Terreiro de Umbanda - LIVRO

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    GEPIF Grupo de Estudos e Pesquisas Irmosna F

    ORGANIZAO DO C!"O DE#$ANDA

    O "ERREIRO DE #$ANDA

    Um Terreiro de Umbanda est dividido em duas partes distintas: a administrao e

    a espiritual. Todo Centro ou Terreiro, para ser registrado em cartrio e adquirir

    personalidade jurdica, deve ter uma iretoria.

    ! organi"ao administrativa tem por direito: #residente $vitalcio%, &ice'

    #residente, (ecretrio e Tesoureiro. (e o #residente no ) vitalcio, ser

    necessrio registrar nova iretoria, logo que e*pire o mandato da antiga. Com o

    #residente vitalcio, o Terreiro evitar +reqentes despesas em cartrio, com os

    registros de novas iretorias.

    -uando o #residente ) o Ce+e do Terreiro, nas ocasi/es em que est

    0mani+estado1 quem dirige administrativamente o Centro ou Terreiro ) o (ecretrio,

    com autoridade su+iciente para resolver os casos que surgirem.

    ! parte religiosa, entretanto, os casos a resolver +icam a+etos aos au*iliares do

    Ce+e do Terreiro, con+orme ierarquia sacerdotal.

    Compete aos membros da iretoria:

    Presidente% promover a e*ecuo do programa da entidade, representar

    legalmente a entidade, para todos os e+eitos, em ju"o ou +ora dele2 presidir

    as reuni/es e cerim3nias2 autori"ar os pagamentos necessrios.

    &e'ret(rio% dirigir os servios da secretaria e secretariar as reuni/es eassembl)ias.

    "esoureiro% arrecadar e receber os valores provenientes de contribui/es,

    au*lio, subven/es e mensalidades2 reali"ar os pagamentos necessrios2

    apresentar balacentes mensal e anual do movimento +inanceiro da

    entidade.

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    )IERAR*IA E&PIRI"A! DO "ERREIRO

    4sta ) a parte mais importante do Terreiro, sendo +ormada pelos seguintes cargos:

    $a+a,ori-( ./omem0 ou Ia,ori-( .mu,/er0%4ste ) o mais alto grau ierrquico 5

    ) o Ce+e do Terreiro, aquele$a% que o dirige e que tem toda a responsabilidade

    espiritual do Terreiro.

    6 Ce+e do Terreiro tem muitas atribui/es:

    irigir toda a parte espiritual do Terreiro2

    #reparar as imanta/es2

    Cuidar dos assentamentos2

    #reparar os seus m)diuns. Compete a ele determinar toda a diretri"

    espiritual, no s do desenvolvimento, como tamb)m as giras p7blicas2

    (elecionar, orientar, colocar os m)diuns dentro da +uno do trabalo2

    8eali"ar cerim3nias como bati"ados, casamentos, +unerais, etc.

    Pai1Pequeno2#e1Pequena%9 a categoria que vem logo abai*o do abalori* ou

    ;alori*2 ) quem substitui o Ce+e do Terreiro ou que est sempre ao seu lado

    au*iliando nos trabalos.

    O3s%(o os responsveis pela orientao das curimbas $c

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    #diuns em Desen4o,4imento% (o aqueles que ainda esto na +ase de

    treinamento medi7nico, aprendendo e absorvendo as vibra/es numa +ase

    preparatria.

    i" uma m*ima que: 0-uem no sabe obedecer, jamais saber mandar1. =as a

    obedi>ncia dentro de um Terreiro de Umbanda no se +a" mediante uma

    0cegueira1 ou apenas cumprir ordens. (e +a" no aprendi"ado, na troca de

    conecimentos, no saber passados pelos (acerdotes e pelos ?uias. 9 a

    obedi>ncia e respeito @ sabedoria, permitindo o questionamento inte,i3ente

    para obter o conecimento do que ) +eito, porque ) +eito, como ) +eito, quando )

    +eito, por quem ) +eito, para que ) +eito.! ierarquia tamb)m observa o comprimento das regras do Terreiro. 6nde os

    m)diuns no +a"em o questionamento das mesmas de maneira leviana, pois no

    so de nature"a do saber, mas da nature"a da ordem, da disciplina, do respeito

    aos assistentes, do respeito aos outros m)diuns, do respeito aos ?uias e 6ri*s,

    respeito aos prprios (acerdotes. !s regras tamb)m ditam a limpe"a, o

    comportamento, o asseio, o comportamento durante as sess/es e nas giras, a

    import

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    . !s regras da casa so de erana ou, no caso de uma casa nova,

    legisladas pelo Ce+e e pela sua 4ntidade.

    ! Umbanda ) uma religio cujo princpio ) a caridade. &>'se nos Centros de

    Umbanda, diversas pessoas que saem semanalmente de suas casas e dei*am

    seus a+a"eres rotineiros para se doarem e ajudarem outras pessoas que

    necessitam. 9 bvio, no entanto, que pelo +ato de sermos todos umanos, somos

    imper+eitos. #or mais que a nossa causa seja nobre, coloc'la em prtica nem

    sempre ) tare+a +cil. -uem nunca se deparou criticando um irmo, reclamando

    das regras do Terreiro ou questionamento o comportamento de um dos +ilos da

    casa, isso quando no se questiona at) mesmo uma 4ntidade... no somos

    per+eitos.Tra"emos conosco as ma"elas de nossa vida terrena, preconceitos e id)ias pr)'

    concebidas que acumulamos no decorrer dos anos. 6 que no podemos, ) dei*ar

    que essas pequene"as corroam a nossa mente e a nossa alma a ponto de

    atrapalar o nosso desenvolvimento espiritual. e+eitos todos t>m. 8espeitar as

    di+erenas e entender que nossos irmos, assim como ns, so sujeitos a

    vicissitudes, ) o que podemos camar de 0a cave para o crescimento1.

    ! partir do momento que nos dispomos a trabalar num Terreiro de Umbanda,

    devemos estar cientes de que toda casa tem suas regras e organi"a/es prprias.

    #ara vivermos bem em sociedade, respeitar essas regras ) primordial, assim

    como ) primordial o respeito que devemos ter para com os irigentes da

    organi"ao @ qual nos dedicamos. Ba verdade, o respeito a qualquer membro da

    Casa ou do Terreiro em que se trabale ) essencial, j, que, al)m da e*peri>ncia

    de vida de cada um tem e que no deve ser despre"ada, todos ali dei*am de lado

    momentos de vida particular para se dedicarem ao pr*imo, buscando a sua

    evoluo.

    ! viv>ncia na Umbanda no se resume em incorporar entidades, em aplicar

    passes ou em trabalar das mais diversas maneiras num Terreiro. ! viv>ncia na

    Umbanda implica em um comprometimento pessoal de doao, de respeito e de

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    +raternidade. ! Umbanda ) uma religio diariamente nos cobra a atitude de 0amar

    o pr*imo como a si mesmo, e a eus sobre todas as coisas1.

    E&"R"RA F5&ICA DO "ERREIRO

    6 termo 0Terreiro1 ) usado igualmente para designar o Templo de Umbanda como

    o todo, tamb)m denominado 0Centro1, e o Terreiro propriamente dito, que ) o

    salo do centro onde so reali"adas as cerim3nias religiosas e as +estas. ! parte

    +sica do Terreiro de Umbanda cont)m os elementos +undamentais, como:

    CONG6%6 cong ) o local do Terreiro onde esto os assentamentos dos 6ri*s e

    as imagens que representam as imagens da Umbanda.

    POR"EIRA%! porteira ou tronqueira ) a +irme"a, a segurana do Terreiro. 4ssa

    +irme"a ) +ormada pelos assentamentos de todos os 4*us e #ombagiras. !lguns

    Terreiros colocam a +irme"a logo na entrada do Terreiro, pois acam que assim

    atraem as vibra/es negativas das pessoas que por ali passam2 por isso ) que

    camamos de porteira. 4m outros Terreiros, costumam colocar essesasssentamentos em um lugar mais reservado e discreto.

    O E&PAO &AGRADO E A& PO&"RA&

    (empre que adentrarmos em um Templo, devemos pedir licena e comportarmo'

    nos religiosamente, ainda mais se ele +or de nossa religio, pois ) o local onde nos

    conectamos com o ivino Criador.

    Bo devemos jamais levar nosso vcios para os espaos sagrados, e nossa

    conduta nesses locais deve ser de e*trema cerimonialidade, cuidado e respeito.

    4sse lugar ) incompatvel com conversas, brincadeiras, me*ericos, vcios,

    +utilidades, li*os e qualquer outra inconveni>ncia. 6 Terreiro ) um espao sagrado

    e no um clube de amigos.

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    Todos devem estar irmanados no amor, na +) e nas atitudes, pois a postura ) o

    modo pelo qual eus se mani+esta por meio de cada um, para o seu semelante.

    #ortanto, nossa postura deve ter coer>ncia com o 0espelar o #ai1.

    6s praticantes de uma religio so membros de uma +amlia e, em uma +amlia

    desunida e em desarmonia, no se podem reali"ar grandes coisas. #ortanto, no

    se deve aver con+lito de autoridade, desrespeito com o Ce+e da casa, com os

    irmos ou com o p7blico.

    6 corpo de trabalo, al)m das atitudes adequadas, tem de estar em prontido, em

    sintonia com o Ce+e da casa. eve ter a compreenso pro+unda do momento

    sagrado e bastante clare"a da +ronteira entre o pro+ano e o sagrado.

    A INFRA1E&"R"RA

    Temos consci>ncia de que a maior parte dos Templos de Umbanda so pequenos,

    mas, pequenos, m)dios ou grandes, todos precisam ter uma in+ra'estrutura

    adequada com seu espao, seus utenslios, seus m)diuns e demais

    colaboradores, devidamente preparados.

    Um Templo ) uma organi"ao e, como tal, tem de ter qualidade. 4m uma

    organi"ao ningu)m pode responder 0no sei1. Todos devem estar orientados,para que, ao receber qualquer pergunta por parte dos +reqentadores, possam

    respond>'la ou lev'los at) quem podem resolver o seu problema.

    #ara dar um tratamento adequado a todos os trabalos reali"ados em nossa

    religio, cada casa deve +ormar ?rupos 4spec+icos, que se dedicaro ao

    planejamento, organi"ao e conduo de cada atividade, de acordo com as

    necessidades e disponibilidades do Templo. Cada grupo dever ter um

    coordenador, au*iliado por irmos, que podero ter +un/es espec+icas ou no.

    Todos os grupos devero estar integrados e devidamente preparados e

    in+ormados, para o e*erccio de suas +un/es.

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    NO"A%Como visitantes a outros Terreiros ou recebendo visitantes em seu prprio

    Terreiro, no intuito de se mostrar a diversidade da religio, a troca saudvel de

    culturas dentro da Umbanda, mostrando a diversidade, a rique"a que ) a 8eligio

    de Umbanda. !o mesmo tempo, estreitando laos de ami"ade e de unio com

    outros Terreiros e outras +ormas de se mani+estar a Umbanda.

    O$&ER7A8E&%

    *ua, a di9eren:a entre "enda e "erreiro;

    ! partir de A.DEF, comearam a surgir no 8io de Ganeiro vrias casas de Umbanda

    denominadas de 0Tendas1. 6 termo "endaera utili"ado para designar e distinguir

    a +orma ao culto adotado. Tenda era a casa de Umbanda que era estabelecida em

    um sobrado, ou seja, no alto, pois era comum naquela )poca reali"ar sess/es

    nestes lugares.

    G o termo "erreiro +oi adotado para designar aquelas casas que eram

    estabelecidas no co. a serem classi+icadas de 0Terreiro de Umbanda1. 6

    Terreiro +oi muito mais di+undido do que as Tendas devido ao prprio espao

    o+erecido para o culto e +oi com esse tipo de associao religiosa que a Umbandaconquistou boa posio no #as.

    O que 9a

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    !o entrar no Centro, ter consci>ncia que est em Casa de eus, portanto, tena o

    devido respeito com todos e tudo.

    &igie seu pensamento, no +aa comentrios que vena tra"er desentendimento,

    pois poder ser camado a esclarecer suas declara/es.

    (eja educado e amvel com todos, pois todos representam a Casa de alguma

    maneira, quando no incorporado ajude no que estiver ao alcance, esteja atento

    aos trabalos e entidades que precisam au*iliares. &oc> certamente ser

    bene+iciado pelo seu empeno.

    (e o+erea a ajudar no que estiver ao seu alcance e o +aa com pra"er, com

    alegria, muitas provid>ncias t>m de ser tomadas antes do incio dos trabalos.

    !cender velas, arrumar as +lores, estender toalas, +a"er um c, arrumar as

    cadeiras, acender o turbulo $de+umador%... 4n+im trabalo ) o que no +alta, masquando se +a" pensando no bem, na caridade e bem estar dos irmos ) blsamo

    para o nosso esprito.

    !ssuma a responsabilidade e respeite com amor as J4;( ! U=!B!.

    Obrigaes dos Mdiuns:

    AK !ssinatura no livro de presena toda ve" que +or ao centro seja por qual motivo,

    trabalo, reunio, curso, limpe"a, etc.

    K Comparecer e participar de trabalos, cursos, reuni/es e sempre que +or

    convocado para algum evento, salvo por motivo justi+icvel.

    LK Cooperar na limpe"a e manuteno da casa.

    FK Bo ingerir bebidas alcolicas no dia que ir ao centro em M;#NT4(4

    B4BMU=!.

    OK 4+etuar o pagamento da mensalidade at) o dia AE de cada m>s a tesoureira.

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    PK A9astamento%

    Disposi:?es Gerais

    ;. ! solicitao de a+astamento ou licena dever ser +eita ao irigente

    4spiritual, do qual ter validade m*ima de PE $sessenta% dias.

    ;;. ! mensalidade dever ser mantida, salvo em motivo e*plicado ao

    irigente.

    ;;;. Todo associado que se a+astar por conta prpria, sem motivo aceitvel,

    sem e*plicao2 BH6 poder retornar sem ante a uma consulta pr)via

    de todos os associados ativos que sero consultados pelo irigentequanto a uma 7nica resposta, a saber:Q(;=, poder voltar, BH6, no

    poder voltar.

    ;&. ! maioria dos votantes ser soberana e respeitada.

    &. emais disposi/es segundo o 4statuto em vig>ncia.

    RK -uando ouver necessidade de +altar o m)dium dever comunicar ao irigente.

    SK ! +ica de inscrio do associado dever ser preencida completamente.

    DK Todo material que +or doado a Casa dever ser acompanado de um relatrio

    apropriado e preencido pelo puno do prprio doador e assinado na presena de

    uma testemuna.

    AEK 4m caso de d7vida ou mal entendido consulte o irigente ou iretoria.

    (!J&4 ! U=!B! (!J&4 6!J

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