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Termos Usados na Produção Poética Medieval alba – disputa amorosa, ao amanhecer. É uma variedade da cantiga de amigo. amigo (a) – namorado (a), amante. arte maior – versos de onze sílabas. ata finda – conduzir através de todos os versos a ideia dominante da cantiga. cancioneiro – conjunto de cantigas. cansó – tipo de composição que pouco vingou na época medieval. Torna-se importante a partir do século XVI; é formada por cinco a sete estrofes, de oito ou nove versos, em exaltação à beleza da bem-amada. cantiga – mote de quatro ou cinco versos e uma glosa com oito a dez versos. cantiga de amigo – o poema é “falado” no feminino, a voz poética se queixa usando muito a palavra amigo (namorado). cantiga de amor – o poema é “falado” no masculino. São comuns as expressões “mia senhor”, “mia pastor” = minha senhora. cantiga de escárnio – poesia humorística, com “palavras que ajão dous sentimentos”. Usa da ironia e da ambiguidade para criticar. cantiga de maldizer – poesia satírica com emprego das palavras grosseiras: “descubertante”. Aproxima-se do serventês de Provença. cantiga de mestria – (ou maestria) composição poética de sete versos em cada estrofe, sem refrão (chamada também de composição do “mestre”, isto é, mais difícil). cantiga de refrão – composição poética de quatro versos em cada estrofe, com repetição de um deles (refrão) no final. cobras – (ou coblas) estrofes. dobre – repetição de uma palavra em vários lugares de cada estrofe. esparsa – uma estrofe só, com oito a dez versos. gaia ciência – designação dada à “arte de poetar”, o conjunto de regras e princípios que regiam a técnica de composição. fiinda – remate do trabalho. glosa – composição poética: cada estrofe termina com um dos versos apresentados no mote. Também se diz volta ver mote. jogral – músico, artista andarilho, que recitava as composições dos trovadores (do provençal: joglar = brincar). leixa-pren – “deixa e toma”: durante a composição, um verso é abandonado e depois retomado, repetido.Também pode ser a repetição observação sem valor no início de cada estrofe, do verso final da estrofe anterior. menestrel – a princípio, era o mesmo que jogral; depois, músico e poeta que acompanhava um príncipe. monórrimas – versos com rimas sempre iguais, em todos os versos da estrofe. mordobre – repetição da palavra ‘afins’ em vários lugares de cada estrofe. mote – tema, assunto (geralmente um dístico ou quadra), apresentado ao poeta para ele desenvolver (glosar). A glosa é a composição e o final de cada estrofe é justamente um dos versos do mote. oc – língua d’oc (langue d’Oc), falada no sul da França, em Provença. palavras – número de versos de uma cobra (estrofe).

Termos Correntes Na Produção Poética Medieval

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Bloco de notas sobre Trovadorismo

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Page 1: Termos Correntes Na Produção Poética Medieval

Termos Usados na Produção Poética Medievalalba – disputa amorosa, ao amanhecer. É uma variedade da cantiga de amigo.amigo (a) – namorado (a), amante.arte maior – versos de onze sílabas.ata finda – conduzir através de todos os versos a ideia dominante da cantiga.cancioneiro – conjunto de cantigas.cansó – tipo de composição que pouco vingou na época medieval. Torna-se importante a partir do século XVI; é formada por cinco a sete estrofes, de oito ou nove versos, em exaltação à beleza da bem-amada.cantiga – mote de quatro ou cinco versos e uma glosa com oito a dez versos.cantiga de amigo – o poema é “falado” no feminino, a voz poética se queixa usando muito a palavra amigo (namorado).cantiga de amor – o poema é “falado” no masculino. São comuns as expressões “mia senhor”, “mia pastor” = minha senhora.cantiga de escárnio – poesia humorística, com “palavras que ajão dous sentimentos”. Usa da ironia e da ambiguidade para criticar.cantiga de maldizer – poesia satírica com emprego das palavras grosseiras: “descubertante”. Aproxima-se do serventês de Provença.cantiga de mestria – (ou maestria) composição poética de sete versos em cada estrofe, sem refrão (chamada também de composição do “mestre”, isto é, mais difícil).cantiga de refrão – composição poética de quatro versos em cada estrofe, com repetição de um deles (refrão) no final.cobras – (ou coblas) estrofes.dobre – repetição de uma palavra em vários lugares de cada estrofe.esparsa – uma estrofe só, com oito a dez versos.gaia ciência – designação dada à “arte de poetar”, o conjunto de regras e princípios que regiam a técnica de composição.fiinda – remate do trabalho.glosa – composição poética: cada estrofe termina com um dos versos apresentados no mote. Também se diz volta ver mote.jogral – músico, artista andarilho, que recitava as composições dos trovadores (do provençal: joglar = brincar).leixa-pren – “deixa e toma”: durante a composição, um verso é abandonado e depois retomado, repetido.Também pode ser a repetição observação sem valor no início de cada estrofe, do verso final da estrofe anterior.menestrel – a princípio, era o mesmo que jogral; depois, músico e poeta que acompanhava um príncipe.monórrimas – versos com rimas sempre iguais, em todos os versos da estrofe.mordobre – repetição da palavra ‘afins’ em vários lugares de cada estrofe.mote – tema, assunto (geralmente um dístico ou quadra), apresentado ao poeta para ele desenvolver (glosar). A glosa é a composição e o final de cada estrofe é justamente um dos versos do mote.oc – língua d’oc (langue d’Oc), falada no sul da França, em Provença.palavras – número de versos de uma cobra (estrofe).palavra perdida – versos sem rima (versos brancos).pastorela – variedade de cantiga de amor; são de pastora, ou do poeta como pastora.plang – (ou planh) lamentação (geralmente pela morte de pessoa querida).poética fragmentária – trabalho que se encontra no cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa, relaciona a técnica formal (gaia ciência) com as líricas galaico-portuguesas.redondilha – 1. maior: verso de sete sílabas; 2. menor: verso de cinco sílabas.refrão – repetição de um verso em cada estrofe.ou de vários versos. rimance – (às vezes romance) narrativas em versos de sete sílabas e uma só rima cruzada.segrel – trovador profissional que vivia de suas apresentações.