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agronegócios ano 3 | edição 14 | julho/agosto 2014 Os recordes da pecuária leiteira Megaleite Resultados da seleção genética Expogenética Júnior Araújo: trabalho, dedicação e paixão Equinocultura Filipe Masetti Leite O Cavaleiro das Américas

Terra Boa Agronegócios - Ed 14 Jul/Ago 2014 - Felipe Masetti o Cavaleiro das Américas

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Nesta edição preparamos diferentes abordagens, sempre com muito carinho. Conhecemos o Cavaleiros das Américas, Filipe Masetti Leite, que nos contou a sua jornada de dois anos e um mês, percorrendo 10 países a cavalo. Outro apaixonado por cavalos é Juninho Araújo que na sua entrevista falou sobre a sua trajetória como competidor, juiz e profissional da genética. Nas editorias de eventos trazemos cobertura da Megaleite e as informações da Expogenética, além dos 100 ano da Nelore VR. Tudo o que buscamos queremos dividir com vocês. Boa Leitura!

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a g r o n e g ó c i o sano 3 | edição 14 | julho/agosto 2014

Os recordes da pecuária leiteiraMegaleite

Resultados da seleção genéticaExpogenética

Júnior Araújo: trabalho, dedicação e paixãoEquinocultura

Filipe Masetti LeiteO Cavaleiro das Américas

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PRESIDENTE VENCESLAU/SP

(11) 3168-8001

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coNViDADoS13 DE SETEMBRO - 12H - CANAL RURAL

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(67) 3521-2347

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MARCELO RIBEIRO MENDONÇA E IRMÃOS

EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG

(16) 3852-1437

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EDSON DA SILVA TORRES

EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG

(64) 3472-9646

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FAZENDA BRUMADO - ANTONIO JOSÉ

PRATA CARVALHO

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(17) 3329-1188

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(34) 9991-5182 / (92) 9136-5766

LeiLão PerBoNi e coNViDADoS22 DE SETEMBRO - 21H - CANAL RURAL

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PAULO AFONSO FRIAS TRINDADE JUNIOR E

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JOSÉ OLAVO BORGES MENDES, ANTONIO

PAULO ABATE, CÁSSIO LUCENTE E

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(34) 3332-5109

LeiLão VirTUAL NoVA

GerAÇão SABiÁ23 DE SETEMBRO - 21H - CANAL RURAL

FAZENDA DO SABIÁ

EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG

(31) 3281-5255

5º LeiLão PreNheZeS

eAo & GUADALUPe27 DE SETEMBRO - 20H - CANAL RURAL

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EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG

(71) 2107-6169

5 º L E I L Ã O

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EXPOINEL 2014

35º LeiLão ANUAL cArPA

23 DE AGOSTO – 14H – CANAL RURAL

CARPA SERRANA

SERRANA/SP

(16) 3987-9003

MeGA ToUroS cArPA

07 DE SETEMBRO – 14H – CANAL RURAL

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BARRA DO GARÇAS/MT

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12º LeiLão VirTUAL

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21 DE AGOSTO – 21H – CANAL RURAL

JOÃO AGUIAR ALVAREZ

VIRTUAL

(14) 3532-6158 / (43) 3373-7077

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04 DE AGOSTO – 20H – CANAL RURAL

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CUIABÁ/MT

(65) 3642-6396

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20 DE AGOSTO – 20H – CANAL DO BOI

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SERTÃOZINHO/SP

(16) 2105-2299

12º LeiLão Do coPA

08 DE AGOSTO – 21H – CANAL RURAL

GRUPO MONTE VERDE,

TERRAMATA AGROPECUÁRIA E

ZAMLUTTI AGROPECUÁRIA

RIO DE JANEIRO/RJ

(43) 3373-7000 – 8802-2147

LeiLão NeLore DA SorTe

15 DE AGOSTO – 20H – CANAL RURAL

WILSON MARQUES, PAULO BRANDÃO E

ANTONIO CEZÁRIO NETO

SALVADOR/BA

(71) 3328-3053

LeiLão JoiAS DA rAÇA27 DE SETEMBRO - 14H - CANAL RURAL

GRUPO MONTE VERDE

EXPOINEL 2014 - UBERABA/MG

(34) 9676-8700 / 9676-9100

LeiLão LiQUiDAÇão eLiTe PiNGUiM26 DE SETEMBRO - 14H - CANAL RURAL

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21 DE AGOSTO – 21H – CANAL RURAL

JOÃO AGUIAR ALVAREZ

VIRTUAL

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20 DE AGOSTO – 20H – CANAL DO BOI

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TERRAMATA AGROPECUÁRIA E

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LeiLão VeNTreS ViP MATiNhA21 DE SETEMBRO – 14H – CANAL RURAL

RANCHO DA MATINHA

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EXPOSIÇÕESExpogenética

ESPECIAL 100 anos Nelore VR

ARTIGO Vacinação

GASTRONOMIABolinhos de Tilápia

EVENTOSCongresso ABQM

CAFEICULTURAA classificação do café

GENÉTICA Central Genequi

EXPOSIÇÕESMegaleite

CAPA Cavaleiro das Américas

PECUÁRIA LEITEIRA Os resultados da raça Sindi

Leia na Terra Boa

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ARTIGOEficiência reprodutiva

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EXPEDIENTETerra Boa Agronegócios é uma publicaçãobimestral da Editora Doce Marano 3 | edição 14 | julho/agosto 2014

Direção executivaBolivar Filho [email protected]

Conselho editorialBolivar Filho, Denise Bueno

EdiçãoBolivar FilhoDenise Bueno

Projeto gráficoEdição de imagens e DTPMultimarketing ComunicaçãoDalton Filho / Reginaldo Faria [email protected] [email protected]

Jornalista ResponsávelDenise Bueno – DRT/MG 6173 [email protected]

RedaçãoAdriana DiasDenise BuenoHeloisa AguieirasMônica Cussi

RevisãoRuller Rodrigues [email protected]

FotosJuliano Vieira de SouzaMarina De Simoni

Impressão3 Pinti Editora e Gráfica

Tiragem10 mil exemplares

A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos

nos artigos assinados e informes publicitários.

Revista Terra Boa AgronegóciosAv. Com. Francisco Avelino Maia, 3866

Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro

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Envie a sua história ou curiosidade relacionadaao campo para a Terra Boa Agronegócios!

a g r o n e g ó c i o s

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a g r o n e g ó c i o s

O advogado, pecuarista e grande criador de jumento Pêga, Nilo Lemos Batista Costa, faleceu em 18 de julho, em Franca/SP, aos 69 anos. O pecuarista se destacou como criador da raça Pêga, ao iniciar criatório em São Paulo, que, posteriormente, transferiu para o Estado do Acre, onde o manteve por muitos anos. Somente com a raça Pêga, trabalhou por mais de 40 anos. Era um grande defensor da qualidade na pecuária. Também atuou como criador de Nelore, Gir Leiteiro e foi um dos maiores criadores de Búfalo do País. No Estado do Acre trabalhou pelo crescimento e desenvolvimento da pecuária. Deixa a esposa Ana Lucia, os filhos Túlio, Diogo, Luciana e as netas Maria Teodora e Maria Helena.

Nilo Lemos1945 - 2014

Criador da raça Guzerá e seu grande entusiasta, faleceu em 08 de junho no Estado do Espírito Santo, sua terra natal, aos 80 anos. Foi sepultado na cidade de Baixo Guandu, no dia 09 de ju-nho. Engenheiro agrônomo formado pela Faculdade Luiz de Quei-roz, atuou em órgãos governamentais do Espírito Santo antes de se dedicar à administração da Fazenda Fontenelle, no ano de 1972, quando buscou o aumento da produtividade do rebanho. Traba-lhou pela seleção genética da raça e usou toda tecnologia dispo-nível pelo mercado para formar um rebanho de qualidade. Os ani-mais do criatório de 85 anos têm sua genética reconhecida em todo País. Sempre dividiu as funções do Guzerá NF com as irmãs Maria Luiza e Gerusa Fontenelle. Também integrou a diretoria de várias instituições, entre elas a ABCZ. Deixou a filha Beatriz.

Haroldo Brunow Fontenelle da Silveira

1934 - 2014

Homenagem

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Ao leitor

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A vida segue seu

rumo, seu ritmo

entre árvores, animais

e pessoas.

Vida que gera vida

e recomeça

incansável.

Sempre em busca

de dias

melhores, maiores,

em busca

de vida,

de eternizar

a vida.

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o Cavaleiro das Américas, chega ao Brasil

Filipe Masetti Leite,

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Capa

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2014

No dia 06 de agosto

de 2014, quando

a equipe da Revista

Terra Boa encontrou

Filipe Masetti Leite,

o Cavaleiro das

Américas, na cidade

de Vicente Gentil/SP,

ele completava dois

anos e um mês de

cavalgada. O paulista

de Espírito Santo

do Pinhal saiu de

Calgary, no Canadá,

em 08 de julho de

2012, e percorreu

dez países e 16 mil

quilômetros em

busca de um sonho:

realizar uma grande

jornada, uma viagem

de longo percurso

a cavalo.

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çou com o livro “O passeio de Tschiffe-ly”, do suíço Aimé Félix Tschiffely, leitura que Iso Leite fez para o filho durante a sua infância. Este livro foi o grande ide-alizador dessa aventura e fez nascer em Filipe este sonho. Tschiffely saiu da Ar-gentina com destino a Nova York no ano de 1925, quando uma viagem des-sa era considerada uma loucura.

“Até os dias atuais não é fácil per-correr longas distâncias a cavalo”, disse Filipe, que não conseguiu patrocínio de imediato, pois a maioria das pessoas e empresas não acreditava na realização do projeto e considerava uma loucura, mesmo com as facilidades de comuni-cação do século XXI. “Eu nunca duvidei que conseguiria. Pesquisei muito, estu-dei todas as dificuldades possíveis de enfrentar. Aprendi a cuidar dos cavalos com veterinários diferentes, pois a maior preocupação era a de chegarmos vivos. Meu pai não teve a oportunidade de re-alizar esse sonho. Eu o realizo por mim e por ele”, concluiu.

A sua preocupação era manter os cavalos saudáveis, pois não tinha equipe de apoio para alimentar, manter a sani-dade e cuidar dos animais. Para isso, pes-quisou as experiências de muitos cava-leiros que percorreram longas distâncias e aprendeu curiosidades que o ajuda-ram no trajeto em lugares em que não havia água ou alimento para os cavalos.

Projetos e otimismo

Filipe formou-se em jornalismo no Canadá e trabalhou naquele país por 18 meses, enquanto organizava a sua via-gem e buscava patrocínio. Em autoanáli-se, diz que saiu um moleque de 25 anos de Calgary, um aventureiro com teorias na cabeça, e chega ao Brasil um homem com muita experiência de vida.

Nestes dois anos vivenciou a bon-dade, a solidariedade, o medo, a po-breza, a fome, a guerra, o narcotráfico e viu a morte de perto. Passou medo, enfrentou a chuva, o sol e o frio, enfim, viveu. Aprendeu a valorizar a família e conheceu a resistência e a força dos seus cavalos. Sentiu muita saudade de casa, dos pais, das irmãs, uma de 32 e a caçula de 7. Também sentiu falta da namorada, que o acompanhou em al-guns trechos da jornada.

O sonho tinha ponto de che-gada programado para a maior festa de rodeio do Brasil, o Barretão, como ele mesmo se referiu à festa de Bar-retos/SP, onde permanecerá por dez dias, contando muitas histórias e onde deixará seus fiéis escudeiros e melho-res amigos, seus três cavalos, dois da raça Quarto de Milha e um Mustang, Bruiser, Frenchie e Dude, em exposi-ção. O final da jornada será na sua ter-ra natal, Espírito Santo do Pinhal, onde os cavalos serão aposentados a partir de 13 de setembro.

Os cavalos sempre fizeram parte do seu universo e do mundo de seu pai, Iso Leite. E a paixão de pai e filho o levou a esta grande aventura, que foi acompanhada em tempo real, pela internet, por cavalei-ros de todo mundo. Assim, ele se transfor-mou no Cavaleiro das Américas, título que o acompanhará por toda a sua vida.

O sonho, o desejo

Realizar uma aventura dessas é muito mais que um sonho, exige muita determi-nação, coragem e otimismo. Tudo come-

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A venda dos direitos autorais da sua história para uma produtora ame-ricana garantiu a realização da viagem. A história também será retratada em um livro. “ Não conseguiria realizar a viagem sem vender os direitos para o documentário. ”, ressaltou.

Filipe tem como objetivo mostrar a solidariedade, a bondade das pesso-as. Ele afirma que no jornalismo obser-va o quanto o negativo atrai mais as pessoas, portanto é o que sobressai, mas é preciso mostrar a bondade que é o que move a maioria das pessoas.

A cavalgada

Durante todo o trajeto, Filipe con-tou com a ajuda de pessoas comuns, gente simples que vive em povoados

Foco

Quando Filipe começou a planejar a viagem, a pesquisar e buscar patrocí-nio, não tinha nada além do sonho. Ele começou ganhando dois animais da raça Quarto de Milha de um haras america-no e selas. De lá até os dias atuais, conta com a solidariedade por onde passa. A sua história atrai milhares de pessoas que o seguem em tempo real pelo facebook. “Eu acho muito interessante. As pesso-as me apoiam, mandam mensagens de solidariedade e me ajudam, mesmo a distância. A internet me ajudou muito. Foi através da rede social que consegui patrocínio para um time de futebol de crianças carentes e dicas para manter a saúde dos animais quando eles se ma-chucavam”, relatou.

“Eu aprendi a valorizar

tudo nesta viagem,

desde um pouco de

água até uma lata de

sardinha, em muitos

lugares era apenas o

que eu tinha. Aprendi

a valorizar o que é real,

a família. Esta viagem

não é só minha, é

de todos os que me

ajudaram”.

Filipe Masetti Leite em vários momentos da sua longa jornada. Na sua saída de Calgary, no trajeto pelo Brasil com a sua namorada, Emma Brazier, e com os amigos que conquistou pelos vários países das Américas do Norte, Central e Sul

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e levam a vida de maneira singela. Fo-ram essas pessoas que sonharam o so-nho do Cavaleiro.

Todos os roteiros foram planejados minuciosamente por ele, mas as pesso-as também o guiaram. Seu inglês o aju-dou, mas terminou a viagem falando o espanhol fluentemente. “Acho que não morri pela proteção de Deus. Presen-ciei muito tráfico e passei por uma ci-dade que teve a incidência de mil tiros uma semana antes de chegar ao local. Conheci muita gente louca e estive por lugares onde crianças morriam facil-mente, e outras, de cerca de oito anos, andavam com armas nas mãos. Os pa-dres se escondiam embaixo das camas e as mães não deixavam seus filhos sa-írem de casa em decorrência da milícia, do narcotráfico. Conheci traficantes e cheguei a ter a proteção deles, por con-ta dos cavalos. E ainda fui reconhecido por minha coragem”, descreve Filipe.

Cruzar o Deserto de Chihuahua e outros locais que vivem situação de guerra a quatro quilômetros por hora, com grande fluxo de carros, era moti-vo de preocupação. Ele e os animais po-deriam se machucar e todo o cuidado era necessário. Superou problemas que

não havia imaginado até chegar ao Bra-sil e viveu momentos marcantes como o atravessar as fronteiras de dez países, vivenciando toda a burocracia e o abu-so das propinas. “As pessoas querem passar legalizadas, mas há dificulda-des reais. Por isso a corrupção. Eu fiquei muito decepcionado. Vou retratar esse episódio no meu livro”.

Um dos bons momentos da via-gem foi a trajetória de três meses pelo México, onde contou com a companhia do pai. A namorada, a canadense, Emma Brazier, também percorreu alguns tre-chos. No Brasil ela o acompanha dando suporte em um carro cedido pelos Inde-pendentes de Barretos, que são patro-cinadores de Filipe. “Sem o apoio deles eu não chegaria ao Brasil, pois enfrentei muitas dificuldades para entrar na Amé-rica do Sul”, afirmou. Por dois países não pode cavalgar: Venezuela e Colômbia, pois, se passasse por eles, os animais não poderiam entrar no Brasil. A solução foi cruzar esses países de avião.

O caminho foi cercado de histó-rias interessantes, de personagens in-trigantes, fatos e acontecimentos que encheram de riqueza a história do Ca-valeiro das Américas. Como a bondade

das pessoas que dividiam seu único ali-mento e um pedido inusitado de um ra-paz do Colorado/EUA: levar as cinzas da irmã na viagem e distribuí-las em uma paragem, pois era o sonho dela fazer uma viagem assim. “Até hoje a cinzas dela me acompanham. Acredito que ela é um anjo protetor”.

Vivenciou a solidão e fez a sua grande autoanálise. Sem comunicação com a família por muitos dias vivenciou a ausência nas datas especiais como o natal e aniversários.

Conheceu inúmeras pessoas, não só aquelas que o encontravam e lhe da-vam presentes, muitos dos quais nem pôde carregar, como cachorro, cavalo, espadas, pingas e até pedaço de bolo velho. Havia também aquelas pessoas que faziam questão de segui-lo em par-te do trajeto. “A vida hoje é muito fácil. Se você quer água abre a torneira, que-remos algo gelado, temos a geladeira, a comida é fácil, está pronta. Eu apren-di a valorizar tudo nesta viagem, desde um pouco de água até uma lata de sar-dinha, em muitos lugares era apenas o que eu tinha. Aprendi a valorizar o que é real, a família. Esta viagem não é só minha, é de todos os que me ajudaram”.

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Da paixão à profissão o Quarto de Milha e sua reprodução

O que era apenas uma brincadeira

de criança, a famosa polícia

e ladrão, com cavalaria montada

e corridas por entre cafezais,

transformou-se em esporte, por

longos 13 anos,e também em

profissão para o empresário

Marco Antonio de Araújo Junior.

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Proprietário da Central Gene-qui, que presta serviços de inseminação artificial (IA), transferência de embrião (TE), coleta de garanhões, alojamento para do-adores e aluguel de receptoras, Junior, de apenas 27 anos, recebeu a equipe da Terra Boa na Fazenda Renascer, em São José do Rio Pardo, ao som dos pássaros Fogo Apa-gou e Bem-Te-Vi. Falou sobre como a es-colha de sua profissão foi sendo delineada ali mesmo, na fazenda.

Filho do dentista Marco Antonio de Araújo e da paulistana de família quatrocentona, Maria de Lourdes Fran-co de Camargo Araújo, Junior nasceu em Santo André, mas foi na Fazenda Re-nascer que viveu toda a sua infância e, atualmente, passa a semana trabalhan-do com genética de equinos, nas terras que foram dadas ao seu tetravô, o Capi-

tão Francisco Soares, da Guarda Imperial de Dom Pedro II, antes de 1800.

“Aqui sempre foi região de produ-ção de café e a grandiosidade era tama-nha que a Enciclopédia Lavousier trouxe por vários anos seguidos o terreiro de café como um dos maiores do mundo. Tem o tamanho de 1 alqueire e é feito to-talmente com tijolos. Conservamos ativo o terreiro, mas claro que não com a mes-ma quantidade de produção. Trabalha-mos com lavouras de café, haras e a cen-tral de reprodução. Fazemos tudo com cinco funcionários”, explica Junior.

O primeiro contato com cavalos - conta o empresário – ocorreu quando ele tinha apenas um ano. Foi paixão. Os pais contam que o primeiro tombo foi aos dois anos, mas isso não criou nenhum trauma na criança. “Ainda quando pequeno, an-

dava no cavalo em pelo. Esta fazenda se transformava praticamente em colônia de férias para todos nós que vínhamos brincar aqui. Foi paixão, hoje é investi-mento e negócio”, diz.

Em um churrasco entre amigos de seus pais, Bruno Junqueira levantou a pos-sibilidade de Junior, com 13 anos à época, participar da prova de Team Penning, em Holambra/SP. Junior confessa que tinha in-teresse em ser veterinário, mas não tinha interesse em participar de provas. Acabou cedendo e foi com cavalo emprestado e sem saber quais eram as regras.

“Tudo era emprestado e fiz parce-ria com Bruno Junqueira e Luísa Petro-celli. Na primeira prova, ficamos na 5ª colocação o que nos incentivou a par-ticipar das outras provas, pois se trata-va de um campeonato. Todas as provas

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eram aos domingos, o que significava sa-crifício e cansaço a todos da família. No final, o trio ficou em 2º lugar, perdendo para o irmão de Luísa, Moacyr D’ávila Pe-trocelli. No ano seguinte, formamos o trio: Moacyr (Tigrinho), Bruno e eu, e fomos campeões da categoria mirim. Por varios anos eu e o Tigrinho corremos juntos, sem-pre com um parceiro novo, e por 10 anos subimos ao pódium”, lembra o vencedor das categorias mirim, jovem e aberta.

Os pais investiam por se tratar de esporte credenciado e ligado à Liga Regional Leste Paulista e à ABQM (As-sociação Brasileira de Quarto de Mi-lha). Comprou seu primeiro cavalo no segundo ano de campeonato e parti-cipou de cursos. “Compramos o Bravo Sambadger, cavalo de Sandra Navar-ro, e ele foi o primeiro grande perso-nagem da minha história. Um fantás-tico cavalo de apartação e ninguém tinha um, com aquele potencial para Team Penning. Compramos por um valor aquém do mercado, mas soube-mos depois que o proprietário iria usar o dinheiro em campanha política. Corri oito anos com ele. Bravo hoje tem 25 anos e ainda está na Fazenda Renas-cer”, afirma.

Em 2007, Junior foi correr em cam-peonato mundial em Houston e Dallas, nos Estados Unidos. A dupla formada com Sandra Sanches, de Jaguariúna/SP, foi fina-lista do Ranch Sorting, competindo com mais de 1200 duplas.

Ainda em 2007, trancou a faculdade de medicina veterinária e foi fazer estágio na Inglaterra, em um Haras especializa-do em cavalos de corridas. “Lá vislumbrei

todo o universo do cavalo e o potencial para negócios com equinos. Tomei gosto pela reprodução e, ao voltar ao Brasil, corri uma prova em Guaxupé/MG com Moacyr e Luis Manoel Tranquillini, o Nenel. Classi-ficamos em último para a final. Foi neste dia que ‘conversei’ com o Bravo e disse: ‘se ganharmos esta prova você se aposenta’. Nunca mais montei o Bravo”, disse.

O atleta foi então em busca do substituto de Bravo. Em dois anos com-prou perto de 10 cavalos e nada de apa-recer um à altura da sinergia que tinha com o companheiro de longa data. “Foi então que surgiu a segunda persona-gem da minha história: a Vicky Pine, de raça americana. Toda a história america-na foi construída no lombo de equinos Quarto de Milha, que, há 51 anos, estão no Brasil. Com a Vicky, vencemos vários campeonatos”, salienta.

Junior confessa ter um ‘relicário equino’ na Fazenda Renascer. “Todos os animais que fizeram parte da minha tra-jetória estão aqui. Faço questão de tratá--los muito bem, eles têm tratamento vip, assim como todos os animais da fazenda”.

Mercado

Junior viu no mercado de equi-nos a possibilidade de trabalho de uma maneira globalizada. Ele presta assesso-ria aos competidores. “O mercado exige assessoria até mesmo para compra de equinos. E como nunca quis me desli-gar deste universo, busquei permanecer de maneira interessante. Fiz cursos para me tornar juiz de provas pela ABQM (As-sociação Brasileira de Quarto de Milha)

“Esta fazenda

se transformava

praticamente em

colônia de férias

para todos nós

que vínhamos

brincar aqui.

Foi paixão, hoje

é investimento

e negócio”

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e meus finais de semana são julgando campeonatos pelo Brasil afora. E, parale-lamente, fui me profissionalizando para a criação da Genequi”, disse.

Como Junior trabalhou durante o es-tágio na Inglaterra com cavalos de corridas e viu muitas histórias tristes, principalmen-te com a sacrifício de animais, ele decidiu fazer o inverso: gerar novas vidas e com isso novos atletas.

“O estágio que fiz com o veterinário Geraldo Santos Castro Neto e a experiência na Inglaterra me encaminharam à área de reprodução equina. Montei a base do meu criatório com o apoio financeiro dos meus pais. Adquirimos cinco matrizes e, com os garanhões de alguns amigos, iniciamos nosso plantel em 2005. Em 2010 meu pai e os amigos Sebastião Antonio Fernandes Secco, o Toninho Tropeiro, e Edson Pedro-so Borges, me acompanharam em viagem de turismo aos EUA, que acabou resultan-do na compra de um garanhão america-no. Andamos 15 dias e mesmo com a as-sessoria de Carlos Deleu estava difícil. Mas, encontramos um potro de 1 ano e sete meses que agradou a nós todos, pela es-trutura, morfologia e pedigree. Se tratava de San Pepto, o nosso grande investimen-to e conquista”, constata.

Aos dois anos San Pepto já estava realizando coberturas e a primeira gera-ção de potros da central já está espalha-da pelo Brasil. Já foram vendidas mais de 100 coberturas.

“Sou exigente com genética, com a criação e com os funcionários. Temos que oferecer qualidade e fazemos isso para nossos clientes, que também são exigentes. São, principalmente, dos

estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso. Asses-soro desde a montagem de um haras, ao treinamentos de funcionários, parte sanitária, veterinária e aquisição de ani-mais com orientações para modalidade de provas e treinadores”, assegura.

Antes de se colocar no mercado como veterinário, Junior submeteu suas éguas e garanhões aos resultados de seu seus serviços. “Da experiência de meu pai, como profissional da área de saúde, espelhei-me em sempre usar os melhores equipamentos e ma-teriais de primeira linha, sob o lema: ‘faça sempre o melhor que você puder fazer’. O primeiro ano da central foi de apenas investimentos e retorno inter-no. Formei meu plantel. Comprei 100 receptoras, das quais fui fazendo uma seleção e, ao final de um ano, fiquei com 30 éguas. Hoje, contamos com cerca de 50 éguas selecionadas pela habilidade materna”, disse.

De julho de 2013 a fevereiro de 2014 já foram reproduzidos 48 embriões de clientes e 11 próprios para a Fazenda Re-nascer. “Estou sempre buscando inovar e oferecer vantagens e facilidades para meus clientes. O mercado é promissor e minha meta é fechar o ano com um nú-mero de embriões bem alto, alem de sur-presas para estação de monta, 2014/2015. A Central Genequi no ano passado supe-rou 90% de resultado de prenhes positiva. Fui abençoado em 2013 e espero repetir o mesmo em 2014”, conta Junior.

Juiz

Marco Junior já atuou como juiz em provas do Campeonato Nacional, Con-gresso, Potro do Futuro e Copa dos Cam-peões pela ABQM. “Pelo menos uma vez a cada 15 dias tem uma prova; com uma avaliação justa procuro ajudar os compe-tidores para que não passem pelas difi-culdades pelas quais passei”.

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O Parque de Exposições Dr. Fernando Cruz Pimentel,

em Avaré/SP, foi palco do maior evento da raça Quarto

de Milha, o 37º Campeonato Nacional de Trabalho e

Conformação 2014, que aconteceu de 19 a 27 de julho

e apresentou mais de dois mil animais em competição.

O evento foi uma promoção da Associação Brasileira

de Criadores de Cavalo Quarto de Milha.

Avaré é palco do maior evento da raça Quarto de Milha

Fotos: Divulgacão ABQM

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Para os campeões das 18 modalidades do QM foram distribuídos 850 troféus, 250 fivelas e R$ 1 milhão em premiações. O público surpreendeu: passaram pelo parque 40 mil pessoas nos nove dias do evento. O faturamento de R$ 17,8 milhões em leilões também mostrou a força do Con-gresso. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), Marcelo Fer-reira, o evento superou as expectativas em negócios e em qualidade dos competidores.

Foram 250 campeões em provas de 18 modalidades; mais de dois mil cavalos entraram em pista para as com-

petições. Agora, a Associação se prepara para a realização do próximo evento em Avaré. O 35º Potro do Futuro e a 8ª Copa dos Campeões, que serão realizados de 13 a 19 de ou-tubro, no Parque de Exposições Dr. Fernando Cruz Pimentel. Antes, a ABQM realizará o 7º Congresso Brasileiro de Laço Comprido, nos dias 5 e 6 de setembro, no Parque Assis Bra-sil, em Esteio/RS, e duas semanas após, o 9º Campeonato Nacional e Potro do Futuro de Laço Comprido, de 19 a 21, em Campo Grande/MS.

Além do Campeonato Nacional, foram realizados diversos leilões apoiados pela ABQM. Entre eles, 1º Amigos do Trabalho, 8º Parceiros de Raça, 2º JBF Ranch, 15º WV, 10º Fazenda Carua-na, 9º Haras Sacramento e 4º Belinatto Romanelli, que comer-cializaram 281 animais por R$ 16.823.800,00, proporcionando a expressiva média geral de R$ 59.871,17. Além desses valores, foram vendidas 250 coberturas por R$ 1.059.880,00.

Destaques dos leilões O Haras WV, de Wilson Vitório Dosso e convidados, rea-

lizou a 15ª edição do Leilão WV, totalizando R$ 3.445.000,00. O lote destaque foi a venda de 50% da campeoníssima nas pistas de Três Tambores e com grande destaque na re-produção Brasita Moon ZO (Zevi CRC x Dancer Toro Hes – Apollo VM), por R$ 552 mil.

Proporcionalmente, esta venda a credencia a se tornar a recordista de preço da raça, passando da propriedade de Ma-rília Cunha Frahya para o criatório de Antonio Carlos Ferretti, titular do Haras Ferretti, da cidade catarinense de Garuva.

Há quatro anos investindo no mercado de Quarto de Mi-lha, Ferretti tem planos de fazer quatro embriões de Brasita a

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Brasita Moon, égua de 15 anos, 50% do animal foi vendido por R$ 552 mil

Pretty Whiz Pretty Gun, potra importada de dois anos, vendida por R$ 480 mil

Flo Tears Only, égua de oito anos, vendida por R$ 456 mil

Fortunes Zorrero, potra de nove meses, vendida por R$ 266 mil

Real Gun, garanhão de 17 anos que teve 15 cotas

de coberturas comercializadas por R$ 408 mil

O grande destaque entre os lotes foi para a venda de 50%

da égua Brasita Moon, pelo montante de R$ 552 mil

O segundo animal mais caro dos remates foi Pretty Whiz Pretty Gun,

uma potra importada de dois anos, vendida por R$ 480 mil

cada estação de monta. Empresário dos setores de transporte e ex-portação de madeira, Ferretti foi o investidor que mais comprou em-briões no país nos últimos dois anos, foram 70 ao todo.

O Leilão Haras Sacramento, promovido por Jefferson Ab-bud e seus convidados especiais, em sua 9ª versão, que tam-bém aconteceu no tattersall do Parque Doutor Fernando Cruz Pimentel, superou seu próprio recorde atingindo a expressiva média de R$ 100,5 mil pela comercialização de 40 animais por R$ 4.020.000,00. Valores médios que superaram em aproxima-damente 18,5% os números do ano passado.

Do plantel anfitrião – Haras Sacramento – as maiores co-tações foram obtidas pelas fêmeas: Custom Red Ruby (Custom Crome x Otter Run Terri, por Dun Berry), reprodutora importada com prenhez de Gunner Boy, foi adquirida pelo criador Luís Fran-cisco Miranda (Paddock Ranch), de Itapira/SP, por R$ 139,2 mil; e

a potra de 22 meses, importada no ventre, Wimpys Special Nite (Wimpys Little Step x Special Gunner Nite, por Colonels Smokin Gun – Gunner), comercializada para o gaúcho José Fernando Fagundes, titular do Haras Virginia, no município de Portão/RS, pela quantia de R$ 132 mil.

CHIP

A ABQM deu início à chipagem dos cavalos da raça que competem em suas provas. Durante o evento, os primeiros 400 animais receberam o dispositivo. A partir de 2015, será obrigatória a implantação de chip para todos os cavalos já no Congresso Brasileiro, que será realizado em abril.

De acordo com o superintendente técnico da ABQM, Daniel Costardi, o procedimento é simples e rápido. Em me-nos de um minuto, um médico veterinário implanta o dis-positivo no pescoço do animal, com aplicação intramuscu-lar, logo abaixo da crina (no ligamento nucal), com a ajuda de um aplicador. O chip é do tamanho de um grão de arroz e não causa efeitos colaterais. O código de barras presente no chip é único, vinculado ao número do registro na ABQM e a todo o histórico do animal (nome, idade, filiação, carac-terísticas de conformação física, dentre outras informações).

Das próximas vezes que o cavalo chipado der entrada em um evento ABQM, a equipe fará a leitura do chip com um scanner de mão e a identificação será imediata.

R$ 17,8 milhões comercializados em leilões

40 mil visitantes em 9 dias de evento

5,4 mil inscrições

2,3 mil cavalos (entre competidores e cavalos de leilões)

Mais de R$ 1 milhão em prêmios

250 fivelas aos campeões

850 troféus entregues aos três primeiros colocados de cada prova

90 estandes de patrocinadores e apoiadores

Os animais de destaque dos leilões Campeões e resultados

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Rua Major Capile, 1467 - Canteiro Central - Dourados/MSFones: (67) 3421-2810 ou (67) 9971-4868

E-mail: [email protected]

Agenciamento e Intermediações, Compra e Venda, Permutas e outros Negócios Relacionados a Imóveis Urbanos,

Rurais e Industriais, Títulos do Governo (LTN, precatórios e outros).

Corretor Sebastião Marcondes de Melo Lemos - Creci nº 2863 e Região 14

MELO LEMOS & CIA

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Artig

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Doenças Primovacinação Reforço Reforço Observação

Observar as recomendações do fabricante e do

médico veterinário

Manter sempre as vacinassob refrigeração (nunca

congelar)

O reforço da raiva emalguns estados está sendo

semestral

Após30 dias

Anual

Após 30 dias Anual

7º mês Toda prenhês

Anual

A cada6 meses

Potros a partir de 4 mesesAdulto em qualquer idade

Potros A partir dos 4 meses

5º mêsÉguas Prenhes

Potros a partir dos 4 mesesAdulto em qualquer idade

Potros a partir dos 4 mesesAdulto em qualquer idade

Herpes Vírus

Influenza

Doenças

Raiva

Garrotilho

Encefalomielite

Vacinação

Muitas são as doenças que acometem os equinos e que podem ser prevenidas através da vacinação. Algu-mas são obrigatórias, outras são zoono-ses (afetam também ao homem) e ou-tras são problemas de saúde apenas dos equinos, mas que podem e devem ser prática comum.

A vacinação é a indução de imuni-dade (produção de anticorpos) em um animal saudável, através da inoculação de vírus inativo, parte do vírus ou da bac-téria ou o vírus atenuado.

De uma forma geral, na maioria das doenças que podem ser preveni-das por vacinação, deve-se proceder a um esquema anual, iniciando-se em po-tros aos 4 meses de idade, com reforço

após 30 dias e depois anualmente com dose única. No caso de animais adultos em primovacinação (vacinação feita pela primeira vez), também se procede um reforço após 30 dias da primeira dose e depois anualmente com dose única.

Exceções podem ocorrer depen-dendo da vacina, então devemos ob-servar atentamente as instruções do fabricante ou ao critério do médico veterinário.

Para uma boa resposta vacinal, quer seja em potros ou em adultos, os animais devem estar em bom estado nutricional e desparasitados. Devemos ter um cui-dado especial com a assepsia para um esquema efetivo de vacinação. A utiliza-ção de agulhas e seringas descartáveis

e o local de aplicação limpo é condição fundamental para a boa resposta imune.

A imunidade ocorre, em geral, após 10 dias da última dose. As princi-pais patologias que afetam o cavalo e que podem ser controladas através da vacinação são: Tétano, Influenza Equi-na, Encefalomielite, Herpes Vírus, Raiva e Garrotilho.

Com o aumento do número de provas e eventos equestres por todo o país, elevou-se a frequência de trânsi-to e aglomeração de animais e, conse-quentemente, adisseminação de do-enças. Assim, é de grande importância a implantação de um programa de vacinação adequado para a prevenção das doenças.

RUA AIROSA GALVÃO, 97 | ÁGUA BRANCA | SÃO PAULO | SP | CEP: 05002-070TEL: (11) 3884-5533 | WWW.EMBRAL.COM.BR

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SER NÚMERO UM SÓ FAZ SENTIDO COM A SUA SATISFAÇÃO

Por Gustavo Lima Garrido

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SER NÚMERO UM SÓ FAZ SENTIDO COM A SUA SATISFAÇÃO

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Nelore VR genética de ponta com tradição

A marca VR comemora seus 100 anos em 2014. A criação

do Nelore, com uma genética das mais reconhecidas do mercado,

começou na Fazenda Macega, em Uberaba/MG, onde Vicente

Rodrigues deu início ao criatório com 16 novilhas adquiridas de Hipólito

Rodrigues da Cunha. No auge dos seus 22 anos, Vicente fez história,

iniciando uma identidade genética muito respeitada. Para o seu plantel,

Vicente procurou as melhores origens e os animais eram buscados

onde se pudesse comprovar o DNA em potencial.

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Já na década de 30, foram adquiridas, de uma só vez, 600 matrizes Nelore do rebanho de Geraldino Rodrigues da Cunha, dono da marca 22. A marca VR se consolidava no Brasil, acompanhando a visão empreendedora do jovem Vicente. Do mercado interno, ele passou a adquirir animais importados, de mineiros e baianos. Um deles foi o Bacurau, um garrote que valia ouro. Era a marca VR se concretizando no Brasil.

Antes de falecer em 1942, Vicente Rodrigues conseguiu ver seus animais campeões nas exposições de gado em Uberaba. Nassik, Lama, Rodopio, Bagi, Indu eram alguns dos animais VR que ganharam destaque nacional e deram condições para a prosperidade da marca.

No meio do século passado, a genética VR já era motivo de orgulho para a família, então liderada por Olinda Arantes Cunha, na sucessão do marido. A consolidação definitiva aconteceu na década de 60, quando o filho Torres Homem Rodrigues da Cunha, já a frente do trabalho, definiria os rumos do ne-gócio com o Nelore. O empreendedorismo dele apresentou novos conceitos: enviou dois especialistas da raça à Índia. O veterinário José Deutsch e o José da Silva, o Dico, reconhecido por todos os criadores da raça pelo seu grande feeling na seleção de animais, buscaram pessoalmente, durante dois anos, os melhores exemplares do Nelore. Karvadi, tetracampeão indiano e super-campeão Nelore da Ásia em 1961; Bima, Campeão dos Puxadores de Pedra; Go-lias, Campeão de Peso da Índia e Rastã; matrizes como Marna, Campeã da Índia; Langri; Hiderabad, outra Campeã Indiana; Ashoka (mãe de Badã, Chakar e Isharã);

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Chilara, Gunã, Sanobar, Andra, Mahanandi, Chintalade-vi, entre outras, são alguns dos nomes pesquisados e trazi-dos diretamente da pátria do Nelore para o Brasil.

A expedição não foi fácil. Em Madras, o gado ficou re-tido à espera de autorização do governo brasileiro para em-barque. Mas os cuidados com os animais não pararam. Os nascimentos daquele “centro de seleção VR” foram oficial-mente comunicados e controlados pela ABCZ.

Desse rebanho, sairiam os nomes mais famosos do Ne-lore brasileiro, por exemplo, Chummak (Karvadi x Langri), que viria a ser Tricampeão Nacional.

A evolução da marca resultou na criação da Central VR, o primeiro laboratório nacional de congelamento de sêmen e inseminação do Brasil, com sede na Chácara Zebulândia, em Araçatuba/SP.

Em 2014, os herdeiros da VR comemoram o ineditismo de se chegar ao centenário de uma marca. Todos os filhos de Torres Homem trabalham com a pecuária e a marca VR é mantida por alguns dos herdeiros.

Na Fazenda Fortaleza, em Araçatuba/SP, José Carlos Prata Cunha mantém a tradição de sucesso do avô Vicente Rodrigues da Cunha. As atividades se estendem em vários segmentos do agronegócio, como a venda de animais de

elite, venda de sêmen, prestação de serviço para coleta de sêmen, exame de DNA e engorda de gado comercial.

Nas pistas de julgamento, a marca VR brilha com os destaques do plantel. O grande destaque da seleção da Fazenda Fortaleza são as descendentes da Vena da Zebu-lândia VR. Vena descende da Miose Zeb VR e Jarina Zeb VR, as melhores matrizes das suas gerações (décadas de 80 e 90), descendendo ainda da Lama VR, Grande Campeã da Expozebu de 1960. Vena é mãe de diversas doadoras que são destaques no cenário nacional como Enndy Fort VR, Glade Fort VR, Elfa Zeb VR, Flor Maab Fort VR, Dijany FIV do Carmo e ainda avó da Reservada Grande Campeã Nacional de 2011, Izabella FIV Fort VR. Mostrando a força desta fa-mília, Izabella é mãe da Bella FIV Ciav, Campeã Bezerra da Expozebu 2014.

Para José Carlos, o trabalho iniciado pelos anteceden-tes será continuado, e a novidade é uma parceria com o Ne-lore JOP, com uma nova importação de genética da Índia, trazendo novas linhagens a serem incorporadas no gado atual e refrescamento de sangue.

“O que buscamos é evoluir em todas as características importantes da raça Nelore como ganho de peso, acaba-mento, habilidade materna e fertilidade, tomando o cuida-do de preservar a beleza racial do rebanho. A introdução das linhagens que estão chegando também pode agregar no aspecto de rusticidade, característica muito importante da raça”, completa.

José Carlos comemorou os 100 anos da marca em lei-lão realizado no dia 19 de julho. Uma promoção do Grupo VRJC que mostrou a grandiosidade da marca, num túnel da história, registrando as fotos dos principais fatos e repro-dutores que fizeram com que a marca VR conquistasse 61 Grandes Campeonatos Nacionais, assim como a conquista da VRJC do hexacampeonato de melhor expositor nacional do Ranking da ACNB.

Para promover esse encontro, foram necessários me-ses de pesquisa e catalogação de troféus, fotos, persona-gens e títulos que marcam a bela trajetória da marca VR no centenário nacional.

Mais dois leilões comemorativos pelos 100 anos da marca VR serão realizados por Vicente Rodrigues Cunha. Durante o seu leilão anual de touros, a ser realizado em 02 de setembro, com animais PO e POI fechados na marca VR, pelo Canal do Boi, e um leilão de fêmeas, em 04 de outubro, pelo Canal Rural.

Dos herdeiros de Torres Homem, José Carlos, Vicente,Torres Lincoln, Joaquim Vicente, Maria Helena e Li-lian trabalham com pecuária. José Carlos detentor da marca VRJC, Torres Lincoln Prata Cunha com a marca Potty VR, Vi-cente com a VRC, Maria Helena com a marca VRJO e os her-deiros de Joaquim Vicente com a marca VR Guaporé.

Para promover esse

encontro, foram

necessários meses de

pesquisa e catalogação

de troféus, fotos,

personagens e títulos

que marcam a bela

trajetória da marca VR

no centenário nacional.

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Karvadi em sala de Troféus da VRJC

Em ambiente de leilão

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enét

ica A busca constante por resultados positivos

e por uma fórmula que defina, cada vez

mais, um rebanho altamente eficiente

é o objetivo principal dos Programas

de Melhoramento Genético das raças

zebuínas brasileiras. O momento de

discussão e troca de informações desses

programas acontece na Expogenética.

A sétima versão da mostra acontece de 16

a 24 de agosto, no Parque Fernando Costa

em Uberaba/MG. A partir de estudos do

professor de zootecnia Mateus Paranhos,

da Unesp em Jaboticabal/SP, a feira terá

como tema o temperamento animal e

como ele interfere na produção.

A Expogenética foi criada com o intuito de ser uma mostra demo-crática, para que todos os programas de melhoramento genético possam com-partilhar processos e abordagens e con-vergir para uma condição mais assertiva. “É a possibilidade que os programas têm de estar juntos, no mesmo momento e no mesmo espaço, criando uma siner-gia. Para o produtor de corte ou de leite é bom para que ele veja que o programa com o qual ele trabalha conversa e respei-ta os outros, o que gera mais confiança”, pontuou o superintendente técnico da ABCZ, Luiz Antônio Josahkian.

A Expogenética pode ser considera-da uma ferramenta de busca para alinhar as características e potencialidades de cada raça, cabe aos produtores de carne e leite entenderem esta dinâmica. “É pre-ciso deixar claro que nenhum programa tem mágica e que tudo depende de re-sultados”, disse Josahkian. Para quem já está acostumado com as interfaces da genética, sabe que a seleção não é um processo imediatista, em que os dados já compõem um resultado rápido.

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O mercado

Fazendo uma análise sobre a eco-nomia e as negociações com zebuínos, Luiz Josahkian acredita no amadureci-mento do mercado nacional, com uma conscientização sobre as estratégias de avaliação, ou seja, tentar colocar na ba-lança os critérios que podem ou não ser medidos para que o animal tenha sim, melhor avaliação e valorização, porém com funcionalidade.

Ele considera que o mercado inter-no ainda tem potencialidades não ex-ploradas que podem ser cada vez mais trabalhadas no campo e nos sistemas de produção, o que influenciaria direta-mente no aumento da procura de mate-rial genético brasileiro por outros países. “Temos que trabalhar o temperamento para atender à demanda de diferentes culturas, como as dos países centroame-ricanos e da América do Sul. A demanda teórica do Brasil é de 250 mil touros por ano e não estamos ainda abastecendo esse mercado”, pondera.

O Melhoramento

Genético

Nas palavras do professor, espe-cialista e pesquisador, Raysildo Barbosa, o melhoramento genético é aplicado para todas as espécies nas quais o objeti-vo é a produtividade e tem importância econômica em qualquer produto como eucalipto, soja, cana de açúcar, suínos, aves e, também, os bovinos para corte e leite. Ou seja, conhecer geneticamen-

te os bovinos, identificar e multiplicar os melhores animais, é parte fundamental para a evolução do produto carne ou leite. “Falando especificamente de bo-vinos de corte, que é a especialidade da ANCP ( Associação Nacional de Criado-res e Pesquisadores), a evolução nesses 26 anos de trabalho junto aos pecuaris-tas é muito significativa, conseguimos reduzir a idade do abate, a idade do pri-meiro parto das matrizes, melhorar as ta-xas de fertilidade e melhorar a qualidade das carcaças. Sabemos que muito temos que fazer ainda, mas estamos andando a passos largos”, considera.

Para José Bento Ferraz, também pro-fessor e pesquisador do CNPq, (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa Tecnológica) os programas de melhora-mento genético tomaram grande impul-so no início dos anos 90, com o início do uso de metodologias de modelo animal, considerando toda a matriz de parentes-co para gerar as DEP’s (Diferença Esperada de Progênie) dos animais. Esse início foi potencializado pela adesão de programas privados, autorizados pelo MAPA a emitir CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção), que dão a animais não regis-trados pelas associações de criadores um tipo de certificado dos reprodutores ge-neticamente avaliados e escolhidos entre os 30 % (no máximo) melhores, segundo critérios de seleção definidos para esse programa. Estes animais recebem os mes-mos benefícios fiscais dados aos animais registrados. Além desses benefícios, os animais de CEIP, hoje conhecidos, “animais de prova” podem ter seu sêmen colhido e

Temos que

trabalhar o

temperamento

para atender

à demanda

de diferentes

culturas, como

as dos países

centroamericanos

e da América

do Sul.

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comercializado pelas empresas do setor. “Esses programas de CEIP, que tinham e têm critérios de seleção muito bem de-finidos e adequados ao sistema produti-vo da pecuária brasileira, obtiveram enor-me sucesso de mercado e têm vendido reprodutores a preços médios acima da média de mercado, material genético que tem apresentado respostas favoráveis aos clientes”, diz. Esse sucesso comercial cau-sou resposta rápida nos programas das associações de criadores e essa resposta tem mudado de maneira acentuada a ve-locidade de ganho genético de todos os programas. “Os reprodutores bovinos de hoje são selecionados de maneira muito mais próxima aos objetivos do pecuarista que os usa. Essa foi a grande importância desses programas, que mudaram a pecu-ária do Brasil”, salienta .

Leite Natural

O 2º Concurso Leiteiro Natural acon-tece também durante a feira, com a dis-puta aberta a todas as raças e medição da produção de leite num sistema a pas-to com suplementação. Josakian desta-ca que não cabe neste concurso animais com super alimentação. É o momento de saber como se efetiva a produção susten-tável sobre os custos de produção, o que garante um ganho comercial para as raças e para o zebu brasileiro.

A expectativa é de que participem entorno de mil animais este ano e nove programas de melhoramento genético, além das centrais de inseminação par-ceiras da ABCZ.

Avaliação de Touros

Durante a 7ª ExpoGenética, aconte-ce também a escolha dos reprodutores jovens participantes da quinta edição do PNAT (Programa Nacional de Avaliação de Touros). No primeiro dia de feira, os ani-mais inscritos no programa, já vistoriados e aprovados pelos técnicos da ABCZ, se-rão submetidos a novo exame andrológi-co. O exame, que será feito por profissio-nal indicado de comum acordo entre as centrais, aprovará ou não o animal para seguir o processo de seleção. A entrada para o exame andrológico foi programa-da para os dias 14 e 15 de agosto.

Na mostra, todos os animais pré--selecionados e aprovados no exame andrológico, serão submetidos à análise e aprovação de três comissões. Dia 18, os touros serão avaliados pela comissão de técnicos da ABCZ e pela comissão de criadores participantes do PMGZ que es-tiverem presentes na feira, não proprie-tários de animais candidatos. A comissão formada por técnicos das centrais de in-seminação participantes fará sua avalia-ção dia 19 de agosto. A novidade desta

A base de

dados do PMGZ,

de onde foram

garimpados

os melhores

tourinhos

da geração

2013, era de

117.584 animais

avaliados.

A Expogenética vem com uma novidade este ano, a abertura de benefícios para o Gir leiteiro. Tudo que existia para o corte, será esten-dido primeiramente a essa raça leiteira, como os acasalamentos dirigi-dos, controles de confiabilidade, acompanhamento de tendências ge-néticas, entre outras. “Queremos trabalhar com as raças Guzerá e Sindi, em um segundo momento”, explicou Josahkian.

O 2º Concurso Leiteiro Natural acontece também durante a feira, com a disputa aberta a todas as raças e medição da produção de leite num sistema a pasto com suplementação. Josahkian destaca que não cabe neste concurso animais com super alimentação. É o momento de sa-ber como se efetiva a produção sustentável sobre os custos de produção, o que garante um ganho comercial para as raças e para o zebu brasileiro.

A expectativa é de que participem em torno de mil animais este ano e nove programas de melhoramento genético, além das centrais de inseminação parceiras da ABCZ.

A mostra

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O total de touros aptos a partici-par do Programa apresenta os nomes e as avaliações de 10.042 animais. Além das raças que participam desde a estreia do processo seletivo, a edição 2014 tem a novidade da inclusão de reprodutores das raças Sindi e Indubrasil.

A pré-seleção leva em considera-ção os índices de avaliação genética de cada raça (iABCZ), com classificação TOP até 3% para a raça Nelore; até 5% para as raças: Brahman, Gir, Guzerá e Tabapuã; e até 10% para Sindi e Indubrasil.

“Os animais foram eleitos no mês de agosto e em um prazo menor ao de 90 dias já tinham sêmen disponibilizado ao mercado pelas centrais ABS Pecplan, Alta Genétics, CRI Genética, Maya Ge-nética e Semex. A informação compro-va a eficiência do Programa, que tem a capacidade de executar, em um espaço de tempo muito curto, todos os proce-dimentos necessários para que a genéti-ca desses touros, que são novos e inédi-tos, seja testada. Com certeza, no final do próximo ciclo teremos as primeiras pro-gênies para começar a avaliar o desem-penho desses reprodutores jovens. Im-portante também é destacar que temos tudo isso dentro de um sistema que, ao incluir os rebanhos colaboradores, enri-quece o estudo, porque contempla uma variabilidade maior na base genética”, explica o gerente de Melhoramento Ge-nético da ABCZ, Lauro Fraga Almeida.

A ABCZ, através do PMGZ, identifica os touros jovens com idade entre 18 e 30 meses, tendo como data base 15 de agosto de cada ano. A primeira seleção dos touros jovens é feita com base nas suas avaliações genéticas, devendo es-tes ter iABCZ com classificação TOP até 3% para a raça Nelore; até 5% para as raças: Brahman, Gir, Guzerá e Tabapuã; e até 10% para as raças Sindi e Indubrasil.

Os animais candidatos serão avaliados previamente em suas propriedades de origem por técnicos credenciados da ABCZ. Nesta ocasião, os touros deverão ser inscritos no Registro Genealógico Definitivo, com apresentação obrigatória de exame andrológico, qualificando-o como apto à reprodução.

Os touros jovens são conduzidos para as centrais, onde serão submetidos ao manejo para coleta processamento e congelamento de sêmen para distribuição aos rebanhos colaboradores e comercialização.

Nesta fase, os animais vistoriados e aprovados pelos técnicos da ABCZ deverão participar da ExpoGenética 2014 e apre-sentar novo exame andrológico. Ainda durante a mostra, todos os animais pré-selecionados e aprovados no exame an-drológico serão submetidos à análise e aprovação de três grupos formados por todos os técnicos da ABCZ, por criadores participantes do PMGZ e por técnicos das centrais de inseminação que são parceiras do projeto PNAT.

A etapas do PNAT

1º Fase

2º Fase

4º Fase

3º Fase

Professor Bento

Raysildo Barbosa

Lauro Fraga Almeida

prova é a inclusão, pela primeira vez, de animais das raças Sindi e Indubrasil.

A base de dados do PMGZ, de onde foram garimpados os melhores touri-nhos da geração 2013, era de 117.584 animais avaliados. Os candidatos que efetivamente foram exibidos em Ubera-ba no ano passado passaram pelo crivo de quase 300 técnicos, criadores e repre-sentantes de centrais. Entraram no PNAT 2013, 16 reprodutores jovens. Estão com material genético disponível animais da raça Nelore (10), Tabapuã (2), Brahman (3) e Guzerá (1). Quase todos já preenche-ram os requisitos do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e obtiveram licença para a produção de sêmen ser ofertada ao mercado e distri-buída no Programa.

Hoje a ABCZ conta com 139 reba-nhos colaboradores em 17 estados bra-sileiros, de todas as regiões do país. Os destinos das 600 doses de cada animal são criatórios do Paraná, São Paulo, Mi-nas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito San-to, Bahia, Sergipe, Paraíba, Ceará, Mara-nhão, Pará, Tocantins, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.

O processo para a utilização das pa-lhetas do PNAT é abrangente e democrá-tico. Os proprietários dos rebanhos cola-boradores manifestam o interesse de trabalhar com a produção de pelo me-nos três touros elencados na edição.

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o EficiênciaReprodutiva em Gado de Corte

Há dois anos venho abor-dando temas relevantes à pecuá-ria de corte brasileira. Quem vem nos acompanhando teve acesso a informações sobre seleção, me-lhoramento genético, logística de confinamento, ultrassonografia de carcaça, entre outros. Nesta edição vamos citar a eficiência reprodutiva, que, em minha opinião, trata-se da característica econômica mais im-portante em gado de corte.

A reprodução é um processo complexo e a seleção direta para ca-racterísticas ligadas à reprodução é, muitas vezes, difícil de ser aplicada, tornando-se necessário identificar características reprodutivas que se-jam facilmente medidas, que apre-

sentem variabilidade genética e que sejam geneticamente correlaciona-das aos eventos reprodutivos.

Para ambos os sexos a idade à puberdade, característica indicado-ra da precocidade sexual dos ani-mais, é uma importante caracterís-tica reprodutiva a ser considerada nos programas de melhoramento das raças zebuínas. Para os machos, a idade à puberdade tem sido con-siderada como aquela em que apa-recem os primeiros espermatozoi-des no ejaculado (Unanian, 1997). Para as fêmeas, essa característica tem sido considerada como a idade na qual o animal ovula pela primei-ra vez com manifestação de estro (Notter, 1995).

Rebanhos com

altos índices

de precocidade

sexual e

fertilidade

possuem maior

disponibilidade

de animais

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De certa forma, a idade ao primeiro parto pode ser considerada como característica indicadora do início da atividade reprodutiva das fêmeas. No Bra-sil, apesar do significativo aumento das pesquisas en-volvendo o melhoramento das raças zebuínas e dos meios para a melhoria dos índices de produtividade disponíveis atualmente, Bergmann (1993), utilizando trabalhos publicados de 1946 até 1988, concluiu que não houve redução na idade ao primeiro parto na-quele período (média ponderada acima de 40 meses), o que indicaria a ausência de mudanças dos índices de produtividade, decorrentes tanto de medidas que visam a melhorar a alimentação dos rebanhos, como do melhoramento genético.

A redução da idade ao primeiro parto, conse-quente do aumento da precocidade sexual dos ani-mais, parece ser o maior desafio do zebu brasileiro. Face às dificuldades operacionais para implementa-ção de programas de seleção para idade à puberda-de, torna-se importante a utilização de característi-cas indicadoras de precocidade sexual, que tenham variabilidade genética adequada, que sejam de men-suração fácil e econômica, e que tenham correlação genética favorável com idade à puberdade e outras características economicamente importantes.

Um trabalho do Grupo de Melhoramento Animal e Biotecnologia da FZEA/USP, de Pirassununga/SP em conjunto com a FNP Consultoria mostrou que a re-dução do primeiro parto de 3 para 2 anos produziria um aumento de 16% no retorno econômico do siste-ma. Uma observação simplista permite dizer que uma vaca que pare aos dois anos de idade produziria ao longo da vida um bezerro a mais e existe a exclusão de um ano de recria dessa fêmea, período que o ani-mal normalmente apresenta somente custo de pro-dução sem receita alguma para o sistema.

Rebanhos com altos índices de precocidade se-xual e fertilidade possuem maior disponibilidade de animais, tanto para venda como para seleção, per-mitindo maior intensidade seletiva e, consequente-mente, progressos genéticos mais elevados e maior lucratividade.

Yuri Baldini FarjallaZootecnista pela Universidade Estadual de Londrina (UEL); Mestre em Produção Animal pela ESALQ/USP

e Técnico da Aval Serviços Tecnológicos [email protected]

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Leite

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Os últimos registros de provas da raça Sindi mostram

a aptidão real das fêmeas para a produção leiteira. Os

resultados comprovam a evolução da raça no Brasil,

nos últimos anos, e a seleção genética efetuada pelos

criatórios buscam colocar a raça em competição com

as demais raças leiteiras em produção no País.

A produção leiteira da raça Sindi em análise

Adaldio Castilho e a sua vitoriosa Paz FIV da Estiva, no final da Expozebu 2014, sendo premiada pelo seu excelente desempenho e a vitória no campeonato de Persistência

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A raça conhecida pela rustici-dade e por produzir em regiões áridas, conquista novos criadores com a sua aptidão para a pecuária leiteira

Os últimos registros de provas da raça Sindi mostram a aptidão real das fêmeas para a produção leiteira. Os resultados comprovam a evolução da raça no Brasil, nos últimos anos, e a seleção genética efetuada pelos cria-tórios busca colocar a raça em compe-tição com as demais raças leiteiras em produção no País.

Nos levantamentos efetuados pela ABCZ, desde 1976, as maiores produções por categoria mostram o potencial da raça através das médias registradas: fêmea jovem: produção de 5.708, 7 Kgs e média de 18,7 Kgs; vaca jovem: 4.233, 38 kgs e média de 13,88 Kgs e vaca adulta: 8.377 Kgs e média de 26,75 Kgs. Os números já in-dicam o potencial de crescimento da raça em comparação com outras raças de dupla aptidão, raças leiteiras e mé-dia nacional.

Nas últimas oito décadas, as Fa-zendas Reunidas Castilho realizam trabalho sério de seleção genética da raça. A aptidão tanto para o corte, como para o leite, e o resultado des-sa seleção se destacam a cada dia nos registros das médias alcançadas pelos animais destinados à produção leitei-ra. Entre esses animais, PAZ FIV da Es-tiva de Adaldio José de Castilho Filho, destaca-se nos programas oficiais da ABCZ e nas exposições de que partici-pa. Na Expozebu de 2014 foi a primeira

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Campeã da categoria Persistência, com produção média de 25 Kgs, mesmo após o período de 180 dias do parto. Paz é tam-bém a nova recordista de produção de leite do PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos), realizado pela ABCZ, no qual produziu 8.371 kgs com lactação em aberto, sem ajuste, com prenhes de sete meses. A vaca é diferenciada, pois mesmo prenhe continua produzindo muito leite. Paz também foi recor-dista e Grande Campeã do Torneio de Avaré em 2013 com 32,94 Kg de média.

Mas não é somente a PAZ FIV da Estiva que brilha no criatório das Reunidas Castilho. Jangada da Estiva é uma das matrizes mais provadas da raça com muitas filhas que se destacam no leite em testes oficiais da ABCZ e Bissetriz, que durante o Torneio Leiteiro da Expozebu, produziu 115,16 Kg de média. A aptidão genética para a produção vem também do lado paterno comprovado com Leal da Estiva, grande touro campeão em Uberaba e pai da Bissetriz, recordista mundial de produção em concurso leiteiro. Segundo Mariana Alencar Pereira, coordenadora do PMGZ/Leite (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos da ABCZ), a raça Sindi vem apresentando bons resultados não somente em produção, mas nos demais requisitos que são necessários para se conside-rar o animal, dentro da pecuária leiteira, como um bom produtor.

“O leite hoje não é o foco. Nós temos que considerar a capacidade de reprodução do animal, o intervalo entre par-tos, a sua adaptabilidade. Todo esse conjunto nos possibilita avaliar um bom animal”. Segundo Mariana, a raça Sindi vem se destacando e tem muito a contribuir com a sua rusticida-de, produção e características de reprodução.

Além dos concursos leiteiros e controles da ABCZ, a raça participou do Concurso Leiteiro Natural, cujos resulta-dos serão apresentados durante a Expogenética ( Confirma matéria na página 32). A nutrição do animal durante o con-curso é feita de pastagem natural mais complementação com silagem e ração específica para cada raça. Se ela res-ponde com o leite, ela se paga com ele.

“A raça Sindi também se destacou no campeonato de persistência promovido pela ABCZ durante a Expozebu, sen-do a campeã dessa categoria. Nessa avaliação, mesmo após o período de parição, o animal continuou a produzir muito bem atingindo a média de 25 kg, após 180 dias do parto e prenhe. Hoje nós temos mais informações e quem ganha com isso é o produtor, que tem melhores condições de esco-lher a raça ideal para trabalhar; ganha o Brasil com a sua capa-cidade de produzir mais e melhor”, finalizou Mariana.

Adaldio durante o Torneio Leiteiro da Expozebu e Mariana Alencar Pereira, coordenadora do PMGZ/Leite

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História

A aptidão da raça Sindi para o leite vem sendo estudada há décadas. Na Estação Experimental de Livestok, no país de origem do Sindi, o Paquistão, levantamentos da década de 1960 indicam a produção de animais em até 12 lactações, en-fatizando a estabilidade de produção entre a segunda lacta-ção e a oitava, considerando o descarte da primeira e da 12ª, e a queda natural da produção entre as lactações finais. Os levantamentos também mostram a necessidade de seleção genética para uma produção mais econômica e viável.

No período, com lotes de apenas um animal, entre mais de 300 avaliados, foram registradas médias de até 12 kg, consideradas boas para a época. Em outra estação experi-mental na cidade de Karachi, foram registrados média de 4. 385 kg, em primeira lactação.

No Brasil, na Estação Experimental de Marajó, no Pará, na década de 1970, estudos indicam números baixos para a

produção da raça em duas lactações, não chegando a 5 KG. A média na Fazenda de Salvador Álvaro Adolpho, também no Pará, são consideradas inferiores para o período, consideran-do a alimentação do rebanho e a descendência do mesmo, das melhores linhagens leiteiras do Paquistão. Os números também não atingiram 5 kg.

No entanto, as análises já indicavam que a seleção genética da raça contribuiria para o aumento da média de produção de animais, naquele período variando de 2,9 a 5 kg. Embora sejam considerados baixos, os números de 40 anos atrás se aproximam da média de produção nacional da atualidade que é de 3,8166 ( Embrapa/ 2011).

O trabalho realizado pela Família Castilho nos últi-mos 80 anos superou esses dados, conforme nos mos-tram as suas conquistas, com destaque para os núme-ros que estão acima ou próximos de outras raças leiteiras que já possuem testes comprobatórios de produção pela ABCZ.

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palco de recordese muitas negociações

O Brasil, em aproximadamente 40 anos, passou

de uma produção de 7,3 bilhões de litros de

leite para 35 bilhões de litros, atualmente, e deve

terminar 2014 como o terceiro maior produtor

mundial. Até aqui, a história tem a participação de

pequenos e grandes produtores que investem em

raças bovinas leiteiras para atender à demanda

interna. Essas e outras perspectivas da cadeia

produtiva do leite foram discutidas no Fórum

de Debates realizado durante a Megaleite 2014,

que aconteceu de 11 a 19 de julho, no Parque

Fernando Costa, em Uberaba/MG.

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A Megaleite é um evento promovi-do pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, presidida por Jônadan Ma, e é considerada a principal exposição da ca-deia leiteira no Brasil. Com uma semana de duração, a 11ª edição da feira contou com a participação de diversas empresas do agronegócio, além de uma Feira de Ne-gócios, realizada especificamente para pe-quenos e médios produtores, permitindo a venda e compra de animais a valores aces-síveis e dentro do mercado. Além da raça Girolando, participaram também o Gir Lei-teiro, Guzerá, Indubrasil, Sindi e cruzamen-tos Guzolando e Guzerá/Jersey. Também houve mostra da raça Indolando.

Jônadan se sente orgulhoso de estar à frente da Megaleite 2014, porque a feira foi sucesso em todos os sentidos. “Tivemos a participação maciça de milhares de pes-soas do Brasil inteiro, do Rio Grande do Sul a Manaus, de Leste a Oeste, e isso nos dá o sentimento de gratidão pelo reconheci-mento e pelo trabalho realizado”, comenta o presidente. Foram mais de 25 caravanas e cerca de 800 animais Girolando, além de outros das demais raças. Jônadan destaca a forte presença da região Centro-Oeste, com a participação de criadores de Goiás e Mato Grosso do Sul.

Entre as novidades deste ano, o Clu-binho Girolando foi um projeto atrativo para as novas gerações da pecuária leitei-

ra, filhos dos criadores, técnicos e tratado-res. O público-alvo foram crianças de 8 a 15 anos e o objetivo era de despertar o gosto e a paixão pelo Girolando Leiteiro.

Durante a feira, aconteceu também a 1ª Mostra de Queijo Artesanal de Araxá, onde o público pode participar de pales-tras sobre produção do alimento e degus-tar queijos da região.

Jubileu de Prata

A Megaleite 2014 celebrou o Jubileu de Prata da Associação Brasileira dos Cria-dores de Girolando e registrou durante a feira a entrada de 85 novos associados. Entre os debates do setor leiteiro, houve discussão para garantir o acesso de pe-quenos produtores à genética de ponta, cursos e venda de animais. O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento e da Asso-ciação Brasileira dos Criadores de Girolan-do, assinou a renovação do contrato do programa Pró-Genética, que viabiliza a aquisição de touros de alta qualidade genética por parte de pequenos e mé-dios produtores. O documento também foi assinado pela Epamig, Emater/MG e pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A movimentação financeira gera-da pelos 13 leilões e por um shopping de animais foi de R$ 6.458.839,90.

“Estamos

preparando a

Megaleite Nordeste,

já articulada com

nossos delegados

regionais. Ela terá a

primeira edição em

2015 e acontecerá,

provavelmente,

após a Megaleite

Uberaba e antes do

Congresso Nacional

de Girolando, em

setembro”

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Fórum de Debates

O deputado Junji Abe, presidente da Subcomissão do Leite da Câmara dos De-putados, que presidiu a Mesa de Debates, enfatizou como a falta de gestão pública eficiente impede o avanço da economia, principalmente do agronegócio. Vicen-te Nogueira, presidente da Comissão de Leite da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) apontou boas expectati-vas para o produto, já que existe um plano da OCB, junto à agência de exportação do governo federal, Apex-Brasil, de aumentar as vendas do leite brasileiro em outros paí-ses. Neste ano, as exportações alcançaram 50 milhões de litros de leite a mais do que as importações. Este cenário, segundo ele, diferencia-se muito do que foi visto no ano passado. “Nos últimos 12 anos, a nossa produção cresceu um volume equivalente a toda produção da Argentina, mostrando o atual vigor do setor”, completa.

Ainda no debate, o chefe geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, indicou que os investimentos em pesquisa serão necessários para a conso-lidação das expectativas de crescimento. Em todo o território nacional, ele informa que apenas 50 municípios não produzem leite. Rodrigo Alvim, do Mapa levantou a discussão sobre o crescimento do setor e Cenyldes Moura Vieira, da Calu, enfatizou que a produção se manteve mesmo fren-te à grave seca em algumas regiões neste ano. A Calu prepara expansão da indús-tria, com a abertura de mais um laticínio,

com produção diária três vezes maior do que os 160 mil litros de leite atuais. Uma das cobranças foi a desoneração tributária para as cooperativas e mudanças na legis-lação. O diretor da Girolando, Ronan Sal-gueiro, afirma que a associação tem traba-lhado na defesa dos direitos e no incentivo ao melhoramento genético para os ani-mais de pequenos e grandes produtores.

Torneio Leiteiroe resultados

Depois de 32 anos como deten-tora do recorde mundial de produção leiteira, em um dia, a vaca cubana Ubre Blanca perdeu o posto para a brasileira Indiana Canvas 2R. O novo recorde foi registrado durante a Megaleite. Indiana produziu 115,020 kg/leite em um único dia, superando em 4,12 kg a produção

Momento da mais pura alegria

Premiação pela conquista da li-derança do ranking nacional de me-lhor criador/expositor geral da raça Girolando.

A Megaleite 2014, comemo-rando o Jubileu de Prata do Girolan-do, fez confirmar a produtividade da raça. Foram recordes quebra-dos como a maior produção den-tre as raças leiteiras: Indiana Canvas 2R, vaca ¾, produziu 115,020 kg/leite em um único dia, superando em 4,12 kg a produção registrada em 1982 pela cubana Ubre Blanca. Uma raça jovem, com um proces-so de seleção e melhoramento que cresce a olhos vistos, que se firma a cada ano na cadeia produtiva do leite.

“Especialmente para mim, foi muito gratificante receber a honra ao mérito girolando e conquistar o tricampeonato de melhor criador/expositor geral da raça Girolando na Megaleite 2014, onde se encon-tram os maiores criadores da raça, o que assegurou a liderança da Fa-zenda Recreio no ranking nacional 2013/2014 de melhor criador/exposi-tor geral”, disse Mila Carvalho.

Premiação na Megaleite 2014 / Melhor Fêmea Jovem

Mila Carvalho durante premiação do Jubileu de Prata

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registrada em 1982 pela cubana. Ela é uma vaca Girolando ¾ pertencente ao expositor Delcio Tannus Filho, da cida-de de Uberlândia/MG. Nos três dias do Torneio Leiteiro da Megaleite, produziu 325,290 kg/leite.

A Megaleite 2014 registrou ain-da dois recordes nacionais. Na categoria Vaca ½, Rayka Blitz FIV LE, do expositor José Naves de Ávila Toledo, foi a recor-dista com produção de 263,380 kg/lei-te. O terceiro recorde da competição foi estabelecido pela novilha ½ Érica FIV Toyota Fube, do expositor Eurípedes José da Silva. Ela produziu 186,120 kg/leite. As outras raças também registra-ram sua produção em Torneio Leiteiro.

Julgamento Girolando

Sob o comando dos jurados José Jacinto Júnior, José Renes da Silva e Je-sus Lopes Júnior, as competições ocor-reram com transmissão ao vivo pelo site da MFRural.

A Grande Campeã ½ sangue foi Lu-anda FIV RAC, dos expositores Raimun-do T. Campolina/Adauto A. do N. Feitosa, da cidade de Sete Lagoas/MG. A Grande Campeã 3/4 sangue foi Baroneza Jurist Santa Luzia. Já o Grande Campeão foi Er-deiro Charmoso Tannus. Os dois animais pertencem ao expositor Delcio Vieira Tan-nus, de Uberlândia/MG. Entre os animais Girolando 5/8 sangue, o troféu de Grande Campeã ficou com Juarana FIV Minister Alegre, do expositor Ricardo Catão Ribei-ro, de Jequitibá/MG. O Grande Campeão foi Urano FR Recreio, da expositora Mila de Carvalho Laurindo e Campos, de São José de Ubá/RJ. Outras raças que tiveram julgamento na Megaleite foram Gir Lei-teiro, Holandês e Guzerá.

Leonardo Xavier Gonçalves, da Fa-zenda Imperial de Rio Pomba/MG, foi um dos homenageados pela Girolando. Para ele, a feira foi maravilhosa, com calor hu-mano e energia positiva, com animais de excelente qualidade. “Nós, da Fazenda Imperial, estamos muito satisfeitos com os resultados. Fizemos a Campeã Bezerra Sênior, Reservada Campeã Mirim, Cam-peã Vaca 3 anos Sênior e a terceira melhor Fêmea Jovem, todas sangue ¾”, afirma fa-lando da sua felicidade em ter participa-do, e, principalmente, contribuído para o crescimento da raça.

Indiana

Raika

Érika

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Galeria Megaleite

a g r o n e g ó c i o s

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A Megaleite 2014 reuniu de 13 a 20 de julho as principais raças leiteiras do Brasil, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. O evento que marca o ca-lendário de exposições leiteiras como uma das principais praças do País, rece-beu milhares de produtores ávidos por identificar e adquirir genética de pon-ta para a melhoria de seus rebanhos. E como se esperava, houve quebra de vá-rios recordes.

Indiana Canvas 2R bateu o recor-de de produção leiteira da exposição. Em um único dia ela produziu 115,020 kg/lei-te, superando em 4,12 kg a produção re-gistrada em 1982 pela cubana Ubre Blan-ca. Indiana é uma vaca Girolando (3/4 de sangue) pertencente ao expositor Del-cio Tannus Filho, de Uberlândia/MG. Nos três dias do Torneio Leiteiro da Megalei-te, produziu 325,290 kg/leite. Outros dois recordes nacionais foram registrados. Na categoria Vaca (½ sangue), Rayka Blitz FIV LE, do expositor José Naves de Ávi-

la Toledo, é a recordista com produção de 263,380 kg/leite. O terceiro recorde da competição foi estabelecido pela no-vilha (½ sangue) Érica FIV Toyota Fube, do expositor Eurípedes José da Silva. Ela produziu 186,120 kg/leite.

A Embral organizou quatro leilões durante a Megaleite em uma maxi se-quência de ofertas. De terça a domingo foram negociados mais de 700 fêmeas e matrizes - entre genética e produção - das melhores procedências e varia-dos graus de sangue: ½, ¾ e 7/8 e PO. Confira as médias: resultados:

Virtual CriadoresNacionais começa bem

Realizado no dia 15 /7, o remate alcan-çou média geral de R$ 7.450,00. As bezerras e novilhas Girolando ½, tiveram R$ 8.700,00 e R$ 7.500,00 respectivamente. Vacas ¾ sa-íram por R$ 7.500,00, as novilhas 5/8 por R$ 6.600,00 e as vacas 7/8 por R$ 7.200,00.

Virtual Fazenda Araras tem 100% de vendas

Com 100% de venda – um desta-que para pregões virtuais – e média ge-ral de R$ 5.531,25, este leilão do dia 16/7 obteve excelentes resultados por raça. Novilhas e vacas Girolando alcançaram R$ 5.763,75 e R$ 5.968,96; na raça holan-desa, as novilhas e vacas tiveram média de R$ 5.100,00 e R$ 7.585,71. Já as novi-lhas Jersey saíram por R$ 5.100,00.

Espetacular MegaGoiásGenética

Promovido por João Domingues e Roberto Peres, esse remate ocorrido também no dia 16/7 obteve boas mé-dias para as bezerras, novilhas e vacas Girolando ½: R$ 6.814,29, R$ 10.440,00 e R$ 12.000,00, respectivamente. Novilhas Girolando ¼ obtiveram R$ 8.500,00. As novilhas e vacas ¾ saíram porR$ 10.800,00

Megaleitecom um gostinho especial

Informe Publicitario

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No dia 3 de julho aconteceu, em São João da Boa Vista /SP, o Leilão EAPIC 2014, que obteve excelente re-sultado com a venda de 45 lotes se-lecionados entre as vacas de Torneio Leiteiro e de Pista de Julgamento e no-vilhas e bezerras de Pista. As bezerras tiveram média de R$ 9.000,00, as novi-lhas alcançaram R$ 7.935,00 e as vacas, R$ 9.531,00. Na ocasião também foram arrematadas novilhas PO da raça Ho-landesa com média de R$ 11.400,00 e vacas com média de R$ 10.200,00.

Girolando EAPIC temmédia de R$ 9,1 mil

e R$ 10.500,00. Já as bezerras e novilhas 5/8 foram comercializadas pela média de R$ 7.500,00 e R$ 8.700,00. O MegaGoiás Genética fez R$ 8.775,00 de média geral.

Um show das Divas do Girolando

O 3º Leilão Divas do Girolando “Fortes por Natureza” foi outro espetá-

Dois grandes leilões fecharam a su-per semana de vendas da Embral: o 4º Leilão Agropecuária Marajoara, no dia 19/7, e a Liquidação Total da Fazenda Boa Esperança no dia 20. Acompanhe as médias:

Lição de casa feita na Agro-pecuária Marajoara - Realizado no dia 19/7, esta 4ª edição faturou R$ 4.466,25 na média geral. Destaque para as fêmeas holandesas com médias de

Fechando a semana com chave de ouro

R$ 6.228,57 para vacas, R$ 6.781,40 para novilhas e R$ 3.200,00 para bezerras. As fê-meas Jersey foram vendidas em média de R$ 4.430,77 para vacas, R$ 4.000,0 para no-vilhas e R$ 1.973,68 para bezerras. O pregão teve ainda animais Jersolando à venda em média por R$ 4.233,33 (vacas), R$4.950,00 (novilhas) e R$ 1.712,50 (bezerras).

Liquidação Fazenda Boa Esperan-ça – Com média geral de R$ 3.157,44, a liquidação de Girolando e mestiças alcan-

çou as expectativas dos promotores do leilão realizado no dia 20/7. Vacas Giro-lando saíram em média por R$ 4.334,33, enquanto que as médias de novilhas e bezerras estiveram bem próximas: R$ 1.414,29 e R$ 1.413,16 respectiva-mente. Bezerras mestiças foram nego-ciadas por R$ 3.600,00 em média.

culo à parte, no dia 17/7. Atração espe-rada por muitos criadores confirmou o sucesso absoluto. Com 100% de liquidez e lances disputadíssimos o evento mar-cou uma dos melhores médias da Me-galeite alcançando o resultado geral de R$ 16.550,00. Bezerras tiveram média de R$ 13.118,18, enquanto novilhas fizeram R$ 12.650,00 de média e as vacas ficaram em R$ 20.075,00.

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Classificação do café pela

qualidadepor Patrick Figueiredo

apreciador de cafés gourmet

Na Classificação do café pela qualidade, diversos fatores são leva-dos em consideração, como variedade, processamento, aspecto, cor, formato das favas, “grãos”, peneira e torra selecio-nadas. No entanto, o fator mais impor-tante na determinação da qualidade do café é a bebida que ele produz. Esta ava-liação é feita por provadores treinados. Esta classificação é chamada de ‘prova da xícara’ e surgiu no Brasil no início do século XX.

O Aroma

A amostra com 7 a 10 gramas é torrada e moída, exclusivamente para a prova, e colocada em recipientes de vi-dro transparente ou porcelana branca de 150 ml. O provador então sente o aroma do café recém-moído para sua primei-ra impressão. Como os compostos mais voláteis são liberados assim que os grãos

Cafe

icul

tura

são moídos, a moagem revela ao prova-dor a natureza do gosto e o frescor da amostra. De modo geral, o aroma pode ser doce, lembrando os vários tipos de flores ou semelhante às especiarias. De-pois é feita uma infusão deste pó moído em 100 ml de água no primeiro ponto da fervura por aproximadamente 3 min, então, o provador mistura com uma con-cha apropriada e retira a espuma da su-perfície para sentir novamente o aroma.

A Bebida

A degustação começa quando o pó se deposita no fundo do recipiente e a mistura fica morna; então, o prova-dor, com o auxílio da concha, sorve uma quantidade do líquido na boca por 3 a 5 segundos cuspindo-a em seguida. O tem-po é suficiente para que as terminações nervosas da superfície da língua respon-dam às sensações de doce, amargo, ácido e salgado.

A BEBIDA ‘RIO’ ou ‘RIADA’ é aquela que destaca os compostos fenólicos, com

sabores de ácido acético ou vinagre, ca-racterísticos dos grãos ardidos. Entre os ti-pos de bebidas do café arábica classifica-das na prova podemos destacar:

Bebida Estritamente Mole: apresen-ta aroma muito agradável, suave e bem doce, podendo ser ingerida naturalmen-te sem açúcar. É considerada a melhor bebida do café arábica.

Bebida Mole: apresenta as mesmas características anteriores, porém menos intensas.

Bebida Apenas Mole: apresenta sa-bor levemente doce e suave, mas sem adstringência ou aspereza no paladar.

Bebida Dura: apresenta um ‘travo’ na língua, com sensação de adstringência, porém sem gostos estranhos à bebida.

Armazenagem após aClassificação

O café verde tem uma vida longa se armazenado em condições ideais, como a luz direta e ambiente arejado, mas fora do fluxo de ar e devidamente empilhado (as sacas sobre estrados para não absor-verem a umidade). A higiene dos arma-zéns também precisa ser observada para evitar a infestação de pragas.

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Referência:- Sou BARISTA; Concetta Marcelina;

Cristiana Couto – São Paulo :Editora SENAC, 2013

Deste modo, o café pode manter suas características por mais de um ano. Após o segundo ano, começa a degra-dação lenta e gradual das característi-cas mais marcantes, como o aroma e o sabor, mas a vida útil poderá ser de mais de dez anos. Vale observar, porém, que café verde armazenado por mui-to tempo nas sacarias, poderá adquirir gosto da própria saca do café e, mesmo sendo bebida mole, terá sua qualidade comprometida.

Esta classificação

é chamada de

‘prova da xícara’

e surgiu no Brasil

no início do

século XX

5555Fotos: Luiz Valeriano

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Buscando facilitar a vida dos apaixonados pela gastronomia fomos buscar uma receita do Chef Roberto Augusto, afinal todos nós queremos acertar ao escolhermos uma receita. Roberto participa do Circuito da Tilápia, um evento promovido pela ALAGO (Associação dos Municípios do Lago de Furnas) com a missão de promover o de-senvolvimento da cadeia produtiva da Tilápia. Afinal, Minas também tem mar, o seu doce mar de minas, e nele, muito peixe.

Encontramos Roberto durante a 6ª Edição da Sinagro (Feira de Agronegócio do Sindicato Rural de Passos), realizada nos dias 30, 31 e 1º de agosto. No evento, a Associação dos Municípios do Lago de Furnas apresentou a Cozinha Show que faz parte do 1º Circuito da Tilápia e trouxe o chef Roberto Augusto para preparar receitas de-liciosas usando da carne ao couro da Tilápia, peixe de água doce, abundante na região. Não poderíamos perder a oportunidade de apresentar a receita do chef. Aproveitem-na!

Depois de várias edições

trazendo deliciosas receitas

da nossa carne bovina, chegou

o momento de apresentar uma

receita diferente. Por isso,

escolhemos como prato principal

desta edição, o peixe. Seja

de água salgada ou doce,

é abundante em nosso País,

embora o consumo fique aquém

do desejado por uma série

de fatores. Que a carne é macia,

saborosa e ideal para petiscos

acredito que todos concordem,

mas nem sempre o seu preparo

é fácil de acertar.

Roberto Augusto é chef da Cozinha Show - projeto da Alago (Associação dos Municípios do Lago de Furnas) para movimentar a cadeia produtiva da Tilápia. Graduado em Gastronomia e Nutrição

pela Universidade Anhembi Morumbi/SP. Nasceu em Alfenas/MG e mora em São Paulo, onde é professor na Escola Chocolândia.

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/junh

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Peixe uma culinária versátil

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Ingredientes500 gramas de filé de tilápia2 colheres de sopa de azeite extravirgem2 dentes de alho amassados1 ovo1 cebola pequena ralada1 colher (sopa) de farinha de rosca1 colher (sopa) de farinha de trigosal e pimenta a gostosalsinha e cebolinha verde

Modo de preparoRefogue o alho e a cebola no azeite,coloque o filé de tilápia cortado emcubos, acrescente pouca água e mexa até desmanchar , formandouma massa cozida. Acrescente os tem-peros e misture até desgrudar da pane-la. Deixe esfriar. Acrescente a farinha de trigo, a farinha de rosca, o ovo e misture até formar uma massa homogênea.Enrole as bolinhas. Não é necessárioempanar. Frite em óleo quente.

Preparo do molho3 colheres de açúcar mascavo1 copo de vinho tinto seco3 colheres de manteiga de leite

Coloque todos os ingredientes em uma panela pequena e deixe ferver por cinco minutos. Espalhe ao redor do prato para enfeitar e passar os bolinhos.

Bolinho de Tilápia com molho de vinho

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Edição especial capa dupla!Leia aqui também a edição especial

primeira capa disponível no Issuu.