TEXTO 1 Como Um Mamífero Se Desenvolve Desde a Fertilização

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    COMO UM MAMFERO SE DESENVOLVEDESDE A FERILIZAO A AIMPLANAO DO BLASOCISOMartha de Oliveira Guerra*

    Vera Maria Peters**

    GUERRA, Martha de Oliveira; PEERS, Vera Maria. Como um mamfero se desenvolve desde a fertilizao at a implantao. Boletim do Centro de Biologia

    da Reproduao,Juiz de Fora,v. 18, p. 15-32, 1999.

    Resumo: Monografia sobre o desenvolvimento embrionrio de mamferos durante a fas prvia a implantao.

    Palavras chave: Embriologia. Mamferos.

    * Pesquisadora e Profa. Visitante do Centro de Biologia da Reproduo UFJF.** Pesquisadora do Centro de Biologia da Reproduo e Profa. Adjunta do Departamento de Biologia ICB UFJF.

    INTRODUO

    A fertilizao e o desenvolvimento de mamferosdurante a fase que antecede a implantao foi pouco co-nhecida durante sculos, particularmente no que se refereao ser humano. Faltavam recursos tcnicos e, quanto ao serhumano, haviam dificuldades ticas importantes para qual-quer tipo de estudo in vivo. As dcadas recentes trouxe-ram novas tcnicas e a fertilizao in vitro adiantou-seconsideravelmente, fazendo com que os gametas humanosfossem cultivados fora de seu habitat natural e assim pudes-

    sem ser manipulados para estudos sofisticados.Pareceu, portanto, importante que se fizesse um es-

    tudo mais detalhado dos novos enfoques que foram dadosa estas fases, o que resultou na presente monografia quetem por objetivo reunir informaes sobre a fertilizao, asegmentao e a implantao do blastocisto de mamfero.

    FERTILIZAO

    A fertilizao uma srie de fenmenos que con-sistem na penetrao do ovcito pelo gameta masculino,na fuso dos proncleos dos gametas e na restaurao do

    nmero de cromossomas prprios da espcie.Para que a fertilizao ocorra pressupe-se que game-tas maduros foram transportados at o local adequado fer-tilizao; que o espermatozide completou sua maturao noepiddimo, que se capacitou no trato reprodutor feminino,

    que foi capaz de penetrar os envoltrios do gameta femininoe de atingir o seu citoplasma e que ativou o ovcito. O ovci-to ativado deve ser capaz, por sua vez, de promover o desen-volvimento e fuso de proncleos de ambos gametas; de fazero intercmbio de cromossomas e de restaurar o nmero pr-prio de cromossomas da espcie. Alm disso, deve, tambm,ser capaz de bloquear a entrada de novos espermatozides.

    A CAPACITAODOESPERMATOZIDE

    Os espermatozides liberados na luz do tbulo

    seminfero so clulas morfologicamente diferenciadasmas funcionalmente imaturas. A imaturidade funcionalcaracteriza-se por uma imobilidade quase total e pela in-capacidade de fertilizar o ovcito, e tem como causa prin-cipal a imaturidade da estrutura molecular da membranaplasmtica (embora a presena da gota citoplasmticatambm contribua para restringir a mobilidade) (ASCH;PARIZIO; SILBER, 1992; YANAGIMACHI, 1988).

    A maturao do espermatozide, que ocorre duranteo seu percurso pelo epiddimo, se pela perda da gota cito-plasmtica e pela capacidade de mover o flagelo. Ocorre du-rante o seu percurso pelo epiddimo, sendo que, na maioria

    dos mamferos, apenas na cauda do rgo encontram-seespermatozides maduros (COOPER, 1990; EDDY et al.,1985; YANAGIMACHI, 1988). Apesar disso, estudos, re-alizados em homens, portadores da ausncia congnita doducto deferente, mostraram que espermatozides colhidos

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    da rede do testculo, dos condutos eferentes e da cabeado epiddimo eram mveis e capazes de fertilizar o ovcito(ASCH; PARIZIO; SILBER, 1992; MAHIEU et al.,1992). Nestes casos a diferenciao do epitlio secretor do

    epiddimo poderia se processar de maneira a permitir a ma-turao do espermatozide em outras regies (COOPER,1990; YANAGIMACHI, 1988).

    Durante o percurso pelo epiddimo, asmacromolculas que recobrem a membrana plasmticado espermatozide so em parte perdidas e em partemodificadas, e outras macromolculas (produzidas peloepiddimo) so incorporadas membrana (IUSEN et al.,1989; YANAGIMACHI, 1988).

    Entre as macromolculas, as protenas que se in-corporam membrana plasmtica do espermatozidepodem ser responsveis pelo agrupamento ou ativao

    de receptores para o ovcito. Em ratos foi identificadauma protena, denominada GP17 que secretada peloepiddimo e que poderia contribuir para o amadure-cimento do espermatozide (IUSEN et al., 1989). Amaior parte dos antgenos so adquiridos no epiddimo,embora alguns j sejam obtidos no tbulo seminfero(PARIZIO et al., 1992).

    possvel que o espermatozide tenha uma pro-gramao prpria que o leva a interagir com o epitliosecretor de epiddimo, j que foi demonstrado que os es-permatozides, que permanecem por tempo muito longona cauda, envelhecem e vo reduzindo o seu movimentoflagelar (CUASNICU; BEDFORD, 1989).

    Os espermatozides maduros, obtidos na caudado epiddimo ou no conduto deferente ainda no estohabilitados para fertilizar o ovcito, devendo sofrer umprocesso final de maturao no trato reprodutor feminino(UHLER et al., 1992).

    Denomina-se, genericamente, de capacitaoo conjunto de alteraes que tornam o espermatozideapto para fertilizar. Os processos que levam capacitaodos espermatozides so complexos e poucos definidos.Sabe-se que so importantes: remoes e alteraes desubstncias que foram absorvidas ou integradas durante otrajeto pelo epiddimo (cobertura primria) e no contato

    com o lquido seminal (cobertura secundria) (MEZ;BERLER; CLEGG, 1990).

    H uma opinio corrente de que o incio dacapacitao varia entre as espcies e dependeria dolocal onde ocorresse a ejaculao. Em animais onde adeposio do smen se faz na vagina (coelhos e humanos)a capacitao inicia-se na crvice ou muco cervical ecompleta-se no tero. Se a ejaculao for intra-uterina

    (roedores, porca) o local mais provvel seria o oviduto(YANAGIMACHI, 1988). Entretanto, foi observadoque, em coelhos (LI et al., 1990) e em hamster (SMIH;

    YANAGIMACHI, 1990), as clulas epiteliais do istmo

    do oviduto tm papel importante na capacitao dosespermatozides. Nesta ltima espcie, o istmo consi-derado um reservatrio de espermatozide, onde elesseriam capacitados. A capacitao no ser humano parecerser feita na crvice uterina, onde tambm se localizariao seu reservatrio (KREMER; JAGER, 1988 apudESAVRICK; MENDOZA; ESAR, 1990) emboraestudos recentes tambm atribuam s clulas do ovidutohumano a promoo da capacitao do espermatozide(YAO; HO; YEUNG, 1999).

    So considerados como fatores do trato reprodutorfeminino, capazes de capacitar espermatozides:

    enzimas, glicosaminoglicanas; catecolaminas, taurina ehipotaurina (PARRISH et al., 1989; YANAGIMACHI,1988).

    Durante a capacitao ocorrem vrias modificaesna membrana citoplasmtica e no ncleo do espermato-zide e o espermatozide capacitado altera o movimentoflagelar, que se torna hiperativo, e capaz de sofrer a reaodo acrossoma.

    A hiperativao ocorre pouco antes da reaodo acrossoma e se caracteriza pelo desencadeamento demovimentos tpicos (dashing e dancing) de progressolinear e em oito. A movimentao vigorosa mas compouca progresso e com grandes deslocamentos laterais dacabea (ESAVRICK; MENDOZA; ESAR, 1990;

    YANAGIMACHI, 1988).Cita-se o aumento da concentrao de clcio

    intracelular como o fator que desencadeia um estmulo atividade de adenilato-ciclase e produo de AMP que,por sua vez, facilitariam os movimentos flagelares (IVANI;SEIDL Jr., 1990; YANAGIMACHI, 1988).

    Outros fatores relacionados ativao do mo-vimento flagelar so: Mg-AP que, ligando-se s fibrasdensas externas do espermatozide torna flexvel o movi-mento flagelar (YANAGIMACHI, 1988); fator ativadorde plaquetas que aumenta a movimentao do flagelo

    em humanos (LACHAPELLE et al., 1993).Admite-se que a hiperativao do espermatozide

    necessria para sua progresso e penetrao no ovci-to, entretanto, esavrick, Mendoza e estart (1990), de-monstraram que tais movimentos so importantes paraque o espermatozide capacitado se liberte dos compo-nentes mucosos dos reservatrios do trato reprodutorfeminino.

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    A REAODOACROSSOMA

    O acrossoma um anlogo do lisossoma e recobreparte do ncleo do espermatozide. Contm uma mem-

    brana externa em ntimo contato com a membrana plas-mtica e, entre ambas encontra-se uma capa de glicopro-tenas. A membrana interna do acrossoma recobre 2/3 doncleo do espermatozide e est intimamente associada membrana nuclear. Possui uma estrutura elstica, mais rgi-da, que auxilia no processo de penetrao do ovcito peloespermatozide (HUANG Jr.; YANAGIMACHI, 1985).O contedo do acrossoma inclui enzimas hidrolticas dasquais a hialuronidase e acrosina so as mais conhecidas.

    O acrossoma sede de uma reao necessria penetrao do espermatozide pela membrana do ovci-to e consiste das seguintes etapas: a) Fuso da membra-

    na acrossmica externa com a membrana plasmtica; b)Fenestrao das membranas; c) Liberao do contedoacrossmico e exposio, ao meio ambiente, das protenasligadas membrana acrossmica; d) Fuso da membra-na plasmtica e membrana acrossmica interna no limiteanterior do segmento equatorial; e) Perda das membranasque reagiram (MEIZEL, 1986).

    O acrossoma pode ser considerado como um gran-de grnulo de secreo e a reao do acrossoma como umprocesso de exocitose no qual as membranas envolventesso perdidas.

    O controle da reao acrossmica pode ser vistocomo ocorrendo em 3 etapas: a primeira, que mantm oacrossoma intacto enquanto o espermatozide permanecena cauda do epiddimo; a segunda, no trato reprodutor fe-minino, quando o acrossoma fica capacitado para a reaoacrossmica e a terceira, quando o espermatozide entraem contato com os revestimentos do ovcito e recebe es-tmulos para sofrer a reao acrossmica (OLIPHAN;REYNOLDS; HOMAS, 1985).

    A induo da reao do acrossoma foi atribuda aalgum fator localizado no cmulo oforos ou na zona pe-lcida (CROSS et al., 1988). Entretanto, estudos realiza-dos em cmulos oforos de humanos no confirmam queele seja capaz de induzir a reao do acrossoma (HOSHI

    et al., 1993) ainda que a matriz do cmulo contenha pro-gesterona e hidroxi-progesterona em concentraes se-melhantes quelas que, em meio de cultivo, aumentam acapacidade de fertilizao dos espermatozides humanos(SUELDO et al., 1993).

    Por longo tempo considerou-se indispensvel aocorrncia da reao do acrossoma para que o espermato-zide pudesse penetrar nas clulas do cmulo (ALBO,

    1985), no entanto, observou-se, em estudos in vitro,que espermatozides humanos que j sofreram a reaodo acrossoma no fertilizam e no penetram na zona pel-cida (LIU; BAKER, 1990; AKAHASHI et al., 1992).

    A reao do acrossoma se processa quando recep-tores, localizados na membrana plasmtica do esperma-tozide, unem-se a outros receptores, localizados na zonapelcida (WASSARMAN, 1988). Cada gameta une-se a10.000/50.000 receptores da zona pelcida.

    A zona pelcida (camundongos) constitudade 3 glicoprotenas denominadas ZP

    1,ZP

    2, e ZP

    3. As

    duas ltimas formam longas cadeias, interligadas porpontesde ZP

    1. A ZP

    3 o receptor especfico, onde o

    espermatozide se liga. Esta glicoprotena formada por400 aminocidos dos quais alguns se ligam a nitrognioe outros, ao oxignio. Estes ltimos, com peso molecular

    inferior a 3.900 daltons so considerados receptores paraespermatozide. Outros componentes da ZP3, peptdeos

    com mais de 40.000 daltons, so os responsveis pelareao do acrossoma (BERGER et al., 1989; FLORMAN;

    WASSARMAN, 1983; WASSARMAN, 1988).Identificado o receptor de espermatozide,

    localizado na zona pelcida, passou-se a procurar oreceptor da membrana citoplasmtica do espermatozide,capaz de se unir ao da zona e desencadear a reao doacrossoma. Embora ainda no se tenha uma definioquanto a tal receptor, existem hipteses quanto a:antgenos (BANDOH et al., 1992): dos quais foi identi-ficado o antgeno FA-1 uma glicoprotena encontradana membrana plasmtica do espermatozide e que seune zona pelcida de porca (KAPLAN; NAZ, 1992);receptor D-manose-ligand (BENOFF et al., 1993) ecarbohidrato L-fucose (BOLD et al., 1984). Estudosrecentes (MORALES, 1998) sugerem que o GnRH,encontrado no fluido folicular contribui para a uniodo espermatozide zona pelcida, permitindo que oreceptor de membrana do espermatozide se expresse.

    A fuso das membranas um processo que resulta,entre outros, da unio de fosfolipdios aninicos e ativa-o de fosfolipase. Esse mecanismo facilitado pelo onclcio, que entra, maciamente, no interior da clula. O

    espermatozide no reativo mantm concentraes in-tracelulares elevadas de K e baixas de Na e Ca. Quandoo espermatozide se une protenas da zona pelcida,h um processo de ativao de receptor que, se for umaprotena carreadora de clcio, pode intensificar a entradadeste on na clula. Ou pode ser que tal entrada se faapor meio dos canais de clcio (SOCK; FRASER, 1989;

    YANAGIMACHI, 1988).

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    Por muito tempo admitiu-se que, ao sofrer a reaodo acrossoma, o espermatozide liberava hialuronidase,que promovia a lise das clulas do cmulo oforo epermitia a passagem do espermatozide. Entretanto, com

    os estudos atuais demonstrando que a reao do acrossomaocorre depois da passagem pelo cmulo, passou-se aadmitir que, na membrana plasmtica do espermatozide,existiria hialuronidase e que essa hialuronidase superficial,funcionando como um lubrificante, permitiria que oespermatozide nadasse entre as clulas do cmulo(YANAGIMACHI, 1988).

    Uma vez que o espermatozide se prenda a ZP3e

    sofra a reao acrossmica, ele penetra, por uma trajet-ria, na maioria das vezes, curva, pela zona pelcida. Doismecanismos esto envolvidos com essa penetrao: o efei-to enzimtico que enfraquece a estrutura da zona pelcida

    e a fora mecnica do movimento flagelar que empurra oespermatozide. Alm disso o ncleo do espermatozidecontm protaminas com pontes S-S que lhe confere certarigidez, necessria passagem pela zona pelcida.

    Segue-se a fuso da membrana plasmtica dosdois gametas, pela regio equatorial do espermatozide,com a ajuda de microvilos que existem na superfcie damembrana citoplasmtica do ovcito (BESSOUDO;KRAEMER, 1986). Por algum tempo a membrana doovcito e a do espermatozide constituem uma estruturada diviso meitica, a extruso do 2 corpsculo polar, aformao dos proncleos e a sua fuso.

    Na ativao do ovcito esto envolvidos o clcio eADP, embora o mecanismo ainda no esteja bem compre-endido. Quanto ao clcio, a hiptese a de que ele seja li-berado maciamente de reservatrios intracelulares comoo retculo endoplasmtico. O aumento explosivo de Caintracelular altera a relao sdio/hidrognio tendo porconseqncia o aumento de pH intracelular. al aumentopode fazer com que protenas inibidoras do citoplasma doovcito sejam removidas e possa ocorrer ativao da viaoxidativa, do metabolismo dos lipdeos e sntese de DNAe de protenas. Quanto a ADP, a sua concentrao intra-celular no ovcito baixa antes da penetrao de esper-matozides, aumentando depois da penetrao. Os nveis

    baixos de ADP so compatveis com baixa atividade me-tablica porm, ao se elevarem, o ovcito tem condiesde sair do estado de depresso metablica e respiratria eativar-se (YANAGIMACHI, 1988).

    O mecanismo do bloqueio poliespermia evita oaparecimento de embries poliplides. Ele ocorre quando aativao do ovcito faz com que os grnulos corticais soframum processo de exocitose. Em ourio do mar (HAGGERY;

    JACKSON, 1983) e em camundongos, observou-se que aexocitose do grnulo um processo dependente de clcio.Nesta ltima espcie, a exocitose leva para a superfcie damembrana do ovcito, enzimas proteinases ou glicosidases,

    que hidrolizam a ZP3. A inativao de ZP impede que novosespermatozides se prendam zona pelcida, bloqueando apoliespermia (WASSARMAN, 1988).

    Ao penetrar no ovcito, o ncleo do espermatozi-de perde a membrana nuclear, o que expe a sua croma-tina s substncias contidas no ovcito (no citoplasma ouna vescula germinativa) e que, de certa forma, influemno processo de descondensao do ncleo do esperma-tozide, processo que o transforma no proncleo mas-culino. Considera-se que existe um fator promotor docrescimento dos proncleos, mas ele no est identificado(YANAGIMACHI, 1988). Pode ser um agente que oxi-

    de glutatione (PERREAUL; ZIRKIN, 1983) ou algumoutro fator que atue simultaneamente sobre as cromatinasmaternas e paternas, uma vez que a interrupo da meiosedo ovcito est muito relacionada interrupo do pro-cesso de descondensao do ncleo do espermatozide(LASSALLE; ESARI, 1991).

    Com a contribuio de microtbulos e microfila-mentos ocorre a formao da placa equatorial e a misturados cromossomos maternos e paternos, dando incio a umnovo indivduo. A unio dos proncleos denominadade singamia ou anfimixia. Com a singamia se encerra oprocesso de fertilizao, forma-se um zigoto e tem incioa embriognese.

    SEGMENTAOETRANSPORTEDOPR-EMBRIO

    O zigto comea a segmentar-se e a migrar atravsda tuba uterina at atingir o tero, onde se implantar.Durante esse perodo uma estrutura unicelular segmentar-se- sucessivamente em 2, 4, 8 clulas (blastmeros) que,em humanos (BROWN, 1994) se ligam frouxamente. Nafase de divises subseqentes, de 16 blastmeros, forma-se a mrula e comea o processo de compactao, quandoas clulas tornam-se polarizadas, aderidas umas s outrasmais firmemente por junes tights e organizadas, pois,

    uma a 2 clulas localizam-se no centro da estrutura e asdemais circundam-nas. As clulas centrais daro origemao macio celular interno (MCI) e as demais, s clulasdo trofectoderma.

    As clulas do MCI comeam a secretar fluido parao interior da mrula e logo, aos 64 blastmeros estabele-ce-se o incio de uma cavidade, identificando-se a a fasede blastocisto.

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    As fases inicias do desenvolvimento do embrioparecem depender da expresso dos genomas paternos ematernos. Falha na expresso do genoma paterno acarretadesenvolvimento trofoblstico deficiente e, a da expresso

    do genoma materno falha do desenvolvimento embrio-nrio (BRAUDE; BOLON; MOORE, 1984; PRA;BOLON; GUDGEON, 1983). Alm disso, existemdeterminantes citoplasmticos que induzem divises as-simtricas, nas quais as clulas filhas recebem heranasdiferentes, que vo fazer com que cada clula tenha seudestino prprio (BROWN, 1994).

    As divises celulares da fase de clivagem j iniciamum processo de interao celular que se faz tanto de blas-tmeros a blastmeros quanto entre blastmeros e clulasda mucosa do oviduto.

    A sntese, pelos bastmeros ou pelas clulas secre-

    toras do oviduto, de determinados fatores extremamenteimportante para as divises celulares ocorrerem adequada-mente. Assim, Brown (1994) relata a importncia de mo-lculas sinalizadoras de interaes como o fator de trans-formao de fibroblasto (GF ), fator de crescimento dofibroblasto (GF) e de protenas wnt. Relata tambm aimportncia crtica do cido retinico para a induo dotipo instrutiva, que resulta na escolha entre dois ou maisdestinos de uma clula.

    Em camundongos foi demonstrado que os fato-res de crescimento GF, GF , e EGF, promovem ocrescimento do pr-embrio de 8 clulas blastocisto e aruptura da zona pelcida (FARIA; DEY, 1990).

    No embrio humano GF e IGF-2 detectadosem mrulas podem estar relacionados com sua transfor-mao para blastocisto (HARPER, 1994).

    O fator ativador de plaquetas necessrio para quea fase de duas clulas (camundongos) progrida a blastocisto(ONEILL, 1998) e, quando adicionado ao meio de culti-vo, estimula a diviso celular, produzindo-se blastocisto commais clulas que o usual e tambm aumentando a taxa de im-plantao de pr-embries transferidos (RYAN et al., 1990).

    Pr-embries de camundongos, a partir de 8 clulas,tm receptores para insulina que estimula seu metabolismoe crescimento e a presena de IGF-1 estimula divises ce-

    lulares do MCI (HARVEY; KAYE, 1990, 1992). O mesmofoi encontrado para mrula de coelhos, nas quais a insuli-na e o IGF-1 aumentam a proliferao celular e impede aapoptose (HERRLER; KRUSCHE; BEIER, 1998).

    Por estudos in vitro, utilizando ovos de camun-dongo, Kano, Miyano e Kato (1998), mostram que o ci-do hialurnico uma glicosaminoglicana adicionadoao meio de cultivo, aumenta o nmero de zigotos que

    chegam a blastocistos. O cido hialurnico parece ser im-portante, tambm, em camundongos, para a diferencia-o dos tecidos extra-embrionrios (HAMASIMA, 1982apud KANO; MIYANO; KAO, 1998). Por outro lado,

    h indicaes de que a glutamina reduz o nmero de c-lulas na fase de blastocisto, particularmente as clulas dotrofectoderma (DEVREKER; HARDY, 1997).

    O tempo de transporte do pr-embrio pelo ovidu-to , em mdia, de 3 a 4 dias para a maioria das espcies. Amigrao do pr embrio pelo oviduto e sua transfernciapara o tero um processo que depende da contratilida-de das fibras musculares lisas, alm das clulas secretorase ciliadas do oviduto. Depende tambm de uma intensainterao embrio me, um dilogo mediado por hor-mnios, substncias parcrinas e outros, que permite umacoordenao perfeita entre o amadurecimento do concep-

    to e condies ideais do meio ambiente que lhe assegurem,ao chegar ao tero, a perfeita sincronizao que determinaa sua implantao e posterior desenvolvimento.

    O transporte tubrio no se faz de maneira regular,o zigto permanece algum tempo, varivel com a espcie,estacionado na regio da ampola, aprisionado que ficapelo fechamento da juno istmo ampolar. A ocorrea fertilizao e tambm a perda das clulas do cmulosoforos. Depois de algumas horas ou dias (no ser humano95% do tempo de transporte gasto nesta regio e nocamundongo 25%), a juno istmo ampolar abre-se edeixa passar o (s) zigto(s) para a regio do istmo. Emseguida fecha-se de novo e parece s reabrir na prximaovulao (MOORE; CROXAO, 1988). Isto parece serimportante para o transporte mecnico dos pr-embriescomo tambm por isol-los num ambiente especial,provavelmente necessrio para o seu desenvolvimento(CROXAO et al., 1991).

    Na etapa seguinte, quando j ocorrem as clivagenssucessivas, o pr-embrio fica no istmo por um tempo va-rivel at que, com a abertura da juno tero tubria,passa para o tero, onde ocorrer a implantao.

    A contratilidade das fibras musculares lisas dooviduto importante para a progresso do embrio atravsdo oviduto. As contraes so circulares, progressivas e em

    direo ao tero (HARPER, 1994), havendo possibilidadede existncia de marca-passos ao longo do oviduto, queconduziriam as contraes em direo ao tero. Ocorremtambm, contraes aleatrias, sem o sentido progressivopara o tero e que, talvez estejam relacionadas com osmovimentos pendulares dos embries, observados nooviduto de mamferos (ALO, 1991; VILLALON;VERDUGO, 1991).

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    As clulas secretoras de toda a mucosa do ovidutotm papel importante porque a secreo do fluido tubrio necessria para o deslocamento dos pr-embries, suanutrio e tambm para o seu desenvolvimento. O fluxo

    de secreo pode prevenir a entrada do zigto no istmo,pela presso da fora reversa do fluxo, e auxiliar o trans-porte dos pr embries para o tero, quando a juno te-ro- tubria se abrir (HARPER, 1994).

    Em coelhos, a atividade ciliar parece ser indispen-svel, para o transporte do pr-embrio. Embora no sejato importante em ratos e humanos, j que atuaria asso-ciada aos movimentos contrteis da clula muscular lisa(HALBER; BECKER; SZAL, 1989).

    Os hormnios tm importncia no transportede pr-embries. Em ratos, o estrognio acelera o trans-porte enquanto que a progesterona retarda o trans-

    porte (CROXAO et al., 1991; FORCELLEDO;CROXAO, 1988; FORCELLEDO et al., 1982;FUENEALBA; NIEO; CROXAO, 1988; ORIZ;VILLANON; CROXAO, 1979; VINIJSAMUN etal., 1990).

    O pr-embrio de rata produz grande quantidadede Prostaglandina E1, que diminui a contratilidade dasfibras musculares e isto poderia implicar em que o pr-embrio poderia influir no seu transporte (VIGGIANOet al., 1992).

    A participao do s istema nervoso autnomo notransporte do pr-embrio no clara. Diferentes estres-ses a que ratas prenhas foram submetidas no afetaram otransporte de pr-embries (CARDENAS, 1988).

    IMPLANTAO

    O blastocisto chega ao tero, onde a zona pelcidacomea a ser dissolvida a partir do polo embrionrio einicia o processo de implantao nas paredes do tero,que sofrem profundas modificaes, particularmente noendomtrio, que passa a ser denominado de decdua.

    A princpio, h uma adeso das clulas do pr-em-brio s clulas do epitlio endometrial. Esse contato de-sencadeia uma reao que leva a camada trofoblstica do

    blastocisto a se diferenciar em uma camada interna de pro-liferao ativa, denominada citotrofoblasto, e uma camadaexterna, o sinciciotrofoblasto que inicia uma eroso dos te-cidos materno. Essa eroso ocorre ao mesmo tempo em quea estrutura embrionria vai sendo levada para o interior daparede uterina, desencadeando uma srie de modificaesno seu desenvolvimento, passando agora a ser consideradacomo um embrio e no mais como um pr-embrio. Esta

    etapa da implantao considerada como a de penetrao.Nela as clulas sinciciais se introduzem cada vez mais pro-fundamente no estroma, auxiliadas por enzimas proteolti-cas, formando lacunas sinciciais que se tornam contnuas

    com os capilares maternos, denominados sinusides. medida que o trofoblasto continua causando a

    eroso dos sinusides, o sangue materno comea fluir parao sistema trofoblstico, estabelecendo-se uma circulaotero placentria definitiva. A fase final da implantao tida como incluso quando a estrutura embrionria aloja-se por completo no interior da parede decidual.

    Em condies normais, o blastocisto humano se im-planta no endomtrio, na parede posterior e superior docorpo do tero, onde se fixa entre os orifcios das glndu-las. Em ratos, camundongos e hamsters, a implantao dosblastocistos ocorre ao longo dos cornos uterinos, entre o

    quarto e o stimo dias do desenvolvimento. Em humanosao trmino da primeira semana, oitavo dia do desenvol-vimento, o blastocisto encontra-se parcialmente includono estroma endometrial (HERIG; ROCK, 1945 apudSANDLER, 1993), completando a implantao no finalda segunda semana. O estroma endometrial adjacente aolocal de implantao edemaciado e muito vascularizadoe as glndulas tortuosas e volumosas secretam glicognio emuco em abundncia (SADLER; HUNER III, 1994).

    H evidncias crescentes da inter-relao dos tecidosfetais e maternos, necessria, principalmente para a implan-tao e a manuteno da gestao. O sucesso da nidaorequer a preparao precisa do blastocisto e endomtrio, oque obtido atravs de comunicaes e sinalizaes con-tnuas entre mes e concepto, mesmo antes do incio dainvaso do trofoblasto (FAZLEABAS; VERHAGE, 1991).

    Na rata, se o blastocisto no chegar ao tero emfase de desenvolvimento adequado ocorre a sua expulso(ORIZ et al., 1991). Nesta espcie, o pr-embrio emfase de pr-implantao produz alguma forma de sinaliza-o que faz com que seu transporte para o tero seja feitona ocasio precisa (ORIZ et al., 1991).

    Pr-embries de vrias espcies secretam substnciasque contribuem para a implantao. Assim o blastocistode porco secreta estrognio que age como fator luteotr-

    fico e regulador da sntese de protenas, pelo endomtrio,necessrias ao processo de adeso do blastocisto (HEAP;FLIN; GADSBY, 1979).

    Em ovinos, o blastocisto secreta a protena trofo-blstica 1 (o P-1) que suprime a liberao de prosta-glandina F2- pelo endomtrio (BAZER; ROBER,1983) e altera a secreo endometrial (VALLE; BAZER;ROBER, 1987).

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    Por fim, existem relatos de que pr-embries de babunospodem regular a expresso celular local da protena ligadorade IGF-1 (IGFBP-1) e que poderiam, deste modo modular ocomplexo IGF/IGFBP-1. Isto pode ser de importncia crtica

    para promover a proliferao celular nos estgios iniciais deadeso do blastocisto e para controlar o potencial invasivo dotrofoblasto (FAZLEABAS; VERHAGE, 1991).

    Outro fator, objeto de estudos na implantao, aregularidade do local dos implantes e do espao mantidoentre eles em animais politocos. Em camundongos, oestrognio e a progesterona, produzidos pelo embrio,poderiam estar associados com o espaamento do embriono tero, com a sua orientao e sua implantao (WU,1988; WU; LIU, 1990). ambm podem contribuiras contraes das fibras musculares, produzidas pelaeliminao local de prostaglandinas pelos embries no

    interior do lume uterino (FORCELLEDO; CROXAO,1988). H indcios de que a PGE-2 produzida no quartodia aps a inseminao de ratas, modifique a expressode glicoconjugados nas clulas endometriais superficiais eatravs desse mecanismo contribua de maneira importantepara que a implantao ocorra e tambm para que ela sefaa de maneira organizada ao longo do corno uterino(KINOSHIA; HAYAISHI; YAMAMOO, 1985).

    orna-se claro, portanto que o processo da implan-tao do blastocisto envolve a regulao hormonal end-gena materna, realizada durante a fase progestacional, masque depende de muitos outros fatores locs, PEinduzidospelo prprio pr-embrio que, de alguma forma aindano bem estabelecida, parece ser capaz de regular tanto oseu transporte quanto a sua implantao no tero.

    Concluindo-se possvel afirmar que com o desenvol-vimento atual do processo de fertilizao in vitro e de todatecnologia envolvida com a manipulao de gametas, compre-ende-se melhor, a cada dia que passa, os eventos relacionadoscom as primeiras fases do desenvolvimento de um ser. Eventosque so geridos por uma programao codificada, envolvidaem expresses de protenas e a secreo de subtncias parcri-nas e endcrinas que regulam a interao do concepto e seumeio ambiente de tal forma a estabelecer os requisitos precisospara o desenvolvimento preciso de cada etapa at a implanta-

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