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Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais – Modelo da Tese nº 253 Pesquisa de Jurisprudência e Anotações – Perseu Gentil Negrão – 16/07/2003 OBS: Na jurisprudência citada, sempre que não houver indicação do tribunal, entenda-se que é do Superior Tribunal de Justiça. Índices Ementas – ordem alfabética Ementas – ordem numérica Índice do “CD” Tese 253 EXECUÇÃO PENAL – FALTA GRAVE – LIVRAMENTO CONDICIONAL – INTERRUPÇÃO DO PERÍODO AQUISITIVO A prática de falta grave durante o cumprimento da pena interrompe o período aquisitivo para fins de concessão de livramento condicional. Compilação: Perseu Gentil Negrão 1

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Tese 253

PAGE Setor de Recursos Extraordinrios e Especiais Criminais Modelo da Tese n 253

Pesquisa de Jurisprudncia e Anotaes Perseu Gentil Negro 16/07/2003

OBS: Na jurisprudncia citada, sempre que no houver indicao do tribunal, entenda-se que do Superior Tribunal de Justia.

ndices

Ementas ordem alfabtica

Ementas ordem numrica

ndice do CD

Tese 253EXECUO PENAL FALTA GRAVE LIVRAMENTO CONDICIONAL INTERRUPO DO PERODO AQUISITIVOA prtica de falta grave durante o cumprimento da pena interrompe o perodo aquisitivo para fins de concesso de livramento condicional.(D.O.E., 07/03/07, p. 075)

Cancelada na R.O.M. de 02/10/2008, conforme Aviso n. 634/2008-PGJ, publicado no D.O.E. de 15/10/2008, p. 40.

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA SEO CRIMINAL DO EGRGIO TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO

O MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DE SO PAULO, nos autos do Agravo em Execuo n 897.397.3/9-0000-000, Comarca de Araraquara, em que figura como Agravante MRIO APARECIDO GULANI, vem presena de Vossa Excelncia, com fundamento no artigo 105, inciso III, alnea c, da Constituio Federal, artigo 26 caput, da Lei n 8.038/90, artigo 530 do Cdigo de Processo Civil e o artigo 255 caput, do RISTJ, interpor RECURSO ESPECIAL para o Colendo Superior Tribunal de Justia, pelos motivos adiante aduzidos:

1. resumo dos autos

MRIO APARECIDO GULANI, no curso da execuo criminal, praticou falta grave, revelando total ausncia de assimilao da teraputica penal, justificando a reabertura da contagem de prazos para a obteno de benefcios, inclusive o livramento condicional, refazendo-se o clculo de liquidao da pena (r. deciso de fls. 09/11).

Em face de tal postura, o sentenciado, atravs de ilustre Defensora da FUNAP, manejou Agravo em Execuo, buscando a reviso do r. julgado, eventual benefcio pretendido, argumentando, em sntese, que a legislao no agasalha a restrio suscitada (fls. 15/20).

Contrariado o reclamo (fls. 23/26), sobreveio o parecer ministerial de fls. 31/35, no sentido do desprovimento, com a mantena integral da r. deciso de primeiro grau.

A Colenda 2 Cmara do 1 Grupo da Seo Criminal do Egrgio Tribunal de Justia do Estado de So Paulo, proferiu a seguinte deciso: (fls. 41)"POR MAIORIA DE VOTOS, DERAM PROVIMENTO AO RECURSO DE MRIO APARECIDO GULANI PARA CASSAR A DECISO E RECONHECER QUE O COMETIMENTO DE FALTA GRAVE NO DETERMINA O REINCIO DA CONTAGEM DE NOVO PRAZO DE TEMPO DE PRISO CUMPRIDO PARA EFEITOS DE LIVRAMENTO CONDICIONAL OU QUALQUER OUTRO TIPO DE BENEFCIO, DETERMINARAM QUE NOVO CLCULO SEJA ELABORADO, VENCIDO O RELATOR. ACRDO COM O 2 JUIZ, DES. ALMEIDA BRAGA, RELATOR DESIGNADO., de conformidade com o voto do Relator designado, que integra este acrdo.

O julgamento foi presidido pelo(a) Desembargador(a) ALMEIDA BRAGA e teve a participao dos Desembargadores FRANCISCO ORLANDO, ROBERTO MARTINS DE SOUZA.

So Paulo, 24 de julho de 2006

Eis o teor do voto proferido pelo eminente Relator designado, Desembargador ALMEIDA BRAGA (fls. 46/48):

Mrio Aparecido Gulani interpe agravo em execuo contra deciso que homologou clculo de liquidao de pena, estabelecendo que o incio de cumprimento da pena para fins de benefcios fosse contado a partir da falta grave. Pretende o agravante que essa determinao seja afastada.

O recurso foi contraarrazoado. A deciso foi mantida. A Procuradoria Geral de Justia opinou pelo no provimento.

o relatrio,

O MM. Juiz de Direito, devido ao agravante ter cometido falta grave, determinou que a contagem do prazo de cumprimento de pena, para fins de concesso de benefcios, tem que ser reiniciada aps a ltima falta grave cometida.

Os requisitos objetivos para a concesso de livramento condicional se encontram no art. 83 do C. Penal, e de outros benefcios na Lei n 7.210/84.

No h nenhum dispositivo que determine o reincio da contagem de prazo de cumprimento de pena privativa de liberdade, para efeitos de concesso de livramento condicional e de outros benefcios, quando o condenado comete falta grave.

O Cdigo Penal e a Lei n 7.210/84 dispem, a respeito do livramento condicional, em vrios de seus artigos. O exame de qualquer um desses artigos revela que no h nenhuma exigncia quanto ao reincio da contagem do prazo, na hiptese de cometimento de falta grave pelo condenado.

O cometimento de falta grave acarreta vrias conseqncias ao condenado. A fuga constitui falta grave nos termos do inc. II do art. 50 da Lei de Execuo Penal (LEP). O condenado que foge punido com a regresso para regime prisional mais rigoroso (art. 118, inc. I, da LEP), e com a perda dos dias remidos (art. 127 da LEP).

A Lei de Execuo Penal e o Cdigo Penal no possuem qualquer dispositivo que determine a perda do montante da pena cumprida antes da fuga para que possa ser beneficiado com o livramento condicional ou qualquer outro tipo de benefcio. A Lei de Execuo Penal e o Cdigo Penal no determinam que, tendo o condenado cometido falta grave, para obteno de livramento condicional ou qualquer outro benefcio, tenha novo incio de contagem de tempo de priso cumprido a partir da data em que a falta grave foi cometida.

O julgador no pode impor condies no exigidas em lei para conceder benefcio a uma pessoa condenada. O julgador no pode interpretar artigos de lei por analogia, quando estes so prejudiciais ao condenado, o que determina a cassao da deciso para que o cumprimento da pena, anterior a falta grave, seja computado para fins de benefcios.

D-se, por esses motivos, provimento ao recurso de Mrio Aparecido Guloni para cassar a deciso e reconhecer que o cometimento de falta grave no determina o reincio da contagem de novo prazo de tempo de priso cumprido para efeitos de livramento condicional ou qualquer outro tipo de benefcio, determinando que novo clculo seja elaborado.

Com a devida vnia, equivocada a postura manifestada pela douta Cmara julgadora, pois:

O cometimento de falta grave pelo condenado, no curso da execuo, interrompe a contagem de prazo exigido para a concesso de benefcios, razo porque no se mostra ilegal a determinao de novo clculo de liquidao da pena.

Assim decidindo, a douta Corte Paulista dissentiu do entendimento dominante no Egrgio Superior Tribunal de Justia, o que autoriza a interposio do presente recurso especial, com base no artigo 105, inciso III, alnea c, da Constituio Federal.

2. dissdio jurisprudencial

A tese acolhida pela r. deciso recorrida dissentiu da orientao pacificada do Egrgio Superior Tribunal de Justia, no sentido de que a prtica de falta grave interrompe o perodo aquisitivo para fins de benefcios, determinando a recontagem ou o reincio do prazo, conforme segue: RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. COMUTAO. SUPRESSO DE INSTNCIA. PROGRESSO DE REGIME. REQUISITOS SUBJETIVOS. ANLISE VEDADA NA VIA DO WRIT. REQUISITOS OBJETIVOS. FUGA. NECESSIDADE DO CUMPRIMENTO DE UM SEXTO DA PENA APS A INTERRUPO. PRECEDENTES.

1. Olvidando-se o acrdo impugnado de esclarecer a data da argida falta grave e de se pronunciar sobre a alegada remio da indisciplina, diante do requisito temporal do Decreto de Indulto, h bice quanto a anlise da matria por este Superior Tribunal, sob pena de indevida supresso de instncia.

2. Impossvel a concesso de progresso de regime na via do habeas corpus, pois essa no se sujeita somente a requisitos objetivos, mas tambm ao preenchimento dos pressupostos subjetivos, que demandam anlise ftica-probatria.

3. O Recorrente, aps a fuga, deve cumprir um sexto (1/6) da pena no regime determinado na sentena para obter esse requisito objetivo para a progresso.

4. Recurso parcialmente concedido para determinar a remessa dos autos ao Tribunal de Justia do Estado do Rio de Janeiro, a fim de que fundamente a negativa da comutao da pena ao Recorrente.

(RHC 15931 / RJ, Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, 04/11/2004, DJ 29.11.2004 p. 350).

HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. ROUBO E FORMAO DE QUADRILHA. REGIME FECHADO. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. INTERRUPO DO PRAZO. ORDEM DENEGADA.

1. "1. A progresso de regime no cumprimento da pena privativa de liberdade tem entre as suas condies o cumprimento de, pelo menos, um sexto da pena no regime em que se encontre o condenado, incluidamente quando resulte de regresso (artigos 50, 112 e 118 da Lei 7.210/84).

2. Por bvia e necessria conseqncia, sendo fechado o regime em que se acha o condenado, a causa de regresso h de produzir, apenasmente, o necessrio reincio da contagem do tempo de 1/6 da pena, requisito legal de progresso de regime. o efeito interruptivo das causas de regresso de regime prisional de que tratam a jurisprudncia e a doutrina.

3. A essa causa interruptiva, porque cumprindo pena reclusiva sob o regime fechado, deve subordinar-se o paciente, que cometeu falta grave, causa legal de reverso." (HC 25.821/SP, da minha Relatoria, in DJ 19/4/2004).

2. Ordem denegada.

(HC 31886 / RJ, Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, 15/06/2004, DJ 09.08.2004 p. 289)

RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. PEDIDO DE PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. AUSNCIA DE REQUISITO OBJETIVO. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL. PRECEDENTES DO STJ.

1. O cometimento de falta grave pelo condenado implicar no reincio do cmputo do interstcio necessrio ao preenchimento do requisito objetivo para a concesso do benefcio da progresso de regime. Precedentes do STJ.

2. Recurso desprovido.

(RHC 15987 / RJ, Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, 01/06/2004, DJ 02.08.2004 p. 429)

RHC - EXECUO PENAL - UNIFICAO DE PENAS - MONTANTE DE TRINTA ANOS - LIMITE APENAS PARA A PRIVAO DA LIBERDADE - INAPLICABILIDADE PARA OS BENEFCIOS DO PROCESSO DE EXECUO - FALTA GRAVE - FUGA DO CONDENADO - REGRESSO PRISIONAL - PLEITO DE PROGRESSO DE REGIME - IMPOSSIBILIDADE - INTERRUPO DO CMPUTO DE TEMPO PARA PROGREDIR - RECURSO DESPROVIDO.

- O limite de 30 (trinta) anos previsto na unificao de penas, de acordo com o art. 75 do Cdigo Penal, vlido, somente, para o cumprimento das reprimendas corporais. Dessa forma, a base de clculo que dever ser usada para se chegar ao montante de pena a ser purgada, a fim de se obter os benefcios da execuo penal (comutao, progresso de regime, livramento condicional e outros), o somatrio total das penas impostas. Precedentes do STJ. Smula 715 do STF.

- Um dos efeitos da regresso prisional a interrupo da contagem do montante de pena cumprida, com vistas adquirir as benesses previstas na execuo penal. Com o reincio do cmputo, o paciente no satisfaz o requisito objetivo de cumprimento de 1/6 da reprimenda no regime em que se encontra, no podendo, portanto,

progredir.

- Recurso desprovido.

(RHC 13436 / RJ, Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUINTA TURMA, 16/03/2004, DJ 10.05.2004 p. 300, RT vol. 829 p. 515)PROCESSUAL PENAL. EXECUO PENAL. PROGRESSO DE REGIME. FALTA GRAVE. AUSNCIA DE REQUISITO OBJETIVO.

A prtica de falta grave pelo condenado acarreta o reincio da contagem do lapso temporal necessrio ao preenchimento do requisito objetivo para a progresso de regime.

Habeas corpus denegado.

(HC 31285 / SP, Ministro PAULO MEDINA, SEXTA TURMA, 23/03/2004, DJ 26.04.2004 p. 222)

HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. HOMICDIO QUALIFICADO. REGIME FECHADO. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. INTERRUPO DO PRAZO. PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. IMPOSSIBILIDADE.

1. A progresso de regime no cumprimento da pena privativa de liberdade tem entre as suas condies o cumprimento de, pelo menos, um sexto da pena no regime em que se encontre o condenado, incluidamente quando resulte de regresso (artigos 50, 112 e 118 da Lei 7.210/84).

2. Por bvia e necessria conseqncia, sendo fechado o regime em que se acha o condenado, a causa de regresso h de produzir, apenasmente, o necessrio reincio da contagem do tempo de 1/6 da pena, requisito legal de progresso de regime. o efeito interruptivo das causas de regresso de regime prisional de que tratam a jurisprudncia e a doutrina.

3. A essa causa interruptiva, porque cumprindo pena reclusiva sob o regime fechado, deve subordinar-se o paciente, que cometeu falta grave, causa legal de reverso.

4. Ordem denegada.

(HC 25821 / SP, Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, 19/02/2004, DJ 19.04.2004 p. 242)

"HABEAS CORPUS. PROGRESSO DE REGIME. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A PROGRESSO. MANUTENO DO RU NO REGIME FECHADO. LEGALIDADE. ORDEM DENEGADA.

No caracteriza o constrangimento ilegal a manuteno do sentenciado no regime prisional fechado, vedada a concesso de progresso quando demonstrada a prtica de falta grave.

O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a concesso do benefcio da progresso de regime prisional."

Ordem denegada.

(HC 29552 / SP, Ministro JOS ARNALDO DA FONSECA, QUINTA TURMA, 17/02/2004, DJ 22.03.2004 p. 333)

HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. INDEFERIMENTO DE PEDIDO DE PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. AUSNCIA DE REQUISITO OBJETIVO. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL. PRECEDENTES DO STJ.

1. Consoante entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justia, o cometimento de falta grave pelo condenado implicar no reincio do cmputo do interstcio necessrio ao preenchimento do requisito objetivo para a concesso do benefcio da progresso de regime.

Precedentes.

2. Ordem denegada.

(HC 16233 / SP, Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, 05/02/2004, DJ 08.03.2004 p. 281)

EMBARGOS DE DECLARAO. OMISSO. DECISO EM TORNO DE FUNDAMENTOS DIVERSOS DA IMPETRAO. PROGRESSO DE REGIME. DISCUSSO ACERCA DO REQUISITO TEMPORAL. ACRDO EM OUTRA FRENTE. REQUISITOS SUBJETIVOS. CORREO. MRITO DA IMPETRAO. INTERRUPO DO PRAZO. FALTA GRAVE.

O recurso aclaratrio merece acolhimento porque o mrito da pretenso se batia contra o fato de o Tribunal a quo ter consentido na interrupo do perodo da progresso, por cometimento de falta grave, e no, como se firmou no acrdo embargado, porque se pretendia discutir o direito em torno dos requisitos subjetivos. Contudo, a questo meritria segue concepo oposta ao pensamento majoritrio desta Casa, porque, cometida falta grave no curso do cumprimento de regime fechado, inicia-se novo cmputo para o benefcio da progresso. Precedentes.

Embargos acolhidos, porm mantida a deciso embargada.

(Edcl no HC 26956 / SP, Ministro JOS ARNALDO DA FONSECA, QUINTA TURMA, 18/12/2003, DJ 16.02.2004 p. 279)

HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. RU CONDENADO PLURALIDADE DE CRIMES. REGIME FECHADO. COMETIMENTO FALTA GRAVE. INTERRUPO PRAZO. PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. IMPOSSIBILIDADE.

1. A progresso de regime na execuo da pena privativa de liberdade tem entre as suas condies o cumprimento de, pelo menos, um sexto da pena no regime em que se encontre o condenado, incluidamente quando resulte de regresso (artigos 50, 112 e 118 da Lei 7.210/84).

2. Por bvia e necessria conseqncia, sendo fechado o regime em que se acha o condenado, a causa de regresso h de produzir, apenasmente, o necessrio reincio da contagem do tempo de 1/6 da pena, requisito legal de progresso de regime. o efeito interruptivo das causas de regresso de regime prisional de que tratam a jurisprudncia e a doutrina.

3. A essa causa interruptiva, porque cumprindo pena reclusiva sob o regime fechado, deve subordinar-se o paciente, que cometeu falta grave, causa legal de reverso.

4. Ordem denegada.

(HC 24096 / SP, Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, 07/10/2003, DJ 09.12.2003 p. 348).

CRIMINAL. EMBARGOS DE DECLARAO. EXECUO. PROGRESSO DE REGIME. FALTA GRAVE. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA CONCESSO DO BENEFCIO DA PROGRESSO. PRINCPIO DA LEGALIDADE. ALEGAO DE OMISSO DO ACRDO. INOCORRNCIA. CONTRARIEDADE JURISPRUDNCIA DESTA CORTE. IMPROPRIEDADE DO MEIO ELEITO. EMBARGOS REJEITADOS.

Acrdo embargado que foi prolatado a partir da rejeio das teses apresentadas pela defesa, concernentes apontada ofensa ao princpio constitucional da legalidade, buscando sustentar a alegao de que o paciente no precisaria cumprir 1/6 da pena para ser merecedor do benefcio da progresso de regime, j que tal exigncia no estaria fixada em lei.

Persistem as razes do acrdo embargado, que decidiu fundamentadamente a questo sub judice, levando em conta os argumentos entendidos suficientes ao embasamento do decisum.

Regresso ao regime prisional fechado que no caracterizara constrangimento ilegal, diante da prtica de falta grave.

O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para progresso de regime.

Alegao de contrariedade jurisprudncia desta Corte que deve ser analisada em sede de embargos de divergncia.

Embargos rejeitados.

(Edcl no RHC 14368 / SP, Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, DJ 06.10.2003 p. 286)

CRIMINAL. HC. EXECUO. CONDENAO EM REGIME SEMI-ABERTO. FALTA GRAVE. REGRESSO PARA O REGIME FECHADO. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA CONCESSO DO BENEFCIO DA PROGRESSO. LEGALIDADE. ORDEM DENEGADA.

No se caracteriza como constrangimento ilegal a regresso do sentenciado ao regime prisional fechado, quando inequivocamente demonstrada a prtica de falta grave fuga do estabelecimento prisional.

O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a concesso do benefcio da progresso de regime prisional.

Ordem denegada.

(HC 27278 / SP, Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, 09/09/2003, DJ 06.10.2003 p. 290)

CRIMINAL. RHC. EXECUO. PROGRESSO DE REGIME. FALTA GRAVE. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA CONCESSO DO BENEFCIO DA PROGRESSO. MANUTENO DO PACIENTE NO REGIME FECHADO. LEGALIDADE. RECURSO DESPROVIDO

No h ilegalidade no acrdo que no conhece do writ originrio, pois no se caracteriza como constrangimento ilegal a manuteno do sentenciado no regime prisional fechado, quando inequivocamente demonstrada a prtica de falta grave.

O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a concesso do benefcio da progresso de regime prisional.

Recurso desprovido.

(RHC 14368 / SP, Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, 17/06/2003, DJ 25.08.2003 p. 330).

3. DECISO PARADIGMA

A Egrgia Quinta Turma do Superior Tribunal de Justia, no julgamento do habeas corpus n 39.358/MS, j. 13/09/2005, DJ 03.10.2005, em acrdo relatado pelo Min. JOS ARNALDO DA FONSECA, ora oferecido como paradigma (cpia autenticada em anexo), assim decidiu sobre o tema:HABEAS CORPUS. EXECUO DA PENA. PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. FALTA GRAVE. REINCIO DA CONTAGEM DE PRAZO.

O cometimento de falta grave pelo condenado, no curso da execuo, interrompe a contagem de prazo exigido para a concesso de benefcios, razo porque no se mostra ilegal a determinao de novo clculo de liquidao da pena.

Ordem denegada.

Eis a ntegra do v. acrdo:

RELATRIO

EXMO. SR. MINISTRO JOS ARNALDO DA FONSECA (Relator):

Sigo a exposio de fls. 702:

"Trata-se de habeas corpus substitutivo de recurso ordinrio, contra acrdo da Primeira Turma Criminal do Tribunal de Justia do Estado de Mato Grosso do Sul, que deu provimento a Agravo Criminal interposto pelo Ministrio Pblico, mediante acrdo assim sintetizado:

EMENTA AGRAVO CRIMINAL EXECUO PENAL FALTA GRAVE REGIME FECHADO RETIFICAO DO CLCULO DE LIQUIDAO DA PENA RECURSO MINISTERIAL PROVIDO.D-se provimento ao agravo para retificar o clculo de liquidao da pena aplicada ao condenado, que a cumpre em regime fechado e pratica falta grave na execuo, para considerar a data-base para a obteno de benefcios o dia em que cometera a infrao, de acordo com a correta interpretao do artigo 118, inciso I, da Lei de Execuo Penal.(fls. 59)

O paciente foi condenado pena de 06(seis) anos e 08 (oito) meses de recluso pela prtica do crime descrito no artigo 157, 2, inciso I,, c.c artigo 65, I e III, alnea d, todos do Cdigo penal e pena de 10 (dez) anos, 04 (quatro) meses e 13 (treze) dias de recluso pela prtica do delito previsto no artigo 157, 2, inciso I, c.c artigo 157, caput, ambos do Cdigo Penal, reprimendas que esto sendo cumpridas pelo Paciente, em regime fechado, em estabelecimento p de segurana mxima.Segundo dizem os autos, o sentenciado cometeu falta grave no curso da execuo, o que levou o MM. Juiz da Execuo Penal a reconhecer tal evento, motivando o Ministrio Pblico a requerer que fosse refeito o clculo da liquidao da pena imposta ao Paciente, tendo por finalidade alterar a data-base para a concesso dos benefcios prisionais, de modo a que estes pudessem ser contados da data do cometimento da falta grave.O MM. Juzo da Vara de Execues Penais indeferiu o pedido, ao fundamento de ausncia de previso legal a determinar a interrupo do clculo de pena quando a falta grave se d no regime fechado.Inconformado, o Ministrio Pblico interps agravo em execuo contra a deciso proferida pelo Juiz da 1 Vara de Execues Penais da Comarca de Campo Grande, que indeferiu o pedido de elaborao de novo clculo de liquidao da pena imposta ao sentenciado Odair Martins de Oliveira.Diante do provimento dado ao recurso de agravo criminal para retificar o clculo da liquidao da pena aplicada ao condenado, que a cumpre em regime fechado e cometeu falta grave, visando considerar a data-base para obteno de benefcios o dia em que cometera a infrao, em ateno ao que prescreve o artigo 118, inciso I, da Lei de Execuo Penal, a Defesa impetra esta ordem de habeas substitutiva de recurso ordinrio, com a finalidade de tornar definitiva a deciso monocrtica, mantendo-se inalterado o clculo de liquidao de pena nos moldes j definidos pelo juzo da execuo penal da Comarca de Campo Grande.Alega a Defensoria Pblica, ora impetrante, a ocorrncia de constrangimento ilegal, tendo em vista ofensa ao princpio da legalidade, contida no v. acrdo atacado, ao extrair do artigo 118, inciso I, da Lei n 7.21084 e em detrimento do paciente, um efeito secundrio da regresso, no previsto na Lei de Execuo Penal. Anota que as sanes penais a serem aplicadas em caso de falta grave, no curso da execuo da pena criminal, esto assim relacionadas: regresso de regime (art. 118, I); revogao do benefcio da sada temporria (art. 125); perda do tempo remido (art. 127); converso das penas de prestao de servio comunidade (art. 181, 1, d) e de limitao de fim de semana (art. 181, 2) em privativa de liberdade, sem contar que, para a concesso da progresso de regime e livramento condicional se exige, alm do requisito objetivo-temporal, bom comportamento carcerrio (de cunho subjetivo), impe-se seja dito que o cometimento de falta grave h de ser conhecido pelo juiz da execuo para formar seu convencimento acerca de deciso versando a esse respeito.Sustenta que o princpio da legalidade veda a ampliao das conseqncias negativas ao condenado em regime fechado que vier a cometer falta grave.Conclui por pedir a concesso da ordem para tornar definitiva a deciso monocrtica, mantendo-se inalterado o clculo de liquidao de pena nos moldes j definidos pelo juzo da execuo penal da Comarca de Campo GrandeMS."

Parecer do Ministrio Pblico Federal pela denegao da ordem.

o relatrio.

VOTO

EXMO. SR. MINISTRO JOS ARNALDO DA FONSECA (Relator):

Esta Corte firmou o entendimento de que o cometimento de falta grave pelo condenado, no curso da execuo, interrompe a contagem do prazo exigido para a concesso do benefcio da progresso de regime prisional, devendo outro se iniciar, tomando como parmetro o tempo restante da pena a ser purgada.

Confiram-se, a propsito, os seguintes precedentes:

"HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. RU CONDENADO PLURALIDADE DE CRIMES. REGIME FECHADO. COMETIMENTO FALTA GRAVE. INTERRUPO PRAZO. PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. IMPOSSIBILIDADE.1. A progresso de regime na execuo da pena privativa de liberdade tem entre as suas condies o cumprimento de, pelo menos, um sexto da pena no regime em que se encontre o condenado, incluidamente quando resulte de regresso (artigos 50, 112 e 118 da Lei 7.21084).2. Por bvia e necessria conseqncia, sendo fechado o regime em que se acha o condenado, a causa de regresso h de produzir, apenasmente, o necessrio reincio da contagem do tempo de 16 da pena, requisito legal de progresso de regime. o efeito interruptivo das causas de regresso de regime prisional de que tratam a jurisprudncia e a doutrina.3. A essa causa interruptiva, porque cumprindo pena reclusiva sob o regime fechado, deve subordinar-se o paciente, que cometeu falta grave, causa legal de reverso.4. Ordem denegada." (HC 24096SP; Relator Min. HAMILTON CARVALHIDO, DJ 09122003)

"CRIMINAL. HC. EXECUO. CONDENAO EM REGIME SEMI-ABERTO. FALTA GRAVE. REGRESSO PARA O REGIME FECHADO. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA CONCESSO DO BENEFCIO DA PROGRESSO. LEGALIDADE. ORDEM DENEGADA.No se caracteriza como constrangimento ilegal a regresso do sentenciado ao regime prisional fechado, quando inequivocamente demonstrada a prtica de falta grave fuga do estabelecimento prisional.O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a concesso do benefcio da progresso de regime prisional.Ordem denegada." (HC 27278SP; Relator Min. GILSON DIPP, DJ 06102003)

"PROCESSUAL PENAL. EXECUO PENAL. PROGRESSO DE REGIME. FALTA GRAVE. AUSNCIA DE REQUISITO OBJETIVO.A prtica de falta grave pelo condenado acarreta o reincio da contagem do lapso temporal necessrio ao preenchimento do requisito objetivo para a progresso de regime.Habeas corpus denegado." (HC n. 31.285SP, Rel. Min. PAULO MEDINA, DJ de 26042004)

"HABEAS CORPUS. PROGRESSO DE REGIME. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A PROGRESSO. MANUTENO DO RU NO REGIME FECHADO. LEGALIDADE. ORDEM DENEGADA.No caracteriza o constrangimento ilegal a manuteno do sentenciado no regime prisional fechado, vedada a concesso de progresso quando demonstrada a prtica de falta grave.O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a concesso do benefcio da progresso de regime prisional.Ordem denegada." (HC n. 29.552SP, de minha relatoria, DJ de 22032004)

"HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. INDEFERIMENTO DE PEDIDO DE PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. AUSNCIA DE REQUISITO OBJETIVO. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL. PRECEDENTES DO STJ.1. Consoante entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justia, o cometimento de falta grave pelo condenado implicar no reincio do cmputo do interstcio necessrio ao preenchimento do requisito objetivo para a concesso do benefcio da progresso de regime.Precedentes.2. Ordem denegada." (HC n. 16.233SP, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJ de 08032004)

No tocante ao livramento, o mesmo fundamento deve ser anotado, sobretudo no fato de que a falta em si submeter-se- anlise do mrito do reeducando. Portanto, correto o novo clculo de liquidao da pena, consoante bem ressaltou a opinio ministerial s fls. 724:

"A deciso de primeiro grau, que resultou na interposio de agravo criminal, houve-se com evidente desacerto ao entender que no existe previso legal que determine a interrupo do clculo de pena quando ocorra falta grave no regime fechado. (fls. 32).Na mesma linha de entendimento do que decidiu o v. acrdo recorrido, a jurisprudncia dessa c. Corte Superior tem se posicionado no sentido de que a progresso de regime no cumprimento da pena privativa de liberdade indica entre as suas condies o cumprimento de, pelo menos, um sexto da pena no regime em que se encontre o condenado, at mesmo quando a situao resulte de regresso (artigos 50, 112 e118 da Lei n 7.21084).Se assim , como na hiptese dos autos, por se tratar de fechado o regime em que se encontra o condenado, a causa de regresso h de produzir, to somente, o necessrio reincio da contagem do tempo de 16 da pena, consistente em requisito legal de progresso de regime, que efeito interruptivo das causas de progresso de regime prisional. Em face da ausncia de regime mais gravoso para a transferncia de reeducando que, cumprindo pena no regime fechado, comete falta grave, no deve ficar ele sem sofrer punio, sob pena de estar-se incentivando os reclusos que cumprem pena no regime fechado a cometer falta grave.Se o contrrio fosse a regra, os sistemas de controle no mbito dos estabelecimentos prisionais estariam irremediavelmente comprometidos, atraindo a desordem e a indisciplina entre os reeducandos, que se veriam infensos aos limites legais. Logo, inexiste o falado efeito secundrio da regresso, que deu margem deciso de primeiro grau que no acolheu manifestao do Ministrio Pblico objetivando a elaborao de novo clculo de liquidao de pena, ao argumento de que o sentenciado praticara falta disciplinar de natureza grave, consubstanciada na fabricao e porte de 03 (trs) facas artesanais, devendo-se assim computar como data base para a concesso de qualquer benefcio, a da referida falta. Com isso, resta como induvidoso que a essa causa interruptiva, porque cumprindo pena de privativa de liberdade sob o regime fechado, deve subordinar-se o paciente, que cometeu falta grave, causa legal de reverso.

"HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. HOMICDIO QUALIFICADO. REGIME FECHADO. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. INTERRUPO DO PRAZO. PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. IMPOSSIBILIDADE.1. A progresso de regime no cumprimento da pena privativa de liberdade tem entre as suas condies o cumprimento de, pelo menos, um sexto da pena no regime em que se encontre o condenado, incluidamente quando resulte de regresso (artigos 50, 112 e 118 da Lei 7.21084).2. Por bvia e necessria conseqncia, sendo fechado o regime em que se acha o condenado, a causa de regresso h de produzir, apenasmente, o necessrio reincio da contagem do tempo de 16 da pena, requisito legal de progresso de regime. o efeito interruptivo das causas de regresso de regime prisional de que tratam a jurisprudncia e a doutrina.3. A essa causa interruptiva, porque cumprindo pena reclusiva sob o regime fechado, deve subordinar-se o paciente, que cometeu falta grave, causa legal de reverso.4. Ordem denegada." (HC 25821SP, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, DJ 19.04.2004)

No h que se falar, pois, em constrangimento ilegal sofrido pelo Paciente em face do v. acrdo atacado, que se limitou a fazer cumprir as disposies dos artigos 50 e 118, I, da Lei de Execuo Penal, que asseveram que o condenado que cumpre pena no regime fechado e pratica falta grave, no pode regredir para forma mais severa de cumprimento, uma vez que inexistente. Nesses casos, ao sentenciado, aplicado o efeito secundrio da regresso, qual seja, a interrupo do prazo para a obteno dos benefcios.Ora, se regime mais rigoroso inexiste para aquele que cumpre pena em regime fechado, e nem possibilidade progresso, quando comete falta grave, por no lhe ser permitida a passagem para regime mais brando, a sujeio ao efeito secundrio da regresso a conseqncia, consubstanciada na interrupo da contagem do montante da pena cumprida para adquirir as benesses previstas na execuo penal, como a remisso e o livramento condicional, ou, ainda, para perder o direito quele, ou ver revogado esta, o que poderia importar em ser o sentenciado privilegiado com tratamento mais benigno do que o condenado em regime inicialmente fechado, por crime hediondo."

Ante o exposto, denego a ordem.

3.1. DEMONSTRAO ANALTICA

Como podemos verificar pela transcrio ora realizada, evidente o paralelismo entre o caso trazido colao e a hiptese analisada pelo v. acrdo recorrido, pois em ambos houve deciso sobre a recontagem do prazo para fins de aquisio de benefcios no curso da execuo da pena, aps a prtica de falta grave; porm, as solues aplicadas apresentam-se opostas.

Para o v. acrdo recorrido (fls. 46/48):

O MM. Juiz de Direito, devido ao agravante ter cometido falta grave, determinou que a contagem do prazo de cumprimento de pena, para fins de concesso de benefcios, tem que ser reiniciada aps a ltima falta grave cometida.

Os requisitos objetivos para a concesso de livramento condicional se encontram no art. 83 do C. Penal, e de outros benefcios na Lei n 7.210/84.

No h nenhum dispositivo que determine o reincio da contagem de prazo de cumprimento de pena privativa de liberdade, para efeitos de concesso de livramento condicional e de outros benefcios, quando o condenado comete falta grave.

O Cdigo Penal e a Lei n 7.210/84 dispem, a respeito do livramento condicional, em vrios de seus artigos. O exame de qualquer um desses artigos revela que no h nenhuma exigncia quanto ao reincio da contagem do prazo, na hiptese de cometimento de falta grave pelo condenado.

O cometimento de falta grave acarreta vrias conseqncias ao condenado. A fuga constitui falta grave nos termos do inc. II do art. 50 da Lei de Execuo Penal (LEP). O condenado que foge punido com a regresso para regime prisional mais rigoroso (art. 118, inc. I, da LEP), e com a perda dos dias remidos (art. 127 da LEP).

A Lei de Execuo Penal e o Cdigo Penal no possuem qualquer dispositivo que determine a perda do montante da pena cumprida antes da fuga para que possa ser beneficiado com o livramento condicional ou qualquer outro tipo de benefcio. A Lei de Execuo Penal e o Cdigo Penal no determinam que, tendo o condenado cometido falta grave, para obteno de livramento condicional ou qualquer outro benefcio, tenha novo incio de contagem de tempo de priso cumprido a partir da data em que a falta grave foi cometida.

O julgador no pode impor condies no exigidas em lei para conceder benefcio a uma pessoa condenada. O julgador no pode interpretar artigos de lei por analogia, quando estes so prejudiciais ao condenado, o que determina a cassao da deciso para que o cumprimento da pena, anterior a falta grave, seja computado para fins de benefcios.

D-se, por esses motivos, provimento ao recurso de Mrio Aparecido Guloni para cassar a deciso e reconhecer que o cometimento de falta grave no determina o reincio da contagem de novo prazo de tempo de priso cumprido para efeitos de livramento condicional ou qualquer outro tipo de benefcio, determinando que novo clculo seja elaborado.

De modo diverso, assenta o v. julgado paradigma:

Esta Corte firmou o entendimento de que o cometimento de falta grave pelo condenado, no curso da execuo, interrompe a contagem do prazo exigido para a concesso do benefcio da progresso de regime prisional, devendo outro se iniciar, tomando como parmetro o tempo restante da pena a ser purgada.

Confiram-se, a propsito, os seguintes precedentes:

"HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. RU CONDENADO PLURALIDADE DE CRIMES. REGIME FECHADO. COMETIMENTO FALTA GRAVE. INTERRUPO PRAZO. PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. IMPOSSIBILIDADE.1. A progresso de regime na execuo da pena privativa de liberdade tem entre as suas condies o cumprimento de, pelo menos, um sexto da pena no regime em que se encontre o condenado, incluidamente quando resulte de regresso (artigos 50, 112 e 118 da Lei 7.21084).2. Por bvia e necessria conseqncia, sendo fechado o regime em que se acha o condenado, a causa de regresso h de produzir, apenasmente, o necessrio reincio da contagem do tempo de 16 da pena, requisito legal de progresso de regime. o efeito interruptivo das causas de regresso de regime prisional de que tratam a jurisprudncia e a doutrina.3. A essa causa interruptiva, porque cumprindo pena reclusiva sob o regime fechado, deve subordinar-se o paciente, que cometeu falta grave, causa legal de reverso.4. Ordem denegada." (HC 24096SP; Relator Min. HAMILTON CARVALHIDO, DJ 09122003)

"CRIMINAL. HC. EXECUO. CONDENAO EM REGIME SEMI-ABERTO. FALTA GRAVE. REGRESSO PARA O REGIME FECHADO. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA CONCESSO DO BENEFCIO DA PROGRESSO. LEGALIDADE. ORDEM DENEGADA.No se caracteriza como constrangimento ilegal a regresso do sentenciado ao regime prisional fechado, quando inequivocamente demonstrada a prtica de falta grave fuga do estabelecimento prisional.O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a concesso do benefcio da progresso de regime prisional.Ordem denegada." (HC 27278SP; Relator Min. GILSON DIPP, DJ 06102003)

"PROCESSUAL PENAL. EXECUO PENAL. PROGRESSO DE REGIME. FALTA GRAVE. AUSNCIA DE REQUISITO OBJETIVO.A prtica de falta grave pelo condenado acarreta o reincio da contagem do lapso temporal necessrio ao preenchimento do requisito objetivo para a progresso de regime.Habeas corpus denegado." (HC n. 31.285SP, Rel. Min. PAULO MEDINA, DJ de 26042004)

"HABEAS CORPUS. PROGRESSO DE REGIME. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A PROGRESSO. MANUTENO DO RU NO REGIME FECHADO. LEGALIDADE. ORDEM DENEGADA.No caracteriza o constrangimento ilegal a manuteno do sentenciado no regime prisional fechado, vedada a concesso de progresso quando demonstrada a prtica de falta grave.O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a concesso do benefcio da progresso de regime prisional.Ordem denegada." (HC n. 29.552SP, de minha relatoria, DJ de 22032004)

"HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. INDEFERIMENTO DE PEDIDO DE PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. AUSNCIA DE REQUISITO OBJETIVO. REINCIO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL. PRECEDENTES DO STJ.1. Consoante entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justia, o cometimento de falta grave pelo condenado implicar no reincio do cmputo do interstcio necessrio ao preenchimento do requisito objetivo para a concesso do benefcio da progresso de regime.Precedentes.2. Ordem denegada." (HC n. 16.233SP, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJ de 08032004)

No tocante ao livramento, o mesmo fundamento deve ser anotado, sobretudo no fato de que a falta em si submeter-se- anlise do mrito do reeducando. Portanto, correto o novo clculo de liquidao da pena, consoante bem ressaltou a opinio ministerial s fls. 724:

"A deciso de primeiro grau, que resultou na interposio de agravo criminal, houve-se com evidente desacerto ao entender que no existe previso legal que determine a interrupo do clculo de pena quando ocorra falta grave no regime fechado. (fls. 32).Na mesma linha de entendimento do que decidiu o v. acrdo recorrido, a jurisprudncia dessa c. Corte Superior tem se posicionado no sentido de que a progresso de regime no cumprimento da pena privativa de liberdade indica entre as suas condies o cumprimento de, pelo menos, um sexto da pena no regime em que se encontre o condenado, at mesmo quando a situao resulte de regresso (artigos 50, 112 e118 da Lei n 7.21084).Se assim , como na hiptese dos autos, por se tratar de fechado o regime em que se encontra o condenado, a causa de regresso h de produzir, to somente, o necessrio reincio da contagem do tempo de 16 da pena, consistente em requisito legal de progresso de regime, que efeito interruptivo das causas de progresso de regime prisional. Em face da ausncia de regime mais gravoso para a transferncia de reeducando que, cumprindo pena no regime fechado, comete falta grave, no deve ficar ele sem sofrer punio, sob pena de estar-se incentivando os reclusos que cumprem pena no regime fechado a cometer falta grave.Se o contrrio fosse a regra, os sistemas de controle no mbito dos estabelecimentos prisionais estariam irremediavelmente comprometidos, atraindo a desordem e a indisciplina entre os reeducandos, que se veriam infensos aos limites legais. Logo, inexiste o falado efeito secundrio da regresso, que deu margem deciso de primeiro grau que no acolheu manifestao do Ministrio Pblico objetivando a elaborao de novo clculo de liquidao de pena, ao argumento de que o sentenciado praticara falta disciplinar de natureza grave, consubstanciada na fabricao e porte de 03 (trs) facas artesanais, devendo-se assim computar como data base para a concesso de qualquer benefcio, a da referida falta. Com isso, resta como induvidoso que a essa causa interruptiva, porque cumprindo pena de privativa de liberdade sob o regime fechado, deve subordinar-se o paciente, que cometeu falta grave, causa legal de reverso.

"HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. HOMICDIO QUALIFICADO. REGIME FECHADO. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. INTERRUPO DO PRAZO. PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. IMPOSSIBILIDADE.1. A progresso de regime no cumprimento da pena privativa de liberdade tem entre as suas condies o cumprimento de, pelo menos, um sexto da pena no regime em que se encontre o condenado, incluidamente quando resulte de regresso (artigos 50, 112 e 118 da Lei 7.21084).2. Por bvia e necessria conseqncia, sendo fechado o regime em que se acha o condenado, a causa de regresso h de produzir, apenasmente, o necessrio reincio da contagem do tempo de 16 da pena, requisito legal de progresso de regime. o efeito interruptivo das causas de regresso de regime prisional de que tratam a jurisprudncia e a doutrina.3. A essa causa interruptiva, porque cumprindo pena reclusiva sob o regime fechado, deve subordinar-se o paciente, que cometeu falta grave, causa legal de reverso.4. Ordem denegada." (HC 25821SP, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, DJ 19.04.2004)

No h que se falar, pois, em constrangimento ilegal sofrido pelo Paciente em face do v. acrdo atacado, que se limitou a fazer cumprir as disposies dos artigos 50 e 118, I, da Lei de Execuo Penal, que asseveram que o condenado que cumpre pena no regime fechado e pratica falta grave, no pode regredir para forma mais severa de cumprimento, uma vez que inexistente. Nesses casos, ao sentenciado, aplicado o efeito secundrio da regresso, qual seja, a interrupo do prazo para a obteno dos benefcios.Ora, se regime mais rigoroso inexiste para aquele que cumpre pena em regime fechado, e nem possibilidade progresso, quando comete falta grave, por no lhe ser permitida a passagem para regime mais brando, a sujeio ao efeito secundrio da regresso a conseqncia, consubstanciada na interrupo da contagem do montante da pena cumprida para adquirir as benesses previstas na execuo penal, como a remisso e o livramento condicional, ou, ainda, para perder o direito quele, ou ver revogado esta, o que poderia importar em ser o sentenciado privilegiado com tratamento mais benigno do que o condenado em regime inicialmente fechado, por crime hediondo."

Ante o exposto, denego a ordem. (em anexo)

Como se v, a situao tratada nos dois julgados idntica: discutiu-se se o cometimento de falta grave implica ou no na interrupo do tempo de cumprimento da pena, para fins de concesso de eventuais benefcios. As concluses, contudo, foram dspares. O v. acrdo entendeu que:

No h nenhum dispositivo que determine o reincio da contagem de prazo de cumprimento de pena privativa de liberdade, para efeitos de concesso de livramento condicional e de outros benefcios, quando o condenado comete falta grave. (fls. 46/47) Com pensamento diverso, o v. aresto paradigma conclui que:

O cometimento de falta grave pelo condenado, no curso da execuo, interrompe a contagem de prazo exigido para a concesso de benefcios, razo porque no se mostra ilegal a determinao de novo clculo de liquidao da pena.... ... ...

No h que se falar, pois, em constrangimento ilegal sofrido pelo Paciente em face do v. acrdo atacado, que se limitou a fazer cumprir as disposies dos artigos 50 e 118, I, da Lei de Execuo Penal, que asseveram que o condenado que cumpre pena no regime fechado e pratica falta grave, no pode regredir para forma mais severa de cumprimento, uma vez que inexistente. Nesses casos, ao sentenciado, aplicado o efeito secundrio da regresso, qual seja, a interrupo do prazo para a obteno dos benefcios.Ora, se regime mais rigoroso inexiste para aquele que cumpre pena em regime fechado, e nem possibilidade progresso, quando comete falta grave, por no lhe ser permitida a passagem para regime mais brando, a sujeio ao efeito secundrio da regresso a conseqncia, consubstanciada na interrupo da contagem do montante da pena cumprida para adquirir as benesses previstas na execuo penal, como a remisso e o livramento condicional, ou, ainda, para perder o direito quele, ou ver revogado esta, o que poderia importar em ser o sentenciado privilegiado com tratamento mais benigno do que o condenado em regime inicialmente fechado, por crime hediondo."

Por seu acerto, deve prevalecer o entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justia.

Nesse passo, pede-se vnia para transcrever, no mesmo sentido do v. aresto paradigma, o voto vencido, proclamado pelo eminente Desembargador ROBERTO MARTINS DE SOUZA (fls. 42/45):

Seguindo a esteira de outros votos, ousei divergir da douta maioria.

Com efeito, o sentenciado cumpria pena privativa de liberdade em regime fechado, num total 21 anos, 03 meses e 02 dias de recluso, pela prtica de furtos e receptao, tendo sua pena corporal se iniciado em 29 de julho de 1994.

Consta dos autos que em 26 de maio de 2003 o sentenciado praticou falta disciplinar de natureza grave, consistente na posse de substncias entorpecentes, tendo o Magistrado "a quo" na r. deciso, ora guerreada, determinado o reincio da contagem do prazo de cumprimento da pena para fins de benefcios, a partir da data da falta cometida.

Em que pese a argumentao da d. Defensoria do agravante e dos ilustres colegas que a adotam, entendo que o cometimento de falta disciplinar de natureza grave, efetivamente, interrompe o lapso temporal.

Realmente, o art. 127 da LEP dispe: "o condenado que for punido por falta grave perder o direito ao tempo remido, comeando o novo perodo a partir da data da infrao disciplinar."

O art. 50 da LEP especifica quais so as faltas disciplinares de natureza grave.

Partindo desta linha de raciocnio certo dizer que de rigor o reincio do novo perodo de contagem, durante o qual dever o sentenciado demonstrar ter adquirido mritos para a obteno dos benefcios eventualmente pleiteados, nos moldes do art. 112 da LEP e da nova Lei n 10.792/03.

Desta forma, o agravante praticou falta grave tem de ser punido com a regresso de regime prisional e com a perda dos dias remidos, do contrrio o sistema penitencirio se tornaria um verdadeiro caos, eis que cada detento iria cometer as mais variadas infraes administrativas por no temer qualquer reprimenda.

Ora, se o sentenciado estivesse no regime semiaberto, teria sido regredido ao regime fechado, e a partir daquela data, em considerando a pena ainda por cumprir, que seria calculado o 1/6 exigido para a progresso.

Portanto, correto o entendimento do nobre Magistrado de 1 grau.

Este o entendimento doutrinrio e jurisprudencial, como se v pelos vrios julgados colacionados pelo Dr. Promotor de Justia e pelo d. Procurador de Justia, entre eles podemos citar: "Condenado que cumpre pena na modalidade fechada. Cometimento de falta grave. Interrupo do prazo de 1/6 para solicitar promoo Ocorrncia: A fuga do preso est prevista como falta grave no art. 50, II, da LEP. Embora haja divergncia jurisprudncial, a melhor interpretao do art. 118, I, da LEP, a que manda interromper o prazo de 1/6, pelo cometimento de uma falta grave, mesmo que o condenado esteja no reginte fechado, porque se ele estiver nos demais regimes sofrer uma regresso, e como conseqncia reiniciar o cmputo do lapso aquisitivo, e modo que, se j est no regime fechado, no se pode fazlo regredir para um regime pior, mas podese fazlo suportar os efeitos secundrios da regresso, um dos quais precisamente o reincio da contagem de seu tempo para solicitar promoo (Ag. Em Exec. n 797.387/1, da Comarca de So Paulo Rel. Pedro Gagliardi, RJDTACrim 19/43) e A prtica de falta grave tem por efeito a interrupo do prazo de cumprimento da pena para a promoo de regime prisional: a partir de tal conduta que comear a fluir novo lapso, para fins de progresso, devendo o sentenciado resgatar 1/6 do restante de sua reprimenda antes de, eventualmente, obter o benefcio, por aplicao analgica do art. 112, da Lei n 7.210/84 (RT 755/624 TJSP).

No mesmo sentido, merece ser transcrito, pelo acerto com que se houve, parte do Voto proferido pelo iminente Desembargador Hlio de Freitas, no Agravo em Execuo n 219.147.3/3, julgado pela 4 Cm. em 15.04.1997:

(...) Cometendo falta grave, o condenado est sujeito a sanes disciplinares, de natureza administrativa (art. 57, parg. nico, da LEP), e perda de benefcios conquistados na execuo da pena: regresso (art. 118, I), revogao da sada temporria (art. 125), perda do direito ao tempo remido (art. 127) etc.

Na espcie, como a agravante j estava no regime mais gravoso, qual seja o fechado no pode falar em regresso. Contudo, est sujeita a um efeito secundrio decorrente do cometimento dessa falta grave, enforme bem explica o eminente autor Jlio F. Mirabete, lembrado pelos ilustres representantes do MP de ambas as instncias: Se o condenado que praticar falta grave estiver no regime fechado, no se podendo faz-lo regredir para regime mais severo, inexistente, alm de ser submetido sano disciplinar, est sujeito ao efeito secundrio da regresso, ou seja, ter interrompido o temo de cumprimento da pena para efeito de progresso, devendo cumprir mais um sexto do restante a partir da falta grave para obt-la (Execuo Penal, 1996, p. 277)...

Por fim, calha consignar que em contato telefnico com a Vara da Execues Criminais da Comarca de Araraquara, fomos informados pela Sra. Margarete Pickel, Diretora, que o agravante continua preso em regime fechado, tendo cometido mais duas faltas disciplinares de natureza grave em 05-10-2005 e 16-02-2006, ambas por posse de telefone celular dentro da cela, o que evidencia a falta de mritos para obter progresso.

Assim, a r. deciso de fls. 09/11 no merece qualquer reparo, devendo ser mantida por seus prprios e jurdicos fundamentos.

Ante o exposto, pelo meu voto e com a devida vnia da douta maioria, negava provimento ao agravo.

4. RAZES DO PEDIDO DE REFORMA DA DECISO RECORRIDA

Ante o exposto, demonstrado fundamentadamente o dissdio jurisprudencial, aguarda o Ministrio Pblico do Estado de So Paulo seja deferido o processamento do presente recurso especial por Essa Egrgia Presidncia, bem como seu ulterior conhecimento e provimento pelo Superior Tribunal de Justia, para que seja cassada a deciso impugnada, e, conseqentemente, seja restabelecida a deciso de Primeiro Grau que reconheceu ser o cometimento de falta grave causa de interrupo do prazo para a obteno de outros benefcios.

So Paulo, 05 de outubro de 2006.

PERSEU GENTIL NEGRO

Procurador de Justia

ANDR LUIZ RIERA NEVES

Promotor de Justia designado

ndices

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Ementas ordem numrica

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