Texto Micologia

Embed Size (px)

Citation preview

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    1/13

    l ' : : ' ---!-:I!,/

    !i/MICOLOGLt\/O rigem da palavra : grego Mykes =cogumelosM i~ ol og ia= es tu do d os F un go sO ntras denom inacees de Fungos =b ol ore s, m o fo , c og um el os, le ve du ra s, m orraoMicoses = d oen ea s p ro vo ca da s p or F un go sE xistem m ais de 50000 especies de j ungos, m as pouco m enos de 2 00 s ifo .patogenicas para 0h om em .Efeitos benefices com aplica~o na economia geral e naturezaNa indus tr ia a limen ta r:

    .S ao u til iz ad os com o c om estiv eis (c og um el os rico s em p ro te in as)

    .P ro du ca o d o p ao , v in ho ,ce rv eja , q ue ijo (p ro ce ss os d e fe rm en ta ca o)Na in du stria q uim ic a:

    .F ab rico d e su bsta nc ia s q uim ic as (a cid o o xa lic o, c itric o)

    . Pr oduc ao d e An ti bi ot ic os (penic il inaJPenic i ll ium, ce fa losporinas/Cepha/osporium)

    .P re pa ra cao d e Imuno ssup re ssor es (Ci cl ospo ri na )N o m eio ambiente:

    .P ro ee ss os d e Re cic la gem d a ma te ri a organicaNa mves ti ga cao:

    .Sao u rn b orn modelo experim en tal para a anal ise genet ica p el a s ua c omp le xid ad e biologicain te rm ed ia e ntre as b ac teria s e o rg an ismo s s up erio re s.I

    Efeitos nocivos:Corro sa o d e v id ro s, m eta is, c ab ed ais.Contaminacao mater ia o rganica .a l imen to s (bo lor en to s )D oe nc as d e p lan ta s (e x: m il de o d a v in ha lv erd ad eiras e pid ern ia s/im pa cto e ccn om ic o), a nim aisD oenca no hom ern provocadas pela presenca e desenvo lv im ento do fungo no organism o (reaccoesalerg icas e m ico ses) ou pela ingestao de fungo s ven en osos o u toxinas (nn co e aflotoxinas)Defini~ao dos Fungoss a o m ic ro org an ism osEu eario ta s (n ucl eo d ife re nc iad o, m embra na n uc lea r, re tic ulo e nd op la sm atico . ).P ertencem aos P rotistas m ais evoluidos, R eino dos fungos ..R evestidos de parede celular rig ida (quitin a) qu e lhes confere a form a, e po lim eros com propried adesan tigen icas (g lucanos, manamos) que p ro vo cam re sp os ta imu no ce lu la r c om p ro va ve l v al or d ia gn os tic o.A p arede de alguns fungo s contem m elanina (fungo s pigm entados o u dem aciaceos). 0 esterol principald d ' .. .. .. ~ to p la sma ti ca e 0 e rg os te ro l (n as c el ul as a nim a is e o c ol este ro l), 0 e rg os te ro l e o p rin cip al a lv odos antifungicos. C elulas grandes de diam etro de 2 a 15 p.m .U til izam um a fon te d e carbona o rganica e um a fo nte d e eriergia quim ica (qufmioheterotreflcos) e saoa ero bic s o brig ato rio s o u fa cu lta tiv os ..Ap re se ntam -s e c omo s ere s u nic el u1 are s (l ev ed ura s) o u p lu ric el ul are s (b ol or es ).A pre se ntam ..re pro du ca o as se xu ad a (e sta do a namo rfo ) o u s ex uad a (e sta do tel em orfo ) o u amb asT e m d is tr ib ui cao ubi qu it ar ia n a n at ur ez a.

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    2/13

    2

    Morfologia dos fungosA forma dos fungos e muito variada e podem apresentar-se como fungos unicelulares de dimens6esmicroscopicas e fungos pluricelulares de grandes dimens6es com notavel diferenciacao das estruturas.Quase todos apresentam como caracteristica comum a presenca de estruturas somaticas filamentosas.

    Fungos leveduriformes (Ieveduras)-Sao seres unicelulares (3-15p.m> bacterias) de formas arredondadas e elipsoides-Na maior parte das leveduras ha reproducao assexuada por gemulacao (criacao decelulas iguais)-Muitas especies formam pseudohifas (as novas celulas nao se separam e ficam alongadas)-Nos meios de cultura s6lidos formam col6nias opacas, cremosas de cor esbranquifada

    Identificacao da especie: Devido a semelhanca morfologica destes fungos, a identificacao baseia-se emtestes fisiologicos e algumas diferencas morfologicas chave. C. albicans: prova da filamentacao,producao depseudohifas e hifasverdadeiras; Cryptococcus: presen~ de capsula; Rhodotorula: producaode pigmento.Sao fungos leveduriformes as especies de Candida, Cryptococcus, Rhodotoru/a, Trichosporon,Saccharomyces cerevisiae

    Fungos filamentosos (bolores)-Sao seres multicelulares cuja unidade morfologica e a hifa (filamentos)-0 micello e 0 conjunto das hifas e pode ser septado ou cenocitico-No micelio septado as hifas sao regulares e uniformes e podem ser hialinas ou pigmentadas-No micelio cenocitico as hifas sao largas e irregulares e apresentam raros septos-Formam col6nias algodonosas aupulverulentas (peludas)~Miceliovegetativo sao as hifas que penetram no meio de cultura e absorvem nutrientes-Micelio aereo sao as hifas a superficie do meio onde se encontram as estruturas reprodutoras-Apresentam cor e aspecto muito variados

    Identfflcaeao do genero e espeeie: Baseia-se no estudo dos caracteres morfologicos macroscopicose mieroseepices (velocidade de crescimento, textura, pigmentacao, morfologia dos esporos assexuais)Sao fungos filamentosos hialinos: Aspergillus, Fusarium, Acremonium, dermat6fitos.Sao fungos filamentosos pigmentados: Phialophora, Wangiella, Cladosporium.Cladophialiphora.Sao fungos de micelio cenocitico, os Zygomycetes: Mucor, Rhizopus, Absidia, Cunningham ella...

    Fungos dim6rficos:Sao fungos que podem apresentar as duas formas (leveduriforme e filamentosa) conforme as condicoesambientais. Gera/mente a formaparasittiria nos tecidos do hO$pedeiro e a leveduriforme. Nos meios decultura e a temperatura ambiente crescem como bolores. Sao fungos dimorficos com as respectivas formasparasitarias: Levedura: Sporotrix schenckii, Histoplasma, Blastomyces; cistos esporiferos: Coccidioidesimmitis; celulas fumagoides: fungos pigmentados agentes de cromomicose.Idennficaeao: estudo morfologico e conversio a fase leveduriforme que in vitro e facilitada pelaincubacao a 37C e adicao de sangue, cisterna, extractos de coracao e cerebro aos meios de cultura.

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    3/13

    Reprodueao e classitlcaeao dos fungosas fungos podem reproduzir- se por crescim ento apical, ram ificaeao lateral , fragm entacao do m icelio eproducao de esporos. A reproducao pode fazer-se por urn ciclo sexual , assexual ou am bos.

    Reprodueao assexuada (mitose)Nao ha en volvim en to de gam etas nem fusao nuclear

    Tem imlJOrtiincia na identificllftio tW s fungosEsporos internesas esporos (esporangiesperos) form am -se no interior de uma e str utu ra tip o s ac o (e sp or in gio )E sp oro s ex temo sC ;o nid io s til ico s (a lte rae ao d e h ifa s ja ex iste nte s p or fra gm en ta ~o o u tran sfo rm a~ io ):-Artrocooidios (fragmentac;ao/Coccidioides, Tricosporon)

    -A le ur oc oo id io s ( tr an sfo rma ca o d as h if as / de rma to fito s)-C lam idO sp or o8 , p ar ed e e sp es sa , p os ie ao te rm in al OU in te rc al ar n as h if as ( espo ro s d e r es is te nc ia )

    C ool dios bl aisticos (C riacao de novas celul as a partir de um a celula con id io genic a d if er en cia da ):-B lastocooid ios ( gem ula~o com separacao ou form acao de cadeias /Cand ida, Cryp tococcus )- Fialoconidios (cel ula con idiogenica em form a de f rasco /Asperg il lus , Penic il lium)- Anelocooid ios (cicatriz evidente, tip o anel, na zo na d e separac;ao/Scopulariopsis, Exophia la)

    Reproducao sexuada (meiose)Existe coniugacao de talos e nucl eos de sex ual idade opo sta seguida por m eiose

    Tem im (!Ortlin cia na c Ja ss itic ac ilo dos fungos:Zygomycetes: (Mucor, Absidia, Rh iz opus ... )

    - Es po ro s se xu ais (z ig osp oro s) res ul ta nte s d o e nc on tro d e h ifa s d e sin al c on tra rio- Micel io cen~itico (grande diam etro e irregular com poucos septos)-Esporos assexua is in te rnos (esporangiesporos)

    Ascomycetes: (B olo res: A sp ergillus, S copu la riopsis; L ev eduras: S accharom yces, .. .)- Os esporos (ascosporo s) form am -se num saco (asco)-O s a sc os e nc on tr am - se Iivres ( le ve du ra s a sc os po ra da s c omo Saccharomyces) ou eng lo bado s

    em o rg io s c ompl ex os c omo cl eisto tec io s (fe ch ad os e fo rm a g lo bo sa), ap ote cio s (ab erto s e fo rm a d e ta ca )e peritecios (form a de frasco com urn poro apical ).-As h ifa s d os b ol ores sao sep ta das e a pre se ntam co nid io s ass ex ua is v aria do s

    Basidiomycetes (Filobasidiella neoformans)- Os esporos (basidiosp oro s) form am -se a partir de um a estrutu ra cham ada basidium-As h ifa s s ao c omp le xa s ( co gumel os )

    Deuteromycetes o u F un go s Impe rfe ito s (c. alb icans, Asperg il lus , D erm at6titos. )- Sao fungos sem reprodu~ ao sexual conhecida e que apresen tam esp oros assexuais variado s.

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    4/13

    Classificaeao das micosesAs micose s s ao c la ss ific ad as em c in co g ru po s:

    .Superficiais (z on as m ais su pe rfic ia is d a e pid erm e e p arte s l iv re s d os pelos)

    .Cutaneas (te cid o q ue ra tin iz ad o d a p el e e fa ne ra s)

    .S ub cu ta ne as (te cid o c el ul ar su bc uta ne o, fa sc ia s e o sso s, ra ramen te c au sam doenc a s is tem ic a).,.S istem icas prim arias (pu lm ao e dissem inacao p ara o utros l ocais)

    .Micoses opertunistas (infeccoes end6gena s ou exogenas com diversas localizacoes essencialmenteem doente s c om defe sa s c omp rometid as ).E im portante sal ientar que as m icoses sistem icas podem ter m anifestacoes cutaneas e subcutaneas(Cand id ia se , C rip to co co se e m ic ose s p rima ria s) e v ic e v ersa (F eo hifom ic os e, e sp oro tric ose ); a s m ic ose soportunistas tambemafectam individuos imunocompetentes, as micoses primarias afectam frequentementeind iv iduos com def es as compro rnet id a s.

    Via de transmissao e origem da infeceaoo c onhe cimento d o habitat natural dos f ungos e primord ia l pa ra 0 e nte nd im en to d a o rig em d a infeccaoe p reven cao d a do enca.O s fu ngos p ato ge nic os p ara 0 homern podem ser encon tr ado s habi tu a lmen te como .s ap ro fi ta s.comensa isou par as it as e str ic to s.Fungos habitualmente saprofitas:

    - Tem como habitat natural 0 solo. Aspergillus e Sporotrix e ncon tram -se a ss oc ia do s a p la nta s;o utro s a sso cia do s a e xc reme nto s d e a nim ais: Cryptococcus (pomb os) e Histoplasma (morcegos).

    -as esporosdestes fungossao disseminados porvia aerea e emcondifoes favoraveisdesenvolvema forma vegetativa.-Tern distribui~ao universal (a ge nte s d as m ic os es o po rtu nis ta s e xo gena s) o u em detenninadas

    areas do globo (micoses pr imar ias) .-Provocam infec~oes exogenas: A pri nc ip al v ia de t ransm is sao das m i co se s s is tem icas p rovocadas

    p or estes fun go s (p atog eniosprim arios e o po rtun istas) e a inala~ao de esporos em su sp ensao noar As micose s s ub cu ta ne as a dq uirem -s e p or inocula~ao traum atiea de m aterial con tam in ado doso lo e v eg eta ca o e l oc al iz am - se n os m embro s su pe rio re s (ja rd in eiro s, h ortic uIto re s) o u in fe rio re s(in div id uo s q ue a nd am des ca lc os),

    Fungos habitualmente comensais:- Tem c omo h ab ita t n atu ra l animais de sangue quente.- No h ornem a especie mais conhecida e Candida albicans q ue faz parte da flo ra h abitu al d asmuc osa s o ra l, in te stin al e g en ita l. O utra s e sp ec ie s d o g en ero Candida tam bem sao com ensais: na pele e

    unhas (C parapsilosis e C guilliermondiiy; n as muco sa s (C tropicalis, C glahrata)-As in feccoes p rov ocadas p or estes ag entes sao geral men te end ogen as e su rgem nas co nd ico es

    m ais d iv ersa s em q ue 0 equilibrio com 0 hospedeiro e alterado: a lte ra ca o d a fl ora b ac te ria na p el o u sod e an tib io ticos, im uno su pressao p or do enca (S IDA ) ou facto res iatrog enicos, qu eim adu ras e m uitas- _ . .outras.

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    5/13

    -As infec~oes ex6genas podem ocorrer: infeccao do recem nascido contraida na passagem peloca nal va gina l in fecta do d a pro ge nito ra e in fecy ao cu jo ve icu lo d e co ntag io sa o as m aos do s p ro fissio na isd e s au de ( rn an us eamen to d e c ate te re s in tra va sc ul are s).

    - Alguns derm at6fitos (agentes das tinhas) tern com o hospedeiro anim ais causando doenca aohomem p or co ntac to : Microsporum canis (c ao e ga to ).Fungos parasitas estritos:

    -O s unieos f ungo s p ar as ita s e st rito s s ao o s dermat6fitos ant ro po fil ic os e r aros zoofilicos po is naotern c ap ac ida de de se d esen vol ve r fo ra d o seu ho sp ed eiro .

    -As tinhas transmitem-se por contacto directo ou indirecto ( ro up a s, e scov as , s ol o d as p is cin as )e por isso, ao contrario das outr as micoses, 0risco d e contagio e g rand e.

    Diagn6stico das micoses:

    o d ia gn 6stico d as in fe cco es fun gica s, assim c omo ou tras in fecc oe s m icro bia nas esta dependente dabist6ria e observa~io clinica e do estudo laboratorial.No que diz re sp eito a s m ic os es s uper fi cia is e eutaneas 0 diagnostico mu ita s v ez es e clinico.Pelas razoes que vic se r referidas de seguida, e salvo raras excepcoes (Pit ir iase versico lor) 0 estudomicrobiologico e sempre aconselhavel:

    - Pa ra c on firma ya o d e in fe cc ao f un gic a- Para o rien ta cao e mon ito rizae ao d o tra tam en to- No estudo epidem iol ogico (tratar a fonte da infecy80 e cont ac to s)-Na apresentacao c l in ica a tip ica da s lesoes.

    As micoses sistemicas tern apresentacao clinica MO e spe cifica e n a m aior parte dos casos so 0 estudol abor ato ria l m i co lo gic o f az ( ) d i agno stic o,E xistem contudo situacoes em que a observacao e 0 is ol amento d os f un go s e e xtremamente d ific il , p el aim possibil idade de obter produto adequado e 0 d ia gn os tic o e fe ito p el a c on iu ga ca o de dados c l in ico s,d ad os ra dio lo gic os e d a re sp os ta te ra pe utic a,o co nh ecim ento de d ad os p esso ais, profissso, raca e estadia noutros paises, contacto com anim ais,doencas associadas, terapeutica a ntirn icro bia na e imun ossup resso ra e outros que contribuam paraesclarecer 0 diagnostico e essencial.o su cesso l abo rato ria l d ep en de d os metodos de diagnestic e da qualidade do especuae biol6gico(esco lh a, co lh eita e tra nsp orte ad eq uad os). A a va liac ao d os re su ltad os ob tido s n o estu do e d e p articu larimportancia.De salientar que a boa relGfI10 clinico/patologista no esclarecimento de qualquer duvida e 0grandepasso para 0diagnostico correcto.Diagn6stico laboratorial das micoses:A observafao macroscopica do pro duto (grao s) tern p articu lar in te re sse n o e stud o d os m ic etomasA ob se rva fd o m ic ro scop ic a dop ro du to b io lo gic o constitui 0 p rime iro p as so l ab or ato ria l me dic o

    -Obs er va ca o a fre sc o e ntre J im in a e l ame la : s em p re pa ra ca o; c om l iq uid o e sc la re ce do r h id r6 xid ode potassic (am ostras de pele e faneras); com tinta da china (LCR)

    -Observacao de esfregacos c ora do s (G ram )-Obs er va ca o d e c or te s h is to lo gic os (Ana tom ia P ato lo gic a)

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    6/13

    A observacao das form as parasitarias dos fungos perm ite:- Co nfirm ar o u d ete ctar a in fe cc ao fu ng ic a-Possibilita 0 d iag no stico p resumptivo , p or E x: presence d a cap su la po r pesqu isa com tinta da

    china (meningi te por Cryptococcus); hifas i r regulares , nao septadas (mucormicose), es truturas caracter is ticasdas m i co se s p rima ri as .

    -O rie nta e c on firma 0 exame cul tu ra l (lui sem pre a p ossib il id ade d e co ntamm acao d os m eio s dec ul tu ra com e sp oro s d os fu ng os sa pro fita s).

    o exame cultural e e sse nc ia l p ara a id en tific ac ao d a m aio r p arte d os fu ng os.O s fungos crescem em quase todos os m eios util izados na rotina laboratorial e to leram bern os acidos.Contudo 0 rne io mai s u ti li zado e 0 meio se le ctiv o d e Sabouraud (meio peptonado com glicose e pH 5que d if icu l ta 0 c re sc imento d as b ac te ria s) a dic io na do d e a ntib io tic os (c 1o ra nfe nic ol e g en tam ic in a). N a samo stra s c uta ne as em q ue e p ro va vel a p re se nc a d e e sp oro s d e fu ng os sa pro fita s u til iz a- se amd a a m esm acompos ic ao d e me io a dic io na do d e c ic lo he xim id a (a ctid io na lin ib e fu ngos sa pro fita s).Em g eral a tem peratu ra op tim a d e crescim ento e 20 a 30 C (incubacao dos m eios a 25C ). O s fungos,agentes das m icoses mais profundas sao capazes de crescer a 37C (incubacao dos meios a duastemperaturas) 0 q ue tradu z a sua p ato gen icidad e p ara 0 organismo.

    N a id en tific ac ao d o fu ng os (ja re fe rid a a tra s) d ev e- se te r em c on ta :- Ve lo cid ad e e temp era tu ra o ptim a d e c re sc im en to ,- T extura e pigm en tacao das co 16 nias e m eio d e cul tu ra no v erso e rev erso-Ca renci a de nu tr iente s e spec if ico s-Meto do s d e id en tific ac ao b as ea do s em p ro va s b io qu im ic as e fis io lo gic as , manu ais e a utomatic os

    (estes U 1 t l I D O S s6 e xist em p ara a s l ev ed ura s),-Exam e m icrosc6pico m orfo logico recorrendo ou nao a m eios especiais para evidenciar

    caracter isncas especi ficas .O s me to do s d e id en tific ac ao s ero le gic a a pre se ntam se ria s d ific ul da de s d e s en sib il id ad e e e sp ec ific id ad ee ex ig em uma int er pr et acao cui dados a po r pe ss oa l exper ient e. 0un ico t es te 100% sati sf at or io e a pesquisado an tigenic capsul ar .d e C ryp to coccus no LCR ou soro .

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    7/13

    Micoses Superficiais

    Pi ty r ias is vers ico lorT em c omo a ge nte r na is e on he cid o a l ev ed ura l ip of il ic a, Malassezia furfur, c omen sa l d a p el e.E uma in fe cc ao so bre tu do e nd og en a e d ep en de d a p re disp osic ao d o h osp ed eiro e d e fa eto re s ambien tais.A tin ge a s z on as d o e orp o riea s em g la nd ul as s eb ac ea s (tro neo e p arte d os m emb ro s su perio re s) e , n o n os sopais, e m ais frequente n o verso . A transm issao par eontacto directo au indirecto tam bem e possivel.C ara cte riz a- se p el o a pa re cime nto d e manehas deseam ativas hipo ou hiperpigmentadasCausa sob re tu do problemas co sm etieos e pensa- se estar im plicado na form acao da e as pa e d erma titeseborreica.o diagnostico e es sen cialm en te c lin ie o, c on firm ad o p el a o bs erv aca o d e h ifa s c urta s n ao ramific ad as el ev ed uras em ra sp ad os d a p el e (as pec to d e "a1m6n deg as com e sp arg ue te "), P od e se r c ul trv ad o em rn eio sadic io nado s d e gordu ra sN B: P ode causar fungem ia em prem aturos e doentes com alirnentacao parenterica lipidica, E mborararamente.

    P ie dra b ra nc aM ieose provocada por Trichosporon beigelii, fungo 1ev edu rifo rm e que apresenta artroconid ios ebl astoconidios e h ifas verdadeiras. E ncontra- se no solo, agua, pl an tas e pot v ezes n a pele e m ucosas.C ara cte nza -se p el a p rese nc a d e nodulos claros na parte l ivre dos pelo s do pubis, axila, barba.A o bs erv ac ao d e a rtro co nid io s a vol ta dos pelos e 0 iso lam e nto d o ag en te e diagnostico,NB. T beigelii e u rn d os n ov as f un go s o po rtu nis ta s. C au sa in fe cc ao l oe al iz ad a ( pu lmo na r, e nd oc ard ite )o u d issemin ad a (im itan do a c an did ias e) em d oe ntes c om d efe sas c ompromen das .

    Mlcoses cutaneasDerma to fito se s (T in hu s)O s agen tes das tinhas sao os derm atofitos, fu ngos sep tados hialinos, qu eratino fil icos. E xistem tresg en eros que s ed i sti ngue rn b as ic amen te p el amo rfol og ia dos mac ro conid io s ( coni dio s d e g rand e tamanho) :genero Trichophyton, c om mac ro eo nid io s a lo ng ad os, fin os, d e p ared e l is a; g en ero Microsporum commacrocon id io s fus if onne sd e p ar ed es g ro ss as e e sp ic ul ad as ; generoEpidermophyton comrnacroconidiosem form a de pera ou clava).O s d erm at6 fitos sao designados de antropofilicos, zoofilicos e geofilicos d ep en de nd o d o se u h ab ita tn atu ra l s er 0 homem, animais ou sol o.As especies an tropofi l icas (T rubrumv e sta o p er fe itamen te a da pta da s a o h omem e c au sam l es oe s c ro nic as ,p er sis te nt es , d if ic ilmente tr ata ve is . Mu it as v ez es o co rr em em formas i napa rente s d e tin ha s 0que consti tu ir un r es erv at6 rio d e in fe cc ao . Trichophyton rubrum e 0 agente m ais frequente das tinhas d o eorpo, dasv iril has , m ao s, p es e u nh as.As e sp ee ie s zoo fi lic as e au sam l esoe s mu it o i nf lama ro ri as , c om ou sem supu ra cao (Ker io n) e t ern te nd en ciaa autoresolucao. Microsporum canis (cao e gato) e 0 a ge nte ma is f re qu en te d as tin ha s d o e ou ro c ab e1 ud o,s ob re tu do em c ria nc as .

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    8/13

    Causam variadas lesoes descamativas da pele, geralmente com os bordos mats elevados e eritematosos(tinhaitineallombriga). Provo cam alteracoes nas unhas e couro cabeludo (peladas/escutulas).As tinhas sao designadas consoante a zona do organismo atingida. Tinea capitis, T. corporis, T pedis,T. unguium, T. cruris..a diagnostico e clinico e laboratorial. Pode ser utilizada a lampada de Wood para pesquisar fluorescencianas tmhas do couro cabeludo. As tinhas microsporicas e (itvicas fluorescem e as tricofiticas MO.a exame microsc6pico directo das amostras de pele e unhas nao e especifico (hifas septadas e artrosporos).Contudo 0 tipo de parasitismo pilar (ectotrix e endotrix) pode ser indicativo do dermat6fito implieado(parasitismo favico).A identificacao e baseada no estudo morfol6gico recorrendo ou nao a meios especiais, pesquisa decarencias nutrieionais, capacidade de perfuracao dos cabelos e provas bioquimicas,

    Micoses subcutaneas

    Esporotricoseo agente da esporotrieose e Sporotrix schenckii (fungo dimorfico) que nos tecidos tern a forma deleveduras ovaladas ou em charuto (forma parasitaria) e em cultura a temperatura ambiente apresentamicelio pigmentado.o solo e a vegetacao e 0 principal reservat6rio desta especie que infecta 0 homem por inoculacaotraumatica da pele.Provoca ulceracao e lesao granulomatosa cr6nica e dissermna-se via vasos e ganglios linfaticos formandolesdes cutineo-linfangiticas tipicas.Diagnosnco: a observacao directa das amostras clinicas e pouco sensiveI dado que 0 fungo raramente eencontrado. 0 exame cultural e 0 metodo mats sensivel de diagnostico (bi6psia ou pus).

    Cromob lastomicose (cromomicose )Provocada por alguns funges demaciaceos (Philophoraverrucosa, Fonsecaea pedrosoi, Rhinocladiellae outros) que residem no solo e vegetacao. A infeccao ocorre por inoculacao traumatica e caracteriza-se pelo desenvolvirnento de lesoes granulomatosas hiperplasicas (tipo "couve-flor") da epiderme,cronicas e de evolucao lenta. Atinge principalmente os membros inferioreso diagnostico consiste sobretudo na observacao de uma iinica forma parasitaria, a celula fumagoide(celulas pequenas, redondas de paredes grossas, pigmentadas com septacao longitudinal e transversal) emtecido e raspados, independentemente do fungo pigmentado implicado na infeccao. Nao e facil aidentificacao cia especie pois depende sobretudo do estudo morfo16gico da conidiogenese.

    FeohifomicoseOs agentes desta micose sao tambem fungos demaciaceos, mas ao contrario da cromomicose a formaparasitaria sao as hifas e nao a forma levedunforme (celulas fumag6ides): P richardsiae, Exophialajeanselmei. Cladophialophora bantiana, fungo neurotr6fico, eo agentemais frequente defaeohifomicosecerebral.

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    9/13

    Causam as mais variadas lesoes: cistos encapsulados, abcessos subcutaneos e cerebrais, sinusite.o diagnostico baseia-se na observacao de hifas pigrnentadas em exsudados e tecido e identificacao dofungo apes isolamento em cultura.

    MicetomaOs agentes dos micetomas sao bacterias (ActinomicetomasiNocardia, Streptomyces, Actinomadura oufungos (EumicetomaiPseudoallescheria boydii, Exophialajeanselmei, Madurella), existentes no soloe que infectam os tecidos por inoculacao traumatica. Atingem sobretudo os membros inferiores "peMadura" Caracteriza-se pela formacao de lesoes granulomatosas que fistulizam e drenam massas tipo"grios" que correspondem a emaranhados de filamentos de bacterias ou fungos.E muito importante fazer 0 diagnostico diferencial entre os dois tipos de micetoma dado que 0tratamento e diferente. 0 exame macroscopico dos graos pode ser importante (ver quadro). No examemicroscopico corresponde a aglomerados defilamentos debacterias (1 J - L m ) ou fungos (3-5J - L m ) . No examecultural nao devemos esquecer estes dois agentes etiologicos (cuidado com os meios selectivos).

    " DIMENSOES NATUREZA DOCOR AGENTENegros 0,5 a vanos mm

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    10/13

    Infeccoes oportunistasDoentes com defesas naturais comprometidas sao susceptiveis aos fungos ubiquitarios e oportunistasendogenos. Estes fungos (sobretudo as especies de Candida) vdo ganhando cada vez mais terreno nasinfeccoes nosocomiais (hospitalares). Muitas das vezes estas infecciies sao aprime ira manifestaciio dedoenca subjacente grave, em especial da SIDA.

    CandidiaseAs especies de Candida, _como membros da flora normal do orgamsmo, sao sobretudo fungosoportunistas end6genos.A especie mais representativa e Candida albicans (mucosas oral, gastrointestinal e urogenital).Outras especies, que cada vez m ais vao sendoimplicadas como patogenios, sao: C . parapsilosis, C .guilliermondii (comensais da pele); C . tropicalis, C . glabrata, C . krusei, C . lusitaniae (comensais dasmucosas) e outras.A infeccao surge quando a integridade da barreira e as defesas naturais da pele ou mucosas sao alteradaspor diversos factores:traumaticos (maceracao, queimaduras, cirurgia, quimicos)

    .rmuno log icos ( imunodeficienc ia por doenca/Sllza, doencas neopl as ic as ou imunosupressao

    .iatrogenica (quimioterapia, corticoides),

    .fisiologicos (gravidez, idades extremas),

    .alteracao da flora normal pelo uso de antibi6ticos e outras doencas (diabetes).A resposta imunol6gica celular, em especial mediada pelos linf6citos T, CD4+, e importante no controloda forma mucocutanea. Os neutr6filos sao cruciais na resistencia a forma sistemica de candidiase.A forma mucoeutanea da candidiase pode apresentar-se como l e soes inf lamato rias agudas de dennitevesiculosa e eritemato-exsudativa, intertrigo, boquerra, sapinhos (moniliase),onicomicoses, vulvovaginites,balanite. A candidiase oral e frequente nos doentes com SIDA (assim como a esofagite)A candidiase mueoeutanea creniea e uma entidade associada, desde a infancia, a imunodeficienciascelulares e endocrinopatias e resulta em infeccoes superficiais em qualquer area do organismo .

    .- Na Candidiase sistemica as principals VIasde entrada sao:.Pele (Toxicodependencia intravenosa, cateteres intravasculares, hemodialise, dialise peritoneal) -envolve especies comensais da pele e outras, provo cam endocardites e peritonites (no caso de dialiseperitoneal), podendo disseminar para qualquer orgao ..Mucosa gastromtestinal (cirurgia, antibioticos, doencas malignas em quimioterapia) - 0 fungo entra nosangue (Candidemia) e dissemina-se provocando lesoes renais, cutaneas (maculonodulares), retinite,endoftalmite, abcessos hepato-esplenicos. Podem aderir a cateteres intravasculares e criar mais urn pontode partida. A doenca renal geralmente e manifestacao de doenca sisternica, enquanto que a ITD baixa estaassociada a a lg al ia cao, g ravidez, diabetes e antibioterapia.Diagnestico: No exame microscopico directo (afresco, Gram, KOH), deteccao de l eveduras gemulantese pseudohifas em raspados depele eunhas, urina, secrecoes respiratorias, exsudados, bi6psias detecidos.Exame cultural: isolamento nos produtos ja referidos e tarnbem em cateteres, hemoculturas.A prova da filamentacao (producao de tubos germmativos a 37C) e muito utilizada na rdentificacao deC . albicans. Pode-se recorrer a outros estudos rnorfologicos microsc6picos (murto demorados!): estudoda morfologia das leveduras em meio de farinha de milha e formacao de asc6sporos em meio adequado.

    f O

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    11/13

    A id en tific ac ao d as v aria s e sp ec ie s fa z- se g era lmente p or p ro va s broquirmcas: assirnilaeao de a cu ca re s esu bs ta nc ia s n itro ge na da s, fe rmenta ca o d e a cu ca re s, d ete cc ao d e e nz ima s (u re ase , fe no lo xid as e).P ro bl em a: D ificil a interpretacao cl inica q uan do isol adas em p rod utos o nd e sao comensais.D eve ser sem pre valorizada a sua presenca em produtos estereis com o sangue, LCR, l iq uid os d ascavidad es serosas e tecid os d e b io psia; iso lam ento d e C . albicans em lesoes da pele e unhas e lesoesc ara cte ristic as d as muco sa s. Ou tro s c rite rio s in cl uem a abund an cia , p ersiste nc ia em ana lise s re pe tid as,resp osta terapeutica e so bretudo a co rrelacao com 0 e sta do d o d oe nte .

    CriptococoseCryp tococcu s neo fo rmans e uma l ev ed ura c ap su la da (p ol iss ac arid eo s c om p ro prie da de s a ntig en ic a s),.u biq uia ria n a n atu re za e a sso cia da a fe ze s d os p ombo s (variante neojormans) ou a euc al ip to s ivariantegatti).A doenc a e a dquirid a p el a in al ac ao d e l ev ed ura s (m in imamen te c ap su la da s n a n atu re za ) c au sa ndo in fe cc aop ulm on ar a ssim p tom atic a o u c om sin tom ato lo gia d e g rip e.Em imun od ep rim id os (S IDA , d oen ca s h em ato lo gic as m a1 ig na s) d issemin am p ara 0 SNC p ro vo ca ndomen ing ite e men ingoence fa l it e.O utros l ocais ating id os com muito m eno s frequ encia sao 0 sa ng ue , p el e, o lh os e p ro sta ta .Diagndsnco: fungo capsulado n a obs erv ac ao m ic ro sc op ic a d o LCR com tinta da chm a, iso lam en to emcu lt ur a e i den ti fic acao b ioquim i ca , pesquisa d e a ntig en io s c ap su lare s n o so ro e LCR (90% sens ib il idade)

    AspergiloseAs e sp ec ie s d e Aspergillus s ao fungo s saprofitas, ub iqu it ar io s, s endo a a sper gi lo se uma doenca un iver saLo p ato ge nio ma is c omum ~A.fumigatus. Ou tra s e sp ec ie s imp lic ad as em doenc as sa o A. f lavus, A. niger,A. terreus e ou tr os .P rod uzem con id io s peq ueno s, d isperso s em aerosso is, qu e sao facilm en te inal ado s. T o das as pesso asp od em in al ar esp oro s d este fu ng o. A s d efe sa s d o o rg an ism o p rin cip alme nte a c arg o em p rim eiro l ug ar d ascelulas ciliadas e depois dos m acrofagos (destroem os esporos) e neutrofilos (destroem as form asv eg etativ as) a lv eo la re s im pe dem a e vo lu ca o p ara a in fe cc ao .O s ind iv id uo s ato picos d esen vo lv em reaccoes al ergicas g raves (asrn a), perm itind o a g erm in acao d osconidios e colonizacao da more bronquica com as hifas, sem atingir 0 par enquima ( as pe rg il o seb roncopulmona r a le rg ic a) .Podem tam bem colonizar cavidades preexistentes (tuberculose, sarcoidose) e provocar doenca -AspergiJoma.Outra s fo nn as l oc al iz ad as p od em e nv ol ve r o s se io s n asa is, 0 c an al a ud itiv e (o tite e xte rn a), c orn ea (a po stra uma tismo) e u nh as.A s formas in va siv as o co rrem so bre tu do em d oe nte s a faz er c ortic ote ra pia p ro lo ng ad a (a lte ram a funcaod os m ac ro fag os) e q uim io te ra pia c om d im in uic ao g ra ve d os n eu tro fil os (n eu tro pe nia ).C ausam sobretudo infec~ao pulm onar aguda grave. Pode invadir outros orgaos com o cerebro, rim eoutros. Estas infeccoes sao fatais na m aior parte das vezes pela capacidade de invasao dos vasossa ng uin eo s e o co rre nc ia d e h emo rra gia s g ra ve s.C on stru co es a u o bra s d e re no va ca o n os h osp ita is o u p erto d este s, c om a fo rm ac ao d e p oe ira s, p od e e sta rn a o rig em d e su rto s d e asp ergilo se em d oen tes d e risco . E stes su rto s l evaram a neces si dade de f il tr ar 0ar em un id ades criadas p ara estes do entes de risco (po r exern pl o nas U nidades de n eutrop enicos).

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    12/13

    o diagn6stico pode ser clinico, radio16gico e laboratorial.Diagn6stico laboratorial: No exame microscopico directo (importante) com presenca de hifas hialinasseptadas de diametro uniforme e ramificacao regular (45). 0exame cultural e relativamente rapido e 0aspecto morfol6gico macroscopico e microscopico varia de especie para especie. A identificacao dasespecies e feita a partir do estudo macroscopico e microscopico das co16nias em meio de Czapek.Os testes serol6gicos tern pouco valor no diagnostico da forma invasiva.Problemas: 0isolamento deste fungo no laboratorio e problematico dado ser urn contammante habitual(esporos). Por esta razao e por ser urn meio rapido de dar urna resposta ao clinico (com implicacaoterapeutica) emuito importante 0exame microscopico directo dos especimes clinicos nos quais podemosobservar a sua forma parasitaria (hifas com as caracteristicas ja descritas).Outros fungos apresentam 0mesmo tipo de hifas no exame directo (Fusarium spp, agente das queratitestraumaticas), por isso so a cultura fa z 0 diagnostico etiologico.

    MucormicosesOs agentes da mucormicose: Mucor, Rhizopus, Cunhingamella, pertencem aos Zygomycetes ecaracterizam-se por apresentar micelio cenocitico (hifas grandes de largura nao uniforme, raros septose ramificacao irregular) 0 que orienta 0 diagnostico no exame microscopico directo.A malacao de esporos (esporangi6sporos ou zigoosporos) e a principal via de transmissao desta micoseem doentes de risco (cetoacidose diabetica, leucemias e linfomas, corticoterapia, dialise com 0 queladorde ferro, deferoxamina, queimaduras graves).A cetoacidose diabetica esta associada it forma rinocerebral invasiva de evolucao rapida e fatal. asesporos germinam nos seios nasais, invadem os orgaos e ossos vizinhos provo cando enfarte e trombosecom necrose e destruicao dos tecidos. A inalacao dos esporos pode causar tambem infeccao pulmonarA forma cutanea geralmente surge no tratamento de queimaduras ou outras les5es extensas por contactocom material contaminado.Qualquer uma destas formas evolui rapidamente com invasao dos vasos sanguineos, para a necrose edestruicao dos tecidos.o exame directo revela hifas caracteristicas e a identificacao e morfo16gica.Pneum onia a Pneumocysti cariniiPneumocystis carinii era considerado urn parasita, contudo estudos de biologiamolecular demonstraramtratar-se de urn fungo (nao cultivavel). Apresenta duas formas distintas: trofozoitos (parede fina) e cistos(parede grossa) que contem quatro a oito nucleos. No organismo apresentam-secomo massas.Pouco sesabe sobre 0 seu reservat6rio natural. Encontra-se nos pulm5es demuitos mamiferos (ratos, caes,gatos) e causa doenca quando 0 hospedeiro se encontra imunosuprimido.Em relacao ao homem estao a ser estudadas duas hip6teses que devem estar na origem da infeccao:

    -0microorganismo encontra-se em estado lactente e 0 organismo esta protegido pela imunidadecelular do hospedeiro.

    -0 microorganismo nao permanece murto tempo no hospedeiro, mas este encontra-sefrequentemente exposto it fonte.o hospedeiro desenvolve pneumonia na presenca de imunosupressao por SIDA, corticoterapia e outrosFoi em tempos umas das principais causas de morte dos doentes com SIDA, antes de se estabeleceremas medidas quimioprofilacticas adequadas. Nestes doentes 0 grande risco de pneumonia ocorre quandoas celulas CD4+ estao abaixo das 400 ; . tL.

  • 5/16/2018 Texto Micologia

    13/13

    P ara fazer 0 d ia gnos tic o impor ta 0 exam e directo de secrecoes bronquicas quer induzidas com sorof is io lo gic o q ue r o btid as p or b ro nc os co pia . Ma io r se ns ib il id ad e e o btid a c om a u til iz acao de urn m eto dod e imu no fl uo re sc en cia d ire cta , c om antic or po s mono cl on ais ma rc ad os c om f lu or oc romo (f lu or es ce in a) ,em citoe sfre ga co s real iz ad os a p artir d e l av ad o b ro nco al veo lar A o bserv ac ao d e m assas a l embra r "fav ode m el " com fluorescencia esverdeada e diagn6stico de P carinii.

    Micoses sistemicas primariasAs micoses prirrui rias tern distribuieao g eo gr af ic a re str ita a d ete rm in ad as a re as do g lob o. N o n osso p aissao c on sid era da s m ico ses d e impo rtaeao e o co rrem so em d oen tes q ue via jaram o u viv eram ne ssa s are as.S ao p ro vo ca da s p or fu ng os d imo rfic os , p ato ge nio s v erd ad eir os p ois te rn a c ap ac id ad e d e in va dir te cid ose d es en vo lv er d oe nc a em in div id uo s imu no compe te nte s.Em g eral a in fe ccao o co rre n o p ulma o mas p od e d issem ina r p ara ou tros o rga os. E t ran smi ti da po r ina lacaod os c on id io s l ib erto s n o me io ambie nte , n as re gio es e nd em ic as , e n ama io rp arte d os c as os e a ss imp tomatic aou ligeira, podendo dar resistencia a reinfeccoes. P oucos doentes evoluem para doenca cronica com 0des envo lv imento d e g ranu lomas . C l in ic amente s ao infec~oesinespecificas que podem imit ar t ube rcu lo seou c an cro.Em doentes debilitados ou im unocom prom etidos (SID A), estas m icoses tern vindo a aurnentar defrequencia, em especial a Histoplasm ose e Coccidioidom icose que sao infeccoes perigosas, naorespondem a te rap eu tica o u recid iv am ap os tratam en to , se nd o muitas v eze s fatais.No quadro fornecido vern referidas as m icoses e respectivos agentes assim com o as areas onde seencontram os fungos e ecologiaQualquer uma destas micoses apresenta uma forma parasitaria caracteristica 0que permite fazer umdiagnostico presumptivo muito rapido. 0 importante e ter conhecimento destas micoses, pensar nelase orientar os passos diagnosticos devidamente.A h isto pl asmose a frican a atin ge com mais freq uen cia a p el e, o sso s, articu lac oe s e ga ng lio s l in fatico s.M orfologicam ente as duas variantes de Histoplasma so se podem distinguir pelo tam anho da form ap ara sita ria n os te cid os (maio r n a v ar ia nte H. duboisii).Cocc id io id es immi tis a pr es en ta e sporos ( ar tr ocon id io s) mu ito r es is te nte s e a lt amente in fe cc io so s por is soe recomen da do a p esq uisa d este fun go un icame nte em l abo rat6 rio s d e re feren cia .

    Summary of systemic mycosesMycosis Etiology Ecology Geographic Distribution

    Coccidioido- Coccidioides Soil Semiarid regions of southwestern USA,mycosis immitis Mexico, Central and South AmericaHistoplasmosis Histoplasma Bat and avian Global: endemic In Ohio, Missouri, andcapsulatum habitats (guano); Mississippi River Valleys; central Africaalkaline soil (var duboisil)Blastomycosis Blastomyces Unknown Endemic along Mississippi, Ohio, anddermatitidis (riverbanks?) St. Lawrence River Valleys and in. southeastern USAParacoccldioldo- Paracoccidioides Unknown (soil?) Central and South Americamycosis brasiliensis

    43