Termografia - Janelas Infravermelhas, Segurança Industrial e Inspeção Preditiva[2]

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JANELAS INFRAVERMELHAS, SEGURANA INDUSTRIAL E INSPEO PREDITIVA - TERMOGRAFIA CT TMEC n 004/2010 PESQUISA, DESENVOLVIMENTO DE PRODUO Tecnologia de Materiais, Equipamentos e Corroso Janeiro de 2010

CENTRO DE PESQUISAS E DESENVOLVIMENTO LEOPOLDO A. MIGUEZ DE MELLO PESQUISA, DESENVOLVIMENTO DE PRODUO Tecnologia de Materiais, Equipamentos e Corroso

JANELAS INFRAVERMELHAS, SEGURANA INDUSTRIAL E INSPEO PREDITIVA - TERMOGRAFIA

CT TMEC N 004/2010

Relatora

Carla Alves Marinho (CENPES/ Tecnologia de Materiais, Equipamentos e Corroso)

Rio de Janeiro Janeiro de 2010

SUMRIO

1 - INTRODUO ...............................................................................................................1

2 REVISO BIBLIOGRFICA ..........................................................................................2

3 JANELAS INFRAVERMELHAS .....................................................................................5

4 TESTES COM JANELAS INFRAVERMELHAS ...........................................................12

5 CUSTOxBENEFCIO DAS JANELAS INFRAVERMELHAS ........................................23

6 CONCLUSES............................................................................................................24

7 - RECOMENDAES ....................................................................................................25

8 AGRADECIMENTOS...................................................................................................26

9 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.............................................................................27

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RESUMO

Janelas infravermelhas so dispositivos fabricados a partir de lentes semitransparentes ao infravermelho (cristais ou polmeros), tendo sua instalao justificada em painis eltricos quando, por razes de segurana ou continuidade operacional, no possvel acessar o seu interior com a finalidade de realizar a inspeo termogrfica. No caso de sistemas eltricos, em particular, sua presena reduz a necessidade de abertura de painis energizados, e ao mesmo tempo reduz o risco de choque eltrico, incidncia de arco voltaico e outras possveis falhas, pois impede o contato entre o sistema a ser inspecionado e o indivduo/meio circundante. Consequentemente reduz-se o risco de paradas no programadas, uma vez que se pode acompanhar o histrico do comportamento dos sistemas com maior frequncia e sem interrupo do servio. No entanto, apesar das vantagens imediatas, o emprego de janelas infravermelhas deve ser analisado com ateno devido aos efeitos de atenuao do espectro infravermelho, os quais, se no corretamente compensados, conduziro a leituras errneas de temperatura. Os testes realizados no CENPES/PDP/TMEC com trs janelas de materiais diferentes, fluoreto de clcio, fluoreto de brio e polmero IR, indicaram que o primeiro material no recomendvel quando se usam cmeras de onda longa (faixa espectral de 8-14m). J o cristal de fluoreto de brio e a lente de polmero apresentaram comportamento mais prximo da aproximao de um corpo cinza, exibindo melhor desempenho e maior transmitncia do infravermelho, com destaque para a lente de cristal. Adicionalmente, deve-se considerar que no so as janelas que devem ser isoladamente certificadas contra arco voltaico, mas sim todo o conjunto painel/janela aps sua instalao, no caso da compra de novos painis. No entanto, alguns fabricantes disponibilizam lentes com reforo estrutural para maior integridade fsica.

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1 - INTRODUO Nos ltimos anos, a importncia de concepes e tcnicas eficazes de manuteno tem sido destacada pela indstria, com amplo reconhecimento de seu impacto dramtico sobre custos, e consequentemente, sobre a habilidade de fornecer produtos de qualidade que sejam competitivos no mercado mundial. Mais prioritria a segurana dos indivduos e das instalaes, o que fora adoo de culturas ainda mais preventivas e atentas quanto a todos os riscos envolvidos no processo produtivo, inclusive no que se relaciona ao andamento do programa de manuteno. Especificamente para sistemas e instalaes eltricas, a norma NR-10 tornou-se mais restritiva aps a reviso de 2004, objetivando garantir a segurana do pessoal envolvido nos servios de manuteno e inspeo. Os profissionais ligados a termografia sentem diretamente os impactos destes requisitos normativos, e, sob este contexto, as janelas infravermelhas surgem como ferramentas interessantes ao andamento dos servios de inspeo, bem como, e principalmente, para a segurana e integridade das pessoas no ambiente industrial. Esta Comunicao Tcnica visa discutir os fatores que devem ser considerados para a correta seleo de janelas infravermelhas e metodologia de trabalho adequada, bem como questes relativas sua instalao em painis eltricos.

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2 REVISO BIBLIOGRFICA 2.1 Norma Regulamentadora NR-10 A norma regulamentadora NR-10 dispe sobre as diretrizes bsicas para a implementao de medidas de controle e sistemas preventivos, destinados a garantir a segurana e a sade dos trabalhadores que direta ou indiretamente interajam em instalaes eltricas e servios com eletricidade nas fases de gerao, transmisso, distribuio e consumo, incluindo as etapas de projeto, construo, montagem, operao, manuteno das instalaes eltricas, e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades [1]. Os principais impactos do novo texto incluem [1]: -Extenso da regulamentao s atividades realizadas nas proximidades de instalaes eltricas; -Estabelecimento das diretrizes bsicas para a implementao das medidas de controle e sistemas preventivos ao risco eltrico; -Torna obrigatria a introduo de conceitos de segurana no projeto das instalaes eltricas. -Diferenciao de nveis de proteo para trabalhos em baixa e alta tenso em instalaes eltricas energizadas; -Criao das zonas de risco e controlada no entorno de pontos ou conjuntos energizados; -Estabelecimento da proibio de trabalho individual para atividades com alta tenso (AT) ou no sistema eltrico de potncia (SEP); -Torna obrigatria a elaborao de procedimentos operacionais contendo, passo a passo, as instrues de segurana; -Criao da obrigatoriedade de certificao de equipamentos, dispositivos e materiais destinados aplicao em reas classificadas; -Definio do entendimento quanto profissional qualificado e habilitado, pessoa capacitada e autorizao. Segundo o novo entendimento, zona de risco e controlada seriam definidas da seguinte forma [2]: Zona de Risco Entorno de parte condutora energizada, no segregada, acessvel inclusive acidentalmente, de dimenses estabelecidas de acordo com o nvel de tenso, cuja aproximao s permitida a profissionais autorizados e com a adoo de tcnicas e instrumentos apropriados de trabalho. Zona Controlada Entorno de parte condutora energizada, no segregada, acessvel, de dimenses estabelecidas de acordo com o nvel de tenso, cuja aproximao s permitida a profissionais autorizados. A figura 1 mostra a abrangncia esquemtica das zonas de risco e controlada, enquanto que a Tabela I mostra os raios de delimitao de zonas de risco, controlada e livre.

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Figura 1 Distncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre [1]. Tabela I Raios de delimitao das zonas de risco, controlada e livre [2] Rc- raio Rr- raio de Faixa de delimitao entre de tenso delimita zona de risco e nominal da o entre controlada [m] instalao zona eltrica [kV] controlada e livre [m]