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1 Elementos de Economia Monetária Marinólia B. B. Sanches & Raimundo Sanches CAPÍTULO 1: A MOEDA 1.1) CONSIDERAÇÕES GERAIS A moeda tem um papel fundamental em todas as economias modernas e é um instrumento ou objeto que responde a uma necessidade social decorrente da divisão do trabalho. A divisão social do trabalho especializou os agentes econômicos (famílias, empresas e governo), tornando-os cada vez mais interdependentes. Hoje em dia o uso da moeda é tão generalizado que seria difícil imaginar o funcionamento de um sistema econômico sem moeda, porque a economia teria pouca agilidade e o tempo utilizado para realizar uma transação comercial seria muito grande, inviabilizando na prática a existência da sociedade moderna. Estamos tão acostumados a utilizar a moeda que raramente notamos sua importância nas nossas transações diárias. O sistema de trocas diretas sem a utilização de moeda depende da coincidência mútua e complementar de interesses e necessidades. Por exemplo, um indivíduo que deseja adquirir um Compact Disc Rewritable (CD-RW) e tivesse um excedente de canetas esferográficas teria que encontrar alguém que tivesse um excedente de CD-RW e que desejasse trocar, naquele momento, uma parte desse excedente por canetas esferográficas. Essa coincidência pode acontecer, mas é muito raro e sua busca seria muito desgastante para os agentes econômicos

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Origem e evolução da moeda.

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Elementos de Economia Monetária Marinólia B. B. Sanches & Raimundo Sanches

CAPÍTULO 1: A MOEDA

1.1) CONSIDERAÇÕES GERAIS

A moeda tem um papel fundamental em todas as economias modernas e é um instrumento ou

objeto que responde a uma necessidade social decorrente da divisão do trabalho. A divisão

social do trabalho especializou os agentes econômicos (famílias, empresas e governo),

tornando-os cada vez mais interdependentes. Hoje em dia o uso da moeda é tão generalizado

que seria difícil imaginar o funcionamento de um sistema econômico sem moeda, porque a

economia teria pouca agilidade e o tempo utilizado para realizar uma transação comercial

seria muito grande, inviabilizando na prática a existência da sociedade moderna. Estamos tão

acostumados a utilizar a moeda que raramente notamos sua importância nas nossas transações

diárias.

O sistema de trocas diretas sem a utilização de moeda depende da coincidência mútua e

complementar de interesses e necessidades. Por exemplo, um indivíduo que deseja adquirir

um Compact Disc Rewritable (CD-RW) e tivesse um excedente de canetas esferográficas

teria que encontrar alguém que tivesse um excedente de CD-RW e que desejasse trocar,

naquele momento, uma parte desse excedente por canetas esferográficas. Essa coincidência

pode acontecer, mas é muito raro e sua busca seria muito desgastante para os agentes

econômicos interessados em transações tão específicas. As trocas diretas só seriam eficientes

em economias primitivas onde os indivíduos fossem auto-suficientes e a divisão social do

trabalho muito rudimentar e incipiente. As trocas dependeriam da existência de um excedente

da produção, eventual e não-planejado. O agente econômico não dependeria da realização de

uma transação para atender suas necessidades, porque a produção individual ou familiar era

suficiente. No regime de trocas diretas, uma transação é, ao mesmo tempo, venda de uma

mercadoria e compra de uma outra.

Numa economia monetária, os agentes econômicos recebem suas remunerações em moeda e

podem planejar suas atividades com maior flexibilidade. O sistema de trocas indiretas com a

utilização de moeda separa as transações comerciais em operações de compra e operações de

venda. É muito mais fácil vender mercadorias ou serviços recebendo em moeda e,

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posteriormente, comprar outros produtos pagando em moeda do que trocar diretamente

mercadoria por mercadoria. Como intermediária de trocas, a moeda possibilita que vendas e

compras possam ser realizadas em datas diferentes; como medida de valor a moeda é um

denominador comum que serve como referência para avaliar todos os bens e serviços

produzidos no sistema econômico, que são expressos em moeda nacional; e como reserva de

valor a moeda permite ao seu detentor acumular riqueza para utilizá-la no futuro, salvo em

condições excepcionais, como numa situação de hiperinflação.

Quando a economia se desenvolve, as transações monetárias se expandem porque, do ponto

de vista do vendedor, aumenta a falta de informação sobre os compradores. A assimetria de

informação ocorre porque o vendedor de um ativo não dispõe de todas as informações sobre o

comprador, isto é, o vendedor só dispõe das informações que lhe são dadas pelo comprador

ou que pode inferir através de uma criteriosa e científica análise cadastral. As transações

monetárias serão reduzidas à medida que haja mais informações. Cartões de crédito, cheques

especiais, cartões de garantia de cheques, cartões de débito em conta corrente, etc. são

instrumentos que aumentam as informações e reduzem as incertezas; portanto levam à

redução nas transações que usam o papel-moeda (moeda manual). Logo, na medida em que

aumentam as informações sobre os agentes econômicos, há uma redução das incertezas e,

portanto, um declínio no uso da moeda como meio de pagamento.

1.2) ORIGEM E EVOLUÇÃO DA MOEDA

A origem da moeda está intimamente relacionada com a evolução dos sistemas econômicos.

A natureza dinâmica das atividades produtivas, as forças de mercado e o desenvolvimento do

comércio colaboraram com o surgimento da moeda para facilitar as trocas.

A divisão do trabalho foi fator fundamental no desenvolvimento da economia; a

especialização e o surgimento do mercado exigiam um sistema de trocas rápido e bem

estruturado, forçando dessa maneira o aparecimento da moeda.

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Os primeiros registros do uso da moeda datam do século VII a.C., quando já eram cunhadas

na Lídia. Na verdade, sua história coincide com a descoberta dos metais e o domínio das

técnicas de mineração e fundição. A evolução da moeda pode ser analisada em duas etapas: a

pré-história (economia natural e economia de escambo) e o surgimento da moeda (economia

monetária).

1.3) PRÉ – HISTÓRIA DA MOEDA

A evolução da moeda pode ser resumida em três fases: Economia natural, economia de

escambo e economia monetária.

1.3.1) Economia Natural

A primeira fase caracteriza-se por agrupamentos humanos que não conheceram a moeda;

eram sistemas econômicos primitivos. Conhecida como fase da coleta, onde não existiam

trocas porque se tratava de uma economia de subsistência, com a exploração primitiva dos

recursos naturais. Como não havia trocas a moeda não existia.

Os sistemas econômicos mais rudimentares caracterizavam-se pela ausência de trocas e

conseqüentemente de moeda. Na economia natural, as pessoas eram auto-suficientes porque

retiravam da natureza tudo que necessitavam, era a fase da coleta. A poupança era baixa ou

inexistente, porque não havia produção de excedente econômico, o que implicava na

estagnação econômica daqueles sistemas. A seguir as principais características da economia

natural:

Fase da coleta;

Inexistência de excedente econômico e trocas;

Não conheciam a moeda;

Grupos humanos primitivos (Nômades);

Atividades econômicas depadrão rudimentar;

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Alimentação Necessidades limitadas

Animais Proteção do meio Defesa contra Tempo Cavernas ambiente Clima Peles de animais

Exploração da natureza de forma primitiva

Caráter rudimentar Vida econômica Exploração de novas áreas

NomadismoGarantia de sobrevivência para o grupo

CAÇAAlimentação PESCA

COLETA DE FRUTOS SELVAGENS

1.3.2) Economia de escambo

Alguns fatores contribuíram decisivamente para o surgimento da economia de escambo

como:

Fim do nomadismo Surgimento de uma forma de vida sedentária

Primeira revolução agrícola Agricultura organizada Domesticação de animais

Desenvolvimento do comércio.

Diversificação da produção;Criação de instrumentos de trabalho e utensílios domésticos; Novas formas de produção;Novos padrões de vida;

ESPECIALIZAÇÃONovas funções específicas: artesãos, guerreiros, agricultores

pastores, sacerdotes.

A economia de escambo é caracterizada pelo surgimento das primeiras trocas. Como na fase

anterior, não existia moeda. As trocas eram diretas, ou seja, trocava-se mercadoria por

mercadoria (M – M).

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A economia de escambo enfrentou uma série de dificuldades porque, para efetuar a troca

direta, era necessário que houvesse coincidência de interesses das partes envolvidas. Por

exemplo, quem tivesse sobra de arroz e quisesse trocá-la por carne, teria que encontrar

alguém que possuísse sobra de carne e necessitasse de arroz.

A divisão social do trabalho (DST) e a especialização criaram as condições objetivas que

possibilitaram o surgimento do excedente econômico. Com o decorrer do tempo, o sistema de

trocas foi se desenvolvendo concomitantemente ao avanço das técnicas de produção agrícola.

O uso de novas ferramentas e instrumentos de trabalho, os novos sistemas de irrigação e

colheita e a utilização de animais domesticados para arar a terra fizeram com que houvesse

um aumento substancial da produtividade e conseqüentemente na quantidade de bens

produzida, até o ponto em que a produção excedeu o consumo (excedente econômico).

Quando os agentes econômicos passaram a trocar entre si os excedentes da produção, surge a

economia de escambo. O sistema de trocas diretas ou escambo foi um avanço em relação à

economia natural, mas apresentava uma série de inconvenientes, tais como:

Superar os obstáculos para desenvolver o sistema de trocas em economias primitivas.

Incrementar o processo primitivo de divisão social do trabalho (DST).

D S T ESPECIALIZAÇÃO da produção individual INTERDEPENDÊNCIA.

Dificuldade para circulação do excedente econômico (Para que a troca fosse realizada, era

necessário que as partes tivessem interesses recíprocos);

Relação quantitativa imprecisa (Indivisibilidade dos bens. Como os bens são na sua maioria

indivisíveis, nem sempre as trocas poderiam ser concretizadas);

Dificuldade de determinação do valor (Inexistência de uma medida comum de valor);

Impossibilidade de separação entre compra e vendas (Todas as transações eram trocas de bens

por bens);

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Restrições à divisão social do trabalho (Os indivíduos não podiam se dedicar à produção de apenas

um produto porque se não conseguisse trocá-lo, não poderiam adquirir o mínimo necessário a sua

sobrevivência);

Altos custos de transação e estocagem (Para realizar um negócio, perde-se tempo que poderia ser

aproveitado em outras atividades. Do ponto de vista social, os custos de transação aumentam à medida que

cresce o número de bens comercializados de forma direta, isto é, sem o uso de moeda);

Dificuldade de transporte (Geralmente não era fácil promover o transporte dos bens para realização de trocas, em virtude, principalmente, das distâncias e também dos deficientes meios de comunicação).

1.4) MUDANÇAS NA VIDA SOCIAL PROVOCADAS PELA DIVISÃO SOCIAL DO

TRABALHO

Com a divisão social do trabalho e o surgimento da moeda, a atividade econômica tornou-se

mais complexa. Para os grupos primitivos nômades a troca era acessória. Com o fim do

nomadismo, o caráter sedentário da vida tornou as necessidades crescentes. A economia

monetária superou a dificuldade na coincidência de interesses que envolviam a troca direta e a

auto-suficiência cede lugar à interdependência, possibilitando o incremento na produção de

bens e serviços para atender as necessidades humanas. Em síntese podemos afirmar que a

divisão social do trabalho e a especialização foram fundamentais para a geração do excedente

econômico que influenciou o surgimento da troca, inicialmente direta através do escambo e

posteriormente com o surgimento da moeda as trocas passara a ser indiretas.

Dentre os pontos principais desse processo podemos destacar:

D S T ESPECIALIZAÇÃO EXCEDENTE TROCA MOEDA

ECONÔMICO

Desenvolvimento social

Grupos sociais sedentários TROCA ERA FUNDAMENTAL Sobrevivência do grupo

Surgimento da TROCA INDIRETA Aceitação generalizada de alguns

produtos, como pagamento das transações comerciais.

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Separação entre as operações de compra e venda que são intermediadas pela moeda.

Era um bem econômico qualquer

Intermediária de trocas A MOEDA Desempenhava as funções

Medida de valor

Possuía aceitação geral

1.5) O SURGIMENTO DA MOEDA

Dentre as condições necessárias para o surgimento da economia monetária destacam-se as

seguintes:

Surgimento e evolução das trocas intra e inter grupos.

Superação da auto-suficiência

Invenção de sistemas monetários.

Inviabilização do escambo devido à diversificação na oferta de produtos nos mercados

primitivos.

Dificuldades para estabelecer relações justas de troca.

Problemas para encontrar parceiros com desejos e disponibilidades duplamente

coincidentes Coincidência de interesses.

Diante dos elevados custos de transação os agentes econômicos procuraram superar as

limitações das trocas diretas. A evolução das trocas iniciou-se quando certas mercadorias

passaram a ser aceitas como pagamento, mesmo que não fossem ser consumidas ou utilizadas

como insumos no processo produtivo. Essas mercadorias passaram a ser utilizadas como um

intermediário nas trocas, funcionando como uma forma rudimentar de moeda.

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As mercadorias utilizadas com moeda variavam de acordo com a região e a época. Animais

domésticos, arroz, chá e fumo foram usados como meio de troca. Durante o escravismo a

moeda-mercadoria era o escravo; posteriormente, o algodão, o gado, as pérolas e o sal

desempenharam esse papel e foram considerados símbolos de riqueza.

Dentre as vantagens da troca indireta está o fato de que a moeda-mercadoria obrigava a troca

a desdobrar-se em duas operações: compra e venda. Funcionava como unidade de valor,

porque os agentes econômicos passavam a avaliar as diversas mercadorias que desejassem

trocar em função do valor atribuído a moeda-mercadoria.

Como desvantagem da utilização da moeda-mercadoria pode-se destacar: a indivisibilidade e

a perecibilidade. Por exemplo, como pagar a compra de 20 kg de feijão com uma parte de um

boi? Convém lembrar também, que por serem perecíveis, as mercadorias não podiam ser

usadas como reserva de valor.

Para que uma mercadoria pudesse servir como moeda deveria possuir algumas características

básicas como: raridade e utilidade intrínseca para que fosse demandada de forma

generalizada antes de ser aceita como intermediária na troca de bens e serviços.

1.5.1) Economia Monetária

A evolução nos sistemas econômicos, as forças do mercado e as atividades produtivas

tornaram inevitáveis o aparecimento da moeda. A moeda surgiu no momento em que foi

escolhida uma mercadoria como intermediário de troca, como instrumento geral de

pagamentos e denominador comum de valores. As mercadorias variam de lugar para lugar, as

mais usadas eram sal, gado, peles de animais, conchas, penas, cereais etc.

A criação da moeda transformou a troca direta em indireta. Na troca indireta surgiu o

elemento padrão ou intermediário de trocas – a moeda.

Troca indireta ( M D M ) 1

1 M = Mercadoria; D = Dinheiro [Na economia monetária as trocas passam a ser indiretas. O agente econômico vende mercadoria (M) e recebe dinheiro (D), para comprar outra mercadoria (M)].

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Troca no sentido comercial ( D M D’ ) 2

Dentro da economia monetária a moeda evoluiu bastante até chegar a sua forma atual.

Mercadorias diversas (Gado, sal, conchas, seda, arroz etc.)

(Mercadoria rara, que tivesse valor, fosse aceita por todos e

MOEDA MERCADORIA atendesse a uma necessidade comum.)

(M D M) Moeda metálica (Valor intrínseco: Quantidade Valor.) (Cobre, bronze, ferro e os metais nobres – ouro e prata.)

Moeda - papel (Conversível, lastro total)

(Certificados de depósito emitidos pelas Casas de Custódia.)

MOEDA FIDUCIÁRIA Papel - moeda (Inconversível, sem lastro metálico, monopólio

( D M D’ ) estatal das emissões e curso forçado)

Moeda Escritural ou bancária

INVISÍVEL Não tem existência física

DEPÓSITOS À VISTA nos bancos comerciaisMOEDA BANCÁRIA

Débito Registrados nas Contas

ESCRITURAL Lançamentos correntes dos bancos Crédito comerciais

Cartão de Crédito

Cartão de Débito em Conta Corrente

MOEDA ELETRÔNICA Smart Card

Moeda Virtual

1.6) CONCEITO DE MOEDA

Tudo que é usado para comprar mercadorias e pagar dívidas.

Para Keynes, “A moeda liga o presente às incertezas do futuro”.

2 D’ = Mais dinheiro = Lucro. [Com o aprimoramento da economia monetária, o capitalista que tem o dinheiro (D), produz mercadorias (M) para vender e ganhar mais dinheiro (D’)].

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Moeda é a expressão de uma relação geral de troca entre agentes econômicos.

PRODUÇÃO PRIVADA TROCA PRIVADA

Mercadoria que serve de equivalente geral para todas as mercadorias (Leontieff) 3.

Moeda é um instrumento ou objeto que é aceito pela coletividade para intermediar as

transações econômicas, para pagamento dos bens, serviços e fatores de produção.

1.7) FUNÇÕES DA MOEDA

Intermediária de trocas

Medida de valor

Reserva de valor

Poder liberatório

Padrão de pagamentos futuros ou diferidos

Instrumento de poder

1.7.1) Intermediária de Trocas (Meio de pagamento)

Função essencial da moeda;

Superação da economia de escambo;

Passagem à economia monetária;

A posse da moeda é desejada pelo seu poder liberatório no pagamento de compras e

dívidas;

Facilita as transações comerciais, reduzindo os custos e o tempo de execução das mesmas.

Benefícios dessa função (Meio de pagamento)

Facilita o desempenho da atividade econômica.

Maior grau de especialização da produção e do trabalho, pois torna desnecessária a

produção para autoconsumo;

( DST ESPECIALIZAÇÃO ECONOMIA MONETÁRIA)

3 Wassily Leontieff, economista russo radicado nos EUA, prêmio Nobel de economia em 1973.

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Tempo empregado em outras transações;

(Mais tempo para outras atividades)

Permite ao consumidor generalizar sua capacidade aquisitiva;

(Comprar aquilo que mais lhe convém)

Elimina os inconvenientes provocados pela economia de escambo;

(Acaba com a necessidade da dupla coincidência de interesses e desejos, possibilitando maior

liberdade de escolha com a separação da COMPRA E VENDA).

MAIOR VANTAGEM DA MOEDA Seu possuidor escolhe o que comprar e quando

tomará essa decisão;

1.7.2) Medida Comum de Valor (Unidade padrão de valor)

Moeda como referência para avaliar todos os bens e serviços na economia;

(Medida universal do valor das mercadorias.)

Bens e serviços transacionados passam a ter como denominador comum, seus valores expressos

na moeda usada; (O PREÇO de um bem é a EXPRESSÃO MONETÁRIA do seu VALOR DE TROCA.)

A existência de um denominador comum de valores é muito importante para a vida

econômica.

Através da moeda podemos comparar e agregar o valor de diferentes mercadorias.

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Vantagens dessa função (Unidade padrão de valor)

Racionalização e aumento do número de informações econômicas através do sistema

de preços;

Possibilita a contabilização da atividade econômica e administração racional das

unidades de produção;

(Para as EMPRESAS a moeda unifica os valores dos bens e serviços para fins contábeis.)

Permite a construção de sistemas agregativos de Contabilidade Social.

(CONTAS NACIONAIS)

1.7.3) Reserva de Valor

A moeda retém, através do tempo, o valor da mercadoria pela qual foi trocada;

(Manutenção do poder aquisitivo nas operações de crédito e guarda de valores).

A moeda serve como reserva de valor, desde o momento em que é recebida, até ser gasta

pelo seu detentor;

Forma alternativa de guardar riqueza;

(Existem outras formas de ativos: ativos financeiros não-monetários e ativos reais).

A estabilidade do valor da moeda é fundamental para o bom desempenho das suas

funções e para o funcionamento da economia, segundo padrões aceitáveis.

Benefícios da moeda como reserva de valor

Aceitação imediata na conversão de outros ativos financeiros ou reais;

Valor imprevisível dos outros ativos no futuro;

A liquidez dos outros ativos é muito variável.

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Problemas dessa função

Em países com altas taxas de inflação, a moeda sofre depreciação ao longo do tempo,

perdendo o seu poder de compra;

Qualquer variação no poder aquisitivo da moeda poder liberatório em termos de

bens e serviços afeta diretamente o valor real dos ativos financeiros, porque seus

valores monetários não se alteram.

1.7.4) Poder Liberatório

A moeda tem o poder de saldar dívidas, liquidar débitos e livrar seu detentor de uma

situação passiva;

Garantido pelo Estado;

PODER LIBERATÓRIO Curso forçado da moeda determinado pelo Estado;

Obrigação da sua aceitação como forma de pagamento.

A função liberatória da moeda está ligada ao grau de aceitação da sociedade.

1.7.5) Padrão de Pagamentos Futuros ou Diferidos

Facilita a distribuição de pagamentos no tempo, para conceder créditos ou diferentes

formas de adiantamentos. Ex.: Salários, empréstimos, etc.

SALÁRIO É um pagamento diferido. O trabalhador recebe antes de terminar o

produto ou serviço contratado.

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Capital de giro EMPRÉSTIMOS PARA Implantação de capital fixo

Ampliação da capacidade produtiva

Viabiliza nas economias modernas: produção, investimento e consumo.

Facilita o crédito e a distribuição, no tempo, de diferentes formas de adiantamento.

(O crédito é muito importante nas economias modernas.)

Operações de compra e venda de bens e serviços são feitas a crédito, o produto é

entregue ao comprador sem que haja o pagamento imediato, deixando expresso o valor

do pagamento futuro.

1.7.6) Instrumento de Poder

Instrumento de poder: ECONÔMICO, POLÍTICO e SOCIAL.

Quem detém a moeda possui direitos sobre os bens e serviços disponíveis no mercado.

Quem possui moeda em grande quantidade tem poder de decisão.

PODER ECONÔMICO INSTRUMENTO DE PRESSÃO POLÍTICA PODER

SOCIAL

1.8) CARACTERÍSTICAS DA MOEDA

Para desempenhar suas funções a moeda depende de suas características físicas e econômicas.

As características econômicas relacionam-se ao custo de estocagem que é decorrente da

retenção da moeda e ao custo de transação que se refere ao transporte da moeda até o

mercado; esses custos devem ficar próximos de zero. Se esses custos forem significativos o

objeto não serve para moeda. Em uma economia desenvolvida, produtos como a soja, o trigo

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e dentre outras commodities que possuem um custo de transação elevado, não podem ser

escolhidos como moeda, porque onerariam muito os seus possuidores.

A moeda precisa ter aceitação geral e liquidez, além de possuir determinadas características

físicas como: Indestrutibilidade e Inalterabilidade, Homogeneidade, Divisibilidade,

Transferibilidade, Facilidade de manuseio e transporte. Quando uma moeda possui estas

características físicas essenciais, ela está habilitada para desempenhar suas funções principais,

ou seja, intermediária de troca, medida comum de valor e reserva de valor.

1.8.1) Indestrutibilidade e Inalterabilidade

A moeda deve ser durável para não se destruir ou deteriorar-se, quando for utilizada na

troca de mercadorias.

Papel de qualidadeObstáculos à sua falsificação

Essa característica pressupõe Confiança do públicoAceitação geral da moeda

1.8.2) Homogeneidade

Duas unidades distintas, mas de mesmo valor, devem ser iguais, para que a moeda tenha

aceitação geral e possa exercer suas funções essenciais.

1.8.3) Divisibilidade

A moeda deve ter múltiplos e submúltiplos para facilitar as transações comerciais

grandes e pequenas.

1.8.4) Transferibilidade

Facilidade de transferência de uma pessoa para outra.

Facilita o processo de trocas, viabilizando a principal função da moeda (intermediária de

trocas).

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1.8.5) Facilidade de Manuseio e Transporte

Se o porte da moeda for dificultado, sua utilização será aos poucos descartada.

1.9) TIPOS DE MOEDA

Os meios de pagamento tradicionais ou convencionais (M1 = PMP + DPBC) são compostos

pela moeda manual e pela moeda escritural ou bancária. Enquanto que os meios de

pagamentos modernos incluem a quase moeda e a moeda eletrônica ou dinheiro de plástico.

1.9.1) Moeda Manual PMP

A moeda manual é fiduciária, inconversível e circula baseada na confiança,

aceitação geral do público e no curso forçado determinado pelo Estado. É o papel

moeda em poder do público (PMP) (Cédulas e moedas metálicas divisionárias)

1.9.2) Moeda Escritural DPBC

A moeda escritural é representativa dos depósitos à vista feitos pelas pessoas

físicas e jurídicas nos bancos comerciais e/ou múltiplos com carteira comercial, na

Caixa Econômica Federal e no Banco do Nordeste do Brasil (DPBC).

1.9.3) Quase Moeda

Ativos financeiros não-monetários com alto grau de liquidez. Para serem usados

devem ser trocados por moeda.

Ativos financeiros não-monetários emitidos pelo Sistema Financeiro Nacional.

(Depósitos de Poupança, Certificados de Depósitos Bancários – CDBs, Recibos de Depósitos

Bancários – RDB, Fundos de Renda Fixa, Fundo de Ações).

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Ativos financeiros constituídos por compromissos assumidos pelas instituições

financeiras e pelo governo.

1.9.4) Moeda Eletrônica ou de Plástico

As novas formas de moeda vêm sendo chamadas de moeda eletrônica, moeda digital ou

moeda virtual, e originaram-se na criação dos cartões de crédito.

Os cartões de crédito evoluíram para cartões de múltiplos usos, principalmente depois do

surgimento de máquinas que permitem a instalação, em pontos comerciais, de terminais de

transferência eletrônica de fundos (TEF). Essa última possibilidade fez com que os cartões

deixassem de ser apenas uma forma de obter dinheiro, para se tornar seu substituto. Hoje,

praticamente todos os serviços bancários estão disponíveis na internet. O dinheiro na internet

não é tangível, ele é virtual por ser apenas um registro na conta de um consumidor ou um

movimento para a conta de um comerciante.

A moeda eletrônica ou digital é sofisticada do ponto de vista da tecnologia, porém ela é

simples do ponto de vista econômico-financeiro e poderá tornar-se, no futuro, em substituta

perfeita da moeda convencional.

Os principais meios de pagamento eletrônicos são:

Cartão de Crédito

Cartão de Débito em Conta Corrente

Smart Card

Moeda Virtual

Cartão do Ticket Alimentação

Cartão do Cidadão (Benefícios sociais do Governo Federal)

Cartão da Bolsa Família

Private Labels (Cartões de crédito de marcas privadas que procuram a fidelização do cliente: C & A,

Hipercard, Perini, Riachuelo Pernambucanas, Marisa, Petrobrás etc.).

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Cartões de crédito corporativos (Utilizado pelas empresas para controlar e ter mais transparência de

seus gastos: pagamento de viagens de funcionários, estadias em hotéis, alimentação e em compras indiretas

como material de escritório. O pagamento pode ser feito em 30 ou 40 dias).

Cartões para os governos (Os pagamentos eletrônicos melhoram a eficiência dos governos com o

aumento da transparência e controle de gastos).

Quadro 1: Meios de Pagamento mais utilizados no Brasil (1999-2004)

ANOMEIOS DE PAGAMENTO

ELETRÔNICOS(Pagamentos com cartões

de crédito e débito)(%)

MEIOS DE PAGAMENTO TRADICIONAIS

(Pagamentos com cheques)

(%)

1999 16,2 63,5

2004 37,0 36,0

2005 51,8 33,6

FONTE: BACEN

É um sinal de modernidade, a tendência cada vez maior de migração dos meios de

pagamento tradicionais para os eletrônicos.

De acordo com o estudo “Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento”,

realizado pela Credicard, no período de 1994 a 2004 as transações com cartão eletrônico

cresceram 536%, e as transações com cheques caíram 49%.

Existe uma forte migração dos cheques e dinheiro para os cartões de débito em pequenos

valores (pagamentos em praças de alimentação, bancas de jornal e revistas, padarias,

salões de beleza etc.). A interiorização do dinheiro de plástico visa atingir as cidades com

mais de 10 mil habitantes.

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1.10) MOEDAS UTILIZADAS ATUALMENTE

REPRESENTATIVA MOEDA BANCÁRIA e MOEDA ELETRÔNICA

QUASE MOEDA FIDUCIÁRIA

CONVENCIONAL / INCONVERSÍVEL Papel moeda

1.10.1) Características Principais

Só possuem valor de troca; Totalmente desmaterializadas Perda do valor de uso e aumento do valor de troca; Não satisfazem diretamente às necessidades; Prestam apenas os serviços inerentes à sua liquidez.

Obtida com metais preciosos (Ouro monetário)

PRINCIPAL Possui valor intrínseco

METÁLICA4 Aceita dentro e fora do país de origem (Moeda manual)

Cunhada com metais não-preciosos

DIVISIONÁRIA Possui valor nominal ou extrínseco

Não é aceita no exterior

MOEDA MOEDA – PAPEL Com lastro

REPRESENTATIVA MOEDA BANCÁRIA Escritural

MOEDA ELETRÔNICA

DE PAPEL

QUASE - MOEDA

FIDUCIÁRIA

CONVENCIONAL PAPEL - MOEDA (Moeda manual)

4 Moeda metálica – Representa as barras de ouro retidas no Banco Central. É utilizada para saldar dívidas no comércio exterior e outras liquidações internacionais. É um instrumento de entesouramento a nível mundial e não circula dentro do país.

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1.11) A MOEDA E A ATIVIDADE ECONÔMICA

A moeda possibilita as diversas transações entre os agentes ativos num sistema econômico moderno.

FAMÍLIAS

EMPRESAS Participam do processo AGENTES ECONÔMICOS econômico

GOVERNO

RESTO DO MUNDO

PRODUÇÃO A moeda é a contrapartida

CATEGORIAS BÁSICAS CONSUMO ao DE ATIVIDADES fluxo real ECONÔMICAS ACUMULAÇÃO

A moeda oferece aos seus detentores PODER LIBERATÓRIO Liquidação, no presente e no futuro, das transações realizadas no passado e no presente.

Viabilizando as transações, a moeda desempenha suas funções básicas.

Intermediária de Trocas

Medida de Valor

Reserva de Valor

Padrão de Pagamentos Diferidos

OBS.:

O dólar americano (US$) e o real brasileiro (R$) possuem todas as quatro funções.

A economia brasileira entre 1980/1994, viveu um processo de hiperinflação, naquele período a moeda nacional era rejeitada como meio de troca nas transações de compra e venda de veículos automotores, imóveis, bens de produção etc.

Neste período muitos bens e serviços passaram a ser cotados em dólar. A moeda nacional depreciava-se ao longo do tempo, perdendo a função de reserva de valor.

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1.12) AS MUDANÇAS NA MOEDA BRASILEIRA NO SÉCULO XX

1942 Mil Réis vira cruzeiro, com o corte de três zeros.(Rs1$000 = Cr$1,00)

1967 O Cruzeiro passa a Cruzeiro Novo, sem três zeros.(Cr$ 1.000,00 = NCr$1,00)

1970 A moeda volta a se chamar Cruzeiro, sem corte nos zeros.(NCr$1,00 = Cr$1,00)

1986 O Cruzeiro vira Cruzado e volta a perder três zeros.(Cr$1.000,00 = Cz$1,00)

1989 O Cruzado passa a chamar-se Cruzado Novo, sem três zeros.(Cz$1.000,00 = NCz$1,00)

1990 O Cruzado Novo volta a ser Cruzeiro, sem corte de zeros.(NCz$1,00 = Cr$1,00)

1993 O Cruzeiro muda para Cruzeiro Real, com corte de três zeros.(Cr$1.000,00 = CR$1,00)

1994 O Cruzeiro Real passa a ser apenas Real. (CR$ 2.750,00 = R$1,00)

1.13) SENHORIAGEM

O governo pode obter receita emitindo dinheiro para satisfazer a demanda monetária. Os

recursos provenientes dessa emissão são denominados de “senhoriagem” (do inglês

seigniorage). Para Sachs (1995), a “senhoragem” (do inglês segnorage) mede a quantidade

de recursos reais que o governo é capaz de captar emitindo moeda – imprimindo

dinheiro.

Senhoragem é o aumento da receita do governo através do seu direito de criar moeda.

Corresponde ao aumento real da base monetária (B = PME + R). O termo “senhoragem”

origina-se na Idade Média, quando o senhor feudal detinha o poder de emitir moeda em seus

domínios.

Os governos podem obter volumes significativos de recursos ano após ano pela emissão de

moeda, isto é, aumentando a base monetária. Esta fonte de receita, conhecida como seinorage

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ou senhoriagem, é a habilidade que o governo possui para aumentar a receita por meio do seu

direito de criar moeda.

A emissão de moeda é uma das formas do governo se financiar. A senhoriagem é importante

para países com taxa de inflação alta e pouco relevante para países em que a taxa de inflação

está em torno de 0% a 4% ao ano.

Senhoragem é a receita recolhida pelo governo decorrente do seu monopólio na emissão de

moeda. É igual ao poder de compra da moeda que o governo coloca em circulação num

determinado período.

Segundo Sachs (1995), a “senhoragem” geralmente é recolhida pelo governo do país, mas

quando existe “bigamia monetária” – existência de uma moeda nacional e outra estrangeira –

uma parte da “senhoragem” é recolhida pelo governo estrangeiro emissor dessas notas.

Os Bancos Centrais possuem o monopólio da emissão de moeda nacional em seus países.

Como o valor de face da moeda é maior do que seu custo de fabricação, a “renda de

senhoragem” é a diferença entre o valor nominal da moeda e seu custo de fabricação.

Como o custo de fabricação de uma moeda de R$ 1,00 é inferior a R$ 1,00, essa diferença

representa uma receita para o Banco Central. A renda de senhoragem é apropriada pelo

Banco Central. No Brasil, o custo de cada cédula é R$ 0,09 (Banco Central, 03/12/05).

O Imposto Inflacionário ou seinorage nominal refere-se às perdas sofridas pela posse da

moeda em conseqüência da inflação. Isto é:

A perda do poder aquisitivo da moeda durante a inflação;

O juro real negativo, pago pela base monetária;

Uma transferência de renda da economia para o Banco Central;

Dado pela incidência da taxa de inflação sobre os encaixes monetários reais.

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