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Disciplina: FLC1261 – Leitura e Produção de Textos II - FFLCH-USP A persuasão no discurso acadêmico Segundo Aquino (1997), a argumentação pode ser entendida como função característica da língua que reestrutura as três funções primárias de Bühler (1934): exprimir quem sou: descrever o mundo; agir sobre o outro. Apontada como um recurso utilizado em qualquer tipo de discurso, passível de observação pelo interlocutor, a argumentação corresponde a todos os expedientes utilizados numa situação discursiva que arrastam o ouvinte a acreditar numa ideia, numa ação. Por meio da argumentação, estabelece-se o jogo da interlocução marcado pela busca do outro. Conforme Carvalho (2005), em essência, o discurso argumentativo tem sua fundamentação no apelo da alteridade, ou seja, para que aconteça é preciso considerar a reação de nosso(s) interlocutor(es) aos argumentos que utilizamos. Esse autor, citando Breton (1999), ainda indica que, mais globalmente, argumentar “é também comunicar, dirigir-se ao outro, propor-lhe boas razões para ser convencido a partilhar de uma opinião”. Neste sentido, a argumentação atua por meios discursivos provocando uma ação sobre o espírito dos ouvintes que se objetiva transformar, sendo um processo que envolve uma dinâmica interpessoal complexa (cf. PERELMAN E OLBRECHTS-TYTECA, 2005[1958]). Quando observamos a linguagem em sua função argumentativa, detectamos o modo como os interactantes organizam suas falas de maneira a conduzir o(s) alocutário(s) a uma determinada conclusão. Isto também implica dizer que um discurso argumentativo objetiva a adesão do alocutário a um dado ponto de vista, constituindo-se num processo de

Texto a Persuasão No Discurso Acadêmico

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Persuasão no Discurso acadêmico.

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