo de entidade, a

mídia por um lado contribui para essa generalização, trazendo sensacionalismo

aos casos em que são constatadas irregularidades.

11

Juntamente com os avanços tecnológicos e a globalização, vieram

também grandes mudanças organizacionais, exigindo dos profissionais e da

sociedade em geral uma capacidade rápida de adaptação. Para isso, é

necessário que as organizações, sejam elas com fins lucrativos ou não,

disponham de profissionais capacitados e atualizados no que diz respeito às

legislações tributárias.

Essa pesquisa é composta por 4 (quatro) capítulos. O primeiro trará

a introdução, problematização, os objetivos, a metodologia e a justificativa. O

segundo capítulo tratará sobre o terceiro setor, trazendo a definição,

informações a respeito, bem como a definição e diferenciação de imunidade e

isenção e os tipos de receitas das entidades sem fins lucrativos e sua

contabilização.

No terceiro capítulo, destacam-se as normas contábeis e tributárias

aplicadas às entidades sem fins lucrativos, o plano de contas contábil dessas

entidades, como é feito a apuração do resultado e suas demonstrações

contábeis.

O quarto capítulo será composto pela conclusão do estudo,

apresentando o fechamento dos pontos abordados durante o trabalho e as

referências bibliográficas.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

A contabilidade é uma ferramenta de planejamento e controle

indispensável para qualquer tipo de entidade. No que diz respeito às entidades

sem fins lucrativos, ficam algumas dúvidas em relação à sua contabilização, ou

seja, quais os aspectos contábeis e tributários aplicados às entidades do

terceiro setor?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral dessa pesquisa é analisar os aspectos contábeis e

tributários aplicados ao terceiro setor.

12

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos será destacar os pontos primordiais em

relação à contabilização das entidades sem fins lucrativos, que são:

• Identificar as principais características das entidades do terceiro setor;

• Descrever a respeito dos benefícios fiscais das entidades sem fins

lucrativos;

• Apresentar os tipos de receitas e como são contabilizadas;

• Demonstrar a apuração do resultado dessas entidades;

• Apresentar as demonstrações contábeis de entidades do terceiro setor;

• Identificar as normas contábeis e tributárias aplicadas ao terceiro setor;

• Discorrer a respeito das obrigações tributárias das entidades sem fins

lucrativos.

1.3 JUSTIFICATIVA

As pessoas e até mesmo os próprios profissionais da área contábil

tem essas dúvidas a respeito do controle contábil e administrativo dessas

entidades, pois se trata de uma área que requer um tratamento diferencial,

visto que diferentemente das organizações privadas com fins lucrativos, as

entidades do terceiro setor não visam lucro.

É de fundamental importância para o profissional contábil e/ou

administradores de entidades do terceiro setor entenderem a legislação e as

normas contábeis e tributárias que são aplicadas ao setor, para que assim

possam ter um controle real e necessário para o bom funcionamento da

organização.

Devido ao crescimento do terceiro setor, nos últimos anos tem

aumentado também o interesse das pessoas e dos profissionais nessa área,

em busca de conhecimentos específicos do setor, esse trabalho irá

proporcionar aos interessados uma fonte de pesquisa à respeito da

contabilização e das normas que regem as entidades sem fins lucrativos.

Apesar de não apurarem lucro ou prejuízo e possuírem alguns

benefícios fiscais, tais entidades, assim como as empresas com fins lucrativos,

precisam manter uma contabilidade idônea e com informações confiáveis, ou

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seja, independente do tipo de organização, a contabilidade é uma ferramenta

de extrema importância para controle e gestão.

É necessário que tenha uma maior preocupação com o tipo de

informação gerada pela contabilidade, principalmente diante das inovações

tecnológicas implantadas pelo fisco, que tendem a fechar o cerco em relação à

evasão fiscal e a distorção das informações transmitidas pelos contribuintes.

Muitos profissionais que trabalham na contabilidade de entidades

sem fins lucrativos acabam cometendo erros na contabilização. Isso se dá

muitas vezes pela falta de conhecimento do assunto e da legislação aplicada a

essas entidades.

Deve ser agregado ao crescimento do terceiro setor, um auxílio de

uma eficiente gestão contábil, para que cresça também na qualidade do seu

controle e de suas informações geradas. Principalmente para que possa

desenvolver suas atividades sem questionamentos quanto a sua credibilidade e

idoneidade.

Tendo em vista que a contabilidade é uma peça fundamental para

atender a diversos quesitos de uma organização, como sua regularização, o

registro e controle de sua movimentação financeira e contábil, o envio de suas

informações ao fisco através das diversas declarações, a elaboração de

demonstrações contábeis, entre outros.

Sendo assim, torna-se oportuno essa pesquisa para os interessados

em conhecer a área e principalmente conhecer mais sobre as especificidades

da contabilidade no terceiro setor, que vêm ganhando mais espaço na

economia brasileira e despertando o interesse da sociedade, que enxerga esse

tipo de entidade como um forte aliado para ajudar a resolver os problemas

sociais.

1.4 METODOLOGIA

Esse trabalho é embasado meio de estudo bibliográfico, através de

consultas em livros que tratam a respeito do terceiro setor, também em sites

que contém informações acerca da contabilização das entidades sem fins

lucrativos e as normas e legislações aplicadas ao setor, onde serão analisadas

também as diversas opiniões de autores a respeito do tema abordado.

14

2 TERCEIRO SETOR

Entidades do terceiro setor são organizações não governamentais,

sem fins lucrativos tendo como objetivo executar atividades de utilidade

pública.

Os setores da economia são divididos da seguinte forma: Primeiro

Setor, formado pelo Governo, ou seja, o setor público; o Segundo Setor é

constituído pelas organizações privadas, com fins lucrativos e, o Terceiro Setor

formado pelas entidades sem fins lucrativos, ou ONGs.

Essas organizações para serem consideradas como entidades sem

finalidade lucrativa devem exercer atividades de caráter filantrópico, cultural,

artístico, recreativo ou religioso.

Pode-se dizer então, que as entidades do terceiro setor são Pessoas

Jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, que exercem atividades de

cunho social destinadas à sociedade.

As principais atividades desenvolvidas por estas entidades são:

educação e pesquisa, saúde, cultura, assistência social, associações

profissionalizantes, religião, defesa dos direitos e meio ambiente.

Shim e Siegel (1997) as definem como aquelas que fornecem

serviços desejados pela sociedade sem a intenção de lucro, não possuindo

ações ou quotas que possam ser negociadas, além de reinvestirem eventuais

superávits. Desta maneira, não deve haver a distribuição de resultados a

qualquer de seus membros ou colaboradores. Asseveram ainda que essas

entidades são financiadas, ao menos parcialmente, por isenção tributária.

Para Mckinsey & Company (2001) as entidades do terceiro setor são

organizações que tenham uma clara atuação social, em uma das suas mais

diversas formas e que não tenham fins lucrativos, isto é, direcionam todo o

superávit de suas operações para a própria organização.

Apesar da grande diversidade e diferenças de porte, objetivos

específicos, recurso econômico, existente entre as próprias entidades, é

possível identificar características comuns, conforme cita os autores Shim e

Siegel (1997):

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� Suprem parcialmente o papel do Estado no atendimento de

determinadas necessidades sociais;

� Foram constituídas pelo interesse social e não econômico,

portanto sua missão não visa superávits, mas a promoção de mudanças

sociais;

� Apesar de não visarem superávits, precisam obter recursos para a

própria sobrevivência e manutenção das atividades (estes recursos podem ser

públicos e/ou privados);

� Não há qualquer distribuição de resultados aos seus membros ou

colaboradores.

Fernandes (1997) comenta a respeito das organizações

pertencentes ao terceiro setor:

Terceiro Setor é composto de organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não-governamental, dando continuidade a práticas tradicionais de caridade, da filantropia e do mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios , graças , sobretudo , à incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil.

A constituição desse tipo de organização se dá através de Estatuto

Social, registrado em Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Onde

deverá constar a denominação da entidade, o local da sede, as finalidades e

objetivos, o tempo de duração, os associados, o modo pelo qual será

administrada, quem representa judicial e extrajudicialmente à entidade, os

poderes dos órgãos internos (assembleia, diretoria, conselho fiscal, etc.), as

formas de alteração do estatuto, o patrimônio da entidade, entre outros.

Assim como as demais pessoas jurídicas de direito privado, as

entidades sem fins lucrativos devem ter cadastro no CNPJ (Cadastro Nacional

da Pessoa Jurídica) e tem suas obrigações perante o fisco.

O reconhecimento do terceiro setor aconteceu no Brasil no final do

século XIX, momento em que há um aumento da atuação do Estado na área

social. Nos últimos anos, o terceiro setor tem ganhado mais importância,

principalmente a forma como as entidades sem fins lucrativos são

administradas por seus representantes e a maneira como são feitos seus

registros contábeis e financeiros, exigindo então que tais entidades tenham um

maior controle administrativo.

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É indispensável que haja profissionais honestos e com

conhecimentos da legislação tributária específica para esse setor, para que

assim possa registrar de forma coerente toda a movimentação da entidade,

suas receitas e despesas, bem como as demonstrações contábeis e o

cumprimento de suas obrigações (principais e acessórias).

Por executarem atividades de utilidade pública, gozam de certos

incentivos fiscais oferecidos pela legislação tributária, como a imunidade e

isenção de alguns impostos. Justamente pelo fato de possuir tais benefícios,

essas entidades devem ter um maior controle e fiscalização por parte do

Governo, para evitar o funcionamento de organizações fraudulentas, que são

utilizadas por empresários e políticos para desvio de dinheiro.

Segundo a ONG Contas Abertas, de janeiro a abril de 2012, as

organizações não governamentais receberam do governo federal cerca de R$

807,5 milhões.

Em março de 2012, foi divulgada uma lista de 164 (cento e sessenta

e quatro) organizações sem fins lucrativos que foram impedidas de ter contrato

com o governo federal, por falta de prestações de contas, descumprimento de

contrato e desvio de recursos.

2.1 IMUNIDADE E ISENÇÃO TRIBUTÁRIA

É importante ressaltar a diferença entre imunidade e isenção, que

muitas vezes são confundidas. Imunidade tributária é o impedimento ou a

renúncia fiscal da cobrança de impostos constitucionalmente qualificada.

Para Machado (2004, p. 217):

Imunidade é o obstáculo decorrente de regra da Constituição à incidência de regra jurídica de tributação. O que é imune não pode ser tributado. A imunidade impede que a lei defina como hipótese de incidência tributária aquilo que é imune. É limitação de competência tributária.

A Constituição Federal, em seu Artigo 150, discorre acerca da

imunidade tributária das organizações sem fins lucrativos:

I. Artigo 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas aos contribuintes, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II. VI - Instituir impostos sobre: ... b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos,

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atendidos os requisitos da lei (sem realces no original); § 4º. - A vedação expressa no inciso VIU, alíneas b e c, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nela mencionadas.

A partir do que foi instituído pela Constituição Federal de 1988, as

pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos são imunes. Fica então

vedada a essas entidades a cobrança de impostos.

A isenção tributária é a dispensa do tributo, ou seja, existe a

obrigação tributária, porém por determinação de Lei, é dispensado o

pagamento do tributo. O Código Tributário Nacional (CTN) menciona a respeito

da isenção:

Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre

decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua

concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.

Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do

território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.

Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é

extensiva:

I - às taxas e às contribuições de melhoria;

II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.

Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função

de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a

qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. (Redação dada

pela Lei Complementar nº 24, de 7.1.1975).

Luciano Amaro (2010) diferencia imunidade e isenção da seguinte

forma:

A imunidade e a isenção distinguem-se em função do plano em que atuam. A primeira opera no plano da definição da competência, e a segunda atua no plano da definição da incidência. Ou seja, a imunidade é técnica utilizada pelo constituinte no momento em que define o campo sobre o qual outorga competência. Diz, por exemplo, o constituinte: "Compete à União tributar a renda, exceto a das instituições de assistência". Logo, a renda dessas entidades não integra o conjunto de situações sobre que ode exercitar-se aquela competência. A imunidade, que reveste a hipótese excepcionada, atua, pois, no plano da definição da competência tributária. Já a isenção se coloca no plano da incidência do tributo, a ser implementada pela lei (geralmente ordinária) por meio da qual se exercite a competência tributária.

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No caso da imunidade, não existe a obrigação tributária, já no caso

da isenção, há incidência do tributo, porém existe também a dispensa do

pagamento.

A imunidade tributária só poderá ser concedida pelo ente federativo

que institui e regulamenta o tributo, que pode ser a União, os Estados ou

Municípios.

A Lei nº 12.101 de 27 de novembro de 2009, trata a respeito da

certificação das entidades beneficentes de assistência social: “Art. 1o . A

certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de

contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas jurídicas

de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades

beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços

nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao

disposto nesta Lei.”

As entidades sem fins lucrativos de assistência social tem isenção

previdenciária, que é a dispensa do pagamento da cota patronal, ou seja, a

contribuição dos 20% à Previdência Social incidente sobre a folha de

pagamento da instituição empregadora.

Essas entidades são também isentas da Contribuição Social sobre o

Lucro Líquido (CSLL), conforme o Art. 15 da Lei 9.532/97: "Consideram-se

isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e

as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido

instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se

destinam, sem fins lucrativos".

As entidades que se enquadram no Art. 15 da Lei 9.532/97 são

isentas também da COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade

Social).

No caso do Programa de Integração Social/Programa de Formação

do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) não existe uma isenção total,

porém há um benefício de diminuição do tributo para as instituições sem fins

lucrativos, que deverão aplicar um percentual de 1% sobre as folhas de

salários, conforme Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001:

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Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: I - templos de qualquer culto; II – partidos políticos; III - instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; V - sindicatos, federações e confederações; VI - serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; VII - conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; VIII - fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; IX - condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e X -a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971.

Percebe-se que as entidades sem fins lucrativos possui imunidade

tributária dada pela Constituição Federal de 1988 e possui também isenção

tributária para alguns impostos de acordo com a legislação que institui e

regulamenta cada um.

2.2 TIPOS DE RECEITAS DO TERCEIRO SETOR

Receitas são entradas ou outros aumentos de ativos de uma

entidade, ou liquidação de seus passivos (ou a combinação de ambos), durante

um período, proveniente da entrega ou produção de mercadorias, prestação de

serviços, ou outras atividades que constituem as principais operações em

andamento da entidade (FASB, 1980).

No caso das entidades do terceiro setor, as receitas são

provenientes de doações, subvenções, contribuições, convênios e contratos.

Nos casos de doações o valor é simplesmente doado às instituições

sem fins lucrativos, sem nenhum contrato ou finalidade específica. Segundo a

NBC 10.16.1.8:

Doações são transferências gratuitas, em caráter definitivo, de recursos financeiros ou do direito de propriedade de bens móveis e imóveis, com as finalidades de custeio, investimentos e imobilizações, sem contrapartida do beneficiário dos recursos.

20

As subvenções são transferências destinadas a financiar as

despesas da entidade para o desenvolvimento de suas atividades

consideradas de interesse público.

O CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) 07 descreve a

Subvenção governamental como sendo uma assistência governamental

geralmente na forma de contribuição de natureza pecuniária, mas não só

restrita a ela, concedida a uma entidade normalmente em troca do

cumprimento passado ou futuro de certas condições relacionadas às atividades

operacionais da entidade.

Os convênios são repasses destinados a essas entidades para a

execução de projetos e programas e que exigem prestação de contas. Para

Meirelles (2008, pag. 407) Convênios administrativos são acordos firmados por

entidades públicas de qualquer espécie, ou entre estas e organizações

particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos participes.

As receitas dessas entidades podem ser provenientes de pessoas

físicas ou jurídicas. Existem também os convênios com órgãos do Governo,

onde a entidade participa de um projeto criado pelo governo e recebe um valor

para custear o projeto.

A receita será contabilizada da seguinte forma:

• Quando for para o custeio das atividades da entidade: contas de receita de custeio; • Quando se destinar ao Patrimônio: Patrimônio Social; • E em casos de aplicação específica (projeto específico): o registro será feito em conta própria de receita, separadamente das demais contas.

As doações recebidas para o custeio por qualquer meio (dinheiro,

depósitos em conta corrente, cheques, dentre outros) devem ser contabilizadas

a Débito em conta específica no Ativo e a Crédito na Conta de Receitas de

Doações. Já as doações em forma de ativos devem ser lançadas na

contabilidade a Débito em conta do Imobilizado e a crédito no passivo na conta

de Receita Diferida.

Para Hendriksen e Van Breda (1999, p. 224) o reconhecimento de

receitas é um importante ingrediente na mensuração do desempenho

empresarial.

21

As doações e subvenções são reconhecidas no recebimento efetivo.

No caso das contribuições são reconhecidas quando a entidade cumpre com

todos os requisitos pré-estabelecidos e existe a garantia da entrada do valor.

2.3 NORMAS CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIAS

As entidades sem fins lucrativos devem obedecer a Lei 6.404/76 (Lei

das Sociedades Anônimas), com algumas especificidades, pois diferem das

entidades com fins lucrativos.

Ressalta Padredi apud Totti (2004, p.39) que a contabilidade é

semelhante, mas não é absolutamente idêntica. As diferenças ocorrem nas

nomenclaturas, não nos princípios.

Definir as funções da contabilidade é uma tarefa difícil, dado que se

relaciona com a rotina das organizações. O registro, acompanhamento e

variações do patrimônio da entidade serão determinantes para as realizações

diárias. De acordo com Iudícibus (1996, p. 98) algumas das principais funções

da contabilidade são:

Organizar um sistema de controle adequado às atividades da empresa; registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário; com base nos registros realizados, elaborar periodicamente quadros demonstrativos da situação econômica e financeira; analisar esses quadros demonstrativos e apurar se a empresa teve lucro ou prejuízo num determinado período; acompanhar a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a serem realizadas, as quantias a serem recebidas de terceiros e alertar para eventuais problemas; cuidar da relação financeira da empresa com terceiros (bancos, fornecedores, clientes).

O Conselho Federal de Contabilidade normalizou algumas

características específicas das entidades de finalidade não lucrativa,

desmembrada da Norma Brasileira de Contabilidade N.10 – Dos Aspectos

Contábeis Específicos em Entidades Diversas.

A NBC T-10.19 descreve algumas especificações em relação ao

registro contábil e das demonstrações contábeis dessas entidades: Esta norma

estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de registros dos

componentes e variações patrimoniais e de estruturação das demonstrações

22

contábeis, e as informações mínimas a serem divulgadas em nota explicativa

das entidades sem finalidades de lucros.

Em relação as demonstrações contábeis dessas entidades, devem

obedecer a NBC T 3 - Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das

Demonstrações Contábeis, e a sua divulgação pela NBC T 6 - Da Divulgação

das Demonstrações Contábeis.

Assim como nos demais tipos de organizações, as entidades sem

finalidade lucrativa devem obedecer aos Princípios Fundamentais de

Contabilidade.

Para que a organização seja qualificada como uma Entidade sem

fins lucrativos, deve obedecer a legislação que a rege, especialmente as

entidades beneficentes de Assistência Social, para a emissão de seu

Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos.

É necessário que o profissional responsável pela contabilidade da

entidade esteja atento aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem

como as Normas Brasileiras de Contabilidade e a Lei 6.404/76. Vale ressaltar

que a Lei 11.638/07 faz algumas alterações da Lei 6.404/76 e é importante

também que o profissional esteja atento e atualizado aos impactos dessas

alterações nesse tipo de entidade.

As entidades sem finalidade lucrativa, assim como tem diferenciação

quanto a tributação e alguns outros aspectos contábeis, o plano de contas

contábil dessas entidades tem algumas particularidades, como a nomenclatura

das contas e a finalidade de cada uma.

Algumas entidades que tem vários convênios com o Governo para a

realização de projetos, normalmente tem uma conta bancária específica para

cada projeto, assim como uma conta de receita para o registro das entradas

específicas de cada um.

É chamado Plano de Contas o conjunto de rubricas criado pelo contador, para atender às necessidades de registro dos fatos administrativos, de forma a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a todos os usuários da informação contábil. (Reinaldo Luiz Lunelli).

Para Crepaldi (2003) Plano de Contas é um conjunto de

determinadas contas em função do ramo de atividade e porte de cada

23

empresa. Nele são apresentadas as contas, títulos e descrição de cada uma,

bem como os regulamentos e convenções que regem o uso do plano e de suas

contas integrantes do sistema contábil da entidade, tendo como finalidade

servir de guia para o registro e a demonstração dos fatos contábeis.

O objetivo do plano de contas é estabelecer um padrão para o

registro dos fatos da entidade, que atenda as diversas operações, ou seja,

cada tipo de organização tem seu plano de contas específico, pois cada uma

realiza diversas e diferentes operações.

Para a elaboração do plano de contas da entidade, devem ser

observadas as Normas Brasileiras de Contabilidade, para que assim obedeça

aos critérios exigidos para a elaboração do Balanço Patrimonial e das demais

demonstrações contábeis (Lei 6.404/76).

2.4 APURAÇÃO DO RESULTADO E DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As entidades do terceiro setor tem uma apuração do resultado

diferente das organizações com finalidade lucrativa, pois essas objetivam o

lucro. Nas entidades sem fins lucrativos quando apurado resultado positivo é

chamado de superávit, quando negativo déficit.

A NBC 10.19.2.7, discorre a respeito da contabilização do superávit

ou déficit do exercício: O valor do superávit ou déficit do exercício deve ser

registrado na conta Superávit ou Déficit do Exercício enquanto não aprovado

pela assembleia dos associados e após a sua aprovação, deve ser transferido

para a conta Patrimônio Social.

Para as organizações sem fins lucrativos, o resultado mais

importante são os projetos que foram realizados, já que o resultado financeiro

positivo ou lucro não é o objetivo dessas entidades, embora necessitem de

recursos financeiros para o desenvolvimento das atividades e manutenção da

entidade.

As demonstrações contábeis das entidades sem fins lucrativos são

determinadas na NBC T 3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das

Demonstrações Contábeis. Com atenção ao fato das nomenclaturas das

24

contas, onde o Capital será o Patrimônio Social e o Lucro e Prejuízo será

Superávit e Déficit, respectivamente.

Para o Certificado de filantropia, as entidades devem apresentar:

- Balanço Patrimonial;

- Demonstração de Resultado de Exercício;

- Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido Social (DMPLS);

- Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR);

- Notas Explicativas.

Iucídibus (2009) fala a respeito da importância da análise das

demonstrações contábeis, afirmando que a necessidade de analisar

demonstrações contábeis é pelo menos tão antiga quanto à própria origem de

tais peças.

O Balanço Patrimonial é um demonstrativo indispensável para a

análise da situação da organização, seja ela com ou sem fins lucrativos.

Segundo Marion (2005), o Balanço Patrimonial é a principal demonstração

contábil. Reflete a Posição Financeira em determinado momento, normalmente

no fim do ano de um período prefixado.

Para Assaf Neto (2006, p. 55) a análise de balanços é:

Relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinam a evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise de balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa.

A Demonstração de Resultado do Exercício, que no caso da

entidade sem finalidade lucrativa é chamada de Demonstração do Superávit ou

Déficit do Exercício (DSDE), é uma das principais demonstrações contábeis

para analisar a entidade, pois nela serão demonstrado todos os recursos

obtidos e os custos e despesas empregados no desenvolvimento de suas

atividades.

Para Iudícibus (2004, p.194) “A Demonstração do Resultado do

Exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em

determinado período. É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das

receitas subtraem-se as despesas e em seguida, indica-se o resultado (lucro

ou prejuízo)”.

25

Na DRE de uma entidade com finalidade lucrativa a importância

desse demonstrativo é o resultado obtido, sendo este demonstrado através do

lucro (o objetivo principal) ou prejuízo. No caso da entidade sem fins lucrativos,

a preocupação maior é com as atividades e projetos desenvolvidos.

O Balanço Patrimonial, apesar de ser um demonstrativo muito

importante, não evidencia a movimentação dos recursos de uma entidade,

sendo necessária então a criação da DOAR (Demonstração das Origens e

Aplicações de Recursos).

A partir da alteração da Lei 6.404/76, pela Lei 11.638/07, ficou

extinta a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, sendo esta

substituída pela DFC (Demonstração dos Fluxos de Caixa). Para Iudícibus,

Martins e Rubens (2007), A Demonstração de Fluxo de Caixa visa mostrar

como ocorreram as movimentações de disponibilidades em um dado período

de tempo.

Segundo Santos (2001) o fluxo de caixa é um instrumento de

planejamento financeiro que tem por finalidade fornecer estimativas da situação

de caixa da empresa em determinado período de tempo à frente.

Para Silva (2007, p. 48) embora a DOAR seja rica em termos de

informação, os conceitos nela contidos, como, por exemplo, as variações do

capital circulante líquido, não são facilmente compreendidas, ao contrário da

DFC, que, por utilizar linguagem e conceitos mais simples, possibilita um

melhor entendimento para os usuários das demonstrações contábeis.

Abaixo apresentamos um exemplo de Fluxo de Caixa de uma

entidade do terceiro setor elaborada pelo método indireto e direto,

respectivamente:

26

Fonte: Ipecont (Instituto de Pesquisas e Estudos Contábeis e Tributários).

27

Fonte: Ipecont (Instituto de Pesquisas e Estudos Contábeis e Tributários).

A Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido Social (DMPLS)

evidencia as mutações ocorridas nos resultados acumulados da entidade em

determinado período, além de demonstrar os saldos de início do período e os

acréscimos ou decréscimos, superávit ou déficit, bem como possíveis ajustes

ocorridos no Patrimônio Social da entidade.

Segundo Campiglia (1997, p.56) esta demonstração tem por

finalidade evidenciar as mudanças verificadas nos elementos que compõe o

patrimônio liquido, decorrentes de resultados da gestão de um exercício

antecedente, comparadas com a do exercício subsequente.

28

É importante ressaltar que a Demonstração de Mutação do

Patrimônio Líquido reflete também as ações da gestão da entidade em relação

ao seu Patrimônio Social.

As Notas Explicativas das Demonstrações Contábeis são

indispensáveis para o esclarecimento e análise das mesmas. O § 4º do art. 176

da Lei das S/A menciona a respeito das Notas Explicativas:

§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.

A NBC T 6.2, aprovada pela Resolução CFC 737/92, cita no item

6.2.3, alguns aspectos a serem observados na elaboração das Notas

Explicativas:

• As informações devem contemplar os fatores de integridade, autenticidade, precisão, sinceridade e relevância; • Os textos devem ser simples, objetivos, claros e concisos; • Os assuntos devem ser ordenados obedecendo à ordem observada nas demonstrações contábeis, tanto para os agrupamentos como para as contas que os compõem; • Os assuntos relacionados devem ser agrupados segundo os seus atributos comuns; • Os dados devem permitir comparações com os de datas de períodos anteriores; • As referências a leis, decretos, regulamentos, normas brasileiras de contabilidade e outros atos normativos devem ser fundamentados e restritas aos casos em que tais citações contribuam para o entendimento do assunto tratado na nota explicativa.

Sem dúvidas as demonstrações contábeis são instrumentos de

fundamental relevância para a análise da situação de qualquer tipo de

entidade. Através da análise dos mesmos é possível avaliar também a

qualidade da gestão e a obtenção de informações necessárias para a tomada

de decisões.

Para as entidades sem fins lucrativos a elaboração e análise dos

demonstrativos contábeis tornam-se indispensável para que seja confirmado a

idoneidade da instituição, suas receitas e despesas, bem como o resultado

(superávit ou déficit) e todas as atividades e projetos realizados com os

recursos obtidos, de forma a não deixar brechas para que haja dúvidas quanto

aos atos da gestão e a seriedade da entidade.

29

3. METODOLOGIA

Para elaboração de um trabalho científico é necessário que seja

seguido alguns métodos e procedimentos chamados de metodologia científica.

Segundo Almeida (2011, p. 3) Método é um caminho, uma forma, uma lógica

de pensamento.

Segundo Lakatos e Markoni (2010) método é o conjunto das

atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia,

permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o

caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

A metodologia do trabalho é importante para definir como será

desenvolvido o projeto, ou seja, o planejamento, de forma a servir como base

no decorrer da pesquisa.

3.1. ESCOLHA DO TEMA

O terceiro setor é pouco discutido nas instituições de ensino técnico

e superior da área contábil. É dado maior atenção ao primeiro e segundo

setores, principalmente pelo mercado mais amplo em relação aos profissionais

de contabilidade.

Por ser um assunto que é pouco visto no decorrer dos cursos, torna-

se algo pouco conhecido pelos profissionais da área, despertando muitas

vezes o interesse de conhecer e até mesmo de atuar.

A escolha do tema se deu justamente pelo fato de conhecer mais a

respeito da contabilidade no terceiro setor, de forma a ampliar os

conhecimentos em relação a contabilização e as normas que regem o setor

Além da contabilidade pública e das empresas comerciais e

prestadoras de serviços com fins lucrativos, existe também a contabilidade

voltada para as instituições do terceiro setor, que é uma área que vem

crescendo cada vez mais nos últimos anos e ganhando mais atenção do

Governo, pelo papel que desenvolvem na sociedade e também em relação a

aplicação de uma fiscalização mais eficaz para que sejam evitados os casos de

instituições fraudulentas.

30

3.2 TIPO DE PESQUISA

Na elaboração de um trabalho científico, primeiramente é necessário

definir que tipo de pesquisa será utilizado. O método utilizado é definido

através da coleta de dados, ou seja, quando é feita a análise do tema e do que

será utilizado como fonte de pesquisa ou o método utilizado para pesquisa e

elaboração do trabalho.

Quanto aos objetivos existem alguns tipos de pesquisa como:

Pesquisa exploratória, que é o método utilizado para desenvolver um

trabalho onde se tem pouco conhecimento sobre o tema. Segundo Vergara

(2009) a leitura exploratória é realizada em área na qual há pouco

conhecimento acumulado e sistematizado.

Na pesquisa descritiva o objetivo principal é apresentar as principais

particularidades do objeto de estudo. Vergara (2009, p. 42): a pesquisa

descritiva expõe características de determinada população ou de determinado

fenômeno.

A metodologia utilizada neste trabalho é pesquisa bibliográfica, que

é baseada no estudo e pesquisa em livros e artigos. Segundo Gil a pesquisa

bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído

principalmente de livros e artigos científicos.

31

4. TERCEIRO SETOR: ASPECTOS CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIOS

O terceiro setor deve obedecer a alguns aspectos específicos do

setor, já que este tem suas particularidades quanto a contabilização, pois

diferentemente das entidades com finalidade lucrativa, as instituições do

terceiro setor não objetivam o lucro, portanto deve ter um tratamento contábil e

tributário diferenciado.

4.1 ASPECTOS CONTÁBEIS

Em relação aos aspectos contábeis das instituições do terceiro setor,

primeiramente deve ser identificado o tipo de atividade que é desenvolvido pela

instituição, para assim ser determinado a forma de contabilização da mesma.

A partir da classificação da atividade da entidade, será determinado

o tipo de receita, que podem ser doações, subvenções e contribuições. Quando

essas receitas forem para o custeio das atividades da entidade deverão ser

contabilizadas em contas de receitas. Já as doações, subvenções e

contribuições patrimoniais, deverão ser contabilizadas na conta patrimônio

social.

Um aspecto importante a ser observado na contabilidade nestas

organizações são as contas contábeis, pois muitas delas tem nomenclaturas

específicas de entidades do terceiro setor. Como exemplo, a conta de

patrimônio social, que no caso das entidades com finalidade lucrativa é

chamado de patrimônio líquido.

Também a nomenclatura das contas de receitas, como já

mencionado, referente a doações, subvenções e contribuições.

O plano de contas contábil dessas entidades deve ser elaborado de

forma a atender todas as ações nos registros contábeis. Será diferente das

entidades com finalidade lucrativa pelo fato da nomenclatura das contas e

também em relação a própria atividade da entidade, que irá determinar quais

contas contábeis serão utilizadas no desenvolver das atividades da entidade,

para assim atender a necessidade do registro da movimentação da mesma.

Os registros contábeis, bem como suas demonstrações devem

obedecer as Normas Brasileiras de Contabilidade, regulamentadas pelo

Conselho Federal de Contabilidade.

32

A principal regulamentação contábil das entidades do terceiro setor é

a Lei 6.404/76, a chamada Lei das S.A.

O Conselho Federal de Contabilidade, principal órgão regulador do

exercício profissional de contabilidade estabelece critérios específicos para as

entidades sem fins lucrativos.

Segundo Iudícibus (1996; p.118), vários são os métodos de realizar

a evidenciação contábil, ainda que tal evidenciação se refira ao quadro de

demonstrações contábeis, citando seis desses métodos os quais serão agora

apresentados:

1. Forma e apresentação das demonstrações contábeis; 2.Informação entre parênteses; 3.Notas de rodapé (explicativas); 4.Quadros e demonstrativos complementares; 5.Ccomentários do auditor; e 6.Rrelatório da diretoria.

Outro aspecto relevante é a apuração do resultado, onde nas

entidades com finalidade lucrativa, o resultado apurado no fim do exercício é

chamado de lucro ou prejuízo, já nas entidades do terceiro setor, esse

resultado é chamado de superávit ou déficit.

Quando na apuração do resultado, no confronto das receitas e

despesas da entidade o resultado for positivo, a mesma obteve um superávit,

quando negativo, déficit.

O Conselho Federal de Contabilidade estabeleceu através da NBC T

6 as demonstrações contábeis das entidades sem fins lucrativos, que serão as

seguintes: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado, Demonstração do

Superávit ou Déficit, Demonstração das Mutações do Patrimônio Social,

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e a Demonstração do

Fluxo de Caixa e Notas Explicativas.

Além dos demonstrativos contábeis que devem ser elaborados pelas

entidades sem finalidade lucrativa, quando esta tem convênio ou Termo de

Parceria com órgãos públicos devem elaborar prestações de contas, que é o

resultado ou a demonstração de como o recurso recebido foi aplicado, ou seja,

é a forma de comprovar todas as despesas que foram pagas com o recurso.

Os documentos utilizados nas prestações de contas vão depender

do órgão conveniado. A entidade deve ter uma conta bancária para cada

33

projeto ou convênio, para assim ter o controle das receitas e para facilitar a

prestação de contas.

Pois quando fechado o contrato de convênio é determinada uma

conta bancária para o depósito do recurso, conforme contrato. Toda

movimentação referente as receitas e despesas daquele convênio deverão ser

na conta específica.

Na prestação de contas será utilizado o extrato com a movimentação

bancária da conta. Para um maior controle da entidade, é necessário que as

receitas e despesas de cada projeto sejam feitas em contas específicas.

Assim como as entidades com finalidade lucrativa, nas entidades do

terceiro setor, todas as despesas devem ser comprovadas mediante

documentos fiscais hábeis. Esses documentos serão exigidos nas prestações

de contas.

A partir de 2010, as entidades beneficentes sem fins lucrativos que

atuam na área de assistência social, saúde ou educação terão que possuir um

Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, instituído pela Lei

12.101/09.

Os órgãos responsáveis pelo certificado são o Ministério do

Desenvolvimento Social, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação. A

finalidade desse certificado é a comprovação da condição de filantropia da

entidade perante a sociedade civil e o governo, permite também receber

subvenções e firmar convênios.

Essa inovação trazida pela nova legislação de 2009 foi um

importante marco, pois com ela é possível que haja um maior interesse por

parte das entidades filantrópicas em manter-se em situação regular e em

comprovar sua idoneidade, sendo essa comprovação a sua Certificado de

Entidade Beneficente de Assistência Social.

4.2 ASPECTOS TRIBUTÁRIOS

Quando se trata dos aspectos tributários o principal a ser comentado

é a imunidade e isenção tributária. Como já foi mencionado no capítulo 2,

imunidade e isenção têm definições diferentes.

34

A imunidade impede que seja tributado determinada ente. Já na

isenção tributária existe a obrigação tributária, mas por determinação de Lei há

a dispensa do pagamento do tributo.

A determinação das entidades que são imunes foi instituída pela

Constituição Federal de 1988.

É importante ressaltar que apesar de imunes de alguns tributos e

isentas de outros, as entidades sem fins lucrativos são estão totalmente

dispensadas de cumprir suas obrigações tributárias principais e acessórias.

Se a entidade tomar serviços de pessoas físicas através de Recibo

de Pagamento de Autônomo, por exemplo, terá que reter e recolher os devidos

impostos, o ISS, INSS e IRRF, quando for o caso.

Já no caso do INSS sobre a folha de pagamento da entidade, a

mesma é dispensada do pagamento da cota patronal (20%) incidente sobre a

folha.

São isentas também da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido

(CSLL) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS),

conforme a Lei 9.532/97.

Outro aspecto tributário relevante das entidades do terceiro setor,

está relacionado à contribuição do PIS/PASEP (Programa de Integração

Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público), que apesar

de não haver uma isenção total, existe uma diminuição do valor como forma de

beneficiar essas entidades.

O valor do PIS/PASEP é calculado sobre a aplicação da alíquota de

1% sobre a folha de pagamento da entidade.

Em relação às obrigações tributárias acessórias do terceiro setor, é

relevante comentar que também devem seguir os prazos de envio das suas

informações ao fisco, cabendo-lhe punição pelo não cumprimento dos prazos,

bem como pelo envio de informações incoerentes.

Quando a entidade realizar pagamentos que estão sujeitos ao IRF,

deverá reter e recolher o imposto, bem como declarar na Declaração do

Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) no ano subsequente da retenção.

No caso do ISS, deve o mesmo tratamento do IRRF, reter e

recolher, bem como enviar as informações ao município através de declaração

35

mensal, os prazos de entrega da declaração do ISS variam de acordo com o

município.

Está obrigada também a entrega da Declaração de Informações

Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), o não cumprimento da entrega

desta declaração pode acarretar em perda de benefícios para a entidade, como

a perda da imunidade e isenção.

A partir de 2007, todas as entidades sociais estão obrigadas a

entregar a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF),

conforme a Instrução Normativa SRF 695/2006, alterada pela IN SRF

730/2007. Até a edição da IN SRF 695/2006, não eram obrigadas a entrega da

DCTF as pessoas jurídicas imunes e isentas que tinham um valor de impostos

e contribuições a declarar menor que R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Outra declaração que as entidades sem fins lucrativos são obrigadas

a entregar é a Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON),

exceto as pessoas jurídicas imunes e isentas do imposto de renda, cujo valor

mensal das contribuições a serem informadas seja inferior a R$ 10.000,00 (dez

mil reais).

Ressalta-se que apesar de possuírem alguns benefícios, as

entidades pertencentes ao terceiro setor, devem cumprir com suas obrigações

tributárias, principais e acessórias, para continuarem a usufruir de tais

benefícios dados pela legislação.

O não cumprimento de suas obrigações além de acarretar em

punição através de multas e encargos, também compromete a continuidade da

entidade.

Nos últimos anos, as entidades do terceiro setor tiveram grandes

mudanças, principalmente em relação a preocupação do Governo em ter um

maior controle sobre essas entidades no sentido de regulamentar e fiscalizar.

A Lei 12.101/09 foi de fundamental importância para inovar a

legislação que rege o setor, trazendo mais confiabilidade as entidades

filantrópicas, haja vista que terão que provar sua idoneidade através do seu

Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social.

Diante de tantos casos de fraude de entidades sem fins lucrativos,

instituir um certificado, foi também uma forma de trazer mais confiabilidade

36

para as instituições que tem realmente como objetivo a realização de projetos

sociais.

Para a sociedade, as mudanças ocorridas nas entidades do terceiro

setor trazem mais segurança, visto que muitas estavam sem credibilidade.

Ressalta-se que para os profissionais que atuam nas entidades sem

finalidade lucrativa, não somente os profissionais da área contábil, que é

necessário que esteja sempre atualizado em relação as inovações da

legislação.

37

5. CONCLUSÃO

Diante de tantas particularidades quando tratamos das entidades

pertencentes ao terceiro setor, é indispensável que seja conhecido os

principais aspectos ligados a essas entidades, principalmente os que tratam

diretamente com a relação entre a entidade e o fisco.

A contabilidade é uma ferramenta gerencial que gera informações de

grande relevância para uma organização e deve ser utilizada de forma

consciente.

O profissional contábil deve estar atualizado em relação as diversas

mudanças que ocorrem na legislação, principalmente diante das diversas

inovações tecnológicas que estão ocorrendo, que exigem dos profissionais da

área contábil uma maior atenção às informações que são geradas pela

contabilidade.

Mesmo sendo entidades sem finalidade lucrativa, e gozarem de

alguns benefícios fiscais, não as isentam de suas obrigações para com o fisco,

e é necessário que haja um real compromisso de cumprirem essas obrigações,

enviando informações coerentes.

A pergunta de partida foi respondida no decorrer deste trabalho,

buscando explicar e discorrer a respeito dos aspectos contábeis e tributários

aplicados as entidades do terceiro setor.

As entidades sem fins lucrativos desenvolvem atividades de utilidade

pública, beneficiando a sociedade como um todo.

Não objetivam lucro, mas sim desenvolver projetos que

proporcionam uma assistência que o Governo muitas vezes não consegue

proporcionar. São de grande utilidade para a sociedade, porém existe ainda

uma falta de credibilidade por parte das pessoas em relação ao papel que

desenvolvem isso se dá por existirem alguns casos de organizações

fraudulentas, que são utilizadas por empresários e políticos para lavagem de

dinheiro.

Esse problema vem sendo resolvido, principalmente após a

aplicação da Lei 12.101/09, onde foi instituído o Certificado de Entidade

Beneficente de Assistência Social.

38

A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar os aspectos

contábeis e tributários aplicados ao terceiro setor. Para desenvolvê-lo foi

necessário fazer uma pesquisa bibliográfica em livros, artigos, trabalhos

científicos e em sites, buscando identificar tais aspectos que foram descritos

neste trabalho. O qual foi perfeitamente alcançado.

Quanto aos objetivos específicos, foram alcançados, demonstrando

além das principais características das entidades do terceiro setor, suas

particularidades quanto a tributação e a contabilização, como os benefícios

fiscais, os tipos de receitas das entidades do terceiro setor, suas

demonstrações contábeis, a apuração do resultado dessas entidades, as

principais normas contábeis e tributárias aplicadas ao terceiro setor e suas

obrigações tributárias.

Tendo em vista a importante finalidade das entidades do terceiro

setor, conclui-se que a contabilidade dessas entidades desenvolve um papel de

grande relevância, que é gerir e controlar as receitas e despesas, bem como a

geração das informações para o fisco e para os diversos usuários.

Para cumprirem com seu papel como profissionais, os contadores

devem primeiramente conhecer o setor, a legislação e os aspectos contábeis e

tributários aplicados ao setor, precisam conhecer a atividade, bem como seus

objetivos, para assim, identificar as necessidades da entidade e, a partir dessa

identificação, desenvolver suas atividades visando à continuidade da

instituição.

39

6. REFERÊNCIAS

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