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1 O UTUBRO MISSIONÁRIO 2009 Pedidos a: OBRAS MISSIONÁRIAS PONTIFÍCIAS Pe. Manuel Durães Barbosa Rua Ilha do Príncipe, 19 1170-182 Lisboa Telef. 218 148 428 - Fax 218 139 611 E.mail: [email protected] Homepage:www.opf.pt Missão: testemunho e serviço

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OUTUBRO MISSIONÁRIO

2009

Pedidos a:

OBRAS MISSIONÁRIAS PONTIFÍCIASPe. Manuel Durães BarbosaRua Ilha do Príncipe, 191170-182 LisboaTelef. 218 148 428 - Fax 218 139 611E.mail: [email protected] Homepage:www.opf.pt

Missão: testemunho e serviço

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ÍndiceApresentação ..................................................................... 3

Finalidade deste Guião ................................................... 4

Mensagem de D. António Couto................................... 5

Mensagem do Presidente dos IMAG ........................... 7

Missionária do Amor ....................................................... 9

Oração ................................................................................. 13

Sacrifício ............................................................................ 17

A Partilha ........................................................................... 20

Vocação Missionária ........................................................ 23

Meditações sobre as leituras dos domingos ............... 26

O Sacerdote e a Missão .................................................. 33

Vamos criar um clima para a justiça ............................. 35

Síno dos Bispos Africanos .............................................. 38

Proposta para o futuro ..................................................... 40

Vigília Missionária .......................................................... 43

Rosário Missionário ......................................................... 49

Via Sacra Missionária ...................................................... 62

Preces Diárias .................................................................... 74

Missa pela Evangelização dos Povos ............................ 79

Executado em Escola Tipográfica das Missões - CucujãesDepósito Legal: 198176/03

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Apresentação

2008 foi ano grande para a Missão em Portugal. Primeiro, porque o Ano Paulino foi tomado muito a sério; segundo, porque celebrámos o I Congresso Missionário Nacional com mais de mil participantes. Duas excelentes razões para não cruzarmos os braços e acreditarmos que, com a força do Espírito, mais e melhor Missão é sempre possível.

O Guião ‘Outubro Missionário’ decidiu não tocar na estrutura de base, mantendo as cinco semanas com Re-flexões, a Vigília Missionária, as Meditações das Leituras Dominicais, o Rosário, a Via-Sacra e as Preces Diárias. Mas introduzimos alguns elementos novos: algumas propostas para a aplicação das Conclusões do Congresso Missionário, uma interpelação do Instrumento de Trabalho do II Sínodo Africano, um texto sobre as Alterações Climáti-cas e a Pobreza, uma reflexão sobre o Ano Sacerdotal que a Igreja está a celebrar.

Tudo excelentes razões para que este ‘Outubro’ seja cada vez mais ‘Missionário’.

COLABORARAM NESTE GUIÃO:

Alberto de Oliveira Silva; Ana Isabel Almeida; Ana Sofia Mar-tins; D. António Couto; Diana Salgado; Inês Santos; Ismael Teixeira; Jerónimo Nunes; João Cláudio Fernandes; Joaquim Domingos Luis; José Antunes da Silva; Luciano Vieira; Maria Inês Lourenço; Mónica Gomes Pacheco; Noémia Bastos; Pedro Ferreira; Pedro Neto; Rui Sousa; Samuel Mendonça; Sónia Silva; Tiago Esteves; Tony Neves; Vítor Mira.

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FINALIDADE DESTE GUIÃO

1. Dinamizar o mês de Outubro através de reflexões, momentos de oração e celebrações de modo a torná-lo um mês especialmente dedicado à Missão.

2. Oferecer material de reflexão, oração e acção para o encontro semanal do grupo, movimento ou comunidade – escolher o dia e hora mais conveniente. É de toda a vantagem que a reflexão rea-lizada e o compromisso assumido pelo grupo sejam partilhados com a comunidade paroquial no âmbito da Eucaristia dominical.

3. Orientar as comunidades para a participação activa na Vigília Missionária e na celebração do Dia Missionário Mundial.

4. Aprofundar o espírito e a prática da oração paroquial, comuni-tária, familiar e pessoal – com preocupações universais – nome-adamente através das «preces diárias».

5. Sensibilizar as comunidades eclesiais, no sentido de desperta-rem vocações consagradas e laicais para o serviço missionário universal.

6. Criar uma consciência viva de solidariedade, comunhão e co-operação entre as Igrejas, através de propostas de estilos de vida simples, seguindo critérios de sobriedade alegre e fraterna partilha de bens.

7. Motivar o conhecimento da realidade missionária de modo a descobrir o entusiasmo e vitalidade das jovens Igrejas assim como os valores das outras culturas.

8. Propor atitudes e gestos que levem a um maior espírito de abertura, diálogo, colaboração e compreensão entre as pessoas, grupos e comunidades.

9. Favorecer um maior conhecimento, colaboração, entreajuda e partilha entre os cristãos, comunidades, associações missio-nárias laicais, instituições missionárias diocesanas e institutos missionários.

10. Promover, na Igreja e na sociedade em geral, a participação activa em acções e campanhas que visem a dignidade de todas as pessoas, a solidariedade para com os mais pobres, excluídos e injustiçados, e a proposta de causas a favor da justiça e da paz entre pessoas, grupos e nações.

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MISSÃO: TESTEMUNHO E SERVIÇO1. No que diz respeito ao serviço do Evangelho, é absoluta-

mente necessário ir além das palavras e das «muitas coisas» (Mc 10,21; Lc 10,42) e das posses acumuladas, móveis e imóveis, tiques e rotinas. «O testemunho da vida cristã é caminho privilegia-do de evangelização»1. O testemunho conta sempre mais, porque é a vida exposta, sem outros argumentos. E a experiência da testemunha é sempre mais forte e mais radical do que as provas que eventualmente queira dar. É por isso que Filipe fala de Jesus a Natanael, mas face às objecções deste, não lhe dissipa as dúvi-das (Jo 1,45-46). Diz-lhe simplesmente: «Vem e vê!» (Jo 1,46), no seguimento do paradigmático «vinde e vede» (Jo 1,39) de Jesus aos dois discípulos de João Baptista que o seguiam. O testemunho não é eficaz senão quando incita o destinatário, não a inclinar-se perante as provas, mas a fazer, por sua vez, a experiência.

2. O Decreto Ad Gentes deixou admiravelmente expresso, no n.º 21, que «sem a presença activa dos leigos, o Evangelho não pode gravar-se profundamente nos espíritos, na vida e no trabalho de um povo», acrescentando logo que «o principal dever deles, homens e mulheres, é o testemunho de Cristo, que todos têm obrigação de dar, pela sua vida e palavras, na família, no grupo social, no meio profissional». No seu discurso aos Membros do Consilium de Laicis, proferido em 02 de Outubro de 19742, Paulo VI fez uma importante afirmação, que depois retomou na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, n.º 41: «O homem con-temporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas». Na mesma linha de ideias, são marcantes as palavras que Mons. Luigi Giussani, fundador do movimento «Comunhão e Libertação», proferiu na sua intervenção no Sínodo dos Bispos sobre os leigos, em Roma, em 09 de Outubro de 1987: «O que faz falta mesmo não é a repetição verbal ou cultural do anúncio, mas a experiência do encontro com pessoas em cuja vida Cristo se tornou uma realidade de tal modo presente, que a sua vida mudou»3.

3. É aqui que se pode regressar sempre ao «maior missio-nário de todos os tempos»4: Paulo. Diz ele: «Ai de mim se não evangelizar!» (1 Cor 9,16). Paulo anuncia convictamente a notícia da Ressurreição de Jesus, e oferece como garante o relato da

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transformação operada na sua própria vida, confessando que deixou muitas coisas para trás, e que se atira agora para as coi-sas que estão à sua frente (Fl 3,13). Aí está o retrato e o relato da testemunha credível.

4. É o Senhor Jesus Cristo que, por amor, se debruça sobre nós, abaixando-se até ao ponto de nos lavar os pés e a alma5, que está na origem da reviravolta operada em S. Paulo, levando-o a tomar consciência de ser um pecador perdoado, e fazendo-o compreender bem que o modo novo como se deve dirigir às pessoas, para ser fiel à graça recebida, é falar-lhes de joelhos: «Suplicamo-vos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus!» (2 Cor 5,20). É ainda esta inesquecível lição de amor que leva Paulo a recomendar a Tito que ensine os fiéis a «serem mansos, mostrando toda a doçura para com todas as pessoas» (Tt 3,2). E João Paulo II precisa, com singular afecto, que a paróquia é «a própria Igreja que vive no meio das casas dos seus filhos e das suas filhas»6, e que a sua vocação «é a de ser a casa de família, fraterna e acolhedora»7, e grava esta afirmação emocionada e mobilizadora: «O homem é amado por Deus. Este é o mais sim-ples e o mais comovente anúncio de que a Igreja é devedora ao Homem»8. E a Conferência Episcopal Italiana continua a fazer ressoar esta bela melodia: «No coração de quem aderiu ao Senhor Jesus Cristo, não pode deixar de nascer o desejo de condividir o dom recebido, de “amar como fomos amados”»9.

† António Couto_____________________________________

1 CONFERÊNCIA EPISCOPAL ITALIANA, Questa è la Nostra Fede. Nota pastorale sul primo annuncio del Vangelo (15 de Maio de 2005), 9.2 AAS, 66, 1974, p. 568.3 Publicada em L. GIUSSANI, L’avvenimento cristiano, Milão, Bur, 2003, p. 23-24.4 O Papa Bento XVI consagra esta expressão na sua Mensagem para o 45.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações (13 de Abril de 2008), n.º 3, publicada em 3 de Dezembro de 2007.5 H. URS VON BALTHASAR, L’amour seul est digne de foi, Aubier, Montaigne, 1966, p. 130-131.6 JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica pós-sinodal Christfideles Laici (30 de Dezembro de 1988), 26; CONFERÊNCIA EPISCOPAL ITALIANA, Nota Pastoral Il volto missionario delle parrocchie in un mondo che cambia (30 de Maio de 2004), 3 e 13.7 JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Catechesi tradendae (16 de Outubro de 1979), 67.8 JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica pós-sinodal Christfideles Laici, 34.9 CONFERÊNCIA EPISCOPAL ITALIANA, Comunicare il Vangelo in un mondo che cambia, 3.

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MISSÃO: ANUNCIAR CRISTO encontrado, amado e vivido

Dá-me grande alegria constatar que todo o mês de Outubro está a ser sempre mais considerado pelas nossas comunidades como o mês missionário, que tem como ponto alto a celebra-ção do Dia Mundial das Missões – que neste ano ocorre no dia 18 de Outubro. A importância progressiva que é dada ao mês missionário, revela a crescente consciência missionária da Igre-ja. Para ela, “evangelizar é a graça, a sua vocação própria, a sua identidade mais profunda” (Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, n° 14). Ao dedicar todo o mês de Outubro à oração, reflexão e partilha, a Igreja quer reavivar em cada comunidade cristã e em cada discípulo de Cristo o dom da fé que o Mestre lhe confiou para ser partilhado com todos os povos da terra. Esta é a sua razão de existir. Assim, pode-se afirmar que ou a Igreja é missionária ou ela não é nada, porque, desde o seu nascimento, ela entende-se a si-mesma em missão. Deste modo, o mandado missionário continua a ser prioridade absoluta para todos os baptizados. Cada um, segundo a sua vocação, está chamado a empenhar-se no anúncio da vida que recebeu de Jesus, onde quer que se encontre.

Os missionários de hoje – leigos, consagrados, sacerdotes – partem das nossas comunidades ou de comunidades semelhantes às nossas e são enviados a toda a gente, para dar continuidade à missão de Jesus, missão de compaixão e de amor para a vida de todos. Mas só terá a coragem de partir…da sua terra…do seu mundo…e de se dedicar à missão quem se encontrou verdadei-ramente com Deus e se apaixonou por Ele. A missão - sabemo-lo - é iniciativa de Deus. É o próprio Deus que dá origem à missão: é Ele que chama, é Ele que suscita as testemunhas. A missão é, então, consequência de uma descoberta e de uma surpresa de Deus na própria vida. A história de cada missionário é, de algum modo, a história de um testemunho, de um encontro vivido. A missão é, então, anunciar o Cristo encontrado, amado e vivido.

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Daí a importância da oração neste mês, para nos apaixonarmos por Aquele que nos amou primeiro e podermos entender mais pessoalmente o seu chamamento.

A nível de Igreja, o mês de Outubro deste ano é marcado por dois eventos significativos: o primeiro é o Ano Sacerdotal, que foi oficialmente aberto por Bento XVI, pela ocasião dos 150 do nascimento do Santo de Ars. Convida-nos a olhar para as nossas paróquias como uma comunhão de forças apostólicas, unidas ao seu pastor e a relançar a dimensão missionária da paróquia, ao estilo de missão de Jesus, que usava de compaixão para com os que estavam nas fronteiras, com os últimos e os excluídos, transformando os seus discípulos em testemunhas de partilha e solidariedade ao serviço da vida. O segundo, é o II Sínodo para a África, marcado para Roma de 4-25 de Outubro deste ano sob o tema: “A Igreja em África ao serviço da Reconciliação”. Será certamente um Sínodo que marcará o rumo que a Igreja católica quer seguir neste continente africano. Os cristãos, como constru-tores de comunhão, podem ajudar a sarar o coração ferido destas sociedades, sendo testemunhas ao serviço da vida.

A todos um feliz mês missionário na comunhão da oração, no testemunho e no serviço do Reino de Deus que é justiça, fraternidade e paz.

P. Alberto de Oliveira Silva, MCCJPresidente dos IMAG

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SEMANA ZERO27 de Setembro a 4 de Outubro

MISSIONÁRIA DO AMOR

INTRODUÇÃO

Santa Teresinha do Menino Jesus é uma santa sempre actual, uma carmelita de alegria profunda na prática de uma caridade viva e vivida.

Pela sua entrega total ao amor Misericordioso de Deus, pela sua constante ânsia em que ardia por “salvar almas”, pelos laços de fraternidade espiritual que cultivou com alguns missionários no campo de missão, ela foi escolhida como Padroeira das Missões. É com Ela, invocando a sua memória e a beleza da sua vida, que abrimos este “mês missionário”.

No Carmelo de Lisieux, Prisioneira por amor e do Amor, de-sejou ardentemente percorrer o mundo inteiro para implementar a Cruz de Cristo em todo o lado. A experiência do Deus Mise-ricórdia é o Centro de toda a sua vida e obra. Num Tempo em que se anunciava o Deus da Justiça, vindicativa, ela descobre e inflama-se do Amor Misericordioso e, no seio da Igreja Sua Mãe, ela quer ser o Amor.

ESCUTAR A PALAVRALucas 15, 11-32 e 1 Cor 12 - 13

REFLEXÃO

Foi um dia na reflexão da Parábola do Filho Pródigo, ou an-tes a Parábola de Deus Pai Sempre Misericordioso, que Teresa descobriu o Deus-Amor-Sempre-Misericordioso. Enquanto outras religiosas se ofereciam como vítimas à Justiça de Deus, Teresa num caminho bem diferente, fazia o oferecimento de si mesma ao Amor Misericordioso de Deus. Dizia ela “o Deus infinitamente

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Misericordioso que se dignou a perdoar com tanta bondade, os pecados do filho pródigo, não será também justo comigo, que estou sempre a seu lado?”

Deus, para Teresa, manifesta-se justo, manifestando a sua misericórdia e o seu perdão a quem necessita, realizando assim as suas promessas. Teresa, contra a corrente do seu tempo, intuiu, que a Justiça de Deus é Amor e Misericórdia.

Foi mergulhando na misericórdia de Deus que ela trilhou o seu caminho de Santidade: aceitando-se pequena e pobre como era, abrindo-se todos os dias à Misericórdia Infinita de Deus.

Foi na meditação da primeira carta aos Coríntios, onde Paulo descreve as várias funções sociais na Comunidade, e conclui com Hino ao Amor, que Teresa descobre e confirma, que o dom mais perfeito, não é nada sem o Amor. Ela que antes vivia inquieta por não se reconhecer em nenhum membro do Corpo de Cristo ou em nenhuma função da Igreja Particular (porque desejava ser tudo), sentiu como que encherem-se-lhe todas as medidas e anseios, percebendo que podia ser no Coração da Igreja, Sua Mãe, o Amor. Descobriu que era este Amor que fazia agir e dava vida e vigor a todos os seus membros e encerrava todas as vocações e animava também os missionários: “Compreendi que o Amor encerra todas as Vocações e que o Amor é tudo!... então, num transporte de alegria delirante, exclamei: encontrei finalmente a minha vocação, a minha vocação é o Amor! No Coração da Igreja Minha Mãe, eu serei o Amor, assim serei tudo, assim o meu sonho será realizado.”

Para ela, como para Paulo, o Amor é o fundamental em tudo. Por isso ela se identifica com o Coração da Igreja, dizendo que é lá que o Amor está, no Órgão Central do Corpo de Cristo que é a Igreja e, por isso, escolheu para si, o símbolo do Coração.

A descoberta do Deus Misericordioso foi o ponto mais im-portante do seu Caminho Espiritual. Foi também a percepção do alcance da sua missão na Terra, vendo que tinha entre os Homens, esta grande missão de anunciar que Deus não é Castigador, mas Misericordioso. Esta confiança na Misericórdia de Deus, tomou,

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transformou e entreteceu toda a sua vida e tornou-se o grande motor do que fez e disse até ao fim dos seus dias.

A PALAVRA GERA ORAÇÃO

REZEMOS em Igreja pelas Missões e pelos Missionários que trabalham nos 5 continentes, dizendo com confiança:

R: Fazei, Senhor, que eu viva a missão da Igreja com zelo e amor

1. Que, tal como os missionários partiram e partem pelo mundo inteiro, sejamos pessoas prontas a viver os riscos que comporta o anúncio do Evangelho nas mais diversas situações da nossa vida. Oremos.

2. Porque sabemos que a nossa Europa é agora lugar privi-legiado de Missão, ajudai-nos Pai, com o Vosso Espírito, a ser testemunhas coerentes do Jesus vosso Filho no meio em que vivemos. Oremos

3. Por todos os homens que possuem na sua cultura traços de verdade e santidade evangélica, dai, Senhor, a graça de alcançarem a plenitude em Cristo. Oremos.

4. Para que a memória de Santa Teresinha, nos desperte para sermos missionários pela oração. Oremos

5. Pai Misericordioso, para Quem toda a expressão religiosa tem algo de bom e verdadeiro, uni os esforços de todas as Religiões para que juntem forças na criação de um mundo mais pacífico e solidário. Oremos.

TODOS: Deus, Nosso Pai; como Santa Teresinha do Menino Jesus, Padroeira Universal das missões, ajudai-nos a acompa-nhar de coração, a Obra Missionária da Igreja, e que todos os homens possam descobrir em Cristo a plenitude de vida por que aspiram. Por N.S.J.C, vosso filho, que vive convosco na unidade do Espírito Santo – Amen.

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A PALAVRA TORNA-SE ACÇÃO

Santa Teresinha, Padroeira das missões, ensina-nos que há dois modos de ser missionário na Igreja, e que podem colaborar juntos ou separados: missionário por presença física nas terras de missão, os homens ou mulheres cristãos a quem Deus concedeu tal carisma, e missionário da oração e da partilha, que pela ora-ção e pela partilha se sacrificam de modo que a graça de Deus actue na vida e na acção dos Missionários e na vida do povo que evangelizam. Estas duas formas de ser missionário na Igreja são muito necessárias e completam-se.

É na segunda forma de ser missionário, com o coração, pela oração, que Santa Teresinha será sempre exemplar para nós. “Quando rezo pelos meus irmãos missionários, não ofereço os meus sofrimentos, digo simplesmente: Meu Deus, dai-lhe tudo o que desejo para mim”. Assim Teresa intercedia pelos seus irmãos missionários e estabelecia com eles pela oração e por cartas, como que uma fraternidade e missionariedade espiritual e universal.

Vamos todos empenhar-nos para que haja uma entusiasta celebração do Mês das Missões. Que este Outubro de 2009 seja o momento do grande envio de Cristo a todos os Cristãos: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a todos os povos...”.

Bênção e cântico final

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PRIMEIRA SEMANA5 a 11 de Outubro

ORAÇÃO

Este encontro tem dois objectivos: 1. Tomar consciência de que a graça da Missão brota do contacto íntimo com Cristo na oração; 2. Dar à nossa oração uma dimensão mais universal como a de Jesus: interceder pela salvação do mundo, sobretudo dos que mais precisam. Para criar o ambiente podemos colocar na frente um globo com uma cruz ou uma imagem do Salvador.

Saudação do Presidente

“Muita gente, nas nossas paróquias, escolas e movimentos, permanece firmemente agarrada aos valores evangélicos, so-bretudo aqueles que temos em comum com todos os homens de boa vontade, tais como a liberdade, a justiça, a paz, a soli-dariedade, o respeito pela criação. Mas este culto dos valores está separado do culto da pessoa viva de Cristo, e manifesta-se no deficit da oração, da adoração, da prática sacramental. Cristo é então relegado para um discurso no passado e na 3.ª pessoa, do género: «ele disse isto», «ele fez aquilo». Neste discurso, há uma ausência significativa do vocativo da oração e do encontro sacramental. Um tal cristianismo, reduzido a uma ética, não pode resistir muito tempo. Somos todos con-temporâneos do Ressuscitado. Não simples continuadores. Ele está connosco todos os dias (Mt 28,20), presidindo-nos, precedendo-nos, chamando-nos e enviando-nos, implicando-nos na sua missão. A igreja é a esposa de Cristo. Não a sua viúva nem a sua filha.”

D. António Couto

Oração: Senhor Jesus, que nos escolheste para Tuas testemu-nhas até aos confins da terra, renova-nos e fortalece-nos com o teu Espírito, para proclamarmos com todo ardor que ressuscitaste e estás vivo para sempre. Que a Virgem Maria, Mulher orante, nos acompanhe no caminho para a civilização da Justiça, da Verdade e do Amor. Ámen

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2. ESCUTAR A PALAVRA: “Para o cristão, desejar a felicidade é desejar estar com Cristo para sempre, mergulhar na sua plenitude de vida, até que Ele ve-nha definitivamente na sua glória… O mito da felicidade imediata pode matar a esperança” – diz D. José Policarpo. Os primeiros cristãos sabiam estar com Cristo, mesmo no meio da tribulação.

Leitura dos Actos dos Apóstolos Act. 4, 24-30

Cântico de Meditação:

Pai, eu Te adoro / Te ofereço a minha vida / Como eu Te amo.Jesus Cristo…

Espírito Santo eu Te adoro...

Evangelho de S. Lucas Lc. 11, 9-13

Pequena homilia e um ou dois testemunhos

3. A PALAVRA GERA ORAÇÃO

• Pai eterno que, antes da criação do universo, nos aben-çoastes e nos escolhestes em Cristo, para sermos santos e imaculados diante de vós;

R: Mandai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a terra

• Pai misericordioso, que nos manifestastes a vontade de salvar toda a humanidade, enviando-nos o Vosso Filho para anunciar o Reino da Vida;

• Jesus, Filho de Deus e nosso irmão que na cruz doastes a vida para reunir todos os povos na única família de Deus e ressuscitastes para que todos tenham a vida imortal;

• Espírito de toda a consolação, que no Pentecostes der-rubastes as torres de Babel para instaurar a linguagem do Amor e unir todas as línguas na catolicidade da fé;

• Pai, Filho e Espírito Santo, olhai sorridente para a imensa humanidade que ainda vive alheia ao apelo do Evangelho e da fé;

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• Fazei brotar as sementes do Verbo espalhadas em to-dos os povos e abri os corações à força renovadora da Palavra;

• Abri a Igreja, a nossa diocese e a nossa paróquia ao dinamismo do Espírito, para serem Sacramento de Sal-vação universal, anunciarem a Boa Nova com ousadia, e formarem nova geração de apóstolos;

• Sustentai os pés abençoados dos missionários que cor-rem novos caminhos a gerar novas comunidades, sinais transparentes do vosso Reino;

• Não permitais que a nossa apatia atrase o advento do Vosso Reino de Paz, Liberdade e Justiça;

• Despertai em toda a Igreja novo impulso missionário, humilde, pobre e confiante, capaz de dialogar com a humanidade de hoje e formar pessoas novas para uma sociedade mais fraterna;

• Por intercessão de Maria, nossa mãe, fazei-nos dignos da vocação que nos provoca a sair de nós para irmos ao Outro como testemunhas da Boa Nova da Salvação universal.

Presidente: Pai Nosso...

4. A PALAVRA TORNA-SE ACÇÃO

(colocar um caderno em branco onde se poderão escrever alguns compromissos)

A palavra final do Congresso Missionário foi um apelo à encarnação da Missão na nossa vida:

Abres a página dobrada sobre o vinco:as palavras saltarão para o teu colo,para o teu rosto, para o teu regaço,para o teu sorriso, para a tua mão

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Estão vivas as palavras, meu irmão,estão vivas.acordam quando tu as lês,todos os dias,quando desdobras a página, o coração,onde dormem suavemente enternecidas.

Um vinco na página,aí está o congresso, não de gesso,mas um gesto aberto e de terna comunhão.

Senhora da Anunciação, que corres ligeira pelos montes,vela por nós, fica à nossa beira.É bom ter a esperança como companheira.

Vai, meu irmão!Vai, minha irmã!Não deixes para amanhãa beleza dos teus passos sobre os montes:Vive a missão, rasga horizontes.

D. António CoutoPresidente da Comissão Episcopal das Missões

Bênção e Canto final

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SEGUNDA SEMANA12 a 18 de Outubro

SACRIFÍCIO

Saudação do Presidente

Sacrifício... é uma palavra dura, incómoda. Vivemos na sociedade do imediato, do prazer, do consumo de bens, de relações, de coisas.

Cai em desuso o sacrifício, a persistência, cai em desuso tudo aquilo que não produz resultado e efeito imediato.

Para nós cristãos, temos um modelo fantástico da impor-tância do sacrifício, não um sacrifício beato ou pseudo-religioso que pretenda valer por si. A nossa fé, conduz-nos à Liberdade e nunca ao sofrimento e ao sacrifício per se. O sacrifício é sempre parte do caminho do esforço, mas nunca o objectivo.

Jesus Cristo, o modelo ideal, passou por ele como ninguém. Viveu o sacrifício, o esforço e a persistência até ao limite dos limites.

Recordamos as horas do Jardim das Oliveiras, as horas de silêncio e julgamento, as horas da cruz, minuto a minuto... A paciente persistência, o sacrifício das horas que se avizinham. O sacrifício por Amor.

INTRODUÇÃO

A nossa vida é um conjunto de escolhas, que fazemos dia-a-dia. Escolhemos levantar-nos, escolhemos um pão, uma torrada ou cereais. Escolhemos o café, escolhemos o trabalho, a oração, escolhemos a cor de uma camisola nova, escolhemos o bem, o mal, escolhemos ir na corrente, escolhemos não ir, escolhemos o nosso caminho... ou não o escolhemos.

Ser cristão exige decisão e sacrifício. Estes são os ingredien-tes de uma vida livre em caminho para a felicidade libertadora de Deus.

É sempre mais fácil ir na onda, é sempre mais fácil viver no

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conforto, viver sem confronto. É sempre mais fácil deixar as res-ponsabilidades, os trabalhos invisíveis para os outros; é sempre mais fácil não nos sacrificarmos, mesmo que esse sacrifício fosse escolha de Amor.

Bem aventurados aqueles que se sacrificam até ao fim por quem e por aquilo em que acreditam!

ESCUTAR A PALAVRA

Leitura do Evangelho segundo São Mateus (Mateus 5, 1-16)

REFLEXÃOBem aventurados os que vivem a paixão de Cristo, bem aven-

turados os pobres, os oprimidos, os que trabalham no silêncio da solidão, bem aventurados os misericordiosos, os que trabalham, dia após dia na vinha do Pai por um mundo melhor...

Quem quero ser eu?Um dos que vive a vida, fazendo o que dá prazer e é agra-

dável? Um que valoriza mais a sociabilização, o convívio por si ou dos que convive e se une aos outros com um sonho comum de Deus?

Que quero fazer eu? Seguir o Senhor, mas desistir nos obstáculos que exijam

sacrifício para serem ultrapassados?Como quero viver a minha vida? Como quero viver a minha

Paixão?

A PALAVRA GERA ORAÇÃO

Presidente: Supliquemos a Cristo, exemplo de doação total, para que nos encha de coragem a fim de abraçarmos os sacrifícios da vida como Ele abraçou a cruz e digamos:

Todos: Ensina-nos Pai, a seguir-Te para lá do sacrifício.

1. Por todas as pessoas a quem o sacrifício da vida, tantas vezes, desampara e desesperança;

2. Para que os abandonados à vida e a si mesmos nunca percam o conforto no coração de Deus;

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3. Que as crianças entregues ao sacrifício da luta diária pelo combate à fome consigam um futuro e uma vida condigna;

4. Por todas as pessoas que no mundo choram a fome, a sede, a solidão e a guerra da sua pátria e por todos quan-tos estão prontos ao sacrifício do serviço e da entrega sem reservas;

5. Por todos os Missionários e Voluntários que se dão sem cessar e sem temer o sacrifício da própria vida a uma Causa de Amor, que Deus sempre os proteja e ampare;

6. Que o Espírito Santo ilumine os cristãos, a fim de que, se entreguem à Missão que é de todos.

Presidente: Pai Nosso...

A PALAVRA TORNA-SE ACÇÃO

Quais são as minhas motivações na vida, nos estudos, no trabalho, na Missão, no voluntariado?

Entrego-me àquilo que dá prazer? Procuro o trabalho invisível, aquele que exige esforço e sacri-

fício mas que não se vê excepto quando há falhas? Sou forte pe-rante o sacrifício, nunca esquecendo o Amor ao próximo e o Amor do Pai? Sou forte, enfrentando as tarefas difíceis da vida?

Que propósito de Missão para a minha vida neste ano pastoral?

[Numa folha, as pessoas escrevem alguns propósitos de acção (e o bem que esses propósitos edificarão) para cumprirem no ano pastoral que recentemente começou, valorizando aquelas ideias e acções que exigem sacrifícios pessoais para serem concretizadas]

Benção e cântico final

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TERCEIRA SEMANA19 a 25 de Outubro

PARTILHA

Saudação do Presidente

Com a morte da esposa, em 1387, Nuno recusa contrair novas núpcias, tornando-se um modelo de vida. Quando final-mente se alcança a paz, distribui grande parte dos seus bens entre os seus companheiros, antigos combatentes, e acaba por se desfazer totalmente daqueles bens em 1423, momento em que decide entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei Nuno de Santa Maria. Impelido pelo Amor, abandona as armas e o poder para revestir-se da armadura do Espírito recomendada pela Regra do Carmo: era a opção por uma mudança radical de vida em que selava o percurso da fé autêntica que sempre o tinha norteado. Embora tivesse preferido retirar-se para uma longínqua comunidade de Portugal, o filho do rei, D. Duarte, de tal o impediu. Mas ninguém pôde proibir-lhe que se dedicasse a pedir esmola em favor do convento e, sobretudo, dos pobres, aos quais continuou sempre a assistir e a servir. Em favor dos pobres organiza a distribuição quotidiana de alimentos, nunca voltando as costas a um pedido. O Condestável do rei de Portugal, o Comandante supremo do exército e seu guia vitorioso, o fundador e benfeitor da comunidade carmelita, ao entrar no convento recusa todos os privilégios e assume como própria a condição mais humilde, a de frade Donato, dedicando-se totalmente ao serviço do Se-nhor, de Maria — a sua terna Padroeira que sempre venerou — e dos pobres, nos quais reconhece o rosto de Jesus.

Biografia de S. Nuno de Santa Maria (1360-1431)

INTRODUÇÃO

“Sabei que o Senhor faz maravilhas pelo seu amigo e há-de es-cutar-me quando o invocar” (Sl 4, 4).

S. Nuno de S.ta Maria é exemplo do sentido cristão de partilha. Após a consolidação da independência de Portugal, abriram-se

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novas rotas que haviam de propiciar a chegada do Evangelho de Cristo até aos confins da terra. S. Nuno sente-se instrumento deste desígnio superior e coloca-se ao serviço do testemunho que cada cristão é chamado a dar no mundo, sem nunca esquecer uma intensa vida de oração e absoluta confiança no auxílio divino. Assim, concilia, na sua vida, a missão como testemunho de Cristo e do Evangelho, abrindo portas para a missão além fronteiras, com o testemunho diário do que é viver segundo o Evangelho.

ESCUTAR A PALAVRA

Carta de S. Paulo aos Efésios (Ef 4, 1-16)

REFLEXÃO

O texto da Carta aos Efésios mostra-nos diferentes vertentes da partilha: partilha dos dons do Espírito Santo, partilha de bens materiais, partilha de conhecimento, de modo que todos sejamos um em Jesus Cristo, porque sendo Ele a Cabeça, cada um de nós é chamado a ser membro, e um membro activo na verdade do Amor. O texto interpela-nos também com a partilha sob a forma de caridade: Trabalhar não para “consumo próprio” mas para repartir com os que mais necessitam.

A PALAVRA GERA ORAÇÃO

A palavra de Deus é ela própria oração.Deixemos que ela entre e toque o nosso coração.De que modo vivemos estes dois sentido de partilha na nossa

vida?Como é que a palavra de Deus orienta os nossos gestos de

caridade e de anúncio do Evangelho?De que modo tudo isto poderá fazer sentido numa altura em

que somos constantemente “bombardeados” com notícias nega-tivas de uma crise económica e social profunda?

(deixemo-nos envolver por um momento de silêncio)

Rezemos juntos com Sto. Inácio, para que ele nos ajude a entrar na escola da partilha da fé, dos bens materiais... da própria vida:

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Tomai, Senhor, e recebeitoda a minha liberdade,

a minha memória,o meu entendimento

e toda a minha vontade,tudo o que tenho e possuo;

Vós mo destes;a Vós, Senhor, o restituo.

Tudo é vosso,disponde de tudo,

à vossa inteira vontade.Dai-me o vosso amor e graça,

que esta me basta.(Sto. Inácio)

A PALAVRA TORNA-SE ACÇÃO

Tendo como base diferentes exemplos de vida abraçada verdadeiramente pela santidade, sou convidado a descobrir de que modo partilho a minha vida.

Faço já o suficiente? Como cristão, de que modo sou chamado a intervir activamente na sociedade? Posso ser um cidadão mais consciente e activo? Como vivo a caridade e o anúncio do Evangelho? Que posso eu partilhar esta semana?

Vou então comprometer-me a …

(tempo para que a pessoa possa realmente formular o seu próprio compro-misso a partir do contexto em que vive).

Bênção e Cântico final

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QUARTA SEMANA26 a 31 de Outubro

VOCAÇÃO MISSIONÁRIA

Música de fundo; mapa do mundo ou o desenho de todos os continentes. Enquanto uma pessoa aclama: “São necessários missionários que iluminem o mundo”, há uma outra pessoa que acende uma vela e a coloca em cada um dos

cinco continentes, cada um por sua vez e pausadamente.

Saudação do Presidente

Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade, Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que não quero ver.

Peço-Te que sejas o presente. Peço-Te que inundes tudo. E que o Teu reino antes do tempo venha E se derrame sobre a Terra Em Primavera feroz precipitado.

Sophia de Mello Breyner Andresen

INTRODUÇÃO

A vocação missionária será cada vez mais realidade se os chamamentos do Pai começarem por ser escutados por cada um de nós, nossas famílias, na vida e no quotidiano. Se assim for, certamente acenderemos outras vocações que se sentirão interpeladas pela presença do Pai que existe em cada um de nós. Para que tal aconteça é necessário, como o poema diz, chamá-Lo e pedir-Lhe que inunde tudo.

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ESCUTAR A PALAVRAMc 1, 16-18

REFLEXÃO

Jesus fala-nos hoje… não no Mar da Galileia, mas no Mundo actual e em cada um dos nossos pequenos mundos. Tal como aos apóstolos, desafia-nos a desinstalarmo-nos das rotinas e dos comodismos e partir com Ele. Tal como aos apóstolos, é a nós que Ele convida a encher as redes de Homens. Muitas são as redes a encher…o mundo necessita de apóstolos, necessita de pessoas comprometidas com a Humanidade, necessita de mis-sionários que se lancem pelos cantos do Mundo, na construção do Reino de Deus.

Os elos que nos ligam ao quotidiano são muitos, repletos de uma rotina que nos aprisiona. Por isso, é necessário contemplar a ousadia dos apóstolos que deixaram revolucionar as suas vidas pelo convite de Jesus e imitá-los.

A PALAVRA GERA ORAÇÃO(constituem-se dois coros e cada um lê uma estrofe, alternadamente)

Incendeia-nos o coração, Senhor!Queima-nos com o fogo do Teu Espírito E faz nascer em nós o desejo de Te seguirDe uma forma cada vez mais comprometida e verdadeira,De um modo sempre renovado e encantado,Total e incondicionalmente.

Toca-nos com a Tua misericórdia, Senhor!Faz-nos espantar com o Teu Amor absolutoPara que, assim, sejamos capazes de Te seguir,Despojados de medos e de dúvidas,De condições e de restrições,De correntes que não nos deixam caminhar ao Teu lado.

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Entoa em nós o Teu desafio, Senhor!Faz que a toda a hora o nosso ser se sintonize conTigoNesse desafio que nos fazes para seguir-Te.Ensina-nos a deixar as nossas vidas para Te escutar,A desprendermo-nos do nosso quotidiano Para fazer do mundo o Teu Mundo.

Caminha a nosso lado, Senhor!Ensina-nos a ritmar os nossos passos com o Teu ritmo,A dirigir-nos para os teus horizontes e desejos,A estar onde queres que estejamos,A fazer o que queres de nós,Pois só assim a Felicidade será mais plenaE o mundo será mais justo.

Abre os ouvidos da humanidade, Senhor!Alarga os corações de cada um para que todos te escutem,Para que todos sejamos capazes de ouvir os Teus convites,Para que as vocações missionárias não sejam silenciadasE no mundo os ouvidos de todos se abram à Tua Palavra.

(No final, cada um relê para si a oração, em silêncio, e repete em voz alta a frase

ou palavras que mais a tocaram na oração)

A PALAVRA TORNA-SE ACÇÃO

Jesus convidou os apóstolos a serem pescadores de Homens e alarga esse convite a cada um de nós. Todos nós conhecemos alguém que necessita de “ser pescado”, ou porque anda triste, ou porque se encontra numa fase negativa da sua vida ou porque anda desencontrado consigo e com os outros. Que cada um se comprometa a ser pescador dessa pessoa no próximo mês e se aproxime dela, levando-lhe a mensagem de Amor de Deus através de gestos concretos.

Bênção e Cântico final

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LEITURAS DOMINICAIS

27º Domingo Comum – Ano B (04 de Outubro)Gen 2,18-24; Sal 127,1-2.3.4-6; Heb 2,9-11; Mc 10,2-16

As leituras do 27º Domingo Comum apresentam, como tema principal, o projecto ideal de Deus para o homem e para a mulher: formar uma comunidade de amor, estável e indissolúvel, que os ajude mutuamente a realizarem-se e a serem felizes. Esse amor, feito doação e entrega, será para o mundo um reflexo do amor de Deus.

A primeira leitura situa-nos nos alvores da humanidade. Não estamos, naturalmente, diante de uma reportagem jornalística de acontecimentos concretos, mas de uma catequese belíssima, redigida provavelmente no séc X a. C., na qual o “catequista” bíblico sugere que a realização plena dos seres humanos acon-tece na relação e não na solidão. De acordo com a catequese tradicional de Israel, Deus criou o homem e a mulher para se completarem, para se ajudarem, para se amarem. O amor foi inventado por Deus e esteve, desde sempre, inscrito no plano de Deus para a humanidade. Criados de uma só carne, o homem e a mulher buscam essa unidade e só se realizam plenamente quando cumprem a sua vocação de viver um para o outro, em comunhão um com o outro, dando-se um ao outro, partilhando a vida um com o outro, unidos por um amor que é mais forte do que qualquer outro vínculo.

No Evangelho Jesus, confrontado com a Lei judaica do di-vórcio, reafirma o projecto ideal de Deus para o homem e para a mulher: eles foram chamados a formar uma comunidade estável e indissolúvel de amor, de partilha, de doação e de entrega mútua. A separação – que será sempre o fracasso do amor – não está prevista no projecto ideal de Deus, pois Deus não considera um amor que não seja total e duradouro. Só o amor eterno, expresso num compromisso indissolúvel, respeita o projecto primordial de Deus para o homem e para a mulher. Na perspectiva de Jesus e

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do seu projecto (o projecto do Reino de Deus, o projecto de um mundo novo, de vida plena), chegou o momento de abandonar a facilidade, a mesquinhez, as meias-tintas, e de apontar para um patamar mais alto. Quem quiser, com Jesus, integrar a comunida-de do Reino, não pode contentar-se com projectos descartáveis e com prazo marcado. Ora, no que diz respeito ao matrimónio, o patamar mais alto é o projecto inicial de Deus para o homem e para a mulher, que previa um compromisso para sempre. Marido e esposa, em igualdade de circunstâncias, são responsáveis pela edificação da comunidade familiar e por evitar o fracasso do amor.

A segunda leitura lembra-nos a “qualidade” do amor de Deus pela humanidade... Deus amou de tal forma os seres humanos, que enviou ao mundo o seu Filho único “em proveito de todos”. Jesus, o Filho, solidarizou-se com os homens, partilhou a debili-dade dos homens e, cumprindo o projecto do Pai, aceitou morrer na cruz para dizer aos homens que a vida verdadeira está no amor que se dá sem medida, “a fundo perdido”, até às últimas consequências. Ligando este texto da Carta aos Hebreus com o tema principal que a Palavra de Deus nos propõe neste Domingo, podemos dizer que o casal cristão deve testemunhar e sinalizar, com a sua doação sem limites e com a sua entrega total, o amor de Deus pela humanidade.

28º Domingo Comum – Ano B (11 de Outubro)Sab 7,7-11; Sal 89,12-13. 14-15. 16-17; Heb 4,12-13; Mc 10,17-30

A liturgia do 28º Domingo Comum convida-nos a reflectir sobre as escolhas que fazemos; recorda-nos que nem sempre o que reluz é ouro e que é preciso, por vezes, renunciar a certos valores perecíveis, a fim de adquirir os valores da vida verdadeira e eterna.

Na primeira leitura, um “sábio” de Israel apresenta-nos um “hino à sabedoria”. Numa altura (séc. I a.C.) em que a fé tradicio-nal e os valores da cultura e da religião judaicas estavam a ser fortemente postos em causa por uma cultura helénica arrogante

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e triunfante, esse “sábio” tenta dizer aos seus concidadãos que a verdadeira “sabedoria” – a capacidade de fazer as escolhas correctas, de tomar as decisões certas, de escolher os valores verdadeiros que conduzem o homem ao êxito, à realização, à felicidade – não resulta do brilho humano dos sistemas de pen-samento ou da elegância das palavras, mas é um dom que Deus oferece a todos os homens que tiverem o coração disponível para o acolher. Ela não chega a quem se situa diante de Deus numa atitude de orgulho e de auto-suficiência; ela não atinge quem se fecha em si próprio e constrói uma vida à margem de Deus; ela não encontra lugar no coração e na vida de quem ignora Deus. É puro dom de Deus, que deve ser pedido e acolhido com sim-plicidade e amor.

Essa “sabedoria” que é dom de Deus deve tornar-se, para o homem inteligente, o valor mais apreciado, superior ao poder, à riqueza, à saúde, à beleza, a todos os bens terrenos. Ela é a “luz” que indica caminhos e que permite discernir as opções correctas a tomar. Ao contrário dos bens terrenos, ela não se extingue nem perde o brilho: é um valor duradouro, que vem de Deus e que conduz o homem ao encontro da vida verdadeira, da felicidade perene.

O Evangelho põe-nos frente a um homem que está interes-sado em encontrar o caminho para alcançar a vida eterna – isto é, a sua realização plena, aquilo a que chamamos habitualmente “salvação”. Jesus aponta-lhe três requisitos fundamentais, que devem ser assumidos por quem quiser trilhar esse caminho: não centrar a própria vida nos bens passageiros deste mundo, assu-mir a partilha e a solidariedade para com os irmãos mais pobres, seguir o próprio Jesus no seu caminho de amor e de entrega. Apesar de toda a sua boa vontade, o homem não está prepa-rado para a exigência deste caminho e afasta-se triste. Marcos explica que ele estava demasiado preso às suas riquezas e não estava disposto a renunciar a elas. O brilho dos bens efémeros ainda o encandeia e não o deixa perceber a importância dos bens eternos. Aos seus discípulos, que escolheram deixar tudo para o seguir no caminho da partilha, da entrega, da doação, do amor sem limites, Jesus confirma a validade desta opção e assegura

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que a escolha feita não os levará por um caminho de perda, de solidão, de morte, mas sim por um caminho de ganho, de comu-nhão, de vida em plenitude. É nesse caminho – garante Jesus – que o homem se realiza plenamente, que encontra os valores que valem a pena; é percorrendo esse caminho que o homem descobre a vida eterna.

A segunda leitura convida-nos a escutar e a acolher a Palavra de Deus proposta por Jesus. Ela é viva, eficaz, actuante. Uma vez acolhida no coração do homem, transforma-o, renova-o, ajuda-o a discernir o bem e o mal e a fazer as opções correctas, indica-lhe o caminho certo para chegar à vida plena e definitiva. A Palavra de Deus, mesmo que pareça frágil e débil, é uma força decisiva que enche a história e que traz ao homem a vida e a salvação.

29º Domingo Comum – Ano B (18 de Outubro)Is 53,10-11; Sal 32,4-5. 18-19. 20 e 22; Heb 4,14-16; Mc 10,35-45

A liturgia do 29º Domingo Comum lembra-nos, mais uma vez, que a lógica de Deus é diferente da lógica do mundo. Convida-nos a prescindir dos nossos projectos pessoais de poder e de grandeza e a fazer da nossa vida um serviço aos irmãos. É dessa forma que a nossa vida será fecunda.

A primeira leitura deste Domingo é parte de um cântico que nos apresenta a figura de um “Servo de Deus”, obscuro, des-prezado e ignorado pelos homens… Contudo, à luz da lógica de Deus, a existência do “Servo” não é uma existência insignificante, perdida, sem sentido... O sofrimento que o atingiu ao longo de toda a existência, não é um castigo de Deus por causa dos seus pecados pessoais, mas um sacrifício de reparação que justificará os pecados de muitos. Esse sofrimento servirá para eliminar o pecado e para gerar vida nova para todo o Povo. Ao abençoar o seu “Servo”, ao dar-lhe “uma posteridade duradoura”, uma “vida longa” e a possibilidade de “ver a luz”, Deus garante a verdade e a autenticidade da vida do “Servo”.

Dito por outras palavras: o autor deste texto está convencido de que uma vida vivida na simplicidade, na humildade, no sacrifí-

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cio, na entrega e no dom de si mesmo não é, aos olhos de Deus, uma vida maldita, perdida, fracassada; mas é uma vida fecunda e plenamente realizada, que trará libertação, verdade, esperança e amor ao mundo e aos homens.

No Evangelho, Jesus é confrontado com a pretensão de Tiago e de João, no sentido de se sentarem, no Reino que vai ser instaurado, “um à direita e outro à esquerda” de Jesus. O facto mostra que Tiago e João ainda não entenderam nada da lógica do Reino e ainda continuam a reflectir e a sentir de acordo com a lógica do mundo. Para eles, o que é importante é a realização dos seus sonhos pessoais de autoridade, de poder e de grandeza.

Jesus vê-se obrigado a esclarecer as coisas. Avisa os discí-pulos de que, para se sentarem à mesa do Reino, devem estar dispostos a percorrer, com Jesus, o caminho do sofrimento, da entrega, do dom da vida até à morte.

Frente aos outros discípulos, indignados com as pretensões de Tiago e de João (o que parece sugerir que todos eles tinham as mesmas pretensões), Jesus aproveita para reiterar o seu ensinamento e para reafirmar a lógica do Reino. Os modelos de poder humanos não podem servir de modelo para a comunidade do Reino. A comunidade dos discípulos de Jesus assenta sobre a lei do amor e do serviço. Os seus membros devem sentir-se “servos” dos irmãos, apostados em servir com humildade e simplicidade, sem qualquer pretensão de mandar ou de dominar. Mesmo aqueles que são designados para presidir à comunidade, devem exercer a sua autoridade num verdadeiro espírito de serviço, sentindo-se servos de todos. Excluindo do seu universo qualquer ambição de poder e de domínio, os membros da comunidade do Reino darão testemunho de um mundo novo, regido por novos valores; e ensinarão os homens que com eles se cruzarem nos caminhos da vida, a serem verdadeiramente livres e felizes. Como modelo desta nova atitude, Jesus propõe-se a si próprio: ele apresenta-se como “o Filho do Homem que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos”.

Na segunda leitura, o autor da Carta aos Hebreus fala-nos de um Deus que ama o homem com um amor sem limites e que, por

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isso, está disposto a assumir a fragilidade dos homens, a descer ao seu nível, a partilhar a sua condição. Ele não se esconde atrás do seu poder e da sua omnipotência, mas aceita descer ao nosso encontro para nos oferecer o seu amor.

30º Domingo Comum – Ano B (25 de Outubro)Jer 31,7-9; Sal 125,1-2ab. 2cd-3. 4-5.6; Heb 5,1-6; Mc 10,46-52

A liturgia do 30º Domingo Comum fala-nos da preocupação de Deus em que o homem alcance a vida verdadeira e aponta o caminho que é preciso seguir para atingir essa meta.

Na primeira leitura, o profeta Jeremias convida o seu Povo à alegria e ao louvor. Porquê? Porque Jahwéh vai reunir o seu Povo (disperso na Assíria? Na Babilónia?), vai conduzi-lo através do deserto e vai fazê-lo retornar à sua pátria. Reunir, conduzir e fazer retornar à pátria, são os três verbos que, tradicionalmente, definem a acção de Deus em favor do seu Povo, durante o Êxodo.

Depois da afirmação geral, o profeta apresenta alguns por-menores deste Novo Êxodo. Da comitiva farão parte “o cego e o coxo, a mulher grávida e a que deu à luz”. O cego e o coxo relembram a situação de necessidade e de carência em que os exilados jazem e, ao mesmo tempo, evocam a acção extraordi-nária de Deus no sentido de libertar o seu Povo dessa carência e dessa necessidade. Na imagem da mulher grávida e na da mulher que deu à luz, o profeta representa a dor e o sofrimento, mas também a fecundidade, a alegria, a esperança num futuro novo e cheio de vida.

O texto termina apresentando Jahwéh como um pai cheio de amor pelo seu filho/Povo. Esse amor irá traduzir-se no regresso dos exilados à sua terra por “caminhos direitos” e fáceis. No final desse Êxodo triunfal, o Povo irá encontrar vida abundante e fe-cunda (“conduzi-los-ei às torrentes de água”).

A segunda leitura apresenta Jesus como o sumo-sacerdote que o Pai chamou e enviou ao mundo a fim de conduzir os homens à comunhão com Deus. Com esta apresentação, o autor deste

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texto sugere, antes de mais, o amor de Deus pelo seu Povo; e, em segundo lugar, pede aos crentes que “acreditem” em Jesus - isto é, que escutem atentamente as propostas que ele veio fazer, que as acolham no coração e que as transformem em gestos concretos de vida.

No Evangelho, o catequista Marcos propõe-nos o caminho de Deus para libertar o homem das trevas e para o fazer nascer para a luz. Bartimeu, o cego, representa o homem escravo, acomodado, instalado na sua triste situação de miséria e dependência, incapaz por si só de encontrar a luz e a liberdade.

Contudo, o encontro com Jesus de Nazaré faz este homem perceber o sem sentido da sua situação e leva-o a sentir vontade de apostar numa outra existência. Bartimeu vê em Jesus esse Messias libertador que é capaz de trazer ao homem vida eterna e definitiva.

Jesus, ao cruzar-se com este homem, parou e mandou-o chamar. A cena recorda-nos os relatos do chamamento dos discípulos (cfr. Mc 1,16-20; 2,14). O chamamento é sempre, nestes casos, a tornar-se discípulo, a seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida.

Em resposta, o cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus. A capa é tudo o que um mendigo possui, a única coisa de que ele pode separar-se (outros deixaram o barco, as redes ou a banca onde recolhiam impostos). O deitar fora a capa significa, portanto, o deixar tudo o que se possui para ir ao encontro de Jesus. É um corte radical com o passado, com a vida velha, com a anterior situação, com tudo aquilo em que se apostou anteriormente, a fim de começar uma vida nova ao lado de Jesus. Bartimeu deixou tudo para trás e escolheu percorrer o caminho que Jesus lhe indicou.

Ao aderir a Jesus e à sua proposta de salvação, ao aceitar seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida, Bartimeu encontrou a salvação: deixou a vida da escuridão, da escravidão, da dependência em que estava e nasceu para essa vida verdadeira e eterna que, através de Jesus, Deus oferece aos homens.

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O SACERDOTE E A MISSÃO

Coincidindo com os 150 anos da morte de S. João Maria Vianney, o santo Cura de Ars, decorre, de 19 de Junho de 2009 até 19 de Junho de 2010, o Ano Sacerdotal. Um dos objectivos apontados pelo papa Bento XVI para este Ano é perceber cada vez mais a importância do papel e da missão do sacerdote na Igreja e na sociedade contemporânea.

Nos vários documentos conciliares e pós-conciliares aparece claramente descrito o carácter missionário de toda a Igreja que radica no próprio Deus. Eles realçam o dever missionário de todo o povo de Deus, das comunidades cristãs, dos bispos, dos sacerdotes e dos leigos.

É no interior do mistério da Igreja como comunhão trinitária em tensão missionária, que se revela a identidade cristã de cada um e,

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portanto, a específica identidade do sacerdote e do seu ministério. O presbítero, de facto, em virtude da consagração que recebe pelo sacramento da Ordem, é enviado pelo Pai, através de Jesus Cristo, ao qual como Cabeça e Pastor do seu povo é configurado de modo especial para viver e actuar, na força do Espírito Santo, ao serviço da Igreja e para a salvação do mundo.

É dever dos sacerdotes trabalhar para a formação da genuí-na comunidade cristã, imbuída de zelo missionário, preparando a todos o caminho para Cristo. Devem estar disponíveis para exercer o seu ministério em regiões, missões ou obras que lutam com falta de clero pois o dom da Ordem não os prepara para uma missão limitada e determinada, mas sim para a missão imensa e universal da salvação até aos confins da terra.

Os sacerdotes são os primeiros animadores missionários das suas comunidades alimentando entre os fiéis o zelo pela evangeli-zação do mundo, pela promoção das vocações missionárias, pela oração pelas missões e o apoio económico tão necessário à obra missionária. Nas palavras de João Paulo II “…todos os sacerdotes devem ter um coração e uma mentalidade missionária, devem estar abertos às necessidades da Igreja e do mundo, atentos aos mais afastados e, sobretudo, aos grupos não cristãos do próprio ambiente. Na oração e, em particular, no sacrifício eucarístico, sin-tam a solicitude de toda a Igreja por toda a humanidade” (RM 67).

Joaquim Domingos Luis, SVD

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VAMOS CRIAR UM CLIMA PARA A JUSTIÇA

A temperatura média global do Planeta aumentou em cerca de 0,7ºC desde o advento da era industrial1. Este aumento deve-se, em grande parte, ao consumo não controlado de recursos naturais e à produção de grandes quantidades de elementos poluidores, por parte das nações economicamente desenvolvidas, nomea-damente a queima de combustíveis fósseis e a desflorestação. Estas actividades têm aumentado a concentração dos gases com efeito de estufa na atmosfera, provocando o aquecimento global do Planeta e as consequentes alterações climáticas. Estas afectam-nos a todos, mas não de forma igual. Os custos sociais e económicos das alterações climáticas são muito mais pesados para os países em desenvolvimento e o seu impacto é crescente. Segundo o último Relatório das Nações Unidas para o Desenvol-vimento, “nos países ricos, lidar com as alterações climáticas tem sido, até hoje, largamente uma questão de se ajustar termóstatos, lidar com verões mais quentes e longos e com mudanças sazo-nais. (…). Em contraste, quando o aquecimento global afecta o Corno de África, isso significa que as colheitas serão destruídas e as pessoas passarão fome, ou que as mulheres e raparigas precisarão de mais tempo para ir buscar água.”2 Os países em desenvolvimento são os que menos contribuíram para o aumento da temperatura do Planeta, no entanto são os que mais sofrem com os seus efeitos. Efectivamente, o impacto das alterações climáticas junto das populações mais pobres é devastador e tem consequências sérias nas vidas das comunidades, ao nível da segurança hídrica e alimentar, dos meios de subsistência, da saúde humana, da perda de terras, da perda da biodiversidade, de conflitos sociais e migrações.

A Terra é dom gratuito de Deus, entregue ao Homem para dela cuidar com respeito e justiça. O legado de Deus ao Homem exige de nós um cuidado responsável e equitativo por toda a Criação. “O Senhor levou o homem e colocou-o no jardim do Éden para

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o cultivar e, também, para o guardar.” (Gn. 2, 15-16). A nossa fé convida-nos a viver de forma sustentável e em solidariedade com as comunidades mais pobres. Em 2008, o Papa Bento XVI apelou aos católicos para que “cuidem do meio ambiente, que foi confiado ao homem e à mulher para ser protegido e cultivado, com liberdade responsável e tendo o bem comum como critério orientador constante.”

A interdependência ecológica exige da comunidade interna-cional um compromisso sério e uma resposta mundial, que, num plano macro, introduza “reformas energéticas radicais” e, num plano micro, altere os comportamentos diários e reduza os níveis de consumo, garantindo a sustentabilidade ambiental. Em 2007, no seu discurso em Loreto, Itália, o Papa Bento XVI referiu que “antes que seja demasiado tarde, é necessário adoptar medidas corajosas que possam recriar uma forte aliança entre a Terra e o Homem.”

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____________________________________

1 Cf. Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 2007/2008

2 Idem3 Confederação Internacional para o Desenvolvimento e Solidariedade

Porque é nos países mais pobres do mundo que existe uma maior vulnerabilidade e uma maior dificuldade de adaptação às alterações climáticas, a CIDSE3, em conjunto com a Caritas Inter-nationalis, lança, para 2008 e 2009, a Campanha política “Pobreza e Justiça Climática”, sob o slogan Vamos criar um clima para a justiça. Esta Campanha está focada nas duas conferências das Nações Unidas sobre as alterações climáticas agendadas para este período e que configuram uma oportunidade para pressionar os governos a assumir um compromisso justo e efectivo para um acordo global pós-2012.

Em Portugal, a Fundação Evangelização e Culturas (FEC) é responsável pela Campanha “Vamos criar um clima para a justiça”. Todas as informações podem ser consultadas em www.fecongd.org

Ana Patrícia Fonseca, adaptação de documentos da CIDSE

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SÍNODO DOS BISPOS AFRICANOS

Um dos acontecimentos eclesiais mais marcantes deste ano 2009 é o Sínodo dos Bispos Africanos, que decorrerá no Vaticano de 4 a 25 de Outubro, tendo como tema “A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz”, e como passagem evangélica inspiradora “Vós sois o sal da terra… vós sois a luz do mundo” (Mt. 5, 13. 14).

Pelo “Instrumentum Laboris” podemos perceber a caminhada de reflexão e preparação já feitas e as grandes directrizes pelas quais se guiará este sínodo.

Partindo do referido documento, percebemos que o ponto de partida é o primeiro Sínodo dos Bispos Africanos que teve lugar também no Vaticano entre 10 de Abril e 8 de Maio de 1994 e a subsequente Exortação Apostólica “Ecclesia in Africa” de João Paulo II, que ainda mantém grande actualidade. Constata-se que há um caminho percorrido e cujos frutos estão à vista a vários níveis, mas que também há uma série de objectivos por concre-tizar. Por isso, esta Assembleia Sinodal situa-se numa linha de continuidade em relação à primeira.

São considerados como lugares chave da vida das sociedades africanas as áreas sociopolítica, socioeconómica e sociocultural. Em todas elas se notam sinais de maturação, desejo de progresso e manifestação de identidade própria; mas, simultaneamente ve-rifica-se a existência de inúmeros obstáculos internos e externos.

A Reconciliação, a Justiça e a Paz surgem como uma ne-cessidade urgente. As experiências dramáticas e por vezes até trágicas que se têm verificado a vários níveis, e por vezes até em âmbitos eclesiais, mostram como há um longo caminho a percorrer. Algumas experiências positivas já vividas contribuem para acreditar que tal via é possível.

A fé em Jesus Cristo é proposta à sociedade africana como uma força que ajudará a superar os inúmeros obstáculos com que depara esta mesma sociedade. É dessa fé, alimentada pela Eucaristia e permanentemente renovada no sacramento da Re-

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conciliação, que nasce a Igreja como família de Deus ao serviço da reconciliação das pessoas com Deus e umas com as outras.

A formação de Comunidades Eclesiais Vivas, alimentadas pela Palavra de Deus, serão a resposta para muitos dos problemas que África vive e um grande contributo para o seu desenvolvimento humano integrado: saúde, educação e economia. Estas mesmas comunidades devem estar ao serviço do diálogo ecuménico, com o Islão e ainda estabelecer a ponte com a Religião Tradicional Africana.

A Igreja como família de Deus alimenta-se do testemunho dos seus membros que passa “pela escuta da Palavra, a via sacramen-tal e os exercícios espirituais; pelo acolhimento da interpelação que nos vem do próximo, da sociedade e dos acontecimentos; pelo esforço de conversão moral; pela coerência entre a vida que levamos e a Palavra que anunciamos; pelo exercício fiel das res-ponsabilidades confiadas a cada um; pelas obras de penitência, de misericórdia e de caridade; pelos nossos compromissos sociais contra a corrente dos critérios do mundo e por um estilo de vida simples, inspirado pelo Evangelho. Pois, a verdadeira natureza da evangelização é o encontro pessoal de Jesus Cristo na oração diária, nos sacramentos e na vida espiritual, convencidos que «se não for o Senhor a edificar a sua casa, em vão trabalham os construtores» (Sl 127,1).

Por isso, todos os seus membros são convidados a cons-ciencializarem-se da sua missão vivendo-a em espírito de família como caminho de santidade. Também as estruturas eclesiais locais, nacionais, regionais bem como as de âmbito mais social são chamadas a avivar as tarefas que lhes são específicas para que a Igreja em África cumpra o seu papel.

Uma palavra especial é dirigida aos fiéis cristãos para que dêem um bom testemunho nas várias áreas sociais em que estão envolvidos.

Finalmente, é feito um convite à Igreja em África para que esteja disponível para a missão ad intra, no seu próprio continente e para a missão ad extra junto das igrejas particulares dos outros continentes.

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A relação verdadeira com Deus só pode ser vivida na fidelidade ao dinamismo universalizante e na recusa de qualquer tribalização (Dr. João Duque).

A formação dos leigos deve ser assumida como opção urgente duma pastoral integrada… A situação actual reclama deles um empenho ainda mais vasto e amplo que no passado recente (D. Manuel Quin-tas, Bispo do Algarve).

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VIGÍLIA MISSIONÁRIA

De acordo com o espaço onde se realiza a vigília, pode estar no centro ou no altar um globo e junto deste um círio aceso. A partir do qual saem cinco faixas ou fitas das cores dos continentes e junto de cada fita pode colocar-se uma vela que se acende em momento oportuno (assinalado abaixo).

América África Ásia Europa Oceânia Vermelho Verde Amarelo Branco Azul

Cântico inicial: “Já se ouvem nossos passos”

Saudação:

Presidente: - Em nome do Pai que nos cria, do Filho que nos salva e do Espírito Santo que nos congrega e nos reúne para orar.

Introdução

A Igreja é por sua natureza Universal, por isso é uma “casa” aberta a todos os povos, uma Casa onde há lugar para todos: crianças, jovens, adultos...; pobres e ricos; sãos e doentes; sá-bios e ignorantes; gente santa e gente pecadora; pessoas de todas as culturas e idiomas... porque Deus não faz acepção de pessoas, porque Deus enviou o Seu Filho ao mundo para salvar a Humanidade inteira.

Ao celebrarmos mais um Dia Missionário Mundial queremos ter presente nesta vigília os povos dos cinco Continentes, a sua realidade tão rica e diversa de culturas, línguas e costumes e todos os missionários que trabalham com cada um destes povos.

Um leitor enuncia os continentes: América, África, Ásia, Europa, Oceânia e cinco pessoas acendem cada uma das velas referentes aos continentes no círio que representa Cristo, Luz de todos os povos. Canta-se o refrão:

“A luz de Cristo ilumina a terra inteira, Aleluia, Aleluia!” (bis)

Pode ler-se aqui algum extracto da Mensagem do Papa para o Dia Missionário Mundial.

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Leitura Bíblica: Act 10, 34-48

Faz-se uns momentos de silêncio, depois, de forma pausada e espaçada, outra voz pode ler frases soltas do texto, dando ênfase às mais significativas.

A oração seguinte pode rezar-se toda ou escolher apenas algumas. Intercala-se com o refrão cantado. Se for possível enquanto se reza a oração, projectam-se imagens de acordo com cada realidade que é lembrada, reza-se de forma pausada de modo que se possam contemplar as imagens.

Refrão: Vinde Benditos de Meu Pai recebei em herança o Reino preparado para vós desde o princípio do mundo. Aleluia!

Leitor: porque Me reconhecestes naquele que tinha fome e sen-tistes compaixão pelo Meu estômago vazio, o Meu corpo esquelético e a Minha mesa desprovida e partilhastes comigo do que tínheis.

Todos: Vinde Benditos de Meu Pai

Leitor: porque Me reconhecestes no pobre sem roupa, mal vesti-do, esfarrapado e de aspecto pouco asseado e não tives-tes repugnância de Mim, aproximastes-vos e Me vestistes.

Leitor: porque Me reconhecestes naquele doente, naquele cor-po dorido, chagado, disforme e soubestes cuidar-Me e consolar-Me.

Leitor: porque Me reconhecestes naquele deficiente físico ou mental, naqueles seres mutilados ou inadaptados e sou-bestes acolher-Me como sou, dignificar-Me e renovar-Me o gosto pela vida.

Leitor: porque Me reconhecestes naquela mãe solteira despre-zada, explorada e lançada à prostituição e soubestes respeitar-Me e amar-Me gratuitamente, sem pedir nada em troca.

Leitor: porque Me reconhecestes no desempregado, no pobre, no que vive abaixo do limiar da pobreza e não Me cha-

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mastes preguiçoso, nem Me excluístes do vosso grupo de amigos e soubestes descobrir meios concretos de inserção na sociedade e no trabalho honesto.

Leitor: porque Me reconhecestes em pessoas de culturas e há-bitos de vida diferentes dos vossos e soubestes respeitar sem criticar e soubestes descobrir os nossos valores.

Leitor: porque Me reconhecestes naquele rosto triste e cabisbai-xo, naquele ar sombrio e angustiado, naquele coração sofredor e despedaçado e soubestes ouvir os Meus desabafos, consolar-Me e semear em Mim esperança e alegria.

Leitor: porque Me reconhecestes naquele rico opulento e vai-doso, naquele burguês instalado e comodista e testemu-nhastes-Me com a vida que a pobreza e a humildade, o amor e o serviço são o caminho da verdadeira alegria.

Leitor: porque Me reconhecestes naquele ignorante, naquele ateu e naquele agnóstico e não vos afastastes de Mim, não Me criticastes, mas, na caridade, fostes luz e sabe-doria que Me ajudaram a encontrar a Verdade.

Leitor: porque Me reconhecestes no imigrante, no refugiado, no peregrino, no estrangeiro e recebestes-Me como um do vosso povo, respeitando os Meus direitos e sem exigirdes mais que os Meus deveres.

Leitor: porque Me reconhecestes naqueles que sofriam injustiças e eram explorados e Me ajudastes a descobrir os Meus direitos e lutastes comigo, expondo a vossa vida, até encontrar soluções de verdade e de justiça.

Leitor: porque Me reconhecestes naquele preso, criminoso, ladrão e no homicida e visitastes-Me na cadeia, para Me dardes alento e esperança, para Me ajudardes a viver e falardes da Misericórdia do Pai.

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Leitor: porque Me reconhecestes naquela esposa traída, aban-donada, maltratada e soubestes amparar-Me, consolar-Me e curar as Minhas feridas interiores.

Leitor: porque Me reconhecestes caído na valeta, arrumado à esquina da rua, solitário no banco do jardim, sedento de paz e de carinho e viestes ao Meu encontro, para Me libertar interiormente e criar condições de vida mais humana e mais digna.

Leitor: Recebei, em herança, o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo!

Salmo da Testemunha (pode ser rezado por duas pessoas)

É hora de ser Tua testemunha, Senhor Ressuscitado,de construir todos juntos a civilização do amor,de fazer do mundo um arco-íris de unidade e de cor.É hora de anunciar a vida a partir da Tua Vida, que é Vida em

abundância,de gritar aos homens a Tua Salvação, de anunciar que,o Crucificado Ressuscitou e o mundo tem sabor a Redenção.

É hora de viver na luz e abrir caminhos sem fronteiras,de darmos as mãos e de fazer uma grande roda ao sol,de avançar sem medos, que o mundo vive em Ressurreição.É hora de caminharmos unidos semeando a paz e o amor,de chamar ao homem irmão, de viver em harmonia, em laços de fraternidade, de comunhão.

É hora de dizer ao mundo que foi vencida a lei,e não existe outra lei que a do coração;de gritar que o pecado foi vencidoe que o homem é livre, do seu temor.É hora de anunciar que a morte foi vencida, que a vida é a nova civilização do amor.É hora de tocar o coração do homem para queacredite em Teu Evangelho, em Tua Palavra de Amor;de convidar as gentes para a mesa do pão vivo.É hora de caminhar olhando para diante, sem vacilar.

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É tempo de ser Tua testemunha:onde o Teu amor está ausente,onde a liberdade está atada,onde é necessário o perdão,onde os olhos estão vendados,onde existiu a traição,onde se mata o homem e a criança,onde a mentira mata a razão,onde as injustiças doem,onde o homem que sofre não tem voz,onde impera a lei do mais forte,onde o homem se converte em opressor,onde a vida se fez morte,onde o dinheiro é a lei do que manda.

É tempo de sermos Tuas Testemunhas unidos como um só Povo, em Igreja;de sermos Tuas Testemunhas servindo o humilde e não o dominador,de testemunharmos Tua Cruz salvadora do mundo,Tua luz de aurora, Tua Ressurreição.

Cristo, Senhor da História, Senhor de todo o homem.Cristo, Testemunha do amor do Pai, coração de seu coração.Cristo, amigo e irmão do homem oprimido.Cristo, dá-nos a força do Teu Espírito Santo, do Teu Espírito de Amor,para que Ele anime nosso compromisso de mudar o mundo,de uma civilização de morte, para uma civilização de Amor.

Pai-Nosso (pode ser cantado)

Oração e Bênção final:

Irmãos, o Espírito que nos convocou e reuniu, é o mesmo Espí-rito que nos envia a levar a Boa Nova a todos os povos e a ser testemunhas de Cristo Ressuscitado. Animados pela sua força e na certeza de que Ele está sempre connosco, vamos em paz. Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo.

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Evangelizar as pessoas até as transformarmos em evangelizadoras, isto é, até que elas sintam a necessidade e a alegria de se transfor-marem em evangelizadoras (D. António Couto).

O grande desafio da vida eclesial, entre localização e universali-zação, é o da vivência da localização, sem perder a dimensão da universalização , é o da vivência da universalização, sem fugir da concreta localização quotidiana (Dr. João Duque).

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ROSÁRIO MISSIONÁRIO

1. MISTÉRIOS GOZOSOS:

1.º Mistério: A ANUNCIAÇÃO DO ANJO A MARIA

Disse-lhe o anjo: Maria, näo temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo (Lc. 1, 30-32).

Imaginamos quanto Maria se assustou com aquela presença imprevisivel. Maria aceitou com generosidade o desígnio de Deus e toda a sua vida se pautou por disponibilidade, amor, presença e silêncio.

Desta experiência, aprendemos a aceitar a presença de Deus na nossa vida, aprendemos que não devemos ter receio de aceitar tudo o que Ele nos pede. Aprendemos a viver com maior generosidade, disponibilidade e silêncio... Como Maria.

Recordemos neste mistério todos aqueles que, por medo, continuam a fechar as portas ao anúncio de Deus que vem fazer morada nos seus corações.

2.º Mistério: A VISITA DE NOSSA SENHORA À SUA PRIMA SANTA ISABEL

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra

em Deus, meu Salvador (Lc. 1, 46).

Ir ao encontro. Depois de recebermos a graça da presença de Deus nas nossas vidas, ir ao encontro dos outros é apenas semear aquilo que em nós transborda, a fé e o amor que não nos cabem no coração e precisam de ser distribuidas. Não podemos

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continuar indiferentes ao facto de ainda existirem pessoas no mundo que conhecem a Coca-cola e não conhecem Jesus.

A presença missionária no mundo procura colmatar esta dura realidade, mas ainda somos poucos!

Neste mistério, peçamos por todos os povos que ainda não ouviram falar de Jesus e para que nunca se sintam desamparados de amor, pois Deus, mesmo não se dando a conhecer, está com eles.

3.º Mistério: O NASCIMENTO DE JESUS EM BELÉM

E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades da Judeia; porque de ti sairá o Príncipe que há-de apascentar o meu povo de Israel. (Mt. 2, 6).

Jesus nasce todos os dias nos corações dos Homens! Muitas vezes nem nos apercebemos desta feliz realidade, pois estamos demasiado distraidos com os ruidos do Mundo e não sentimos esta presença constante. No olhar de um mendigo do qual nós desviamos o olhar, num idoso que nos fita procurando carinho! Não obstante a nossa resistência, Jesus insiste e não desiste! Nós somos a sua cabeça, os seus braços e os seus pés e sempre que ele nasce, é para nos dar a perceber esta mesma mensagem de chamamento, de amor, de compromisso que nos leve sempre a abrir as portas do nosso coração.

Neste mistério lembremos todos aqueles a quem não é dada a oportunidade de nascer, de viver, de ser uma pessoa humana e que Deus preencha os corações daqueles que tomando a decisão de terminar uma vida, vivem num vazio de arrependimento.

4.º Mistério: APRESENTAÇÃO DE JESUS NO TEMPLO

Porque os meus olhos viram a Salvação, que ofereceste a todos os povos; Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo (Lc. 2, 30-32).

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Este testemunho de Simeão traduz muito bem o estado de alma de quem sente a presença de Jesus em si. Ele que é o nosso guia quando estamos perdidos, a nossa luz quando vivemos na escuridão, a nossa companhia quando nos sentimos sozinhos, o nosso irmão que nos pega ao colo e nos abraça quando nos sentimos tristes... A alegria do encontro com Jesus, deixa-nos diferentes. Seremos diferentes se, quando Ele nos fala, nós o exaltamos, o reconhecemos e, sobretudo, o anunciamos. A luz de Jesus não cega, por isso não tenhamos medo de fixar o nosso olhar nele e deixar-nos conduzir. Quem me quiser seguir, tome a sua cruz, renuncie a si mesmo e siga-me! E nós estamos à espera de quê?

Tenhamos presentes neste mistério, todos os oprimidos, as vítimas de violência, os doentes e todos os que sofrem os horrores da guerra, para que o Senhor lhes conceda paz de espírito para enfrentar os dramas do dia a dia.

5.º Mistério:PERDA E ENCONTRO DE JESUS NO TEMPLO

A Mãe disse-lhe: Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu estávamos aflitos à tua procura! Jesus respondeu-lhes: não sabíeis que devia estar na casa de meu Pai? (Lc. 2, 48-49).

Quando perdemos alguém que amamos, o nosso coração angustia-se de tal forma que nada mais importa. Maria e José experimentaram na primeira pessoa a tristeza de perder o seu filho e a alegria de encontrá-lo!

Porém, a resposta de Jesus intriga, espanta e não os deixa indiferentes.

Quantas vezes nós dizemos que procuramos Jesus mas não o encontramos? A verdade é que não o procuramos no local certo, ou seja, na casa de Deus. A casa de Deus não é somente o templo ou a igreja, mas sobretudo o coração de cada Homem, o jardim preferido de Deus para semear amor e bondade! É aí

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mesmo que encontraremos Jesus, é aí mesmo que temos que ir e é através do nosso coração que temos que mostrar Jesus a quem o procura e não o encontra.

Neste mistério, pedimos por todos os que procuram e não encontram, por todos os que continuam cegos sem ver a verda-deira Luz e que vivamos na certeza que Deus está intimamente, no silêncio, a reinar no nosso coração.

2. MISTÉRIOS LUMINOSOS

1.º Mistério:O BAPTISMO DE JESUS NO RIO JORDÃO

E uma voz vinda do Céu dizia: Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu agrado (Mt.3, 17).

Gandhi foi, sem dúvida, um homem que se destacou pela sua simplicidade, amor pelos irmãos e pela justiça social. Entre mui-tos outros, este pensamento ajuda-nos a crescer como pessoas capazes de semear a esperança nos outros e a renascer para a vida nova recebida no momento do nosso Baptismo:

Se eu te pudesse deixar algum presente, deixaria aceso em ti o sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado ao longo do tempo...Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para ti, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a acção. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de ti mesmo a resposta e a força para encontrar a saída.

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2.º Mistério:A REVELAÇÃO DE JESUS NAS BODAS DE CANÁ

Assim, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória e os seus discípulos acreditaram nele. (Jo. 2, 11).

Tony Melendez é um músico de Nicarágua que toca a gui-tarra com os pés, pois nasceu sem braços. A sua vida pauta-se pela motivação de conseguir ser igual a todos e cada um de nós. O seu testemunho ensina-nos que vale a pena vivermos com esperança, que os milagres de Deus acontecem, se nós assim quisermos:

Deus está sempre na minha vida, neste momento é como se Ele me dissesse: Tony, tens que cantar, tens que tocar, tens que trabalhar, tens que ser os meus pés e também as minhas mãos. Eu vejo as pessoas como vocês que têm os braços, têm as per-nas, têm tudo, têm tudo e dizem: não posso, não posso… Sim, podes! Perguntaram-me aonde estão os milagres e eu sempre respondo: eu vejo as mãos, uma mão, e quando levantam a mão para mim isso é um milagre!

Por favor não me digam que não podem, porque vocês po-dem fazer muito mais! Levantem-se e digam: eu posso, eu quero avançar. Têm um mundo inteiro que só está à espera que vocês digam sim!.

3.º Mistério:A PROCLAMAÇÃO DO REINO DE DEUS

COM O CONVITE À CONVERSÃO

O Reino do Céu é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. É a mais pequena de todas as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos (Mt. 12, 31-32).

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Madre Teresa de Calcutá possuía um corpo franzino, mas o seu amor era tão grande que realizou uma obra que iluminou o mundo inteiro. Ela mostra-nos que o Reino de Deus é possível através de pequenos gestos, pequenos sacrifícios em prol daque-les que mais necessitam e sempre em nome do amor:

Tem sempre presente, que a pele se enruga, que o cabelo se torna branco, que os dias se convertem em anos, mas o mais importante não muda! A tua força interior e as tuas convicções não têm idade. Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida. Atrás de cada triunfo, há outro desafio. Enquanto estiveres vivo, sente-te vivo. Mas nunca te detenhas!

4.º Mistério:A TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS NO MONTE TABOR

Este é o meu filho amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-o! (Mt. 17, 5).

Martin Luther King, Jr. era um pastor evangélico e activista político norte-americano. A sua luta em defesa dos direitos sociais dos negros, combatendo o preconceito e o racismo foi um grande marco no mundo. Defendia a luta pacífica, baseada no amor ao próximo, como forma de construir um mundo melhor. Com o seu testemunho, mostrou ser um grande anunciador da Palavra de Deus e do sonho de Deus para que todos sejam irmãos.

Eu tenho um sonho que um dia, uma terra que transpira com o calor da injustiça e da opressão, se transformará num oásis de liberdade e de justiça. Nesse dia, com esta fé, nós poderemos transformar as discórdias estridentes da nossa nação numa bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé, nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, defender a liberdade juntos e, quem sabe, um dia nós seremos livres. Com esta fé, nós podere-mos apressar aquele dia quando todos os filhos Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir as mãos e cantar as palavras do velho espiritual negro: «Livre afinal, livre afinal».

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5.º Mistério:A INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA

Tomai, comei: isto é o meu corpo (...). Bebei dele todos. Por-que este é o meu sangue, sangue da Aliança, que vai ser derra-mado por muitos, para perdão dos pecados (Mt., 26, 26-28).

João Paulo II foi uma das personalidades mais carismáticas do nosso tempo, um homem de fé, de forte humanismo, um comuni-cador e um jovem até ao último suspiro. Lutou contra o comunismo na Polónia e ajudou a derrotá-lo no mundo, mas também criticou o Ocidente opulento e egoísta, dando voz ao Terceiro Mundo e aos pobres. Um homem que se doou ao mundo, como Cristo se doou na Eucaristia, levando-nos a acreditar cada vez mais que nós somos Igreja, o povo de Deus.

É bom demorar-se com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predilecto, deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração. Se actualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela «arte da oração», como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, recebendo dela força, consolação, apoio!

A Eucaristia é um tesouro inestimável: não só a sua cele-bração, mas também o permanecer diante dela fora da Missa permite-nos beber na própria fonte da graça. Uma comunidade cristã que queira contemplar melhor o rosto de Cristo, não pode deixar de desenvolver também este aspecto do culto eucarístico, no qual perduram e se multiplicam os frutos da comunhão do corpo e sangue do Senhor.

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3. MISTÉRIOS DOLOROSOS

1.º Mistério:A AGONIA DE JESUS NO JARDIM DAS OLIVEIRAS

Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice. No en-

tanto, não seja como Eu quero, mas como Tu queres (Mt. 26, 39).

A África, berço da humanidade, continua a ser espoliada das suas riquezas. Os seus panos, outrora brancos, estão agora pretos com sujidade do luto e da dor; os seus olhos, vermelhos de tanto chorar, mostram o sangue derramado pela crueldade da guerra; a sua boca está seca de tanto sofrimento, opressão e injustiça.

Explorada e massacrada, em que grande encruzilhada te sujeitaram! Em vez de chuva para irrigar os teus campos, caem bombas e mísseis para te conquistar. Mas o teu corpo sofrido é forte e no coração levas a esperança, sonhos de liberdade, felicidade, fé, amor e paz.

Hoje, a nossa oração é para ti, África!

2.º Mistério:A FLAGELAÇÃO DE JESUS

Todo o povo respondeu: que o Seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos. (Mt. 27, 25).

Na América, povoada de cidades grandes, ricas e cosmo-politas, tudo se compra e tudo se vende, até os homens. E, na escuridão, ao virar de uma esquina, jazem os sem-abrigo que procuram o pão nos caixotes do lixo. Na América há pessoas que saltam fronteiras e morrem entre barcaças de destroços, na fúria das águas do oceano, com a esperança de que iriam con-seguir uma vida melhor. Grandes fortunas devoram e esquecem a pobreza de quem já não tem muito para viver. Povos indígenas

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vêm alienados os seus direitos à terra dos antepassados e à sua cultura, porque não têm poder económico para comprar as pessoas certas.

Há, também, vozes que se organizam, com esperança para se fazerem ouvir e atravessar o espaço da indiferença até aos corredores do poder imposto. Há vozes amordaçadas mas que acreditam que a luz que nasce todos os dias, consiga um dia quebrar os corações de pedra.

Hoje, a nossa oração é para ti, América!

3.º Mistério:JESUS É COROADO DE ESPINHOS

Tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e uma cana na mão direita. Dobrando o joelho diante dele, escar-neciam-no dizendo: ‘Salvé, Rei dos Judeus! (Mt. 27, 29).

Na Europa há muitas pessoas que, em desespero, atra-vessam fronteiras. Vêm de muitos sítios, embrulhados por gente sem escrúpulos e por um sonho de uma vida melhor do que aquela que tinham na terra que os viu nascer. Alguns tombam entre paredes de aço que lhes corta o ar, outros são engolidos pelas águas traiçoeiras dos mares. Outros são condenados antes de julgados, e deportados.

Os que chegam à “terra prometida” não trazem nada na algibeira. E vêm-se excluídos, clandestinos, no meio em que trabalham em condições muitas vezes extremas, para sobreviver. Dizem por gestos o que vão aprendendo por palavras, numa forma que lhes é estranha. Seres en-tregues à sua sorte, longe da pátria que não esquecem e onde deixaram pessoas, ansiosamente à sua espera, com esperança de os ver de volta, sãos e salvos. Vozes que, esforçadamente, fazemos por não escutar.

Hoje, a nossa oração é por ti, Europa!

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4.º Mistério:JESUS LEVA A CRUZ PARA O CALVÁRIO

Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado lugar da Caveira que em hebraico se diz Golgota. (Jo.19, 17).

Na Ásia, os diferentes níveis de desenvolvimento social, a diversidade de línguas, culturas e religiões fazem dos seus povos um epicentro de carências. É abissal a diferença entre aqueles que vivem numa mansão privada com segurança e os milhões de pessoas que vivem ali logo ao lado, olhando e sonhando por um tecto onde não caia chuva.

A riqueza dos casinos contrasta com um corpo que apodrece na rua, sem que ninguém pare para o reconhecer. Pessoas tra-ficadas como mercadoria, onde nem sequer o peso importa, são vendidas como objectos. Os “senhores do dinheiro” comandam a vida dos que nada têm, comandam o trabalho forçado para enriquecer ainda mais. Milhões de crianças a quem roubam a infância são lançadas para o mundo do trabalho adulto.

Hoje, a nossa oração é para ti, Ásia!

5.º Mistério:A CRUCIFIXÃO E MORTE DE JESUS

Tudo está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. (Jo 20, 30).

Quando pensamos na Austrália, vêm-nos à mente a imagem de vastas planícies, os cangurus e uma civilização muito desenvol-vida. Mas a exclusão social é uma das realidades multifacetadas de uma região desenvolvida. O povo aborígene continua a ser esquecido, deixado de lado, sem oportunidades. O desemprego é uma realidade que mata os sonhos, sonhos de ter uma casa, sonho de viver, um sonho que não passa à realidade…

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Uns vivem o sonho de tudo ter e nada dar, enquanto os outros têm tudo para dar, mas ninguém os valoriza. Ser aborígene não é ser apenas diferente é, também, ser alguém a quem não se dá oportunidade de ser membro da nossa sociedade, da nossa família onde somos todos iguais.

Hoje, a nossa oração é para ti, Oceânia!

4. MISTÉRIOS GLORIOSOS

1.º Mistério: A RESSURREIÇÃO DE JESUS

Porque buscais o Vivente entre os mortos? Não está aqui: ressuscitou! (Lc 24, 5-6).

Tendo morrido numa sexta-feira, à tarde, nesse mesmo dia Cristo foi sepultado. No Domingo seguinte, alguns Discípulos, logo ao amanhecer, foram ao sepulcro e encontraram o vazio! Pensaram que tinham roubado o corpo. Mais tarde, Jesus cumpriu a sua promessa: apareceu no meio deles.

A vida venceu a morte! A nossa fé está fundamentada neste grandioso acontecimento, e nele deve estar toda a nossa espe-rança e promessa de Ressurreição. Sejamos gratos a Deus pela nossa fé que, por vezes, parece pequenina e quase inexistente. Cristo ressuscitou para que nós ressuscitemos para uma vida nova, para que acreditemos e anunciemos a sua promessa: Eu estarei convosco até ao fim dos tempos!

Peçamos ao Senhor, por intercessão da Virgem Maria, que a chama da nossa fé nunca se apague, que ilumine, acenda e aqueça os corações que dela precisam.

2.º Mistério:A ASCENSÃO DE JESUS AO CÉU

Ali, ergueu as mãos e abençoou-os. Enquanto os abençoava, separou-se deles e elevava-se ao Céu (Lc. 24, 50-51).

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Terminada a sua missão no mundo, Cristo já ressuscitado, reuniu os Apóstolos e falou-lhes pela última vez. Depois estendeu as mãos sobre eles para os abençoar e foi-se elevando, cada vez mais alto, até desaparecer atrás de uma nuvem, voltando assim para junto do Pai, conforme tinha anunciado.

Nós temos a esperança de que um dia iremos viver para jun-to daquele que é o Senhor da nossa vida, Aquele que nos criou pois viemos de Deus e para Deus temos que voltar. Jesus tem preparado um lugar para nós na eternidade e, por isso, vivemos na alegria de nos reencontrarmos com o nosso Pai do Céu.

Peçamos ao Senhor, por intercessão da Virgem Maria, que sejamos dignos dessa recompensa, vivendo uma vida recta, com amor pelos outros e cheios do Espírito Santo.

3.º Mistério:A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO

Viram então aparecer umas línguas à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo (Act 2, 3-4).

Com a descida do Espírito Santo sobre os discípulos, eles compreenderam claramente qual seria a sua missão, aquilo que deveriam realizar no Mundo. Cheios de coragem, saíram por todas as terras para aí anunciar o Reino de Deus.

Nós recebemos o Espírito Santo no dia do nosso baptismo, Espírito esse que nos impele a procurar o Deus vivo, que nos desafia a lançarmo-nos ao mundo para sermos anunciadores e testemunhas da Boa Nova.

Peçamos a Deus, por intercessão da Virgem Maria, que sejamos instrumentos do Espírito Santo para sermos no mundo anunciadores do Evangelho.

4.º Mistério:A ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Os cristãos, desde os primeiros séculos, acreditavam que a Mãe de Deus não sofreu a corrupção do túmulo. A crença geral

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era que o corpo imaculado da Virgem fora levado aos céus. Essa é agora para nós uma verdade de fé, definida pela Igreja. A Assunção de Nossa Senhora aos céus, leva-nos a pensar na eternidade que nos espera. Temos que viver neste mundo que passa, com os olhos fixos na vida eterna.

Peçamos a Deus, por intercessão da Virgem Maria, que vivamos livres de todo e qualquer pecado, para assim sermos parte da vida eterna.

5.º Mistério:A COROAÇÃO DE NOSSA SENHORA

COMO RAINHA DOS CÉUS E DA TERRA

Maria, Mãe de Jesus permaneceu com os Apóstolos, animan-do-os até que recebessem o Espírito Santo. Ela foi coroada por Deus, como Rainha do Céu e da Terra. É, para nós, protecção, auxílio, modelo, companhia, consolo e alegria.

Procuremos nunca a esquecer, tendo-a sempre presente nas nossas orações pois, junto de Deus, ela é a nossa melhor intercessora.

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Assim como Deus envia a si mesmo ao mundo, assim a Igreja é enviada ao diferente de si mesmo, ao que não é ainda Igreja, ao exterior da comunidade eclesial (Dr. João Duque).

VIA SACRA

Primeira estaçãoJesus é condenado à morte

Do Evangelho segundo Mateus 27, 22-23Cronista: Pilatos disse-lhes: Voz: Que hei-de fazer, então, de Jesus chamado Cristo? Cronista: Todos responderam: Voz: Seja crucificado! Cronista: Pilatos insistiu: «Que mal fez Ele?» Cronista: Mas eles cada vez gritavam mais: Voz: Seja crucificado!

Meditação: somos convidados a olhar para as nossas atitudes para com os outros, não só por aquilo que fazemos, mas também por aquilo que pensamos e dizemos. As palavras que proferimos

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são a nossa maior arma, que nem sempre usamos correctamente. Quantas vezes levantamos falsos testemunhos? Quantas vezes apelamos para a verdade e não vivemos dela?

Oração: Senhor, dai-nos o discernimento para utilizarmos as palavras correctamente, preocupando-nos mais em escutar do que julgar. Ensinai-nos a, tal como Vós, utilizar as palavras sabiamente de forma a podermos espalhar a Vossa palavra e ajudar os outros em vez de os atacarmos. Ajudai-nos a reconhe-cer a existência de variadas opiniões como fonte de riqueza no Mundo.

“Se queres amar a Cristo, dizia St.º Agostinho, espalha cari-dade sobre toda a terra, porque os membros de Cristo estão em todo o Mundo”

Pai Nosso Segunda estação

Jesus é carregado com a cruz

Do Evangelho segundo Mateus 27, 27-31Cronista: Os soldados do governador conduziram Jesus para

o pretório e reuniram toda a corte à volta dele. Despiram-no e envolveram-no com um manto escarlate. Tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e uma cana na mão direita. Dobrando o joelho diante dele, escarneciam-no, dizendo:

Voz: Salve! Rei dos Judeus! Cronista: E, cuspindo-lhe no rosto, agarravam na cana e

batiam-lhe na cabeça. Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto, vestiram-lhe as suas roupas e levaram-no para ser crucificado.

Meditação: Somos impelidos a reflectir sobre a nossa Cruz que temos medo de carregar. Ao negá-la estamos a negar que somos Cristãos. Quantas vezes ao sair da Eucaristia esquecemos imediatamente o que vivemos na hora anterior? Quantas vezes nos recusamos a carregar a nossa Cruz?

Oração: “Se noutros tempos a vida da Igreja desenvolvia a

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sua força nos países da velha Europa, de onde se expandia, hoje ela se apresenta ao contrário como uma troca de vida e energia entre todos os membros da Tua Igreja”. (PIO XII). Queremos hoje, Senhor, pedir-te força para carregarmos a nossa Cruz, para podermos, dessa forma, ser testemunhos de Ti, da Tua palavra.

Pai Nosso

Terceira estaçãoJesus cai pela primeira vez

Do livro do profeta Isaías 53, 4-6Cronista: Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças,

carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um lepro-so, ferido por Deus e humilhado. Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.

Voz: Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdi-das, cada um seguindo o seu caminho. Mas o SENHOR carregou sobre ele todos os nossos crimes.

Meditação: Jesus cai pela primeira vez. Temos receio de cair. Tememos o desconhecido. Mas Jesus assumiu a queda como parte integrante da sua caminhada. Quantas vezes nos recusamos a aceitar que o caminho não é fácil, mas necessário para ficarmos mais perto de Cristo?

Oração: “O Bom Pastor convida a dedicar-se generosamente à missio ad gentes também as Igrejas de recente evangelização. Mesmo encontrando não poucas dificuldades e obstáculos no seu desenvolvimento, estas comunidades estão em crescimento constante.” (Bento XVI).

Senhor, ajuda-nos a enfrentar esta caminhada incerta que é a nossa vida, sempre com força para nos levantarmos e prosse-guirmos com maior dedicação e generosidade.

Pai Nosso

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Quarta estaçãoJesus encontra sua Mãe

Do Evangelho segundo Lucas 2, 34-35.51Cronista: Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe:Voz: Este menino está aqui para queda e ressurgimento de

muitos em Israel e para sinal de contradição; uma espada tres-passará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.

Cronista: Depois desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração.

Meditação: Somos convidados a ponderar o exemplo de Maria. Na hora de maior dor do seu filho, continuou a seu lado, como durante toda a sua vida. Por isso, Maria convida-nos a rezar pelas nossas mães, sucessoras de Maria, para que elas sejam sempre protegidas e nos acompanhem na nossa caminhada. Quantas vezes nos esquecemos da nossa mãe? Quantas vezes lhe fomos ingratos?

Oração: Senhor, “Que a mulher seja um céu de ternura de aconchego e calor. Que nenhuma mulher continue a mesma após ter dado à luz uma criança. Que seja meio pata-choca, meio coruja, e meio águia. Pata-choca para viver pelos filhos, coruja para incentivá-los, águia para lhes ensinar o valor das alturas.” (Pe. Zézinho).

Avé Maria

Quinta estaçãoJesus é ajudado por Simão de Cirene a levar a Cruz

Do Evangelho Segundo São Mateus 27, 32;16.24Cronista: À saída, encontraram um homem de Cirene, cha-

mado Simão, e obrigaram-no a levar a cruz de Jesus.Cronista: Jesus disse, então, aos discípulos:Voz: Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome

a sua cruz e siga-me.

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Meditação: Tal como Simão de Cirene foi chamado a ajudar Jesus, hoje também nós somos chamados. Na missão ad gentes, muitos são os chamados, porém poucos são aqueles que ouvem e aceitam esse chamamento. Quantas vezes ignoramos o cha-mamento do Senhor? Quantas vezes fechamos os olhos àqueles que estão ao nosso lado?

Oração: Senhor, fazemos nossas as palavras de sua san-tidade, o Papa Bento XVI: O mandato missionário confiado por Cristo aos Apóstolos diz respeito verdadeiramente a todos nós. O Dia Missionário Mundial seja portanto ocasião propícia para tomar mais profunda consciência e para elaborar juntos itinerários espirituais e formativos apropriados que favoreçam a cooperação entre as Igrejas e a preparação de novos missionários para a difusão do Evangelho neste nosso tempo». Que o medo não se apodere de nós para podermos voar mais alto.

Pai Nosso

Sexta estaçãoA Verónica limpa o rosto de Jesus

Do livro profeta Isaías 53, 2-3Cronista: Vimo-lo sem aspecto atraente, sem figura nem

beleza, desprezado e abandonado pelos homens, como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante da qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.

Do livros dos Salmos 42, 2-3Voz: como suspira o veado pelas correntes das águas, assim

minha alma suspira por Vós, Senhor. Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando irei contemplar o rosto de Deus?.

Meditação: Somos convidados a reflectir sobre a im-portância dada à aparência de uma pessoa, à sua iden-tidade, ao seu rosto. Jesus, mesmo sem figura atraente, levou a sua missão até ao fim. Quantas vezes mudamos física ou psicologicamente por causa do que nos disseram?

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Quantas vezes desprezamos alguém pela sua aparência?Oração: «O Cura d’Ars era humilíssimo, mas consciente de

ser, enquanto padre, um dom imenso para o seu povo: «Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina». (Bento XVI).

Senhor, ajuda-nos a viver na humildade, com um coração segundo o coração de Deus.

Avé Maria

Sétima estaçãoJesus cai pela segunda vez

Do livro de Jeremias 12,1 Cronista: Senhor, Tu és demasiado justo, para eu me quei-

xar de Ti. Mas desejaria debater contigo sobre a justiça: Por que alcançam os maus tanto sucesso e vivem tranquilos na sua malvadez?

Do livro dos Salmos 37, 1-2. 10-11Voz: Não te irrites contra os que fazem o mal, nem invejes os

que praticam a iniquidade. Pois bem cedo secarão como o feno, e como a erva viçosa murcharão. Ainda um pouco, e o ímpio desaparecerá; se procurares o seu lugar, não o encontrarás. Os mansos, porém, possuirão a terra, e gozarão de imensa paz.

Meditação: Jesus impele-nos a retomar a caminhada, depois de cada queda. Somos convidados a não baixar os braços, a não nos deixar levar pelo desânimo ou pela luxúria e a inveja. Quantas vezes abandonamos o Teu caminho?

Oração: «Pelo seu exemplo, [do Cura d’Ars] os fiéis apren-diam a rezar, detendo-se de bom grado diante do sacrário para uma visita a Jesus Eucaristia. «Para rezar bem – explicava-lhes o Cura –, não há necessidade de falar muito. Sabe-se que Jesus está ali, no tabernáculo sagrado: abramos-Lhe o nosso coração, alegremo-nos pela sua presença sagrada. Esta é a melhor ora-ção». (Bento XVI).

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Senhor, abre-nos o coração para receber o Teu alimento, permitindo-nos caminhar contigo, no teu amor.

Pai Nosso

Oitava estaçãoJesus encontra as mulheres de Jerusalém

Do Evangelho segundo Lucas 23, 27-29.31Cronista: Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e

umas mulheres batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para as mulheres e disse-lhes:

Voz: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos; pois virão dias em que se dirá: Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram… Porque, se tratam assim a árvore verde, o que acontecerá à seca?.

Meditação: Jesus interpela-nos a olhar para as nossas fra-gilidades, as nossas diferenças. Exorta-nos a que não vivamos segundo os programas dos outros, de acordo com opiniões de terceiros, mas a olhar para a nossa vida, a nossa família, a nossa comunidade. Quantas vezes enfatizamos os nossos problemas, quando há outros que têm problemas bem maiores?

Quantas vezes nos tornamos indiferentes ao próximo, a quem pede a nossa ajuda?

Oração: Senhor, que a nossa fé genuína faça desabrochar em nós a capacidade de estarmos conscientes da indiferença, do abandono em que se encontram tantas comunidades que não conhecem a Tua herança, o Teu rosto.

Avé Maria

Nona estaçãoJesus cai pela terceira vez

Do livro do profeta Habacuc 1, 12-13; 2,2-3Cronista: Não és Tu, Senhor, desde o princípio, o meu Deus

e o meu Santo? Os teus olhos são demasiado puros para ver o

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mal, não podes contemplar a opressão. Por que contemplas, em silêncio, os traidores, quando devoram os que são mais justos do que eles?

Voz: Escreve a visão, grava-a em tabuinhas, para que possa ser lida facilmente. Porque uma visão para um tempo fixado, ela aspira o seu termo e não falhará. Se tardar, espera por ela igual-mente que ela cumprir-se-á, com toda a certeza não falhará.

Meditação: Jesus convida-nos a reflectir sobre a nossa vida… Não apenas por aqueles que caem à nossa volta mas também por nós próprios, que não pensamos sobre os nossos actos e que por isso muitas vezes caímos duas, três, dez vezes. Quantas vezes não guardámos cinco minutos do nosso dia para reflectir sobre ele, sobre as formas em que vimos o Senhor, para nos aproximarmos d’Ele?

Oração: Senhor, dai-nos força para acreditarmos em Vós. Dai-nos clarividência para conseguirmos guardar o Teu tempo no nosso dia. “Não há duas maneiras boas de servir a Deus. Há ape-nas uma: Servi-Lo como Ele quer ser servido.” (St.º Cura d’Ars)

Pai Nosso

Décima estaçãoOs soldados repartem entre si as vestes de Jesus

Do Evangelho segundo João 19, 23-24Cronista: Os soldados, depois de crucificarem Jesus, pegaram

a roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, ex-cepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras. Então os soldados disseram uns aos outros:

Voz: Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem tocará.

Cronista: Assim se cumpriu a Escritura, que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes.

Meditação: Ao despojarem Cristo das Suas vestes, os solda-dos pretenderam mostrá-lo como alguém mais frágil. Contudo o

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resultado real foi a demonstração da nossa pobreza, da pobreza da nossa humanidade, que, ao termos noção dela, descobrimos a imensa compaixão que Deus nos demonstra. Seremos capazes de prescindir dos nossos confortos e bens terrestres?

Oração: Senhor, Tu não tiveste medo de assumir a nossa nudez; não despiste outros para Te revestires; pelo contrário, Tu Te despojaste para nos revestires. Ensina-nos, Senhor, o desprezo pelo “ter”, ensina-nos a “ser”, reveste-nos com a Tua veste de filho, para podermos entrar na glória do Teu banquete celeste.

Pai Nosso

Décima primeira estaçãoJesus é pregado na Cruz

Do Evangelho segundo Mateus 27, 35-42Cronista: Ficaram ali sentados a guardá-lo. Por cima da

sua cabeça, colocaram um escrito, indicando a causa da sua condenação: «Este é Jesus, o Rei dos Judeus.» Com Ele, foram crucificados dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam injuriavam-no, meneando a cabeça e dizendo:

Voz: Tu, que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!

Cronista: Os sumos-sacerdotes com os doutores da Lei e os anciãos também zombavam dele, dizendo:

Voz: Salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo! Se é o rei de Israel, desça da cruz, e acreditaremos nele!

Meditação: Jesus é escarnecido pelo facto de não fugir da Cruz. Jesus, na hora da sua Paixão, assume os pecados da Humanidade, as nossas infidelidades, perdoando-nos de uma vez para sempre.

Oração: «O bom Deus sabe tudo. Ainda antes de vos con-fessardes, já sabe que voltareis a pecar e todavia perdoa-vos. Como é grande o amor do nosso Deus, que vai até ao ponto de esquecer voluntariamente o futuro, só para poder perdoar-nos!». (St.º Cura d’Ars).

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Senhor, dá-nos a sabedoria e a força para sabermos perdoar e aceitar sermos perdoados.

Pai Nosso

Décima segunda estaçãoJesus morre na cruz

Do Evangelho segundo João 19, 25-27Cronista: Junto à cruz de Jesus, estavam, de pé, a sua mãe e

a irmã de sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à sua mãe:

Voz: Mulher, eis o teu filho.Cronista: Depois, disse ao discípulo:Voz: Eis a tua Mãe.Cronista: E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.Meditação: Jesus oferece-se totalmente. Dá-Se! Deixa-se

imolar na cruz, brotando do Seu Coração sangue e água. Quantas vezes nos confiámos às mãos de Deus?

Oração: “…ele «era rico para dar aos outros e era muito pobre para si mesmo». Explicava: «O meu segredo é simples: dar tudo e não guardar nada». Quando se encontrava com as mãos vazias, dizia contente aos pobres que se lhe dirigiam: «Hoje sou pobre como vós, sou um dos vossos». Deste modo pôde, ao fim da vida, afirmar com absoluta serenidade: «Não tenho mais nada. Agora o bom Deus pode chamar-me quando quiser!»” (Bento XVI). Senhor, ajuda-nos a despojarmo-nos de tudo e a entregarmo-nos seguindo o exemplo do Santo Cura d’ Ars.

Pai Nosso

Décima terceira estaçãoJesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe

Do Evangelho segundo Mateus 27, 55.57-58 e 17, 22-23Cronista: Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres

que tinham seguido Jesus desde a Galileia e o serviram. Ao cair

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da tarde, veio um homem rico de Arimateia, que também se tor-nara discípulo de Jesus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos ordenou que lho entregassem.

Cronista: Estando reunidos na Galileia, Jesus disse-lhes:Voz: O Filho do Homem tem de ser entregue nas mãos dos

homens, que o matarão; mas, ao terceiro dia ressuscitará.Cronista: E eles ficaram profundamente consternados.Meditação: Da mesma maneira que Jesus aceitou que a

sua missão culminaria às mãos dos Homens, na cruz, também nós somos desafiados a reconhecer e aceitar a missão que nos é confiada pelo próprio Deus.

Oração: “Queremos ainda render especial homenagem àqueles que nas Obras Missionárias Pontifícias, se consagram ao dever por vezes ingrato, mas tão nobre! de estender a mão em nome da Igreja em favor das jovens cristandades, seu orgulho e esperança.” (Pio XII) Senhor, dá-nos um coração novo para que, tal como José, possamos viver a tua solidariedade para com os Homens, estendendo a mão à necessidade do próximo.

Avé Maria

Décima quarta estaçãoJesus é sepultado

Do Evangelho segundo Mateus 27, 59 - 61Cronista: José tomou o corpo, envolveu-o num lençol limpo

e depositou-o num túmulo novo, que tinha mandado talhar na rocha. Depois, rolou uma grande pedra contra a porta do túmulo e retirou-se. Maria de Magdala e a outra Maria estavam ali sen-tadas, em frente do sepulcro.

Do livro dos Salmos 16, 9-11Voz: O meu coração se alegra e a minha alma exulta, e até o

meu coração descansa tranquilo. Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção. Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida; alegria plena em vossa presença, delícias eternas à vossa direita.

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Meditação: Não temos como fugir, a morte chegou! O se-pulcro é a habitação por excelência. Uma enorme pedra tapa a luz, tudo é sombra, tudo é vazio. Atormenta-nos a ideia de vazio… a perspectiva de poder não existir mais nada para além. Tudo é desolador! Quantas vezes me refugiei no sepulcro de Jesus? Quantas vezes prostrei os braços e me deixei vencer pelas sombras?

Oração: “Senhor Jesus, a Sexta feira Santa é o dia da es-curidão, o dia do ódio sem razão, o dia da morte do Justo! Mas a Sexta-feira Santa não é a última palavra: a última palavra é a Pás-coa, o triunfo da Vida, a vitória do Bem sobre o mal.” (Bento XVI).

Pai Nosso

Bênção final

Como e quando teremos comunidades estruturalmente missionárias para um encontro com Cristo? (D. Jorge Ortiga)

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PRECES DIÁRIAS

1 Santa Teresa do Menino JesusSenhor, dá-nos a graça de viver este mês missionário seguindo o exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus, anunciando o Evan-gelho e crescendo no amor à missão, através da oração e da partilha.

2 Santos Anjos da GuardaSenhor, nosso Deus, que na Tua admirável providência envias os santos Anjos para nos guardarem, escuta as nossas súplicas e dirige os nossos passos no caminho da salvação e da paz.

3 Senhor, envia sobre nós o Teu Espírito para que, no seguimento do Congresso Missionário Nacional realizado o ano passado, sejamos capazes de rasgar horizontes novos de missão na Igreja portuguesa.

4 XXVII Domingo do Tempo ComumSenhor nosso Deus, abençoa os bispos que hoje dão início ao Sínodo Africano para que, escutando voz do Espírito Santo e discernindo os sinais dos tempos, a Igreja seja uma voz profética promovendo a reconciliação, a justiça e a paz, criando unidade en-tre os povos do continente africano e anunciando o Evangelho. 5 Senhor, louvado sejas pela beleza do céu e da terra, obra das Tuas mãos! Dá-nos, Senhor, a sabedoria para sabermos viver em harmonia com todos os seres da natureza e defender a inte-gridade da Criação.

6 São BrunoSenhor, nosso Deus e nosso Pai, derrama a Tua bênção sobre o continente europeu para que saiba acolher no seu seio os imigrantes e os refugiados e, abrindo-se aos outros continentes, possa crescer no respeito pelos outros povos e culturas.

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7 Nossa Senhora do RosárioSenhor, dá-nos a Tua graça para que, à semelhança de Maria de Nazaré, cada um de nós procure escutar a Palavra de Deus e anunciá-la aos outros com paixão e alegria.

8 Senhor Jesus, abençoa os jovens do mundo inteiro e derrama o Teu amor nos seus corações para que eles coloquem a sua força, generosidade e entusiasmo ao serviço da paz, da justiça e da fraternidade entre os povos. 9 São Dionísio e seus companheiros, mártiresSenhor Jesus Cristo, dá-nos coragem para imitar os santos már-tires, seguindo o seu exemplo na renúncia à glória deste mundo e na entrega generosa da vida ao serviço do Evangelho.

10 São Daniel ComboniPai, que manifestaste em S. Daniel Comboni um exemplo admi-rável de amor a Ti e aos povos da África, faz que imitando a sua santidade e o seu zelo missionário, nos consagremos à evange-lização dos irmãos mais pobres e abandonados.

11 XXVIII Domingo do Tempo ComumDeus, nosso Pai e nosso amigo, abençoa as crianças das nossas paróquias e desperta nelas o amor pelas crianças dos outros continentes, sobretudo as que sofrem por causa da doença, da guerra e da fome.

12 Senhor Jesus, amigo dos pobres e dos pequenos, olha para o vasto continente americano e faz da Igreja uma Igreja missionária comprometida com as lutas do povo e sinal de esperança sobre-tudo para os mais pobres.

13 Beata Alexandrina de Balazar Senhor, fonte de toda a vida, derrama a Tua bênção sobre os do-entes para que, na fé e na esperança, sintam a presença de Deus

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e possam valorizar o seu sofrimento e oferecê-lo pelo anúncio do Evangelho a todos os povos.

14 Neste Ano Sacerdotal, por intercessão de S. João Maria Vianey, ilumina, Senhor, todos os sacerdotes para que possam compreen-der cada vez melhor a importância do seu papel e da sua missão na Igreja e serem fiéis a Cristo, o bom pastor.

15 Santa Teresa de ÁvilaSenhor, nosso Deus, pedimos por todos os membros da vida consagrada para que o testemunho de uma vida pobre, casta e obediente, e a entrega generosa à missão sejam sinal profético da presença do Reino neste momento da história que atraves-samos. 16 Santa Hedviges e Santa Margarida Maria Alacoque Iluminai, Senhor, os nossos corações para que sejamos constru-tores da paz, respeitando e acolhendo os outros como irmãos, e colaborando com eles na construção de uma sociedade mais fraterna.

17 Santo Inácio de AntioquiaSenhor, nosso Deus, ensina-nos a crescer na renúncia e no des-prendimento dos bens materiais, a fim de sermos cada vez mais solidários com os que nada têm e, deste modo, testemunhar que a verdadeira alegria está mais em dar do que em receber.

18 Dia Missionário MundialSenhor, nosso Deus, desça sobre nós a Tua bênção para que a oração pela missão, a dedicação ao anúncio do Evangelho e o apoio à Igreja missionária continuem presentes, hoje e sempre, na vida de cada baptizado e de cada comunidade cristã.

19 Senhor da Missão, fazei que seguindo o exemplo do Apóstolo S. Paulo, cada baptizado assuma a sua vocação missionária, anunciando Jesus Cristo com paixão e alegria.

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20Senhor, envia sobre nós o Teu Espírito para darmos testemunho da nossa fé em Cristo, vivermos com alegria a esperança do Reino e amarmos a todos com genuína caridade.

21 Senhor, nosso Deus e nosso Pai, envia o Teu Espírito sobre as Igrejas da Ásia para estarem sempre ao lado dos pobres, cres-cerem no diálogo com as diversas tradições religiosas e serem fermento de vida nova.

22 Senhor, nosso Deus e nosso Pai, fonte de toda a santidade, derrama sobre a Igreja a abundância da Tua bênção, para que, segundo o Teu desígnio de amor, surjam muitas vocações mis-sionárias para o serviço do povo de Deus e o anúncio da Boa Nova do Reino.

23 São João de CapistranoSenhor, Deus de bondade, protege e conforta os doentes, os idosos e os que vivem sós, sobretudo os que mais sofrem. Que eles sintam a Tua presença consoladora através do apoio e so-lidariedade dos irmãos.

24 Santo António Maria ClaretPedimos-Te, Senhor, pelas nossas Igreja locais. Que elas des-cubram que também foram enviadas em missão e vivam sempre em dinamismo missionário, através da oração pelas missões, da cooperação e da partilha com as igrejas mais necessitadas.

25 XXX Domingo do Tempo ComumAbençoa, Senhor, a Igreja da África. Que as orientações do Sí-nodo Africano mobilizem os cristãos para serem testemunhas da verdade e da justiça, defensores da paz e da liberdade, profetas e construtores de uma África mais justa e fraterna.

26 Senhor, nosso Deus e nosso Pai, pedimos-Te por todos os leigos missionários. Abençoa o seu trabalho e faz com que sejam fiéis

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à sua vocação, servindo a missão e dando testemunho de Jesus Cristo na vida familiar, profissional, social e eclesial.

27 Beato Gonçalo de LagosSenhor, nosso Pai, olha com bondade para os povos da Oceânia e faz da Tua Igreja uma Igreja missionária, acolhedora e dialogante, para construir pontes entre pessoas, grupos e nações, e dar a conhecer a todos a Boa Nova do Reino de Deus.

28 São Simão e São JudasDeus de infinita misericórdia, que nos fizeste chegar ao conhe-cimento do Teu nome por meio dos bem-aventurados Apóstolos, concede-nos, por intercessão de São Simão e São Judas, que a Tua Igreja cresça continuamente com a conversão dos povos ao Evangelho.

29Abençoa, Senhor, as famílias cristãs para que sejam verdadeiras comunidades domésticas onde a fé possa ser vivida com entu-siasmo, o amor cresça entre todos os seus membros e a abertura aos outros se concretize no acolhimento e na partilha.

30 Senhor, nosso Deus e nosso Pai, fonte do amor e da missão, dá-nos a coragem de partir ao encontro dos outros, saindo do nosso egoísmo e do nosso conforto. Dá-nos a graça de viver sempre em espírito de missão.

31 Senhor, nosso Deus, concede-nos, a nós que celebrámos este mês das missões, a graça de permanecer fiéis à nossa vocação cristã, abertos à dimensão missionária da Igreja e prontos para dar testemunho de Jesus a todos aqueles que ainda o não co-nhecem.

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MISSA PELAEVANGELIZAÇÃO DOS POVOS

Antífona de entrada Salmo 66,2-3

Deus se compadeça de nós e nos dê a sua bênção, res-plandeça sobre nós a luz do seu rosto. Na terra se conhecerão os seus caminhos e entre os povos a sua salvação.

Oração ColectaDeus de misericórdia, que enviastes o vosso Filho como

verdadeira luz do mundo, derramai o vosso Espírito Santo prometido para que lance as sementes da verdade nos co-rações dos homens e neles faça nascer a resposta ao Dom da fé, de modo que renascendo pelo baptismo para uma vida nova, mereçam fazer parte do vosso povo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Leitura da carta de S. Paulo aos Romanos(Rom 10, 9-15)

Salmo Responsorial Salmo 95(96)

Refrão: Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho

Cantai ao Senhor um cântico novo,Cantai ao Senhor, terra inteira, Cantai ao Senhor, bendizei o Seu nome.

Anunciai dia a dia a Sua Salvação,Publicai entre as nações a Sua Glória,Em todos os povos as Suas Maravilhas.

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Aleluia

Ide e ensinai todos os povos, diz o Senhor.Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos.

Evangelho de Nosso Jesus Cristo segundo São Ma-teus. (Mt. 28,16-20)

Naquele tempo, os onze discípulos partiram para a Gali-leia, em direcção ao monte que Jesus lhes indicara.

Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvi-daram. Jesus aproximou-se e disse-lhes: “Todo o poder me foi dado no Céu e na Terra. Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos”.

Palavra da Salvação

Oração sobre as oblatas

Olhai, Senhor, para o rosto de Cristo Vosso Filho, que Se entregou à morte para salvar toda a humanidade e fazei que, pelo mistério da Sua redenção, o Vosso Nome seja glorificado do Oriente ao Ocidente e em toda a terra Vos seja oferecido o único sacrifício perfeito. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Oração depois da comunhão

Fortalecidos pelo sacramento da nossa redenção, nós Vos pedimos, Senhor, que, por este auxílio de salvação eterna, cresça sempre no mundo a verdadeira fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.