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Práticas para exercitar a sua criatividade Observação: este arquivo é um complemento da entrevista “Liberte a sua criação”, publicada na seção “Entrevista”, da edição número 53 (maio de 2008), da Revista Webdesign. Para um entendimento mais completo do assunto, e melhor utilização deste material, recomendamos primeiro a leitura da edição impressa. O artista plástico e designer Ronaldo Gazel (http://gazozzo.blogspot.com/ ) aponta uma série de práticas que podem ajudar a estimular a criatividade na concepção de projetos na web e na obtenção de melhores resultados. Confira a lista: 1) Praticar o olhar analítico, percebendo as propriedades visuais das imagens, no dia- a-dia “Temos a tendência em ‘fechar’ a Gestalt rapidamente, atitude responsável por ‘pasteurizar’ muitas criações nossas. Precisamos ser hábeis em mudar de paradigma perceptivo para explorarmos novas possibilidades de gestalt além das óbvias - e para isso vamos desenvolver o olhar analítico - sem deixar de trabalhar o olhar livre, criativo - até porque a habilidade analítica nos deixa muito mais à vontade, seguros para ‘soltar a mente’ no olhar criativo, livre. A pressa acelera ainda mais a velocidade da gestalt - é preciso desacelerar esse processo, aumentando o tempo de percepção da imagem - desprendendo-se do automatismo sensorial e enxergando novos valores, ainda que a partir de uma imagem velha.” 2) Identificar posições etnocêntricas e praticar a visão global “É fundamental se posicionar como radar de pensamentos, idéias e tendências, fazendo o máximo esforço para compreender a diversidade em que vivem as pessoas, principais razões do webdesign, da comunicação, da arte. É preciso compreender as realidades alheias, por mais que, muitas vezes, não concordemos nem compartilhemos de algumas atribuições predicativas (ruim, errado, certo, bom, mau etc.) a respeito de qualquer objeto, ser ou situação. É assim que nos transformamos em poderosas antenas de percepção sensorial/criativa, gerando nossas próprias opiniões, mas aceitando que nossos valores, nossas idéias, não são nem piores e nem melhores do que as dos outros, e sim, diferentes. É importante nos policiarmos para buscar compreender as situações e idéias das quais discordamos ou nutrimos alguma aversão, tentando vê-las do ponto de vista de quem as defende.” 3) Laboratório usando interfaces colaborativas “Criar comunidades o mais impensáveis possíveis e vídeos com potencial viral, no YouTube. Aproveitar a facilidade e a visibilidade desses ambientes para projetar experiências livres.” 4) Registro de qualquer idéia ou fragmento “Nunca usar o computador sem um arquivo aberto em algum editor de texto ou e-mail, para evitar a preguiça de abrir o software, achando que a idéia ou o fragmento serão percebidos novamente. Idéias e observações interessantes sobre qualquer assunto do nosso interesse pessoal e profissional devem ser registrados. O próprio ato de anotar cria vínculos

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Práticas para exercitar a sua criatividade Observação: este arquivo é um complemento da entrevista “Liberte a sua criação”, publicada na seção “Entrevista”, da edição número 53 (maio de 2008), da Revista Webdesign. Para um entendimento mais completo do assunto, e melhor utilização deste material, recomendamos primeiro a leitura da edição impressa. O artista plástico e designer Ronaldo Gazel (http://gazozzo.blogspot.com/) aponta uma série de práticas que podem ajudar a estimular a criatividade na concepção de projetos na web e na obtenção de melhores resultados. Confira a lista: 1) Praticar o olhar analítico, percebendo as propriedades visuais das imagens, no dia-a-dia “Temos a tendência em ‘fechar’ a Gestalt rapidamente, atitude responsável por ‘pasteurizar’ muitas criações nossas. Precisamos ser hábeis em mudar de paradigma perceptivo para explorarmos novas possibilidades de gestalt além das óbvias - e para isso vamos desenvolver o olhar analítico - sem deixar de trabalhar o olhar livre, criativo - até porque a habilidade analítica nos deixa muito mais à vontade, seguros para ‘soltar a mente’ no olhar criativo, livre. A pressa acelera ainda mais a velocidade da gestalt - é preciso desacelerar esse processo, aumentando o tempo de percepção da imagem - desprendendo-se do automatismo sensorial e enxergando novos valores, ainda que a partir de uma imagem velha.” 2) Identificar posições etnocêntricas e praticar a visão global “É fundamental se posicionar como radar de pensamentos, idéias e tendências, fazendo o máximo esforço para compreender a diversidade em que vivem as pessoas, principais razões do webdesign, da comunicação, da arte. É preciso compreender as realidades alheias, por mais que, muitas vezes, não concordemos nem compartilhemos de algumas atribuições predicativas (ruim, errado, certo, bom, mau etc.) a respeito de qualquer objeto, ser ou situação. É assim que nos transformamos em poderosas antenas de percepção sensorial/criativa, gerando nossas próprias opiniões, mas aceitando que nossos valores, nossas idéias, não são nem piores e nem melhores do que as dos outros, e sim, diferentes. É importante nos policiarmos para buscar compreender as situações e idéias das quais discordamos ou nutrimos alguma aversão, tentando vê-las do ponto de vista de quem as defende.” 3) Laboratório usando interfaces colaborativas “Criar comunidades o mais impensáveis possíveis e vídeos com potencial viral, no YouTube. Aproveitar a facilidade e a visibilidade desses ambientes para projetar experiências livres.” 4) Registro de qualquer idéia ou fragmento “Nunca usar o computador sem um arquivo aberto em algum editor de texto ou e-mail, para evitar a preguiça de abrir o software, achando que a idéia ou o fragmento serão percebidos novamente. Idéias e observações interessantes sobre qualquer assunto do nosso interesse pessoal e profissional devem ser registrados. O próprio ato de anotar cria vínculos

mnemônicos entre fragmentos de idéias, aumentando a habilidade de produzir novos fragmentos, que vão dar origem às grandes e boas idéias.” 5) Imagens sensoriais “Registro e observação, análise, de imagens de qualquer natureza, baixadas no decorrer do dia; imagens que gerem interesse suficiente para que as baixemos, não estando relacionadas necessariamente a projetos. Isso vai gerar reflexos mnemônicos pouco previsíveis quando retornarmos a elas, posteriormente.” 6) Brief-feeding “Leitura do material por três vezes. Imersão e percepção total do material primordial de trabalho.” 7) Interface updating “Pesquisar semanalmente novas extensões para o Firefox, para o Gmail, enfim, para as interfaces que você utiliza regularmente, mantendo-se atualizado, aproveitando os novos facilitadores que surgem a cada dia.” 8) Tomada de posições / lapidar opiniões em “estado bruto” “Uma das etapas mais importantes do esforço sinergético é, sem dúvida, o estudo de referências. Mas como fazer um bom estudo de referências se não somos hábeis em tomar posições? Quero dizer que, opiniões como ‘acho bacana’ ou ‘esse layout é legal’, expressam sentimentos válidos, mas se esses são os únicos atributos que você encontra em web design, design gráfico ou artes plásticas, está mostrando que esses seus sentimentos estão em estado bruto, ou seja, aquela comunicação visual ‘mexeu com você’, mas você não encontra mecanismos para desconstruir essa impressão, definindo exatamente o que mexeu com você e por que. Design pode ser muito bacana por razões bem definidas, e isso é importantíssimo para nós que criamos e desenvolvemos. Para apurarmos nosso senso crítico visual, é fundamental que nos comportemos como artistas. O design é capítulo fundamental na história da arte, e nós, que vivemos a pós-modernidade, fazemos parte dessa história. Diferente das artes plásticas, que trabalham focalizando a expressão do artista, o design, ou ainda, o web design é um desafio diferente: precisamos distribuir nossa atenção para os aspectos práticos, comerciais ou utilitários, enquanto expressamos nossa arte. No dia-a-dia das agências, infelizmente, os designers não têm tempo para essa auto-avaliação e acabam por receberem o rótulo de ‘peões digitais’, isto é, uma força de trabalho capaz de operar software. Se for o seu caso, puxe o freio de emergência agora.” 9) Estudo teórico/prático de assuntos relacionados ao web design/arte “Por rodízio. Exemplo: segunda-feira: tipografia / terça-feira: história da arte / quarta-feira: programação Flash etc.” 10) Leitura livre recreativa ou vídeo por, pelo menos, 30 minutos “Videoarte, literatura, poesia, quadrinhos, romance, qualquer tipo de leitura de qualidade.”

11) Aprender a amar o que deve ser amado, sem se apegar ao objeto/pessoa/situação amado, e com isso, amar sem medo “Isso nos dará confiança para perceber novas possibilidades na vida, não apenas visuais, com tranqüilidade.”