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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA ESTUDO FARMACOLÓGICO E NEUROQUÍMICO DA FASE AGUDA DO PROCESSO CONVULSIVO INDUZIDO POR PILOCARPINA EM ÁREAS CEREBRAIS DE RATOS ADULTOS RIVELILSON MENDES DE FREITAS Fortaleza 2006

Tese Rivelilson Mendes de Freitas - repositorio.ufc.br · À Luciana Carlos Avelino minha estimada amiga e secretaria, companheira de luta e que merece ser muito feliz, pois é uma

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA

ESTUDO FARMACOLÓGICO E NEUROQUÍMICO DA FASE AGUDA

DO PROCESSO CONVULSIVO INDUZIDO POR PILOCARPINA EM

ÁREAS CEREBRAIS DE RATOS ADULTOS

RIVELILSON MENDES DE FREITAS

Fortaleza

2006

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RIVELILSON MENDES DE FREITAS

ESTUDO FARMACOLÓGICO E NEUROQUÍMICO DA FASE AGUDA

DO PROCESSO CONVULSIVO INDUZIDO POR PILOCARPINA EM

ÁREAS CEREBRAIS DE RATOS ADULTOS

Tese submetida à Coordenação do Curso de

Pós-Graduação em Farmacologia do

Departamento de Fisiologia e Farmacologia da

Universidade Federal do Ceará, como

requisito parcial para a obtenção do título de

Doutor em Farmacologia.

Fortaleza - Ce

2006

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Rivelilson Mendes de Freitas

ESTUDO FARMACOLÓGICO E NEUROQUÍMICO DA FASE AGUDA

DO PROCESSO CONVULSIVO INDUZIDO POR PILOCARPINA EM

ÁREAS CEREBRAIS DE RATOS ADULTOS

Fortaleza

2006

Orientadora:

Profa. Dra. Marta Maria de França Fonteles

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F959a Freitas, Rivelilson Mendes Estudo farmacológico e neuroquímico da fase aguda do

processo convulsivo induzido por pilocarpina em áreas

cerebrais de ratos adultos/ Rivelilson Mendes de Freitas -

Fortaleza, 2006.

332f.:il.

Orientador: Profa. Dra. Marta M. de França Fonteles. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Departamento de Fisiologia e Farmacologia. 1. Convulsão. 2. Pilocarpina.

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RIVELILSON MENDES DE FREITAS

ESTUDO FARMACOLÓGICO E NEUROQUÍMICO DA FASE AGUDA DO PROCESSO CONVULSIVO INDUZIDO POR PILOCARPINA EM

ÁREAS CEREBRAIS DE RATOS ADULTOS

Tese submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Farmacologia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Farmacologia

Aprovada em ___/___/_______

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Profa. Dra. Marta Maria de França Fonteles (Orientadora)

Departamento de Fisiologia e Farmacologia – UFC

________________________________________

Profa. Dra. Francisca Cléa Florenço de Sousa (Co-orientadora) Departamento de Fisiologia e Farmacologia – UFC

________________________________________________

Prof. Dr. Reinaldo Nóbrega de Almeida Universidade Federal da Paraíba - UFPb

________________________________________

Prof. Dr. Reinaldo Naoto Takahashi Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC

________________________________________

Prof. Dr. Otoni Cardoso do Vale Universidade Federal do Ceará – UFC

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A CURA DE UM MENINO EPILÉPTICO

Mc. 9.14-32; Lc 9.7-45

“Quando chegou à multidão, um homem aproximou-se de Jesus, se ajoelhou e

disse: Senhor tem misericórdia de meu filho que é lunático e sofre muito”

Ele muitas vezes cai no fogo e na água. Eu o trouxe aos seus discípulos, mas

não puderam curá-lo.

Jesus lhe respondeu: Ó geração incrédula e perversa!

Até quando estarei convosco? Até quando vos suportarei?

Trazei-me aqui o menino.

“Jesus repreendeu o demônio; e este saiu do menino, e desde àquela hora o

menino ficou curado”.

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AGRADECIMENTOS

A quem tudo devo: Deus!!!

″Obrigado, Senhor, pela tua presença constante ao meu lado! Tu és a

força no momento de fraqueza, a alegria no momento de tristeza″.

″Tu és a paz na tribulação e na angústia, és a rocha que alicerça meus

projetos, e o embalo harmonioso que me acalma nas noites de inquietação″.

″Tu és a luz que ilumina meu caminho e a energia que me faz

caminhar″.

″Tu envolves minha vida e estás presente a cada momento que vacilo″.

″Quando caio me levantas; quando me decepciono, me animas; quando

sinto medo; fortaleces-me″.

″Em ti confio plenamente e a todo o momento rendo graças pelas

bênçãos e maravilhas que realizas a cada novo dia″.

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Aos meus bens queridos

Raimundo da Silva Freitas e Maria Mendes da Silva

por confiarem e acreditarem em meus projetos e esforços e por serem

a energia que impulsiona minha vida;

Aos meus queridos afilhados Trisy Lima e Willy Mendes por aceitarem

a minha ausência;

A minha grande iluminada filha e conquista e por ser o meu maior

bem querer Richerllyng Mendes de Freitas, que eu possa um dia ensinar tudo

que estou aprendendo com o seu crescimento.

Amo vocês!!!!!

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À Profa. Dra. Marta Maria de França Fonteles, minha grande amiga e

estimada orientadora. Obrigado pela valiosa contribuição na minha

formação acadêmica e profissional. Parabéns pela sua dedicação integral a

Universidade Federal do Ceará, pelos seus esforços nas inúmeras pesquisas

que realiza, e por suas aulas dinâmicas e descontraídas. Muito obrigado por

tudo, e principalmente pela paciência, críticas e conselhos.

À Profa. Dra. Silvânia Maria Mendes de Vasconcelos pela sua

dedicação à pesquisa e a docência, e as horas despendidas na ajuda da

elaboração dos experimentos e discussão dos meus resultados, sendo a sua

participação indispensável para realização deste trabalho. Obrigado

também por ter aceitado e participado do meu exame de qualificação de

doutorado. Parabéns pelo seu sucesso merecido como excelente professora e

dinâmica pesquisadora.

Ao Prof. Dr. Carlos Maurício de Castro Costa o meu profundo

agradecimento por ter aceito o convite para participar da minha banca

examinadora da tese de doutorado, e por sua valiosa contribuição na banca

do exame de qualificação.

À Profa. Dra. Francisca Cléa Florenço de Sousa pela sua dedicação à

pesquisa e a docência. Obrigado por ter aceito o convite para participar da

minha banca examinadora da tese de doutorado.

Ao Prof. Dr. Reinaldo Nóbrega de Almeida o meu profundo agradecimento por ter aceito o convite para participar da minha banca examinadora da tese de doutorado.

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Ao Prof. Dr. Otoni Cardoso do Vale meu profundo agradecimento por ter aceito o convite para participar da minha banca examinadora da tese de doutorado.

Ao Prof. Dr. Reinaldo Naoto Takahashi o meu profundo

agradecimento por ter aceito o convite para participar da minha banca

examinadora da tese de doutorado.

À Profa. Dra. Letícia Veras Costa Lotufo, por prontamente ter aceito

participar da minha banca de Exame de Qualificação de Doutorado.

À Profa. Dra. Glauce S. B. Viana pela sua colaboração preciosa, apoio,

críticas e incentivos prestados, a mim durante a realização deste e de outros

trabalhos.

Aos meus colegas e professores do Departamento de Fisiologia e

Farmacologia, pela compreensão e disponibilidade em ajudar a realização

deste trabalho, em especial a Stênio Gardel Maia, Luzia Kalyne A. M. Leal,

Juvênia Bezerra Fontenele, Daniele Silveira Macedo, Lissiana M. V. de

Aguiar, Iri Sandro Pampolha Lima e Francisco Cícero Bezerra Felipe.

Às prezadas doutorandas e grandiosas bolsistas do laboratório de

Neurofarmacologia, Viviane Silva Nascimento e Aline Albuquerque de

Oliveira, por participarem de vários experimentos e discussão dos

resultados. Valeu pela força e sucesso, vocês merecem!!!!

A meu grande e estimado amigo Flávio Damasceno Maia por estar

sempre presente. Muito obrigado por tudo, com palavras não tenho como

agradece-lo. Já diz a música, “Amigo é coisa para se guardar ao lado

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esquerdo do peito”. Que Deus ilumine o seu caminho e trilhe o seu sucesso,

você merece!!!!! E as pessoas são responsáveis diretamente por aquilo que elas

cativam e você é um vitorioso.

À turma do Laboratório de Neurofarmacologia pelo convívio agradável

e préstimos.

Em especial agradeço as técnicas Vilani e Jaqueline, que me ajudou em

vários momentos e que exerce uma função brilhante de técnica no

Laboratório de Neurofarmacologia atuando em várias pesquisas de

diferentes linhas, nas quais a sua ajuda é imprescindível. E a minha amiga

Arlineide Rodrigues de Holanda por sua contribuição estimada e

ensinamentos constantes.

À Luciana Carlos Avelino minha estimada amiga e secretaria,

companheira de luta e que merece ser muito feliz, pois é uma pessoa

abençoada por Deus. Te adoro!!!!!

À Farmácia Escola por gentilmente doar água Milli-Q utilizada em

muitos experimentos deste trabalho.

Ao Hospital Universitário Walter Cantido (HUWC) por ter doado

gentilmente várias drogas usadas nesse trabalho.

À minha querida irmã Rizângela Lyne Mendes de Freitas que sempre

esteve bem próxima de mim, acompanhando-me nos momentos difíceis dessa

luta e da vida, o meu profundo agradecimento. Paz, sucesso e amor!!!

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Á minha doce e pequenina amiga Diene Santos Braga, pelo bem que

você me quer, pelo carinho mútuo existente, e que possamos desfrutar de

muitos e muitos outros momentos de agradável companhia e até mesmo de

tristeza se necessário. Amigos são para todas as horas, e você é minha

grande amiga. Muito obrigado por tudo. Sejam felizes e que Deus os

abençoe!!!!

À minha estimada amiga Mariana Brizeno de Oliveira pelas orações

constantes e o apoio incondicional. Parabéns pelo crescimento profissional

como farmacêutica e pela honestidade com que você trabalha Desculpe-me

pela ausência. Sucesso e que Deus a abençoe!!!!

À minha estimada bolsista Rachel Ferreira da Silva pelo apoio

incondicional. Parabéns pelo crescimento estudantil e ao seu futuro

profissional como farmacêutica e pela honestidade com que você trabalha.

Sucesso e que Deus a abençoe!!!!

Ao doutorando Hélio Vitoriano Nobre Júnior, por ter auxiliado e

contribuído em alguns experimentos.

O meu sincero agradecimento à Coordenação do Curso de Pós-

Graduação: Dra. Maria Elisabete Moraes, Dr. Vietla S. Rao, Dra. Helena

Serra Azul Monteiro e Dra. Francisca Cléa Florenço de Sousa, a estimada e

prestativa secretária: Aura Rhanes Nogueira Yda e aos meus colegas de pós-

graduação que me estimularam, pela presteza e colaboração durante o

período de realização da minha Tese de Doutorado.

Ao CNPq pelo valioso apoio financeiro.

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SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

ABREVIATURAS

INTRODUÇÃO 32

Epilepsia 33

Definição e terminologia 33

Fisiopatologia das convulsões induzidas por pilocarpina 34

O sistema límbico e a áreas cerebrais estudadas: hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal

35

Principais alterações histopatológicas durante o processo convulsivo

induzido por pilocarpina

39

Classificação das crises epilépticas 41

Crises generalizadas 43

Fases da convulsão límbica em animais 44

Neurotransmissão colinérgica e o processo convulsivo 45

Síntese, metabolização, receptores e funções da acetilcolina 45

Neurotransmissão noradrenérgica e o processo convulsivo 49

Síntese, metabolização, receptores e funções da noradrenalina 49

Neurotransmissão noradrenérgica e o seu envolvimento com o processo

convulsivo induzido por pilocarpina

53

Neurotransmissão dopaminérgica e o processo convulsivo 54

Síntese, metabolização, receptores e funções da dopamina 54

Neurotransmissão dopaminérgica e o seu envolvimento com o processo

convulsivo induzido por pilocarpina

Neurotransmissão serotonérgica e o processo convulsivo 60

Síntese, metabolização, receptores e funções da serotonina 60

Neurotransmissão serotonérgica e o seu envolvimento com o processo

convulsivo induzido por pilocarpina

64

Neurotransmissão GABAérgica e o processo convulsivo 64

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Síntese, metabolização e funções do ácido γ-amino butírico (GABA) 64

Neurotransmissão GABAérgica e o seu envolvimento com o processo

convulsivo induzido por pilocarpina

68

Síntese, metabolização e funções do glutamato 68

Neurotransmissão glutamatérgica e o seu envolvimento com o processo

convulsivo induzido por pilocarpina

75

Radicais livres e “espécies reativas de oxigênio” 77

Defesas antioxidantes 79

Estresse oxidativo 83

Espécies reativas derivadas do oxigênio (EROs) e EO e o seu envolvimento

com o processo convulsivo induzido por pilocarpina

84

Relevância e Justificativa 85

OBJETIVOS 87

MATERIAL E MÉTODOS 90

Animais 91

Preparo das drogas para os tratamentos 91

Tratamento dos grupos experimentais 92

Material utilizado nos experimentos 94

Estudo comportamental 95

Dissecação das áreas cerebrais 97

Determinação da atividade acetilcolinesterásica (AChE) 99

Método 99

Procedimento experimental 100

Soluções reagentes 100

Determinação da produção de substâncias ácidas reativas com o ácido

tiobarbitúrico (TBARS)

100

Método 100

Procedimento Experimental 101

Soluções reagentes 101

Determinação da produção de nitrito e nitrato 102

Método da Preparação da Curva-Padrão 102

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Procedimento Experimental 102

Soluções reagentes 103

Determinação da atividade enzimática da superóxido dismutase (SOD) 103

Método 103

Procedimento Experimental 103

Soluções reagentes 104

Determinação da atividade enzimática da catalase (CAT) 105

Método 105

Procedimento Experimental 106

Soluções reagentes 106

Determinação da concentração da glutationa reduzida (GSH) 107

Método 107

Procedimento Experimental 107

Soluções reagentes 108

Determinação da densidade de receptores muscarínicos (M1 e M2) 109

Método 109

Procedimento Experimental 110

Soluções reagentes 111

Determinação da densidade de receptores dopaminérgicos 112

Método para os receptores dopaminérgicos (D1 e D2) 113

Método 113

Procedimento experimental 114

Soluções reagentes 115

Determinação da densidade de receptores serotonérgicos (5-HT2) 116

Método 116

Procedimento experimental 117

Soluções reagentes 118

Determinação da densidade de receptores GABAérgicos 119

Método 119

Procedimento experimental 119

Soluções reagentes 120

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Determinação da densidade de receptores glutamatérgicos 122

Método 122

Procedimento experimental 122

Soluções reagentes 122

Determinação de monoaminas e metabólitos com HPLC eletroquímico 123

Método 125

Procedimento experimental 126

Soluções reagentes 126

Determinação de aminoácidos com HPLC com detector de fluorescência 130

Método 130

Procedimento experimental 130

Soluções reagentes 131

Dosagem de proteína 134

Método 134

Soluções reagentes 134

Análise estatística 134

RESULTADOS

135

Estudo das alterações comportamentais 136

Comportamento de ratos adultos observados durante 1 e 24h após

administração de pilocarpina.

136

Estudos das manipulações farmacológicas no comportamento de ratos

adultos induzidos por pilocarpina

138

Estudo do efeito de drogas que interferem com a neurotransmissão

colinérgica e dopaminérgica sobre as convulsões induzidas por

pilocarpina

138

Estudo do efeito de drogas que interferem com a neurotransmissão

serotonérgica sobre as convulsões induzidas por pilocarpina

142

Estudo do efeito de drogas que interferem com a neurotransmissão

gabaérgica sobre as convulsões induzidas por pilocarpina

145

Estudo do efeito de drogas que interferem com a neurotransmissão 149

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glutamatérgica, opióides e estabilizantes do humor sobre as convulsões

induzidas por pilocarpina

Estudo do efeito de drogas antioxidantes sobre as convulsões induzidas por

pilocarpina

155

Estudos Neuroquímicos 156

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a atividade

acetilcolinesterásica em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de

ratos com 2 meses de idade

156

Determinação do conteúdo de substâncias reativas com o ácido

tiobarbitúrico (TBARS) em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal

de ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400mg/kg

158

Conteúdo de de nitrito e nitrato em hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina

400mg/kg

160

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a atividade da

superóxido dismutase em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de

ratos com 2 meses de idade

162

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a atividade da

catalase em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2

meses de idade

164

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a concentração da

glutationa reduzida (GSH) em hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal de ratos com 2 meses de idade

166

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos

receptores muscarínicos (M1) e sobre a constante de dissociação (Kd)

em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de

idade

168

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos

receptores muscarínicos (M2) e sobre a constante de dissociação (Kd)

em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de

idade

171

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Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos

receptores dopaminérgicos D1-like e sobre a constate de dissociação

(Kd) em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2

meses de idade

174

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos

receptores dopaminérgicos D2-like e sobre a constate de dissociação

(Kd) em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2

meses de idade

177

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos

receptores serotonérgicos 5-HT2-símile e sobre a constate de

dissociação (Kd) em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de

ratos com 2 meses de idade

180

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos

receptores GABAérgicos e sobre a constate de dissociação (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de

idade

183

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos

receptores glutamatérgicos e sobre a constate de dissociação (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de

idade

186

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg (P400) sobre as

concentrações das monoaminas e seus metabólitos DA, DOPAC, HVA,

NA, 5-HT e 5-HIAA em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de

ratos com 2 meses de idade.

189

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg (P400) sobre as

concentrações das monoaminas e seus metabólitos DA, DOPAC, HVA,

NA, 5-HT e 5-HIAA em corpo estriado de ratos com 2 meses de idade.

192

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg (P400) sobre as

concentrações das monoaminas e seus metabólitos DA, DOPAC, HVA,

NA, 5-HT e 5-HIAA em córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

195

Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg (P400) sobre a taxa de 198

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metabolização das monoaminas DA e 5-HT em hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade

Concentração dos aminoácidos glutamato, glutamina, tirosina e aspartato

em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos após

convulsões induzidas por pilocarpina

201

DISCUSSÃO 205

CONCLUSÕES 273

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 278

APÊNDICES 321

Apêndice 1: Abstract do trabalho publicado na revista Comparative

Biochemistry and Physiology. Toxicology & Pharmacology: CBP. Outubro/2003.

322

Apêndice 2: Abstract do trabalho publicado na revista Pharmacology,

Biochemistry, and Behavior. Junho/2004.

323

Apêndice 3: Abstract do trabalho publicado na revista Neuroscience letters.

Julho/2004.

324

Apêndice 4: Abstract do trabalho publicado na revista Neuroscience letters.

Novembro/2004.

325

Apêndice 5: Abstract do trabalho publicado na revista The FEBS journal.

Março/2005.

326

Apêndice 6: Abstract do trabalho publicado na revista Life Sciences.

Dezembro/2005.

327

Apêndice 7: Abstract do trabalho publicado na revista Pharmacology,

Biochemistry, and Behavior. Fevereiro/2006.

328

Apêndice 8: Abstract do trabalho publicado na revista Neuroscience letters.

Maio/2006.

329

Apêndice 9: Abstract do trabalho publicado na revista Neuroscience letters.

Junho/2006.

330

Apêndice 10: A Abstract do trabalho publicado na revista Neuroscience letters.

Agosto/2006.

331

Apêndice 11: A Abstract do trabalho publicado na revista Current Medicinal

Chemistry – Central Nervous System Agents - CNSA-MC. January/2007.

332

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LISTA DE TABELAS

RESULTADOS

Tabela 1 Alterações comportamentais observadas em ratos adultos (2 meses de idade)

após administração de pilocarpina 400 mg/kg (P400)

137

Tabela 1.1 Efeito de pré-tratamento com drogas colinérgicas e dopaminégicas após

convulsões induzidas por pilocarpina

141

Tabela 1.2 Efeito de pré-tratamento com drogas serotonérgicas após convulsões

induzidas por pilocarpina

144

Tabela 1.3 Efeito de pré-tratamento com drogas gabérgicas após convulsões induzidas

por pilocarpina

148

Tabela 1.4 Efeito de pré-tratamento com drogas glutamatérgicas, opióides e

estabilizantes do humor após convulsões induzidas por pilocarpina

152

Tabela 1.5 Efeito de pré-tratamento com drogas antioxidantes após convulsões

induzidas por pilocarpina

155

Tabela 2 Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre a densidade dos receptores

colinérgicos muscarínicos (M1) e sobre a constante de dissociação (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtesx frontal de ratos com 2 meses de idade

170

Tabela 3 Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre a densidade dos receptores

colinérgicos muscarínicos (M2) e sobre a constante de dissociação (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade

173

Tabela 4 Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre o número de receptores

dopaminérgicos D1-like e sobre a constante de dissociação (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade

176

Tabela 5 Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre o número de receptores

dopaminérgicos D2-like e sobre a constante de dissociação (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade

179

Tabela 6 Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre o número de receptores

serotonérgicos 5-HT2 e sobre a constante de dissociação (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade

182

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Tabela 7 Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre o número de receptores

gabaérgicos e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade

185

Tabela 8 Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre o número de receptores

glutamatérgicos e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo,

corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade

188

Tabela 9 Concentrações dos aminoácidos em hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal de ratos após convulsões

204

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Classificação dos diferentes tipos de crises epilépticas 42

Quadro 2 Localização dos receptores muscarínicos no SNC e segundos mensageiros 48

Quadro 3 Localização dos receptores noradrenérgicos e segundos mensageiros 52

Quadro 4 Localização no SNC dos receptores dopaminérgicos e segundos

mensageiros

57

Quadro 5 Localização dos receptores serotonérgico no SNC e segundos mensageiros 63

Quadro 6 Localização dos receptores GABAérgicos no SNC e efeitos na condutância

iônica

67

Quadro 7 Localização dos receptores glutamatérgicos no SNC e mecanismo efetor 74

Matérias e Métodos

Quadro 1 Droga utilizada e sua respectiva dose e via de administração 92

Quadro 2 Drogas utilizadas e suas respectivas doses e via de administração 93

Quadro 3 Parâmetros comportamentais observados após tratamento agudo com

pilocarpina 400 mg/kg

96

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LISTAS DE FIGURAS

Introdução

Figura 1 Precursores e enzimas envolvidas na síntese e na metabolização da ACh e

metabólitos formados no cérebro

47

Figura 2 Precursores e enzimas envolvidas na síntese e na metabolização da NA e

metabólitos formados no cérebro

51

Figura 3 Precursores e enzimas envolvidas na síntese da DA e enzimas

metabolizadoras e metabólitos formados no cérebro

56

Figura 4 Precursores e enzimas envolvidas na síntese, liberação e na metabolização

da 5-HT e metabólitos formados no cérebro

62

Figura 5 Precursores e enzimas envolvidas na síntese e na metabolização do GABA

no cérebro

66

Figura 6 Precursores e enzimas envolvidas na síntese e na metabolização do

glutamato no cérebro

72

Figura 7 Síntese do glutamato, glutamina, aspartato e tirosina no SNC 76

Materiais e Métodos

Figura 1 Dissecação cerebral mostrando a retirada do encéfalo de ratos 97

Figura 2 Dissecação cerebral mostrando a retirada do hipocampo de ratos 98

Figura 3 Dissecação cerebral mostrando a retirada do corpo estriado e do córtex

frontal de ratos

98

Figura 4 Aparelho de HPLC com detecção de eletroquímica. Laboratório de

Neurofarmacologia do Departamento de Fisiologia e Farmacologia-UFC

127

Figura 5 Modelo de Cromatograma padrão das monominas (NA, DA, 5-HT) e

metabólitos (DOPAC, 5-HIAA e HVA), obtido através do aparelho de

HPLC com detecção de eletroquímica do Laboratório de

Neurofarmacologia do Departamento de Fisiologia e Farmacologia - UFC

128

Figura 6 Aparelho de HPLC com detecção de fluorescência. Laboratório de

neurofarmacologia do Departamento de Fisiologia e Farmacologia-UFC

132

Resultados

Figura 1 Efeitos sobre a atividade da acetilcolinesterase (AChE) em hipocampo, 157

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corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com

pilocarpina 400mg/kg (P400)

Figura 2 Determinação do conteúdo de substâncias reativas com o ácido

tiobarbitúrico (TBARS) em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de

ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400mg/kg (P400)

159

Figura 3 Conteúdo de nitrito e nitrato em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal

de ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400mg/kg (P400)

161

Figura 4 Efeitos sobre a atividade da SOD em hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg

(P400)

163

Figura 5 Efeitos sobre a atividade da catalase em hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg

(P400)

165

Figura 6 Concentração da glutationa reduzida (GSH) em hipocampo, corpo estriado

e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina

400mg/kg (P400)

167

Figura 7 Concentração dos neurotransmissores dopamina (DA) e seus metabólitos

3,4 ácido dihidroxifenilacético (DOPAC), ácido homovanílico (HVA),

noradrenalina (NA), serotonina (5-HT) e seu metabólito ácido 5-

hidroxiindolacético (5-HIAA) em hipocampo de ratos com 2 meses de idade

tratados com pilocarpina 400 mg/kg

191

Figura 8 Concentração dos neurotransmissores dopamina (DA) e seus metabólitos

3,4 ácido dihidroxifenilacético (DOPAC), ácido homovanílico (HVA),

noradrenalina (NA), serotonina (5-HT) e seu metabólito ácido 5-

hidroxiindolacético (5-HIAA) em corpo estriado de ratos com 2 meses de

idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg

194

Figura 9 Concentração dos neurotransmissores dopamina (DA) e seus metabólitos

3,4 ácido dihidroxifenilacético (DOPAC), ácido homovanílico (HVA),

noradrenalina (NA), serotonina (5-HT) e seu metabólito ácido 5-

hidroxiindolacético (5-HIAA) em córtex frontal de ratos com 2 meses de

idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg

197

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Figura 10

Taxa de metabolização dos neurotransmissores dopamina (DA) e

serotonina (5-HT), em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos

com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg

200

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LISTAS DE ABREVIATURAS

AC - Adenilil ciclase

ACETIL CoA - Acetilcoenzima A

ACh – Acetilcolina

AChE - Acetilcolinesterase

AMPc – 3’,5’-adenosina monofosfato cíclico

ANOVA - Análise de variância

ASP - Aspartato

Bmax - Número máximo de receptores

BSA – Albumina sérica bovina

CAT - Catalase

COMT- Catecol orto metiltransferase

D1 e D2 - Receptores dopaminérgicos do tipo 1 e 2

DA - Dopamina

DOPAC -Ácido 3, 4 dihidroxifenilacético

EEG - Eletroencefalograma

EP – estado epiléptico

EROs – espécies reativas derivadas do oxigênio

EUA - Estados Unidos da América

GABA - Ácido gama aminobutírico

GLI – Glicina

GLU- Glutamano

GSH - Glutationa reduzida

GPx – Glutationa peroxidase

HVA -Ácido homovanílico

h – Hora 3H-NMS - 3H-N-Metilescopolamina

5- HT- 5-Hidroxitriptamina (serotonina)

5- HT1 e 5- HT2 – Receptor serotonérgico dos tipos 1 e 2

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5-HIAA – Ácido 5-hidroxiindolacético

i.p. - Intraperitoneal

Kd - Constante de dissociação

Kg – Kilograma

LC – Latência da primeira convulsão

LEP – Latência do estado epiléptico

MAOA – Monoamina oxidase A

MAOB – Monoamina oxidase B

MDA – Malonil dialdeído ou malondialdeído

M1 e M2 - Receptores muscarínicos do tipo 1 e 2

ME - Movimentos estereotipados

mg – Miligrama

min – Minutos

mL – Mililitros

mM - Milimolar

MK-801 - Antagonista para receptores de NMDA

NA – Noradrenalina

Need – N-1-naftiletilenodiamina

nM – Nanômetro

nmol - Nanomoles

NMDA – N-metil-D-aspartato

NO – Óxido nitrico

PG - Proteína transdutora do sinal ligada ao GTP

PI - Fosfoinositídios

PIP2 - Fosfatidilinositol 4, 5-bifosfato

PIP - Fosfatidilinositol 4-fosfato

PKC - Proteína quinase C

PLC - Fosfolipase C

PTZ - Pentilenotetrazol.

RCM - Receptores colinérgicos muscarínicos

RD1 - Receptores dopaminérgicos D1

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RD2 - Receptores dopaminérgicos D2

RL – Radicais livres

RNAm - Ácido ribonucleico mensageiro

rpm – Rotações por minuto

s - Segundos

SCH 23390 - 7-Cloro-2,3,4,5-tetrahidro-metil-5-fenil-1H-3-benzazepina

SCP - Sinais colinérgicos periféricos

s.c. - Subcutâneo

SNC - Sistema Nervoso Central

SNP - Sistema Nervoso Periférico

SOD – Superóxido dismutase

SIDA - Síndrome da imunodeficiência adquirida

TIR - Tirosina

TSH - Hormônio tireotrófico

TSA – ácido tiobarbitúrico

TBA – Ácido tiobarbitúrico

TBARS – Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

v.o. - Via oral

XO - Xantina oxidase

µL - Microlitros

µM - Micromolar

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RESUMO

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Estudo farmacológico e neuroquímico da fase aguda do processo convulsivo induzido por pilocarpina em áreas cerebrais de ratos adultos. RIVELILSON MENDES DE FREITAS. Orientadora: Marta Maria de França Fonteles. Tese de Doutorado. Curso de Pós-graduação em Farmacologia. Departamento de Fisiologia e Farmacologia, UFC, 2004.

Neste trabalho, estudos comportamentais, farmacológicos e neuroquímicos em áreas cerebrais foram realizados em animais adultos (2 meses de idade) que apresentaram convulsão e estado epiléptico (EP), através da administração de pilocarpina 400mg/kg, s.c., P400, com a finalidade de investigar os mecanismos envolvidos durante a fase aguda (1 e 24h) do processo convulsivo. Os estudos comportamentais em animais mostraram que a administração de P400 produziu sinais colinérgicos periféricos (SCP) e movimentos estereotipados (ME) em todos os animais em ambos os períodos de observação. Os animais observados por 1h apresentaram parâmetros comportamentais semelhantes ao grupo de 24h, somente o índice de desenvolvimento de convulsões, EP, foi um pouco menor, e não houve nenhuma morte. Os estudos farmacológicos com antagonista colinérgico bloqueou todos os parâmetros comportamentais observados. Das drogas gabaérgicas, os antagonistas dopaminérgico e glutamatérgico apresentaram melhor resultado, aumentado a latência da primeira convulsão (LC), a latência do EP (LEP) e reduzindo o número de mortes. Os antagonistas dopaminérgico D2, o opóide, os antidepressivos e o agonista dopaminérgico reduziram a LC, LEP e aumentou o número de mortes, enquanto o antipsicótico testado aumentou a LC, a LEP e reduziu as mortes. O lítio potencializou os efietos da pilocarpina aumentado o número de mortes e reduzindo a LC e a LEP. Os estudos neuroquímicos revelaram que a atividade da acetilcolinesterase no hipocampo, córtex frontal (CF) e corpo estriado dos animais sofreu uma redução significativa apenas na primeira hora da fase aguda, enquanto que no período de 24h de observação a atividade enzimática praticamente se normalizou. O nível de lipídio peroxidação e o conteúdo de nitrito e nitrato aumentaram, enquanto que, a concentração de GSH diminui nos dois períodos do estudo nas áreas investigadas. A atividade da SOD aumentou durante 1h em todas as áreas. Por sua vez, no período de 24h aumentou apenas no CF. Na atividade da catalase em ambos os períodos e nas áreas estudadas verificou-se um aumento significativo. Estudos sobre a densidade máxima (Bmax) dos receptores colinérgicos muscarínicos (M1 e M2) e dopaminérgicos (D1 e D2) nas áreas analisadas durante 1 e 24h de observação foram diminuídos e não alterados, respectivamente. Em relação aos receptores serotonérgicos (5-HT2) não foi verificado alteração no Bmax após 1 e 24h de observação, nas três áreas estudadas. Nas três áreas estudadas observou-se um aumento e uma diminuição no Bmax dos receptores glutamatérgicos e GABAérgicos, respectivamente. O P400 alterou de forma diversificada a constante de dissociação (Kd) dos receptores M1, M2, D1, D2, 5-HT2, GABAérgicos e glutamatérgicos nos animais que apresentaram convulsão, EP e que foram sacrificados 1 e 24 h depois do tratamento. Na determinação de monoaminas e seus metabólitos com HPLC, o P400 alterou a concentração de DA, DOPAC e HVA, bem como da NA e da 5-HT e seu metabólito o 5-HIAA nas diferentes regiões do cérebro após 1 e 24 h de observação. Nos experimentos de determinação do conteúdo dos aminoácidos com HPLC, o P400 alterou a concentração de (glutamato) GLU estriatal, (glutamina) GLN hipocampal, (aspartato) ASP cortical e não modificou o conteúdo de tirosina com 1h nas três áreas estudadas. Já com 24 horas de observação não houve alteração em nenhuma das áreas nos aminoácidos GLU, GLN e ASP, mas o conteúdo de tirosina aumentou de forma significativa nas áreas investigadas.

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INTRODUÇÃO

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33

INTRODUÇÃO

1 Epilepsia

1.1 Definição e terminologia

A epilepsia do lobo temporal é uma doença crônica que pode interferir em inúmeros

aspectos sociais e psicológicos do paciente (GILLIAM et al., 2004), e ainda está

freqüentemente associada a um estímulo inicial precipitante, tais como: estado epiléptico,

trauma e convulsões febris prolongadas (ENGEL & PEDLEY, 1997; DODRILL, 2004).

Sendo, um dos distúrbios neurológicos mais comuns, apresenta uma taxa de prevalência de

5% (DE LORENZO et al., 2001). Aproximadamente, 30 a 50% dos pacientes epilépticos são

sintomáticos, e esta condição pode ser adquirida através de um stress ambiental (AMINOF et

al., 1980, DE LORENZO et al., 2000).

Pode ser definida como uma afecção crônica de etiologia diversa, caracterizada por

crises repetidas, devido à uma descarga excessiva dos neurônios cerebrais em diferentes

estruturas e associada eventualmente com diversas manifestações clínicas e paraclínicas,

podendo ocorrer também quando há um aumento do nível basal de excitação do Sistema

Nervoso Central (SNC), superior ao limiar da convulsão (ENGEL & PEDLEY, 1997). DE

Lorenzo e colaboradores (2001) demonstraram, ainda, que a atividade convulsiva pode ocorrer

após a perda suficiente e duradoura de neurônios em diferentes regiões cerebrais.

As crises convulsivas podem ser associadas às diversas mudanças bioquímicas em

algumas áreas cerebrais afetando vários neurotransmissores (monoaminas, aminoácidos e

peptídeos) (MICHOTTE et al., 1997 e 2000), o metabolismo dos carboidratos, os sistemas de

segundos mensageiros (AMPc, DAG e IP3) e a expressão gênica, que poderiam estar

envolvidos na fisiopatologia responsável pelas alterações ao longo do tempo nos neurônios

(MELDRUM et al., 1990; SIMONIC et al., 2000).

Os modelos de epilepsia do lobo temporal semelhante a dos humanos podem ser

utilizados para estudar as mudanças neuroquímicas relatadas durante o desenvolvimento e na

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propagação e/ou manutenção das convulsões, possibilitando o estudo de drogas para o

tratamento de pacientes epilépticos (MARINHO et al., 1997), e também pode ser útil para

caracterizar prontamente os mecanismos envolvidos no estabelecimento das fases da

epilepsia: aguda, silenciosa e crônica.

O epiléptico pode ser mais susceptível a outras doenças psiquiátricas, uma vez que, a

modulação neuronal da ansiedade e emoção está relacionada a semelhantes substratos

neuronais em diferentes estruturas cerebrais, que podem estar envolvidos na evolução das

convulsões parciais complexas, e em particular na do lobo temporal. Essas patologias podem

ser associadas às mudanças neuroquímicas primárias e secundárias que são observadas

durante as convulsões límbicas (POST, 2004).

1.2 Fisiopatologia das convulsões induzidas por pilocarpina

A fisiopatologia da epilepsia, ainda não estar completamente definida. Os diferentes

modelos de convulsão em animais são bastante utilizados para estudar a fisiopatologia do

processo convulsivo, uma vez que, reproduz as alterações comportamentais e

eletroencefalográficas que são semelhantes à epilepsia do lobo temporal de humanos (BEM-

ARI et al., 1980 e 1981). Estes modelos são utilizados para estudar o envolvimento dos

sistemas de neurotransmissores como moduladores da epileptogênese, como também permite

observar as alterações comportamentais, histopatológicas, e outros parâmetros neuroquímicos

relacionados com a atividade epiléptica (CAVALHEIRO et al., 1994; MARINHO et al., 1997

e 1998; COSTA-LOTUFO et al., 2002; Freitas et 2006e).

No modelo de epilepsia induzido por alta dose de pilocarpina, pode-se observar perda

neuronal de algumas áreas cerebrais, a saber: hipocampo, corpo estriado, amígdala, córtex

piriforme, córtex entorrinal, septum lateral, tálamo e substância nigra, sugerindo o

envolvimento dessas diferentes áreas durante o estabelecimento do processo epiléptico

(HONCHAR et al., 1983; TURSKI et al., 1983a; CLIFFORD et al., 1987; MARINHO et al.,

1997; BORELLI et al., 2002, Freitas et 2006e).

Entre as áreas em que ocorre dano neuronal, o estriado e o córtex fronto-parietal, além

de serem as áreas mais acometidas, podem estar relacionadas de forma importante com os

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mecanismos de propagação e/ou manutenção (epileptogênese) das convulsões límbicas

(MARINHO et al., 1998). BARONE et al., (1991) demonstraram que através da administração

intracerebral no corpo estriado, de agonistas dopaminérgicos D2, havia uma proteção com

relação ao desenvolvimento de convulsão em ratos adultos, sugerindo também a participação

dessa área cerebral nas convulsões límbicas.

Em geral, as convulsões induzidas por pilocarpina parecem depender da ativação do

receptor muscarínico, da alteração da atividade enzimática de alguns sistemas, (SIMONIC et

al., 2000; NAFFAH-MAZZACORATTI et al., 2001; LIU et al., 2002), do metabolismo dos

fosfoinositídios (MARINHO et al., 1998), como também da participação de outros sistemas de

neurotransmissão noradrenérgico (CAVALHEIRO et al., 1994), dopaminérgico (KULKARNI

et al., 1996), serotonérgico (CAVALHEIRO et al., 1995), GABAérgico (LOUP et al., 1999;

COSTA-LOTUFO et al., 2002) e glutamatérgico (MASSIEU et al., 1994; CHAMBERLAIN

et al., 2000).

1.3 O sistema límbico e as áreas cerebrais estudadas: hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal

O sistema límbico é composto por estruturas em torno das regiões basais do cérebro,

sendo responsável pelo controle do circuito neuronal que controla o comportamento

emocional e os impulsos motivacionais. É um sistema complexo interconectado que além das

funções citadas, ainda controla várias condições internas, tais como: temperatura corporal,

osmolalidade dos líquidos corpóreos, impulsos de comer e beber, peso corpóreo e as funções

vegetativas cerebrais (GAYTON & HALL, 1997).

Esse sistema é composto pelo hipotálamo, área paralfatória, núcleo anterior do tálamo,

núcleos da base, hipocampo e amígdala. Além dessas, existe as áreas límbicas subcorticais,

como: o córtex límbico (que envolve a superfície ventral dos lobos frontais), funcionando

como um meio de comunicação e um elo entre o córtex e as estruturas límbicas inferiores. De

uma forma geral está envolvido com a função de qualidades afetivas também chamadas de

recompensa, punição, satisfação e aversão (GAYTON & HALL, 1997).

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A estimulação de determinadas áreas produzem respostas diferentes e

consequentemente afetam profundamente o comportamento do animal, induzindo processos

patológicos, tais como: a epilepsia (MARINHO et al., 1997, FREITAS et al., 2003a;

MORAES et al., 2000). Despertando o interesse para se estudar os efeitos da estimulação de

três áreas deste sistema no processo convulsivo induzido por pilocarpina. As áreas escolhidas

foram hipocampo, corpo estriado e córtex frontal.

O hipocampo é a porção alongada medial do córtex temporal que se dobra para cima e

para dentro para formar a superfície ventral do corno inferior do ventrículo lateral. Uma

extremidade do hipocampo termina nos núcleos amigdalóides, e também se funde ao longo de

uma de suas bordas com o giro parahipocâmpico, que é o córtex da superfície ventromedial do

lobo temporal (GAYTON & HALL, 1997).

Essa área tem conexões numerosas, contudo indiretas, com muitas porções do córtex

cerebral, bem como com as estruturas básicas do sistema límbico (amígdala, hipotálamo, septo

e corpos mamilares). Tal como em outras estruturas límbicas, a estimulação de diferentes

áreas do hipocampo pode causar quase qualquer tipo de padrão comportamental, como raiva,

passividade, excesso de impulso sexual e neuropatologias (GAYTON & HALL, 1997).

Entretanto, exerce um importante papel fisiológico na memória e aprendizagem (GAYTON &

HALL, 1997).

O hipocampo é hiperexcitável ao ponto de que estímulos fracos podem causar crises

epilépticas locais nas próprias áreas hipocampais, que podem se tornar persistentes. Essa

hiperexcitabilidade deve-se ao fato de que essa área cerebral, apresenta apenas três camadas

de células nervosas em algumas de suas áreas, em vez das seis camadas encontradas em outras

regiões (GAYTON & HALL, 1997).

Essa área tem sido sugerida como sendo o sítio de origem da atividade convulsiva

induzida por pilocarpina (TURSKI et al. 1983a,b). Outros achados sugerem como sítio inicial

dessas convulsões, o pálido ventral ou núcleo accumbens (CLIFFORD et al., 1987) e através

de estudos eletroencefalográficos e autoradiográficos, respectivamente, foi focalizado como

local inicial das convulsões induzidas por pilocarpina: o núcleo accumbens e o hipocampo

(LABANDEIRA-GARCIA et al., 1994; KULKARNI & GEORGE, 1995) ficando incerto qual

a área responsável pela ativação das convulsões límbicas (CAVALHEIRO et al., 1995).

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De uma maneira geral, as convulsões induzidas por pilocarpina, podem produzir danos

neuronais em diversas áreas e, especialmente, nas estruturas límbicas, causando perda

neuronal em áreas, como: hipocampo, corpo estriado, amígdala, córtex piriforme, córtex

entorrinal, córtex frontal, tálamo, substância nigra, entre outras (HONCHAR et al., 1983 e

1990; TURSKI et al., 1983a; CLIFFORD et al., 1987).

O modelo de epilepsia induzido por pilocarpina têm sido extensivamente analisado,

uma vez que, exibe convulsões recorrentes espontâneas e podem esclarecer muitas das

alterações vistas na epilepsia do lobo temporal de humanos. As mudanças histopatológicas

observadas no hipocampo reproduzem muitas destas alterações em humanos, incluindo perda

neuronal e remoção do tecido de sustentação do SNC, bem como permite ainda avaliar a

presença de dano neuronal no cérebro de ratos que não apresentaram convulsão (MELLO et

al, 1993 e 1996; AVOLI et al., 1994; MARINHO et al., 1997; DE BRUIN et al., 1999;

PERSINGER & DUPONT, 2004; KRSEK et al., 2004).

Os gânglios da base estão envolvidos com o controle motor, planejamento e a execução

de estratégias motoras complexas e também participam dos comportamentos não relacionados

aos movimentos, tais como: função afetiva, humor e pensamento (CÔTÉ & CRUTCHER,

1991). Estes núcleos consistem em vários núcleos subcorticais interconectados com projeções

para o córtex, tálamo e certos núcleos do tronco encefálico. Eles recebem impulsos de entrada

principalmente do córtex cerebral e tálamo e mandam impulsos de saída de volta para o córtex

e para o tronco encefálico. Desta forma, os núcleos da base são os principais componentes de

um amplo circuito cortical-subcortical ligando o córtex e o tálamo (DE LONG et al., 2000).

Os quatro núcleos principais dos núcleos da base são: o corpo estriado, o globo pálido,

a substância nigra (pars reticulata e pars compacta) e núcleos subtalâmicos. O corpo estriado

consiste de três importantes subdivisões: o núcleo caudado, o putamen e o estriado ventral (o

qual inclui o núcleo accumbens) (DE LONG et al., 2000).

Dentro dos núcleos da base o corpo estriado é o principal recebedor de impulsos de

entrada provenientes do córtex cerebral, tálamo e tronco encefálico. Seus neurônios se

projetam para o globo pálido e substância negra. Todas as áreas do córtex mandam projeções

glutamatérgicas excitatórias para porções específicas do corpo estriado. Esta área também

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recebe projeções dopaminérgicas do mesencéfalo e impulsos de entrada serotonérgicos dos

núcleos da rafe (DE LONG et al., 2000).

Embora o corpo estriado contém vários tipos celulares distintos, 90 a 95 % destas são

projeções de neurônios GABAérgicos espinhinhosos de tamanho médio. Estes neurônios dão

origem a quase todos os impulsos de saída estriatais, como para o globo pálido e a substância

nigra, e são o principal alvo de impulsos de entrada excitatórios provenientes do córtex e

tálamo de fibras dopaminérgicas originárias da substância nigra e área tegmentar ventral, de

axônios locais colaterais de outros neurônios espinhais, e de interneurônios estriatais

(GERFEN, 1992).

O corpo estriado também contém dois tipos de interneurônios inibitórios:

interneurônios colinérgicos grandes e células menores que contém somatostatina,

neuropeptídio Y ou óxido nítrico sintetase (NOs), que embora pequenos em número, são

responsáveis pela maioria da atividade tônica do corpo estriado. A neurotransmissão mediada

por receptores glutamatérgicos excitatórios do tipo AMPA e pelo neurotransmissor inibitório

GABA é considerado como sendo de uma natureza neurotransmissora rápida, enquanto os

interneurônios colinérgicos, as projeções dopaminérgicas e os aferentes excitatórios dos

receptores NMDA estão envolvidos em ações modulatórias nesta área cerebral (DI CHIARA

et al., 1994).

Os neurônios colinérgicos têm um papel central no controle da atividade estriatal via

receptores muscarínicos (BERNARD et al., 1993). Portanto, a interação entre impulsos de

entrada dopaminérgicos, GABAérgicos e glutamatérgicos representando um importante

aspecto da regulação funcional do núcleo accumbens.

Outra estrutura cerebral, que pode desempenhar um papel importante no processo

convulsivo é o córtex frontal. É essencial para comportamento motor, não apenas para regular

as ações mecânicas simples dos movimentos, tais como a força, mas também na decisão de

quais movimentos serão executados para alcançar um determinado objetivo. Estás funções são

realizadas pelo córtex motor que está localizado no giro pré-central e pelas áreas pré-motoras

com localização adjacente ao córtex motor (MYATA et al., 2006).

Na superfície lateral, restante da maior parte do lobo frontal, é importante em funções

cognitivas e nas emoções. Estas regiões, que coletivamente são denominadas córtex

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associativo frontal, são constituídas pelos giros frontais superior, médio e inferior. O corpo

caloso também pode ser visto na superfície medial do hemisfério. Para integrar as funções dos

dois hemisférios, axônios dessa estrutura atravessam-na em cada uma de suas partes

fundamentais: rostro, joelho, corpo e esplênio. O orgão sensorial do olfato, o bulbo olfatório,

está localizado na superfícia inferior do córtex frontal. Regiões dos giros orbitais e do

prosencéfalo basal, ambas localizadas na superfície ventral do córtex frontal, são importantes

no processamento de informações olfatórias e pode estar envolvido na atividade epiléptica

(MYATA et al., 2006).

A literatura ainda não dispõe de dados que confirmem o seu comprometimento parcial

ou total durante a fase aguda da convulsão límbica. Novos estudos devem ser realizados para

está área com relação às alterações histopatológicas (SOSUNOV et al., 2005), bem como, para

as outras mudanças neuroquímicas que podem ocorrer durante as convulsões induzidas por

pilocarpina, a fim de esclarecer sua participação na atividade epiléptica.

A maioria das pesquisas com pilocarpina aborda suas ações no sistema límbico

colinérgico e suas interações com outros neurotransmissores do sistema límbico,

principalmente porque a pilocrpina atua hiperexcitando a síntese e/a liberação da acetilcolina e

modificando a atividade de enzimas deste sistema (CAVALHEIRO et al., 1994, TURSKI et

al., 1983, FREITAS et al., 2006b).

1.6 Principais alterações histopatológicas durante o processo convulsivo induzido por

pilocarpina

As células nervosas são destruídas ou danificadas após várias condições, tais como:

longos períodos de excitação, convulsões severas, dano crônico e em outras condições

neuropatológicas (SOLLAS et al., 2001).

A literatura registra danos morfológicos em diversas estruturas cerebrais após

convulsão e estado epiléptico (EP) (MELLO et al., 1996). As principais alterações que podem

ser associadas ao processo convulsivo são: o alargamento dos ventrículos, deformação do giro

dentado com moderada dispersão das células granulares e perda neuronal em diversas áreas

(hipocampo, córtex cerebral, corpo estriado, córtex piriforme, amígdala, tálamo, núcleo

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subtalâmico, corpo caloso, córtex motor e área septal). A pilocarpina pode não ser capaz de

produzir toxicidade aguda, no entanto, pode induzir neurodegeneração após o estado

epiléptico (fase aguda) e nas convulsões recorrentes espontâneas (fase crônica) (MELLO et

al., 1996; HOLMES et al., 2004; HOFFMANN, et al., 2006).

O EP e as convulsões recorrentes espontâneas induzidos por pilocarpina podem causar

danos em várias áreas cerebrais como descrito e poucas delas são resistentes ao dano, entre

elas, as células mossy, não são lesionadas após estes processos patológicos (SOLLAS et al.,

2001).

Em outros modelos de epilepsia, tais como o induzido pelo ácido caínico, através da

imunohistoquímica detectou que apenas as células mossy também resistentes ao dano neuronal

(BUCKMASTEER & JONGER-RELO, 1999; HOFFMANN, et al., 2006), por outro lado, os

neurônios das regiões hilus e CA3 são mais susceptíveis as convulsões induzidas por ácido

caínico do que pela pilocarpina (WUARIN & DUDEK, 1996).

As células nervosas podem passar por um processo de diferenciação para não sofrer o

dano neuronal induzido pela atividade epiléptica, uma vez que, dentro de um mesmo grupo de

células, alguns subtipos são mais vulneráveis do que outros a danos induzidos pela convulsão.

No entanto, como essa vulnerabilidade ocorre não está clara e necessita de mais estudos

(WUARIN & DUDEK, 1996).

As principais alterações descritas durante a fase aguda da convulsão e EP são perda

neuronal, gliose e degeneração vacuolar típica, em várias estruturas, a saber: hipocampo,

córtex fronto-parietal, entorrinal, corpo estriado, córtex piriforme e substância negra, tálamo,

área parasseptal e núcleo amigdalóide (FREITAS, 2003).

Novos estudos histopatológicos e de possíveis alternativas terapêuticas para evitar o

dano neuronal desenvolvido após o estado epiléptico devem ser realizados para contribuir com

o esclarecimento da atividade epiléptica e de novos e antigos tratamentos disponíveis. Uma

vez que, no hipocampo, após um tratamento crônico com a vigabatrina, foi evidenciada uma

menor lesão após o EP induzido por lítio associado à pilocarpina (NEHLIG et al., 2001).

Sugerindo, assim, uma possível interação direta e/ou indireta entre os sistemas colinérgico e

GABAérgico, que precisa ser melhor investigada, para o pronto esclarecimento do seu

envolvimento com a instalação, propagação e/ou manutenção da atividade convulsiva e

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sugerir que outras drogas além da vigabatrina sejam testadas no modelo de epilepsia induzido

por pilocarpina, verificando seus efeitos sobre os parâmetros comportamentais observados em

ratos convulsivos.

1.6 Classificação das Crises Epilépticas

A crise epiléptica pode ser definida como uma manifestação excessiva e/ou

hipersincrônica resultante da atividade epiléptica, usualmente auto-limitada ou não de

neurônios cerebrais. As crises não auto-limitado são denominadas crises contínuas e

configuram o quadro de EP. Este pode ser definido como uma crise duradoura, que não mostra

sinais clínicos de interrupção após o tempo habitual da maioria das crises recorrentes sem que

a função do SNC retorne ao período interictal (ENGEL, 2001).

EP pode se desenvolver com graus diferentes de envolvimento muscular. O evento

motor consiste de um aumento ou diminuição da contração muscular. O aumento da contração

pode ser do tipo tônico (contração mantida durante segundos ou minutos), clônico

(contrações, seguidas de relaxamentos gerando abalos musculares sucessivos) ou mioclônico

(contrações muito breves, semelhantes a choques). A diminuição da contração caracteriza as

mioclonias negativas e as crises atônicas (ENGEL, 2001).

Segundo a Classificação Internacional das Crises Epilépticas de 1981, (Comissão de

Classificação e Terminologia do ILAE, 1981); há três grupos de crises: as parciais ou focais,

as generalizadas e as crises não classificáveis.

As crises parciais ou focais, clínica e eletroencefalograficamente, são caracterizadas

pela ativação de uma parte do cérebro, sendo subdividas em crises parciais simples, quando

há preservação da consciência e crises parciais complexas, quando há comprometimento da

mesma. As crises generalizadas são aquelas em que há envolvimento, desde o início, de

amplas áreas de ambos os hemisférios cerebrais. As crises não classificáveis não se

enquadram nos dois subtipos acima descritos (ENGEL, 2001).

De acordo com a nova proposição da ILAE de 2001, a classificação passa a ser uma

lista dos diferentes tipos de crises que são agora consideradas entidades diagnósticas (ENGEL,

2001). Isto significa que sua classificação se baseia simplesmente nas características

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semiológicas dos eventos, as quais deixam de apresentar qualquer conotação anatômica ou

patofisiológica (LURDERS et al., 1998). O Quadro 1 apresenta a lista dos diferentes tipos de

crises epilépticas.

Quadro 1: Classificação dos diferentes tipos de crises epilépticas

Crises autolimitadas

Crises generalizadas - Crises tônico-clônicas; - Crises clônicas; - Crises tônicas; - Crises de ausências típicas e atípicas; - Crises de ausências mioclônicas; - Espasmos; - Crises mioclônicas; - Crises mioclonias palpebrias; - Mioclonias negativas; - Crises atônicas; - Crises reflexas nas síndromes de epilepsias

generalizadas;

Crises focais - Crises neonatais; - Crises focais sensitivo-sensoriais; - Crises motoras focais; - Crises gelásticas; - Crises hemiclônicas; - Crises secundariamente

generalizadas; - Crises reflexas em síndromes de

epilepsias focais;

Crises contínuas

Estado epiléptico generalizado - Tônico-clônico; - Clônico; - Tônico; - Mioclônico; - Ausência;

Estado epiléptico focal - Parcial contínua; - Estado epiléptico límbico; - Estado hemiconvulsivo com

hemiparesia;

Fatores precipitantes envolvidos nas crises reflexas

- Estímulos visuais (luz intermitente); - Pensamento; - Música, leitura; - Alimentação; - Água quente; - Estímulos sensitivo-sensoriais e proprioceptivos;

Fonte: ENGEL, 2001.

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1.5.1 Crises Generalizadas:

Envolvem áreas cerebrais amplas de ambos os hemisférios cerebrais. Segundo a nova

classificação o termo convulsão, significa episódios de contração muscular excessiva e

anormal mantida ou interrompida, usualmente bilateral (BLUME et al., 2001).

Crises tônico clônicas: ou de grande mal, são caracterizadas por contração

clônica dos quatro membros usualmente associadas a fenômenos autonômicos

como apnéia, liberação esfincteriana, sialorréia e mordedura da língua. O

período pós-crítico é caracterizado por confusão mental e sonolência;

Crises Clônicas: ocorrem as mioclonias repetidas a intervalos regulares e

rítmicas durante vários segundos a minutos;

Crises Tônicas: observa-se contração muscular mantida com duração de poucos

segundos a minutos. Em geral, duram de 10 a 20 segundos e podem

comprometer apenas a musculatura axial, as raízes dos membros ou de todo o

corpo;

Crises de Ausência Típica: são breves episódios de comprometimento de

consciência acompanhados por manifestações motoras como automatismos orais

e manuais, piscar os olhos, aumentar ou diminuir o tônus e os sinais

autonômicos;

Crises de Ausência Atípica: menor comprometimento da consciência, o início e

término são menos abruptos e o tônus muscular mostra-se alterado;

Crises de Ausência Mioclônica: são acompanhadas de perda da consciência e

manifestações motoras;

Espasmos: ou espasmos epilépticos, são caracterizados por contração tônica

rápida, da musculatura do pescoço, tronco e membros;

Crises Mioclônicas: são contrações musculares súbitas, breves, que se

assemelham a um choque. São freqüentemente precipitadas por privação de

sono, despertar ou adormecer.

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Mioclonias Palpebrais: consiste em contrações rápidas das pálpebras a fechar

os olhos, o que ocasiona piscamento rápido, acompanhado de desvio dos globos

oculares para cima;

Crises Mioclono-Atônicas: encontradas principalmente em crianças, são

caracterizadas por abalos mioclônicos nos membros superiores;

Crises Mioclonias Negativas: são episódios curtos de atonia muscular;

Crises Atônicas: caracterizadas por perda ou diminuição súbita do tônus

muscular envolvendo a cabeça, tronco, mandíbula e/ou membros, ocasionando a

perda do tônus postural (GUYTON & HALL, 1997; BLUME et al., 2001).

1.6 Fases da convulsão límbica induzida por pilocarpina em ratos

A epilepsia do lobo temporal ou límbica é a forma mais comum de epilepsia. Sendo

caracterizada por convulsões recorrentes espontâneas que são, muitas vezes, bloqueadas por

tratamentos com drogas antiepilépticas, e pode estar à associada à esclerose do hipocampo

(MELDRUM et al., 1990; LOTHAMN et al., 1981). A base molecular para o

desenvolvimento da epilepsia sintomática ainda é pouco definida (ZOUHAR et al., 1989).

A convulsão límbica é uma manifestação clínica resultante de descargas neuronais

anormais, produzindo uma superexcitação dos neurônios, podendo ocorrer também através da

quebra do equilíbrio entre os mecanismos inibitórios e excitatórios (ZOUHAR et al., 1989).

Os mecanismos de ativação, propagação e manutenção da convulsão são largamente

estudados e pouco conhecidos.

Cavalheiro e colaboradores (1991) determinaram os efeitos em longo prazo da

convulsão através da administração da pilocarpina em ratos, que são caracterizadas por três

fases distintas:

Primeira fase: período agudo, de 1 a 2 dias de duração que corresponde ao modelo de

convulsões límbicas repetidas e EP;

Segunda fase: período sem convulsão (período silencioso), caracterizado por um

progressivo retorno ao EEG e comportamento normal, compreendendo a duração de 4 - 44

dias, com uma média de 15 dias de duração nos animais;

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Terceira fase: período de convulsões espontâneas recorrentes, começando entre 5 - 45

dias depois da administração da pilocarpina e permanecendo por toda a vida do animal

(LEITE et al., 1990; CAVALHEIRO et al., 1991).

Muitos estudos foram e ainda estão sento realizados utilizando o modelo de pilocarpina

no intuito de esclarecer a atividade convulsiva e o papel dos sistemas dos neurotransmissores

moduladores nesse processo (STARR & STARR, 1993; CAVALHEIRO et al., 1994;

FUJIKAWA, 1996; De Lorenzo et al., 2000; FREITAS et al., 2003a).

2. Neurotransmissão colinérgica e o processo convulsivo

2.1 Síntese, metabolização, receptores e funções da acetilcolina

Inúmeros estudos sugerem o envolvimento do sistema colinérgico na epilepsia humana

(OLNEY et al., 1983; TURSKI et al., 1983a,b,c,d; JOPE et al., 1986; HIRSCH et al., 1992;

NATHANSON et al., 1999; MICHOTTE et al., 2000; PERSINGER et al., 2001; PATISHI &

KOFMAN, 1999).

O sistema colinérgico tem como neurotransmissor a acetilcolina (ACh). A ACh é um

importante neurotransmissor excitatório no cérebro (OLNEY et al., 1983 e 1986;

NATHANSON et al., 1999; PSARROPOULOU & POTIER, 2001). A estimulação cerebral

induzida pela ACh ocorre através da ativação dos receptores colinérgicos cerebrais, onde

cerca de 99% destes são muscarínicos, e 1% são nicotínicos (PEPEU et al., 1983; TUCEK,

1985; ELGOYHEN et al., 2000; PANAYIOTOPOULOS, 2004). Assim, a maioria dos efeitos

de ativação colinérgica no cérebro é provavelmente devido à estimulação dos receptores

colinérgicos muscarínicos (RCM).

Os receptores muscarínicos são amplamente distribuídos em todo corpo e exercem

inúmeras funções vitais no cérebro e no sistema nervoso autônomo (LEFKOWITZ et al.,

1996; JOPE, 1979b). No cérebro os receptores muscarínicos são importantes na memória e na

fisiopatologia das doenças afetivas e na esquizofrenia (DAVIS et al., 1975 e 1980).

No fim de 1980, através de técnicas de biologia molecular, foram identificados 5

subtipos de receptores muscarínicos (M1, M2, M3, M4, e M5) (BONNER et al., 1987; LIAO et

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al., 1989; NATHANSON et al., 1999). Esses receptores encontram-se distribuídos no SNC de

forma diferenciada e divergem quanto ao mecanismo de ativação. Os subtipos M1, M3, e M5

transmitem sinais através da mobilização de Ca++ no SNC (FISHER & AGRANOFF, 1987;

BERRIDGE & IRVINE, 1989b; DARBIN et al., 2004). Um determinado estímulo faz com

que o receptor ative uma enzima efetora, a fosfolipase C (PLC), através de uma proteína G

(ELGOYHEN et al., 2000). A PLC promove uma cascata de eventos, finalizando com a

produção de dois segundos mensageiros, o inositol 1,4,5-trifosfato (IP3) e 1,2-diacilglicerol

(DAG) que vão transmitir a informação do receptor para o interior da célula.

Os subtipos M2 e M4 agem por inibição da adenilil ciclase (AC), diminuindo os níveis

de AMPc. A Figura 1 sumariza as informações gerais sobre a síntese, liberação e

metabolização da acetilcolina e o Quadro 2 sobre os receptores muscarínicos e seus segundos

mensageiros.

A administração periférica de altas doses de agonistas muscarínicos colinérgicos,

pilocarpina, produz convulsões em roedores (TURSKI et al., 1989; MARINHO et al., 1997).

O início das convulsões pode ser bloqueado pela atropina e atenuado pela inibição da

atividade colinérgica endógena (JOPE et al., 1986 e 1992; MORRISETT et al., 1987a;

MARINHO et al., 1997).

O processo convulsivo decorrente do tratamento de ratos com pilocarpina, agonista

colinérgico, em doses convulsivas, parece depender da ativação dos receptores muscarínicos,

podendo envolver o metabolismo dos fosfoinositídios e é capaz de produzir lesões cerebrais e

alterações comportamentais (MARINHO et al., 1997 e 1998).

A pilocarpina também altera os níveis do neurotransmissor colinérgico. Associado às

convulsões induzidas em ratos pela administração de agonistas colinérgicos (principalmente

pilocarpina) está o intenso aumento observado na síntese e liberação da acetilcolina.

A pilocarpina pode produzir alterações nos níveis de outros neurotransmissores

(noradrenalina, dopamina, serotonina, glutamato e GABA), embora pouco se conheça sobre

estas alterações (MICHOTTE et al., 2000; DE LORENZO et al, 2000; RAOL et al., 2001;

COSTA-LOTUFO et al., 2002).

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Fonte: EHLERT et al., 1995.

Figura 1: Precursores e enzimas envolvidas na síntese e na metabolização da ACh e

metabólitos formados no cérebro.

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Quadro 2: Localização dos receptores muscarínicos no SNC e segundos mensageiros

SUBTIPOS DE

RECEPTORES

LOCALIZAÇÃO NO SNC

SEGUNDOS

MENSAGEIROS

M1

↑ cérebro

↑ hipocampo

↑ córtex frontoparietal

↑ caudado-putamen

núcleo accumbens, amígdala

IP3 + DAG

M2

↓ cérebro

AMPc

canais de K+

M3

↑ córtex

↑ hipocampo

↓ corpo estriado

IP3 + DAG

M4

↑ córtex

↑ hipocampo

↑ corpo estriado

AMPc

M5

↓ menos do que 2%

IP3 + DAG

Fonte: EHLERT et al., 1995; Berridge, 1984.

Convenções: (↑): alta densidade; (↓): baixa densidade;

Abreviaturas: IP3: trifosfato de inositol; DAG: diacilglicerol; AMPc: adenosina monofosfato

cíclico;

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3. Neurotransmissão noradrenérgica e o processo convulsivo

3.1 Síntese, metabolização, receptores e funções da noradrenalina (NA)

Os corpos celulares de neurônios noradrenérgicos são encontrados exclusivamente na

ponte e bulbo, formando uma variedade de grupos distintos (COOPER et al., 1991). Esses

grupos de neurônios são bastante pequenos e enviam axônios extensamente ramificados para

muitas outras partes do cérebro, incluindo córtex cerebral, sistema límbico, hipotálamo,

cerebelo e medula espinhal. O grupo mais proeminente de neurônios noradrenérgicos localiza-

se no locus ceruleus (EL-ETRI et al., 1993).

Quando a NA é aplicada diretamente em células individuais no cérebro, o efeito mais

freqüentemente observado é inibitório, sendo, na maioria das vezes, produzido pela ativação

dos β-adrenoreceptores. A ativação da adenilato-ciclase, com o acúmulo resultante de AMPc

parece explicar o mecanismo de ação de vários tipos de neurônios do sistema nervoso central.

Por outro lado, a NA tem um efeito excitatório, mediado tanto por α- quanto por β-

adrenoreceptores.

Existe, no entanto, um grande abismo entre os mecanismos neuronais e as respostas

comportamentais e fisiológicas mediadas pelos neurônios noradrenérgicos e estudos estão

sendo realizados com o propósito de esclarecê-lo (COOPER et al., 1991).

Várias pesquisas realizadas com diferentes modelos de convulsão indicam a

participação do sistema noradrenérgico na epilepsia do lobo temporal em humanos

(CAVALHEIRO et al., 1994; EL-ETRI et al., 1983; SHIPLEY et al., 1999).

O sistema noradrenérgico tem como neurotransmissor a NA, um importante

neurotransmissor excitatório e inibitório (COOPER et al., 1991). As mais importantes funções

comportamentais mediadas pelo sistema noradrenérgico são: sistema de recompensa e humor,

estado de vigília, pressão sanguínea e regulação neuroendócrina (ATTWELL e tal., 1993).

Forray e colaboradores, (1995), levantaram à hipótese de que muitos dos distúrbios

afetivos são ocasionados por um funcionamento inadequado do sistema noradrenérgico, por

exemplo, a depressão seria resultante de uma deficiência funcional de noradrenalina em

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determinadas partes do cérebro, enquanto a mania seria produzida pelo excesso deste

neurotransmissor.

Os receptores noradrenérgicos são amplamente distribuídos em todo corpo e exercem

inúmeras funções vitais no cérebro e no sistema nervoso autônomo (FORRAY et al., 1995).

Através de técnicas de biologia molecular, foram identificados 5 subtipos de receptores

noradrenérgicos (α1, α2, β1, β2, e β3) (COOPER et al., 1991).

Esses receptores encontram-se distribuídos de forma diferenciada e divergem quanto

ao mecanismo de ativação. O subtipo α1 transmite sinais através da mobilização de cálcio

(Ca++) no SNC. Um determinado estímulo faz com que o receptor ative uma enzima efetora, a

fosfolipase C (PLC), através de uma proteína G (ELGOYHEN et al., 2000).

A PLC promove uma cascata de eventos, finalizando com a produção de dois segundos

mensageiros, o inositol 1,4,5-trifosfato (IP3) e 1,2-diacilglicerol (DAG) que vão transmitir a

informação do receptor para o interior da célula. Já o subtipo α2 agem inibindo a enzima

adenilil ciclase (AC) reduzindo os nívies de AMPc.

Por outro lado, os subtipos β1, β2, e β3 agem por estimulação da adenilil ciclase (AC),

aumentando os níveis de AMPc. A Figura 2 sumariza as informações sobre síntese, liberação

e metabolização da NA e o Quadro 3 sobre os receptores noradrenérgicos.

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Fonte: COOPER et al., 1991.

Figura 2: Precursor e enzimas envolvidas na síntese e na metabolização da NA e

metabólitos formados no cérebro.

Monoamina-oxidase (MAOA)

Catecol-O-metiltransferase (COMT)

Ácido-3-metóxi-4-hidroximandélico (VMA)

3-metóxi-4-hidroxifenilglicol (MOPEG)

NA

DA

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Quadro 3: Localização dos receptores noradrenérgicos e segundos mensageiros

SUBTIPOS DE

RECEPTORES

LOCALIZAÇÃO

SEGUNDOS

MENSAGEIROS

α1

Vasos sanguíneos, Brônquios

Útero/TGI/Fígado

Glândula salivar

IP3 + DAG

α2

Vasos sanguíneos e Plaquetas

Terminações adrenérgicas e

colinérgicas

↓ AMPc

β3

Coração e Glândula salivar

Terminações adrenérgicas

↑ AMPc

β2

Vasos sanguíneos

Brônquios/Bexiga/Útero

Musculatura esquelética

Fígado e Mastócitos

↑ AMPc

β3

Tecido adiposo

↑ AMPc

Fonte: COOPER et al., 1991.

Abreviaturas: TGI: Tratogastrointestinal, (↑): alta densidade; (↓): baixa densidade; IP3:

trifosfato de inositol; DAG: diacilglicerol; AMPc: adenosina monofosfato cíclico;

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3.2 Neurotransmissão noradrenérgica e o seu envolvimento com o processo convulsivo

induzido por pilocarpina

Shipley e colaboradores (1999) demonstraram que a pilocarpina quando administrada

localmente reduz os níveis de noradrenalina no locus ceruleus. No entanto, o papel desta

monoamina, no processo convulsivo, ainda não foi completamente estabelecido.

Os efeitos da pilocarpina sobre o sistema noradrenérgico hipocampal são semelhantes

independente da fase da convulsão estudada. Foi verificada no modelo de epilepsia induzido

por pilocarpina em alta dose, uma diminuição nos níveis da noradrenalina durante a fase

aguda, silenciosa e crônica. Da mesma forma, foi vista uma redução no conteúdo deste

neurotransmissor durante a convulsão parcial em roedores (CAVALHEIRO et al., 1993).

El-Etri e colaboradores (1993) estudaram a expressão das convulsões motoras, e

demonstraram que a concentração da noradrenalina no locus ceruleus está reduzida após 1h e

24h da fase aguda em ratos convulsivos, foi verificado também o efeito da pilocarpina neste

neurotransmissor em ratos não convulsivos e foi verificado que após 1h ocorre redução no

nível da NA, por outro lado, não foi evidenciada nenhuma alteração após 24h de observação.

Cavalheiro e colaboradores (1994) mostraram que há uma diminuição na concentração

e um aumento da taxa de metabolização da noradrenalina, sugerindo que a liberação de

noradrenalina no hipocampo pode estar diminuída durante o estado epiléptico, após 24h da

convulsão e no período crônico. Durante o período silencioso e após convulsão parcial foi

verificada somente a redução na concentração da NA, não sendo visto nenhuma alteração na

taxa de metabolização.

El-Etri e colaboradores (1993) demonstraram efeitos contrários no locus ceruleus,

portanto, sugere-se que após as convulsões e estado epiléptico as alterações nos níveis dos

neurotransmissores nas áreas cerebrais podem ocorrer de forma diferente.

As diferenças observadas no efeito da pilocarpina sobre os níveis de noradrenalina

podem ser explicadas pelas características particulares das inervações do sistema

noradrenérgico em cada uma de suas regiões (EL-ETRI et al., 199).

O modelo de epilepsia induzido por pilocarpina em altas doses, poderá auxiliar no

esclarecimento das ações do sistema noradrenérgico, como também sobre a participação de

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outros sistemas, tais como dopaminérgico, serotonérgico, glutamatérgico e GABAérgico que

interagem de forma direta e/ou indireta com o sistema colinérgico no processo convulsivo.

4. Neurotransmissão dopaminérgica e o processo convulsivo

4.1. Síntese, metabolização, receptores e funções da dopamina (DA)

Alguns estudos sugerem o envolvimento do sistema dopaminérgico na manutenção

e/ou propagação da epilepsia humana (MARINHO et al., 1997 e 1998).

A DA exerce seus efeitos biológicos por interagir com os receptores específicos. Esses

receptores foram classificados originalmente segundo KEBABIAN & CALNE (l979), como

receptores dopaminérgicos D1 (D1-símile) e D2 (D2-símile).

Esses receptores realizam suas ações por se acoplarem e ativarem diferentes complexos

de proteína G. O receptor D1 interage com o complexo de proteína Gs, resultando em ativação

da adenililato ciclase e um aumento nos níveis de AMPc intracelular. Os receptores D2

interagem com um complexo de proteina GI para inibir a produção de AMPc (COOPER et al.,

l99l; CIVELLI et al., l993).

Estudos indicam que os receptores dopaminérgicos podem influenciar a função celular

através de outros mecanismos, além de estimular ou inibir a adenililato ciclase (AC). O

receptor D1 parece fazer também um efeito estimulatório no “turnover” do fosfoinositídio.

Enquanto o receptor D2, além de inibir a AC, aumenta a condutância para o K+ e modula o

metabolismo do fosfoinositídio (COOPER et al., l99l; CIVELLI et al., l993).

O avanço da biologia molecular e o aperfeiçoamento de técnicas de radioligantes

possibilitou a identificação de quatro subtipos de receptores D2 (D2c, D2L, D3 e D4) e um

subtipo de receptor D1 (D5). O receptor D2 foi dividido em dois subtipos: D2c (curto) e o D2L

(longo), onde o D2L se diferencia do D2c por possuir 29 aminoácidos a mais na sua estrutura.

Esses dois subtipos parecem ter uma farmacologia idêntica. Um terceiro subtipo de receptor

D2 determinado foi D3, encontrado em altos níveis em certas regiões do sistema límbico

cerebral, enquanto, baixos níveis são observados no corpo estriado. O perfil farmacológico do

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subtipo D3 é similar, mas não idêntico ao D2. O mecanismo efetor do subtipo D3 ainda não é

conhecido (COOPER et al., 1991).

O quarto subtipo de receptor D2 recentemente clonado foi D4. O gene desse receptor

possui alta homologia para os genes dos receptores D2 e D3. As características farmacológicas

desse subtipo lembram as do D2 e D3 e o mecanismo efetor do D4 também é desconhecido

(CIVELLI et al., 1993).

O subtipo de receptor D1 encontrado, chamado de D5, é farmacologicamente similar ao

receptor D1, porém sua afinidade por agonistas endógenos (DA) é cerca de dez vezes maior.

Similar ao D1, o subtipo D5 estimula a ativação da AC, sendo esse o seu mecanismo efetor.

Sua localização está principalmente nas áreas límbicas (SOKOLOFF & SCHWARTZ, 1995;

SOKOLOFF et al., 1995).

A ação da DA foi descoberta desde décadas passadas e interpretada através das suas

interações com somente dois receptores. A descoberta de D2c, D2L, D3, D4 e D5

imediatamente revelou a possibilidade de que a atividade desses novos receptores tenha sido

disfarçada pelos receptores clássicos D1 e D2 (CIVELLI et al., 1993).

Tendo em vista essa dúvida, quanto à nova classificação de receptores dopaminérgicos

em D1, D2, D3, D4 e D5, alguns pesquisadores preferem agrupar esses subtipos em D1-símile e

D2-símile, já que as propriedades farmacológicas e estruturais desses subtipos clonados (D2c,

D2L, D3, D4 e D5) não são suficientemente divergentes daquelas já existentes (D1 e D2).

A DA está presente na maioria das regiões do SNC, sendo originada de longos axônios

que partem da substância nigra e área tegmentar ventral e inervam os núcleos da base, partes

do sistema límbico e o córtex frontal (KEBABIAN & CALNE, 1979).

O sistema dopaminérgico compreende três vias neuronais principais: nigroestriatal,

mesocorticolímbica e tuberoinfundibular. A via nigroestriatal está envolvida com disfunções

extrapiramidais. Esta via é responsável por 75% da DA cerebral, sendo constituída por

neurônios que se projetam da substância nigra para o corpo estriado. A via nigroestriatal têm

importante papel na locomoção (CIVELLI et al., 1993).

Um resumo do sistema dopaminérgico, no que se refere à síntese de DA, metabolismo

é apresentado na Figura 3, a localização dos receptores e o sistema de segundos mensageiros

envolvidos é apresentado no Quadro 4.

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Fonte: CIVELLI, 1995 e SOKOLOFF et al., 1995.

Figura 3: Precursores e enzimas envolvidos na síntese da DA, enzimas metabolizadoras e

metabólitos formados no cérebro.

MMMAAAOOOBBB (((mmmooonnnoooaaammmiiinnnooo---oooxxxiiidddaaassseee))) CCCOOOMMMTTT (((cccaaattteeecccooolll---OOO---mmmeeetttiiilll tttrrraaannnsssfffeeerrraaassseee)))

DOPAC (ácido 3,4 diidroxifenilacético) HVA (ácido homovanílico)

NA

DA

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Quadro 4: Localização no SNC dos receptores dopaminérgicos e segundos mensageiros

SUBTIPOS DE

RECEPTORES

LOCALIZAÇÃO NO SNC

SEGUNDOS

MENSAGEIROS

D1

corpo estriado

núcleo accumbens

↑ AMPc

D2

corpo estriado

núcleo accumbens

substância nigra

área tegmentar ventral

hipocampo

↓ AMPc

D3

substância nigra

área tegumentar ventral

núcleo accumbens

hipocampo

?

D4

córtex frontal

hipocampo e cerebelo

?

D5

Hipocampo

núcleo parafascicular do tálamo

↑ AMPc

Fonte: CIVELLI, 1995; CHEN & WEISS, 1991 e SOKOLOFF et al., 1995.

Abreviaturas: (↑) aumenta ou (↓) diminui o nível do segundo mensageiro.

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4.2. Neurotransmissão dopaminérgica e o seu envolvimento com o processo convulsivo

induzido por pilocarpina

Cavalheiro e colaboradores (1994) demonstraram que a pilocarpina em altas doses

(350-380mg/kg) afetava a taxa de metabolização de monoaminas sugerindo um importante

papel desses neurotransmissores nas convulsões recorrentes em ratos. O papel das

monoaminas e, em particular, da DA, no processo convulsivo, ainda não foi estabelecido (EL-

ETRI et al., 1993).

Os efeitos da pilocarpina sobre o sistema dopaminérgico são opostos de acordo com o

tipo de receptor ativado. Receptor D2, mas não D1, tem atividade anticonvulsivante induzida

por eletrochoque ou por pentilenotetrazol em roedores (BARONE et al., 1990a;b).

Al-Tajir e colaboradores (1990a;b;c) estudaram a expressão das convulsões motoras e

demonstraram que receptores D1 e D2 medeiam efeitos pró-convulsivantes e

anticonvulsivantes em ratos tratados com pilocarpina, respectivamente.

Cavalheiro e colaboradores (1994) mostraram que há um aumento na concentração e

uma diminuição da taxa de metabolização da dopamina, sugerindo que a liberação de DA no

hipocampo pode estar diminuída durante o estado epiléptico, período silencioso e no período

crônico do processo convulsivo.

El-Etri e colaboradores (1993) demonstraram efeitos contrários no locus cereleus,

portanto, sugere-se que após as convulsões e estado epiléptico as alterações nos níveis dos

neurotransmissores nas áreas cerebrais podem ocorrer de forma diferente.

As diferenças observadas no efeito da pilocarpina sobre os níveis de DA podem ser

explicadas pelas características particulares das inervações do sistema dopaminérgico em cada

uma de suas regiões. O sistema nigroestriatal inervando o caudato-putamen tem a capacidade

de regular, por si só, a síntese de DA. Com a formação de dopamina nessa região, os auto-

receptores, que regulam a síntese, deixarão de agir e os níveis endógenos serão mantidos de

forma constante (STEPHEN & CORCORAN, 1979).

A administração aguda de pilocarpina produz um aumento na atividade motora e uma

concomitante diminuição na DA estriatal. O sistema dopaminérgico é, particularmente,

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interessante, no que se refere aos seus efeitos no processo convulsivo, já que a ativação dos

receptores D1 e D2 produz respostas opostas para a atividade epiléptica.

O limiar das convulsões é inversamente proporcional ao conteúdo nigroestriatal de

dopamina. A depleção da dopamina é um bom índice de resistência às convulsões (BARONE

et al., 1990a). Altos níveis de DA no cérebro podem induzir convulsões em diferentes espécies

de animais (KILIAN & FREY, 1973; ANLEZARK & MELDRUM, 1975; KING &

BURNHAM, 1980; QUESNEY, 1981; MA & STAN LEUNG, 2004). Por outro lado, uma

redução na concentração de DA cerebral foi vista nas proximidades de um foco epiléptico

(MORI et al., 1987) e no fluído cerebrospinhal de epilépticos (HIRAMATSU et al., 1982).

Esses achados sugerem que a resistência de um animal para desencadear convulsão depende

marcadamente do balanço da atividade dopaminérgica no cérebro.

Estudos realizados por Barone et al. (1990a) caracterizando os efeitos dos agonistas

dopaminérgicos sobre os receptores dopaminérgicos D1 e D2, mostraram que o tratamento

com SKF 38393 (agonista dopaminérgico) aumenta a atividade dopaminérgica D1,

provavelmente através de uma ação direta ou indireta sobre as proteínas G acopladas ao

receptor, podendo refletir alterações no processo de acoplamento e/ou na capacidade das

proteínas G, uma vez ativadas, de estimulam a adenilil ciclase e aumentam o nível de AMPc

intracelular.

O sistema dopaminérgico parece exercer um papel regulatório na atividade

epileptogênica cerebral (ANLEZARK & MELDRUM, 1975; ENGLE & SHARPLESS, 1979;

LOSCHER & CZUCZWAR, 1986; TURSKI et al., 1988; WARTER et al., 1988; AL-TAJIR

et al., 1990a,b; BARONE et al., 1990a,b; MARINHO et al., 1997; THIEL & FOWKES,

2004).

O mecanismo de ação e a área cerebral afetada pela DA para controlar a propagação

das convulsões ainda não foram determinados, mas acredita-se que receptores D1 localizados

em várias estruturas cerebrais podem controlar a propagação da atividade convulsiva.

A DA exerce seus efeitos no cérebro, principalmente, através dos receptores D1 e D2

(SEEMAN et al., 1981). Esses dois subtipos de receptores interagem cooperativamente para

controlar o comportamento motor normal, mas a maneira pela qual influenciam na propagação

das convulsões ainda não foi estabelecida (WADDINGTON & O’BOYLE, 1989).

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Utilizando altas doses de pilocarpina como modelo de epilepsia, diferentes drogas

dopaminérgicas foram estudadas (TURSKI et al., 1988; AL-TAJIR et al., 1990a,b; BARONE

et al., 1990a,b). A estimulação de receptores dopaminérgicos do tipo D1 parece potencializar,

enquanto, que o bloqueio desses receptores previne as convulsões induzidas por altas doses de

pilocarpina. O inverso parece ocorrer com os receptores D2 (BARONE et al., 1991).

O modelo de epilepsia induzido por pilocarpina em altas doses, auxiliará no

esclarecimento das ações do sistema dopaminérgico, como também sobre a participação de

outros sistemas, tais como serotonérgico, glutamatérgico e GABAérgico que interagem de

forma direta ou indireta com o sistema colinérgico no processo convulsivo.

5. Neurotransmissão serotonérgica e o processo convulsivo

5.1 Síntese, metabolização, receptores e funções da serotonina (5-HT)

Alguns estudos sugerem o envolvimento do sistema serotonérgico na manutenção e/ou

propagação da epilepsia humana (PEROUTKA, 1988). O sistema serotonérgico tem como

neurotransmissor a 5-HT. A 5-HT é um importante neurotransmissor inibitório em muitas

áreas do SNC (JULIUS, 1991).

A estimulação inibitória induzida pela 5-HT ocorre através da ativação de muitas vias

da 5-hidroxitriptamina em neurônios da rafe ou nas regiões da parte superior do tronco

cerebral (PEROUTKA, 1988). A 5-HT está presente em fibras não-mielinizadas que inervam

difusamente muitas regiões do SNC, mas a sua densidade de inervação é diferente para as

áreas cerebrais (PEROUTKA, 1988). Os receptores serotonérgicos, principalmente o 5-HT1

exercem efeitos predominantemente inibitórios e estão relacionados com o humor e o

comportamento (COOPER et al., 1991). Acredita-se que a maioria dos efeitos de ativação

serotonérgica no cérebro é provavelmente devido à estimulação dos receptores serotonérgicos

do tipo 5-HT1A.

Os receptores serotonérgicos são amplamente distribuídos em todo corpo e exercem

inúmeras funções vitais no cérebro e no sistema nervoso periférico (SNP) (COOPER et al.,

1991). No fim de 1980, através de técnicas de biologia molecular, foram identificados 4

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subtipos de receptores serotonérgicos (5-HT1A, 5-HT1B, 5-HT1D, 5-HT2A, 5-HT2B, 5-HT2C, 5-

HT3, 5-HT4) (HARTIG, 1989). Esses receptores encontram-se distribuídos no SNC de forma

diferenciada e divergem quanto ao mecanismo de ativação. Os subtipos 5-HT1A, 5-HT1B e 5-

HT1D, agem por inibição da adenilil ciclase (AC), diminuíndo os níveis de AMPc. Já os

subtipos 5-HT2A, 5-HT2B e 5-HT2C transmitem sinais através da mobilização de Ca++ no SNC

(HARTIG, 1989).

Um determinado estímulo faz com que o receptor ative uma enzima efetora, a PLC,

através de uma proteína Gs (ELGOYHEN et al., 2000). A PLC promove uma cascata de

eventos, finalizando com a produção de dois segundos mensageiros, o inositol 1,4,5-trifosfato

(IP3) e 1,2-diacilglicerol (DAG) que vão transmitir a informação do receptor para o interior da

célula.

O subtipo 5-HT3 é um canal iônico, receptor do tipo 1, enquanto que, o 5-HT4 age por

estimulação da AC, aumentando os níveis de AMPc. A Figura 4 sumariza as informações

gerais sobre a síntese, liberação e metabolização da 5-HT e o Quadro 5 sobre os receptores

serotonérgicos.

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Fonte: ERSPAMER, 1978d.

Figura 4: Precursores e enzimas envolvidas na síntese, liberação e na metabolização da 5-

HT e metabólitos formados no cérebro.

MAOA (monoamino-oxidase)

5-HIAA (ácido 5-hidroixindolacético)

5-HTOL (5-hidroxitriptofol)

L-descarboxilase

Tryptophan

Triptofano 5-hidroxilase

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Quadro 5: Localização dos receptores serotonérgicos no SNC e segundos mensageiros

SUBTIPOS DE

RECEPTORES

LOCALIZAÇÃO

SEGUNDOS

MENSAGEIROS

5-HT1A

SNC

↓ AMPc

5-HT1B

SNC

↓ AMPc

5-HT1D

SNC e Vasos sanguíneos

↓ AMPc

5-HT2A

SNC e SNP

Musculatura lisa

IP3 + DAG

5-HT2B

Fundo gástrico

IP3 + DAG

5-HT2C

SNC e Plexo coróide

IP3 + DAG

5-HT3

SNP e SNC

Canal iônico

5-HT4

SNP (TGI) e SNC

↑ AMPc

Fonte: COOPER et al., 1991.

Convenções: (↑): aumenta e (↓) diminui a concentração;

Abreviaturas: IP3: trifosfato de inositol; DAG: diacilglicerol; AMPc: adenosina monofosfato

cíclico; SNP: sistema nervo periférico; TGI: trato gastrointestinal;

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5.2 Neurotransmissão serotonérgica e o seu envolvimento com o processo convulsivo

induzido por pilocarpina

O início das convulsões pode ser produzido através da estimulação da atividade

colinérgica endógena (JOPE et al., 1986 e 1992; MORRISETT et al., 1987a; MARINHO et

al., 1998). O processo convulsivo decorrente do tratamento de ratos com pilocarpina, em

doses convulsivas, parece interagir com o sistema serotonérgico, uma vez que a ativação do

receptor serotonérgico do tipo 5-HT1A pode inibir a estimulação colinérgica, sendo, assim, um

mecanismo compensatório para inibir ou cessar as convulsões, já os receptores 5-HT2-símile

quando estimulados atuam propagando e estimulando a atividade epiléptica em diferentes as

áreas cerebrais (PEROUTKA, 1988).

A pilocarpina também altera os níveis do neurotransmissor serotonérgico. Associado

às convulsões induzidas em ratos pela administração de agonistas colinérgicos

(principalmente pilocarpina) foi observado um aumento na concentração da 5-HT durante a

fase aguda das convulsões (EL-ETRI et al., 1993). Esse agonista modifica também a

concentração de outros neurotransmissores (ACh, NA, DA, glutamato e GABA), sendo

importante um estudo mais detalhado para uma melhor compreensão da participação das

monoaminas e aminoácidos no processo convulsivo (MICHOTTE et al., 2000; DE

LORENZO et al, 2000; RAOL et al., 2001; TESKEY et al., 2004).

6. Neurotransmissão GABAérgica e o processo convulsivo

6.1 Síntese, metabolização e funções do ácido γ-amino butírico (GABA)

Alguns estudos sugerem o envolvimento do sistema GABAérgico na manutenção e/ou

propagação da epilepsia humana (COSTA-LOTUFO et al., 2002; FREITAS et al., 2004a). O

sistema GABAérgico tem como neurotransmissor o GABA. O GABA está presente em todo o

tecido cerebral, porém não em outros tecidos de mamíferos, exceto em quantidades mínimas.

No cérebro é um importante neurotransmissor inibitório em quantidade abundante

(aproximadamente 10 µmol/g de tecido); no sistema nigroestriatal, porém, ocorre em

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concentrações menores (2 a 5 µmol/g) em toda a substância cinzenta (LUDDENS &

WISDEN, 1991).

A estimulação inibitória induzida pelo GABA ocorre através da ativação de muitas vias

GABAérgicas diferentes do SNC central (ISOKAWA, 1998). Os estudos mais detalhados das

inervações GABAérgicas foram realizadas nas seguintes áreas cerebrais: cerebelo, córtex

cerebral, hipocampo e corpo estriado. Na maioria das vezes, o GABA é encontrado em

interneurônios curtos, sendo os únicos tratos GABAérgicos longos aqueles que seguem para o

cerebelo e estriado. A distribuição difusa desse neurotrasmissor e o fato de virtualmente de

todos os neurônios serem sensíveis ao seu efeito inibitório sugerindo que sua função é ubíqua

no cérebro. Estima-se que em aproximadamente 30% de todas as sinapses no SNC, o GABA

funciona como aminoácido monoaminérgico (ISOKAWA, 1998).

O GABA exerce um efeito inibitório nas terminações nervosas pré-sinápticas em

muitos locais do cérebro e no SNP (LUDDENS & WISDEN, 1991). No fim de 1988, através

de técnicas de biologia molecular, foram identificados 2 subtipos de receptores GABAérgicos

(GABAA e GABAB) (BORMANN, 1988). Esses receptores encontram-se distribuídos no SNC

de forma diferenciada e divergem quanto ao mecanismo de ativação. O subtipo GABAA

exerce efeito inibitório pós-sináptico. Age diretamente sobre canais de ânions aos quais está

acoplado diretamente, induzindo um aumento na permeabilidade da membrana pós-sináptica

ao cloreto (Cl-) e reduzindo a despolarização produzida pelos neurotransmissores excitatórios

(BORMANN, 1988).

Já, o subtipo GABAB está localizado principalmente nos terminais pré-sinápticos e

pertence à família dos receptores acoplados a proteína G e atuam através dos sistemas de

segundos mensageiros intracelulares. Os detalhes desta transmissão ainda, não estão bem

conhecidos, porém os resultados finais, são: uma condutância aumentada para o potássio

(causando hiperpolarização da membrana) e inibição dos canais de Ca++ voltagem-sensíveis,

levando à inibição do transmissor. A Figura 5 sumariza as informações sobre síntese,

liberação e metabolização do GABA e o Quadro 6 sobre os receptores GABAérgicos.

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Fonte: LUDDENS & WISDEN, 1991.

Figura 5: Precursor e enzima envolvida na síntese e metabolização do GABA (ácido γ-

amino butírico) no cérebro.

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Quadro 6: Localização dos receptores GABAérgicos no SNC e efeitos na condutância

iônica.

SUBTIPOS DE

RECEPTORES

LOCALIZAÇÃO

EFEITOS

GABAA

Pós-sináptico

↑ cérebro

↑ hipocampo

↑ córtex frontoparietal

↑ caudado-putamen

núcleo accumbens,

amígdala

↑ condutância ao cloro (Cl-)

GABAB

Pré-sináptico

↑ cérebro

↑ hipocampo

↑ córtex frontoparietal

↑ caudado-putamen

núcleo accumbens

amígdala

↓ condutância ao cálcio (Ca2+)

↑ condutância ao potássio (K+)

Fonte: BURD & KAMATCHI, 1991; STRUZYNSKA & SULKOWSKI, 2004.

Convenções: (↑) aumenta e (↓) diminui a condutância ao íon;

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6.2 Neurotransmissão GABAérgica e o seu envolvimento com o processo convulsivo

induzido por pilocarpina

O SNC contém, de forma peculiar, altas concentrações de certos aminoácidos,

notadamente o ácido glutâmico e o GABA (ISOKAWA, 1998).

O início das convulsões pode ser produzido através da estimulação direta da atividade

colinérgica endógena (JOPE et al., 1986 e 1992; MORRISETT et al., 1987a; MARINHO et

al., 1998).

O processo convulsivo decorrente do tratamento de ratos com pilocarpina, agonista

colinérgico, em doses convulsivas, parece interagir com o sistema GABAérgico, uma vez que

a ativação do receptor GABAérgico do tipo GABAA pode está diminuída a sua resposta em

decorrência do aumento da concentração do cálcio intracelular induzida pelos receptores

glutamatérgicos do tipo NMDA, que pode ser essencial para a instalação e propagação da

atividade epiléptica (ISOKAWA, 1998; PISANI et al., 2004).

A pilocarpina também altera os níveis do neurotransmissor do sistema GABAérgico.

Associado às convulsões induzidas em ratos pela administração de pilocarpina ocorre o

aumento na concentração do GABA após o EP e sua diminuição após 24h da fase aguda das

convulsões (EL-ETRI et al., 1993).

Esse agonista colinérgico modifica também a concentração de outros aminoácidos

(glutamato (GLU), taurina (TAU) glutamina (GLN), aspartato (ASP) e glicina (GLI)), sendo

importante um estudo mais detalhado para uma melhor compreensão da participação desses

aminoácidos no processo convulsivo em função do tempo (MICHOTTE et al., 2000; DE

LORENZO et al, 2000; RAOL et al., 2001).

7. Neurotransmissão glutamatérgica e o processo convulsivo

7.1 Síntese, metabolização, e funções do glutamato (GLU)

GLU é um dos aminoácidos (Aa) mais abundante neurotransmissor excitatório

extremamente potente sobre neurônios, em virtualmente todas as regiões do SNC (WATKINS

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& OLVERMAN, 1987). Devido às suas altas concentrações e larga distribuição este

aminoácido influencia todas as funções do SNC. Por exemplo, podem contribuir para

anormalidades associadas com a epilepsia, danos cerebrais característicos das doenças

neurodegenerativas, tais como: doença de Huntington, doença de Alzheimer e doença de

Parkinson, além das alterações associadas à isquemia cerebral, traumatismo cerebral e

encefalopatia devido à SIDA (HAYES et al.,1992; LANCASTER, 1992; SPINK & MARTIN,

1991; LIPTON et al.,1991; Dingledine et al., 1990; CHOI et al., 1990; MELDRUM &

GARTHWAITE, 1990; FADEN et al., 1989). Entretanto, este neurotransmissor desempenha

um papel importante no aprendizado e memória (BLISS & COLLINGRIDGE, 1993;

WILLNER et al., 1992; NG et al., 1991; DAVIS et al., 1992).

Alguns estudos sugerem o envolvimento do sistema glutamatérgico na manutenção

e/ou propagação da epilepsia humana (MICHOTTE et al., 2001; LING et al., 2001). O sistema

glutamatérgico tem como neurotransmissor o GLU, juntamente com outro aminoácido,

aspartato (ASP), e possivelmente o homocisteato são os principais e ubíquos transmissores

que medeiam respostas sinápticas excitatórias rápidas no SNC.

O GLU, da mesma maneira que o GABA, no cérebro é um importante

neurotransmissor, distribuído de forma ampla e bastante uniforme no SNC. Esse aminoácido

possui papel metabólico importante, sendo envolvido tanto no metabolismo dos carboidratos

quanto do nitrogênio, com os ciclos metabólicos, e é um importante neurotransmissor estando

ligados por enzimas transaminases que catalisam a conversão do glutamato em α-oxoglutarato

(LIPTON, 1993).

O GLU é armazenado em vesículas sinápticas e liberado por exocitose cálcio-

dependente. Sua ação é concluída principalmente pela sua recaptação por transportadores para

as terminações nervosas e neuróglia. Este transporte em algumas circunstâncias ocorrer de

forma inversa (despolarização por aumento de potássio extracelular) e constituir uma fonte de

liberação de GLU (ATTWELL et al., 1993), um processo que pode ocorrer em diversas

patologias neurológicas, como isquemia cerebral e convulsão. Acredita-se que o

neurotransmissor glutamatérgico pode ter uma crucial importância no desenvolvimento e

manutenção das convulsões, que ocorre no fenômeno epiléptico (NAFFAH-

MAZZACORATTI et al., 2004).

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As tentativas de descobrir drogas que agem modificando a neurotransmissão induzida

pelos aminoácidos excitatórios (AAE) têm sido dificultadas pelos potenciais efeitos colaterais

destes agentes, assim a inibição generalizada da neurotransmissão está associada com

prejuízos no aprendizado e memória, diminuição no tônus muscular e sedação, enquanto a

estimulação diminui o limiar convulsivo e pode causar danos neuronais irreversíveis. Estes

efeitos globais refletem o fato de que os AAE são encontrados em várias partes do cérebro,

sendo importante vislumbrar caminhos para modificar a ação dos AAE de uma maneira

seletiva. Nos últimos anos foram descobertos vários subtipos de receptores para o GLU,

fazendo-se possível o desenvolvimento de drogas capazes de estimular ou inibir a função

destes receptores seletivamente.

A classificação inicial dos receptores glutamatérgicos foi baseada na sua ativação

seletiva pelo NMDA (N-metil-D-aspartato) e cainato (acetato de 2-carboxi-4-isopropenil-3-

pirrolidina), análogos estruturais do GLU (HALDEMAN & MCLENNAN, 1972;

HALDEMAN et al., 1972). Depois um terceiro tipo foi proposto, mais responsivo ao AMPA

(propionato de α-amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazole) e menos seletivo ao quisqualato (β-

(3,5-dioxo-1,2,4-oxadiazolidin-2-il-L-alanina) (WATKINS & EVANS, 1981; MCLENNAN,

1983). Um quarto tipo de receptor é estimulado pelo trans-ACPD (trans-1-amino-ciclopentil-

1,3-dicarboxilato) e um quinto foi identificado com base na sua resposta seletiva ao L-AP4 (2-

amino-4-fosfobutirato) (MANZONI et al., 1990; SCHOEPP & JOHNSON, 1988; CHA et al.,

1990).

Os receptores glutamatérgicos também podem ser classificados com base em seus

sistemas efetores, enquanto NMDA, cainato e AMPA são aclopados a canais iônicos cátions-

específicos (ionotrópicos) (ZORUMSKI & THIO, 1992; MONAGHAN et al., 1988), o trans-

ACPD e L-AP4 são ligados a proteínas G, que agem via hidrólise de fosfoinositídios

(metabotrópicos) (SCHOEPP et al., 1991; TROMBLEY & WESTBROOK, 1992).

Receptor NMDA

Existem pelo menos dois receptores NMDA, o melhor caracterizado consiste de

complexos heteroméricos com várias subunidades (NR1, NR2A, NR2B, NR2C e NR2D)

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(MONYER et al., 1992), e aparentemente no SNC, ocorrem combinações de NR1 e NR2. O

segundo tipo foi menos estudado e consiste de um complexo de proteínas, que exibem

condutância e propriedades farmacológicas idênticas ao primeiro tipo (KUMAR et al., 1991).

Os receptores NMDA possuem vários sítios regulatórios. Os sítios de reconhecimento

são bloqueados competitivamente por várias drogas entre elas, AP5 (D-2-amino-5-

fosfopentanoato) e seu homólogo AP7 (D-2-amino-7-fosfonoheptanoato) (DAVIES et al.,

1981; EVANS et al., 1982), CPPene (R,S)-4-(fosfonoprop-2-enil-piperazina-2-carboxilato)

(LEHMANN et al., 1987), CGS-19755 ((+)cis-4-fosfonometil-2-piperidinacarboxilato)

(LEHMANN et al., 1988). São inibidos não competitivamente por compostos que se ligam a

sítios específicos dentro do canal iônico, dentre eles PCP (1-1-fenilciclohexil) piperidina ou

fenilciclidina), cetamina (ANIS et al., 1983) e MK-801 (5-metil-10,11-diidro-5H-dibenzo-

(a,d)-ciclohepten-5,10-imine) (WONG et al., 1986; VOLK et al., 2004).

Alguns íons como o Mg+2 e Zn+2 bloqueiam o receptor NMDA, o primeiro de maneira

voltagem dependente e o segundo independente, agindo em sítios diferentes (MEYER et al.,

1984; WESTBROOK & MAYER, 1987).

A ativação do receptor NMDA provoca a abertura do canal iônico com a entrada de

íons Ca+2, em algumas células isto leva a ativação de uma proteína calmodulina, que por outro

lado estimula a produção de óxido nítrico (NO) e este ativando a guanilato ciclase (GC) que

pode destruir os neurônios diretamente (IZUMI et al., 1992; DAWSON et al., 1991). A

inibição da NOs inibe o dano neuronal induzido pelo NMDA, isquemia e hipóxia

(MONCADA et al., 1992; WALLIS et al., 1992; DE SARRO et al., 2004).

Receptor Cainato e AMPA

A família do receptor AMPA consiste de subunidades designadas GluR1-GluR4

(KEINANEN et al., 1990). A subunidade GluR2 confere ao receptor AMPA impermeabilidade

ao Ca++, enquanto a perda desta subunidade o torna permeável a este cátion (HOLLMAN et

al., 1991). O receptor é encontrado nos neurônios em todo o cérebro (EGEBJERG et al.,

1991). Os receptores cainato consistem de subunidades designadas Glu5-Glu7 (BRORSON et

al., 1994). Estudos em cultura de células cerebelares mostram que o influxo de Ca++ através

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dos receptores AMPA/cainato desempenham um importante papel na excitotoxicidade

(ANNIS et al., 1983). Esses receptores abrem canais de cátions, com a entrada de sódio e

despolarização da membrana neuronal, eliminando o bloqueio de canal iônico acoplado ao

receptor NMDA pelo magnésio, propiciando a entrada de Ca++.

Receptores Metabotrópicos

São acoplados a proteínas ligantes de GTP (proteínas G), que atuam na PLC ou AC

(SCHOEPP & CONN, 1993). Já foram clonados 5 subunidades deste receptor e foram

designados mGluR1 a mGluR5. A ativação da PLC induz a hidrólise de difosfato de

fosfatidilinositol para produzir diacilglicerol (DAG) e inositol-trifosfato (IP3) (NICOLETTI et

al., 1986). As subunidades mGluR2, mGluR3 e mGluR4 ativam uma proteína G inibitória que

inibe a atividade da AC com diminuição do AMPc.

O RNAm que codifica estes receptores está expresso em altos níveis no hipocampo, na

região CA1-CA3, no córtex e no cerebelo (OHISHI et al., 1993; CROSS et al., 2004). Embora

a ativação dos receptores metabotrópicos não induza diretamente neurotoxicidade, sua

estimulação pode aumentar a excitabilidade neuronal e um aumento nos níveis da Ca+2

intracelular.

São divididos em 3 subgrupos. Os agonistas mais seletivos usados na caracterização

destes subgrupos foram quisqualato, 2-CCG, trans-ACPD e L-AP4. Evidências indicam que a

ativação dos receptores pode ter efeitos neuroprotetores e neurotóxicos. Koh e colaboradores

(1991), demonstraram que trans-ACPD pode atenuar a excitotoxicidade induzida pelo

NMDA, embora outros estudos indicam efeitos neuroprotetores de agonistas destes receptores

(SACAAN & SCHOREPP, 1992).

O receptor L-AP4 foi definido eletrofisiologicamente como um sítio inibitório do GLU,

este receptor está localizado pré-sinapticamente e sua ativação inibe a liberação de GLU

(ANSON & COLLINS, 1987). A Figura 6 sumariza as informações gerais sobre o GLU e o

Quadro 7 sobre os receptores glutamatérgicos.

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Fonte: BRADFORD & THOMAS, 1969; SHANK & APRISON, 1977.

Figura 6: Precursor e enzimas envolvidas na síntese e na metabolização do GLU no

cérebro.

Legendas: Glu – glutamato; 1. enzima glutaminase; 2. vesículas transportadoras

glutamatérgicas; 3. Liberação; 4 e 5. Receptores glutamatérgicos; 6. Transportador de

glutamato; 7, 8 e 9. Metabolização (Glutamina sintetase e Glutamato descarboxilase);

Glutamina 8

9 GABA

Glutamina

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Quadro 7: Localização dos receptores glutamatérgicos no SNC e mecanismo efetor

SUBTIPOS DE

RECEPTORES

LOCALIZAÇÃO

MECANISMO EFETOR

NMDA

Pós-sináptico

↑ hipocampo

↑ córtex frontoparietal

↑ caudado-putamen

núcleo accumbens

↑ condutância ao cálcio (Ca2+)

AMPA/CAINATO

Pré- e pós-sináptico

↑ hipocampo

↑ córtex frontoparietal

↑ caudado-putamen

núcleo accumbens

↓ condutância ao cálcio (Ca2+)

METABOTRÓPICO

Pré- e Pós-sináptico

↑ cérebro

↑ hipocampo

↑ Liberação de cálcio (Ca2+)

Fonte: BURD & KAMATCHI, 1991.

Convenções: (↑) aumenta e (↓) diminui a condutância ao íon;

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7.2 Neurotransmissão glutamatérgica e o seu envolvimento com o processo convulsivo

induzido por pilocarpina

O processo convulsivo decorrente do tratamento de ratos com pilocarpina, em doses

convulsivas, parece interagir de forma indireta com o sistema glutamatérgico, uma vez que a

ativação do receptor glutamatérgico do tipo NMDA pode está aumentada durante as

convulsões e em resposta a este fato, pode ocorrer um aumento da concentração do cálcio

intracelular, havendo em reposta a esse efeito uma diminuição da resposta dos receptors

GABAA que são capazes de inibir o aparecimento das convulsões quando estimulado por seus

agonistas (ISOKAWA, 1998).

A pilocarpina pode ser capaz de alterar os níveis do aminoácido (GLU). Associado às

convulsões e estado epiléptico induzidos em ratos pela administração de agonistas

colinérgicos (principalmente pilocarpina) foi detectado uma diminuição na concentração do

GLU (EL-ETRI et al., 1993). Por outro lado, foi observado um aumento em seu nível após os

períodos silencioso e crônico das convulsões induzidas por pilocarpina (EL-ETRI et al.,

1993).

A pilocarpina modifica também a concentração de outros aminoácidos (GABA, GLN,

ASP e GLI), sendo importante um estudo mais detalhado para uma melhor compreensão da

participação desses aminoácidos durante as diferentes fases do processo convulsivo, e ainda,

um estudo ontogênico, esclareceria as alterações neuroquímicas que podem ocorrer durante a

atividade epiléptica em função da idade (MICHOTTE et al., 2000; DE LORENZO et al, 2000;

RAOL et al., 2001).

O GLU é um análogo rígido, ao ácido caínico, têm sido empregados como neurotoxinas

para produzir lesões em corpos celulares neuronais, concomitantes com a preservação dos

axônios das proximidades, esses efeitos podem depender da existência de receptores pós-

sinápticos para o GLU, mas os neurônios não são todos igualmente sensíveis à ação tóxica

(LAPIN et al., 1998).

Outros aminoácidos que podem estar envolvidos com o processo convulsivo induzido

por pilocarpina, são: ASP, TIR, GLN, e GLU, que podem estar atuando durante a propagação

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e/ou manutenção da atividade epiléptica precisam ser investigados com o intuito de esclarecer

a sua participação nas convulsões. A síntese neuronal no SNC destes aminoácidos é

sumarizada na Figura 7.

Figura 7: Síntese cerebral dos aminoácidos aspartato, tiroina, glutamina e glutamato.

Síntese do aspartato:

Síntese da tirosina:

Síntese da glutamina:

Síntese do glutamato:

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8. Radicais livres e as espécies reativas derivadas do oxigênio

Os radicais livres têm sido implicados na toxicidade de numerosos agentes químicos e

na patogênese de muitas doenças, tais como: doenças inflamatórias, de Parkinson, doença de

Alzheimer, fibrose pulmonar idiopática, nefrose auto-imune, catarata, esclerose múltipla,

porfiria, aterosclerose, câncer e artrite reumatóide, epilepsia, entre outras. A lista dessas

doenças é cada vez maior e isso se deve, pelo menos em parte, ao fato de que essas moléculas

reativas podem produzir a maioria das alterações teciduais, que têm sido identificadas em uma

grande variedade de processos danosos. Muitas dessas alterações, porém, podem ser uma

conseqüência e não a causa do dano (KEHRER, 1993).

De maneira simples, um radical é qualquer espécie química independente, um átomo ou

molécula altamente reativo, que contém um ou mais elétrons desemparelhados em sua última

camada eletrônica. Em geral, são instáveis e tem vida muito curta devido à natureza livre de

seus elétrons que os tornam hábeis a reagir com diversos compostos ou alvos celulares, de

modo a obter uma maior estabilidade química conferida pelo emparelhamento de elétrons

(HALLIWELL, 1994).

A expressão “espécies reativas derivadas do oxigênio” (EROs) é usada para designar os

agentes potencialmente patogênicos derivados do metabolismo do oxigênio (O2): radicais

livres e moléculas, como o peróxido de hidrogênio (H2O2), ácido hipocloroso (HClO) e outras,

que embora tenham grupos funcionais contendo oxigênio quimicamente reativo, não possuem

elétrons desemparelhados e portanto, não são radicais (FERREIRA & MATSUBARA, 1997).

O organismo humano está exposto a radicais livres e EROs geradas por radiações

ionizantes, agentes tóxicos, poluentes ambientais, etc. Portanto, a idéia de que perigo vem de

fontes nocivas externas é correta. Porém, as células são também capazes de produzir EROs,

tais como: o peróxido de hidrogênio e os radicais superóxido, hidroxila e óxido nítrico. Visto

que participam de reações essenciais para o organismo, as EROs são constantemente formadas

e podem ser prejudiciais, quando sua produção foge do controle exercido por sistemas

antioxidantes, endógenos de defesa (SIES, 1991).

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O radical superóxido (O2-) é produto da adição de um elétron a molécula de oxigênio

(HALLIWELL & GUTTERIDGE, 1986). Diversas moléculas biológicas como, por exemplo:

a hemoglobina (MISRA & FRIDOVICH, 1972a), mioglobina (GOTOH & SHIKAMA, 1976),

catecolaminas (MISRA & FRIDOVICH, 1972a) e alguns constituintes dos sistemas de

transporte de elétrons mitocondriais (TURRENS et al., 1985) e microssômicos (JAKOBY &

ZIEGLER, 1990) reagem com o O2 convertendo-o em O2-.

Adicionalmente, fagócitos ativados (neutrófilos, monócitos, macrófagos e eosinófilos)

geram o O2- em grande quantidade, com a finalidade de destruir microorganismos estranhos ao

organismo. Esse mecanismo de proteção natural pode tornar-se nocivo nos processos de

inflamação crônica (HALLIWELL et al., 1988).

O radical hidroxila, (OH•) é a espécie de oxigênio mais reativa em sistemas biológicos.

Age rapidamente no local em que é produzido, sendo potencialmente capaz de modificar as

bases purínicas e pirimidínicas, levando a inativação ou mutação de DNA, inibir diversas

proteínas (constituintes de membranas celulares e enzimas) através da oxidação de seus

grupamentos sulfidrila (-SH) a pontes dissulfeto (-SS) e iniciar a peroxidação de lipídeos,

especialmente ácidos graxos poliinsaturados de membranas e lipoproteínas (HALLIWELL &

GUTTERIDGE, 1986). O radical hidroxila é gerado nos sistemas biológicos principalmente

por radiações ionizantes e através da reação que envolve um metal em transição, o radical

superóxido e o peróxido de hidrogênio.

Devido ao alto teor de água das células, sua exposição às radiações ionizantes (raios X

e gama), resulta na formação do radical hidroxila, pelo processo de radiólise da água

(HALLIWELL, 1994). Os íons metálicos (de ferro ou cobre) têm a habilidade de mover

elétrons, o que constitui a base para a iniciação e propagação de muitas das reações de radicais

livres mais nocivas.

Assim, o OH• é formado pela interação entre um íon metálico (Fe+3), o O2- e o H2O2, de

acordo com a seguinte equação:

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Fe+3 + O2-.→ Fe+2 + O2

Fe+2 + H2O2 → OH• + OH-

Rendimento líquido: O2- + H2O2 → OH• + OH-+ O2

Essa via de produção do OH•, conhecida como a reação de Haber-Weiss catalisada pelo

ferro, tem sido muito estudada. Embora seu papel patológico não esteja bem esclarecido, os

meios utilizados pelas células para minimizar a presença de íons metálicos, ou seja, a

existência de proteínas de transporte para o ferro e o cobre, indiretamente indicam que tais

reações podem ser prejudiciais para os sistemas biológicos (LIOCHEV & FRIDOVICH,

1994).

Desde a sua descoberta, como um mensageiro intracelular de produção endógena, tem

sido demonstrado que o NO desempenha um importante papel em praticamente todos os

sistemas do organismo (EISEICH et al., 1998a). Embora exerça diversas funções fisiológicas

úteis, seu excesso pode ser nocivo. Em determinadas condições o NO e o O2- podem interagir,

resultando um produto muito tóxico, o peroxinitrito (ONOO-), como se segue:

O2-.+ NO → ONOO-

Esse composto é capaz de reagir prontamente com diversas moléculas, como: proteínas,

lipídeos, carboidratos e ácidos nucléicos, danificando-as. Além disso, seus prováveis produtos

de decomposição, o OH•, dióxido de nitrogênio e outros têm semelhante potencial deletério.

Conseqüentemente, a toxicidade do óxido nítrico pode ser explicada, pelo menos em parte,

por sua reação com o O2-.

O aumento da produção de ONOO-, tem sido associado a diversos processos

patológicos (DEMIRYUREK et al., 1998, EISERICH et al., 1998a,b), entre eles a epilepsia.

8.1 Defesas antioxidantes

Em sistemas aeróbicos, é essencial o equilíbrio entre os agentes óxido-redutores (como

as EROs) e o sistema de defesa antioxidante. Esses agentes são gerados endogenamente como

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conseqüência direta do metabolismo do oxigênio e também em situações não-fisiológicas,

como a exposição da célula a xenobióticos que provocam a redução incompleta de 02. Para

proteger o organismo humano, as células dispõem de sistemas de defesa, tais como: glutationa

reduzida (GSH), superóxido-dismutase (SOD), catalase, glutationa-peroxidase (GSH-Px) e

glutationa redutase (GSH-Rd) (FERREIRA & MATSUBARA, 1997).

Devido ao seu grande potencial de dano os radicais livres e as EROs são produzidos no

organismo sob rigoroso controle de sistemas de defesa que incluem enzimas e outros

antioxidantes (HALLIWELL & GUTTERIDGE, 1992).

As superóxido dismutase (SOD), enzimas presentes na mitocôndria e citossol,

convertem o radical superóxido em peróxido de hidrogênio (HALLIWELL & GUTTERIDGE,

1992), como se segue:

2 O2- + 2 H+ → O2 + H2O2

A SOD corresponde a uma família de enzimas com diferentes grupos prostéticos em

sua composição. Nos sistemas eucariontes existem duas formas de SOD.

A forma SOD-cobre-zinco está presente principalmente no citossol, enquanto que

SOD-manganês está localizada primariamente na mitocôndria (FERREIRA &

MATSUBARA, 1997; RAUCA et al., 2004).

A catalase é uma hemeproteína citoplasmática que catalisa a redução de peróxido de

hidrogênio em água e oxigênio. Pode ser encontrada no cérebro, sangue, medula óssea,

mucosas, rins e fígado. Sua atividade é dependente de NADPH (FERREIRA &

MATSUBARA, 1997).

As catalases, enzimas encontradas nos peroxissomos na maioria dos tecidos, removem

o peróxido de hidrogênio catalizando sua redução em água e oxigênio molecular (SCOTT et

al., 1991), como se segue:

2 H2O2 → O2 + 2 H2O

SOD

catalase

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Glutationa peroxidases (GPx) são as principais enzimas responsáveis pela remoção de

peróxido de hidrogênio gerado pelas SOD no citosol e mitocôndria e peróxidos orgânicos para

seus correspondentes álcoois às custas da conversão da GSH a GSSG (FERREIRA &

MATSUBARA, 1997). Elas promovem a redução de H2O2, as custas de glutationa reduzida

(GSH), para formar glutationa oxidada (GSSG) e água (GATÉ et al., 1999), de acordo com a

seguinte reação:

GSH + H2O2 → GSSG + 2H2O

A glutationa (GSH, L-γ-glutamil-L-cisteinil-glicina), um tripeptídeo formado por

resíduos de glicina, cisteína e ácido glutâmico, existe em concentrações milimolares em todas

as células humanas e desempenha outros papéis igualmente importantes no metabolismo de

xenobióticos e na síntese de leucotrienos (HALLIWELL, 1994).

A GSH pode ser considerada um dos agentes mais importantes do sistema de defesa

antioxidante da célula, protegendo-a contra a lesão resultante da exposição dos agentes como

íons ferro, oxigênio hiperbárico, ozona, radiação e luz ultravioleta (FERREIRA &

MATSUBARA, 1997). Além disto, diminui a susceptibilidade à lesão renal decorrente da

isquemia e reperfusão; atua como transportadora e reservatório da cisteína e participa da

desintoxicação de agentes químicos e da eliminação de produtos da lipoperoxidação. Pode ser

requerida, ainda, para a síntese de DNA, de proteína e de algumas prostaglandinas (SHAN et

al., 1990).

Além desses sistemas enzimáticos existem outros antioxidantes. A albumina, proteína

mais abundante no plasma pode inativar diversos radicais livres (HALLIWELL &

GUTTERIDGE, 1990). O α-tocoferol (vitamina E), por ser suficientemente lipossolúvel,

ocorre nas membranas das células e lipoproteínas. Embora possa evitar a ocorrência de

peroxidação de lipídeos, eliminando radicais livres (O2- e OH•) o α-tocoferol (TH) atua, de

modo mais importante, interrompendo a reação de propagação da lipoperoxidação, através da

doação de um átomo de hidrogênio ao radical peroxila ou alcoxila produzido.

Há evidência de que o ácido ascórbico (vitamina C) é capaz de reduzir o radical

toxoferoxila (T•) formado, convertendo-o novamente em alfa tocoferol (MULLER &

GROSS-SAMPSON, 1990). O urato, produto final do metabolismo das purinas encontrado

GPx

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nos fluidos do organismo, é também capaz de eliminar vários radicais livres (KAUR &

HALLIWELL, 1990).

8.2 Estresse oxidativo (EO)

O EO foi definido por Sies (1991), como: um desequilíbrio entre os sistemas pró-

oxidante e antioxidante, em favor do primeiro, a qual é potencialmente capaz de causar dano e

morte celular.

Uma conseqüência desse desequilíbrio é a oxidação de ácidos graxos poliinsaturados da

membrana celular, processo denominado de lipídio peroxidação. De maneira simples, a lipídio

peroxidação é uma reação em cadeia, representada pelas etapas de iniciação, propagação e

término. Tais etapas estão apresentadas nas seguintes reações, onde L representa o lipídeo:

LH + OH• (ou LO•) → L• + H2O (ou LOH) Iniciação

L• + O2 → LOO• Propagação

LOO• + LH → L• + LOOH Propagação

LOO• + L• → LOOL Término

LOO• + LOO• → LOOL + O2 Término

A reação acima se inicia com a retirada do hidrogênio da molécula do ácido graxo

poliinsaturado (LH) da membrana pelo OH• ou pelo LO• (radical alcoxila), com conseqüente

formação do L• (radical lipídico). Na primeira equação de propagação, o L• reage rapidamente

com o O2, resultando em LOO• (radical peroxila), que por sua vez, seqüestra novo hidrogênio

do ácido graxo poliinsaturado, formando novamente o L• na segunda equação de propagação.

O término da lipídio peroxidação ocorre quando os radicais L• e LOO•, produzidos nas etapas

anteriores, propagam-se até se auto-destruírem.

A ocorrência da lipoperoxidação pode comprometer a estrutura da membrana,

danificando-a ou eventualmente causar completa destruição culminando com a morte celular

(HALLIWELL, 1994; FERREIRA & MATSUBARA, 1997).

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Com base na literatura revisada, o EO, é uma das condições de dano celular mais

estudada atualmente, tem sido implicado em muitos processos patológicos. Dentre eles, a

epilepsia, inflamação, artrite reumatóide, câncer, aterosclerose e dano de reperfusão, as quais

têm bases teórica e experimental que sustentam de forma mais consistente, um papel causal ou

contributivo para o EO (KEHRER, 1993; HANCOCK, 1997).

9. Espécies reativas derivadas do oxigênio (EROs), o EO e o seu envolvimento com o

processo convulsivo induzido por pilocarpina

O cérebro é mais vulnerável que outros tecidos, por que contém uma grande quantidade

de lipídios e metais oxidáveis, e têm em relação aos outros tecidos menos mecanismos

antioxidantes (WALZ et al., 2000).

O EO definido como a excessiva produção de radicais livres pode malterar

dramaticamente a função celular, e modificar a liberação e/ou síntese de outros compostos que

podem estar relacionados com a morte neuronal induzida pela convulsão e tem sido implicado

em uma variedade de condições neurológicas agudas e crônicas, incluindo a epilepsia

(FRANTSEVA et al., 2000; WALZ et al., 2000).

Existem evidências de que as EROs podem estar envolvidas em mais de 50 tipos

diferentes de doenças ou eventos nosológicos. Além das já citadas, as doenças associadas as

EROs, são: enfisema pulmonar, displasia broncopulmonar, pneumoconiose, toxicidade por

bleomicina, paraquat, butildroxitolueno, fibras minerais, fumo e asma e ainda doenças

neurológicas como a epilepsia e isquemia cerebral (FERREIRA & MATSUBARA, 1997).

Foi sugerido que o dano neuronal após o EP induzido por pilocarpina seria resultante

da produção exagerada de radicais livres, tais como: peróxido de hidrogênio, radical hidroxila

e superóxido (BOVERIS et al., 1986).

Apesar, dessas evidências o envolvimento das EROs durante os períodos agudo,

silencioso e crônico das convulsões induzidas pela pilocarpina precisam ser melhor

esclarecido. Como também é necessário estudar as possíveis alterações na produção das

EROs, bem como a sua remoção pelos sistemas antioxidantes nas diferentes estruturas

cerebrais relacionadas com a atividade epiléptica.

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10. Relevância e Justificativa

Há estimativas de que 50 milhões de pessoas no mundo têm epilepsia e somente 25 a

45% estão completamente livres de crises após 12 meses de tratamento (MATTSON et al.,

1992). Sendo importante o tratamento desta patologia, uma vez que, a mesma pode tornar o

indivíduo mais susceptível a outras doenças psiquiátricas (ansiedade, pânico, fobia, psicoses,

humor alterado e depressão) (POST, 2004).

A epilepsia é uma condição neurológica grave de maior prevalência no mundo e que

pode induzir a dificuldade na execução das atividades profissionais do paciente (GILLIAM et

al., 2004). A incidência da epilepsia varia de acordo com a localização geográfica. Ela ocorre

com maior freqüência nos países em desenvolvimento, onde há maior índice de desnutrição,

doenças infecciosas, deficiência no atendimento médico e carência no tratamento (DE

LORENZO et al., 2001).

Em países mais desenvolvidos, a incidência é de aproximadamente 1%, ou seja,

cinqüênta milhões de pessoas são portadoras desta condição, aumentando para 2% em nações

menos desenvolvidas, tornando-se um grave problema de saúde pública (BEAGLEHOLE et

al., 1996).

A epilepsia é mais comum na infância, idade na qual ocorre um aumento na

vulnerabilidade a infecções do SNC (meningite), acidentes (traumatismos cranianos) e outras

doenças, a saber: sarampo, varicela e caxumba, cujas complicações podem causar crises

epilépticas. O problema também poderá se manifestar com o envelhecimento e suas

complicações vasculares (isquemia, doença de Parkinson’s, etc) (LEONARD et al., 1994).

Estima-se que o número de novos casos por ano está em torno de dois milhões em todo

o mundo. Pelo menos 50% dos casos começam na infância ou adolescência, e sabe-se que,

70% a 80% das pessoas com epilepsia podem ter uma vida normal sem prejuízo social e

psicológico se tiverem um tratamento e um acompanhamento psicológico adequado

(BEAGLEHOLE et al., 1996).

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Nos países em desenvolvimento, 60 a 90% das pessoas com epilepsia não recebem

tratamento devido às deficiências do sistema de saúde e ao próprio estigma social,

prejudicando seriamente a qualidade de vida do epiléptico e suas atividades profissionais

(BEAGLEHOLE et al., 1996; GILLIAM et al., 2004).

A epilepsia, como já se sabe é um grave problema de saúde pública em quase todos os

países, havendo, assim, uma real necessidade de se conhecer o processo convulsivo, e isto têm

sido feito através de estudos experimentais utilizando diferentes animais. Esses modelos são

necessários, pois permitem o conhecimento da atividade epiléptica e propiciam novas

descobertas de alternativas terapêuticas para humanos a partir desses achados.

Os estudos em ratos indicam a importância de diferentes sistemas enzimáticos,

monoaminas e aminoácidos no fenômeno epiléptico em diferentes modelos de epilepsia,

inclusive o induzido por pilocarpina (MC DONALD et al., 1991; EL-ETRI et al., 1993;

MICHOTTE et al., 2000; NADLER et al., 2001, WALZ et al., 2000; MACEDO et al., 2004;

EYAL et al., 2004). Os mecanismos de como estas enzimas e neurotransmissores influenciam

o processo convulsivo ainda não foi completamente esclarecido, sendo necessário o seu pronto

esclarecimento, a fim de contribuir para o tratamento da epilepsia.

Novos estudos devem ser realizados com a finalidade de contribuir para o

conhecimento dos mecanismos da epilepsia e determinar como as concentrações das

diferentes monoaminas e aminoácidos variam em função do tempo e da área cerebral

investigada.

Os mecanismos envolvidos na indução, propagação e manutenção da epilepsia ainda

não são bastante conhecidos. A hipótese de que neurotransmissores como: o GLU e o GABA,

participem durante as desordens convulsivas sugerem que alterações na transmissão

excitatória e inibitória, respectivamente, podem contribuir para modificar a excitabilidade

neuronal, no entanto, ainda pode envolver outros neurotransmissores (PATEL & MELDRUM,

1988; MELDRUM et al., 1990; AVOLI et al., 1994; COSTA-LOTUFO et al., 2002).

Esta hipótese pode ser sustentada pela eficiência das drogas anticonvulsivantes, que

aumentam a transmissão GABAérgica ou diminuem a glutamatérgica (AVOLI et al., 1994;

LING et al., 2001). A participação primária do sistema GABA, glutamatérgico e de outros

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neurotransmissores, tais como: NA, DA e 5-HT, nas crises epilépticas é, entretanto, pouco

definida, em particular ficando em geral restrita a função dos receptores.

Inúmeras pesquisas visam descobrir novas estratégias farmacológicas antiepiléptica

através de novos compostos eficazes para a epilepsia de difícil controle ou de compostos com

menor toxicidade para aquelas já tratadas pelo arsenal terapêutico atualmente disponível

(BOECK et al., 2004; PISANI et al., 2004; EYAL et al., 2004). Obviamente, na ausência de

um sistema isolado que funcione para o estudo do quadro epiléptico é impossível prever qual

das vertentes acima mencionadas, ou a melhor delas, vai gerar algum resultado de aplicação

na clínica.

Outro interesse particular e de real importância em relação à epilepsia humana, refere-

se ao estudo das fases silenciosa e crônica do processo convulsivo em diferentes estruturas

cerebrais, o que poderá contribuir para o esclarecimento das mudanças envolvidas no processo

convulsivo em função do tempo e em relação ao envolvimento de cada área na atividade

epiléptica. Ainda, poderão ser investigadas em pesquisas futuras as diferenças no processo

convulsivo em função da idade do animal (estudo ontogênico) e a participação de novos

sistemas até então pouco associados com as convulsões.

Neste mesmo sentido, “Estudo farmacológico e neuroquímico durante a fase aguda

do processo convulsivo induzido por pilocarpina em áreas cerebrais de ratos adultos” foram

estudadas diferentes áreas cerebrais (hipocampo, corpo estriado e córtex frontal) utilizando o

modelo pilocarpina em alta dose (P400). Os animais foram tratados com uma única dose de

cloridrato de pilocarpina (400mg/kg, subcutânea, s.c.), e observados durante 1 e 24h, sendo

sacrificados após o período de observação aqueles que apresentaram convulsões, EP e que

sobreviveram ao tratamento.

Estudos comportamentais, farmacológicos e neuroquímicos foram realizados nesses

animais com a finalidade de fornecer subsídios para esclarecer os mecanismos neuronais

distintos envolvidos durante a fase aguda do processo convulsivo e contribuir para

investigação de novas formulações antiepilépticas.

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OBJETIVOS

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Visto que o mecanismo através do qual a pilocarpina produz convulsões e EP ainda não

está totalmente esclarecido e estas convulsões são uma importante neuropatologia de interesse

para a saúde pública, devido à sua alta prevalência, os objetivos deste trabalho de tese foi

investigar a fase aguda (1 e 24h) do processo convulsivo induzido por pilocarpina em alta

dose (400mg/kg) em diferentes áreas cerebrais importantes no estabelecimento do foco

epiléptico (hipocampo, córtex frontal e corpo estriado) de ratos adultos, através de estudos

farmacológicos e neuroquímicos.

2.2 Específicos

Estudar o comportamento dos animais adultos tratados com pilocarpina;

Investigar a ação farmacológica no comportamento dos animais, de diferentes

sistemas de neurotransmissores envolvidos nas convulsões, EP e doenças associadas à

epilepsia, bem como detectar o efeito de drogas antioxidantes na atividade epiléptica

induzida por pilocarpina;

Determinar a atividade enzimática da acetilcolinesterase (AChE) em

hipocampo, córtex frontal e corpo estriado de ratos adultos;

Verificar a atividade das enzimas anitoxidantes: superóxido dismutase (SOD) e

catalase (CAT) nas áreas estudadas;

Detectar a produção de lipídio peroxidação, a concentração de glutationa

reduzida (GSH) e produção de nitrito e nitrato nas diferentes áreas cerebrais estudadas;

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Estabelecer a densidade máxima (Bmax) e a constante de dissociação (Kd) dos

receptores colinérgicos muscarínicos (M1- e M2-símile), dopaminérgicos (D1- e D2-símile),

serotonérgicos (5-HT2-símile), GABAérgicos e glutamatérgicos no processo convulsivo;

Dosar os níveis das monoaminas: noradrenalina (NA), dopamina (DA), 5-

hidroxitriptamina (5-HT) e seus metabólitos: ácido 3,4 dihidroxifenilacético (DOPAC), ácido

homovanílico (HVA) e ácido 5-hidroxiindol-3-acético (5-HIAA) nas áreas estudadas, e ainda

estabelecer a taxa de metabolização das monoaminas: DA e 5-HT durante a fase aguda da

convulsão límbica;

Estabelecer os níveis dos aminoácidos: glutamato (GLU), glutamina (GLN),

tirosina (TIR) e aspartato (ASP) nas convulsões e EP em ratos adultos induzidos por

pilocarpina.

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MATERIAL E MÉTODOS

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MATERIAL E MÉTODOS

1. Animais

Foram utilizadas ratos Wistar machos, adultos com 2 meses de idade, com peso

variando de 250 - 280g, provenientes do Biotério Central do Departamento de Fisiologia e

Farmacologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Durante todos os experimentos, os animais foram mantidos em gaiolas de acrílico de 40

x 30 x 30 cm2 onde foram observados por 1 e 24h com no máximo 6 animais, em condições

ambientais semelhantes, com ciclo claro / escuro alternado de 12 horas, recebendo ração

padrão tipo Purina e água ad libitum.

Os experimentos foram realizados de acordo com o guia de cuidados e usos de animais

de laboratório do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos da

América (EUA) e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas Animais da UFC.

2. Preparo da droga para os tratamentos

2.1. Pilocarpina

Cloridrato de pilocarpina (Sigma Chemical Co., USA) foi dissolvido em água

bidestilada, obtendo-se a seguinte concentração final:

Droga Concentração Final Abreviatura

Pilocarpina 400 mg/mL P400

As outras drogas utilizadas neste trabalho, foram dissolvidas em água bidestilada

momentos antes da administração por via intraperitoneal em um volume final de 0,1 mL para

cada 10 g de peso do animal. A gabapentina foi dissolvida em tween 80 2,5 % v/v.

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As seguintes drogas foram utilizadas: Sulfato de Atropina (Sigma), Diazepam

(Valium®, Roche), Clonazepam (Rivotril®, Apotex), Vigabatrina (Sabril®, Aventis Pharma),

Pimozida (Sigma), Fluoxetina (Prozac®, Eli Lilly), Amitriptilina (Amitryl®, Cristália),

Clorpromazina (Amplictil®, Aventis Pharma), SCH 23390 (Sigma), NMDA (Sigma),

Cetamina (Ketamin®, Cristália), Carbonato de lítio (Sigma), Morfina (Dimorf®, Cristália),

Haloperidol (Haldol®, Jassen-Cilag) e acetato de dl-α-tocoferol (Vitamina E®, Aché). O

ácido ascórbico injetável (Vitamina C®, EMS) foi o único não diluído em água bidestilada.

3. Tratamento dos grupos experimentais

Os animais foram tratados com pilocarpina e observados por 1h e 24 horas após a

administração. O Quadro 1 sumariza as drogas e suas respectivas doses e vias de

administração.

Quadro 1: Droga utilizada com sua respectiva dose e via de administração.

Droga Dose Via de Administração Abreviatura

Pilocarpina 400 mg/kg Subcutânea (s.c.) P400

Os animais controles foram tratados com solução salina (NaCl, 0,9%).

Após 1h e 24 horas da administração de pilocarpina, os animais que apresentaram

convulsões, estado epiléptico e sobreviveram ao tratamento foram sacrificados, e seus

cérebros removidos.

O hipocampo, o córtex frontal e o corpo estriado foram dissecados sobre gelo e

armazenados em condições apropriadas para a realização dos estudos neuroquímicos.

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Quadro 2: Drogas utilizadas com suas respectivas doses e via de administração (V.A.) nos grupos experimentais no processo convulsivo

induzido pela pilocarpina.

Sítio de ação da

droga

Drogas Dose

(mg/kg)

V.A. Tempo de administração antes da pilocarpina (min)

Salina (controle) - s.c. -

Neurotransmissão Colinérgica Atropina 25 e 50 i.p. 30

Neurotransmissão Dopaminérgica SCH 23390 0,1 e 0,2 i.p. 30

Pimozida 10 e 20 i.p. 30

Haloperidol 5 e 10 i.p. 30

Neurotransmissão Serotonérgica Fluoxetina 10 e 20 i.p. 30

Amitriptilina 25 e 50 i.p. 30

Clorpromazina 25 e 50 i.p. 30

Neurotransmissão GABAérgica Diazepam 5 e 10 i.p. 30

Clonazepam 0,5 e 2,0 i.p. 30

Gabapentina 100 e 150 i.p. 30

Vigabatrina 250 e 500 i.p. 30

Neurotransmissão Glutamatérgica NMDA 10 e 20 i.p. 30

Cetamina 0,5 e 1,0 i.p. 30

Antioxidantes Vitamina C 250 e 500 i.p. 30

Vitamina E 200 e 400 i.p. 30

Estabilizante do Humor Carbonato de lítio 30 e 60 i.p. 30

Opióides Morfina 0,1 e 0,2 i.p. 30

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4. Materiais utilizados nos experimentos

⇒ Agitador de tubos (modelo 251, FANEN, São Paulo, Brasil);

⇒ Balança analítica (modelo H5, Mettler, Suíça);

⇒ Banho Maria (FANEN, modelo 102/1, SP, Brasil);

⇒ Contador de Cintilação Líquida (modelo LS 6500, CA, USA);

⇒ Cubetas de plástico para espectrofômetro (Sarstedt, Alemanha Oriental);

⇒ Espectrofotômetro (Modelo Beckman DU 640B, Fullerton, CA, USA);

⇒ Equipamento de Millipore para filtração a vácuo (Millipore apparatus, Bedford,

MA, USA);

⇒ Estufa de secagem e esterilização (modelo 315 SE FANEN, SP, Brasil);

⇒ Filtros de fibra de vidro (GF/B Whatman, Maidstone, England);

⇒ Frascos de vidro para contagem de cintilação (vials, Beckman, Fullerton, CA,

USA);

⇒ Homogeneizadores (Bellico, USA);

⇒ Guilhotina (Harvard, USA);

⇒ Micropipetas (H,E. Pedersen, Dinamarca)

⇒ Medidor de pH, modelo B374 (Micronal, SP, Brasil);

⇒ Centrífuga refrigerada (modelo Marathon 26 KMR, Fisher Scientific);

⇒ Equipamento para filtração a vácuo (Millipore Apparatus, Bedford, MA, EUA);

⇒ Equipamento de HPLC - Detector eletroquímico (Modelo L-ECD-6A; Shimadzu,

Japão), Eletrodo de carbono (Shimadzu); Degaseificador (DGU-2A Shimadzu,

Japão), Detector de fluorescência (Modelo RF 535, Shimadzu copr, Japão),

Integrador (C-R6A Chromatopac, Shimadzu, Japão) e Injetor (Shimadzu Corp.,

Japão);

⇒ Sonicador (Modelo PT 10-35. Brinkmann Instruments Inc. NY, EUA).

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5. Estudo comportamental

Os animais tratados e controles foram divididos em gaiolas contendo no máximo 6

animais e colocados em ambiente reservado, sendo feita à observação direta. Todos os grupos

experimentais foram observados após a administração da pilocarpina, de acordo com o

tratamento previsto, perfazendo um total de 1 hora e 24 horas de observação;

Os seguintes parâmetros foram observados: presença de sinais colinérgicos periféricos

(SCP), tremores, movimentos estereotipados, convulsões motoras, que progrediram para o

estado epiléptico em aproximadamente 67 minutos e o número de animais que morreram em

cada grupo, a latência da primeira convulsão (LC) e a latência do estado de mal epiléptico

(LEP). O Quadro 3 apresenta estes parâmetros juntamente com suas características. Depois

desse período de observação, os animais foram sacrificados e os cérebros removidos para a

dissecação do hipocampo (HC), corpo estriado (CE) e córtex frontal (CF) para a realização de

outros estudos específicos, tais como: estudos neuroquímicos e farmacológicos (TURSKI et

al., 1983a).

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Quadro 3 - Parâmetros comportamentais observados após tratamento agudo com

pilocarpina 400mg/kg

PARÂMETROS CARACTERÍSTICAS

Sinais colinérgicos periféricos (SCP)

miose, cromodacriorréia, piloereção,

diarréia, salivação e diurese.

Tremores

-

Movimentos estereotipados (ME)

aumento das atividades de roer, coçar-se, mastigar e

wet-dog shakes (ato de sacudir – semelhante a um

cachorro molhado).

Convulsões

tônico / clônica com ou sem rearing ( ato de

empinar-se)

Latência da convulsão (LC)

tempo em min para o desenvolvimento da primeira

convulsão

Estado epiléptico (EP)

convulsões intermitentes durante até 30 min

Latência do Estado epiléptico (LEP)

tempo em min para o animal apresentar o estado de

mal epiléptico

Número de mortes em cada grupo

determinado durante o período de 1 e 24h depois da

administração da pilocarpina

Fonte: TURSKI et al., 1983a,b.

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6. Dissecação das áreas cerebrais (hipocampo, corpo estriado e córtex frontal)

Os animais foram decapitados com uma guilhotina (Harvard, USA) e, em seguida, os

encéfalos foram rapidamente retirados e colocados sobre papel alumínio numa placa de petri

com gelo (Figura 1).

Acompanhando a fissura sagital mediana, a camada cortical cerebral foi retirada das

leptomeninges com o auxílio de uma pinça reta de microdissecação, a qual, progredindo

delicadamente e tangencialmente aos ventrículos laterais, divulsionou o cortéx em toda a sua

extensão fronto-occiptal. O córtex já divulsionado foi rebatido para os lados, expondo parte do

hipocampo (Figura 2) que, com divulsionamento, foi descolado e retirado.

O corpo estriado (caudado, putâmen e globo pálido) foi isolado das estruturas

circunjacentes por divulsionamento com uma tesoura de microdissecação, sendo a sua retirada

orientada pelo diâmetro da porção tuberosa visível desses núcleos, após o rebatimento lateral

do córtex (Figura 3). Após a retirada do corpo estriado removeu-se o córtex frontal.

Figura 1 - Dissecação cerebral mostrando a retirada do encéfalo de ratos.

Após os animais terem sido sacrificados, os encéfalos foram retirados rapidamente e

colocados sobre papel alumínio numa placa de petri com gelo, para posterior dissecação das

áreas cerebrais a serem estudadas.

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Figura 2 - Dissecação cerebral mostrando a retirada do hipocampo de ratos.

Após o término da dissecação, o hipocampo área foi colocado em papel de alumínio

devidamente identificado, pesado e conservado a -80°C para uso posterior. Quando as áreas

foram estocadas durante um certo período de tempo (no máximo 2 meses), os tecidos foram

considerados como tendo a mesma viabilidade para experimentação daqueles que foram

ensaiados imediatamente ou 24 h após a dissecação (BURKE & GREENBAUN, 1987).

Figura 3 - Dissecação cerebral mostrando a retirada do corpo estriado e do córtex frontal

de ratos.

Após o término da dissecação, o corpo estriado e o córtex frontal foram colocados em

papel de alumínio devidamente identificados, pesados e conservados a -80°C para uso

posterior (FIELDER et al., 1987).

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7. Determinação da Atividade Acetilcolinesterásica (AChE)

7.1. Método

A atividade acetilcolinesterásica foi determinada segundo o método descrito por

Ellman e colaboradores (1961b), tendo como princípio básico à medida da velocidade de

produção de tiocolina à proporção que a acetiltiocolina (ATC), era utilizada como substrato

foi hidrolisada.

Isto é acompanhado pela reação contínua do tiol com o íon 5:5-ditiobis-2-nitrobenzoato

(I) para produzir o ânion amarelo do ácido 5-tio-2-nitro-benzóico (II), cuja coloração é medida

em 412 nm, através de um espectrofotômetro Beckman DU, acoplado a um sistema de

modernização da Gilford, USA, o que permitiu leituras automáticas em sistema digital e

forneceu maior sensibilidade.

A atividade enzimática é medida através da leitura da variação da absorbância por

minuto, durante 3 minutos, sendo a reação linear durante pelo menos 10 minutos. A atividade

específica foi expressa em nanomoles de ATC hidrolisados por miligrama de proteína por

minuto (nmoles/mg proteína/min).

7.2. Procedimento Experimental

Os tecidos (HC, CE e CF) foram homogeneizados em tampão fosfato (pH 8,0; 0,1 M)

10 % e o homogenato (5 µL) foi adicionado a uma cubeta contendo 500 µL do tampão, 895

µL de água destilada e 50 µL de ácido ditiobisnitrobenzóico (DTNB) 0,01M e a absorbância

zerada. Após a absorbância ser deixada em zero a cubeta foi retirada e acrescentado iodeto de

acetiotiocolina 0,075 M e a absorbância foi registrada por 3 min em 412 nM. A atividade da

enzima foi calculada como modificações na absorbância do minuto 3 para o minuto 0, relativo

ao conteúdo de proteína contido no homogenato (Lowry et al., 1951). O procedimento

completo foi feito em um espectrofotômetro Beckman DU 640B ajustado para um

comprimento e onda de 412 nM.

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7.3. Soluções Reagentes

Foram utilizadas as seguintes soluções reagentes:

Tampão fosfato de sódio

NaH2PO4H2O (Reagen, Rio de Janeiro, Brasil) 0,1 M em água bidestilada, pH 7,0.

Solução de iodeto de acetiltiocolina

ATC (Sigma, St. Louis, MO, EUA) 75 mM em água bidestilada.

Solução de ácido 5:5-ditiobis - 2- nitrobenzoato

DTNB (Sigma, St. Louis, MO, EUA) 10 mM em tampão fosfato de sódio.

8. Determinação da produção de substâncias ácidas reativas com o ácido tiobarbitúrico

(TBARS)

8.1. Método

Ratos Wistar, machos (250-280g) foram utilizados para a obtenção do homogeneizado

de cérebro, conforme descrito a seguir. Os animais foram observados durante 1h e 24h após

administração da pilocarpina (400mg/kg). Aqueles que apresentaram convulsão, estado

epiléptico e sobreviveram aos períodos de observação foram sacrificados e o cérebro

dissecado para a retirada do hipocampo, corpo estriado e córtex frontal.

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8.2. Procedimento Experimental

O grau de lipoperoxidação nas áreas cerebrais foi medido através da determinação dos

níveis de TBARS, conforme o método de Draper & Hadley, 1990, seguindo o protocolo a

seguir.

Foi preparado o homogenato a 10% em tampão fosfato de sódio 50 mM, pH 7,4. Foi

retirado 250 uL do homogenato de cada área cerebral do animais controles e tratados com

pilocarpina, ao qual foram adicionados 1 mL de ácido tricloroacético a 10% e 1ml de solução

de ácido tiobarbitúrico 0,67% e em seguida a mistura foi agitada em vortex.

Após a agitação, essa mistura foi mantida em um banho de água fervente por 15 min, a

seguir resfriada em água corrente. Após o resfriamento foi adicionada 2 mL de η-butanol,

agitada em vortex por 1 min. Após agitação a mistura foi centrifugada a 1200 rpm por 5 min.

A fase butanólica de coloração rosa foi tomada para leitura em espectrofotômetro a 535

nm. Os resultados foram expressos em percentual em relação ao controle.

8.3. Soluções reagentes

Foram utilizadas as seguintes soluções reagentes:

Tampão Fosfato 50 mM

NaH2PO4 (Reagen, Rio de Janeiro, Brasil) foi dissolvido em água bidestilada, para

obter uma solução 50 mM e o pH foi ajustado para 7,4 com solução de HCl 1N (Merck, Rio

de Janeiro, Brasil).

Solução de ácido tricloroacético

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ATC (Sigma, MO, EUA) 10 mL mais 90mL de água bidestilada.

Solução de ácido tiobarbitúrico (TBA)

TBA (Sigma, St. Louis, MO, EUA) 67mg em 100 mL de água bidestilada.

Butanol

Butanol (Sigma, St. Louis, MO, EUA) foi usado para a extração de TBARS.

9. Determinação da produção de nitrito e nitrato

9.1. Método da Preparação da Curva-Padrão:

Foi pesado 7 mg de NaNO2 e dissolvido em 10 mL de água bidestilada (estoque-

10mM) foi feita as diluições em série (10 e 20x), ficando 1mM, 100µM, 10µM, 5µM, 2,5µM,

1,25µM, 0,625µM, 0,312µM. Foi feita em seguida uma equação da reta para o cálculo das

concentrações do teste (Green et al. 1981).

9.2. Procedimento Experimental

Em um tubo branco foi adicionado 500 µL do reagente mais 500 µL de água destilada,

em um outro tubo teste foi adicionado 500 µL do reagente mais 500 µl do homogenato de

tecido a 10% em água destilada de cada área cerebral estudada. Foi feita a leitura em

espectrofotômetro a 560 nm e os resultados expressos em mM.

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9.3. Solução reagente

A seguinte solução reagente foi empregada nessa técnica:

Solução de NaNO2 (10mM)

NaNO2 (Sigma, St. Louis, MO, EUA) 7mg em 10mL de água bidestilada.

10. Determinação da atividade enzimática da Superóxido Dismutase (SOD)

10.1. Método

A atividade da SOD foi determinada em nossos experimentos, através da taxa de

redução do citocromo C pelos radicais superóxidos, utilizando o sistema xantina - xantina

oxidase como fonte geradora de ânion superóxido (O2-) (ARTHUR & BOYNE, 1985) através

da técnica descrita anteriormente por FLOHÉ & OTTING, 1984.

10.2. Procedimento Experimental

Foi preparada o meio da reação (volume total 30 mL) contendo tampão fosfato de

potássio 50 mM, pH 7,8 (18 mL), xantina 500 µM (3,0 mL); cianeto de potássio 200µM (3,0

mL); EDTA 1mM, pH 6,8 (3,0 mL). As amostras (homogenato a 10%) foram preparadas com

tampão fosfato de potássio 50 mM, pH 7,8. Os homogenatos a 10% foram centrifugados a

15000 rpm durante 15 min a 4°C, em seguida os sobrenadantes foram removidos para

posterior determinação da atividade da SOD.

A xantina oxidase (XO) (5 U/mL) usada na reação foi preparada a partir da solução

padrão de XO (1 µL para 80µL de tampão fosfato de potássio 50 mM, pH 7,8). Em seguida

foi realizado o ensaio em uma cubeta de vidro contendo: 975 µL do meio reacional acima

descrito, 20 µL do sobrenadante da amostra obtido conforme descrito anteriormente e mais 5

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µL da xantina oxidase, a mistura foi agitada e em seguida foi realizada a leitura em

espectrofotômetro a 550 nm a temperatura ambiente durante 6 minutos. Como branco cinético

foi feito pela adição apenas do sistema gerador de ânion superóxido e o citocromo C, e foi

realizada a leitura do branco na absorbância relativa à oxidação do citocromo C à 550 nm. A

curva da atividade unidade vs percentagem de inibição foi medida com quantidades

conhecidas de SOD purificada que está contida em 5 U/mL de solução. A quantidade da

atividade da SOD das amostras foram calculadas usando a média das absorções lineares

obtidas durante 6 min pela curva.

A diferenciação entre os dois diferentes tipos de SOD (Cu Zn-SOD e Mn-SOD) foi

feita pela adição de cianeto de potássio (200 µM) à mistura de incubação no meio reacional.

Onde, o Cu Zn-SOD é inibida pelo cianeto de potássio, enquanto a Mn-SOD não é afetada

(TAMATE ET AL., 1992; TANIGUCHI, 1990).

Os resultados foram expressos em U/mg de proteína. Uma unidade (U) da atividade da

SOD corresponde à inibição de 50% da reação do O2- com o Citocromo C. A concentração da

proteína foi obtida pelo método de Lowry et al., 1951.

10.3. Soluções reagentes

As seguintes soluções reagentes foram empregadas na técnica de determinação da

atividade da SOD:

Tampão fosfato de potássio 50 mM, pH 7,8

Pesou-se 8,7 g de K2HPO4 e KH2PO4 (Sigma, St. Louis, MO, EUA) e diluiu-se em

1000 ml de água Mill-Q. Acertou-se o pH com hidróxido de sódio 1M.

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Solução de EDTA 1mM, pH 7,8

Foi pesado 0,3722g de EDTA 5mM (Sigma, St. Louis, MO, EUA) e diluiu-se em 1000

ml de água Mill-Q e acertou-se o pH com NaOH 1M.

Solução de Xantina 500µM

Pesou-se 0,09 g de xantina 500 µM (Sigma, St. Louis, MO, EUA) e diluiu-se em 1000

ml de água Mill-Q.

Solução de Cianeto de Potássio 200µM

Pesou-se 0,013 g de cianeto de potássio 200 µM (Sigma, St. Louis, MO, EUA) e diluiu-

se em 1 L de água Mill-Q.

Solução de Xantina Oxidase diluição

Retirou-se 1 µL de xantina oxidase (5 U/mL; Sigma, St. Louis, MO, EUA) e diluiu-se

em 80 µL de tampão fosfato 50mM, pH 7,8.

11. Determinação da atividade enzimática da Catalase (CAT)

11.1. Método

A atividade da catalase tem como princípio básico à medida da velocidade de produção

de O2 e H2O à proporção que a H2O2, utilizado como substrato é hidrolisado, de acordo com

MAEHLY & CHANCE, (1954) e CHANCE & MAEHLY, (1955).

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A atividade da enzima é medida em 230nm, através de um espectrofotômetro Beckman

DU, acoplado a um sistema de modernização de Gilford, USA, o que permitiu leituras

automáticas em sistema digital e forneceu maior sensibilidade.

A atividade enzimática é medida através da leitura da variação da absorbância por

minuto, durante 6 minutos e os resultados expressos em U/µg de proteína. Uma unidade (U)

da catalase corresponde a decomposição de 1mM de peróxido de hidrogênio em água e

oxigênio por minuto.

11.2. Procedimento Experimental

Foi preparado o meio da reação com H2O2 (18 mL) mais Tampão Tris HCl 1M, EDTA

5 mM pH 8,0 (1,0 mL) e H2O Milli Q (0,8 mL). Em seguida foi colocado na cubeta de quartzo

980 µL do meio de reação mais 20 µL do homogenato a 10% preparado em tampão fosfato de

sódio 50 mM, pH 7,4.

E feita à leitura durante 6 min a temperatura de 37°C em espectrofotômetro a 230 nm.

Como branco cinético foi feito pela a leitura na absorbância relativa a 230 nm com apenas 1ml

do meio reacional. A concentração de proteína foi determinada pelo método de Lowry et al.,

1951.

11.3. Soluções reagentes

As seguintes soluções reagentes foram empregadas nessa técnica:

Tampão Tris HCl 1M, EDTA 5 mM, pH 8,0

Pesou-se 12,11g de Trisma base (1M) e 0,19g de EDTA (5mM) (Sigma, St. Louis, MO,

EUA) e diluiu-se em 100 mL de água Mill-Q. O pH foi acertado com HCl 1M.

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Tampão fosfato de sódio

NaH2PO4 (Reagen, Rio de Janeiro, Brasil) foi dissolvido em água bidestilada, para

obter uma solução 50 mM e o pH foi ajustado para 7,4 com solução de HCl 1N (Merck, Rio

de Janeiro, Brasil).

H2O2 para meio de reação

Retirou-se 10 µL de peridol 30% (Sigma, St. Louis, MO, EUA) e em um balão

volumétrico de 10 mL, diluiu-se com 10 mL de água Mill-Q (qsp).

12. Determinação da concentração da glutationa reduzida (GSH)

12.1. Método

A determinação da concentração da GSH basea-se na reação do reagente de Ellman, o

5,5'-ditiobis (ácido 2-nitrobenzóico) (DTNB) com o tiol livre originando um dissulfeto misto

mais ácido 2-nitro-5-tiobenzóico. A medida do produto de reação formado é feita por leitura

da absorbância a 412 nm, conforme algumas alterações na técnica previamente descrita por

SEDLAK & LINDSAY (1988).

12.2. Procedimento Experimental

Preparou-se o homogenato a 10% das áreas cerebrais a serem estudadas, em EDTA

0,02 M, em seguida foi retirado 400 µL desse homogenato e adicionado 320 µL de água

destilada e mais 80 µL de ácido tricloroacético a 50%.

O material foi agitado e centrifugado a 3000 rpm por 15 min. Em seguida foi recolhido

400 µL do sobrenadante e acrescido 800 µL de tampão Tris-HCl 0,4 M, pH 8,9 e mais 20 µL

de DTNB 0,01 M e após 1 minuto da reação foi feita a leitura da coloração em 412 nm,

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através de um espectrofotômetro Beckman DU, acoplado a um sistema de modernização da

Gilford, USA, o que permitiu leitura automáticas em sistema digital e forneceu maior

sensibilidade.

A concentração da glutationa reduzida foi expressa em nanograma de GSH por grama

de tecido.

Curva padrão de Glutation (GSH)

A partir da solução padrão de GSH (1 mg/mL), foi preparado 4 mL (em triplicata) de

soluções a 6,25; 12,5; 25; 50 e 100 µg/mL. O branco foi feito com água destilada (4 mL) e a

cada tudo das soluções de GSH foi acrescentado 4 mL de tampão Tris HCl 0,4 M (pH 8,9).

Adicionou-se ainda a cada tubo 0,1 mL de DTNB (0,01M) e feita a leitura da

absorbância a 412 nm após 1 min da adição do DTNB, e determinada a equação da curva

padrão de GSH.

12.3. Soluções reagentes

Foram utilizadas as seguintes soluções reagentes:

Solução de ácido etilenodiaminotetracético

EDTA (Sigma, St. Louis, MO, EUA), 521,1mg em 70 mL de água bidestilada, para

preparar EDTA 0,2M.

Em seguida foi retirado 30 mL desta solução inicial e acrescido mais 270 mL de água

bidestilada

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Tampão Tris-HCl

14,352 gramas de Tris-HCl (Trizma base, Sigma, Brasil) foram diluídos em 30 mL de

EDTA 0,2 mM, mais 300 mL de água bidestilada, obtendo-se uma concentração de 0,4 M.

O pH foi ajustado com solução HCl 0,1 N (MERCK, Rio de Janeiro, Brasil) para pH

8,9.

Solução de ácido 5:5-ditiobis–2-nitrobenzoato

DTNB (Sigma, St. Louis, MO, EUA) 39,6 mg em 10 mL de metanol absoluto.

Solução de ácido tricloroacético (ATC)

ATC (Sigma, St. Louis, MO, EUA) 50 mL mais 50 mL de água bidestilada.

Solução de Glutationa reduzida

GSH (Sigma, St. Louis, MO, EUA) 50 mg em 50 mL de água bidestilada.

13. Determinação da densidade de receptores muscarínicos (M1 e M2)

13.1. Método

A densidade de receptores muscarínicos (M1- e M2-símile) foi determinada através de

ensaios de binding, executados em homogenatos cerebrais, utilizando-se o ligante específico 3H-N-metilescopolamina (3H-NMS, 85 Ci/mmol - New England), de acordo com método

previamente descrito (DOMBROWSKI et al., 1983).

A 3H-NMS liga-se a sítios específicos dentre os quatro primeiros segmentos

transmembrana dos receptores muscarínicos que existem nos fragmentos de membranas dos

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tecidos homogeneizados. Desse modo, o ligante tritiado marca especificamente os receptores

colinérgicos presentes no tecido estudado.

A atropina é um outro antagonista clássico utilizado nos “brancos” dos ensaios para

determinar a radioatividade de background ou ligações não específicas. A atropina,

acrescentada em concentração muito maior do que a da 3H-NMS, interage, seletivamente, com

os mesmos sítios de ligação do receptor, deslocando e deixando livre toda a droga

radioativamente marcada, que é logo depois filtrada. A radioatividade contida no filtro é,

então, contada por cintilação líquida.

13.2. Procedimento experimental

Terminada a dissecação das áreas cerebrais em gelo, como mencionado anteriormente,

foram feitos homogenatos a 10% de HC, CF e CE em tampão fosfato de sódio, 150 mM, pH

7,4.

Rapidamente, os homogenatos contendo 130 - 160 µg de proteína foram incubados em

tampão fosfato de sódio contendo 2,35 nM de 3H-NMS, na presença ou na ausência de sulfato

de atropina 12,5 µM em um volume final de 0,2 mL, para experimentos de pontos únicos.

Para experimentos de saturação o ligante foi utilizado em concentrações que variavam entre

0,0031 e 5,95 nM.

A densidade máxima para os receptores M1-símile foi determinada com [3H]-NMS (84

Ci/mmol, Amersham Pharmacia Biotech) na presença de 100 µM de carbacol para bloquear os

receptores M2-símile.

Da mesma forma, a densidade máxima para os receptores M2-símile foi determinada

com [3H]-NMS (84 Ci/mmol, Amersham Pharmacia Biotech), mas, na presença de 100 µM de

pirenzepina para bloquear os receptores M1-símile.

Após incubação a 37ºC por 30 minutos, a reação foi terminada por filtração à vácuo

através de filtros Whatman GF/B. Os filtros foram lavados três vezes com 4 mL de solução

salina 0,9 % gelada, secos a 60ºC por no mínimo 2 h e colocados em frascos de vidro (vials)

com 3 mL de um coquetel de cintilação líquida contendo tolueno.

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A radioatividade foi medida em um contador de cintilação líquida Beckman LS-100

com uma eficiência de 67%. A ligação específica foi calculada como a ligação total menos a

ligação não-específica feita na presença de atropina 12,5 uM. Os resultados para a densidade

máxima de receptores (Bmax) e para a constante de dissociação (Kd) foram expressos em

fentomoles por miligrama de proteína e nM, respectivamente. A concentração de proteína foi

determinada segundo o método de Lowry et al. (1951), utilizando-se albumina sérica bovina

(BSA) como padrão.

13.3. Soluções reagentes

As seguintes soluções reagentes foram empregadas nessa técnica:

Solução estoque de 3H-N-metil-escopolamina (3H-NMS)

Cloridrato de 3H-NMS (85 Ci/mmol, New England Nuclear, Boston, MA, USA), em

tampão fosfato de sódio 150 mM, pH 7,4 para obter uma solução de concentração de 23,52

nM.

Solução estoque de atropina

Sulfato de atropina (Sigma, St. Louis, MO, USA) em água bidestilada, para obter uma

concentração de 0,5 mM.

Tampão fosfato de sódio

NaH2PO4 (Reagen, Rio de Janeiro, Brasil) foi dissolvido em água bidestilada, para

obter uma solução 150 mM e o pH foi ajustado para 7,4 com solução de HCl 1N (Merck, Rio

de Janeiro, Brasil).

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Solução de Pirenzepina 100µM

Macerou-se 1 comprimido (50 mg de pirenzepina) (Sigma, St. Louis, MO, USA) em

100mL de Tampão fosfato. Dessa solução foi retirado 1mL e diluiu-se em 9 mL de Tampão

fosfato.

Solução de Carbacol 100µM

Pesou-se 0,03 g de carbacol (Sigma, St. Louis, MO, USA) e diluiu-se em 2mL de água

destilada.

Coquetel de cintilação

p-bis-2-(5-feniloxazolil) benzeno, POPOP (0,5 g; Sigma, St. Louis, MO, USA) e 4,0 g

de 2,5-difeniloxazol, PPO (Sigma, St. Louis, MO, USA) foram dissolvidos em 1000 mL de

tolueno (Beckman, Fullerton, CA, USA).

14. Determinação da densidade dos Receptores Dopaminérgicos

A determinação dos receptores dopaminérgicos foi feita através de ensaios de binding

executados em homogenatos cerebrais das áreas estudadas, variando os seguintes parâmetros:

Receptores D1-símile

Foi utilizado o ligante específico [3H]-SCH 23390 (87,0 Ci/mmol - New England

Nuclear, EUA), de acordo com método previamente descrito (MELTZER et al., 1989).

Receptores D2-símile

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Foi utilizado o ligante específico [3H]-espiroperidol (114,0 Ci/mmol - New England

Nuclear, EUA), segundo uma adaptação do método previamente descrito (KESSLER et al.,

1991 e MELTZER et al., 1989).

14.1. Método para os receptores dopaminérgicos (D1 e D2)

Método

O [3H]-SCH 23390 é um antagonista dopaminérgico que possui alta afinidade pelos

receptores D1-símile. O ligante [3H]-espiroperidol é um antagonista dopaminérgico que possui

alta afinidade pelos receptores D2-símile, possuindo também afinidade pelos receptores

serotonérgicos do tipo 5-HT2 (Kessler et al., 1991; Terai et al., 1983;1989). Para bloquear os

receptores serotonérgicos no binding de D2-símile, foi utilizado um antagonista específico, a

mianserina.

A dopamina, um agonista dopaminérgico, foi adicionada, na forma não marcada, nos

brancos dos ensaios para receptor D1 para determinar a radioatividade de background ou

ligações não-específicas, em uma concentração elevada para interagir com os mesmos sítios

de ligação do receptor, impedindo assim a ligação do [3H]-SCH 23390, que fica livre. O

mesmo foi feito com relação ao receptor D2, mas neste caso foi utilizado o butaclamol, um

antagonista de receptores dopaminérgicos, também com o intuito de determinar as ligações

não-específicas. Esses ligantes livres são retirados do filtro através de lavagens sucessivas, e a

radioatividade é, então, contada por cintilação líquida.

14.2. Procedimento experimental

Logo após a dissecação das áreas cerebrais em gelo, como mencionado anteriormente,

foram feitos homogenatos a 10% das áreas cerebrais em tampão Tris-HCl 50 mM, pH 7,4.

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Os homogenatos, contendo 50-100 µg de proteína, foram incubados em tampão Tris-

HCl modificado (50 mM, pH 7,4). No caso dos receptores D1-símile, o tampão continha 0,115

a 9,2 nM de [3H]-SCH 23390 para experimentos de saturação. No caso dos receptores D2-

símile, o tampão continha 10 µM de mianserina (incubada por 30 minutos à temperatura

ambiente) para bloquear os receptores serotonérgicos, e 0,09 a 4,76 nM de [3H]-espiroperidol

para experimentos de saturação.

Em ambos os ensaios, os respectivos ligantes eram incubados na presença e na ausência

de dopamina 100 µM (durante 10 minutos), no caso dos receptores D1, ou butaclamol 10 µM,

no caso dos receptores D2 sendo o volume final do ensaio de 0,2 mL.

Após incubação a 37 °C durante 60 minutos, a reação foi terminada por filtração a

vácuo através de filtros Whatman GF/B. Os discos de papel de filtro foram lavados três vezes

com 4 mL de solução salina 0,9 % gelada, secos a 60 °C por no mínimo 2 h e colocados em

frascos de vidro (vials) contendo 3 mL de um coquetel de cintilação líquida contendo tolueno.

A radioatividade foi medida em um contador de cintilação líquida Beckman LS-6500

com a eficiência de 61%. O binding específico foi calculado como binding total menos o

binding não-específico feito na presença de dopamina 100 µM ou butaclamol 10 µM,

respectivamente para os receptores D1 e D2.

Os resultados para a densidade máxima de receptores (Bmax) e para a constante de

dissociação (Kd) foram expressos em fentomoles por miligrama de proteína e nM,

respectivamente. A concentração de proteína foi determinada segundo o método de Lowry

(1951), utilizando-se albumina sérica bovina (BSA) como padrão.

14.3. Soluções reagentes

As seguintes soluções reagentes foram empregadas nessa técnica:

[3H]-espiroperidol (114 Ci/mmol, Amersham Life Science, EUA)

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5 µL de [3H]-espiroperidol foram diluídos em tampão tris-HCl, pH 7,4, de forma a

obter uma concentração final de 43,28 nM.

[3H]- SCH 23390 (87 Ci/mmol, Amersham Life Science, EUA)

5 µl de [3H]-SCH 23390 foram diluídos em tampão tris HCl, pH 7,4 de forma a obter

uma concentração final de 11,5 nM

Tampão Tris-HCl

Seis gramas de Tris-HCl (Trizma base, Sigma, Brasil) foram diluídos em 1000 mL de

água bidestilada, obtendo-se uma concentração de 50 mM. O pH foi ajustado com solução

HCl 0,1 N (MERCK, Rio de Janeiro, Brasil) para pH 7,4.

Tris HCl modificado

NaCl 120 mM; KCl 1mM; CaCl2 2 mM; MgCl2 1 mM, NaEDTA 1 mM e ascorbato

sódico 1 mM foram dissolvidos em tampão tris-HCl 50 mM pH 7,4.

Mianserina

Comprimidos de mianserina (Tolvon 30 mg, Organon, SP, Brasil) foram macerados e

diluídos em tampão Tris-HCl, obtendo-se uma concentração final de 10 µM.

Dopamina

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116

10mg de cloridrato de dopamina (Sigma) foram diluídas em 2 ml de tampão Tris-HCl,

tendo uma concentração final de 5 mg/ml. A esta solução, foi acrescentado ácido ascórbico

0,1 %.

Butaclamol (Cloridrato de butaclamol)

Butaclamol (RBI, MA, EUA) foi dissolvido em ácido ascórbico a 0,1%, de forma a se

obter uma concentração final de 10 µM.

Coquetel de cintilação

0,5 g de p-bis-2-(5-feniloxazolil) benzeno, POPOP (Sigma, St. Louis, MO, EUA) e 4,0

g de 2,5-difeniloxasol, PPO (Sigma, St. Louis, MO, EUA) foram dissolvidos em 1000 mL de

tolueno (Beckman, Fullerton, CA, EUA).

15. Determinação da densidade de receptores serotonérgicos (5-HT2)

15.1. Método

Como descrito, para o binding D2-like receptores, [3H]-espiroperidol (114 Ci/mmol,

Amersham Life Science, EUA) foi utilizado para determinar 5-HT2 receptores de acordo com

o método descrito por PEROUTKA & SNYDER (1979).

15.2. Procedimento Experimental

Os tecidos foram homogeneizados em 2 mL de 50 mM Tris-HCl, pH 7,4. Os

homogenatos 10 % foram centrifugados durante 15 min a 20000 X g a 4°C. O sobrenadante

foi descartado e ao precipitado foi adicionado igual volume de tampão Tris-HCl 0,05 M.

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A amostra final foi novamente adicionado 0,3 mL do mesmo tampão para subseqüente

determinação do binding [3H]-espiroperidol. Os homogenatos, assim, preparados contendo

0.3–0.5 mg de proteína foram incubados em tampão 50 mM Tris HCl (pH 7,4) contendo de

0,1% de ácido ascórbico, 120 mM de NaCl, 5 mM de KCl, 2 mM de CaCl2 na presença 0,24 a

4,72 nM de [3H]-espiroperidol e dopamina 100 µM para bloquear os receptores D2-like. O não

específico binding foi realizado com a presença de ciproheptadina 100 µM.

Após incubação a 37ºC por 30 minutos, a reação foi terminada por filtração à vácuo

através de filtros Whatman GF/B. Os filtros foram lavados três vezes com 4 mL de solução

salina 0,9 % gelada, secos a 60ºC por no mínimo 2 h e colocados em frascos de vidro (vials)

com 3 mL de um coquetel de cintilação líquida contendo tolueno.

A radioatividade foi medida em um contador de cintilação líquida Beckman LS-100

com uma eficiência de 67%. A ligação específica foi calculada como a ligação total menos a

ligação não-específica feita na presença de ciproheptadina 100 µM. Os resultados para a

densidade máxima de receptores (Bmax) e para a constante de dissociação (Kd) foram

expressos em fentomoles por miligrama de proteína e nM, respectivamente.

A concentração de proteína foi determinada segundo o método de Lowry (1951),

utilizando-se albumina sérica bovina (BSA) como padrão.

15.3. Soluções reagentes

As seguintes soluções reagentes foram empregadas nessa técnica:

[3H]-espiroperidol (114 Ci/mmol, Amersham Life Science, EUA)

5 µL de [3H]-espiroperidol foram diluídos em tampão tris-HCl, pH 7,4, de forma a

obter uma concentração final de 43,28 nM.

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118

Tampão Tris-HCl

Seis gramas de Tris-HCl (Trizma base, Sigma, Brasil) foram diluídos em 1000 mL de

água bidestilada, obtendo-se uma concentração de 50 mM. O pH foi ajustado com solução

HCl 0,1 N (MERCK, Rio de Janeiro, Brasil) para pH 7,4.

Tris HCl modificado

NaCl (120 mM); KCl (1mM); CaCl2 (2 mM); MgCl2 (1 mM), e ascorbato sódico (1

mM) foram dissolvidos em tampão Tris-HCl 50 mM, pH 7,4.

Ciproheptadina 100 µM

Pesou-se 16,2 mg de ciproheptadina e diluiu-se em 5 ml de água destilada, solução

estoque 0,01mM. Dessa solução estoque foi retirado 100 µL e diluiu-se em 900 µL de água

destilada, obtendo a solução de 100 µM.

Dopamina (cloridrato de dopamina)

10 mg de dopamina (Sigma) foram diluídas em 2 ml de tampão tris-HCl, tendo uma

concentração final de 5 mg/ml. A esta solução, foi acrescentado ácido ascórbico 0,1%.

Coquetel de cintilação

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119

0,5 g de p-bis-2-(5-feniloxazolil) benzeno, POPOP (Sigma, St. Louis, MO, EUA) e 4,0

g de 2,5-difeniloxasol, PPO (Sigma, St. Louis, MO, EUA) foram dissolvidos em 1000 mL de

tolueno (Beckman, Fullerton, CA, EUA).

16. Determinação da densidade de receptores GABAérgicos

16.1. Método

A determinação da densidade máxima (Bmax) e da constante de dissociação (Kd) dos

receptores GABAérgicos foi realizada pelo método descrito por VOGEL & VOGEL (1997),

usando como ligante radioativo o [3H]-GABA (4-amino-η-[2,3-3H] butyric acid (81 Ci/mmol,

Amersham Pharmacia Biotech).

16.2. Procedimento Experimental

Os animais foram sacrificados por decapitação, dissecados imediatamente após o

sacrifício, e os cérebros rapidamente removidos. O hipocampo, corpo estriado e córtex frontal

foram dissecados sobre gelo para a quantificação do Bmax e do Kd, dos receptores

GABAérgicos.

As áreas cerebrais foram homogeneizadas em sacarose 0,32 M e submetidas à

centrifugação (20000 Xg durante 10 min a 4°C). O sobrenadante foi submetido à nova

centrifugação (20000 Xg durante 10 min a 4°C). O precipitado obtido foi, então,

ressuspendido em água destilada gelada e submetido à nova centrifugação (20000 Xg durante

10 min a 4°C). O precipitado obtido foi ressuspendido em tampão Tris-HCl 50 mM e

novamente centrifugado (20000 Xg durante 10 min a 4°C). O precipitado foi ressuspendido

em Triton X-100 0,05% e incubado a 37°C durante 15 minutos. Após essa incubação, o

material foi lavado 2 vezes por centrifugação (25000 Xg durante 10 min a 4°C) em tampão

Tris-HCl 50 mM.

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120

Ao final desse procedimento, o material rico em receptores foi ressuspendido em

tampão para realização dos ensaios de ligação. Para a determinação do número total de

receptores das amostras e da constante de dissociação, o radioligante utilizado foi o ácido

[3H]-GABA na concentração de 0,12 a 6,18 nM, para experimentos de saturação. A ligação

inespecífica será determinada na presença de muscimol (100 µM). O volume final dos tubos

de experimentação será de 200 µL.

Após 1 hora a 37°C, a reação foi finalizada por filtração a vácuo em filtro Whatmman

GF/B, e os filtros lavados (4 vezes) com 4 mL de solução salina 0,9% gelada. Os filtros foram

mergulhados num coquetel de cintilação contendo tolueno, e a sua radioatividade obtida

através de contador de cintilação LS 6500, Beckman.

Os resultados para a densidade máxima de receptores (Bmax) e para a constante de

dissociação (Kd) foram expressos em fentomoles por miligrama de proteína e nM,

respectivamente. A concentração de proteína foi determinada segundo o método de Lowry

(1951), utilizando-se albumina sérica bovina (BSA) como padrão.

16.3. Soluções reagentes

As seguintes soluções reagentes foram empregadas nessa técnica:

[3H]-GABA (4-amino-η-[2,3-3H] butyric acid)

19 µl de [3H]-GABA foram diluídos em tampão Tris HCl 50 mM, pH 7,4 de forma a

obter uma concentração final de 6,18 nM.

Tampão Tris-HCl

Seis gramas de Tris-HCl (Trizma base, Sigma, Brasil) foram diluídos em 1000 mL de

água bidestilada, obtendo-se uma concentração de 50 mM. O pH foi ajustado com solução

HCl 0,1 N (MERCK, Rio de Janeiro, Brasil) para pH 7,4.

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121

Muscimol 100 µM

Retirou-se 4,5 µL de muscimol e diluiu-se em 400 µL de Tampão Tris-HCl 50 mM, pH

7,4.

Sacarose 0,32 M

109,5 g de sacarose (Sigma) foram diluídas em 1000 mL de água destilada e foi

armazenada a 4°C.

Triton X-100 (0,05%)

Retirou-se 0,05 mL de Triton X e diluiu-se em 99,95 mL de água destilada.

Coquetel de cintilação

0,5 g de p-bis-2-(5-feniloxazolil) benzeno, POPOP (Sigma, St. Louis, MO, EUA) e 4,0

g de 2,5-difeniloxasol, PPO (Sigma, St. Louis, MO, EUA) foram dissolvidos em 1000 mL de

tolueno (Beckman, Fullerton, CA, EUA).

17. Determinação da densidade de receptores glutamatérgicos

17.1. Método

A determinação da densidade máxima (Bmax) e da constante de dissociação (Kd) dos

receptores glutamatérgicos foi realizada pelo método descrito por VOGEL & VOGEL, 1997,

usando como ligante radioativo o [3H]-ácido glutâmico (L-G-[3H]-glutamic acid) (49

Ci/mmol, Amersham Pharmacia Biotech).

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17.2. Procedimento Experimental

Os animais foram sacrificados por decapitação, dissecados imediatamente após o

sacrifício, e os cérebros foram rapidamente removidos. O hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal foram dissecados sobre gelo, para a quantificação do Bmax e do Kd, dos receptores

glutamatérgicos.

As áreas cerebrais foram homogeneizadas em sacarose 0,32 M e submetidas à

centrifugação (1000 Xg durante 10 min a 4°C). O sobrenadante foi submetido à nova

centrifugação (25000 Xg durante 10 min a 4°C). O precipitado obtido foi, então,

ressuspendido em água destilada gelada e submetido à nova centrifugação (25000 Xg durante

10 min a 4°C). O precipitado obtido foi ressuspendido em tampão Tris-HCl 50 mM e

novamente centrifugado (25000 Xg durante 10 min a 4°C). O precipitado foi ressuspendido

em Triton X-100 0,05% e incubado a 37°C durante 15 minutos. Após essa incubação, o

material será lavado 2 vezes por centrifugação (25000 Xg durante 10 min a 4°C) em tampão

Tris-HCl 50 mM. Ao final desse procedimento, o material rico em receptores foi

ressuspendido em tampão para realização dos ensaios de ligação.

Para a determinação do número total de receptores das amostras e da constante de

dissociação, o radioligante utilizado foi o [3H]-ácido glutâmico na concentração de 0,02 a 1,02

nM para experimentos de saturação. A ligação inespecífica foi determinada na presença de

glutamato (100 µM). O volume final dos tubos de experimentação será de 200 µl.

Após 1 hora a 37°C, a reação foi finalizada por filtração a vácuo em filtro Whatmman

GF/B, e os filtros lavados (4 vezes) com 4 mL de solução salina 0,9% gelada. Os filtros foram

mergulhados num coquetel de cintilação contendo tolueno, e a sua radioatividade obtida

através de contador de cintilação LS 6500, Beckman.

Os resultados para a densidade máxima de receptores (Bmax) e para a constante de

dissociação (Kd) foram expressos em fentomoles por miligrama de proteína e nM,

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123

respectivamente. A concentração de proteína foi determinada segundo o método de Lowry

(1951), utilizando-se albumina sérica bovina (BSA) como padrão.

17.3. Soluções reagentes

As seguintes soluções reagentes foram empregadas nessa técnica:

[3H]-ácido glutâmico (L-G-[3H]-glutamic acid)

11 µl de ácido [3H]-ácido glutâmico foram diluídos em tampão Tris HCl 50 mM, pH

7,4 de forma a obter uma concentração final de 1,02 nM.

Tampão Tris-HCl

Seis gramas de Tris-HCl (Trizma base, Sigma, Brasil) foram diluídos em 1000 mL de

água bidestilada, obtendo-se uma concentração de 50 mM. O pH foi ajustado com solução

HCl 0,1 N (MERCK, Rio de Janeiro, Brasil) para pH 7,4.

Glutamato 100 µM

Retirou-se 100 µL de GLU e diluiu-se em 900 µL de Tampão Tris-HCl 50 mM, pH 7,4.

Sacarose 0,32 M

109,5g de sacarose (Sigma) foram diluídas em 1000 mL de água destilada e foi

armazenada a 4°C.

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124

Triton X-100 (0,05%)

Retirou-se 0,05 mL de Triton X-100 e diluiu-se em 99,95 mL de água destilada.

Coquetel de cintilação

0,5 g de p-bis-2-(5-feniloxazolil) benzeno, POPOP (Sigma, St. Louis, MO, EUA) e 4,0

g de 2,5-difeniloxasol, PPO (Sigma, St. Louis, MO, EUA) foram dissolvidos em 1000 mL de

tolueno (Beckman, Fullerton, CA, EUA).

18. Determinação de monoaminas e metabólitos com HPLC com detecção eletroquímica

18.1. Método

Para a determinação dos níveis de catecolaminas, foi utilizado o equipamento de HPLC

(High Performance Liquid Chromatography) (Figura 4). Na cromatografia líquida clássica,

um adsorvente (alumina ou sílica) é empacotado em uma coluna e é eluído por um líquido

ideal (fase móvel). Uma mistura para ser separada é introduzida na coluna, e é carregada

através da mesma por um líquido eluente. Se um composto da mistura (soluto) é adsorvido

fracamente pela superfície da fase sólida estacionária, ele atravessará a coluna mais

rapidamente que um outro soluto que seja mais rapidamente adsorvido. Então, a separação dos

solutos é possível se existem diferenças na adsorção pelo sólido.

Os detectores eletroquímicos medem a condutância do eluente, ou a corrente associada

com a oxidação ou redução dos solutos. Para ser capaz de detectar, no primeiro caso os

solutos devem ser iônicos, e no segundo caso os solutos devem ter a característica de serem

relativamente fáceis de se oxidarem ou reduzirem.

Detectores eletroquímicos que medem corrente associada com a redução ou oxidação

de solutos são chamados detectores amperométricos ou coulométricos. Neste estudo, foi

utilizado o tipo amperométrico que reage com uma quantidade muito menor de soluto, em

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125

torno de 1%. Todas as técnicas eletroquímicas envolvem a aplicação de um potencial para um

eletrodo (geralmente de carbono vítreo), oxidação da substância que está sendo estudada

próximo à superfície do eletrodo, seguindo a amplificação e medida da corrente produzida. As

catecolaminas são oxidadas nos grupos de anel hidroxil para produzir um derivado

ortoquinona com a liberação de dois elétrons.

18.2. Procedimento Experimental

Os animais foram decapitados 1 h e 24 h após a administração de pilocarpina 400

mg/kg e, imediatamente, tiveram seus cérebros dissecados sob gelo. O hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal foram utilizados para preparar homogenatos a 10%. Os tecidos

cerebrais foram sonicados em ácido perclórico (HCLO4) por 30 s e centrifugados por 15

minutos em centrífuga refrigerada a 15.000 rpm. Uma alíquota de 20 µl do sobrenadante foi,

então, injetada no equipamento de HPLC (Figura 4), para a análise química.

Para a análise das monoaminas, uma coluna CLC-ODS(M) com comprimento de 25

cm, calibre 4,6 mm e diâmetro da partícula de 3 µm, da Shimadzu-Japão, foi utilizada. A fase

móvel utilizada foi composta por tampão ácido cítrico 0,163 M, pH 3,0, contendo ácido

octanosulfônico sódico, 0,69 M (SOS), como reagente formador do par iônico, acetonitrila 4%

v/v e tetrahidrofurano 1,7% v/v.

Noradrenalina (NA), Dopamina (DA), Ácido 3,4-diidroxifenilacético (DOPAC), Ácido

homovanílico (HVA), Serotonina (5-HT) e Ácido 5-hidroxiindolacético (5-HIAA) foram

eletronicamente detectados usando um detector amperométrico (Modelo L-ECD-6A da

Shimadzu, Japão) pela oxidação em um eletrodo de carbono vítreo fixado em 0,85 V relativo a

um eletrodo de referência de Ag-AgCl.

18.3. Soluções Reagentes

Fase Móvel

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126

Foram pesados 15,75 g de ácido cítrico (grupo química, RJ, Brasil) e completado para

um volume de 400 mL com água puríssima (Milli-Q). Esta solução foi ajustada para pH 3,0

com hidróxido de sódio 12,5 M (Reagen, RJ Brasil). A esta solução foi adicionado o SOS 75

mg (Sigma, MO, EUA) e completado o volume para 471,5 ml com água Milli-Q.

Em seguida, foi procedida à filtração e degaseificação, e posteriormente adição de 20

ml de acetonitrila (Carlo Erba Reagenti, MI, Itália) e 10 ml de tetrahidrofurano (Sigma, MO,

EUA) para um volume final de 500 ml.

Ácido Perclórico 0,1 M

Foram adicionados 1,8 ml de ácido perclórico (Sigma, MO, EUA) em um balão

volumétrico e completado o volume para 300 ml.

Padrões

Os padrões foram preparados em uma concentração final de 4 ng de NA, DA, 5-HT,

DOPAC, HVA e 5-HIAA (Sigma, MO, EUA) (Figura 5). A partir da altura ou área dos picos

desses padrões, as amostras foram calculadas no programa Microsolf Excel em um computar

PC e os resultados expressos em ng/g de tecido.

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Figura 4 - Aparelho de HPLC com detecção eletroquímica. Laboratório de

Neurofarmacologia do Departamento de Fisiologia e Farmacologia-UFC.

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128

Figura 5 - Modelo de Cromatograma padrão das monominas (NA, DA, 5-HT) e metabólitos

(DOPAC, 5-HIAA e HVA), obtido através do aparelho de HPLC com detecção

eletroquímica do Laboratório de Neurofarmacologia do Departamento de Fisiologia e

Farmacologia - UFC.

5-HT

NA DA

DOPAC

5-HIAA

HVA

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129

19. Determinação de Aminoácidos com HPLC com detecção fluorescente

19.1 Método

Para a determinação dos níveis de aminoácidos, foi utilizado o equipamento de HPLC

(High Performance Liquid Chromatography) com detector de fluorescência. A espectroscopia

de fluorescência pode ser usada como um método de detecção específica, e é um dos mais

sensíveis para compostos que flourescem. Fluorescência pode ser desenvolvida em compostos

não fluorescentes por reações de derivatização realizadas pré ou pós-coluna (Figura 6).

19.2. Procedimento Experimental

Os animais foram decapitados 1 e 24 h após a última injeção e, imediatamente, tiveram

seus cérebros dissecados sobre gelo. O HC, CE e CF foram utilizados para preparar

homogenatos a 10 %. Os tecidos cerebrais foram sonicados em ácido perclórico (HCLO4) por

30 s e centrifugados por 15 minutos em centrífuga refrigerada a 15.000 rpm. O sobrenadante

foi separado e filtrado através de uma membrana (millipore- 0,2 µm) e posteriormente

associado a uma solução de derivatização pré-coluna, para obtenção de fluorescência, em uma

proporção de 1:1. Um minuto depois do início dessa associação uma alíquota de 20 µl foi

retirada e injetada no equipamento de HPLC para a análise química.

Para a análise dos aminoácidos, uma coluna CLC-ODS (M) com comprimento de 15

cm, calibre 4,6 mm e diâmetro da partícula de 3 µm, da Shimadzu-Japão, foi utilizada. A fase

móvel foi utilizada em gradiente utilizando duas fases: A - NaH2PO4 (50mM) e metanol (20%,

v/v) em pH 5,5; B - Metanol puro (100 %). Aspartato (ASP), Glutamato (GLU), Glutamina

(GLN) e Tirosina (TIR) foram detectados usando um detector de fluorecência (Modelo RF-

535 da Shimadzu, Japão) com comprimento de ondas de EX-Wavelength (370 nm) e EM-

Wavelength (450 nm). Os cromatogramas foram registrados e quantificados por um

computador usando um software da Shimadzu.

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130

A quantidade dos aminoácidos foi calculada por comparação da altura dos picos

obtidos com a média dos padrões e os resultados foram expressos em µmol/g de tecido.

19.3. Soluções Reagentes

Fase Móvel

Foram pesados 1,724 g de NaH2PO4 (Grupo Química, R.J., Brasil) e completado para

um volume de 195 ml com água puríssima (Milli-Q). Esta solução foi ajustada para pH 5,5.

Em seguida, foi procedida a filtração e degaseificação, e posteriormente adicionado o metanol

50 ml (Carlo Erba Reagenti, MI, Itália) para um volume final de 250 ml.

Ácido Perclórico 0,1 M

Foram adicionados 1,8 ml de ácido perclórico (Sigma, MO, EUA) em um balão

volumétrico e completado o volume para 300 ml com água milli-Q.

Padrões

Os padrões foram preparados e realizada uma curva de concentração com três

diferentes concentrações (0,025; 0,0125 e 0,00625 µmol) de ASP, GLU, GLN e TIR (Sigma,

MO, EUA). A partir da altura ou área dos picos desses padrões, as amostras foram calculas no

programa Microsolf Excel em um computar PC e os resultados expressos em µmol/g de

tecido.

Solução de derivatização

A preparação da solução de derivatização foi dividida em duas fases:

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1. Preparação do tampão Borato

Foram pesados 1,24 g de BORAX-Sodium tetraborato (Sigma-EUA) em um becker e

adicionados 45 ml de água puríssima (Milli-Q). Esta solução foi ajustada para pH 9,3 com

hidróxido de sódio e completado para um volume final de 50 ml com água Milli-Q.

2. Preparação da reação de derivatização (OPA-40mmol/L)

Foram pesados 27 mg de O-phthaldialdehyde-OPA (Sigma-EUA) em um becker e

adicionados 500 µl de etanol 99% (Vetec-Brasil), 20 µl de 2-mercaptoetanol (Merck, EUA) e

4,5 ml do tampão Borato (preparado previamente). Esta solução de derivatização foi deixada

por 24 h em repouso em uma temperatura em torno de 20° C. Após esse período, a solução foi

utilizada no máximo por duas semanas, e após à primeira semana foi adicionado 5 µl de 2-

mercaptoetanol.

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Figura 6 - Aparelho de HPLC com detecção de fluorescência. Laboratório de

Neurofarmacologia do Departamento de Fisiologia e Farmacologia-UFC.

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20. Dosagem de proteína

20.1. Método

A quantidade de proteína em homogenatos de cérebro foi determinada a 25°C

utilizando albumina sérica bovina com padrão, de acordo com o método previamente descrito

(Lowry et al., 1951), que emprega duas reações de formação de cor para analisar a

concentração proteíca fotometricamente. Inicialmente é feita uma reação de biureto de baixa

eficiência na qual os íons de cobre alcalino produzem uma cor azulada na presença de ligações

peptídicas. Esta cor biureto é característica de todas as proteínas e fornece uma cor básica de

fundo para a próxima etapa de ensaio.

Depois o método emprega uma mistura complexa de sais inorgânicos, o reagente Folin-

Ciocalteau, que produz uma cor verde azulada intensa na presença de tirosina ou triptofano

livres ou ligados às proteínas. Como as quantidades desses dois aminoácidos são geralmente

constantes nas proteínas solúveis, com poucas exceções, a cor das reações (verde-azulada) é

indicativa da presença de proteína e a intensidade da cor proporcional à concentração. Esta

coloração é medida em 750 nm, através de um espectrofotômetro Beckman DU, acoplado a

um sistema de modernização da Gilford, USA.

20.2. Soluções reagentes

As seguintes soluções reagentes foram empregadas nessa técnica:

Reagente A

Na2CO3 (Reagen, Rio de Janeiro, RJ, Brasil) a 2% em NaOH (Reagen, Rio de Janeiro,

RJ, Brasil) 0,1 N.

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Reagente B

CuSO4.5H2O a 0,5% em NaKC4H4O6.4H2O (Grupo Química, Rio de Janeiro, RJ,

Brasil) a 1%.

Reagente C

Solução de cobre alcalino (24 mL do reagente A com 1mL do reagente B, misturados

no momento de usar).

Reagente de Folin - Ciocalteau - Fenol (Labordin, Piraquara, PR, Brasil)

1:1 em água bidestilada.

Solução de albumina sérica bovina (Sigma, St Louis, MO, USA)

1 mg/mL em água bidestilada.

21. Análise Estatística

Os resultados que obedeciam a uma distribuição paramétrica foram analisados por

Análise de Variância (ANOVA) com teste de Student Newman Keuls (post hoc) pelo

programa GraphPad Prism versão 3.00 para Windows, GraphPad Software, San Diego

California USA. Copyright (c) 1994-1999 por GraphPad software. Os dados não paramétricos

(percentagens) foram analisados pelo mesmo programa utilizando o teste do qui-quadrado. O

mesmo programa (GraphPad Prism©) foi utilizado para confecção dos gráficos apresentados

neste trabalho. As diferenças foram consideradas estatisticamente significativas a partir de

p<0,05.

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135

RESULTADOS

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136

RESULTADOS

1. Estudo das alterações comportamentais

1.1 . Comportamento de ratos adultos observados durante 1 e 24h após administração de

pilocarpina.

Os estudos comportamentais foram realizados como descrito anteriormente. Os

resultados são apresentados como o número de animais que apresentaram alterações dos

parâmetros comportamentais em relação ao número total de animais observados durante os

experimentos.

Todos os animais adultos tratados com dose elevada de pilocarpina (400 mg/kg, s.c;

n=80), durante 1 hora de observação, apresentaram sinais colinérgicos periféricos, tais

como, miose, piloereção, cromodacriorréia, salivação, diarréia, diurese, e também

movimentos estereotipados, envolvendo o aumento da atividade de roer, coçar, mastigar e

wet-dog shakes (ato de sacudir – semelhante a um cachorro molhado) (Tabela 1).

Os tremores ocorreram em 50% (40) e as convulsões em 58% (46) que apareceram

nos 20 minutos iniciais, sendo instalado o estado de mal epiléptico logo em seguida, em

55% (44) dos animais, não havendo nenhuma morte nesse grupo (Tabela 1).

Por sua vez, durante o período de 24 horas de observação, todos os animais (80)

apresentaram também sinais colinérgicos periféricos e movimentos estereotipados e

tremores (Tabela 1).

As convulsões ocorreram em 75% (60) dos animais (p<0.05), que progrediram para o

estado de mal epiléptico em 75% (60) (p<0.05) dos mesmos. Houve cerca de 63% (50)

(p<0.05) de morte nesse grupo (n = 80) (Tabela 1).

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Tabela 1 – Alterações comportamentais observadas em ratos adultos (2 meses de idade)

após administração de pilocarpina 400 mg/kg (P400).

Alterações Comportamentais

P400 1h

P400 24h

Sinais Colinérgicos Periféricos*

80/80

80/80

Tremores 40/80 80/80a

Movimentos Estereotipados** 80/80 80/80

Convulsões 46/80 60/80a

Estado Epiléptico 44/80 60/80a

Número de mortes em cada grupo 00/80 50/80a

Ratos Wistar machos (250-280g, 2 meses) foram tratadas com uma única dose de pilocarpina

(400 mg/kg, s.c.; n=80) e os controles com salina 0,9% (n=80). Os animais foram submetidos

a um período de 1 e 24h de observação.

(n/N) - número de animais que sofreram alterações comportamentais/número total de animais

observados nos experimentos.

*Sinais Colinérgicos Periféricos: miose, piloereção, cromodacriorréia, diarréia;

**Movimentos Estereotipados: coçar o nariz, lamber pata, mastigação, e rearing (ato de

empinar-se). ap<0.05 vs pilocarpina 1h – Teste do Qui-quadadro.

(n/N)

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138

1.2. Estudo das manipulações farmacológicas no comportamento de ratos adultos após

convulsões induzidas por pilocarpina

Na segunda parte dos experimentos, uma série de estudos farmacológicos foram

executados para a avaliação da potenciação ou antagonismo das convulsões induzidas por

pilocarpina por drogas que interferem em diferentes sistemas neurotransmissores do SNC,

com o objetivo de verificar um possível envolvimento destes nas convulsões, EP e morte

induzidas por pilocarpina. A pilocarpina (400 mg/kg, s.c.) induziu a primeira convulsão 35 ±

0,7 minutos que progrediram para o estado de mal epiléptico em 67 ± 3,5 minutos após a

administração da droga.

Dos 80 animais estudados 60 apresentaram convulsões tônico-clônicas generalizadas

com estado de mal epiléptico e 27% destes sobreviveram a estas convulsões após 24h de

observação. Todos os animais utilizados neste estudo foram observados por 24 h após o pré-

tratamento com as drogas mencionadas no item 3 dos materiais e métodos (dependendo de

cada intervalo entre a administração da droga a ser estudada e a pilocarpina, como

mencionado no Quadro 2). Nenhum animal apresentou comportamento convulsão-símile

antes da injeção de pilocarpina.

1.3. Estudo do efeito de drogas que interferem com a neurotransmissão colinérgica e

dopaminérgica sobre as convulsões induzidas por pilocarpina

Os resultados apresentados na Tabela 1.1 indicam que estimulações na função

neuronal colinérgica induzem as convulsões, o EP e morte. O pré-tratamento com atropina nas

doses 25 e 50 mg/kg inibiu os sinais colinérgicos periféricos (SCP), movimentos

estereotipados (ME), tremores, convulsão, EP e morte em todos os animais. Não houve

nenhuma diferença significativa entre as duas doses testadas de atropina, pois apresentaram os

mesmos resultados quando comparados aos animais tratados com pilocarpina.

Já as drogas dopaminérgicas não produziram alterações no comportamento dos animais

(SCP, ME e tremores). Porém, com relação ao pré-tratamento com drogas dopaminérgicas,

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139

SCH 23390 na menor dose (0,1 mg/kg) diminuiu em 15% (p<0,05) a percentagem de animais

que convulsionaram, aumentando a latência de convulsão (LC) em 20% (pilocarpina - 35 ±

0,7 min; SCH – 42 ± 2,2 min) [T(90) = 4.481; p<0,0001] e a latência do EP em 14%

(pilocarpina - 67 ± 3,5 min; SCH – 74 ± 0,7 min) [T(90) = 3.5787; p<0,0006].

Os animais tratados com a dose mais alta de SCH 0,2 mg/kg apresentaram um aumento

na LC de 86 e 114% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; SCH – 65 ± 1,2 min) [T(90) = 4.727;

p<0,0001], e na LEP (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; SCH – 144 ± 0,6 min) [T(90) = 4.8897;

p<0,0001], respectivamente. A mortalidade foi de 60% na menor dose usada de SCH 23390

não sendo significativo este efeito, enquanto que, maior dose diminuiu a taxa de mortalidade

de 33% (p<0.005), quando comparados ao grupo controle. Por outro, o aumento da dose

proporcionou uma diminuição no número de mortes em relação a menor dose de 27%.

O pré-tratamento com pimozida, antagonista dopaminérgico) nas duas doses utilizadas

aumentou em 25% (p<0,05) a percentagem de animais que convulsionaram e que progrediram

para o EP, e também aumentaram a e mortalidade em 19 e 25% (p<0.05), respectivamente,

quando comparadas ao grupo controle. A pimozida na dose de 10 mg/kg reduziu a latência de

convulsão (LC) em 57% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; pimozida – 15,05 ± 0,09 min) [T(90) =

9.4816; p<0,0001] e a latência do EP em 72% (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; pimozida – 18,4 ±

0,1 min) [T(90) = 14.5481; p<0,0001].

Os animais tratados com a maior dose de pimozida 20 mg/kg apresentaram redução na

latência da primeira convulsão de 62 e 75% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; pimozida – 13,3 ±

0,29min) [T(90) = 19.5816; p<0,0001] e a LEP (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; pimozida – 16,5 ±

0,4 min) [T(90) = 18.4986; p<0,0001], respectivamente. A maior dose aumentou à taxa de

mortalidade em 6% (p<0,05), em comparação a dose de 10mg/kg. A pimozida na dose de 20

mg/kg aumentou em 5% a LC [T(22)= 34.4567; p<0.0001] e em 3% a LEP [T(22)= 38.9567;

p<0.0001], em relação ao grupo tratado com 0,2 mg/kg.

O último pré-tratamento realizado com drogas dopaminérgicas foi com haloperidol nas

doses de (5 e 10 mg/kg). A dose de 5 mg/kg aumentou em 15% (p<0,05) a percentagem de

animais que convulsionaram e que progrediram para o EP, e também aumentaram a taxa de

mortalidade em 27% (p<0.05) quando comparada ao grupo controle. O haloperidol reduziu a

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latência de convulsão (LC) em 59% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; haloperidol – 14,5 ± 0,4 min)

[T(90) = 17.4919; p<0,0001] e a latência do EP em 76% (pilocarpina - 67 ± 3,5 min;

haloperidol – 16 ± 0,3 min) [T(90) = 19.5981; p<0,0001].

A maior dose de haloperidol reduziu a latência de convulsão (LC) em 66%

(pilocarpina - 35 ± 0,7 min; haloperidol – 12 ± 0,1 min) [T(90) = 19.4917; p<0,0001] e a

latência do EP em 79% (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; haloperidol – 14,3 ± 0,2 min) [T(90) =

19.5981; p<0,0001]. A maior dose aumentou à taxa de mortalidade em 27% (p<0,05). O

haloperidol na dose de 10 mg/kg aumentou em 10% a percentagem de animais que

convulsionaram e que progrediram para o EP (p<0,05), em relação ao grupo tratado com 5

mg/kg, e também aumentaram a percentagem de mortalidade em 27% (p<0.05) quando

comparada ao grupo controle.

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141

Tabela 1.1. Efeito de pré-tratamento com drogas colinérgicas e dopaminérgicas após convulsões induzidas por pilocarpina

Mecanismo de Ação Droga Dose

(mg/kg)

SCP

(%)

ME

(%)

T

(%)

C

(%)

LC (min)

EP

(%)

LEP (min)

M

(%)

Pilocarpina 400 100 100 100 75 35 + 0,7 75 67 + 3,5 63

Antagonista colinérgico Atropina 25 00 00 00 00 00 00 00 00

50 00 00 00 00 00 00 00 00

Antagonista

dopaminérgico D1

SCH 23390 0,1 100 100 100 60a 42 ± 2,2* 60a 74 ± 0,7*,** 60

0,2 100 100 100 30a 65 ± 1,2*,** 30a 144 ± 0,6*,** 30a,b

Antagonista

dopaminérgico D2

Pimozida 10 100 100 100 100a 15 ± 0,1* 100a 18,4 ± 0,1* 82a

20 100 100 100 100a 13 ± 0,3*,** 100a

,b

16,5 ± 0,4*,** 88a,b

Haloperidol 5 100 100 100 90a 14.5 ± 0,4* 90a 16 ± 0,3* 100a

10 100 100 100 100a 12 ± 0,1*,** 100a 14,3 ± 0,2*,** 100a

Os ratos foram tratados agudamente com as drogas (via i.p., n=12) nas dosagens mostradas na tabela, e 30 min após foram administrados com

pilocarpina (400 mg/kg, s.c. n=80). Após o tratamento com pilocarpina foram observados por 24h para a determinação dos sinais colinérgicos

periféricos (SCP), movimentos estereotipados (ME), tremores (T), convulsão (C), estado epiléptico (EP), latência de convulsão (LC), latência do

estado epiléptico (LEP) e morte (M). Os resultados da LC e da LEP estão expressos em minutos (min) e os demais como percentagem.

*p<0,05, vs pilocarpina. **p<0,05 vs menor dose da droga estudada. Anova e teste de Student Newman Keuls como teste post hoc. ap<0,05, vs pilocapina. bp<0,05, vs menor dose da droga estudada. Teste do Qui-quadrado.

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142

1.4. Estudo do efeito de drogas que interferem com a neurotransmissão serotonérgica sobre as

convulsões induzidas por pilocarpina

Os resultados apresentados na Tabela 1.2 indicam que estimulações na função

neuronal serotonérgica interferem nas convulsões, no EP, LC, LEP e na percentagem de morte

induzida por pilocarpina. O pré-tratamento com fluoxetina, amitriptilina e clorpromazina nas

duas doses estudadadas não modificou o efeito produzido pela pilocarpina nos SCP, no ME e

na precentagem de tremores em todos os animais.

Com relação ao pré-tratamento com fluoxetina nas doses de 10 e 20 mg/kg) aumentou

em 6 e 15% a percentagem de animais que convulsionaram, respectivamente, quando

comparados ao grupo tratado com pilocarpina. A fluoxetina na menor dose (10 mg/kg)

reduziu a latência de convulsão (LC) em 27% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; fluoxetina – 25,55

± 1,60 min) [T(90) = 29.3816; p<0,0001], e a latência do EP em 57% (pilocarpina - 67 ± 3,5

min; fluoxetina – 28,95 ± 0,6 min) [T(90) = 19.4832; p<0,0001].

Os animais tratados com a dose de 20 mg/kg de fluoxetina apresentaram redução na

latência da primeira convulsão de 29 e 53% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; fluoxetina – 24,75 ±

0,6 min) [T(90) = 15.7816; p<0,0001] e na latência do EP (LEP) (pilocarpina - 67 ± 3,5 min;

fluoxetina – 31,5 ± 0,8 min) [T(90) = 14.3815; p<0,0001], respectivamente. Quando

comparadas as duas doses estudadas não houve diferença significativa em relação à LC

[T(22)=0.4495; p =N.S.], e LEP [T(22)=0.3381; p =N.S.]. Entretanto, a dose de 20mg/kg

aumentou a percentagem dos animais que convulsionaram (9%) (p<0.05), que progrediram

para o EP (9%) (p<0.05), e que morreram (18%) (p<0.05), quando comparada a dose de

10mg/kg.

O pré-tratamento com amitriptilina nas doses estudadas (25 e 50 mg/kg) aumentou em

6 e 13% (p<0,05) a percentagem de animais que convulsionaram, respectivamente. A

amitriptilina na dose (25 mg/kg) reduziu a latência de convulsão (LC) em 56% (pilocarpina -

35 ± 0,7 min; amitriptilina – 13.05 ± 0,70 min) [T(90) = 19.8816; p<0,0001], e LEP em 76%

(pilocarpina - 67 ± 3,5 min; amitriptilina – 16 ± 0,2 min) [T(90) = 25.6813; p<0,0001].

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143

Os animais tratados, por sua vez, com a dose de 50 mg/kg de amitriptilina apresentaram

redução de 55 e 75% na LC (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; amitriptilina – 15,6 ± 0,8 min) [T(90)

= 19.9816; p<0,0001], e na LEP (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; amitriptilina – 17 ± 1,12 min)

[T(90) = 25.8832; p<0,0001], respectivamente, quando comparados ao grupo controle.

Quando comparadas às duas doses verificou-se um aumento na percentagem de animais que

convulsionaram (7%) (p<0.05), e de 12% na percentagem de animais que progrediram pra o

EP (p<0.05), e que morreram (p<0.05), tratados com a dose de 50mg/kg em comparação a

menor dose testada.

Com relação ao pré-tratamento com clorpromazina na dose de 25 mg/kg diminuiu em

35% (p<0,05) a percentagem de animais que convulsionaram que progrediram para o EP e que

morreram em relação ao grupo pilocarpina. A clorpromazina na dose (25 mg/kg) aumentou a

LC em 105% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; clorpromazina – 72 ± 0,82 min) [T(90) = 29.8916;

p<0,0001], e na latência do EP em 172% (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; clorpromazina – 182 ±

0,93 min) [T(90) = 35.5678; p<0,0001].

Já o pré-tratamento com clorpromazina na dose de 50 mg/kg diminuiu em 55%

(p<0,05) a percentagem de animais que convulsionaram que progrediram para o EP e que

morreram em relação ao grupo pilocarpina. Houve um aumento na latência da primeira

convulsão de 211 e 279% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; clorpromazina – 109 ± 1,01 min) [T(90)

= 19.7876; p<0,0001], e na LEP (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; clorpromazina – 254 ± 1,81 min)

[T(90) = 35.8942; p<0,0001], respectivamente, quando comparados ao grupo pilocarpina.

Quando comparadas às duas doses verificou-se que a dose de 50mg/kg diminuiu em de

20% (p<0.05) na percentagem de animais que convulsionaram que progrediram para o EP e a

taxa de mortalidade, comparada à outra dose testada. Verificou-se ainda um aumento de 51%

na LC [T(22) = 40.8901; p<0,0001], e um outro aumento na percentagem na LEP de 40%

[T(22) = 42.9921; p<0,0001], em relação ao grupo tratado com 25 mg/kg.

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144

Tabela 1.2. Efeito de pré-tratamento com drogas serotonérgicas após convulsões induzidas por pilocarpina

Mecanismo de

Ação

Droga Dose

(mg/kg)

SCP

(%)

ME

(%)

T

(%)

C

(%)

LC (min)

EP

(%)

LEP (min)

M

(%)

Pilocarpina 400 100 100 100 75 35 + 0,7 75 67 + 3,5 63

Transportador de

5-HT

Fluoxetina 10 100 100 100 81a 25,5 ± 1,60* 81a 29,75 ± 0,6* 82a

20 100 100 100 90a,b 24,79 ± 0,6* 90a,b 30,5 ± 0,8* 100a,b

Transportador

de NA e 5-HT

Amitriptilina 25 100 100 100 81a 13,05 ± 0,70* 88a 16 ± 0,2* 88a

50 100 100 100 88a,b 15,6 ± 0.8* 100a,b 17 ± 1,12* 100a,b

Antagonista

5HT2

Clorpromazina 25 100 100 100 40a 72 ± 0,82* 40a 182 ± 0,93* 40a

50 100 100 100 20a,b 109 ± 1,01*,** 20a,b 254 ± 1,81*,** 20a,b

Os ratos foram tratados agudamente com as drogas (via i.p., n=12) nas dosagens mostradas na tabela, e 30 min após foram administrados com

pilocarpina (400 mg/kg, s.c. n=80). Após o tratamento com pilocarpina foram observados por 24h para a determinação dos sinais colinérgicos

periféricos (SCP), movimentos estereotipados (ME), tremores (T), convulsão (C), estado epiléptico (EP), latência de convulsão (LC), latência do

estado epiléptico (LEP) e morte (M). Os resultados da LC e da LEP estão expressos em minutos (min) e os demais como percentagem.

*p<0,05, vs pilocarpina. **p<0,05 vs menor dose da droga estudada. Anova e teste de Student Newman Keuls como teste post hoc. ap<0,05, vs pilocapina. bp<0,05, vs menor dose da droga estudada. Teste do Qui-quadrado.

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1.5. Estudo do efeito de drogas que interferem com a neurotransmissão gabaérgica sobre as

convulsões induzidas por pilocarpina

Os resultados apresentados na Tabela 1.3 indicam que estimulações na função

neuronal gabaérgica bloquearam as convulsões, o EP e morte induzida por pilocarpina. O pré-

tratamento com diazepam, clonazepam, gabapentina e vigabatrina nas duas doses estudadas

não interferiu nos sinais colinérgicos periféricos, movimentos estereotipados e tremores nos

animais tratados com pilocarpina.

Com relação ao pré-tratamento com diazepam na menor dose (5 mg/kg) reduziu em

59% (p<0,05) a percentagem de animais que convulsionaram, aumentando a latência de

convulsão (LC) em 14% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; diazepam – 40 ± 0,67 min) [T(90) =

2.727; p<0,0077], e na latência do EP houve uma redução de 23% (pilocarpina - 67 ± 3,5 min;

diazepam – 45 ± 0,75 min) [T(90) = 3.1322; p<0.0001]. Os animais tratados com a dose de 10

mg/kg de diazepam apresentou um aumento na latência da primeira convulsão de 43%

(pilocarpina - 35 ± 0,7 min; diazepam – 50 ± 0,72 min) [T(90) = 8.1712; p<0.0001] e

apresentou uma redução de 18% no LEP (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; diazepam – 55 ± 0,78

min) [T(90) = 5.0022; p<0.0001].

Quando comparadas às duas doses verificou-se que a dose de 10mg/kg diminuiu em de

26% (p<0.05) a percentagem de animais que convulsionaram que progrediram para o EP e a

taxa de mortalidade, comparada à dose de 5mg/kg. Verificou-se ainda um aumento de 25% na

LC [T(22) = 30.8881; p<0,0001], e um outro aumento na percentagem da LEP de 22% [T(22)

= 22.8923; p<0,0001], em relação ao grupo tratado com 5 mg/kg.

Com relação ao pré-tratamento com clonazepam na menor dose (0.5 mg/kg) reduziu em

43% (p<0,05) a percentagem de animais que convulsionaram, aumentando a latência de

convulsão (LC) em 108% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; clonazepam – 73 ± 0,84 min) [T(90) =

20.6180; p<0,0001], e na latência do EP houve um aumento de 61% (pilocarpina - 67 ± 3,5

min; clonazepam – 108 ± 0,93 min) [T(90) = 20.4152; p<0.0001].

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146

Os animais tratados com clonazepam 2.0 mg/kg apresentaram um aumento na LC de

194% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; clonazepam – 103 ± 0,91 min) [T(90) = 36,0903;

p<0.0001] e também apresentaram um aumento de 107% na LEP (pilocarpina - 67 ± 3,5 min;

clonazepam – 139,1 ± 0,99 min) [T(90) = 24.7941; p<0.0001].

Quando comparadas às duas doses verificou-se que a dose de 2.0 mg/kg diminuiu em

de 16% (p<0.05) a percentagem de animais que convulsionaram que progrediram para o EP e

a taxa de mortalidade, comparada à dose de 0.5mg/kg. Verificou-se ainda um aumento de 86%

na LC [T(22) = 10.5431; p<0,0001], e um aumento na percentagem da LEP de 46% [T(22) =

12.8743; p<0,0001], em relação ao grupo tratado com 0.5 mg/kg.

O pré-tratamento com gabapentina na dose (100 mg/kg) diminuiu em 33% (p<0,05) a

percentagem de animais que convulsionaram, reduzindo a latência de convulsão (LC) em

415% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; gabapentina – 180.30 ± 10 min) e na latência do EP em

258% (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; gabapentina – 240 ± 0,1 min).

Os animais tratados com a dose de 150 mg/kg de gabapentina apresentaram uma

aumento na latência da primeira convulsão de 413 e 256% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min;

gabapentina – 179,42 ± 6,40 min) e na latência do EP (LEP) (pilocarpina - 67 ± 3,5 min;

gabapentina – 239 ± 5,3 min), respectivamente.

Quando comparadas às duas doses verificou-se que não houve diferença significativa

na percentagem de animais que convulsionaram que progrediram para o EP e a taxa de

mortalidade (p=N.S.). Também não foi verificada diferença na LC [T(22) = 0.8431; p=N.S.], e

na percentagem da LEP [T(22) = 0.9743; p=N.S.], em relação ao grupo tratado com 150

mg/kg.

Com relação ao pré-tratamento com 250 mg/kg de vigabatrina houve uma redução de

15% (p<0,05) a percentagem de animais que convulsionaram, aumentando a latência de

convulsão (LC) em 154% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; vigabatrina – 89 ± 0,53 min) [T(90) =

82.4890; p<0,0001], e na latência do EP houve um aumento de 60% (pilocarpina - 67 ± 3,5

min; vigabatrina – 107 ± 0,74 min) [T(90) = 20.4075; p<0.0001].

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147

A vigabatrina na dose de 500 mg/kg apresentou um aumento na latência da primeira

convulsão de 156% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; vigabatrina – 89.6 ± 0,66 min) [T(90) =

34,9213; p<0.0001] e apresentaram também um aumento de 61% na LEP (pilocarpina - 67 ±

3,5 min; vigabatrina – 108 ± 0,83 min) [T(90) = 24.7941; p<0.0001].

Quando comparadas às duas doses verificou-se que a dose de 500 mg/kg diminuiu em

de 20% (p<0.05) a percentagem de animais que convulsionaram que progrediram para o EP e

a taxa de mortalidade, comparada à dose de 250 mg/kg. Quando comparadas às duas doses

verificou-se que não houve diferença significativa na LC [T(22) = 0.6431; p=N.S.], e na LEP

[T(22) = 2.1646; p=N.S.], em relação ao grupo tratado com 250 mg/kg.

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148

Tabela 1.3. Efeito de pré-tratamento com drogas gabaérgicas após convulsões induzidas por pilocarpina

Mecanismo de

Ação

Droga Dose

(mg/kg)

SCP

(%)

ME

(%)

T

(%)

C

(%)

LC (min)

EP

(%)

LEP (min)

M

(%)

Pilocarpina 400 100 100 100 75 35 + 0,7 75 67 + 3,5 63

Agonista

Benzodiazepínico

Diazepam 5 100 100 100 42a 40 + 0,67* 42a 45 + 0,75* 42a

10 100 100 100 16a,b 50 + 0,72*,** 16a,b 55 + 0,78*,** 16a,b

Clonazepam 0,5 100 100 100 32a 73 + 0,84* 32a 108 + 0,93* 32a

2,0 100 100 100 16a,b 103 + 0,91*,** 16a,b 139 + 0,7*,** 16a,b

Análogo do

GABA

Gabapentina 100 100 100 100 42a 180.3 + 10* 42a 240 + 0.1* 58a

150 100 100 100 44a 179.42 + 6.4* 44a 239 + 5.3* 55a

Vigabatrina 250 100 100 100 60a 89 + 0,53* 60a 106 + 0,74* 50a

500 100 100 100 40a,b 91 + 0,66* 40a,b 109 + 0,8* 40a,b

Os ratos foram tratados agudamente com as drogas (via i.p., n=12) nas dosagens mostradas na tabela, e 30 min após foram administrados com

pilocarpina (400 mg/kg, s.c. n=80). Após o tratamento com pilocarpina foram observados por 24h para a determinação dos sinais colinérgico

periféricos (SCP), movimentos estereotipados (ME), tremores (T), convulsão (C), estado epiléptico (EP), latência de convulsão (LC), latência d

estado epiléptico (LEP) e morte (M). Os resultados da LC e da LEP estão expressos em minutos (min) e os demais como percentagem.

*p<0,05, vs pilocarpina. **p<0,05 vs menor dose da droga estudada. Anova e teste de Student Newman Keuls como teste post hoc. ap<0,05, vs pilocapina. bp<0,05, vs menor dose da droga estudada. Teste do Qui-quadrado.

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149

1.6. Estudo do efeito de drogas que interferem com a neurotransmissão glutamatérgicas,

opióides e estabilizantes do humor sobre as convulsões induzidas por pilocarpina

Os resultados apresentados na Tabela 1.4 indicam que estimulações na função

neuronal glutamatérgica, opióides e estabilizantes do humor influenciaram de diferentes

formas as convulsões, o EP e morte induzida por pilocarpina. O pré-tratamento com NMDA,

cetamina e lítio nas duas doses estudadas não interferiram nos sinais colinérgicos periféricos,

movimentos estereotipados e tremores.

Com relação ao pré-tratamento com NMDA na menor dose (10 mg/kg) reduziu em

62% (p<0,05) a percentagem de animais que convulsionaram, reduzindo a latência de

convulsão (LC) em 14% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; NMDA – 13,22 ± 0,66 min) [T(90) =

82.727; p<0,0001], e na latência do EP houve um aumento de 78% (pilocarpina - 67 ± 3,5

min; NMDA – 14,8 ± 0,86 min) [T(90) = 83.1322; p<0.0001].

NMDA na dose de 20 mg/kg reduziu latência da primeira convulsão em 70%

(pilocarpina - 35 ± 0,7 min; NMDA – 10.66 ± 1,90 min) [T(90) = 81.1812; p<0.0001] e

apresentou uma redução de 81% no LEP (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; NMDA – 12,6 ± 0,9

min) [T(90) = 5.0022; p<0.0001].

Os animais tratados com NMDA nas doses de 10 e 20mg/kg, aumentaram em 25% a

percentagem de animais que convulsionaram e que progrediram para o EP (p<0.05), e em

relação à taxa de mortalidade houve um aumento de 37% (p<0.05) nos dois tratamentos em

relação ao grupo pilocarpina.

Entre as duas doses não houve diferença significativa em relação à percentagem de

convulsões, EP e morte (p=N.S.). Quando comparadas às duas doses verificou-se que uma

diminuição de 24% na LC [T(22) = 9.6931; p<0.0007], e na LEP de 15% [T(22) = 10.1743;

p<0.0001], em relação ao grupo tratado com 10 mg/kg.

O pré-tratamento com cetamina na menor dose (0,5 mg/kg) houve um aumento na LC

de 108% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; cetamina – 67.75 ± 1,50 min) [T(90) = 22.6190;

p<0,0001], e na LEP houve um aumento de 180% (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; cetamina – 188

+ 7,5 min) [T(90) = 30.4552; p<0.0001].

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150

Os animais tratados com a dose de 1,0 mg/kg de cetamina apresentarou um aumento na

latência da primeira convulsão de 104% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; cetamina – 71.55 + 2,5

min) [T(90) = 38,0923; p<0.0001] e apresentou um aumento de 276% no LEP (pilocarpina -

67 ± 3,5 min; cetamina – 252 + 8,6 min) [T(90) = 27.9945; p<0.0001].

Os animais tratados com as duas doses (0,5 e 1,0 mg/kg) de cetamina convulsionaram e

progrediram para o EP em uma menor percentagem de 19 e 39% (p<0.05), quando

comparados ao grupo pilocarpina, respectivamente. Foi observado uma redução na

percentagem de morte de 8 e 27% (p<0.05) nos animais pré-tratados com cetamina nas doses

de 0,5 e 1,0 mg/kg, quando comparados ao grupo pilocarpina, respectivamente (p<0.05).

Verificou-se ainda um aumento de 4% na LC [T(22) = 10,5431; p<0,0001] na dose de

0,5 mg/kg, quando comparada à dose de 1,0 mg/kg. Outro aumento verificado foi na

percentagem da LEP de 96% [T(22) = 12.8743; p<0,0001] no grupo tratado com 1,0 mg/kg,

em relação ao grupo 0,5 mg/kg.

O outro pré-tratamento com lítio na dose (30 mg/kg) aumentou em 25% (p<0,05) a

percentagem de animais que convulsionaram, reduzindo a latência de convulsão (LC) em 45%

(pilocarpina - 35 ± 0,7 min; lítio – 19 ± 0,17 min) [T(90) = 8.530; p<0,0001], e a LEP de 63%

(pilocarpina - 67 ± 3,5 min; lítio – 25 ± 0,64 min) [T(90) = 24.4571; p<0.0001].

Os animais tratados com a dose de lítio de 60 mg/kg apresentaram redução na latência

da primeira convulsão de 71 e 82% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; lítio – 10 ± 0,51 min) [T(90) =

13.6371; p<0,0001], e na LEP (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; lítio – 12 ± 0,53 min) [T(90) =

26.6036; p<0,0001], respectivamente.

Os animais tratados com lítio nas doses de 30 e 60 mg/kg todos convulsionaram e

progrediram para o EP nas duas doses, verificando-se, assim, um aumento de 25% nos dois

parâmetros estudados (p<0,05), e o número de mortes aumentou nas duas doses testadas em

37% (p<0,05), quando comparado ao grupo tratado com pilocarpina. Quando comparadas às

duas doses verificou-se uma redução de 24 e 17% na LC [T(22) = 27.6830; p<0,0001], e LEP

[T(22) = 25.6896; p<0,0001], nos animais tratados com 60 mg/kg, em relação ao grupo

tratado com menor dose.

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151

A morfina também foi usada com um dos pré-tratamentos nas doses (0,1 e 0,2 mg/kg)

as duas doses aumentaram em 25% (p<0,05) a percentagem de animais que convulsionaram,

que progrediram para o EP e a taxa de mortalidade (p<0,05), quando comparado ao grupo

pilocarpina. O pré-tratamento com a dose de 0,1 mg/kg reduziu a LC em 81% (pilocarpina -

35 ± 0,7 min; morfina – 9,64 ± 0,89 min) [T(90) = 38.5309; p<0,0001], e a LEP de 79%

(pilocarpina - 67 ± 3,5 min; morfina – 25 ± 0,64 min) [T(90) = 34.9572; p<0,0001].

Os animais tratados com a dose de morfina de 2,0 mg/kg apresentaram redução na

latência da primeira convulsão de 87 e 89% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; morfina – 4,56 ± 0,37

min) [T(90) = 33.7372; p<0.0001], e na LEP (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; morfina – 7,09 ±

0,47 min) [T(90) = 36.6096; p<0,0001], respectivamente.

Quando comparadas às duas doses verificou-se um aumento de 6 e 10% na LC [T(22) =

17.9831; p<0,0001], e LEP [T(22) = 18.6997; p<0,0001], nos animais tratados com 0,2

mg/kg, em relação ao grupo tratado com a dose de 0,1 mg/kg de morfina, respectivamente.

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152

Tabela 1.4. Efeito de pré-tratamento com drogas glutamatérgicas, opióides e estabilizantes do humor após convulsões induzidas por pilocarpin

Mecanismo de

Ação

Droga Dose

(mg/kg)

SCP

(%)

ME

(%)

T

(%)

C

(%)

LC (min)

EP

(%)

LEP (min)

M

(%)

Pilocarpina 400 100 100 100 75 35 + 0,7 75 67 + 3,5 63

Agonista do

NMDA

NMDA 10 100 100 100 100a 13,22 + 0,66* 100a 14,8 + 0,86* 100a

20 100 100 100 100a 10,77 + 1,9*,** 100a 12,6 + 0,9*,** 100a

Antagonista do

NMDA

Cetamina 0,5 100 100 100 56a 67,75 + 1,5* 56a 188 + 7,5* 55a

1,0 100 100 100 36a,b 71,55 + 2,5*,** 36a,b 252 + 8,6*,** 36a,b

Estabilizante do

humor

Lítio 30 100 100 100 100a 25 ± 0,64* 100a 12 ± 0,53* 100a

60 100 100 100 100a 19 ± 0,17*,** 100a 10 ± 0,51*,** 100a

Opióide Morfina 0,1 100 100 100 100a 9,64 ± 0,89* 100a 14,16 ± 0,56* 100a

0,2 100 100 100 100a 4,56 ± 0,37* 100a 7,09 ± 0,47* 100a

Os ratos foram tratados agudamente com as drogas (via i.p., n=12), e 30 min após foram administrados com pilocarpina (400 mg/kg, s.c. n=80

Após o tratamento com pilocarpina foram observados por 24h para a determinação dos sinais colinérgicos periféricos (SCP), movimento

estereotipados (ME), tremores (T), convulsão (C), estado epiléptico (EP), latência de convulsão (LC), latência do estado epiléptico (LEP) e mort

(M). Os resultados da LC e da LEP estão expressos em minutos (min) e os demais como percentagem.

*p<0,05, vs pilocarpina. **p<0,05 vs menor dose da droga estudada. Anova e teste de Student Newman Keuls como teste post hoc. ap<0,05, vs pilocapina. bp<0,05, vs menor dose da droga estudada. Teste do Qui-quadrado.

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153

1.7. Estudo do efeito de drogas antioxidantes sobre as convulsões induzidas por pilocarpina

Os resultados apresentados na Tabela 1.5 indicam que os efeitos produzidos pela

estimulação colinérgica periférica não são bloqueadas pelas drogas antioxidantes analisadas.

O pré-tratamento com vitamina C e E não interferiu nos sinais colinérgicos periféricos,

movimentos estereotipados e tremores induzidos pela pilocarpina.

O pré-tratamento com vitamina C na dose (250 mg/kg) reduziu em 25% (p<0,05) a

percentagem de animais que convulsionaram, aumentando a LC em 134% (pilocarpina - 35 ±

0,7 min; vitamina C – 82 ± 0,9 min) [T(90) = 25.574; p<0,0001], e a LEP em 258%

(pilocarpina - 67 ± 3,5 min; vitamina C – 240 ± 1,1 min) [T(90) = 26.5748; p<0.0001].

Os animais tratados com vitamina C 500 mg/kg apresentaram um aumento na latência

da primeira convulsão de 322% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; vitamina C – 148 ± 1,0 min)

[T(90) = 65.5742; p<0,0001] e um acréscimo de 494% na LEP (pilocarpina - 67 ± 3,5 min;

vitamina C – 398 ± 1,3 min) [T(90) = 66.0012; p<0,0001].

Os animais tratados com vitamina C (250 e 500 mg/kg) convulsionaram, e progrediram

para o EP menos de 25 e 50% (p<0,05), e houve uma redução na percentagem de morte de 13

e 38% (p<0,05), quando comparados ao grupo controle, respectivamente. Comparando os dois

tratamentos pode-se verificar que houve uma diminuição de 25% no índice de morte dos

animais tratados com maior dose (p<0.05). Quando comparadas às duas doses verificou-se um

aumento de 80 e 67% na LC [T(22) = 17.6931; p<0.0007], e LEP [T(22) = 15.6486;

p<0.0001], nos animais tratados com 500 mg/kg, em relação ao grupo tratado com a dose de

250 mg/kg de vitamina C.

Por sua vez, o pré-tratamento com vitamina E na dose (200 mg/kg) reduziu em 43%

(p<0,05) a percentagem de animais que convulsionaram, aumentando a LC em 194%

(pilocarpina - 35 ± 0,7 min; vitamina E – 103 ± 0,9 min) [T(90) = 36.789; p<0,0001], e a LEP

em 258% (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; vitamina E – 141 ± 0,99 min) [T(90) = 25.5747;

p<0.0001].

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154

Os animais tratados com a dose de 400 mg/kg de vitamina E apresentaram aumento na

LC de 351% (pilocarpina - 35 ± 0,7 min; vitamina E – 158 ± 1,0 min) [T(90) = 66.5550;

p<0,0001] e um aumento de 641% na LEP (pilocarpina - 67 ± 3,5 min; vitamina E – 497 ± 1,1

min) [T(90) = 66.0012; p<0.0001].

Os animais tratados com vitamina E convulsionaram, progrediram para o EP menos de

43 e 59%, nas doses de 200 e 400 mg/kg (p<0,05), quando comparados ao grupo pilocarpina.

Em relação à taxa de mortalidade houve uma redução de 31 e 47%, nas doses de 200 e 400

mg/kg (p<0,05), quando comparados ao grupo pilocarpina, respectivamente. Comparando os

dois tratamentos pode-se verificar que houve uma diminuição de 16% no índice de morte dos

animais tratados com a maior dose (p<0.05). Quando comparadas às duas doses verificou-se

um aumento de 157% na LC [T(22) = 7.6535; p<0.0007], e de 397% na LEP [T(22) =

18.6897; p<0,0001], nos animais tratados com 400 mg/kg, em relação ao grupo tratado com

vitamina E 200 mg/kg.

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155

Tabela 1.5. Efeito de pré-tratamento com drogas antioxidantes após convulsões induzidas por pilocarpina

Mecanismo de

Ação

Droga Dose

(mg/kg)

SCP

(%)

ME

(%)

T

(%)

C

(%)

LC (min)

EP

(%)

LEP (min)

M

(%)

Pilocarpina 400 100 100 100 75 35 + 0,7 75 67 + 3,5 63

Antioxidantes Vitamina C 200 100 100 100 50a 82 + 0,9* 50a 240 + 1,13* 50a

400 100 100 100 25a,b 148 + 1,0*,** 25a,b 398 + 1,3*,** 25a,b

Vitamina E 250 100 100 100 32a 103 + 0,9* 32a 141 + 0,99* 32a

500 100 100 100 16a,b 158 + 1,0*,** 16a,b 497 + 1,1*,** 16a,b

Os ratos foram tratados agudamente com as drogas (via i.p., n=12) nas dosagens mostradas na tabela, e 30 min após foram administrados com

pilocarpina (400 mg/kg, s.c. n=80). Após o tratamento com pilocarpina foram observados por 24h para a determinação dos sinais colinérgico

periféricos (SCP), movimentos estereotipados (ME), tremores (T), convulsão (C), estado epiléptico (EP), latência de convulsão (LC), latência d

estado epiléptico (LEP) e morte (M). Os resultados da LC e da LEP estão expressos em minutos (min) e os demais como percentagem.

*p<0,05, vs pilocarpina. **p<0,05 vs menor dose da droga estudada. Anova e teste de Student Newman Keuls como teste post hoc. ap<0,05, vs pilocapina. bp<0,05, vs menor dose da droga estudada. Teste do Qui-quadrado.

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156

2. Estudos neuroquímicos

2.1. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a atividade

acetilcolinesterásica em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de

idade.

Os resultados das determinações da atividade enzimática da acetilcolinesterase (AChE)

em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com

uma única dose de pilocarpina na dose de 400 mg/kg, s.c., e sacrificados 1h e 24h após a

administração, foram expressos em nmoles/mg de proteína/minuto.

As áreas cerebrais estudadas foram retiradas dos animais que apresentaram convulsões,

estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento.

Uma redução significativa de 63% da atividade da enzima acetilcolinesterase foi

evidenciada no hipocampo dos animais tratados após 1h de observação (controle = 9,50 +

0,30; P400 1h = 3,52 + 0,30), [T(13) = 5.3465; p<0,0001], enquanto que após 24h do

tratamento a atividade não sofreu nenhuma alteração (controle = 9,50 + 0,30; P400 24h = 9,55

+ 0,30), [T(13) = 0,7038; p = N.S.] (Figura 1).

Foi observada uma diminuição de 35% (controle = 20,4 + 0,75; P400 1h = 13,24 +

0,75), [T(12) = 7,044; p<0,0001] da atividade da enzima no corpo estriado dos animais

sacrificados 1h após o tratamento. No grupo sacrificado após 24 horas não foi verificada

alteração significativa no valor da atividade acetilcolinesterásica (controle = 20,4 + 0,75; P400

24h = 20,5 + 0,8), [T(12) = 0,04265; p = N.S.] (Figura 1).

Com relação à atividade da AChE no córtex frontal foi verificada uma diminuição

significativa de 27% no grupo tratado com pilocarpina e sacrificado após 1h (controle = 15,64

+ 0,32; P400 1h = 11,45 + 0,30), [T(12) = 2,7467; p<0,0001], entretanto, da mesma forma que

para as outras áreas estudadas, também não foi observado nenhuma alteração no grupo

sacrificado após 24h (controle = 15,64 + 0,32; P400 24h = 15,07 + 0,31), [T(12) = 1,3300;

p<0,2082] (Figura 1).

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157

Figura 1 - Efeitos sobre a atividade da acetilcolinesterase (AChE) em hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg

(P400).

Ratos Wistar (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de pilocarpina

(400mg/kg, s.c., n=6) e os controles com salina 0,9% (n=8). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM. A atividade da acetilcolinesterase foi determinada em 5

µL de homogenato. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-Student-Neuman-

Keuls como post-hoc. a, quando comparado ao controle, respectivamente, (p<0,05).

Hipocampo Corpo Estriado Córtex Frontal0

10

20

30

ControleP400 1hP400 24h

aa

a

Ativ

idad

e da

AC

hE(n

mol

/mg

de p

rote

ína/

min

)

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158

2.2. Determinação do conteúdo de substâncias reativas com o ácido tiobarbitúrico (TBARS)

em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com

pilocarpina 400mg/kg (P400).

Os resultados da verificação da produção de substâncias reativas com o ácido

tiobarbitúrico (TBARS) em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses

de idade tratados com uma única dose de pilocarpina na dose de 400mg/kg, s.c., e sacrificados

1h e 24h após a administração, foram expressos em percentual em relação ao grupo controle

tratado com salina 0.9%.

Um aumento significativo de 46% na concentração de TBARS foi evidenciado no

hipocampo dos animais tratados após 1h de observação (controle = 1,29 + 0,02; P400 1h =

1,88 + 0,02), [T(14) = 19,067; p<0,0001], e de 77% após 24h do tratamento (controle = 1,29 +

0,02; P400 24h = 2,28 + 0,05), [T(14) = 18,282; p<0.0001]. Quando comparados os grupos

tratados observou-se também um aumento de 21% no nível de TBARS no grupo observado

por 24h em relação ao de 1h (P400 1h = 1,88 + 0,02; P400 24h = 2,28 + 0,05), [T(12) = 6,884;

p<0,0001] (Figura 2).

Foi observado, no corpo estriado, um aumento de 25% (controle = 1,32 + 0,04; P400

1h = 1,65 + 0,08), [T(10) = 3,855; p<0,032] nos animais sacrificados 1h após o tratamento. No

grupo sacrificado após 24 horas foi verificado um aumento significativo de 47 e 18% em

relação ao grupo controle (controle = 1,32 + 0,04; P400 24h = 1,94 + 0,01), [T(10) = 11,820;

p<0.0001] e 1h (controle = 1,32 + 0,04; P400 24h = 1,94 + 0,01), [T(8) = 3,507; p<0.0080],

respectivamente (Figura 2).

Com relação à concentração de TBARS no córtex frontal foi verificado um aumento

significativo de 21% no grupo tratado com pilocarpina e sacrificado após 1h (controle = 1,50

+ 0,02; P400 1h = 1,82 + 0,08), [T(11) = 4,881; p<0,0005], e da mesma forma que para as

outras áreas estudadas, foi observado um aumento de 49 e 23% no grupo sacrificado após 24h

em relação ao grupo controle (controle = 1,50 + 0,02; P400 24h = 2,24 + 0,02), [T(11) =

23,744; p<0,0001] e 1h (P400 1h = 1,82 + 0,08; P400 24h = 2,24 + 0,02), [T(8) = 5,268;

p<0,0008], respectivamente (Figura 2).

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159

Figura 2 - Determinação do conteúdo de substâncias reativas com o ácido tiobarbitúrico

(TBARS) em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade

tratados com pilocarpina 400mg/kg (P400).

Hipocampo Corpo Estriado Córtex Frontal0

50

100

150

200

ContoleP400 1h

P400 24h

aa

a

a,b

a ,b a ,b

7

TBA

RS

(%)

Ratos Wistar machos (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de

pilocarpina (400mg/kg, s.c.; n=7) e os controles com salina 0,9% (n=9). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24 h após o tratamento.

Em homogenatos de hipocampo, corpo estriado e córtex frontal desses animais que foram

submetidos a condições (temperatura e oxigenação) controladas foi determinada a ocorrência

de lipoperoxidação em percentagem, com base na produção de TBARS. Os valores

representam a média + EPM do número de animais entre parênteses. Para análise estatística

foi utilizado o teste do qui-quadrado a e b, quando comparado aos grupos controle e P400 1h,

respectivamente (p<0,05).

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160

2.3. Conteúdo de nitrito e nitrato em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos

com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400mg/kg (P400).

Os resultados da verificação da produção de nitrito e nitrato no hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com uma única dose de

pilocarpina na dose de 400mg/kg, s.c., e sacrificados 1h e 24h após a administração, foram

expressos em mM.

A concentração do nitrito e nitrato apresentou um aumento significativo de 60% no

hipocampo dos animais tratados após 1h de observação (controle = 90,54 + 1,70; P400 1h =

144,80 + 3,67), [T(18) = 13,424; p<0,0001], e de 51% no grupo sacrificado após 24h do

tratamento (controle = 90,54 + 1,70; P400 24h = 137,40 + 0,62), [T(18) = 25,959; p<0.0001]

(Figura 3).

No corpo estriado foi observado um aumento de 48 e 49% nos animais sacrificados 1h

(controle = 94,40 + 6,69; P400 1h = 139,50 + 6,69), [T(18) = 6,655; p<0,0001] e 24h

(controle = 94,40 + 6,69; P400 24h = 140,30 + 4,08), [T(18) = 10,871; p<0,0001] após o

tratamento em relação ao grupo controle, respectivamente (Figura 3).

Com relação à concentração de nitrito e nitrato no córtex frontal foi verificado um

aumento significativo de 75% no grupo tratado com pilocarpina e sacrificado após 1h

(controle = 76,20 + 0,93; P400 1h = 133,30 + 5,24), [T(18) = 10,728; p<0,0001], e da mesma

forma que para as outras áreas estudadas, também foi observado um aumento de 74% no

grupo sacrificado após 24h (controle = 76,20 + 0,93; P400 24h = 131,50 + 1,57), [T(18) =

30,284; p<0,0001] (Figura 3).

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161

Figura 3 – Conteúdo de nitrito e nitrato em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de

ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400mg/kg (P400).

Ratos Wistar (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de pilocarpina

(400mg/kg, s.c., n=10) e os controles com salina 0,9% (n=10). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM. A produção de nitrito e nitrato foi determinada em 100

µL de homogenato. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-Student-Neuman-

Keuls como post-hoc. a, quando comparado ao controle, (p<0,05).

Hipocampo Corpo Estriado Córtex Frontal0

50

100

150

ControleP400 1hP400 24h

aa

aa a

a

Nitr

ito e

Nitr

ato

(mM

)

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162

2.4. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a atividade da superóxido

dismutase (SOD) em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de

idade.

Os resultados das determinações da atividade enzimática da SOD em hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com uma única dose de

pilocarpina na dose de 400mg/kg, s.c., e sacrificados 1 e 24h após a administração, foram

expressos em U/mg de proteína.

Foi observado um aumento de 24% (controle = 2,35 + 0,14; P400 1h = 2,91 + 0,06),

[T(16) = 3,283; p<0,0047] da atividade da enzima no hipocampo dos animais que

apresentaram convulsões, estado epiléptico e foram sacrificados 1h após o tratamento. No

grupo sacrificado após 24 horas não foi verificada alteração no valor da atividade da SOD em

relação ao grupo controle (controle = 2,35 + 0,14; P400 24h = 2,45 + 0,10), [T(16) = 0,5892;

p=N.S.] (Figura 4).

Com relação à atividade enzimática no corpo estriado dos ratos adultos foi observado

um aumento significativo no período de 1h (controle = 3,25 + 0,06; P400 1h = 4,23 + 0,14),

[T(16) = 6,816; p<0.0001] e após 24h de observação não houve alteração (controle = 3,25 +

0,06; P400 24h = 3,23 + 0,19), [T(16) = 0,1540; p=N.S.] (Figura 4).

Por sua vez, a atividade da SOD também foi estudada no córtex frontal de ratos adultos

e verificou-se um aumento significativo de 72 e 24% nos grupos observados após 1h (controle

= 2,12 + 0,09; P400 1h = 3,65 + 0,04), [T(16) = 14,671; p<0.0001] e 24h (controle = 2,12 +

0,09; P400 24h = 2,62 + 0,16), [T(16) = 2,921; p<0.0100] do tratamento com pilocarpina em

alta dose, respectivamente (Figura 4).

E quando comparados os grupos tratados observou-se uma redução na atividade da

SOD de 28% no grupo 24h em relação ao de 1h (P400 1h = 3,65 + 0,04; P400 24h = 2,62 +

0,16), [T(14) = 6,390; p<0.0001] (Figura 4).

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163

Figura 4 - Efeitos sobre a atividade da SOD em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal

de ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg (P400).

Hipocampo Corpo Estriado Córtex Frontal0

1

2

3

4

5

ControleP400 1hP400 24h

a

a

a

a,b

Ativ

idad

e da

SO

DU

/mg

de p

rote

ína

Ratos Wistar (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de pilocarpina

(400 mg/kg, s.c., n=8) e os controles com salina 0,9% (n=10). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM. A atividade da SOD foi determinada em 20 µL de

homogenato a 10%. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-Student-Neuman-

Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado ao controle e ao grupo P400 1h,

respectivamente, (p<0,05).

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164

2.5. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a atividade da catalase em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Os resultados das determinações da atividade enzimática da catalase (CAT) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com uma

única dose de pilocarpina na dose de 400mg/kg, s.c., e sacrificados 1h e 24h após a

administração, foram expressos em U/µg de proteína.

Um aumento de 32 e 80% foi observado na atividade da enzima CAT no hipocampo

dos animais que apresentaram convulsões, estado epiléptico e foram sacrificados 1h (controle

= 14,50 + 0,65; P400 1h = 19,78 + 0,75), [T(15) = 5,348; p<0,0001] e 24h (controle = 14,50 +

0,65; P400 24h = 27,25 + 1,03), [T(15) = 10,722; p<0,0001], após o tratamento,

respectivamente.

No grupo sacrificado após 24 horas foi verificado também um aumento de 38% em

relação ao grupo 1h (P400 1h = 19,78 + 0,75; P400 24h = 27,25 + 1,03), [T(14) = 5,863;

p<0,0001], (Figura 5). A atividade enzimática da CAT também foi verificada no corpo

estriado dos ratos adultos após o tratamento, e foi visto um aumento de 29 e 36% após os

períodos de 1h (controle = 13,66 + 0,77; P400 1h = 17,97 + 0,09), [T(15) = 5,230; p<0.0001]

e 24h de observação em relação ao controle (controle = 13,66 + 0,77; P400 24h = 19,05 +

0,06), [T(16) = 6,979; p<0.0001].

Quando comparados os grupos tratados evidenciou-se um aumento de 6% nos animais

sacrificados após 24h em relação ao de 1h (P400 1h = 17,97 + 0,09; P400 24h = 19,05 + 0,06),

[T(15) = 10,196; p<0.0001] (Figura 5).

Por sua vez, a atividade da CAT no córtex frontal demonstrou um aumento de 28 e

49% após os períodos de 1h (controle = 22,15 + 1,63; P400 1h = 28,32 + 2,00), [T(15) =

2,413; p<0.0291] e 24h de observação em relação ao controle (controle = 22,15 + 1,63; P400

24h = 32,93 + 0,18), [T(16) = 6,609; p<0.0001]. E quando comparados os grupos tratados,

evidenciou-se um aumento de 16% nos animais sacrificados após 24h em relação ao de 1h

(P400 1h = 28,32 + 2,00; P400 24h = 32,93 + 0,18), [T(15) = 2,454; p<0.0268] (Figura 5).

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165

Figura 5 - Efeitos sobre a atividade da catalase em hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg (P400).

Hipocampo Corpo Estriado Córtex Frontal0

10

20

30

40

ControleP400 1hP400 24h

aa,b

a

a,b

a,ba

Cat

alas

eU

/µg

de p

rote

ína

Ratos Wistar (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de pilocarpina

(400 mg/kg, s.c., n=8) e os controles com salina 0,9% (n=9). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM. A atividade da catalase foi determinada em 20 µL de

homogenato. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-Student-Neuman-Keuls

como post-hoc. a e b, quando comparado ao controle e ao grupo P400 1h, respectivamente,

(p<0,05).

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166

2.6. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a concentração da glutationa

reduzida (GSH) em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de

idade.

Os resultados das determinações da concentração da glutationa reduzida (GSH) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com uma

única dose de pilocarpina e sacrificados 1h e 24h após a administração, foram expressos em

µg/g de tecido.

Foi observada uma diminuição significativa de 47% (controle = 240,33 + 4,72; P400 1h

= 127,16 + 3,27), [T(10) = 19,718; p<0,0001] na concentração da GSH hipocampal dos

animais que apresentaram convulsões, estado epiléptico que foram sacrificados 1h após o

tratamento.

No grupo sacrificado após 24 horas também foi verificada uma redução significativa de

55% em relação ao grupo controle (controle = 240,33 + 4,72; P400 24h = 107,67 + 1,05),

[T(10) = 27,452; p<0,0001], e quando comparado ao grupo sacrificado após 1h verificou-se

uma diminuição de 15% no nível do GSH (P400 1h = 127,16 + 3,27; P400 24h = 107,67 +

1,05), [T(10) = 5,675; p<0,0002], (Figura 6).

No corpo estriado dos ratos adultos após 1h (controle = 291,50 + 1,03; P400 1h =

182,83 + 0,60), [T(10) = 91,478; p<0.0001] e 24h (controle = 291,50 + 1,03; P400 24h =

135,33 + 2,36), [T(10) = 60,660; p<0.0001] de observação foi observado uma diminuição de

37 e 54% em relação ao controle (Figura 6).

No grupo sacrificado após 24h foi verificada um decréscimo de 26% na concentração

da GSH estriatal em relação ao grupo 1h (P400 1h = 182,83 + 0,60; P400 24h = 135,33 +

2,36), [T(10) = 19,491; p<0.0001] (Figura 6). Por sua vez, a concentração de GSH no córtex

frontal também sofreu uma redução significativa de 51 e 54% nos animais sacrificados após

1h (controle = 206,00 + 1,92; P400 1h = 101,00 + 1,83), [T(10) = 39,686; p<0.0001] e 24h

(controle = 206,00 + 1,92; P400 24h = 95,33 + 0,67), [T(10) = 54,580; p<0.0001],

respectivamente. Enquanto, que após 24h foi evidenciado uma redução de 6% em relação ao

grupo de 1h (P400 1h = 101,00 + 1,83; P400 24h = 95,33 + 0,67), [T(10) = 2,915; p<0.00154]

(Figura 6).

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167

Figura 6 – Concentração da glutationa reduzida (GSH) em hipocampo, corpo estriado e

córtex frontal de ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400mg/kg (P400).

Ratos Wistar (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de pilocarpina

(400mg/kg, s.c., n=10) e os controles com salina 0,9% (n=10). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-

Student-Neuman-Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado ao controle e ao grupo 1h,

respectivamente, (p<0,05).

Hipocampo Corpo Estriado Córtex Frontal0

50

100

150

200

250

300

ControleP400 1hP400 24h

a,b

a

a

a,ba,b

aGSH

(ng/

g de

teci

do)

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168

2.7. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos receptores

muscarínicos (M1) e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo estriado e

córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Os resultados da densidade dos receptores colinérgicos muscaríncios (M1) (Bmax) e da

constante de dissociação do ligante específico aos receptores muscarínicos (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos tratados com uma única dose de

pilocarpina foram expressos em fentomoles/mg de proteína e nM, respectivamente, e os

valores apresentados abaixo representam a média + EPM e são mostrados na tabela 2.

Ocorreu uma downregulation no Bmax no hipocampo de 42 e 54%, durante 1 e 24 h de

observação, respectivamente (controle = 116 + 7,46; P400 1h = 68 + 2,45), [T(10) = 4,408;

p<0,0013], (controle = 116 + 7,46; P400 24h = 53 + 2,21), [T(10) = 5,5774; p<0,0002].

Observou-se, também, uma redução significativa no Bmax de aproximadamente 22% em 24 h

com relação ao grupo observado por 1 h (P400 1h = 68 + 2,45; P400 24h = 53 + 2,21), [T(6) =

4,482; p < 0,0042] (Tabela 2).

Com relação ao Kd dos receptores M1 no hipocampo, não houve alteração significativa

entre os grupos de 1h (controle = 1,14 + 0,02; P400 1h = 1,25 + 0,03), [T(10) = 0,1195, p =

N.S.] e 24h (controle = 1,14 + 0,02; P400 24h = 1,17 + 0,04), [T(10) = 4,350; p = N.S.] e o

controle. E quando comparado os grupos tratados também não foi evidenciada nenhuma

alteração (P400 1h = 1,25 + 0,03; P400 24h = 1,17 + 0,04), [T(6) = 5,438; p<0,0016] (Tabela

2).

No corpo estriado (CE) dos ratos tratados ocorreu também uma downregulation no

Bmax de 46 e 54%, durante 1 e 24 h de observação, respectivamente (controle = 180 + 4,72;

P400 1h = 98 + 1,29), [T(10) = 11,859; p<0,0001], (controle = 180 + 4,72; P400 24h = 83 +

1,03), [T(10) = 14,143; p<0,0001]. Observou-se, também, uma redução significativa no Bmax

de aproximadamente 16% em 24 h com relação ao grupo observado por 1 h (P400 1h = 98 +

1,29; P400 24h = 83 + 1,03), [T(6) = 14,143; p<0,0001] (Tabela 2).

No estudo do Kd dos receptores M1 estriatais houve um aumento significativo de 14 e

16% nos grupos de 1h (controle = 1,61 + 0,02; P400 1h = 1,83 + 0,05), [T(10) = 4,462,

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p<0.0012] e 24h (controle = 1,61 + 0,02; P400 24h = 1,91 + 0,04), [T(10) = 6,935; p <

0,0001] em relação ao controle, respectivamente. Por sua vez, quando comparado os grupos

tratados também não foi evidenciada nenhuma alteração (P400 1h = 1,83 + 0,05; P400 24h =

1,91+ 0,04), [T(6) = 1,247; p=N.S.] (Tabela 2).

Em relação ao córtex frontal (CF) foi visto também como nas demais áreas estudadas

uma redução de 28 e 50% no Bmax após 1h e 24h, (controle = 199 + 18,69; P400 1h = 145 +

5,78), [T(10) = 2,360; p<0,0400], (controle = 199 + 18,69; P400 24h = 100 + 5,6), [T(10) =

4,310; p<0,0015], respectivamente. E uma redução de 31% também foi evidenciada no grupo

sacrificado após 24h em relação ao grupo observado durante 1h (P400 1h = 145 + 5,78; P400

24h = 100 + 5,6), [T(6) = 5,579; p<0,0014] (Tabela 2).

Com relação ao Kd dos receptores no córtex frontal, não houve alteração significativa

entre os grupos de 1h (controle = 1,29 + 0,09; P400 1h = 1,47 + 0,15), [T(10) = 1,337, p =

N.S.] e 24h (controle = 1,29 + 0,09; P400 24h = 1,5 + 0,24), [T(10) = 1,577; p=N.S.] e o

controle. E quando comparado os grupos tratados também não foi evidenciada nenhuma

alteração (P400 1h = 1,47 + 0,15; P400 24h = 1,5 + 0,24), [T(6) = 0,4685; p=N.S.] (Tabela 2).

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170

Tabela 2: Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre a densidade dos receptores

colinérgicos muscarínicos (M1) e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo,

corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Áreas/Grupos

Bmax

(fmol/ mg de proteína)

Kd

(nM)

Hipocampo

Controle

116,00 + 7,46 (8)

1,14 + 0,02 (8)

P400 1h 68,00 + 2,45 (4)a 1,25 + 0,03 (4)

P400 24h 53,00 + 2,21 (4)a,b 1,17 + 0,04 (4)

Corpo Estriado

Controle 180,00 + 4,71 (8) 1,61 + 0,02 (8)

P400 1h 98,00 + 1,29 (4)a 1,83 + 0,05 (4)a

P400 24h 83,00 + 1,03 (4)a,b 1,91 + 0,04 (4)a

Córtex frontal

Controle 199,00 + 18,69 (8) 1,29 + 0,09 (8)

P400 1h 145,00 + 5,78 (4)a 1,47 + 0,15 (4)

P400 24h 100,00 + 5,60 (4)a,b 1,50 + 0,24 (4)

Ratos Wistar machos (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de

pilocarpina (400mg/kg, s.c.; n=4) e os controles com salina 0,9% (n=8). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24 h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM do número de animais entre parênteses. O 3H-NMS foi

utilizado como ligante. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-Student-

Neuman-Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado aos grupos controle e P400 1h,

respectivamente (p<0,05).

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171

2.8. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos receptores

muscarínicos (M2) e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo estriado e

córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Os resultados da densidade dos receptores colinérgicos muscaríncios (RM2) (Bmax) e

da constante de dissociação do ligante específico aos receptores muscarínicos (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos tratados com uma única dose de

pilocarpina foram expressos em fentomoles/mg de proteína e nM, respectivamente, e os

valores apresentados abaixo representam a média + EPM e são mostrados na tabela 3.

Ocorreu uma downregulation no Bmax dos receptores RM2 no hipocampo de 45 e

60%, durante 1 e 24 h de observação, respectivamente (controle = 187 + 5,50; P400 1h = 103

+ 5,25), [T(10) = 9,628; p<0,0001], (controle = 187 + 5,50; P400 24h = 75 + 4,85), [T(10) =

12,925; p<0,0001]. Observou-se, também, uma redução significativa no Bmax de 27% em 24

h com relação ao grupo observado por 1 h (P400 1h = 103 + 5,25; P400 24h = 75 + 4,85),

[T(6) = 3,830; p<0,0087] (Tabela 3).

Com relação ao Kd dos receptores M2 hipocampais foi observado um aumento após 1h

de 42% (controle = 1,24 + 0,21; P400 1h = 1,77 + 0,13), [T(10) = 16,773, p<0.0001] e uma

redução de 9% após 24h de observação (controle = 1,24 + 0,21; P400 24h = 1,94 + 0,04),

[T(10) = 3,205; p<0.0094], enquanto que, no grupo sacrificado após 24h evidenciou-se uma

redução de 36% em relação ao grupo de 1h (P400 1h = 1,24 + 0,13; P400 24h = 1,77 + 0,04),

[T(6) = 11,648; p<0,0001] (Tabela 3).

No CE dos ratos tratados ocorreu também uma downregulation no Bmax de 33 e 58%,

durante 1 e 24 h de observação, respectivamente (controle = 271 + 11,50; P400 1h = 182 +

5,45), [T(10) = 5,214; p<0,0004], (controle = 271 + 11,50; P400 24h = 115 + 6,35), [T(10) =

9,074; p<0,0001]. Observou-se, também, uma redução significativa no Bmax de

aproximadamente 37% em 24 h com relação ao grupo observado por 1 h (P400 1h = 182 +

5,45; P400 24h = 115 + 6,35), [T(6) = 8,016; p<0,0002] (Tabela 3).

No estudo do Kd dos receptores M2 estriatais houve um aumento significativo de 17 e

19% nos grupos de 1h (controle = 1,31 + 0,02; P400 1h = 1,53 + 0,15), [T(10) = 4,462,

p<0.0012] e 24h (controle = 1,31 + 0,02; P400 24h = 1,59 + 0,19), [T(10) = 6,387; p<0,0001]

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172

em relação ao controle, respectivamente. Por sua vez, quando comparado os grupos tratados

também não foi evidenciada nenhuma alteração (P400 1h = 1,53 + 0,15; P400 24h = 1,59 +

0,19), [T(6) = 0,8616; p=N.S.] (Tabela 3).

Em relação ao córtex frontal foi visto também como nas demais áreas estudadas uma

redução de 11 e 23% no Bmax após 1h e 24h, (controle = 123 + 10,53; P400 1h = 110 + 5,78),

[T(10) = 5,250; p<0,0004], (controle = 123 + 10,53; P400 24h = 95 + 5,60), [T(10) = 10,532;

p<0,0001], respectivamente. E uma redução de 16% também foi evidenciada no grupo

sacrificado após 24h em relação ao grupo observado durante 1h (P400 1h = 110 + 5,78; P400

24h = 95 + 5,6), [T(6) = 8,705; p<0,0001] (Tabela 3).

Com relação ao Kd dos receptores no córtex frontal houve uma redução significativa de

9 e 8% nos grupos de 1h (controle = 1,59 + 0,41; P400 1h = 1,36 + 0,02), [T(10) = 5,771,

p<0.0002] e 24h (controle = 1,59 + 0,41; P400 24h = 1,35 + 0,14), [T(10) = 8,462; p<0.0001]

em relação ao controle. E quando comparado os grupos tratados não foi evidenciada nenhuma

alteração (P400 1h = 1,36 + 0,02; P400 24h = 1,35 + 0,14), [T(6) = 0,4417; p=N.S.] (Tabela

3).

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173

Tabela 3 – Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre a densidade dos receptores

colinérgicos muscarínicos (M2) e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo,

corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Áreas/Grupos

Bmax

(fmol/ mg de proteína)

Kd

(nM)

Hipocampo

Controle

187,00 + 5,50 (8)

1,24+ 0,21 (8)

P400 1h 103,00 + 5,25 (4)a 1,77 + 0,13 (4)a

P400 24h 75,00 + 4,85 (4)a,b 1,94 + 0,04 (4)a,b

Corpo estriado

Controle 271,00 + 11,50 (8) 1,31 + 0,02 (8)

P400 1h 182,00 + 5,45 (4)a 1,53 + 0,15 (4)a

P400 24h 115,00 + 6,35 (4)a,b 1,59+ 0,19 (4)a

Córtex frontal

Controle 123,00 + 10,53 (8) 1,59+ 0,41 (8)

P400 1h 110,00 + 5,78 (4)a 1,36 + 0,02 (4)a

P400 24h 95,00 + 5,60 (4)a,b 1,35 + 0,14 (4)a

Ratos Wistar machos (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de

pilocarpina (400mg/kg, s.c.; n=4) e os controles com salina 0,9% (n=8). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24 h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM do número de animais entre parênteses. O 3H-NMS foi

utilizado como ligante. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-Student-

Neuman-Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado aos grupos controle e P400 1h,

respectivamente (p<0,05).

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174

2.9. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos receptores

dopaminérgicos D1-like e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Os resultados da densidade dos receptores dopaminérgicos D1-like (Bmax) e da

constante de dissociação do ligante específico aos receptores dopaminérgicos D1 (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos tratados com uma única dose de

pilocarpina foram expressos em fentomoles/mg de proteína e nM, respectivamente, os valores

apresentados abaixo representam a média + EPM e são mostrados na tabela 4.

Quando estudados os RD1 no hipocampo não foi evidenciado alteração após 1 e 24h de

observação em relação ao controle (controle = 319 + 11,65; P400 1h = 312 + 14,02), [T(10) =

0,3524; p = N.S.], (controle = 319 + 11,65; P400 24h = 333 + 27,23), [T(10) = 0,5556; p =

N.S.]. Nem tão pouco quando feita à comparação entre os dois tempos de observação (P400

1h = 312 + 14,02; P400 24h = 333 + 27,23), [T(6) = 0,6736; p = N.S.] (Tabela 4).

Com relação ao Kd houve uma redução significativa de 33 e 23% no grupo de 1h e de

24 h com relação ao controle (controle = 1,76 + 0,22; P400 1h = 1,19 + 0,11), [T(10) =

19,463, p<0,0001], (controle = 1,76 + 0,01; P400 24h = 1,37 + 0,43), [T(10) = 11,147,

p<0,0001], respectivamente. E foi visto um aumento de 15% no grupo sacrificado após 24h

quando comparado ao grupo de 1h (P400 1h = 1,18 + 0,01; P400 24h = 1,37 + 0,43), [T(6) =

5,125; p<0,0022] (Tabela 4).

Nenhuma alteração no CE foi observada nos níveis de RD1 nos diferentes tempos de

observação do estudo em relação ao controle (controle = 346,18 + 21,39; P400 1h = 348,61 +

28,23), [T(10) = 0,06668; p = N.S.], (controle = 346,18 + 21,39; P400 24h = 353,48 + 13,07),

[T(10) = 0,2264; p = N.S.]. Nem tão pouco quando feita à comparação entre os dois tempos de

observação (P400 1h = 348,61 + 28,23; P400 24h = 353,48 + 13,07), [T(6) = 0,1555; p =

N.S.] (Tabela 4).

Com relação ao Kd houve uma redução significativa de 26% tanto no grupo de 1h

como no de 24 h com relação ao controle (controle = 1,65 + 0,18; P400 1h = 1,42 + 0,22),

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[T(10) = 3,607, p < 0,0048], (controle = 1,65 + 0,08; P400 24h = 1,38 + 0,02), [T(10) = 3,620,

p < 0,0047], e não houve alteração no valor da constante de dissociação entre os grupos de 1 h

e 24h quando comparado entre si (P400 1h = 1,42 + 0,22; P400 24h = 1,38 + 0,02), [T(6) =

0,07077; p = N.S.] (Tabela 4).

Durante o estudo do córtex frontal não foi evidenciada nenhuma alteração no Bmax dos

RD1 dos animais tratados (controle = 209 + 11,09; P400 1h = 246 + 20,26), [T(10) = 1,838; p

= N.S.], (controle = 210 + 11,09; P400 24h = 244 + 14,07), [T(10) = 1,736; p = N.S.], e nem

quando comparados os dois grupos estudados (P400 1h = 246 + 20,26; P400 24h = 244 +

14,07), [T(6) = 0,09388; p = N.S.] (Tabela 4).

Da mesma forma não foi vista alteração no Kd para está área cerebral nos grupos

tratados (controle = 1,95 + 0,06; P400 1h = 1,89 + 0,42), [T(10) = 0,1861; p = N.S.], (controle

= 1,95 + 0,06; P400 24h = 1,86 + 0,26), [T(10) = 0,2119; p = N.S.], e nem tão pouco entre

eles (P400 1h = 1,89+ 0,42; P400 24h = 1,86 + 0,26), [T(6) = 0,2970; p = N.S.] (Tabela 4).

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176

Tabela 4 – Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre o número de receptores

dopaminérgicos D1-like e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Áreas/Grupos

Bmax

(fmol/ mg de proteína)

Kd

(nM)

Hipocampo

Controle

319,00 + 11,65 (8)

1,76 + 0,22 (8)

P400 1h 312,00 + 14,02 (4) 1,19 + 0,11 (4)a

P400 24h 333,00 + 27,23 (4) 1,37 + 0,43 (4)a,b

Corpo estriado

Controle 346,18 + 21,39 (8) 1,65 + 0,18 (8)

P400 1h 348,61 + 28,23 (4) 1,42 + 0,22 (4)a

P400 24h 353,48 + 13,07 (4) 1,38 + 0,02 (4)a

Córtex frontal

Controle 209,00 + 11,09 (8) 1,95 + 0,06 (8)

P400 1h 246,00 + 20,26 (4) 1,89 + 0,42 (4)

P400 24h 244,00 + 10,01 (4) 1,86 + 0,26 (4)

Ratos Wistar machos (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de

pilocarpina (400mg/kg, s.c.; n=4) e os controles com salina 0,9% (n=8). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24 h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM do número de animais entre parênteses. O 3H-SCH 23390

foi utilizado como ligante. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-Student-

Neuman-Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado aos grupos controle e P400 1h,

respectivamente (p<0,05).

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177

3.0. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos receptores

dopaminérgicos D2-like e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Os resultados da densidade dos receptores dopaminérgicos D2-like (Bmax) e da

constante de dissociação do ligante específico aos receptores dopaminérgicos D2 (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos tratados com uma única dose de

pilocarpina foram expressos em fentomoles/mg de proteína e nM, respectivamente, os valores

apresentados abaixo representam a média + EPM e são mostrados na tabela 5.

Quando estudados os RD2 hipocampais não foi evidenciada alteração após 1 e 24h de

observação em relação ao controle (controle = 364,04 + 7,78; P400 1h = 387,75 + 3,07),

[T(10) = 1,982; p = N.S.], (controle = 364,04 + 7,78; P400 24h = 386,75 + 7,72), [T(10) =

1,750; p = N.S.]. Nem tão pouco quando feita à comparação entre os dois tempos de

observação (P400 1h = 387,75 + 3,07; P400 24h = 386,75 + 7,72), [T(6) = 0,1204; p = N.S.]

(Tabela 5).

Com relação ao valor do Kd dos RD2 hipocampais houve um aumento de 23 e 8% nos

grupos observados durante 1h e 24 h com relação ao controle (controle = 1,23 + 0,01; P400 1h

= 1,52 + 0,23), [T(10) = 14,484, p<0.0001], (controle = 1,23 + 0,01; P400 24h = 1,34 + 0,14),

[T(10) = 4,240, p<0,0017], respectivamente. E quando comparado o grupo sacrificado após

24h com o de 1h, foi observada uma redução de 12% no valor do Kd (P400 1h = 1,52 + 0,23;

P400 24h = 1,34 + 0,14), [T(6) = 3,807; p<0.0089] (Tabela 5).

Nenhuma alteração no CE foi observada nos níveis de RD2 nos diferentes tempos de

observação em relação ao controle (controle = 378,4 + 23,4; P400 1h = 316,9 + 25,59), [T(14)

= 1,404; p = N.S.], (controle = 378,4 + 23,4; P400 24h = 325,7 + 26,02), [T(16) = 1,384; p =

N.S.], nem tão pouco quando foi feita a comparação entre os dois tempos de observação (P400

1h = 316,9 + 25,59; P400 24h = 325,7 + 26,02), [T(8) = 0,2272; p = N.S] (Tabela 5).

Com relação ao Kd, houve uma redução significativa de 55% e 79% para o grupo de 1

e 24 h, respectivamente com relação ao controle (controle = 3,19 + 0,48; P400 1h = 1,45 +

0,28), [T(8) = 2,920, p<0,0193], (controle = 3,19 + 0,48; P400 24h = 0,67 + 0,03), [T(8) =

4,230, p< 0,0029], e houve também uma redução de 54,4% no Kd do grupo de 24h quando

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comparado ao grupo observado por 1 h (P400 1h = 1,45 + 0,08; P400 24h = 0,67 + 0,03),

[T(6) = 8,331; p < 0,0002] (Tabela 5).

Quando estudados os RD2 no córtex frontal não foi evidenciado alteração após 1 e 24h

de observação em relação ao controle (controle = 378,51 + 8,22; P400 1h = 402,75 + 2,2),

[T(10) = 2,020; p = N.S.], (controle = 378,51 + 8,22; P400 24h = 399,50 + 4,44), [T(10) =

1,710; p = N.S.]. Nem tão pouco quando feita à comparação entre os dois tempos de

observação (P400 1h = 402,75 + 2,2; P400 24h = 399,50 + 4,44), [T(6) = 0,6569; p = N.S.]

(Tabela 5).

Com relação ao Kd dos RD2 não houve nenhuma alteração nos grupos observados

durante 1h e 24 h com relação ao controle (controle = 1,48 + 0,01; P400 1h = 1,39 + 0,06),

[T(10) = 1,752, p=N.S.], (controle = 1,48 + 0,01; P400 24h = 1,43 + 0,12), [T(10) = 2,214,

p=N.S.], respectivamente. E quando comparado o grupo sacrificado após 24h com o de 1h,

também não foi observada alteração no valor do Kd (P400 1h = 1,39 + 0,06; P400 24h = 1,43

+ 0,12), [T(6) = 0,4601; p=N.S.] (Tabela 5).

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Tabela 5: Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre o número de receptores

dopaminérgicos D2-like e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Áreas/Grupos

Bmax

(fmol/ mg de proteína)

Kd

(nM)

Hipocampo

Controle

364,04 + 7,78 (8)

1,23 + 0,01 (8)

P400 1h 387,75 + 3,07 (4) 1,52 + 0,23 (4)a

P400 24h 386,75 + 7,72 (4) 1,34 + 0,14 (4)a,b

Corpo estriado

Controle 378,4 + 23,4 (12) 3,19 + 0,48 (8)

P400 1h 316,9 + 25,59 (4) 1,45 + 0,28 (4)a

P400 24h 325,7 + 26,02 (4) 0,67 + 0,03 (4)a,b

Córtex frontal

Controle 378,51 + 8,22 (8) 1,48 + 0,01 (8)

P400 1h 402,75 + 2,20 (4) 1,39 + 0,06 (4)

P400 24h 399,50 + 4,44 (4) 1,43 + 0,12 (4)

Ratos Wistar machos (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de

pilocarpina (400mg/kg, s.c.; n=4) e os controles com salina 0,9% (n=8). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM do número de animais entre parênteses. O 3H-

espiroperidol foi utilizado como ligante. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste

t-Student-Neuman-Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado ao controle e P400 1h,

respectivamente (p<0,05).

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180

3.1. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos receptores

serotonérgicos 5-HT2-símile e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo,

corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Os resultados da densidade dos receptores serotonérgicos 5-HT2-símile (Bmax) e da

constante de dissociação do ligante específico aos receptores serotonérgicos 5-HT2 (Kd) em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos tratados com uma única dose de

pilocarpina foram expressos em fentomoles/mg de proteína e nM, respectivamente, os valores

apresentados abaixo representam a média + EPM e são mostrados na tabela 14, 15 e 16,

respectivamente.

Nenhuma alteração foi observada nos níveis de 5-HT2 no hipocampo nos diferentes

tempos de observação em relação ao controle (controle = 159,21 + 15,5; P400 1h = 168,18 +

5,38), [T(10) = 0,3448; p = N.S.], (controle = 159,21 + 15,5; P400 24h = 163,52 + 1,56),

[T(10) = 0,1821; p = N.S.], nem tão pouco quando foi feita a comparação entre os dois tempos

de observação (P400 1h = 168,18 + 5,38; P400 24h = 163,52 + 1,56), [T(6) = 0,8532; p = N.S]

(Tabela 6).

Com relação ao Kd, houve um aumento significativo de 15 e 43% para o grupo de 1 e

24 h, respectivamente com relação ao controle (controle = 1,17 + 0,01; P400 1h = 1,34 +

0,21), [T(10) = 6,962, p<0,0001], (controle = 1,17 + 0,01; P400 24h = 1,07 + 0,41), [T(10) =

3,979, p<0,0026], e houve, ainda, um aumento de 25% no Kd do grupo de 24h quando

comparado ao grupo 1 h (P400 1h = 1,34 + 0,01; P400 24h = 1,67 + 0,01), [T(6) = 13,999;

p<0,0001] (Tabela 6).

Nenhuma alteração no CE foi observada nos níveis de 5-HT2 nos diferentes tempos de

observação em relação ao controle (controle = 235,74 + 19,60; P400 1h = 233,06 + 1,55),

[T(10) = 0,07543; p = N.S.], (controle = 235,74 + 19,77; P400 24h = 228,59 + 3,67), [T(10) =

0,2317; p = N.S.], nem tão pouco quando foi feita a comparação entre os dois tempos de

observação (P400 1h = 235,74 + 19,77; P400 24h = 228,59 + 3,67), [T(6) = 1,1280; p = N.S]

(Tabela 6).

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Com relação ao Kd, houve um aumento significativo de 50% e 35% para os grupo de 1

e 24 h, respectivamente com relação ao controle (controle = 3,54 + 0,37; P400 1h = 1,77 +

0,13), [T(10) = 3,302, p<0,0080], (controle = 3,54 + 0,37; P400 24h = 2,32 + 0,01), [T(10) =

2,306, p<0,0438], e houve também um aumento de 31% no valor do Kd do grupo de 24h

quando comparado ao grupo observado por 1 h (P400 1h = 1,77 + 0,13; P400 24h = 2,32 +

0,01), [T(6) = 4,237; p<0,0055] (Tabela 6).

Quando estudados os 5-HT2 no córtex frontal não foi evidenciado nenhuma alteração

após 1 e 24h de observação em relação ao controle (controle = 226,34 + 9,912; P400 1h =

268,12 + 22,27), [T(10) = 2,032; p = N.S.], (controle = 226,34 + 9,92; P400 24h = 210,46 +

21,82), [T(10) = 0,7479; p = N.S.]. Nem tão pouco quando feita à comparação entre os dois

tempos de observação (P400 1h = 268,12 + 22,27; P400 24h = 210,46 + 21,82), [T(6) = 1,702;

p = N.S.] (Tabela 6).

Com relação ao Kd foi observado uma redução de 57 e 12% nos grupos observados

durante 1h e 24 h com relação ao controle (controle = 3,41 + 0,19; P400 1h = 1,47 + 0,06),

[T(10) = 6,718, p<0.001], (controle = 3,41 + 0,19; P400 24h = 3,01 + 0,28), [T(10) = 6,737,

p<0.0011], respectivamente. E quando comparado o grupo sacrificado após 24h com o de 1h,

também foi observado um aumento no valor do Kd (P400 1h = 1,47 + 0,06; P400 24h = 3,01 +

0,28), [T(6) = 8,592; p<0.0001] (Tabela 6).

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Tabela 6: Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre o número de receptores

serotonérgicos 5-HT2-like e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Áreas/Grupos

Bmax

(fmol/ mg de proteína)

Kd

(nM)

Hipocampo

Controle

159,21 + 15,5 (8)

1,17 + 0,01 (8)

P400 1h 168,18 + 5,38 (4) 1,34 + 0,21 (4)a

P400 24h 163,52 + 1,56 (4) 1,07 + 0,41 (4)a,b

Corpo estriado

Controle 235,74 + 19,76 (8) 3,54 + 0,37 (8)

P400 1h 233,06 + 1,55 (4) 1,77 + 0,13 (4)a

P400 24h 228,59 + 3,67 (4) 2,32 + 0,01 (4)a,b

Córtex frontal

Controle 226,34 + 9,92 (8) 3,41 + 0,19 (8)

P400 1h 228,12 + 22,27 (4) 1,47 + 0,06 (4)a

P400 24h 216,46 + 21,82 (4) 3,01 + 0,28 (4)a,b

Ratos Wistar machos (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de

pilocarpina (400mg/kg, s.c.; n=4) e os controles com salina 0,9% (n=8). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptic e foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM do número de animais entre parênteses. O 3H-

espiroperidol foi utilizado como ligante. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste

t-Student-Neuman-Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado ao controle e P400 1h,

respectivamente (p<0,05).

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183

3.2. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos receptores

GABAérgicos e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo estriado e

córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Os resultados da densidade dos receptores GABAérgicos (Bmax) e da constante de

dissociação do ligante específico a estes receptores (Kd) em hipocampo, corpo estriado e

córtex frontal de ratos tratados com uma única dose de pilocarpina foram expressos em

fentomoles/mg de proteína e nM, respectivamente, os valores apresentados abaixo

representam a média + EPM e são mostrados na tabela 7.

No hipocampo foi observado uma downregulation de 39 e 54% nos receptores

GABAérgicos após 1h e 24h em relação ao grupo controle (controle = 746,25 + 10,92; P400

1h = 458,50 + 21,88;), [T(10) = 13,329; p<0.0001], (controle = 746,25 + 10,92; P400 24h =

346,75 + 14,03), [T(10) = 21,695; p<0.0001], respectivamente. E foi observada também uma

redução no Bmax de 25% após 24h em comparação ao grupo de 1h (P400 1h = 458,50 +

21,88; P400 24h = 346,75 + 14,03), [T(6) = 4,298; p<0,0051] (Tabela 7).

No valor do Kd para os receptores GABAérgicos hipocampais foi observado um

aumento de 29% após 1h de observação em relação ao controle (controle = 1,69 + 0,07; P400

1h = 2,19 + 0,09), [T(10) = 3,885; p<0.0030]. Também foi visto um aumento significativo

após 24h de observação (controle = 1,69 + 0,07; P400 24h = 3,72 + 0,21), [T(10) = 11,161;

p<0.0001]. E quando foi feita a comparação entre os dois tempos de observação verificou-se

um aumento de 69% no grupo sacrificado após 24h em relação ao de 1h (P400 1h = 2,19 +

0,09; P400 24h = 3,72 + 0,21), [T(6) = 6,508; p<0,0006] (Tabela 7).

No CE dos ratos adultos foi observado também uma downregulation de 15 e 41% nos

receptores GABAérgicos após 1h e 24h em relação ao grupo controle (controle = 747,75 +

13,00; P400 1h = 637,50 + 39,28), [T(10) = 3,403; p<0.0067], (controle = 747,75 + 13,08;

P400 24h = 444,75 + 12,62), [T(10) = 14,6663; p<0.0001], respectivamente. E foi observada

também uma redução no Bmax de 31% após 24h em comparação ao grupo de 1h (P400 1h =

637,50 + 39,28; P400 24h = 444,75 + 12,62), [T(6) = 4,672; p<0,0034] (Tabela 7).

Com relação ao Kd, houve uma redução significativa de 14% no grupo de 1h em

relação ao controle (controle = 1,82 + 0,04; P400 1h = 1,58 + 0,11), [T(10) = 2,379,

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p<0,0387], e no grupo de 24h observou-se um aumento de 23% (controle = 1,82 + 0,04; P400

24h = 2,25 + 0,06), [T(10) = 5,463, p<0,0003]. E o valor Kd do grupo de 24h foi aumento em

42% quando comparado ao grupo observado por 1 h (P400 1h = 1,58 + 0,11; P400 24h = 2,25

+ 0,06), [T(6) = 5,194; p<0,0020] (Tabela 7).

Quando estudados os receptores GABAérgicos no córtex frontal foi evidenciada uma

redução de 11 e 36% após 1 e 24h de observação em relação ao controle (controle = 794,25 +

10,32; P400 1h = 707,75 + 36,22), [T(10) = 12,111; p<0.0001], (controle = 794,25 + 10,32;

P400 24h = 512,50 + 21,82), [T(10) = 11,561; p<0.0001], respectivamente. E foi observada

também uma redução no Bmax de 28% após 24h em comparação ao grupo de 1h (P400 1h =

707,75 + 36,22; P400 24h = 512,50 + 21,82), [T(6) = 5,187; p<0,0020] (Tabela 7).

Com relação ao Kd no córtex frontal dos receptores GABAérgicos não foi observado

alteração após 1h de observação (controle = 1,37 + 0,02; P400 1h = 1,42 + 0,22), [T(10) =

1,479, p=N.S.], mas, após 24 h foi verificado um aumento de 45% com relação ao controle

(controle = 1,36 + 0,02; P400 24h = 1,98 + 0,13), [T(10) = 6,937, p<0.0001]. E quando

comparado o grupo sacrificado após 24h com o de 1h, também foi observado um aumento no

valor do Kd de 40% (P400 1h = 1,42 + 0,22; P400 24h = 1,98 + 0,14), [T(6) = 4,006;

p<0.0071] (Tabela 7).

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Tabela 7: Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre o número de receptores

GABAérgicos e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo estriado e

córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Áreas/Grupos

Bmax

(fmol/ mg de proteína)

Kd

(nM)

Hipocampo

Controle

746,25 + 10,92 (8) 1,69 + 0,07 (8)

P400 1h 458,50 + 21,88 (4)a 2,19 + 0,09 (4)a

P400 24h 346,75 + 14,03 (4)a,b 3,72 + 0,21 (4)a,b

Corpo estriado

Controle 747,75 + 13,00 (8) 1,82 + 0,05 (8)

P400 1h 637,50 + 39,28 (4)a 1,58 + 0,11 (4)a

P400 24h 444,75 + 12,62 (4)a,b 2,25 + 0,06 (4)a,b

Córtex frontal

Controle 794,25 + 10,32 (8) 1,37 + 0,02 (8)

P400 1h 707,75 + 36,22 (4)a 1,42 + 0,22 (4)

P400 24h 512,50 + 21,82 (4)a,b 1,98 + 0,14 (4)a,b

Ratos Wistar machos (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de

pilocarpina (400mg/kg, s.c.; n=4) e os controles com salina 0,9% (n=8). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM do número de animais entre parênteses. O 3H-GABA foi

utilizado como ligante. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-Student-

Neuman-Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado ao controle e P400 1h,

respectivamente (p<0,05).

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3.3. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg sobre a densidade dos receptores

glutamatérgicos e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo estriado e

córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Os resultados da densidade dos receptores glutamatérgicos (Bmax) e da constante de

dissociação do ligante específico aos receptores glutamatérgicos (Kd) em hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos tratados com uma única dose de pilocarpina foram expressos

em fentomoles/mg de proteína e nM, respectivamente, os valores apresentados abaixo

representam a média + EPM e são mostrados na tabela 8.

No hipocampo foi observado uma upregulation de 11 e 35% nos receptores

glutamatérgicos após 1h e 24h em relação ao grupo controle (controle = 974,38 + 8,11; P400

1h = 1085,78 + 28,16), [T(10) = 5,008; p<0.0005], (controle = 974,38 + 8,11; P400 24h =

1312,50 + 13,52), [T(10) = 22,777; p<0.0001], respectivamente. E foi observado também um

aumento no Bmax de 21% após 24h em comparação ao grupo de 1h (P400 1h = 1085,78 +

28,16; P400 24h = 1312,50 + 13,52), [T(6) = 7,259; p<0,0003] (Tabela 8).

No valor do Kd para os receptores glutamatérgicos hipocampais não foi verificado

nenhuma alteração após 1h e 24h de observação em relação ao controle (controle = 1,54 +

0,02; P400 1h = 1,50 + 0,09), [T(10) = 0,5877; p = N.S.], (controle = 1,54 + 0,02; P400 24h =

1,57 + 0,05), [T(10) = 0,4794; p = N.S.]. E quando foi feita a comparação entre os dois

tempos de observação também não verificou-se alteração no grupo sacrificado após 24h em

relação ao de 1h (P400 1h = 1,50 + 0,09; P400 24h = 1,57 + 0,05), [T(6) = 0,6181; p=N.S.]

(Tabela 8).

No CE dos ratos adultos foi observado também uma upregulation de 17 e 47% nos

receptores glutamatérgicos após 1h e 24h em relação ao grupo controle (controle = 1003,25 +

1,19; P400 1h = 1173,75 + 15,28), [T(10) = 16,394; p<0.0001], (controle = 1003,25 + 1,19;

P400 24h = 1475,75 + 61,60), [T(10) = 11,424; p<0.0001], respectivamente. E foi observado

também um aumento no Bmax de 26% após 24h em comparação ao grupo de 1h (P400 1h =

1173,75 + 15,28; P400 24h = 1475,75 + 61,60), [T(6) = 4,758; p<0,0031] (Tabela 8).

No corpo estriado o valor do Kd dos receptores glutamatérgicos, não houve alteração

após 1h (controle = 0,89 + 0,04; P400 1h = 0,85 + 0,01), [T(10) = 0,7160, p=N.S.], mas, no

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187

grupo de 24h observou-se uma diminuição de 25% (controle = 0,89 + 0,04; P400 24h = 0,67 +

0,03), [T(9) = 3,306, p<0,0091]. E o valor Kd do grupo de 24h foi diminuído

significativamente em 22% quando comparado ao grupo observado por 1 h (P400 1h = 0,85 +

0,01; P400 24h = 0,67 + 0,03), [T(6) = 5,194; p<0,0020] (Tabela 8).

Quando estudados os receptores glutamatérgicos no córtex frontal foi evidenciado um

aumento de 14 e 56% após 1 e 24h de observação em relação ao controle (controle = 995,25 +

3,15; P400 1h = 1135,50 + 12,04), [T(10) = 15,107; p<0.0001], (controle = 995,25 + 3,15;

P400 24h = 1561,00 + 4,71), [T(10) = 10,181; p<0.0001], respectivamente. E foi observado

também um aumento no Bmax de 38% após 24h em relação ao grupo de 1h (P400 1h =

995,25 + 3,15; P400 24h = 1561,00 + 4,71), [T(6) = 32.902; p<0,0001] (Tabela 8).

O valor do Kd no córtex frontal dos receptores glutamatérgicos aumentou

significativamente após 1h e 24h de observação (controle = 0,68 + 0,03; P400 1h = 1,11 +

0,03), [T(10) = 6,870, p<0.0001], (controle = 0,68 + 0,03; P400 24h = 1,37 + 0,08), [T(10) =

8,549, p<0.0001] com relação ao controle. E quando comparado o grupo sacrificado após 24h

com o de 1h, foi observado um aumento neste parâmetro de 24% (P400 1h = 1,11 + 0,03;

P400 24h = 1,37 + 0,08), [T(6) = 2,916; p<0.0268] (Tabela 8).

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188

Tabela 8: Efeitos da pilocarpina 400 mg/kg (P400) sobre o número de receptores

glutamatérgicos e sobre a constante de dissociação (Kd) em hipocampo, corpo estriado e

córtex frontal de ratos com 2 meses de idade.

Áreas/Grupos

Bmax

(fmol/ mg de proteína)

Kd

(nM)

Hipocampo

Controle

974,38 + 8,11 (8)

1,54 + 0,02 (8)

P400 1h 1085,78 + 28,16 (4)a 1,50 + 0,09 (4)

P400 24h 1312,50 + 13,52 (4)a,b 1,57 + 0,05 (4)

Corpo estriado

Controle 1003,35 + 1,19 (8) 0,89 + 0,04 (8)

P400 1h 1173,75 + 15,28 (4)a 0,85 + 0,11 (4)

P400 24h 1475,95 + 61,60 (4)a,b 0,67 + 0,03 (4)a,b

Córtex frontal

Controle 995,25 + 3,15 (8) 0,68 + 0,03 (8)

P400 1h 1135,50 + 12,04 (4)a 1,11 + 0,03 (4)a

P400 24h 1561,00 + 4,71 (4)a,b 1,37 + 0,08 (4)a,b

Ratos Wistar machos (250-280g, 2 meses de idade) foram tratadas com uma única dose de

pilocarpina (400mg/kg, s.c.; n=4) e os controles com salina 0,9% (n=8). Os animais estudados

apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento. Os

valores representam a média + EPM do número de animais entre parênteses. O ácido [3H]-

glutâmico foi utilizado como ligante. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-

Student-Neuman-Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado ao controle e P400 1h,

respectivamente (p<0,05).

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189

4. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg (P400) sobre as concentrações das

monoaminas e seus metabólitos DA, DOPAC, HVA, NA, 5-HT e 5-HIAA em

hipocampo de ratos com 2 meses de idade.

Os resultados das determinações dos níveis de monoaminas em hipocampo de ratos

tratados com uma única dose de pilocarpina (400mg/kg; P400; s.c.) que apresentaram

convulsões, estado epiléptico e sobreviveram durante a primeira hora de observação, sendo

sacrificados após o período de observação, foram expressos em ng/g de tecido.

A Figura 7 apresenta uma redução nos níveis da dopamina de 38% (controle = 397,04 +

24,75; P400 1h = 247,01 + 20,43), [T(13) = 4,288; p<0,0009], após uma hora de observação.

Com relação aos metabólitos da dopamina, houve uma diminuição nos níveis de

DOPAC de 24,0 % (controle = 53,89 + 4,77; P400 1h = 162,67 + 10,89), [T(13) = 10,276;

p<0,0001], e na concentração de HVA houve um aumento significativo de 52% (controle =

284 + 13,14; P400 1h = 432 + 12,81), [T(13) = 7,696; p<0.0001], quando comparado ao grupo

controle (Figura 7).

A serotonina quando determinada em ratos tratados com P400, apresentou um aumento

significativo de 26% quando comparado ao controle (controle = 136,02 + 7,68; P400 1h = 172

+ 11,61), [T(13) = 2,696; p<0,0183]. A concentração do metabólito 5-HIAA da 5-HT não se

modificou após 1h de observação em relação ao controle (controle = 133 + 14; P400 1h =

159,4 + 9,45), [T(14) = 1,503, p = N.S.] (Figura 7).

Por sua vez, os ratos que apresentaram convulsões, estado epiléptico e que foram

sacrificados após as 24h de observação, não mostraram alteração nos níveis da dopamina,

quando comparado ao controle (controle = 397,01 + 24,75; P400 24h = 372 + 20,98), [T(14) =

0,7546 p=N.S.] (Figura 7).

Com relação aos metabólitos da DA, houve um aumento significativo nos níveis de

DOPAC (controle = 54 + 4,77; P400 24h = 225,4 + 20,12), [T(14) = 9,328; p<0,0001], e de

HVA (controle = 284 + 13,14; P400 24h = 344 + 14,32), [T(15) = 4,254; p<0,0007], em

relação ao controle (Figura 7).

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190

Com relação à Noradrenalina (NA) foi observada uma redução de 62 e 47% após 1h

(Controle = 283 + 10,03; P400 1h = 136 + 10,13) [T(12) = 10,092, p<0,0001] e 24h de

observação (Controle = 283 + 10,03; P400 24h = 150 + 10,01) [T(12) = 9,8192, p<0,0001],

respectivamente (Figura 7).

Os níveis da 5-HT quando determinados em hipocampo de ratos convulsivos

demonstraram um acréscimo significativo quando comparado ao controle (controle = 136 +

7,68; P400 24h = 354.4 + 13), [T(14) = 15,156; p<0,0001]. O metabólito 5-HIAA após 24 não

se alterou em relação ao controle (controle = 133 + 14; P400 24h = 116,33 + 5,12), [T(13) =

0,9718, p=N.S.] (Figura 7).

Fazendo-se uma comparação entre os dois tempos de observação, verificou-se que nos

níveis DA houve um aumento de 50% (P400 1h = 247 + 20,43; P400 24h = 372 + 20,98),

[T(11) = 4,189; p<0.0015], e no de DOPAC de 39% (P400 1h = 162,67 + 10,89; P400 24h =

225,43 + 20,12), [T(11)] = 2,607; p<0.0244]. Por outro lado, o HVA apresentou uma redução

de 21% (P400 1h = 432 + 12,81; P400 24h = 344 + 14,32), [T(11) = 4,508; p<0.0009] (Figura

7).

A concentração da 5-HT (P400 1h = 172 + 11,61; P400 24h = 354,4 + 13,08), [T(11) =

10,258, p<0.0001, aumentou de forma significativa, no entanto, o metabólito da serotonina, o

5-HIAA sofreu uma redução de 28%, embora não significativa nos animais observados

durante 24h com relação ao grupo de 1h (P400 1h = 159,43 + 9,45; P400 24h = 116,33 +

5,12), [T(11) = 3,815, p<0,0029] (Figura 7).

E em relação à concentração da NA não foi vista alteração após 24h em relação ao

grupo sacrificado após 1h (P400 1h = 136 + 10,13; P400 24h = 150 + 10,01) [T(10) = 0,9596,

p=N.S.] (Figura 7).

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191

Figura 7A e B – Concentração dos neurotransmissores dopamina (DA) e seus metabólitos

3,4 ácido dihidroxifenilacético (DOPAC), ácido homovanílico (HVA), noradrenalina (NA),

serotonina (5-HT) e seu metabólito ácido 5-hidroxiindolacético (5-HIAA) em hipocampo de

ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg.

Ratos Wistar machos (250-280g), foram tratadas com uma única dose de pilocarpina 400mg/kg, s.c.;

(n=7), e os controles com salina 0,9% (n=12). O neurotransmissor foram determinados em HPLC. Os

animais estudados apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24h após o

tratamento. Os valores representam a média + EPM do número de experimentos em parênteses. Para

análise estatística foram usados ANOVA e teste t-Student-Neuman-Keuls como post-hoc. a e b,

quando comparado ao controle e ao grupo P400 1h, respectivamente, (p<0,05).

DA DOPAC HVA0

100

200

300

400

500

ControleP400 1hP400 24h

a

ba

aa,b

a,b

Con

cent

raçã

o(n

g/g

de te

cido

)

NA 5-HT 5-HIAA0

100

200

300

400

ControleP400 1hP400 24h

a

a,b

baa

Con

cent

raçã

o(n

g/g

de te

cido

)

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192

4.1. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg (P400) sobre as concentrações de

monoaminas e seus metabólitos DA, DOPAC, HVA, NA, 5-HT e 5-HIAA em corpo

estriado de ratos com 2 meses de idade.

Os resultados das determinações dos níveis de monoaminas em corpo estriado de ratos

tratados com uma única dose de pilocarpina (400mg/kg; P400; s.c.) que apresentaram

convulsões, estado epiléptico e sobreviveram durante a primeira hora de observação, sendo

sacrificados após o período de observação, foram expressos em ng/g de tecido.

A Figura 8 apresenta uma redução nos níveis da dopamina de 40,0% (controle = 3465 +

185; P400 1h = 2080 + 392), [T(18) = 3,647; p<0,0018], após uma hora de observação.

Com relação aos metabólitos da dopamina, houve uma diminuição nos níveis de

DOPAC de 24% (controle = 3144 + 253; P400 1h = 2390 + 243), [T(22) = 2,120; p<0,0455],

e na concentração de HVA não houve alteração significativa (controle = 1221 + 51; P400 1h =

1259 + 183), [T(18) = 0,2553; p = N.S.], quando comparado ao grupo controle (Figura 8).

Com relação à NA estriatal foi observada uma redução de 28 e 50% após 1h (Controle

= 284 + 10,01; P400 1h = 133 + 10,26) [T(12) = 10,092, p<0,0001] e 24h de observação

(Controle = 284 + 10,01; P400 24h = 142 + 11,54) [T(12) = 9,8192, p<0,0001],

respectivamente (Figura 8).

A serotonina quando determinada em ratos tratados com P400, apresentou uma

diminuição significativa de 42% quando comparado ao controle (controle = 501 + 23; P400 1h

= 350 + 64), [T(17) = 2,720; p < 0,0146]. A concentração do metabólito 5-HIAA da 5-HT não

se modificou após 1h de observação em relação ao controle (controle = 675 + 46; P400 1h =

628,88 + 41,13), [T(12) = 2,052, p = N.S.] (Figura 8).

Por sua vez, os ratos que apresentaram convulsões, estado epiléptico e que foram

sacrificados após as 24h de observação, mostraram uma redução também nos níveis da

dopamina de 47%, quando comparado ao controle (controle = 3465 + 185; P400 24h = 1717 +

60), [T(16) = 2,805; p<0,0127] (Figura 8).

Com relação aos metabólitos da DA, houve uma redução nos níveis de DOPAC de

40% (controle = 3144 + 253; P400 24h = 1826 + 268), [T(15)] = 2,814; p<0,0131], e de

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193

38,7% no HVA (controle = 1221 + 51; P400 24h = 760 + 127), [T(15) = 4,254; p<0,0007],

em relação ao controle (Figura 8).

Os niveis da 5-HT quando determinados em corpo estriado de ratos convulsivos

demonstraram um decréscimo significativo de 40,5% quando comparado ao controle (controle

= 501 + 23; P400 24h = 298 + 41), [T(14) = 2,340; p<0,0346]. O metabólito 5-HIAA

diminuiu em torno de 27% em relação ao controle (controle = 675 + 46; P400 24h = 492 +

87), [T(12) = 2,065, p=N.S.] (Figura 8).

Fazendo-se uma comparação entre os dois tempos de observação, verificou-se que os

níveis de DA (P400 1h = 2080 + 392; P400 24h = 1826 + 268), [T(9) = 0,8309; p=N.S.],

DOPAC (P400 1h = 2390 + 243; P400 24h = 1826 + 268), [T(16)] = 1,848; p=N.S.], HVA

(P400 1h = 1259 + 183; P400 24h = 760 + 127), [T(11) = 2,021; p=N.S.] (Figura 8), e 5-HT

(P400 1h = 350 + 64; P400 24h = 298 + 41), [T(11) = 0,5367, p=N.S.], não foram alterarada

de forma significativa, no entanto, o metabólito da serotonina, o 5-HIAA sofreu uma redução,

embora não significativa nos animais observados por 24h com relação ao grupo de 1h (P400

1h = 628,88 + 41,13; P400 24h = 492 + 87), [T(15) = 0,7493, p < 0,4653] (Figura 8).

E em relação à concentração da NA não foi vista alteração após 24h em relação ao

grupo sacrificado após 1h (P400 1h = 133 + 10,26; P400 24h = 142 + 11,55) [T(11) = 0,3701,

p=N.S.] (Figura 8).

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194

Figura 8A e B – Concentração dos neurotransmissores dopamina (DA) e seus metabólitos

3,4 ácido dihidroxifenilacético (DOPAC), ácido homovanílico (HVA) em corpo estriado de

ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg.

Ratos Wistar machos (250-280g), foram tratadas com uma única dose de pilocarpina 400 mg/kg, s.c.;

(n=7), e os controles com salina 0,9% (n=13). O neurotransmissor foram determinados em HPLC. Os

animais estudados apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram sacrificados 1 e 24 h após o

tratamento. Os valores representam a média + EPM do número de experimentos em parênteses. Para

análise estatística foram usados ANOVA e teste t-Student-Neuman-Keuls como post-hoc. a, quando

comparado ao controle, (p<0,05).

DA DOPAC HVA0

1000

2000

3000

4000ControleP400 1hP400 24ha

a

a

aa

Con

cent

raçã

o(n

g/g

de te

cido

)

NA 5-HT 5-HIAA0

250

500

750

1000

1250

ControleP400 1hP400 24h

aa

b

a a

Con

cent

raçã

o(n

g/g

de te

cido

)

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195

4.3. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg (P400) sobre as concentrações de

monoaminas e seus metabólitos DA, DOPAC, HVA, NA, 5-HT e 5-HIAA em córtex

frontal de ratos com 2 meses de idade.

Os resultados das determinações dos níveis de monoaminas em córtex frontal estriado

de ratos tratados com uma única dose de pilocarpina (400mg/kg; P400; s.c.) que apresentaram

convulsões, estado epiléptico e sobreviveram durante a primeira hora de observação, sendo

sacrificados após o período de observação, foram expressos em ng/g de tecido.

A Figura 9 apresenta uma redução nos níveis da dopamina de 45% (controle = 1230 +

37; P400 1h = 688 + 47), [T(17) = 8,980; p<0,0001], após uma hora de observação.

Com relação aos metabólitos da dopamina, houve um aumento nos níveis de DOPAC

de 34,0 % (controle = 745 + 31; P400 1h = 1000 + 45), [T(17) = 4,768; p<0,0002], e na

concentração de HVA observou-se uma redução de 30% (controle = 54 + 5,66; P400 1h = 38

+ 2,5), [T(17) = 2,129; p<0.0482], quando comparado ao grupo controle (Figura 9).

Com relação à NA no córtex frontal foi observada uma redução de 28 e 32% após 1h

(Controle = 358 + 12,84; P400 1h = 260 + 7,56) [T(14) = 6,585, p<0,0001] e 24h de

observação (Controle = 358 + 12,84; P400 24h = 246 + 2,12) [T(14) = 8,643, p<0,0001],

respectivamente (Figura 9).

A serotonina quando determinada em ratos tratados com P400, não apresentou

alteração quando comparado ao controle (controle = 250 + 27; P400 1h = 265 + 10), [T(17) =

0,3936; p=N.S.]. A concentração do metabólito 5-HIAA da 5-HT sofreu uma redução de 42%

após 1h de observação em relação ao controle (controle = 402 + 13; P400 1h = 234 + 18,35),

[T(17) = 2,052, p<0.0001] (Figura 9).

Por sua vez, os ratos que apresentaram convulsões, estado epiléptico e que foram

sacrificados após as 24h de observação, mostraram um aumento nos níveis da dopamina de

20%, quando comparado ao controle (controle = 1230 + 37; P400 24h = 1481 + 93), [T(17) =

2,960; p<0,0088] (Figura 9).

Com relação aos metabólitos da DA, houve um aumento nos níveis de DOPAC de

72% (controle = 745 + 31; P400 24h = 1282 + 82), [T(15) = 2,814; p<0,0131], e no HVA não

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196

foi verificada alteração (controle = 54 + 5,66; P400 24h = 61 + 3,87), [T(17) = 0,8647;

p=N.S.], em relação ao controle (Figura 9).

Os níveis da 5-HT quando determinados em córtex frontal de ratos convulsivos

demonstraram um decréscimo significativo de 33% quando comparado ao controle (controle =

250 + 27,45; P400 24h = 168 + 12,5), [T(17) = 2,192; p<0,0426]. O metabólito 5-HIAA

apresentou uma redução de 19% em relação ao controle (controle = 402 + 13; P400 24h = 328

+ 35), [T(17) = 2,393, p<0,0286] (Figura 12).

Fazendo-se uma comparação entre os dois tempos de observação, verificou-se que um

aumento nos níveis de DA (P400 1h = 688 + 48; P400 24h = 1482 + 93), [T(12) = 7,610;

p<0.0001], e de seus metabólitos: DOPAC (P400 1h = 1000 + 45; P400 24h = 61+ 3,9),

[T(16)] = 1,848; p=N.S.] e HVA (P400 1h = 38 + 2,5; P400 24h = 760 + 127), [T(11) = 2,021;

p=N.S.] (Figura 9).

E com relação a 5-HT (P400 1h = 265 + 10,2; P400 24h = 168 + 13), [T(12) = 5,999,

p<0.0001], foi alterado de forma significativa. O metabólito da serotonina, o 5-HIAA sofreu

um aumento significativo de 40% nos animais observados por 24h com relação ao grupo de

1h (P400 1h = 234 + 18,35; P400 24h = 328 + 35), [T(12) = 2,346, p<0,0370] (Figura 9).

E em relação à concentração da NA não foi vista alteração após 24h em relação ao

grupo sacrificado após 1h (P400 1h = 260 + 7,56; P400 24h = 246 + 2,12) [T(14) = 1,831,

p=N.S.] (Figura 9).

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197

Figura 9A e B – Concentração dos neurotransmissores dopamina (DA) e seus metabólitos

3,4 ácido dihidroxifenilacético (DOPAC), ácido homovanílico (HVA), noradrenalina (NA),

serotonina (5-HT) e seu metabólito ácido 5-hidroxiindolacético (5-HIAA) em córtex frontal

de ratos com 2 meses de idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg.

DA DOPAC HVA0

500

1000

1500

2000ControleP400 1hP400 24h

a

a,b

a

a

a,b

b

Con

cent

raçã

o(n

g/g

de te

cido

)

Ratos Wistar machos (250-280g), foram tratadas com uma única dose de pilocarpina

400mg/kg, s.c.; (n=7), e os controles com salina 0,9% (n=12). Os neurotransmissores foram

determinados em HPLC. Os animais estudados apresentaram convulsão, estado epiléptico e

foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento. Os valores representam a média + EPM do

número de experimentos em parênteses. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste

t-Student-Neuman-Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado ao controle e ao grupo

P400 1h, respectivamente, (p<0,05).

NA 5-HT 5-HIAA0

100

200

300

400

500

ControleP400 1hP400 24h

b

a

a,b

aa

Con

cent

raçã

o(n

g/g

de te

cido

)

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198

5. Efeitos da administração da pilocarpina 400mg/kg (P400) sobre a taxa de metabolização

das monoaminas DA e 5-HT em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos

com 2 meses de idade.

Após 1 e 24h administração de pilocarpina observou-se alterações na taxa de

metabolização da DA, (Controle = 0,14 + 0,01; P400 1h = 0,61 + 0,04), [T(13) = 12,708,

p<0.0001]; (Controle = 0,14 + 0,01; P400 24h = 0,57 + 0,02), [T(14) = 19,289, p<0.0001]; e

foi evidenciado também um aumento após 24h em relação ao grupo sacrificado após 1h (P400

1h = 0,14 + 0,01; P400 24h = 0,57 + 0,02), [T(11) = 10,279, p<0.0001] (Figura 10).

A taxa de metabolização da 5-HT nos animais sacrificados após 1h em relação ao

controle não sofreu alteração (Controle = 0,97 + 0,07; P400 1h = 1,05 + 0,01), [T(13) =

0,7787, p=N.S.], enquanto que no grupo sacrificado após 24 h houve um aumento

significativo de 52% (Controle = 0,97 + 0,07; P400 24h = 1,48+ 0,04), [T(14) = 5,193,

p<0.0001].

Fazendo-se uma comparação entre os dois tempos de observação verificou-se um

aumento no valor da taxa de metabolização no grupo observado por 24h (P400 1h = 1,05 +

0,01; P400 24h = 1,48+ 0,04), [T(11) = 9,734, p<0,0001] (Figura 10).

A administração de pilocarpina não produziu em nenhum grupo experimental

alterações na taxa de metabolização da DA, (Controle = 0,88 + 0,07; P400 1h = 1,07 + 0,10),

[T(16) = 1,515, p = N.S.]; (Controle = 0,88 + 0,07; P400 24h = 1,07 + 0,12), [T(17) = 1,482,

p = N.S.]; (P400 1h = 1,07 + 0,10; P400 24h = 1,07 + 0,12), [T(11) = 0,0383, p = N.S.]

(Figura 10).

A taxa de metabolização da 5-HT nos animais sacrificados após 1h em relação ao

controle aumentou significativamente (Controle = 1,31 + 0,04; P400 1h = 1,93 + 0,15), [T(15)

= 4,111, p<0,0009], enquanto que no grupo sacrificado após 24 h não houve alteração

(Controle = 1,31 + 0,04; P400 24h = 1,14 + 0,09), [T(13) = 1,842, p = N.S.].

Fazendo-se uma comparação entre os dois tempos de observação verificou-se uma

redução no valor da taxa de metabolização no grupo observado por 24h (P400 1h = 1,93 +

0,15; P400 24h = 1,14 + 0,09), [T(12) = 4,045, p<0,0016] (Figura 10).

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199

A taxa de metabolização da DA nos animais sacrificados após 1h (Controle = 0,60 +

0,01; P400 1h = 1,43 + 0,06), [T(17) = 15,891, p<0.0001] e 24h (Controle = 1,43 + 0,06; P400

24h = 1,14 + 0,05), [T(17) = 24,982, p<0.0001] em relação ao controle aumentou

significativamente.

Fazendo-se uma comparação entre os dois tempos de observação verificou-se uma

redução no valor da taxa de metabolização no grupo observado por 24h (P400 1h = 1,43 +

0,06; P400 24h = 1,14 + 0,05), [T(12) = 4,261, p<0.0011] em relação ao grupo de 1h (Figura

10).

A administração de pilocarpina aumentou a taxa de metabolização da 5-HT em 34%

após 1h (Controle = 1,45 + 0,09; P400 1h = 1,94 + 0,01), [T(17) = 3,793, p<0,0015] e reduziu

significativamente em 22% após 24h (Controle = 1,45 + 0,09; P400 24h = 1,14 + 0,05),

[T(17) = 2,276, p<0.0360]. Quando comparados os dois grupos de tratamentos foi observado

uma redução de 42% após 24h em relação ao grupo de 1h (P400 1h = 1,94 + 0,01; P400 24h =

1,14 + 0,05), [T(12) = 16,008, p<0,0001] (Figura 10).

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200

Figura 10A, B e C – Taxa de metabolização dos neurotransmissores dopamina (DA) e

serotonina (5-HT), em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos com 2 meses de

idade tratados com pilocarpina 400 mg/kg.

Ratos Wistar machos (250-280g), foram tratadas com uma única dose de pilocarpina

400mg/kg, s.c. (n=7), e os controles com salina 0,9% (n=12). Os neurotransmissores

determinados em HPLC. Os animais estudados apresentaram convulsão, estado epiléptico e

foram sacrificados 1 e 24h após o tratamento. Os valores representam a média + EPM do

número de experimentos em parênteses. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-

Student-Neuman-Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado aos grupos controle e P400

1h, respectivamente, (p<0,05).

DOPAC/DA 5-HIAA/5-HT0

1

2

ControleP400 1hP400 24h

a

a

a

a,b

Hipocampo

Taxa de

Met

abol

izaç

ão

DOPAC/DA 5-HIAA/5-HT0

1

2

3

ControleP400 1hP400 24h

a

b

Corpo estriado

Taxa de

Met

abol

izaç

ão

DOPAC/DA 5-HIAA/5-HT0

1

2

3

ControleP400 1hP400 24h

a

a,b a

b

Córtex frontal

Taxa

de

Met

abol

izaç

ão

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201

6. Concentrações dos aminoácidos glutamato, glutamina, tirosina e aspartato em

hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos após convulsões induzidas por

pilocarpina.

Os resultados das determinações dos níveis de aminoácidos em hipocampo de ratos

tratados com uma única dose de pilocarpina (400mg/kg; P400; s.c.) que apresentaram

convulsões, estado epiléptico e sobreviveram durante ao período de observação, sendo

sacrificados após esse período. O resultados foram expressos em µmol/g de tecido.

A Tabela 9 representa as alterações encontradas nos níveis dos aminoácidos

hipocampais, estriatais e do córtex frontal após convulsão e estado epiléptico induzido por

pilocarpina.

Um aumento nos níveis de glutamina hippocampal (GLN) de 20% (controle = 41,69 +

4,22; P400 1h = 49,89 + 2,11), [T(9) = 1,6270; p<0.0001], após uma hora de observação. Por

sua vez, após 24h não houve alteração em relação ao controle (controle = 41,69 + 4,22; P400

24h = 41,72 + 4,02), [T(9) = 0,2510; p=N.S.], e ao grupo observado por 1h (P400 1h = 49,89

+ 2,11; P400 24h = 28,09 + 4,06) [T(8) = 0,3087; p=N.S]. O aminoácido tirosina (TIR)

hipocampal aumentou de forma significativa em 44% após 24h (controle = 41,44 + 5,02; P400

24h = 58,69 + 2,72), [T(9) = 2,267; p<0.00496] em relação ao controle.

Com relação aos demais aminoácidos analisados, glutamato (GLU) (controle = 29,07 +

1,22; P400 1h = 28,69 + 2,02), [T(9) = 1,0490; p=N.S.] (controle = 29,07 + 1,22; P400 24h =

29,99 + 2,02), [T(9) = 0,2510; p=N.S.] e aspartato (ASP) (controle = 41,47 + 0,19; P400 1h =

42,47 + 4,09), [T(9) = 0,1000; p=N.S.] (controle = 41,47 + 0,19; P400 24h = 41,06 + 4,01),

[T(9) = 0,0028; p=N.S.], não houve nenhuma alteração significativa após 1h e 24h de

observação em relação ao grupo controle.

Quando comparados os grupos de 1h e 24h também não foi detectado alteração na

concentração doss aminoácidos GLU (P400 1h = 28,69 + 2,02; P400 24h = 28,09 + 4,06)

[T(8) = 0,3087; p=N.S], ASP (P400 1h = 42,47 + 4,09; P400 24h = 41,06 + 4,01) [T(8) =

0,0017; p=N.S], embora tenham sido detectado que a TIR aumentou de forma significativa em

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202

43% (P400 1h 40,96 + 4,18=; P400 24h = 58,69 + 2,27) [T(8) = 3.5572; p<0.0074] (Tabela

9).

Um aumento significativo na concentração do glutamato estriatal (GLU) de 18,70%

(controle = 42,07 + 2,04; P400 1h = 49,94 + 2,26), [T(9) = 2,5880; p<0.0293], após uma hora

de observação. Por sua vez, após 24h não houve alteração em relação ao controle (controle =

42,07 + 2,04; P400 24h = 46,77 + 2,05), [T(9) = 1,6110; p=N.S.], e ao grupo observado por 1h

(P400 1h = 49,94 + 2,26; P400 24h = 46,77 + 2,05) [T(8) = 1.0390; p=N.S]. O conteúdo de

TIR aumentou em 18% após 24h de observação (controle = 42,48 + 2,14; P400 24h = 49,96 +

2,24), [T(9) = 2,403; p<0.0397] em relação ao controle.

Com relação aos demais aminoácidos analisados no corpo estriado, GLN (controle =

22,99 + 2,09; P400 1h = 24,06 + 2,15), [T(9) = 0,1490; p=N.S.] (controle = 22,99 + 2,09;

P400 24h = 22,98 + 4,19), [T(9) = 0,0023; p=N.S.], ASP (controle = 41,61 + 4,04; P400 1h =

42,47 + 4,05), [T(9) = 0,1490; p=N.S.] (controle = 41,61 + 4,04; P400 24h = 42,24 + 4,11),

[T(9) = 0,2348; p=N.S.], não houve nenhuma mudança significativa após 24 h de observação.

Quando comparados os grupos de 1h e 24h também não foi vista alteração na

concentração desses aminoácidos GLN (P400 1h = 24,06 + 2,15; P400 24h = 22,98 + 4,19)

[T(8) = 0,2293; p=N.S], ASP (P400 1h = 41,61 + 4,04; P400 24h = 42,24 + 4,11) [T(8) =

0,0858; p=N.S]. Entretanto a concentração de TIR aumentou em 19% (P400 1h = 41,96 +

4,11; P400 24h = 49,96 + 2,24) [T(8) = 1,7201; p<0.0038] em relação ao grupo observado por

1h (Tabela 9).

No córtex frontal em relação à concentração do ASP foi detectado um aumento de 45%

(controle = 22,47 + 1,16; P400 1h = 32,59 + 2,20), [T(9) = 3,0120; p<0,0147], após uma hora

de observação. Por sua vez, após 24h não houve alteração em relação ao controle (controle =

22,47 + 1,16; P400 24h = 21,97 + 2,18), [T(9) = 0,2129; p=N.S.], e ao grupo observado por 1h

houve uma redução de 33% voltando aos níveis normais (P400 1h = 32,59 + 2,20; P400 24h =

21,97 + 2,18) [T(8) = 2,460; p<0,0393] (Tabela 9).

Com relação aos demais aminoácidos analisados no córtex frontal, GLU (controle =

46,70 + 2,15; P400 1h = 46,90 + 4,12), [T(9) = 0,0453; p=N.S.] (controle = 46,70 + 2,15;

P400 24h= 48,80 + 4,06), [T(9) = 0,0453; p=N.S.], GLN (controle = 41,96 + 4,11; P400 1h =

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203

42,85 + 4,54), [T(9) = 0,1455; p=N.S.] (controle = 41,96 + 4,11; P400 24h= 41,91 + 1,09),

[T(9) = 0,0108; p=N.S.], não houve nenhuma mudança significativa após 24 h de observação.

Quando comparados os grupos de 1h e 24h também não foi vista alteração na

concentração desses aminoácidos GLU (P400 1h = 46,90 + 4,12; P400 24h = 48,80 + 4,06)

[T(8) = 0,3285; p=N.S], GLN (P400 1h = 42,85 + 4,54; P400 24h = 41,91 + 1,09) [T(8) =

0,2013; p=N.S]. Por sua vez, o conteúdo de TIR aumento em 24% (controle = 42,44 + 4,12;

P400 24h = 52,64 + 2,11), [T(9) = 3,454; p<0.0033] em relação ao controle e ao grupo

observado por 1h (P400 1h = 41,95 + 4,11; P400 24h = 52,64 + 2,11) [T(8) = 8,902;

p<0.0001] (Tabela 9).

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Tabela 9 - Concentrações dos aminoácidos em hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos após convulsões

Grupos Glutamato

µmol/g de tecido

Glutamina

µmol/g de tecido

Aspartato

µmol/g de tecido

Tirosina

µmol/g de tecido

Hipocampo

Controle

29,07 + 1,22

41,69 + 4,22

41,47 + 0,19

41,44 + 5,02 P400 1h 28,69 + 2,02 49,89 + 2,11a 42,47 + 4,09 40,96 + 4,21

P400 24h 29,99 + 2,82 41,72 + 4,02 41,06 + 4,01 58,69 + 2,72a,b Corpo Estriado

Controle

42,07 + 2,04

22,99 + 2,09

41,61 + 4,04

42,48 + 2,14 P400 1h 49,49 + 2,26a 24,06 + 2,15 42,47 + 4,26 41,96 + 4,11

P400 24h 46,77 + 2,05 22,98 + 4,19 42,24 + 4,11 49,96 + 2,24a,b Córtex frontal

Controle

46,70 + 2,15

41,96 + 4,11

22,47 + 1,16

42,44 + 4,12 P400 1h 46,95 + 4,12 42,85 + 4,54 32,59 + 2,20a 40,98 + 5,11

P400 24h 48,80 + 4,06 41,91 + 1,09 21,97 + 2,18 52,64 + 2,11a,b

Ratos Wistar machos (250-280g) foram tratados com uma única dose de pilocarpina 400mg/kg, s.c. (n=5), e os controles com salina 0,9%

(n=6). Os aminoácidos foram determinados em HPLC com detecção de fluorescência. Os animais estudados apresentaram convulsão, estado

epiléptico e foram sacrificados 1 e 24 h após o tratamento. Os valores representam à média + EPM do número de experimentos em

parênteses. Para análise estatística foram usados ANOVA e teste t-Student-Neuman-Keuls como post-hoc. a e b, quando comparado aos

grupos controle e ao grupo P400 1h, respectivamente, (p<0,05).

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205

DISCUSSÃO

DISCUSSÃO

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206

Modelos de convulsão induzidos em animais reproduzem alterações

comportamentais e eletroencefalográficas que são semelhantes à epilepsia do lobo

temporal de humanos (BEM-ARI et al., 1980; HONCHAR et al., 1983, CAVALHEIRO

et al., 1991).

O modelo de convulsão induzido por pilocarpina em alta dose (400mg/kg) foi

utilizado como instrumento para investigar a participação dos diferentes sistemas de

neurotransmissão do SNC como possíveis moduladores da epileptogênese, como

também para observar as alterações comportamentais, e outros aspectos neuroquímicos

relacionados com a fase aguda do processo convulsivo (CAVALHEIRO et al., 1994;

MARINHO et al., 1997 e 1998; COSTA-LOTUFO et al., 2002; FREITAS et al.,

2004a).

Sendo, assim, este trabalho objetivou estudar as alterações comportamentais,

estudos de diferentes sistemas de neurotransmissão envolvidos nas convulsões e

diversos parâmetros neuroquímicos, a saber: atividade das enzimas acetilcolinesterase

(AChE), catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD), os níveis da glutationa

reduzida (GSH), o conteúdo de nitrito e nitrato, o índice de lipídio peroxidação, as

concentrações da monoaminas (NA, DA, 5-HT) e seus respectivos metabólitos

(DOPAC, HVA, 5-HIAA), bem como a densidade máxima (Bmax) e constante de

dissociação (Kd) dos receptores colinérgicos muscarínicos (RM1 e RM2),

dopaminérgicos (RD1 e RD2), serotonérgicos (5-HT2), GABAérgicos e glutamatérgicos,

e conteúdo dos aminoácidos GLU, GLN, TIR e ASP desencadeadas através de uma

única dose de pilocarpina (400mg/kg, s.c; P400) em hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal de ratos adultos que apresentaram convulsão, estado epiléptico e que foram

sacrificados após 1 e 24h da administração.

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207

ESTUDOS COMPORTAMENTAIS APÓS CONVULSÕES

A convulsão induzida por pilocarpina pode ser caracterizada por episódios de

alteração no comportamento dos animais (TURSKI et al 2003a). Essas convulsões

apresentam, ainda, uma temporária redução da consciência e contrações involuntárias

do músculo esquelético em humanos (JOBE, 2003; VANHATALO & RIIKONEN,

1999). Assim, a atividade epiléptica pode ser detectada pelas alterações

eletroencefalográficas e comportamentais (TURSKI et al., 1983a,b; CAVALHEIRO et

al., 1991). Diferentes tipos de convulsões apresentam variações nas amplitudes dos

picos dos seus respectivos eletroencefalogramas (EEG), que são características de cada

tipo de convulsão em particular, possibilitando a classificação das crises epilépticas em

humanos (JOBE, 2003).

Imediatamente após a administração de pilocarpina, os ratos podem apresentar

persistentes mudanças comportamentais, incluindo piloereção, cromodacriorréia,

acinesia inicial, ataxia, tremores, automatismos mastigatórios como mioclonia dos

músculos faciais, e movimentos de cachorro molhado, que persistem de 10 a 15

minutos (TURSKI et al., 1983a), os quais foram observados de forma semelhante nos

ratos usados em nossos estudos comportamentais (FREITAS et al., 2004a).

Estas alterações comportamentais prosseguem para convulsões motoras límbicas

incluindo movimentos clônicos das extremidades superiores que ocorrem em

aproximadamente 30 minutos após administração da pilocarpina, e ainda pode

desenvolver estado epiléptico de longa duração no animal (12-18h). As convulsões

motoras límbicas foram definidas como contínuas quando ocorrem por um período

maior que 30 minutos, sendo este parâmetro utilizado para indicar a presença do estado

epiléptico em nossos animais tratados com pilocarpina (TURSKI et al., 1983a; 1989;

MARINHO et al., 1997; BARONE et al., 1989; SEGARRA et al., 2002; FREITAS et

al., 2004a; SZYNDLER et al., 2005).

Cavalheiro e colaboradores (1994) observaram também que essas convulsões

límbicas podem persistir por aproximadamente 45 a 60 minutos, desenvolvendo em

75% dos ratos convulsivos o estado epiléptico com retorno progressivo ao normal

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depois de 3-5 horas e permanecendo em praticamente todos os animais tratados com

pilocarpina em alta dose. O estado epiléptico pode persistir por aproximadamente 12 a

18 horas e 30% dos ratos em estado epiléptico morrem durante este período.

Nossos resultados indicam que os animais tratados com uma única dose

convulsiva de pilocarpina (400mg/kg, s.c., P400) apresentaram as características

descritas por vários pesquisadores na literatura (TURSKI et al., 1983a;1989;

MARINHO et al., 1997; BARONE et al., 1989; CLIFFORD et al., 1987;

CAVALHEIRO et al., 1994;1999; COSTA-LOTUFO et al., 2002) confirmando a

existência das alterações comportamentais após a administração do estímulo

convulsivo.

Todos os animais observados por 1h e 24h apresentaram sinais colinérgicos

periféricos e movimentos estereotipados. Após 38 minutos da administração de

pilocarpina 400mg/kg, surgiram às convulsões motoras límbicas nos animais

observados por 1 e 24h, e em seguida as convulsões recorrentes foram instaladas em

50% e 75% dos animais, respectivamente.

Em relação ao número de mortes dos animais em cada grupo observado, foi visto

que no grupo de 1h nenhum animal morreu (FREITAS et al., 2004a), enquanto, que no

grupo observado durante 24h, 63% dos animais morreram (FREITAS et al., 2003b).

Estas observações são semelhantes às características comportamentais expressas por

Clifford e colaboradores (1987) que determinaram um percentual de 81% de morte dos

animais com estado epiléptico, bem como pelos trabalhos de outros pesquisadores

(JOPE et al., 1986, CAVALHEIRO et al., 1996; TURSKI et al., 1983a, MARINHO et

al., 1997).

Observa-se, portanto, que no processo convulsivo há um aumento significativo

no número de morte dos animais em função do período de tempo observado da fase

aguda, mostrando, assim, uma possível relação entre o tempo e o estabelecimento das

mortes dos animais adultos durante o desenvolvimento do processo convulsivo, o que

pode sugerir uma maior interação entre os diferentes sistemas de neurotransmissão

cerebral em decorrência da propagação e manutenção da atividade epiléptica, levando a

uma possível potencialização dos efeitos neurotóxicos sobre o SNC.

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Algumas pesquisas procuram conhecer e esclarecer melhor a fisiopatologia do

processo convulsivo, procurando detectar as mudanças em nível neuroquímico

(CAVALHEIRO et al., 1994, SIMONIC et al., 2000) em diferentes estruturas cerebrais,

bem como demonstrar o possível envolvimento genético no controle e estabelecimento

da atividade epiléptica em humanos e animais de experimentação (JOBE, 2003;

VANHATALO & RIIKONEN, 2001), a fim de contribuir para o pronto esclarecimento

dos mecanismos de diferentes modelos de epilepsia, e ainda, facilitar a descoberta de

agentes terapêuticos novos ou melhorar a ação de formulações antigas para o tratamento

da epilepsia de difícil controle farmacológico.

O presente trabalho foi realizado utilizando a pilocarpina (400 mg/kg). De

acordo como o nosso objetivo, que é principalmente esclarecer a fisiopatologia da

epilepsia, fez-se necessário além de estudar o comportamento do animal convulsivo,

neurotransmissores envolvidos, estresse oxidativo, diferentes tipos receptores cerebrais,

esclarecer as ações de drogas que agem em diferentes sistemas de neurotransmissores,

no intuito de determinar seus efeitos benéficos ou maléficos para o paciente epiléptico

que faz de outras drogas que agem no sistema nervoso central, prescrita pelo médico ou

pelo próprio vício.

ESTUDOS FARMACOLÓGICOS DE DIFERENTES SISTEMAS DE

NEUROTRANSMISSÃO NAS CONVULSÕES

As doses das drogas utilizadas neste capítulo foram determinadas por através de

amplo levantamento bibliográfico. Estas doses não são equivalentes àquelas utilizadas

por humanos, visto que os ratos têm taxas metabólicas diferentes. Porém, a dose de

pilocarpina usada neste estudo resulta em níveis sangüíneos da droga que no rato induz

alterações comportamentais (sinais colinérgicos periféricos, movimentos estereotipados,

tremores, convulsões, que progridem para o estado epiléptico entre 1 e 2 h e morte em

63% dos animais em 24 horas).

A escolha das drogas utilizadas nesta tese foi baseada na necessidade de se

determinar quais os principais sistemas relacionados às ações neurotóxicas da

pilocarpina, neste caso, convulsões, EP e morte, bem como verificar os efeitos na

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latência da primeira convulsão (LC) e na latência do EP (LEP). São drogas que

interferem em diversos sistemas, visto que o mecanismo das convulsões induzidas por

pilocarpina ainda não foi totalmente elucidado e parece ser influenciado por diferentes

neurotransmissores, e ainda de diferentes formas. A literatura já registra que a

administração de drogas antes da indução do estado epiléptico pela pilocarpina provoca

mudanças no comportamento animal (MELLO et al., 2005), o que reforça a justificativa

e o interesse em se determinar essas alterações decorrentes do pré-tratamento com

drogas de diferentes sistemas de neurotransmissão.

Outro motivo importante é que intervenções farmacológicas são de grande valia

no tratamento de doenças associadas à epilepsia, particularmente o paciente epiléptico

apresenta outras manifestações neurológicas, tais como: depressão, ansiedade,

irritabilidade, insônia, paranóia e mania, tratamento dessas patologias associadas à

epilepsia pode melhorar ou prejudicar o tratamento do quadro epiléptico, tendo assim,

uma justificativa plausível a serem testadas drogas que interferem em diferentes em

sistemas cerebrais durante as convulsões induzidas por pilocarpina que são semelhantes

à epilepsia do lobo temporal. Neste capítulo, portanto foram testadas drogas que são

utilizadas na clínica médica para o tratamento de patologias relacionadas ao tratamento

da epilepsia, como, também foi objetivo secundário avaliar drogas que não são usadas

na clínica mais que alguns trabalhos justificam o seu uso como pró- ou

anticonvulsivantes. Outra justificativa para o estudo das diferentes drogas deve-se ao

fato de que uma doença psiquiátrica facilita o desencadeamento de outras desordens do

SNC (STIP & MANCINI-MARIE, 2004).

Os resultados relativos aos efeitos de drogas gabaérgicas, glutamatérgicas,

antidepressivas e antipsicóticas nas convulsões, EP e mortes induzidas por pilocarpina

apresentados nessa tese foram recentemente publicados (FREITAS et al., 2006c). As

primeiras hipóteses atribuíam as propriedades convulsivas da pilocarpina por

administração sistêmica em altas doses em roedores e subseqüente desenvolvimento do

EP, acompanhado por lesões cerebral que são semelhantes, em muitos aspectos, às

lesões observadas em cérebro de pacientes epilépticos (TURSKI et al., 1983a). Esses

efeitos foram atribuídos à estimulação do sistema colinérgico, principalmente dos

receptores do subtipo M1 (MARINHO et al., 1988).

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A droga com ação na neurotransmissão colinérgica testada no tratamento das

convulsões induzidas por pilocarpina foi a atropina. Nas duas doses testadas observou-

se inibição os sinais colinérgicos periféricos, dos movimentos estereotipados e dos

tremores. Nenhum animal pré-tratado com atropina desenvolveu características de

animais convusilvos, nem tão pouco houve progressão para o estado epiléptico, como

também nenhuma morte foi verificada nos animais durante 24 h de observação induzida

pela pilocarpina, sugerindo que o início das convulsões é mediado via sistema

colinérgico (COYLE & YAMAMURA, 1976; MARINHO et al., 1998).

Com relação à neurotransmissão dopaminérgica neste estudo observamos que

antagonistas do receptor dopaminérgico D2 aumentaram o número de animais que

convulsionaram e apresentaram EP, e reduziram a latência das convulsões bem como

também reduziram a latência do estado epiléptico, enquanto o antagonista D1 SCH

23390 produziu um efeito contrário (proteção) aumentando a latência da convulsão e do

estado epiléptico, e diminuiu o número de animais que convulsionam e que evoluíram

para o EP quando tratados somente com pilocarpina, além de aumentar a sobrevivência

dos animais de forma bastante eficiente. O envolvimento dos receptores

dopaminérgicos D1 e D2 com funções opostas nas convulsões já foram observados nas

convulsões induzidas pelo modelo lítio-pilocarpina (BARONE et al., 1991). Nosso

intuito foi investigar as ações de drogas antagonistas dopaminérgicas D1 e D2 em outros

parâmetros relacionados ao modelo de pilocarpina em alta dose, e os nossos resultados

corroboram com os descritos na literatura. Esta potencialização das convulsões

produzidas drogas antagonistas dopaminérgicas D2, tais como: pimozida e haloperidol,

também é de importância clínica, visto que estas drogas podem ser usadas na clínica

para pacientes epilépticos que apresentem crises psicóticas o que agravaria o quadro

epiléptico (FREITAS et al., 2006d).

Trabalhos recentes dão mais ênfase na interação da pilocarpina com alguns

sistemas de neurotransmissores cerebrais. Por exemplo, alguns estudos farmacológicos

demonstraram que as convulsões induzidas por pilocarpina foram inibidas por

antagonistas do receptor 5HT2 (JOPE & WILLIAMS, 1995), agonistas do receptor

GABAA (GASIOR et al., 2000b), antagonistas do receptor NMDA (GRIFFITH et al.,

2004), e bloqueadores dos canais de sódio e cálcio foram eficientes (RANG et al., 2004;

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Nascimento et al., 2005). Um envolvimento de receptores dopaminérgicos (FREITAS

et al., 2005a), muscarínicos (MARINHO et al., 1998) e mu (µ) (SHAFAROODI et al.,

2004), também foram propostos, nesse modelo de epilepsia. Além disso, modificações

adaptativas em vários sistemas neuronais podem ocorrer após as convulsões e estas

estão sendo amplamente investigadas por diversos grupos de pesquisa.

As convulsões induzidas por pilocapina têm relacionado a um estímulo primário

na neurotransmissão serotonérgica (JOPE & WILLIAMS, 1995). Considerando este

aspecto, nossos resultados mostraram que os animais que convulsionaram por

pilocarpina apresentaram um aumento da concentração serotonina no hipocampo, o que

possivelmente pode ter contribuído como uma atividade pró-convulsiva. O

envolvimento da 5HT foi evidenciado neste estudo, visto que a fluoxetina, um inibidor

da recaptação de serotonina potencializou as convulsões induzidas por pilocarpina na

maior dose estudada, causando com a maior dose de 20mg/kg, 100% de morte, após

associação com a pilocarpina. Reduziu ainda a latência da primeira convulsão e do EP

em relação a menor dose e ao grupo tratado com pilocarpina, e ainda aumentou o

número de convulsões e EP nas duas doses, sendo maior o efeito na dose de 20mg/kg.

Altas doses de fluoxetina estão associadas a efeitos epileptogênicos em humanos

sem história prévia de desordens convulsivas (WERNICKE, 1985; WARE &

STEWART, 1989; FERRERO et al., 2005). De fato, esta droga na dose mais baixa

utilizada em nossos experimentos causou um aumento de 6% nas convulsões induzidas

por pilocarpina, mostrando um efeito pró-convulsivo em baixa dose. A fluoxetina

também é utilizada no tratamento da depressão (TAYLOR et al., 1994), desordens

obsessivo-compulsivas (TOLLEFSON et al., 1994), desordens alimentares (WOOD

1993) e está sendo estudada no tratamento do vício por álcool (GORELICK &

PAREDES, 1992). Em relação ao tratamento da epilepsia os resultados não se

mostraram promissores novos estudos clínicos devem ser realizados, a fim de reduzir os

prejuízos à qualidade vida de epilépticos portadores de depressão.

Um outro ponto importante a ressaltar é que há relatos de casos de uso

inadequado e até mesmo de forma abusiva de fluoxetina que pode facilitar o

desenvolvimento de convulsões (GOLDMAN et al., 1990; KECSKEMETI et al., 2005).

Face ao que foi visto nos nossos resultados, é importante para a clínica considerar que o

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uso concomitante destas duas drogas pode contribuir para possíveis manifestações de

efeitos neurotóxicos da atividade epiléptica. Assim, deve-se ter controle no uso de

inibidores da recaptação de serotonina em pacientes com história de convulsões. Ritz e

colaboradores (2000) determinaram em convulsões induzidas por cocaína que a

ativação dos receptores 5-HT1A exerce efeito inibitório sobre o sistema colinérgico,

diminuindo a instalação do processo convulsivo, por outro lado, quando se estimula

receptores do subtipo 5-HT1 aumenta a excitabilidade colinérgica, facilitando o

processo epiléptico.

A amitriptilina é um antidepressivo tricíclico que vem sendo estudado por

reduzir os sintomas depressivos em pacientes epilépticos (FIELD et al., 1999). O

mecanismo de ação da amitriptilina envolve a inibição não seletiva da captação de NA e

5HT, sendo mais ativa, entretanto na inibição da captação de NA (RANG et al., 2004).

Os resultados apresentados nas monoaminas do presente trabalho e recentemente

publicados (FREITAS et al., 2004c) mostram uma diminuição nos níveis de NA nas

três áreas estudadas de ratos adultos após convulsão induzida por pilocarpina. Podemos

especular desta forma, que altos níveis de NA, juntamente com 5HT não contribuem

para os efeitos neurotóxicos da pilocarpina, visto que a 5HT apresentou aumento no

hipocampo, enquanto que, para a monoamina NA houve uma redução, outros

mecanismos devem estar envolvidos na instalação do processo convulsivo.

A dose mais baixa de amitriptilina (25 mg/kg) causou ao contrário um aumento

significativo na sobrevivência dos animais em 25%, bem como dos 12 animais pré-

tratados com esta droga três não convulsionaram. Estes resultados também sugerem que

até certo ponto a diminuição da NA pode proteger das convulsões, resultados também

observados nas convulsões desencadeadas por outros agentes convulsivantes (JOPE &

WILLIAMS, 1995). Parece que apenas altos níveis desta monoamina está relacionados

à potencilização das convulsões. Desta forma mecanismos noradrenérgicos podem estar

envolvidos na regulação das convulsões induzidas por pilocarpina. Por sua vez, a outra

dose testada 50mg/kg de amitriptilina aumentou o número de animais que

convulsionaram que progrediram para o EP e a taxa de mortalidade. Ambas as doses de

amitriptilina reduziram a latência da primeira convulsão e do estado epiléptico, embora

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essa redução tenha ocorrido com a menor dose de amitriptilina (FREITAS et al.,

2006c).

Estes dados sugerem um importante papel dos receptores noradrenérgicos nas

convulsões induzidas por pilocarpina, uma vez que o conteúdo de NA encontra-se

diminuído nas três áreas estudadas (FREITAS et al., 2004c). Nossos dados concordam

com os de Cavalheiro e colaboradores (1994), que também detectaram redução nos

níveis de NA durantes a fase aguda das convulsões. Embora altas doses de amitriptilina

estejam por si só associadas à ocorrência de convulsões, EP e morte dos animais, as

doses utilizadas neste trabalho foram as referidas na literatura quando desejado do

efeito antidepressivo da droga. Também não foi vista nenhuma alteração

comportamental dos animais no período de observação antes da administração da

pilocarpina.

A clorpromazina é um agente antipsicótico, muitas vezes utilizado associado a

outras medicações anticonvulsivantes em pacientes epilépticos (KATZUNG, 2003). A

clorpormazina atua através do bloqueio dos receptores 5-HT2 e em D2 de forma menos

intensa (KATZUNG, 2003). A clorpromazina na menor dose reduziu o número de

convulsões e EP em 35%, como também decresceu a taxa de mortalidade para 23%. Já

a maior dose diminuiu os dois primeiros parâmetros citados em 55% e a percentagem

de morte em 43%. Ambas as doses aumentaram a latência das convulsões e do EP de

forma bastante significativa (FREITAS et al., 2006c). A literatura relata que o bloqueio

dos receptores 5-HT2 reduz a propagação e manutenção das convulsões e EP, enquanto

que, o receptor 5-HT1 facilita o desenvolvimento das convulsões induzidas por

pilocarpina (DAILEY et al., 1992). Nossos estudos estão de acordo com os de Jope &

Browning (2005), que determinaram os efeitos antidepressivos de drogas associadas ao

sistema serotonérgico e noradrenérgico são anticonvulsivantes e não pró-

convulsivantes, apesar de que nossos dados são contraditórios para os efeitos da

fluoxetina, sendo este trabalho considerado com uma controvérsia no estudo da

epilepsia e comportamento. Outro trabalho usando a associação lítio-pilocarpina,

determinou a interação entre os sitemas colinérgicos e serotonérgicos, observando que

quando receptores do subtipo 5-HT2 são ativados pela 5-HT, induz o aumento da

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estimulação colinérgica provocando entre outras alterações o aumento do metabolismo

do trifofasto de inositol (JOPE & WILLIAMS, 1995).

Dados recentes indicam que a inibição mediada pelo GABA pode ser um dos

alvos da ação central da pilocarpina que pode inibir as convulsões. Estudos de binding

em neurônios hipocampais, estriatais e corticais mostraram que a pilocarpina em alta

dose reduz a concentração dos receptores GABAérgicos (FREITAS et al., 2004a),

sugerindo que o efeito anticonvulsivante de drogas gabaérgicas pode ser mediado

também através de canais de sódio voltagem-dependente, uma vez que ratos pré-

tratados com drogas gabaérgicas apresentaram redução no número de convulsões, EP e

morte (FREITAS et al., 2006c; 2006d).

Os resultados mostram que as drogas com ação na neurotransmissão

GABAérgica são muito ativas na inibição das convulsões induzidas por pilocarpina.

Estes resultados corroboram com estudos farmacológicos anteriores que mostram uma

proteção significativa da depressão em convulsões induzidas por pilocarpina em ratos

após o tratamento com diazepam, reforçando a hipótese da interação entre os sistemas

gabaérgicos e colinégicos, não somente na fase aguda como também na crônica, já que

resultados descritos foram determinados para ratos epilépticos crônicos

(CAVALHEIRO & GUEDES, 1997).

O diazepam e clonazepam são drogas benzodiazepínicas usadas para o

tratamento do estado epiléptico em humanos, uma condição que ameaça a vida e cujas

crises ocorrem quase sem interrupção. A vantagem do diazepam em relação aos outros

benzodiazepínicos e a outros anticonvulsivantes é que este age muito rapidamente. O

clonazepam e o composto relacionado clobazam são considerados anticonvulsivantes

relativamente seletivos (RANG et al., 2004).

O diazepam e o clonazepam não interferiram em nenhuma das doses testadas

nos sinais colinérgicos periféricos, movimentos estereotipados e tremores, sugerindo

que o sistema gabaérgico não interage nos efeitos periféricos mediados pela pilocarpina

através do sistema colinérgico. Por sua vez, o diazepam mostrou-se bastante eficaz na

redução do número de animais que convulsionaram, que evoluíram para o EP e no

número de mortes. Também aumentou a latência da primeira convulsão e do estado

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epiléptico. Os efeitos do diazepam foram melhores na dose maior, sugerindo um efeito

dose-dependente nas convulsões induzidas por pilocarpina.

Já o clonazepam mostrou-se mais eficiente como anticonvulsivante em

comparação ao diazepam. Provavelmente a redução maior nos parâmetros analisados

dos ratos pré-tratados com clonazepam deve-se a sua maior seletividade como

anticonvulsivante. A desvantagem do uso dos benzodiazepínicos na clínica para

pacientes epilépticos é o seu efeito sedativo pronunciado, e a síndrome de abstinência,

que causa exacerbação das crises se o medicamento for suspenso (RANG et al., 2004).

GRASSHOFF et al. (1999) verificaram que o estriado é a principal estrutura

controladora dos gânglios da base. Projeções neuronais estriatais nos gânglios da base

são eficientemente controladas pelo sistema gabaérgico, e o aumento do GABA impede

a ação de agonista colinérgicos (KOOS & TEPPER, 1999). O controle do sistema

gabaérgico através do sistema colinérgico pode ser essencial para modular condições

fisiológicas (KOOS & TEPPER, 2002), sugerindo que a quebra deste equilíbrio pode

gerar processos neurodegenerativos. O aumento na liberação do GABA estriatal pode

evitar a situações patológicas mediadas pela estimulação colinérgica muscarínica

(GRASSHOFF et al., 2003).

Nossos resultados mostraram que a gabapentina ([1-(aminomethyl)-cyclohexane

acetic acid]) foi testada nesta tese por que é uma nova droga antiepiléptica com eficácia

anticonvulsivante (CZUCZWAR et al., 2005). Loscher e colaboradores (2000),

demonstrou sua eficácia anticonvulsivante em animais resistentes a fenitoína no modelo

de kindling. A gabapentina foi originalmente descrita como um análogo estrutural do

GABA (BARTOSZYK et al., 1986). Em nossos estudos a gabapentina não foi capaz de

inibir ou reduzir os sinais colinérgicos periféricos, movimentos estereotipados e

tremores, entretanto aumentou a latência da primeira convulsão, a latência do EP e

reduziu a percentagem de convulsões, EP e mortalidade (FREITAS et al., 2006c).

Nossos dados também concordam com os de Macedo e colaboradores (2004a)

que ao utilizarem o anticonvulsivante de última geração, gabapentina, detectaram

efeitos benéficos como elevação da percentagem de sobrevivência dos animais e

redução da percentagem dos animais que convulsionaram, embora a droga não tenha

interferido na latência das convulsões em camundongos. Os principais efeitos adversos

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da gabapentina que podem prejudicar o tratamento de paciente epiléptico refratários a

outras drogas, são: encefolaptia e um inesperada perda do tônus postural (ROSATI et

al., 2004).

A vigabatrina é uma das novas drogas antiepilépticas usadas em pacientes

epilépticos refratários a outros anticonvulsivantes. Muitos desses medicamentos estão

sendo submetidos a testes clínicos para serem plenamente avaliados (VADJA, 1992). A

vigabatrina é um análogo do GABA com uma substituição de gama-vinil e que foi

elaborado como inibidor da enzima responsável pelo metabolismo de GABA, GABA-

transaminase. É extremamente específica para a enzima e funciona formado uma

ligação covalente irreversível. Por se tratar de uma nova droga e que ainda não tinha

sido testada no modelo de epilepsia induzido por pilocarpina, resolvemos inseri-la no

estudo.

Em nossos estudos a vigabatrina não foi capaz de inibir ou reduzir os sinais

colinérgicos periféricos, movimentos estereotipados e tremores, entretanto aumentou a

latência da primeira convulsão, a latência do EP e reduziu a percentagem de

convulsões, EP e mortalidade, embora seus efeitos tenham sido menos eficazes em

relação à gabapentina (FREITAS et al., 2006c). Nossos dados corroboram com os

dados da literatura em estudos animais, que apresentaram eficácia anticonvulsivante da

vigabatrina através do aumento do conteúdo do GABA cerebral e também da liberação

evocada por estimulação, sugerindo que a inibição da GABA-transaminase pode

facilitar a liberação e exacerbar a transmissão inibitória (REYNOLDS, 1990).

Em um estudo com crianças epilépticas foi verificado que a gabapentina foi

capaz de impedir o desenvolvimento do EP em todas crianças observadas e ainda

aumentou o intervalo do período das crises em todas as crianças tratadas com

gabapentina por 6 meses, já a vigabatrina das crianças acompanhadas durante o

tratamento, esta impediu o desenvolvimento do EP em apenas uma das crianças,

enquanto que o intervalo entre as crises também das crianças analisadas foi eficaz

apenas em uma. Esse mesmo trabalho comparou os efeitos da lamotrigina com das

outras duas drogas supracitadas, e verificaram que as crianças que faziam tratamento

com a lamotrigina apenas 50% não desenvolveram EP e que o intervalo entre as crises

de 6 meses das crianças acompanhadas apenas 30% obtiveram êxito no tratamento.

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Esses dados sugerem que das novas drogas antiepilépticas análogas do GABA, a mais

eficaz nesse estudo foi a gabapentina (MCMRNAMIN et al., 2005), como também foi

observado em nossos resultados.

Nehlig e colaboradores (2001), também testaram a vigabatrina em outro modelo

de convulsão induzido por lítio-pilocarpina e verificaram que a vigabatrina é capaz de

proteger contra o dano neuronal no hipocampo, porém não apresenta propriedades

antiepilépticas, provavelmente esse modelo induz alterações no sistema colinérgico de

forma diferente do modelo de epilepsia induzido apenas pela pilocarpina, já que a

mesma apresentou propriedades anticonvulsivantes significativas.

Os efeitos colaterais da vigabatrina, principalmente sedação, vertigens e

alterações comportamentais, são semelhantes aos de outros medicamentos, como

fenitoína, podendo representar um avanço na terapia da epilepsia, já que não houve em

humanos a evidência de neurotoxicidade (RANG et al., 2004).

O sistema glutamatérgico foi também implicado nas propriedades aditivas da

pilocarpina e parece ter um importante papel nos efeitos neurotóxicos da droga. O

aumento da estimulação dos receptores glutamatérgicos NMDA induz convulsões e

dano neuronal (KOHL & DANHARDT, 1995). Dentre os diferentes receptores

glutamatérgicos, o receptor NMDA está de maneira importante envolvido com os

sistemas cardiovascular, respiratório e neural (OLNEY, 1986; WEST & HUANG,

1994; BERGER et al., 1995), todos os quais estão seriamente comprometidos durante

as convulsões induzidas por pilocarpina. Em nosso caso, o NMDA reduziu a latência

das convulsões, todos os animais convulsionaram e morreram (FREITAS et al., 2006c).

Sabe-se que o receptor NMDA contém vários antagonistas e sítios modulatórios que

podem funcionar como alvos para farmacoterapias: o sítio de ligação do glutamato, sítio

do co-agonista glicina, sítios com o ionóforo e sítios de moduladores alostéricos

(BIGGE, 1993). Por esta complexidade do receptor, outras drogas modulatórias

poderiam ser testadas no intuito de reduzir os danos causados pelo sistema

glutamatérgico no paciente epiléptico.

Considerando estes dados, no presente trabalho foi estudada a cetamina, um

anestésico dissociativo que afeta a atividade glutamatérgica por bloqueio do receptor

NMDA (ELLISON, 1995), nas convulsões induzidas por soman (DORANDEU et al.,

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2005). A cetamina mostra afinidade similar pelo receptor NMDA, sítios de ligação D2,

com menor afinidade para os sítios 5HT2. A cetamina no presente estudo reduziu a

percentagem de convulsão, EP e a letalidade induzida por pilocapina. Esta droga na

menor dose estudada (0.5 mg/kg) aumentou a LC e a LEP (FREITAS et al., 2006c). A

maior dose estudada aumentou a latência das convulsões em 104%, aumentando

também a sobrevivência dos animais.

Dados anteriores (DORANDEU et al., 2005) mostraram que a cetamina

associada à atropina também foi hábil em antagonizar as convulsões induzidas por

soman e a dose que mostrou melhor efeito neste estudo foi a de 60 mg/kg, que induziu

convulsões em 20% dos animais tratados durante o período de 30 min que antecedia a

administração do soman (organofosforado). É importante ressaltar que as doses

escolhidas para este trabalho de tese foram doses sub-anestésicas, que não produziram

alterações comportamentais nos animais antes da administração da pilocarpina.

Nossos resultados mostraram-se melhores do que os obtidos por Dorandeu e

colaboradores (2005), pois com a dose de 1.0 mg/kg reduziu-se a percentagem de

convulsão em 31%. Nossos dados também corroboram com os de Borrris e

colaboradores (2000) que verificaram o controle do estado epiléptico prolongado pela

cetamina.

O lítio associado a outras drogas que atuam no SNC produz mudanças no

comportamento animal, induzindo alguns processos patológicos, tais como: a epilepsia

(KOFMAN & PATISHI, 1999). O carbonato de lítio foi introduzido neste estudo por

ser o protótipo das drogas estabilizantes do humor usado para o tratamento do distúrbio

bipolar, que muitas vezes encontra-se associada à epilepsia. Embora o lítio influencie

em vários aspectos da neuroquímica cerebral, o mecanismo que fundamenta suas

propriedades terapêuticas e efeitos colaterais, permanece, até então, indefinido. O lítio

exerce uma ação modulatória sobre a atividade colinérgica (JOPE & WILLIAMS,

1995). Em ratos o pré-tratamento agudo com lítio, em doses sub-terapêuticas (0,8 e 1,6

mEq/kg), e 30 min depois com doses convulsivas de pilocarpina, induz convulsões

límbicas que evoluem para o EP (ORMANDY et al., 1991b), e morte dentro de 24

horas.

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O pré-tratamento com lítio potencializa a atividade convulsiva por agentes

colinérgicos (HONCHAR et al., 1983a). O pré-tratamento com lítio com doses baixas e

não tóxicas diminui o limiar das convulsões provocadas por pilocarpina

(SAVOLAINEN et al., 1988; 1992). Nossos resultados indicaram que o carbonato de

lítio aumentou o número de animais que convulsionaram em ambas as doses estudadas

de forma significativa, reduzindo a LC e a LEP, e ocasionou a morte de todos os

animais (FREITAS et al., 2006d). Este resultado mostra um envolvimento do lítio com

a facilitação e potencialização da convulsão e EP. Nossos dados concordam com os

observados por CLIFFORD et al. (1987) e PERSINGER et al. (1988).

Nem o lítio, nem a pilocarpina (em baixas doses testadas), quando administrados

sozinhos, provoca convulsões. Estes achados estão em concordância com os de Jope e

colaboradores (1986), no estudo da caracterização do EP induzido pela associação lítio-

pilocarpina, em ratos adultos. Através do tratamento crônico de 30 mg/kg por 7 dias

segundo Morrisset e colaboradores (1987a), esta é a dose requerida para iniciar o EP em

100% dos animais, com menor letalidade. Em nossos estudos o pré-tratamento agudo

com lítio (30mg/kg) 30 min antes da administração da pilocarpina provocou EP e morte

em todos os animais tratados. Esse resultado comprova a interação entre o lítio e a

pilocarpina, uma vez que os dois isolados não provocam convulsões, mas quando

administrado o animal é tratado com associação lítio-pilocarpina o processo convulsivo

é desencadeado, mesmo o lítio sendo usado em baixa dose.

A morfina, uma agonista opióide não-seletivo reduziu a latência das convulsões

e do EP e em ambas as doses estudadas todos os animais morreram quando

administrado de forma aguda antes da pilocarpina. Shafaroodi e colaboradores (2004),

mostrou que a associação entre canabinóides e opióides exerce efeito anticonvulsivante

no modelo de convulsão induzido por pentilenotetrazol. Por outro lado, o bloqueio dos

receptores CB1 canabinóide pode bloquear os efeitos anticonvulsivantes e pró-

convulsivantes mediados por diferentes doses de morfina, através dos receptores

opióides µ, mas não κ. Esta interação bidirecional entre estes dois receptores facilita as

convulsões clônicas.

A morfina exerce uma variedade de efeitos fisiológicos através de receptores

acoplados a proteína G. Agonistas de receptores opióides, possuem importantes

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propriedades, tais como: antinocicepção, hipotermia e efeitos de recompensa (LEDENT

et al., 1999; SIMONS et al., 2006; STEIN et al., 2000). Estudos farmacológicos têm

revelado um número de interações funcionais nas convulsões induzidas por compostos

químicos (pentilenotetrazol) (KEBABIAN & CALNE, 1979). Os opióides exercem

uma variedade de efeitos no limiar das convulsões em relação a dose e ao modelo de

epilepsia (FRENK, 1983). Em modelos de epilepsia induzido por agentes químicos a

morfina geralmente apresenta efeito anticonvulsivante em baixa dose, mas em altas

doses é pró-convulsivante (HOMAYOUNM et al., 2002a).

Os opióides endógenos protege contra convulsões induzidas por eletrochoque

(KHAVANDGAR et al., 2003), e têm sido implicadas propriedades anticonvulsivantes

em estresse agudo (HOMAYOUNM et al., 2002b). Ambos os efeitos pró- e

anticonvulsivantes da morfina em modelos por estímulos químicos ou elétricos são

revertidos pelos antagonistas dos receptores opióides µ (um) (LAURETTI et al., 1994).

No presente estudo o pré-tratamento com a dose de 0.1 e 0.2 mg/kg de morfina

reduziu a latência da primeira convulsão e a percentagem de sobrevivência dos animais,

sugerindo um potencial neurotóxico para a morfina quando associada à pilocarpina.

Provavelmente as doses utilizadas de morfina foram altas e estão associadas aos efeitos

proconvulsivantes, em nosso estudo as doses testadas induziram a morte de todos os

animais, sugerindo que estas doses em pacientes epilépticos podem ser neurotóxicas e

fatais. Doses menores devem ser avaliadas no futuro neste modelo de epilepsia, no

intuito de determinar sua eficácia como anticonvulsivante. Nossos dados condizem com

a literatura, uma vez que, a morfina é um agonista dos receptores opióides µ, embora

não seletivo mais fraco para os demais receptores, já que são estes que medeiam ambas

as ações pró- e anticonvulsivantes da morfina.

Além dos diferentes sistemas de neurotransmissão já estudados anteriormente,

acredita-se que o processo oxidativo pode contribuir para a instalação das convulsões,

EP e morte dos animais, através dos danos neuronal induzido por radicais livres

(RAUCA et al., 2004). Sendo, assim, decidimos estudas drogas antioxidantes exógenas

que podem servir como um neuroprotetor durante as convulsões induzidas por

pilocarpina em alta dose.

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Em sistemas aeróbicos, é essencial o equilíbrio entre os agentes óxido-redutores

(como as EROS) e os sistemas de defesas antioxidantes. Os radicais livres são gerados

endogenamente como conseqüência direta do metabolismo do oxigênio, e também em

situações não-fisiológicas, como a exposição da célula a xenobióticos que provocam

redução incompleta de oxigênio (ROSS, 1991). O cérebro é mais vulnerável que os

demais tecidos do organismo humano. Como durante as convulsões induzidas por

pilocarpina, foi observado o consumo da GSH reduzida, um aumento no conteúdo de

nitrito e nitrato, bem como um aumento na lipidioperoxidação e alteração na atividade

enzimática da SOD e catalale, sugere-se que durante a atividade epiléptica os radicais

livres podem contribuir para o estabelecimento das convulsões, EP, dano neuronal e

morte. Assim, sendo decidimos estudar drogas antioxidantes (vitamina C e vitamina E)

em duas doses, para avaliar seus efeitos durante as convulsões induzidas por

pilocarpina. A vitamina C na menor dose reduziu o número de convulsões (25%), EP

(25%) e a mortalidade em 13%, também foi capaz de aumentar a LC e LEP. Já a dose

de 500mg/kg apresentou efeitos ainda melhores, reduzindo a LC e a LEP e reduzindo a

taxa de mortalidade em 38%, mostrando que seus efeitos são dose-dependente. O ácido

ascórbico tem a capacidade de reparar a lesão, juntamente com outros antioxidantes,

tais como: as enzimas glutationa peroxidase e glutationa redutase, entre outros

(FEREIRA & MATSUBARA, 1997)

Dados anteriores (VOLTERRA et al., 1994) evidenciaram uma supressão da

atividade do transportador de glutamato em cultura cortical de astrócitos de ratos pelo

H2O2, bem como pelo peroxinitrito, também contribuindo para o acúmulo de glutamato

e conseqüentemente surgimento de convulsões. Para se verificar o real envolvimento do

estresse oxidativo nas convulsões e morte induzidas por pilocarpina resolvemos

verificar se a vitamina E, um antioxidante que participa do sistema de defesa celular

contra lesões induzidas por radicais livres tinha a propriedade de inibir as convulsões,

EP e mortes induzidas por pilocarpina. Realmente, ocorreu uma proteção dos animais

com o pré-tratamento agudo com vitamina E, ocorrendo uma redução do número de

animais que convulsionaram e aumento da sobrevivência dos mesmos, porém os sinais

colinérgicos periféricos, os movimentos estereotipados e os tremores não foram

modificados pelas vitaminas E e C.

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Para proteger a célula neuronal contra o dano neuronal gerado pelo estresse

oxidativo (PATEL, 2004), a célula possui sistemas de defesas antioxidantes. Um deles

atua como detoxificadora do agente químico (pilocarpina) antes que ele cause a lesão.

Esse sistema de defesa é constituído pela glutationa reduzida, superóxido dismutase,

catalase, glutationa peroxidase e a vitamina E (FERREIRA & MATSUBARA, 1997,

KAMADA et al., 1997).

A vitamina E, também denominada α-tocoferol é considerada a principal

substância antioxidante no organismo humano, pois interfere com o radical livre ROO•

e também com o oxigênio nas membranas celulares, atrapalhando a peroxidação

lipídica (NAMIKI, 1990, AGAR et al., 2006). O α-tocoferol é regenerado depois disso

pela oxidação do ascorbato e glutationa (NAMIKI, 1990). A ação neuroprotetora do α-

tocoferol contra o dano excitotóxico já foi descrita in vivo e in vitro. Em conclusão, as

alterações observadas nesta tese podem sugerir que ocorre um acúmulo de H2O2 (pela

redução da atividadade da catalase) após EP induzido pela pilocarpina, e alterações em

outros parâmetros estudados como glutationa reduzida (GSH) e peroxidação lipídica

durante a fase aguda. Isto nos leva a sugerir que as convulsões, EP e morte induzidas

pela pilocarpina têm uma grande participação do estresse oxidativo nas áreas cerebrais

estudadas, que estão intimamente relacionadas com o mecanismo de propagação e/ou

manutenção do foco epiléptico pela pilocarpina.

O removedor de radicais livres, vitamina E, protege culturas de células

hipocampais contra o dano neuronal induzido por radicais livres, sugerindo e

reforçando a hipótese que a perda do número de neurônios pode ser gerada por radicais

livres, e esta perda pode ser previnida pelo uso profilático da vitamina E por epilépticos

(HEINEMANN et al., 2002).

Deste estudo se pode ressaltar a importância da cautela com o manuseio de

drogas que são utilizadas no tratamento de psicopatologias associadas à epilepsia como

fluoxetina, amitriptilina, clorpromazina, lítio, pimozida e morfina e que interferiram

com as convulsões, EP e morte induzida por pilocarpina. Vale salientar que o efeito

maléfico apareceu com as doses mais altas das drogas, ou seja, o efeito foi dose-

relacionado. Embora os resultados sejam provenientes de estudos com ratos adultos em

modelo experimental e as doses não sejam equivalentes às utilizadas por humanos, é de

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suma importância à realização de estudos específicos (pré-clínicos e clínicos) destas

drogas em humanos. Enquanto isso não é feito, muito cuidado deve ser tomado quando

da utilização destes medicamentos por epilépticos portadores de outras doenças

psiquiátricas durante o tratamento, visto que a medicação associada pode agravar o

estado epiléptico e trazer prejuízos ao bem estar e qualidade de vida do paciente que

podem ser fatais.

ESTUDOS NEUROQUÍMICOS

ESTUDOS DA ATIVIDADE ACETILCOLINESTERÁSICA (AChE)

A acetilcolinesterase (AChE) têm uma crucial importância na neurotransmissão

colinérgica, hidrolisando o neurotransmissor acetilcolina pra finalizar os impulsos

nervosos mediados por este sistema cerebral (LOCKRIDGE et al., 2003), e pode

também influenciar na fisiopatologia de doenças neurodegenerativas e do vício

(PSARROPOULOU et al., 1999; MACEDO et al., 2006).

Os resultados do nosso presente estudo mostraram uma diminuição da atividade

acetilcolinesterásica (AChE) no hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos que

apresentaram convulsão e estado epiléptico e que foram sacrificados após 1 h de

observação (FREITAS et al., 2006a). No outro grupo de ratos estudados nas mesmas

condições, mas que foram observados durante 24 h e sacrificados após este período, à

atividade enzimática da AChE praticamente se normalizou. Os efeitos da pilocarpina

em nível enzimático, nos experimentos “in vitro”, revelou que no processo convulsivo

a interferência na atividade da enzima, parece ocorrer de forma aguda e a curto prazo,

uma vez, que foi observado a ausência de mudanças após 24 h da fase aguda em

cérebros de ratos adultos.

É sabido que drogas anticolinesterásicas também podem exercer efeitos

excitatórios similares a agonistas colinérgicos exógenos (pilocarpina, carbacol e

oxetremorina) (PSARROPOULOU et al., 1999). Acredita-se que a diminuição do

metabolismo da acetilcolina pela diminuição ou bloqueio da atividade da

acetilcolinesterase (AChE) pode facilitar a instalação da atividade epiléptica em virtude

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do aumento da concentração da acetilcolina endógena circulante nas sinapses

colinérgicas, e que podem também a aumentar a liberação striatal de GABA, como

possível mecanismo de proteção contra o dano neuronal (LOCKRIDGE et al., 2003

GRASSHOFF et al., 2003), que pode ativar diretamente o sistema colinérgico, e de

forma direta ou indireta pode induzir mudanças neuroquímicas em outros sistemas de

neurotransmissão, a saber: dopaminérgico, serotonérgico, glutamatérgico e

GABAérgico, uma vez que podem estar implicados durante o estabelecimento e

desenvolvimento das convulsões límbicas (IMPERATO et al., 1998). Em camundongos

que apresentavam a ausência da atividade enzimática funcional da AChE, já foi

detectado a presença de tremores e miose, que são sinais indicativos da presença em

excesso da acetilcolina (LOCKRIDGE et al., 2003).

Nossos dados sugerem que a acetilcolina circulante pode estar aumentada nas

diferentes áreas estudadas durante a primeira hora da fase aguda das convulsões,

podendo este efeito ser proporcionado pela menor atividade enzimática da AChE; e

também já foi sugerido pela literatura um aumento na síntese e liberação da acetilcolina

durante as convulsões límbicas (MOOR et al., 1998). Por outro lado, a concentração da

acetilcolina durante o período de 24h da fase aguda pode estar em seu nível normal,

mas a literatura relata que pode ser observado um aumento no conteúdo circulante de

acetilcolina durante este período e que outros fatores podem ser responsáveis por esse

aumento após o estado epiléptico e que precisam ainda, ser melhores esclarecidos

(JOPE et al., 1987). Em nossos estudos não foi vista nenhuma mudança na atividade da

AChE, em nenhuma das áreas estudadas após 24h de observação. Esses resultados

corroboram com outros trabalhos, mostrando a participação do sistema colinérgico na

instalação das convulsões, sendo que uma vez instalado o processo, outros mecanismos

essenciais parecem ser ativados para propagar e manter a atividade epiléptica.

Acredita-se que a estimulação aguda dos receptores colinérgicos pela acetilcolina

em excesso pode ser letal, e em camundongos sem a atividade da AChE funcionalmente

ativa (MILESON et al., 1998), observa-se uma sobrevivência dos animais apenas por 2

anos, quando estes são submetidos a uma dieta líquida adequada e específica

(DUYSEN et al., 2002). A morte nesses animais ocorreria possivelmente devido à

produção de convulsões pelo aumento da concentração da acetilcolina, entretanto, a

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ausência funcional da AChE não interfere no estabelecimento de outras patologias

neurológicas desencadeadas por outros sistemas cerebrais associadas a epilepsia

(MESULAM et al., 2002).

Os efeitos da acetilcolina endógena bem como nos níveis de outras monoaminas

podem ser propensos para induzir convulsões independentes da idade (ratos jovens e

adultos) (FREITAS et al., 2003a), uma vez que diferentes condições podem resultar no

aumento da liberação da acetilcolina e propiciar a instalação de um foco epileptogênico

em diferentes estruturas do cérebro (MOOR et al., 1998). Camundongos insensíveis à

ação de agonistas colinérgicos muscarínicos, como por exemplo: a pilocarpina;

possivelmente não apresentam a atividade da AChE, por outro lado, são supersensíveis

a ação de antagonistas muscarínicos (LOCKRIDGE et al., 2003). Em nossos estudos

pode-se observar uma certa sensibilidade dos animais com relação a atividade da

AChE, uma vez que está foi diminuída nas diferentes áreas estudadas durante a primeira

hora da fase aguda, mas após 24h parece que a atividade pode não sofrer influência da

atividade epiléptica, já que praticamente retornou ao nível normal.

Nossos resultados sugerem, ainda que, a diminuição da atividade da

acetilcolinesterase durante a primeira hora da fase aguda das convulsões induzidas pela

pilocarpina em alta dose nas diferentes regiões cerebrais de ratos adultos pode facilitar a

incidência e a frequência da atividade epiléptica em ratos adultos. Uma vez que, um

aumento na liberação basal e/ou uma redução na metabolização da acetilcolina pode

diminuir o limiar para a instalação das convulsões (MOOR et al., 1998). Condições em

que ocorre o aumento da liberação da acetilcolina tais como, estresse, tratamento

crônico com estradiol e o medo podem aumentar a incidência das convulsões em

humanos devido a um aumento da liberação da acetilcolina (PSARROPOULOU et al.,

1999), mostrando que o aumento da acetilcolina circulante facilita a instalação da

atividade epiléptica pela ativação dos receptores colinérgicos muscarínicos,

principalmente do subtipo M1.

Fisiologicamente em cérebros de ratos, pode ser detectada uma alta concentração

da enzima acetilcolinesterase (AChE), principalmente em neurônios do striatum, do

núcleo lateral do tálamo, do tubérculo olfatório e do núcleo accumbens; em outras

áreas, o conteúdo dessa enzima apresenta-se em menor proporções. Isto pressupõe que,

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o conteúdo da enzima AChE pode variar entre as estruturas cerebrais, conferindo

àquelas que apresentam maiores concentração, possivelmente uma maior metabolização

da acetilcolina, podendo manter o equilíbrio entre os mecanismos excitatórios e

inibitórios do SNC e impedir o desenvolvimento de descargas neuronais anormais que

culminam na hiperexcitação neuronal (PALKOVITS & JACOBOWITZ, 1974). Nossos

dados também estão de acordo com os de Jope e colaboradores (1987) que

demonstraram uma maior atividade da acetilcolinesterase no corpo estriado, tanto de

ratos controle como os que apresentaram estado epiléptico em relação às demais áreas

estudadas córtex e hipocampo, embora, os seus resultados corresponda à 2h após a

indução do estado epiléptico.

Em nossos estudos não foi determinado o conteúdo da AChE; verificou-se a sua

atividade em função dos períodos da fase aguda (1 e 24h) e em diferentes regiões

cerebrais. A partir destes dados percebeu-se uma menor atividade da enzima em estudo

nas três áreas estudadas, que pode ser explicado por uma modulação negativa na sua

função e não pela sua inativação, já que após 24h da fase aguda a atividade retorna ao

nível normal. Portanto, pode-se também sugerir que drogas agonistas colinérgicas

podem alterar a atividade enzimática da AChE no hipocampo, córtex frontal e estriado

de ratos adultos convulsivos apenas na primeira hora da fase aguda, sendo

possivelmente alterada ao longo do tempo de forma variada.

Além da atividade da AChE outros estudos utilizando o modelo de convulsão

induzido por lítio-pilocarpina (125mg/kg-30mg/kg; i.p) e o induzido por pilocarpina em

alta dose (400mg/kg; s.c.) se propuseram a mostrar as alterações na atividade de outras

enzimas, a saber: superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase

(GPx), glutamato desidrogenase (GLDH), aspartato-aminotransferase (AST), alanina-

aminotransferase (ALT) e creatina quinase (CK), que podem estar envolvidas no

processo das convulsões e durante o estabelecimento do estado epiléptico induzidos

através dos modelos colinérgicos de convulsão, possivelmente também alterando

sistemas enzimáticos, além do colinérgico, e que estariam relacionados diretamente ou

indiretamente com a ativação da atividade epiléptica. Estas ações poderiam

possivelmente interagir com outros sistemas de neurotransmissão responsáveis pelas

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etapas de propagação e manutenção das convulsões límbicas (SIMONIC et al., 2000;

FREITAS et al., 2004b).

Novos estudos envolvendo outras técnicas e drogas agonistas e antagonistas

colinérgicas são necessários para se avaliar detalhadamente as alterações na atividade

enzimática de diferentes sistemas (colinérgico, noradrenérgico, dopaminérgico,

serotonérgico, glutamatérgico e GABAérgico), a fim de contribuir para o

esclarecimento da fisiopatologia das convulsões límbicas.

DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE LIPÍDIO PEROXIDAÇÃO

A lipídio peroxidação produzida em muitas condições, tais como convulsão e/ou

no modelo de isquemia cerebral de reperfusão, tem sido avaliado e pode ser verificada

indiretamente através de homogenato cerebral e de diferentes tecidos (BRUCE &

BAUDRY, 1995; FREITAS et al., 2004a). A peroxidação lipídica é um processo que

envolve a oxidação de ácidos gordurosos poliinsaturados, os quais são componentes

básicos de membranas biológicas. Compostos reativos eletrofílicos são formados

durante este processo, principalmente os do tipo aldeídos α e β-não-saturados. Estes

compostos produzem ligações diretamente com a molécula do DNA. Entre elas, o

propeno e propano substituídos e deoxiguanosina com malondialdeído (MDA),

acroleína, crotonaldeído e eteno, resultantes de reações de bases de DNA com epóxi

aldeídos, constituem um importante grupo de complexos. Os epóxi-aldeídos são mais

reativos para o DNA do que aldeídos saturados. Os compostos resultantes da

peroxidação lipídica reagem principalmente com o DNA mostrando ação genotóxica e

mutagênica (LUCZAJ & SKRZYDLEWSKA, 2003).

A produção de radicais lipídicos é uma reação tóxica que pode ser iniciada pela

formação de lipídios peróxidos que culminam na destruição parcial ou completa da

membrana celular pela lipidioperoxidação em diferentes tecidos (UEDA et al., 1997).

O nível de lipídio peroxidação no hipocampo, córtex frontal e corpo estriado de

ratos que apresentaram convulsão, estado epiléptico e que foram sacrificados após a

primeira hora da fase aguda foi determinado no presente estudo. No grupo observado

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durante 24 h também foram investigadas as possíveis mudanças no índice de lipídio

peroxidação nos animais que desenvolveram convulsão e estado epiléptico.

Nossos resultados demonstraram que durante a fase aguda (1 e 24h) da

convulsão ocorre um aumento significativo na produção de lipídios peróxidos em

diferentes áreas, a saber: corpo estriado, córtex frontal e hipocampo (FREITAS et al.,

2004a).

A lipídio peroxidação pode ser produzida por danos na membrana celular e

mitocondrial de diferentes células, inclusive neuronais (SIESJO & WIELOCH, 1986;

PATEL & LIANG; 2004) e ainda, pode ser capaz de produzir outras alterações

moleculares através da inibição da enzima ATPase que está implicada no mecanismo

dos receptores GABAérgicos e que pode ser importante no processo convulsivo (LEES,

1991). Entretanto, as bases neuroquímicas das convulsões com relação à produção de

lipídio peroxidação e outros aspectos relacionados, ainda permanecem pouco

esclarecidos (PATEL & LIANG; 2004; SQUADRITO et al., 2004).

No modelo de epilepsia com pilocarpina em alta dose, uma variedade de

processos bioquímicos incluindo a ativação de fosfolipases de membrana, proteases e

nucleases podem ocorrer; contudo, como e quando estes processos se iniciam e são

propagados ainda precisam ser esclarecidos. Os fosfoinositídios de membrana

participam na transdução do sinal celular e iniciam uma cascata de eventos que

culminam na formação de segundos mensageiros que podem estar envolvidos na

atividade epiléptica durante a propagação dos efeitos convulsivantes para as demais

áreas envolvidas no processo (BRUCE & BAUDRY, 1995).

As alterações no metabolismo dos fosfolipídios de membrana podem resultar

também na liberação de diacilglicerol (DAG), eicosanóides, lipídios peróxidos e

radicais livres. Os radicais livres estão envolvidos em inúmeras condições patológicas,

indiretamente, parecem refletir nos mecanismos do estresse oxidativo, tais como:

aumento da atividade das enzimas removedoras dos radicais livres (superóxido

dismutase, catalase e glutationa peroxidase), oxidação de lipídios e proteínas estruturais

e alterações no nível de glutationa reduzida (GSH) e oxidada (GSSG) (AHLEMEYER

& KRIEGLSTHEIN, 2000). O estresse oxidativo pode participar dos mecanismos de

inúmeras desordens neurológicas agudas e crônicas, inclusive da atividade epiléptica.

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Entretanto, como este processo estaria envolvido na epilepsia permanece não foi ainda

esclarecido.

Nossos estudos determinaram que em cérebros de ratos após convulsão e estado

epiléptico induzido por pilocarpina, pode-se observar um aumento da concentração de

lipídio peróxidos, nas áreas estudadas hipocampo, corpo estriado e córtex frontal

(FREITAS et al., 2004a).

A lipidioperoxidação de tecidos pode ser utilizada como um índice indicador de

dano biológico irreversível dos fosfolipídios de membrana celular em inúmeras

condições patológicas, produzidos através da inibição da atividade de enzimas contendo

radicais sulfidrilícos e não sulfidrilícos (GILBERT & SAWAS, 1983). A produção de

lipídios peróxidos pode ser induzida por muitos compostos químicos indutores de

convulsão, a saber: ácido caínico (UEDA et al., 1997), pilocarpina (FREITAS et al.,

2004a) e pentilenotetrazol (Borowicz et al., 2004), entre outros, e em diferentes tipos de

danos teciduais (KAMADA et al., 1997). Pode ser sugerido que a produção dos

mesmos seja um dos efeitos neurotóxicos ocasionados pelo processo convulsivo no

cérebro dos ratos adultos (SAWAS & GILBERT, 1985; WALZ et al., 2000).

Outro estudo mostrou um aumento da produção de lipídio peróxido,

indiretamente através do dano neuronal observado no hipocampo e córtex piriforme de

ratos jovens e adultos após convulsão e estado epiléptico induzido pelo ácido caínico

(LI & PATEL; 2003), sugerindo, assim, que o sistema glutamatérgico através da

ativação dos receptores NMDA pode estar envolvido de forma direta ou indireta no

modelo de epilepsia induzido por ácido caínico e pela pilocarpina, já que nas áreas

estudadas em que se verificou o aumento na produção de lipídios peróxidos, em nossos

experimentos também foi visto um aumento na densidade máxima dos receptores

glutamatérgicos, após o estado epiléptico induzido por pilocarpina em alta dose, sendo

que a relação entre o sistema colinérgico e glutamatérgico pode ser responsável

indiretamente pela produção aumentada de lipídios peróxidos no hipocampo, corpo

estriado e córtex frontal de ratos adultos (FREITAS et al., 2004a).

Nossos estudos concordam em parte com os de Ueda e colaboradores (1997) que

demonstraram um aumento na produção de radicais livres, ácidos graxos

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poliinsaturados e lipídio peróxidos da membrana neuronal após convulsão e estado

epiléptico.

Acredita-se que a lipoperoxidação aumentada pode ser casualmente relacionada

com a presença de anormalidades estruturais no cérebro de pacientes epilépticos e de

ratos adultos (KARAKOC et al., 2002; FREITAS et al., 2004a; VANIN et al., 2003) e

para se avaliar de forma mais detalhada as alterações em outras estruturas cerebrais em

função da produção de lipídio peróxidos, novos estudos são necessários a fim de

contribuir para o esclarecimento da fisiopatologia das convulsões límbicas.

Nossos dados ‘in vivo’ podem confirmar a hipótese de que a lipídio peroxidação

da membrana neuronal produzida pelo ataque de radicais livres pode causar dano

neuronal induzido pela pilocarpina e participa do estabelecimento da atividade

epiléptica em ratos (FREITAS et al., 2004a), além disso, pode-se sugerir que

provavelmente não exista uma área cerebral mais vulnerável a lipidioperoxidação, uma

vez que, em todas as áreas estudadas no modelo de epilepsia induzido por pilocarpina

em alta dose (FREITAS et al., 2004a) ou pelo ácido caínico (HAROUTUNIAN et al.,

2000), observou-se um aumento neste parâmetro.

VERIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DE NITRITO E NITRATO

O nitrito e nitrato e o nitrato podem ser associados com a fisiopatologia de

inúmeras doenças (Riikonen & Vanhatalo, 2001). A epilepsia do lobo temporal é uma

desordem neurológica crônica freqüentemente associada a um estímulo precipitante

inicial (estado epiléptico, trauma, estresse oxidativo e convulsões febris prologandas)

(ENGEL & PEDLEY, 1997; WATANABE et al., 2004), com o subseqüente

aparecimento de convulsões recorrentes após o período silencioso. Esse período

silencioso que pode ser longo (5-10 anos) (ENGEL et al., 1983; ENGEL & PEDLEY,

1997).

O modelo de epilepsia induzido por pilocarpina pode ser útil para investigar o

desenvolvimento e a neuropatologia da epilepsia do lobo temporal. O modelo é

caracterizado por um estímulo inicial precipitante, como o estado epiléptico prolongado

(12-18h) que induz perda neuronal no hipocampo e ainda pode resultar no

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desenvolvimento de convulsões recorrentes espontâneas (BONAN et al., 2000;

CAVALHEIRO et al., 1991; MELLO et al., 1993; WALZ et al., 1999). No modelo de

pilocarpina em alta dose, pode ocorrer uma grande participação de dano neuronal

excitotóxico em diferentes estruturas cerebrais (BONAN et al., 2000; CAVALHEIRO

et al., 1991; MELLO et al., 1993; LEES et al., 1997; Mccarron et al., 2003;

JOVANOVIC et al., 2003).

O estresse oxidativo pode ser um dos indutores desse dano neuronal e tem sido

implicado em uma variedade de condições neurológicas agudas e crônicas, incluindo a

epilepsia (BONFOCO et al., 1995; BRUCE & BAUDRY, 1995; UEDA et al., 1997;

HAMED et al., 2004). As espécies reativas derivadas do oxigênio (EROs) são uma

parte normal do metabolismo humano. Quando as EROs são produzidas em excesso,

podem causar dano tecidual, incluindo lipídio peroxidação, dano ao DNA, inativação de

enzimas e morte neuronal por necrose ou apoptose (HALLIWELL & GUTTERIDGE,

1999; VANHATALO & RIIKONEN; 2001). As EROs produzidas durante as

convulsões e estado epiléptico podem ser consideradas com uma parte dos mecanismos

envolvidos na excitotoxicidade glutamatérgica in vitro (BONFOCO et al., 1995) e in

vivo (BONDY & LEE, 1993; BRUCE & BAUDRY, 1995; SHULZ et al., 1995; UEDA

et al., 1997; TAKIGAWA et al., 1999 e 2000; YOSHIDA & TARDINI, 2003).

Acredita-se que o aumento no influxo intracelular de cálcio induzido pelos receptores

glutamatérgicos pode estimular a formação de radicais livres através de vários

mecanismos, incluindo a disfunção mitocondrial e ativação da enzima óxido nítrico

sintase, o que aumenta a produção do óxido nítrico e de seus metabólitos nitratos (NO3-)

e nitrito e nitratos (NO2-) (YOSHIDA & TARDINI, 2003). Por sua vez, o envolvimento

das EROs durante o período agudo das convulsões induzidas por pilocarpina precisam

ainda ser melhor esclarecido e compreendido.

Todos os organismos humanos podem sofrer dano oxidativo, e o cérebro é o

órgão mais sensível do organismo (HALLIWELL & GUTTERIDGE, 1999). Uma

possível razão desta alta sensibilidade dessa área em humanos pode ser o alto consumo

de oxigênio, uma vez que cerca de 20% do oxigênio transportado é consumido pelo

cérebro. Outro fator importante é a grande quantidade de lipídios e metais oxidáveis,

além do baixo conteúdo de mecanismos antioxidantes cerebrais existentes. Muitos

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estudos sugerem que o dano neuronal pode ser induzido pela estimulação de receptores

excitotóxicos que induzem a produção de radicais livres, entre eles, nitrito e nitrato

(BONDY & LEE, 1995; BONFOCO et al., 1995; BRUCE & BAUDRY, 1995; SHULZ

et al., 1995; UEDA et al., 1997; VANHATALO & RIIKONEN; 2001). O estresse

oxidativo cerebral induzido pelas convulsões pode ser bloqueado ou pelos menos

reduzido de forma significativa através do bloqueio da inibição da enzima o óxido

nítrico sintetase (NOs), portanto uma possibilidade para o tratamento dos efeitos do

extresse oxidativo em pacientes epilépticos, poderá ser feito através do uso de

medicamentos capazes de modularem a atividade enzimática da NOs

(RAJASEKARAN, 2004).

Os resultados do presente estudo mostraram um aumento na produção de nitrito

e nitrato no hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos que apresentaram

convulsão, estado epiléptico e que foram sacrificados após 1 h (FREITAS et al., 2004a)

e 24h de observação. No entanto, é importante salientar que das estruturas estudadas, o

córtex frontal, entre as regiões cerebrais estudadas apresentou um maior conteúdo de

nitrito e nitrato durante os dois períodos da fase aguda do processo convulsivo

estudado, e a área que mostrou uma menor produção destes foi o corpo estriado. Da

mesma forma, já foi observado um aumento na produção de nitrito e nitrato no fluido

cérebro espinhal de crianças com a Síndrome de West (VANHATALO & RIIKONEN;

2001). Por outro lado um menor conteúdo de nitrito e nitrato observado no estriado

poderia ser justificado por mecanismos compensatórios próprios da estrutura cerebral

em questão, incluindo uma possível modulação na síntese e/ou atividade das enzimas

responsáveis pelo metabolismo do nitrito e nitrato, e de outras Eros durante o fenômeno

epiléptico. Nossos dados também corroboram com de Heinemann e colaboradores

(2002), que demonstraram aumento nos conteúdos dos radicais livres, inclusive nitrito e

nitrato no hipocampo após dano cerebral e estado epiléptico em ratos.

Durante as convulsões o nitrito e nitrato têm sido implicados em muitos dos

mecanismos moleculares do processo, podendo modular uma cascata de efeitos

excitotóxico no SNC, e finalmente participar do subseqüente dano neuronal em todo o

cérebro e ativar outros mecanismos que potencializem os danos e a propagação do foco

epiléptico (DALKARA et al., 1994, SOSUNOV et al., 2005).

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A possível relação de causa entre a produção de EROs e a atividade epiléptica

tem sido muito mais proposta do que demonstrada, e ainda existem certas dificuldades

em esclarecê-la. A maior dificuldade está no problema em demonstrar se a produção de

EROs é a causa ou conseqüência da epilepsia. Nossos resultados mostram que em

diferentes regiões cerebrais do Sistema Nervoso Central ocorre um aumento no nível de

nitrito e nitrato durante a primeira hora da fase aguda (FREITAS et al., 2004a). Da

mesma forma, esse aumento foi evidenciado após 24h da fase aguda, sugerindo, assim,

que o dano neuronal observado nas estruturas cerebrais estudadas após 24h da fase

aguda (MARINHO et al., 1997). O fato é que usando drogas antioxidantes durante o

estado epiléptico devem ser realizados para melhor esclarecer o envolvimento das

EROs na patogênese da epilepsia do lobo temporal induzida por pilocarpina. Costello e

colaboradores (2004) verificaram que o uso clínico de terapias antioxidantes melhora o

quadro clínico de ratos, comprovando a eficácia dessas drogas, que está implicada em

humanos epilépticos.

A produção de nitrito e nitrato durante as convulsões nos modelos de epilepsia

supracitado, pode ser encontrada também em outros modelos de convulsão. Watanabe e

colaboradores (2004) demonstraram que ocorre um aumento no conteúdo dos níveis de

nitrito e nitrato no liquido cefalorraquidiano e no plasma de pacientes com convulsões

induzidas por gastrenterites provocadas pelo rota vírus. As interleucinas, principalmente

a IL-6, parecem ter um importante papel também no processo convulsivo, mas essa

hipótese, ainda, não foi completamente esclarecida, e que pode servir de base para

novos trabalhos no modelo de epilepsia induzido por pilocarpina em alta dose (P400).

ESTUDOS DA ATIVIDADE DA SUPERÓXIDO DISMUTASE (SOD)

O cérebro é mais vulnerável ao estresse oxidativo que outros tecidos, por que

contém uma grande quantidade de lipídios e metais oxidáveis, e tem comparado a

outros tecidos, menos mecanismos antioxidantes (MCCORD., 1989; POPOVA, 2005).

Durante o estresse oxidativo são produzidos radicais livres (RL) tais como

superóxido (O2-) e radical hidroxila (OH.). Estes radicais têm tem sido implicados em

uma variedade de processos degenerativos, doenças e síndromes. Algumas destas

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doenças incluem aterosclerose, infarto do miocárdio, câncer, isquemia cerebral global e

focal, condições inflamatórias agudas e crônicas e desordens do SNC como esclerose,

doença de Parkinson, epilepsia e demência (Alzheimer’s) e também em uma variedade

de outras patologias relacionadas com a idade. Em todos esses eventos patológicos

ocorrem inúmeras alterações bioquímicas como, por exemplo, o da produção do íon

superóxido e da expressão das isoformas e da atividade da SOD (WERRINGLOER et

al., 1986; TANIGUCHI, 1990; SUZUKI et al., 1998; CHAN & MAIER, 2002; PATEL

& LIANG, 2004, UEDA et al., 2005; HYND, 2004).

Os RL são compostos químicos caracterizados por um orbital contendo elétrons

não pareados. Estes conferem aos RL uma capacidade peculiar de interagir com um

elétron de outras moléculas com um orbital completo, produzindo dano à estrutura que

o RL se ligou (CASTAGNE et al. 1999).

O O2- é um radical que pode ser gerado no cérebro por vários mecanismos, a

saber: ineficiência do transporte de elétrons durante o ciclo de Krebs nas mitocôndrias,

metabolização de monoaminas e aminoácidos, reação da xantina oxidase, pelo

metabolismo do ácido araquidônico e durante o desenvolvimento do processo

convulsivo (KIM et al., 2000; NAFFAH-MAZZACORATTI et al., 2001). O radical O2-

produzido pode ser metabolizado pelas enzimas superóxidos dismutases (SODs) que

estão presentes no citoplasma (zinco-isoforma) e na mitocôndria (magnésio-isoforma)

(NAFFAH-MAZZACORATTI et al., 2001).

Investigamos a atividade da superóxido dismutase (SOD) nas diferentes áreas

cerebrais (córtex frontal, corpo estriado e hipocampo) durante 1 e 24 h da fase aguda da

convulsão induzida por pilocarpina em alta dose. Verificou-se, assim, um aumento da

atividade da SOD em todas as áreas cerebrais durante a primeira hora da convulsão.

Enquanto que, no grupo observado por 24 h a atividade enzimática aumentou apenas no

córtex frontal em relação as demais áreas. As mudanças na atividade enzimática, nos

experimentos “in vitro”, revelaram que, no processo convulsivo, pode haver a

interferência na atividade da enzima, apenas de forma aguda e a curto prazo em todo o

cérebro, uma vez que, foi observado a ausência de mudanças após 24 h da

administração do estímulo convulsivo em apenas duas das três áreas investigadas.

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Alguns estudos sugerem que o estresse oxidativo pode ter uma importante

participação na etiologia da convulsão, induzindo morte neuronal nos animais adultos

(NAFFAH-MAZZACORATTI et al., 2001; FREITAS et al., 2004b; KARAKOC et al.,

2002; CHAN & MAIER, 2002) e que facilita a progressão do quadro convulsivo, além

de permitir o aparecimento de crises convulsivas recorrentes.

O estresse oxidativo pode ser produzido através da quebra do balanço entre a

formação de espécies reativas derivadas do oxigênio (EROs) e da atividade das enzimas

antioxidantes (SOD, catalase e glutationa peroxidase (GPx). O mediador central do

estresse oxidativo pode ser o radical superóxido, que influencia ambos os processos

fisiológicos e patológicos no cérebro de humanos e ratos (CHAN & MAIER, 2002;

NAFFAH-MAZZACORATTI et al., 2001; HONG et al., 2000). O O2- danifica

diretamente apenas uma minoria de componentes celulares, como exemplo proteínas

Fe-S, mas é um importante precursor de compostos oxidantes, tais como: radicais

hidroxilas (OH.) e peroxinitrito (ONOO-). A SOD catalisa a conversão de O2- em H2O2

e O2, mantendo, assim, baixos, os níveis de O2- que não induzem o aparecimento de

patologias em humanos (CHAN & MAIER, 2002; LIU et al., 2002).

Da mesma forma em que não foi observada alteração na atividade da SOD na

maioria das áreas cerebrais em nosso estudo, após 24 h da fase aguda, Karakoc e

colaboradores (2002) também não evidenciaram mudanças na atividade desta enzima

em pacientes epilépticos jovens. Estes pesquisadores também não observaram qualquer

alteração na atividade da GPx. Por outro lado, foi visto um aumento nos níveis de

lipídios peróxidos nesses pacientes de forma semelhante ao aumento observado nas três

regiões, e durante as duas horas investigadas da fase aguda das convulsões límbicas.

Assim, os sistemas antioxidantes e os níveis de lipoperoxidação podem não estar

correlacionados com a atividade epiléptica pelo menos durante 24h da fase aguda.

Embora, tenha sido verificado um aumento na atividade da SOD durante a primeira

hora da convulsão foi verificado também um aumento no conteúdo de lipídio peróxidos,

sugerindo que ativação desta enzima pode não ter sido suficiente para exercer um papel

fundamental de proteção contra danos na membrana neuronal nas áreas analisadas.

Outros mecanismos antioxidantes, tais como: catalase e GPx, podem ser necessários

para realizar um papel neuroprotetor auxiliando a remoção de RL durante o

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estabelecimento e propagação das convulsões. A atividade da SOD encontra-se normal

em eventos fisiológicos e parece participar dos mecanismos celulares e moleculares do

dano cerebral e de outras anormalidades neurológicas, inclusive da epilepsia (LIU et al.,

2002; YAMAMOTO & MOHANAN, 2002; YAMAMOTO & MOHANAN, 2003).

As enzimas superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPx) são as

mais importantes defesas antioxidantes nas diferentes estruturas cerebrais e em outros

tecidos, realizando uma desintoxicação e protegendo a membrana contra eventuais

danos em diferentes modelos de convulsão (SIMONIE et al., 2002 e 2003). Por sua vez,

entre as enzimas antioxidantes acredita-se que no hipocampo a principal delas pode ser

a SOD, já que esta área cerebral contém uma grande quantidade de zinco e cobre

(Danscher et al., 1976) e que superexpressão da CuZn superóxido dismutase em

camundongos transgênicos pode atenuar o dano oxidativo e a neurotoxicidade

hipocampal (MURAKAMI et al., 1997) reduzindo os malefícios da atividade epiléptica.

Novos estudos serão realizados para se avaliar de forma mais detalhada a

atividade enzimática da SOD em outras áreas cerebrais em novos períodos de

observação (fase silenciosa e crônica), além da aguda, já estudada no presente trabalho,

com o propósito de contribuir para o esclarecimento da fisiopatologia das convulsões

límbicas induzidas pela pilocarpina que são semelhantes à epilepsia do lobo temporal

de humanos.

ESTUDOS DA ATIVIDADE DA CATALASE (CAT)

A catalase é uma hemeproteína citoplasmática que catalisa a redução do

peróxido de hidrogênio (H2O2), juntamente com a glutationa peroxidase (que utiliza a

GSH como co-fator) em água e oxigênio (MICHIELS et al., 1994; MEISTER, 1995;

SIMONIE et al., 2000). É importante na manutenção do metabolismo normal das

EROs, sendo seu papel bastante relevante para o funcionamento celular em diferentes

partes do organismo (PONG et al., 2002; NAFFAH-MAZZACORATTI et al., 2001).

Inúmeras EROs são normalmente produzidas em diferentes áreas do cérebro, tais

como superóxido e radical hidroxila, e além disso, ocorre a produção de peróxido de

hidrogênio (H2O2) durante o catabolismo das mesmas. O H2O2 por si só não é um RL,

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mas em alta concentração pode reagir com o íon superóxido (Reação de Haber-Weiss)

ou com o ferro (Reação de Fenton) produzindo um novo radical livre, o radical

hidroxila (OH.) que é altamente reativo e pode induzir diferentes danos teciduais ao

reagir com macromoléculas proteícas.

Os resultados do presente estudo mostraram um aumento da atividade da catalase

no hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos que apresentaram convulsão,

estado epiléptico e que foram sacrificados após a primeira hora de observação

(FREITAS et al., 2004a). No grupo sacrificado, após 24 h da fase aguda, a atividade

desta enzima também estava aumentada nas áreas investigadas, sugerindo, uma maior

participação desta em relação à outra enzima investigada (SOD) durante a atividade

epiléptica em função do período da fase aguda das convulsões límbicas induzidas por

pilocarpina em alta dose.

As convulsões induzidas por pilocarpina produzem uma série de mudanças em

parâmetros relacionados com a produção e eliminação de EROs (SIMONIE et al.,

2000). Um aumento na formação dos RL pode ser acompanhado por um mecanismo

compensatório de aumento na atividade das enzimas removedoras de radicais livres e

esta ação foi observada após convulsão e estado epiléptico no hipocampo, córtex frontal

e corpo estriado de ratos adultos, e este aumento pode estar relacionado como um

mecanismo compensatório em função do tempo, através da modulação da atividade das

enzimas envolvidas no metabolismo dos radicais livres (FREITAS et al., 2004b). Em

adição, verificam-se durante o funcionamento fisiológico cerebral mudanças na

atividade neuronal que são acompanhadas por alterações no metabolismo cerebral

(metabolismo energético e do próprio oxigênio) induzindo modificações no fluxo

sanguíneo cerebral (DYMOND et al., 1976; WALZ et al., 2000) prejudicando o seu

funcionamento fisiológico cerebral.

Em contraste, durante distúrbios patológicos, o fluxo sanguíneo pode não ocorrer

desta maneira. Evidências clínicas e experimentais demonstraram possíveis alterações

no nível basal do oxigênio durante e após as convulsões, verificadas pela redução da

concentração do oxigênio (aumento da demanda metabólica durante a atividade

epilética); simultaneamente, um elevado fluxo sanguíneo foi observado, provavelmente

devido a uma vasodilatação secundária (DYMOND et al., 1976).

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Considerando que um aumento da demanda metabólica pode ser observado

durante as convulsões límbicas, pode-se sugerir que atividade da catalase poderia ser

uma das enzimas que teria sua atividade inalterada, aumenta ou diminuída durante a

atividade epiléptica. Em nossos ensaios bioquímicos foi verificado um aumento em

todas as áreas analisadas na atividade da catalase, porém, em uma outra área estudada, o

cerebelo, não foi verificada nenhuma mudança significativa (dados não mostrados),

sugerindo, ainda, que nas outras áreas que não foram estudadas nas mesmas condições,

o metabolismo das EROs pode permanecer pelo menos em parte inalterado após a

convulsões e estado epiléptico induzido por pilocarpina (FREITAS et al., 2004b). A

evidência da participação da EROs durante as convulsões tem sido sugerida através da

administração exógena de antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos para possível

proteção contra o dano neuronal induzido pelas convulsões e estado epiléptico (LAPIN

et al., 1998).

O fato de que a atividade da catalase está aumentada pode não resultar em efeitos

neurotóxicos durante o estado epiléptico induzido pela pilocarpina, indicando que a

produção basal de espécies reativas do oxigênio (EROs) pode danificar células

neuronais normais e precisa ser controlada (MICHIELS et la., 1994; NAFFAH-

MAZZACORATTI et al., 2001) é de suma importância e precisa ser esclarecido o seu

envolvimento em fenômenos patológicos neurodegenerativos, inclusive na convulsão.

A relação entre a atividade da catalase e a primeira fase das convulsões tem sido mais

proposta do que demonstrada, por que existem certas dificuldades em estabelecê-la

(NAFFAH-MAZZACORATTI et al., 2001). A maior dificuldade está em demonstrar se

o aumento funcional na modulação da atividade desta enzima é a causa ou

conseqüência das convulsões.

Nossos resultados indicam que as convulsões induzidas por pilocarpina podem

alterar as defesas antioxidantes, entre elas SOD, pelo menos na primeira hora da fase

aguda, catalase e GSH nos dois períodos estudados da fase aguda no cérebro de ratos

adultos. A anatômica distribuição das alterações nas atividades da catalase observada

sugere uma extensa participação do hipocampo, do corpo estriado e do córtex frontal de

ratos adultos no processo convulsivo induzido por pilocarpina e em outras desordens

neurológicas.

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Correa e colaboradores (2001) determinaram um aumento na atividade da

catalase cerebral nos camundongos que apresentaram atividade locomotora

incrementada induzida pelo álcool. Em nossos estudos comportamentais foi possível

verificar em testes de atividade locomotora (dados não mostrados) que durante a

primeira hora da convulsão a atividade da catalase diminui da mesma forma que a

atividade locomotora, sugerindo uma possível interação entre a estimulação motora e

atividade enzimática da catalase, mas que precisa ser melhor esclarecida.

DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DA

GLUTATIONA REDUZIDA (GSH)

A glutationa reduzida (GSH, L-γ-glutamil-L-cisteinil-glicina) está presente na

maioria das células, sendo o grupamento tiol (-SH) mais abundante no meio intracelular

e a mais importante defesa antioxidante endógena (MEISTER & ANDERSON, 1983).

A sua capacidade redutora pode ser determinada pela presença do grupamento –

SH, presente na molécula da cisteína. A GSH pode ser considerada um dos agentes

mais importantes do sistema de defesa antioxidante da célula independente do tecido

encontrada nas mesmas concentrações em diferentes áreas cerebrais e demais órgãos,

protegendo-a contra a lesão resultante da exposição a agentes, como os íons ferro

(GALLEANO & PUNTARULO, 1995), ao oxigênio, as radiações ionizantes e a da luz

ultravioleta (DENEKE & FANBURG, 1989) e de compostos químicos (por exemplo:

pilocarpina e ácido caínico) (FREITAS et al., 2005a; KIM et al., 2004). Além disto,

diminui a susceptibilidade às lesões, atuando como transportadora e reservatório da

cisteína e ainda, participa da desintoxicação de diversos agentes químicos e da

eliminação de produtos de lipoperoxidação. Pode ainda, ser requerida para a síntese de

DNA, de proteínas e de algumas prostaglandinas fisiologicamente (DENEKE &

FANBURG, 1989).

O poder antioxidante da GSH foi demonstrado pelo aumento da sobrevida de

90% de ratos submetidos à hiperoxia. Pode também ser benéfica na proteção contra o

estresse oxidativo (DENEKE & FANBURG, 1989; CHAN & MAIER, 2002).

Nossos resultados mostraram uma diminuição no conteúdo da glutationa

reduzida (GSH) no hipocampo, corpo estriado e córtex frontal de ratos sacrificados

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após 1 e 24h de observação, mas que apresentaram convulsão e estado epiléptico e não

morreram durante os períodos de observação. Os efeitos da pilocarpina em nível de

sistema de defesa antioxidante mediado pela GSH, nos experimentos “in vitro”,

revelaram que no processo convulsivo, a interferência no conteúdo de GSH ocorre de

forma aguda, e que podem apresentar uma longa duração como visto pela redução no

seu conteúdo após 24 h da administração da pilocarpina, a fim de proteger contra danos

cerebrais extensos e reduzir a taxa de morte dos animais.

Nossos dados confirmam a hipótese de que a inativação de agentes oxidantes

durante a atividade epiléptica pode ocorrer pela produção de GSSG e depleção de GSH

(FERREIRA & MATSUBARA, 1997), como detectada pela redução do conteúdo de

GSH em nossos experimentos nas diferentes regiões cerebrais investigadas durante a

fase aguda das convulsões. Em nossos achados foi vista uma maior diminuição no

conteúdo de GSH após 24h no hipocampo e corpo estriado, por outro a redução na

concentração da glutationa reduzida foi semelhante nos dois períodos estudados da fase

aguda no córtex frontal de ratos adultos, embora a maior diminuição na concentração de

GSH foi verificada no córtex frontal de ratos convulsivos em comparação as demais

áreas investigadas. Entretanto, sob certas condições de excesso de agentes oxidantes

e/ou pela deficiência dos sistemas neuroprotetores, poderá haver o desequilíbrio ente o

consumo de GSH e a produção de GSSG, o que caracteriza o estresse oxidativo capaz

de induzir um dano neuronal (GILBERT & LEAN, 1990), como observado na atividade

epiléptica.

Os resultados concordam também com os dados obtidos por Kim e

colaboradores (2004), com relação à presença de lipoperoxidação e a redução no

conteúdo de GSH. Estes autores, verificaram um aumento no índice de lipídio

peroxidação e uma diminuição na concentração da glutationa reduzida (GSH) e da

atividade da glutationa peroxidase (GPx) no cérebro de camundongos que apresentaram

atividade epiléptica e morte (50%) após a administração de ácido caínico.

Com relação aos efeitos antioxidantes protetor mediado pelo GSH, é possível sua

generalização quanto ao padrão de agressão e defesa celular antioxidante para grande

parte dos tecidos do organismo humano, além do tecido cerebral investigado, sendo de

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fundamental importância para a defesa cerebral, que é um dos tecidos mais vulneráveis

ao estresse oxidativo por agentes exógenos ou endógenos (KIM et al., 2004).

Haroutunian e colaboradores (2000), investigaram também os níveis de GSH e

ainda do GSSG em diferentes áreas do cérebro de ratos adultos utilizando modelo

induzido por ácido caínico e determinaram que o sistema antioxidante GSH/GSSG pode

não ser o mais utilizado como sistema removedor de radicais livres, e que outras

enzimas responsáveis por essa ação podem ser necessárias para a neuroproteção durante

a convulsão, tais como: superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase. Nossos

resultados concordam com estes, já que além do consumo do conteúdo de GSH cerebral

durante a fase aguda da convulsão outros sistemas removedores de radicais livres

estudados (SOD e CAT) foram ativados em diferentes maneiras nas três estruturas

cerebrais analisadas.

Novos estudos são necessários para se avaliar de forma mais detalhada as

alterações no conteúdo do GSH e GSSG na atividade epiléptica após a ativação do

sistema colinérgico e suas interações com outros sistemas de neurotransmissão, a saber:

dopaminérgico, serotonérgico, glutamatérgico e GABAérgico, a fim de contribuir para

o envolvimento das respostas antioxidantes na fisiopatologia das convulsões límbicas.

Sendo este modelo de epilepsia particularmente útil, uma vez que permite o

estudo de diferentes drogas antioxidantes exógenas e endógenas com o intuito de

estabelecer uma melhor terapêutica para a epilepsia do lobo temporal de humanos.

ESTUDOS DA DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE MÁXIMA (Bmax) E DA

CONSTANTE DE DISSOCIAÇÃO (Kd) DOS RECEPTORES

MUSCARÍNICOS (M1 e M2)

Acredita-se que na ausência da atividade da AChE no cérebro de camundongos

pode-se induzir uma menor incidência no número de convulsões devido à um

mecanismo compensatório de downregulation dos receptores muscarínicos. Mas, outros

mecanismos de adaptação podem ser responsáveis pela atividade epiléptica e precisam

ser melhores estudados e compreendidos. Por exemplo, os receptores nicotínicos podem

também sofrer downregulation e ainda, podem ocorrer mudanças na síntese e liberação

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da acetilcolina durante o estabelecimento do quadro epiléptico (LOCKRIDGE et al.,

2003; Macedo et al., 2006).

Sendo, assim, os efeitos da pilocarpina em alta dose, sozinha, sobre a densidade

máxima (Bmax) e sobre a constante de dissociação (Kd) dos receptores colinérgicos

muscarínicos (RM1-símile e RM2-símile), foram estudados em hipocampo, córtex

frontal e corpo estriado de ratos com 2 meses de idade que apresentaram convulsão e

estado epiléptico, a fim de contribuir para o pronto esclarecimento da fisiopatologia das

convulsões límbicas.

Os pacientes com epilepsia do lobo temporal apresentam o foco epileptogênico

no hipocampo. Neurônios piramidais, no hipocampo, estão envolvidos com o início da

atividade convulsiva epiléptica e são lesionados por convulsões recorrentes (WYSS &

VAN GROEN, 1995). As vias hipocampais, estriatais e do córtex frontal parecem,

também, estar envolvidas no processo convulsivo, modulando o limiar das convulsões

no sistema límbico (PATEL et al, 1986; TURSKI et al, 1986a;1987b,c, COSTA-

LOTUFO et al., 2002; FREITAS et al., 2003b).

Nossos resultados evidenciaram no hipocampo, córtex frontal e corpo estriado de

ratos convulsivos uma diminuição dos receptores muscarínicos RM1 após 1 e 24h do

tratamento agudo com a pilocarpina. Através dos nossos estudos confirmamos a

downregulation produzida por agonistas colinérgicos, já que observamos este efeito

sobre a densidade dos receptores muscarínicos, durante a fase aguda das convulsões

límbicas (LOCKRIDGE et al., 2003).

Agonistas colinérgicos e anticolinesterásicos, reconhecidamente, promovem uma

diminuição na densidade dos receptores colinérgicos (DILSAVER et al, 1984; EL-

ETRI et al., 1993; FREITAS et al., 2006b). A presença de downregulation após a

administração de pilocarpina foi, provavelmente, decorrente do tratamento agudo, pois

este fenômeno foi demonstrado depois do período de 1 e 24 h de observação, sendo que

ambos correspondem a fase aguda do processo convulsivo, em todas as áreas estudadas.

A downregulation foi observada após os dois períodos de estudo da fase aguda nas três

áreas estudadas, embora, a diminuição da atividade da AChE só foi verificada durante a

primeira hora nas regiões analisadas. Pode haver, assim, uma relação direta ou indireta

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entre a atividade da AChE e os receptores colinérgicos muscarínicos durante a atividade

epiléptica, como já foi sugerido anteriormente por Lockridge e colaboradores (2003).

Levy e colaboradores (1982) disseram que a downregulation dos receptores

muscarínicos em todo o cérebro, ou mais especificamente, no hipocampo e córtex

cerebral, pode ser induzida por um anticolinesterásico ou por agonistas diretos como a

pilocarpina. Mais uma vez, mostra-se a coerência dos dados encontrados no nosso

trabalho para as diferentes áreas estudadas em função dos diferentes tempos de

observação da fase aguda das convulsões, com os já registrados na literatura.

O tratamento com a pilocarpina resulta numa exacerbação da atividade

colinérgica. A hipótese proposta para essa interação é que a pilocarpina pode

influenciar diretamente a transmissão colinérgica por aumentar a ação da acetilcolina

circulante, modificando o binding dos receptores muscarínicos (HRUSKA et al., 1984;

HARRISON et al., 2004) e diminuindo possivelmente a atividade acetilcolinesterásica,

como verificada através da redução na atividade desta enzima durante a primeira hora

de observação em nossos experimentos.

Experimentos de saturação não mostraram modificações significativas nos

valores de Kd para os receptores M1 no binding do 3H-NMS no hipocampo de ratos

adultos tratados com pilocarpina em alta dose, quando observados por 1 e 24h,

entretanto, os valores de Kd no mesmo binding no córtex frontal e corpo estriado de

ratos adultos que apresentaram convulsões, estado epiléptico e que foram sacrificados

após 1 e 24h de observação, ocorreu um aumento significativo no valor do Kd,

ocasionando um possível aumento da sensibilidade dos receptores muscarínicos RM1, a

acetilcolina nestas condições.

No binding referente ao ligante 3H-NMS para os receptores RM2, nas três áreas

estudadas (corpo estriado, hipocampo e córtex frontal), os valores de Bmax foram

diminuídos nos dois períodos analisados da fase aguda, mostrando uma downregulation

dos receptores colinérgicos muscarínicos RM2, o que pode dificultar o estabelecimento

dos efeitos anticonvulsivantes nos animais desencadeados pela estimulação destes

receptores. Por sua vez, como um possível mecanismo compensatório com o intuito de

bloquear o efeito anticonvulsivante através da ativação destes receptores, observou-se

um aumento no valor de Kd após a primeira hora da fase aguda nas três estruturas

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analisadas, da mesma forma uma diminuição na afinidade do ligante pelos receptores

muscarínicos RM2 foi observada no hipocampo e corpo estriado, após 24h de

observação. Por outro lado, no córtex frontal durante este período de observação foi

verificado uma diminuição na constante de dissociação, sugerindo um aumento na

afinidade da acetilcolina pelo receptor RM2, nesta estrutura como um possível

mecanismo inibitório da atividade epiléptica.

O modelo de epilepsia induzido por pilocarpina pode ser utilizado para se

estudar a propagação da atividade epiléptica (TURSKI et al., 1983a,b; FREITAS

2003b). A pilocarpina em alta dose produz convulsões, estado epiléptico e morte, no

entanto, no período de 1 h de observação não houve morte dos animais, possivelmente

devido à falta de tempo suficiente para ativação completa e/ou propagação das

convulsões complexas parciais secundariamente generalizada.

As convulsões induzidas por pilocarpina, parecem depender da ativação do

receptor muscarínico e do envolvimento do metabolismo dos fosfoinositídios

(MARINHO et al., 1998). Os mecanismos precisos que originam as convulsões e a

participação dos fosfoinositídios nesse processo não foram ainda estabelecidos e

precisam ser melhores investigados (JOPE & WILLIAMS, 1994; CHAMBERLAIN et

al., 2000; FISCHER et al., 2001).

Vários estudos indicam que a pilocarpina pode aumentar a atividade colinérgica

pré-sináptica e pós-sináptica interferindo nos mecanismos excitatórios e inibitórios

cerebrais (JOPE et al., 1986). Como isso pode explicar a origem das convulsões e se o

estudo dessas convulsões pode ou não ajudar a esclarecer o processo convulsivo, ainda

há muito a ser estudado, bem como a relação existente entre os diferentes sistemas de

neurotransmissores.

ESTUDOS DA DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE MÁXIMA (Bmax) E DA

CONSTANTE DE DISSOCIAÇÃO (Kd) DOS RECEPTORES

DOPAMINÉRGICOS (RD1 e RD2)

Foi investigado em nossos experimentos o efeito da pilocarpina em alta dose,

sozinha, sobre a densidade máxima (Bmax) e sobre a constante de dissociação (Kd) dos

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receptores dopaminérgicos RD1-símile e RD2-símile, no hipocampo, córtex frontal e o

corpo estriado de ratos com 2 meses de idade que apresentaram convulsão e estado

epiléptico.

Nossos resultados não evidenciaram no hipocampo, córtex frontal e corpo

estriado de ratos convulsivos alterações na densidade máxima dos receptores

dopaminérgicos RD1, após 1 e 24 h do tratamento agudo com a pilocarpina. Através dos

nossos estudos de binding verificamos uma diminuição no valor do Kd no hipocampo e

corpo estriado dos receptores RD1 nos dois períodos de observação da fase aguda

estudada. Por sua vez, na outra área cerebral estudada, córtex frontal, não foi verificada

nenhuma alteração na constante de dissociação nas mesmas condições de estudo. De

qualquer forma, embora não tenha sido vista modificações na densidade dos receptores

RD1 não podemos excluir uma relação direta ou indireta entre os sistemas colinérgico e

dopaminérgico, devido às alterações observadas em nível da afinidade do ligante,

dopamina, pelo sistema dopaminérgico.

O tratamento com a pilocarpina resulta numa exacerbação da atividade

colinérgica. A hipótese proposta para essa interação é que a pilocarpina pode

influenciar diretamente a transmissão colinérgica por aumentar a ação da acetilcolina

circulante, modificando o binding dos receptores muscarínicos (HRUSKA et al., 1984)

e diminuindo a atividade acetilcolinesterásica (FREITAS et al., 2006a).

Alternativamente, os efeitos da pilocarpina podem afetar a transmissão dopaminérgica.

A literatura mostra que a pilocarpina aumenta a afinidade dos receptores RD1

aumentando a susceptibilidade para os efeitos pró-convulsivantes da estimulação dos

receptores dopaminérgicos RD1, de forma semelhante ao que foi observado em nossos

estudos para o hipocampo e corpo estriado (GOTTBERG et al., 1989a),.

No binding referente ao ligante 3H-SCH, nas três áreas investigadas, os valores

de Kd foram diminuídos nos dois períodos de estudo em duas delas (corpo estriado e

hipocampo), indicando uma maior afinidade do ligante pelos sítios dopaminérgicos

RD1, facilitando os efeitos pró-convulsivantes nos animais, mas nenhuma modificação

foi observada no mesmo parâmetro observado no córtex frontal durante a fase aguda.

Nossos resultados não evidenciaram no hipocampo, córtex frontal e corpo

estriado de ratos convulsivos, alterações na densidade máxima dos receptores

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dopaminérgicos RD2, após 1 e 24 h da fase aguda das convulsões. Assim, nenhuma

alteração na densidade dos receptores dopaminérgicos D1 e D2 foi detectada em

diferentes regiões do cérebro de animais adultos no modelo de epilepsia do lobo

temporal induzido por pilocarpina em alta dose. Somente uma diminuição foi vista na

constante de dissociação dos receptores dopaminérgicos RD2 no corpo estriado e

hipocampo dos ratos que apresentaram convulsão, estado epiléptico e foram

sacrificados após 1 e 24 h da administração da pilocarpina, de maneira significativa,

aumentando, assim, a susceptibilidade paras os efeitos anticonvulsivantes mediados

pelos receptores. Já no binding referente ao ligante 3H-espiroperidol, no córtex frontal,

os valores de Kd não foram alterados em todos os grupos analisados, indicando uma

menor participação desta área com relação ao sistema dopaminérgico durante a fase

aguda, uma vez que os mesmos efeitos na densidade máxima e na constante de

dissociação para os RD1 e RD2, foram detectados nesta região cerebral.

Na convulsão parece que a interação entre o sistema colinérgico e o

dopaminérgico tende a influenciar de forma semelhante os efeitos pró- e

anticonvulsivantes mediado pelos RD1 e RD2, respectivamente, em apenas algumas

regiões cerebrais, uma vez que os efeitos não foram semelhantes nas três estruturas

analisadas, já que no córtex frontal não foi observada nenhuma modificação nas

inervações dopaminérgicas.

Existe evidência de que há o envolvimento do sistema dopaminérgico no

controle das convulsões e na excitabilidade do lobo frontal, observada através da

evidência do limiar das convulsões induzidas pelo pentilenotetrazol que é inversamente

proporcional ao conteúdo de dopamina nigroestriatal. Portanto, a depleção da dopamina

pode ser um bom índice de resistência às convulsões (BARONE et al, 1989;

KULKARNI et al., 1997).

De acordo com KEBABIAN et al. (1979), FREITAS et al. (2003b) e MARINHO

et al. (1998), ainda é incerto como os receptores dopaminérgicos, D1 e D2, medeiam

diferentes funções no SNC. Foi visto que agonistas dos receptores D2, mas não de D1,

apresentam atividade anticonvulsivante em convulsões induzidas por eletrochoque e/ou

por pentilenotetrazol em roedores (LOSCHER et al., 1986). Assim, acredita-se que a

estimulação dos receptores D1 pode reduzir o limiar da atividade convulsiva.

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Barone e colaboradores (1989) determinaram que agonistas D1 induzem

atividade convulsiva generalizada, em um processo dose dependente. Assim, quanto

maiores as doses de agonistas dopaminérgicos D1 maior seria a propagação das

convulsões. E observaram também que o aumento da dose provocava a instalação de

forma mais rápida do estado epiléptico em ratos após o tratamento com pilocarpina em

altas doses; portanto, quanto maior a dose de agonistas dopaminérgicos D1, menor seria

a latência das convulsões e o tempo necessário para o estabelecimento do estado

epiléptico.

A estimulação de receptores D1, mas não de D2, desenvolvem comportamentos

convulsivos em ratos tratados com pilocarpina, e o bloqueio das convulsões motoras

límbicas pode ser feito através do uso de antagonistas do receptor D1 (BARONE et al.,

1989). De acordo com os resultados encontrados por Warter e colaboradores (1983),

sugere-se que os receptores D1 podem controlar a propagação das descargas epilépticas

através da modulação da liberação de GABA pela substância negra.

Através dos dados da literatura observa-se que a ativação do sistema colinérgico

pode induzir de maneira direta a ativação do sistema dopaminérgico no processo

convulsivo, ocasionando ações excitatórias e inibitórias mediante pelos receptores D1 e

D2, respectivamente, e ainda pode influenciar de forma indireta através dos receptores

D1 a liberação do neurotransmissor GABA, podendo alterar os seus efeitos inibitórios

mediados pela transmissão GABA.

Barone e colaboradores (1989) determinaram também que D1 após ser ativado

reduz o limiar da atividade convulsiva induzida pela pilocarpina. Este efeito pode ser

prevenido através do bloqueio dos receptores D1. Portanto, acredita-se que os receptores

D1 podem estar localizados em estruturas cerebrais responsáveis pelo controle da

propagação das convulsões, tais como: corpo estriado e córtex frontal. Evidências

indicam que a substância negra é a principal estrutura cerebral envolvida na propagação

e expressão das convulsões motoras (LOUSHER et al., 1986).

Foi observado que microinjeções de agonistas GABA reduzem as convulsões em

modelos de epilepsia, indicando que as projeções nigroestriatais GABAérgicas inibem a

propagação e manutenção da atividade epiléptica (LOUP et al., 1999). A propagação da

epilepsia focal pode ser inibida pela liberação de GABA. De fato, doenças que

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ocasionam lesões dos neurônios nigroestriatais podem induzir convulsões (TURSKI et

al., 1987). A substância negra é rica em receptores dopaminérgicos dos subtipos D1 e

D2, assim, com o uso de antagonistas D1 e agonistas D2, poderia ser uma estratégia para

promover a redução ou inibição da propagação da convulsão mediada por esta estrutura

ou outras áreas cerebrais.

Novos estudos precisam ser realizados com o uso de agonistas e antagonistas

dopaminérgicos para os receptores D1 e D2 a fim de esclarecer suas atividades em

diferentes tempos do processo convulsivo e ainda detectar a sua influência em

diferentes regiões do cérebro em função dos efeitos pró- e anticonvulsivantes.

ESTUDOS DA DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE MÁXIMA (Bmax) E DA

CONSTANTE DE DISSOCIAÇÃO (Kd) DOS RECEPTORES

SEROTONÉRGICOS (5-HT2-símile)

A densidade dos receptores serotonérgicos é bastante elevada em diversas

regiões cerebrais límbicas comumente relacionadas com os mecanismos responsáveis

pela epilepsia humana, tais como: córtex temporal e pré-frontal (GILLIAM et al.,

2004).

densidade máxima (Bmax) e a constante de dissociação (Kd) dos receptores

serotonérgicos 5-HT2-símile foram estudados em hipocampo, córtex frontal e corpo

estriado de ratos com 2 meses de idade que apresentaram convulsão e estado epiléptico

induzido por pilocarpina em alta dose.

O estudo de pacientes com epilepsia do lobo temporal mostra uma possível

ligação do sistema serotonérgico com a atividade convulsiva. Durante as convulsões

pode ser verificado que este sistema apresenta certos episódios de disfunção separados

por intervalos de normalidade e/ou remissão destes durante a convulsão (JOBE, 2003).

A participação da serotonina (5-HT) durante as convulsões foi sugerida através

de modelos genéticos de epilepsia e induzidos por substâncias químicas (JOBE, 2003).

As inervações serotonérgicas em diferentes áreas cerebrais parecem estar envolvidas no

processo convulsivo, modulando o quadro convulsivo. A inibição da síntese ou

liberação da 5-HT parece exacerbar a atividade epiléptica (JOBE, 2003).

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Um dos modelos de epilepsia ideais para o estudo do sistema serotonérgico é o

induzido geneticamente (JOBE et al., 1999 e 2003). A literatura sugere que uma maior

predisposição genética para as alterações no comportamento pode ser vista em

pacientes epilépticos em relação a outros portadores de doenças neurológicas (JOBE et

al., 1999; SPECKMANN et al., 2003).

Os inibidores da recaptação da 5-HT apresentam um excelente efeito

anticonvulsivante em convulsões genéticas induzidas em camundongos e em alguns

casos de epilepsia em humanos (DAILEY & NARITOKU, 1996), sugerindo que

aumentos na concentração da 5-HT podem impedir a propagação da atividade

epiléptica, e os déficits na transmissão serotonérgica podem facilitar a instalação e a

manutenção da atividade epiléptica (JOBE et al., 1999). No entanto, o estabelecimento

dos déficits do sistema serotonérgico não fornece total e suficiente informação de como

estes defeitos podem causar esta desordem em humanos.

Inúmeras intervenções experimentais podem ser realizadas com relação à

participação da serotonina no mecanismo da epilepsia. Nossos resultados não

evidenciaram alterações na densidade máxima dos receptores 5-HT2 serotonérgicos nas

três áreas investigadas, após 1h do tratamento agudo com a pilocarpina.

Da mesma forma, não foi verificada alteração produzida pelo agonista

colinérgico, nas estruturas estudadas após 24h de observação, na densidade dos

receptores serotonérgicos do tipo 5-HT2 em relação ao grupo controle. De qualquer

forma, não podemos excluir uma relação direta e/ou indireta entre os sistemas

colinérgico e serotonérgico nas áreas cerebrais de ratos adultos, devido à diminuição

observada nos valores da constante de dissociação (Kd) do ligante, que demonstra uma

maior afinidade da 5-HT pelo receptor serotonérgico, como um possível mecanismo de

propagação das convulsões límbicas, já que o receptor serotonérgico do subtipo 5-HT2

pode potencializar juntamente com o receptor 5-HT1 os efeitos convulsivos mediados

pela estimulação colinérgica (BAGDY et al., 1994; JOPE & WILLIAMS, 1995;

JACOBS & RADLEY, 2003).

O tratamento com a pilocarpina resulta num aumento da atividade colinérgica

devido ao aumento da ação da acetilcolina circulante e pela modificação do binding dos

receptores colinérgicos muscarínicos (HRUSKA et al., 1984). Alternativamente, os

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efeitos da pilocarpina podem afetar também a transmissão serotonérgica, via mudanças

na sensibilidade dos receptores, bem como por alterações nos níveis do mediador

serotonérgico (serotonina). A pilocarpina diminui e aumenta a afinidade da serotonina

no hipocampo pelos receptores 5-HT2, após 1 e 24h de observação, respectivamente, o

que pode diminuir e aumentar a susceptibilidade para os efeitos pró-convulsivantes da

estimulação destes receptores em relação ao período observado de 1 e 24h,

respectivamente. No entanto, a pilocarpina aumentou também a afinidade da serotonina

no córtex frontal e corpo estriado pelos receptores 5-HT2, em ambos os períodos de

observação.

Experimentos de saturação mostraram reduções significativas nos valores de Kd

no binding do 3H-spiperone, no córtex frontal e no corpo estriado, e foi verificado

aumento significativo no hipocampo de ratos adultos tratados com pilocarpina em alta

dose, quando observados por 1 h, entretanto, para os animais que apresentaram

convulsões, estado epiléptico e que foram sacrificados após 24 h de observação, ocorreu

uma diminuição significativa no valor de Kd, ocasionando um possível aumento da

sensibilidade dos receptores serotonérgicos nestas condições.

Existe evidência de que há o envolvimento do sistema serotonérgico no controle

das convulsões, na excitabilidade do SNC e no estabelecimento de inúmeras desordens

neurológicas, entre elas a depressão e epilepsia. Um grande número de tecnologias

experimentais têm sido desenvolvidos e utilizados para explicar a participação do

neurotransmissor serotonérgico (5-HT) em diferentes patologias, inclusive no

mecanismo da epilepsia. A transmissão serotonérgica pode estar reduzida em muitas

doenças neurológicas e possivelmente na epilepsia. Portanto, a depleção da serotonina

extracelular pode facilitar o estabelecimento das convulsões em diferentes modelos de

epilepsia (CHEETHAM et al., 1990; RITZ et al., 2000).

O possível déficit na transmissão serotonérgica em humanos epilépticos ainda

não fornece evidência suficiente de como este sistema causa este distúrbio neurológico

e mais estudos com relação ao sistema serotonérgico precisam ser realizados para

esclarecer a sua participação no quadro convulsivo (STOCKMEIER et al., 1998).

No modelo de epilepsia induzido geneticamente, as alterações neuroquímicas

podem incluir deficiência na função dos receptores serotonérgicos e na concentração do

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metabólito da 5-HT, o ácido 5-hidroxiindolacético (5-HIAA) (STOCKMEIER et al.,

1998).

Contudo a participação precisa desses receptores e neurotransmissor durante as

convulsões induzidas por pilocarpina, parecem depender da ativação do receptor

serotonérgico. Uma vez que, nas áreas estudadas em que não foi detectada alteração na

densidade do receptor 5-HT2, foi verificado um aumento na afinidade da serotonina por

estes receptores. No entanto, os mecanismos precisos que originam as convulsões e a

participação dos diferentes sistemas de neurotransmissão envolvidos no processo, bem

como do sistema serotonérgico ainda não foram completamente estabelecidos.

ESTUDOS DA DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE MÁXIMA (Bmax) E DA

CONSTANTE DE DISSOCIAÇÃO (Kd) DOS RECEPTORES GABAÉRGICOS E

GLUTAMATÉRGICOS

A informação sobre o controle do Sistema Nervoso Central (SNC) pode ser

altamente baseada na comunicação entre as unidades sinápticas excitatórias e

inibitórias. Estas unidades são compostas por inervações pré- e pós-sinápticas

(SCHOUSBOE & WAAGEPETERSEN, 2003).

Os neurotransmissores mais envolvidos nessas subunidades excitatórias e

inibitórias são o glutamato e o GABA, respectivamente, sendo que estes dois

aminoácidos estão altamente implicados e são de extrema importância na integridade

funcional do SNC e podem participar dos mecanismos de inúmeras desordens

neurológicas, inclusive nos mecanismos de geração e manutenção da epilepsia

(SCHOUSBOE & WAAGEPETERSEN, 2003; BECK et al., 2003; BOROWICZ et al.,

2004).

A capacidade funcional destas sinapses pode ser determinada através de

inúmeros parâmetros, a saber: síntese, liberação e/ou redistribuição pelos processos

transportadores destes neurotransmissores no SNC. Uma vez que, no cérebro os

transportadores pré-sinápticos para o glutamato são mais proeminentes nas terminações

nervosas em relação ao do aminoácido GABA (SCHOUSBOE & WAAGEPETERSEN,

2003), o que pode sugerir que uma diminuição funcional dos transportadores

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glutamatérgicos poderia facilitar o desenvolvimento dos efeitos excitotóxicos mediados

pelo glutamato (SCHOUSBOE, 2003; TREIMAN, 2001).

O efeito da pilocarpina em alta dose, sozinha, sobre a densidade máxima (Bmáx)

e sobre a constante de dissociação (Kd) dos receptores GABAérgicos e glutamatérgicos,

foram assim estudados em córtex frontal, hipocampo e corpo estriado de ratos com 2

meses de idade que apresentaram convulsão e estado epiléptico na tentativa de

esclarecer sua participação na atividade epiléptica.

Nossos resultados para os receptores GABAérgicos mostraram para as diferentes

áreas estudadas (córtex frontal, corpo estriado e hipocampo) uma diminuição da

densidade destes receptores. Através dos nossos estudos verificamos, assim, uma

downregulation após 1h e 24h da fase aguda do modelo de convulsão induzido por

agonista colinérgico (pilocarpina), no sistema inibitório mediado principalmente pelo

GABA. O que pode de forma direta ou indireta sugerir um envolvimento e a

participação dos sistemas colinérgico e GABAérgico, devido às alterações observadas

em nível da densidade máxima destes receptores.

Experimentos de saturação não mostraram modificações significativas nos

valores de Kd no binding do 3H-GABA no córtex frontal durante a primeira hora da

fase aguda. Por outro lado, efeitos diferentes nos valores de Kd foram verificados nas

outras áreas estudadas, sendo observada uma diminuição na sensibilidade do receptor

no hipocampo, e um aumento na afinidade do ligante pelos receptores no corpo estriado

de ratos adultos tratados com pilocarpina em alta dose e sacrificados após 1 h,

entretanto, para os animais que apresentaram convulsões, estado epiléptico e que foram

sacrificados após 24 h de observação, ocorreu um aumento significativo no valor de Kd

nas três estruturas estudadas ocasionando uma possível diminuição da sensibilidade dos

receptores GABAérgicos ao GABA nestas condições (Freitas et al., 2004). Assim,

apesar do principal sistema inibitório apresentar a concentração de seu receptor

reduzida durante a primeira hora e após 24h da fase aguda em diferentes regiões

cerebrais, parece que um mecanismo compensatório através do redução da afinidade do

aminoácido inibitório (GABA) pode ser desenvolvido em um período de tempo maior,

possivelmente contribuindo para o aparecimento dos danos neuronais já observados nas

áreas estudadas após 24h da fase aguda (FREITAS et al., 2003) e bem como outras

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alterações neuroquímicas induzidas pela atividade epiléptica decorrentes da ausência

funcional normal do sistema GABAérgico.

A destruição dos receptores noradrenérgicos, serotonérgicos e GABAérgicos por

neurotoxinas específicas para os sistemas podem exacerbar as convulsões em animais

no modelo de epilepsia induzido geneticamente (WANG et al., 1994; LEUNG & LI,

2003). Os receptores GABAérgicos são proteínas heteroméricas complexas que

medeiam muitas funções inibitórias no cérebro (BERNARD et al., 1998;

STRUZYNSKA & SULKOWSKI, 2004). Em nossos experimentos as alterações na

densidade dos receptores GABAérgicos mostraram resultados semelhantes nas

diferentes estruturas cerebrais em ratos adultos durante a fase aguda das convulsões

induzidas por pilocarpina 400 mg/kg.

A transmissão GABAérgica pode ser mediada através da atividade sódio e

potássio ATPase. Acredita-se que um aumento na concentração do sódio intracelular

pode resultar em um aumento da hiperexcitabilidade neuronal contribuindo para a

epileptogênese. Deste feito os efeitos anticonvulsivantes do GABA podem ser

produzidos por um transporte normal de sódio e potássio pela ATPase, mas outros

mecanismos não esclarecidos podem estar envolvidos com está atividade (WON et al.,

2004).

Kang e colaboradores (2001) mostraram efeitos semelhantes aos nossos para os

receptores GABAérgicos hipocampais em gerbils, confirmando a hipótese de que uma

redução na densidade máxima destes receptores pode ser necessária para a instalação e

propagação das convulsões límbicas. A atividade do sódio e potássio ATPase pode

interferir não somente na atividade do GABA, como também pode induzir mudanças na

liberação não vesicular de outros neurotransmissores durante a convulsão (VIZI &

SPERLÁGH, 1999). Em particular, as alterações nas propriedades funcionais do

sistema GABAérgico nas diferentes estruturas do cérebro de ratos adultos durante 1 e

24h da fase aguda observadas em nossos estudos que podem contribuir para a

manutenção das convulsões límbicas.

Brooks e colaboradores (1998) demonstraram também a diminuição da potencia

do zolpidem mediado pelo GABA durante o estado epiléptico e acredita-se que os

efeitos induzidos no sistema GABAérgico nas diferentes estruturas podem contribuir

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para a facilitação da propagação e manutenção das convulsões límbicas, diminuindo,

portanto, a resistência do cérebro desenvolvido para a epileptogênese. Estudos da fase

crônica das convulsões realizados por Gibbs e colaboradores (1997) demonstraram

efeitos semelhantes aos observados em nossos experimentos durante a fase aguda.

Pode-se, sugerir, então que o efeito na densidade dos receptores GABA parecem não

variar em função do tempo.

O glutamato é um dos mais importantes neurotransmissores excitatórios do

sistema nervoso central. E está envolvido em inúmeros eventos fisiológicos, incluindo

desenvolvimento cerebral, integração fisiológica entre as diferentes estruturas cerebrais

e os processos de memória (OZAWA et al., 1998). Entretanto, o aumento da

estimulação do sistema glutamatérgico está implicado em muitas disfunções cerebrais

agudas e crônicas. Também um aumento na concentração extracelular de glutamato

pode resultar em efeitos neurotóxicos em nível de SNC (WELTY et al., 1996;

MELDRUM et al., 2003).

No binding referente ao ligante 3H-ácido glutâmico, no hipocampo, estriado e

córtex frontal, foi evidenciado um aumento significativo na densidade máxima dos

receptores nos dois períodos de observação da fase aguda. Existe evidência de que há o

envolvimento do sistema glutamatérgico na instalação das convulsões e na

excitabilidade de diferentes áreas do SNC, que pode ser observada através do limiar das

convulsões induzidas pelo ácido caínico que é inversamente proporcional ao conteúdo

de glutamato. Portanto, a depleção do glutamato pode dificultar a instalação das

convulsões (Jobe, 2003). E é sabido que as mudanças no hipocampo após o estado

epiléptico incluem aumento no conteúdo extracelular de glutamato, diminuição do

número de neurônios e gliose (CAVALHEIRO et al., 1994), bem como um aumento da

densidade máxima dos receptores glutamatérgicos (FREITAS et al., 2004a). Porém,

pouco se sabe, sobre as rupturas da homeostasia do sistema glutamatérgico durante as

convulsões límbicas e acredita-se que, além dos efeitos neurotóxicos mediados por esse

sistema, agonistas dos receptores NMDA quando administrados em baixas doses podem

impedir o desenvolvimento das convulsões e morte de neurônios hipocampais,

exercendo, assim, um possível efeito neuroprotetor. Sugere-se, ainda, que esse efeito

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possivelmente ocorre devido a uma interação entre os receptores dos sistemas

glutamatérgico (NMDA) e adenosina (A1) (BOECK et al., 2004).

As áreas hipocampo (CAVALHEIRO et al., 1991; FREITAS et al., 2004a),

corpo estriado e córtex frontal (FREITAS et al., 2004a) podem ter uma importante

participação no foco epileptogênico no modelo de epilepsia induzido por pilocarpina.

Os presentes dados indicam que o aumento no Bmax dos receptores para o glutamato é

um processo dependente do estabelecimento do estado epiléptico e pode ser duradouro,

uma vez que, foram observados estes efeitos após 24h da fase aguda.

Os valores de Kd para os receptores glutamatérgicos não foram alterados no

hipocampo e estriado, enquanto que, observou-se um aumento no valor do Kd do córtex

frontal após a primeira hora da fase aguda, sugerindo menor sensibilidade dos

receptores glutamatérgicos no córtex frontal. Talvez esta área esteja envolvida no

processo de inibição ou redução da propagação e manutenção da convulsão instalada.

Após as 24h de observação não foi verificada nenhuma alteração no valor do Kd

hipocampal. Por sua vez, foi detectado uma diminuição no valor do Kd estriatal. Já o

aumento observado no córtex frontal durante à primeira hora também foi verificado

após 24h, confirmando ainda mais, a hipótese de que está área possivelmente não

estaria implicada na manutenção da atividade epiléptica através do sistema

glutamatérgico em particular. Mas, vale salientar que, no estriado, um possível

mecanismo compensatório excitatório pode ter sido estabelecido através de uma maior

afinidade do ligante pelos sítios glutamatérgicos, facilitando os efeitos pró-

convulsivantes mediados pelo glutamato e potencialização dos efeitos convulsivos

mediados pela pilocarpina.

Em nossos estudos foi observado que a expressão dos receptores glutamatérgicos

está aumentada nas diferentes estruturas cerebrais estudadas podendo, facilitando de

certa forma, a transmissão glutamatérgica (CHEN et al., 2005) que pode estar envolvida

na ativação do sistema colinérgico pela pilocarpina contribuindo para a instalação,

propagação e/ou manutenção das convulsões límbicas. Por outro lado, a densidade dos

receptores GABAérgicos foi reduzida nas três regiões examinadas sugerindo uma

diminuição funcional dos efeitos inibitórios mediados pelo GABA. Isto pode contribuir

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desta forma com os efeitos excitatórios mediados pelo neurotransmissor colinérgico e

glutamatérgico.

Schousboe e colaboradores (2003) demonstraram que a atividade funcional da

sinapse glutamatérgica encontra-se expressa e liberando mais neurotransmissor do que a

GABAérgica fisiológica. Sugerindo-se que a atividade epiléptica durante a fase aguda é

independente da área cerebral e pode ser observada uma potencialização deste

parâmetro fisiológico, contribuindo para o estabelecimento e desenvolvimento da

fisiopatologia das convulsões.

Nossos experimentos sugerem que durante a fase aguda das convulsões límbicas

induzidas pela pilocarpina pode-se ocorrer mudanças neuronais adaptativas em relação

à expressão e/ou sensibilidade dos receptores glutamatérgicos e GABAérgicos,

resultando na quebra do equilíbrio entre os efeitos excitatórios e inibitórios mediados

por estas transmissões no SNC, respectivamente. O estado epiléptico induzido por

pilocarpina em diferentes áreas cerebrais de ratos adultos (FREITAS et al., 2004) e nos

neurônios hipocampais de humanos com epilepsia refratária do lobo temporal

(BROOKS-KAYAL et al., 1999; BRENNEKE et al., 2004) demonstra inúmeras

alterações nas propriedades dos receptores GABA.

Acredita-se que o dano neuronal observado em diferentes estruturas do cérebro

de ratos adultos após convulsão (MARINHO et al., 1997) pode ser induzido pela

expressão alterada ou devido ao aumento funcional de receptores glutamatérgicos

excitatórios e canais iônicos durante o estabelecimento do processo convulsivo.

Nossos resultados mostraram no hipocampo, corpo estriado e córtex frontal uma

alta susceptibilidade para os efeitos excitatórios mediados pelo glutamato e para as

alterações neuroquímicas induzidas de forma aguda pela pilocarpina em alta dose. A

alta sensibilidade destas regiões pode ser decorrentes devido ao aumento da densidade

máxima dos receptores glutamatérgicos observados, o que pode induzir um aumento na

concentração do cálcio intracelular, e assim, ativar a atividade de diferentes enzimas e

transcrição de fatores dependentes do cálcio e produzir inúmeras mudanças

neuroquímicas no cérebro durante o estabelecimento das convulsões (ORTIZ et al.,

2000; POULSEN et al., 2004).

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Em nossos experimentos foi evidenciado que nas diferentes estruturas

analisadas, os seguintes efeitos: aumento e diminuição na concentração dos receptores

glutamatérgicos e GABAérgicos, respectivamente (FREITAS et al., 2004), e da mesma

forma nessas estruturas foi verificado um aumento no índice de lipídio peroxidação,

bem como uma maior conteúdo de nitrito e nitrato, sugerindo uma possível

neurodegeneração dessas regiões cerebrais (FREITAS et al., 2004). Mas em estudos

histopatológicos em cérebros de ratos adultos durante a fase aguda das convulsões

foram evidenciadas alterações somente após 24h, sugerindo que estes efeitos são mais

proeminentes em função do tempo, uma vez que não foi vista nenhuma alteração

durante a primeira hora da fase aguda (FREITAS et al., 2003).

A área CA3 hipocampal através dos receptores glutamatérgicos do subtipo

NMDA, pode facilitar a atividade epileptiforme em ratos adultos (MILES & WONG,

1987; MCKAY & PERSINGER, 2004). A ativação dos receptores muscarínicos do tipo

M1 no hipocampo durante o bloqueio dos receptores GABAérgicos pode aumentar as

descargas no SNC e facilitar a instalação e propagação do quadro convulsivo

(PSARROPOULOU et al., 1999).

O aumento e a diminuição da densidade dos receptores glutamatérgicos e

GABAérgicos, respectivamente, foram observados em nossos estudos (FREITAS et al.,

2004a), e essas mudanças podem aumentar a incidência e a frequência das descargas

epileptiformes no cérebro de ratos adultos (PSARROPOULOU et al., 1999). Como

mecanismo sinérgico para a instalação da convulsão durante a primeira hora da fase

aguda, pode ser observado um possível aumento na concentração da acetilcolina devido

a uma redução da atividade da acetilcolinesterase observada também durante esta

primeira hora. É sabido, que as convulsões são instaladas pela atividade excitatória da

acetilcolina, mas os efeitos diretos e indiretos sobre outros sistemas de

neurotransmissores não podem ser descartados em relação à instalação, propagação e

manutenção do quadro convulsivo e mais experimentos devem ser realizados com o

intuito de esclarecer a fisiopatologia das convulsões.

A literatura sugere que muitos mecanismos estariam envolvidos no modelo de

epilepsia induzido por pilocarpina, e alguns deles seria as alterações na estabilidade dos

canais iônicos, mudanças na densidade e na constante de dissociação dos receptores

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para adenosina, aumentos na transmissão glutamatérgica e reduções na

neurotransmissão GABAérgica (JOBE, 2003, FREITAS et al., 2004a).

As alterações anatômicas e moleculares decorrentes do estado epiléptico podem

ser dependentes da idade dos animais estudados, sugerindo uma relação entre a idade e

as alterações neuroquímicas, no entanto, mais estudos são necessários para determinar

as mudanças nas propriedades dos diferentes receptores no desenvolvimento da

epilepsia. Os mecanismos de regulação da expressão dos receptores não são bem

compreendidos nos animais não epilépticos e epilépticos, mas acredita-se que a

regulação desses tende a ser reduzida durante a atividade epiléptica.

Nosso estudo pode, assim, contribuir para o melhor esclarecimento do estado

epiléptico em diferentes regiões do cérebro de animais adultos e ainda possibilita a

investigação de alternativas terapêuticas moduladoras dos neurotransmissores

envolvidos com a atividade epiléptica.

ESTUDOS DA DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DA MONOAMINA (DA) SEUS

METABÓLITOS (DOPAC e HVA)

Os efeitos sobre o nível da monoamina dopaminérgica (dopamina) e seus

metabólitos DOPAC e HVA, foram estudados em hipocampo, córtex frontal e corpo

estriado de ratos com 2 meses de idade que apresentaram convulsão e estado epiléptico

induzido por pilocarpina.

Estudos mostram claramente que as convulsões são ativadas pelo sistema

colinérgico (CARDONE et al., 1994; MARINHO et al., 1997; FREITAS et al., 2003),

através da administração da pilocarpina em alta dose, entretanto, inúmeros sistemas de

neurotransmissores estão envolvidos na instalação e/ou propagação e manutenção das

convulsões estabelecidas neste modelo de epilepsia. A dependência entre os sistemas de

neurotransmissores parece ser difícil de mensurar, sendo esta uma das limitações dos

nossos estudos para se esclarecer os mecanismos envolvidos na atividade epiléptica.

Cavalheiro e colaboradores (1991) relataram que o modelo de epilepsia induzido

por pilocarpina pode ser um excelente modelo para se estudar os mecanismos essenciais

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para a geração e manutenção das convulsões, já que muitas das características são

semelhantes as da epilepsia humana do lobo temporal.

Diferenças significativas no conteúdo da dopamina foram evidenciadas nas três

áreas cerebrais de ratos estudados após as convulsões e estado epiléptico induzido por

pilocarpina na dose de 400mg/kg (Freitas et al., 2003b).

Verificou-se uma diminuição na concentração da monoamina dopaminérgica

(DA), durante o estado epiléptico nas três regiões analisadas de ratos adultos

sacrificados após 1 h de observação. Esses resultados sugerem que pode ter ocorrido um

aumento na taxa de metabolização das monoaminas durante o estado epiléptico, e/ou

somente uma diminuição na sua taxa de síntese e liberação. Por outro lado, efeitos

diferentes na concentração da DA no cérebro de ratos adultos sacrificados após 24 h de

observação foram detectados, sendo que no hipocampo não foi vista alteração, enquanto

que, um aumento e uma diminuição no conteúdo deste neurotransmissor foi verificado

no córtex frontal e corpo estriado, sugerindo que esta monoamina pode participar de

forma diferenciada durante o estabelecimento da fase aguda em função do tempo e da

região estudada.

A participação do sistema dopaminérgico na epileptogênese tem sido

negligenciada, porque a DA parece não ter efeito no desenvolvimento de kindling

(CALLAGHAN & SCHWARK, 1979; CORCORAN & MASON, 1980). Entretanto, o

nível de DA e de outros neurotransmissores, a saber, como: NA (noradrenalina) e 5-HT

(serotonina) são alterados durante as convulsões induzidas geneticamente (JOBE et al.,

1998). Por outro lado, agonistas dopaminérgicos como a apomorfina induzem

convulsões em camundongos, o que sugere a participação dopaminérgica direta e/ou

indireta nas convulsões (ANLEZARK AND MELDRUN, 1975).

A diminuição no nível de DA e um aumento na sua taxa de metabolização no

hipocampo e córtex frontal de ratos convulsivos sacrificados após 1 h é consistente com

a hipótese de que ocorre realmente um maior metabolização desta monoamina durante a

instalação da fase aguda. Por sua vez, no estriado foi verificado também após 1h uma

diminuição no conteúdo de DA (Freitas et al., 2003b), mas em sua taxa de

metabolização não foi detectada alteração, sugerindo que nesta área uma menor taxa de

síntese e liberação de DA estriatal nos ratos convulsivos pode estar ocorrendo. Com

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relação ao período de 24 h da fase aguda os dados obtidos para essa monoamina

ocorreram de forma bastante diferenciada e este fato pode justificar a necessidade de

um maior período de tempo para uma interação entre os sistemas colinérgico e

dopaminérgico, uma vez que os efeitos na concentração e na metabolização da DA são

mais proeminentes nos ratos convulsivos sacrificados após 24 h, já que durante a

primeira hora os resultados ocorreram de forma semelhante.

Durante a fase aguda das convulsões a concentração de DA sofreu alterações

significativas em todas as estruturas cerebrais investigadas, sugerindo, assim, que as

mudanças nessa monoamina podem ocorrer durante esta fase do modelo de epilepsia

com pilocarpina, sem descartar a hipótese de mudanças também em seu conteúdo

durante os períodos silencioso e crônico, já que não foram ainda estudados nas mesmas

condições.

As convulsões estudadas em relação a sua fase aguda demonstraram que na

primeira hora desta não há alteração na concentração de DA, mas durante as 24 h de

observação, um aumento na concentração de DA no locus coeruleus de ratos adultos

convulsivos foi verificado (EL-ETRI et al., 1993). Nossos dados para as regiões

analisadas no modelo de epilepsia induzido por pilocarpina não concordam com obtidos

por El-Etri e colaboradores (1993), uma vez que durante à primeira hora foi verificada

uma redução no nível da DA em todas as áreas, e efeitos contrários também durante o

período de 24h, com exceção de um aumento semelhante visto no conteúdo DA após

24h somente no córtex frontal.

Um marcado incremento dos metabólitos da DA foi observado por Sperk e

colaboradores (1983), sugerindo um incremento na taxa de síntese dos neurônios

monoaminérgicos imediatamente após a injeção sistêmica de ácido caínico (ARIAS et.,

1990). Por sua vez, os dados de Cavalheiro e colaboradores, (1994), mostraram que há

um aumento no conteúdo de DA hipocampal durante os períodos agudo, silencioso e

crônico do processo convulsivo induzido por pilocarpina em alta dose.

Simultaneamente a metabolização da dopamina mensurada pela relação (DOPAC/DA)

foi diminuída, indicando redução da metabolização de DA, durante estes três períodos

investigados.

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Nossos dados para corpo estriado, hipocampo e córtex frontal de ratos adultos

mostraram uma diminuição no conteúdo de DA durante as convulsões e estado

epiléptico (período agudo) nos ratos observados por 1h. Após 24 h efeitos diferenciados

no conteúdo da DA foram vistos em função da área estudada (FREITAS et al., 2003c).

Um aumento na taxa de metabolização da DA durante o estado epiléptico nos animais

sacrificados após 1 e 24 h de observação foi verificado no hipocampo e córtex frontal,

não sendo detectada nenhuma mudança no estriado. Isto sugere que as alterações no

nível da DA nesta última área podem estar associadas a mudanças na sua síntese e

liberação. Portanto, com relação aos dados obtidos para hipocampo por Cavalheiro et

al. (1994), nossos dados são contraditórios para as áreas cerebrais estudadas, mostrando

um diferente participação da DA durante a fase aguda do processo convulsivo.

Com relação ao metabólito da DA, DOPAC, foi visto um incremento na

concentração do hipocampo e córtex frontal, enquanto que no estriado foi observada

uma redução após 1 e 24h da fase aguda. Por sua vez, em relação ao outro metabólito

da dopamina, HVA, foram verificados efeitos diferenciados em função do período de

observação e da área estudada. Uma diminuição e um aumento no conteúdo de HVA foi

verificado no córtex frontal e hipocampo durante à primeira hora; no mesmo período de

observação não foi alterado o conteúdo estriatal deste metabólito. Em relação ao

período de 24h de observação, o nível de HVA não sofreu alterações no hipocampo e

córtex frontal, mas no estriado foi reduzido de forma significativa (Freitas et al.,

2003b). Nossos resultados sugerem a participação de forma diferenciada da

metabolização da DA durante a instalação da convulsão induzida por pilocarpina, o que

pode também ocorrer durante a propagação e manutenção desta.

Cavalheiro e colaboradores (1994) não determinaram os níveis do HVA no

hipocampo de ratos convulsivos, entretanto, para esta área foi verificada uma

diminuição no nível do DOPAC, estudado durante o estado epiléptico. Por sua vez,

após 24h da fase aguda, nenhuma mudança no conteúdo deste metabólito foi observado.

ESTUDOS DA DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DAS MONOAMINAS (NA e 5-HT)

E DO METABÓLITO (5-HIAA)

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Os níveis das monoaminas noradrenalina (NA) e serotonina (5-HT) e o seu

metabólito 5-HIAA, foram estudados em hipocampo, córtex frontal e corpo estriado de

ratos com 2 meses de idade após convulsão e estado epiléptico induzido por

pilocarpina.

Neurônios noradrenérgicos e colinérgicos, no locus coeruleus e núcleo basal,

respectivamente, estão altamente associados com a fisiopatologia da epilepsia

(LINDVALL et al., 2001). A administração de bloqueadores específicos da recaptação

da noradrenalina pode ser utilizada para inibir a atividade epiléptica induzida pela

aplicação focal de cobalto ou penicilina (FERRARO et al., 1994), ou pela

administração sistêmica de pentilenotetrazol ou ácido caínico (BARAN et al., 1985).

A predisposição à convulsão induzida geneticamente pode ser explicada

parcialmente pela deficiência na neurotransmissão noradrenérgica e pela administração

de bloqueadores da recaptação noradrenérgica que pode diminuir a severidade das

convulsões nesse modelo (JOBE et al., 1994). A desnervação noradrenérgica pode

facilitar o desenvolvimento das convulsões focal e generalizada (LINDVALL et al.,

2001). No modelo de epilepsia (kindling) uma extensa lesão na inervação colinérgica no

cérebro produz o aparecimento de uma forma menos pronunciada das convulsões, do

que quando comparada à lesão nas projeções noradrenérgicas (LINDVALL et al.,

2001).

Em nossos experimentos diferenças significativas nos conteúdos das

monoaminas noradrenérgicas e serotonérgicas foram evidenciadas no hipocampo,

córtex frontal e corpo estriado de ratos durante a fase aguda das convulsões induzidas

por pilocarpina em alta dose (400mg/kg).

Houve uma diminuição na concentração do neurotransmissor noradrenérgico

(NA), nas três estruturas cerebrais (hipocampo, córtex frontal e corpo estriado), durante

o estado epiléptico em ratos adultos sacrificados após 1 e 24 h de observação. Esses

resultados sugerem que pode ter ocorrido um aumento na taxa de metabolização durante

o estado epiléptico, e/ou somente, uma diminuição na sua taxa de síntese e/ou liberação

devido a uma destruição das inervações noradrenérgicas independente do tempo e da

região cerebral, uma vez que, os efeitos observados foram semelhantes nas estruturas do

SNC estudadas e nos períodos da fase aguda investigados.

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A participação do sistema noradrenérgico na epileptogênese tem sido sugerida,

porque o conteúdo de NA pode estar diminuído no modelo de epilepsia induzido

geneticamente (JOBE et al., 1986; JOBE, 2003). Também antagonistas noradrenérgicos

podem induzir convulsões em camundongos (JOBE, 2003) e lesões específicas em

neurônios noradrenérgicos induzidos por pentilenotetrazol e ácido caínico podem

ocasionar o aparecimento de convulsões límbicas (LINDVALL et al., 2001).

A diminuição no nível de NA foi detectada durante os dois períodos da fase

aguda da convulsão límbica, mas não foi possível realizar o estudo da sua taxa de

metabolização durante a fase aguda da atividade epiléptica. Assim, podemos apenas

sugerir que a diminuição do conteúdo de NA pode ter sido produzido pelo aumento na

sua taxa de metabolização, bem como através de uma menor síntese e/ou liberação

pelos neurônios noradrenérgicos durante as convulsões, já que também detectamos um

aumento no conteúdo de tirosina precursor da NA nas três áreas.

Já se determinou que a noradrenalina e seu metabólito aumentam de

concentração em todas as fases da epilepsia (CAVALHEIRO et al., 1994). A

concentração da NA durante o período silencioso decresce e a sua taxa de

metabolização é semelhante ao dos ratos controles (CAVALHEIRO et al., 1994).

Durante a fase aguda das convulsões, a concentração de 5-HT se modificou de

forma diferenciada nas regiões estudadas. Nenhuma mudança nos níveis de 5-HT

cortical foi vista após os dois períodos de estudo; mas uma diminuição e um aumento

no conteúdo do neurotransmissor serotonérgico foi mensurado no estriado e hipocampo,

respectivamente, após os dois períodos de observação (1 e 24h) da fase aguda das

convulsões límbicas.

El-Etri e colaboradores (1993), estudando também as convulsões em sua fase

aguda, observaram que na primeira hora não há alteração na concentração de 5-HT, mas

durante as 24h de observação, determinaram um aumento na concentração de 5-HT no

locus coeruleus de ratos adultos convulsivos. Nossos achados foram contraditórios,

uma vez que, nenhuma alteração durante a primeira hora foi vista na concentração de 5-

HT. Entretanto apenas no córtex frontal não houve alteração, e um aumento após 24h

foi visto apenas no hipocampo, enquanto que, efeitos diferentes foram observados em

função do período de observação e da área estudada.

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As ativações dos receptores serotonérgicos do tipo 5-HT1 produz inibição da

estimulação colinérgica, por outro lado, a estimulação dos outros subtipos 5-HT1A e 5-

HT2 podem facilitar ou potencializar a estimulação colinérgica mediada pela

acetilcolina (SAMARIN et al., 1978, DOWDALL & MONTIGNY, 1985; JOBE, 2003;

BAGDY et al., 1994). Logo, como a pilocarpina produz intensa estimulação

colinérgica, a diminuição da 5-HT no corpo estriado de ratos convulsivos dificultaria a

estimulação dos receptores 5-HT1, sugerindo que a redução na concentração da

serotonina facilitaria a manutenção das convulsões. Por sua vez, um aumento no

conteúdo hipocampal de serotonina possivelmente pode ser um mecanismo

compensatório de minimizar os efeitos histopatológicos e neuroquímicos durante a

instalação da convulsão. Conhece-se que no modelo de kindling de epilepsia, a

concentração de norapinefrina (NA) e da serotonina (5-HT) hipocampal, diminui

facilitando o desenvolvimento das convulsões em ratos (CORCORAN & MASON,

1980; CAVALHEIRO et al, 1981; BORTOLOTTO et al, 1986; EL-ETRI et al., 1999).

Um marcado incremento do metabólito 5-HIAA, da 5-HT, foi observado

durante as convulsões (SPERK et al., 1983), sugerindo um aumento na taxa de

produção dos neurônios serotonérgicos imediatamente após a injeção sistêmica de ácido

caínico (ARIAS et., 1990). Com relação aos nossos dados não foi observado nenhuma

mudança no conteúdo do metabólito 5-HIAA após 1 e 24h da fase aguda da convulsão

induzida por pilocarpina no hipocampo e corpo estriado dos ratos adultos. Para o córtex

frontal os resultados com relação aos obtidos por Sperk e colaboradores (1983) foram

contraditórios em relação ao metabólito 5-HIAA, sendo evidenciado em nosso estudo

uma diminuição, ao invés de um aumento verificado por estes. Por outro lado,

Cavalheiro e colaboradores (1994), estudando a concentração do 5-HIAA verificou um

aumento após 1 e 24h da fase aguda no hipocampo de ratos convulsivos.

O decréscimo nos níveis de noradrenalina (NA) e 5-HT foram descritos em

modelos genéticos de epilepsia em ratos (LAIRD et al., 1983; JOBE et al., 1984).

Estudos mostram que a atividade da enzima tirosina hidroxilase, a etapa limitante da

síntese de NA, é incrementada durante as convulsões induzidas geneticamente,

sugerindo a presença de um mecanismo compensatório para prevenir ou suprimir as

convulsões (DAILEY et al., 1982). O déficit da atividade da enzima precede as

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convulsões, sendo a atividade anormalmente alta após as convulsões (LAIRD & JOBE,

1987). Os dados confirmam a idéia de que a relação inversa entre as convulsões e os

níveis de monoaminas pode ser induzida geneticamente (LAIRD & JOBE, 1987).

Laird & Jobe (1987) observaram a participação inibitória do ácido-gama-

aminobutirico (GABA) nas convulsões audiogências. Laird & Huxtable, (1976),

demonstraram que microinjeções de GABA ou glicina (GLI) em cérebros de ratos

geneticamente epilépticos pode inibir as convulsões audiogênicas. Costa-Lotufo e

colaboradores (2002) demonstraram que a administração de pilocarpina em alta dose

diminui os níveis de receptores GABAérgicos, tanto em hipocampo quanto em corpo

estriado, o que favorece o desenvolvimento da epilepsia.

Cavalheiro e colaboradores (1994) observaram um incremento na concentração

hipocampal de 5-HT e na sua taxa de metabolização, medida através da taxa (5-

HIAA/5-HT), durante o estado epiléptico. Nossos estudos demonstraram que no

hipocampo de ratos adultos, há um aumento na concentração de 5-HT em ambos os

períodos de observação, mostrando que a serotonina pode estar participando da

instalação das convulsões induzidas por pilocarpina.

Com relação à taxa de metabolização da 5-HT durante as convulsões e no estado

epiléptico, observamos um aumento e uma redução nesta para os períodos de 1 e 24 h

de observação, respectivamente, sugerindo que este neurotransmissor pode estar sendo

mais sintetizado e/ou liberado no hipocampo de ratos convulsivos, já que houve um

aumento em seu nível durante a fase aguda do processo convulsivo.

Por sua vez, nossos achados no corpo estriado revelaram uma redução na

concentração da 5-HT em ambos os períodos de observação, mostrando que a

serotonina pode estar envolvida na propagação e manutenção das convulsões induzidas

por pilocarpina. No que se refere a taxa de metabolização da 5-HT durante as

convulsões e no estado epiléptico, foi visto um aumento e uma redução para os períodos

de 1 e 24 h de observação, respectivamente, semelhante ao observado no hipocampo.

Com relação à terceira área estudada, córtex frontal, o conteúdo de 5-HT não sofreu

modificações e a sua taxa de metabolização diminuiu após 1h e não sofreu alteração

durante 24h de observação.

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A importância das monoaminas e dos aminoácidos no fenômeno epiléptico são

claramente expressos em diversos estudos (EL-ETRI et al., 1993; CAVALHEIRO et

al., 1994; COSTA-LOTUFO et al., 2002; FREITAS et al., 2003b). Os mecanismos

precisos de como estes neurotransmissores e em particular o papel das monoaminas e

seus metabólitos nos mecanismos do processo convulsivo não foram prontamente

determinado.

ESTUDOS DA DETERMINAÇÃO DA TAXA DE METABOLIZAÇÃO DAS

MONOAMINAS (DA e 5-HT)

O efeito da pilocarpina em alta dose, sozinha, sobre a taxa de metabolização das

monoaminas DA e 5-HT, foram estudados em hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal de ratos com 2 meses de idade que apresentaram convulsão e estado epiléptico.

O modelo de epilepsia induzido pela pilocarpina pode ser um modelo útil para

estudar a taxa de metabolização dos neurotransmissores, que pode estar implicada com

os mecanismos essenciais para a geração e manutenção das convulsões, já que muitas

das características podem ser semelhantes as da epilepsia humana do lobo temporal.

Diferenças significativas nas taxas de metabolização das monoaminas foram

evidenciadas no hipocampo, córtex frontal e corpo estriado de ratos adultos durante o

desenvolvimento do estado epiléptico em ratos após tratamento com a pilocarpina em

alta dose (400mg/kg).

Houve um aumento na taxa de metabolização do neurotransmissor

dopaminérgico (DA) após 1 e 24h no hipocampo e córtex frontal, enquanto que, nos

mesmos períodos de observação não foram vistas alterações no corpo estriado com

relação a este parâmetro em ratos que apresentaram convulsão e estado epiléptico.

Dados da literatura mostram que metabolização da dopamina mensurada pela

relação (DOPAC/DA) encontrava-se diminuída no hipocampo nas diferentes fases da

convulsão (aguda, silenciosa e crônica), indicando redução do metabolismo da DA

durante as convulsões límbicas induzida pela pilocarpina em alta dose (CAVALHEIRO

et al., 1994). Os dados obtidos para o hipocampo e córtex frontal em nossos

experimentos são contraditórios, e em relação às áreas estudadas a única que não

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demonstrou alteração no metabolismo durante a fase aguda estudada deste

neurotransmissor foi o corpo estriado. Mas, especificamente foi observado no

hipocampo de ratos convulsivos em outro estudo uma diminuição na metabolização da

DA após 1h e nenhuma modificação neste parâmetro foi detectado após 24h da fase

aguda.

Com relação à taxa de metabolização do neurotransmissor serotonérgico (5-HT)

após 1 h, observou-se um aumento no hipocampo e corpo estriado, enquanto que, no

mesmo período de observação foi vista uma redução no córtex frontal. Por sua vez, no

período de 24h foi detectada uma diminuição na taxa de metabolização desta

monoamina no hipocampo e corpo estriado, mas no córtex frontal de em ratos que

apresentaram convulsão e estado epiléptico não foi observada nenhuma alteração.

Dados da literatura mostram que metabolização da serotonina mensurada pela

relação (5-HIAA/5-HT) encontrava-se aumentada no hipocampo nas diferentes fases da

convulsão (aguda, silenciosa e crônica), indicando uma no nível da 5-HT durante as

convulsões límbicas induzida pela pilocarpina em alta dose (CAVALHEIRO et al.,

1994). E também demonstraram um aumento após 1 e 24h da fase aguda das

convulsões límbicas no hipocampo de ratos convulsivos (CAVALHEIRO et al., 1994).

Os dados obtidos para o hipocampo e corpo estriado foram semelhantes, mas para o

córtex frontal em nossos experimentos o efeito foi contraditório para a primeira hora da

fase aguda das convulsões. É em relação às áreas estudadas a única que não demonstrou

alteração no metabolismo durante 24h da fase aguda estudada deste neurotransmissor

foi o córtex frontal. Para o hipocampo e corpo estriado foi observada uma diminuição

na taxa de metabolização da 5-HT, sugerindo que está monoamina deve estar

aumentada durante a propagação e manutenção da atividade epiléptica.

Vários estudos indicam claramente mudanças no metabolismo e catabolismo de

diferentes monoaminas e aminoácidos no foco epiléptico e nas outras estruturas

cerebrais envolvidas com a epileptogênese (CAVALHEIRO et al., 1994; EL-ETRI et

al., 1993, FREITAS et al., 2004a), mas quando e como estes operam durante as

diferentes fases das convulsões límbicas em animais, e ainda em relação ao tempo,

permanece pouco estabelecido.

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DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DOS AMINOÁCIDOS GLUTAMATO (GLU),

GLUTAMINA (GLN), ASPARTATO (ASP) E TIROSINA(TIR)

APÓS AS CONVULSÕES

Os efeitos sobre o conteúdo dos aminoácidos GLU, GLN, ASP e TIR, foram

estudados em hipocampo, córtex frontal e corpo estriado de ratos com 2 meses de idade

que apresentaram convulsão, estado epiléptico e que sobreviveram a 1 e 24 h após a

administração de pilocarpina (400mg/kg).

É sabido que as convulsões são ativadas pelo sistema colinérgico (CARDONE et

al., 1994; MARINHO et al., 1997; FREITAS et al., 2003), através da administração da

pilocarpina em alta dose, entretanto, os aminoácidos que participam na instalação e/ou

propagação e manutenção das convulsões estabelecidas neste modelo de epilepsia ainda

não foram completamente esclarecidos. A dependência entre os neurotransmissão dos

aminoácidos parece ser diferente de acordo com a área investigada durante a fase aguda

da convulsão.

O modelo de epilepsia induzido por pilocarpina é um excelente modelo para se

estudar os processos neuroquímicos essenciais para a geração e manutenção das

convulsões, já que muitas das características são semelhantes as da epilepsia humana do

lobo temporal (CAVALHEIRO et al., 1994; MARTIM 1993; 1996).

Diferenças significativas no conteúdo dos aminoácidos GLU, GLN, ASP e TIR

foram evidenciadas nas três áreas cerebrais de ratos estudadas após as convulsões e

estado epiléptico induzido por pilocarpina.

O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do cérebro de mamíferos.

O GLU interfere no desenvolvimento neural, na plasticidade sináptica, no aprendizado,

na memória, na epilepsia, na esquemia, na tolerância, na depressão e outros, quando

existe a necessidade de ações mais seletivas dessas drogas tem que ser feito de forma

limitada (CAROBEZ et al., 2003).

Observou-se um aumento na concentração do GLU durante o EP apenas no

hipocampo entre as áreas analisadas de ratos adultos sacrificados após 1 h de

observação. Esses resultados sugerem que pode ter ocorrido uma diminuição na taxa de

metabolização deste aminoácido em particular nesta área, como uma forma de garantir

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o desenvolvimento do foco epiléptico, por outro lado, esse pode ser explicado por um

aumento na sua taxa de síntese e liberação, sugerindo que esse aminoácido pode

participar de forma diferenciada durante o estabelecimento da fase aguda em relação as

outras áreas (corpo estriado e córtex frontal).

A participação do sistema glutamatérgico na epileptogênese tem sido

exaustivamente estudada, pois a ativação de receptores glutamatérgicos induz

convulsões e dano cerebral em ratos (GRIFFITH et al., 2004). O glutamato hipocampal

tem sido verificado um aumento em seu conteúdo durante as convulsões induzidas por

ácido caínico (POLI et al., 1995). Por outro lado, Lehmann e colaboradores (1985) não

observaram aumento na concentração do GLU hipocampal após convulsões induzidas

por ácido caínico, o que dificulta a determinação do papel deste aminoácido no

processo convulsivo. Nossos dados corroboram com de Naffah-Mazzacoratti e

colaboradores (2004), que observaram também um aumento na liberação do GLU

hipocampal de ratos após estado epiléptico induzido por pilocarpina.

O aumento do nível do GLU pode ser devido a uma redução no seu metabolismo

hipocampal nas convulsões induzidas em ratos adultos após 1 h, possivelmente para

facilitar a propagação da atividade epiléptica através da excitoxicidade mediada pelo

mesmo (GRIFFITH et al., 2004) através da estimulação dos receptores glutamatérgicos

que se encontram em maior densidade durante a fase aguda como observado em nossos

estudos de binding (FREITAS et al., 2004a).

Vários estudos indicam claramente a importância dos aminoácidos no fenômeno

epiléptico, mas como estes medeiam o processo ainda permanece pouco compreendido

(TAYLOR et al., 2005, FERRERO et al., 2005). Já registrado na literatura que a

síntese, metabolização e liberação da glutamina e o glutamato é alterada em várias

condições patológicas, inclusive em doenças neurodegenerativas (parkinson e

epilepsia), devido às inúmeras funções metabólicas específicas desempenhadas

fisiologicamente por estes aminoácidos (NEWSHOLME, 2001). Nossos dados também

concordam com os de Hynd e colaboradores (2004) que verificaram um aumento do

glutamato cerebral em pacientes com doenças neurodegenerativas.

Durante a primeira hora da fase aguda das convulsões a concentração de GLN,

ASP e TIR hipocampal não sofreu alterações significativas, sugerindo, assim, que as

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mudanças no GLU podem ser essenciais para a propagação do foco epiléptico para as

outras áreas envolvidas no processo. A hipótese de que mudanças também ocorram em

seu conteúdo durante os períodos silencioso e crônico não podem ser descartadas, pois

Cavalheiro e colaboradores (1994), observaram o aumento deste aminoácido durante a

primeira hora da fase aguda, e ainda detectou uma diminuição no conteúdo de ASP e

um aumento de GLN hipocampal.

Por outro lado, foi detectado um aumento no conteúdo estriatal de GLN e de

ASP no córtex frontal durante 1 h de observação, nos demais aminoácidos analisados

não houve mudança significativa. O aumento da GLN estriatal pode ser explicado pela

diminuição da síntese de GLU, já que a GLN é um aminoácido bastante versátil e

essencial para a síntese de GLU e GABA pela modulação negativa da enzima

glutaminase estriatal ou pelo aumento da sua síntese pela atividade da enzima

glutaminase sintetase, e/ou pelo aumento de sua liberação, acreida-se, ainda que durante

alguns processos patológicos pode ocorrer alterações no metabolismo celular da

glutamina, justificando assim, os nossos achados (MEDINA et al., 1992; MAZUREK et

al., 1997). O aumento do conteúdo da GLN estriatal ainda ser sugerido pela diminuição

de sua metabolização por hidrólise em GLU e amônia pela glutaminase e a degradação

subseqüente do glutamato via transaminação que deve estar negativamente modulada,

já que o conteúdo de GLU estriatal não sofreu alteração (REEDS & BRORRIN, 2001).

A GLN sob condições de elevada degradação de proteínas e lipídios pelo estresse

oxidativo, pode atuar como um regulador metabólico reduzindo os danos neuronais

(LOBLEY et al., 2001) durante a fase aguda das convulsões. Ao contrário dos nossos

resultados, baixos níveis de GLN foram verificados através da técnica de microdialises

no modelo de epilepsia pós-traumática induzida pelo ferro, enquanto que, no mesmo

trabalho foi visto que a administração de removedores de radicais livres aumenta os

níveis de GLN (SAMUELSSON et al., 2003), corroborando com o que foi proposto em

nossos experimentos, já que durante há primeira hora o estresse oxidativo ocorre em

menor grau, quando comparado às 24h de observação. O metabolismo cerebral do

piruvato exógeno influencia a o metabolismo, síntese e liberação de vários aminoácidos

(GABA, GLU, GLN, TIR, ASP), o que pode facilitar tanto a instalação de uma

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convulsão, como as crises recorrentes, tornando o paciente epiléptico (HASSEL et al.,

2005).

ASP é um dos aminoácidos mais abundante neurotransmissor excitatório

extremamente potente sobre neurônios, em virtualmente todas as regiões do SNC

(WATKINS & OLVERMAN, 1987). Devido às suas altas concentrações e larga

distribuição este aminoácido influencia todas as funções do SNC. O aumento em seu

conteúdo cortical pode ter sido devido ao aumento em sua síntese e/ou liberação, bem

como pela redução de degradação enzimática, sugerindo que este aminoácido é

responsável pela manutenção e /ou propagação do foco epiléptico instalado no

hipocampo pela acetilcolina.

O ASP é um dos aminoácidos hiperexcitatório, o que pode facilitar o

desenvolvimento das convulsões e seus efeitos neurotóxicos, como observado em

nossos estudos. Coyle e colaboradores (2001) também detectaram um aumento no

conteúdo deste aminoácido durante o período agudo das convulsões induzidas por ácido

caínico. Uma e colaboradores (2006) também verificaram um aumento nos níveis de

aspartato cerebral e plasmático associado ao estresse oxidativo como detectado em

nossos estudos.

Um incremento dos aminoácidos excitatórios GLU hipocampal e ASP no córtex

frontal foi observado, como também foi verificado um aumento no precursor do GLU

no estriado, sugerindo que a inibição mediada pelos receptores gabaérgicos não são

suficientes para impedir a instalação do foco epiléptico, já que os receptores encontram-

se em baixa densidade durante o período agudo como verificado em nossos estudos de

binding, favorecendo a ação neurotóxica mediada por estes aminoácidos excitatórios.

Os nossos dados também corroboram com de Helms e colaboradores (2006) que

evidenciaram um aumento nos níveis de GLU e GLN na região talâmica de pacientes

epilépticos, e no modelo de epilepsia de ausência geneticamente induzido (MELO,

2006). Outro trabalho também verificou um aumento no conteúdo dos aminoácidos

ASP, GLU e GLN, do líquido cefalorraquidiano de ratos no modelo de epilepsia

induzido por pentilenotetrazol (SECHI et al., 1997), sugerindo que independente do

modelo de epilepsia as mudanças no conteúdo destes para ser de forma semelhante.

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Nossos dados para corpo estriado, hipocampo e córtex frontal de ratos adultos não

mostraram alteração significativa no conteúdo de GLU, GLN e ASP durante as

convulsões e estado epiléptico nos ratos observados por 24h. Embora em outras

doenças neurodegenerativas em modelos experimentais tenha sido observado após 24h

um aumento no conteúdo do GLU.

A tirosina é um aminoácido aromático presente nos líquidos corporais que é

captatdo por neurônios noradrenérgicos, sendo o precursos metabólico da noradrenalina

(RANG et al., 2004). Nossos dados mostram que após a 24 horas da fase aguda foi

verificado nas três áreas um aumento no conteúdo de TIR, possivelmente devido à sua

menor biotransformação em NA e DA, já que a tirosina é o precursor inicial das duas

monoaminas. Estes dados corroboram com os níveis detectados durante 24 h de

observação em ratos epilépticos em que se verificou uma diminuição no conteúdo

dessas duas monoaminas nas três áreas cerebrais (FREITAS et a., 2004) e um aumento

no conteúdo da tirosina. Esses dados para as monoaminas hipocampais também foram

determinados por Cavalheiro e colaboradores (1994), no entanto, o trabalho não

verificou o conteúdo de tirosina, que poderia ou não confirmar a nossa hipótese.

Huo e colaboradores (2006) determinou que o aumento da fosforilação de tirosina

pode ser induzida pela estimulação do receptor NMDA hipocampal de ratos após estado

epiléptico induzido por lítio-pilocarpina. Durante a primeira hora da fase convulsiva os

níveis de fosforilação de tirosina provavelmente encontram-se normais, uma vez que

nas três áreas analisadas não houve mudança no conteúdo da TIR após 1h, no entanto,

após 24h houve um aumento no conteúdo da TIR no hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal, sugerindo uma modulação negativa na fosforilação da tirosina durante o EP,

sugerindo que o aumento do conteúdo de TIR cerebral pode tentar funcionar como um

mecanismo de defesa contra os danos crônicos do processo convulsivo, já que a

fosforilação da tirosina promove a potenciação dos receptores glutamatérgicos que

facilita e propaga a convulsão, e em nossos achados verificamos um aumento no

conteúdo dos receptores glutamatérgicos nas três áreas, portanto como mecanismo

compesátorio deve haver um feedback negativo na tentativa de cessar ou reduzir a

atividade epiléptica.

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O aumento da TIR nas três áreas sugere que este aminoácido pode ser essencial e

necessário para a instalação, propagação e manutenção da epileptogênese. Nossos dados

concordam com os de He e colaboradores (2006) que detectaram um aumento no

conteúdo hipocampal deste aminoácido, como também verificaram que a ativação dos

receptores da tirosina é responsável pela instalação das convulsões límbicas no modelo

de kindling, sugerindo que em nossos estudos esse aumento possa contribuir para os

efeitos neurotóxicos induzido pela pilocarpina durante a fase aguda.

Como o processo convulsivo é complexo e multimediado, parece também haver

alterações em outros sistemas ainda não estudos em nossos experimentos, tais como:

nos níveis dos nucleotídeos durante as convulsões que facilitam a instalação da

atividade epiléptica. A uridina, um nucleotídeo sintetizado na por um processo

dependente da mitocôndria, apresentou atividade anticonvulsivante no modelo lítio-

pilocapina em ratos, e ainda uma atividade moderada como antiepileptogênico (ZHAO

et al., 2006). É importante salientar, que as mudanças no processo convulsivo são

inúmeras, além das já citadas e discutidas, surge uma nova perspectiva de pesquisa.

Investigar o envolvimento da mitocôndria no modelo de epilepsia induzido por

pilocarpina.

Prévios estudos realizados por Nasseh e colaboradores (2006), mostraram que

ocorre um decréscimo na fosforilação oxidativa dos radicais livres, morte celular,

diminuição ou aumento da síntese de aminoácidos e outros neurotransmissores e ainda,

uma menor expressão e atividade do citocromo C. Esses dados já justificam alguns dos

nossos dados já determinados, mas possibilita a hipótese de novas investigações de

outros parâmetros ainda não estudados.

Nossos estudos demonstram claramente que as convulsões são instaladas pela

pilocarpina, através do sistema colinérgico, induzindo após a instalação mudanças

neuroquímicas em diferentes sistemas de neurotransmissão, bem como no conteúdo das

monoaminas e aminoácidos, sendo de fundamental importância para a iniciação,

propagação e/ou manutenção, e ainda servido de base para o estudo de novas drogas

para o tratamento de pacientes epilépticos refratários as medicações já disponíveis no

mercado farmacêutico.

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CONCLUSÃO

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CONCLUSÃO

De acordo com os estudos comportamentais, farmacológicos e os experimentos

neuroquímicos realizados durante a fase aguda das convulsões induzidas por

pilocarpina 400mg/kg, neste trabalho, nos possibilitou concluir os seguintes pontos:

Todos os animais tratados com pilocarpina 400mg/kg e observados por 1 e

24h, demonstraram a presença de alterações comportamentais, tais como: sinais

colinérgicos periféricos e movimentos estereotipados, mas divergiam quanto ao

índice de tremores, convulsões, estado epiléptico e morte. Os animais sacrificados

após 24 h apresentaram um maior índice destes parâmetros;

Das drogas testadas as que apresentaram potencial proconvulsivante foram

pimozida, haloperidol, fluoxetina, amitriptilina, NMDA, lítio e morfina, por outro

lado, as outras drogas testas com eficácia anticonvulsivante neste modelo de

epilepsia foram atropina, SCH 23390, clorpromazina, diazepam, clonazepam,

gabapentina, vigabatrina, cetamina e vitaminas E e C. As convulsões e a letalidade

induzidas por pilocarpina são eventos consideravelmente multimediados

envolvendo diferentes sistemas de neurotransmissores, mas nem sempre os

mesmos neurotransmissores estão envolvidos nas convulsões, estado epiléptico e

morte dos animais.

Durante a fase aguda a atividade da enzima AChE no hipocampo, córtex

frontal e corpo estriado de ratos adultos foi alterada de forma aguda e drástica, e

esse efeito pode estar relacionado com a ativação das convulsões, sendo que, uma

vez instalada a convulsão e induzido o EP a atividade enzimática mostra-se

praticamente inalterada nas diferentes estruturas cerebrais estudadas;

Nos cérebros dos animais adultos, no hipocampo, corpo estriado e córtex

frontal houve um aumento significativo no conteúdo de lipídios peróxidos, nitrito

e nitrato e uma redução também significativa dos níveis de glutationa reduzida

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durante os dois períodos estudados (1 e 24h) da fase aguda. Isto sugere que, as

alterações observadas nestes parâmetros podem não estar relacionados com tempo

e nem tão pouco com a região cerebral, uma vez que a alteração foi semelhante

entre as áreas e os períodos estudados;

A atividade das enzimas envolvidas no metabolismo das espécies reativas

derivadas do oxigênio (EROs), tais como superóxido dismutase (SOD) e catalase,

também foi alterada de forma significativa durante a fase aguda, sendo verificado

um aumento na atividade das mesmas durante a primeira hora da fase aguda em

todas as estruturas analisadas, enquanto que, após 24h de observação o aumento

foi ainda verificado na atividade da catalase em todas as regiões; mas em relação a

SOD, o aumento só foi visto no córtex frontal;

Embora, tenham sido detectadas mudanças na função destas enzimas nos dois

períodos da fase aguda, acredita-se que a ativação de outros mecanismos

antioxidantes cerebrais pode ser necessária para a proteção contra o dano neuronal

induzido pela convulsão e EP, uma vez que, nas mesmas estruturas cerebrais que

apresentaram um aumento da atividade funcional destas enzimas removedoras de

EROs, houve também um aumento no conteúdo de lipoperoxidação, nitrito e

nitrato, que são indicadores de dano neuronal;

Sugere-se, ainda, que um período maior que 24h seja necessário para a

remoção completa dos lipídeos e proteínas oxidáveis, uma vez que, após a

primeira hora da fase aguda, os níveis dos lipídeos peróxidos, nitritos e nitratos já

estão aumentados e permanecerão elevados até 24h da fase em estudo nas três

áreas investigadas;

É possível que a downregulation dos receptores muscarínicos (RM1 e RM2)

no hipocampo, córtex frontal e corpo estriado dos animais adultos seja decorrente

da instalação da atividade epiléptica. Em adição, o tratamento não induziu

mudança no Bmax dos receptores dopaminérgicos RD1 e RD2, aumentando a

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sensibilidade destes ao ligante somente no hipocampo e corpo estriado.

Possivelmente uma relação imediata direta e/ou indireta dos sistemas colinérgicos

e dopaminérgicos pode ocorrer durante a instalação e propagação do processo

convulsivo;

Os efeitos sobre o Bmax e o Kd dos receptores serotonérgicos (5-HT2) no

hipocampo, córtex frontal e corpo estriado foram bastante variados, mas sabe-se

que a ativação destes pode favorecer a instalação e propagação da atividade

epiléptica. Em adição, o tratamento induziu um aumento na sensibilidade destes à

serotonina (5-HT) nas três áreas estudadas, como um possível mecanismo

sinérgico de instalação das convulsões pelo sistema colinérgico;

Ainda com relação aos estudos sobre a densidade máxima, os receptores

GABA- e glutamatérgicos demonstraram durante a fase aguda, uma diminuição e

um aumento nas estruturas estudadas, respectivamente. Entretanto, as alterações

na constante de dissociação dos mesmos ocorreram de forma diversificada em

função do tempo e da área cerebral, sugerindo que as alterações no Bmax seriam

possivelmente necessárias e estariam envolvidas durante o estabelecimento do

processo convulsivo;

As análises neuroquímicas, em nível das concentrações das monoaminas e

seus metabólitos, demonstraram alterações no conteúdo destes, principalmente no

nível da NA, DA e 5-HT, em todas as áreas, sugerindo a participação das

transmissões noradrenérgicas, dopaminérgicas e serotonérgicas na instalação das

convulsões límbicas;

As concentrações dos metabólitos, DOPAC, HVA e 5-HIAA, bem como o

valores das taxas de metabolização da DA e 5-HT, foram alteradas de forma

diversificada em função do período e da região analisada, mostrando diferentes

influencias na atividade epiléptica;

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As análises neuroquímicas nos conteúdos dos aminoácidos GLU, GLN e

ASP, no hipocampo, corpo estriado e córtex frontal, respectivamente, durante a

primeira hora da fase aguda sugere a participação dos aminoácidos excitatórios na

instalação das convulsões. Por outro lado, foi visto um aumento nas três áreas de

forma significativa no conteúdo da TIR, sugerindo um papel para este aminoácido

na propagação e manutenção já que esta alteração foi detectada após 24 h de

observação de forma semelhante nas estruturas cerebrais;

Os mecanismos envolvidos na fisiopatologia das convulsões límbicas que são

semelhantes à epilepsia do lobo temporal de humanos, ainda não podem ser

prontamente demonstrados e nossos estudos contribuíram para uma melhor

compreensão e identificação dos processos de instalação, propagação e

manutenção da atividade epiléptica. No entanto, futuros estudos devem ser

realizados com novas técnicas e em outras áreas, bem como em diferentes fases da

convulsão que poderão fornecer subsídios para facilitar a investigação e a

descoberta de novos agentes terapêuticos e para reformulação dos antigos

utilizados no tratamento da epilepsia em epilépticos refratários aos

anticonvulsivantes atualmente existentes;

Outra contribuição significativa deste trabalho deve-se ao fato de favorecer o

conhecimentodo conhecimento de quais drogas que já são usadas em outros

transtornos do SNC associados à epilepsia e que podem ser prejudiciais à

qualidade de vida do paciente epiléptico.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1

Pilocarpine-induced seizures in adult rats: monoamine content and

muscarinic and dopaminergic receptor changes in the striatum.

Autores: Freitas RM, Bezerra Felipe CF, Nascimento VS, Oliveira AA,

Viana GS, Fonteles MM

Revista: Comp Biochem Physiol C Toxicol Pharmacol (Comparative

biochemistry and physiology. Toxicology & pharmacology: CBP.).

Idioma: Inglês

Volume: 136 Edição: 2 Páginas: 103-8 Data: 2003 Oct

High doses of the muscarinic cholinergic agonist pilocarpine are a useful model for

investigation of the essential mechanisms for seizure generation and spread in rodents.

Pilocarpine (400 mg/kg; subcutaneously) was administered in 2-month-old female rats,

and the content of striatum monoamines and (M(1)+M(2)) muscarinic and D(2)

dopaminergic receptors was measured in the acute period. All treated animals showed

peripheral cholinergic signs, stereotyped and clonic movements, tremors, seizures and

the percentage mortality was approximately 63%. High performance liquid

chromatography determinations, performed 24 h later, showed a decrease of striatal

levels of dopamine, dihydroxyphenylacetic acid, 4-hydroxy-3-methoxy-phenylacetic acid

and 5-hydroxytryptamine. Pilocarpine treatment induced downregulation of (M(1)+M(2))

muscarinic receptors and reduced the dissociation constants of (M(1)+M(2)) muscarinic

and D(2) dopaminergic receptors, suggesting that these systems exert opposite effects

on the regulation of convulsive activity. These and other important neurochemical

changes found in the course of establishment of an epileptic focus can be observed after

status epilepticus induced by pilocarpine.

PubMed ID: 14559291. [PubMed - indexed for MEDLINE]

APÊNDICE 2

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Pilocarpine-induced status epilepticus in rats: lipid peroxidation level,

nitrite formation, GABAergic and glutamatergic receptor alterations in

the hippocampus, striatum and frontal cortex.

Autores: Freitas RM, Sousa FC, Vasconcelos SM, Viana GS, Fonteles MM

Revista: Pharmacol Biochem Behav (Pharmacology, biochemistry, and

behavior.).

Idioma: Inglês

Volume: 78 Edição: 2 Páginas: 327-32 Data: 2004 Jun

The aim of the study was to investigate the lipid peroxidation levels, nitrite formation,

GABAergic and glutamatergic receptor densities in the hippocampus, frontal cortex and

striatum of Wistar rats after seizures and status epilepticus (SE) induced by pilocarpine.

The control group was treated with 0.9% saline and sacrificed 1 h after the treatment.

One group of rats was administered with pilocarpine (400 mg/kg sc) and sacrificed 1 h

after treatment. The result shows that pilocarpine administration and the resulting SE

produced a significant increase of lipid peroxidation level in the hippocampus (46%),

striatum (25%) and frontal cortex (21%). In nitrite formation, increases of 49%, 49%

and 75% in hippocampus, striatum and frontal cortex, respectively, was observed.

Pilocarpine treatment induced down-regulation of GABAergic receptors in the

hippocampus (38%), striatum (15%) and frontal cortex (11%). However, with regard to

glutamatergic receptor densities, increases in the hippocampus (11%), striatum (17%)

and frontal cortex (14%) was observed during the observation period. These results

show a direct evidence of lipid peroxidation and nitrite formation during seizure activity

that could be responsible for the GABAergic and glutamatergic receptor concentration

changes during the establishment of SE induced by pilocarpine.

PubMed ID: 15219774. [PubMed - indexed for MEDLINE]

APÊNDICE 3

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Catalase activity in cerebellum, hippocampus, frontal cortex and striatum

after status epilepticus induced by pilocarpine in Wistar rats.

Autores: Freitas RM, Nascimento VS, Vasconcelos SM, Sousa FC, Viana GS,

Fonteles MM

Revista: Neurosci Lett (Neuroscience letters.). Idioma: Inglês

Volume: 365 Edição: 2 Páginas: 102-5 Data: 2004 Jul 22

The mechanism underlying the vulnerability of the brain to status epilepticus (SE) induced

by pilocarpine remains unknown. Oxidative stress has been implicated in a variety of acute

and chronic neurologic conditions, including SE. The present study was aimed at was

investigating the changes in catalase activity after pilocarpine-induced seizures and SE. The

Control group was treated with 0.9% saline (NaCl, subcutaneously (s.c.)) and sacrificed 1h

after the treatment. Another group was treated with pilocarpine (400 mg/kg, s.c.,

Pilocarpine group) and sacrificed 1h after treatment. The catalase activity in the cerebellum,

hippocampus, frontal cortex and striatum of Wistar rats was determined. The results have

shown that pilocarpine administration and resulting SE produced a significant increase in the

catalase activity in the hippocampus (36%), striatum (31%) and frontal cortex (15%) of

treated adult rats. Nevertheless, in the adult rat cerebellum after SE induced by pilocarpine

no change was observed in the catalase activity. Our results demonstrated a direct evidence

of an increase in the activity of the scavenging enzyme (catalase) in different cerebral

structures during seizure activity that could be responsible for eliminating oxygen free

radicals and might be one of the compensatory mechanisms to avoid the development of

oxidative stress during the establishment of SE induced by pilocarpine. Our reports also

indicate clear regional differences in the catalase activity caused by pilocarpine-induced

seizures and SE and the hippocampus might be the principal area affected and cerebellum

does not modify for this parameter studied during epileptic activity.

PubMed ID: 15245787. [PubMed - indexed for MEDLINE]

APÊNDICE 4

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Monoamine levels after pilocarpine-induced status epilepticus in

hippocampus and frontal cortex of Wistar rats.

Autores: Freitas RM, Vasconcelos SM, Souza FC, Viana GS, Fonteles MM

Revista: Neurosci Lett (Neuroscience letters). Idioma: Inglês

Volume: 370 Edição: 2-3 Páginas: 196-200 Data: 2004 Nov 11

Pilocarpine-induced status epilepticus (SE) is an useful model to study the involvement of

neurotransmitter systems as epileptogenesis modulators. Some researches have shown

that pharmacological manipulations in dopaminergic, serotonergic, and noradrenergic

systems alter the occurrence of pilocarpine-induced SE. The control group was treated

with 0.9% saline (control group, s.c.). Another group of rats received pilocarpine

(400mg/kg, s.c.) and both groups were sacrificed 24 h after the treatment. This work

was performed to determine the alterations in monoamine levels (dopamine (DA),

serotonin (5-HT) and norepinephrine (NE)) and their metabolites (3,4-

hydroxyphenylacetic acid (DOPAC), homovanilic acid (HVA), and 5-hydroxyindoleacetic

acid (5-HIAA)) after pilocarpine-induced SE in hippocampus and frontal cortex of adult

rats. The monoamines and their metabolites were determined by reverse-phase high-

performance liquid chromatography with electrochemical detection. DA and 5-HIAA

concentrations were not altered in the hippocampus of the pilocarpine group, but in the

same group the 5-HT (160%), DOPAC (316%) and HVA (21%) levels increased, whereas,

the NE (47%) content declined. For the frontal cortex determinations, there was an

increase of 20 and 72% in DA and DOPAC levels, respectively, and a decrease in NE

(32%), 5-HT (33%) and 5-HIAA (19%) concentrations, but HVA content remained

unaltered. These results indicate that pilocarpine-induced SE can alter monoamine levels

in different ways depending on the brain area studied, suggesting that different

mechanisms are involved.

PubMed ID: 15488322. [PubMed - indexed for MEDLINE]

APÊNDICE 5

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Oxidative stress in the hippocampus after pilocarpine-induced status

epilepticus in Wistar rats.

Autores: Freitas RM, Vasconcelos SM, Souza FC, Viana GS, Fonteles MM

Revista: FEBS J (The FEBS journal.). Idioma: Inglês

Volume: 272 Edição: 6 Páginas: 1307-12 Data: 2005 Mar

The role of oxidative stress in pilocarpine-induced status epilepticus was investigated by

measuring lipid peroxidation level, nitrite content, GSH concentration, and superoxide

dismutase and catalase activities in the hippocampus of Wistar rats. The control group

was subcutaneously injected with 0.9% saline. The experimental group received

pilocarpine (400 mg.kg(-1), subcutaneous). Both groups were killed 24 h after treatment.

After the induction of status epilepticus, there were significant increases (77% and 51%,

respectively) in lipid peroxidation and nitrite concentration, but a 55% decrease in GSH

content. Catalase activity was augmented 88%, but superoxide dismutase activity

remained unaltered. These results show evidence of neuronal damage in the

hippocampus due to a decrease in GSH concentration and an increase in lipid

peroxidation and nitrite content. GSH and catalase activity are involved in mechanisms

responsible for eliminating oxygen free radicals during the establishment of status

epilepticus in the hippocampus. In contrast, no correlations between superoxide

dismutase and catalase activities were observed. Our results suggest that GSH and

catalase activity play an antioxidant role in the hippocampus during status epilepticus.

PubMed ID: 15752349. [PubMed - indexed for MEDLINE]

APÊNDICE 6

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Modifications in muscarinic, dopaminergic and serotonergic receptors

concentrations in the hippocampus and striatum of epileptic rats.

Autores: Freitas RM,Aguiar LM,Vasconcelos SM,Sousa FC,Viana GS,Fonteles

MM

Revista: Life Sci (Life sciences). Idioma: Inglês

Volume: 78 Edição: 3 Páginas: 253-8 Data: 2005 Dec 5

The present study was undertaken in order to investigate the muscarinic (M(1)),

dopaminergic (D(1) and D(2)) and serotonergic (5-HT(2)) receptors densities in

hippocampus and striatum of Wistar rats after status epilepticus (SE) induced by pilocarpine.

The control group was treated with 0.9% saline. An other group of rats received pilocarpine

(400 mg/kg, s.c.) and both groups were sacrificed 1 h after treatment. The results have

shown that pilocarpine administration and resulting SE produced a downregulation of M(1)

receptor in hippocampus (41%) and striatum (51%) and an increase in the dissociation

constant (K(d)) values in striatum (42%) alone. In both areas the 5-HT(2) receptor density

remained unaltered, but a reduction (50%) and an increase (15%) in the K(d) values were

detected in striatum and hippocampus, respectively. D(1) and D(2) receptor densities in

hippocampus and striatum remained unaltered meanwhile K(d) values for D(1) receptor

declined significantly, 33% in hippocampus and 26% in striatum. Similarly, K(d) values for

D(2) decreased 55% in hippocampus and 52% in striatum. From the preceding results, it is

clear that there is a possible relation between alterations in muscarinic receptor density and

others systems studied as well as they suggest that changes in dissociation constant can be

responsible for the establishment of pilocarpine-induced SE by altering the affinity of

neurotransmitters such as acetylcholine, dopamine and serotonine.

PubMed ID: 16137708. [PubMed - indexed for MEDLINE]

APÊNDICE 7

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Expression of muscarinic and dopaminergic receptors and monoamine

levels frontal cortex of epileptic rats.

Autores: Freitas RM, Oliveira AA, Vasconcelos SM, Sousa FC, Viana GS,

Fonteles MM

Revista: Pharmacol Biochem Behav., Idioma: Inglês

Volume: 83 Edição: 2 Páginas: 302-6 Data: 2006 Feb

Apart from stroke, epilepsy is the most common neurological disorder with 0.5% of

prevalence. The present study was performed in order to determine the monoamine levels,

(M(1)-like) muscarinic and (D(1)- and D(2)-like) dopaminergic receptor changes in frontal

cortex of adult rats after pilocarpine-induced status epilepticus (SE). Male Wistar rats were

treated with a single dose of pilocarpine (400 mg/kg, s.c.) and the control group received

0.9% saline (s.c.). Both groups were sacrificed 1 h after treatment. The frontal cortex was

dissected for neurochemical assays. The results show a downregulation of 27% in M(1)

muscarinic receptor density, but in the dissociation constant (K(d)) value remained

unaltered. D(1) and D(2) dopaminergic receptor densities and their K(d) values remained

unaltered. Monoamine and metabolites levels presented decreases of 44%, 27%, 30% and

42% in dopamine (DA), homovanilic acid (HVA), norepinephrine (NE) and 5-

hydroxyindoleacetic acid (5-HIAA) contents, respectively. Moreover, in serotonin (5-HT) level

remained unaltered and the 4-hydroxy-3-methoxy-phenylacetic acid (DOPAC) concentration

was augmented by 34%. The results suggest that dopaminergic system in this area studied

may not be directly involved in the seizures and status epilepticus, but different monoamines

and metabolites can be modified in this cerebral area during seizure process. In conclusion,

the neurochemical alterations that occur in frontal cortex of adult rats observed during the

establishment of the status epilepticus induced by pilocarpine are decrease in M(1) receptor

density concentration and a reduction in DA and NE levels.

PubMed ID: 16563474. [PubMed - in process]

APÊNDICE 8

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Oxidative stress in the hippocampus after pilocarpine-induced status

epilepticus in Wistar rats.

Autores: Freitas RM,Vasconcelos SM,Souza FC,Viana GS,Fonteles MM

Revista: FEBS J (The FEBS journal). Idioma: Inglês

Volume: 272 Edição: 6 Páginas: 1307-12 Data: 2005 Mar

The role of oxidative stress in pilocarpine-induced status epilepticus was investigated by

measuring lipid peroxidation level, nitrite content, GSH concentration, and superoxide

dismutase and catalase activities in the hippocampus of Wistar rats. The control group

was subcutaneously injected with 0.9% saline. The experimental group received

pilocarpine (400 mg.kg(-1), subcutaneous). Both groups were killed 24 h after treatment.

After the induction of status epilepticus, there were significant increases (77% and 51%,

respectively) in lipid peroxidation and nitrite concentration, but a 55% decrease in GSH

content. Catalase activity was augmented 88%, but superoxide dismutase activity

remained unaltered. These results show evidence of neuronal damage in the

hippocampus due to a decrease in GSH concentration and an increase in lipid

peroxidation and nitrite content. GSH and catalase activity are involved in mechanisms

responsible for eliminating oxygen free radicals during the establishment of status

epilepticus in the hippocampus. In contrast, no correlations between superoxide

dismutase and catalase activities were observed. Our results suggest that GSH and

catalase activity play an antioxidant role in the hippocampus during status epilepticus.

PubMed ID: 15752349. [PubMed - indexed for MEDLINE]

APÊNDICE 9

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Effect of gabaergic, glutamatergic, antipsychotic and antidepressant

drugs on pilocarpine-induced seizures and status epilepticus

Autores: Freitas RM, Vasconcelos SM, Souza FC, Viana GS, Fonteles MM

Revista: Neurosci Lett (Neuroscience letters). Idioma: Inglês

Volume: 408 Páginas: 79-83 Data: 2006 June

This work was designed to study the influence of drugs during seizures and status

epilepticus (SE) induced by pilocarpine and mortality in adult rats. Fluoxetine (10 and 20

mg/kg), NMDA (N-metyl-D-aspartate, 10 and 20 mg/kg), amitriptyline (25 and 50 mg/kg),

ketamine (0.5 and 1.0 mg/kg), gabapentin (100 and 150mg/kg) and pimozide (10 and 20

mg/kg) were administered intraperitoneally, 30 minutes prior to pilocarpine (400 mg/kg,

s.c.). The animals were observed (24h) to determine: number of peripheral cholinergic

signs, tremors, stereotyped movements, seizures, SE, latency to first seizure and number

of deaths after pilocarpina treatment. Fluoxetine, amitriptyline, NMDA, and pimozide had

proconvulsant effects in both doses tested. Smaller and higher doses of these drugs no

protected and increased pilocarpine-induced seizures and/or mortality. Gabapentin and

ketamine protected against seizures and reduced the latency to first seizure. Thus, these

results suggest that caution should be taken in the selection of pharmacotherapy and

dosages for patients with seizures and SE because of the possibility of potentiating

convulsive process toxicity.

PubMed ID: . [PubMed - indexed for MEDLINE]

APÊNDICE 10

Pharmacological studies of the opioids, mood stabilizer and dopaminergic

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drugs on pilocarpine-induced seizures and status epilepticus

Autores: Freitas RM, Vasconcelos SM, Souza FC, Viana GS, Fonteles MM

Revista: Neurosci Lett (Neuroscience letters). Idioma: Inglês

Volume: 408 Páginas: 84-88 Data: 2006 August

This work was designed to study the influence of drugs during seizures and status epilepticus

(SE) induced by pilocarpine and mortality in adult rats. Morphine (0.1 e 0.2 mg/kg), SCH

23390 (0.1 e 0.2 mg/kg), haloperidol (5 and 10 mg/kg) and lithium (30 and 60 mg/kg) were

administered intraperitoneally, 30 minutes before to pilocarpine (400 mg/kg, s.c.). The animals

were observed (24h) to determine: number of peripheral cholinergic signs, tremors,

stereotyped movements, seizures, SE, latency to first seizure and number of deaths after

pilocarpine treatment. Morphine and haloperidol had proconvulsant effects in both doses

tested. Smaller and higher doses of these drugs no protected and increased pilocarpine-

induced seizures, SE and/or mortality. SCH 23390 protected against seizures, increased the

latency to first seizure and reduced the mortality of the animals treated with pilocarpine

Theses results suggest that dopamine receptor system receptor subtypes exert opposite

functions on the regulation of convulsive activity. The morphine is proconvulsant in lower

doses. The opioids in high doses tested exert an action proconvulsant during the

establishment of epileptic activity induce by pilocarpine. The lithium no protected the animals

against seizures induced by pilocarpine and is used which a model of epilepsy associated with

lower doses of pilocarpine in several studies, suggesting absence of the effect anticonvulsants

in rodents.

PubMed ID: . [PubMed - indexed for MEDLINE]

APÊNDICE 11

Pathophysiology of status epilepticus induced by pilocarpine

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Autores: Freitas RM, Oliveira AA, Vasconcelos SM, Souza FC, Viana GS,

Fonteles MM

Revista: Current Medicinal Chemistry – Central Nervous System Agents

CNSA-MC. Idioma: Inglês. Data: 2007

Status epilepticus (SE) is clinically defined as prolonged electrical and clinical seizure activity in

which the patient does not regain consciousness to a normal alert state between repeated

tonic-clonic attacks. The disorder is a neurological emergency associated with a mortality rate

of 10-12% and an even greater morbidity. SE can lead to permanent pathological damage and

altered physiological function in certain brain regions and induces major changes in membrane

phospholipids, massive increases in arachidonic acid concentrations, diacylglycerol-mediated

activation, of protein kinase C, calcium-mediated changes in calmodulin kinase II and possibly

generation of free radicals that could play an essential role in the mechanism of oxidative

stress involved in neural damage. SE can be characterized by a permanent change in

neurotransmitter systems and oxidative stress that it is more facilitated in the brain rather

than in others tissues because it contains large quantities of oxidizable lipids and metals. The

role of monoamines, amino acid and oxidative stress in pilocarpine-induced SE will be

investigated in hippocampus, striatum and frontal cortex of adult rats. The SE studied will be

induced by pilocarpine (400mg/kg, s.c.) and the results observed were investigate during

acute phase. The data obtained suggests that pilocarpine induced amino acid and oxidative

stress changes in brain regions that are similar the verified in human temporal lobe epilepsy.

PubMed ID: . [PubMed - indexed for MEDLINE]

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ABSTRACT

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Pharmacological and neurochemical study of acute phase of the convulsive process inudced by pilocarpina in brain areas of adult rats. RIVELILSON MENDES DE FREITAS. Adivisor: Marta Maria de França Fonteles. Doctorate’s thesis. Graduation course in Pharmacology. Departament of Physyology and Pharmacology, UFC, 2004. The present study was aimed at investigating behavioural and neurochemical alterations in brain areas of adults rat (2-month-old) which presented seizures and status epilepticus (SE) after treatment with a single dose of pilocarpine (400mg/kg, s.c., P400) in order to clarify the mechanisms of the acute phase in the convulsive process (1 and 24h). Behavioural studies have demonstrated that the P400 administration produced peripheral cholinergic signs and stereotyped movements in all of the animals in both periods of observation. The behavioural parameters assessed between 1 and 24 h were similar, but the seizure and SE development index was slightly lower in the 1h group and in the same group no case of fatality was observed. The pharmacological studies with antagonist cholinergic did not present any of the behavioural alterations. The drugs gabaergic, the antagonist dopaminergic D1, antipsychotic used and glutamatergic antagonist presented increased in the latency to first seizure (LS), latency of the SE (LSE) and decreasing the number of the death. The antagonists dopaminergic D2, the opioide, the antidepressants, and the dopaminergic agonist decreased the LS and a LSE and increased the number of the death. The lithium increased the effects of the pilocapine as well as the number of the death and decreased the LS and LSE. Neurochemical assessments revealed that acetylcholinesterase activity in hippocampus, frontal cortex and striatum decreased significantly only the first hour of the acute phase, meanwhile after 24h, the enzymatic activity remained unaltered. Lipid peroxidation level and nitrite e nitrate content were augmented whereas the GSH concentration was decreased in the areas investigated in both periods of observation. The SOD activity was increased during the first hour in the three areas. In turn, in the 24h period it was augmented in the frontal cortex alone. The catalase activity was significantly increased in both periods and in all areas. Works concerning maximum density (Bmax) of muscarinc cholinergic (M1 e M2) and dopaminergic (D1 e D2) receptors in the areas studied during 1h and 24h of observation were decreased and unaltered, respectively. Regarding the serotonergic receptors (5-HT2) was not verified alteration in the Bmax after 1 and 24h of observation in the three areas studied. In the areas studied the Bmax from glutamatergic and GABAergic receptors were increased and decreased, respectively. P400 altered the M1, M2, D1, D2, 5-HT2, GABAergic e glutamatergic receptors dissociation constant values (Kd) in distinct ways after 1 e 24h from the treatment. In the monoamine and their metabolites with HPLC determination P400 changes the DA, DOPAC and HVA as well as NA and 5-HT and its metabolite 5-HIIAA concentrations in the different cerebral areas after 1 and 24h of observation. In the experimental determinations of the amino acids contents, the P400 altered the content of (glutamate) GLU striatal, (glutamine) GLN hippocampal and the (aspartate) ASP cortical and no modified the concentration od tyrosine in the areas observed. However the TYR contents after 24 h of observation increas in striatum, hippocampus and frontal cortex, but GLU, GLN e ASP reamained unaltered in this period of the observation.

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