TESE DOUTORADO JEFERSON AZEVEDO VERSÃO FINAL _ E-MAILS 22062007 1

Embed Size (px)

Citation preview

1

JEFERSON DE AZEVEDO

FERRAMENTA PARA ANLISE DE DADOS SOCIOECONMICOS E AMBIENTAIS PARA DEFINIO DE POLTICAS PBLICAS. ESTUDO DE CASO: BACIA AMBIENTAL DO RIO IMBOASS, MUNICPIO DE SO GONALO/RJ

Tese apresentada ao Curso de Ps-graduao em Geocincias da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obteno do grau de doutor. rea de Concentrao: Geoqumica Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Edison Dausacker Bidone

NITERI 2006

E-mails de contato: [email protected] [email protected] [email protected]

2

A 994 Azevedo, Jeferson de. Ferramenta para Anlise de Dados Socioeconmicos e Ambientais para Definio de Polticas Pblicas. Estudo de Caso: Bacia Ambiental do Rio Imboass, Municpio de So Gonalo/RJ / Jeferson de Azevedo. - Niteri: [s.n.], 2006. 200 f. Il.: 30 cm Tese (Doutorado em Geocincias - Geoqumica) Universidade Federal Fluminense, 2006. Orientador: Prof. Dr. Edison Dausacker Bidone. 1. Aglomerados de Setores Censitrios (ASCs) 2. Sistema de Informaes Geogrfica (SIG) 3. Bacia Ambiental 4. Geoestatstica 5. Geoqumica 6. DSPIR 7. Qualidade de Vida 8. Salubridade Ambiental 9. Infra-estrura 10. IBGE 11. So Gonalo 12. Rio Imboass 13. Saneamento Bsico 14. Tese 15. Produo Cientfica. Ttulo CDD 363.7

3

4

DEDICATRIA

DEUS, PELA MINHA EXISTNCIA, POR ME ABENOAR A CADA INSTANTE E POR SER O GRANDE ARQUITETO DESSA OBRA E DO UNIVERSO. ESPOSA SILVANA B. DA COSTA E A MINHA FILHA BRBARA LAINE BORGES DE AZEVEDO MEU RECONHECIMENTO PELO INCENTIVO, COMPANHEIRISMO, APOIO E COMPREENSO. AOS MEUS PAIS (ASSIS S. DE AZEVEDO E ALTINIA RIBEIRO DE AZEVEDO), POR TODOS OS ENSINAMENTOS E VALORES A MIM PASSADOS. MINHA RM FTIMA C. A. CRUZ, CUNHADO ANTNIO CARLOS E A MINHA SOBRINHA LARISSA, MUITO OBRIGADO PELO APOIO. A SEGUNDA ME (MARIA JOSEFINA ESTEVES), AGRADEO PELAS ORIENTAES E MOMENTOS DE CARINHO OFERECIDOS. FINALMENTE, PEO DESCULPAS A TODOS FAMILIARES, AMIGOS E CONHECIDOS PELA MINHA AUSNCIA EM VRIOS MOMENTOS IMPORTANTES.

5

AGRADECIMENTOSPrimeiramente, agradeo a Deus Eterno e Todo Poderoso, que o Grande Arquiteto dessa obra. Ao amigo e Prof. Dr. Edison Dausacker Bidone, por ter acreditado na realizao desta pesquisa e pela orientao clara e motivadora que permitiram obter esses resultados e superar uma importante etapa. Agradeo tambm aos professores Drs. Emmanoel Vieira da Silva Filho (Orientador de mestrado e amigo) e Renato Campello Cordeiro pelas importantes observaes e pela participao na minha pr-banca de doutorado. Agradecer a todos os professores que contriburam com a minha formao desde a alfabetizao, em especial: Maria Josefina Esteves (minha segunda me) (In Memria); D. Zlia (minha alfabetizadora) (In Memria); Prof. Jos Felcio Haddad (Ps-graduao em Engenharia Sanitria e Ambiental); aos professores Drs. Emmanoel Vieira da Silva Filho, Raimundo Nonato Damasceno e Edison Dausacker Bidone; e, a todos os outros professores que tive ao longo da minha vida (acadmica e profissional). Ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) pela oportunidade oferecida para a realizao desta pesquisa. Aos Gestores e Tcnicos da Instituio pelo acesso as informaes necessrias ao desenvolvimento da presente pesquisa, em especial: Celso Jos Monteiro Filho (Chefe da Coordenao de Recursos Naturais e Estudos Ambientais e companheiro de longa caminhada); Marco Antnio dos Santos Alexandre (da Gerncia Tcnica do Censo Demogrfico GTD); ao Diretor Guido Gelli (Diretor da rea de Geocincias); e, ao Dr. Srgio Bessermam Vianna (ExPresidente do IBGE). Aos amigos e Tcnicos do IBGE (Carlos Jos da Fonseca Caride, Srgio Rubens Sarlo Ribeiro, Prof. Dr. Manoel do Couto Fernandes, Luiz Carlos Druta da Silva, Jos Antnio Scarcello e Elpdio A. Venturini de Freitas) que muito contriburam para o desenvolvimento dessa pesquisa. Bem como, aos outros funcionrios do IBGE que direta ou indiretamente tambm colaboraram. Em especial: Oto Villa Real Luiz Americano, Jos Aldo G. Coutinho, Valdir Neves, Clber de Azevedo Fernandes, Nadir Vieira Costa Paixo, Ione Vieira Rabello Cunha, Clia Maria Felisberto, Paulo Csar Martins, Ricardo Luiz Cardoso e Cirila S. de Oliveira. Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) pela disponibilizao dos dados dos rios da Costa Leste da Baa da Guanabara. Aos seguintes professores por suas valiosas colaboraes: Prof. Dr. Jlio Csar de F. A. Wasserman, Prof. Dr. William Z. de Mello, Prof. Alexandre De Bonis, Prof. Dr. Jorge Abro, Prof. Dr. Ricardo Santelli e o Prof. Girlene Figueiredo Maciel. Aos vrios amigos e seus familiares que me motivaram e apoiaram a realizao deste estudo, com palavras amigas e gestos de desprendimento, s posso agradecer a todos. Em especial: Oswaldo Ferreira Mendes, Isac Esteves, Samuel Cmara Esteves, Roberto de Souza Salles, Candido Francisco Duarte dos Santos e Silva, Bruno De Bonis, Ailton de Souza Mesquita Filho, Jorge Azeredo

6

Coutinho, Tadeu Henriques Soares, Marcos Paulo S. Silva, Lincoln N. Murcia, Fernando de Castro Filho, Vanilto Jos da Silva, Oscar F. Marmolejo Roldan, Adriano S. da Silva, Luiz Carlos de Abreu Nascimento, Daelson Vianna, Ariston Pereira de Jesus, Jos Lus Alves de Oliveira, Carlos Roberto Ferreira Jardim, Carlos Rodrigues Brodsky, Srgio Bogado, Wanderley de O. Jnior e Ricardo Moreira, Edson Silva, Edson Costa (In Memria), Clayton Gomes Tavares (In Memria), Enoc Feliciano da Silva, Nilton Jandre, Celso C. Carneiro, Joo Francisco, Luiz Carlos de Azevedo, Rosa Maria das G. L. Brito, Theodoros Ilias Panagoulias, Jorge Henrique, Jairo Passos, Waldonie Arruda Baslio, Jessy Costa e Ivone Raphael. Aos Coronis (Milton de Souza Abreu e Einars Wilis Sturns), Jos Carlos Pereira Bastos e demais funcionrios da Defesa Civil Municipal de So Gonalo que muito contriburam com as atividades de campo em vrios locais da rea de estudo. Aos colegas professores(as) e funcionrios(as) da Universidade Salgado de Oliveira do Campus de So Gonalo, muito obrigado pelo apoio. Em especial: Prof. Antnio Edsio A. de Souza (Diretor de Extenso), Luiz Cludio Peixoto (Diretor Geral), o Prof. Dr. Edimar C. Machado, Profa. Scheila Rosane de Carvalho Nunes, as funcionrias (Talita e Ritinha e Cindy) e aos ex-alunos (Regina M. Teixeira Neto, Evelyen Siena e Wladimir). Aos professores(as) e funcionrios(as) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, do Campus da FFP de So Gonalo que disponibilizaram informaes e participaram de algumas etapas dessa pesquisa. Em especial: Prof. Marcelo Guerra Santos (Ex-aluno de 2o grau), Prof. Dr. Luiz C. Bertolino, Prof. Dr. Glauber A. de Lemos e Prof. Dr. Jos A. Baptista Neto. Ao amigo e Secretrio do Departamento de Geoqumica da UFF (Nivaldo Camacho Teles) e a todos os funcionrios da secretaria do curso (p.ex.: Srgio e Suzana), pela pacincia e dedicao durante o curso. s bibliotecrias Hildenise Novo, Neide e Rejane e a funcionria Claudinha da Biblioteca da UFF/Dep. de Geoqumica Ambiental. Bem como a bibliotecria Odicia Orantes e aos colegas das Bibliotecas do IBGE (Av. Chile, General Canabarro e de So Paulo), pela colaborao, ateno e apoio. Aos homens pblicos que entenderam o objetivo do presente trabalho para a Cidade de So Gonalo e que me ajudaram a ter acesso s informaes necessrias: Dilvan Aguiar, Eugnio Jos da S. Abreu, Mrio Edson G. de Carvalho, Armnio Machado, Hlter Barcellos, Romildo A. da Silva, Osmar Leito Rosa, Antnio Maia, Josias vila, Carlos A. M. Moscoso, Marcelo Fanteza, Antnio Moreno, Miguel Moraes, Jorge Murilo dos S. Corra, Fernando Medeiros e Carlinhos Cabeleireiro. Bem como, a todos os funcionrios pblicos da Prefeitura Municipal de So Gonalo (p. ex.: Aparecida, Roslia, Sadrack, Flvio Sanches), das diversas Instituies e pessoas das diversas comunidades com quem eu tive algum tipo de contato nessa longa caminhada, o meu muito obrigado.

7

SUMRIO Folha de Aprovao Dedicatria Agradecimentos Lista de Tabelas Lista de Figuras Lista de Siglas Abreviaturas Resumo Abstract 1 INTRODUO 1.1 BASE TERICA 1.1.1 Indicadores de Desenvolvimento Sustentvel: aspectos conceituais e metodolgicos 1.1.2 - Principais marcos referenciais do desenvolvimento sustentvel 1.1.2.1 - Relatrio Bruntland 1987 1.1.2.2 - Constituio Brasileira - 1988 1.1.2.3 - Conferncia das Naes Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - (CNUMAD) - 1992 1.1.3 Principais Conceitos 1.1.4 Hierarquizao das Informaes Produzidas pelos Indicadores 1.1.5 Etapas para o Desenvolvimento e Uso dos Indicadores 1.1.6 Caractersticas de um Bom Indicador 1.1.7 Classificao dos Indicadores 1.1.8 Utilizao dos Indicadores 1.1.9 Os Sistemas de Indicadores Ambientais e as suas Escalas de Utilizao 1.1.10 Vantagens, Limitaes e Critrios de Seleo 1.1.11 Incertezas nos Resultados dos Indicadores 1.1.12 As Etapas de Gerao 1.1.13 Problemas com a anlise espacial de Dados Censitrios 1.2 - RELEVNCIA DO ESTUDO 1.3 - ORGANIZAO DA TESE 2 OBJETIVOS 2.1 GERAIS 2.2 ESPECFICOS 3 REA DE ESTUDO 3.1 - ESCOLHA DO MUNICPIO DE SO GONALO 3.1.2 Localizao e Caractersticas do Municpio 3.1.2.1 Localizao 3.1.2.2 Formao Administrativa 3.1.2.3 Clima 3.1.2.4 Hidrografia 3.1.2.4.1 Canais 3.1.2.4.2 Praias 3.1.2.4.3 Ilhas 3 4 5 12 15 19 21 22 23 24 24 25 26 26 26 26 26 27 28 29 29 29 30 31 32 32 32 36 37 39 39 39 40 40 40 40 42 42 42 43 44 44

8

3.1.2.5 Solos 3.1.2.6 Morros 3.1.2.7 Serras 3.1.2.8 Manguezal 3.1.3 Populao 3.1.4 Rodovias 3.1.5 Problemas Ambientais 3.1.5.1 No Municpio de So Gonalo 3.1.5.2 No Manguezal da APA de Guapimirim 3.1.6 Informaes Econmicas 3.1.7 Participao do Municpio de So Gonalo no Contexto do Estado do Rio de Janeiro 3.2 BACIA AMBIENTAL DO RIO IMBOASS 4 MATERIAIS E MTODOS 4.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO, CONTATOS INSTITUCIONAIS E REALIZAO DE ENTREVISTAS 4.2 ESCOLHA DA REA DE ESTUDO 4.3 DELIMITAO DA REA DE ESTUDO 4.4 EXEMPLOS DE NDICES SINTTICOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL 4.4.1 ndices Sintticos e Indicadores utilizados na pesquisa 4.4.1.1 ndice de Qualidade de Vida (IQV-UFF) 4.4.1.2 ndice de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitao (ICH) 4.4.1.3 ndice de Salubridade Ambiental (ISA) 4.4.1.3.1 - Indicador de Cobertura em Abastecimento de gua (ICA) 4.4.1.3.2 - Indicador de Cobertura em Coleta de Esgoto e Tanques Spticos (ICE) 4.4.1.3.3 - Indicador de Coleta de Lixo (ICR) 4.4.1.3.4 Indicador de Drenagem (IDR) 4.4.1.3.5 - Indicador de Vias de Circulao (IVC) 4.4.1.3.6 - Indicador de Segurana Geolgico-Geotcnica (ISG) 4.4.1.3.7 - Indicador de Densidade Demogrfica Bruta (IDD) 4.4.1.3.8 - Indicador de Energia Eltrica (IEL) 4.4.1.3.9 - Indicador de Regularizao Fundiria (IRE) 4.4.1.3.10 - Indicador de Varrio (IVA) 4.4.1.3.11 - Indicador de Iluminao Pblica (IIP) 4.4.1.3.12 - Indicador de Espao Pblico (IEP) 4.4.1.3.13 - Indicador de Renda (IRF) 4.4.1.3.14 - Indicador de Educao (IED) 4.4.1.3.15 Clculo do ndice de Salubridade Ambiental (ISA) 4.4.1.4 - Estrutura Metodolgica: Forantes Socioeconmicas-PressesCondicionamento-Impactos-Respostas (FPCIR) 4.4.1.4.1 Tipologias dos Indicadores da Estrutura Metodolgica FPCIR 4.4.1.4.1.1 Indicadores de Forantes (Fora Motriz) 4.4.1.4.1.2 Indicadores de Presses 4.4.1.4.1.3 Indicadores de Condicionamento 4.4.1.4.1.4 Indicadores de Impacto 4.4.1.4.1.5 Indicadores de Resposta 4.5 DIFICULDADES NA OBTENO DE DADOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

44 44 45 45 45 47 47 47 47 48 49 49 54 54 54 54 56 56 56 59 61 62 63 63 64 65 66 67 67 68 69 69 70 70 71 71 72 73 73 75 80 80 81 81

9

5 RESULTADOS E DISCUSSO 5.1 ESTRUTURA METODOLGICA FPCIR (FORANTES SOCIOECONMICAS-PRESSES-CONDICIONAMENTOIMPACTOS-RESPOSTAS) 5.1.1 Indicadores de Forantes (Fora Motriz) 5.1.1.1 Nmero de habitantes e a taxa de crescimento geomtrico da populao (1980, 1991 e 2000) 5.1.1.2 Indicador Densidade Demogrfica Bruta (IDD) do ndice de Salubridade Ambiental (2000) 5.1.1.3 Indicador de Vias de Circulao (IVC) do ndice de Salubridade Ambiental ISA/BA (2000) 5.1.1.4 Indicador de educao 5.1.1.4.1 Taxa percentual de alfabetizao dos chefes dos domiclios do ndice de Qualidade de Vida (1980, 1991 e 2000) 5.1.1.4.2 Percentual dos chefes dos domiclios com at trs anos de estudo do ndice de Qualidade de Vida (1980, 1991 e 2000) 5.1.1.4.3 Percentual dos chefes dos domiclios com 15 anos ou mais de estudo (Curso superior) do ndice de Qualidade de Vida (1980, 1991 e 2000) 5.1.1.4.4 Indicador de educao da populao (IED) do ndice de Salubridade Ambiental (2000) 5.1.1.5 Indicador de renda 5.1.1.5.1 Percentual dos chefes dos domiclios abaixo da linha de pobreza (02 salrios mnimos) do ndice de Qualidade de Vida (1980, 1991 e 2000) 5.1.1.5.2 Indicador de renda da populao (IRF) do ndice de Salubridade Ambiental (2000) 5.1.1.5.3 Indicador de taxa de dependncia do ndice de Qualidade de Vida (2000) 5.1.1.6 Indicador de regularizao fundiria (IRE) do ndice de Salubridade Ambiental ISA/BA (2000) 5.1.2 Indicadores de Presso 5.1.2.1 Informaes sobre o uso do solo 5.1.2.2 Indicador de Segurana Geolgico-Geotcnica (ISG) 5.1.2.3 Indicadores dos Servios de Infra-estrutura dos ndices (de Qualidade de Vida IQV-UFF, de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitao ICH e de Salubridade Ambiental ISA/BA) 5.1.2.3.1 - Servios de Infra-estrutura do ndice de Qualidade de Vida IQV-UFF (1980, 1991 e 2000) 5.1.2.3.1.1 Percentual dos domiclios ligados rede geral de gua (RGA) 5.1.2.3.1.2 Percentual dos domiclios com rede geral de esgoto (RGE) 5.1.2.3.1.3 Percentual dos domiclios com coleta de lixo (COL) 5.1.2.3.2 - Servios de Infra-estrutura de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitao ICH (2000) 5.1.2.3.2.1 Abastecimento de gua (AAB) 5.1.2.3.2.2 Instalaes sanitrias (ISN) 5.1.2.3.2.3 Coleta de lixo (CLO) 5.1.2.3.3 - Servios de Infra-estrutura do ndice de Salubridade Ambiental ISA/BA (2000) 5.1.2.3.3.1 Cobertura do abastecimento de gua (ICA) 5.1.2.3.3.2 Cobertura da coleta de esgoto e tanques spticos (ICE) 5.1.2.3.3.3 Coleta de lixo (ICR)

84 84 84 84 88 89 90 90 90 92 93 94 94 95 96 97 99 99 100 102 102 102 103 105 106 106 107 109 111 111 112 114

10

5.1.2.3.3.4 Varrio (IVA) 5.1.2.3.3.5 Energia eltrica (IEL) 5.1.2.3.3.6 Iluminao pblica (IEP) 5.1.2.3.4 - Resultados dos ndices (IQV-UFF, ISA/BA e ICH) finais utilizados nessa pesquisa 5.1.2.3.4.1 - ndice de Qualidade de Vida IQV-UFF (1980, 1991 e 2000) 5.1.2.3.4.1.1 Grupo: timo 5.1.2.3.4.1.2 Grupo: Bom 5.1.2.3.4.1.3 Grupo: Aceitvel 5.1.2.3.4.1.4 Grupo: Ruim 5.1.2.3.4.1.5 Grupo: Pssimo 5.1.2.3.4.1.6 Evoluo das condies de qualidade de vida nos Aglomerados de Setores Censitrios entre os Censos Demogrficos de 1980, 1991 e 2000 5.1.2.3.4.2 - ndice de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitao ICH (2000) 5.1.2.3.4.3 - ndice de Salubridade Ambiental ISA/BA (2000) 5.1.2.3.4.4 Anlise e Comparao dos ndices (IQV-UFF, ICH e ISA-BA) da rea de Estudo (2000) 5.1.2.3.4.5 Fluxos 5.1.2.3.4.5.1 Estimativa da produo per capita de resduos slidos em 2000 e 2005 5.1.2.3.4.5.2 Estimativa da produo per capita da Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO5) em 2000 e 2005 5.1.2.3.4.5.3 Emisses potenciais de outros tipos de poluentes de origem antrpica 5.1.2.3.5.6 Hidrograma Unitrio Triangular da rea de Estudo 5.2.3.2.5.6.1 HU triangular do curso alto da bacia do Rio Imboass (Anos: 1980 e 2000) 5.2.3.2.5.6.2 HU triangular dos cursos alto e mdio da bacia do Rio Imboass (Anos: 1980 e 2000) 5.2.3.2.5.6.3 HU triangular dos cursos alto, mdio e baixo da bacia do Rio Imboass (Anos: 1980 e 2000) 5.2.3.2.5.7 Balano Hdrico da Bacia Hidrogrfica do Rio Imboass (Perodo: 2004 2005) 5.2.3.2.5.8 Cenrios da contribuio antrpica de esgoto 5.2.3.2.5.9 Indicador de impermeabilizao do solo na rea de estudo e das reas de Proteo Ambiental 5.1.3 Indicadores de Condicionamento 5.1.3.1 Caracterizao da qualidade da gua do Rio Imboass, atravs dos dados de 2000 da FEEMA 5.1.3.2 Estimativas das emisses de nitrognio e fsforo em 2000 e a relao potencial de N:P em 2000 5.1.3.3 Indicador de drenagem (IDR) do ndice de Salubridade Ambiental ISA/BA (2000) 5.1.4 Indicadores de Impacto 5.1.4.1 Custo para universalizao dos servios de saneamento bsico 5.1.4.1.1 Abastecimento de gua 5.1.4.1.2 Esgotamento sanitrio 5.1.4.1.3 Coleta de lixo 5.1.4.2 Custo de oportunidade

114 116 116 118 118 119 121 122 123 125 126 127 129 131 135 135 136 136 138 138 139 141 142 144 145 148 148 152 153 155 155 155 156 161 162

11

5.1.4.2.1 Por no conseguir utilizar a gua do rio no abastecimento da populao (2000) 5.1.4.2.2 Por no conseguir por no conseguir aproveitar o lixo biodegradvel e o reciclvel 5.1.4.3 Outros tipos de impactos que ocorrem na regio 5.1.5 Indicadores de Resposta 5.1.5.1 Polticas e Aes (Governo, Sociedade civil organizada, Aes combinadas e Este estudo) 5.1.5.1.1 Legislaes e Decretos 5.1.5.1.2 Aes de Governo 5.1.5.1.3 Aes da(s) (Sociedade Civil Organizada, Organizao No Governamental - ONG e da Populao) 5.1.5.1.4 Aes Combinadas 5.1.5.1.5 Este Estudo 6 CONCLUSES E RECOMENDAES 6.1 CONCLUSES 6.1.1 Dos objetivos gerais 6.1.2 Dos objetivos especficos 6.2 RECOMENDAES PARA TRABALHOS FUTUROS 7 REFERNCIAS 8 - ANEXOS

162 164 165 166 166 167 169 170 171 172 174 174 174 174 177 179 197

12

LISTA DE TABELAS

NMERO TTULO Tabela 1 Sntese de algumas vantagens e limitaes da aplicao dos indicadores e ndices ambientais Tabela 2 Informaes sobre os rios do Municpio de So Gonalo Tabela 3 Alguns municpios do Estado do Rio de Janeiro, segundo o nmero de habitantes e o ndice Potencial de Consumo (IPC) Tabela 4 Distribuio Percentual das Receitas Tributrias Municipais de So Gonalo 1999 Tabela 5 Classificao das condies de adequao e da inadequao dos domiclios Tabela 6 Largura das Vias de Circulao, ndice k e Grau de Viabilidade Tabela 7 Faixas de Classificao do ISG e Pontuao Correspondente Tabela 8 Faixas de Densidade Demogrfica Bruta e Pontuao Correspondente Tabela 9 Situao da Regularizao Fundiria e Pontuao Correspondente Tabela 10 Servio de Varrio e Valores Correspondentes ao ndice k Tabela 11 Espao Pblico Existente e a Pontuao Correspondente Adotada Tabela 12 Alguns estudos de casos que utilizam metodologia FPCIR (DPSIR) Tabela 13 Faixas de crescimento geomtrico da populao anual (Perodo: 1980 a 2000) Tabela 14 Relao dos indicadores de forantes avaliados, Segundo a Metodologia/Autor Tabela 15 Relao dos indicadores de presses avaliados, Segundo o procedimentos utilizados e/ou a Metodologia/Autor Tabela 16 Informaes sobre as estaes pluviomtricas de Itabora e do Horto de Niteri Tabela 17 Informaes sobre a estao pluviomtrica da UERJ/FFP, localizada em So Gonalo Tabela 18 Fator de ajustamento para Etp utilizado (latitude 200 Sul) Tabela 19 Forma de abastecimento de gua da populao da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000 e o seu consumo per capita Tabela 20 Relao dos indicadores de presses avaliados, Segundo os procedimentos utilizados e/ou a Metodologia/Autor Tabela 21 Relao dos indicadores de impacto avaliados, Segundo os procedimentos utilizados e/ou a Metodologia/Autor Tabela 22 Relao dos indicadores de resposta avaliados, Segundo os procedimentos utilizados e/ou a Metodologia/Autor Tabela 23 Principais dados utilizados no desenvolvimento da presente pesquisa, Segundo o grau de dificuldade para consegui-las Tabela 24 Comparao do Servio de Abastecimento de gua por Rede Geral prestado nos Domiclios Particulares Permanentes existentes nos Aglomerados de Setores Censitrios, Segundo os Censos Demogrficos de 1980, 1991 e 2000

PG. 31 43 48 49 60 66 67 67 68 69 70 73 74 74 75 77 78 78 79 80 80 81 82 102

13

NMERO TTULO Tabela 25 Comparao dos Servios de Esgotamento Sanitrio por Rede Geral prestados aos Domiclios Particulares Permanentes existentes nos Aglomerados de Setores Censitrios ao longo dos Censos Demogrficos de 1980, 1991 e 2000 Tabela 26 Comparao dos Servios de Coleta de Resduos Slidos Urbanos, prestados aos Domiclios Particulares Permanentes existentes nos Aglomerados de Setores Censitrios ao longo dos Censos Demogrficos de 1980, 1991 e 2000 Tabela 27 Avaliao estatstica dos dados gerais dos ndices de Qualidade de Vida dos Aglomerados dos Setores Censitrios da rea de estudo, Segundo os Censos Demogrficos de 1980, 1991 e 2000 Tabela 28 Resumo estatstico dos dados do ndice de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitao de 2000 da Bacia Ambiental do Rio Imboass Tabela 29 Anlise da correlao entre os ndices (IQV-UFF, ICH e o ISA/BA) de 2000 encontrados para os 107 Aglomerados de Setores Censitrios da rea de estudo Tabela 30 Anlise da correlao entre os Indicadores de Renda (IQV-UFF e o ISA/BA) de 2000 encontrados para os 107 ASCs da rea de estudo Tabela 31 Anlise da correlao entre os Indicadores de Educao (IQVUFF e o ISA/BA) de 2000 encontrados para os 107 ASCs da rea de estudo Tabela 32 Algumas estimativas de parmetros de emisses em equivalentes populacionais que podem estar sendo gerados por dia, pela populao residente na Bacia Ambiental do Rio Imboass, Segundo dados populacionais do Censo Demogrfico de 2000 Tabela 33 Planilha de clculo do hidrograma no curso alto da Bacia Hidrogrfica do Rio Imboass e os resultados obtidos (Anos: 1980 e 2000) Tabela 34 Planilha de clculo do hidrograma dos cursos alto e mdio da bacia Hidrogrfica do Rio Imboass e os resultados obtidos (Anos: 1980 e 2000) Tabela 35 Planilha de clculo dos cursos alto, mdio e baixo da bacia Hidrogrfica do Rio Imboass e os resultados obtidos (Anos: 1980 e 2000) Tabela 36 Valores mdios encontrados para a temperatura, a precipitao e evapotranspirao Tabela 37 Resumo estatstico de algumas anlises efetuadas pela FEEMA/DIAG no ponto de amostragem do Rio Imboass (IB810) (Ano de 2000), Segundo a Resoluo CONAMA N0 357 (2005) e USP (2004) Tabela 38 Legislaes e/ou decretos que esto disponveis na rea de Estudo para serem utilizadas(os) como respostas aos problemas socioeconmicos e ambientais mencionados ao longo da presente pesquisa Tabela 39 Aes de Governo que esto sendo desenvolvidas na rea de Estudo para equacionar os problemas socioeconmicos e

PG. 104

106

119 128 132 132 132 137

139 140 142 143 151

167

169

14

ambientais mencionados ao longo da presente pesquisa NMERO Tabela 40 TTULO Aes da Sociedade Civil Organizada, ONGs e da Populao que esto sendo desenvolvidas na rea de Estudo para equacionar os problemas socioeconmicos e ambientais mencionados ao longo da presente pesquisa Aes combinadas que esto sendo desenvolvidas na rea de Estudo para equacionar os problemas socioeconmicos e ambientais mencionados ao longo da presente pesquisa Aes desenvolvidas por Este estudo com a finalidade de contribuir com os indicadores de resposta para a rea de Estudo, com a finalidade de mostrar e equacionar alguns dos problemas socioeconmicos e ambientais mencionados ao longo da presente pesquisa PG. 171

Tabela 41 Tabela 42

171 172

15

LISTA DE FIGURASNMERO PG TTULO Figura 1 Pirmide da Informao 28 Figura 2 Critrios para utilizao dos indicadores: escalas decisionais 31 Figura 3 Mapa de Londres com os casos de clera e pontos de gua 33 Figura 4 Figura 5 Figura 6

Figura 7

Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura 11

Figura 12

Figura 13

Figura 14

Figura 15 Figura 16 Figura 17

Figura 18 Figura 19 Figura 20

contaminada Localizao Geogrfica do Municpio de So Gonalo no Estado do Rio de Janeiro, da Baa da Guanabara e a Bacia do Rio Imboass Populaes estimadas para o Municpio de So Gonalo em 2005 e 2010, Segundo os Distritos Setores censitrios do Municpio de So Gonalo no Censo Demogrfico de 2000, Setores Censitrios que compem a bacia ambiental do Rio Imboass e a localizao da bacia hidrogrfica do rio em estudo Localizao das bacias (de drenagem e ambiental) do Rio Imboass e outros tipos de informaes (ocupao urbana, reas de mangue e floresta, corpos dgua, rodovias e limite municipal) Diviso geomorfolgica da bacia ambiental Frmula para calculo da taxa geomtrica de crescimento populacional em percentual utilizada pelo IBGE nas suas estimativas populacionais Representao do nmero de habitantes encontrados nos Aglomerados dos Setores Censitrios, Segundo os Censos (1980, 1991 e 2000) Disposio espacial dos aglomerados dos setores censitrios da Bacia Ambiental do Rio Imboass, segundo o grupo timo do IQV-UFF (Censos Demogrficos: 1980, 1991 e 2000) Indicador de densidade demogrfica bruta da Bacia Ambiental do Rio Imboass, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental de 2000 (ALMEIDA, 1999) Indicador de densidade lquida e problemas de urbanizao da Bacia Ambiental do Rio Imboass, Segundo a metodologia de MASCAR (1989) Indicador das vias de circulao de densidade demogrfica bruta da Bacia Ambiental do Rio Imboass, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental de 2000 Percentual dos chefes dos domiclios alfabetizados em 1980, 1991 e 2000, Segundo o ndice de Qualidade de Vida da UFF Percentual dos chefes dos domiclios com at trs anos de estudo em 1980, 1991 e 2000, Segundo o ndice de Qualidade de Vida da UFF Percentual dos chefes dos domiclios com 15 anos (Curso Superior) ou mais de estudo em 1980, 1991 e 2000, Segundo o ndice de Qualidade de Vida da UFF Indicador de educao da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental Percentual dos chefes dos domiclios abaixo da linha de pobreza em 1980, 1991 e 2000, Segundo o ndice de Qualidade de Vida da UFF Indicador de renda da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental

41 46 51

52 53 74 85 87 88 88 89 90 91 92 94 95 96

16

NMERO TTULO PG Figura 21 Indicador da Taxa de dependncia em 1980, 1991 e 2000, Segundo o 97 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25

Figura 26

Figura 27

Figura 28

ndice de Qualidade de Vida da UFF Indicador de regularizao fundiria da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental Informaes da bacia ambiental do Rio Imboass e das reas vizinhas a esta unidade espacial Indicador de segurana geolgico-geotcnica da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental Indicador de Abastecimento de gua por Rede Geral nos Domiclios Particulares Permanentes em 1980, 1991 e 2000, Segundo o ndice de Qualidade de Vida da UFF Indicador de Esgotamento Sanitrio por Rede Geral nos Domiclios Particulares Permanentes em 1980, 1991 e 2000, Segundo o ndice de Qualidade de Vida da UFF Indicador de Coleta de Resduos Slidos Urbanos nos Domiclios Particulares em 1980, 1991 e 2000, Segundo o ndice de Qualidade de Vida da UFF Indicador de Abastecimento de gua por Rede Geral nos Domiclios Particulares Permanentes da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitao (ICH) Indicador das Instalaes Sanitrias nos Domiclios Particulares Permanentes da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitao (ICH) Indicador de Coleta de Resduos nos Domiclios Particulares Permanentes da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitao (ICH) Indicador de Abastecimento de gua por rede Geral da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental Indicador de coleta de esgoto e tanques spticos na Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental Localizao do ASCs contidos nas APAs, Segundo a Bacia Ambiental do Rio Imboass Indicador de Coleta de Lixo na Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental Indicador de Varrio da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental Indicador de Energia Eltrica da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental Indicador de Iluminao Pblica da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental

99 100 101 103 104 105 107

Figura 29

109

Figura 30

110

Figura 31

112 113 113 114 115 116 117

Figura 32 Figura 33 Figura 34

Figura 35 Figura 36 Figura 37

17

NMERO TTULO PG Figura 38 Condies da qualidade de vida nos Aglomerados de Setores 119

Figura 39

Figura 40

Figura 41

Figura 42

Figura 43 Figura 44

Figura 45

Figura 46

Figura 47

Figura 48 Figura 49 Figura 50 Figura 51 Figura 52 Figura 53 Figura 54 Figura 55

Censitrios dos Censos Demogrficos de 1980, 1991 e 2000, Segundo a bacia ambiental do Rio Imboass Disposio espacial dos aglomerados dos setores censitrios da Bacia Ambiental do Rio Imboass, segundo o grupo timo do IQV-UFF (Censos Demogrficos: 1980, 1991 e 2000) Disposio espacial dos aglomerados dos setores censitrios da Bacia Ambiental do Rio Imboass, segundo o grupo bom do IQV-UFF (Censos Demogrficos: 1980, 1991 e 2000) Disposio espacial dos aglomerados dos setores censitrios da Bacia Ambiental do Rio Imboass, segundo o grupo aceitvel do IQV-UFF (Censos Demogrficos: 1980, 1991 e 2000) Disposio espacial dos aglomerados dos setores censitrios da Bacia Ambiental do Rio Imboass, segundo o grupo ruim do IQV-UFF (Censos Demogrficos: 1980, 1991 e 2000) Disposio espacial dos aglomerados dos setores censitrios da bacia ambiental do Rio Imboass, segundo o grupo pssimo do IQV-UFF Evoluo das condies de qualidade de vida nos Aglomerados de Setores Censitrios entre os Censos Demogrficos de 1980, 1991 e 2000, Segundo a bacia ambiental do Rio Imboass (Censos Demogrficos: 1980, 1991 e 2000) ndice de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitao (ICH) Final nos Domiclios Particulares Permanentes nos Aglomerados dos Setores Censitrios da rea de Estudo, Segundo o Censo Demogrfico 2000 ndice de Salubridade Ambiental (ISA-BA) Final nos Domiclios Particulares Permanentes nos Aglomerados dos Setores Censitrios da rea de Estudo, Segundo o Censo Demogrfico 2000 Comparao dos ndices (IQV-UFF, ICH e ISA-BA) Finais obtidos para a Bacia Ambiental do Rio Imboass, Segundo as cinco faixas de classificao, Segundo o Censo de 2000 Produo per capita diria de lixo domiciliar na Bacia Ambiental do Rio Imboass, Segundo os anos de 2000 e 2005 Produo per capita diria de DBO5 na Bacia Ambiental do Rio Imboass, Segundo os anos de 2000 e 2005 HU triangular do curso alto da bacia do Rio Imboass, segundo os anos de 1980 e 2000 HU triangular dos cursos alto e mdio da bacia do Rio Imboass, segundo os anos de 1980 e 2000 HU triangular dos cursos alto, mdio e baixo da bacia do Rio Imboass, segundo os anos de 1980 e 2000 Curso Anual do Balano Hdrico da Bacia Hidrogrfica do Rio Imboass (2004-2005) Estimativa do percentual de impermeabilizao da rea de estudo, Segundo os Censos de 1980 e 2000 Evoluo da variao da impermeabilizao ocorrida na rea de estudo, entre o Censo de 1980 e 2000

121 122 123 124 126 127

129

131 134 135 136 138 140 141 144 147 147

18

Figura 56 Figura 57 Figura 58

Figura 59 Figura 60

Figura 61

Figura 62

Figura 63

Figura 64

Estimativa do percentual de impermeabilizao das reas das APAs, Segundo os Censo de 2000 Estimativa das emisses potenciais antrpicas de nitrognio e fsforo, Segundo o Censo de 2000 Razo N:P (mol : mol) para o condicionamento das guas pluviais, levando-se em conta as diferentes intensidades de ocupao em 2000 na Bacia Ambiental do Rio Imboass, Segundo os valores propostos por BIDONE (2004) Indicador de Drenagem da Bacia Ambiental do Rio Imboass em 2000, Segundo o ndice de Salubridade Ambiental Custo estimado em US$ por Aglomerado de Setor Censitrio (ASC), para instalao da Estao de Tratamento de gua, da Rede de Captao e Distribuio por Rede Geral, para a populao residente (ou projetada) nos Domiclios Particulares Permanentes. Segundo os anos de 2000, 2005 e 2010. Custo estimado em US$ por Aglomerado de Setor Censitrio (ASC), para instalao da Rede de Captao e Canalizao do Esgoto Domstico da populao residente (ou projetada) nos Domiclios Particulares Permanentes. Segundo os anos de 2000, 2005 e 2010 Custo estimado em US$ por Aglomerado de Setor Censitrio (ASC), para os tratamentos (primrio e secundrio/tercirio) de esgotos gerados pela populao residente (ou projetada) nos Domiclios Particulares Permanentes. Segundo os anos de 2000, 2005 e 2010 Valor estimado em US$ por Aglomerado de Setor Censitrio (ASC), para a Coleta Diria e dos Resduos Slidos Urbanos gerados pela populao em 2000 e 2005 Alguns Vetores de Presso, seus indicadores de Resposta e os principais problemas ambientais provocados por estes vetores na bacia ambiental do Rio Imboass

148 152 153

154 156

158

160

162 166

19

LISTA DE SIGLAS SIGLA 5EAP ABNT AEA AMASG AMPLA APA ANEEL BID BNDES BVSDE CCAAS CEDAE CEDAE/SLE CEDAG CEG CEPAM CETEM CIDE CNAM CNUMAD CONESAN CREA CDS DGA DAEE DNAEE DNER DNOS EPA EEA ESAG EDUFF FEEMA FEEMA/DIAG FNS GUARDIES DO MAR GE GF IBAM IBGE IBGE/CDDI IBGE/DGC IBGE/DPE SIGNIFICADO 5 Programa de Ao Ambiental da Unio Europia Associao Brasileira de Normas Tcnicas Agncia Europia do Ambiente Amigos Associados de So Gonalo Ampla Energia e Servios S.A. rea de Proteo Ambiental Agencia Nacional de Energia Eltrica Banco Interamericano de Desenvolvimento Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social Biblioteca Virtual de Desarrollo Sostenible y salud Ambiental Conselho de Colaborao para o Abastecimento de gua e Saneamento Companhia Estadual de guas e Esgotos CEDAE/Superintendncia Regional Metropolitana Leste (Abrange os municpios de So Gonalo, Itabora e Maric) Companhia Estadual de guas da GuanabaraCompanhia Distribuidora de Gs do Rio de Janeiro

Fundao Prefeito Faria Lima Centro de Tecnologia Mineral do MCT Fundao Centro de Informaes e Dados do Rio de Janeiro Comisso Nacional de gua do Mxico Conferncia das Naes Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Cmara Tcnica de Planejamento do Conselho Estadual de Saneamento do Estado de So Paulo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia Comisso para o Desenvolvimento Sustentvel Direco Geral do Ambiente Departamento de guas e Energia Eltrica (Governo do Estado de So Paulo) Departamento Nacional de guas e Energia Eltrica Departamento Nacional de Estradas de RodagemDepartamento Nacional de Obras e Saneamento

Environmental Protecion Agency European Environment Agency Empresa de Saneamento da Guanabara Editora da Universidade Federal Fluminense Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente Fundao Estadual de Engenharia de Meio Ambiente/Diviso de guas Fundao Nacional de Sade Associao dos Protetores do Mar Governo do Estado Governo Federal Instituto Brasileiro de Administrao Municipal Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE/Centro de Documentao e Disseminao de Informaes IIBGE/Diretoria de Geocincias IBGE/Diretoria de Pesquisas

20

SIGLA ICBEU ICH ICMS IDAD IGBP INMET IPEA IPPUR ISER MCT MC MMA MME OECD OMS ONG OPAS PDBG PMSG PNUD PTR/USP SANERJ SEMIEUA SERLA SIG SNIS SRH UERJ UERJ/FFP UFF UN-HABITAT UN-HABITAT/ ROLAC UNICAMP UNICEF UFF USEPA WCED

SIGNIFICADO Instituto Cultural Brasil Estados Unidos ndice de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitao Imposto sobre a Circulao de Mercadorias Instituto do Ambiente e do Desenvolvimento International Geosphere-Biosphere ProgrammeInstituto Nacional de Meteorologia

Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano e Regional Instituto de Estudos da Religio Ministrio da Cincia e Tecnologia Ministrio das Cidades Ministrio do Meio Ambiente Ministrio de Minas e Energia Organization for Economic Cooperation and Development Organizao Mundial da Sade Organizao no Governamental Organizao Pan-Americana da Sade Programa de Despoluio da Baa da Guanabara Prefeitura Municipal de So Gonalo Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade de So Paulo Companhia de Saneamento do Estado do Rio de Janeiro Secretaria Municipal de Infra-estrutura e Ambiental (da Prefeitura Municipal de So Gonalo) Fundao Superintendncia Estadual de Rios e Lagoas Sistema de Informao Geogrfica Sistema Nacional de Informaes sobre Saneamento Superintendncia de Recursos Hdricos Universidade do Estado do Rio de Janeiro Universidade do estado do Rio de Janeiro/Faculdade de Formao de Professores de So Gonalo Universidade Federal Fluminense Programa de las Naciones Unidas para los Asentamientos Humanos Programa de las Naciones Unidas para los Asentamientos Humanos/Oficina Regional para Amrica Latina y el Caribe Universidade Estadual de Campinas Fundo das Naes Unidas para a Infncia e Adolescncia Universidade Federal Fluminense Agncia de Proteo do Ambiente Norte Americana World Comission on Environment and Development

21

ABREVIATURAS

ABREVIATURASASC ASCs CSC CSCs CSCs DSPIR

SIGNIFICADOAglomerado do Setor Censitrio Aglomerados dos Setores Censitrios Cluster do Setor Censitrio Clusters dos Setores Censitrios Clusters dos Setores Censitrios Modelo (Estrutura) Driving Forces, Pressure, State, Impact, Response

DPP DPPsIB-810 ICA ICE ICH ICR IDD IDR IEL IEP IIP ICMS IQV IQV-UFF IRE IRF ISA ISA-F ISA-BA ISED ISG IVC IVA

Domiclio Particular Permanente Domiclios Particulares PermanentesPonto de monitoramento do Rio Imboass da FEEMA/PDBG Indicador de Cobertura em Abastecimento de gua Indicador de Cobertura em Coleta de Esgoto e Tanques Spticos ndice de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitaco Indicador de Coleta de Lixo Indicador de Densidade Demogrfica Bruta Indicador de Drenagem Indicador de Energia Eltrica Indicador de Espao Pblico Indicador de Iluminao Pblica Imposto sobre a Circulao de Mercadorias ndice de Qualidade de Vida ndice de Qualidade de Vida da Universidade Federal Fluminense Indicador de Regularizao Fundiria Indicador de Renda ndice de Salubridade Ambiental ndice de Salubridade Ambiental para Favela ndice de Salubridade Ambiental para a Bacia Ambiental Inadequao dos Servios Essenciais aos Domiclios Indicador de Segurana Geolgico-Geotcnica Indicador de Vias de Circulao Indicador de Varrio

MME NBR 9050PCIR PER PERE

NBR 10.004

Mapa Municipal Estatstico Norma da ABNT sobre a Acessibilidade a Meios, Edificaes, Mobilirio, Espaos e Equipamentos Urbanos Norma de Classificao dos Resduos Slidos da ABNTModelo (Estrutura) Presso-Condicionamento-Impacto-Resposta Modelo (Estrutura) Presso-Estado-Resposta Modelo (Estrutura) Presso-Estado-Resposta-Efeitos

22

RESUMO Os objetivos gerais desta tese foram: (a) Selecionar indicadores socioeconmicos e ambientais e integr-los atravs da estrutura metodolgica FPCIR (Fora-Motriz/ Presso/ Condicionamento/ Impacto/ Resposta). (b) Desenvolver uma metodologia para reconstruo espacial e temporal dos setores censitrios em uma nova unidade de planejamento urbano, denominada de Aglomerados dos Setores Censitrios (ASCs). Nesse sentido, foram reconstrudos os Setores Censitrios das pesquisas populacionais de 1980 a 2000 (AZEVEDO et al., 2004). Ainda, com relao a essa unidade, cabe destacar que capaz de resolver os problemas de comparao dos dados georeferenciados das pesquisas populacionais do IBGE e de outras Instituies. Na etapa seguinte, escolheu-se a Bacia Hidrogrfica do Rio Imboass, localizada no Municpio de So Gonalo no Estado do Rio de Janeiro para testar essa metodologia. No processo de identificao dos setores censitrios que compunham a bacia, deparou-se com o problema de que algumas dessas unidades espaciais tinham parte do seu territrio contido em outra bacia hidrogrfica. Para equacionar essa situao, utilizou-se o conceito de Bacia Ambiental apresentado por Rutkowski (2004). Dentre os vrios resultados obtidos na tese, cabe mencionar: O modelo FPCIR permitiu uma anlise detalhada da interao entre as atividades humanas e o ambiente; A elaborao do histrico evolutivo do processo de ocupao para 1980 a 2000 e clculo dos IQVs-UFF para o mesmo perodo; Os valores mdios para os ICHs da rea de estudo em 2000 eram muito prximos ao do municpio; O ISA/BA de 2000 mostrou que o valor do indicador diminua, medida que os ASCs estavam mais distantes da rea central da Bacia; A respeito do melhor ndice a ser utilizado, pouco se pode concluir. No mximo, a anlise indica que tanto faz escolher IQV-UFF ou ICH; Estimou-se o custo de implantao ou realizao dos servios: (a) abastecimento por rede geral em 2005 (US$ 1.705.000) e em 2010 (US$ 1.927.000); (b) Sistema de Esgotamento Sanitrio (Tratamento Secundrio/tercirio) em 2005 estaria na faixa de (US$ 15.251.200) e em 2010 (US$ 16.559.300); e, (c) Coleta de Lixo Domiciliar Diria em 2005 (US$ 2.596) e em 2010 (US$ 2.820); e, Os Poderes Pblicos vm desenvolvendo muito lentamente e de maneira desorganizada, poucas respostas polticas, socioeconmicas e ambientais aos problemas que ocorrem na rea de estudo. Palavras chaves: Aglomerados de setores censitrios (ASCs); Sistema de Informaes Geogrfica (SIG); Anlise espacial e temporal; Bacia Ambiental; ndice de Qualidade de Vida (IQV-UFF); ndice de Salubridade Ambiental (ISA); ndice de Carncia na Oferta de Servios Essenciais Habitao (ICH); IBGE; So Gonalo; Rio Imboass; Hidrologia; DPSIR (Driving Forces-Pressure-State-Impact-Response); Gesto Ambiental; e, Saneamento Bsico.

23

ABSTRACT The general objectives of this theory were: (a) Select socioeconomic and environmental indicators and integrate them through the methodological structure DPSIR (Driving ForcesPressure-State-Impact-Response). (b) Develop a methodology for spatial and temporal reconstruction of the census sectors in a new urban planning unity, named Census Sector Clusters (CSCs). In that sense, the Census Sectors were reconstructed from the population research from 1980 to 2000 (AZEVEDO et al., 2004). Still, regarding this unity, we must emphasize that it is capable to solve the problems of comparison of the geo-reference data from the population research from IBGE and from other institutions. In the following phase, the Environmental Bay of the Imboass River was chosen to test this methodology. The Imboass River is located in the Town of So Gonalo in the State of Rio de Janeiro. In the process to identify the census sectors that composed the bay, we encountered a problem in that some of those spatial units had part of its contained territory in another hydrographic bay. To resolve this situation, we utilized the concept of Environmental Bay presented by Rutkowski (2004). Among the several results obtained in the theory, it is important to mention that the model DPSIR permitted a detailed analysis of the interaction between the human activities and the environment; the elaboration of the historical evolution of the occupational process for 1980 to 2000 and the calculation of the Quality of Life Index (IQVUFF) for the same period; the medium values for the ICH's from the studied area in 2000 were very near to those of the towns; the ISA/BA of 2000, showed that the value of the indicator diminished as the ASCs were more distant from that of the Bays central area. As to the best index to be utilized, little can be concluded. At most, the analysis indicates that the choice between IQV-UFF and ICH doesnt matter. It estimated the cost of introduction or realization of the service: (a) supplying it through the general network in 2005 (US$ 1,705,000) and in 2010 (US$ 1,927,000); (b) Sanitation Treatment Systems (Secondary/Tertiary) in 2005 would be in the range of (US$ 15,251,200) and in 2010 (US$ 16,559,300); and, (c) Daily Trash Collection in 2005 (US$ 2,596) and in 2010 (US$ 2,820); and, Public Policies have been developing very slowly and disorganized, few political answers to the socioeconomic and environmental problems are given within the area of study. Key words: Census Sector Clusters (CSCs); Geographic Information System (GIS); Spatial and Time Analyses; Environmental Bay; Quality of Live Index (IQV-UFF); Environmental Health Index (EHI); Lack of Essential Living Services Index (ICH); IBGE; So Gonalo; The Imboass River; Hydrology; DPSIR (Driving Forces-Pressure-State-Impact-Response); Geochemistry; Environmental Administration; and Basic Sanitation.

24

1 INTRODUO 1.1 BASE TERICA O crescimento econmico e populacional tm imposto presses severas e degradaes sobre os sistemas ambientais atravs da explorao (consumo) excessiva dos recursos. Vrios tipos de poluio, desmatamento em florestas tropicais, desestabilizao de zonas litorneas, mudanas climticas regionais e globais, entre outros impactos, so reflexos do axioma introdutrio. Assim, o estabelecimento de polticas para um (desejvel) desenvolvimento ambientalmente sustentvel, requer estratgias que considerem a conservao dos ecossistemas, o manejo do risco e das vulnerabilidades destes sistemas. Bem como, a convergncia dessas interaes sobre a sua dinmica, com aquelas de carter econmico, para as necessrias tomadas de deciso. Pelo que foi colocado anteriormente, todo sistema produtivo depende, direta ou indiretamente, da articulao entre o ambiente e desenvolvimento que se deseja implementar, pois esta relao assume o papel de instrumento de poltica de ambiente dos recursos naturais. Dessa forma, o Desenvolvimento Sustentvel foi definido como aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras geraes satisfazerem as suas prprias necessidades (WCED, 1987), sendo que desenvolvimento econmico e bemestar ambiental no so objetivos mutuamente exclusivos. Ainda de acordo com o autor, o Desenvolvimento Sustentvel um processo de mudanas no qual a explorao de recursos, o direcionamento de investimentos e a orientao do desenvolvimento tecnolgico e institucional, atuem em maior harmonia e aumentem o potencial, atual e futuro, de satisfazer as necessidades e aspiraes das populaes humanas. Por essas razes, estamos convivendo atualmente com diversos tipos de problemas que interferem na qualidade de vida da populao e provocam danos ao meio ambiente. Dentre esses problemas merecem ser destacados: a crise de energia, a precariedade dos servios de infra-estrutura (p.ex., servios de saneamento bsico), alteraes climticas, etc. Assim, o que estamos vivendo na verdade, uma crise ambiental infelizmente. Porque dentro do meio ambiente que esto contidas as nossas possibilidades de desenvolvimento e de melhoria da qualidade, bem como das futuras geraes. Pois todo sistema produtivo depende, direta ou indiretamente, dos recursos naturais. Sendo assim,

25

respeitar os limites ambientais no entrave para o desenvolvimento, mas ao contrrio, s vamos nos desenvolver se respeitarmos esses limites. De acordo com Bidone; Castilhos; Azevedo (2003), o capital total de uma economia (K) pode ser descrito como sendo o somatrio de diferentes formas de capital: K = Kfh + Kh + Kn + Ksm, aonde: Kfh o capital feito pelo homem (i.e., o valor de todos os bens e servios gerados pelo homem); Kh o capital humano (p.ex., medido pelo nvel de escolarizao mdio de uma populao); Kn o capital natural (i.e., a soma dos valores de todos os recursos naturais) e Ksm o capital social e moral de uma populao (p.ex., medido por ndices de criminalidade, desvios de recursos pblicos). Segundo os mesmos autores, a condio do capital no-declinante ou capital constante para o desenvolvimento sustentvel, pode ser interpretada de uma maneira fraca ou forte. A sustentabilidade fraca assume a possibilidade ilimitada (p.ex., atravs de avanos tecnolgicos) de substituies entre as diferentes formas de capital. A sustentabilidade forte (alm do incremento de Kfh e Kh) assume que o capital natural (ou componentes crticos dos sistemas ambientais) no deveria ser substitudo de maneira irremedivel por outras formas de capital. fundamental que uma estratgia poltica baseada no conceito de sustentabilidade forte, seja aplicada em reas, tais como; a zona costeira que importante em termos de biodiversidade (e, portanto, em termos de recursos potenciais e efetivos para o desenvolvimento da sociedade), mas, tambm, por serem formadas por ecossistemas frgeis. 1.1.1 Indicadores de Desenvolvimento Sustentvel: aspectos conceituais e metodolgicosO uso de indicadores no novidade nas diversas reas de conhecimento. Por exemplo, existem indicadores que refletem os nveis de sade de uma dada populao, seu grau de analfabetismo, ou em outra perspectiva, indicadores podem refletir o movimento financeiro das bolsas de valores, o Produto Interno Bruto de um pas, ou ainda os ndices de poluio do ar ou das guas (CAVALCANTI; DE SOUZA, 2000).

Por esses motivos, a seguir so apresentadas informaes sobre o desenvolvimento e a construo de Indicadores de Desenvolvimento Sustentvel (IDS) que contemplem as variveis scio-econmico-ambientais.

26

1.1.2 Principais marcos referenciais do desenvolvimento sustentvel 1.1.2.1 Relatrio Bruntland 1987 Foi a partir do Relatrio Brundtland que a expresso desenvolvimento sustentvel obteve projeo mundial, pois trouxe uma das definies mais conhecidas. De acordo com a qual o desenvolvimento sustentvel aquele que atende s necessidades das geraes presentes, sem comprometer a possibilidade das geraes futuras atenderem suas prprias necessidades (WCED, 1987). 1.1.2.2 Constituio Brasileira - 1988 A definio de desenvolvimento sustentvel consta no Artigo 225 do Captulo VI da constituio brasileira, com a seguinte definio: todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes (BRASIL, 2002). 1.1.2.3 Conferncia das Naes Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) - 1992 A Agenda 21 possui 40 Captulos e refora a necessidade do desenvolvimento dos indicadores de desenvolvimento sustentvel IDS, atravs do "desenvolver indicadores do desenvolvimento sustentvel que sirvam de base slida para a tomada de decises em todos os nveis e que contribuam para uma sustentabilidade auto-regulada dos sistemas integrados de meio ambiente e desenvolvimento (MMA, 2002).

1.1.3 Principais Conceitos A seguir so apresentados alguns conceitos importantes que esto relacionados com os indicadores e ndices de desenvolvimento sustentvel. (a) Indicador: O conceito de indicador tem origem na palavra latina indicare que significa anunciar, apontar, indicar. Segundo Von Schirnding (1998), indicador pode ser definido como uma das maneiras de se medir o progresso, alguns tipos de mudanas ou avanos, ou mensurar variaes na medio de uma meta especfica; e, um indicador quantifica e simplifica fenmenos e ajuda a compreender realidades complexas. Um indicador diz-nos alguma coisa sobre as mudanas num sistema. Por exemplo, existem indicadores

27

financeiros que descrevem mudanas na situao das economias individuais, locais ou nacionais; existem Indicadores de Pobreza e Indicadores de Sade, e Indicadores Ambientais e de Desenvolvimento Sustentado (LEAD, 2006). (b) Indicador Ambiental: Uma medida, estatstica ou valor, que fornece uma medida aproximada ou comprovao dos efeitos dos programas de gesto ambiental, ou do estado ou condio do ambiente (EPA, 2004). (c) Indicador de sustentabilidade: Valor que serve de medida do grau de sustentabilidade do uso dos recursos ambientais, dividindo-se em trs grupos principais (FEEMA, 1992): (i) os indicadores de resposta social (que indicam as atividades que se realizam no interior da sociedade - o uso de minrios, a produo de substncias txicas, a reciclagem de material); (ii) os indicadores de presso ambiental (que indicam as atividades humanas que iro influenciar diretamente o estado do meio ambiente e os nveis de emisso de substncias txicas); e (iii) os indicadores de qualidade ambiental (que indicam o estado do meio ambiente - a concentrao de metais pesados no solo, os nveis de pH nos lagos) (AZAR et al., 1996). (d) ndice: Corresponde a um nvel superior de agregao, onde depois de aplicado um mtodo de agregao aos indicadores e/ou aos subndices obtido um valor final; os mtodos de agregao podem ser aritmticos (e.g. linear, geomtrico, mnimo, mximo, aditivo) ou heursticos (e.g. regras de deciso); os algoritmos heursticos so normalmente preferidos para aplicaes de difcil quantificao, enquanto os restantes algoritmos so vocacionados para parmetros facilmente quantificveis e comparveis com padres (DGA, 2004). (e) Subndice: Constitui uma forma intermdia de agregao entre indicadores e ndices; pode utilizar mtodos de agregao tais como os discriminados para os ndices (DGA, 2004) (f) Parmetro: Corresponde a uma grandeza que pode ser medida com preciso ou avaliada qualitativamente/quantitativamente, e que se considera relevante para a avaliao dos sistemas ambientais, econmicos, sociais e institucionais (DGA, 2004).

1.1.4 Hierarquizao das Informaes Produzidas pelos Indicadores A informao obtida atravs do processamento dos dados coletados por algum meio (manual, automatizado, relatrios, etc.). O mesmo processo ocorre com um indicador, o

28

qual normalmente obtido atravs de uma frmula (processamento) que aplicada, fazendo uso dos dados coletados para este fim. Nesse sentido, Bidone; Morales (2004) sugerem que o entendimento da hierarquizao das informaes produzidas pelos indicadores seja feito atravs da pirmide da informao de Hammond et al. (1995) (Figura 1). Alm disso, a mesma figura mostra a relao dos utilizadores da informao com a sua disponibilidade.PROCEDIMENTOS UTILIZADOS UTILIZADORESINDICADORES PARA O PBLICO EM GERAL

Interpretao e uso

Condensao das informaes

Anlise Agregao

INDICADORES PARA OS TOMADORES DECISO

Compilao

INDICADORES PARA OS CIENTISTAS E/OU PESQUISADORES

Figura 1 Pirmide da InformaoFonte: Adaptado de HAMMOND et al. (1995)

Quantidade total de informaes

1.1.5 Etapas para o Desenvolvimento e Uso dos Indicadores A seguir esto relacionadas s principais etapas de desenvolvimento dos indicadores:

ESTABELECIMENTO DA EQUIPE E DA METODOLOGIA DO TRABALHO

DILOGOS PRELIMINARES DA EQUIPE DE TRABALHO

DESENVOLVIMENTO E ESTABELECIMENTO DO MARCO TERICO

IMPLEMENTAO E USO DOS INDICADORES

DETERMINAO DOS PROCESSOS DE AGREGAO E ANLISE DOS INDICADORES

ESTABELECIMENTO DOS CRITRIOS PARA SELEO DOS INDICADORES

29

1.1.6 Caractersticas de um Bom Indicador Segundo Mueller et al. (1997), um bom indicador deve conter as seguintes caractersticas: (a) Simplificao: um indicador deve descrever de forma sucinta o estado do fenmeno estudado. Mesmo com causas complexas, deve ter a capacidade de sintetizar e refletir da forma mais prxima possvel realidade; (b) Quantificao: enquanto nmero, a natureza representativa do indicador deve permitir coerncia estatstica e lgica com as hipteses levantadas na sua consecuo; (c) Comunicao: o indicador deve comunicar eficientemente o estado do fenmeno observado. Um bom indicador, via de regra, simplifica para tornar quantificvel aspectos do fenmeno, de forma a permitir a comunicao; (d) Validade: um indicador deve ser produzido em tempo oportuno, pois um importante elemento no processo decisrio dos setores pblico e privado; e, (e) Pertinncia: o indicador deve atender s necessidades dos seus usurios. Deve transmitir informaes de forma fcil com base cientifica e mtodo adequados.

1.1.7 Classificao dos Indicadores Segundo o levantamento bibliogrfico realizado para o desenvolvimento do presente trabalho, os indicadores podem ser classificados de diversas maneiras. J, para a OECD (1997), esses indicadores so classificados: (a) Pelo desempenho: Relacionam as caractersticas em estudo com uma meta ou poltica previamente estabelecida, ou um valor limite considerado como referncia. (p.ex.: concentrao de bactrias coliformes fecais em um rio, comparado com os valores permitidos por lei); e, (b) Pelo estado Descritivo: So indicadores de estado ou qualidade, como os que resultam de medidas das condies ambientais ou socioeconmicas existentes em determinado local. (p.ex.: medidas de emisso de poluentes).

1.1.8 Utilizao dos Indicadores LEAD (2006) salienta que os indicadores podem ajudar a fazer uma anlise geral nas seguintes reas: (a) Avaliao do desempenho: Os indicadores ajudam a avaliar o desempenho ou concretizao se uma base de comparao estiver claramente identificada, por exemplo, quando h um alvo especfico nos processos polticos; (b) Limiares: Os limiares so nicos e talvez a mais importante base para avaliao. Em geral, a ultrapassagem de um limiar de sustentabilidade bem definido dever enviar uma mensagem bvia aos polticos e sociedade em geral; (c) Interligaes causais: Os indicadores so importantes para apoiar a

30

investigao das causas, como as interligaes entre as presses e as condies ambientais; e, (d) Construo de Modelos e anlise de Cenrios: Os indicadores fornecem dados reais e ajudam os testes de campo de modelos e possveis cenrios futuros. Ainda de acordo com Lead (2006), existem tambm vrios pontos importantes a ter em ateno quando se utilizam indicadores, tais como: (a) Sem um bom conjunto de dados, baseados na monitorizao, no possvel desenvolver indicadores; (b) Medies do desempenho implicam na necessidade de estabelecerem objetivos (p.ex.: qualquer coisa com a qual possamos comparar o desempenho); (c) Pessoas diferentes vivendo em lugares diferentes tm valores diferentes. Os indicadores devem, portanto ser capazes de ter em considerao diferentes localizaes, pessoas, culturas e instituies; (d) Os conjuntos de indicadores evoluem no tempo; (e) Os conjuntos de indicadores so raramente, se que o so alguma vez, completos; (f) A medio dos indicadores tende a reduzir a incerteza, mas no a elimina; e, (g) Os indicadores podem ter um papel importante na forma pela qual as influencias humanas atuam no ambiente. Mudar os indicadores mudar tambm, muito provavelmente, o sistema. Por ltimo, Moldan; Bilharz; Matravers (1997) destacam em seu trabalho que existem muitos passos que podem ser identificados para o processo de tomada de deciso na temtica do desenvolvimento sustentvel e dos seus indicadores. 1.1.9 Os Sistemas de Indicadores Ambientais e as suas Escalas de Utilizao De acordo com Forge (1995), antes de propor um sistema de indicadores ambientais deve-se, primeiramente responder as seguintes questes: a) b) Quais os objetivos dos indicadores? Alertar, definir tendncias ou avaliar o impacto? Qual o tipo? Avaliao do estado do ambiente, verificao das presses que sobre ele incidem ou avaliao das respostas dadas pelo Poder Pblico e pela sociedade, quanto melhoria do meio ambiente? c) Quais os usurios das informaes? Alm dessas questes, importante escolher a escala espacial de utilizao desses indicadores ambientais, pois atravs dela pode-se mostrar o progresso de uma regio em termos de sustentabilidade. Nesse sentido, oportuno mostrar a relao da escala geogrfica dos indicadores com o nvel de trabalho, projeto ou programa que se pretende desenvolver (Figura2).

31

Escala

Figura 2 Critrios para utilizao dos indicadores: escalas decisionaisFonte: JNIOR (2005)

1.1.10 Vantagens, Limitaes e Critrios de Seleo DGA (2004) apresenta atravs da Tabela 1, algumas vantagens e limitaes do uso dos indicadores e ndices ambientais: Tabela 1 Sntese de algumas vantagens e limitaes da aplicao dos indicadores e ndices ambientais Vantagens Limitaes Avaliao dos nveis do desenvolvimento sustentvel; Capacidade de sintetizar informaes de carter tcnico/cientficas; Identificao sistema; das variveis-chave do Inexistncia de informao base; Dificuldades na definio de expresses matemticas que melhor traduzam os parmetros selecionados; Perda de informao nos processos de agregao dos dados; Diferentes critrios na definio dos limites de variao do ndice, em relao s metas estabelecidas; Ausncia de critrios robustos para seleo de alguns indicadores; Dificuldades na aplicao em determinadas reas como o ordenamento territorial;

Facilidade de transmitir a informao;

Bom instrumento de apoio deciso e aos processos de gesto ambiental; Apontar a existncia de tendncias; Possibilidade de comparao com padres e/ou metas pr-estabelecidas;Fonte: DGA, 2004

32

1.1.11 Incertezas nos Resultados dos Indicadores Segundo Takashina (2004), a incerteza em resultados dos indicadores origina-se de uma variedade de causas, certamente os fatores mais importantes so: (a) A elaborao e escolha dos indicadores; (b) No estabelecimento adequado da metodologia de desenvolvimento; (c) Da(s) fonte(s) de informao(es); e, (d) Na aplicao de procedimentos inadequados durante a coleta e tratamento dos dados.

1.1.12 As Etapas de Gerao Ferreira (2002) mostra em seu trabalho a diviso histrica das trs geraes dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentvel: (a) Primeira gerao: Teve incio em 1980 e vem at o presente momento Pode-se dizer que so os que habitualmente recebem o nome de indicadores ambientais. Ainda que hoje esses indicadores paream ser parciais, entretanto esta etapa foi absolutamente necessria em vrios pases que no os tinham. (b) Segunda gerao: Teve incio em 1990 e vem at o presente momento Ocorreram avanos no desenho e implementao de Sistemas de indicadores (ambientais, sociais, econmicos e institucionais) existentes (p. ex.: Mxico, Chile, EUA, Reino Unido, etc.). (c) Terceira gerao: Provavelmente, pode ter iniciado em 2001 e vai at ??? Corresponde ao atual desafio das iniciativas existentes no mundo. Por outro lado, importante destacar que na Amrica do Sul e na maioria dos pases, esto sendo desenvolvidos indicadores de primeira e segunda gerao. Observao: Pelo que foi observado no levantamento bibliogrfico, nenhum dos estudiosos da rea temtica dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentvel, ainda no estabeleceu o intervalo de tempo preciso para o estabelecimento dos indicadores de terceira gerao.

1.1.13 Problemas com a anlise espacial de Dados Censitrios Em 1854 os moradores da cidade de Londres estavam sofrendo com uma grave epidemia de clera e no conheciam a sua forma de contaminao. Nessa epidemia, j tinham morrido 500 pessoas. Ento, o doutor John Snow teve a idia de identificar num mapa onde haviam ocorridos os casos de clera e onde estavam os poos de abastecimento de gua. O mapa por ele elaborado mostrado atravs da Figura 3 (CAMARA, 2005).

33

Figura 3 Mapa de Londres com os casos de clera e pontos de gua contaminadaFonte: Cmara (2005) Nota: Casos de clera ( ) e poos contaminados (X)

.

Ento, com a espacializao dos dados, o Dr. Snow percebeu que a maioria dos casos estava concentrada ao torno do poo da "Broad Street" e ordenou o seu fechamento, o que contribuiu em muito para debelar a epidemia (CAMARA, 2005). Assim, a partir do acontecido em Londres, estudiosos, observaram a necessidade de espacializar s informaes para que se pudesse entender e resolver os vrios tipos de problemas que certamente viriam acontecer. Por essa razo, a cada dia que passa vrios segmentos da sociedade (p. ex.: rgos pblicos, universidades) vm desenvolvendo esforos para a incorporao da anlise espacial de dados na elaborao e na implantao de polticas pblicas que possibilitem tomada de decises em diversas reas do conhecimento (p.ex.: infra-estrutura, sade pblica, educao etc.).

34

Por esses motivos, importante destacar que a sociedade dispe a muitas dcadas, dos dados populacionais que so gerados nos Censos Demogrficos pelos tcnicos do IBGE. Pois esses dados so muito importantes para gesto do territrio e para a compreenso dos diferentes tipos de inter-relacionamentos que ocorrem entre a populao. Nesse sentido, diversas reas do conhecimento, como economia, cincias sociais, infra-estrutura etc., tm-se utilizado dessas informaes para o desenvolvimento de anlises e/ou implantao de suas polticas. Isto posto, cabe salientar que do conjunto de atividades do setor pblico em nvel nacional, aquelas que mais diretamente demandam informaes descentralizadas de carter scio-demogrfico so as chamadas polticas sociais (educao, sade, transferncia de renda, saneamento, habitao, etc.) (TORRES, 2006). De fato, embora outras polticas tambm utilizem dados demogrficos e populacionais para diversos fins, como no caso da poltica de transportes que os utiliza em estimativas de trfego, so as polticas sociais que utilizam informao demogrfica de modo mais intenso (TORRES, 2006). Como esses dados demogrficos possuem uma dependncia espacial com o territrio e so agregados, foi criado um sistema de localizao de endereos por setor censitrio 1, com o intuito de agilizar o georeferenciamento dos dados (PINA et al., 2004). Uma vez que os cdigos dos setores so utilizados como geocdigos 2 e associados aos mapas (PINA et al., 2004). J, que o setor censitrio 3 leva em conta critrios puramente operacional de coleta de dados em polgonos muito irregulares, tanto em relao ao formato, rea e/ou a densidade demogrfica (PINA; NOBRE, 1999). Assim, um dos problemas bsicos encontrados nos dados agregados censitrios e/ou populacionais, por exemplo, que de uma pesquisa para outra, pode haver modificao da rea do setor censitrio. Em virtude desse problema, a base de dados censitria comea a perder os ponteiros de registros das informaes relacionadas mesma rea (FOTHERINGHAM, 2000). Nesse ponto, cumpre mencionar que esta questo conhecidaSetor Censitrio: a unidade de controle cadastral formada por reas contnuas, urbanas ou rurais, cuja dimenso e nmero de domiclios ou de unidades no-residenciais permitem ao recenseador cumprir suas atividades censitrias em um prazo determinado, respeitando o cronograma de atividades (IBGE, 2000a). 2 Geocdigo: So os dados de Sensoriamento Remoto Geocodificados, que tem suas posies expressas em coordenadas relativas a um mapa base (ROSATTI, 2006) 3 Setor censitrio: Corresponde a uma rea delimitada de maneira que um nico recenseador a possa percorrer num perodo de um ms. Normalmente, em reas urbanas, corresponde a cerca de 350 domiclios e em reas rurais, a cerca de 250 domiclios. Em reas densamente povoadas, os setores censitrios podem corresponder a um nico prdio. J, em reas pouco povoadas, podem ser muito extensos (PINA; NOBRE, 1999).1

35

como problema da unidade de rea modificvel (Modifiable Areal Unit Problem - MAUP) (FOTHERINGHAM, 2000). Pelos motivos apresentados anteriormente, consideram que esse problema no pode ser abandonado, e que deve ser pesquisado, para que se possam desenvolver novas metodologias de anlise de dados de pesquisas populacionais e de espacializao dessas informaes no territrio (OPENSHAW; ALVANIDES, 1999). Diante de tudo o que foi apresentado at esse ponto, esta proposio se justifica, pelo fato da agregao de indivduos em reas tende a aumentar a correlao entre as variveis e a reduzir as flutuaes estatsticas (DIAS et al., 2002). Felizmente, para representar a informao geogrfica que apresenta uma natureza dual, CAMARA (2005) sugere que um dado geogrfico possui uma localizao geogrfica (expressa como coordenadas em um espao geogrfico). Alm disso, um dado geogrfico possui uma localizao geogrfica (expressa como coordenadas em um espao geogrfico) (CAMARA, 2005). Dentro desse contexto, cabe mencionar que os Sistemas de Informaes Geogrficas (SIGs) surgiram h mais de trs dcadas e tm-se tornado ferramentas valiosas nas mais diversas reas de conhecimento. Tais sistemas constituem num ambiente tecnolgico e organizacional que tem, cada vez mais, fascinado adeptos no mundo todo (MXIMO, 2006). Assim, o geoprocessamento pode ser definido, sucintamente, como o tratamento da informao relacionada ao espao geogrfico, seja atravs de coordenadas, seja atravs de endereo, com o uso de recursos computacionais. Envolve, portanto, qualquer forma de manipulao da informao de carter geogrfico (VIEIRA, 2002). J, o Sistema de Informao Geogrfica (SIG), so os sistemas que visam a coleta, armazenamento, manipulao, anlise e apresentao de informaes sobre entes de expresso espacial (PTR/USP, 2006). Agora, analisando-se o SIG atravs de uma viso abrangente, pode-se afirmar que tem as seguintes componentes: Interface com usurio; Entrada e integrao de dados; Funes de processamento grfico e de imagens; Visualizao e plotagem; e, Armazenamento e recuperao de dados (organizados sob a forma de um banco de dados geogrficos). Finalmente, conclui-se que as tcnicas de anlise espacial podem ampliar consideravelmente a capacidade de compreender os padres espaciais associados aos dados de rea, especialmente quando se trata de indicadores sociais (DIAS et al., 2002).

36

1.2 RELEVNCIA DO ESTUDO Um dos pontos de relevncia deste trabalho reside no estabelecimento de uma nova unidade de planejamento urbano, denominada pelo nome de Aglomerado de Setor Censitrio (ASC). Esta unidade foi criada a partir da reconstruo dos setores censitrios das pesquisas populacionais realizadas pelo IBGE, entre 1980 e 2000. Alm disso, vale pena ressaltar que cada ASC formado, permite a agregao dos dados dessas pesquisas e a identificao do tipo de presso que pode estar ocorrendo sobre o meio ambiente e os descritores mais afetados. Ainda, com relao a esses descritores, ser possvel caracteriza-los e hierarquiza-los, o que facilitar uma viso integrada e abrangente da rea de estudo. Portanto, cabe destacar que desde o seu incio, foram levantadas importantes informaes sobre a bacia ambiental do Rio Imboass, estabelecidos vrios tipos de indicadores (socioeconmicos e ambientais) e tambm elaborados cartogramas. Dentro desse contexto, espera-se que os resultados obtidos com esta tese, possam servir como fio condutor, para os gestores pblicos e os vrios segmentos da sociedade, no estabelecimento do desenvolvimento sustentvel dessa regio. Nesse ponto, pode-se afirmar que a utilizao desse tipo de unidade espacial indita, porque a metodologia utilizada mantm o encadeamento das modificaes sofridas pelos setores censitrios ao longo das pesquisas populacionais. Alm disso, incorpora a lgica de funcionamento e a historicidade do espao urbano. Ademais, esta pesquisa apresenta outros pontos de relevncia e ineditismo que devem ser mencionados, tais como: (a) Utilizao do conceito de bacia ambiental para delimitao da rea de estudo; (b) Aplicao da metodologia FPCIR (DSPIR) na rea de estudo; (c) Clculo, analise e comparao dos ndices: IQV-UFF (Censos 1980, 1991 e 2000), ICH (2000), ISA-BA (2000). (d) Clculo e anlise: Hidrograma Unitrio Triangular; Balano Hdrico; Contribuio antrpica de esgoto; Caracterizao da qualidade da gua do Rio

37

Imboass; Estimativas das emisses de nitrognio e fsforo em 2000 e a relao potencial de N:P em 2000; e, Custo de oportunidade por no conseguir (utilizar a gua do rio no abastecimento da populao ou aproveitar o lixo biodegradvel e o reciclvel).

Isto posto, h que se enfatizar que essa pesquisa encaixa-se exatamente no espao deixado, por outras j desenvolvidas nesse nvel. Visto que atravs dos textos e dos artigos nela incorporados, so apresentados os resultados obtidos para o planejamento da sustentabilidade nessa bacia ambiental, a partir: (a) da construo de cenrios temporais e espaciais que mostrem os problemas ambientais provocados aos recursos hdricos e a qualidade de vida da populao, devido precariedade dos servios de saneamento bsicos oferecidos populao; (b) da anlise dos efeitos das forantes socioeconmicas (p. ex.: crescimento populacional, urbanizao etc.) sobre os recursos hdricos da rea de estudo; e, (c) da aplicao prtica de mtodos de valorao ambiental para a estimativa de benefcios e custos ambientais, e a construo de anlises de Benefcios-Custos ambientais. Com vistas, sobretudo, ao fornecimento de subsdios para a correo de desvios no uso atual e para um uso sustentvel dos recursos naturais e conservao de suas funes. Finalmente, a presente pesquisa vem contribuir com trabalhos que se relacionam com vrias reas temticas do conhecimento, como por exemplo: geoprocessamento, geoqumica, socioeconmica, hidrologia, climatologia, uso do solo, geoestatstica, e, gesto ambiental. 1.3 ORGANIZAO DA TESE Esta tese encontra-se estruturada em sete captulos. Sendo que o primeiro captulo composto pela introduo. Onde se fez uma reviso bibliogrfica sobre os contedos e conceitos necessrios para o seu desenvolvimento, tais como: indicadores e ndices de desenvolvimento sustentvel; indicadores socioeconmicos (p. ex.: renda e educao); problemas com anlise espacial dos dados censitrios; e, relevncia do estudo. No segundo captulo, apresentam-se os objetivos a serem alcanados a justificativa e a estrutura do trabalho. J, o terceiro captulo, dedicado exclusivamente para apresentao da rea de estudo.

38

No quarto captulo descreve-se a metodologia aplicada no trabalho, enfatizando as etapas consideradas fundamentais na pesquisa, mtodos e os instrumentos utilizados. Constam do quinto captulo, as discusses dos resultados alcanados por esta pesquisa atravs: (a) dos indicadores (forantes, presso, condicionamento, impacto e resposta); (b) dos clculos dos ndices (IQV-UFF, ICH e ISA-BA); (c) do desenvolvimento de uma nova unidade espacial para a implantao e acompanhamento das polticas pblicas; (d) do SIG; (e) das anlises espaciais e temporais; (f) das estimativas de alguns custos para implantao dos servios de saneamento bsico; (g) da elaborao do hidrograma e do balano hdrico da rea de estudo; (h) dos clculos de alguns custos de oportunidade; e, (i) das respostas polticas, socioeconmicas e ambientais implementadas pelos Poderes Pblicos, pela Sociedade Organizada e por Este Estudo. No sexto captulo, apresentam-se as concluses e as recomendaes observadas a partir dos resultados da pesquisa. O captulo sete constitudo pelas bibliografias utilizadas para aprofundar e fundamentar os conhecimentos abordados no estudo. Ainda fazem parte do corpo dessa pesquisa, os anexos que so utilizados com a finalidade de complementar as informaes apresentadas.

39

2 OBJETIVOS 2.1 GERAIS Os objetivos gerais desta tese so: (1) Selecionar indicadores socioeconmicos e ambientais e integr-los atravs da utilizao da estrutura metodolgica FPCIR (Forante-Presso-Condicionamento-ImpactoResposta). Visando fornecer subsdios tomada de deciso relativa s polticas pblicas. (2) Desenvolver uma metodologia (eficaz e barata) para reconstruo espacial e temporal dos setores censitrios em uma nova unidade de planejamento urbano, identificada pelo nome de Aglomerado dos Setores Censitrios (ASCs). De modo que essa nova unidade de planejamento permita o detalhamento e o estudo da evoluo dos indicadores socioeconmicos e ambientais. Assim como, a insero espacial ao nvel de bacias urbanas, como por exemplo, no presente caso, a Bacia do Rio Imboass, localizada no Municpio de So Gonalo/RJ. O referencial de disponibilidade (isto , qualidade e/ou quantidade) do presente estudo de caso, enfoca as guas pluviais. 2.2 ESPECFICOS (1) Seleo de indicadores de Forantes-Presso-Condicionamento-ImpactoResposta (FPCIR). (2) Desenvolvimento de tcnica para compatibilizao (espacial e temporal) dos dados dos setores censitrios das pesquisas populacionais (censo Demogrfico e Contagem da Populao) do IBGE. (3) Produo cartogrfica da malha digital de Aglomerados de Setores Censitrios (ASCs). (4) Avaliar o desempenho dos diferentes ndices sintticos na anlise dos indicadores socioeconmicos e ambientais. (5) Integrao dos indicadores na Estrutura Metodolgica FPCIR.

40

3 REA DE ESTUDO 3.1 ESCOLHA DO MUNICPIO DE SO GONALO A escolha do Municpio de So Gonalo, no Estado do Rio de Janeiro, para o desenvolvimento do trabalho, prendeu-se, principalmente aos seguintes fatores: (a) Possuir a segunda populao do Estado do Rio de Janeiro; (b) Ser um municpio estratgico para empreendimentos econmicos, pois detm o terceiro maior ndice de potencial de consumo do Estado; (c) Pelas condies deficientes nos servios de saneamento bsico (lixo, saneamento e gua); e, (d) Por possuir setores censitrios bastante irregulares tanto em formato quanto em densidade populacional.

3.1.2 Localizao e Caractersticas do Municpio 3.1.2.1 Localizao A cidade est a uma altitude mdia de 19 m acima do nvel do mar (na sede municipal), possuindo as seguintes coordenadas geogrficas: 220 4937 de latitude sul e 430 0314 de longitude de W. Gr. (WIKIPDIA, 2006) (Figura 4).

41

Estado do Rio de Janeiro

Municpio de So Gonalo

Baa da Guanabara

Municpio de So Gonalo

Baa da Guanabara Mun. de So Gonalo

IB-810 Rio Imboass (rea de estudo)Figura 4 Localizao Geogrfica do Municpio de So Gonalo no Estado do Rio de Janeiro, da Baa da Guanabara e a Bacia do Rio ImboassFonte: Este estudo Nota: Os cartogramas no dispem de escala por causa dos originais

42

3.1.2.2 Formao Administrativa O municpio de So Gonalo foi fundado em 6 de abril de 1579 pelo colonizador Gonalo Gonalves. Em 22 de setembro de 1890, o ento distrito de So Gonalo emancipado politicamente de Niteri passando a se desenvolver consideravelmente (WIKIPDIA, 2006). Em 6 de abril de 1579, o colonizador Gonalo Gonalves fundava So Gonalo, mandando construir uma capela com o santo de sua devoo - So Gonalo D'Amarante, marcando sua colonizao (WIKIPDIA, 2006). O municpio atualmente est dividido em cinco distritos (So Gonalo, Ipiba, Monjolos, Neves e Sete Pontes) e possui 91 bairros (BRAGA, 1998).

3.1.2.3 Clima Segundo Mayerhofer & Toledo (1991), por estar localizado em uma regio tropical, a rea est submetida intensa radiao solar. A temperatura mdia anual situa-se em torno de 28,70 C, com a mnima, no ms de julho, pouco superior a 26,50 C e a mxima, em fevereiro, 310 C. Quanto a So Gonalo (2006), o clima do municpio ameno e seco, variando entre a temperatura mxima anual de 33 e a mnima de 12. 3.1.2.4 Hidrografia O Municpio de So Gonalo representado pela bacia do rio Guaxindiba, que nasce no bairro de Anaia (no 20 Distrito da cidade), cortando os bairro de sacramento, Barraco e Marambaia. Nele desguam os rios Alcntara (principal afluente), Camaro (margem esquerda) e Guaian (margem direita). Esse recurso hdrico o maior do municpio com 29 km de extenso e finalmente desgua na Baa da Guanabara (BRAGA, 1998). Na Tabela 2 so apresentadas algumas informaes sobre os rios do Municpio de So Gonalo (BRAGA, 1998).

43

Tabela 2 Informaes sobre os rios do Municpio de So Gonalo Alcntara Afluente do rio Guaxindiba, com extenso de 25 km. Recebe este nome a partir da lagoa do Capote em Tribob. Nele desguam os rios Coluband, Areal e Mutondo. Imboass Nasce no Engenho Pequeno, no Distrito de Sete Pontes e corta toda a zona urbana at o Boass. Sua Foz fica prxima ao canal do Imboass, acima do bairro do Boa Vista. Sua extenso de 8 km. Aldeia Afluente do rio Macacu (prximo a Porto das Caixas) e faz limite com Itabora. Nasce entre as serras de Tiririca e Itaitindiba nos limites com Marica e Itabora. Percorre 16 km no Municpio de So Gonalo no leito da antiga Estrada de ferro te Santa Izabel, indo desaguar em Itabora, prximo a Porto das Caixas. Bomba Com 3,5 km de extenso, nasce no Morro do Castro e desgua na Baa da Guanabara. Anteriormente recebia o nome de Barreto. Faz divisa com o municpio de Niteri. Baro Serve de divisa entre os segundo e terceiro distritos da cidade de So Gonalo. Cabuu Faz divisa com Itabora. Percorre o Distrito de Monjolos. Das Pedras Com 2,3 km de extenso, f az divisa com Niteri no bairro do Baldeador. Marimbondo Quintanilha Macacu Paraguai Mutondo Guaian Coluband Gamb Serrinha Brandoa 3.1.2.4.1 Canais Segundo Braga (1998), o municpio possui os seguintes canais: (a) Imboass: Tem 6 km, liga as terras alagadias ao rio Imboass e separa a ilha de Itaca do continente; (b) Itaca: Separa outra parte de Itaca do continente. Em poca de mar cheia permitia o transporte de lenha e carvo; (c) Guaxindiba: Com 3 km, liga a fbrica de Guaxindiba at o rio Guaxindiba com um percurso de 2 km (aberto pela fbrica de cimento Portland); (d) Codeo: Pouca profundidade (tipo valo); e, (e) Norberto: Pouca profundidade (tipo valo). Com 5 km de extenso, desgua na Baa da Guanabara. Fica no Quarto Distrito e corta a Rua Paul Leroux no Gradim. Desgua na Baa da Guanabara. Est situado no primeiro Distrito. Nasce na serra de Calaboca e faz divisa com Niteri. Percorre o quarto e quinto Distritos. Corta os bairros da Trindade e Mutondo. afluente da margem esquerda do rio Alcntara. Faz limite com Itabora. Tem em So Gonalo o Rio Monjolo como afluente. Percorre o Primeiro Distrito Est localizado no bairro de Monjolo e corta a Av. Almirante Pena Boto, no Bairro de Vista Alegre. Est localizado no bairro de Ipiba. Possui 2,6 km de extenso e corta o bairro de Neves. Antes denominado de Branda.

Fonte: Adaptado de Braga (1998)

44

3.1.2.4.2 Praias De acordo com Braga (1998), as informaes sobre as praias so as seguintes: Da Luz, So Joo e So Pedro, Focinho de Porco, da Caieira, da Beira (em Itaca 1100 m ), Pedrinhas (no Porto da Pedra 400 m). No Paiva, em Neves os 300 m de praia correspondentes s praias do Paiva ou Coroa da Esso, do Pontal e da Magata no mais existem desde a construo da Rodovia Niteri-Manilha. Na praia de So Joo encontra-se, na encosta do morro, uma gruta indgena. 3.1.2.4.3 Ilhas Em So Gonalo so encontradas as seguintes ilhas (BRAGA, 1998): (a) Itaca: separada do continente pelo rio lmboass e tambm pelos canais do rio lmboass e Itaca. ligada ao continente pela ponte do Rodzio. Nela encontram-se a gruta do Focinho e do Porco, as Fazendas da Luz e Itaca e os manguezais e alagadios da cidade; (b) Flores: Localizada em Neves, mede 500 m de comprimento por 200 m de largura; (c) Carvalho: Prxima as ilhas Anans e Flores, na Regio de Neves, mede 450 m de comprimento por 280 m de largura; (d) Engenho: Na regio de Neves, mede 1100 m de comprimento por 600 m de largura; (e) Itaoquinha: Formada por um grande pedregulho. Possui apenas uma casa; (f) Rasa: Nela encontra-se o farol; (g) Tavares: Na regio do Gradim, mede 1800 m de comprimento por 300 m de largura, possui uma colnia de pescadores; (h) Pontal: Localizada no Porto Velho; (i) Anans: Pequena, localizada ao lado da ilha das Flores, em Neves; (j) Coroa Grande: Na regio de Neves, fronteiria a Ilha do Engenho; e, (k) Muxingueiro ou Mexingueiro: Pequena ilha e fica prxima a ilha de Anans. 3.1.2.5 Solos Os processos pedolgicos atuantes no municpio produziram os seguintes tipos de solos (FUNDREM, 1991): latossolo vermelho e amarelo; podzlico vermelho e amarelo, hidromrfico e halomrfico. 3.1.2.6 Morros De acordo com Braga (1998), a cidade possui os morros da Boa Vista, Engenho Pequeno, Viana, Martins, Paiva, Madama, Capela, Castro (300 m), Itana (280 m), Patronato (117 m), Mineiro (191 m), da Cruz (114 m), Vista Alegre (185 m), da Luz (116 m), do Lirio (99 m) e Chapelo (40 m).

45

3.1.2.7 Serras No municpio de So Gonalo, so encontradas as serras de (BRAGA, 1998): a) b) c) d) e) Calaboca: Faz divisa com Maric. Localiza-se no segundo Distrito. Grande: Faz divisa com Niteri. Seu ponto mais alto o Cantagalo. Itaitindiba: No 20 distrito, faz divisa com Itabora. Serrinha: No 20 distrito, faz divisa com Maric. Itaca: No 10 distrito, apresenta o morro de Itana.

3.1.2.8 Manguezal A APA de Guapimirim foi criada em 23/09/1984, atravs do Decreto Federal 90.225 e possui cerca de 140 km2. H 100 anos, esse manguezal era quatro vezes maior do que hoje (BERNA, 1996). Na APA de Guapimirim, outros rios em seu trecho final constituem esta unidade de conservao. O principal rio o Guapi-Macacu, que possui rede de drenagem de 1.224 km2 e uma vazo mdia da ordem de 40,6 m3/s. Na sua desembocadura formam-se grandes bancos de lodos pela contnua disposio de sedimentos, muitos dos quais do lugar a formao de ilhas dentro da Baa de Guanabara (ISER, 1996). 3.1.3 Populao O Municpio de So Gonalo possua 293.476 habitantes em 1965. J em 1970, apresentava 430.271 moradores, registrando aumento em torno de 68,00 %, sobre a populao encontrada em 1965 (BRAGA, 1998). Dentro deste contexto, vale salientar que desde o Censo Demogrfico de 1970, o municpio 100% urbano (RIO DE JANEIRO, 1993). Em 1980 a populao do municpio era de 615.352 habitantes (IBGE, 2001a). J, em 1991 a cidade possua 779.832 habitantes (IBGE, 2001b). Verificando-se os dados da Contagem Populacional de 1996 realizada pelo IBGE, verifica-se que foram encontrados no municpio, 833.379 habitantes (IBGE, 2001c). No tocante a populao da cidade em 2000, o Censo Demogrfico do mesmo ano registrou 889.828 habitantes (IBGE, 2001d). Assim, de posse dos dados populacionais apresentados no presente trabalho, verifica-se que entre o ano de 1965 e 2000, a populao do municpio praticamente triplicou.

46

Complementando esses dados populacionais, este estudo estimou o nmero de habitantes para o Municpio de So Gonalo em 2005 (964.041 pessoas) e 2010 (1.045.926 pessoas) (Figura 5). Para esse clculo, utilizou-se o nmero de habitantes encontrados na cidade pelo IBGE, entre 1980 a 2000.

Fonte: Este estudo Nota: Identificao dos distritos apresentados no cartograma: 10 Distrito (So Gonalo); 20 Distrito (Ipiba); 30 Distrito (Monjolos); 40 Distrito (Neves); e, 50 Distrito (Sete Pontes)

Figura 5 Populaes estimadas para o Municpio de So Gonalo em 2005 e 2010, Segundo os Distritos

47

3.1.4 Rodovias A cidade cortada por trs rodovias importantes (SO GONALO, 2000): BR 101 (Niteri - Manilha), RJ 104 (Niteri/Itabora, entroncamento com a BR 101) e pela RJ 106 (Rodovia Amaral Peixoto).

3.1.5 Problemas Ambientais 3.1.5.1 No municpio de So Gonalo O municpio apresenta a rede de drenagem, afetada por uma ocupao urbana de alta densidade demogrfica. Alm disso, no dispe de sistemas adequados de esgotamento sanitrio e coleta de lixo. Desse modo, a rede de drenagem apresenta vrios focos de poluio orgnica (Exemplos: esgoto domiciliar, disposio inadequada do lixo etc.) e industrial. Em vrios corpos dgua receptores do municpio, tais como os rios Guaxindiba e Alcntara, verifica-se o lanamento de esgoto domiciliar em locais que no possuem condies e/ou vazo suficiente para que haja uma autodepurao desses esgotos, sem prejuzo para a qualidade das guas. No caso do Rio Alcntara, segundo informaes da FEEMA, a concentrao mdia de oxignio dissolvido (%OD) baixou de 6,5 mg/l para 2,9mg/l, no perodo de 87-89 e a DBO, aumentou de 5,8 mg/l para 192 mg/l no mesmo perodo (ISER, 1996). Segundo Rio de Janeiro (1993), o municpio de So Gonalo possua os seguintes problemas ambientais: (a) - Situaes Crticas: Deficincia de sistema de esgoto sanitrio; Deficincia de cobertura arbrea; Precrias condies de vida; Vetores ( mosquitos e ratos ); Favelizao e sub-habitao; Refgios de flora e fauna ameaados; Risco de acidentes; Poluio das guas; Inundaes e enchentes; Resduos slidos; Assoreamento dos corpos dgua; Poluio das praias; e, Lanamento de leo; (b) - Situaes Semicrticas: Degradao de reas de preservao; Eroso do solo; Ocupao de encostas; Poluio do ar; Aterro de corpos dgua; Poluio sonora; e, Minerao; e, (c) - Situao de Alerta: Processo de desmatamento.

3.1.5.2 No manguezal da APA de Guapimirim No manguezal ocorrem vrios tipos de problemas, tais como: (a) Desmatamento para retirada de madeiras para: olarias, padarias, indstrias, construo civil etc.; (b)

48

Dragagem e retificao dos cursos de rios que atravessam o manguezal; (c) Pela construo da Rodovia Niteri - Manilha (BR-101) que atravessa todo municpio, foi estabelecida sobre aterros, manguezais e rios (p. ex.: Rio Brandoas). Pois muitas dessas reas eram bem preservadas at a construo da rodovia; (d) Aterros e vazadouros de lixo em locais inadequados; (e) Poluio das guas por: esgoto domstico, vazamentos de leo, chorume da decomposio do lixo, indstrias (pescado) etc.; (f) Fiscalizao precria e ineficiente; e, (g) Falta de conscientizao da populao sobre a importncia do manguezal.

3.1.6 Informaes Econmicas Com base no trabalho de So Gonalo (2000), o municpio ocupa o terceiro lugar na arrecadao de ICMS (Imposto sobre a Circulao de Mercadorias), entre os 14 municpios da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro, e o quinto lugar em relao a todo Estado do Rio. No tocante ao IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o municpio est em terceiro lugar, comparando-se com as outras cidades da Regio Metropolitana, e na sexta posio, se for considerado todo o Estado (SO GONALO, 2000). Ainda segundo o autor, a cidade possui o terceiro IPC (ndice Potencial de Consumo) no Estado, s superada pelos municpios do Rio de Janeiro e Niteri respectivamente (Tabela 3). Tabela 3 Alguns municpios do Estado do Rio de Janeiro, segundo o nmero de habitantes e o ndice Potencial de Consumo (IPC) Municpios Populao IPC (%) Rio de Janeiro Niteri So Gonalo Duque de Caxias Petrpolis Nova IguauFonte: So Gonalo (2000)

5.598.993 459.901 869.395 746.885 279.213 862.368

8,311 0,665 0,337 0,213 0,197 0,150

Assim, vale pena mencionar que as receitas tributrias municipais de 1999, atingiram o montante de R$ 50.526.355,34, distribudas percentualmente da seguinte maneira (Tabela 4) (SO GONALO, 2000).

49

Tabela 4 Distribuio Percentual das Receitas Tributrias Municipais de So Gonalo 1999 Distribuio das Receitas Tributrias Imposto Predial e Territorial Urbano Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza Outras Receitas TributriasFonte: So Gonalo (2000)

Percentual (%) 43 21 36

No tocante ao PIB (Produto Interno Bruto), o municpio est em quarto lugar, com o valor de R$ 3.360.623.000,00, comparando-se com as outras cidades da Regio Metropolitana, e a mesma posio, se for considerado todo o Estado (RIO DE JANEIRO, 2002).

3.1.7 Participao do Municpio de So Gonalo no Contexto do Estado do Rio de Janeiro Em 1991, o Municpio de So Gonalo ocupava a segunda posio no ranking estadual, concentrando 6,09% da populao do Estado. Em 2000, essa posio manteve-se inalterada e concentrou 6,19% da populao estadual (IBGE, 2001d). Quanto taxa de densidade demogrfica do est