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Agrupamento de Escolas Gândara MarSede: Escola Básica Segundo e Terceiro Ciclos/Secundária João Garcia Bacelar – TochaCódigo 345908 – Contribuinte nº 600078612
DGEstE – Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares Direção de Serviços da Região Centro
FICHA DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS – 5º ANO DEZ. 2013
Lê, com atenção, o texto e todas as perguntas e regista as tuas respostas na folha de respostas.
1ª PARTE
A Noite de Natal
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2
Joana tinha nove anos e já tinha visto nove vezes a árvore do Natal. Mas era sempre como se fosse
a primeira vez. Da árvore nascia um brilhar maravilhoso que pousava sobre todas as coisas. Era como
se o brilho de uma estrela se tivesse aproximado da Terra. Era o Natal. E por isso uma árvore se cobria
de luzes e os seus ramos se carregavam de extraordinários frutos em memória da alegria que, numa
noite muito antiga, se tinha espalhado sobre a Terra.
E no presépio as figuras de barro, o Menino, a Virgem, São José, a vaca e o burro, pareciam
continuar uma doce conversa que jamais tinha sido interrompida. Era uma conversa que se via e não se
ouvia.
Joana olhava, olhava, olhava.
Às vezes lembrava-se do seu amigo Manuel.
Um dos primos puxou-a por um braço.
— Joana, ali estão os teus presentes.
Joana abriu um por um os embrulhos e as caixas: a boneca, a bola, os livros cheios de desenhos a
cores, a caixa de tintas.
À sua volta todos riam e conversavam. (…)
Até que alguém disse:
— São onze horas e meia. São quase horas da missa. E são horas de as crianças
se irem deitar.
Então as pessoas começaram a sair. (…)
A casa ficou muito silenciosa. Tinham ido todos para a Missa do Galo, menos a velha Gertrudes, que
estava na cozinha a arrumar as panelas.
E Joana foi à cozinha. Era a altura boa para falar com a Gertrudes.
— Bom Natal, Gertrudes — disse Joana.
— Bom Natal — respondeu a Gertrudes. Joana calou-se um momento.
Depois perguntou:
— Gertrudes, aquilo que disseste antes do jantar é verdade?
— O que é que eu disse?
— Disseste que o Manuel não ia ter presentes de Natal porque os pobres não têm presentes.
— Está claro que é verdade. Eu não digo fantasias: não teve presentes, nem árvore do Natal, nem
peru recheado, nem rabanadas. Os pobres são os pobres. Têm a pobreza. (…)
— Gertrudes, isso é verdade?
— Está claro que é verdade. Mas agora era melhor que a menina se fosse deitar porque estamos
quase na meia-noite.
— Boa noite — disse Joana. E saiu da cozinha.
Subiu a escada e foi para o seu quarto. Os seus presentes de Natal estavam em cima da cama.
Joana olhou-os um por um. E pensava:
— Uma boneca, uma bola, uma caixa de tintas e livros. São tal e qual os presentes que eu queria.
Deram-me tudo o que queria. Mas ao Manuel ninguém deu nada.
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E sentada na beira da cama, ao lado dos presentes, Joana pôs-se a imaginar o frio, a escuridão e a
pobreza. Pôs-se a imaginar a Noite de Natal naquela casa que não era bem uma casa, mas um curral
de animais. (…)
E começou a imaginar o curral gelado e sem nenhuma luz onde Manuel dormia em cima das palhas,
aquecido só pelo bafo de uma vaca e de um burro.
— Amanhã vou-lhe dar os meus presentes — disse ela. Depois suspirou e pensou:
«Amanhã não é a mesma coisa. Hoje é que é a Noite de Natal.»
Sophia de Mello Breyner Andresen, A Noite de Natal, Figueirinhas (texto com supressões)
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50
1. Numera as afirmações seguintes, de acordo com a ordem dos acontecimentos narrados.
a) Joana observava o presépio junto à árvore de Natal.
b) A menina verificou pela segunda vez os presentes que tinha recebido.
c) Joana decidiu que ia dar os presentes ao amigo naquela noite.
d) A determinada altura, alguém disse que era a hora da missa.
e) Sozinha no quarto, Joana pensou no amigo Manuel.
f) A menina perguntou à Gertrudes se o Manuel não teria presentes.
g) Um dos primos puxou Joana pelo braço para ir ver as prendas de Natal.
h) As pessoas saíram para ir à Missa do Galo.
2. No início do texto, é descrita a árvore de Natal à volta da qual se reúne toda a família de Joana. Apresenta as características da árvore, de acordo com a descrição presente no primeiro parágrafo.
3. Explica, por palavras tuas, o sentido da frase “Mas era sempre como se fosse a primeira vez.” (ll.1-2)
4. Identifica o motivo que terá levado Joana a pensar no amigo Manuel, quando recebeu os presentes de Natal.
5. Retira do texto seis palavras que te permitam formar um campo lexical relacionado com o Natal.
6. Após a conversa com a Gertrudes, vários pensamentos preocupavam a Joana. Descreve o estado de espírito da personagem, indicando os motivos que o originaram.
7. Transcreve uma expressão do texto que indique que Joana tomou uma decisão.
2ª PARTE
8. Joana decidiu ir levar os presentes ao amigo naquela mesma noite.
Imagina que a menina tinha passado pela cozinha para levar um bolo feito pela cozinheira Gertrudes para o dia de
Natal, de forma a partilhá-lo com o amigo. Resolveu também copiar a receita para oferecer à mãe do Manuel, mas
quando chegou à cozinha viu que a Gertrudes a tinha desordenado, para manter o segredo do seu melhor bolo.
Numera as instruções de 1 a 8, de forma a reconstituir a receita. O último passo já está numerado.
55
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70
75
80
85
5
3ª PARTE
9. Lê as seguintes frases e assinala aquelas que contêm um sujeito composto.
a) Todos os primos de Joana receberam presentes.
b) A mãe e o pai foram à missa.
c) O Manuel era um menino com dificuldades económicas.
d) O Menino, a Virgem, São José, a vaca e o burro pareciam estar a conversar.
10. Atenta na frase: A cozinheira Gertrudes deu um conselho a Joana.
Completa os espaços com os elementos da frase que correspondem às funções sintáticas indicadas.
Sujeito: __________________________________
Predicado: __________________________________
Complemento direto: __________________________________
Complemento indireto: __________________________________
11. Identifica o tipo e a forma das frases que se seguem:
a) Que frio lá deve estar!
b) Gertrudes, isso é verdade?
c) Mas agora era melhor que a menina se fosse deitar.
d) Eu não digo fantasias: não teve presentes.
12. “Joana abriu um por um os embrulhos e as caixas: a boneca, a bola, os livros cheios de desenhos a cores, a
caixa de tintas.” (ll. 13-14)
Identifica o recurso expressivo utilizado pelo narrador na frase acima transcrita.
a) personificação b) comparação c) enumeração
13. Segue o exemplo e completa o quadro, de modo que, em cada linha, fiquem um nome, um adjetivo e um verbo
da mesma família de palavras.
NOME ADJETIVO VERBO
5
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95
100
105
110
115
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pobre
riqueza enriquecer
brilhante
noite
adoçar
14. Na frase “Foram distribuídos presentes a todos os presentes”, como classificas as palavras sublinhadas? Justifica
a tua resposta.
15. “… numa noite muito antiga.” (l. 5)
a) Identifica o grau em que se encontra o adjetivo.
b) Reescreve a expressão acima transcrita, desta vez com o adjetivo no grau superlativo absoluto sintético.
16.
Das frases acima transcritas, vais retirar:
“Às vezes lembrava-se do seu amigo Manuel.” (l. 10)
“Um dos primos puxou-a por um braço.” (l. 11)
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a) Dois pronomes pessoais;
b) Um nome próprio;
c) Um nome comum, feminino, plural;
d) Um nome comum, masculino, singular;
e) Um verbo no Pretérito Perfeito;
f) Um verbo no Pretérito Imperfeito.
4ª PARTE
Vais, agora, escrever um texto.
Joana cumpriu a sua promessa e foi levar os presentes ao amigo.
Imagina como terá sido esse encontro e conta tudo…
Segue as seguintes instruções:
1º passo
Faz um plano do teu texto: o caminho até à casa do Manuel, a chegada à casa, breve descrição da casa, a
entrega dos presentes, a reação do Manuel…
2º passo
Escreve o texto seguindo o teu plano. O teu texto deve ter entre 100 e 120 palavras.
3º passo
Revê cuidadosamente o teu texto, prestando atenção aos seguintes aspetos: ortografia, acentuação, pontuação,
construção das frases, apresentação das ideias.
Bom trabalho!
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