TFG - 19 maio

  • Upload
    lo-ane

  • View
    64

  • Download
    2

Embed Size (px)

Citation preview

  • UNICENTRO BELAS ARTES DE SO PAULO

    REQUALIFICAO URBANA PARQUE DOM PEDRO II

    LOENNE ANE RODRIGUES MACIEL

    SO PAULO 2010

  • I

  • II

    UNICENTRO BELAS ARTES DE SO PAULO

    REQUALIFICAO URBANA (Parque Dom Pedro II)

    Loenne Ane Rodrigues MAciel

    Projeto de Requalificao urbana do Parque Dom Pedro II

    SO PAULO 2010

  • 1

    A verdadeira dificuldade no est em aceitar idias novas, mas escapar das idias antigas

    JOHN M. KEYNES

  • 2

    SUMRIO 1. INTRODUO .....................................................................................................5

    1.1 O Urbanismo ....................................................................................................5 1.1.1 Espaos Pblicos........................................................................................6

    1.1.2 Espaos Pblicos em So Paulo.................................................................9 2. CONCEITUAO .................................................................................................10

    2.1 A regio- Parque Dom Pedro II .....................................................................10 2.2 Histrico .........................................................................................................10 2.3 Caractersticas aide mmoire .......................................................................20

    3. OBJETIVO ............................................................................................................22 4. DADOS E RELAES DA REGIO....................................................................23

    4.1 Uso e Ocupao do solo ...............................................................................23 4.2 Desenvolvimento Urbano..............................................................................25 4.3 Rede Estrutural Hdrica Ambiental...............................................................27 4.4 Sistema Virio Estrutural ..............................................................................29

    5. DADOS E RELAES DO LOCAL .....................................................................30 5.1 Mapa Geral .....................................................................................................30 5.2 Mapa Relevo...................................................................................................31 5.3 Mapa Edifcios significativos........................................................................32

    5.3.1 Relao edifcios significativos..................................................................33 5.4 Mapa Praas e reas Verdes ........................................................................41 5.5 Fotos da rea .................................................................................................42

    6. REFERNCIAS.....................................................................................................44 6.1 Referncias Urbanas .....................................................................................44

    6.1.1 Bouvard.....................................................................................................44 6.1.2 Raymundo de Paschoal ............................................................................45 6.1.3 De Bem .....................................................................................................45 6.1.4 Concurso de idias para um novo Centro .................................................47 6.1.5 Fernando Chacel.......................................................................................47 6.1.6 Roberto Loeb ............................................................................................48 6.1.7 Concurso IAB ............................................................................................49 6.1.8 Praa Victor Civita.....................................................................................50 6.1.9 Parque Ibirapuera......................................................................................51

    6.2 Referncias Arquitetnicas ..........................................................................53 6.2.1 Mrcio Kogan ............................................................................................53 6.2.2 - Companhia de pera e Bal da Noruega ...............................................54 6.2.3 Curve Theatre ...........................................................................................55

    7. PESQUISA DE CAMPO........................................................................................56 7.1 Diagnstico: ...................................................................................................56 7.2 Diretrizes: .......................................................................................................57

    8. PROPOSTA ..........................................................................................................60 8.1 Projeto ............................................................................................................60 8.2 Cortes .............................................................................................................60 8.3 Perspectivas...................................................................................................60

    9. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................61

  • 3

    NDICE DE FIGURAS Figura 1:Localizao Parque Dom Pedro II...............................................................10 Figura 2: Inundao Vrzea do Carmo, 1892, Bendito Calixto..................................11 Figura 3: Ilha dos Amores .........................................................................................12 Figura 4: Vista para o Teatro Municipal de So Paulo ..............................................13 Figura 5: Plano de Avenidas para So Paulo 1930...................................................15 Figura 6: Vista area do Parque Dom Pedro em 1954, Henri Ballot. ........................16 Figura 7: Parque Dom Pedro II, e seu complexo virio 1971..................................17 Figura 8: Complexo Virio, Expresso Tiradentes e Terminal Parque Dom Pedro II..19 Figura 9: Parque Dom Pedro II- ................................................................................21 Figura 10: Uso e ocupao .......................................................................................24 Figura 11: Desenvolvimento Urbano .........................................................................26 Figura 12: Rede Estrutural Hdrica Ambiental ...........................................................28 Figura 13: Sistema Virio Estrutural..........................................................................29 Figura 14: Mapa Geral ..............................................................................................30 Figura 15: Mapa Relevo ............................................................................................31 Figura 16: Mapa Edifcios Tombados........................................................................32 Figura 17: Mercado Municipal ...................................................................................33 Figura 18: Palcio das Indstrias ..............................................................................34 Figura 19: Casa das Retortas....................................................................................35 Figura 20: Escola Estadual So Paulo ......................................................................36 Figura 21: Pteo do Colgio......................................................................................37 Figura 22: Solar da Marquesa ...................................................................................38 Figura 23: Beco do Pinto...........................................................................................38 Figura 24: Complexo do Gasmetro .........................................................................39 Figura 25: Batalho de Guardas ...............................................................................40 Figura 26: Praas e reas Verdes ............................................................................41 Figura 27:rea...........................................................................................................42 Figura 28: rea..........................................................................................................42 Figura 29: rea..........................................................................................................42 Figura 30: rea..........................................................................................................43 Figura 31: rea..........................................................................................................43 Figura 32:rea...........................................................................................................43 Figura 33: Plano Bouvard 1911.................................................................................44 Figura 34: Plano gesto Mario Covas .......................................................................44 Figura 35: Projeto Raymundo de Paschoal...............................................................45 Figura 37: Projeto De Bem........................................................................................46 Figura 38: Projeto Vencedor Concurso de idias para um novo Centro ................47 Figura 39: Fernando Chacel......................................................................................47 Figura 40: Vista do projeto urbano realizado pelo escritrio do Arquiteto Roberto Loeb ..........................................................................................................................48 Figura 41: Vista de parte do projeto urbano realizado pelo escritrio do Arquiteto Roberto Loeb.............................................................................................................48 Figura 42: Vista de parte do projeto urbano realizado pelo escritrio do Arquiteto Roberto Loeb.............................................................................................................49 Figura 43: Concurso IAB, vencedor Andr Barros ....................................................49 Figura 44: Perspectiva Praa Victor Civita ................................................................50 Figura 45: Perspectiva 2 Praa Victor Civita .............................................................50

  • 4

    Figura 46: Praa Victor Civita....................................................................................51 Figura 47: Maquete 1951 Ibirapuera .........................................................................51 Figura 48: Parque Ibirapuera.....................................................................................52 Figura 49: Mrcio Kogan ...........................................................................................53 Figura 50: Mrcio Kogan ...........................................................................................53 Figura 51: Companhia de pera e Bal da Noruega ................................................54 Figura 52: Companhia de pera e Bal da Noruega ................................................54 Figura 53: Curve Theatre ..........................................................................................55 Figura 54: Curve Theatre ..........................................................................................55

  • 5

    1. INTRODUO

    1.1 O Urbanismo

    A sociedade tornou-se essencialmente urbana a partir do final do sc. XIX. As cidades observaram um grande aumento da populao devido ao xodo rural, a busca por oportunidades de trabalho, impulsionou-os a migrar para as cidades que ofereciam melhores (ainda que no to boas) condies de vida.

    Surgiram as conurbaes, o espraiamento de grandes reas, falta de fluidez no sistema estrutural virio, escassez de reas livres e espaos pblicos nos grandes centros, problemas ambientais (reas de mananciais indevidamente apropriadas, poluio do ar, do solo e dos rios, falta de tratamento dos esgotos, etc) maior demanda de habitao do que se poderia atender, entre outros problemas.

    A partir da, foi necessrio pensar em possveis solues para esses problemas denominados Caos Urbano; essas propostas passaram com o tempo, de uma soluo imediata para queles problemas, em planos, modelos, conceitos, teorias cientficas e propostas projetuais urbansticas.

    A cidade tida como principal objeto de estudo do Urbanismo, e da mesma maneira que suas caractersticas se modificam no tempo e espao, os estudos do Urbanismo tendem a ser dinmicos tal qual as transformaes da cidade. Os problemas mudam de foco, mas mantm a mesma caracterstica: forar a mudana. Em certos momentos o Urbanismo prev o que provavelmente ocorrer, sugerindo a soluo antes do problema, mas em outros casos apenas reverte uma situao parcial ou totalmente agravada.

    O Urbanismo surge como uma ferramenta de planejamento do espao, mas nem sempre ele se desenvolve livremente como temos o costume de afirmar. As polticas urbanas e as conseqentes burocracias aparecem como dificuldade para a concluso dos projetos urbanos, exemplo disto so as inmeras e conhecidas tentativas desde a dcada de 70 de se revitalizar o Centro de So Paulo como um todo. Na realidade h muito que determinadas reas (no caso de So Paulo), nunca foram de fato resolvidas, seus principais problemas persistem em graus diferentes - e s vezes at em piores condies - do que eram no incio. A Vrzea do Carmo, por exemplo, rea objeto de estudo deste trabalho, ainda apresenta o mesmo problema

  • 6

    do final do sculo XIX: as comuns enchentes, com o diferencial que hoje alm desse problema h o agravante de ser uma rea retalhada pelo sistema virio, de alto grau de depredao fsica e humana, reservando a caracterstica de um espao abandonado, onde sua funo servir apenas como passagem, uma barreira fsica a ser transposta.

    O que pretendo esclarecer que um Urbanismo desconectado de uma poltica urbana apenas mais uma proposta sem previso de concretizar-se, e que intervenes pontuais desvinculadas de um planejamento tendem a tornarem-se obsoletas.

    ... Num processo de revitalizao, intervenes pontuais de qualidade e inseridas a um planejamento estratgico, tendem a gerar impactos positivos e crescentes sobre o seu entorno o centro e a cidade como um todo. (DEL RIO, 2001)

    Nesta citao Del Rio refere-se revitalizao de reas porturias nos centros urbanos, reas essas que passaram por um processo de deteriorao, mas que atravs de polticas pblicas ininterruptas alcanaram xito, como o caso de Puerto Madero. necessrio observar que no so apenas alguns casos especficos de planos urbanos que surtem o efeito desejado, o segredo no est no tipo de projeto a ser executado, sua maior ou menor complexidade, mas sim no planejamento das etapas a serem cumpridas, a correlao e comunicao entre os rgos e acima de tudo o comprometimento do poder pblico, das iniciativas privadas e dos cidados envolvidos.

    1.1.1 Espaos Pblicos

    evidente que os parques urbanos e espaos pblicos sempre tiveram importncia na histria das cidades.

    De acordo com Souza e Tominaga (2004) nas primeiras civilizaes, a populao representava um conjunto expectadores das grandes cerimnias, rituais esses onde os reis demonstravam seu poderio, fazendo dos espaos livres das cidades o palco da representao de seu poder ligado divindade. Exemplo disso so os ptios mesopotmicos - para onde se voltavam os zigurates espaos esses de reunio de multides submissas a um poder absoluto.

  • 7

    Na polis grega surge o homem-cidado, onde os espaos pblicos proporcionavam a vida cvica.

    A pantomima, o teatro, o culto ao corpo e boa forma fsica, os espaos de contemplao, os espaos para troca de informaes e conhecimentos, os espaos para a poltica e o livre comrcio passam a fazer parte da estrutura dos espaos pblicos das polis grega. Os gregos desenvolvem o conceito da polis transformando o homem em ser socialmente ativo, os espaos de cerimonial agora se associam aos espaos de vivncia sociocultural. (SOUZA e TOMINAGA, 2004)

    Os romanos utilizaram esses mesmos princpios nas suas cidades, mas a estrutura do Imprio requisitou mais espao para o espetculo e para os desfiles militares

    Com a queda do Imprio Romano, o desaparecimento da sua estrutura escravagista, e o surgimento das relaes sociais embasadas na vassalagem, as cidades do renascimento europeu caminham para uma nova realidade, retornando de certa forma ao sistema de cidade da polis, com o diferencial que agora a acrpole crist. Todo o sistema passou a ser mercantilista. As praas, largos e chafarizes so espaos de relaes econmicas urbanas; nas feiras e festas h a participao do cidado burgus que assume s vezes na cidade uma estrutura poltica independente do governo central.

    A estrutura mercantilista foi se desenvolvendo com o tempo, at culminar na Revoluo Industrial. Nesse momento o sistema de vassalagem tem uma quebra definitiva, onde o cidado no mais servial de um senhor feudal, mas de um sistema econmico capitalismo - cujo senhor o dinheiro. Outra caracterstica que o padro social dos indivduos no mais definitivo e nem determinado pelo seu nome ou nascimento.

    O humanismo trazido pelo renascimento valoriza o cientificismo e estabelece padres universais para o desenho dos espaos facilitando assim a reproduo de projetos at o Novo Mundo. (SOUZA e TOMINAGA, 2004)

    O processo de transferncias culturais aumentou aps a Segunda Guerra Mundial o deslocamento dos centros intelectuais da Europa para a Amrica resultou, no campo da arquitetura paisagstica, em movimentos de criao de

  • 8

    parques e praas contemporneos extremamente influenciados pelos projetistas californianos. (SOUZA e TOMINAGA, 2004)

    Com a era Moderna veio a globalizao, o individualismo: De um lado, [na lgica moderna] reforava-se a idia de

    coeso a includo lngua, religio, moeda, territrio, educao e, se o discurso no bastasse, haveria o exrcito e o sistema jurdico para garantir a unidade. De outro lado, esta unidade do estado-nao era reforada pelo princpio da excluso da diferena, fosse ela social, religiosa, lingstica, sexual ou cultural. (GASTAL, 2006, p.3)

    A lgica industrial, gera esse novo conceito de espaos: o tempo ocupado pelas atividades profissionais delimita exatamente a reserva do privativo (HABERMAS,1984, p. 18) O sistema familiar volta-se para a vida ntima.

    Alguns afirmam que essas caractersticas na forma de pensar o espao evoluram para o Ps-Modernismo, onde os espaos de vivncia passam a ser espaos coletivamente individualistas: os shoppings, os cinemas, etc.

    A mudana que ocorreu1, foi na dialtica entre o expectador/usurio do espao, e o espao propriamente dito. Sua expectativa e interao em relao ele se modifica, pois aquele no tem mais a necessidade de se inscrever na opinio pblica de forma pblica. Segundo Jos Alves (2005) os espaos pblicos esto diretamente interligados com a forma humana de se comunicar.

    Conseqentemente com a constante integrao das informaes e conhecimentos, o desenho dos espaos no apenas se inserem numa representao grfica praticamente universal, passam tambm a se caracterizar como pseudo-pblicos segundo alguns

    Os urbanistas ps-modernos argumentam que o espao pblico est desaparecendo. Para eles os espaos definem o lugar da cidadania e do encontro social, que vem sendo substitudo gradativamente por espaos pseudo-pblicos to bem representados pelos shoppings centers e suas praas de alimentao. Buscando no passado uma Idade de Ouro dos espaos pblicos (...) (MONTEIRO, 2008)

    1 A proposta aqui apenas esclarecer as mudanas ocorridas, sejam elas modernas ou ps-

    modernas, no cabendo a discusso entre os termos.

  • 9

    Porm o prprio Lenine Monteiro acima citado, apoiado em Foucault Sustentando que o espao pblico ou privado sempre controlador e expressa relaes de poder social (MONTEIRO, 2008, p. 13) defende que a existncia e a apropriao aos espaos pseudo-pblicos so uma forma de consentimento espontneo das massas direo de vida que lhes proposta e imposta.

    1.1.2 Espaos Pblicos em So Paulo

    Em So Paulo, possvel notar que medida que so projetados e realizados integral ou parcialmente, vo documentando a evoluo do modo de pensar dos espaos pblicos (SOUZA e TOMINAGA, 2004)

    Se a importncia do entendimento do espao urbano como totalidade e objeto complexo de interveno j se demonstrava nas formulaes de propostas urbansticas iniciadas em torno aos anos 10, ser a partir de meados dos anos 20 que se intensificaro esforos neste sentido. J naqueles primeiros anos do urbanismo em So Paulo a insero do verde na cidade aparecia como uma das principais preocupaes dos projetos pblicos de interveno urbana, passando a atrelar-se nos anos posteriores cada vez mais aos planos de conjunto, como instrumentos indispensveis do planejamento, bem como a estar significativamente presente nos discursos de diversos atores individuais envolvidos no debate da cidade. (OLIVEIRA, 2008)

    Alguns locais ainda conservam o traado original, mas outros infelizmente sofreram com a expanso estrutural viria da cidade. No incio os parques e espaos pblicos caminhavam em um dilogo amistoso com a malha viria e os assentamentos urbanos, mas medida que a cidade evolui essas reas so sobrepujadas e sufocadas pela crescente demanda de espaos de moradia, e deslocamento. A cidade passa a no ser mais pensada para o indivduo, aquele que caminha, reconhece e interage diretamente com a cidade, mas para o automvel. Cada vez mais o individualismo dos espaos se reflete no distanciamento entre as pessoas, na frieza da percepo e importncia histrica de determinadas reas do Centro, e na contnua tentativa de melhorias que nunca chegam a ser finalizadas.

  • 10

    2. CONCEITUAO 2.1 A regio- Parque Dom Pedro II

    O Parque Dom Pedro II est localizado no limite leste do distrito da S, na regio central, estando exatamente entre o centro histrico e o tradicional bairro do Brs, fErro! Fonte de referncia no encontrada. abaixo:

    Figura 1:Localizao Parque Dom Pedro II Fonte: Google Earth,visualizao em 13 de abril de 2011

    2.2 Histrico

    A histria do Parque Dom Pedro II, sua implantao e destruio, se insere no processo de evoluo da paisagem na cidade de So Paulo.

    As caractersticas fsicas da cidade foram decisivas para sua ocupao. A colina representava um lugar protegido devido sua configurao natural, porm a vantagem dessas suas condies com o tempo passam de fator favorvel obstculo. Nesse quadro se insere a Vrzea do Tamanduate.

  • 11

    Segundo Langenbuch (1969), alm do obstculo apresentado pelo rio exigindo a construo de pontes, h dificuldades relacionadas com inundaes, interrupo temporria da circulao e com as condies morfolgicas e edficas2 das vrzeas, constituindo-se no domnio mais difcil de conquistar para a implantao de ruas bem como para a urbanizao em geral.

    Em 1730 se principia o bairro do Brs, quando Jos Brs se estabelece s margens da estrada Rio-So Paulo.

    No final do sculo XVIII, durante o governo de Francisco Cunha e Menezes houve a primeira interveno de saneamento no Tamanduate, com o intuito de resolver o problema de inundaes, e embelezar a rea. Menezes autoriza a abertura de uma vala designada para o escoamento de certos trechos, a fim de retificar uma curva do rio. Em 1805 outro Capito General imputou a volta das cheias s obras realizadas e mandou entupir o canal, agravando a situao.

    Nos anos de 1822 a populao costumava utilizar o rio para banhos, principalmente durante o vero, mas esse costume foi reprimido a partir de 1864, quando a municipalidade proibiu esta prtica, pois lavavam-se nus.

    Figura 2: Inundao Vrzea do Carmo, 1892, Bendito Calixto Fonte: Museu Paulista USP

    O caf que impulsiona a descida das colinas s vrzeas. Ao contrrio das estradas antigas, que procuravam reas mais altas para se desenvolver, as ferrvias

    2 Relativo s caractersticas fsicas e qumicas do solo

  • 12

    se instalam nas baixadas planas das vrzeas, orientando novas direes no crescimento da cidade (DUPRAT, 1981) Foi a ferrovia que levou as primeiras indstrias e os bairros operrios para essas reas livres e desvalorizadas pelas inundaes do Tamanduate.

    Em 1872 Joo Teodoro de Matos, realizou as primeiras obras de urbanismo:

    Abre a Rua do Brs e a Estao da Luz, entre as estaes Rio e Campinas. Realiza a ladeira do Carmo, transformao dos brejos do Tamanduate em jardins pbicos, e a estrada em direo Mooca. A travessia do Tamanduate tornou-se mais fcil, a estao norte procou a construo de um grupo de casas, e o Bairro do Brs entrou em plena fase de crescimento.

    Este jardim que Teodoro fez sobre o aterro dos pntanos do Carmo veio receber o nome de Ilha dos Amores, um dos poucos locais de passeio que a cidade oferecia. (DUPRAT, 1981)

    Figura 3: Ilha dos Amores Fonte: GERODETTI & CORNEJO. Lembranas de So Paulo: Solares, 2002

    Essa ilha artificial existiu apenas at 1898, quando se realiza o aterro de grandes reas e se inicia o aprofundamento do leito do rio.

  • 13

    Em 1909 realizada a ltima seo do canal do Tamanduate, so eliminadas as sete voltas nesse trecho, o antigo leito se transforma na Rua 25 de Maro, onde antes existia um porto, de cuja atividade s restou o nome: Ladeira Porto Geral.

    A partir de 1900 So Paulo passa a sentir os reflexos da expanso cafeeira, a cidade tornou-se um grande centro de exportao e importao, sua populao aumenta e h um crescimento no intercmbio comercial e cultural entre Europa e Brasil.

    A elite cafeeira passa a negar os costumes portugueses tornando-se uma sociedade afrancesada. A cidade vivia a Belle Epoque.

    A cidade de So Paulo to cuidadosamente francesa em alguns aspectos que, por toda uma semana, no tive a sensao de encontrar-me no estrangeiro. (DUPRAT apud CLEMENCEAU)

    Marcava um perodo de exuberncia infantil, de concepes ingnuas de felicidade e refinamento cultural, e pela crena ingnua de que essas coisas eram inevitveis consequncias do xito financeiro, em um mundo de oportunidades cada vez mais numerosas (DUPRAT apud MORSE)

    Figura 4: Vista para o Teatro Municipal de So Paulo Fonte: http://wwwaltasculturas.blogspot.com/2009/10/belle-epoque.html

  • 14

    Para atender essa sociedade afrancesada que em 1911 o engenheiro-paisagista francs Joseph-Antoine Bouvard chamado pelo prefeito Raimundo Duprat, para avaliar os planos de melhoramentos urbanos e virios elaborados para a cidade. Dentro desta perspectiva Bouvard elabora duas alternativas de parques para a Vrzea do Carmo, uma delas foi mais tarde desenvolvida pelo arquiteto-paisagista E. F. Cochet.

    O projeto foi em grande parte realizado, mas de implantao lenta e difcil. J havia sido autorizada a construo do parque, mas a falta de recursos

    impossibilitou o incio das obras. Somente em 1914 que o projeto se inicia, o ento prefeito Washington Lus, retira os recursos da prpria vrzea loteando parte dos terrenos lindeiros, dividindo-a em 25 partes, onde a 25 destinada construo do parte, correspondendo uma rea de 451.800m.

    Em 1917 criada a Companhia Parque da Vrzea, que se encarregada da venda dos lotes.

    Em 1918 uma epidemia de gripe somada 1 Guerra Mundial e s condies financeiras do Estado, interrompem as obras. Apenas em 1920 na gesto do prefeito Firmiano de Moraes Pinto que a implantao do parque tem continuidade. Nesse mesmo ano inaugurado o Palcio das Indstrias utilizado para Terceira exposio Industrial.

    Em 1922, com a volta dos restos mortais de Dom Pedro II ao Brasil, o Parque do Carmo passa a se chamar Parque Dom Pedro II, em homenagem ao Imperador.

    O comrcio atacadista na Rua 25 de Maro se iniciou com a venda de grande parte dos lotes para a colnia sria, na finalizao do parque.

    A partir de 1930, a qualidade da estruturao da rea central de So Paulo comea a decair com a presena do automvel que se torna mais evidente, com os primeiros projetos virios e com o afastamento da elite paulistana para outras reas.

    Em 1938 Prestes Maia executa seu plano de avenidas, projeto que afetou significativamente o espao do Parque Dom Pedro II, descaracterizou-o como equipamento urbano, e isolando-o do Brs, de onde provinha a maior parte de usurios. O parque passa a ser a maior ligao entre o centro e a zona leste.

  • 15

    Figura 5: Plano de Avenidas para So Paulo 1930 Fonte: http://www.saojudasnu.blogger.com.br/2005_01_01_archive.html

    No incio dos anos 50 as obras do Permetro de Irradiao3, no haviam terminado e j se cogitava na construo de um novo permetro, e se especulava a elaborao de um sistema de avenidas radiais.

    3 Permetro de Irradiao consistia nas avenidas Ipiranga, So Luiz, Viaduto Nove de Julho,

    Viaduto Jacare, Avenida Maria Paula, Praa Joo Mendes, Avenida Rangel Pestana, Avenida Mercrio e Avenida Senador Queiroz at chegar Avenida Ipiranga.

  • 16

    Figura 6: Vista area do Parque Dom Pedro em 1954, Henri Ballot. Fonte:http://www.saojudasnu.blogger.com.br/2005_01_01_archive.html

    Na gesto de Jnio Quadros em 1955, Prestes Mais (ento Secretrio de Obras), d continuidade as pesquisas reafirmando sua Radial Leste sobre as reas do Parque Dom Pedro II. Foi na gesto do prefeito Prestes Maia que um pesado sistema virio destruiu parque.

    A ligao da Radial Leste com a Praa Clvis Bevilacqua compunha uma srie de obras virias que seriam executadas na poca. Entre essas obras estava estavam a continuao da Avenida do Estado, que passava pelo centro do parque, junto ao canal do Tamanduate; o Viaduto 25 de Maro, para unir os dois segmentos da Avenida Rangel Pestana de cada lado do parque por meio de rampas auxiliares e permitir ligaes em desnvel com as avenidas perimetrais ao parque; o Viaduto Mercrio, que partia do Viaduto 25 de Maro e ligava-o antiga Rua Ana Rosa e o Viaduto Dirio Popular, que cruzando a Avenida do Estado, atrs do Palcio das Indstrias, desembocava no incio da Avenida Mercrio. Tambm

  • 17

    foram construdos o Viaduto 31 de Maro, cortando a mesma Avenida do Estado no extremo sul do parque, e o Viaduto Glicrio que promovia as ligaes lest-oeste com a Radial Leste e possua uma srie de rampas auxiliares. (KLIASS, 1993)

    Em 1969 criado o terminal de nibus Parque Dom Pedro II, em 1970 o sistema de viadutos estava completo, em 1971 inicia-se a construo do metr, seis anos depois o canteiro de obras ainda permanecia ocupando grande parte do parque.

    Figura 7: Parque Dom Pedro II, e seu complexo virio 1971 Fonte: http://www.museudacidade.sp.gov.br/index.php

    Em 1980 se inicia a especulao para recuperao do Parque. Na gesto de Reinaldo de Barros (1979-1982) fala-se em abertura de concurso; na ltima gesto de Jnio Quadros (1986-1988) a prefeitura chegou a fazer um Projeto para recuperao da rea, autoria do arquiteto Raymundo de Paschoal, que previa o

  • 18

    afastamento da Avenida do Estado das margens do Tamanduate, uma conexo entre a cidade alta e a cidade baixa - atravs de um sistema complexo de passarelas - e a criao de lagos margeando o rio, entre outras propostas. A Prefeitura chegou a realizar o afastamento de parte de uma marginal da Avenida do Estado para fora do parque, mas por falta de recursos e tambm com a mudana de gesto, o plano no teve prosseguimento.

    A partir 1989, durante a administrao da prefeita Luiza Erundina foi elaborado um projeto de requalificao da rea, autoria do arquiteto Jos Paulo de Bem, que previa entre outras propostas, a transferncia da Prefeitura para o Palcio das Indstrias, a demolio dos viadutos Dirio Popular, 25 de Maro, 31 de Maro e Rangel Pestana e a retirada do terminal de nibus, porm no houve a proposta de implantao do projeto.

    Em 1996 a Prefeitura abriu um concurso intitulado Concurso Nacional de Idias para um Novo Centro, organizado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). O edital solicitava o incentivo diversidade funcional, a confirmao da vocao de So Paulo para Cidade Mundial, a garantia de um equilbrio de acessibilidade que priorizasse o transporte coletivo sem excluir o particular, e a rea de discusso consistia nos centros velho e novo, o Vale do Anhangaba, o Parque D. Pedro II, a Zona Cerealista, e o ptio de manobras do Pari (antiga estao ferroviria). O projeto vencedor no se limitou em detalhar propostas e intervenes pontuais para as diferente reas descritas no edital, os limites do Centro foram alargados com a incluso de bairros envoltrios, utilizando como base para a rea do Parque Dom Pedro II, o projeto elaborado pelo arquiteto Jos Paulo de Bem, na gesto da prefeita Erundina. Mas no chegou a se cogitar a idia de implantao do projeto vencedor.

    Ainda em 1996, foi criado o Fura-Fila, (projeto de uma linha de VLP, veculo leve sobre pneus) para a cidade de So Paulo, uma ferramenta de marketing eleitoral para a campanha de Celso Pitta prefeitura de So Paulo, idealizado pelo ento prefeito Maluf. O Fura-Fila foi rebatizado posteriormente de Paulisto por Marta Suplicy e depois de Corredor Expresso Parque Dom Pedro II Cidade Tiradentes ou Expresso Tiradentes po Jos Serra. O projeto inicial previa a construo apenas do percurso entre os trechos 1 e 2, conectando o Sacom ao

  • 19

    Parque Dom Pedro II, esses trechos posteriormente seriam as primeiras de muitas linhas.

    As obras se arrastaram por trs anos e foram interrompidas em 2000, o esqueleto da obra inacabada permaneceu at 2002 quando o projeto foi retomado pela prefeita Marta Suplicy. No final de 2003, com um total de gastos de seissentos milhes de reais de duas gestes somadas, as obras foram novamente paralisadas. Aps consideraes que chegaram a levar em conta a demolio de toda a estrutura que inutilizava uma grande rea do Parque Dom Pedro II, agravando ainda mais o estado precrio do espao, na administrao do prefeito Jos Serra optou-se por adaptar a estrutura para um novo corredor de nibus interligando o Sacom, Parque Dom Pedro II e Cidade Tiradentes, alterando de oito para trinta e dois quilmetros de extenso.

    A entrega da obra completa estava prevista para 2008, o que no ocorreu, em 2007 os oito primeiros quilmetros do projeto original foram depois de onze anos entregue.

    Figura 8: Complexo Virio, Expresso Tiradentes e Terminal Parque Dom Pedro II Fonte: http://www.projetosurbanos.com.br/2008/05/28/sp-aerea-centro-velho/

    Ainda na gesto da prefeita Marta Suplicy, transferida para o Edifcio Matarazzo a sede da prefeitura alojada no Palcio das Indstrias, que a partir de 2009 passa a abrigar o Museu Catavento.

  • 20

    Em 2004, aprova-se o Plano Regional Estratgico (Subprefeitura da S) que prev diretrizes para a rea do Parque Dom Pedro II e Centro de So Paulo. Paralelamente ocorre a desapropriao do edifcio So Vito que desde sua degradao gradual - a partir da dcada de 70 - passa a ser um desafio para as gestes e consequentemente um agravante para a rea do Parque Dom Pedro II. A discusso de sua imploso ou revitalizao, durou de 1987 (na gesto de Jnio Quadros) at 2010, quando se iniciaram as obras de demolio manual dos edifcios So Vito e Mercrio, como medida de um plano de requalificao para o Parque Dom Pedro II, (Operao Urbana Centro) visando a integrao do Palcio das Indstrias uma praa que pretende-se construir onde hoje alocam-se os dois edifcios.

    Em 2006 Fernando Chacel, arquiteto paisagista denominado sucessor de Roberto Burle Marx elabora um projeto paisagstico para a rea do Parque Dom Pedro II, mas mais uma vez no se previu a implantao do projeto.

    Atualmente a Operao Urbana Centro, o plano de interveno Municipal que mais tem voltado a ateno para a rea em questo.

    2.3 Caractersticas aide mmoire

    O Parque Dom Pedro II, cortado por cinco viadutos e pela Avenida do Estado, tendo sobrado cerca da metade rea verde que originalmente possua na sua inaugurao. Em sua rea est localizado o Terminal Parque Dom Pedro II de nibus, a Estao Expresso Leste e a Estao Parque Dom Pedro II do metr.

  • 21

    Figura 9: Parque Dom Pedro II- Fonte: http://www.projetosurbanos.com.br/2008/05/28/sp-aerea-centro-velho/

    A regio possui uma intensa concentrao de vendedores ambulantes, grande quantidade de moradores de rua, delitos de pequeno poder ofensivo e usurios de drogas em determinadas reas, sendo o trnsito de pedestres pelas reas arborizadas e embaixo dos viadutos considerado pouco seguro. Uma das reas mais problemticas em termos de segurana a passagem de pedestres que separa o parque do Palcio das Indstrias que recebeu at o apelido de "Faixa de Gaza". J as reas prximas ao terminal de nibus, metr e passarelas so movimentadas e relativamente bem policiadas.

    A poluio do rio Tamanduate e reas ociosas do parque tendem a aumentar a problemtica da regio.

  • 22

    3. OBJETIVO

    Este projeto tem por objetivo criar uma proposta de requalificao urbana para o Parque Dom Pedro II que vise a insero desta rea no contexto da cidade, atribuindo-lhe sentido e uso, defendendo assim a idia de que no caso do Centro de So Paulo o Urbanismo deve estar intimamente ligado ao processo, produo e revitalizao de um espao, de forma a criar um dilogo entre todo e parte.

  • 23

    4. DADOS E RELAES DA REGIO 4.1 Uso e Ocupao do solo

  • 24

    Figura 10: Uso e ocupao Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/

  • 25

    4.2 Desenvolvimento Urbano

  • 26

    Figura 11: Desenvolvimento Urbano Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/

  • 27

    4.3 Rede Estrutural Hdrica Ambiental

  • 28

    Figura 12: Rede Estrutural Hdrica Ambiental Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/

  • 29

    4.4 Sistema Virio Estrutural

    Figura 13: Sistema Virio Estrutural Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/

  • 30

    5. DADOS E RELAES DO LOCAL

    5.1 Mapa Geral

    rea de IntervenoLEGENDA

    Rio Tamanduate

    Figura 14: Mapa Geral

  • 31

    5.2 Mapa Relevo

    Figura 15: Mapa Relevo

  • 32

    5.3 Mapa Edifcios significativos

    Edifcios Tombados

    LEGENDA

    Rio Tamanduate

    Figura 16: Mapa Edifcios Tombados

  • 33

    5.3.1 Relao edifcios significativos

    COLOCAR BREVE HISTRICO 1) Mercado Municipal de So Paulo

    Figura 17: Mercado Municipal Fonte: http://www.flickr.comphotos/epmneto/

  • 34

    2) Palcio das Indstrias

    Figura 18: Palcio das Indstrias Fonte: http://www.flickr.comphotos/epmneto/

  • 35

    3) Casa das Retortas

    Figura 19: Casa das Retortas Fonte: http://novaurbis.blogspot.com/

  • 36

    4) Escola Estadual So Paulo

    Figura 20: Escola Estadual So Paulo Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/

  • 37

    5) Pteo do Colgio

    Figura 21: Pteo do Colgio Fonte: http://culturageralsaibamais.wordpress.com/

  • 38

    6) Solar da Marquesa e Beco do Pinto

    Figura 22: Solar da Marquesa Fonte: http://www.territorioscuola.com/

    Figura 23: Beco do Pinto Fonte: httpwww.museudacidade.sp.gov/

  • 39

    7) Gasmetro

    Figura 24: Complexo do Gasmetro Fonte: http://www.vivaocentro.org/

  • 40

    8) Batalho de Guardas

    Figura 25: Batalho de Guardas Fonte: http://www.piratininga.org

  • 41

    5.4 Mapa Praas e reas Verdes

    Praas e reas verdes

    LEGENDA

    Rio Tamanduate

    Figura 26: Praas e reas Verdes

  • 42

    5.5 Fotos da rea

    Figura 27:rea

    Figura 28: rea

    Figura 29: rea

  • 43

    Figura 30: rea

    Figura 31: rea

    Figura 32:rea

  • 44

    6. REFERNCIAS

    6.1 Referncias Urbanas

    6.1.1 Bouvard

    Figura 33: Plano Bouvard 1911 Fonte: ANELLI, Renato As rede de mobilidade urbana e as transformaes do centro, 2007

    6.1.2 Sami Bussad e Jos de Magalhes (Gesto Mario Covas)

    Figura 34: Plano gesto Mario Covas Fonte: Emurb

  • 45

    6.1.3 Raymundo de Paschoal (Gesto Jnio Quadros)

    Figura 35: Projeto Raymundo de Paschoal Fonte: ATA Desenvolvimento Urbano e Ambiental

    Figura 36: Corte projeto Raymundo de Paschoal Fonte: Emurb

  • 46

    6.1.4 De Bem (Gesto Erundina)

    Figura 36: Projeto De Bem Fonte: Revista Projeto N 138, p. 71, 1991

  • 47

    6.1.5 Concurso de idias para um novo Centro

    Figura 37: Projeto Vencedor Concurso de idias para um novo Centro Fonte: Revista Projeto N 206, 1997

    6.1.6 Fernando Chacel

    Figura 38: Fernando Chacel Fonte: http://www.jardimdasideias.com.br/332-sao_paulo_e_eu

  • 48

    6.1.7 Roberto Loeb

    Figura 39: Vista do projeto urbano realizado pelo escritrio do Arquiteto Roberto Loeb

    Figura 40: Vista de parte do projeto urbano realizado pelo escritrio do Arquiteto Roberto Loeb

  • 49

    Figura 41: Vista de parte do projeto urbano realizado pelo escritrio do Arquiteto Roberto Loeb

    6.1.8 Concurso IAB

    Figura 42: Concurso IAB, vencedor Andr Barros Fonte: http://issuu.com/andrebarros/docs/

  • 50

    6.1.9 Praa Victor Civita

    Figura 43: Perspectiva Praa Victor Civita Fonte: http://pracavictorcivita.abril.com.br/

    Figura 44: Perspectiva 2 Praa Victor Civita Fonte: http://pracavictorcivita.abril.com.br/

  • 51

    Figura 45: Praa Victor Civita Fonte: http://pracavictorcivita.abril.com.br/

    6.1.10 Parque Ibirapuera

    Figura 46: Maquete 1951 Ibirapuera

  • 52

    Figura 47: Parque Ibirapuera

  • 53

    6.2 Referncias Arquitetnicas

    6.2.1 Mrcio Kogan

    Figura 48: Mrcio Kogan

    Figura 49: Mrcio Kogan

  • 54

    6.2.2 - Companhia de pera e Bal da Noruega Kjetil Trdal Thorsen, Tarald Lundevall, Craig Dykers (Snhetta) Oslo, Noruega

    Figura 50: Companhia de pera e Bal da Noruega

    Figura 51: Companhia de pera e Bal da Noruega

  • 55

    6.2.3 Curve Theatre

    Rafael Vinoly Architects Leicester

    Figura 52: Curve Theatre

    Figura 53: Curve Theatre

  • 56

    7. PESQUISA DE CAMPO

    Foi elaborado um questionrio, de forma a compreender as necessidades dos moradores e trabalhadores da rea, a fim de determinar atravs do resultado das perguntas o plano de ao para o projeto.

    O resultado da pesquisa gerou as seguintes concluses:

    7.1 Diagnstico:

    - Segurana: Falta de viaturas, problemas de iluminao e ronda diria. H muitos assaltos

    mo armada.

    - Regio de entroncamento de bairros: As jurisdies adjacentes ao Parque Dom Pedro II no assumem a

    responsabilidade da rea, mesmo quando h denncia de assalto ou violncia. Segundo um dos questionados - trabalhador 20 anos prximo ao Parque - diversas informaes, planos e projetos que no tiveram continuidade, j passaram pela regio, inclusive a insero de uma base policial prxima ao metr.

    - Sistema virio: Regio cortada por grande quantidade de viadutos, vias conectoras e

    arteriais, causando grande fluxo de carros, colapsando o sistema local, ocasionando grandes congestionamentos e dificultando o deslocamento de pequenas distncias dos moradores e trabalhadores. Falta de estacionamentos.

    - Uso e ocupao: rea praticamente comercial, industrial e de servios, apresenta alguns

    condomnios bem adensados e poucas casas.

    - Gabarito: Variado, mas segue na ordem de quatro a seis pavimentos.

  • 57

    - Conservao: Grande parte em regular e pssimo estado, apresentam falta de manuteno,

    patologias de edificaes, pichaes, apropriao indevida por moradores de rua, cortios etc.

    - Moradores de rua: A maioria deles se estabelecem nas proximidades do Mercado Municipal,

    devido ao movimento de carga de alimentos, tendo assim facilidade em consegui-lo.

    - Infraestrutura: Ausncia de posto de sade, hospital, farmcia, supermecado e posto de

    polcia.

    - Parque Dom Pedro II: Pouco utilizado pelos moradores e trabalhadores da regio, por causa

    da falta de segurana. Mais utilizado por crianas uso da quadra - e moradores de rua.

    7.2 Diretrizes:

    Conceito:

    Valorizao do espao urbano atravs da promoo de reas de lazer, reas verdes e conexes entre os espaos.

    Partido: Espao:

    - Implantar reas de lazer, reas verdes, espaos dinmicos e estticos;

    - Conexes entre os espaos atravs de percursos pr definidos; - Interligar os dois lados do Rio Tamanduate atravs de passarelas

    suspensas sobre o mesmo, e Edifcio Ponte; - Fluxo de pedestres intensificar de forma que utilizem o parque como

    rea de passagem e de repouso;

  • 58

    - Conexo com o Ptio do Colgio atravs do Beco do Pinto; - Interligar as praas Ragueb Chofi e Fernando Costa ao parque

    atravs de percursos definidos, facilitado pela rua local estabelecida (ver sistema virio)

    - Implantar lagos artificiais; - Implantar ciclovias e pistas de cooper; - Propor iluminao para as reas de percurso e permanncia. - Propor bases policiais em regies especficas; - Integrar as quadras do Ed. So Vito e quadras adjacentes ao parque;

    Sistema Virio e Transportes: - Afastar Avenida do Estado das margens do rio, para fora do parque; - Demolir Viaduto dirio popular para ampliar a vista para o Parque

    Dom Pedro II; - Implantar via expressa por baixo dos dois lados da Avenida do

    Estado, de forma a aliviar o fluxo; - Implantar rotatria na transposio do rio Tamanduate prximo ao

    Mercado Municipal e prximo ao Pari; - Desativar ruas que atualmente do acesso quadra do Ed. So Vito

    e ruas adjacentes, para integr-las (quadras) ao parque; - Implantar rua de fluxo local no percurso que compreende Av. do

    Estado na altura do Mercado Municipal, at o antigo Instituto Mau; - Transferir o terminal de nibus Parque Dom Pedro II, para o Ptio do

    Pari, criando um terminal intermodal: conexo entre o trem, Expresso Tiradentes e nibus;

    - Implantar Parada Expresso Leste na altura da Casa das Retortas; - Implantar conexo do Expresso Tiradentes com o metro Parque Dom

    Pedro II atravs de linha subterrnea, estendendo-a at o Ptio do Pari; - Implantar pequenos terminais de nibus de forma a no colapsar o

    Terminal Intermodal do Pari.

    reas comerciais: - Implementar terminal de compras na Parada Expresso Leste Casa das Retortas;

  • 59

    - Vetorizar comrcio no sentido sul, atravs de pontos comerciais, nas quadras que margeiam o Parque Dom Pedro II.

    Equipamentos - Interligar equipamentos existentes e novos atravs de passeios e

    percursos pr definidos; - Novos equipamentos: Complexo Gastronmico (Escola e restaurante escola), Edifcio Ponte (Museu do Caf, Administrao do parque, reas de alimentao), Complexo de Esportes (Antigo Batalho da Guarda), Quadras de esportes, Pista de skate, Pista de bicicross; Playground; Atividades Aquticas caiaque, pedalinho Caf; Edifcios multiuso (sanitrio/vestirio, lanchonete, bicicletrio, ambulatrio), Praa multifuncional. Quando da construo de novas edificaes dar preferncia s de

    baixo gabarito com o objetivo de abrir o Parque Dom Pedro II para a viso do transeunte e fluxo de carros, criando pontos focais4.

    Entorno imediato - Propor a manuteno e recuperao de fachadas dos edifcios em pssimo

    estado de conservao; - Propor a instalao de cabeamentos subterrneos, de forma a valorizar o

    espao visual; - Propor padronizao das caladas.

    4 Referncia Kevin Lynch e Gordon Cullen,

  • 60

    8. PROPOSTA

    8.1 Projeto 8.2 Cortes

    8.3 Perspectivas

  • 61

    9. BIBLIOGRAFIA

    www.arqbacana.com.br http://noticias.r7.com http://historiapublica.blogspot.com http://sempla.prefeitura.sp.gov.br http://www.prefeitura.sp.gov.br/

    DEL RIO, Vicente - Voltando s origens A revitalizao de reas porturias nos centros urbanos, Centro de Arquitetura e Urbanismo, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 2001

    GASTAL, Susana Cidade na Ps Modernidade: superando a esfera pblica, UNI Revista, Vol. 1, N 3, Julho 2006

    HABERMAS, J. - Mudana Estrutural na esfera pblica, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1984

    MONTEIRO, Lenine Bueno O espao pblico no debate atual: uma crtica ao urbanismo ps moderno, Estudos, Goinia, Maro/Abril 2008

    LANGENBUCH, Juergen Richard O sistema virio da cidade de So Paulo em suas relaes com o stio urbano, Geografia Urbana, Instituto de Geografia, N 2, p.3, USP, 1969

    NOBRE, Eduardo A. C. - Revitalizao de reas Centrais degradadas, FAUUSP- Dep. De Projeto

    JOS, Beatriz Kara Polticas Culturais e Negcios Urbanos, Annablume, 2007

    CHOAY, Franoise O Urbanismo, Perspectiva, 2005

  • 62

    TOMINAGA, Yasuko e SOUZA, Saide K. Proost de A paisagem paulistana e seus espaos pblicos, uma proposta de trabalho didtico, Integrao, Ano X, N 37, 2004

    ALVES, Jos Augusto do Santos Espao Pblico e Ps-Modernidade: a urgncia da recentrao da alteridade perdida, Centro de Histria da Cultura da Universidade Nova de Lisboa, 2005 Esta temtica, com alteraes, e na verso em lngua francesa, foi objecto (sic) de comunicao apresentada ao XVII e Congrs International des Sociologues de Langue Franaise. Lindividu social, autres ralits, autre sociologie? (Universit Franois Rabelais de Tours), 2004.

    TOLEDO, Benedito Lima de So Paulo: Trs cidades em um sculo Duas Cidades, 1983

    OLIVEIRA, Fabiano Lemes de Modelos Urbansticos Modernos e Parques Urbanos: As relaes entre Urbanismo e Paisagismo em So Paulo na Primeira metade do Sculo XX, Tese de Doutorado, Doctorado em Teoria e Historia de La arquitectura departamento de composicin arquitectnica, Univesitat Politcnica de Catalunya, 2008

    KLIASS, Rosa Grena Parques Urbanos de So Paulo, Pini, 1993

    DUPRAT, Isabel O Parque Dom Pedro II e a paisagem paulista, Revista Projeto, Agosto, N 32, p. 54, 1981.