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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA DE QUÍMICA Programa de Pós-Graduação em Processos Químicos e Bioquímicos GILVANETE MARIA FERREIRA ESTUDO DAS PROPRIEDADES REOLÓGICAS DO SISTEMA POLPA DE CUPUAÇU – BIOPOLÍMEROS Tese de Doutorado Orientadoras: Prof. Maria Cristina A. Maia, D.Sc Prof. Maria José de Oliveira C. Guimarães, D.Sc. Outubro de 2008

Tese de Doutorado - UFRJ/EQ/EPQBepqb.eq.ufrj.br/download/sistema-polpa-de-cupuacu-biopolimeros.pdfGilvanete Maria Fereira Outubro, 2008 Supervisors: Maria Cristina Antun Maia, D.Sc

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA DE QUÍMICA

Programa de Pós-Graduação em Processos Químicos e Bioquímicos

GILVANETE MARIA FERREIRA ESTUDO DAS PROPRIEDADES REOLÓGICAS DO

SISTEMA POLPA DE CUPUAÇU – BIOPOLÍMEROS

Tese de Doutorado

Orientadoras: Prof. Maria Cristina A. Maia, D.Sc Prof. Maria José de Oliveira C. Guimarães, D.Sc.

Outubro de 2008

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ii

ESTUDO DAS PROPRIEDADES REOLÓGICAS DO SISTEMA

POLPA DE CUPUAÇU – BIOPOLÍMEROS

GILVANETE MARIA FERREIRA Tese submetida ao corpo docente do curso de Pós-Graduação em Tecnologia de

Processos Químicos e Bioquímicos da Escola de Química da Universidade Federal do

Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Título

de Doutor em Ciências.

Aprovada por:

_________________________________________ Carlos Alberto Gasparetto, D.Sc.

(FEA/UNICAMP)

_______________________________________ Léa Maria de Almeida Lopes, D.Sc.

(IMA/UFRJ)

_________________________________________ Christine Rabello Nascimento, D.Sc.

(CETEM/MCT)

_________________________________________ Suely Pereira Freitas, D.Sc.

(EQ/UFRJ)

_________________________________________ Ana Lucia do Amaral Vendramini, D.Sc.

(EQ/UFRJ)

Orientada por:

_________________________________________ Maria Cristina Antun Maia, D.Sc.

(EQ/UFRJ)

_________________________________________ Maria José de Oliveira C. Guimarães, D.Sc.

(EQ/UFRJ)

Rio de Janeiro, 2008.

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iii

FICHA CATALOGRÁFICA

F383e Ferreira, Gilvanete Maria.

Estudo das propriedades reológicas do sistema polpa de cupuaçu – biopolímeros / Gilvanete Maria Ferreira. -- 2008.

120 f.: il.

Tese (Doutorado em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Química, Rio de Janeiro, 2008.

Orientadoras: Maria Cristina Antun Maia e Maria José de Oliveira C. Guimarães

1. Cupuaçu. 2. Polissacarídeos. 3. Reologia – Teses. I. Maia, Maria Cristina Antun (Orient.). II. Guimarães, Maria José de Oliveira C. (Orient.). III. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, Escola de Química. IV. Título.

CDD: 668.9

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iv

Dedico este trabalho:

Aos meus pais, Leopoldo José Ferreira e Maria Nunes Ferreira, minha eterna gratidão

A todos os meus irmãos, em especial Gilberto, pelo incentivo

Ao meu esposo Robson Silvestre da Conceição, meu grande amor

Aos meus sogros, Marinete S. Bastos e Joaquim Santana que compartilharam comigo essa batalha

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v

AGRADECIMENTOS

Às Professoras Maria José O. C. Guimarães e Maria Cristina Antun Maia pela

orientação deste trabalho, por todo incentivo, compreensão e amizade.

À Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro pela oportunidade de

realização deste trabalho.

Ao CNPq pela bolsa concedida durante a realização do curso.

À CP Kelco e Plury Química pela doação das gomas xantana e guar.

Ao Lapin - IMA-UFRJ, por permitir o uso do reômetro para realização do trabalho

experimental. Em especial a Léa Lopes pela grandiosa contribuição e amizade, como

também, a Márcia e Bárbara pela amizade, compreensão e companhias agradáveis.

Aos meus amigos Killian, Marcella e André, Rafaela, Luciana e Deolinda pela amizade,

incentivo, apoio, compreensão, simplesmente pelas pessoas que são.

Aos companheiros de estudo Edimir, Marcelle, Renata.

Aos membros da Banca Examinadora, pela contribuição nas correções e sugestões, que

permitiram o aprimoramento deste trabalho.

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“Cada conquista impulsiona outras buscas e abre novos horizontes”.

(Lúcia Cristina Vriesmann)

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vii

Resumo da Tese de Doutorado apresentado ao Curso de Pós-Graduação de Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos da Escola de Química/ UFRJ como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Doutor em Ciências.

ESTUDO DAS PROPRIEDADES REOLÓGICAS DO SISTEMA POLPA DE CUPUAÇU - BIOPOLÍMEROS

Gilvanete Maria Fereira

Outubro, 2008

Orientadoras : Maria Cristina Antun Maia, D.Sc. Maria José de Oliveira C. Guimarães, D.Sc. O cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum, Família Sterculiaceae) é um fruto

nativo da região amazônica. Sua polpa apresenta um forte aroma e um agradável sabor

ácido, sendo empregada em doces, sorvetes e geléias caseiras. Neste trabalho foi

estudado o comportamento reológico da polpa de cupuaçu pura, e das polpas aditivadas

com as gomas xantana e guar. Os ensaios foram realizados em um reômetro AR2000,

equipado com geometria cone–placa (2º, 60mm). Os teste em cisalhamento estacionário

foram realizados na faixa de taxa de cisalhamento de 0,3 a 300 s-1, nas temperaturas de

10, 20, 30, 40 e 50ºC e no cisalhamento dinâmico usou-se faixa de freqüência de 0,1 a

100 Hz e temperaturas de 10, 30 e 50ºC. Nos experimentos reológicos, verificou-se que

as curvas de escoamento das amostras adequaram-se bem aos modelos de Ostwald-de

Waele, Casson, Sisko, Cross e Carreau. Os valores obtidos para o índice de

comportamento (n < 1) confirmaram a pseudoplasticidade de todas as amostras. A polpa

com goma xantana apresentou maior grau de pseudoplasticidade que a guar, em polpa

de cupuaçu. A polpa de cupuaçu pura apresentou tixotropia, a qual foi avaliada pelo

decréscimo da viscosidade aparente em função do tempo, enquanto que, para as polpas

aditivadas não foi observado tal comportamento. O efeito da temperatura sobre a

viscosidade aparente da polpa aditivada com guar ou xantana foi descrita por uma

equação tipo Arrhenius e discutida em termos de energia de ativação. Tanto a polpa de

cupuaçu como a polpa aditivada comportaram-se como um gel fraco, apresentando o

módulo elástico maior do que o módulo viscoso (G’ > G”), os quais aumentaram com o

aumento da concentração das gomas. Nos ensaios de creep a polpa de cupuaçu pura

apresentou comportamento mais elástico que as polpas aditivadas, devido ao afeito

gelificante da pectina.

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Abstract of Thesis presented to Curso de Pós- Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos – EQ/ UFRJ as partial fulfilment of the requirements for the degree of Doctor in Science.

STUDY Of RHEOLOGICAL PROPERTIES OF THE SYSTEM CUPUASSU - BIOPOLYMERS

Gilvanete Maria Fereira

Outubro, 2008

Supervisors: Maria Cristina Antun Maia, D.Sc. Maria José Oliveira C. Guimarães, D.Sc.

The cupuassu (Theobroma grandiflorum Schum, Sterculiaceae) is a native

Amazonian fruit. Its pulp has a pleasant acidic taste and a strong fragrance and is used

in candies, ice cream, domestic jellies, and jams. In this work the rheological behavior

of the cupuassu fruit pulp, xanthan and guar gums dispersed in the pulp was studied.

The experiments were carried out in a Rheometer AR 2000, using cone-plate (2º,

60mm) geometry. The rheological behavior of guar and xanthan gums in cupuassu fruit

pulp was evaluated by means of shear steady tests in the range of 0.3 to 300 s-1 at

temperatures 10, 20, 30, 40 and 50 ºC and oscillatory tests in the frequency range of

0.1 to 100 Hz. at temperatures 10, 30 and 50 ºC. Ostwald-de Waele, Casson, Sisko,

Cross and Carreau models fitted well the samples flow behavior. Experimental flow

behavior index confirmed the pseudoplastic character of all samples. In pulp fruit

systems, xanthan showed more pseudoplasticity than guar. The pulp of pure cupuassu

tixotropy presented, which was evaluated by the decrease in viscosity as a function of

time, while for the pulp with guar and xanthan gums was not observed such behavior.

The effect of temperature on the apparent viscosity of guar or xanthan in cupuassu fruit

pulp was described by Arrhenius equation and discussed in terms of activation energy.

In oscillatory tests all samples behaved as weak gel, with storage module greater than

loss module (G' > G"), which increased as the gum concentration increased. In tests of

creep of pure cupuassu more elastic behavior showed that the pulp with gums due to the

wont of pectin jelling.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 - Rendimento industrial de frutas selecionadas

Tabela 2.1 - Composição físico-química da polpa de cupuaçu

Tabela 2.2 - Analise química de cupuaçu em g/100g

Tabela 2.3 - Taxas de deformação (γ) típicas para materiais e processos

Tabela 4.1 - Caracterização física e química da polpa de cupuaçu

Tabela 4.2 - Resultados dos parâmetros de cor da polpa

Tabela 4.3 – Parâmetros do modelo de Ostwald-de-Waelle para as amostras Cup,

CupG03, CupG07, CupG1, CupX03, CupX07 e CupX1%, respectivamente

Tabela 4.4 - Parâmetros do modelo de Casson para as amostras Cup, CupG03, CupG07,

CupG1, CupX03, CupX07 e CupX1%, respectivamente

Tabela 4.5 - Parâmetros do modelo de Sisko para as amostras Cup, CupG03, CupG07,

CupG1, CupX03, CupX07 e CupX1%, respectivamente

Tabela 4.6 – Parâmetros do modelo de Carreau para as amostras CupG03, CupG07,

CupG1, CupX03, CupX07 e CupX1%, respectivamente

Tabela 4.7 - Parâmetros do modelo de Cross para as amostras CupG03, CupG07,

CupG1, CupX03, CupX07 e CupX1%, respectivamente

Tabela 4.8 - Viscosidade aparente das polpas de cupuaçu para diferentes taxas de

deformação

Tabela 4.9 - Parâmetros da Equação 2.22 para as polpas na taxa de deformação 100sP

-1P –

efeito da concentração (%)

Tabela 4.10 - Parâmetros da Equação de Arrhenius para as polpas na taxa de

deformação (100, 200, 300sP

-1P)

Tabela 4.11 - Parâmetros dos modelos para polpa de cupuaçu a 30ºC

Tabela 4.12 - Parâmetros A, a, B e b das equações 4.5 e 4.6

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Árvore de Theobroma grandiflorum, e seu fruto, o cupuaçu

Figura 2.2 - Estrutura molecular da goma xantana

Figura 2.3 - Estrutura molecular da goma guar

Figura 2.4 - Representação esquemática das estruturas de pectinas

Figura 2.5 - Classificação do comportamento reológico de fluidos

Figura 2.6 - Curvas típicas de fluidos com comportamento reológico dependente do

tempo

Figura 2.7 - Curvas de escoamento típicas de fluidos

Figura 2.8 – Reograma idealizado para um fluido pseudoplástico

Figura 2.9 - Teste de fluência (“Creep”) e recuperação

Figura 2.10 - Teste viscoelástico dinâmico - mecânico. Resposta dos extremos clássicos

e do material

Figura 2.11 - Espectro mecânico típico de sistemas poliméricos

Figura 2.12 - Representação gráfica de sistemas polissacarídicos típicos: (A) gel forte;

(B) solução concentrada; (C) solução diluída

Figura 2. 13 - O significado geométrico das coordenadas L*, a*, b*, ho e C*

Figura 2. 14 - Diagrama de cálculo de ∆E* no diagrama CIELAB

Figura 2. 15 - Representação gráfica de dois estímulos no espaço L*a* b*

Figura 3.1 – Diagrama de blocos esquemático da metodologia empregada

Figura 4.1 – Curvas de escoamento de guar e xantana em polpa de cupuaçu a diferentes

temperaturas (Modelo de Ostwald-de Waele)

Figura 4.2 – Curvas de escoamento de guar e xantana em polpa de cupuaçu a diferentes

temperaturas (Modelo de Casson)

Figura 4.3 – Curvas de escoamento de guar e xantana em polpa de cupuaçu a diferentes

temperaturas (Modelo de Sisko)

Figura 4.4 – Curvas de escoamento de guar e xantana em polpa de cupuaçu a diferentes

temperaturas (Modelo de Carreau)

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Figura 4.5 – Curvas de escoamento de guar e xantana em polpa de cupuaçu a diferentes

temperaturas (Modelo de Cross)

Figura 4.6 – Curvas de escoamento da polpa de cupuaçu a diferentes temperaturas

(Modelo de Ostwald-de Waele(a), Casson (b), Sisko (c))

Figura 4.7 - Viscosidade aparente das polpas Cup; CupG0,7; CupX0,7 nas diferentes

taxas de deformação 100 (•), 200 (•) e 300sP

-1P (•) (Modelo tipo Arrhenius)

Figura 4.8 – Superfície de resposta do efeito da temperatura e concentração na

viscosidade aparente (ηBaB) da polpa aditivada

Figura 4.9 – Curvas de escoamento da polpa de cupuaçu a 30ºC

Figura 4.10 – Curvas de viscosidade versus tempo para CupG0,7, CupX0,7 e Cupuaçu a

30ºC; símbolos fechados (100sP

-1P) e símbolos abertos (50sP

-1)

Figura 4.11 - Módulos de armazenamento GP

´ P(símbolos fechados) e módulos de perda

GP

´P (símbolos abertos) em função da freqüência para Cup, CupG0,7 e CupX0,7 nas

temperaturas 10ºC (•,ο), 30ºC (▲,∆), 50ºC (■, )

Figura 4.12 - Módulos de armazenamento GP

´ P(símbolos fechados) e módulos de perda

GP

´P (símbolos abertos) em função da freqüência para Cup (•), CupG0,7 (▲) e CupX0,7

(■) na temperatura de 30ºC

Figura 4.13 - Módulos de armazenamento GP

´ P(símbolos fechados) e módulos de perda

GP

´P (símbolos abertos) em função da freqüência para CupG e CupX nas concentrações

de 0,3% (•, ο); 0,7% (▲, ∆), 1% (■, )

Figura 4.14- Tangente do ângulo de fase em função da freqüência para Cupuaçu (♦),

CupG 0,3% (•), 0,7% (▲), 1% (■) e CupX 0,3% (○), 0,7% (∆), 1% (□)

Figura 4.15 – Viscosidade dinâmica (ηP

*P) e Viscosidade aparente (ηBap B) (símbolos cheios

e abertos, respectivamente) em função da freqüência angular e taxa de deformação para

CupG e CupX a 30ºC nas concentrações

Figura 4.16 – Análise de fluência e recuperação para amostras de CupG0,3 ( a);

CupG0,7 (b) e CupG1 (c), respectivamente

Figura 4.17 – Análise de fluência e recuperação para amostras de CupX0,3 (a);

CupX0,7 (b) e CupX1 (c)

Figura 4.18 – Análise de fluência e recuperação para amostra de cupuaçu

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5

2.1. Cupuaçu 5

2.2. Hidrocolóides 7

2.2.1. Goma Xantana 8

2.2.2. Goma Guar 9

2.2.3. Pectina 10

2.3. Reologia 13

2.3.1. Comportamentos reológicos 15

2.3.1.1. Fluidos newtonianos 16

2.3.1.2. Fluidos não-newtonianos 16

2.3.1.3. Funções viscoelásticas lineares 24

2.4. Efeito da temperatura e concentração sobre os parâmetros reológicos 30

2.5. Comportamento reológico de sucos de frutas 32

2.6. A cor na indústria de alimentos 34

2.6.1. A cor e seus parâmetros 35

3. MATERIAIS E MÉTODOS 39

3.1. Matérias-primas 39

3.1.1. Polpa de cupuaçu 39

3.1.2. Biopolímeros 39

3.2. Metodologia 39

3.2.1. Preparo das amostras 39

3.2.2. Análises físicas e químicas 41

3.2.2.1. P

oPBrix 41

3.2.2.2. Ph 41

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xiii

3.2.2.3. Atividade de água (Aw) 41

3.2.2.4. Teor de polpa 41

3.2.2.5. Determinação da cor 42

3.2.2.6. Açúcares redutores e não-redutores 42

3.2.2.7. Determinação de compostos inorgânicos da polpa de cupuaçu 42

3.3.1. Medidas reológicas – Regime não-oscilatório 42

3.3.2. Análises reológicas das polpas – Regime oscilatório 43

3.4. Análise estatística dos dados experimentais 43

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 45

4.1. Caracterização físico-química 45

4.2. Comportamento reológico da polpa de cupuaçu 46

4.2.1. Ensaios em estado estacionário 46

4.2.1.1. Curvas de escoamento 46

4.2.1.2. Efeito da concentração 64

4.2.1.3. Efeito da temperatura sobre a viscosidade aparente 66

4.2.1.4. Efeito combinado da concentração e temperatura na viscosidade 70

4.2.1.5. Caracterização de dependência do tempo 72

4.2.2. Cisalhamento oscilatório 75

4.2.3. Regra de Cox-Merz 79

4.2.4. Ensaio de fluência (creep) e recuperação 82

5. CONCLUSÕES 87

6. SUGESTÕES 88

7. REFERÊNCIAS 89

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1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

As pessoas têm consumido mais produtos vegetais devido às suas propriedades

nutricionais e por ser um alimento mais saudável. Houve uma grande expansão na

agroindústria de frutas e hortaliças, principalmente, na indústria de sucos, a qual tem uma

expressiva importância econômica no país. Os sucos de frutas e hortaliças são fontes

importantes de vitaminas, sais minerais, ácidos orgânicos e fibras, cujo efeito na saúde

humana é fundamental (Branco, 2001).

O Brasil é um país de clima tropical, que se destaca pela sua grande biodiversidade,

onde se encontram inúmeras frutas com potencial de exportação para o mercado internacional,

devido ao seu sabor exótico e valor nutricional elevado. Dentre essas espécies, tem-se o

cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum ) que é uma das frutas exóticas mais importante e

tipicamente amazônica, pertencente à família das Sterculiaceas, sendo o estado do Pará o

principal produtor, seguido pelo Amazonas, Rondônia, Acre, norte do Maranhão e Tocantins.

Em algumas cidades dos Estados da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro e em outros países

como Colômbia, Venezuela, Equador, Costa Rica, Guiana, São Tomé, Trinidad e Gana

também se encontram este fruto (Venturieri, 1993; Rodrigues, apud Lopes, 2000). Devido ao

aumento da demanda pela polpa dessa fruteira que vem sendo exportada, principalmente na

forma congelada, para Estados do Sul e Sudeste do Brasil e para países europeus, vem

aumentando o interesse pelo seu cultivo (Bastos et al., 2002).

Verifica-se uma tendência de substituição do suco de frutas pronto pela polpa

industrializada, tendo em vista as suas vantagens como a não utilização de conservantes

químicos, menor preço da polpa em razão dos custos de embalagem, além da manutenção do

sabor próximo ao natural da fruta.

O rendimento industrial de produção de polpa depende da fruta utilizada, sendo para a

polpa de cupuaçu de, aproximadamente, 40% como mostra a Tabela 1.1 (Sebrae/ES, 1999).

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2

Tabela 1.1 – Rendimento industrial de frutas selecionadas

Os frutos contêm, além dos nutrientes essenciais e de micronutrientes como minerais,

fibras e vitaminas, diversos compostos secundários de natureza fenólica, denominados

polifenóis (Harbone e Williams, 2000). Inúmeros estudos realizados com compostos

fenólicos, especialmente os flavonóides (antoxantinas e antocianinas), demonstram a

capacidade de captar radicais livres (atividade antioxidante) e seus efeitos na prevenção de

enfermidades cardiovasculares e circulatórias (Ness e Powles, 1997; Stoclet et al., 2004),

cancerígenas (Katsube et al., 2003), no diabetes e no mal de Alzheimer (Abdille et al., 2005).

Kuskoski et al. ( 2006) analisaram as polpas de frutos tropicais, entre elas a de cupuaçu, e

observaram um conteúdo elevado de polifenóis totais e apreciáveis propriedades

antioxidantes.

O cupuaçu tem sua produção concentrada no Estado do Pará, tendo grande aumento na

área plantada (2.473 a 12.127 ha) e, conseqüentemente, um correspondente aumento na

produção (9.737 a 38.488 toneladas), entre 1997 e 2005 ( Sagri, 2006).

Um dos maiores problemas na produção de sucos é assegurar a estabilidade da

dispersão. Para reter mais partículas em suspensão ou estabilizar o suco durante períodos mais

prolongados, colóides hidrofílicos (hidrocolóides) podem ser usados. Hidrocolóides podem

ser usados em suspensões alimentícias devido às suas propriedades funcionais tais como,

capacidade de retenção de água, controle das propriedades reológicas e ionização em sistemas

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3

aquosos, levando à estabilização de partículas insolúveis. Em termos de ionização, as gomas

alimentícias podem ou não possuir carga elétrica. A turbidez em sucos de frutas é causada por

partículas com núcleos carregados positivamente de carboidratos e proteínas, envolto por

pectinas carregadas negativamente. Sendo as partículas dos sucos de frutas carregadas

negativamente, a adição de gomas com carga negativa pode aumentar as forças eletrostáticas

repulsivas entre as partículas. Além disso, quando as partículas absorvem a macromolécula

(goma), a repulsão estérica pode aumentar, contribuindo para a suspensão da parte polposa

(Genovese e Lozano, 2001).

Na indústria alimentícia, as gomas são usadas em concentrações baixas, que variam de

0,5 a 5%, e usualmente não contribuem para o aroma, paladar ou valor nutricional do produto.

No entanto, os hidrocolóides exercem um papel importante no controle da textura e na

estabilização de muitos alimentos industrializados. Eles previnem ou retardam uma série de

fenômenos físicos como a sedimentação de partículas sólidas suspensas no meio, a

cristalização da água ou do açúcar, a agregação ou desagregação de partículas dispersas

(Freitas et al.; 1996).

No caso de produtos congelados, a adição de gomas atuando como espessante

proporciona uma textura mais suave e agradável, devido à redução da taxa de crescimento de

cristais de gelo. Além disso, esse ingrediente evitaria uma possível recristalização do gelo,

quando o produto é submetido a oscilações de temperaturas durante estocagem e transporte.

Na adição de hidrocolóides em fluidos alimentícios, ambas as características

estruturais e reológicas podem ser alteradas (Dziezak, 1991; Mandala e Bayas, 2004).

Portanto, o conhecimento de tais propriedades é interessante na engenharia de processos,

tanto no conhecimento da estrutura, como no controle de qualidade do produto.

Propriedades reológicas de gomas alimentícias e de suas misturas dispersas em água

foram bastante estudadas em estado estacionário e em estado oscilatório. Entretanto, poucos

trabalhos foram feitos para entender o comportamento desses biopolímeros dispersos em

sistemas mais complexos como, por exemplo, polpas e/ou sucos de frutas.

Devido às características da polpa de cupuaçu e das gomas existentes no mercado para

utilização em alimentos, as gomas guar e xantana foram escolhidas para serem utilizadas

neste estudo, por apresentarem estabilidade a uma ampla faixa de pH e temperatura.

É importante ressaltar que, não foram encontrados na literatura trabalhos relacionados

à caracterização reológica de polpa de cupuaçu. Partindo deste contexto, esta Tese de

Doutorado, tem como objetivo principal estudar o comportamento reológico de polpa de

cupuaçu e da polpa aditivada com gomas guar e xantana.

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Os objetivos específicos deste trabalho consistem em:

Comparar o efeito da adição de gomas guar e xantana no comportamento reológico da

polpa de cupuaçu, em função da concentração ( 0,3; 0,7 e 1%) desses biopolímeros;

Analisar o efeito da temperatura nos parâmetros reológicos das amostras utilizando

experimentos estacionários (10, 20, 30, 40 e 50 ºC) e oscilatórios (10, 30 e 50ºC).

Verificar a adequação de modelos reológicos na predição do comportamento em

diferentes taxas de deformação, temperaturas e concentrações.

Sendo as polpas utilizadas na fabricação de diversos produtos alimentícios como

sucos, doces, bolos, sorvetes, geléias, néctares, etc, o trabalho aqui proposto visa avaliar a

interação entre goma guar e xantana na polpa in natura, uma vez que na literatura não se

encontrou nenhum trabalho que trate desse assunto. Para tal desenvolvimento utilizou-se

como ferramentas as características reológicas.

Esta Tese está dividida em sete capítulos. Capítulo 1 apresentou introdução e objetivos já

apresentados.

No capítulo 2 é apresentada uma revisão bibliográfica sobre a polpa de cupuaçu,

hidrocolóides como a guar e xantana, a reologia de fluidos alimentícios.

No capítulo 3 são apresentados os materiais e métodos necessários à realização da

Tese.

No capítulo 4 são mostrados e discutidos os resultados.

Nos capítulos 5 e 6 são apresentadas as conclusões e sugestões, respectivamente.

No capítulo 7 são fornecidas as referências bibliográficas utilizadas na elaboração

desta Tese.

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CAPÍTULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Cupuaçu

O gênero Theobroma é o mais importante da família Sterculiaceae e pode ser

encontrado cerca de 22 espécies originárias da América Tropical. Na Amazônia brasileira são

encontradas as espécies: T. cacao, T. camargoanum, T. bicolor, T. grandiflorum, T.

microcarpum, T. obovatum, T. speciosum, T. subcanum e T. sylvestre. Todas produzem frutos

comestíveis e pelo menos das cinco primeiras espécies acima citadas, acredita-se poder fazer

um produto similar ao chocolate (Calzavara et al., 1984; Venturieri e Aguiar, 1988). A

maioria dessas espécies são ricas em gordura, proteína e amido, sendo que algumas delas

apresentam de 1 a 3% de teobromina como também cafeína que pode estar presente em

algumas dessas espécies (Monteiro, 1996).

O cacau (Theobroma cacao L.) constitui a espécie de maior valor comercial, sendo a

base das indústrias de chocolate, seguido pelo cupuaçu (T. grandiflorum Schum) (Figura 2.1).

O cupuaçu é também conhecido por cupu, pupu, pupuaçu, cacau branco, entre outras

denominações. Cupuaçu é uma palavra composta originária da língua Tupi, na qual Kupu

significa “semelhante ao cacau” e uasu significa “grande” (Calzavara et al., 1984; Venturieri.,

1993).

O rendimento dos frutos varia de acordo com o tamanho, a procedência, o período de

safra e o método de extração. Os frutos pesam em média 1,275 kg, com 43% de casca, 38,5%

de polpa, 17,19% de semente e 2,85% de placenta. A polpa comestível é de coloração amarela

ou esbranquiçada, de sabor ácido e aroma forte e é muito apreciada organolepticamente

(Venturieri, 1993).

As condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento do cupuaçuzeiro são

bastante variáveis. Nas áreas de ocorrência natural a temperatura média varia entre 21,6 e

27,5ºC e a umidade relativa entre 64 e 93%.

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

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Figura 2.1 - Árvore de Theobroma grandiflorum, e seu fruto, o cupuaçu.

Fonte: Reisdorff (2007).

Polpa de fruta é o produto não fermentado, não concentrado, não diluído, obtido de

frutos polposos, através de processo tecnológico adequado, com um teor mínimo de sólidos

totais, proveniente da parte comestível do fruto (Ministério da Agricultura, 2003). As Tabelas

2.1 e 2.2 apresentam a composição físico-química e química da polpa de cupuaçu

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Tabela 2.1 - Composição físico-química da polpa de cupuaçu

Determinação Polpa de cupuaçu

pH 3,2-3,6

Acidez titulável (%) 2,0-2,15

Umidade (%) 84,9-89,0

Açúcares redutores (%) 2,8-3,0

Açúcares não-redutores (%) 4,0-5,8

Amido (%) 0,96

Gordura (%) 0,48-2,35

Proteína (%) 0,53-1,92

Pectina (mg/100g) 390,00 - 850,00

Lipídeos (g/100g) 0,53

Fibras (%) 0,5-1,89

Cinzas (%) 0,67 - 0,81

Fonte: Villachica, 1996.

Tabela 2.2 - Analise química de cupuaçu em g/100g

Cálcio

(mg)

Fósforo

(mg)

Ferro

(mg)

Retinol

(mcg)

Vit B1

(mg)

Vit B2

(mg)

Niacina

(mg)

Vit C

Mg

23 26 2,60 30 0,04 0,04 0,50 33

Fonte: Franco, 1999.

2.2. Hidrocolóides

Os polissacarídeos hidrossolúveis são amplamente usados nas indústrias de alimentos,

pois apresentam uma variedade de funções em sistemas alimentícios, tais como aumentar a

viscosidade, criar estrutura de gel, possibilitar a formação de filme, controlar a cristalização,

inibir a sinérese, atuar como agente encapsulante de aroma e aumentar a estabilidade física

(Dziezak, 1991; Glicksman, 1991; Silva e Rao, 1992; Garti e Reichman, 1993; Dickinson,

2003), influenciando assim as propriedades dos alimentos, como a aparência e textura. São

utilizados geralmente em produtos com redução parcial ou total de gordura, de forma a

minimizar as alterações da textura do produto e evitar a separação de fases em emulsões

(Katzbauer, 1998; Toneli et al., 2005). Efeitos positivos são obtidos em alimentos que são

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

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consumidos congelados ou que são preservados pelo congelamento no sentido de reduzir os

efeitos negativos relacionados à transição de fases (Herceg et al. 2000). A influência dos

hidrocolóides pode depender das interações entre os mesmos e também entre outros

biopolímeros e/ou outros componentes do alimento.

A seleção das gomas para uma determinada aplicação específica envolve mais do que

a simples seleção das propriedades funcionais. Os fatores que podem ser mais relevantes e

que devem ser levados em consideração nesta escolha são o tipo de aplicação do produto,

aparência do produto final, propriedades ópticas do produto final, custo, viscosidade, sabor,

textura, odor, propriedades emulsificantes, compatibilidade com o sistema, estabilidade em

diferentes condições de estocagem, uso com conservante e toxicidade do produto (Glicksman,

1979; Penna, 1998; Toneli et al., 2005).

2.2.1. Goma Xantana

A goma xantana é produzida pelas Xantomonas campestris durante a fermentação, em

substrato contendo D-glucose. É uma substância formada por heteropolissacarídeos

extracelulares, cuja massa molar varia de 13.000.000 a 50.000.000 Da, e são constituídos por

unidades básicas de D-glucopiranose, D-manopiranose e ácido-D-glucorônico na proporção

de 2,8:3,0:2,0. Contém ainda na molécula, grupos acetila e de ácido pirúvico, sendo estes

últimos ligados às cadeias de D-glucose por ligações acetálicas (Fernandes,1995 e Sahin,

2004), e cuja estrutura molecular é mostrada na Figura 2.2.

É facilmente solúvel em água quente ou fria, tem alta viscosidade a baixas concentrações

(Alexander, 1999) e mostra excelente estabilidade em uma ampla faixa de pH e de

temperatura (0-100ºC). É compatível com muitos sais e ácidos presentes em alimentos. Em

combinação com a goma guar tem a viscosidade aumentada e com a locusta, forma-se um gel

termorreversível (Fennema, 1993 e Casas et al.2000).

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Figura 2.2. Estrutura molecular da goma xantana.

Fonte: Ribeiro e Seravalli, 2004.

2.2.2. Goma Guar

A goma guar é uma galactomanana neutra retirada do endosperma do feijão do tipo

guar (Cyamossis tetragonolobus). Formada por uma cadeia principal linear de unidades de D-

manopiranose unidas em β (1→4), a qual se ligam, por ligações α (1→6) aos resíduos de D-

galactopiranose ( Richardson et al., 1998; Wang et al., 2000). Contém manose e galactose em

uma relação estimada de 1,8 a 2:1, respectivamente (Sahin e Ozdemir, 2004). Possui alta

massa molar de cerca de 220.000 Da; é estável ao calor, sendo capaz de formar dispersões

coloidais em água com elevada viscosidade. Não forma géis e a viscosidade de suas soluções

é pouco afetada pelos valores de pH entre 1 a 10,5 e por sais. Entretanto, em presença de

grandes quantidades de sacarose pode ocorrer redução da sua viscosidade. Além dessas

vantagens, é de baixo custo além de ser um bom espessante e estabilizante (Bobbio, 1992;

Baruffaldi, 1998).

Segundo Ribeiro e Seravalli (2004), é normalmente utilizada em concentrações ≤ 1g/100g

devido à sua capacidade de fornecer dispersões de alta viscosidade.

Interage sinergicamente com xantana, aumentando a viscosidade. Quando adicionada em

misturas com polissacarídeos gelificantes, como agar-agar e carragena aumenta a força do gel

e modifica a textura. A Figura 2.3 apresenta a estrutura molecular da goma guar.

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Figura 2.3. Estrutura molecular da goma guar. Fonte: Ribeiro e Seravalli, 2004.

2.2.3. Pectina

As pectinas somam cerca de um terço da matéria seca da parede celular de

dicotiledôneas e muitas monocotiledôneas, onde exercem diferentes funções. A maior parte

destes polissacarídeos é encontrada na lamela média das paredes celulares vegetais, onde são

importantes para a adesão célula-célula. Já as pectinas presentes na parede celular primária

contribuem para a retenção de água e formação de géis, que influenciam as propriedades

mecânicas da parede celular (Buchanan e Gruissem, 2000).

As cadeias de pectina podem estabelecer ligações cruzadas com íons cálcio nas

chamadas zonas de junção. A extensão dessas zonas e o padrão de substituição na cadeia

principal permitem a formação de um gel que fornece um fino controle da porosidade da

parede, regulando a difusão de íons, nutrientes e enzimas da parede celular, modulando o pH

e o balanço iônico. Por limitar a porosidade da parede, as pectinas podem afetar o crescimento

celular, regulando o acesso de enzimas aos seus substratos. Além disso, as pectinas servem

como moléculas de reconhecimento que sinalizam a presença de organismos simbióticos,

patógenos e insetos nas plantas (Buchanan e Gruissem, 2000; Mccann et al., 1995).

Como outros polissacarídeos vegetais, as pectinas são polidispersas, exibindo uma

significante heterogeneidade com respeito à estrutura química e à massa molecular (Pérez;

Mazeau; du Penhoat, 2000).

Quimicamente, as pectinas compreendem uma família de polissacarídeos constituída

por homogalacturonanas (HG) e ramnogalacturonanas (RG), ilustradas na Figura 2.4.

Homogalacturonanas constituem a região lisa ou smooth region das cadeias de pectinas e são

homopolímeros de unidades de ácido D-galacturônico unidas por ligações glicosídicas do tipo

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α-(1→4) nas quais muitos dos grupos ácidos estão metil-esterificados. Elas também podem,

dependendo do tipo de planta, estar parcialmente O-acetiladas em C-3 ou C-2 (Ridley;

O’neill; Mohnem, 2001).

Ramnogalacturonanas constituem a região ramificada ou hairy region das pectinas e

são divididas em dois tipos: ramnogalacturonanas I (RG-I) e ramnogalacturonanas II (RG-II).

RG-I consiste de uma cadeia principal de unidades alternantes de ácido D-galacturônico

ligadas α-(1→4) e ramnose ligadas α-(1→2), à qual se ligam cadeias laterais neutras tais

como arabinanas e arabinogalactanas (Schols; Voragen, 2002). Outros açúcares que podem

estar ligados nas cadeias laterais são: D-xilose, D-glucose, D-manose, L fucose e ácido

Dglucurônico (Stephen, 1995).

As arabinanas são polissacarídeos que apresentam uma cadeia principal de unidades

furanosídicas de L-arabinose unidas por ligações glicosídicas α-(1→5), com ramificações

ligadas a várias unidades da cadeia principal na posição O-2 e/ou O-3 (Pérez, Mazeau; du

Penhoat, 2000).

As arabinogalactanas ocorrem em duas formas estruturalmente diferentes. As

arabinogalactanas do tipo I têm uma cadeia linear de unidades piranosídicas de Dgalactose

ligadas β-(1→4) com 20-40% de unidades furanosídicas de L-arabinose ligadas α-(1→5)

presentes em cadeias laterais curtas conectadas na posição O-3 das unidades de galactose

(Pérez, Mazeau; du Penhoat, 2000).

Já as arabinogalactanas do tipo II são polissacarídeos altamente ramificados, com

cadeias de unidades de β-D-galactopiranose unidas por ligações (1→3) e (1→6). As ligações

(1→3) predominam nas cadeias internas, enquanto que as ligações (1→6) ocorrem

principalmente nas cadeias externas, que são geralmente terminadas por unidades L-

arabinofuranosil e em algum grau por unidades L-arabinopiranosil (Stephen, 1995).

RG-II é o menor e mais complexo polissacarídeo péctico das paredes celulares

vegetais (Visser e Voragen, 1996). Contém uma alta proporção de unidades de ramnose

ligadas (1→3) e (1→2,3,4) e como unidades terminais (Stephen, 1995). Vários autores

descrevem este polissacarídeo apresentando uma cadeia principal de 8-10 unidades de ácido

galacturônico com quatro cadeias laterais complexas consistindo de 12 monossacarídeos

diferentes e 20 ligações distintas (Visser e Voragen, 1996; Rodriguez-Carvajal et al., 2003;

Vidal et al., 2000). É característica de RG-II a presença de açúcares raros, tais como apiose,

ácido acérico (ou 3-Ccarboxi-5-deoxi-L-xilose), 2-O-metil-fucose, 2-O-metil-xilose, Kdo

(ácido 2-ceto-3-deoxi-D-mano-octulosônico) e Dha (ácido 3-deoxi-D-lixo-2-heptulosárico).

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As unidades de apiose da cadeia lateral de dois monômeros da RG-II são esterificadas com

ácido bórico, formando dímeros de RG-II (Ishii et al., 1999; Kobayashi; Matoh; Azuma,

1996).

Figura 2.4 - Representação esquemática das estruturas de pectinas adaptado de: Willats; Knox

e Mikkelsen (2006).

A presença de xilogalacturonanas ou galacturonanas ricas em xilose foi identificada

em grãos de soja, ervilha, melancia, casca de limão e maçã. As unidades de xilose estão

presentes como cadeias laterais de uma única unidade ligada à posição O-3 das unidades

piranosídicas de ácido galacturônico (Visser e Voragen, 1996; Stephen, 1995).

Todas as moléculas de pectina contêm segmentos lineares de ácido galacturônico cujos

grupos carboxílicos podem estar esterificados com metanol (Rolin, 1993). A proporção de

grupos carboxílicos metil-esterificados nas pectinas é expressa como grau de esterificação

(DE). Dependendo do grau de esterificação, as pectinas são divididas em dois grupos:

pectinas com alto teor de esterificação (HM), com um DE superior a 50%, e pectinas com

baixo teor de esterificação (LM), com um DE inferior a 50% (Stephen, 1995).

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2.3. Reologia

É a ciência que estuda a resposta de um material à aplicação de uma tensão ou

deformação externa (Toledo, 1991).

Para a indústria de alimentos, o estudo reológico é de grande utilidade para a

determinação de cálculos em processos de engenharia, tais como cálculo de vazões, seleção

de bombas, determinação de perda de carga em tubulações, em operações unitárias como

evaporação e esterilização entre outros, determinação da funcionalidade de um ingrediente no

desenvolvimento de um produto, testes de tempo-de-prateleira, avaliação da textura dos

alimentos para correlacioná-la à análise sensorial (Holdsworth, 1993).

Os ensaios reológicos para a determinação das propriedades dos materiais são

realizados em condições de escoamento laminar. No escoamento turbulento, poucas são as

informações geradas que podem ser usadas para determinar as propriedades dos materiais.

Para serem significativos, os dados devem ser coletados dentro de uma faixa de taxa de

deformação e intervalo de temperatura apropriada, conforme mostrado na Tabela 2.3 (Steffe,

1996).

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Tabela 2.3 - Taxas de deformação (γ) típicas para materiais e processos

Processo γ (s-1) Aplicação

Sedimentação de partículas

em suspensão em um

líquido

10-6 - 10-3 Condimentos em molho

para salada, medicamentos,

tintas

Nivelamento devido à

tensão superficial

10-2 - 10-1 Glacês, tintas

Drenagem sob gravidade 10-1 - 101 Tintas, coberturas para

sorvetes

Extrusão 100 - 103 Ração de cachorro,

salgadinhos tipo “snacks”,

cereais matinais, massas e

polímeros

Calandragem 101 - 102 Massa crua para forração

Mastigar e engolir 101 - 102 Alimentos

Cobertura por imersão 101 - 102 Tintas, confeitos

Agitação e mistura 101 - 103 Processamento de alimentos

Escoamento em tubos 100 - 103 Processamento de

alimentos, escoamento de

sangue

Atomização 103 - 104 “spray drying”, pintura,

atomização de combustível

Esfregação 104 - 105 Aplicações de creme e

loções na pele

Revestimento em alta

velocidade

104 - 106 Processamento de papel

Lubrificação 103 - 107 Motores a gasolina,

amortecedor

Fontes: Barnes et al. (1989); Steffe (1996).

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Os dados reológicos obtidos em estado estacionário são úteis na obtenção da curva de

escoamento (tensão de cisalhamento em função da taxa de deformação), na obtenção de

modelos de escoamento; na avaliação da influência de diversos fatores tais como,

temperatura, concentração, presença e tamanho de partículas em suspensão, etc., sobre as

propriedades reológicas. É também importante na obtenção de informações sobre a estrutura

de polímeros (conformação/interação) (Rao, 1986).

2.3.1. Comportamentos reológicos

A viscosidade de um alimento líquido depende da temperatura e da composição e

pode, também depender da tensão de cisalhamento ou taxa de deformação, do tempo de

cisalhamento, assim como do histórico anterior do cisalhamento. A classificação mais geral

dos fluidos, que leva em consideração o comportamento da relação taxa de deformação/tensão

de cisalhamento, subdivide tais materiais em newtonianos e não-newtonianos (Figura 2.5)

(Rao, 1996; Steffe, 1996).

Figura 2.5 - Classificação do comportamento reológico de fluidos.

Fonte: Rao, 1996; Steffe, 1996.

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2.3.1.1. Fluidos newtonianos

Nos fluidos newtonianos, a tensão de cisalhamento é diretamente proporcional à taxa

de deformação (Equação 2.1), de modo que a viscosidade (µ) do sistema independe da taxa de

deformação e da tensão de cisalhamento, dependendo apenas da composição e temperatura, e

o escoamento se inicia assim que a tensão é aplicada.

τ = µ.γ (2.1)

onde: τ = tensão de cisalhamento (Pa); µ= viscosidade (Pa.s); γ = taxa de deformação (s-1)

Os fluidos que apresentam comportamento newtoniano são todos os gases, líquidos e

soluções de baixa massa molar. Como exemplos, temos o leite, óleos e sucos de frutas

clarificados.

2.3.1.2. Fluidos não-newtonianos

Os fluidos não-newtonianos são caracterizados por uma relação não-linear entre a

tensão de cisalhamento e a taxa de deformação, podendo, ainda serem classificados como

dependentes ou independentes do tempo.

a) Fluidos não-newtonianos dependentes do tempo

A dependência do tempo em fluidos não-newtonianos é observada com certa

freqüência. Como se poderia esperar, o tempo, variável adicional, condiciona a análise. Um

indício do comportamento reológico dependente do tempo de um fluido é a observação da

chamada curva de histerese. Para que seja possível verificar se o fluido apresenta ou não

viscosidade aparente dependente do tempo, deve ser realizado um estudo reológico onde a

substância em análise deve ser submetida a um aumento de tensão (ida) e, quando essa atingir

um valor máximo, ser reduzida até retornar ao valor inicial (volta). Se a substância não

apresenta comportamento reológico dependente do tempo, as curvas de tensão x taxas

deformação obtidas (ida e volta) devem ser coincidentes. Entretanto, se a viscosidade aparente

muda com o tempo, as curvas de ida e volta não seguem o mesmo caminho, formando uma

curva de histerese (Sato, 2002).

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As curvas típicas de tensão versus taxa de deformação dos fluidos que apresentam

comportamento reológico dependente do tempo podem ser observadas na Figura 2.6.

Figura 2.6 - Curvas típicas de fluidos com comportamento reológico dependente do tempo

Fonte: Machado, 2002.

Nos fluidos dependentes do tempo, a viscosidade aparente do fluido varia tanto com a

taxa de deformação quanto com a duração de sua aplicação, podendo ser classificados como

tixotrópicos ou reopéticos.

Tixotrópicos – são fluidos onde ocorre decréscimo da viscosidade aparente com o tempo de

cisalhamento, a uma condição constante de temperatura e taxa de deformação. Nesses fluidos,

as mudanças no comportamento reológico com o tempo devem-se provavelmente às

mudanças estruturais no fluido. No entanto, após o repouso, tendem a retornar à condição

inicial de viscosidade. Grande parte dos fluidos alimentícios como pastas de frutas e vegetais,

“ketchup”, mostarda e comida de bebê apresentam comportamento tixotrópico.

Reopéticos – são os fluidos onde ocorre aumento da viscosidade aparente com o tempo de

cisalhamento. Assim como os tixotrópicos, após o repouso, tendem a retornar ao seu

comportamento reológico inicial. Esses são casos muito complexos e raros, não sendo muito

freqüentes no campo de alimentos. O comportamento desses fluidos, normalmente, não é

incluído nos cálculos de engenharia, devido à complexidade do fenômeno (Awuah et al. 1993;

Gasparetto e Gehrke, 1995; Choi e Yoo, 2004).

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b) Fluidos não-newtonianos independentes do tempo

Nos fluidos não-newtonianos independentes do tempo, a temperatura constante, a

viscosidade depende somente da magnitude da tensão de cisalhamento ou taxa de deformação.

Nesta classificação estão incluídos os fluidos pseudoplásticos ou shear thinning, dilatantes ou

shear thickening e plásticos de Bingham ou viscoplásticos ( Figura 2.7).

Figura 2.7 - Curvas de escoamento típicas de fluidos.

Fonte: Sharma et al., 2000.

Fluidos pseudoplásticos – São fluidos cujo comportamento reológico não segue a

proporcionalidade expressa na Equação 2.1. Produtos líquidos de frutas e vegetais

normalmente exibem esse comportamento. Tais fluidos são caracterizados pelo decréscimo na

viscosidade, com o aumento da taxa de deformação. Como exemplos temos algumas polpas

de frutas, caldos de fermentação e melaço de cana. O modelo mais freqüentemente usado para

descrever esse comportamento segue a Lei da Potência, e pode apresentar ou não um termo de

tensão inicial. O modelo de Ostwald-de Waele não possui o termo de tensão inicial (τo)

(Equação 2.2), enquanto que, o de Herschel-Bulkley possui uma tensão inicial (τo) (Equação

2.3):

n

K.γτ = (2.2)

n

o K.γττ += (2.3)

τPlástico de Bingham

Herschel Bulkley

PseudoplásticoNewtonianoDilatante

γ

τPlástico de Bingham

Herschel Bulkley

PseudoplásticoNewtonianoDilatante

γ

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

19

onde: K = índice de consistência (Pa.sn); τo = tensão inicial (Pa);τ = tensão de cisalhamento

(Pa); γ = taxa de deformação (s-1); n = índice de comportamento de fluxo (adimensional).

A tensão residual ou tensão inicial (τo), pode ser utilizada para estimar a espessura do

revestimento de superfícies, como a de uma cobertura de sorvete; avaliar a força necessária

para que um fluido saia da embalagem; impedir a sedimentação de partículas suspensas, o que

poderia ser fator determinante para o tempo de prateleira de um produto alimentício ou evitar

o entupimento de tubulações durante o processamento, entre outros (Ma e Barbosa-Cánovas,

1995; Sato, 2002).

O comportamento físico de fluidos com tensão inicial de escoamento é usualmente

explicado com relação a sua estrutura interna, a qual é capaz de impedir o movimento para

valores de tensão menores que um valor limite τo. Para τ maior que τo a estrutura interna

colapsa, permitindo que haja escoamento. A estrutura interna pode recuperar-se quando τ

passa a ser menor que τo (Rao, 1996). Como exemplos de alimentos com tensão residual,

pode-se citar chocolate fundido, maionese, catchup, creme de leite, polpas de frutas etc.

Segundo Saravacos e Kostaropoulos (1995), as polpas de frutas apresentam

comportamento não-newtoniano do tipo pseudoplástico e tixotrópico. As polpas de frutas,

dispersões de moléculas ou partículas assimétricas, apresentam no repouso um estado

desordenado e quando submetidas a uma tensão de cisalhamento, suas moléculas ou partículas

tendem a orientar-se na direção da força aplicada. Quanto maior for a força aplicada, maior

será a ordenação e conseqüentemente menor será a viscosidade aparente.

Como a viscosidade aparente dos purês de frutas decresce com o aumento da tensão de

cisalhamento, eles são classificados como fluidos pseudoplásticos ou shear thinning (Sugai

2002).

Os fluidos estruturados, dentro da classe dos pseudoplásticos, mostram uma região de

viscosidade constante a baixas taxas de deformação (ηo) seguida de uma região não linear à

taxa de deformação intermediária. A altas taxas de deformação existe novamente uma

tendência a viscosidade constante (η∞), como mostra a Figura 2.8. O aparecimento dessas

regiões está relacionado com as mudanças na estrutura do material em função da taxa de

deformação aplicada. Este efeito é muito comum em soluções de macromoléculas e óleos

lubrificantes. A região de taxas de deformação médias é a mais importante para a

consideração da performance de equipamentos para processamento de alimentos, sendo que a

região newtoniana de baixas taxas de deformação pode ser importante em problemas que

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

20

envolvam baixas deformações, como é o caso de sedimentação de partículas em fluidos

(Steffe, 1996).

Figura 2.8 – Reograma idealizado para um fluido

pseudoplástico (Adaptado de Steffe, 1996)

Outro modelo que tem sido bastante usado para alimentos líquidos é o de Casson. Este

modelo, assim como o de Herschel-Bulkley, caracteriza-se pela existência de uma tensão

inicial. Casson, citado por Leite (2001), descreveu esse modelo para uma suspensão de

partículas interagindo num meio newtoniano (Equação 2.4).

5,05,05,0 ).( ocK τγτ +=•

(2.4)

Onde: τ = tensão de cisalhamento (Pa); τo = tensão inicial (Pa); Kc = viscosidade plástica de

Casson (Pa.s); •

γ = taxa de deformação (s-1).

Dentre os modelos não-newtonianos encontra-se também o de Mizrahi-Berk, obtido

pela modificação da equação de Casson, proposto por (Mizrahi & Berk, 1972) para ser

utilizado no estudo do escoamento de suco de laranja concentrado e em suspensões de

partículas interagindo entre si em um meio pseudoplástico. O modelo é descrito pela Equação

2.5.

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

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n

Mo K ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛+=

.5,05,0 γττ (2.5)

onde: τ = tensão de cisalhamento (Pa); τo = tensão inicial (Pa); KM = índice de consistência

(Pa.sn); ⋅

γ = taxa de deformação (s-1); n = índice de comportamento de fluxo (adimensional).

Para altas taxas de deformação, o modelo de Sisko de três parâmetros, que relaciona a

viscosidade aparente com taxa de deformação, tem sido usado (Nindo et al., 2007; Rao,

1999). 1

.−•

∞ +=sn

sK γηη (2.6)

onde: η∞ = viscosidade a taxa de cisalhamento infinita; Ks = índice de consistência (Pa.s); ns =

índice de comportamento de fluxo (adimensional).

Este modelo pode ser aplicado para bombeamento de fluidos alimentícios e processos

de mistura envolvendo altas taxas de deformação. Pode ser considerado como um modelo Lei

da Potência generalizado que inclui um componente newtoniano. Um fluido que obedece ao

modelo de Sisko aproximará do comportamento newtoniano se ns = 1 ou Ks = 0 (Nindo et al.,

2007).

Plásticos de Bingham - são fluidos que inicialmente necessitam de uma tensão de

cisalhamento, para que haja fluxo ou movimentação do material. Uma vez atingida essa

tensão, o fluido passa a apresentar um comportamento newtoniano sendo chamado de plástico

de Bingham ou plástico ideal. Como exemplos desse comportamento, tem-se o purê de batata,

mostarda, chocolate fundido e creme batido (Gonçalves, 1989). A equação reológica para este

comportamento é descrita abaixo.

..γηττ po += (2.6)

onde: τ = tensão de cisalhamento (Pa); ⋅

γ = taxa de deformação (s-1); τo = tensão inicial (Pa);

ηp = viscosidade plástica (Pa.s).

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

22

Fluidos dilatantes – apresentam comportamento inverso aos pseudoplásticos, com a

viscosidade aparente aumentando com a taxa de deformação (Holdsworth, 1971). Uma

explicação para este fato, no caso de suspensões, é que à medida que se aumenta a tensão de

cisalhamento, o líquido intersticial que lubrifica a fricção entre as partículas é incapaz de

preencher os espaços devido ao aumento de volume que freqüentemente acompanha este

fenômeno. Então ocorre o contato direto com as partículas sólidas e, conseqüentemente, o

aumento da viscosidade aparente (Freitas, 2002). Este comportamento é encontrado em

soluções de amido, suspensões de proteínas e certas soluções de polímeros (Madiedo, 1996).

O modelo é descrito pela Equação 2.7.

n

k.γτ = onde, 1< n < ∞ (2.7)

Muitas equações têm sido propostas para descrever o comportamento pseudoplástico

de soluções de macromoléculas, como galactomananas. As equações de Carreau e Cross

foram sucessivamente usadas por Yoo et al.,1994, Alves et al. , 2001, Sittikijyothin et al.,

2005; para estudar o comportamento de fluxo de gomas puras ou em misturas com pectinas ou

gelatina. Camacho et al., 2005, Genovese e Lozano, 2001 usaram os modelos de Cross (Eq.

2.8) e Carreau (Eq. 2.9) na caracterização reológica de alimentos fluidos como creme de leite

e suco de maça.

A Equação 2.8 de Cross, inicialmente desenvolvida para dispersões, ajusta-se muito

bem à curva de escoamento experimental de várias soluções e dispersões de polissacarídeos

em um amplo intervalo de taxas de deformação, estendendo-se em alguns casos da primeira à

segunda zona newtoniana. Este modelo pode dar estimativas confiáveis de ηo (Pa.s) e de

constantes de tempo de escoamento (Jacon et al., 1993)

no

∞∞

+

−+=

γλ

ηηηη

.1 (2.8)

( )( ) 2/12

.1−

∞∞⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

⎡⎟⎠⎞

⎜⎝⎛+−+=

n

o γληηηη (2.9)

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

23

onde: λ é o tempo de relaxação (s) e o n corresponde ao expoente da Lei da Potência; ηo e ∞η :

viscosidade quando a ⋅

γ → 0 e ⋅

γ → ∞ , respectivamente em Pa.s.

c) Fluidos Viscoelásticos

São fluidos que exibem comportamento intermediário entre um sólido perfeitamente

elástico e um líquido puramente viscoso. Por exemplo, soluções de biopolímeros (Silva e Rao,

1992).

Nas soluções poliméricas, como aquelas contendo polissacarídeos, o comportamento é

dominado pelo fenômeno viscoelástico. Cada molécula flexível espalha-se num volume

médio muito maior que as dimensões de suas unidades repetitivas e está continuamente

mudando a forma de seu contorno com sua energia térmica. Estas moléculas apresentam-se

num estado mínimo de energia. Uma deformação alonga a molécula ou seus segmentos na

direção da força aplicada e parte da energia aplicada é armazenada (propriedade de sólidos) e

outra parte é dissipada como calor (propriedade de líquidos). O estiramento aumenta os

ângulos de ligação e o estado de energia das moléculas. Quando a força da deformação é

removida, estas tentam retornar à conformação inicial e ao estado de menor energia (Ferry,

1980; Schramm, 2006).

Em um líquido perfeitamente viscoso, a tensão de cisalhamento depende apenas da

taxa de deformação. O trabalho mecânico necessário para produzir qualquer deformação é

dissipado instantaneamente. Por outro lado, em um sólido perfeitamente elástico, a tensão

depende somente da magnitude da deformação sofrida. O trabalho mecânico empregado na

deformação é armazenado na forma de energia elástica. Nos materiais viscoelásticos, uma

parte da energia é armazenada e a outra dissipada. A tensão depende do histórico de

deformação, pois passa-se algum tempo antes que o material volte à sua forma original

(Graessley, 1984).

O parâmetro adimensional que caracteriza os materiais viscoelásticos é o número de

Deborah. Este pode ser interpretado como a razão entre as forças elásticas e viscosas e, é

definido como a razão entre o tempo de relaxação característico do material (λ) e o tempo de

aplicação da tensão (texp) (Equação 2.10)

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

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⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛=

exptDe λ (2.10)

Quando De << 1 o fluido é considerado viscoso e neste caso as mudanças de

conformação internas causadas pelo escoamento são destruídas pelo movimento térmico. No

caso de um sólido elástico, o material tensionado pelo escoamento não tem tempo para relaxar

durante a escala de tempo do processo ou experimento e De >> 1. Quando De ≈ 1,

corresponde ao comportamento viscoelástico (Barnes et al. 1989).

2.3.1.3. Funções viscoelásticas lineares

Na caracterização da viscoelasticidade linear existem vários tipos de experimentos que

determinam as relações entre tensão, deformação e tempo. Os mais importantes são os testes

de fluência (“Creep”) e recuperação de fluência, relaxação de tensões e testes dinâmicos ou

oscilatórios.

a) Testes de “creep” e de relaxação de tensão - são realizados a uma tensão constante

de pequena amplitude por um determinado período de tempo, sendo a recuperação da

deformação observada em função do tempo. Após este período, denominado “creep”, a tensão

é completamente removida, seguindo-se então uma fase de relaxação de tensão e recuperação

da deformação (Figura 2.9).

Em materiais viscoelásticos, a recuperação da deformação aplicada é parcial e

controlada pela característica mais elástica ou viscosa da amostra, situando-se em uma

posição intermediária entre um sólido e um líquido. Quanto maior for a fase de recuperação,

maior será a característica viscoelástica da amostra. Esta técnica permite observar o

comportamento viscoelástico de amostras com grande sensibilidade sem significante

perturbação da estrutura intramolecular (Iagher et al., 2002).

Três estágios caracterizam a curva de fluência de um material viscoelástico. Em

primeiro lugar, a resposta do material é dada pela compliança elástica instantânea Jo.

Em seguida, um período transiente é observado, onde se verificam as propriedades

elásticas e viscosas. Finalmente, a tempos longos, a deformação aumenta linearmente com o

tempo e se aproxima de um escoamento estacionário onde a taxa de deformação é constante.

O tempo do teste tem de ser suficientemente longo para que o sistema alcance um escoamento

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

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estacionário. A análise desta parte linear da curva pode dar informações sobre o

comportamento do escoamento à tensão de cisalhamento muito baixa. No teste de recuperação

obtém-se um parâmetro, Jeo denominado compliança recuperável, muito importante em

escoamento (Giboreau et al., 1994).

Figura 2.9 - Teste de fluência (“Creep”) e recuperação.

b) Testes dinâmicos ou oscilatórios - são particularmente úteis para caracterizar a

conformação macromolecular e interações intermoleculares em solução (Silva e Rao, 1992).

Num experimento dinâmico ou periódico, uma tensão ou deformação oscilatória

senoidal a uma freqüência (ω ) é aplicada no material, e a diferença de fase entre a tensão

aplicada e a deformação observada, bem como a taxa de amplitude são medidas (Ma e

Barbosa-Canovas, 1993).

A deformação (γ ) varia com o tempo de acordo com a Equação 2.11:

tseno ωγγ = (2.11)

onde oγ é a amplitude máxima de deformação e ω é a freqüência de oscilação. A tensão

correspondente (τ) pode ser representada como a soma dos componentes que estão em fase

com a deformação, e fora de fase com a deformação (Equação 2.12).

( ) ( )( )tGtsenGo ωωωωγτ cos,,, += (2.12)

tempo

Zona de Creep

Mais Viscoso

Mais Elástico

Creep τ > 0 Recuperação τ = 0 (após estado constante)

t1 t2

Deformação

J0

J0

tempo

Zona de Creep

Mais Viscoso

Mais Elástico

Creep τ > 0 Recuperação τ = 0 (após estado constante)

t1 t2

Deformação

J0J0

J0J0

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

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onde ( )ω,G e ( )ω,,G são os módulos de armazenamento e de perda de energia,

respectivamente. No caso de um sólido perfeitamente elástico, toda a energia é estocada, isto

é, ,,G é zero e a tensão e a deformação estarão em fase. Para um líquido perfeitamente

viscoso toda energia é dissipada na forma de calor, isto é, ,G é zero e a tensão e a deformação

estarão fora de fase (Figura 2.10) (Rao, 1992).

Figura 2.10 - Teste viscoelástico dinâmico mecânico. Resposta dos extremos clássicos e do

material.

Considerando o ângulo de fase ( )δ com que a deformação está defasada da tensão, a

tensão correspondente pode ser expressa pela Equação 2.13.

( )δωττ += tseno (2.13)

onde oτ é a amplitude máxima de tensão. As equações 2.12 e 2.13 podem ser combinadas

obtendo-se assim as Equações de 2.14 a 2.17.

tensão deformação

δ = 0° δ = 90°

0° < δ < 90°

Resposta Puramente Elástica (Sólido Hookeano) Resposta Puramente Viscosa (Líquido Newtoniano)

Fuido Viscoelástico

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27

Na reologia oscilatória pode-se medir o caráter sólido da amostra através do módulo

G’. Quanto maior for o valor de G’, maior é o caráter sólido do material (Walter, 1998) e as

deformações serão elásticas ou recuperáveis (Rao, 1992). Além disso, pode-se medir o

módulo de cisalhamento dinâmico viscoso ou de perda, G”, que indica o caráter líquido do

material. Através de análise em sistema oscilatório é possível determinar a viscosidade

dinâmica complexa (η*) da amostra, obtida pela razão entre o módulo de cisalhamento

dinâmico complexo (G*) e a freqüência (ω). G* representa a resistência total de uma

substância contra uma deformação aplicada.

( ) ( ) δγτω cos/, ooG = (2.14)

( ) ( ) δγτω senG oo /,, = (2.15)

( ) ( ) δωω tan/ ,,, =GG (2.16)

O módulo complexo é dado por:

( ) 2/12,,2, GGG +=∗ (2.17)

A viscosidade dinâmica complexa, ∗η é dada pela Equação 2.18.

( )( )

,,, ηηωγτ

ωγωτη i

i−===∗ (2.18)

onde ,η representa a componente viscosa da viscosidade complexa e ,,η , a componente

elástica.

Os dados experimentais de ,G e ,,G podem ser plotados em função da freqüência )(ω

produzindo o espectro mecânico, cuja interpretação é análoga ao espectro de relaxação,

considerando-se que baixas freqüências correspondem a grandes intervalos de tempo e vice-

versa (Giboreau et al., 1994). A Figura 2.11 mostra um espectro mecânico para polímeros de

alta massa molar.

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

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log Frequência (rad/s ou Hz)

Figura 2.11: Espectro mecânico típico de sistemas poliméricos.

Fonte: Steffe, 1996.

A influencia da freqüência sob o módulo de armazenamento e a viscosidade complexa,

aumenta quando a concentração de biopolímeros, densidade de entrelaçamentos ou

modificação estrutural em solução aumentam. Em baixas freqüências, ambos os módulos

crescem com o aumento da freqüência, sendo que ( )ω,G permanece sempre menor que

( )ω,,G , isto é, a resposta viscosa predomina, indicando que as cadeias moleculares podem se

desentrelaçar e rearranjar-se durante um longo período de oscilação. O comportamento do

escoamento é controlado pelo movimento translacional das macromoléculas. Em freqüências

intermediarias, ,G torna-se maior que ,,G , e praticamente constante, o que demonstra que

períodos curtos de oscilação não favorecem os desentrelaçamentos moleculares. Neste caso,

os entrelaçamentos desempenham o papel de zonas de junção intermoleculares temporárias.

Uma nova inversão nas magnitudes é observada na região de transição e finalmente, quando o

estado vítreo é atingido, ,,G diminui e ,G torna-se predominante. Essas regiões

características podem ser associadas qualitativamente com diferentes tipos de respostas

moleculares e aparecem com diferentes graus de definição e proeminência, dependendo se o

polímero tem alta ou baixa massa molecular, é amorfo ou cristalino, encontra-se acima ou

abaixo da temperatura de transição vítrea ou se está concentrado ou diluído em algum

solvente (Ferry, 1980; Graessley, 1984).

RegiãoTerminal

Região doPlatôElástico

Região deTransição

RegiãoVítrea

12

Módulo de Armazenamento (E' ou G')

Módulo de Perda (E" ou G")

log

G‘ e

G"

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29

O estudo do comportamento viscoelástico dos diferentes sistemas é baseado na

dependência de G’ e G” em função da freqüência (Kavanagh; Ross-Murphy, 1998; Morris,

1995). Numa varredura de freqüência, a freqüência da deformação é aumentada passo a passo.

A Figura 2.12 mostra a representação gráfica para sistemas polissacarídicos submetidos a

medidas reológicas dinâmicas.

Figura 2.12 - Representação gráfica de sistemas polissacarídicos típicos: (A) gel forte; (B)

solução concentrada; (C) solução diluída.

Fonte: Morris (1995).

A Figura 2.12 (A) representa um perfil característico de um gel de polissacarídeo. O

módulo G’ é muito maior que G” em toda a faixa de freqüência utilizada no experimento, isto

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

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é, apresenta uma resposta predominantemente elástica, e ambos os módulos G’ e G” são

essencialmente independentes da freqüência, como esperado para uma rede tridimensinal.

Quanto maior o valor de G’, maior é o caráter sólido do gel e as deformações serão elásticas

ou recuperáveis (Kavanagh; Ross-Murphy, 1998; Rao; Walter, 1998). A viscosidade dinâmica

complexa η* diminui linearmente com aumento da freqüência (Morris, 1995). Soluções

concentradas de polímeros apresentam comportamento de fluxo semelhante ao de um líquido

em baixas freqüências, onde há predomínio de G”, devido à reorganização da rede enquanto a

freqüência é baixa (Figura 2.12(B)). Quando a freqüência vai aumentando em relação à

reorganização molecular, ocorre distorção da rede, com G’ aumentando mais rapidamente que

G”. Deste modo, os módulos tornam-se praticamente iguais e se cruzam em determinado

ponto, que é o ponto de geleificação, a partir do qual G’ é maior que G” e há predomínio do

caráter sólido (Kavanagh; Ross-Murphy, 1998; Morris, 1995). O comportamento típico de

uma solução polimérica diluída é demonstrado na Figura 2.12(C), onde o módulo G’ é

significativamente mais baixo que o módulo G”, e ambos tendem a zero quando a freqüência

tende a zero. Em baixas freqüências predomina o movimento translacional, onde a energia é

dissipada por entre o solvente. Em freqüências mais altas, ocorre maior movimento de

contorção das cadeias e armazenamento de energia, e G’ aproxima-se de G”. A viscosidade

dinâmica complexa η* apresenta um comportamento essencialmente independente com o

aumento da freqüência (Morris, 1984). Deste modo, a variação de G’ e G” e η* com a

freqüência permite caracterizar o comportamento viscoelástico dos sistemas polissacarídicos.

2.4. Efeito da temperatura e concentração sobre os parâmetros reológicos

Os sucos de frutas são submetidos a uma ampla faixa de trocas térmicas durante as

etapas de processamento, armazenamento, transporte e reconstituição, sendo necessária a

obtenção de dados para diferentes temperaturas. Equações de predição são muito úteis no

cálculo de projetos em diferentes condições de temperaturas. Para uma concentração

constante, o efeito da temperatura na viscosidade newtoniana ou na viscosidade aparente não-

newtoniana, pode ser usualmente correlacionado com uma equação do tipo Arrhenius

(Saravacos, 1970; Holdsworth, 1971; Rao, 1977, Rao et al. 1984; Grigelmo et al. 1999). A

viscosidade para fluidos newtonianos em função da temperatura é dada pela Equação 2.19 e a

viscosidade aparente para fluidos pseudoplásticos em função da temperatura pela Equação

2.20.

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

31

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛=

RTEa

oa expηη (2.19)

η a = K(γ)n-1 = η ∞exp(Ea/RT) (2.20)

onde: η ∞ = constante empírica (Pa.s); Ea = energia de ativação do fluxo (J/g-mol);

R = constante do gás ideal, (J/g-mol.K); T = temperatura absoluta (K).

Quanto maior for o valor da energia de ativação, mais sensível será o fluido às

mudanças de temperatura.

Para produtos não-newtonianos (Rao, 1986; Holdsworth, 1993) a equação ainda é

utilizada para expressar o índice de consistência, K, em termos de temperatura (Equação 2.21)

K = Koexp(Ea/RT) (2.21)

onde: K = índice de consistência (Pa.sn); Ko = constante (Pa.sn); Ea = energia de ativação do

fluxo (Kcal/g-mol); R = constante do gás ideal (1,987cal/g-mol.K); T = temperatura absoluta

(K).

A viscosidade de fluidos alimentícios aumenta com a concentração. A variação da

viscosidade com o conteúdo de sólidos solúveis pode ser descrita por diferentes expressões,

geralmente do tipo Lei da Potência ou exponencial (Rao et al., 1984; Rao, 1986; Khalil et al.,

1989; Ibarz et al., 1994) (Equações 2.22 e 2.23).

η = η1(C)b1 (2.22)

η = η2exp(b2.C) (2.23)

onde: C = concentração de sólidos solúveis (oBrix ou % de sólidos); η1, η2, b1e b2 =

constantes características experimentais.

O efeito da concentração no índice de consistência, também foi estudado para os

fluidos que seguem os modelos do tipo Lei da Potência e Herschel-Bulkley, através de

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

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relações análogas às equações (2.2) e (2.3) (Cervone e Harper, 1978; Rao et. al., 1981; Vitali

e Rao, 1982) (Equações 2.24 e 2.25).

K = K1(C)b1 (2.24)

K = K2exp(b2C) (2.25)

onde: C = concentração de sólidos solúveis (oBrix ou % de sólidos); K1, K2, b1e b2 =

constantes características experimentais.

O efeito combinado da temperatura e concentração de diversos produtos alimentícios

pode ser descrito pelas Equações 2.26 e 2.27 (Vitali e Rao, 1984; Ibarz et al. 1992a e b)

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛=

RTEaca b exp1

1η (2.26)

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ += cb

RTEaa 22 expη (2.27)

onde ai e bi são constantes de ajuste.

2.5. Comportamento reológico de sucos de frutas

As polpas de frutas, dispersões de moléculas ou partículas assimétricas, apresentam no

repouso um estado desordenado e quando submetidas a uma tensão de cisalhamento, suas

moléculas ou partículas tendem a orientar-se na direção da força aplicada. Quanto maior for a

força aplicada, maior será a ordenação e, conseqüentemente, menor será a viscosidade

aparente. Como as viscosidades aparentes das polpas de frutas decrescem com o aumento da

tensão de cisalhamento, estas são classificadas como fluidos pseudoplásticos (Sugai, 2002).

Ibarz et al., (1994) analisaram o suco de laranja e verificaram que a energia de

ativação aumenta com a concentração e que o aumento da temperatura causa decréscimo na

viscosidade do suco de laranja despectinizado, sendo mais pronunciado para maiores

concentrações. A viscosidade aumenta com a concentração, e este aumento é mais

pronunciado em temperaturas menores.

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

33

Godoy et al., (1998) estudaram a estabilização de néctar de goiaba com gomas xantana

(0,075%, 0,125% e 0,175%); amido ceroso (0,75%, 1,25% e 1,75%) e carragenana (0,125%,

0,175% e 0,225%), e verificaram que a goma xantana na concentração de 0,175% estabilizou

99% do volume do néctar além de garantir a preferência no teste sensorial.

Silva (2000) estudando o comportamento reológico do suco de acerola observou que a

uma taxa de deformação fixa, a viscosidade aparente diminui, à medida que aumenta a

temperatura, sendo mais pronunciada em temperaturas menores. A viscosidade aumenta com

o aumento da concentração, para taxas de deformação e temperaturas constantes. Já o índice

de comportamento cresce à medida que aumenta a temperatura e decresce com o aumento da

concentração a temperatura constante. O índice de consistência diminui com o aumento da

temperatura e aumenta com a concentração.

Zainal et al., (2000) estudando o suco de goiaba, observaram que o índice de

consistência decresceu com o aumento da temperatura, enquanto o índice de comportamento

aumentou. Já o aumento dos sólidos solúveis totais provocou decréscimo no índice de

comportamento (n), mas o índice de consistência diminuiu com o decréscimo da

concentração.

Nos estudos de Vidal, Branco e Gasparetto (2000) com polpas de manga integral e

centrifugada foi verificado que a viscosidade da polpa integral diminui com o aumento da

temperatura até 40ºC e para temperaturas entre 50 e 60ºC a viscosidade aumenta. Já para a

polpa centrifugada foi observado que a viscosidade decresce com o aumento da temperatura

até 60ºC.

Bezerra (2000) estudando a reologia de polpa de manga integral, centrifugada e

despectinizada na faixa de temperatura de 10 a 60ºC, verificou que a viscosidade aparente

teve um comportamento decrescente para a polpa integral e centrifugada, e crescente para a

polpa centrifugada e despectinizada.

Pelegrine, Vidal e Gasparetto (2000), analisando a viscosidade das polpas de abacaxi e

manga integrais e centrifugadas a 30ºC ajustados ao modelo de Mizrahi Berk, observaram que

a presença de sólidos suspensos influenciaram muito no índice de consistência tanto na polpa

de manga quanto na de abacaxi e que a viscosidade para as polpas integrais é maior que para

as polpas centrifugadas.

Genovese e Lozano (2001) analisaram os efeitos dos biopolímeros como a goma

xantana e carboximetilcelulose (CMC) na estabilidade e viscosidade do suco de maçã, e

verificaram que para uma mesma taxa de deformação, o suco com goma xantana mostrou

viscosidade maior que o suco com CMC e que aumentando a taxa de deformação, a

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

34

viscosidade aparente do suco com CMC ou xantana é similar para uma mesma concentração

de goma. O maior efeito estabilizante foi para o suco com CMC.

Ferreira (2002) estudando o comportamento de polpas de caju e goiaba integrais,

peneiradas e centrifugadas na faixa de temperatura de 10 a 60ºC, observou que a temperatura

acarretou uma redução da viscosidade aparente das polpas, com exceção para a polpa de caju

integral.

Sato (2002) estudou o comportamento reológico da polpa de jabuticaba integral e

observou que a mesma apresentou comportamento pseudoplástico com tensão residual, com

bom ajuste ao modelo de Herschel-Bulkley. O aumento da temperatura levou à redução da

viscosidade aparente e do índice de consistência, obedecendo ao modelo de Arrhenius.

Freitas (2002) estudou o comportamento reológico de guar e xantana em polpa de

maracujá através de teste estacionário. Observou-se um comportamento não –newtoniano com

características pseudoplásticas para todas as amostras, e uma forte variação dos parâmetros

reológicos para a goma guar em função da temperatura e pequenas alterações desses

parâmetros quando se tratava da xantana.

Sahin et al., (2004) estudaram o efeito de alguns biopolímeros (goma tragacante, goma

guar, carboximetilcelulose, xantana e goma locusta) em concentrações de 0, 0,5 e 1 g/100g

nas propriedades reológicas de três diferentes ketchups formulados com sólidos solúveis totais

de 7,5; 10 e 12,5 g/100g e observaram que todos os biopolímeros aumentaram a consistência

das amostras. No entanto, a goma guar e goma locusta ou alfarroba (LBG) causaram o maior

efeito de consistência seguido por xantana, tragacante e carboximetilcelulose (CMC). Tanto a

formulação do ketchup quanto a concentração dos biopolímeros afetaram sua consistência.

2.6. A cor na indústria de alimentos

O consumo de um alimento, conhecido ou não do consumidor, depende em primeira

instância, da sua cor e do seu aspecto, pois quando um consumidor entra em contato com o

alimento, a cor e a aparência são as duas primeiras sensações que o atingem, e é o que o

levará à aceitação, indiferença ou rejeição (Bobbio e Bobbio, 1992). A cor é um importante

atributo na indústria de alimentos. Freqüentemente, julga-se a qualidade dos alimentos

baseados na cor. Nos locais de venda de alimentos, raramente os consumidores são permitidos

provar os produtos alimentícios antes de comprá-los. No entanto, eles podem observar esses

produtos. Os consumidores fazem uma decisão de julgamento amplamente baseado na

aparência geral do alimento, incluindo a cor. Existe uma relação direta entre a cor e o sabor

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

35

dos alimentos. Os processadores de alimentos são limitados as suas habilidades para ajustar a

cor do produto final. Devido a isto, eles prestam estrita atenção nas cores dos ingredientes e as

mudanças que ocorrem em cada passo da produção. Os instrumentos de medida de cor são

usados para checar a cor dos ingredientes e para avaliar a eficiência do processo na obtenção e

manutenção da cor do produto desejado. Os sistemas de medidas de cor são utilizados para

medir uma ampla faixa de produtos alimentícios, tais como, frutas e vegetais, tanto “in

natura” como processados, produtos lácteos, carnes e produtos cárneos (incluindo peixe e

aves), cereais, óleos, xaropes, açúcares e bebidas (Good, 2007).

Há muitos benefícios da medida quantitativa das cores dos alimentos:

• Melhoria nas comunicações entre fornecedor e consumidor;

• Cor do produto consistente;

• Melhoria do sabor do produto;

• Desperdício reduzido;

• Densidade do produto uniforme;

• Melhoria da satisfação do consumidor.

2.6.1. A cor e seus parâmetros

Colorimetria refere-se à ciência e a tecnologia usada para quantificar e descrever (pela

ajuda de modelos matemáticos) as percepções humanas da cor. A percepção das cores pelos

olhos não é um processo meramente visual, mas sim psicovisual. A cor é algo que se vê com

os olhos e se interpreta com o cérebro é o resultado da interação da luz com os materiais. Para

a física óptica, a cor é definida como um feixe de radiações luminosas com uma determinada

distribuição espectral. Os materiais transferem a luz que chega a eles de forma que a luz

transmitida tem diferente distribuição espectral. A composição química e a estrutura do

material vão definir a capacidade deste de alterar a distribuição espectral da luz (Calvo e

Durán, 1997).

A CIE (Commision Internationale de L’Eclairage) definiu os valores triestímulos em

função da integração da distribuição espectral relativa de potência do iluminante (Sλ), as

funções do observador (λX, λY, λZ) e a função espectral de radiância do objeto (Rλ). Esses

valores são obtidos, aproximadamente, pelo somatório do produto da DEP (Distribuição

Espectral da Potência), dos valores do observador e dos fatores de reflectância com intervalo

de medição de 5 nm e faixa de comprimento de onda de 380nm a 780nm para objetos. Para

fontes de luz, os fatores de reflectância não são incluídos. Os diagramas de cromaticidade

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

36

mostram apenas proporções de valores triestímulos (X, Y e Z) e não suas reais magnitudes,

eles são aplicados estritamente a cores que tem a mesma luminância. Em geral as cores

diferem entre si tanto em cromaticidade quanto em luminância, e algum método que combine

estas variáveis se torna necessário. Como os valores X, Y e Z definem um espaço psicofísico

que não é real, a CIE recomendou o uso de um dos dois espaços de cor alternativos, CIELAB

ou CIELUV, que incluem um fator de luminância em um plano de cromaticidade (Berns,

2000).

No espaço psicométrico CIELAB as cores são descritas ou por luminosidade (L*),

coordenada a* (conteúdo do vermelho ao verde) e coordenada b* (conteúdo do amarelo ao

azul) ou pelo uso de coordenadas cilíndricas de luminosidade (L*), tonalidade (ho) e o croma

(C*), relacionadas diretamente com as coordenadas de Munsell. A Figura 2.13 apresenta o

significado geométrico destes conjuntos de coordenadas colorimétricas.

Figura 2. 13. O significado geométrico das coordenadas L*, a*, b*, ho e C*.

Fonte: Hunter Lab, 2008.

No espaço CIELAB é possível quantificar as diferenças em termos psicométrico de

∆L*, ∆a*, ∆b* e ∆E* ou ∆C*, ∆H*, de acordo com a Figura 2.14. A diferença total da cor é

denominada pela expressão ∆E*.

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

37

Figura 2. 14. Diagrama de cálculo de ∆E* no diagrama CIELAB.

Fonte: Hunter Lab, 2008.

A diferença de cor entre dois estímulos, por exemplo, o padrão e a amostra pode ser

quantificada no diagrama L*, a* e b* (Figura 2.15), proposto por Berns (2000), cuja distância

entre duas posições é obtida de acordo com a Equação 2.28. A tonalidade é o atributo da

percepção visual onde a cor é percebida como vermelha, amarela, verde azul, púrpura etc. As

cores brancas, pretas e cinza puro não possuem tonalidade. A fórmula matemática que

representa a tonalidade é descrita pela Equação 2.29.

Figura 2. 15 - Representação gráfica de dois estímulos no espaço L*a* b*.

Fonte: Berns, 2000.

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Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________

38

( ) ( ) ( )2**2**2**2*2*2* bibaiaLiLbaLdE −+−+−=∆+∆+∆= (2.28)

=abgho arctan (2.29)

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CAPÍTULO 3

MATERIAIS E MÉTODOS

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Os materiais e a metodologia que foram utilizadas para a elaboração da Tese estão

especificadas abaixo.

3.1. Matérias-primas

3.1.1. Polpa de cupuaçu

A polpa de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum) obtida da Cooperativa dos

Produtores de Cupuaçu do Pará foi acondicionada em sacos de polietileno, estocada e

congelada, a temperatura de – 20ºC em “freezer” .

3.1.2. Biopolímeros

Foram utilizadas gomas xantana e guar em pó, cedidas pela CPKelco Brasil S/A

(Limeira – SP) e pela Plury Química Ltda (Diadema – SP), respectivamente.

3.2. Metodologia

3.2.1. Preparo das amostras

A polpa de cupuaçu (Cup) foi aditivada com as gomas guar (G) e xantana (X)

utilizando três concentrações diferentes das gomas (0,3; 0,7 e 1% em peso de goma/peso de

polpa), sob agitação. Também foi preparada amostra de polpa sem aditivos para controle. As

polpas aditivadas e polpa em branco, foram acondicionadas em embalagens plásticas de

polietileno e estocadas a -20oC, em “freezer”. A Figura 3.1 apresenta um fluxograma da

metodologia que foi empregada neste estudo.

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Capítulo 3 MATERIAIS E MÉTODOS _________________________________________________________________________

40

Figura 3.1 – Diagrama de blocos da metodologia empregada.

Polpa integral (Cup) Polpa adicionada de guar (CupG)

Acondicionamento em embalagens plásticas de polietileno

Polpa adicionada de xantana (CupX)

Aquisição do material

Armazenamento em freezer à -20ºC

Análises físico-químicas

Caracterização reológica

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Capítulo 3 MATERIAIS E MÉTODOS _________________________________________________________________________

41

Todas as análises físico-químicas e a caracterização reológica foram realizadas em

duplicata.

3.2.2. Análises físicas e químicas

Foram efetuadas as seguintes análises físico-químicas:

3.2.2.1. Teor de sólidos solúveis (o Brix)

O ºBrix foi determinado através da leitura direta em refratômetro digital automático,

marca ACATEC modelo RDA 8600. A metodologia baseia-se no fato de que os índices de

refração de soluções aquosas de sacarose podem ser correlacionados com seu teor de

sacarose. Tem-se, assim, uma correspondência entre os índices de refração e a percentagem

de sacarose, a qual se dá o nome de grau Brix (Adolfo Lutz, 2005).

3.2.2.2. pH

A determinação do pH foi realizada pelo método potenciométrico, utilizando pHmetro

modelo pH300 M de marca ANALYSER. A metodologia que se baseia na determinação da

concentração hidrogeniônica (pH) com leitura direta em potenciômetro, como descrito pelo

(Adolfo Lutz, 2005).

3.2.2.3. Atividade de água (Aw)

A atividade de água foi medida em higrômetro Aqua-Lab digital, modelo CX-2

(Decagon Devices Inc., EUA), a uma temperatura constante de 25ºC.

3.2.2.4. Teor de polpa

O teor de polpa foi determinado em uma centrífuga de mesa MSE (5000 rpm por 1

hora).

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Capítulo 3 MATERIAIS E MÉTODOS _________________________________________________________________________

42

3.2.2.5. Determinação da cor

A análise instrumental de cor foi realizada por reflectância no S & M Colour

Computer modelo SM - 4 - CH da Suga, no sistema Hunter com abertura de 30mm de

diâmetro, pertencente a EMBRAPA .

Os parâmetros de cor medidos em relação à placa Branca (L = 90,21; a = -2,34; b

= 1,39) foram:

• L = luminosidade (0 = preto e 100 = branco)

• a (-80 até zero = verde, do zero ao +100 = vermelho)

• b (-100 até zero = azul, do zero ao +70 = amarelo)

Foram realizadas quatro repetições para cada amostra, as quais foram dispostas

em placas de Petri de 5 cm de diâmetro e 2 cm de altura.

Com estes parâmetros de cor, é possível definir a diferença média de cor, ∆E*, entre a

polpa com aditivos e sem aditivos, de acordo com a Equação 2.28, onde i representa o valor

do parâmetro da polpa de cupuaçu, usado como referência. O valor desta diferença média

quadrática permite a comparação entre os valores dos parâmetros de cor da polpa (controle) e

da polpa com aditivos.

3.2.2.6. Açúcares redutores e não redutores

A determinação dos açúcares foi feita por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

(HPLC) utilizando coluna cromatográfica Bio Rad HPX – 87 P 300 x 7,8 mm, e como fase

móvel água, vazão 0,6 ml/min, temperatura do forno de 80ºC e do detector de 40ºC.

3.2.2.7. Determinação de compostos inorgânicos da polpa de cupuaçu

A determinação de compostos inorgânicos da polpa foi realizada em Fluorescência de

Raios X Rigaku RIX 3100, equipado com tubo Rh de 4kw, pertencente ao NUCAT – COPPE

– UFRJ .

3.3.1. Medidas reológicas – Regime não-oscilatório

As análises reológicas das polpas de frutas em regime não-oscilatório foram realizadas

em um reômetro AR 2000 (TA Instruments), pertencente ao laboratório LAPIN 1 – IMA -

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Capítulo 3 MATERIAIS E MÉTODOS _________________________________________________________________________

43

UFRJ. Utilizou-se um sensor tipo cone-placa (C-60/2o Ti). A temperatura de análise foi

mantida através de um sistema “peltier” instalado na placa inferior. Este reômetro é conectado

a um microcomputador para a aquisição dos dados. O tempo de cada determinação

experimental foi de 4 minutos, obtendo-se 100 pontos de deformação, dos quais cinqüenta em

escala ascendente (0 - 300s-1) e cinqüenta em escala descendente (300-0s-1 ). Apenas a curva

de volta obtida foi considerada na análise dos dados.

As medidas foram realizadas a 10, 20, 30, 40 e 50 ºC , a primeira por ser a temperatura

da polpa refrigerada e 50oC por corresponder a temperatura de pasteurização industrial

(Branco e Gasparetto, 2003; Toralles et al., 2006).

3.3.2. Análises reológicas das polpas – Regime oscilatório

As análises reológicas das polpas de frutas em regime oscilatório foram realizadas no

mesmo reômetro, utilizando o mesmo sensor tipo cone-placa, nas temperaturas 10, 30 e 50ºC.

Antes de realizar as análises dos espectros mecânicos (módulos G’e G’’ em função da

freqüência) foi realizada uma varredura de tensão na faixa de 0,01 a 100 Pa a freqüência 1Hz

com o objetivo de determinar a região viscoelástica linear das polpas. A região viscoelástica

linear é conhecida por ser a região onde a estrutura do material é preservada, ou seja, os

módulos de armazenamento (G’) e de perda (G’’) são independentes da freqüência. Neste

estudo, após a varredura de tensão, o valor de deformação determinado para a varredura de

freqüência foi 0,1 % para as amostras. A varredura de freqüência foi feita em deformação

oscilatória de baixa amplitude, na faixa de 0,1 a 100 Hz.

3.4. Análise estatística dos dados experimentais

Para as polpas de cupuaçu aditivadas e em branco, os dados experimentais de tensão

de cisalhamento e taxa de deformação obtidos no reômetro foram testados nos modelos

reológicos de Ostwald-de Waele, Hershel-Bulkley, Mizrahi-Berk, Casson, Cross, Carreau,

Sisko, Eliiot & Green, Hahn, Figoni & Shoemaker.

Os modelos foram ajustados aos dados experimentais utilizando-se o Software Oringin

7.0. Em todas as modelagens que foram realizadas, foram determinados e analisados

parâmetros de ajustes como o coeficiente de correlação (R2 ) e qui-quadrado (χ2), sendo

definidos pelas equações abaixo:

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Capítulo 3 MATERIAIS E MÉTODOS _________________________________________________________________________

44

− Coeficiente de correlação (R2) - Mede a proporção da variação total da média

explicada pela regressão, definida como a soma quadrática total:

2

22

)(

)(−

−±==

∑∑

γ

γ

obsy

ypredSQTSQRR (3.1)

onde: −

γ = média amostral; SQR = Soma quadrática devido à regressão; SQT = soma

quadrática total.

− Qui-quadrado (χ2) – Expressa a diferença entre os valores previstos pelo modelo e

os valores obtidos experimentalmente

χ2 = ∑(yobs - ypre)2 (3.2)

onde: χ2 = Teste do qui-quadrado; yobs = Valor experimental; ypred = valor previsto pelo

modelo.

Quanto maior for o valor de χ2 maior será a discrepância entre os valores observados e

esperadas. Portanto, o modelo que melhor se ajusta é aquele com altos valores de R2 e baixos

valores de χ2.

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CAPÍTULO 4

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir serão apresentados os resultados da polpa de cupuaçu e da polpa de cupuaçu

aditivada com as gomas guar e xantana

4.1. Caracterização físico-química

Os valores obtidos na caracterização físico-química da amostra são apresentados na

Tabela 4.1.

Tabela 4.1. Caracterização física e química da polpa de cupuaçu.

Composição Valores obtidos

Sólidos solúveis (ºBrix) 10±0,01

PH 3,51±0,01

Teor de polpa (%) 44±0,20

Atividade de água (Aw) 0,99±0,00

Açucares redutores (g/l) 16,47±0,01

Açucares não redutores (g/l) 35,04±0,01

P2O5 (%) 6,31±0,01

MgO (%) 4,36±0,01

K2O (%) 79,93±0,01

CaO (%) 2,46±0,01

SO3 (%) 6,94±0,01

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

46

Os resultados obtidos de ºBrix, pH e açucares para a polpa de cupuaçu estão de acordo

com os valores recomendados no regulamento técnico geral para fixação dos padrões de

identidade e qualidade da polpa de cupuaçu do Ministério da Agricultura, 2003. Na Tabela 4.2

são apresentados os resultados dos parâmetros de cor das polpas.

Tabela 4.2 – Resultados dos parâmetros de cor da polpa

Amostra L a b ∆ECup

Cupuaçu 67,08±0,02 1,53±0,02 24,44±0,02 ____

CupX0,3 67,34±0,01 1,79±0,01 24,08±0,01 0,51±0,01

CupX0,7 67,90±0,01 1,82±0,01 23,76±0,01 1,10±0,01

CupX1 67,90±0,00 1,56±0,00 23,63±0,00 1,15±0,00

CupG0,3 67,11±0,02 1,70±0,02 24,04±0,02 0,43±0,02

CupG0,7 66,91±0,01 1,01±0,01 23,99±0,01 0,71±0,01

CupG1 67,38±0,01 0,96±0,01 23,86±0,01 0,86±0,01

Como pode ser visto na Tabela 4.2, houve pouca variação dos parâmetros L, a e b e a

diferença entre os parâmetros das polpas aditivadas e a polpa in natura, ∆E, também foi

pequena. Do ponto de vista industrial, cada vez mais tem se buscado a fabricação de produtos

processados que mantenham ao máximo das suas características iniciais enquanto matéria-

prima (Haminiuk, 2007). De maneira geral, todas as polpas apresentam uma boa manutenção

da cor.

4.2. Comportamento reológico da polpa de cupuaçu

4.2.1. Ensaios em estado estacionário

4.2.1.1. Curvas de Escoamento

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

47

Os modelos reológicos Ostwald-de Waele (Lei da Potência), Casson, Sisko, Carreau,

Cross, Herschel-Bulkley, Mizrahi-Berk foram ajustados aos dados experimentais obtidos para

todas as amostras. Os dois últimos modelos apresentaram valores de τo negativos e, portanto

sem significado físico. Os parâmetros de escoamento relativos aos modelos Ostwald-de

Waele, Casson, Sisko, Carreau, Cross são mostrados nas Figuras 4.1 a 4.6 e nas Tabelas 4.3 a

4.7.

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

48

0 50 100 150 200 250 3000

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

0 50 100 150 200 250 3000

5

10

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55

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0 50 100 150 200 250 3000

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0 50 100 150 200 250 3000

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Tens

ão d

e ci

salh

amen

to (P

a)

Taxa de deformação (1/s)

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Tens

ao d

e ci

salh

amen

to (P

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Taxa de deformação (1/s)

0 50 100 150 200 250 3000

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0 50 100 150 200 250 3000

102030405060708090

100110120130140150

0 50 100 150 200 250 3000

102030405060708090

100110120130140150

0 50 100 150 200 250 3000

102030405060708090

100110120130140150

0 50 100 150 200 250 3000

102030405060708090

100110120130140150

Tens

ão d

e ci

salh

amen

to (P

a)

Taxa de deformação (1/s)

0 50 100 150 200 250 3000

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Tens

ão d

e ci

salh

amen

to (P

a)

Taxa de deformação (1/s)

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Tens

ão d

e ci

salh

amen

to (P

a)

Taxa de deformação (1/s)

Figura 4.1 – Curvas de escoamento de guar e xantana em polpa de cupuaçu a diferentes

temperaturas: (•) 10ºC; (•) 20ºC; (•) 30ºC; (•) 40ºC; (•) 50ºC (Modelo de Ostwald-de Waele).

CupG0,3

CupG0,7

0 50 100 150 200 250 3000

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0 50 100 150 200 250 3000

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50

60

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90

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Tens

ão d

e ci

salh

amen

to (P

a)

Taxa de deformaçao (1/s)

CupG1 CupX1

CupX0,7

CupX0,3

Page 62: Tese de Doutorado - UFRJ/EQ/EPQBepqb.eq.ufrj.br/download/sistema-polpa-de-cupuacu-biopolimeros.pdfGilvanete Maria Fereira Outubro, 2008 Supervisors: Maria Cristina Antun Maia, D.Sc

Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

49

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

1

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1

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5

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7

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9

10

Tens

ão d

e ci

salh

amen

to 0,

5 (Pa)

Taxa de deformação 0,5(1/s)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

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8

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Tens

ão d

e ci

salh

amen

to 0,

5 (Pa)

Taxa de deformação 0,5(1/s)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

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Tens

ão d

e ci

salh

amen

to 0,

5 (Pa)

Taxa de deformação 0,5 (1/s)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

1

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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

1

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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

1

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4

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6

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8

9

10

Tens

ão d

e ci

salh

amen

to0,

5 (Pa)

Taxa de deformação0,5 (1/s)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

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9

10

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12

13

14

Tens

ão d

e ci

salh

amen

to 0,

5 (Pa)

Taxa de deformação 0,5 (1/s)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

1

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5

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1

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5

6

7

8

9

10

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1

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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

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5

6

7

8

9

10

11

Tens

ão d

e ci

salh

amen

to 0,

5 (Pa)

Taxa de deformação 0,5(1/s)

Figura 4.2 – Curvas de escoamento de guar e xantana em polpa de cupuaçu a diferentes

temperaturas: (•) 10ºC; (•) 20ºC; (•) 30ºC; (•) 40ºC; (•) 50ºC (Modelo de Casson).

CupG0,7 CupX0,7

CupG0,3 CupX0,3

CupX1CupG1

Page 63: Tese de Doutorado - UFRJ/EQ/EPQBepqb.eq.ufrj.br/download/sistema-polpa-de-cupuacu-biopolimeros.pdfGilvanete Maria Fereira Outubro, 2008 Supervisors: Maria Cristina Antun Maia, D.Sc

Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

50

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1

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1

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ade

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(Pa.

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log Taxa de deformação (1/s)

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1

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1

log

Visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

log Taxa de deformação (1/s)

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

log

Visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

log Taxa de deformação (1/s)

10 1000,1

1

10 1000,1

1

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1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

log

visc

osid

ade

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ente

(Pa.

s)

log taxa de deformação (1/s)

10 1000,1

1

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1

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Visc

osid

ade

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ente

(Pa.

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log Taxa de deformação (1/s)

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1

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1

10 1000,1

1

log

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

a.s)

log Taxa de deformação (1/s)

Figura 4.3 – Curvas de escoamento de guar e xantana em polpa de cupuaçu a diferentes

temperaturas: (•) 10ºC; (•) 20ºC; (•) 30ºC; (•) 40ºC; (•) 50ºC (Modelo de Sisko).

CupG0,3

CupG0,7

CupX0,3

CupX0,7

CupG1 CupX1

Page 64: Tese de Doutorado - UFRJ/EQ/EPQBepqb.eq.ufrj.br/download/sistema-polpa-de-cupuacu-biopolimeros.pdfGilvanete Maria Fereira Outubro, 2008 Supervisors: Maria Cristina Antun Maia, D.Sc

Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

51

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

Visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

Taxa de deformação (1/s)

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Vis

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Taxa de deformação (1/s)

10 1000,1

1

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1

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1

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1

Vis

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apar

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(Pa.

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Taxa de deformação (1/s)

10 1000,1

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1

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1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

Visc

osid

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(Pa.

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Taxa de deformação (1/s)

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1

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10 1000,1

1

10

10 1000,1

1

10

Visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

Taxa de deformação (1/s)

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

Visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

Taxa de deformação (1/s)

Figura 4.4 – Curvas de escoamento de guar e xantana em polpa de cupuaçu a diferentes

temperaturas: (•) 10ºC; (•) 20ºC; (•) 30ºC; (•) 40ºC; (•) 50ºC (Modelo de Carreau).

CupG0,3

CupG0,7

CupX0,3

CupX0,7

CupG1

CupX1

Page 65: Tese de Doutorado - UFRJ/EQ/EPQBepqb.eq.ufrj.br/download/sistema-polpa-de-cupuacu-biopolimeros.pdfGilvanete Maria Fereira Outubro, 2008 Supervisors: Maria Cristina Antun Maia, D.Sc

Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

52

10 1000,1

1

10 1000,1

1

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

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Taxa de deformação (1/s)10 100

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1

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1

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1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

Visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

Taxa de deformação (1/s)

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

a.s)

Taxa de deformação (1/s)

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

a.s)

Taxa de deformação (1/s)

10 1000,1

1

10

10 1000,1

1

10

10 1000,1

1

10

10 1000,1

1

10

Visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

10 1000,1

1

10

Taxa de deformação (1/s)

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

Visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

10 1000,1

1

Taxa de deformação (1/s)

Figura 4.5 – Curvas de escoamento de guar e xantana em polpa de cupuaçu a diferentes

temperaturas: (•) 10ºC; (•) 20ºC; (•) 30ºC; (•) 40ºC; (•) 50ºC (Modelo de Cross).

CupG0,3

CupG0,7

CupG1

CupX0,3

CupX0,7

CupX1

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

53

0 50 100 150 200 250 3000

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

0 50 100 150 200 250 3000

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

0 50 100 150 200 250 3000

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

0 50 100 150 200 250 3000

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

0 50 100 150 200 250 3000

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

Tens

ão d

e ci

salh

amen

to (P

a)

Taxa de deformação (1/s)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

Tens

ão d

e ci

salh

amen

to 0,

5 (Pa)

Taxa de deformação 0,5 (1/s)

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

10 1000,1

1

Visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

Taxa de deformação (1/s)

Figura 4.6 – Curvas de escoamento da polpa de cupuaçu a diferentes temperaturas:

(•) 10ºC; (•) 20ºC; (•) 30ºC; (•) 40ºC; (•) 50ºC. (Modelo de Ostwald-de Waele (a), Casson

(b), Sisko (c)).

(a)(b)

(c)

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

54

Tabela 4.3 – Parâmetros do modelo de Ostwald-de Waele para as amostras Cup, CupG03,

CupG07, CupG1, CupX03, CupX07 e CupX1%, respectivamente.

Cup 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

K (Pa.sn) 14,82 13,68 11,38 10,99 8,05

n 0,23 0,22 0,23 0,23 0,29

χ2 0,82 0,68 0,84 1,86 1,81

R2 0,99 0,99 0,98 0,95 0,97

CupG03 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

K (Pa.sn) 9,53 9,38 9,05 8,73 8,47

n 0,29 0,29 0,28 0,28 0,27

χ2 0,04 0,07 0,04 0,06 0,13

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupG07 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

K (Pa.sn) 27,05 25,33 23,32 21,77 22,51

n 0,26 0,26 0,26 0,26 0,25

χ2 0,14 0,13 0,17 0,40 0,59

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupG1 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

K (Pa.sn) 46,13 38,41 38,38 34,63 34,34

n 0,22 0,23 0,23 0,24 0,23

χ2 0,66 0,49 1,12 1,18 1,40

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupX03 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

K (Pa.sn) 11,95 10,99 9,17 9,04 7,83

n 0,31 0,31 0,31 0,30 0,30

χ2 0,03 0,02 0,03 0,04 0,06

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupX07 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

K (Pa.sn) 20,49 22,25 17,46 17,08 17,01

n 0,27 0,25 0,25 0,25 0,24

χ2 0,26 0,21 0,03 0,03 0,03

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

55

Continuação da Tabela 4.3

CupX1 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

K (Pa.sn) 26,57 26,27 25,59 25,89 26,92

n 0,25 0,23 0,22 0,21 0,21

χ2 0,70 0,22 0,07 0,08 0,41

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

Tabela 4.4 – Parâmetros do modelo de Casson para as amostras Cup, CupG03, CupG07,

CupG1, CupX03, CupX07 e CupX1%, respectivamente.

Cup 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

Kc (Pa.s) 0,16 0,15 0,14 0,14 0,17

τo (Pa) 4,85 4,63 4,23 4,16 3,69

χ2 0,03 0,03 0,03 0,05 0,05

R2 0,93 0,92 0,90 0,87 0,89

CupG03 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

Kc(Pa.s) 0,19 0,18 0,16 0,16 0,15

τo (Pa) 4,13 4,07 3,95 3,89 3,79

χ2 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02

R2 0,97 0,98 0,96 0,96 0,95

CupG07 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

Kc(Pa.s) 0,26 0,24 0,23 0,23 0,22

τo (Pa) 6,76 6,49 6,25 6,01 6,06

χ2 0,03 0,03 0,03 0,04 0,04

R2 0,97 0,96 0,96 0,95 0,94

CupG1 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

Kc(Pa.s) 0,26 0,25 0,25 0,25 0,24

τo (Pa) 8,49 7,79 7,80 7,45 7,39

χ2 0,04 0,05 0,06 0,06 0,06

R2 0,96 0,95 0,94 0,94 0,94

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

56

Continuação da Tabela 4.4

CupX03 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

Kc (Pa.s) 0,22 0,22 0,19 0,19 0,18

τo (Pa) 4,64 4,46 4,07 4,01 3,74

χ2 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02

R2 0,97 0,97 0,97 0,96 0,96

CupX07 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

Kc (Pa.s) 0,23 0,22 0,19 0,19 0,18

τo (Pa) 5,93 6,09 5,39 5,29 5,27

χ2 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02

R2 0,98 0,97 0,97 0,97 0,96

CupX1 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

Kc (Pa.s) 0,23 0,21 0,19 0,19 0,18

τo (Pa) 6,64 6,49 6,35 6,35 6,43

χ2 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02

R2 0,98 0,97 0,97 0,97 0,96

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

57

Tabela 4.5 – Parâmetros do modelo de Sisko para as amostras Cup, CupG03, CupG07,

CupG1, CupX03, CupX07 e CupX1%, respectivamente.

Cup 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) -0,12 -0,10 -0,09 -0,05 -0,09

Ks(Pa.s) 9,96 9,20 7,38 7,36 4,67

ns 0,38 0,37 0,38 0,36 0,48

χ2 2,16E-4 9,79E-5 4,77E-5 5,68E-5 3,83E-5

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupG03 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) -0,02 -0,02 -0,03 -0,04 -0,05

Ks(Pa.s) 9,08 8,66 7,68 7,20 6,36

ns 0,32 0,32 0,34 0,35 0,38

χ2 4,80E-5 5,69E-5 4,39E-5 4,10E-5 4,20E-5

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupG07 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) -0,04 -0,05 -0,06 -0,08 -0,10

Ks(Pa.s) 25,48 22,99 20,61 17,91 17,80

ns 0,29 0,29 0,30 0,33 0,33

χ2 6,69E-5 1,38E-4 9,38E-5 1,49E-4 1,75E-4

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupG1 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) -0,08 -0,09 -0,11 -0,12 -0,13

Ks(Pa.s) 41,48 33,16 31,69 28,05 27,11

ns 0,26 0,28 0,29 0,31 0,31

χ2 2,15E-4 1,68E-4 1,71E-4 1,71E-4 2,11E-4

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupX03 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) -0,03 -0,02 -0,02 -0,03 -0,03

Ks(Pa.s) 10,91 10,10 8,21 7,91 6,60

ns 0,34 0,34 0,35 0,35 0,36

χ2 1,82E-5 1,72E-5 1,24E-5 1,85E-5 6,98E-6

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

58

Continuação da Tabela 4.5

CupX07 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) -0,00 -0,0 -0,01 -0,02 -0,02

Ks(Pa.s) 21,22 22,20 17,04 16,15 15,89

ns 0,26 0,26 0,27 0,27 0,27

χ2 3,33E-5 3,74E-5 1,83E-5 1,76E-5 1,05E-5

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupX1 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) 0,02 0,01 -0,01 -0,01 -0,01

Ks(Pa.s) 29,02 27,44 25,87 25,80 26,02

ns 0,22 0,22 0,22 0,22 0,22

χ2 2,62E-5 1,83E-5 1,35E-5 1,96E-5 3,59E-5

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

Tabela 4.6 – Parâmetros do modelo de Carreau para as amostras CupG03, CupG07, CupG1,

CupX03, CupX07 e CupX1%, respectivamente.

CupG03 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) 0,01 0,01 -0,00 -0,01 -0,02

ηo(Pa.s) 5,02 4,51 3,95 3,59 3,19

λ(s) 0,36 0,32 0,31 0,29 0,28

n 0,27 0,26 0,28 0,29 0,31

χ2 2,41E-6 2,97E-6 3,26E-6 4,91E-6 4,43E-6

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupG07 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) -0,00 -0,00 -0,01 -0,02 -0,03

ηo(Pa.s) 15,22 13,34 11,68 10,14 10,08

λ(s) 0,46 0,41 0,39 0,38 0,37

n 0,26 0,25 0,27 0,28 0,28

χ2 6,10E-6 1,32E-5 8,78E-6 6,72E-6 8,41E-6

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

59

Continuação da Tabela 4.6

CupG1 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) -0,03 -0,03 -0,06 -0,06 -0,06

ηo(Pa.s) 27,35 20,15 19,18 16,53 15,20

λ(s) 0,52 0,46 0,45 0,42 0,38

n 0,23 0,25 0,26 0,27 0,27

χ2 3,98E-5 9,19E-6 9,20E-6 1,53E-5 3,37E-6

R2 0,99 1 1 0,99 0,99

CupX03 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) -0,01 -0,07 -0,01 -0,01 -0,02

ηo(Pa.s) 7,35 6,73 4,97 5,01 4,38

λ(s) 0,51 0,49 0,42 0,45 0,49

n 0,32 0,31 0,32 0,32 0,34

χ2 4,27E-6 2,85E-6 1,57E-6 2,61E-6 8,14E-7

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupX07 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) 0,02 0,00 0,00 -0,00 -0,00

ηo(Pa.s) 15,24 16,16 12,43 11,21 12,07

λ(s) 0,59 0,61 0,61 0,57 0,65

n 0,24 0,24 0,25 0,25 0,25

χ2 5,59E-6 1,27E-5 3,33E-6 2,87E-6 4,24E-6

R2 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99

CupX1 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) 0,04 0,02 0,01 0,02 0,00

ηo(Pa.s) 23,74 23,57 21,05 21,36 21,40

λ(s) 0,73 0,79 0,73 0,75 0,74

n 0,21 0,21 0,21 0,20 0,20

χ2 5,83E-6 4,01E-6 2,02E-6 5,80E-6 2,06E-5

R2 1 1 1 0,99 0,99

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

60

Tabela 4.7 – Parâmetros do modelo de Cross para as amostras CupG03, CupG07, CupG1,

CupX03, CupX07 e CupX1%, respectivamente.

CupG03 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) 0,03 0,03 0,02 0,01 0,00

ηo(Pa.s) 13,05 10,73 9,33 8,32 7,11

λ(s) 0,94 0,76 0,74 0,69 0,63

n 0,79 0,81 0,79 0,79 0,78

χ2 1,45E-6 7,01E-7 7,97E-7 1,69E-6 2,17E-6

R2 0,99 1 0,99 0,99 0,99

CupG07 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) 0,02 0,03 0,01 0,01 0,00

ηo(Pa.s) 57,88 40,71 36,59 28,27 27,22

λ(s) 1,85 1,30 1,31 1,08 1,03

n 0,77 0,79 0,78 0,78 0,78

χ2 4,39E-6 6,32E-6 2,58E-6 5,25E-6 5,77E-6

R2 1 0,99 1 0,99 0,99

CupG1 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) 0,00 -7,00E-4 -0,01 -0,02 -0,01

ηo(Pa.s) 101,78 69,39 65,75 53,47 45,53

λ(s) 1,99 1,63 1,60 1,43 1,21

n 0,80 0,79 0,77 0,77 0,78

χ2 2,00E-5 1,82E-6 3,83E-6 4,92E-6 2,76E-6

R2 0,99 1 1 1 1

CupX03 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) 0,00 0,01 0,01 0,01 -0,01

ηo(Pa.s) 27,94 24,90 17,25 16,32 16,79

λ(s) 2,05 1,95 1,61 1,55 2,02

n 0,72 0,72 0,72 0,73 0,69

χ2 1,70E-6 1,02E-6 6,27E-7 1,39E-6 3,36E-7

R2 0,99 1 1 0,99 1

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

61

Continuação da Tabela 4.7

CupX07 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) 0,04 0,02 0,01 0,01 9,97E-5

ηo(Pa.s) 66,16 70,22 55,73 48,53 61,44

λ(s) 2,64 2,70 2,80 2,55 3,41

n 0,78 0,79 0,78 0,78 0,77

χ2 2,64E-6 7,97E-6 1,50E-6 1,25E-6 2,66E-6

R2 1 0,99 1 1 0,99

CupX1 10ºC 20ºC 30ºC 40ºC 50ºC

η∞(Pa.s) 0,05 0,03 0,02 0,01 0,01

ηo(Pa.s) 124,95 131,65 119,83 113,69 123,66

λ(s) 3,85 4,35 4,19 3,96 4,30

n 0,81 0,81 0,81 0,81 0,80

χ2 3,03E-6 2,14E-6 1,07E-6 3,63E-6 2,13E-5

R2 1 1 1 1 0,99

Todos os modelos representaram bem os dados experimentais das amostras em todas

as temperaturas, apresentando baixos valores de χ2 e altos valores de R2.

O índice de comportamento de fluxo (n), foi inferior a 1 em todas as amostras,

caracterizando desta forma o comportamento não-newtoniano e pseudoplástico.

Com relação ao modelo Ostwald-de Waele, o índice de comportamento de fluxo

variou pouco com a temperatura, e mostrou um decréscimo com aumento da concentração de

gomas, mostrando assim, uma maior pseudoplasticidade, já que os valores de “n” tendem a se

afastar da unidade. Este mesmo comportamento foi observado para dispersões de farinha de

batata doce (So-Young e Yoo, 2006; Ferreira et al., 2007). O índice de consistência (K),

diminuiu com o aumento da temperatura em todas as amostras, concordando com os

resultados para fluidos alimentícios (Quispe, 2003; Haminiuk et al,2006). Analisando as

amostras CupX0,3; CupX0,7 e CupX1, observa-se que CupX1 apresentou maiores valores de

índice de consistência (K). O mesmo comportamento foi observado para as amostras de

CupG0,3; CupG0,7 e CupG1.

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

62

No modelo de Casson, verificou-se que houve um decréscimo do índice de

consistência e tensão inicial com o aumento da temperatura e aumento do índice de

consistência e tensão inicial com aumento da concentração de gomas. Comportamento

idêntico foi observado por Pereira et al.(2008).

A pseudoplasticidade pode ser caracterizada através da inclinação das curvas de

escoamento, que diminuíram com o aumento da taxa de deformação. Ainda nos mesmos

gráficos, observa-se que para uma taxa de deformação fixa, a viscosidade aparente diminui à

medida que aumenta a temperatura. Esse comportamento é comum para polpas e sucos de

frutas, uma vez que a maioria destes produtos apresentam-se na forma de sólidos dispersos em

meio líquido e um aumento da temperatura causa uma diminuição da viscosidade da fase

fluida, aumentando a mobilidade das partículas em suspensão, diminuindo a viscosidade

destes produtos (Pelegrine, 1999).

Observa-se nas Tabelas 4.3 e 4.4 que ao adicionar gomas guar e xantana na

concentração 0,3%, houve um decréscimo significativo no índice de consistência em relação a

polpa de cupuaçu pura. Porém, aumentando a concentração dessas gomas verificou-se um

aumento significativo em relação a polpa pura. Para baixa concentração de gomas (0,3%),

pode ter ocorrido uma desorganização da estrutura do sistema, polpa de cupuaçu, a qual

contém na sua composição pectina, polímero natural e gelificante. Ao aumentar a

concentração das gomas, verificou-se um aumento grande no índice de consistência devido a

presença de uma quantidade maior de macromoléculas nos sistemas. Comparando as polpas

aditivadas CupG e CupX, pode ser observado que, a goma guar causou uma desestruturação

maior na polpa, devido a sua estrutura neutra, enquanto que a goma xantana, polímero

aniônico, afetou menos na desestruturação da polpa pura, devido possivelmente às forças

repulsivas entre esta e a pectina presente na polpa.

A polpa de cupuaçu apresentou maior pseudoplasticidade quando comparada às polpas

aditivadas com guar e xantana, fazendo com que a polpa apresente uma maior redução na

viscosidade aparente à medida que a taxa de deformação aumenta.

Pelegrine, Vidal e Gasparetto (2000) verificaram comportamento pseudoplástico para

as polpas de manga e abacaxi, sendo este efeito mais pronunciado para as polpas integrais.

Ferreira et al. (2002), observaram comportamento pseudoplástico para polpa de goiaba

integral em todas as temperaturas de 10 a 60ºC. Comportamento semelhante foi encontrado

por Marcotte et al. (2000), analisando as propriedades reológicas de vários polímeros naturais

(carragenana, pectina, gelatina, amido e xantana) na faixa de concentração de 1 a 6%,

dependendo do tipo de macromolécula e nas temperaturas de 20, 40, 60 e 80ºC e por

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

63

Haminiuk et al., (2005) ao estudar a influência da temperatura no comportamento reológico

de polpa de araçá integral.

Os dados experimentais se ajustaram muito bem ao modelo de Sisko, com valores de

R2 igual a 0,999. Este modelo mostrou que o índice de comportamento de fluxo (ns) foi

inferior a unidade, e decresceu com o aumento da concentração de goma, enquanto que foi

pouco afetado pela temperatura. Já o índice de consistência (Ks) decresceu com a temperatura

e aumentou com a concentração. Comportamento semelhante foi observado por Nindo et

al.2007.

A molécula de xantana em repouso encontra-se num estado agregado de equilíbrio e a

extensão dessa agregação é reduzida sob cisalhamento. Em condições experimentais, a baixas

taxas de deformação, os efeitos dos fatores, orientação e agregação, são simultaneamente

detectados e, em taxas de deformação mais altas a agregação molecular desaparece, ocorrendo

uma forte redução na viscosidade aparente. Este efeito também deve ser comum para a guar

que forma entrelaçamentos em soluções (Sánchez et al., 1995; Pai e Khan, 2002).

Os modelos de Cross e Carreau foram usados para verificar a dependência da

viscosidade com a taxa de deformação. Estes modelos têm a vantagem de predizer a

viscosidade a qualquer taxa de deformação, incluindo a determinação dos parâmetros ηo e η∞

por extrapolação. Nas Tabelas 4.6 e 4.7 observa-se que as equações de Carreau e Cross

apresentaram ajustes aos dados experimentais das amostras aditivadas, e com isso torna-se

possível estabelecer um modelo preditivo válido para uma ampla faixa de taxas de

deformação. Os valores de η∞ das amostras devem ser bastante baixos, visto que o ajuste por

extrapolação levou a valores negativos para algumas condições.

Foi observado que a constante de tempo (λ) das equações de Carreau e Cross para as

polpas aditivadas decresceram com o aumento da temperatura. Os valores de viscosidade

newtoniana a baixas taxas de deformação (ηo) e a constante de tempo para polpa aditivada

com guar foram menores que para polpa com xantana. Este comportamento também foi

notado para guar ou xantana dispersas em polpas de maracujá (Freitas, 2002).

Nas Figuras 4.4 e 4.5 (viscosidade aparente versus taxa de deformação), os valores de

ηo foram obtidos por extrapolação pelo modelo de Carreau e Cross, e não foi verificado platô

newtoniano em nenhuma das amostras no intervalo de taxa de cisalhamento empregado no

experimento reológico.

Todas as amostras mostraram curvas de fluxo um tanto similar. Como esperado, os

dados obtidos a 50ºC seguiram o mesmo padrão de comportamento, mas com menor

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

64

viscosidade aparente que a 10ºC. Os dados de polpas aditivadas se ajustaram muito bem aos

modelos, com valores de R2 variando entre 0,999 e 1. Diferenças entre os valores dos

parâmetros nos modelos foram observadas, principalmente quanto à viscosidade newtoniana

(ηo) que apresentou menores valores para amostras com menores concentrações de gomas e

maiores valores de “n” nas menores concentrações de gomas.

As forças viscosas que dificultam à sedimentação das partículas podem ser

consideradas proporcionais a ηo , desde que ocorra em taxas de deformação muito baixas.

Quando os valores de ηo são maiores o efeito estabilizante poderá ser maior, para a xantana,

devido principalmente a sua maior eletronegatividade, que conduz para maior repulsão entre

as partículas evitando a aglomeração.

Observou-se que a baixas taxas de deformação, a polpa de cupuaçu com xantana

(CupX) mostrou maior viscosidade que a mesma polpa com guar (CupG). Este

comportamento foi atribuído principalmente à menor massa molar da guar e agregação.

A faixa não newtoniana depende da massa molar, da distribuição da massa, tipo e

extensão da ramificação (Genovese e Lozano, 2001). Sucos com goma xantana são altamente

pseudoplásticas a taxas de deformação elevadas, devido a destruição das associações

intermoleculares (Da Silva et al., 1992).

4.2.1.2. Efeito da concentração

A concentração de sólidos solúveis e insolúveis tem forte efeito na viscosidade de

alimentos fluidos newtonianos ou no índice de consistência e na viscosidade aparente de

fluidos não newtonianos (Juszczak e Fortuna, 2003).

Na Tabela 4.8 encontram-se os valores de viscosidade aparente das polpas de cupuaçu

nas respectivas concentrações, temperaturas e taxas de deformação.

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

65

Tabela 4.8- Viscosidade aparente das polpas de cupuaçu para diferentes taxas de deformação,

temperaturas e concentrações.

T (ºC)

Viscosidade Aparente (100s-1) (Pa.s)

Cup CupG0,3 CupG0,7 CupG1 CupX0,3 CupX0,7 CupX1

10 0,426 0,372 0,893 1,251 0,488 0,703 0,812

20 0,390 0,348 0,813 1,089 0,455 0,702 0,748

30 0,335 0,322 0,763 1,101 0,374 0,560 0,702

40 0,331 0,315 0,704 1,025 0,358 0,527 0,690

50 0,319 0,297 0,700 1,004 0,317 0,515 0,691

Viscosidade Aparente (200s-1) (Pa.s)

T (ºC) Cup CupG03 CupG07 CupG1 CupX03 CupX07 CupX1

10 0,249 0,232 0,535 0,728 0,301 0,424 0,491

20 0,222 0,216 0,489 0,632 0,281 0,420 0,442

30 0,191 0,193 0,455 0,641 0,232 0,336 0,414

40 0,186 0,193 0,423 0,605 0,221 0,314 0,402

50 0,191 0,180 0,419 0,585 0,196 0,307 0,402

Viscosidade Aparente (300s-1) (Pa.s)

T (ºC) Cup CupG03 CupG07 CupG1 CupX03 CupX07 CupX1

10 0,189 0,177 0,407 0,544 0,232 0,325 0,372

20 0,170 0,165 0,367 0,467 0,216 0,319 0,332

30 0,145 0,147 0,345 0,474 0,178 0,253 0,306

40 0,136 0,146 0,313 0,439 0,169 0,235 0,299

50 0,141 0,134 0,309 0,429 0,147 0,227 0,297

Um ajuste não linear dos dados de viscosidade aparente (ηa) à Equação 2.22,

possibilitou a determinação dos valores dos parâmetros η1 e b1 das polpas nas temperaturas de

10ºC a 50ºC. Os parâmetros estão apresentados na Tabela 4.9 para a viscosidade aparente a

100s-1.

De um modo geral, o modelo tipo potencial foi considerado adequado para dispersões

de farinha de arroz (Chun e Yoo, 2004), para polpa de umbu (Pereira et al., 2007), dispersões

de farinha de batata doce (So-Young e Yoo, 2006).

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

66

Tabela 4.9: Parâmetros da Equação 2.22 para as polpas na taxa de deformação 100s-1 – Efeito

da concentração (%).

CupX; T (ºC) η1 b1 R2

10 0,8138 0,4226 0,9997

20 0,7702 0,4097 0,9585

30 0,6935 0,5279 0,9939

40 0,6748 0,5560 0,9803

50 0,6792 0,6623 0,9898

CupG; T (ºC) η1 b1 R2

10 1,2568 0,9940 0,9994

20 1,1000 0,9229 0,9972

30 1,1000 1,0223 0,9999

40 1,0196 0,9946 0,9992

50 1,004 1,0119 1

De acordo com a Tabela 4.9 nota-se que o modelo potencial se ajustou bem aos dados

experimentais com R2 variando entre 0,9585 a 1 para as amostras CupX e CupG.

A viscosidade das soluções é aumentada com o aumento da concentração da goma.

Este comportamento pode ser atribuído à intensificação das interações intermoleculares e dos

entrelaçamentos físicos, que provocam um acréscimo efetivo tanto nas dimensões da

macromolécula como na massa molecular do sistema (Garcia-Ochoa apud Diaz et al. 2004).

4.2.1.3. Efeito da temperatura sobre a viscosidade aparente

Mediante um ajuste não linear dos dados de viscosidade aparente (ηa) à equação tipo

Arrhenius (Eq. 2.19), determinou-se os valores de energia de ativação e do parâmetro ηo das

polpas nas temperaturas de 10ºC a 50ºC. Os parâmetros estão apresentados na Tabela 4.10

para a viscosidade aparente nas taxas de 100, 200 e 300s-1, pois estes constituem valores

importantes nas operações industriais de processamento, onde a taxa de deformação é sempre

maior que 100s-1 (Steffe, 1996).

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

67

Tabela 4.10: Parâmetros da Equação de Arrhenius para as polpas na taxa de deformação (100,

200, 300s-1).

Amostra γ (1/s) ηo (Pa.sn) Eat (Kcal/g.mol) χ2 R2

Cup 100

200

300

0,034

0,020

0,011

1,416

1,394

1,567

1,952E-4

1,563E-4

7,435E-5

0,930

0,840

0,889

CupG0,3 100

200

300

0,061

0,030

0,019

1,008

1,146

1,259

1,998E-5

2,641E-5

1,126E-5

0,982

0,954

0,971

CupG0,7 100

200

300

0,108

0,065

0,038

1,183

1,181

1,319

2,992E-4

1,019E-4

6,016E-5

0,966

0,967

0,972

CupG1 100

200

300

0,225

0,139

0,086

0,948

0,914

1,019

0,002

6,288E-4

4,053E-4

0,860

0,844

0,850

CupX0,3 100

200

300

0,014

0,009

0,006

1,995

1,995

2,058

2,138E-4

8,353E-5

4,491E-5

0,968

0,967

0,971

CupX0,7 100

200

300

0,037

0,020

0,012

1,670

1,725

1,875

0,001

5,048E-4

2,893E-4

0,874

0,886

0,902

CupX1 100

200

300

0,201

0,088

0,053

0,773

0,953

1,075

4,836E-4

2,256E-4

1,512E-4

0,867

0,881

0,887

Como observado na Tabela 4.10, o modelo tipo Arrhenius ajustou-se bem às polpas, o

que pode ser comprovado pelos altos valores de R2 entre 0,840 e 0,972. A Figura 4.7

apresenta os dados experimentais de viscosidade aparente em função da temperatura e seus

ajustes não-lineares ao modelo de Arrhenius. Quanto maior a concentração de goma na polpa

(CupX e CupG ) menor é o efeito da temperatura sobre as propriedades reológicas, sendo

verificado pelo decréscimo da energia de ativação (Ea). Logo, a energia de ativação foi maior

para menores concentrações de gomas (CupX0,3 e CupG0,3), indicando que a viscosidade

aparente foi muito afetada pela temperatura nestas concentrações. Isto pode ser justificado

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

68

pelo fato de que, aumentando a concentração, aumenta-se conseqüentemente, também, a

interação polímero-polímero, inibindo a hidratação molecular com a conseqüente redução da

desagregação dos polímeros, contribuindo para que a viscosidade seja menos sensível a

temperatura (Mizrahi apud Pereira et al., 2008). Comportamento igual foi observado por Dak

et al. (2005). Segundo Steffe (1996), em um sistema, valores de energia de ativação altos

indicam uma mudança muito rápida na viscosidade com a temperatura.

O valor da energia de ativação (Ea) encontra-se na faixa de valores encontrados por

Alexandre (2002), ao analisar o comportamento reológico da polpa de açaí integral, cujo valor

foi igual a 1,5 kcal/gmol, ao de Ferreira (2002), ao analisar o comportamento reológico da

polpa de goiaba integral (Ea =1,46 kcal/gmol), ao de Pereira et al. (2008) ao estudar a polpa

de umbu (Ea =1,47 kcal/gmol) e por Guerrero e Alzamora (1997) (Ea =1,91 kcal/gmol), ao

estudar o comportamento do purê de banana. Essa faixa de valores para energia de ativação é

característica dos sistemas com altos teores de sólidos em suspensão (Alexandre, 2002).

Sato (2005) relata que purês de frutas com alto teor de sólidos em suspensão possuem

valores de energia de ativação inferiores aos sucos clarificados ou com menor quantidade de

sólidos de tamanho maior. A viscosidade aparente de purês de frutas diminui moderadamente

com o aumento da temperatura, enquanto que a de sucos clarificados apresenta um declínio

mais intenso. Esta diferença é atribuída à presença da polpa suspensa nos purês, uma vez que

a temperatura não tem grande influência nas propriedades de escoamento de sólidos.

Uma energia de ativação é necessária para movimentar as moléculas. À medida que a

temperatura aumenta, o líquido flui mais facilmente devido à maior energia de ativação em

maiores temperaturas (Gurses e Bayrakçeken apud Sengul et al. 2005).

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

69

Temperatura (K)

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

a.s)

0,10

0,16

0,22

0,28

0,34

0,40

0,46

290 300 310 320

Temperatura (K)

Visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

0,25

0,35

0,45

0,55

0,65

0,75

0,85

0,95

290 300 310 320

Temperatura (K)

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

a.s)

0,15

0,25

0,35

0,45

0,55

0,65

0,75

0,85

290 300 310 320

Figura 4.7 - Viscosidade aparente das polpas Cup; CupG0,7; CupX0,7 nas diferentes taxas de

deformação 100 (•), 200 (•) e 300s-1 (•) (Modelo tipo Arrhenius).

Observa-se na Figura 4.7 que o aumento da temperatura provoca uma diminuição da

viscosidade. Comportamento semelhante foi encontrado por Lopes e Sato et al (2005),

estudando o comportamento reológico da polpa de pitanga e da polpa de jabuticaba,

respectivamente.

Como esperado, para polpas de frutas, nota-se que a viscosidade aparente diminuiu

com o aumento da taxa de deformação devido ao maior alinhamento das partículas na direção

da tensão aplicada, enquanto a energia de ativação (Ea) aumentou com o aumento da taxa de

deformação. Maiores valores de energia de ativação (Ea) indicam uma mudança mais rápida

na viscosidade com a temperatura, como mostrado na Figura 4.7.

CupG0,7 Cup

CupX0,7

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

70

4.2.1.4. Efeito combinado da concentração e temperatura na viscosidade aparente

Para aplicações na engenharia, é muito útil obter uma simples equação que descreva o

efeito combinado da temperatura e concentração na viscosidade de polpa de fruta (Togrul e

Arslan, 2004).

Análise de regressão não–linear foi realizada para obter o efeito combinado da

temperatura e concentração na viscosidade aparente. Combinando a equação tipo Arrhenius

(2.19) e Lei da Potência (2.22) obteve-se a equação (2.26). O efeito combinado da

concentração e temperatura sobre a viscosidade aparente da polpa aditivada com guar e

xantana para uma taxa de cisalhamento 100s-1 é mostrado a seguir.

⎟⎠⎞⎜

⎝⎛= RTxCa

025,1exp198,0 987,0η

⎟⎠⎞⎜

⎝⎛= RTxCa

275,1exp086,0 494,0η

onde: 0,3 ≤ C ≤ 1% 283 ≤ T ≤ 333 K

As constantes da Eq. (2.26) foram obtidas por regressão não-linear de dados

experimentais, usando o procedimento Quasi-Newton no programa Estatística 7.0, resultando

num coeficiente de determinação R2 = 0,995 e 0,967 para CupG e CupX, respectivamente. A

Figura 4.8 mostra a superfície de resposta obtida da Eq. (2.26), onde se nota que a viscosidade

aparente diminui com o aumento da temperatura e aumenta com aumento da concentração de

goma na polpa, corroborando com os resultados de Cepeda e Villarán, 1999; Marcotte et al.

2001; Ferreira et al., 2002; Kayacier e Dogan, 2006; Assis et al., 2006).

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

71

Figura 4.8 – Superfície de resposta do efeito da temperatura e concentração na viscosidade

aparente (ηa) da polpa aditivada.

A viscosidade das soluções é aumentada com o aumento da concentração da goma.

Este comportamento pode ser atribuído à intensificação das interações intermoleculares e dos

entrelaçamentos físicos, que provocam um acréscimo efetivo tanto nas dimensões da

macromolécula como na massa molar do sistema (Garcia-Ochoa apud Diaz et al. 2004).

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

72

4.2.1.5. Caracterização de dependência do tempo

Fluxo dependente do tempo é uma propriedade importante de suspensões alimentícias,

e é usado quando se quer estabelecer a relação entre estrutura e fluxo (Ramos e Ibarz, 1998).

As curvas de viscosidade com o tempo de cisalhamento realizado a taxas de deformação

constantes podem fornecer um meio de avaliar as mudanças estruturais em suspensões

alimentícias. No entanto, poucas informações estão disponíveis na aplicabilidade dos modelos

para essas suspensões alimentícias, embora vários alimentos apresentem mudanças de fluxo

dependentes do tempo. Suspensões alimentícias que apresentam este comportamento são as

sobremesas de leite semi-sólida, natillas (Tárrega et al., 2004), hidrocoloides alimentícios

(Marcotte et al., 2001), concentrado de fruta e polpa (Bhattacharya, 1999).

A análise de dependência do tempo para suspensões alimentícias pode ser feita

usando-se varredura crescente e decrescente de taxas de deformação (Figura 4.9) ou aplicando

uma taxa de deformação constante por um período específico de tempo (Figura 4.10). Nos

experimentos conduzidos com varredura de taxas de deformação, foi observado que somente

a polpa de cupuaçu (Figura 4.9) apresentou um loop de histerese, enquanto que, nas amostras

com gomas praticamente não foi observado nenhum loop. Um loop de histerese num gráfico

de tensão de cisalhamento versus taxa de deformação indica um comportamento tixotrópico

para o fluido.

Taxa de deformação (s-1)

Tens

ão d

e ci

salh

amen

to (P

a)

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0 50 100 150 200 250 300

Figura 4.9 – Curvas de escoamento da polpa de cupuaçu a 30ºC.

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

73

Experimentos de dependência do tempo foram realizadas para as amostras onde foi

aplicada taxas de deformações de 50 e 100s-1 (Figura 4.10).

Tempo (s)

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

a.s)

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2

0 100 200 300 400 500 600

CupG0,7

Tempo (s)

Vis

cosi

dade

apa

rent

e (P

a.s)

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

0 100 200 300 400 500 600

CupX0,7

Tempo (s)

Visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

0 100 200 300 400 500 600

Cupuaçu

Figura 4.10 – Curvas de viscosidade versus tempo para CupG0,7, CupX0,7 e Cupuaçu a

30ºC; símbolos fechados (100s-1) e símbolos abertos (50s-1).

Observou-se que apenas a polpa de cupuaçu apresentou dependência com o tempo,

isto é, a viscosidade aparente decresceu com o tempo para taxas de deformações constantes de

50 e 100s-1, sendo que a taxa 100s-1 foi a que mais influenciou na deformação da polpa.

Em geral, a dependência do tempo pode ser descrita pelos modelos de Elliot e Green

(Eq. 4.1), Hahn (Eq.4.2), Figoni & Shoemaker (Eq.4.3). Estes modelos foram utilizados por

Lozano e Ibarz (1994), Sugai et al. 2004 para descrever a tixotropia de polpas de pêssego,

ameixa e polpa de manga, respectivamente.

)exp()( cteoe −−+= ττττ (4.1)

atpe −=− )log( ττ (4.2)

)exp()( max ktee −−+= ττττ (4.3)

(a) (b)

(c)

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

74

onde: τe é o valor de tensão de equilíbrio, que é atingida após um tempo suficientemente

longo de cisalhamento; τo é a tensão de cisalhamento inicial; c, p, a, k parâmetros a serem

determinados.

Os dados experimentais de tensão versus tempo de cisalhamento se ajustaram bem aos

modelos, como pode ser observado pelos valores dos coeficientes de determinação R2 ≥ 0,912.

Os parâmetros calculados para cada modelo estão mostrados na Tabela 4.11.

Tabela 4.11 - Parâmetros dos modelos para polpa de cupuaçu a 30ºC

Eliiot & Green Hahn Figoni & Shoemaker •

γ (s-1) τe τo C R2 p a τe R2 τe τmax k R2

50 28,198 51,416 0,005 0,912 3,145 0,005 28,196 0,912 28,198 51,416 0,005 0,912

100 33,184 50,665 0,007 0,926 2,861 0,007 33,184 0,926 33,184 50,665 0,007 0,926

De acordo com os parâmetros dos modelos calculados, nota-se que, a polpa apresentou

tensão inicial de 51,416 Pa para taxa de deformação de 50s-1 e que aumentando a taxa de

deformação para 100s-1 houve um decréscimo para 50,665 Pa. Enquanto que a tensão de

equilíbrio aumentou de 28,198 para 33,184 Pa, respectivamente.

O parâmetro “p” indica a tensão necessária para a estrutura se desagregar. O parâmetro

“p” diminuiu com o aumento da taxa de deformação. O parâmetro “a” indica a velocidade

para o processo de desagregação estrutural. Este parâmetro aumentou com o aumento da taxa

de deformação. O parâmetro “k” mostra que a destruição estrutural aumenta com o aumento

da taxa de cisalhamento. Tal comportamento foi observado por Alonso e Zapico, (1995); Yun

e Byoungseung (2004); Yoo, (2002) ao estudarem alimentos infantis, suspensões alimentícias

e pasta de soja.

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

75

4.2.2. Cisalhamento Oscilatório

Na Figura 4.11 são mostrados os módulos dinâmicos (G´ e G``) das polpas de cupuaçu

e cupuaçu aditivada, em função da freqüência nas diferentes temperaturas.

w (rad/s)

G, G

,, (P

a)

100

400

700

1000

4000

0,1 1,0 10,0 100,0 1000,0

w (rad/s)

G, G

,, (P

a)

10

50

90

400

800

0,1 1,0 10,0 100,0 1000,0

w (rad/s)

G, G

,, (P

a)

10

50

90

400

800

0,1 1,0 10,0 100,0 1000,0

Figura 4.11 - Módulos de armazenamento G´ (símbolos fechados) e módulos de perda G´´

(símbolos abertos) em função da freqüência para Cup, CupG0,7 e CupX0,7 nas temperaturas

10ºC (•,ο), 30ºC (▲,∆), 50ºC (■, ).

CupG0,7

Cup

CupX0,7

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

76

Os valores de G´ são superiores a G´´em toda a faixa de freqüência, mostrando

comportamento predominantemente elástico. Os valores de G´ e G´´são dependentes da

freqüência, caracterizando o sistema como um gel fraco. Mandala et al., 2004; Sanchez et al.,

2002, ao analisarem a influência das gomas xantana e LBG na reologia e estrutura de um

molho branco e de um ketchup, respectivamente, encontraram resultados semelhantes.

Os valores de G´ e G´´ apresentaram dependência com a temperatura, decrescendo com

o seu aumento. Alexandre, 2002 e Sato, 2005; Tárrega et al., 2005 encontraram

comportamento semelhante para polpas de açaí, jabuticaba e sobremesa de leite semi-sólida.

Conforme apresentado na Figura 4.11, com o aumento progressivo da temperatura as

amostras CupG e CupX apresentaram uma maior estabilidade, em relação à polpa pura,

mantendo a característica de gel (G´ > G´´).

Com o aumento da temperatura, é conhecido que as pontes de hidrogênio são

enfraquecidas e as interações hidrofóbicas são fortalecidas. Em baixas temperaturas, as pontes

de hidrogênio são favorecidas, reforçando as zonas de junção e G’ aumenta. Em temperaturas

elevadas, a perda da associação por pontes de hidrogênio é compensada com algum reforço

das interações hidrofóbicas. Os dois efeitos opostos podem explicar o comportamento

apresentado pelos géis com a mudança na temperatura (Alonso-Mougán et al., 2002).

A Figura 4.12 mostra a variação de G´ e G´´ como função da freqüência na temperatura

de 30ºC para as amostras Cupuaçu, CupG0,7 e CupX0,7.

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

77

w (rad/s)

G, G

,, (P

a)

10

100

1000

0,1 1,0 10,0 100,0 1000,0

Figura 4.12 - Módulos de armazenamento G´ (símbolos fechados) e módulos de perda G´´

(símbolos abertos) em função da freqüência para Cup (•), CupG0,7 (▲) e CupX0,7 (■) na

temperatura de 30ºC.

Comparando as três amostras, o cupuaçu demonstrou ser mais elástico, sendo os

valores dos módulos elásticos e viscosos os menos dependentes da freqüência, quando

comparado com CupG e CupX. Devido ao fato da polpa de cupuaçu ser rica em pectinas,

biopolímeros naturais, isto confere uma maior característica de gel ao cupuaçu, e adicionando

gomas guar e xantana, nota-se um efeito antagônico no sentido de formação de gel. Sendo

maior para CupX, goma aniônica, e menor para CupG, goma neutra.

A Figura 4.13 mostra os módulos de armazenamento (G´) e de perda (G´´) em função

da freqüência (ω) para a polpa de fruta aditivada nas três concentrações a 30ºC.

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

78

w (rad/s)

G, G

,, (P

a)

10

50

90

400

800

0,1 1,0 10,0 100,0 1000,0

w (rad/s)

G, G

,, (P

a)

10

50

90

400

800

0,1 1,0 10,0 100,0 1000,0

Figura 4.13 - Módulos de armazenamento G´ (símbolos fechados) e módulos de perda G´´

(símbolos abertos) em função da freqüência para CupG e CupX nas concentrações de 0,3% (•,

ο); 0,7% (▲, ∆), 1% (■, ).

As Magnitudes de G´ e G´´ aumentaram com o aumento da concentração das gomas.

Observa-se que quanto maior a concentração, mais estruturado é o gel. Tendência semelhante

ao encontrado, foi também observado por Pereira et al. (2005), Chun e Yoo (2006), Cui et al.

(1995) e Kim e Yoo (2006).

O comportamento viscoelástico obtido pode ser confirmado pela tangente do ângulo

de fase, tan δ (Tan Delta) (Figura 4.14) que é a razão dos módulos de perda e armazenamento

CupX

CupG

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

79

(tan δ = G´´ / G´). Para tan δ = 1 considera-se que o comportamento é limiar entre um líquido e

um gel e para tan δ <1 , considera-se comportamento de um gel (Laxton e Berg, 2005).

Frequencia (Hz)

Tan

Del

ta

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,1 1,0 10,0 100,0

Figura 4.14- Tangente do ângulo de fase em função da freqüência para Cupuaçu (♦), CupG

0,3% (•), 0,7% (▲), 1% (■) e CupX 0,3% (○), 0,7% (∆), 1% (□).

4.2.3. Regra de Cox-Merz

Esta regra estabelece uma correlação entre a viscosidade dinâmica e a viscosidade

aparente (Equação 4.4).

••

== γωγηωη )()(*ap (4.4)

Onde: η* é viscosidade dinâmica complexa (Pa.s); ηap é a viscosidade aparente sob

cisalhamento (Pa.s); ω é a freqüência de oscilação (rad/s) e •

γ é a taxa de cisalhamento (1/s).

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

80

log frequencia (rad/s)

log taxa de deformação (1/Pa)

log

visc

osid

ade

dina

mic

a (P

a.s)

log

visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

-1,5

-0,5

0,5

1,5

2,5

3,5

4,5

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

log frequencia (rad/s)

log taxa de deformação (1/Pa)

log

visc

osid

ade

dinâ

mic

a (P

a.s)

log

visc

osid

ade

apar

ente

(Pa.

s)

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Figura 4.15 – Viscosidade dinâmica (η*) e viscosidade aparente (ηap) (símbolos cheios e

abertos, respectivamente) em função da freqüência angular e taxa de deformação para CupG e

CupX a 30ºC nas concentrações: η* CupG0,3 e CupX0,3 (• ), ηap CupG0,3 e CupX0,3 (ο),

η*CupG0,7 e CupX0,7 (▲),ηap CupG0,7 e CupX0,7 (∆),η*CupG1 e CupX1 (■),ηap CupG1 e

CupX1 (□).

Na Figura 4.15 pode-se observar que as viscosidades dinâmicas das polpas

apresentaram valores muito maiores que as viscosidades aparentes no intervalo de freqüência

e deformação estudado, confirmando a natureza fraca dos géis. Tal resultado foi também

observado por Valenga, (2007), Bot et al., (2001), Rao e Tattiyakul (1999). A não

aplicabilidade da regra de Cox-Merz para sistemas de alimentos complexos altamente

CupG

CupX

(a)

(b)

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

81

estruturados, com muitas partículas e fibras, como a polpa de fruta, pode ser atribuída à

quebra da estrutura do material, em ensaios que envolvem altas tensões de cisalhamento (Rao

e Cooley, 1992). Por outro lado, medidas em estado dinâmico não causam mudanças

apreciáveis na estrutura, devido à pequena magnitude de deformação ou tensão aplicada

(Bistany e Kokine, 1983 e Chamberlain e Rao, 2000).

Segundo (Han et al. 2002; Roberts e Cameron, 2002), se a viscosidade dinâmica

complexa em função da freqüência for consideravelmente maior que a viscosidade aparente

em relação à taxa de cisalhamento, pode-se afirmar que existe uma estrutura de gel, portanto,

pode-se estudar o caráter de gel utilizando-se a regra de Cox-Merz (Figura 4.12). Assim os

sistemas Cupuaçu, CupG e CupX formam uma estrutura de gel. Os sistemas estruturados e

géis fracos não costumam obedecer a esta regra (Lapasin e Pricl, 1995).

As curvas da Figura 4.15 foram obtidas utilizando as equações tipo Lei da Potência

(Eq. 4.5 e 4.6).

bBωη =∗ (4.5)

ηa=A γ a (4.6)

Os parâmetros B, b, A e a calculados em função da concentração e temperatura de

30ºC são apresentados na Tabela 4.12. Em todos os casos o coeficiente de determinação (R2 )

foi 0,99.

Tabela 4.12 - Parâmetros A, a, B e b das equações 4.5 e 4.6.

Amostras Cisalhamento

estacionário

A a

Cisalhamento

dinâmico

B b

Cup 1,02 -0,75 3,22 -0,86

CupG03 0,94 -0,72 2,43 -0,78

CupG07 1,36 -0,74 2,39 -0,74

CupG1 1,57 -0,76 2,59 -0,81

CupX03 0,95 -0,69 2,28 -0,79

CupX07 1,24 -0,74 2,35 -0,82

CupX1 1,41 -0,78 2,43 -0,82

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

82

Os valores do parâmetro A variaram entre 0,9 e 1,6 e os valores do parâmetro B

variaram entre 2,3 a 3,2, corroborando com os valores obtidos para polpa de açaí analisada

por Alexandre, 2002.

Os resultados apresentados mostraram que existem diferenças significativas nas

viscosidades aparentes e dinâmicas para materiais poliméricos em alimentos, o que leva ao

não seguimento de algumas relações clássicas empregadas para os materiais poliméricos

puros (Bistany e Kokini, 1983).

4.2.4. Ensaio de fluência (creep) e recuperação

O ensaio de fluência (creep) e recuperação é um teste de viscoelasticidade, o qual

permite diferenciar as respostas elásticas das respostas viscosas em cisalhamento contínuo.

Diferente das medições que mostram a dependência entre a taxa de cisalhamento e a

viscosidade ou elasticidade, o ensaio de creep introduz um parâmetro adicional de tempo de

resposta que é dependente da tensão, para o comportamento elástico e viscoso. Para se

realizar essa análise com cada uma das três amostras fixou-se uma tensão de 1 Pa, tensão esta

escolhida dentro da região de viscoelasticidade linear. Essa tensão foi aplicada durante 5

minutos, e depois removida para avaliar a recuperação. Os resultados obtidos nessas análises

dependem da resposta do fluido, a saber:

Resposta elástica: a deformação elástica é completamente recuperável.

Resposta viscosa: energia fornecida para o material fluir não é recuperada.

Resposta viscoelástica: onde o comportamento varia entre as respostas elásticas e

viscosas.

As Figuras 4.16 a 4.18 mostram o comportamento viscoelástico de polpa de cupuaçu e

da polpa aditivada com guar e xantana.

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

83

TEMPO (min)

DE

FOR

MA

CA

O (%

)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

TEMPO (min)

DE

FOR

MA

CA

O (%

)

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

TEMPO (min)

DE

FOR

MA

CA

O (%

)

0,04

0,08

0,12

0,16

0,20

0,24

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 4.16 – Análise de fluência e recuperação para amostras de CupG0,3 ( a); CupG0,7 (b)

e CupG1 (c), respectivamente.

CupG0,3

CupG0,7

CupG1

(a)

(b)

(c)

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

84

TEMPO (min)

DE

FOR

MA

CA

O (%

)

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

TEMPO (min)

DEF

OR

MAC

AO (%

)

0,6

0,9

1,2

1,5

1,8

2,1

2,4

2,7

3,0

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

TEMPO (min)

DE

FOR

MA

CA

O (%

)

0,6

0,9

1,2

1,5

1,8

2,1

2,4

2,7

3,0

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 4.17 – Análise de fluência e recuperação para amostras de CupX0,3 (a); CupX0,7 (b) e

CupX1 (c).

CupX1

CupX0,3

CupX0,7

(c)

(b)

(a)

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

85

TEMPO (min)

DE

FOR

MA

CA

O (%

)

0,55

0,65

0,75

0,85

0,95

1,05

1,15

1,25

1,35

1,45

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 4.18 – Análise de fluência e recuperação para amostra de Cupuaçu

Ao se plotar a resposta de deformação como função do tempo, as curvas das Figuras

4.16 a 4.18 mostraram inicialmente um rápido crescimento da deformação seguido por um

gradual decréscimo da inclinação até ficar quase paralela à abscissa. Como a recuperação é

dependente do tempo, para se determinar esta com precisão, teoricamente seria necessário um

tempo infinito. Mas nesses testes práticos, pode-se observar que a recuperação, não total, já

acontece em torno de 7 minutos. O sistema formulado CupG1 apresentou uma recuperação de

52,17%; para o CupG0,7 31,25% e para o CupG0,3 foi de 22,86%. O sistema CupX1 teve

uma recuperação de 41,67%; o CupX0,7 31,03% e o CupX0,3 de 29,55%. Portanto, os

sistemas CupG0,3%, CupG0,7% e CupX (0,3; 0,7 e 1%) apresentaram um comportamento

mais viscoso que elástico quando comparado ao sistema CupG1%. Ao comparar cupuaçu,

CupG1% e CupX1%, percebe-se que, cupuaçu teve uma maior recuperação (53,85%), devido

ao teor de pectinas encontradas na polpa, sendo assim, mais elástico, o que corrobora com os

resultados dos experimentos dinâmicos anteriores.

Analisando as Figuras 4.16 a 4.18, nota-se que a polpa de cupuaçu pura apresentou

característica de um gel mais estruturado, devido às pectinas, e ao se adicionar pequenas

concentrações de gomas guar e xantana ocorreu uma desestruturação do sistema, o que

provocou uma deformação bem maior no ensaio de creep e uma baixa recuperação. No

entanto, aumentando a concentração de gomas observa-se novamente a formação de um

sistema estruturado (formação de gel) o que pode ser confirmado pela diminuição da

deformação e aumento da recuperação elástica do sistema. Ao comparar CupG e CupX

novamente notou-se que o sistema aditivado com goma guar na concentração 0,3%, deforma-

se mais que o sistema aditivado com xantana na mesma concentração, ou seja, o sistema com

Cup

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Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________________________________________

86

pequenas quantidades de goma guar apresentou característica mais viscosa que elástica. Já

para maiores concentrações os sistemas apresentaram comportamento mais elástico que

viscoso. Tal fato corrobora os dados obtidos nos ensaios dinâmicos.

Iagher et al., 2002 estudaram as propriedades reológicas de polissacarídeos de polpa

de manga e observaram que o polissacarídeo de maior concentração apresentou maior valor

de módulo de armazenamento (G´), e no experimento de creep comportou-se como um

líquido mais elástico que o de menor concentração.

Quintas et al., 2006 analisaram reologicamente soluções de sacarose na concentração

de 82,90% a 90ºC e observaram que, após e remoção da tensão aplicada não houve

recuperação, havendo dessa forma dissipação de energia completa, ou seja, a amostra

comportou-se como um líquido.

Valenga 2007 analisou as interações entre galactomananas e alginato e verificou que a

mistura que continha goma guar foi a que apresentou maior elasticidade (G´) e também maior

recuperação nos experimentos dinâmicos.

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87

CAPÍTULO 5

CONCLUSÕES

5 – CONCLUSÕES

Os modelos Ostwald-de Waele, Casson e Sisko representam satisfatoriamente

o comportamento de todas as amostras. O índice de comportamento de fluxo (n) foi inferior a

1, caracterizando um comportamento pseudoplástico. O índice de comportamento de fluxo (n)

foi menor para a amostra de cupuaçu pura;

Os dados experimentais das polpas aditivadas com guar e xantana se ajustaram

também aos modelos matemáticos de Cross e Carreau;

A polpa de cupuaçu apresentou comportamento tixotrópico, ajustando-se bem

aos modelos de Elliot e Green , Hahn , Figoni & Shoemaker;

A energia de ativação foi maior para concentração de goma xantana e guar a

0,3%, indicando que a viscosidade aparente foi muito afetada pela temperatura nesta

concentração. A polpa aditivada com guar apresentou menores valores de energia de ativação.

Os módulos elástico (G') e viscoso (G") para a polpa de cupuaçu aditivada com

goma guar e xantana apresentaram características de “gel fraco”, com G' muito maior que G"

em todos os valores de freqüência aplicados e tan δ <1;

Quanto maior a concentração de goma na polpa, maiores são os valores de G' e

G", indicando a formação de géis mais estruturados;

Na análise de creep a polpa pura deformou-se menos e apresentou uma maior

recuperação elástica que as polpas aditivadas.

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88

CAPÍTULO 6

SUGESTÕES

Estudar o comportamento reológico da polpa aditivada utilizando mistura de

goma xantana e guar em várias proporções;

Desenvolver néctar e/ou suco e verificar o poder de estabilização das gomas

guar e xantana;

Verificar a influência da presença e de diferentes tamanhos de partículas no

comportamento reológico da polpa;

Verificar as mudanças reológicas em função do tempo de armazenamento da

polpa aditivada para diferentes temperaturas;

.

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CAPÍTULO 7

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