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1- QUE TITULO E COMENTÁRIO VOCE FARIA A ESTE ESTUDO DE CASO. TITULO: Esta fábula se destina a destacar, de forma curiosa e criativa, as diferenças entre vários conceitos de custos. Leia com atenção a pequena história e faça suas próprias reflexões sobre as críticas do contador de custos a respeito da decisão tomada pelo dono do restaurante da esquina quando resolveu dispor de um pedaço do balcão para vender saquinhos de amendoins. ª Joaquim, o dono de um restaurante da esquina, resolveu vender, além dos seus produtos normais, pequenos pacotes de amendoins, para aumentar seus lucros. Seu contador o Sr. Apropriador de Custos, que vem mensalmente encerrar os livros contábeis do restaurante, avisa ao nosso Joaquim que este tem uma “bomba em suas mãos”. Contador: Joaquim, você me disse que quer vender estes amendoins porque grande número De pessoas deseja comprá-los; será que você já pensou no custo? Joaquim: É lógico que não vai me custar nada. É lucro líquido. É verdade que eu tive de pagar R$ 3.750,00 pela prateleira, mas os amendoins custam r$ 9,00 o pacote e eu os venderemos por R$ 15,00. Espero vender 50 pacotes por semana para começar. Em 12 semanas e meia cobrirei o custo da prateleira. Depois disso, terei um lucro líquido de R$ 6,00 por pacote. Quanto mais vender, maior o lucro. Contador: Este seu ponto de vista é antiquado e completamente irreal. Hoje em dia, os métodos aperfeiçoados de contabilidade permitem que façamos um estudo mais aprofundado, que demonstra a complexidade do problema. Joaquim: o quê? Contador: Quero dizer que devemos integrar toda a operação “venda de amendoins”, dentro da sua empresa e apropriar aos pacotes de amendoins a sua parcela correta do total das despesas gastas. Devemos apropriar 1

Terminologias contabeis para custos

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Page 1: Terminologias contabeis para custos

1- QUE TITULO E COMENTÁRIO VOCE FARIA A ESTE ESTUDO DE CASO.

TITULO:

Esta fábula se destina a destacar, de forma curiosa e criativa, as diferenças entre vários

conceitos de custos. Leia com atenção a pequena história e faça suas próprias reflexões sobre as críticas

do contador de custos a respeito da decisão tomada pelo dono do restaurante da esquina quando resolveu

dispor de um pedaço do balcão para vender saquinhos de amendoins.

ª Joaquim, o dono de um restaurante da esquina, resolveu vender, além dos seus produtos normais,

pequenos pacotes de amendoins, para aumentar seus lucros.

Seu contador o Sr. Apropriador de Custos, que vem mensalmente encerrar os livros contábeis do

restaurante, avisa ao nosso Joaquim que este tem uma “bomba em suas mãos”.

Contador: Joaquim, você me disse que quer vender estes amendoins porque grande número

De pessoas deseja comprá-los; será que você já pensou no custo?

Joaquim: É lógico que não vai me custar nada. É lucro líquido. É verdade que eu tive de pagar R$

3.750,00 pela prateleira, mas os amendoins custam r$ 9,00 o pacote e eu os venderemos por

R$ 15,00. Espero vender 50 pacotes por semana para começar. Em 12 semanas e meia

cobrirei o custo da prateleira. Depois disso, terei um lucro líquido de R$ 6,00 por pacote. Quanto

mais vender, maior o lucro.

Contador: Este seu ponto de vista é antiquado e completamente irreal. Hoje em dia, os métodos

aperfeiçoados de contabilidade permitem que façamos um estudo mais aprofundado, que

demonstra a complexidade do problema.

Joaquim: o quê?

Contador: Quero dizer que devemos integrar toda a operação “venda de amendoins”, dentro da sua

empresa e apropriar aos pacotes de amendoins a sua parcela correta do total das despesas

gastas. Devemos apropriar aos pacotes uma parte proporcional das despesas do restaurante

com aluguel, luz , aquecimento, depreciação, salários dos garçons , do cozinheiro etc .

Joaquim: Do cozinheiro? O que é que ele tem a ver com os amendoins? Ele nem sabe que eu os vendo.

Contador: Olhe, Joaquim, o cozinheiro trabalha na cozinha , a cozinha prepara a comida, a comida traz os

fregueses que serão os compradores dos amendoins. Por isso é que deve apropriar ao custo

das vendas dos amendoins tanto uma parte do salário do cozinheiro quanto uma parte do seu

próprio salário. Veja este quadro demonstrativo; ele contém uma análise de custos

cuidadosamente calculada e indica que o lucro operacional deve ser igual a R$ 191.700,00 por

ano, para cobrir as despesas gerais.

Joaquim: Os amendoins? R$ 190.000,00 reais por ano de despesas gerais?

Essa não.

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Page 2: Terminologias contabeis para custos

Contador: Na verdade, o total dessas despesas é um pouco superior a isto.Todas as semanas você tem

despesas com limpeza e lavagem das janelas e do chão, com a reposição dos sabonetes

consumidos no lavatório e com cervejinhas para o guarda. O total então sobe a R$ 196.650,00

por ano.

Joaquim: (Pensativo) – O vendedor de amendoins me disse que eu conseguiria bons lucros – era só

colocar os pacotes perto da caixa registradora e pronto – R$ 6,00 de lucro por pacote vendido.

Contador: (Torcendo o nariz) – Ele não é um contador. Você sabe quanto lhe custa a porção de espaço

sobre o balcão ao lado da caixa registradora?

Joaquim: Não custa nada – não cabe nem um freguês extra – é um espaço morto, inútil.

Contador: O ponto de vista moderno sobre os custos não nos permite pensar em espaços inúteis. O seu

balcão ocupa seis m2 e as vendas anuais totalizaram R$ 2.250.000,00 por ano. Logo, o espaço

ocupado pela prateleira de amendoins lhe custará R$ 37.500,00 por ano. Desde que você retire

aquela área de uso geral, deve debitar o seu custo ao ocupante real do espaço.

Joaquim: Você quer dizer que eu devo acrescentar R$ 37.500,00 por ano a mais como despesa com a

venda de amendoins?

Contador: Justamente. Isto elevará os custos gerais de operação a um total geral de R$ 234.450,00 por

ano. Ora, se você quer vender 50 pacotes de amendoins por semana, estes custos

representarão R$ 90,00 por pacote.

Joaquim: O quê?

Contador: Evidentemente, devemos acrescentar a isto o preço de compra R$ 9,00 por pacote, o que nos

dará o total de R$ 99,00.

Joaquim: Existe aqui alguma coisa esquisita.

Contador: Veja os números. Eles provam que a venda de amendoins é deficitária.

Joaquim: (Com um sorriso inteligente) – E se eu vender muitos pacotes – mil pacotes por semana, em

vez de somente 50?

Contador: (Com um ar tolerante) – Joaquim, você não entendeu o problema. Se o volume de vendas

aumentar, o mesmo acontecerá com os seus custos operacionais – maior número de pacotes,

maior o tempo gasto, maior a depreciação, mais tudo. O princípio básico da contabilidade de

custos e invariável: “Quanto maiores as operações, maiores os custos gerais a serem

apropriados”.Não, o aumento do volume de vendas não o ajuda em nada.

Joaquim: OK. Já que você sabe tanto, o que devo saber?

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Page 3: Terminologias contabeis para custos

Contador: (condescendente) – Bem, você poderia reduzir seus custos operacionais.

Joaquim: Como?

Contador: Mude-se para um imóvel de aluguel mais baixo. Diminua os salários, mande lavar as janelas de

15 em 15 dias; não coloque mais sabonetes nos lavatórios, diminua o custo por metro quadrado

de seu balcão. Por exemplo, se você conseguir reduzir suas despesas em 50% , a porção das

despesas gerais apropriadas à venda dos pacotes de amendoins passará de R$ 234.500,00

para R$ 117.250,00 pior ano, reduzindo o custo a R$ 54,00 por pacote.

Joaquim: (Não muito satisfeito) – Será isso interessante?

Contador: É lógico que sim. Contudo, ainda assim você perderia r$ 39,00 por pacote se o seu preço de

venda for somente de R$ 15,00 por pacote. Portanto, você deverá aumentar o preço de venda.

Se desejar um lucro de R$ 6,00 por pacote, o seu preço de venda deverá ser igual a R$ 60,00.

Joaquim: (Desolado) – Você quer dizer que, depois de reduzir minhas despesas de 50% ainda tenho que

cobrar R$ 60,00? E quem vai compra-lo, a este preço?

Contador: Isto é uma consideração secundária. O que interessa é que R$ 60,00 é um preço de venda

baseado em uma avaliação real e justa dos seus custos operacionais já reduzidos.

Joaquim: (Satisfeito) – Olhe. Eu tenho uma idéia melhor. Por que não jogar fora os amendoins?

Contador: Será que você pode suportar tal perda?

Joaquim: Certamente. Só possuo 50 pacotes – ou seja, R$ 450,00, e mais uma prateleira no valor de R$

3.750,00; jogo tudo fora e pronto, acabou-se esta porcaria de negócio de amendoins.

Contador: (Balançando a cabeça) – Joaquim isto não é tão simples assim. Você esta no negócio de

amendoins. Se você jogar fora esses amendoins você estará adicionando R$ 234.450,00 de

despesas gerais anualmente ao total das suas despesas operacionais. Joaquim, seja realista,

esta perda você não pode suportar.

Joaquim: (Desesperado) – É incrível. Na semana passada eu estava ganhando dinheiro. Hoje eu estou

atrapalhado – só porque pensei que amendoins sobre o balcão ....

Só porque eu pensei em 50 pacotes de amendoins por semana.

Contador: (Com um olhar sério) – O objetivo dos estudos modernos de custo, Joaquim, é eliminar essas

falsas ilusões.

FONTE: LIVRO CURSO DE CONTABILIDADE DE CURSOS GEORGE LEONE

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Page 4: Terminologias contabeis para custos

2-LEIA E ATRIBUA UM TITULO A ESTE TEXTO:

TITULO:

A sobrevivência das organizações depende cada vez mais das práticas gerenciais de apuração,

análise, controle e gerenciamento dos custos de produção dos bens e serviços, principalmente no atual

ambiente de extrema competição.

A constante preocupação dos executivos e empresários responsáveis pelo destino das empresas

com tais aspectos justifica-se plenamente em virtude da busca contínua de melhor posicionamento

competitivo, nas diversas fases da evolução do ambiente empresarial e da sociedade. Nesse sentido, a

eficaz administração dos custos reveste-se de uma importância fundamental, fazendo com que haja sempre

a preocupou de novas metodologias para apuração, análise e gestão dessa área critica.

O pioneirismo na compreensão e adoção de novas e revolucionárias técnicas de custeio constitui-

se, também, em importante diferencial competitivo. Como conseqüência imediata, tem-se o

desenvolvimento da chamada contabilidade gerencial, cuja primordial preocupação tem sido o estudo da

Contabilidade de custos.

Principalmente após a revolução industrial, com o surgimento, de fato, das primeiras industrias, os

executivos responsáveis pelos custos tem respondido satisfatoriamente aos anseios dos empresários e

investidores concernentes às necessárias informações e relatórios para as tomadas de decisões.

A globalização da economia trouxe como uma das principais mudanças a eliminação das chamadas

fronteiras econômicas e financeiras, exigindo do empresário uma atuação mais dinâmica, abrangente e

competitiva.

Podendo atuar em novos mercados, as grandes corporações multinacionais sentiram rapidamente a

necessidade de modificar seus conceitos operacionais e produtivos, visando principalmente à redução de

gastos, para possibilitar sua sobrevivência e crescimento em um novo mercado, caracterizado pela maior

exigência dos consumidores. [Principalmente nos países ou nas regiões que se encontram com grandes

níveis de desemprego, em economias recessivas ou estabilizadas, tornou-se bastante difícil para essas

empresas a conquista de novos clientes e a manutenção dos antigos].

Diante destes fatores citados podemos afirmar que eles são os responsáveis por uma das grandes

mudanças no objeto de preocupação da maioria dos empresários dos tempos modernos, que é a

necessidade de excelente gerenciamento de seus custos de produção de bens ou serviços.

O crescimento das atividades, a diversificação dos negócios , a dispersão geográfica, a sofisticação

das finanças e da produção exigiram a delegação para pessoas estranhas às famílias de parte dos

controles e do gerenciamento das atividades administrativas, financeiras e produtivas das empresas.

Naturalmente , foi cada vez mais crescente e significativa a necessidade da implantação de

eficientes sistemas de relatórios gerenciais, para subsidiar as tomadas de decisões dos donos de capital,

impossibilitados de participar rotineiramente de todas as fases dos processos administrativos e produtivos.

A introdução dos controles internos em todos os níveis já é uma preocupação antiga dos

empresários, de acordo com alguns autores:

“ As primeiras organizações comerciais americanas a desenvolverem sistemas de contabilidade gerencial

forma as tecelagens de algodão mecanizadas e integradas, surgidas após 1812. Elas utilizavam contas de

custos para avaliar a mão- de- obra direta e custos gerenciais na conversão das matérias-primas em fios e

tecidos acabados”. (Nosso Grifo)

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Page 5: Terminologias contabeis para custos

A contabilidade de custos sublinha a idéia de que o Contador de Custos e ou Administrador de

Custos deve conhecer o ambiente no qual a Contabilidade de Custos vai atuar e que seus usuários

devem estar bem familiarizados com as técnicas de custeio para poderem compreender a utilizar-se

das informações de custos.

O contador e ou administrador de custos antes mesmo de desenvolver suas atividades , deverá

conhecer o processo produtivo e as relações entre os diversos setores da entidade.

O processo produtivo deve ser olhado de modo global inicialmente. Ele vai desde o planejamento

da produção, considerando planilhas e orçamentos, até a expedição dos produtos para os clientes,

passando por todas as fases de Controle. Deve conhecer como e o porque de cada atividade.

Deve ter visão clara do ciclo operacional. Muitas vezes, é recomendável que o administrador ou

contador de custos , antes de começar a trabalhar, faça um estágio nos diversos setores e componentes

operacionais e administrativos da entidade para atender melhor as atividades.

“O objetivo principal das empresas é maximizar seus lucros.”

3- LEIA E ATRIBUA UM TITULO A ESTE ASSUNTO:

TITULO:

Para melhor entender o quanto é importante à contabilidade partimos de um exemplo, imagine que

você é um profissional de empresas, e tenha sido convidado para a diretoria de uma empresa ou indústria.

Ao assumir o cargo de diretor financeiro, você verifica que quase todos os homens-chaves da empresa se

demitiram, solidários com o diretor demissionário. Como você reagiria a essa situação?

Certamente um dos primeiros passos seria a coleta de informações e dados, para que , conhecedor

da situação econômico-financeira da empresa, você pudesse tomar as primeiras decisões.

Seu ponto de partida seria, naturalmente , os registros e relatórios econômico-financeiros de seu

antecessor, até a data em que ele deixou a empresa.

E é nesse ponto que entra a contabilidade. Pois seu objetivo principal e registrar as transações de

uma entidade de forma que sejam expressas em termos monetários, e informar os reflexos dessas

transações na situação econômico-financeira dessa empresa e uma determinada data.

A importância de se registrar as transações de uma empresa e proveniente de uma serie de fatores:

- Como o dinamismo da empresa ;

- A mudança de seus dirigentes quando necessário e do pessoal que opera no setor;

- A necessidade de comprovar, com registros e documentos, a veracidade das transações

ocorridas;

- A possibilidade de reconstituir, com detalhes, transações ocorridas muitos anos antes;

- A necessidade de registrar as dívidas contraídas, os bens adquiridos, ou o capital que os

proprietários investiram no negocio;

- E ainda informar os reflexos que as transações provocam na situação econômico-financeira de

uma empresa para que os diversos interessados em seu passo , presente e futuro tenham

conhecimento de seu progresso, estagnação financeira ou retrocesso.

A contabilidade de custos enfatiza o conceito que ela prepara informações diferentes para

atender a necessidades gerenciais diferentes. De acordo com as necessidades gerenciais,

apresentadas pelos diversos níveis gerenciais, a Contabilidade de Custos vai se organizar em

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Page 6: Terminologias contabeis para custos

termos de sistemas de acumulação de dados, de critérios de avaliação e de apropriação dos custos

a seus portadores ( componentes organizacionais, atividades e operações, serviços e produtos e

outros objetos de custeio, para produzir relatórios que satisfaçam às exigências dos diversos

usuários. Pois ela é parte integrante da contabilidade, e, portanto seus sistemas de determinação de

custos devem estar sempre integrados e coordenados ao sistema contábil.

A contabilidade de custos coleta dados , classifica e registra os dados operacionais das diversas

atividades da entidade, denominados dados internos bem como algumas vezes coleta e organiza dados

externos.

Os dados coletados podem ser tantos monetários como físicos:

Exemplos dados físicos operacionais: unidades produzidas, horas trabalhadas, quantidade de

requisições de materiais e de ordens de produção.

Dados monetários: todos os dados citados acima com seus respectivos valores.

Em seguida a contabilidade de custos acumula, organiza, analisa e interpreta os dados operacionais

físicos e os indicadores combinados no sentido de produzir, para os diversos níveis da administração e de

operação , relatórios com as informações de custos solicitadas.

Uma das formas mais empregadas ,que talvez seja o fundamento da contabilidade de custos é

baseado no principio da causação ou seja a preocupação em atribuir os custos a seus portadores finais.

Isto significa que os custos serão classificados em diretos e indiretos, dependendo da dificuldade existente

para sua apropriação.

4- LEIA E ATRIBUA UM TITULO A ESTE ASSUNTO:TITULO:

COLETA DE DADOS CENTRO INFORMAÇÕESPROCESSADOR DEINFORMAÇÕES

Sistema de Custos

Critérios Básicos Em conjunto com Apoio da Administração Procedimentos Registros os Usuários

Fonte: ver. FAE nº 03 set/dez,1999, p 21-28 – Artigo Sistemas de gestão de custos dificuldades na implantação

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Page 7: Terminologias contabeis para custos

4.1 - FASE I – COLETA DE DADOS

O trabalho de coleta e seleção de dados internos e externo, quantitativos e monetários se dará em

subsistemas de apoio, constituídos pelas áreas funcionais e instrumentos de controle da empresa, tais

como:

Etapas de produção, sistemas de controle de materiais, controle de patrimônio e planejamento de produção.

A atuação desses subsistemas implicará um planejamento, treinamento, organização e integração entre os

setores, o que promoverá uma postura participativa e um entendimento sobre a importância da

gestão de custos para a empresa.

4.2- FASE II – PROCESSAMENTO DOS DADOS

Nesta fase , o centro processador de informações receberá os dados e executará a operação de

acumulação, organização, análise e interpretação desses dados, transformando-os em informações

compatíveis com as saídas esperadas, definidas na arquitetura dos sistemas de custos, modelados

especialmente para a empresa.

4.3 - FASE III – INFORMAÇÕES

Os dados gerados pelo sistema de custos constituem-se em importante elemento do sistema de

informações gerenciais, pois representam os resultados de um trabalho de processamento alicerçado num

modelo de sistema exaustivamente desenhado e elaborado para atender as necessidades especificas da

empresa, levando em conta seus objetivos e metas, seus parâmetros e prioridades. Essas informações

deverão advir de contatos iniciais com os usuários do sistema (gerentes de produção, finanças, recurso

humanos, vendas, marketing, contabilidade, engenharia, projetos, desenvolvimento de produtos), para que

os sistema de custos produza relatórios gerenciais confiáveis, eficientes e úteis para as diversas áreas

funcionais da empresa.

5 - NASCIMENTO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

Após revolução industrial: necessidade de maiores e mais precisas informações, que permitissem

uma tomada de decisão correta.

Antes: praticamente não existia, já que as operações resumiam basicamente à comercialização de

mercadorias, e os estoques eram registrados e avaliados pelo seu custo real de aquisição.

5.1- Origem da Contabilidade de Custos

Revolução industrial: registrar os custos que capacitavam o administrador a avaliar estoques,

determinar mais corretamente resultados e levantar balanços.

I guerra e crise de 29: necessidades de melhorias nos controlem.

II guerra: maior necessidade de eficiência/eficácia; aumento da competição.

7

Page 8: Terminologias contabeis para custos

6 LEIA E ATRIBUA UM TITULO A ESTE ASSUNTO:

TITULO:

São essencialmente medidas monetárias dos sacrifícios com os quais uma organização tem que

arcar a fim de atingir seus objetivos.

É o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis

gerenciais de uma entidade, como auxilio as funções de determinação de desempenho, de planejamento e

controle das operações e de tomada de decisões.

7- LEIA E ATRIBUA UM TITULO A ESTE ASSUNTO:

TITULO:

Os objetos mais conhecidos que formam o campo de atuação da contabilidade de custos mais

conhecidos são os seguintes:

A entidade, como um todo, seus componentes organizacionais (administrativos e operacionais);

Os produtos, e bens que fabrica para si própria e para a venda e os serviços, faturáveis ou não, podemos

citar como exemplo: sos estoques, as campanhas, as promoções, os estudos especiais, os segmentos de

distribuição, as atividades e as operações desde as menores até as maiores, ao planos e alternativas

operacionais.

8- LEIA E ATRIBUA UM TITULO A ESTE ASSUNTO:

TITULO:

Determinação do lucro: empregando dados originários dos registros convencionais contábeis, ou

processando-os de maneira diferente, tornando-os mais úteis à administração;

Controle das operações: e demais recursos produtivos como os estoques, com a manutenção de

padrões e orçamentos, comparações entre previsto e realizado;

Tomada de decisões: o que envolve produção (o que, quanto, como e quando fabricar); formações de

preços, escolha entre fabricação própria ou terceirizada.

A contabilidade de custos também auxilia na solução de problemas relacionados:

- Ao preço de venda;- À contribuição de cada produto ou linha de produtos para o lucro da empresa;- Ao preço mínimo de determinado produto em situações especiais;- Ao nível mínimo de atividade em que o negocio passa a ser viável;

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Page 9: Terminologias contabeis para custos

9- POR QUE ESTUDAR OS CUSTOS?

Atender necessidades gerenciais de três tipos:

– Informações sobre a rentabilidade e desempenho de diversas atividades da entidade;

– Auxílio no planejamento, controle e desenvolvimento das operações;

– Informações para a tomada de decisões.

10 - QUESTIONÁRIO

1- Para que serve a contabilidade de custos?

2- A contabilidade de custos coleta dados. Que dados são esses? Para que serve cada um deles?

Mencione alguns exemplos?

3- A contabilidade de custos produz informações diferentes para atender a necessidades gerenciais

diferentes. O que se entende por essa afirmação?

4- Quais são os objetivos da contabilidade de custos?

5- Quais são os objetos da contabilidade de custos?

6- Por que a contabilidade de custos deve ser integrada e coordenada a outros setores da empresa?

7- Por que é importante que o administrador de custos conheça o ciclo operacional da empresa, conheça o

ambiente em que a contabilidade de custos vai atuar e esteja bastante familiarizado com as operações?

8- Ao implantar a contabilidade de custos, quais os objetivos que a empresa pretende atingir?

9- Cite 3 tipos de informação gerada pela contabilidade de custos.

10- Cite e explique dois tipos de problemas que a contabilidade de custos ajuda a solucionar.

9

Page 10: Terminologias contabeis para custos

11- Responda as questões com base no texto acima:

1)Em âmbito mundial, quais foram os principais motivos para a evolução da

Contabilidade de Custos?

2)O que você entende por uma empresa industrial? Cite um exemplo de processo

industrial:

3)De que maneira um eficiente sistema de apuração de custos pode contribuir para a

sobrevivência das empresas modernas que atuam em um ambiente extremamente

competitivo e na chamada economia globalizada?

4)No Brasil, algumas empresas de médio e pequeno porte não implantaram sistemas de

apuração de seus custos de produção. Em sua opinião, por que isso acontece? Quais

seriam os argumentos que você usaria para convencer os empresários a implantar em

suas empresas sistemas de apuração de custos?

5)Por que os administradores de empresas precisam conhecer com profundidade os

conceitos e as metodologias para apuração dos custos de produção?

6) Quais são as fases da Contabilidade de Custos? Para um bom gerenciamento de

custos é possível que se exclua alguma destas fases? Dê sua opinião:

7) Assinale a alternativa correta:

a) As empresas prestadoras de serviços não necessitam de sistemas de

contabilidade de custos para seu gerenciamento.

b) Um sistema de contabilidade de custos só é útil nas grandes empresas que

possuem diversos departamentos e produzem diversos produtos.

c) A apuração dos custos por departamento pode revelar deficiências nos processos

produtivos.

d) A contabilidade de custos só fornece informações úteis para os encarregados da

produção e não auxilia na tomada de decisões.

8)Você concorda com a seguinte informação? Comente sobre:

“O principal objetivo das empresas atualmente é reduzir custos, tornando-se competitivas

num mercado globalizado e conseqüentemente maximizando seus lucros.”

9)Em sua opinião quais são os principais usuários das informações geradas por um

eficaz sistema de apuração de custos e que decisão estes usuários podem tomar?

10

Page 11: Terminologias contabeis para custos

12- ALGUMAS DAS TERMINOLOGIAS MAIS USUAIS:ALGUMAS DAS TERMINOLOGIAS MAIS USUAIS:

O objetivo das terminologias contábeis é uniformizar o entendimento de determinados termos que serão

utilizados:

GASTO – sacrifício que a entidade arca para a obtenção de um bem ou serviço, representado por

entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). O gasto se concretiza quando os

serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da empresa.

Exemplos: gastos com mão-de-obra (salários e encargos); gasto com aquisição de matérias-primas

para industrialização; gasto com setores administrativos; gasto com aquisição de máquinas e equipamentos.

DESEMBOLSO – pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer

concomitantemente ao gasto (pagamento à vista) ou depois deste (pagamento a prazo).

Os gastos podem ser: INVESTIMENTOS, CUSTOS ou DESPESAS.

INVESTIMENTO – gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios

atribuíveis a períodos futuros.

Exemplos: aquisição de móveis e utensílios; aquisição de imóveis; despesas pré-operacionais;

aquisição de marcas e patentes e aquisição de matéria-prima.

CUSTO – gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços; são todos

os gastos relativos à atividade de produção.

Exemplos: salários do pessoal da produção; matéria-prima utilizada no processo produtivo;

combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica; aluguéis e seguros do prédio da fábrica;

depreciação dos equipamentos da fábrica; gastos com manutenção das máquinas da fábrica.

ATENÇÃO: A matéria-prima adquirida pela indústria enquanto não utilizada no processo produtivo,

representa um investimento e estará ativada numa conta do Ativo Circulante; no momento em que é requisitada

pelo setor de produção, é dada baixa na conta do Ativo e ela passa a ser considerada um custo, pois será

consumida para produzir outros bens ou serviços.

DESPESA – gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a

finalidade de obtenção de receitas.

Exemplos: Salários e encargos sociais do pessoal de vendas e do escritório de administração; energia

elétrica consumida no escritório; gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas; contas telefônicas do

escritório de vendas; aluguéis e seguros do prédio da administração.

ATENÇÃO: Custo x Despesa – regra simples

Todos os gastos realizados com o produto até que este esteja pronto são custos; a partir daí, são despesas.

Gastos com embalagens são custos se realizados no âmbito do processo produtivo (o produto é vendido

embalado); são despesas se realizados após a produção (o produto pode ser vendido com ou sem embalagem).

PERDA – gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva

normal da empresa.

Exemplos: perdas com incêndio, obsoletismo de estoques etc.

RECEITA – entrada de elementos para o ativo sob a forma de dinheiro ou direitos a receber,

correspondente normalmente à venda de bens ou serviços.

Ganho:Ganho: lucro, proveito, vantagem; lucro, proveito, vantagem;

(osni moura, contabilidade comercial- pag. 165)

11

Page 12: Terminologias contabeis para custos

A DEPRECIAÇÃO PODE SER CONSIDERADO COMO CUSTO DE PRODUÇÃO DE

BENS OU SERVIÇOS QUANDO ESTE BEM ESTA COLOCADO A DISPOSIÇÃO DA

PRODUÇÃO.

A DEPRECIAÇÃO PODE SER CONSIDERADO COMO DESPESA ADMINISTRATIVA

OU COMERCIAL QUANDO ESTES BENS ESTIVEREM SENDO UTILIZADO PELAS

ÁREAS ADMINISTRATIVAS OU COMERCIAL.

13

12

Custos Produtos ouServiços

ElaboradosConsumo associadoà elaboração do produto ou serviço

Consumo associadoao período

Investimentos

Gastos

Balanço Patrimonial

Demonstrativo de Resultado do

Exercício

Definição genérica de custosDefinição genérica de custos

Page 13: Terminologias contabeis para custos

14- DIFERENÇA ENTRE CUSTOS E DESPESAS

Numa indústria custo significa todos os gastos na fábrica (produção): matéria-prima, mão-de-obra,

energia elétrica, manutenção, embalagem etc. Despesa significa os gastos no escritório, seja na

administração, seja no departamento de vendas, seja no departamento de finanças

ASSOCIAÇÕES ENTRE RECEITAS, CUSTOS E LUCROS.

A obtenção de lucros é um dos principais objetivos de qualquer empresa. A equação mais simples para

expressar o lucro consiste em apresentá-lo como a diferença entre receitas e gastos, ou:

Receitas – Gastos = Lucro

Dessa forma, o lucro depende dos custos e das vendas. A área comercial é responsável pelas vendas,

embora a contabilidade de custos enxerga certa influência em função do papel dos custos sobre o

estabelecimento ou controle do preço de vendas.

Para produtos sob encomenda, a relação pode ser apresentada como:

Gastos + lucro = preço de venda

Mediante planilhas específicas, a contabilidade pode levantar os gastos da encomenda, empregando

no processo dados de diferentes áreas, como comercial, industrial, financeira, de compras. Ao somatório

dos custos e despesas serão acrescidos os lucros desejados. Por exemplo, quando um cliente leva seu

veiculo a uma oficina autorizada, esta dimensionará a quantidade de mão-de-obra necessária para o

serviço, estimará o custo dos materiais diretos necessários e alocará, empregando algum critério específico,

os custos indiretos e despesas. Posteriormente, incluirá o lucro desejado, fornecendo a cotação para os

serviços solicitados. Nessa situação, a receita (ou preço a ser praticado) passa a ser função dos custos da

empresa e do lucro desejado. Com base nos custos incorridos, são acrescidos os lucros desejados e é

13

Page 14: Terminologias contabeis para custos

obtido o preço de venda. Em marketing, esse processo corresponde a um dos 4 ps,o p de preço, variável

que seria controlável. Obviamente, apenas em mercados bastantes específicos isso é possível. Nos demais,

o preço não é imposto pela empresa, mas consequência das características do produto e do mercado.

O caso mais comum da relação entre preço, gastos e lucro pode ser apresentado como:

Preço de Venda - Gastos = Lucro

N

Nessa situação, a contabilidade apura os custos (contabilizados, reais, corrigidos ou não) e verifica

qual foi a rentabilidade do período, podendo especificá-la por linha de produtos, por região, por clientes ou

por outro meio de análise. O lucro obtido pela empresa tornar-se função dos preços praticáveis no mercado

e da estrutura de gastos da entidade.

Outra forma poderia apresentar os gastos como conseqüência do preço, limitado pelo mercado, e do

lucro desejado pela empresa. Dessa forma, a relação matemática pode ser apresentada como:

Preço de venda – lucro = gastos

A relação anterior exprime o conceito de Target Cost, ou custo-meta-cujo emprego é creditado às

empresas japonesas. Com base na receita a ser obtida, predeterminada em função das características do

mercado e do produto, e no lucro desejado, lucro-meta ou Target Profit estabelecido pela empresa, obtêm –

se o valor máximo possível para os custos.

Assim, de acordo com o conceito de Target Cost, se a empresa deseja atingir uma meta de lucro, todos

os agentes internos da empresa deverão trabalhar para trazer o montante dos custos ao montante

determinado pela fórmula. Todos os esforços devem ser empreendidos para alcançar maior eficiência

operacional, reduzindo custos, aumentando a qualidade do produto e do processo e eliminando os

desperdícios e o retrabalho em qualquer fase.

14

Page 15: Terminologias contabeis para custos

14 - ESTUDOS DE CASO

Sua vizinha dona Severina é proprietária de um bar na estação rodoviária onde param os ônibus da viação Umuarama ltda.

Os fiscais de tributos estaduais fizeram na semana passada uma visita ao estabelecimento e pediram que dona Severina identificasse suas operações do mês anterior de acordo com a teoria de custos para que eles pudessem examinar melhor a escrita contábil da empresa. Para simplificar o trabalho de D. Severina, os fiscais levantaram as operações do mês e presentearam um resumo. D. Severina trouxe-nos esse resumo para ajudássemos a realizar o trabalho pedido pela fiscalização. O resumo é o seguinte:

1- Compra de 50 pacotes do café Corol a R$ 5,00 cada pacote.2- Como D.Severina tinha vendido grande quantidade de cocos de seu sítio, ela

pagou R$ 160,00, na hora.3- Portanto, ficou devendo ao fornecedor R$ 90,00.4- Quando foi contar os pacotes , mais tarde , verificou que o fornecedor entregou um

pacote a mais. Como era difícil comunicar-se com os vendedores, ela resolveu ficar com ele.

5- Durante o mês , produziu e vendeu cafezinhos , obtendo uma renda de R$ 300,00.6- No final do mês ao contar seu estoque de pacotes, verificou que tinha consumido

33 pacotes de café assim distribuídos:6.1. Trinta pacotes para produzir os cafezinhos vendidos aos clientes.6.2 – dois pacotes para produzir cafezinhos para os dois empregados do bar.6.3 – um pacote infelizmente caiu da prateleira e o pó esparramou-se pelo chão, e não foi possível recuperar nada.

7- O bar do vizinho sr. João , teve sua cafeteira quebrada. Durante o conserto o sr. João pediu que dona Severina emprestasse a ele uma de suas cafeteiras. Dona Severina boa negociante , emprestou-a, mas cobrou um aluguel de R$ 20,00 pelo três dias.

8 – os fiscais pediram que dona Severina classificasse cada uma de suas operações e transações dentro dos seguintes títulos: ganho – perda – receita – custos – gastos de desembolso – gastos não desembolsado, rendas diversas e despesas. 9- Dona Severina prometeu que retribuiria a ajuda que você prestasse a ela. Você poderia , durante um mês toma seu cafezinho sem pagar. (esta cortesia não precisa ser classificado contabilmente).

EXERCÍCIOS SOBRE TERMINOLOGIA DE CUSTOS

Assinalar Falso (F) ou verdadeiro (V) à luz da terminologia contábil:

( ) Ao comprar matéria-prima, há uma despesa( ) Gasto é o sacrifício financeiro com que uma entidade arca para a obtenção de bens e serviços.( ) Custo incorrido em função da vida útil ou de benefícios atribuídos a futuros períodos aos bens e aos serviços produzidos.( ) O custo é incorrido no momento da utilização, consumo ou transformação dos fatores de produção.( ) Perdas são bens e serviços consumidos de forma anormal e involuntária.

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Page 16: Terminologias contabeis para custos

EXERCÍCIO 2

Classificar os eventos descritos a seguir, relativos a um banco comercial, em (I) investimento, ( C) custos, (D) despesa, (P) perda, seguindo a terminologia contábil.

( ) compra de impressos e material de escritório.( ) Gastos com salários do pessoal operacional de agencia.( ) consumo de energia elétrica.( ) Gastos com transporte de numerário ( dinheiro) ( carro forte).( ) telefone ( conta mensal)( ) aquisição e instalação de ATM.( ) manutenção do sistema de processamento de dados.( ) utilização de impressos para acolher depósitos.( ) reconhecimento de credito como não recebível.( ) gastos com envio de talões de cheques aos clientes.( ) depreciação de equipamentos ( computadores,ATM etc).( ) Remuneração de tempo ocioso.( ) consumo de material de escritório na Administração.( ) Remuneração do pessoal da contabilidade geral.( ) remuneração de gerentes.( ) depreciação de prédios de agencias.( ) gastos com treinamento e desenvolvimento de funcionários.( ) depreciação do prédio da sede administrativa do banco.( ) desfalque de valores por fraude.( ) desfalque de valores por assaltos.

EXERCÍCIO 2

Classificar os eventos descritos a seguir, relativos a uma lndústria de manufatura, em (I) investimento, ( C) custos, (D) despesa, (P) perda, seguindo a terminologia contábil.

( ) compra de matéria-prima.( ) consumo de energia elétrica.( ) gastos com mão-de-obra.( ) consumo de combustível.( ) gastos com pessoal do faturamento (salário).( ) aquisição de maquinas.( ) depreciação de máquinas.( ) comissões proporcionais às vendas.( ) remuneração do pessoal da contabilidade geral (salários).( ) depreciação do prédio da empresa.( ) consumo de matéria-prima.( ) aquisição de embalagens.( ) deterioração do estoque de matéria-prima por enchente.( ) remuneração do tempo do pessoal em greve.( ) geração de sucata no processo produtivo.( ) estrago acidental e imprevisível de lote de material.( ) reconhecimento de duplicata como não recebível.( )gastos com desenvolvimento de novos produtos e processos.( ) gastos com seguros contra incêndio.( ) consumo de embalagens.

16

Page 17: Terminologias contabeis para custos

15- O CUSTO É FÁCIL

Veja, então, como o Custo é fácil.

Inês gosta de fazer doce de abóbora. Vamos acompanha-la na cozinha:

Após algumas horas de trabalho, o doce de abóbora ficou pronto.

Com 8 kg de abóbora foram feitos 5 kg de doce.

Perguntamos:

- Qual é o Custo desse doce?

Quando você vai a uma confeitaria e compra um doce, o Custo desse doce, para você, é o preço pago por

ele. Entretanto, para Inês conhecer o Custo do doce que fez ela precisa somar todos os preços pagos na

compra dos ingredientes.

Suponhamos os seguintes preços pagos pelos ingredientes:

8 kg de abóbora............................................................................. 840

1,5 kg de açúcar............................................................................ 195

150 gramas de coco ralado........................................................... 370

6 gramas de cravo-da-índia........................................................... 80

Total................................................................................................... 1.485

RECEITA

DOCE DE ABÓBORA

Ingredientes:

8 kg de abóbora1,5 kg de açúcar150 gramas de coco ralado6 gramas de cravo-da-Índia3 xícaras de água

Modo de fazer:

Numa panela grande, com tampa, coloque a abóbora descascada e picada em pequenos pedaços para cozinhar.Adicione as 3 xícaras de água e deixe cozinhar, mexendo de vez em quando, até secar.Depois coloque o açúcar e o cravo-da-Índia, mexa bem e apure por aproximadamente 50 minutos. Então, acrescente o coco ralado e deixe no fogo por mais de 25 minutos, mexendo sempre.

Tempo de Preparo:

Uma hora e quinze minutos de cozimento e uma hora e quinze minutos de apuração (2 horas e meia no total).

Rendimento:

5 kg, aproximadamente

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Page 18: Terminologias contabeis para custos

Pronto!

Se foram gastos R$ 1.485 com a compra dos ingredientes, podemos dizer que o doce custou esse

valor.

Fácil, não é mesmo?

A esta altura, você pode estar indagando:

- O Custo do doce corresponde apenas aos gastos com a compra dos ingredientes?

É evidente que não, pois para fazer o doce de abóbora, além dos ingredientes, foram utilizados:

cozinha

mesa

faca

panela

fogão

colher

água

gás

energia elétrica

compoteira

Além desses elementos, desde o momento em que Inês foi ao supermercado para comprar os ingredientes

até o doce ficar pronto, ela gastou 4 horas de trabalho.

Dessa forma, tanto os ingredientes utilizados como todos os demais elementos que concorreram para que o

doce de abóbora fosse feito têm custo e precisam ser considerados.

Pelo que foi exposta até aqui, você pode concluir que o Custo de fabricação apresenta duas

partes:

Parte direta – composta pelos gastos com aquisição dos ingredientes utilizados

integralmente na fabricação(tecnicamente conhecidos por materiais) mais o custo das

horas de trabalho ( tecnicamente conhecido por mão-de-obra). A soma desses gastos é

também denominada Custo Direto de fabricação, pois suas quantidades e seus valores

são facilmente identificados em relação ao produto.

Parte indireta – composta pelos gastos com outros elementos que concorreram

indiretamente na fabricação do doce, como: aluguel/IPTU* (Imposto Predial e Territorial

Urbano), depreciação, gás e energia elétrica (tecnicamente conhecidos por gastos gerais

de fabricação). É lógico que, ao comer o doce de abóbora, você não estará comendo gás,

nem energia elétrica. Entretanto, esses elementos contribuíram para que a fabricação fosse

possível.

O Custo Direto de fabricação é fácil de ser conhecido, pois geralmente corresponde aos valores

integralmente gastos na compra de materiais utilizados, mais a mão-de-obra das pessoas que trabalharam

diretamente na fabricação. Por outro lado, para se conhecer o valor dos Custos Indiretos de fabricação de

cada produto, deve-se estabelecer regras e efetuar cálculos para que os referidos Custos sejam

adequadamente atribuídos a cada produto.

Os custos Indiretos de fabricação são assim denominados porque não correspondem a gastos

realizados especificamente para esse ou aquele produto. Na empresa industrial, eles beneficiam toda a

18

Page 19: Terminologias contabeis para custos

produção de um período. O gasto com aluguel, por exemplo, é indispensável para que a empresa possa

existir, porém não esta ligado a um ou outro produto; assim, o seu Custo deve ser atribuído através de

algum critério para todos os produtos que foram fabricados pela industria naquele período. No nosso

exemplo, embora Inês não seja uma empresa, para conhecer o Custo real do seu doce ela precisa incluir

nele uma parcela do aluguel.

Tecnicamente, a distribuição proporcional que se faz para atribuir a este ou aquele produto o valor dos

Custos Indiretos de fabricação denomina-se rateio. Conforme dissemos, para se efetuar o rateio

(distribuição), há necessidade de se adotar algum critério, seja ele estimado ou arbitrado. Esse critério é

denominado base de rateio.

Veja a seguir, com base no exemplo em questão, alguns critérios que podem se usados como base para

ratear o valor dos Custos Indiretos:

Aluguel/IPTU – critério (base) para rateio = horas de trabalho.

Considerando que Inês paga R$ 60.000 por mês de aluguel (IPTU incluído), o valor a ser considerado como

Custo Indireto de fabricação é obtido através do seguinte cálculo:

R$ 60.000 x 30 dias = R$ 2.000 por dia

Considerando que o tempo gasto para fazer o doce foi de meio dia de trabalho (4 horas), o valor do

Custo será igual a R$ 1.000.

Utensílios – critério (base) para rateio = horas de trabalho.

Os utensílios utilizados para fazer o doce – mesa, panela, fogão etc. – não se consomem durante

um processo de fabricação de muitos quilos de doce, durante alguns anos. O critério utilizado para incluir no

Custo de fabricação o valor gasto na aquisição desses bens é a depreciação, que você já deve ter

estudado em Contabilidade Básica ou Comercial, Lembra-se?

Através da depreciação, considera-se como Custo do período uma parcela do valor gasto na

aquisição dos bens duráveis, em razão do tempo de vida útil estimado para o referido bem. Suponhamos

que o fogão, a mesa e os demais utensílios utilizados correspondam à depreciação de R$ 108.000 por ano,

equivalendo à depreciação mensal de R$ 9.000.

Sabendo que foram gastas 4 horas para se fazer o doce, o valor da depreciação proporcional ao

número de horas gastas será de R$ 150 (equivalente a meio dia de trabalho).

Gás – critério (base) para rateio = horas de trabalho

Suponhamos que, por um botijão de gás de 13 quilos, tenham sido pagos R$ 1.300 e que, para

consumir todo o gás contido no botijão, sejam necessárias 130 horas de trabalho. Logo, para cada hora de

gás consumido gastam-se R$ 10. Se, para fazer o doce de abóbora, o fogão ficou ligado durante 2 horas e

meia, o Custo do gás consumido é dado por:

2,5 horas X R$ 10 = R$ 25

Energia elétrica – critério (base) para rateio = horas de trabalho

Considerando que, durante o mês, foram gastos R$ 3.000 com energia elétrica e sabendo que a

casa tem 10 cômodos, os quais consomem energia elétrica em quantidades proporcionais, podemos

estabelecer que a energia elétrica gasta por dia na cozinha corresponde a:

19

Page 20: Terminologias contabeis para custos

R$ 3.000

10 cômodos = R$ 300 mensais por cômodo

Logo, o consumo diário é de:

R$ 300

30 dias = R$ 10 por dia

Assim, o valor a ser considerado por 4 horas de trabalho (meio dia) é de R$ 5.

Observações:

Conforme você pode observar, adotamos o número de horas utilizadas na fabricação do doce de

abóbora como base de rateio para os Custos Indiretos.

Como partimos de um exemplo hipotético visando atribuir parcelas do Custo Indireto de fabricação a

um único produto, para facilitar, na maioria dos casos, consideramos o total de horas trabalhadas

como meio dia de trabalho.

O critério das horas trabalhadas é um dos muitos que existem para ratear os Custos Indiretos de

fabricação aos produtos. Cada empresa, de acordo com a sua realidade, considerando o tipo de

produto que fabrica, adota aquele que mais se ajusta ao seu caso.

Você observou, também, que para ratear os Custos Indiretos de fabricação aos produtos há

necessidade de efetuar cálculos que, em certos casos, podem apresentar resultados não muito

exatos, como ocorreu com a energia elétrica e com o gás. Assim, podem ocorrer situações em que

o uso de determinado critério para cálculo, devido ao pequeno valor que o Custo representa em

relação ao produto, fica tão oneroso para a empresa que é preferível encontrar outras formas mais

racionais para atribuir certos Custos Indiretos aos produtos. Em nosso exemplo, a água entrou na

fabricação em quantidade tão pequena que nem a consideramos.

Falta, ainda efetuar os cálculos para determinar o valor da Mão-de-obra Direta (trabalho de Inês).

Veja:

Mão-de-obra – critério (base) para rateio = horas de trabalho.

Levando-se em conta que uma confeitaria ganha R$ 200 por hora e tendo Inês gasto 4 horas o

Custo do seu trabalho foi de R$ 800.

Agora, podemos concluir que, para Inês fazer o doce de abóbora, concorreram os seguintes

elementos:

Materiais

Compreendendo os ingredientes utilizados que somaram................. 1.485

20

Page 21: Terminologias contabeis para custos

Mão-de-obra

Compreendendo o trabalho de Inês................................................................. 800

Gastos Gerais de Fabricação

Nesse caso, correspondendo aos Custos Indiretos de fabricação:

Aluguel/IPTU..................................................................................................... 1.000

Depreciação......................................................................................................... 150

Gás.................................................................................................................. 25

Energia elétrica......................................................................................... ........................ 5

Total......................................................................................................................... 3.465

Lembramos que os Custos Indiretos de fabricação normalmente englobam, além dos Gastos Gerais

de Fabricação Indiretos, os Materiais Indiretos e a Mão-de-obra Indireta.

Agora sim, podemos dizer que os 5 kg do doce de abóbora custaram R$ 3.465.

Até aqui você ficou sabendo que o Custo corresponde à soma dos gastos necessários para a

fabricação de um produto. Ficou sabendo, ainda, que o Custo é composto por três

16.2 - Classificação quanto aos elementos:

Diretos: diretamente incluídos no cálculo dos produtos;

materiais diretos e mão de obra direta; perfeitamente

mensuráveis de maneira objetiva.

Indiretos: necessitam de aproximações, rateio.

Primários: apenas incluem a matéria-prima a mão-de-

obra direta.

De transformação: igualmente denominados custos de

conversão ou custos de agregação. Consistem no

esforço agregado pela empresa na obtenção do

produto. Exemplos: mão-de-obra direta e custos

indiretos de fabricação.

16-Classificações :

16.1 - Quanto a Unidade

16.3 - Classificações: Volume

21

Page 22: Terminologias contabeis para custos

PESQUISAR NA BIBLIOTECA:

Fixos

Variáveis

Semifixos

Semivariáveis

17- EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Identifique:

Custo direto

Custo indireto

Custo fixo

Custo variável

Custos semi-fixos

Custos semi-variaveis

Matéria prima utilizada direto na fabricação do produto;

Mão–de-obra do pessoal da fábrica;

Material secundário utilizado na fabricação do produto;

Gastos com manutenção da fabrica;

Gastos com transporte de pessoal da fábrica;

Vigilância;

Ferramentas de curta duração ;

Conta telefônica da fabrica;

Gastos com veículo da fábrica;

Embalagem aplicada na fabricação do produto;

Mão- de- obra utilizada direto na fabricação do produto;

Prêmios de produção;

Férias do pessoal que trabalha na fabricação do produto;

Aviso prévio e indenização do pessoal da produção;

Assistência médica e social do pessoal da produção;

Seguro de acidentes do trabalho do pessoal da produção;

Salários e ordenados do pessoal da produção ;

13 salário do pessoal da produção ;

Em uma industria o salário dos supervisores de produção até um determinado volume de produção e de R$

120.000,00 , fixo se entretanto a produção aumentar o salário deles também aumentará;

Fornecedores (duplicatas a pagar) ;

Salários das costureiras ( em uma fábrica de roupas);

22

Page 23: Terminologias contabeis para custos

Em uma indústria a energia elétrica utilizada na fábrica é cobrada pela concessionária uma taxa mínima,

mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor da conta dependa do número de kilowats

consumidos e portanto do volume da produção da empresa;

Despesas com veículos da administração;

Salário da secretária da gerência da fábrica;

O aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que nenhuma copia seja tirada;

Aluguel da área ocupada pelo fábrica;

O gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira, que varia de acordo com o nível de atividade ,

mas que existirá , mesmo que seja um valor mínimo quando se nada produza, já que a caldeira não pode

esfriar;

18- EXERCÍCIOS:

Classifique os custos a seguir em:

Diretos (d) indiretos ( i ) Fixos (f) variáveis (v) Semifixos (sm) semi-variaveis (sv)

1-Material de embalagem utilizada na empresa ( )

1- Energia elétrica da fabrica ( )

2- Matéria-prima ( )

3- Materiais secundários de pequeno valor ( )

4- Salários e encargos do pessoal da fabrica ( )

5- Aluguel da fabrica ( )

6- Salários e encargos da chefia da fabrica ( )

7- Materiais secundários identificáveis com cada produto ( )

8- Depreciação de maquinas utilizados na fabricação de mais de um produto ( )

9- Consumo de água da fabrica ( )

10- Refeições e viagens dos supervisores da fabrica ( )

11- Material de limpeza usado na fabrica ( )

12- Salários e encargos da segurança da fabrica ( )

13- Água utilizada na fabrica( )

14- Mão-de-obra utilizada direto na fabricação do produto ( )

15- Consumo de combustíveis ( )

16- Gastos com horas extras na produção ( )

17- Aluguel de uma fotocopiadora no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que nenhuma copia seja

tirada. ( )

18- IPTU ( )

19- Matéria-prima utilizada na fabricação do produto ( )

20- Materiais de consumo ( )

21- Honorários da administração ( )

22- Seguro contra fogo ( )

23- Material de embalagem ( )

24- Depreciação de equipamentos utilizados para fabricação de apenas um tipo de produto ( )

25- Salários de vigias ( )

26- Depreciação dos equipamentos quando esta for feita em função das horas trabalhadas. ( )

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Page 24: Terminologias contabeis para custos

Controláveis: quando podem ser controlados por uma pessoa, dentro de

uma escala hierárquica predefinida. O responsável poderá ser cobrado de

eventuais desvios não previstos.

Não controláveis: quando fogem ao controle do responsável pelo

departamento. Por exemplo, rateio do aluguel. Em uma escala hierárquica superior

todos os custos são controláveis.

19.5 - Classificações: Decisões Especiais

Incrementais: também denominados diferenciais ou marginais,

incorridos adicionalmente em função de uma decisão tomada.

De oportunidade: benefício relegado em decorrência da escolha de uma

outra alternativa.

Evitáveis: custos que serão eliminados se a empresa deixar de executar

alguma atividade.

Inevitáveis: independentemente da decisão a ser tomada, os custos

continuariam existindo.

Empatados: também denominados sunk costs ou custos afundados. Por

já terem sido incorridos e sacramentados no passado, não devem influir

em decisões para o futuro por serem irrelevantes.

19.6 - Classificações: Base Monetária

Históricos: custos em valores originais da época em que ocorreu a

compra, de acordo com a Nota Fiscal.

Históricos corrigidos: custos acrescidos de correção monetária, trazidos

para o valor monetário atual.

Correntes: também denominados custos de reposição. Custo

necessário para repor um item no total.

Estimados: custos previstos para o futuro.

Custo padrão: custo estimado com maior eficiência, valor ideal a ser

alcançado.

19- Classificações: Controle

24

Page 25: Terminologias contabeis para custos

20- EXERCÍCIO

Alguns dados contábeis e financeiros das Fábricas de Sandálias Aladas Ltda. São fornecidos com base nos

números apresentados, estime :(a) o custo primário; (b) o custo de transformação;(c) o custo fabril.

Conta $

Materiais requisitados : diretos 8.200,00 Depreciação do parque industrial 1.700,00 Aluguel da fábrica 5.200,00 Aluguel de escritórios administrativos 7.400,00 Materiais requisitados : indiretos 950,00 Depreciação de computadores da diretoria 720,00 Mão de obra direta 9.400,00 Seguro da área industrial 2.600,00

RESPOSTA

Descrição do Sub-grupo e conta

Valor r$ Sub-total

MATERIAL DIRETOMateriaia Requisitados: diretos

8.200,00 8.200,00

Mão-de-Obra DiretaMão-de-Obra Direta 9.400,00 9.400,00Custos Indiretos de FabricaçãoDepreciação do Parque Industrial

1.700,00

Aluguel da Fábrica 5.200,00Materiais Requisitados: Indiretos

950,00

Seguro da Área Industrial 2.600,00 10.450,00DespesasAluguel de Escritórios Administrativos

7.400,00

Depreciação de comput. Da Fab.

720,00 8.120,00

a) Custo primário= MD + MOD = 17.600,00b) Custo de Transformação:= MOD + CIF = 19.850,00c) Custo Total= MD + Custo de Transformação = 28.050,00d) Custo Integral = Custos + Despesas = 36.170,00

25

Page 26: Terminologias contabeis para custos

21-EXERCÍCIO DE ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS

Observe as informações abaixo, extraídas de uma escrituração de uma empresa industrial , relativas a

um determinado período de apuração:

Materiais requisitados do almoxarifado

Diretos R$ 300.000,00

Indiretos R$ 50.000,00

Mão-de-obra apontada

Direta R$ 200.000,00

Indireta R$ 30.000,00

Aluguel da fabrica R$ 40.000,00

Seguro da fabrica R$ 20.000,00

Depreciação de máquinas R$ 60.000,00

Observe os dados abaixo, representativos de custos de uma empresa industrial (fabrica de calçados):

Matéria –prima ...................................R$ 2.100.000,00

Depreciação..........................................R$ 27.000,00

Material de embalagem.................. R$ 30.000,00

Aluguéis da fabrica........................... R$ 80.000,00

Salários da administração............ R$ 100.000,00

Mão-de-obra..........................................R$ 1.500.000,00

Energia eletrica da fabrica.......... R$ 50.000,00

Calcule os custos fixos.

26

Page 27: Terminologias contabeis para custos

22-AVALIAÇÃO DE ESTOQUE

Os Estoques abrangem o grupo que cientificamente, na Contabilidade, denominamos “Bens de

Venda”. É o grupo que merece atenção especial e o maior nº de horas nos trabalhos de Auditoria, pois

envolvem o Ativo Circulante de maior importância, e qualquer erro na compilação dos Estoques influi

diretamente nas Demonstrações de Resultado, pois terá efeito no custo das mercadorias vendidas.

Os Estoques de empresas comerciais e industriais normalmente são classificados nas seguintes

categorias:

a) Produtos acabados (comprados ou produzidos para vendas).

b) Produtos em Processo (materiais em vários estágios de produção, inclusive, importações em andamento)

c) Matéria-prima (materiais e componentes destinados ao processo de produção)

d) Material auxiliar (materiais aplicados indiretamente no processo de produção).

22.1 -OBJETIVOS DE AUDITORIA DE ESTOQUES

• Assegurar de que os Estoques existem fisicamente e são de propriedade da entidade

auditada (em mão,trânsito ou custódia 3ºs)

• Determinar a eventualidade da existência de ônus pesando sobre os estoques ou parte

deles, e qual a natureza do ônus.

• Determinar se os estoques são apropriados para sua finalidade e se tem condição de

realização (obsolvências, defeitos, má conservação, ou seja, se são vendáveis, e se estão

sendo)

• Obter descrição e classificação dos inventários

• Examinar os critérios de avaliação e a adequação desses critérios, tendo em vista, os

princípios fundamentais da contabilidade e a correção dos cálculos (avaliados pelo preço de

custo ou de mercado, dos dois o menor).

22.2 - SISTEMA DE AVALIAÇAO DE ESTOQUES

O Princípio contábil determina que a avaliação dos Estoques seja feita pelos preços de Custo ou

Mercado, dos dois o menor.

Desses dois princípios decorrem:

a) custo-padrão (custo estimado baseado em experiência passada e posteriormente ajustado ao custo real

fazendo surgir as contas de variação;

b) custo específico ( identifica os custos incorridos nos produtos vendidos ou em estoques, usados em

produção de um ou poucos itens, pois os custos poderão ser prontamente identificados. Para a produção

contínua e de muitos itens, tal método é impraticável;

c) custo médio ponderado (onde se apura o custo ponderado de cada espécie de produto, durante o

exercício, aplicando-se essa média ao estoque final desse produto;

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Page 28: Terminologias contabeis para custos

Sistema de custo PEPS ou LIFO (primeiro que entra e primeiro que sai, estabelece que o custo das

primeiras unidades a serem recebidas será o custo utilizado para as primeiras que saem, ficando os

estoques sempre com unidades com custo mais atualizado;

e) Sistema de custo UEPS ou FIFO (último que entra, primeiro que sai, onde a avaliação é pelo custo da

última entrada, ficando os custos mais baixos. Esse método quase não é usado e quase nunca é aceito pelo

Fisco.

Além desses, há ainda:

• custo standard

• o preço de reposição

• o preço de mercado

• o preço de venda e outros.

Cabe ao Auditor verificar qual o método de avaliação aplicado pela empresa, examinar se é

uniforme em relação ao exercício anterior e se obedece aos princípios fundamentais de contabilidade.

FONTE: TRANSPARENCIAS DO MESTRADO AUDITORIA DOS ESTOQUES

22.3-AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

Como a empresa compra várias unidades em períodos diferentes e não os consome na mesma

proporção, elas acabam misturando-se no almoxarifado. Para atribuir custos às unidades consumidas,

usamos os métodos de de avaliação de estoques.

Para contabilizar a conta mercadoria é necessário saber qual o regime de inventário adotado pela

entidade, a saber:

inventário periódico;

inventário permanente.

– INVENTÁRIO PERIÓDICO

Ocorre vendas sem controle paralelo e concomitante do estoque. É necessário fazer um levantamento físico

para conhecer o estoque

– INVENTÁRIO PERMANTE

Toda empresa deverá ter um sistema de controle de estoque para quando da apuração dos custos

das mercadorias ou apuração do resultado do exercício, estes valores estejam disponíveis.

28

Page 29: Terminologias contabeis para custos

CONTROLE DE ESTOQUE

A empresa mantém um controle permanente do estoque através de fichas de estoque ou por

sistemas informatizados.

O controle de estoque pelo método do Inventário Permanente pode adotar os seguintes critérios:

- Preço específico;

- PEPS;

- UEPS;

- Custo Médio.

- Preço específico

O critério de avaliação do custo específico consiste em se atribuir a cada unidade do estoque o

preço efetivamente pago por ela.

Vamos estudar os outros três critérios e procurando facilitar o entendimento, apresentaremos cinco

operações ocorridas na empresa Intelitech S. A, atacadista de portas de cedro tamanho 2,00 x 0,80 m, e as

fichas de estoques dos três critérios.

1. Em 05/06, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda, 100 portas por R$ 10,00 cada, conforme NF, série 1, nº

7.002.

2. Em 08/06, vendeu ao cliente Depósito Humaitá Ltda. 20 portas, CFE NF, série 1 nº 101.

3. Em 10/06, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 50 portas por R$ 11,30 cada, conforme NF, série 1, nº

8.592.

4. Em 19/06, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 50 portas por R$ 15,90 cada, conforme NF, série 1, nº

9.721.

5. Em 28/06, vendeu ao cliente Taboão S.A 140 portas, conforme NF, série 1, nº 102.

PEPS

A sigla PEPS significa Primeiro que Entra, Primeiro que Sai, e é também conhecido por FIFO,

iniciais da frase inglesa First In, First out.

29

Page 30: Terminologias contabeis para custos

MERCADORIA: PORTAS DE CEDRO TAMANHO 2,00 X 0,80 mMÉTODO DE CONTROLE: PEPS

DATA HISTÓRICO ENTRADAS SAÍDAS SALDOQUANT CUSTO

UNIT.CUSTOTOTAL

QUANT CUSTOUNIT.

CUSTOTOTAL

QUANT CUSTOUNIT.

CUSTOTOTAL

05/0608/0610/06

19/06

28/06

NF – 1 nº7002NNF 1 nº 101NF 1 nº 8592

NF 1 º 9721

NNF 1 – nº102

100-

50

50

-

10.00-

11,30

15,90

-

1.000,00-

565,00

795,00

-

-20

-

-

8050

10 140

-10.00

-

-

10,0011,3015,90

-200.00

-

-

800,00565,00

159.00 1.524,00

1008080

50 130

8050

50 180

40

10.0010.0010.0011.30

10,0011,3015,90

15.90

UEPSA sigla UEPS significa Último que Entra, Primeiro que Sai, e é também conhecido por LIFO, iniciais da frase inglesa Last In, First Out.

MERCADORIA: PORTAS DE CEDRO TAMANHO 2,00 X 0,80 mMÉTODO DE CONTROLE: UEPS

DATA HISTÓRICO ENTRADAS SAÍDAS SALDOQUANT

CUSTOUNIT.

CUSTOTOTAL

QUANT

CUSTOUNIT.

CUSTOTOTAL

QUANT

CUSTOUNIT.

CUSTOTOTAL

05/0608/0610/06

19/06

28/06

NF – 1 nº7002NNF 1 nº 101NF 1 nº8592

NF 1 º 9721

NNF 1 nº102

100-

50

50

-

10.00-

11,30

15,90

-

1.000,00

565,00

795,00

-

-20

-

-

5050

40 140

-10.00

-

-

15,9011,3010,00

-200.00

-

-

795,00565,00

400,00 1.760,00

1008080

50 130

8050

50 . 180

40

10.0010.0010.0011.30

10,0011,3015,90

10,00

1.000,00800,00800,00565,00

1.365,00800,00565,00

795,00 2.160.00

400,00

FONTE: CONTABILIDADE COMERCIAL (OSNI MOURA)

30

Page 31: Terminologias contabeis para custos

Custo médio

Adotando este critério, as mercadorias estocadas serão sempre valoradas pela média dos

custos de aquisição, sendo estes atualizados a cada compra efetuada.

MERCADORIA: PORTAS DE CEDRO TAMANHO 2,00 X 0,80 mMÉTODO DE CONTROLE: Custo Médio

DATA HISTÓRICO ENTRADAS SAÍDAS SALDOQUANT

CUSTOUNIT.

CUSTOTOTAL

QUANT

CUSTOUNIT.

CUSTOTOTAL

QUANT

CUSTOUNIT.

CUSTOTOTAL

5/0608/0610/0619/0628/06

NF – 1 nº7002NNF 1 nº 101NF 1 nº 8592NF 1 º 9721NNF 1 – nº102

100-

5050

-

10.00-

11,3015,90

-

1.000,0

565,00795,00

-

-20

--

140

-10.00

--

12.00

-200.00

--

1.680,00

10080

130 180

40

10.0010.0010.5012.0012,00

1.000,00800,00

1.365,00 2.160.00

480,00 Resumo comparativo

Para uma melhor visualização dos três critérios, vamos supor que nos três casos as

mercadorias tenham sido vendidas:

- Em 08/06, NNF nº 101, 20 peças por .......................R$ 440,00

- Em 28/06, NNF nº 102, 140 peças por......................R$ 3.044,00

TOTAL DAS VENDAS R$ 3.484,00

Desta forma podemos apurar os seguintes resultados:

PEPS

Compras................................................................R$ 2.360,00

( - ) Estoque Final.................................................. R$ 636,00

( = ) CMV (Custo da Merc. Vendida)......................R$ 1.724,00

Vendas.................................................................. R$ 3.484,00

( - ) Custo............................................................ R$ 1.724,00

LUCRO R$ 1.760,00

UEPS

Compras................................................................R$ 2.360,00

( - ) Estoque Final.................................................. R$ 400.00

= CMV (Custo da Merc. Vendida).......................R$ 1.960,00

Vendas.................................................................. R$ 3.484,00

( - ) Custo............................................................. R$ 1.960,00

LUCRO R$ 1.524,00

Custo Médio

- Compras...................................................R$ 2.360,00

31

Page 32: Terminologias contabeis para custos

( - ) Estoque Final........................................ R$ 480,00

= CMV (Custo da Merc. Vendida).............R$ 1.880,00

Vendas........................................................ R$ 3.484,00

( - ) Custo................................................... R$ 1.880,00

LUCRO R$ 1.604,00

Veja a seguinte comparação:CRITÉRIO CUSTO LUCRO ESTOQUE FINALPEPS 1.724,00 1.760,00 636,00UEPS 1.960,00 1.524,00 400,00CUSTO MÉDIO 1.880,00 1.604,00 480,00

A partir desta tabela comparativa, e possível observar que o critério mais aconselhável de utilização

é o custo médio, pois é o que espelha maior realidade nos custos, no lucro e no estoque final. Entretanto, o

único não aceito pela legislação de Imposto sobre a Renda brasileira é o UEPS, pois distorce

completamente os resultados, apresentando custo maior, lucro menor e estoque final diverso da realidade.

Convém ressaltar que no momento da elaboração do Balanço a avaliação dos estoques obedecerá

aos critérios estabelecidos no artigo 183 da Lei nº 6.404/76, ou seja, custo de aquisição deduzido da

provisão para ajusta-lo ao valor do mercado, quando este for inferior.

CRÍTICAS

Críticas específicas podem ser feitas aos critérios citados. Adotando-se o mesmo argumento das

criticas de ordem geral, depreende-se que o preço especifico pode resultar numa contabilização perfeita,

com apuração de um resultado contábil correto. Quando numa situação inflacionaria, haverá a necessidade

de se levar em conta essa desvalorização da moeda. Quando estivermos vendendo uma unidade adquirida

há algum tempo, estaremos calculando um resultado que é exato, mas não é real.

Quando usarmos o PEPS, estaremos dando baixa pelo custo da primeira unidade em estoque.

Neste caso, o valor de estoque estará sempre avaliado pelas ultimas compras e, portanto, mais próximo

do seu valor real.

O uso do LIFO provoca o aparecimento de um CMV mais atualizado quando os preços sobem ou

baixam. O valor do estoque final estará sendo baseado nos valores mais antigos.

Enfim, qual dos critérios deve ser utilizado?

Dos critérios apresentados, o mais indicado é o do Custo Médio Ponderado, pois é o que

espelha maior realidade aos custos transferidos para a produção do período, bem como aos

estoques remanescentes.

32

Page 33: Terminologias contabeis para custos

O único critério não aceito pela legislação do Imposto de Renda brasileira é o UEPS, porque

esse critério distorce completamente os resultados, atribuindo custos maiores aos produtos e

ficando os estoques finais com custos sempre menores.

Contudo a empresa poderá adotar o critério que achar conveniente e, no caso de adotar o

UEPS, estará sujeita a apresentar a diferença para tributação.

Porém, não é aconselhável que a empresa mude de critério de exercício para exercício, pois isso

provoca alterações no custo e conseqüentemente na Apuração do Resultado (Convenção Contábil

da Consistência). Se, por qualquer motivo, houver necessidade de mudar o critério, este fato,

conforme previsto na Lei 6.404/76, deverá ser devidamente justificado na apresentação do Balanço

Patrimonial, em Notas Explicativas.

Custo ou mercado (o mais baixo)

De acordo,com a Lei das Sociedades por Ações e com a Convenção do conservadorismo deve ser

esse o principio norteador da avaliação de estoques. Para as mercadorias, valor de mercado deve ser

entendido como o valor de venda líquido de impostos e de despesas incidentes sobre a venda.

O uso da regra “Custo ou Mercado” o mais baixo é baseado num principio contábil, antigo e

conservador, porém cauteloso, que dita: nunca antecipar lucros, mas sempre antecipar possíveis

prejuízos. Nosso Fisco só aceita o PEPS e o preço médio ponderado móvel.

22-CUSTO DEPARTAMENTAL

INTRODUÇÃO

Você viu, até aqui, que existem dois sistemas básicos para apuração e contabilização do

Custo da Produção: o sistema de Inventário Periódico e o sistema de Inventário Permanente.

Pelo sistema de Inventário Periódico, todos os Custos Diretos e Indiretos de fabricação são atribuídos de

uma só vez e englobadamente para toda a produção do período, não sendo possível conhecer o Custo

Unitário dos Produtos fabricados.

Pelo sistema de Inventário Permanente, os Custos Diretos e Indiretos de fabricação são atribuídos a

cada produto ou lote de produtos fabricados, sendo que os controles existentes através de mapas,

relatórios, boletins etc. permitem a contabilização e o conhecimento do Custo Unitário dos produtos à

medida que eles são fabricados.

Você aprenderá que o Custo de produção é atribuído aos produtos em duas etapas:

1ª etapa: atribuição dos Custos Diretos

Por meio de controles extracontábeis é possível conhecer os valores dos gastos com Materiais,

Mão-de-obra e Gastos Gerais de Fabricação que incidem diretamente no Custo dos produtos.

2ª etapa: rateio de Custos Indiretos

Os Materiais, a Mão-de-obra e os Gastos Gerais de Fabricação cuja incidência nos produtos seja de

difícil identificação são rateados por meio de critérios estimados ou arbitrados.

33

Page 34: Terminologias contabeis para custos

Assim, no exemplo prático do capítulo 7, rateamos os Custos Indiretos diretamente para os produtos

sem nos preocuparmos com os departamentos onde esses Custos foram gerados. A única preocupação

que tivemos foi separar os Custos Indiretos em três categorias: Materiais Indiretos (rateados com base no

valor da Matéria-prima), Mão-de-obra Indireta (rateado com base no valor da Mão-de-obra Direta) e Gastos

Gerais de Fabricação Indiretos (rateados com base no Custo Primário).

Para que os Custos Indiretos de fabricação sejam rateados de forma mais coerente ao Custo de

cada produto é conveniente que se adote o sistema de Custo Departamental.

Então, estamos diante de um novo sistema para apuração do Custo?

Não é bem assim. O Custo Departamental pode ser considerado um subsistema do sistema de

Inventário Permanente, pois as empresas industriais que adotam o sistema de Inventário Periódico não

fazem uso do Custo Departamental.

Em que consiste, então, esse sistema?

O Custo Departamental é um sistema de atribuição dos Custos Indiretos de fabricação aos produtos por departamentos.

Departamento é a maior unidade administrativa de uma empresa, para efeito de acumulação dos Custos Indiretos de fabricação.

As atividades administrativa, comerciais e de produção de uma empresa industrial poderão

estar estruturalmente divididas nas seguintes seções: Administração Geral, Ambulatório Médico,

Almoxarifado, Conservação e Manutenção, Controle de Qualidade, Recrutamento, Seleção e Treinamento

de Pessoal, Estudos e Projetos, Corte, Usinagem, Montagem, Acabamento etc. Para efeito do Custo

Departamental, cada uma dessas seções é considerada como sendo um departamento.

Assim, na empresa industrial existem dois tipos de departamentos:

Departamentos Produtivos – compostos por homens e máquinas, responsáveis pela fabricação

dos produtos. Nesses departamentos são gerados, em relação aos produtos, Custos Diretos e Indiretos.

Os Custos Diretos são atribuídos aos produtos sem maiores complicações, conforme já estudamos. Os

Custos Indiretos, embora necessitem de critérios estimados ou arbitrados, são rateados para cada produto

diretamente, já que os produtos passam por esses departamentos.

Departamentos de serviços – compostos por homens e máquinas (geralmente apenas por

homens) que prestam serviços para toda a empresa industrial, inclusive para os departamentos produtivos.

Assim, os Custos gerados nesses departamentos são considerados Diretos em relação aos departamentos,

mas Indiretos em relação aos produtos, porque os produtos, porque os produtos não passam por eles. A

melhor maneira de ratear esses Custos aos produtos é inicialmente transferidos entre os departamentos,

até que os Custos Indiretos de fabricação gerados em todos os departamentos de serviços estejam

devidamente transferidos para os departamentos produtivos. A partir daí é que se procede ao rateio para

cada produto.

Para efeito de cálculo dos Custos Indiretos de fabricação, a Contabilidade de Custos

considera cada departamento como sendo um centro de custos.

Centro de Custos é a unidade mínima utilizada para acumulação dos Custos

Indiretos de fabricação. Um departamento poderá ter mais de um centro de Custos desde que essa

subdivisão seja economicamente viável, permitindo melhor apropriação dos Custos Indiretos aos produtos.

Por outro lado, a Contabilidade de Custos poderá criar centros de Custos que não correspondam a um

departamento. É comum, por exemplo, a criação de um centro de Custos para acumular os gastos comuns

34

Page 35: Terminologias contabeis para custos

a todos os departamentos da fábrica, como: Aluguéis, Seguros, Impostos, Água, Energia Elétrica, Telefones

e Comunicações etc.

A margem de erro na atribuição dos Custos Indiretos aos produtos é bem menor quando se adota o

Custo Departamental.

MÉTODOS DE RATEIO

RATEIO: É um artifício empregado para distribuição dos custos, ou seja, é o fator pelo qual

vamos dividir os CIFs.

Para que se rateiem os Custos Indiretos de Fabricação gerados nos departamentos de serviços,

vários métodos podem ser adotados. Veja alguns deles:

Método Direto – por este método, os Custos gerados nos departamentos de serviços são rateados

diretamente para os departamentos produtivos beneficiados pelos respectivos serviços. Assim, os

departamentos de serviços não recebem Custos de outros

departamentos de serviços, ainda que tenham sido beneficiados pelos serviços de alguns deles.

Método de Hierarquização ou dos Degraus – consistem em fixar uma ordem de prioridade entre

os departamentos de serviços; a partir dessa hierarquização rateiam-se os Custos gerados nos

departamentos de serviços entre eles. Por este método, o departamento que tiver seus Custos transferidos

não receberá Custos de outros departamentos, ainda que tenha sido beneficiado pelos serviços de alguns

deles. Assim, o departamento que mais recebe Custos por transferência é o que menos transfere.

Adotaremos, no exemplo prático deste capitulo, o método de Hierarquização, o qual apresenta

maior coerência na atribuição dos Custos Indiretos de fabricação aos produtos.

Esquema técnico para contabilização do Custo Departamental:

Providências prévias: no grupo auxiliar do Plano de Contas, Custo Integrado, devem ser previstas

as seguintes Contas:

Contas que registrem o Custo em Formação de cada produto;

Contas individualizadas em nome de cada departamento.

Os departamentos produtivos terão sub-contas para Custos Diretos e para Custos

Indiretos. O grau de detalhamento dependerá do interesse da empresa.

As contas correspondentes aos departamentos de serviços poderão conter apenas sub-contas para

registrar sinteticamente os Materiais, a Mão-de-obra e os Gastos Gerais de Fabricação, nas quais serão

registrados os Custos Diretos e Indiretos do próprio departamento.

Cada departamento poderá, ainda, ter uma Conta específica para receber por transferência os

Custos Indiretos de outros departamentos.

O grupo de Contas do departamento de Administração deverá conter Contas específicas para

registrar os gastos que sejam comuns a todos os departamentos da fábrica.

Rateio dos Custos Indiretos de fabricação comuns a todos os departamentos

35

Page 36: Terminologias contabeis para custos

Os gastos com Aluguel, Água, Energia Elétrica, Depreciação etc. que sejam comuns a todos os

departamentos devem ser rateados com base em critérios definidos pela empresa.

Essa transferência é necessária, pois facilitará o rateio dos Custos de cada departamento para os

demais. Podem ser utilizada a Conta “CIF nome do departamento”.

Rateio dos Custos Indiretos de fabricação entre os departamentos.

Esse procedimento será repetido até que todos os departamentos de serviços tenham suas Contas com

saldo igual a zero.

A partir desse momento, os Custos Indiretos gerados nos departamentos de serviços estarão devidamente

rateados para os departamentos produtivos.

Rateio dos Custos Indiretos de fabricação dos departamentos produtivos para os produtos

A esta altura dos acontecimentos, os departamentos produtivos que já transferiram os custos diretos

para os produtos terão ainda os Custos Indiretos para ratear. Esses Custos Indiretos compreendem: os

Custos Indiretos gerados no próprio departamento mais os Custos Indiretos de fabricação recebidos por

transferência dos demais departamentos de serviços da empresa.

Produtos Acabados

Para se conhecer o Custo dos produtos acabados basta transferir os saldos das contas

que registraram os materiais, a mão-de-obra e os gastos gerais de fabricação (ou custos diretos

e indiretos) de cada produto para a conta sintética custo em formação do respectivo produto.

Caso o critério adotado para transferência seja debitar os custos diretos e indiretos diretamente

na conta custo em formação de cada produto, o saldo dessas contas corresponderá ao custo da

produção de cada produto ou lote de produtos.

Exercícios.

1- Ratear os CIF de R$ 21. 400,00, com base no custo direto:.

Dados do período:

MATERIAL

CONSUMIDO M.O. D.

Produto “A”: $ 1.200,000,00 $1. 100,000,00

Produto “B”: $ 2.300,000,00 $5. 200,000,00

Total $ 3.500,000,00 $ 6.300,000,00

36

Page 37: Terminologias contabeis para custos

2- Em uma empresa industrial, o departamento de manutenção trabalhou 900 horas e teve gastos

registrados de $ 5. 510.000,00.

Manutenção – horas trabalhadas para os seguintes departamentos:

PRENSA: 500 HORAS

USINAGEM 400 HORAS

TOTAL 900 horas

Qual o valor que deverá ser rateado aos departamentos produtivos?

3- Uma empresa industrial tem 05 departamentos, três produtivos e dois de serviços que apresentavam os

seguintes custos no período:

Departamento produtivo

Montagem Pintura Embalagem

Materia prima $ 1.520.000,00 $ 1.620.000,0 $ 630.000,00

Kwh consumidos 800 1200 400

Departamentos de serviços

Manutenção Controle de Qualidade.

Materiais $ 390.000,00 $ 270.000,00

Mão de obra Indireta $ 120.000,00 $ 390.000,00

Kwh consumidos 1800 800

A energia elétrica é rateada em função dos KWH consumidos e somou $ 1.250.000,00

Os custos dos departamentos de serviços devem ser rateados somente aos departamentos de produção da

seguinte forma:

Manutenção em função dos KWH consumidos no departamento produtivo;

Controle de qualidade em função do valor da Matéria-Prima do departamento produtivo.

Pede-se calcular o custo total de cada departamento produtivo.

37

Page 38: Terminologias contabeis para custos

Trabalho de administração de custos

Uma empresa industrial adota o custo departamental para rateio dos custos indiretos de fabricação

de seus produtos. Com as informações a seguir calcule o custo unitário e o total dos três produtos

fabricados:

A empresa possui os seguintes departamentos:

Departamento de serviços : administração geral , ambulatório médico , conservação e manutenção ,

almoxarifado e controle de qualidade;

Departamentos produtivos: Corte, montagem e acabamento

A empresa fabricou cinco produtos sendo que os produtos A,B,C,D e E passaram pelas três seções

produtivas

Custos diretos utilizados nos produtos:

Matéria-prima

Produto A R$ 100.000,00

Produto B R$ 180.000,00

Produto C R$ 130.000,00

Produto D R$ 120.000,00

Produto E R$ 220.000,00

Mão-de-obra direta

Produto A R$ 40.000,00

Produto B R$ 60.000,00

Produto C R$ 20.000,00

Produto D R$ 80.000,00

Produto E R$ 50.000,00

Gastos gerais de fabricação

Energia elétrica

Produto A R$ 25.000,00

Produto B R$ 15.000,00

Produto C R$ 10.000,00

Produto D R$ 12.000,00

Produto E R$ 11.000,00

38

Page 39: Terminologias contabeis para custos

Depreciação

Produto A R$ 12.000,00

Produto B R$ 8.000,00

Produto C R$ 5.000,00

Produto D R$ 3.000,00

Produto E R$ 2.500,00

Custos indiretos de fabricação gerados no departamento produtivo

Corte

Materiais R$ 18.000,00

Mão-de-obra R$ 15.000,00

Gastos gerais de fabricação R$ 12.000,00

Montagem

Materiais R$ 26.000,00

Mão-de-obra R$ 24.000,00

Gastos gerais de fabricação R$ 22.000,00

Acabamento

Materiais R$ 33.000,00

Mão-de-obra R$ 31.500,00

Gastos gerais de fabricação R$ 3. 500,00

Custos indiretos de fabricação comuns a todos os departamentos

Aluguel da fábrica R$ 250.000,00

Energia elétrica R$ 120.000,00

Água R$ 210.000,00

39

Page 40: Terminologias contabeis para custos

Custos indiretos de fabricação gerados nos departamentos de serviços

Administração geral

Materiais R$ 45.000,00

Mão-de-obra R$ 55.000,00

Gastos gerais de fabricação R$ 66.000,00

Ambulatório médico

Materiais R$ 12.000,00

Mão-de-obra R$ 20.000,00

Gastos gerais de fabricação R$ 33.000,00

Conservação e manutenção

Materiais R$ 6.000,00

Mão-de-obra R$ 8.000,00

Gastos gerais de fabricação R$ 4.000,00

Almoxarifado

Materiais R$ 1.000,00

Mão-de-obra R$ 5.000,00

Gastos gerais de fabricação R$ 2.000,00

Controle de qualidade

Materiais R$ 1.000,00

Mão-de-obra R$ 6.000,00

Gastos gerais de fabricação R$ 2.500,00

40

Page 41: Terminologias contabeis para custos

INFORMAÇÕES REFERENTES À EMPRESA

A parte da energia elétrica que estamos considerando para rateio a todos os departamentos

corresponde à iluminação da fábrica, bem como os gastos com pequenas máquinas que tem consumo

inexpressivo. A base de rateio pode ser a quantidade de kw/h consumidos em cada departamento caso haja

meio para controlar. Neste caso havia medidores nas seções cabendo a cada uma delas os seguintes

valores:

Ambulatório Médico: R$ 12.000,00

Conservação e manutenção : R$ 15.000,00

Almoxarifado R$ 13.000,00

Controle de qualidade R$ 12.000,00

Corte R$ 13.000,00

Montagem R$ 13.000,00

Acabamento R$ 21.000,00

A parte da água utilizada e para consumo e higiene dos empregados bem como para limpeza da

fábrica a base de rateio pode ser o numero de empregados ou a área ocupada, salvo se houver medidor

que possibilite conhecer o consumo de cada departamento.

Neste caso não possuímos medidores , mas sabemos que a empresa possui 40 empregados

distribuídos nos seguintes departamentos:

Ambulatório medico: 3 empregados

Conservação e manutenção: ... 10 empregados

Almoxarifado 5 empregados

Controle de qualidade ... ... . 3 empregados

Corte 8 empregados

Montagem 7 empregados

Acabamentos 4 empregados

Aluguel da fábrica.

O critério mais utilizado para se ratear esse custo indireto para o s departamentos é com base na

área ocupada.

41

Page 42: Terminologias contabeis para custos

Inicialmente calcula-se o valor médio do aluguel por metro quadrado e, depois, basta multiplicar o

referido valor médio pela quantidade de metro quadrados ocupada pelo departamento, achando-se o valor

do custo a ser rateado. A área total da industria é a seguinte:

Ambulatório médico: 40 m2

Conservação e manutenção: 300m2

Almoxarifado: 1000 m2

Controle de qualidade: 270 m2

Corte : 1.500 m2

Montagem: 1.000 m2

Acabamento: 500 m2

- O departamento de administração geral devera ter seus custos rateados com base no numero

de empregados de cada departamento, igualmente distribuídos ao caso acima.

- O departamento ambulatório Médico mantêm serviços à disposição de todos os empregados da

empresa, o rateio deste departamento deverá ser efetuado com base no numero de atendimento efetuados

no período ou ainda com base no numero de empregados de cada departamento neste caso utilizaremos o

numero de empregados que já nos foi informado.

- Você devera relacionar então todos os custos indiretos alocados a este departamento:

Você deverá considerar somente 37 empregados, porque foram excluídos os empregados da

administração geral e do Ambulatório Médico.

- No departamento de manutenção e conservação o critério mais indicado e o das horas de

serviços prestados por ele para cada uma do demais que foi de 200 horas (exceto as horas trabalhadas

para os departamentos de administração geral e para o ambulatório medico e para o próprio departamento

de conservação e manutenção). As horas alocadas para os departamentos foram as seguintes:

Almoxarifado 20 horas

Controle de qualidade ...... 10 horas

Corte 170 horas

Montagem 130 horas

Acabamento . 140 horas

O departamento de almoxarifado o rateio pode ser feito com base nas quantidades, ou no valor

ou no volume dos materiais transferidos para cada um dos departamentos beneficiados pelos seus

serviços. Neste caso deveremos utilizar como base de rateio o valor das matérias primas requisitadas pelas

seções produtivas:

Corte R$ 150.000,00

Montagem R$ 40.000,00

Acabamento R$ 20.000,00

42

Page 43: Terminologias contabeis para custos

No departamento de controle de qualidade o critério mais real seria o de testes por amostragem

nos produto fabricados, pois este departamento sua função e fazer testes por amostragem.

Este setor efetuou os seguintes testes por departamentos:

Corte : 10 unidades

Montagem: 25 unidades

Acabamento: 15 unidades

23- CUSTOS DA MÃO-DE-OBRA – SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS EM

EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS

Em boa parte das empresas prestadoras de serviços, o custo de mão-de-obra é o principal

componente dos custos da produção dos serviços.

Ressalte-se, de início que o fisco aceita como dedutíveis, para fins de apuração do lucro real ou

tributável, todos os custos e as despesas da empresa com os funcionários, incluindo os encargos sociais,

desde que:

Os custos e as despesas sejam necessários às atividades da empresa;

Os funcionários estejam devidamente registrados, tendo a empresa à obrigação de cumprir as

demais exigências da legislação trabalhista, alem da tributária, o que implica emissão e arquivo da folha de

pagamento individualizada e detalhada, recolhimento das guias dos encargos sociais, escrituração dos

livros ou fichas inerentes ao controle do quadro do pessoal e demais obrigações trabalhistas.

O custo da mão-de-obra pode ser direto ou indireto, dependendo da possibilidade ou não de perfeita

identificação e correlação com os diversos produtos ou serviços que fazem parte das atividades da

empresa.

Eliseu Martins em seu livro de contabilidade de custos, ed. Atlas, 2000, p.143 diz:

“... Mão-de-obra direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em

elaboração, desde que sejam possíveis a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem

executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Se houver qualquer

tipo de alocação pó meio de estimativas ou divisões proporcionais, passa a desaparecer a

característica de direta”.

Exemplo de mão-de-obra direta:

Uma industria de móveis, produz, mesas, cadeiras, camas e armários para cozinha. Sua linha de

produção é dividida por produto, e os diversos operários são programados especificamente para cada linha

de produtos, por determinado período.

Em outras palavras, os operários da “linha de produção de mesas” não trabalham nas outras linhas

produtivas, assim como os operários da “linha de cadeiras”, trabalham somente na produção de cadeiras.

43

Page 44: Terminologias contabeis para custos

Se houver necessidade de deslocamento de operários de uma linha produtiva para outra, os

responsáveis pela apuração dos custos serão devidamente comunicados, para que possam atribuir

corretamente os salários e encargos dos operários para o produto que foi elaborado.

Dessa maneira, é possível a atribuição direta aos diversos produtos dos custos da mão-de-obra.

Para diferenciar veja um exemplo de mão-de-obra indireta:

Para dirigir e gerenciar toda a linha de produção, a indústria de móveis, conta com um diretor, dois

gerentes, dois engenheiros de produção, duas secretárias e um contínuo.

O custo dessa equipe – salários e encargos sociais – não podem ser calculado diretamente para

cada produto fabricado no mês, visto que se dedicam, simultaneamente, a todos os produtos.

Como vimos consideram-se mão-de-obra direta aqueles funcionários que atuam diretamente na

transformação da matéria-prima em produto.

No entanto, os custos que esses funcionários representam não podem ser tratado como custo direto

sem antes analisar o trabalho deles e o controle exercido sobre as horas trabalhadas. O custo direto, por

definição como já vimos e repetimos é aquele que pode ser medido no produto. Esse pessoal direto pode

tanto trabalhar no produto como, temporariamente, executar outras atividades ou mesmo ficar parado.

Somente o tempo trabalhado e apontado no produto será considerado custo direto, e o tempo não

trabalhado no produto representará um custo que, para se absorvido pela produção , deve ser agrupado nos

custos indiretos de fabricação.

A princípio, poderíamos pensar que o custo da mão-de-obra direta corresponde à valorização das

horas apontadas nos produtos, tendo como base o salário-hora contratado dos funcionários. Como por

exemplo:

Se um soldador cujo salário-hora é de $ 4,00 por hora, apontar 3 horas de atividades no produto X,

o custo da mão-de-obra direta seria:

3,0 h x $ 4,00/h= $ 12,00

Agindo dessa maneira, estaríamos considerando:

Que o custo da mão-de-obra direta se refere somente aos salários dos funcionários;

Que o custo dessa mão-de-obra direta se refere somente às horas apontadas nos dias em que os

funcionários compareceram à empresa;

Portanto estaríamos desconsiderando:

Os encargos sociais e trabalhistas que a mão-de-obra provoca, ou seja , alem das horas trabalhadas, os

funcionários recebem os domingos e os feriados, tem faltas que podem ser justificadas e abonadas etc.;

Que os funcionários recebem da empresa outras formas de remuneração: férias, abonos de férias, 13º

salários;

Que, alem dos valores pagos aos funcionários, a empresa tem a sua contribuição ao INSS e ao FGTS.

Após essas considerações, vamos entender que o custo da mão-de-obra corresponde aos

salários mais os encargos sociais e trabalhistas. No caso de um funcionário horista, este salário

corresponde às horas registradas no cartão de ponto ou em outra forma de controle de presença, ou

seja, as horas em que ele esteve à disposição da empresa para trabalhar. Os domingos e feriados e

44

Page 45: Terminologias contabeis para custos

as horas ausentes justificadas e abonadas serão tratados como encargos pela empresa. Sendo o

funcionário mensalista, a remuneração mensal já contempla os domingos e feriados, não sendo

neste caso, tratados como encargo e sim como salário.

Ainda para ser considerado custo direto, deve-se medir o tempo de mão-de-obra gasto no

produto, isto é, aponta-lo. Somente o tempo apontado no produto será o custo da mão-de-obra

direta. O tempo improdutivo por qualquer motivo (falha de energia elétrica, falta de matéria-prima

etc). Será considerado custo indireto e rateado aos produtos.

Se a mão-de-obra direta não efetuar o apontamento das horas trabalhadas nos produtos,

seu custo deixa de ser considerado direto, e será alocado aos produtos por meio de rateio.

Encargos sociais e trabalhistas

Os encargos sociais e trabalhistas correspondem aos gastos que a empresa tem para com

o funcionário alem do salário. São as conquistas contidas em lei, acordos sindicais ou negociações

com a própria empresa.

Alguns encargos têm a sua ocorrência concentrada em certas épocas do ano, como o 13º

salário e as férias, ou se acumulam em certas ocasiões, como é o caso da multa do FGTS

ocasionada por dispensas sem justa causa, quando ocorrem cortes no quadro de funcionários.

A seguir apresentaremos duas tabelas de encargos sociais. Uma aplicável aos salários do

horistas e outra, aos salários dos mensalistas. Nelas constam encargos resultantes de negociações

coletivas com sindicatos de classes ou mesmo com a empresa. Nestas tabelas apresentamos os

encargos básicos e na seqüência os critérios utilizados para o calculo de cada um deles.

Lembramos que para a aplicação em uma empresa, há a necessidade de adequação à legislação

trabalhista, previdenciária e tributaria, pois o que este trabalho procura é oferecer apenas um roteiro

básico para o calculo dos principais encargos incidentes sobre a mão-de-obra.

Nestas tabelas os encargos são agrupados da seguinte maneira:

Grupo A: são contribuições fixas mensais incidentes sobre a folha de pagamentos. Incidem

também sobre os encargos do grupo b, pois estes integram a folha de pagamento. Essa incidência

esta demonstrada na linha 18 da tabela.

Grupo B: são aqueles encargos que integram a remuneração da mão-de-obra e, portanto, estão

incluídos na folha de pagamento e que, por isso, sofrem a taxação dos encargos do grupo a.

Grupo C: formado pelas obrigações trabalhistas que não incidem sobre outros encargos, nem

sofrem influências deles, ou seja, não influenciam nem são influenciados pelos encargos dos

demais grupos.

45

Page 46: Terminologias contabeis para custos

TABELA DE ENCARGOS PARA FUNCIONÁRIOS HORISTAS

Discriminação dos encargos Grupos Que perten Cem A B C

1- INSS 0,20002- SESI – SESC 0,01503- SENAI- SENAC 0,01004- INCRA 0,00205- SEBRAE 0,00606- SALARIO – EDUCAÇÃO 0,02507- SAT(SE.ACID. TRABALHO) (MÉDIA) 0,02008- FGTS 0,08009- DSR(DESC.SEM.REMUNERADO) 0,188410-FÉRIAS + 1/3 FÉRIAS 0,130411-FERIADOS 0,039912-AVISO PRÉVIO 0,084013-AUXILIO –DOENÇA 0,010914-13º SALÁRIO 0,108715-FALTAS ABONADAS 0,015016-DEPOSITO FGTS(DISP.S/J.CAUSA) 0,015217-TOTAL PARCIAL 0,3580 0,5773 0,015218-INCIDÊNCIAS CUMULATIVAS (GRUPO A X GRUPO B)

0,2067

19-TOTAL DOS ENCARGOS 1,157220-PERCENTUAL 115,72%

Obs: as contribuições ao INSS que as empresas deduzem dos salários dos funcionários não são custos para elas, não integrando, portanto a tabela acima.Assim, seriam acrescidos ao salário-mês 115,72% referentes aos encargos, para se obter o custo

da mão-de-obra mensalista.

TABELA DE ENCARGOS PARA FUNCIONÁRIOS MENSALISTAS

DISCRIMINAÇÃO DOS ENCARGOS GRUPOS

QUE PERTEN CEM

A B C1- INSS 0,20002- SESI – SESC 0,01503- SENAI- SENAC 0,01004- INCRA 0,00205- SEBRAE 0,00606- SALARIO – EDUCAÇÃO 0,02507- SAT(SE.ACID. TRABALHO) (MÉDIA)

0,0200

8- FGTS 0,08009- DSR(DESC.SEM.REMUNERADO) -10-FÉRIAS + 1/3 FÉRIAS 0,1212 -11-FERIADOS -12-AVISO PRÉVIO 0,084013-AUXILIO –DOENÇA 0,000914-13º SALÁRIO 0,090915-FALTAS ABONADAS 0,010016-DEPOSITO 0,0125

46

Page 47: Terminologias contabeis para custos

FGTS(DISP.S/J.CAUSA)17-TOTAL PARCIAL 0,3070 0,012518-INCIDÊNCIAS CUMULATIVAS (GRUPO A X GRUPO B)

0,1099

19-TOTAL DOS ENCARGOS 0,787420-PERCENTUAL 78,74%

Obs: as contribuições ao INSS que as empresas deduzem dos salários dos funcionários não são custos para elas, não integrando, portanto a tabela acima.

EXERCÍCIO 1

1- A empresa J.D Continental S.A possui dois departamentos produtivos: Depart. “A” e Depart. “B”. A

produção e os respectivos tempos unitários de certo mês foram:

PRODUTOS QUANTIDADE DEPART. A DEPART. B A1 200 UNID. 3,0 H 5,0 H A2 180 UNID. 4,0 H 3,0 H A3 250 UNID. 2,5 H 4,5 H A jornada de trabalho é de 40 horas semanais, não se trabalhando aos sábados.

Neste mês, de 30 dias, com o 1º dia útil iniciando-se em uma sexta-feira, houve 1 feriado que caiu em uma

quinta-feira, não havendo expediente na sexta-feira subseqüente. Nenhum funcionário faltou durante o mês.

O número de funcionários e os salários, por departamento, são os seguintes:

Depart. A = 15 funcionários com salários de 10,00/ hora cada um;

Depart. B = 18 funcionários com salários de 13,00 horas cada um.

O tempo improdutivo de Depart. A totalizou 150 horas e de Depart. B, 256 horas.

A empresa mantém uma política de treinamento constante da mão-de-obra, de tal forma que

qualquer funcionário de Depart. A pode trabalhar no Depart. B e vice-versa, quando houver necessidades.

Os encargos sociais representam 130% dos salários. Calcule os custos diretos da mão-de-obra debitada

aos produtos.

EXERCÍCIO 1- A

Para o custo da mão-de-obra do departamento de mistura da cia. De alimentos Papaya S/A

O numero de funcionários e os salários pagos são:

5 operadores nível I com salários de $ 5,00 por hora cada;

3 operadores nível II com salários de $ 5,50 por hora cada;

2 operadores nível III com salários de $ 7,00 por hora cada.

O regime de trabalho é de 40 horas semanais não se trabalhando aos sábados. Os encargos sociais

representam 113,5% dos salários.

Em outubro/95, mês de 31 dias, houve 2 feriados, sendo um em uma segunda-feira e outro em uma quinta-

feira. Na sexta-feira após o 2º feriado não houve expediente. Nesse mês tivemos 4 sábados e 4 domingos.

Ocorreram duas faltas de operadores nível i que foram abonadas.

47

Page 48: Terminologias contabeis para custos

Nesse mês 5% das horas disponíveis no departamento foram apontadas como não produtivas.

Calcule o custo das horas produtivas e improdutivas.

EXERCÍCIO 1 - B

No departamento de pintura de uma empresa há 2 funcionários diretos. O Sr. João tem um salário de $ 5,00

por hora e o sr. Pedro, $ 6,00 por hora.

Em um certo mês de 31 dias, o primeiro dia útil caiu em uma sexta-feira. Houve 1 feriado que caiu em uma

terça-feira. O funcionário Pedro faltou 2 dias, que foram justificados e abonados.

A jornada de trabalho é de 40 horas semanais, não se trabalhando aos sábados. Os encargos sociais e

trabalhistas representam 118,5% dos salários.

Nesse mês foram fabricados 200 unidades de alfa, cada uma consome ¾ de horas de beta e 200 unidades

de beta que consome 42 minutos.

Determine o custo de mão-de-obra direta de alfa e de beta e o custo das horas improdutivas.

EXERCÍCIO 2

Na empresa bicos & bicos s/c ltda, produz mesas e cadeiras e há três funcionários que ganha $

10,00 por hora cada um. Sendo que 1/3 do tempo é destinado à mesa e o restante à cadeira.

A remuneração média por mês para um funcionário é de: 220 horas (jornada de 44 horas

semanais).

Sabemos que o trabalhador tem 01 mês de férias.

O INSS – alem do INSS a empresa destina um percentual ao SENAI, SESI (no caso de indústria),

INCRA, salário educação e outros, cuja a taxa destas contribuições gira em torno de 25,2% ao mês( não

inclui-se aqui o IAPAS do empregado).

O FGTS – e recolhido a uma taxa de 8% ao mês.

O seguro de acidentes de trabalho é recolhido a uma taxa de 2% .

As horas úteis trabalhadas é:

Numero total de dias por ano.................................................365 dias

(-) domingos .......................................................................... 52 dias

(-) férias (30 dias – 04 domingos excluídos no item anterior) 26 dias.

(-) feriados...............................................................................12 dias

Dias úteis trabalhados ...............................275 dias.

EXERCÍCIO 3

Calcule o custo total, por hora, do salário de um operário contratado por $ 694,00 por hora, considerando os

seguintes dados:

Mês de 240 horas;

Dias de duração do ano: 365 dias

Domingos: 52 dias

Feriados e dias santificados: 8 dias

Ausência ao trabalho justificadas: 5 dias

Férias 25 dias;

Foi pago 13º salário.

Fgts: 8%

48

Page 49: Terminologias contabeis para custos

Contribuição para o inss: 23,4%;

Seguro de acidentes do trabalho: 2,83%

Calcule o custo da mão-de-obra por hora.

EXERCÍCIO 4

Determinada empresa de consultoria tem em seu quadro de funcionários técnicos que cumprem jornada

de trabalho das 8:00 horas às 17:00 horas com intervalo de uma hora para almoço. Não trabalhando aos

sábados. Entretanto, nem todo tempo disponível é efetivamente aplicado nos trabalhos em clientes, pois há

reuniões, consultas técnicas, atrasos, ausências e outros fatores num total de 10%.

O mês de maio teve o seguinte:

30 dias

04 domingos

04 sábados

22 dias úteis

Quadro de funcionários:

FUNCIONARIOS QUANTIDADE PREÇO POR HORAGERENTES 01 $ 15,00 SENIORES 02 $ 10,00ASSISTENTES 03 $ 8,00TOTAL 06

Sabe-se que os encargos desta empresa gira em torno de 156%.

EXERCÍCIO 5

Em uma indústria que possui 02 funcionários em um departamento sendo que um ganha $ 8.100,00 por

hora e o outro ganha $ 100,00 a hora e esta empresa produz 4 produtos conforme segue:

PRODUTO HORAS APONTADASA 120,00 HORASB 270,00 HORASC 225,00 HORASD 210,00 HORASTOTAL 825,00 HORAS

49

Page 50: Terminologias contabeis para custos

O mês de dezembro possui 30 dias, 04 domingos e 01 feriado que caiu em uma segunda-feira.

Os encargos sociais giram em torno de 132,2%.

A jornada de trabalho é de 44 horas semanais incluindo-se os sábados.

EXERCÍCIO 6

Calcule o custo total, por hora do salário do operário contratado por uma industria de calçados por $

694, por hora, considerando os seguintes dados:

Mês de maio com 220,00 horas.

Dias de duração do ano: 365 dias

Domingos: 52 dias

Feriados e dias santificados: 8 dias

Faltas abonadas: 5 dias

Total dos encargos: 61,16%

EXERCÍCIO 7

Em uma indústria que possui 04 funcionários contratados com um salário de $ 5,00, $12,00, $ 12,50, $

14,00 respectivamente para cumprir uma jornada de trabalho de 44 horas semanais. Os encargos

representam 135,6%. Abaixo os dias comparecidos pelos funcionários durante o ano para trabalhar:

Dias do ano: 365 dias

(-) domingos: 48 dias

(-) feriados : 11 dias

(-) férias: 30 dias

(=) dias produtivos: 276 dias

Calcule os custos da mão-de-obra direta unitária desta empresa.

EXERCÍCIO 8

Em uma industria que possuía 3 funcionários que trabalhavam no departamento produtivo da empresa

Soldatudo S. A. Em abril/97 os cartões pontos acusavam os seguintes comparecimentos:

Funcionário:

1º QUINZENA 2º QUINZENA DIA HORARIO

DE ENTRADA

HORARIO DE SAIDA

DIA HORARIO DE ENTRADA

HORARIO DE SAIDA

1 8:00 17:00 16 8:00 17:002 8:00 17:00 17 8:00 17:003 8:00 17:00 18 8:00 17:004 8:00 17:00 19 8:00 17:005 FERIADO FERIADO 20 SABADO SABADO6 SABADO SABADO 21 DOMINGO DOMINGO7 DOMINGO DOMINGO 22 8:00 17:008 8:00 23 8:00 17:009 8:00 24 8:00 17:00

50

Page 51: Terminologias contabeis para custos

10 8:00 25 8:00 17:0011 8:00 26 8:00 17:0012 8:00 27 SABADO SABADO13 SABADO SABADO 28 DOMINGO DOMINGO14 DOMINGO DOMINGO 29 8:00 17:0015 8:00 17:00 30 8:00 17:00

Os boletins de apontamento de produção emitidos diariamente pela empresa foram digitados, gerando o seguinte relatório mensal:

TEMPO PRODUTIVO E IMPRODUTIVO QUANTIDADE DE HORAS

PRODUTO ALFA 35PRODUTO BETA 62PRODUTO GAMA 50FALTA DE ENERGIA ELÉTRICA 08TEMPO PARADO POR MÁQUINA QUEBRADA 07TEMPO PARADO POR FALTA DE MATERIAL 06TOTAL DE HORAS 168

O salário dos três funcionários era de $ 4,50, 3,50, e 4,50 por hora respectivamente. Os encargos

sociais representam 108%, 123% e 135% respectivamente dos salários.

- Determine o valor dos salários constante da folha de pagamento.

- Calcule o custo/hora do departamento.

- Calcule o custo da mão-de-obra direta alocada a cada produto.

- Calcule o custo das horas improdutivas.

EXERCÍCIO 9

Determinada empresa prestadora de serviços no ramo de contabilidade tem em seu quadro de

funcionários técnicos que cumprem jornada de trabalho das 8:00 horas às 17:00 horas com intervalo de

uma hora para almoço. Trabalhando aos sábados. Entretanto, nem todo tempo disponível é

efetivamente aplicado nos trabalhos em clientes, pois há reuniões, consultas técnicas, atrasos,

ausências e outros fatores num total de 25%.

O mês de novembro teve o seguinte:

30 dias

04 domingos

04 sábados

03 feriados

19 dias úteis

Quadro de funcionários:

FUNCIONARIOS QUANTIDADE PREÇO POR HORAGERENTES 01 $ 25,00 ASSISTENTES 02 $ 10,00INFORMÁTICA 10 $ 18,00

51

Page 52: Terminologias contabeis para custos

TOTAL 13

Sabe-se que os encargos desta empresa gira em torno de 156%.

EXERCÍCIO 10

A fábrica de amortecedores C.D amortecedores S.A. Possui dois departamentos produtivos: Depart. “A”

e Depart. “B”. A produção e os respectivos tempos unitários de certo mês foram:

PRODUTOS QUANTIDADE DEPART. A DEPART. B A1 1.200 UNID. 3,0 H 5,0 H A2 1.280 UNID. 4,0 H 3,0 H A3 2.250 UNID. 2,5 H 4,5 H A jornada de trabalho é de 44 horas semanais, se trabalhando aos sábados.

Neste mês, de 30 dias, com o 1º dia útil iniciando-se em uma sexta-feira, houve 1 feriado que caiu em uma

quinta-feira, não havendo expediente na sexta-feira subseqüente. Nenhum funcionário faltou durante o mês.

O número de funcionários e os salários, por departamento, são os seguintes:

Depart. A = 15 funcionários com salários de 15,00/ hora cada um;

Depart. B = 18 funcionários com salários de 23,00 horas cada um.

O tempo improdutivo de Depart. A ,totalizou 150 horas e de Depart. B, 256 horas.

Os encargos sociais representam 180% dos salários. Calcule os custos diretos da mão-de-obra debitada

aos produtos.

EXERCÍCIO 11

Um funcionário é contratado com salário de $ 4,00 a hora. Nesta empresa os encargos sociais e

trabalhistas representam 113,5% dos salários. Determine o custo/hora.

A jornada de trabalho e de 40 horas semanais não se trabalhando aos sábados.

EXERCÍCIO 12

Em uma indústria um funcionário é contratado com salário de $ 6.76 a hora e os encargos sociais e

trabalhistas representam 125% dos salários determine os custos das horas produtivas e improdutivas

sabendo que a empresa produz os seguintes produtos:

PRODUTOS TEMPO TOTALA 145,00 HORASB 175,00 HORASC 185,00 HORASD 202,00 HORAS

Sabendo-se também que no mês de setembro houve e domingos e 2 feriados caindo nos dias da

semana.

A jornada de trabalho é de 40 horas semanais.

EXERCÍCIO 13

52

Page 53: Terminologias contabeis para custos

Um funcionário e contratado com salário de $ 4,00 a hora. Nesta empresa os encargos sociais e

trabalhistas representam 113,5% dos salários. Determine o custo/hora.

Sabendo-se que no mês de abril/89 houve 4 domingos e um feriado que caiu na quarta-feira.

a jornada de trabalho é de 48 horas semanais, incluindo os sábados.

EXERCICIO 14

Uma indústria que trabalha com produtos de marcenaria e produz 2.560 sofás e 5.700 guarda-

roupas, no mês de março foram produzidas 25% dos sofás e 35% dos guarda-roupas e o restante no mês

de abril. Cada sofá consome 45 minutos para ser montado e 1:00 hora para cada guarda-roupas. Na

montagem há 3 funcionários que ganham salários de R$ 8,50 por hora e 2 funcionários que ganham

R$10,50 por hora. Os encargos sociais representam 135% dos salários.

No mês de março houve 31 dias com 5 domingos e 4

Sábados.Nesta empresa não se trabalha aos sábados.

O funcionário Adão da silva é o único empregado da empresa dias & dias parado S/ A. Em maio/95 seu

cartão de ponto acusou o seguinte comparecimento:

1º QUINZENA 2º QUINZENA DIA HORARIO DE

ENTRADAHORARIO DE SAIDA

DIA HORARIO DE ENTRADA

HORARIO DE SAIDA

1 FERIADO FERIADO 16 8:00 17:002 8:00 17:00 17 8:00 17:003 8:00 17:00 18 8:00 17:004 8:00 17:00 19 FERIADO FERIADO5 FERIADO FERIADO 20 SABADO SABADO6 SABADO SABADO 21 DOMINGO DOMINGO7 DOMINGO DOMINGO 22 8:00 17:008 8:00 23 8:00 17:009 8:00 24 8:00 17:0010 8:00 25 8:00 17:0011 8:00 26 8:00 17:0012 8:00 27 SABADO SABADO13 SABADO SABADO 28 DOMINGO DOMINGO14 DOMINGO DOMINGO 29 8:00 17:0015 8:00 17:00 30 8:00 17:00 Os boletins de apontamento de produção emitidos diariamente pelo Sr. Pedro pereira foram digitados,

gerando o seguinte relatório mensal:

TEMPO PRODUTIVO E IMPRODUTIVO QUANTIDADE DE HORAS

PRODUTO ALFA 55PRODUTO BETA 32PRODUTO GAMA 40FALTA DE ENERGIA ELÉTRICA 07TEMPO PARADO POR MÁQUINA QUEBRADA 17TEMPO PARADO POR FALTA DE MATERIAL 16TOTAL DE HORAS 170

O salário do Sr. Adão é de R$ 14,50 por hora. Os encargos sociais representam 188% dos salários.

Pede-se:

53

Page 54: Terminologias contabeis para custos

- Determine o valor dos salários constante da folha de pagamento.

- Calcule o custo/hora do departamento.

- Calcule o custo da mão-de-obra direta alocada a cada produto.

- Calcule o custo das horas improdutivas.

EXERCÍCIO 15

Considere que em um departamento que possui 5 funcionários diretos que recebem $ 5,00 por hora.

Os encargos sociais representam 107%.

A tabela abaixo mostra os produtos fabricados por este departamento, indicando o número de

peças fabricadas e o total das horas apontadas. Calcule o custo da mão-de-obra direta de cada

unidade de x, y, z?

A jornada de trabalho é de 44 horas semanais.

NO MÊS DE NOVEMBRO HOUVE 31 DIAS 5 DOMINGOS E 1 FERIADO.

PRODUTOS Nº DE PEÇAS TEMPO TOTALX 234 136 HORASY 875 237 HORASZ 392 176 HORAS

24- ORÇAMENTO E ANÁLISE DO LUCRO BRUTO

ORÇAMENTO: NOÇÕES BÁSICAS

Elaborar o orçamento é o passo na implementação da estratégia da empresa. É traduzir os

pressupostos gerais a respeito do planejamento da estratégia empresarial em representações numéricas de

mercados e de recursos. As metas de faturamento são a expressão da estratégia de empresa em relação

aos mercados; o capital que se aloca aos tomadores de decisões nos diversos centros de responsabilidade

reflete a escolha da empresa em matéria de utilização de recursos.

Sob essa ótica, elaborar o orçamento faz parte do processo de planejamento. Entretanto, o

orçamento também define normas, estabelecendo parâmetros para controle. É o que costumeiramente se

chama papel duplo de orçamento. Um orçamento tem as funções de coordenar as atividades da empresa e

servir como base controle ao comparar número (orçados) estimados e desempenho real.

O chamado orçamento-mestre forma o quando consolidado das atividades da empresa.

Tipicamente, esse orçamento-mestre é uma previsão dos relatórios financeiros da organização, isto é, uma

combinação de lucros e perdas, balanço e fluxo de caixa. Para chegar a esses dados altamente agregados,

o processo de orçamentário considera todas as atividades da empresa que serão finalmente computadas no

orçamento-mestre.

CONCEITO

Orçamento é um plano administrativo que cobre todas as operações da empresa, para um período

de tempo definido, expresso em termos quantitativos.

O orçamento global é dividido em orçamentos setoriais, como orçamento de vendas, orçamento de

produção, orçamento de compara de matérias-primas, orçamento capital, orçamento de fluxo de caixa etc.

54

Page 55: Terminologias contabeis para custos

Orçamento é também um planejamento do lucro por meio da previsão de todas as atividades da

empresa. Por exemplo: previsão de quantidades a serem vendidas, previsão do preço de venda a ser

exercido, previsão de produção, previsão de custos de matéria-prima, de mão-de-obra e custos indiretos de

fabricação. Com a comparação entre o orçamento e os dados reais, a empresa pode controlar seu

desempenho visando atingir o lucro planejado.

Processo orçamento – o orçamento deve ser elaborado por todos os setores da empresa,

cabendo ao setor de orçamento orientar, fornecer e consolidar as informações fornecidas pelos outros

departamentos.

Exemplo de um orçamento:

O orçamento da empresa deve cobrir vários anos; normalmente, as empresas fazem orçamentos

para cinco anos, detalhando o primeiro ano em meses, os demais em períodos anuais ou trimestrais. Neste

exemplo vamos desenvolver um orçamento para três meses. Os mesmos conceitos aqui usados podem ser

aplicados em orçamentos de prazos maiores.

Um ponto de partida lógico é o orçamento de vendas preparado pelo departamento de marketing.

Com os dados do faturamento, precisa-se determinar a estratégia de produção e prover os recursos

(incluindo a base de ativos). A partir da estratégia geral de produção, pode-se chegar aos orçamentos

específicos para todos os centros de responsabilidade. A produção será refletida em orçamentos para

estoques, despesas indiretas, mão-de-obra e matérias-primas. Esses são os parâmetros pelos quais os

gerentes de produção podem ser responsabilizados. Normalmente, o processo orçamentário precisa ser

revisado várias vezes para ser concluído, para reconciliar os números.

Orçamento de vendas:

Janeiro Fevereiro Março Total

QuantidadePreçoReceitas de Vendas

50.000462.300.000

80.000554.400.000

100.000707.000.000

230.0005913.700.000

Após o orçamento sobre vendas, a empresa pode elaborar o orçamento dos impostos sobre

vendas, supondo que a empresa recolha apenas o icms a uma taxa de 18%. O orçamento dos impostos

sobre vendas seria:

Orçamento de impostos s/ vendas:

Janeiro Fevereiro Março Total

ICMS 18% s/ vendas

414.000 792.000 1.260.000 2.466.000

Orçamento de produção:

A empresa, sabendo as quantidades estimadas de vendas, pode estimar os estoques desejados de

produtos acabados e as quantidades necessárias a serem produzidas.

55

Page 56: Terminologias contabeis para custos

Estoques Desejados de Produtos Acabados

Janeiro Fevereiro Março

EI

EF

25.000

30.000

30.000

40.000

40.000

30.000

Janeiro Fevereiro Março Total

Vendas(-) EI(+) EFProdução necessária

50.000 (25.000) 30.000 55.000

80.000 (30.000) 40.000 90.000

100.000 (40.000) 50.000 90.000

230.000 (95.000) 100.000 235.000

Orçamento dos impostos sobre compras

A empresa tem condições de elaborar o orçamento dos impostos a recolher comparando os

impostos sobre vendas e os impostos sobre compras.

Orçamento dos impostos a recolher

Janeiro Fevereiro Março Total

Impostos s/ vendasImpostos s/ comprasImpostos a recolher

$ 414.000

$(121.095)

$ 292.905

$ 792.000

$(248.040)

$ 598.248

$1.260.000

$ (248.040)

$ 1.011.960

$ 2.466.000

$ (562.887)

$ 1.903.113

Orçamento do fluxo de caixa

A empresa, após fazer o orçamento de receita de vendas os orçamentos de custos e despesas,

deve fazer um orçamento de recebimento e pagamentos para avaliar sua situação de caixa. Supondo que a

empresa receba suas vendas dentro do próprio mês e que pague a matéria-prima, a mão-de-obra e os

impostos no próprio mês, o orçamento de caixa ficaria assim:

Janeiro Fevereiro Março Total

56

Page 57: Terminologias contabeis para custos

Saldo inicial(+) Recebimentos: Vendas(-) Pagamentos: Matéria-prima Mão-de-obra Impostos a receberSaldo Final

-

$2.300.000

$ 672.750 $ 189.000 $ 292.905

$1.144.595

$ 1.114.595

$ 4.400.000

$ 1.076.400 $ 372.600 $ 598.248

$ 3.497.347

$ 3.497.347

$ 7.000.000

$ 1.378.000 $ 476.550

$ 1.011.960 $ 7.630.837

-

$13.700.000

$ 3.127.150$ 1.038.900$ 1.903.113$ 7.630.837

Orçamento de capital

Os aumentos de capital representam a compra de ativos fixos, cujos custos se distribuem por vários

períodos sob a forma de depreciação. Em geral, esses gastos exigem o comprometimento de grande

quantidade de fundos e devem ser previstos no orçamento do fluxo de caixa.

O orçamento de capital reflete os planos da alta administração referentes a ampliações, melhorias e

substituições de ativos.

ANÁLISE DA VARIAÇÃO NO LUCRO BRUTO

O lucro bruto é formado pela diferença entre as receitas de vendas e o CPV; ao compararmos a

variação no lucro bruto de dois períodos, devemos considerar as variações no preço e nas quantidades.

Exemplo:

X1 X2 VariaçãoReceita de vendas(-) CPVLucro Bruto

$ 2.000 $ 800 $ 1.200

100% 40% 60%

$ 2.400 $ 1.400 $ 1.000

100% 58% 42%

20% 75%

(17%)

Outras informações:

Quantidades vendidas 800 1.000

Preço de Venda 2,5 2,4

Custo Unitário 1,0 1,4

Variação na Receita:

Variações no preço = q1 (pq – p2) = 800 (2,5 – 2,4) = 80 d

Variações na quantidade = pq (q1 – q2) = 2,5 (800 – 1.000) = 500 f

Variações no preço e na quantidade = (p1 – p2) (q1 – q2) = (2,5 – 2,4) (800 – 1.000) = 80 d

Variação total = 600 d

(d = desfavorável; f = favorável)

57

Page 58: Terminologias contabeis para custos

Demonstração da análise do lucro bruto s/ vendas

Lucro bruto em x1

Análise das variações em vendas:

Variação no preço

Variação na quantidade

Variação no preço e na quantidade

Análise das variações no CPV:

Variação no custo unitário

Variação na quantidade

Variação no custo e na quantidade

Lucro bruto em x2

$ (80)

$ 500

$ 20

$ (320)

$ (200)

$ (80)

$ 1.200

$ 400

$ (600)

$ 1.000

ORÇAMENTO DE ITENS DE LINHA

Orçamento de itens de linha é o que permite aos responsáveis pelas decisões gastar apenas uma

quantia máxima fixa em itens específicos. Isso impede que os gerentes tomem decisões excessivamente

ousadas, substituindo insumos orçados. Essa salvaguarda é útil porque a composição aprovada de insumos

precisa ser mantida rigorosamente, por questões de coordenação. Embora freqüentemente atribuído a

organizações governamentais, uma elevada percentagem de empresas também utiliza o orçamento de itens

de linha no intuito de restringir o poder de decisão dos gerentes de centros de responsabilidade.

Orçamento por exercícios limitados

O orçamento por exercício limitado não permite que as verbas não utilizadas no exercício sejam

transportadas para o exercício seguinte. O modelo apresenta várias vantagens. Ele permite controles mais

rígidos dos gerentes e a quantidade de recursos na empresa pode ser controlada facilmente, já que

inexistem recursos camuflados ou economizados, o que simplifica o processo de planejamento. Entretanto,

essa simplificação acarreta um custo. No fim do período orçamentário, os gerentes podem passar grande

parte de seu tempo inventando meios de gastar os recursos remanescentes, que são assim desperdiçados.

Parece, no entanto, que os benefícios do orçamento limitado superam seus custos, uma vez que ele é

adotado em quase todas as organizações.

Previsão e orçamento de base zero

Prever os recursos exigidos para atingir as metas de produção e de vendas é crucial para o sucesso e

credibilidade do processo orçamentário. A maioria das empresas utiliza um método incremental para obter

seus orçamentos. Esse método utiliza os dados do período anterior e os aumenta ou diminui por

determinada percentagem. As mudanças refletem a variação de produtividade. Apesar de as mudanças, às

vezes, também serem revistas, o orçamento-base permanece inalterado.

58

Page 59: Terminologias contabeis para custos

O orçamento de base zero (OBZ) questiona as bases. O OBZ desenvolve orçamentos sem usar as

indicações dos números do ano anterior. Toda -a atividade é constituída do zero (base zero). Isso ajuda os

gerentes a pensar criativamente sobre suas atividades e, assim, reduz-ir as folgas dentro da organização. A

desvantagem óbvia do OBZ é o processo longo e intricado que se faz necessário.

Na maioria das organizações, portanto, o OBZ é usado infreqüentemente. Se for implementado

freqüentemente como técnica orçamentária, os gerentes irão muitas vezes recorrer às mesmas explicações

do ano anterior, tacitamente tomando o 0hz em orçamento incremental.

Orçamento flexível

Os orçamentos de planejamento comunicam volumes planejados e preços planejados. Os orçamentos

de controle precisam de alguma modificação. Isso se deve ao fato de que alguns gerentes não têm volumes

sob seu controle direto e não podem ser responsabilizados por desvios orçamentários que advêm de mu-

danças de volume. Para uma análise de desempenho, verbas orçamentárias para esses gerentes precisam

vaiar segundo o volume. Esse orçamento variável é chamado de orçamento flexível, em contraste com o

orçamento estático. O orçamento flexível é função de uma medida de volume.

Um exemplo ilustra isso facilmente. Se um gerente de produção tem determinado orçamento para

produzir 100 unidades, mas o marketing (responsável pelo resultado de faturamento) requer o fornecimento

de 120, os gerentes de produção não conseguem ser automaticamente responsabilizados por um aumento

dos custos. Um desvio do orçamento poderia ser atribuível unicamente ao fato de que os dados de vendas

são mais elevados, o que está totalmente fora de seu controle. Orçamentos flexíveis lidam com tais

mudanças. O orçamento com que o gerente de produção será comprado é o variado, que indica o custo em

que se deve incorrer para fornecer 120 unidades. Se os gerentes são responsáveis por volumes e custos

por unidade, entretanto, essa flexibilidade não, ajuda.

59

Page 60: Terminologias contabeis para custos

25- CUSTO POR ABSORÇÃO"VERSUS CUSTO VARIÁVEL

INTRODUÇÃO

Trabalho que tem como objetivo, a apresentação do assunto citado como "custo por

absorção”versus" custo variável, assunto este de inegável valor no que tange a disciplina de contabilidade

de custos.

O ideal da pesquisa delineou-se única e exclusivamente, para demonstração do resultado, citando-

se dois (02) sistemas de custos, seus efeitos patrimonial, fiscal e seus respectivos resultados.

No "afã" deste descritível assunto, segue-se também a relação propriamente dita através de um

exercício prático, finalizando o trabalho, através de conclusão específica do assunto.

Custo por absorção

Expressão utilizada para designar o processo de apuração de custos, que se baseia em "dividir" ou

"ratear" todos os elementos do custo de modo que cada "centro" ou "núcleo" absorva ou receba aquilo que

lhe cabe por "cálculo" ou "atribuição". Um custo é "absorvido" quando "imputado" ou "atribuído" a uma

unidade de produção ou a um produto. Tal custo visa estabelecer os "campos" de incidência dos custos,

fazendo com que cada "departamento", "centro de produção", "produto", "obra" ou "sistema produtivo"

recebam sua parcela até que o global aplicado seja totalmente absorvido. O sentido de "absorção" é

genérico e amplo.

Como a expressão não se tornou tradicional nem consta dos mais consagrados léxicos, pode haver

ambigüidade de utilizações no campo da tecnologia internacional. Os norte-americanos empregam tal termo

como equivalente a "custo convencional", para distingui-lo de "custeio direto". No Brasil, o custo direto não é

aceito pela legislação fiscal como meio de avaliação, nem a lei das sociedades por ações reconhece tal

critério para tais fins, consagrando, apenas, o custo convencional ou "custeio por absorção" (expressão

usada pelos norte-americanos, mas não utilizada na Europa e no Brasil). O custo por absorção inclui os

elementos "diretos" e "indiretos" das aplicações feitas, para que se consigam um produto ou um serviço,

assim como os elementos "variáveis" e aqueles também "fixos". Nos custos "convencionais" ou "custeio por

absorção", as margens do lucro tendem a ser maiores na apuração porque o valor dos estoques finais é

sempre "maior" (porque inclui o custo fixo, que é excluído do sistema denominado custeio direto). A

diferença básica, segundo reconhecem muitos autores americanos, está na não-inclusão e até na exclusão

dos custos fixos do dito custeio direto, enquanto o custeio por absorção ou tradicional inclui aqueles (fixos).

O custeio por absorção tem a premissa básica que todos os custos de produção,

independentemente de serem fixos ou variáveis são alocados aos produtos ou serviços. No processo

produtivo se faz necessário a divisão entre os custos fixos e custos variáveis, de forma que ambos sejam

componentes do estoque de produtos, conforme fluxo representado a seguir:

60

Page 61: Terminologias contabeis para custos

Custo variável (ou direto)

Processo de apuração de custo que exclui os custos fixos. A matéria tem gerado grandes

controvérsias, pois só as partes "variáveis" dos custos são consideradas. Também chamado custeio direto

ou custo marginal em razão da exclusão das "cargas fixas". Imputam-se, na apuração do custeio direto, os

materiais diretos, a mão-de-obra direta e os custos gerais variáveis. Os que defendem o processo alegam

que uma coisa é a "produção" e outra os "meios de produzir". Admitem, pois, que os "meios para produzir"

são os que geram as "cargas fixas" e que, por isso mesmo, elas não variam de acordo com o "volume

produzido". Os opositores do sistema argumentam que não se pode produzir sem "meios", e que estes pode

produzir sem "meios", e que estes são partes integrantes do processo produtivo, inexcluíveis. O custo direto

só considera aquilo que "acompanha" diretamente a produção, admitindo que os "custos fixos" devem ser

excluídos porque não seguem o ritmo do que se fabrica. O custo direto tem sido recusado pela legislação

fiscal brasileira e em verdade, doutrinariamente, tem sido considerado como um "sofisma" ou critério de

sub-avaliação de produtos. Os custos fixos no processo do custo direto, só entram, para efeito de apuração

de resultados como custos do período, mas não integram a avaliação dos estoques.

Custo direto ou variável "versus" custo por absorção.

O custo direto se distingue do método mais amplamente usado custeio por absorção pelos tipos de

custos indiretos de fabricação debitados ao produto. O método da absorção debita ao produto tanto os

custos indiretos fixos como os variáveis, ao passo que o método do custo direto debita apenas os custos

variáveis. No custo direto, o produto é debitado somente pelos custos que são diretamente afetados por

mudanças em volume. O método da absorção também debita ao produto os custos de período, que são

uma função do tempo e não são afetados por mudanças em volume. Ambos os métodos de custo debitam

todos os materiais diretos e mão-de-obra direta ã produção.

Os componentes do custo direto advogam o débito dos custos do período ou exercício à receita,

quando tais custos são incorridos, ao invés de permitirem que uma porção dos custos do período seja

diferida como parte dos custos de estoque. Contendem que método do custo direto elimina distorção nos

lucros durante períodos de flutuação de produção e vendas, porque os custos de produção e as receitas de

vendas contêm somente componentes variáveis e, ambos propenderão a deslocar-se na mesma direção

que as mudanças de volume.

Os custos de período ou exercício incluem não apenas os custos associados à fábrica e seu

equipamento, como também os que são incorridos para manter a organização empresarial. Por

conseguinte, estes custos são tanto do tipo manufatureiro como não-manufatureiro, incorridos quando a

organização inicia sua operações, e continuam através da existência da empresa. Os custos de período

representam os custos fixos da empresa para um dado período, e sob o sistema de custo direto são

debitados à renda gerada no período.

Alguns membros da administração da empresa acreditam que o método do custeio direto fornece

dados mais compreensíveis no que tange a custos, volumes, receitas e lucros para administração que não

seja perita em técnicas e procedimentos contábeis. O sistema também apresenta os dados de custo da

maneira por que se relacionam à receita, em forma simplificada, adequada ao planejamento gerencial.

61

Page 62: Terminologias contabeis para custos

A discussão seguinte de custeio direto, embora supersimplificada, serve para mostrar:

Efeito da produção flutuante sobre os lucros no método de custeio por absorção;

A eliminação da distorção enganosa de lucro quando se usa o método do custeio direto.

Efeito patrimonial (avaliação de estoques)

O fisco atualmente só aceita o uso do PEPS ou do preço médio ponderado móvel. Não aceita o UEPS e

também não mais admite a utilização de uma média ponderada fixa, isto é, relativa às compras de um

exercício inteiro, já que se pode estar atribuindo a um produto de alta rotação, e comprado por isso há

pouco tempo, um preço que diz respeito a uma média válida como representativa dos preços de há seis

meses. Só pode ser usado para efeito fiscal um preço médio ponderado fixo se for baseado em compras de

um período que não exceda o próprio prazo de rotação do item que está sendo avaliado. O mais normal,

todavia, é o uso do preço médio ponderado móvel.

Efeito fiscal (imposto de renda)

Segundo o citado decreto-lei, deverão integrar o custo de produção dos bens ou serviços vendidos:

Custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou

consumidos na produção...

Conforme determinam os princípios contábeis, também o fisco exige a integração dos gastos com

transporte e seguro e os tributos devidos na aquisição ou importação, como imposto de importação etc.

(estão fora o ICMS e o IPI, quando recuperáveis pela empresa, conforme já visto).

Poderá, para efeito fiscal, ser considerada diretamente como custo, sem passar pela fase de

estocagem:

A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda de 5% do custo total dos produtos

vendidos no exercício anterior.

Só são entendidos como tais os bens cujo consumo seja efetivamente eventual, isto é, ocorra apenas

esporádica e extraordinariamente, e que, por conseguinte, não façam parte normalmente do processo de

produção. São os casos de itens relativos à necessidade de recuperação de produção anormalmente

danificada, materiais de testes esporádicos, serviço especialíssimo de manutenção etc.

É de notar que devem ser seguidas todas as normas já comentadas sobre tratamento de materiais, já

que o fisco as ratifica:

Custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção e guarda das

instalações de produção;

Os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens aplicados na

produção;

Os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;

62

Page 63: Terminologias contabeis para custos

Os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.

Vê-se que o fisco exige o uso do custo por absorção, fazendo com que se incorporem ao produto todos os

custos ligados à produção, quer os diretos quer os indiretos. Estes itens são os que a legislação determina

sejam "obrigatoriamente" agregados, o que não significa uma listagem exaustiva e completa. Todavia, nota-

se que o fisco está abrindo mão de certos gastos que, conforme já comentado, são de difícil apropriação,

tais como os relativos à administração da produção geral, à contabilidade, ao departamento de compras etc.

Estes, pelos princípios contábeis que regem o custeio por absorção, deveriam estar incluídos como custos.

Assim, com a sua não obrigatória inclusão para efeito fiscal, fica a empresa com mais flexibilidade para

definição dos critérios a serem usados para a separação entre custos e despesas. Não deve ser entendido,

por outro lado, que tais gastos não enumerados devam ser tratados como despesas de exercício, pois,

acima dos critérios fiscais, devem estar sempre os princípios gerais de contabilidade, dos quais a própria

auditoria independente deve ser fiel observadora.

63

Page 64: Terminologias contabeis para custos

EXERCÍCIO

Criação de uma situação em que tenha -se os dados de custos diretos, custos indiretos, despesas,

produção e vendas (PV) considerando a venda 60% (sessenta por cento) do estoque dos produtos

acabados.

Para a produção de 300 unidades do produto zero a Indústria AK teve os seguintes gastos:

Gasto Unitário Total Discriminação

MP 10,00 U 3.000,00 CDV

MOD 8,00 U 2,400,00 CDV

MOI 750,00 750,00 CIF

Aluguel (Fabrica) 437,50 CIF

Aluguel (Venda) 62,50 DF

Depreciação 55,00 CIF

Depreciação (venda) 6,00 DF

Energia Elétrica (fábrica) 100,00 CIV

Energia Elétrica (venda) 20,00 DF

Comissão do Vendedor 3,00 u DV

Salário do Vendedor 400,00 DF

Obs.: O Preço de Venda é o dobro do Custo Unitário

TOTAIS:

Custo direto variável 5.400,00

Custo indireto variável 100,00

Custo indireto fixo 1.242,50

Despesa fixa 488,50

Despesa variável 900,00

64

Page 65: Terminologias contabeis para custos

Custo Total 6.742,50

Custo unitário 22,48

Preço de Venda 44,96

PRODUÇÃO VENDAS ESTOQUE FINAL

300 180120

ESQUEMA BÁSICO PARA APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS, REGISTROS DAS DESPESAS E APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO.

Custeio por absorção

Supondo uma industria fabricante de um único produto, com os seguintes gastos durante o mês de outubro:

Gastos $Salários e encargos sociais do pessoal da fabrica. 520.000Depreciação do prédio, dos computadores, das instalações, das maquinas e equipamentos utilizados na fábrica.

50.000

Comissão de vendedores 60.000Propaganda e publicidade 10.000Juros e encargos financeiros sobre empréstimos bancários 30.000Viagens e refeições dos vendedores 5.000Tributos sobre as vendas dos produtos acabados 77.000Energia elétrica, água, comunicações, gastos nos setores administrativos.

1.000

Matérias-primas consumidas na fábrica 350.000Salários e encargos do pessoal da administração 70.000Energia elétrica, água, comunicações gastos na fabrica 7.400Energia elétrica, água, comunicações gastos nos setores comerciais.

700

Honorários da diretoria administrativa 40.000Honorários da diretoria industrial 15.000Seguros contra incêndio do prédio da fabrica. 4.500Seguros contra incêndio do prédio da administração 1.500Seguros contra incêndio das lojas comerciais 3.000Materiais auxiliares utilizados na fábrica 2.600Manutenção das maquinas e dos equipamentos utilizados na fábrica

3.000

Fretes para a entrega dos produtos vendidos 1.000Materiais diversos gastos pelos setores administrativos 2.500Materiais diversos gastos pelos setores comerciais 500Depreciação do prédio, dos veículos, das instalações, dos moveis e dos computadores utilizados pelos setores administrativos.

12.000

Depreciação do prédio, dos veículos, dos moveis, dos computadores e das instalações utilizadas pelos setores

8.000

65

Page 66: Terminologias contabeis para custos

comerciais.Treinamento dos gerentes e supervisores de vendas 2.500Treinamento dos gerentes e supervisores da fabrica. 2.500 Total

Supõe -se ainda que:

No mês de outubro foram produzidas 2.000 unidades e vendidas 1.500 unidades do produto, pelo preço de

venda unitário de $ 900;

Não havia estoque inicial de produto acabado.

1º passo: separação dos gastos em custos e despesas

Custos de produção $Custos variáveisSalários e encargos sociais do pessoal da fabricaMatérias-primas consumidas na fabricaEnergia elétrica, água comunicações consumidas na fabrica.Materiais auxiliaresTotal dos custos variáveisCustos fixosDepreciação do prédio, dos computadores, das instalações e equipamentos utilizados na fabrica.Honorários da diretoria industrialSeguros da fabricaManutenção das maquinas e equipamentos da fabricaTreinamento dos gerentes e supervisores da fabricaTotal dos custos fixosTotal dos custos de produção

Despesas do mês

DESPESAS $DESPESAS ADMINISTRATIVASHONORARIOS DA DIRETORIASALARIOS E ENCARGTOS SOCIAIS DO PESSOAL DA ADMINISTRAÇAODEPRECIAÇAO DO PREDIO, DOS COMPUTADORES, DAS INSTALAÇOES E DOS MOVEIS UTILIZADOS PELOS SETORES ADMINISTRATIVOSENERGIA ELETRICA, AGUA E COMUNICAÇOES NOS SETORES ADMINISTRATIVOS.SEGURO DO PREDIO DA ADMINISTRAÇAOMATERIAIS DE EXPEDIENTE GASTOS NO SETOR ADMINISTRATIVOSTOTAO DAS DESPESAS ADMINISTRATIVASDESPESAS COMERCIAISCOMISSOA DOS VENDEDORESPROPAGANDA E PUBLICIDADEDEPRECIAÇAO DO PREDIO, DOS COMPUTADORES,

66

Page 67: Terminologias contabeis para custos

DAS INSTALAÇEOS E DOS MOVEIS UTILIZADOS PELOS SETORES COMERCIAISVIAGENS E REFEIÇOES DOS VENDEDORESSEGURO DA LOJASCOMERCIAISTREINAMENTO DOS GERENTES E SUPERVISORES DE VENDASFRETE PARA ENTREGAS DOS PRODUTOS VENDIDOSENERGIA ELETRICA, AGUA, COMUNICAÇOES DOS SETORES COMERCIAIS.MATERIAI DIVERSOS UTILIZADOS NO SETORES COMERCIAISTOTAL DAS DESPESAS COMERCIAISDESPESAS FINANCEIRASJUROS E ENCARGOS FINANCEIROS SOBRE EMPRESTIMOS BANCARIOSDEDUÇOES DA VENDAS BRUTASTRIBUTOS SOBRE AS VENDAS DOS PRODUTOS ACABADOSTOTAL DAS DESPESAS

2º passo: apuração do custo unitário de produção e do custo dos produtos vendidos.

Como já foi visto, em outubro foram produzidas 2.000 unidades e vendidas 1.500, ao preço de venda de $

900 por unidade.

Para a apuração do resultado, primeiro apura-se o custo unitário da produção, para, em seguida, apurar-se

o custo dos produtos vendidos.

A) Apuração dos custos unitário de produção

Para produzir 2.000 unidades, foram gastos os seguintes valores com os custos de produção:

Total dos custos da produção de outubro $

Custos variáveis

Custos fixos

Total gasto no mês

Produção no período

Custo unitário

B) Apuração do custo dos produtos vendidos

Foram vendidas durante o mês 1.500 unidades. Como cada uma custou 477, 50, para ser produzida,

conclui-se que o total do custos dos produtos que foram vendidos é de $ 716.250m ou seja 1.500 x

477,50.

3º passo: demonstração do resultado do mês de outubro, utilizando o método de custeio por absorção.

$

67

Page 68: Terminologias contabeis para custos

RECEITAS BRUTAS= 1.500 X 900,(-) DEDUÇOES DAS VENDAS BRUTASRECEITAS LIQUIDAS(-) CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS= 1.500 X 477,50LUCRO BRUTO(-) DEPSESAS ADMINISTRATIVAS(-) DESPESAS COMERCIAIS(-) DESPESAS FINANCEIRASTOTAL DAS DESPESASLUCRO LIQUIDO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇAO SOCIAL

Demonstração do saldo dos produtos acabados que ficaram nos estoques no final de outubro, para vendas

nos meses subseqüentes.

Foram produzidas, durante o mês 2.000 unidades , ao custos unitário de $ 477,50. Foram vendidas

1.500 unidades. Conseqüentemente, ficaram em estoque, no final do mês 500 unidades, totalizando $

238.750 (500 unidades x 477,50).

Custeio variável

Como já vimos, no custeio variável são considerados como custo do mês apenas os custos

variáveis. Os custos fixos são considerados como despesas.

O valor das receitas não se alteram em relação ao custeio por absorção, tanto nas receitas brutas

como nas receitas líquidas.

1º passo – apuração do custo unitário de produção e do custo dos produtos vendidos.

A) A apuração do custo unitário de produção:

Para produzir 2.000 unidades, foram gastos $ 880.000 de custos variáveis, conforme vimos nas

planilhas anteriores. Portanto, pelo custeio variável, cada unidade produzida no mês custou $

440,00 (880.000/2.000).

b) Apuração do custo dos produtos vendidos:

Foram vendidas durante o mês 1.500 unidades. Como cada uma custou $ 440,00 para ser

produzida, conclui-se que o total do custo dos produtos que foram vendidos é $ 660.000 ( 1.500 x 440).

68

Page 69: Terminologias contabeis para custos

2º PASSO – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO, UTILIZANDO O CUSTEIO

VARIÁVEL

$RECEITAS BRUTAS= 1.500 X $ 900(-) DEDUÇÕES DAS VENDAS BRUTAS(=) RECEITAS LÍQUIDAS(-) CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS 1.500 X $ 440,00LUCRO BRUTO(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS(-) DESPESAS COMERCIAIS(-) DESPESAS FINANCEIRAS(-) CUSTOS FIXOSTOTAL DAS DESPESASLUCRO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇAO SOCIAL

Diferenças entre o custeio por absorção e custeio variável neste exercício

Resultado do mês Valor dos estoques

acabados no final do

mês

Custeio por absorção 309.050 238.750

Custeio variável 290.300 220.000

Diferenças 18.750 18.750

Observações:

Como demonstrado, o lucro foi menor em $ 18.750 com a adoção do custeio variável, em comparação com

o lucro obtido pelo custeio por absorção.

Como esse lucro é a base para a tributação do imposto de renda e da contribuição social das empresas,

explica-se o porquê de não ser aceito pela legislação do imposto de renda, visto que a arrecadação dos

tributos será consequentemente menor.

A diferença de $ 18.750 refere-se ao custo fixo unitário que foi incorporado aos estoques de produtos

acabados com a adoção do custeio por absorção, como demonstrado a seguir:

Total dos custos fixos $ 75.000

Quantidade produzida 2.000 unidades

Custo fixo unitário $ 75.000/2.000 unidades= $ 37,50

Unidades em estoque no final do mês 500 unidades

Total dos custos fixos que permaneceram os

estoques

500 unidades x $ 37,50= $ 18.750

69

Page 70: Terminologias contabeis para custos

26- CARACTERÍSTICAS

Sistemas de acumulação de custos

Podem ser de alguns tipos principais, não excludentes:

– Por ordem de produção;

– De modo contínuo ou processo;

– Pela responsabilidade;

– Provisionais;

– Acumulação: três critérios:

• Custo por absorção;

• Custo direto ou variável;

• ABC.

70

Page 71: Terminologias contabeis para custos

CARACTERISTICAS

71

Page 72: Terminologias contabeis para custos

OUTRAS CARACTERÍSTICAS72

Page 73: Terminologias contabeis para custos

Custos por processo

Os custos são inicialmente classificados por tipo de gasto (natureza contábil) e depois compilados

por processos específicos. Posteriormente, todos os custos são distribuídos às unidades produzidas, por

meio dos processos específicos.

Deve procurar refletir todo o processo físico da produção, criando centros de custos. Os números

são posteriormente transferidos de um centro para o seguinte, do mesmo modo como a produção transfere

o produto fisicamente para outra fase.

Exercício

A indústria de roupas bonita e bela produz um único produto: calças jeans masculinas. Seus

departamentos industriais são direcionados às atividades de corte, costura e acabamento. Todos os

produtos elaborados passam pelos três departamentos, nesta ordem. Apenas no setor de acabamento não

são incorporados materiais diretos aos produtos. Com base nos números fornecidos a seguir, estime os

custos totais e unitários por departamento e o custo unitário de cada produto comercializado. Sabe-se que

os estoques iniciais e finais são nulos e que no período analisado foram iniciadas e completadas 1.500

unidades.

Custos por ordem de produção

Definição

No sistema de custos por ordem de produção (ou encomenda), os custos são acumulados em

folhas (ou registros eletrônicos) denominadas ordens de produção ou ordens de fabricação. A soma das

ordens de produção em aberto representa o estoque de produtos em processo. Quando os produtos ou

serviços são completados, as ordens são encerradas e os custos são transferidos para o estoque de

produtos acabados ou CPV, a depender da situação (crepaldi, 1999. P. 122).

Exercício 24

A GRÁFICA TRAÇOS E RABISCOS LTDA, Apresentou os dados seguintes, referentes a sua

produção no mês de maio de 19x3. Com base nestes números, contabilize os lançamentos e apure o custo

da empresa. Os custos indiretos de fabricação no período foram iguais a $ 4.000,00. A empresa costuma

empregar a MOD como critério de rateio destes custos.

27-Custo padrão

22- Custo-Padrão (Standard) e Análise das Variações

O custo-padrão, cuja finalidade básica é proporcionar um instrumento de controle à administração da

empresa, pode ser utilizado quer a empresa utilize o Custeio por Absorção, quer o Custeio Variável. Neste

contexto, controle significa tomar conhecimento de uma determinada realidade, compará-la com aquilo que

73

Page 74: Terminologias contabeis para custos

deveria ser, em termos ideais, identificar oportunamente os desvios e tomar providência no sentido de corrigir

tais desvios.

Custo-padrão é um custo estabelecido pela empresa como meta para os produtos de sua linha de

fabricação, levando-se em consideração as características tecnológicas do processo produtivo de cada um, a

quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção e o respectivo volume dessa produção.

Tipos de Custos-Padrão

O Custo-Padrão Ideal é um custo determinado da forma mais científica possível pela engenharia de

produção da empresa, dentro de condições ideais de qualidade dos materiais, de eficiência da mão-de-obra, com

o mínimo de desperdício de todos os insumos envolvidos. Pode ser considerado como uma meta de longo prazo

da empresa. Contudo, a curto prazo, por existirem na prática deficiências no uso e na qualidade dos insumos,

apresenta muita dificuldade de ser alcançado.

O Custo-Padrão Estimado é aquele determinado simplesmente por meio de uma projeção, para o futuro, de

uma média dos custos observados no passado, sem qualquer preocupação de se avaliar se ocorreram

ineficiências na produção, como por exemplo, se o nível de desperdício dos materiais poderiam ser diminuído, se

a produtividade da mão-de-obra poderia ser melhorada, se os preços pagos pelos insumos poderiam ser menores,

etc.

O Custo-Padrão Corrente situa-se entre o Ideal e o Estimado. Ao contrário deste último, para fixar o

Corrente a empresa deve proceder a estudos para uma avaliação da eficiência da produção. Por outro lado, ao

contrário do Ideal, leva em consideração as deficiências que reconhecidamente existem, mas que não podem ser

sanadas pela empresa, pelo menos a curto e médio prazo, tais como as relativas a materiais comprados de

terceiros, inexistência de mão-de-obra especializada e outras similares. Este tipo de custo-padrão pode ser

considerado como um objetivo a curto e médio prazos da empresa e é o mais adequado para fins de controle.

O Custo Real é o custo efetivo incorrido pela empresa num determinado período de produção. Se o custo

real for superior ao custo-padrão, a variação (diferença) aí incorrida será considerada DESFAVORÁVEL, uma

vez que o custo efetivo foi maior que o estabelecido como meta para a empresa. Se ocorrer o contrário, o custo

real for inferior aso custo-padrão, a variação será considerada como FAVORÁVEL, uma vez que a empresa

apresentou custo menor que o estabelecido como meta.

O custo-padrão ou custo standard é aquele determinado, a priori, como sendo o custo normal de um

produto. O valor-padrão de custo é determinado a partir de padrões técnicos de produção, que são definidos

mediante a quantificação do consumo de materiais, mão-de-obra e outros gastos necessários à fabricação de uma

unidade de produto.

A quantificação do consumo de materiais engloba todos os materiais necessários, tais como a matéria-

prima propriamente dita, materiais auxiliares que compõem o produto e ainda material de embalagem normal.

É realizada por meio de pesagem e/ou medição desses materiais para uma unidade de produto, levando em conta

as quebras e perdas normais do processo.

Os padrões técnicos de mão-de-obra são quantificados por cronometagem de tempo das operações

produtivas, segundo princípios estatísticos de amostragem, tendentes a conferir a esses tempos elevado grau de

exatidão. Pode-se, também, optar por tempos reais apontados em operações de produção no passo, tomando-se

as médias desses tempos como padrões para o futuro, desde que esses tempos reais sejam cuidadosamente

examinados quanto a sua representatividade. Todas as taxas de custo-padrão são atualizadas, em geral, no início

de cada exercício. O custo-padrão desdobra-se em três componentes:

Padrão de materiais;

Padrões de mão-de-obra; e

74

Page 75: Terminologias contabeis para custos

Padrão de custos indiretos de fabricação.

As variações entre o custo-padrão e o custo real da produção, em geral apuradas mensalmente, são

estabelecidas também separadamente para esses três componentes:

Variação de materiais – entre o custo-padrão e o real de materiais;

Variação de mão-de-obra – entre o custo-padrão e o custo real de mão-de-obra e encargos; e

Variação de custos indiretos de fabricação – entre o custo-padrão e o custo real desses gastos.

CASO PRÁTICO DE ANÁLISE DAS VARIAÇÕES ENTRE O CUSTO REAL E O CUSTO PADRÃO

Foram obtidas as seguintes informações de uma indústria:

CUSTO REAL CUSTO PADRÃO

VOLUME DE PRODUÇÃO 280.000 UNIDADES 300.000 UNIDADES

CUSTO UNITÁRIO VARIÁVEL POR UNIDADEMATÉRIA-PRIMA $ 35,60 $ 36,90MÃO-DE-OBRA DIRETA $ 7,00 $ 6,80MÃO-DE-OBRA INDIRETA $ 12,50 $ 12,00CUSTOS INDIRETOS VARIÁVES $ 3,50 $ 3,50

CUSTOS FIXO TOTAL $ 420.000,00 $ 400.000,00

COMENTÁRIOS INICIAIS

O volume de produção previsto pelo padrão é de 300.000 unidades. , mas na realidade foram produzidas

apenas 280.000. Nota-se que o custo direto padrão de matéria-prima foi maior que o custo real.

O custo indireto de fabricação variável por unidade não apresentou variação.

O custo fixo real total, ao contrário do que aconteceu com o custo direto, foi maior que o padrão, ou seja, a

empresa gastou mais do que estava previsto.

ANÁLISE DETALHADA DA VARIAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA

Há necessidade, no entanto, de uma análise mais detalhada entre o custo real e o fixado como padrão pela

empresa.

Supondo que o total do custo da matéria –prima foi apurado como segue:

Custo Real Custo-Padrão Variação Conclusão

Quantidade 4 4,10 0,10 Favorável

Custo $ 8,90 9,00 0,10 Favorável

Total em $ 35,60 36,90 1,30 Favorável

75

Page 76: Terminologias contabeis para custos

Para completar a análise, há necessidade de decompor o total da variação favorável de matéria-prima de $

1,30 para cada unidade produzida, como segue:

As variações de matérias-primas podem ser classificadas em três tipos:

Variação na quantidade consumida por unidade fabricada;

Variação no custo de aquisição de cada unidade de matéria-prima;

Variação mista, que é o resíduo das duas variações anteriores.

Para esse detalhamento, podem-se utilizar as seguintes fórmulas simples:

Variação de quantidade = (quantidade real – quantidade-padrão) x custo-padrão

Variação de custo = (custo real – custo – padrão) x quantidade-padrão

Aplicando-se os valores do exemplo, tem-se:

Variação de quantidade = (4,00 kgs – 4,10 kgs) x $ 9,00 = $ 0,90 – favorável

Variação de custo = ($ 8,90 - $ 9,00) x 4,10 kgs = $ 0,41 – favorável

Variação mista: quando ocorrem variações tanto na quantidade como nos custos, surge uma terceira

variação, a chamada variação mista, que nada mais é do que a mistura, ou mix, entre as duas variações.

Em outras palavras, a variação mista seria a sobre provocada pela existência das duas variações, sobre

essa impossível de ser identificado como variação de quantidade ou de custo. Para obtenção do valor da

variação mista , a formula é a seguinte:

Variação mista = (quantidade real – quantidade padrão) x (custo real – custo padrão)

No caso, o cálculo seria o seguinte:

Variação mista = (4,00 – 4,10) x ($ 8,90 - $ 9,00) = 0,01

Com base nas informações anteriores, o resumo das variações de matéria-prima seria:

Tipo de variação $ Conclusão

Variação de quantidade 0,90 Favorável

Variação de Custo 0,41 Favorável

Variação mista (0,01) Desfavorável

Variação total por unidade fabricada 1,30 Favorável

A variação mista foi considerada desfavorável para excluir o efeito incluído tanto na variação de quantidade

quanto na variação de custo. No caso, cada uma dessa variações inclui um valor residual da chamada

variação mista, ou seja, os $ 0,01 de variação mista está sendo considerado em duplicidade, parte da

76

Page 77: Terminologias contabeis para custos

variação de quantidade, parte da variação de custo. Por esse motivo, houve a necessidade diminuir as

variações anteriores, para a obtenção dos $ 1,30.

ANÁLISE DETALHADA DA VARIAÇÃO DA MÃO DE OBRA DIRETA

Também as variações, da mão-de-obra direta dever ser detalhadas, para melhor atribuição de

responsabilidades. Conforme informações anteriores, o gasto com a mão-de-obra direta para produzir cada

unidade fabricada foi:

Custo real Custo-padrão Variação Conclusão

Eficiência em quantidade de

horas

$ 7,00 $ 6,80 $ 0,20 Desfavorável

Taxa de cada hora $ 12,50 $ 12,00 $ 0,50 Desfavorável

Gasto com mão-de-obra para

produzir cada unidade

$ 87,50 $ 81,60 $ 5,90

As variações com a mão-de-obra direta podem ser classificadas em três tipos:

Variações de eficiência;

Variação de taxa;

Variação mista

Os cálculos efetuados para desdobro das variações da mão-de-obra são similares aos aplicados na

matéria-prima, como segue:

Variação da Eficiência = (horas reais – Horas-padrão) x taxa-padrão;

Variação de Taxa = (taxa real – taxa-padrão) x horas-padrão

Aplicando-se os valores, teremos:

Variação da eficiência = (7,00 horas – 6,8 horas) x 12,00 = $ 2,40 desfavorável

Variação de Taxa= ($ 12,50 - $ 12,00) x 6,80 horas = $ 3,40 desfavorável

Variação mista: da mesma forma que para a matéria-prima, quando ocorrem variações tanto na eficiência

como na taxa teremos o caso de uma terceira variação, a chamada variação mista. Para obtenção do valor

da variação mista, a fórmula é a seguinte:

Variação mista = (Horas reais – horas-padrão) x (taxa real – taxa padrão)

No caso, a variação mista seria:

Variação mista = (7,00 horas – 6,80 horas) x ($ 12,50 - $ 12,00) = $ 0,10 desfavorável

Em resumo, a variação da mão-de-obra seria:

Tipo de variação $ Conclusão

77

Page 78: Terminologias contabeis para custos

Variação de Eficiência 2,40 Desfavorável

Variação de Taxa 3,40 Desfavorável

Variação mista 0,10 Desfavorável

Variação total da mão-de-obra por unidade 5,90 Desfavorável

ANÁLISE DETALHADA DA VARIAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO

Análise detalhada da variação dos custos indiretos de fabricação

Conforme as informações anteriores, os custos indiretos de fabricação, podem ser calculados para

cada unidade fabricada da seguinte maneira:

Custo Real Custo-Padrão Variação Conclusão

Volume de produção 280.000 300.000 20.000 Desfavorável

Total dos custos fixos $ 420.000 $ 400.000 $ 20.000 Desfavorável

Custos fixos por unidade $ 1,50 $ 1,333 $ 0,167 Desfavorável

Custos variáveis por unidade $ 3,50 $3,50 - Nula

Total dos custos indiretos por

unidade

$ 5,00 $4,883 0,167 Desfavorável

Total do custo indireto $1.400.000 $1.450.000 $ 50.000 Desfavorável

Definição de padrões

Análise possível

Exercício

O custo–padrão do caderno especial durável indica que para cada unidade produzida deveriam ser

necessários 200 g de papel sulfite para o miolo, 40 g de papel de alta gramatura para as capas, 60 g de

espiral plástica, 0,30 hora de mão-de-obra direta e $ 0,82 de CIFS apropriados. Os preços unitários dos

materiais diretos são iguais a: papel de alta gramatura: $ 18,30/Kg; papel sulfite: $ 8,60/Kg; MOD: $ 5,50 por

hora. No mês de maio de 19X1 foram produzidas 500 unidades, sendo consumidos 22 Kg de papel alta

gramatura, com valor total igual a $ 424,60; 108 Kg de papel sulfite, com valor total igual a $ 831,60; e 140

horas de MOD, que apresentaram um valor total igual à $ 798,00. Determine e analise as variações de

preço, de quantidade e conjunta dos insumos utilizados.

Questionário

Qual o conceito de custo padrão?

O que é meta?

Qual a diferença entre padrão e orçamento?

78

Page 79: Terminologias contabeis para custos

Como muitas vezes é entendido o custo padrão?

Quais os três tipos de padrões básicos existentes?

O que é custo padrão ideal?

O que é custo padrão estimado?

O que é custo padrão corrente?

O que é custo real?

Qual a finalidade do custo padrão?

O que é fixação do custo padrão?

79

Page 80: Terminologias contabeis para custos

28- ANALISE CUSTO VOLUME LUCRO

Conceitos:

Iniciando este estudo faremos citações, de alguns autor estudiosos deste assunto, podemos, no

entanto, verificar que não há muitas divergências entre os mesmos.

Horngren define a análise do custo-volume-lucro, como estudo das (1985: p.21):

“Relações entre as receitas (vendas), despesas (custos) e renda liquida (lucro líquido)”.

Para VanDerbeck, & Nagy, a análise de custos-volume-lucro:

“ É uma técnica que usa os graus de variabilidade para medir o efeito de mudanças do

volume sobre os lucros resultantes”.

A análise de custo-volume-lucro, na visão de Warren, Reeve & Fess (2001: p. 95):

“ É um exame sistemático das relações entre preços de vendas, volumes de vendas e de

produção, custos, despesas e lucros” .

Padovese destaca que o estudo detalhado dos custos fixos e custos variáveis permite expandir a

análise dos gastos da empresa, possibilitando ampliar o horizonte das análises para futuras decisões. (200:

p. 269):

“... conceitos de custos fixos e variáveis permitem um, expansão das possibilidades

de análise dos gastos da empresa, em relação aos volumes produzidos ou vendidos, determinando

pontos importantes para fundamentar futuras decisões de aumento ou diminuição dos volumes de

produção, corte ou manutenção de produtos existentes, mudanças no MIX de produção,

incorporação de novos produtos ou quantidades adicionais, etc.”.

Figueredo & Caggiano, define que a análise de custo-volume-lucro (1997: p. 139):

“ É uma ferramenta importante no planejamento de curto prazo, porque explora o

relacionamento existente entre as suas quatro principais variáveis – custo, receita, volume de saídas

e lucro”.

Os mesmos autores ainda complementam, afirmando que (1997: p. 140):

“A análise custo-volume-lucro dá ênfase ao comportamento dos padrões de custos em

relação às diferentes saídas de produção, como um guia para selecionar os níveis de lucro e, a

adoção de uma política apropriada de preço”.

Horngren, Foster & Datar, descrevem que (2000: p. 44):

“A análise de custo-volume-lucro propicia uma ampla visão financeira do processo de

planejamento. Ela examina o comportamento das receitas totais, dos custos totais e dos lucros à

medida que ocorre uma mudança no nível de atividade, no preço de venda ou nos custos fixos”.

Para Hansen & Mowen, a análise de custo-volume-lucro:

“ É uma ferramenta poderosa no planejamento e na tomada de decisão. Pelo fato da análise

CVL enfatizar os inter-relacionamento de custos, quantidades vendidas e preços, ela grupa toda a

informação financeira de uma empresa. A análise CVL pode ser uma ferramenta valiosa para

identificar a extensão e magnitude de um problema econômico pelo qual a empresa esteja passando,

e ajuda-la a encontrar as soluções necessárias”.

Maher conceitua a análise custo-volume-lucro (2001: p.432):

80

Page 81: Terminologias contabeis para custos

“ O estudo das inter-relações entre custos e volume, e da forma como eles impactam o

lucro”.

Diante destas conceituações, podemos então concluir que a análise custo-volume-lucro está

relacionada ao impacto que variações de custos, volumes e preço de venda, esta última relacionada

às receitas, podem causar sobre lucro das companhias.

Margem de Contribuição:

Conceituação dada por Padovese (2000: p. 267):

“ É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custo e despesas variáveis

por unidade de produto. Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado

valor”.

Para Marion & Iudícibus a margem de contribuição, é a (2001: p. 126):

“ Diferença entre receita e todas as despesas variáveis”.

Warren, Reeve & Fess, se manifestam sobre o assunto, afirmando que: (2001: p. 96):

“que a margem de contribuição é a relação entre custo, volume e lucro. É o excesso da receita de

vendas sobre os custos variáveis”.

Os autores ainda complementam a conceituação, descrevendo que a margem de contribuição

unitária (2001: p. 97):

“ É a quantia disponível de cada unidade vendida para cobrir os custos fixos e gerar lucro

operacional”.

A mesma conceituação é dada por VanDerbeck & Nagy, qual seja (2001: p. 419):

“ É a diferença entre receita de vendas e o total de custos e despesas variáveis”.

Os autores completam a conceituação definindo o índice de margem de contribuição, que também é

conhecido como índice da renda marginal, “é o relacionamento da margem de contribuição com vendas”,

assim conceituada “... é o relacionamento computado pela divisão da margem de segurança em dinheiro

pelo total de vendas”. Sendo que, margem de segurança “indica o montante que as vendas podem diminuir

antes que a companhia sofra uma perda”.

Para melhor entendermos as conceituações dadas pelos autores demonstraremos a seguir no

exemplo:

Informações do exemplo:

Quantidades vendidas 100 unidades;

Preço unitário $ 80,00;

Custos Variáveis 55% do preço de venda;

Despesas Variáveis 5% do preço de venda;

Custos Fixos $ 1.760,00;

Despesas Fixas $ 640,00.

Demonstração de Resultado Exemplo

Demonstração de Resultado do Exercício

Contas Valores %

81

Page 82: Terminologias contabeis para custos

Venda (100 und. a $ 80,00) 8.000,00 100%

Custos Variáveis (4.400,00) - 55%

Despesas Variáveis (400,00) - 5%

Margem de Contribuição 3.200,00 40%

Custos Fixos (1.760,00) - 22%

Despesas Fixas (640,00) - 8%

Lucro Líquido 800,00 10%

No demonstrativo podemos identificar que a margem de contribuição é $ 3.200,00, logo, podemos identificar

a taxa da margem de contribuição é de 40%, pois aplicamos a seguinte fórmula:

Fórmula Taxa Margem de Contribuição:

Taxa Margem de Contribuição = Vendas / Margem de Contribuição

TMC = V / MC

TMC = V / MC

TMC = 3.200,00 / 8.000,00

TMC = 40%

Assim encontrada a margem de contribuição podemos encontrar o ponto de equilíbrio, que estudaremos

detalhadamente no próximo tópico, que aplicamos a seguinte fórmula:

Fórmula Ponto de Equilíbrio:

Ponto de Equilíbrio = Custos Fixos + Despesas Fixos / Índice de Margem de

Contribuição

PE = (CF + DF) / (TMC/100)

Logo, teremos:

PE = (CF + DF) / (TMC/100)

PE = (1.760,00 + 640,00) / (40 / 100)

PE = 2.400,00 / 0,40

PE = 6.000,00

Podemos então interpretar, dizendo que a empresa em questão deverá efetuar vendas num montante de $

6.000,00 para que não obtenha prejuízo.

Considerando ainda, que a empresa venda cada unidade a $ 80, 00, terá que vender pelo menos 75

unidades, pois, se dividirmos o ponto de equilíbrio pelo preço unitário, encontremos o resultado proposto.

Assim, para encontrarmos a margem de segurança conceituada acima, devemos aplicar a seguinte fórmula:

Fórmula Margem de Segurança:

Margem de Segurança = Vendas – Ponto de Equilíbrio

82

Page 83: Terminologias contabeis para custos

MS = V - PE

Logo,

MS = V – PE

MS = 8.000,00 – 6.000,00

MS = 2.000,00

Também podemos identificar a taxa da margem de segurança:

Fórmula Taxa Margem de Segurança:

Taxa Margem de Segurança = Margem de Segurança / Vendas

TMS = MS / V

Assim teremos,

TMS = MS / V

TMS = 2.000,00/ 8.000,00

TMS = 25%

Assim, podemos concluir dizendo que a empresa está operando com margem de segurança de 25% sobre

a receita, ou seja, este é o limite que a empresa possui para cobrir os custos e despesas fixas.

Ponto de Equilíbrio

Procuraremos neste tópico dar conceituação e entender o que é o ponto de equilíbrio, e qual sua

influência ou interferência na análise de custo-volume-lucro.

Para Padovese o ponto de equilíbrio (2000: p. 267):

“ Evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou

vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas

variáveis que ela tem que necessariamente incorrer, para fabricar/vendar o produto”.

VanDerbeck & Nagy, sugerem que (2001: p. 415):

" O ponto de partida usual na análise custo-volume-lucro é a determinação do ponto de equilíbrio de

uma empresa”.

Os mesmos pesquisadores definem o ponto de equilíbrio (2001: p. 415):

“ Ponto no qual a receita de vendas é adequada para cobrir todos os custos de manufatura e

vender o produto, mas sem obter lucro”.

Warrem, Reeve & Fess, definem o ponto de equilíbrio como: (2001: p. 98):

“ É o nível de operações no qual as receitas e os custos de uma empresa são exatamente iguais. Em

equilíbrio, uma empresa não tem lucro nem prejuízo operacional”.

Graficamente podemos demonstrar o ponto de equilíbrio da seguinte forma:

Demonstrativo do Ponto de Equilíbrio:

83

ReceitasCustos

Page 84: Terminologias contabeis para custos

PONTO DE EQUILÍBRIO

Adaptado – Warren, Reeve & Fess (2001: p. 98)

Horngren, Foster & Datar, definem o ponto de equilíbrio como (2000: p. 45):

“ O nível de atividade em que as receitas totais e os custos totais se igualam, ou sejam onde o lucro

é igual a zero”.

Para Maher o ponto de equilíbrio (2001: p. 436):

“ É o volume de vendas para o qual o lucro é igual a zero”.

Iudícibus, de forma bem simplificada, conceitua o ponto de equilíbrio ou ruptura (1991: p. 133) como:

“ Aquele volume em que as receitas totais igualam os custos totais”.

Assim, podemos concluir que o ponto de equilíbrio é uma das ferramentas indispensáveis para a

análise do custo-volume-lucro, como sendo o momento em que a empresa empata, entenda-se iguala, os

valores de receitas (os ingressos presentes ou futuros - vendas a vista e a prazo), como os respectivos

custos ou despesas, (desembolsos - igualmente futuros ou presentes).

É o momento em que a empresa não terá mais prejuízos, pois os valores de receitas e

despesas/custos são correspondentes.

Graficamente o ponto de equilíbrio, fica demonstrado:

Gráfico Ponto de Equilíbrio:

84

Linha dos Custos Fixos

Linha dos Custos Totais

Linha das Vendas

Ponto de Equilíbrio

Área de Prejuízo

Área de Lucro

Eixo Y = Custos e Receitas

Eixo X = Volume de Vendas

Page 85: Terminologias contabeis para custos

Adaptado – VanDerbeck & Nagy (2001: p. 417)

Marion & Iudícibus, definem Ponto de Equilíbrio também denominado de ponto de ruptura, (2001: p.

153):

“ Volume em que as receitas totais igualam-se aos custos totais. Representa o ponto de

encontro entre as retas da função da receita e da função do custo freqüentemente . As duas funções

são lineares. O ponto de encontro entre as duas função representa o “ponto de ruptura” (ou de

equilíbrio), a partir do qual a empresa aufere lucro e abaixo do qual incorre em prejuízos”.

Para Iudícibus, ao estudar o assunto em pauta, destaca que (1991: p.137):

“Um dos aspectos mais importantes de toda a análise das relações custo, volume lucro é

verificar o comportamento do custo total ao nível de equilíbrio diante de alterações: (a) nos custos

fixos; (b) nos custos variáveis; e, em ambos”.

O autor complementa afirmando, que uma variação qualquer no percentual dos custos fixos para

mais ou para menos, representa também, da mesma forma uma variação proporcional nas vendas para

mais ou para menos, até que se alcance novamente o ponto de equilíbrio. Conforme procuraremos

demonstrar nos exemplos a seguir:

Exemplo

Informações para o exemplo 02:

Custos Fixos: $ 5.000,0

Custos Variáveis 65% do preço de venda;

Acréscimo ao custo fixo 10%;

Custos Fixos após o acréscimo $ 5.500,00

Ponto de Equilíbrio antes do acréscimo

PE = CF / (1 - %CV)

PE = 5.000,00 / (1 – 0,65)

PE = 5.000,00 / 0,35

PE = 14.286,00

Ponto de Equilíbrio após do acréscimo

PE = CF / (1 - %CV)

PE = 5.500,00 / (1 – 0,65)

Fórmula do Ponto de Equilíbrio

PE (Ponto de

Equilíbrio) =

CF (Custos Fixos)

---------------------------------------

1 – % CV (Custos Variáveis)

85

Page 86: Terminologias contabeis para custos

PE = 5.500,00 / 0,35

PE = 15.714,00

Assim temos seguinte Demonstração de Resultado do Exercício:

Demonstração de Resultado Exemplo:

Demonstração de Resultado do Exercício

ContasAntes do Acréscimo

Após o Acréscimo

%

Receita (Ponto de Equilíbrio) 14.286,00 15.714,00 10%Custos Variáveis (9.286,00) (10.214,00) 10%Margem de Contribuição 5.000,00 5.500,00 10%Custos Fixos (5.000,00) (5.500,00) 10%Lucro Líquido 0,00 0,00

Exemplo

Informações para exemplo

Custos Fixos: $ 5.000,0

Custos Variáveis 65% do preço de venda;

Redução ao custo fixo 5%;

Custos Fixos após o acréscimo $ 4.750,00

Ponto de Equilíbrio após a redução:

PE = CF / (1 - %CV)

PE = 4.750,00 / (1 – 0,65)

PE = 4.750,00 / 0,35

PE = 13.571,00

Demonstração de Resultado Exemplo:

Demonstração de Resultado do Exercício

ContasAntes do Acréscimo

Após o Acréscimo

%

Receita (Ponto de Equilíbrio) 14.286,00 13.571,00 -5%Custos Variáveis (9.286,00) (8.821,00) 10%Margem de Contribuição 5.000,00 4.750,00 10%Custos Fixos (5.000,00) (4.750,00) 10%

86

Page 87: Terminologias contabeis para custos

Demonstração de Resultado Exemplo:

Demonstração de Resultado do Exercício

ContasAntes do Acréscimo

Após o Acréscimo

%

Receita (Ponto de Equilíbrio) 12.500,00 14.706,00 17,6%Custos Variáveis (7.500,00) (9.706,00) 29,4%Margem de Contribuição 5.000,00 5.000,00Custos Fixos (5.000,00) (5.000,00)Lucro Líquido 0,00 0,00

Exemplo:

Informações para exemplo:

Custos Fixos: $ 5.000,0

Custos Variáveis 60%;

Redução ao custo variável 10%;

Custos variáveis após o acréscimo 54%;

Ponto de Equilíbrio após a redução:

PE = CF / (1 - %CV)

PE = 5.000,00 / (1 – 0,54)

PE = 5.000,00 / 0,46

PE = 10.870,00

Receita (Ponto de Equilíbrio) 14.286,00 10.870,00 -5%Custos Variáveis (9.286,00) (5.870,00) 10%Margem de Contribuição 5.000,00 5.000,00 10%Custos Fixos (5.000,00) (5.000,00) 10%Lucro Líquido 0,00 0,00

87

Page 88: Terminologias contabeis para custos

Após varias exemplificações considerando variáveis diferenciadas em cada exemplo, o autor

conclui:

Se os custos variáveis representam 50% das vendas, ocorrem as seguintes variações no ponto de

equilíbrio: (Iudícibus: p. 140):

“(a) Se os custos variáveis aumentarem menos que 50%, o acréscimo no ponto de equilíbrio

será menor do que o acréscimo nos custos variáveis, mas menor que 50%;

(b) Se os custos variáveis aumentarem mais que 50%, o acréscimo no ponto de equilíbrio

será mais do proporcional, chegando à necessidade de termos de vender mais de três vezes

o volume original para alcançarmos o equilíbrio;

(c) Se os custo variáveis aumentarem exatamente em 50%, o acréscimo necessário de

venda para atingir o ponto de equilíbrio será de 100%. O dobro, portanto, do aumento nos

custos variáveis”.

Se os custos variáveis representam menos que 50% do preço de vendas, (Iudícibus: p. 141):

“... o acréscimo de venda necessário para atingir o novo ponto de equilíbrio sempre foi

inferior à porcentagem de acréscimo nos custos variáveis”.

Se os custos variáveis representarem mais que 50% do preço de venda, podemos concluir, que os

acréscimos às vendas serão sempre superiores aos acréscimos aos custos, chegando ao ponto de que os

preços de vendas deverão ser também reajustados, para alcançar o novo ponto de equilíbrio. Destacamos

esta variação observa-se principalmente se os custos variáveis aproximarem-se muito de 100% dos preços

de vendas, ou seja, quando maior os custos variáveis, menor poderá ser a variação nestes, sem que haja

necessidade de alteração nos preços de vendas.

Volume:

Em artigo escrito por Leone & Leone, que fazem uma crítica ao estudo da relação custo-volume-

lucro, pelas limitações que trazem em alguns aspectos específicos, conceituam volume como: (2002: p.38):

“Volume quer representar uma única medida da atividade de uma entidade, (empresa se

aplicaria melhor, mas deixamos o termo mais amplo). Os americanos do norte a chamam de output,

que é representada pela pelas unidades produzidas e vendidas”.

Para o estudo da análise do custo-volume-lucro, volume representa a quantidade efetiva de

comercialização, é o montante de itens comercializados que geram receita e ocasionaram custos para a

empresa.

Lucro:

Horngren, Foster e Datar conceituam o lucro em duas fases, primeiramente conceituam o Lucro

Operacional (2000: p. 44):

“É o total das receitas oriundas das operações menos os custos das mesmas (excluindo o

imposto de renda)”.

Ainda os mesmos autores conceituaram o Lucro Líquido (2000: p. 44):

“É o lucro operacional mais as receitas não operacionais (tal como receitas de juros) menos

os custos não operacionais (tal como as despesas de juros) menos o imposto de renda”.

Para Sá, o Lucro é, (1190: p. 276):

“Resultado obtido pela comparação entre a Despesa e a Receita, subtraindo-se o valor desta

do daquela... O lucro é finalidade nas empresas e meio nas entidade”.

88

Page 89: Terminologias contabeis para custos

Receitas:

Marion & Iudícibus, conceituaram receita de diversas formas, das quais destacamos (2001: p. 169):

“Representa a entrada de ativos, sob forma de dinheiro ou direitos a receber,, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Pode também derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de outros ganhos eventuais” . Também assim denominaram receitas “Valor monetário, em determinado período, da produção de bens e serviços da entidade, em sentido lato, para o mercado, no mesmo período, validado, mediata ou imediatamente pelo mercado, provocando acréscimo de patrimônio líquido e simultâneo acréscimo de ativo, sem necessariamente provocar, ao mesmo tempo, um decréscimo do ativo e do patrimônio líquido, caracterizado pela despesa”.

Para Horngren, Foster & Datar, receitas são (2000: p. 44):

“ Ingressos de ativos recebidos na troca por produtos ou serviços fornecidos aos clientes”.

Para Lopes de Sá, a receita é a (1990: p. 388):

“Recuperação dos investimentos; renda produzida por um bem patrimonial; valor que

representa a parte positiva no sistema dos resultados; entrada de valores que corresponde a uma

produção ou reprodução de um valor patrimonial; resultado de uma operação produtiva; provento

ou remuneração por serviços”.

O mesmo autor fazendo citação de Mais, que assim definiu a receita: (1990: p. 388):

“Por receita entende-se a entrada quase sempre monetária correspondente à venda de uma

mercadoria, de um produto ou de um serviço econômico ou financeiro; entrada que pode ser

antecipada, no ato, ou diferida, e também imediata com relação à própria obtenção de mercadoria,

do produto ou do rendimento do serviço”.

Assim podemos concluir que a receita e a remuneração obtida imediata (vendas a vista) ou não

imediatamente (vendas a prazo), pela troca de bens (produtos ou mercadoria) e/ou serviços.

Despesas e Custos:

A) Despesas:

Para Atkinson, Banker, Kaplan & Young, despesas (2000: p. 126):

“Estão relatadas na demonstração de resultados. Elas podem representar custos por

benefícios que já foram recebidos no período fiscal real atual, como o custo de mercadorias

vendidas... cujos benefícios não podem ser facilmente repassados aos produtos ou serviços

vendidos, em determinado período fiscal”.

Para Marion & Iudícibus, despesas (2001: p. 70):

“Em sentido restrito, representa a utilização ou consumo de bens e serviços no processo de

produzir receitas. O que caracteriza a despesas é o fato de ela tratar de expirações de fatores de

serviços, direta ou indiretamente relacionados com a produção ou a venda do produto (serviço) da

entidade”.

Figueiredo & Caggiano, definem despesas como (1997: p.58):

“ Como gastos incorridos para manter e financiar as atividades da empresas, comercializar

seus produtos e serviços, bem como para manutenção da estrutura empresarial”.

89

Page 90: Terminologias contabeis para custos

Lopes de Sá define despesas como (1990: p. 142):

“Investimento de capital em elemento que direta ou indiretamente irá produzir uma utilidade

para empresa ou à entidade e que expressa um valor de consumo no ato da sua verificação, ou seja,

um elemento que não voltará a prestar outro ato semelhante”.

B) Custos:

Para Marion & Iudícibus, conceituam custos (2001 p. 55):

“ Consumo de ativos na produção de bens e serviços” .

Sá, assim define custos: (1990: p. 108):

“ Investimento para que se consiga um bem de uso ou de venda; o mesmo que gasto,

despesa; aplicação de meios para produção”.

O mesmo autor citando Mais, que assim define custos (1990: p. 109) “Por custo se entende o conjunto dos

valores gastos por uma empresa para advir a venda de um produto, de uma mercadoria de serviços”.

Para Figueiredo & Caggiano, custos (1997: p. 37):

“ São essencialmente medidas monetárias dos sacrifícios com que a organização tem que arcar

para alcançar seus objetivos”.

Para Atkinson, Banker, Kaplan & Young, custos é definido (2000: p. 125):

“ Como o valor monetário de bens e serviços gastos para se obter benefícios reais ou futuros”.

C)Custo e Despesas Variáveis:

Para Sá, custos e despesas variáveis são (1990: 148):

“Gastos que oscilam de acordo com a quantidade produzida”.

São os custos e as despesas, que conforme Iudícibus (1991: p. 129):

“... variam na mesma proporção das variações ocorridas no volume de produção ou outra

medida de atividade”.

Atkinson, Banker, Kaplan & Young, afirmam que Custos Variáveis (2000: p. 184):

“ Mudam em proporção às mudanças no nível da produção (ou vendas)”.

Para Marion & Iudícibus, Custo Variável é: (2001: p. 59):

“Custos uniforme por unidade, mas que varia no total na proporção direta das variações da

atividade total ou do volume de produção relacionado”.

Para Padovese os custos e despesas variáveis (2000: p. 237):

“São assim chamados os custos e despesas cujo o montante em unidade monetárias variam na

proporção direta das variações do nível de atividade”.

Numa definição mais específica de custos variáveis, Padovese complementa, afirmando que custos

variáveis são aqueles (2000: p. 398), “custos tem uma relação com o volume de produção, de venda

ou de outra atividade”.

Para Warren, Reeve & Fess, custos variáveis são (2001: p. 90):

90

Page 91: Terminologias contabeis para custos

“custos que variam no total proporcionalmente às mudanças no nível de atividade”.

Podemos complementar este conceito, afirmando que quando o autor expressa atividade trata-se do

volume efetivamente produzido, e , espera-se, seja vendido.

Para Horngren, custos variáveis são (1985: p. 21):

“ Uniformes por unidade, mas seu total varia na razão direta do total da atividade ou do

volume relacionado”.

D) Custos e Despesas Fixas:

Sá define custos e despesas fixas, (1990: p. 146):

“Gastos que se operam sempre dentro das mesmas medidas, independentemente do volume

de produção”.

Padovese, assim conceitua os custos e despesas fixas (2000: p. 237):

“os custos que tendem a manter-se constantes nas alterações das atividades operacionais

são tidos como custos fixos”.

Para Iudícibus (1991: p. 129):

“ Teoricamente definidos como os que mantêm inalterados, dentro de certos limites,

independentemente das variações da atividade ou das vendas”

O autor, completa a definição de custos fixos afirmando que (2000: p. 397) “Os custos fixos são

denominados também de custos de capacidade, e medem os gastos necessários para operação da fábrica

dentro de determinado nível de capacidade”.

Warren, Reeve & Fess, definem custos fixos: (2001: p. 92):

“ Custos fixos são custos que permanecem os mesmos, em termos monetários, quando o

nível de atividade muda”.

Horngren conceitua de forma simplificada, os custos fixos afirmando que: (1985: p. 21):

“ Custo fixo é um custo que não varia no total, mas que vai diminuindo unitariamente com o

aumento do volume”.

Atkinson, Banker, Kaplan & Young, afirmam que Custos Fixos (2000: p. 183):

“ Não mudam com as mudanças no nível da produção (ou vendas) durante curto período de

tempo”.

Método de Custeio de Produção:

Existem diversos métodos de custeio de produção, cada um com suas particularidades e

conseqüentemente finalidade específica.

Para a análise do custo-volume-lecro, é importante observar qual o método que está sendo

utilizado, pois podem interferir nos resultados apresentados, a seguir, descrevemos as particularidades dos

principais métodos de custeios:

Custeio por Absorção:

Normalmente utilizado pelas empresas, para apuração da contabilidade fiscal e/ou societário, está

baseada basicamente em absorver todos os custos diretos e indiretos de fabricação dos bens e serviços.

Para Martins o custeio por absorção (1998: p. 41):

91

Page 92: Terminologias contabeis para custos

“... é método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos...

Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção;

todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos”.

Custeio Direto:

Geralmente utilizado para geração de informações gerenciais, pois não é aceito pela

legislação fiscal, consiste basicamente em atribuir aos produtos e serviços os recursos inerentes

diretamente relacionados a sua formação.

Também conhecido pela nominação de Custeio Variável, para Padovese este método é

conceituado da seguinte forma (2000: p. 242):

“... este método de custeio utiliza-se apenas dos custos e despesas que têm

relação proporcional e direta com a quantidade de produtos”.

Custeio ABC:

Consiste em apropriar os custos diretos e indiretos às atividades, procurando fazer esta atribuição

através de direcionadores detalhadamente definidos.

Para Maher o Custeio baseado por atividades (2001: p. 280):

“é um método de custeio em que os custos inicialmente são atribuídos a atividades e depois

aos produtos, com base no consumo de atividades pelos produtos”.

Target Cost:

Conhecido também como Custo Meta, utilizado para definição do custo a ser atingido pela

companhia na produção de seus produtos, podendo após a realização atingir a rentabilidade esperada ou

inicialmente definida.

Para Horngren, Foster e Datar, Custo meta é (2000: p. 306):

“...custo meta unitário é a estimativa do custo unitário de longo prazo de um produto (ou

serviço) que, quando vendido pelo preço-meta, permite que a empresa alcance o lucro operacional-

meta unitário”.

Custeio por Processo:

Também denominado de custeio contínuo, se caracteriza continuidade de produção, esta não

encontrando grandes modificações no processo produtivo, ou seja, há uma constante na linha de produção,

sendo que seus custos são apropriados de acordo com as quantidades efetivamente produzidas no período.

Martins definiu o custeio contínuo como sendo (1998: p. 1580):

“... os custos são acumulados em contas ou folhas representativas das diversas linhas de

produção; são encerradas essas contas sempre no fim de cada período... na apuração por processo

não se avaliam custos unidade por unidade, e sim à base do custo médio do período”.

Como demonstrado, houve uma variação desfavorável de $ 0,167 de custos indiretos para cada

unidade produzida no período.

92

Page 93: Terminologias contabeis para custos

Para as devidas atribuições de responsabilidades, essa variação precisa ser desmembrada entre o

que seria decorrente da variação de volume e a variação de custos propriamente dita.

Os cálculos podem ser feitos da seguinte maneira:

Variação do volume de produção

Custeio Padrão:

Baseado em informações históricas dos produtos define um padrão dos componentes de cada item,

que são utilizados para definição de custo de produtos ainda produzidos, muito utilizado para elaboração de

orçamentos.

Padovese define este método de custeio como (2000: p. 242):

“ É calculado baseado em eventos futuros de custos ou eventos desejados de custos, que

podem ou não acontece na realidade da empresa”.

CASO PRÁTICO

Neste capítulo desenvolveremos um caso prático, onde procuraremos demonstrar os efeitos que as

variações nos custos e nos volumes podem ocasionar no lucro das empresas.

Caso Prático:

Neste caso prático, demonstraremos a hipótese de análise de produção de um único produto na

empresa, ocorrendo variações nos custos variáveis (Caso-a), em seguida demonstraremos os efeitos da

variação nos componentes de custos fixos (Caso-b), na terceira variação em nossa análise, faremos a

demonstração com ocorrência de variação na produção e venda dos produtos (Caso-c), e finalmente

consideraremos a hipótese de ocorrer variação no preço de venda, em função de concorrência, imposição

do mercado, ocorrerá redução alguns custos e aumento nas quantidades de produção e vendas (Caso-d).

Concluiremos nossa análise avaliando os efeitos ocorridos em função das variações consideradas, que sra

objeto de estudo no terceiro capítulo deste trabalho.

Informações Caso:

A empresa em sua atividade normal possui os dados a seguir, extraídos do sistema de contabilidade,

custos, produção e vendas.

Custos Variáveis:

Matérias Primas $ 13,00 p/ unidade;

Materiais Auxiliares $ 4,00 p/ unidade;

Embalagens $ ,00 p/ unidade;

Mão de Obras 1 $ 2,50 p/ unidade;

1 Consideramos a hipótese de contratação terceirizada, onde o pagamento ocorre por unidade produzida.

Sabemos, que há hipótese de pessoal contratado pela empresa, onde há possibilidade de ocorrer variações

no valor unitário de cada, variando de acordo com a quantidade produzida.

93

Page 94: Terminologias contabeis para custos

Para fins didáticos limitamos nos itens acima relacionados.

Salientamos que poderão existir outros custos, variáveis de acordo o produto em produção, que deverão

necessariamente ser incluídos na análise. Também cabe ressalvar que os itens poderão ou não ser

relacionados por unidade, ou seja, poderiam ser considerados os totais consumidos na produção.

Despesas Variáveis:

Comissão de vendas 2,00% s/ venda;

Fretes sobre vendas $ 0,78 p/ unidade;

As observações feitas aos custos variáveis poderão igualmente ocorrer nestes componentes.

Impostos:

ICMS 12,00%;

PIS 0,65%;

COFINS 3,00%;

IPI 10,00%;

Cabe ressalvar que os percentuais acima podem variar de acordo com os produtos, bem como a região de

comercialização.

Custos Fixos:

Despesas com Pessoal $ 35.000,00;

Despesas com Honorários $ 7.500,00;

Depreciação $ 15.000,00;

Despesas com Luz, água e gás $ 6.500,00;

Despesas com Comunicação $ 1.500,00;

Despesas com Limpeza

Despesas com Manutenção

Despesas com Transporte e Refeição

$ 3.850,00;

$ 5.500,00;

$ 3.500,00;

Para fins de exemplificação utilizamos somente os itens relacionados acima, poderão, no entanto, existir

outros componentes de despesas que deverão igualmente ser relacionados e computados na análise.

Quantidades Produzidas e Vendidas:

Janeiro 5.500,0 unidades;

Fevereiro 5.500,0 unidades;

Março 6.500,0 unidades;

Abril 7.000,0 unidades;

Maio 6.000,0 unidades;

Junho 5.500,0 unidades;

Julho 7.000,0 unidades;

94

Page 95: Terminologias contabeis para custos

Agosto 7.500,0 unidades;

Setembro 7.500,0 unidades;

Outubro 7.500,0 unidades;

Novembro 7.500,0 unidades;

Dezembro 7.200,0 unidades;

Outras Informações:

Margem de Lucro 15,00% s/

vendas;

Perdas no controle de qualidade 0,5% das unidades;

Preço de venda (mercado normalmente

pratica)

62,00 p/ unidade;

Caso-A – 1ª Variação:

Informações:

Nesta primeira variação consideraremos a hipótese de ocorrer uma economia de 5% na aquisição das

matérias primas e materiais auxiliares, e redução de 2% para 1% no pagamento de comissões de vendas.

Em função da redução da qualidade dos componentes industriais adquiridos, a perda no controle de

qualidade passaria a ser de 1,5%.

Caso-B – 2ª Variação:

Informações:

Nesta variação consideraremos a redução de 10%, nos gastos de com pessoal e a redução no parque fabril

em 15%, com reflexo idêntico na depreciação. A redução na potência industrial ocasionaria uma perda a

mais no processo industrial na ordem de 1,5%, ou seja, a média de 0,5% passaria para 2,0%.

Caso-c – 3ª Variação:

Informações:

Nesta variação consideraremos hipótese de ocorrer um incremento na produção e venda na ordem de 20%.

Este incremento aumentaria os custos com pessoal fixos na ordem de 12%, bem como uma perda no

controle de qualidade 2,0%.

Caso-d – 4ª Variação:

Informações:

Neste caso procuraremos estudar os efeitos em função da necessidade de ocorrer uma redução no preço

unitário de $ 62,00 a unidade para $ 58,00 a unidade, por imposição do mercado. Para compensar esta

redução nos preços, a empresa procurará adquirir as matérias primas com redução de 5%, os materiais

auxiliares com redução de 8% e as embalagens com redução de 12%. A perda no controle de qualidade

passaria a ser de 2,3%. Há, contudo a possibilidade de produzir e vender 15% a mais.

95

Page 96: Terminologias contabeis para custos

Qualquer variação no volume de produção afeta apenas o cálculo dos custos indiretos fixos por unidade.

Isso ocorre porque o total-padrão dos custos indiretos fixos, de $ 400.000, foi dividido pelo volume previsto

de 300.000 unidades.

Entretanto, a fábrica não conseguiu alcançar tal meta, produzindo apenas 280.000 unidades. Como

conseqüência, o rateio do total-padrão dos custos indiretos fixos pelo volume real apresentará uma variação

desfavorável.

Em outras palavras, o volume de produção-padrão era de 300.000 unidades, mas na realidade só

foram produzidas 280.000. Como conseqüência, houve uma variação desfavorável no volume de atividades,

com reflexo direto na apropriação dos custos indiretos. Obtém-se a variação de volume por unidade de

produção da seguinte maneira:

Real Padrão

Total-padrão dos custos indiretos fixos $ 400.000 $ 400.000

Volume-padrão de produção = unidades $ 300.000

Volume real de produção = unidades 280.000

CIF fixo por unidade $ 1,42857 $ 1,3333

Variação entre o custo-padrão para 300.000

unidades e o custo-padrão para 280.000. $ 0,09523

Variação de custos

A variação total dos custos indiretos foi desfavorável em $ 0,167 para cada unidade produzida,

como demonstrado. Se a variação no volume responde por $ 0,096 desse valor, conclui-se que a variação

nos custos é de $ 0,071 para cada unidade.

Essa variação de custo de $ 0,071 pode ser demonstrada da seguinte maneira:

Para cada produção real de 280.000 unidades, o total dos custos indiretos de fabricação deveria ser

de $ 1.380.000, como segue:

Custos fixos $ 400.000Custos variáveis 280.000 unidades x $ 3,50 $ 980.000

96

Page 97: Terminologias contabeis para custos

Total, se não houvesse variação nos custos $ 1.380.000

No entanto, o total real dos custos indiretos foi de $ 1.400.000, para a produção real de 280.000

unidades. A variação desfavorável, no total, foi de $ 20.000 ($ 1.400.00 menos $ 1.380.000), o que resulta

em $ 0,071 por unidade (20.000/280.000 unidades).

Resumo das variações dos custos indiretos de fabricação:

Tipo de variação $

Conclusão

Variação no volume

0,096 Desfavorável

Variação nos custos 0,071 Desfavorável

Total 0,167 Desfavorável

CONCLUSÕES FINAIS SOBRE AS VARIAÇÕES DOS CUSTOS E ATRIBUIÇÕES DE RESPONSABILIDADES

Dessa maneira, o analista dispõe das necessárias informações para as devidas análises

conclusivas e atribuições de responsabilidade.

Normalmente, as variações observadas nas matérias-primas são de responsabilidade:

Variação de quantidade: do pessoal da produção, visto o maior envolvimento na maneira como tais

materiais são utilizados no período;

Variações de custo: das pessoas do Departamento de Suprimentos, vistos sua responsabilidade

nas compras e nas negociações de custos.

FORMAÇÃO DE PREÇOS:

Aspectos Quantitativos

OBJETIVOS

97

Page 98: Terminologias contabeis para custos

Um dos mais importantes aspectos financeiros de qualquer entidade consiste na fixação dos preços dos

produtos e serviços comercializados. Para alguns autores,' essa atividade consistiria na verdadeira arte do

negócio. O sucesso empresarial poderia até não ser conseqüência direta da decisão acerca dos preços.

Todavia, um preço equivocado de um produto ou serviço certamente causará sua ruína.

Em relação ao processo de formação de preços, alguns dos principais objetivos podem ser apresentados,

como:

Proporcionar; a longo prazo, o maior lucro possível: a empresa consistiria em uma entidade que deveria

buscar sua perpetuidade. Políticas de preços de curto prazo, voltadas para a maximização dos lucros,

devem ser utilizadas somente em condições especiais;

Permitir a maximização lucrativa da participação de mercado: não apenas o faturamento deveria ser

aumentado, mas também os lucros da vendas. Algumas razões contribuem com efeitos negativos sobre os

lucros : excesso de estoques, fluxo de caixa negativo, concorrência agressiva, sazonalidade etc;

Maximizar a capacidade produtiva, evitando ociosidade e desperdícios operacionais:os preços devem

considerar a capacidade de atendimento aos clientes preços baixos podem ocasionar elevação de vendas e

a não-capacidade da manutenção de qualidade do atendimento ou dos prazos de entrega. Por outro lado,

preços elevados reduzem vendas, podendo ocasionar ociosidade da estrutura de produção e de pessoal;

Maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo auto-sustentado: o retorno do

capital dá-se por meio de lucros auferidos ao longo do tempo. Assim, somente por mejo da correta fixação e

mensuração dos preços de venda é possível assegurar o correto retorno do investimento efetuado.

Os principais objetivos deste capitulo são representar o processo de formação de preços, sob a óptica

baseada nos custos incorridos. Diferentes metodologias são apresentadas, como o método de formação de

preços com base nos custos plenos, nos custos de transformação e no custo variável. São abordados,

também, tópicos relacionados à construção e aplicação de mark-ups na formação dos preços.

Métodos genéricos de formação de preços

Três processos distintos podem ser empregados na definição de preços e costumam basear-se nos

custos, no consumidor ou na concorrência.

Os processos de definição de preços baseados nos custos buscam, de alguma forma, adicionar algum valor

aos custos. Por exemplo, empresas construtoras apresentam propostas

de serviços, estimando o custo total do projeto e adicionando uma margem padrão de lucro.

Diversas razões poderiam ser apresentadas como justificativas ao emprego do método de definição

de preços com base nos custos: simplicidade - ajustando preços a custos, não é necessário preocupar-se

com ajustes em função da demanda,segurança- vendedores são mais seguros quanto a custos incorridos

do que a aspectos relativos à demanda e a mercado consumidor, justiça- muitos acreditam que o preço

acima dos custos é mais justo tanto para consumidores , quanto para vendedores, que obtêm um retorno

justo por seus investimentos, sem tirar vantagens do mercado quando ocorrem elevações da demanda.

Os maiores conflitos decorrentes da aplicação de preços baseados exclusivamente nos preços

residem na não-consideração da demanda e dos níveis de concorrência. Se, por exemplo, um fabricante de

98

Page 99: Terminologias contabeis para custos

eletrodomésticos planejar produzir 20.000 liquidificadores por mês com custos fixos mensais iguais a $

100.000,00 e variáveis iguais a $ 15,00, seria possível obter um preço de venda igual a $ 30,00

mediante a aplicação de um multiplicador igual a 1,50 sobre os custos totais. Supondo preços de

mercado para eletrodomésticos similares entre $ 28,00 e $ 35, 00, a empresa conseguiria manter-se

competitiva. Por outro lado, caso apenas 5.000 liquidificadores fossem produzidos, o custo médio

unitário subiria para $ 35,00. Após aplicar o mesmo multiplicador, o preço deveria igualar-se a $

52,50. Nessa situação, a empresa perderia competitividade por praticar um preço muito superior ao

do mercado.

Outra forma de estabelecer preços baseia-se no valor percebido do produto pelo mercado

consumidor. Nessa metodologia, as empresas empregam a percepção que os consumidores tem do valor

do produto, e não os custos do vendedor. Preços são definidos para se ajustar aos valores percebidos. Por

exemplo, um consumidor pode aceitar pagar $ 1,00 por uma cerveja em lata em um bar e $ 2,50 pelo

mesmo produto em um restaurante de luxo.

A terceira metodologia de formação de preços emprega a análise da concorrência. As empresas

prestam pouca atenção a seus custos ou a sua demanda-a concorrência é que determina os preços a

praticar. Os preços podem ser de oferta - quando a empresa cobra mais ou menos que seus concorrentes,

ou de proposta - quando a empresa determina seu preço segundo seu julgamento sobre como os

concorrentes irão fixar seus preços.

Emprego dos custos na formação de preços

Um processo de tomada de decisão em que os custos exercem papel fundamental é representado

pela formação dos preços dos produtos que serão vendidos ou comercializados.

Além dos custos, o processo de formação de preços está ligado as condições do mercado, ao nível de

atividade e à remuneração do capital investido. Dessa forma, o cálculo do preço de venda deve chegar a um

valor que permita trazer à empresa a maximização dos lucros, se possível manter a qualidade, atender aos

anseios do mercado àquele preço determinado e melhor aproveitar os níveis de produção.

As condições que conduzem a formação dos preços podem ser mencionadas por rneio das

seguintes características:

A) forma-se um preço-base;

B) critica-se o preço-base a luz das características existentes do mercado, como preço dos concorrentes,

volume de vendas, prazo, condições de entrega, qualidade, aspectos promocionais etc;

C) testa-se o preço as condições do mercado, considerando-se as relações custo-volume-lucro, além de

aspectos econômicos e financeiros;

D) fixa-se o preço mais apropriado com condições diferenciadas para atender a volumes diferentes, prazos

não uniformes de financiamento de vendas, descontos para financiamentos (prazos concedidos) mais cur-

tos, comissões sobre vendas para cada condição.

99

Page 100: Terminologias contabeis para custos

A formação de preços deve ser capaz de considerar a qualidade do produto em relação as

necessidades do consumidor; a existência de produtos substitutos a preços mais competitivos, a demanda

esperada do produto, o mercado de atuação do produto, o controle de preços imposto pelo governo,os

níveis de produção e vendas que se pretende ou podem ser operados e os custos e despesas de fabricar;

administrar e comercializar o produto.

Os principais rnétodos aplicáveis no processo de formação de preços com base nos custos costumam

empregar os seguintes fatores: custo pleno, custo de transformação, custo marginal, taxa de retorno exigida

sobre o capital investido custo-padrão.

Preços com base no custo pleno

Nesse método, os preços são estabelecidos com base nos custos plenos ou integrais - custos totais

de produção acrescidos das despesas de vendas, de administração e da margem de lucro desejada.

Por exemplo, a Verde Vale LTDA., Produz e comercializa arranjos com flores ornamentais. Sabe-se

que os custos com materiais diretos para cada arranjo comercializado são iguais a $ 3,40. Os custos com

MOD direta são aproximadamente iguais a $ 2,20. Custos indiretos de fabricação são apropriados com base

em 300% da MOD. Despesas administrativas, com vendas e fretes de entregas alcançam$ 1,80. Se a

empresa desejasse obter um lucro de $ 1,20 por arranjo, qual deveria ser0 preço praticado?

Nesse caso, bastaria compor o preço com base na tabela seguinte:

COMPONENTE VALOR OBSERVAÇÃO

MD 3,40

MOD 2,20

CIF 6,60 CALCULADO COM BASE EM 300% DA MOD (300% X 2,20 =

6,60)

CUSTO TOTAL 12,20 SOMA DAS PARCELAS ANTERIORES

DESPESAS 1,80

GASTO TOTAL 14,00 SOMA DOS CUSTOS E DESPESAS

LUCRO

DESEJADO

1,20

PREÇO A

PRATICAR

15,20 SOMA DOS CUSTOS, DESPESAS E LUCRO DESEJADO

100

Page 101: Terminologias contabeis para custos

Exercício 1

Alguns dados financeiros da pula-pula s.a. Estão apresentados na tabela seguinte. Sabendo-se que a

empresa sempre fabrica e vende 15.000 unidades por ano e deseja obter anualmente um lucro de $

3.600,00, qual deveria ser o preço praticado pela empresa? Considere-a isenta de impostos.

Item Valor ($)Mão-de-obra direta 15.000,00Despesas administrativas 6.800,00

Seguros das lojas 3.600,00

Salários e encargos de vendedores 5.800,00

Aquisição de nova loja no fim do ano 35.000,00

Depreciação de imóveis fabris 2.800,00Matéria-prima 19.800,00

Seguro da fábrica 1.500,00Salários e encargos de supervisão fabril 1.100,00

Embalagem 2.400,00

Energia elétrica da fábrica 3.300,00

Resposta: $ 4,38.

Qualquer análise de custos e preços que envolva comparações entre desembolsos e

recebimentos em datas diferentes sempre deve ser efetuada considerando o custo de oportunidade dos

recursos no tempo. As comparações e cálculos devem ser feitos a valores presentes.

Comumente, cálculos que envolvem o custo de oportunidade do dinheiro no tempo

empregam a fórmula de capitalização composta e suas derivações.

Por exemplo,a comercial de eletrodomésticos linha branca ltda. Compra ventiladores por r$ 48,00

com prazo de 30 dias para pagamento. Os aparelhos costumam ficar; em média, 40 dias na empresa até

serem vendidos. A empresa sempre concede um prazo de 60 dias aos clientes. Para facilitar, despreze

outros gastos relacionados às operações de vendas dos ventiladores. Sabendo que o mark-up desejado

pela empresa é igual a 1,80, qual deveria ser o preço cobrado? O custo de oportunidade dos recursos da

empresa é estimado em 2% A.M.

Na data do pagamento, o preço sugerido de acordo com o mark-up proposto pela empresa seria igual a $

48,00 x 1,80 = $ 86,40. Já que a empresa financia a operação por 70 dias, o preço cobrado deveria ser o

valor futuro do preço desejado na data atual. Aplicando a fórmula de capitalização composta, seria possível

obter o valor aproximado de $ 90,49 [$ 86,40 x (1,02)70/30 = $ 90,49].

Exercício 2

101

Page 102: Terminologias contabeis para custos

Uma empresa possui um preço de venda a vista igual a $ 430,00 para determinado produto. O custo

de oportunidade dos recursos da empresa é igual a 30/o A.M.Calcule qual deveria ser o preço cobrado pela

empresa, caso o prazo concedido para pagamento fosse igual a: (a) 30 dias; (b) 60 dias; (c) 90 dias; (d) 15

dias; (e) 10 dias.

Respostas:(a)$ 442,90; (b)$ 456,19; (c)$ 469,87; (d)$ 436,40; (e)$ 434,26.

Exercício 3

Fábrica de sapatos PASSO MARCIO S/A, possui os dados financeiros apresentados na tabela

seguinte. Sabendo-se que o fornecedor concede um prazo de 30dias para o pagamento das compras, o

prazo médio de estocagem da empresa de 60 dias e o prazo concedido, em média, aos clientes para o

pagamento da vendas é de 45 dias, estime qual deveria ser o preço praticado pela empresa todos os gastos

com MOD e CIFS são considerados como pagos, também, com prazo de 30 dias. o mark-up Multiplicador

desejado é igual a 3,50 e o custo do dinheiro no tempo para a empresa é estimado em 2% a.m.

Componentes unitários Valor(s)matéria-prima 18,00Mão-de-obra direta 2,40CIFS diversos 3,10

Resposta: ignorando os prazos e o custo de oportunidade dos recursos da empresa, o valor a vista a ser

cobrado seria igual a sorna dos gastos apontados multiplicada pelo Mark-up multiplicador. Em números:

(18,00 + 2,40 + 3,10)x 3,50 = $ 82,25.

Já que os gastos são pagos com 30 dias de prazo, o produto é estocado em Média por 60 dias e os

clientes pagam o produto com prazo de 45 dias, o ciclo financeiro da empresa é igual a 30 + 60 + 45 = 75

dias. Ou seja, a empresa financia suas operações por 75 dias. Calculando o valor futuro do valor presente

anterior; seria possível obter o valor a ser cobrado: 82,25 x 1,02 (75/30) = $ 86,42.

OBS: o valor entre parênteses é exponencial.

Exercício 4

O setor comercial da Marcenaria Arte no Traço ltda. Solicitou proposta para elaboração de um conjunto de

móveis escolares. Com base em valores históricos, o setor de produção apresentou os seguintes dados

estimados:

Item Valor estimado $Custo da madeira, parafusos, tintas, colas, vernizes e laminados 36.000,00Mão-de-obra e encargos sociais 12.000,00Impostos e taxas sobre vendas 9%

Margem de contribuição desejada em função do tempo de:Utilização do setor produtivo 36%Prazo médio entre a data de formação do preço e o recebimentoDo pedido do cliente 15 diasPrazo médio para produção e entrega da encomenda 30 diasCusto de oportunidade dos recursos da empresa 4% a.m

102

Page 103: Terminologias contabeis para custos

Com base nos dados com base nos dados anteriores, estime o valor a ser cobrado por esse pedido.

Resposta: a soma dos gastos com custos diretos é igual a $ 48.000,00. Como o mark-up multiplicador

é igual a 1,8182 { = 1 / [1 - (0,09 + 0,36)]}, o preço a vista a ser cobrado seria igual a $ 87.272,73. Já que o

prazo para processamento do pedido e recebimento do cliente é igual a 45 dias, com um custo de oportuni-

dade igual a 4%, 0 valor a ser cobrado pelo pedido seria igual a $ 87.272,73 x 1,04 (45/30) = $ 92.561,11.

OBS: O valor em negrito e entre parênteses e exponencial.

Entre as principais limitações do método de fixação de preços com base nos custos plenos, podem ser

mencionados os seguintes fatos:

A) Não considerar a elasticidade da procura;

B) Não ajustar -se às condições imediatas do mercado (pelo fato de olhar apenas para os custos);

C) Não considerar preços de concorrentes (ao olhar para seu próprio custo, nada é dito sobre a eficiência

ou ineficiência da empresa em relação ao mercado);

D) Não fazer distinções entre custos fixos e variáveis (e não possibilitar análise custo-volume-lucro);

E) Eventuais distorções causadas pela aplicação de percentual uniforme para os produtos comercializados

(na prática, agindo dessa forma, muitos produtos podem estar precificados erroneamente).

O MODELO RKW

Urna variante do uma variante do método de formação de preços com base nos custos plenos é o método

de origem alemã RKW- Reichskuratorium Flir Wirtschaftlichkeit (em português, conselho administrativo do

império para a eficiência econômica) - que alocava custos e despesas aos produtos fabricados. Os preços

seriam obtidos mediante o acréscimo do lucro desejado.

No Brasil, os métodos no Brasil, o método RKW foi empregado na época do conselho interministerial de

preços (CIP), órgão que controlou os preços de diversas empresas nas décadas de 60 e 70. A vantagem do

método consistiria no fato de que qualquer alteração no custo ou despesa dos produtos poderia ter o efeito

mensurado no preço.

Preços com base no custo de transformação

Como os esforços da empresa estão concentrados, basicamente, nos custos de

transformação, esse método propõe-se a formar preços com base, apenas, nos custos de

transformação, não considerando nos cálculos os custos com materiais diretos.

Veja o exemplo da Fábrica de Roupas Elegâncias. (Sabendo que a margem de lucro desejada pela

empresa sobre o custo integral ou pleno é igual a 20% (mark-up) igual a 1,20) e empregando o método do

custo pleno, seriam obtidos os preços sugeridos de $ 48,00 para o produto blusa e $ 49,20 para o produto

103

Page 104: Terminologias contabeis para custos

saia. Todavia, o esforço da empresa sobre o produto saia é expressivamente maior - custo de

transformação de $ 30, 00, contra $ 20,00 do produto blusa.

Blusa saiaComponente Pleno Transf. Pleno Transf.Matérias-primas 15,00 15,00 5,00 5,00Custos de transformação 20,00 20,00 30,00 30,00Despesas de vendas e administração 5,00 5,00 6,00 6,00Custo total de produção e venda 40,00 40,00 41,00 41,00Lucro sabre a custo integral (20%) 8.00 8,20Lucro sobre o custa de transf. (40%) 8,00 12,00Preço de venda sugerido 48,00 48,00 49,20 53,00

Assim, seria mais interessante para a empresa concentrar esforços de produção e vendas no produto

blusa, que requer esforços expressivamente menores de transformação - gerando, no entanto, mesma

margem de lucro. Para evitar esse confronto, uma alternativa seria a de fixar preços tornando os custos de

transformação como base.

Empregando o produto blusa, obtém-se uma margem de 40% sobre o custo de transformação. Se a

mesma margem fosse aplicada para o produto saia, seria obtido um preço sugerido para venda igual a $

53,00 - uma variação positiva de $ 3,80 ou aproximadamente igual a 7,72%.

Exercício 1

Alguns gastos das empresas Gato Angorá Ltda. Estão apresentados na tabela seguinte. Sabendo-se que a

empresa fabrica um único produto, quais deveriam ser os preços de venda cobrados se: (a) a empresa

empregasse o método de fixação de preços com base no custo pleno, aplicando um mark-up igual a 1,60

sobre o custo integral; (b) a empresa aplicasse o método de fixação de preços com base no custo de

transformação, acrescentando um percentual igual a 210%. Qual seria o percentual aplicado sobre os

custos de transformação que tornaria equivalentes os preços obtidos pelos diferentes métodos. A empresa

sempre fabrica e vende 200 unidades por mês.

Gasto anual Valor($)

Mão-de-obra direta 28.000,00

Seguros da fábrica 3.600,00

Materiais diretos 48.500,00

Mão-de-obra indireta 9.400,00

Depreciação fabril 6.100,00

Resposta:

Gasto anual Total Unitário

Materiais diretos 48.500,00 20,21

Mão-de-obra direta 28.000,00 11,67

104

Page 105: Terminologias contabeis para custos

Seguros da fábrica 3.600,00 1,50

Mão-de-obra indireta 9.400,00 3,92

Depreciação fabril 6.100,00 2,54

Custo total 95.600,00 39,83

A) 1,60 sobre custo

integral

152.960,00 63,73

Custo de transformação 47.100,00 19,63

B) 3,1 sobre custo de transformação 146.010,00 60,84

Preço com mark-up 1,60 (a) 152.960,00 63,73

Custo de transformação (b) 47.100,00 19,63

C) multiplicador (a/b) 3,25 3,25

Preços com base no custo marginal

O custo marginal poderia ser conceituado como o incremento de custo correspondente a produção de uma

unidade adicional de produto. Assim, corresponde aos custos que não seriam incorridos se um produto

fosse eliminado ou não produzido.

Uma discussão das vantagens e problemas decorrentes do uso do método de formação de preços com

base no custo marginal pode ser vista no capítulo que trata do método do custeio direto.

Por exemplo, a Fábrica de Artefatos de Madeira Jacarandá produz adornos, comercializando-os em todo o

país. A empresa apresenta custos fixos anuais iguais a $ 50.000,00 e custos variáveis unitários iguais a $

20,00. A diretoria da empresa estimou um lucro requerido igual a $ 20,00 por unidade comercializada. Sabe-

se que a empresa possui uma capacidade instalada que permite produzir e vender 1.800 unidades por ano.

Atualmente, são produzidas e comercializadas 1.000 unidades por ano, a um preço de $ 90,00- obtido após

considerar o custo integral e o lucro requerido. A estrutura de preços, custos e lucro da empresa pode ser

vista na tabela seguinte.

Total Unitário %Receitas 90.000,00 90.00

100%Custos fixos (50.000.00) (50,00) - 56%Custos variáveis

(20.000,00) (20,00) - 22%

Custos totais (70.000,00) (70,00) - 78%Lucros 20.000,00 20,00

22%

Recentemente, a empresa recebeu de um grande importador de adornos localizado nos EUA, um

pedido de 300 peças, para serem entregues no decorrer do ano seguinte. O importador propôs-se a pagar $

42,00 por unidade. Deveria a empresa aceitar a oferta?

105

Page 106: Terminologias contabeis para custos

Se a empresa optasse por formar seu preço com base no custo total, a proposta tenderia a ser

recusada, já que o preço formado pela empresa é igual a $ 90,00. Logo, a proposta ofertada pelo importador

seria considerada insatisfatória - apenas 46,67% do preço de venda praticado pela empresa, revelando um

desconto implícito no preço de 53,33%. Verificando os custos unitários por produto, de acordo com o

volume atual de 1.800 unidades por ano, a empresa contabiliza $ 70,00 por unidade, o que reforçaria a idéia

da recusa do pedido.

Ao aceitar; porém, o novo pedido, apenas os custos variáveis seriam alterados. Assim, a análise

deveria envolver apenas os custos incrementais ou marginais - já que apenas estes seriam aumentados.

Dessa forma, o pedido deveria ser aceito e a venda efetuada - o preço de venda proposto ($ 42,00) é

bastante superior aos custos marginais da empresa ($ 20,00).

Para alguns contadores, as informações oriundas da abordagem por contribuição são superiores e

deveriam ser empregadas nos relatórios contábeis em vez da abordagem por absorção. Alguns dos

argumentos favoráveis poderiarn ser apresentados, como:

A) A capacidade de produção instalada e projetada influencia os custos indiretos fixos, e não o número de

unidades efetivamente fabricadas no período. Assim, os custos indiretos representam custos para criar a

disponibilidade - custos relacionados a estar pronto para produzir. Seriam incorridos independentemente do

volume de produção no período;

B) Os ativos fixos geram custos a medida que se depreciam - fato normalmente associado ao tempo e não

ao volume produzido;

C) A abordagem por contribuição está relacionada diretamente a variação dos lucros em decorrência das

vendas, facilitando as análises.

Embora vantagens possam ser apresentadas, alguns problemas decorrentes do emprego do método de

formação de preços com base no custo marginal podem ser mencionados. Entre eles, podem ser

destacados:

A) A longo prazo, as receitas obtidas pela empresa devem ser capazes de cobrir os custos integrais da

empresa - custos e despesas, variáveis e fixos. Assim, a formação de preços com base em custos

marginais pode quebrar a empresa a longo prazo;

B) A aceitação de novos pedidos com preços estipulados com base nos custos marginais pode criar

conflitos com consumidores tradicionais e/ou com o novo cliente no futuro. Consumidores tradicionais

podem sentir-se enganados por estarem pagando mais pelo mesmo produto. Novos clientes que

compraram o produto por um preço menor podem querer o mesmo tratamento no futuro. No decorrer

do tempo, a empresa poderá não ser capaz de cobrir seus custos e auferir os lucros desejados pelos

investidores;

C) Corre-se o risco de, ao praticar preços menores; para pedidos incrementais, provocar atos de retaliação

de competidores, resultando na fixação de baixas margens para o produto. Para agravar a situação. Os

106

Page 107: Terminologias contabeis para custos

consumidores poderiam acostumar-se com o preço baixo do produto e não comprá-lo no futuro a um preço

superior - comprometendo lucros e rentabilidade futura da empresa;

Nem sempre é simples associar os custos incrementais aos novos pedidos. Os custos variáveis nem

sempre são iguais aos custos marginais ou incrementais - alguns custos fixos poderiam tornar-se variáveis.

Preços com base na taxa de retorno exigida sobre 0 capital investido

O emprego desse método permite estimar o preço, com base em taxa pré-determinada de lucro

sobre o capital investido.

Diferentes poderiam ser as fórmulas empregadas para a obtenção do preço de venda. Urna das mais

simples está apresentada a seguir.

P = (CT + r% x CL) / v

Onde:

CL = Capital investido

CT = Custos totais

R%= Lucro percentual desejado sobre o capital investido

P = Preço sugerido de vendas

V= Volume de vendas

Por exemplo, imagine que, para abrir uma pequena padaria, o sr. Manoel necessite investir $ 50.000,00 em

máquinas, equipamentos, aquisição e reforma do imóvel e capital de giro. Estimativas indicam que o capital

investido no negócio deveria apresentar uma taxa de retorno anual igual a, no mínimo, 20%. Os custos

anuais da empresa estão apresentados na tabela seguinte. Com base nesses números e sabendo que a

empresa deverá fabricar e vender cerca de 800 mil pãezinhos de 50 g por ano, estime qual o preço mínimo

a ser cobrado por pãozinho, de forma que o negócio seja lucrativo.

Descrição Valor ($)Salários e encargos 24.000,00Materiais diretos 18.000,00Depreciação 8.000,00Outros gastos 20.000,00Soma 70.000,00

Para saber o preço a ser praticado, bastaria aplicar a fórmula anterior:

p = (CT + r% x CL) / v

p = (70.000,00 + 20% x 50.000,00) / 800.000 = $0,10

Em outras palavras, a empresa deverá cobrar um preço, no mínimo, igual a $ 0,10 para o negócio

ser válido do ponto de vista econômico.

Exercício 2

Para montar a fábrica de trambolhes, foram investidos $ 5.000.000,00 pelos sócios.os acionistas da

empresa estimam que o retorno anual do investimento deveria ser de, no mínimo, 14% a.a. (em regime de

107

Page 108: Terminologias contabeis para custos

perpetuidade). A) sabendo que a empresa possui custos da ordem de $ 600.00,00 e pretende fabricar 2.000

unidades por ano, qual deveria ser o preço praticado par cada unidade vendida? B) se as características do

mercado permitem que seja cobrado um valor unitário máximo igual a $ 620, 00, qual deveria ser o custo

máximo da empresa?

Respostas: bastaria aplicar a fórmula anterior: a) (600.00,00 + 14% x 5.000.000,00)/2000 = $ 650,00; (b)

(CT + 14% x 5000.000,00) / 2000 = $ 620, 00, CT= $ 540.000,00.

Exercício 3

Após a expansão da cidade em direção ao litoral norte, criou-se considerável demanda por

restaurantes na região.

Visando atender a essa potencial clientela, Petros Andrade, ex-executivo de um importante grupo europeu,

resolveu aplicar suas economias na construção de um moderno e eficiente restaurante de comida por quilo:

o Aquilo Delícias Ltda.

Os investimentos orçados para o restaurante podem ser vistos na tabela seguinte.

Item Valor(s)

Compra do imóvel 100.000,00Reforma e adequação do imóvel

40.000,00

Compra de máquinas 28.000,00

Compra de móveis e utensílio

22.000,00

Investimento em capital de giro

10.000.00

Os recursos necessários para o restaurante no montante de $ 200.000,00 serão obtidos das

aplicações financeiras de Andrade, que costumam render cerca de 18% a.a. (juros compostos). Em

relação a suas aplicações financeiras, o risco oferecido pelo novo negócio merece um premio de 9%

a.a.

Estima-se que a depreciação do prédio ocorrerá em 20 anos e a dos móveis, máquinas e utensílios,

em 10 anos. A empresa é isenta de imposto de renda.

O restaurante deverá ser operado com nove funcionários, de acordo com a relação apresentada a

seguir. Os encargos e provisões sobre 0 salário-base alcançam 126%.

Relação de funcionários:

Funcionário Quantidade Salário-base mêsCozinheiro 02 $400.00Copeiro 01 $300.00Garçons 04 $280.00Ajudantes gerais 02 $250.00

108

Page 109: Terminologias contabeis para custos

O consumo de materiais diretos previstos pela empresa está apresentado a seguir. Despreze os eventuais créditos fiscais.

Materiais consumidos mensalmente:

Item Consumo (kg) Preço médio (kg)Carnes 1.800 8,00Cereais 2.100 6,00Verduras 1.300 5,00Frutas 800 4,50Temperos 90 3,00Diversos 20 18,00

Além dos gastos já mencionados, a empresa estima outros, descritos como:

Descrição Valor mensalServiços externos de segurança 800,00Energia elétrica 260,00Iptu 180,00Contador 300,00

A empresa recolhe ICMS com alíquota igual a 12% sobre o preço de venda, já considerados os eventuais

créditos fiscais. Despreze o imposto de renda nos cálculos.

Sabendo que deverão ser comercializados 6.000 kg por mês, estime qual deve ser o preço mínimo cobrado

pelo kg da refeição, de forma a remunerar competitivamente os recursos colocados na empresa.

Resposta: Para poder calcular o custo-meta a ser praticado pelo restaurante, seria preciso estimar os

principais gastos do negócio

Materiais diretos - consumo mensal:

Item Consu

mo (kg)

Preço médio

(kg)

Subtotal

Carnes 1.800

8,00

14.400,00

Cereais 2.100 6.00 12.600,00

Verduras 1.300 5.00

6.500,00

Frutas 800 4,50

3.600

,00

Temperos 90 3,00

270,00

Diversos 20 18,00

360,00

Soma 37.730,00

109

Page 110: Terminologias contabeis para custos

Mão-de-obra direta - gasto mensal:

Funcionário Quantidade Salário-base Subtotal

Cozinheiro 2 400,00 800,00

Copeiro 1 300,00 300,00

Garçon 4 280,00 1.120,00

Ajudantes gerais 2 250,00 500,00

Subtotal 2.720,00

Encargos (126%) 3.427,20

Soma 6.147,20

Custos indiretos - depreciações mensais:

Item valor($) Deprec.

Anos ($)

Deprec.

anual ($)

Deprec.

mensal

Compra do imóvel 100.000,00 20 5.000,00 416,67

Reforma e adequação do imóvel 40.000,00 20 2.000,00 166,67

Compra de máquinas 28.000,00 10 2.800,00 233,33

Compra de móveis e utensílios 22.000,00 10 2.200,00 183,33

Soma 12.000,00 1.000,00

Despesas indiretas mensais:

Descrição Valor mensal

Serviços externos de segurança 800,00

Energia elétrica 260,00

IPTU 180,00

Contador 300,00

Some das despesas indiretas 1.540,00

110

Page 111: Terminologias contabeis para custos

Com base nos dados anteriores, seria possível estimar o custo integral por kg vendido, ignorando impostos.

Total mensal Unitário

Materiais diretos 37.730,00 6,29

Mão-de-obra direta 6.147,20 1,02

Custos indiretos 1.000,00 0,17

Despesas indiretas 1.540,00 0,25

Custo integral (custos e despesas) 46.417,20 7,74

Além dos custos integrais, o preço praticado pela empresa deve ser capaz de remunerar os recursos

colocados pelos sócios, de acordo com o custo de oportunidade. Para estimar o custo de capital ponderado

dos recursos da empresa, bastaria analisar a estrutura de investimentos e financiamentos da entidade.

Investimentos Valor(s) Financiamentos Valor ($)

Compra do imóvel 100.000,00 Empréstimos 50.000,00

Reforma e adequação do imóvel 40.000,00 Sócios 150.000,00

Compra de máquinas 28.000,00

Compra de móveis e utensílios 22.000,00

Capital de giro 10.000,00

Total dos investimentos 200.000,00 Total dos financiamentos 200.000,00

O capital próprio aplicado no negócio apresenta um custo igual a 27%, resultante da soma de 18%

(rendimento das aplicações) com 9% (premio pelo risco). Como os investimentos totais na entidade são

iguais a $ 200.000,00 o lucro anual gerado pelas operações deverá ser; no mínimo, igual a 200.000,00 x

27% = $ 54.000,00. O valor do lucro mensal antes do pagamento de juros deverá ser igual a $ 54.000,00

dividido por 12, que é igual a $ 4.500,00. Já que serão comercializados 6.000 kg por mês, o valor (gastos e

lucros) dos produtos vendidos pela empresa sem impostos deverá ser igual a:

Descrição Total mensal Unitário

Custo integral (custos e despesas) 46.417,20 7,74

Lucro desejado antes do pagamento de juros 4.500,00 0,75

Valor dos produtos 50.917,20 8,49

Se valor do produto sem icms deverá ser igual a $ 8, 49, o valor com icms deverá ser igual a $ 8,49/(1 -

0,12). Assim, o preço mínimo a ser cobrado deveria ser igual a $ 9,65.

111

Page 112: Terminologias contabeis para custos

Exercício 4

Em relação ao exercício anterior; estime qual seria o preço praticado, caso a empresa aplicasse: (a) mark-

up sobre o custo integral igual a 1,30;

(b) markup igual a 3,6 aplicados sobre o custo de transformação.

Resposta: (a) como o custo integral calculado anteriormente foi igual a 7,74, o

Preço seria 7,74 x 1,30 = $ 10,06;

(b) como o custo de transformação foi igual a $ 1,44 ($ 1,02 + $ 0,42), o preço seria igual a 1,44 x 3,6 + 6,29

(custo unitário de materiais diretos), que resulta em um preço igual a $ 11,47.

Preços com base no custo-padrão

Nesse modelo, a empresa estima seu custo-padrão, com o cuidado de cor retamente separar os

custos pertencentes aos produtos (variáveis) e os custos pertencentes a estrutura operacional da empresa

(fixos). Eventuais distorções entre os custos reais e o custo-padrão devem ser prontamente corrigidas.

Aplicação de mark-ups

Para se chegar ao preço a ser praticado, muitas vezes pode-se empregar o mark-up, do inglês marca

acima, índice que, aplicado sobre os gastos de determinado bem ou serviço, permite a obtenção do preço

de venda. Genericamente, o mark-up pode ser empregado de diferentes formas: sobre o custo variável;

sobre os gastos variáveis e sobre os gastos integrais. De modo geral, a obtenção do mark-up pode ser vista

no quadro 14.1.

Obtenção do mark-up.

Gastos (custos e despesas) g

Impostos em percentuais sobre o preço de venda I X p

Lucro em percentual do preço de venda L X p

Preço de venda p

112

Page 113: Terminologias contabeis para custos

Supondo gastos iguais a g, preço de venda igual a p, lucro percentual sobre o preço de venda igual

a l x p e impostos percentuais sobre o preço de venda iguais a i x p, o valor algébrico do mark-up pode ser

deduzido da seguinte equação:

G + I X p + L x p = p

Colocando o preço em evidencia, a equação anterior transforma-se em:

p x [ 1 - ( 1 + L ) ] = g

Ou, encontrando-se o valor do preço (p), é possível estabelecer o markup: índice que multiplica os gastos

para se obter o preço de venda. Veja a figura 14.3.

Mark-up sobre o custo variável

Nesse caso, o mark-up tem a finalidade de cobrir contas não considerado custo, como os impostos

sobre vendas, as taxas variáveis sobre vendas as despesas administrativas fixas, as despesas de vendas

fixas, os custos indiretos de produção fixos (a depender da situação de custeio) e, obviamente, o lucro

desejado pela empresa.

O mark-up pode ser calculado de duas formas: multiplicador - mais usual, representa por quanto

devem ser multiplicados os custos variáveis para se obter o preço de venda a praticar; e divisor - menos

usual, representa percentualmente o custo variável em relação ao preço de venda.

Fórmulas do mark-up:

Preço de venda 1

Multiplicador: mark-up = custo variável ou mark-up = 1- soma taxas percentuats

Custo variável

Divisor: mark-up= Custo Variável ou mark-up = 1 - soma taxas percentuais

Preço de venda

Onde:

Soma taxas percentuais = soma de valores expressos em percentuais que influenciam no processo de

formação de preços, como percentual de lucro desejado, taxa percentual de despesas diversas etc.

Veja o exemplo apresentado no quadro seguinte. Supondo que o preço praticado pela empresa fosse igual

a 100%, após a subtração de todos os percentuais que participam da formação do preço (PIS/ COFINS,

ICMS, comissões, despesas administrativas e financeiras, despesas fixas de vendas, custos indiretos de

fabricação - considerando-os como fixos, e o lucro desejado), a empresa encontraria que o custo variável

representaria 40%; assim, o mark-up divisor seria igual a 60% e 0 mark-up multiplicador seria igual a

100%/40% = 2,5.

113

Page 114: Terminologias contabeis para custos

Descrição

(+)Preço de venda - 100,00%

(-) PIS/ COFINS - 3.65%

(-) ICMS -12.00%

(-) Comissões - 5,35%

(-) Despesas administrativas/financeiras - 5.00%

(-) Despesas fixas de vendas - 10,00%

(-) Custos indiretos (fixos) de fabricação - 19.00%

(-) Lucro - 5,00%

(=) Custo variável 40,00%

Mark-up divisor 60,00%

Mark-up multipilcador 2,50

Em relação ao exemplo anterior; para um produto que apresentasse custo variável igual à $

78, 00, o preço de venda a ser praticado deveria ser igual a $78,00 x 2,5 = $ 195,00.

Note que, para poder aplicar o conceito simplificador do mark-up, os gastos fixos e todas as

despesas precisam ser estimados como um percentual sobre as vendas. Por exemplo, se uma loja

costuma apresentar um faturamento igual a $ 12.000,00 por mês e gastos fixos da ordem de $

3.000,00 mensais, o percentual referente aos gastos fixos que deverá ser calculado na obtenção do

mark-up será 25% (3.000,00/12.000,00 = 0,25 = 25%).

Da mesma forma, a alíquota percentual dos impostos (ICMS ou IPI) a ser considerada no cálculo do

mark-up já deve estar deduzida dos eventuais créditos fiscais. Por exemplo, se uma empresa costuma

comprar peças mecânicas por $ 400,00 e revende-las por $ 800,00 - ambas as operações tributadas com

alíquota de icms igual a 18% - a alíquota considerada no cálculo do mark-up deve ser igual a 9%, em função

dos créditos fiscais recebidos (veja tabela de cálculos apresentada a seguir). Outra alternativa envolveria a

consideração do crédito em forma absoluta (por exemplo, $ 72,00) e obter algebricamente preço.

Operação Valor ($)

Compra da peça $ 400,00

Crédito de ICMS recebido 18% x 400,00 = $ 72,00

Venda da peça $ 800,00

Débito de ICMS 18% x 800,00 = $ 144,00

ICMS a pagar na operação (débito - crédito) 144,00-72.00 = 72,00

Alíquota efetivamente desembolsada ICMS a pagar / preço = 72,00/800, 00 = 9%.

A principal razão da aplicação do mark-up decorre do fato de possibilitar uma grande simplificação

do processo de formação dos preços - já que custos fixos e demais gastos são incorporados diretamente no

114

Page 115: Terminologias contabeis para custos

percentual do mark-up, não precisando ser apurados individualmente por produto ou serviço comercializado.

O conceito de mark-up é bastante empregado em empresas comerciais.

Veja o exemplo da loja de móveis forte como aço ltda. A empresa costuma comprar e revender

conjuntos de móveis para escritórios formados por mesa e cadeira giratória. Alguns dados financeiros da

empresa estão apresentados na tabela seguinte.

Descrição Valor

Custo de aquisição do conjunto $ 340.00

Frete do fornecedor para a loja 12%

Alíquota de ICMS (já considerando créditos fiscais) 9%

Comissão de vendas 7%

Despesas fixas estimadas em função do volume de vendas 22%

Sabendo-se que a empresa desejaria obter um lucro igual a 20% do preço de venda; o preço a ser praticado

poderia ser obtido mediante a aplicação da seguinte fórmula:

Lucros = receitas - gastos

Considerando valores unitários: receitas = preço

Gastos = custos unitários + despesas unitárias

20% x preço = preço -340,00-12% x preço - 9% x

Preço - 7% x preço - 22% x preço

Dessa forma, o preço encontrado seria igual a $ 1.133,33.

Outra forma, mais fácil, para obter o preço envolveria?0 cálculo do markup da empresa e sua posterior

aplicação sobre o custo variável.

Mark-up = 1 = 1 = 3,3333

1 - soma taxas percentuais 1 - (0,20 + 0,12 + 0,09 + 0,07 + 0,22)

Aplicando o mark-up sobre o custo variável, seria possível o seguinte preço:

Preço = mark-up x custo variável = 3,3333 x $ 340,00 = $ 1.133,33.

Exercício 5

Determinada empresa gostaria de vender seus produtos com uma margem igual a 10%. Sabe-se que 0

custo variável da empresa e' igual a $ 540,00 por unidade. As demais taxas associadas ao preço são iguais

a 40%, incluindo custos fixos, demais despesas e impostos. Pede-se: (a) qual deveria ser o mark-up

multiplicador correspondente?qual deveria ser o preço praticado?

115

Page 116: Terminologias contabeis para custos

Respostas: (a) 2,00; (b) $ 1.040,00.

Exercício 6

A Comercial BIKE MANIA monta bicicletas e comercializa diferentes produtos relacionados ao ciclismo.

Para produtos nacionais, a margem de lucro liquida é 6 igual a 25%. Para produtos importados, esse

percentual aumenta para 40%. A seguir; estão relacionados alguns gastos com quadros para bicicletas

nacionais e importados. Além dos gastos mencionados, a empresa possui outros gastos indiretos que

equivalem a 30% da receita de vendas. Pergunta-se: (a) quais os mark-ups multiplicadores da empresa? (b)

quais deveriam ser os preços praticados?

Item Quadros

nacionais

Quadros importados

Valor unitário de compra 180,00 230,00

Custo unitário do frete para a

loja

30% do valor de

compra

60% do valor de compra

Vendas anuais em unidades 600 400

Respostas: (a) 0 mark-up para produtos nacionais 6 igual a 2,2222 e para produtos importados 6 igual a

3,3333; (b) os preços devem ser respectivamente iguais a $ 520,00 e $ 1.226,67.

Mark-up sobre o gasto variável

Nesse caso, o mark-up multiplicador é aplicado sobre os gastos variáveis da empresa, que incluem custos e

despesas variáveis. As fórmulas do mark-up aplicado sobre os gastos variáveis podem ser apresentadas

como:

Multiplicador: mark-up = preço de venda

Gasto variável

Divisor: mark-up = gasto variável

Preço de venda

Mark-up sobre o gasto integral

Outra forma de emprego do mark-up consiste em sua utilização como multiplicador sobre os gastos totais

da empresa. Em função da complexidade de alocação de custos e despesas indiretos, não é usual. As

fórmulas do mark-up aplicado sobre os gastos totais podem ser apresentadas como:

Multiplicador: mark-up = preço de venda

Gasto total

116

Page 117: Terminologias contabeis para custos

Divisor: mark-up = gasto total

Preço de venda

Exercícios propostos

Exercício 7

A Quero Mais Indústria Ltda. Apresentou os dados financeiros relatados.

A seguir. Sabendo que a empresa deseja um lucro igual a 18% do preço de

Venda estime:

(a) o mark-up multiplicador da empresa, considerando que ele.

É aplicado sobre os custos variáveis;

(b) o preço de venda a ser praticado.

Pela empresa.

Mão-de-obra direta 100,00

Comissões 3% do preço

Matéria-prima 300,00

Embalagem 550,00

Materiais secundários 200,00

Despesas administrativas 15% do preço

Respostas: (a) 1,5625; (b) $1.796,88.

FORMAÇÃO DE PREÇOS: ASPECTOS QUALITATIVOS

OBJETIVOS

As decisões empresariais associadas à' gestão financeira devem sempre preocupar-se com custos

incorridos e preços praticados. Uma empresa somente conseguirá prosperar e continuar existindo se

praticar preços superiores aos custos incorridos. No entanto, os preços são delimitados pelo mercado. Caso

a percepção de valor do mercado para o produto ou serviço ofertado pela empresa seja inferior ao

desejado, as vendas fracassarão. É preciso analisar; também, o valor percebido pelo mercado que justifica

a cobrança de preços adequados.

O objetivo principal deste capitulo é abordar os principais aspectos qualitativos relacionados ao

processo de formação de preços. Por aspectos qualitativos compreendem-se as atividades relacionadas ao

processo de criação de valor comumente presente nos textos de marketing. Para facilitar a leitura e tornar o

aprendizado mais lúdico, são apresentados e resolvidos exercícios e propostos alguns estudos de caso.

ASPECTOS QUALITATIVOS DO PREÇO

Várias podem ser as técnicas quantitativas associadas ao processo de formação de preços. De modo

117

Page 118: Terminologias contabeis para custos

geral, essas técnicas visam construir o preço com base nos custos incorridos, que podem ser mensurados e

analisados sob diferentes ópticas. No entanto, todo e qualquer preço de um produto sempre estará limitado

pelo mercado - em outras palavras, pelo valor atribuído pelos clientes ao produto ou serviço comercializado.

Falar em preço é, ao mesmo tempo, analisar custos e estimar fatores intrísecos do mercado em que o

produto ou serviço será ofertado. Genéricamente, alguns autores apresentam a relação existente entre

custo, preço e valor.

Enquanto conceito genérico de custo refere-se aos gastos incorridos pela empresa para poder ofertar o

produto ou serviço, o valor consiste nos aspectos desejados pelos clientes e atendidos pelo produto ou

serviço. O preço estará limitado entre o custo e o valor: nenhuma empresa oferecerá produtos por preços

inferiores ao custo por tempo indeterminado. Da mesma forma, os clientes somente estarão dispostos a

pagar o preço de um produto, quando o valor percebido for superior. Da diferença entre o preço e o custo

decorre o lucro - desejado pelas empresas. Da diferença entre o valor percebido e o preço decorrem os

benefícios extras - desejados pelo mercado.

A tarefa de determinar preços de venda é influenciada por múltiplos fatores, relativos aos custos ou aos

valores percebidos. Alguns dos principais fatores associados aos processos de formação de preços podem

ser apresentados como:

Capacidade e disponibilidade de pagar do consumidor: devem ser analisados o poder de

compra e o momento que o cliente deseja ou pode pagar. No caso de vendas a prazo, os encargos

financeiros devem ser incluídos nos preços;

Qualidade/tecnologia do produto em relação as necessidades do mercado consumidor: a

empresa precisa definir claramente qual seu mercado de atuação e desenvolver o produto ideal

para os clientes certos;

Existência de produtos substitutos a preços mais vantajosos: preços relativamente elevados

podem incentivar o surgimento ou a ampliação da concorrência;

Demanda esperada do produto: o planejamento das vendas futuras do produto - que é fortemente

influenciada pelo preço que se desejará praticar;

Níveis de produção e/ou vendas em que se pretende ou que se pode operar: em decorrência

da existência de gastos fixo, o volume de produção e vendas é fundamental na determinação de

custos e preços previstos;

Mercado de atuação do produto: quanto mais pulverizado for o mercado, menor será a

capacidade das empresas de fixar os preços;

Controle de preços impostos por órgãos governamentais:

Na existência de controles mais rígidos, obviamente menor será a flexibilidade de fixação de preços por

parte das empresas;

Custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto: custos e despesas

deverá ser conhecidos a fundo, principalmente a distinção entre gastos indiretos e fixos -

associados a estrutura da empresa; dos gastos variáveis - identificados nos produtos;

Ganhos e perdas de gerir o produto: gastos associados a investimentos de natureza permanente

ou em capital de giro, incluindo o custo de oportunidade dos recursos empregados nas operações.

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Page 119: Terminologias contabeis para custos

Os aspectos associados ao processo de formação de preços estão apresentados nas seções

seguintes.

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