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Cataguases em três tempos projeto urbano e valorização do patrimônio cultural Trabalho Final de Graduação apresentado na Escola da Cidade, em Dezembro de 2012. Aluno: André Portugal Godinho Orientadora: Flávia Brito Nascimento

TFG_CATAGUASES EM 3 TEMPOS_André Godinho

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Meu caderno de TFG: projeto urbano em Cataguases/MG.

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  • Cataguases em trs temposprojeto urbano e valorizao do patrimnio cultural

    Trabalho Final de Graduao apresentado na

    Escola da Cidade, em Dezembro de 2012.

    Aluno: Andr Portugal Godinho

    Orientadora: Flvia Brito Nascimento

  • NDICE

    APRESENTAO

    1. A FORMAO DA CIDADE E A ARQUITETURA ECLTICA

    2. A INDUSTRIALIZAO E A ARQUITETURA MODERNA

    3. A MINERAO E O PATRIMNIO CULTURAL

    IDENTIDADE VISUAL NO CENTRO HISTRICO

    37

    91

    9

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    16

    4. PROPOSTAS

    NORMATIVA DE PUBLICIDADE

    PROJETO URBANO

    EQUIPAMENTOS URBANOS E MOBILIRIO

    BIBLIOGRAFIA

  • APRESENTAO

  • 6. questes iniciais

    Cataguases a cidade do meu pai. E Leopoldina, vizinha a 18km de distncia, a cidade da minha me. Desde sempre,

    primeiro dia de frias era dia de viajar, dia de ir pra Minas. Naquela poca - bons tempos - tnhamos trs meses de frias escolares

    por ano, e era para l que eu e minha famlia corramos. Foi uma surpresa chegar na faculdade, anos depois, e perceber que aquela

    minha Cataguases, to ntima, to prxima, era objeto de estudo, to querida tambm nos meios acadmicos de arquitetura. Me

    orgulhou. E depois me trouxe um certo peso, uma certa responsabilidade.

    No segundo ano da Escola da Cidade, uma das viagens feitas foi para o Vale do Paraba, arquitetura colonial e fazendas de caf,

    mas com uma passada de dois dias em Cataguases. Decidi, nessa ocasio, que Cataguases seria meu tema de TFG. Eu precisei

    sair de Cataguases e voltar com outros olhos para perceber sua importncia e reconhecer uma certa culpa boa, me me motivou

    a tentar melhorar as condies urbanas e de valorizao do patrimnio na cidade. Coloquei em prtica o uso de um olhar crtico

    e profissional sobre a cidade e analisei suas caractersticas, necessidades, problemas e potencialidades, chegando concluso de

    que o projeto que Cataguases precisa um projeto urbano, de comunicao e identidade visual. Em suma, uma organizao do

    existente, para que ele possa aparecer com clareza e a importncia merecidas.

    A cidade teve destaque nacional graas sua produo cultural do sculo XX, como o primeiro ciclo de cinema da companhia

    Phebo Sul America Filme, de Humberto Mauro, o movimento literrio Verde nos anos 1920 e a arquitetura e artes plsticas

    modernas a paritir dos anos 1940. Em 1994, o IPHAN (Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional) reconhece o

    patrimnio da cidade a partir da proposta de tombamento de dezesseis edifcios, alm da criao de um polgono de tombamento

    urbano, que delimita uma rea central de interesse de preservao, graas ao seu patrimnio urbano modernista.

    Por se tratar de um destino histrico, mas com caractersticas to singulares no Brasil - trata-se de um stio cuja caracterstica

    mais reconhecida a de possuir um conjunto de edifcios de estilo moderno e no colonial ou puramente ecltico, como a maioria

    das nossas cidades histricas - a interveno proposta na cidade tem que ser tambm singular e sensvel s suas demandas. Vi

    ao longo do estudo que o modernismo apenas mais uma parte da histria dessa cidade, to pequena e prspera em todas as

    suas fases, inclusive a contempornea e o que est por vir.

    Este trabalho pretende, portanto, valorizar o que Cataguases tem, por meio de uma nova proposta de projeto urbano e de

    comunicao visual. Para chegar no produto final, foi um ano de pesquisas intensas, muitas visitas e levantamentos, muito desenho

    e projeto, sintetizados aqui neste caderno.

    DistnciasBelo Horizonte 310 kmJuiz de Fora 211 kmRio de Janeiro 253 kmSo Paulo 576 kmPopulao69.757 (IBGE - 2010)Densidade demogrfica141,85 hab/km2rea 491,767 km2Altitude 167m acima do nvel do marDistritosAracati de MinasCataguarinoCataguases (distrito sede)GlriaSerenoVista Alegre

    Brasil

    Minas Gerais

  • 7reconhecimento do municpio

    Vistas do centro da cidade atualmente: retratos da poluio visual,

    encortinamento dos edifcios, falta de unidade geral, desorganizao

    do transporte.

  • 8!.

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    Cataguases

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    MG

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    TFG Andr Godinho

    Hipsometria Natural emCataguazes - MG

    ESCALA:

    Jun/2012Escola da Cidade

    DATA:

    1:20.000

    LOCALIZAO DA FOLHAREFERNCIAS

    SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRFICAS,

    DATUM HORIZONTAL: SAD69

    ESCALA GRFICA

    0 0,50,25

    km

    CONVENES CARTOGRFICAS

    :Fontes: IBGE Brasil ao milhonsimo &

    BDG Augusto Godinho

    Elaborao: Andr Godinho

    Junho/2012.

    !. Sede Municipal Hipsometria (m)320 - 340290 - 320260 - 290

    230 - 260200 - 230170 - 200

    hipsometria

    Mapas hipsomtrico e de declividade, produzidos

    a partir de foto area. A maior e mais antiga parte

    da cidade est inteira implantada na vrzea

    plana do Rio Pomba e do Ribeiro Meia Pataca,

    principalmente.

    Ribeiro Meia Pataca

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    Cataguases

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    TFG Andr Godinho

    Declividade Natural em Cataguazes - MG

    ESCALA:

    Jun/2012Escola da Cidade

    DATA:

    1:20.000

    LOCALIZAO DA FOLHAREFERNCIAS

    SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRFICAS,

    DATUM HORIZONTAL: SAD69

    ESCALA GRFICA

    0 0,50,25

    km

    CONVENES CARTOGRFICAS

    :Fontes: IBGE Brasil ao milhonsimo &

    BDG Augusto Godinho

    Elaborao: Andr Godinho

    Junho/2012.

    !. Sede Municipal Declividade312

    203045

    declividade

  • 9O surgimento do primeiro povoamento onde hoje est Cataguases data do incio do sculo XIX, por ser parte da rota entre o

    interior minerador do estado de Minas Gerais e o litoral do Rio de Janeiro, mais especificamente Campos dos Goitacazes, por onde

    o ouro e outros minerais eram levados do pas. Em 1828, Guido Marlire, um francs que trabalhava para o Imprio, foi designado

    Coronel Comandante das Divises Militares do Rio Doce, sendo responsvel pela criao oficial do povoamento, que recebeu a

    alcunha Arraial de Santa Rita do Meia Pataca.

    Abaixo segue texto datado desta poca, em que Guido Marlire determina algumas diretizes para a cidade, numa espcie de

    Plano Diretor incipiente, mas que j demonstra a preocupao do uso e ocupao do solo na cidade desde sua primeira ocupao.

    1. a formao da cidade e a arquitetura ecltica

    Chegada na atual praa da estao, antes de a mesma existir

    Praa Rui Barbosa

    Avenida Astolfo Dutra com crrego recm canalizado

    Vista ponte metlica no incio do sculo XX

  • 10Fonte: BAHIA, 2011

    Ao nascente, com o Ribeiro chamado Meia Pataca; ao Poente, com o Rio Pomba; e a

    Nordeste com hum pequeno Corrego, que desagua no Meia Pataca; e pelos fundos com o

    Doador: neste sitio mandei affincar por este mesmo tres marcos de pa chamado Marmelada,

    e, lavrados, para evitar dissenoens futuras entrelle, e os moradores do arrayal.

    A Estrada nova atravessa este em linha recta.

    Delineei as ruas na distncia de cincoenta passos de hum, e outro angulo da Igreja - a

    Praa Publica, e o lugar futuro para o corpo da mesma Igreja, que por ora no tem seno

    a Capella Mr afim de que se forme huma Povoao bem regular para aqual convida a sua

    bella localidade.

    Deixo os meus poderes, e a recomendao ao Sargento Henrique Joz DAzevedo para

    conceder terreno pa Cazas, e Quintaes, na projeo delineada, deixando sete palmos de

    intervalo entre huma casa, e outra, para serventias publicas, e poder acodir a qualquer

    incendio, na forma do retro citado Directorio para a creao de Arrayares em terras de Indios.

    No consentir nos arruamentos Cazas Cobertas de capim, para evitar incndios.

    O Directorio no concede mais que 60 palmos de frente, e 100 - de fundos para Quintal

    (permittindo-o o terreno) para o Revrdo. Capello, Commandante, e pessoas graduadas -

    50 ditos para os que so de classe mdia, com 80 de fundos - 40 em fim para os mais

    habitantes, e 70 de fundo.

    Nada de Quintaes nas frentes, intermeadas com as Cazas.

    Ninguem tem direito de edificar no terreno destinado a Praa Publica, o qual fica pertencente

    a Communidade em geral, e a ninguem em particular.

    E por parecer este arranjo justo aos moradores, e ao Sargento doador, o qual fiz para o bem

    Publico, e em virtude do meu Cargo. Lavrei este Termo para servir de regulador pelo futuro,

    por mim assignado, assim como pelas pessoas presentes; ficando copia delle depozitada em

    mos do j mencionado Sargento para conhecimento, e intelligencia de todos.

    Quartel Geral do Porto de Diamantes em 26 de Maio de 1828

    Guido Thomas Marlire

    Coronel Commandante das Divisoens Militares do Rio-Doce, Director Geral dos Indios e

    Inspector da Estrada de Minas ao Campo dos Goytacazes.

    (Documento de doao do terreno municipal e sua delimitao por Guido Thomas Marlire

    em 26/05/1828)

  • 11

    O plano da cidade era formado basicamente por duas praas (atuais Santa Rita e Rui Barbosa) e poucas ruas que as conectavam,

    tudo isso implantado entre os Rio Pomba e Ribeiro Meia Pataca, numa regio de formao geolgica de mares de morros,

    caracaterizada pela existncia de seguidas colinas e vales. A ocupao da cidade, seguindo exemplo de quase todas as cidades

    brasileiras, deu-se de maneira a ignorar urbansticamente a existncia do rio, virando suas costas para ele.

    A decadncia do ouro criou um movimento migratrio que possibilitou o crescimento de cidades nos caminhos do interior em

    direo ao litoral, criando uma economia rural nos arredores de Cataguases. O Arraial torna-se Freguesia de Santa Rita do Meia

    Pataca em 1851 e a Freguesia elevada a Vila de Cataguases em 1875.

    Desde meados do sculo XIX, a produo aurfera do Estado de Minas Gerais comea a decair e, em contrapartida, ascende a

    produo de caf em toda a Zona da Mata, ao Sudeste do Estado, regio onde se encontra a cidade. Neste novo contexto, o caf

    impulsiona o comrcio e o diversifica para melhor atender as fazendas e outras vilas da regio.

    Em 1878 extendido um brao da Estrada de Ferro Leopoldina at a cidade, quando inaugurada a Estao de Trem, objeto

    de estudo deste trabalho. A chegada do trem traz ainda mais vigor economia local, transformando Cataguases no plo comercial

    da regio. A construnao da Estao marca um novo vetor de crescimento da cidade, deslocando o comrcio no sentido Norte, na

    vrzea do Ribeiro Meia Pataca. Assim, surgem as primeiras vilas proletrias e outros bairros populares mais afastados do centro

    da cidade. Graas a esse fluxo intenso de pessoas e mercadorias adquirida com a chegada da ferrovia, houve no final do sculo

    epidemias de doenas como febre amarela e clera, criando a necessidade de se fazer reformas urbansticas chamadas higienistas,

    como a construo de dutos de esgoto e gua, calamento das ruas e canalizao do crrego Lava-Ps, alm da construo de

    edifcios como cemitrio, matadouro e hospital.

    ferrovia e estaoevoluo urbana PRIMEIRA ZONA: ncleo primitivoSEGUNDA ZONA: expanso ferroviriaTERCEIRA ZONA: canalizao do crregoQUARTA ZONA: indstria+vila operria

  • 12

    Neste perodo de forte atividade econmica, Cataguases tem uma produo arquitetnica ecltica. Vigente em outras partes do pas,

    principalmente nas capitais, o ecletismo foi um estilo que marcou este perodo do pas. Em Cataguases, h diversos exemplares deste

    tipo de arquitetura, alguns substitudos por edifcios novos - como o caso do Theatro Recreio e da Catedral de Santa Rita - e outros

    preservados at o dia de hoje.

    So caractersticas marcantes deste tipo de construo o uso de frontes, elementos tipicamente greco-romanos em geral, muitos

    ornatos, pores altos, entre outras caractersticas deste estilo. Geralmente no apresentam recuos frontais, com o alinhamento da

    fachada junto calada. H exemplos de edifcios privados e pblicos que apresentam esses elementos, como diversas casas, a antiga

    Catedral de Santa Rita e o Theatro Recreio (ambos demolidos e substitudos por edifcios modernos), alm da prefeitura municipal,

    cadeia, Banco do Brasil, Hotel Villas, a estao de trem, entre outros.

    Quando do tombamento por parte do IPHAN, os edifcios eclticos foram deliberadamente deixados de lado, apenas incorporados

    na rea de entorno. Foram reconhecidos como patrimnio da cidade somente um pouco mais tarde, com a iniciativa municipal de

    tombamento de alguns edifcios como a Companhia Brasileira de Alimentos, o Hotel Villas e a estao de trem.

    Antiga Catedral de Santa Rita de Cssia, que ficava na Praa Santa Rita, no mesmo lugar onde hoje est implantada a nova catedral.

    Theatro Recreio, que situado Praa Rui Barbosa, no mesmo lugar onde foi construdo Cine Teatro Edgar, nos anos 1950

    Trs fases do edifcio Cia Brasileira de Alimentos: o primeiro (Engenho Central de Cataguases) do incio do sculo XX; a segunda foto mostra o edifcio reformado, com platibanda e alinhamento da fachada inteira com a calada e a terceira foto a situao atual em que se encontra o edifcio, tombado em nvel municipal.

  • 13

    Delegacia Civil

    Prefeitura Municipal

    Vista da rua XXX com o trilho do bonde.

    Colgio Coronel Vieira, na Avenida Astolfo Dutra

    Interior do Theatro Recreio

    Vista da Praa Rui Barbosa, com a sede da Maonaria e o Theatro Recreio

  • 14

    GRANDE HOTEL VILLAS

    MUSEU DA ELETRICIDADE

    CHCARA DONA CATARINA

    PAO MUNICIPAL

    ESCOLA ESTADUAL GUIDO MARLIRE

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    GRUPO ESCOLAR CORONEL VIEIRA

    ESTAO FERROVIRIA05

    FBRICA DE FIAO E TECELAGEM

    IRMOS PEIXOTO

    CIA. BRASILEIRA DE ALIMENTOS

    inventrio de arquitetura ecltica

    PONTE METLICA10

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    2. a industrializao e a arquitetura modernaNum contexto de crescimento urbano e econmico proveniente de chegada da ferrovia, Cataguases recebe sua primeira fbrica

    em 1905, a Companhia de Fiao e Tecelagem de Cataguases e em seguida a Companhia Fora e Luz Cataguases-Leopoldina,

    responsvel por fornecer luz eltrica para a regio. A partir de ento, a elite de Cataguases, alinhada elites das capitais, inicia

    um processo de modernizao nos campos poltico, social, cultural e econmico. Durante esse perodo de modernizao da

    cidade, tanto urbansticamente quanto nos costumes e cultura, comearam a surgir movimentos culturais que criaram cenrio de

    efervescncia cultural, graas a principalmente duas famlias poderosas, os Dutra e os Peixoto.

    Nos anos 1920 inicia-se o ciclo de cinema produzido por Humberto Mauro, Pedro Comello e Eva Nil, com a Phebo Sul America

    Films, alm de um movimento literrio intitulado Movimento Verde, lanado junto com a Revista Verde, revista literria ligada

    poesia moderna com seis volumes publicados entre 1927 e 1929.

    Dos anos 1940 at a dcada de 1970, Cataguases viveu uma intensa renovao esttica. Graas a iniciativa principalmente da

    famlia Peixoto, que financiou a substituio simblica de alguns grandes equipamentos urbanos de estilo ecltico por modernos,

    como o Teatro recreio - substitudo pelo Cine Teatro Edgar, a Catedral de Santa Rita de Cssia e o colgio Cataguases. Aparecem,

    neste nterim, um enorme nmero de projetos comuns de residncias para a classe mdia, que povoam a cidade com arquitetura

    moderna. No campo da arquitetura moderna, pode-se dizer que a obra inaugural foi o projeto da residncia de Francisco Incio

    Bonde puxado a cavalos, XXXX

    Companhia de Fiao e Tecelagem, 1905indstrias

    antiga fbrica Cia. de Fiao e

    Tecelagem de Cataguases

    Companhia Industrial Cataguases

  • 17

    Peixoto Oscar Niemeyer, em 1942. Logo em seguida foi construdo o Colgio Cataguases, tambm projeto de Niemeyer, e mais diversos

    outros projetos encomendados a arquitetos do Rio de Janeiro e que representavam a vanguarda da arquitetura brasileira naquele momento,

    como Carlos Leo, Aldary Toledo, Irmos Roberto, Francisco Bolonha, entre outros, alm tambm dos artistas plsticos, paisagistas e

    designers de mveis do perodo: Cndido Portinari, Djanira, Emeric Marcier, Ansio Medeiros, Bruno Giorgi, Jan Zach, Burle Marx, Joaquim

    Tenreiro.

    Colgio Cel. Vieira e Colgio CataguasesTeatro Recreio x Cine Teatro EdgarIgreja e Catedral de Santa Rita de Cssia

    Ecltico x Moderno

  • 18

    RESIDNCIA JAYME AFONSO DE SOUZA

    RESIDNCIA JOS MARIA PORTO ROCHA

    Av. Astolfo Dutra, 360 | 1964arquitetura Luzimar Ges Telles

    Av. Humberto Mauro, 162arquitetura Luzimar Ges Telles

    Av. Humberto Mauro, 20 | 1953arquitetura Luzimar Ges Telles

    RESIDNCIA JOS QUERZ FILHO

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    PRAA RUI BARBOSA

    1957arquitetura Luzimar Ges Telles (praa) | Francisco Bolonha (concha acstica)

    Praa Sandoval Azevedo, 1960arquitetura Luzimar Ges Telles

    CONJUNTO HABITACIONAL PRAA SANDOVAL AZEVEDO

    Rua Coronel Vieira, 182 | 1966-69arquitetura Jos Vicente Nogueira painel Cristina Paiva

    I.A.P.I.

    Rua Coronel Vieira, 182 | 1967arquitetura Fernando Oliveira Graa

    RESIDNCIA JOS SERENO LOPES

    HOSPITAL

    arquitetura Luzimar Ges Telles

    CMARA MUNICIPAL

    Rua Cel. Antnio Augusto de Souza, 211 | 1958arquitetura Luzimar Ges Telles

    SINDICATO DOS TRABALHADORES EM ENERGIA ELTRICA

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    inventrio de arquitetura moderna

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    Vila Tereza | 1953-1958arquitetura Francisco Bolonhaobras Bruno Giorgi | Cndido Portinari

    COLGIO CATAGUASES

    MONUMENTO JOS INCIO PEIXOTO

    RESIDNCIA DOUTOR OTTNIO

    RESIDNCIA JOS PACHECO

    VILA OPERRIA COMPANHIA INDUSTRIAL

    Chcara Granjaria | 1945-1949arquitetura Oscar Niemeyerpaisagismo Roberto Burle Marxobras Jan Zach | Joaquin Tenreiro | Paulo Werneck | Cndido Portinari

    Av. Astolfo Dutra, 166 | 1957-1958arquitetura Francisco Bolonhamobilirio Joaquim Tenreiro obras Emeric Marcier | Ansio Medeiros

    Av. Astolfo Dutra, 146 | 1945-1947arquitetura Aldary Henriques Toledopaisagismo Francisco Bolonha

    Rua Francisca de Souza Peixoto | 1960arquitetura Francisco Bolonha

    HOTEL CATAGUASES

    Rua Major Vieira, 56 | 1948-1951arquitetura Aldary Henriques Toledo | Gylberto Lyra de Lemosobras Carlos Perry | Jan Zack

    Praa Rui Barbosa |1946-1952arquitetura Aldary Henriques Toledo e Carlos Azevedo Leo

    CINE EDGAR

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    EDIFCIO A NACIONAL

    Praa Rui Barbosa, 68 | 1953-1957arquitetura MMM Roberto

    RESIDNCIA ROBERTO CASTRO FONSECA

    Av. Astolfo Dutra, 641Dcada de 1960

    RESIDNCIA JOS DE CASTRO

    Rua dos Estudantes, 60 | 1948arquitetura Francisco Bolonha

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    EDUCANDRIO DOM SILVRIO

    Praa Santa Rita, 270 | 1951-1954arquitetura Francisco Bolonhapainis Ansio Medeiros | Emeric Marcier

    RESIDNCIA JOS INCIO PEIXOTO

    Av. Astolfo Dutra, 116 | 1948arquitetura Edgar Guimares do Vallepaisagismo Roberto Burle Marxpainel Paulo Werneck

    RESIDNCIA FRANCISCO INCIO PEIXOTO

    Rua Major Vieira, 154 | 1940-1942arquitetura Oscar Niemeyer paisagismo Roberto Burle Marxobras Jan Zach | Jos Pedrosa | Joaquim Tenreiro

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    MATRIZ DE SANTA RITA DE CSSIA

    Praa Santa Rita | 1944-1968arquitetura Edgar Guimares do Vallepainel Djanira

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    RESIDNCIA WELLINGTON DE SOUZA

    Rua dos Estudantes, 54 | 1948arquitetura Francisco Bolonha

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    RESIDNCIA COMPANHIA INDUSTRIAL

    Av. Astolfo Dutra 669/693 | 1947arquitetura Aldary Henriques Toledo

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    RESIDNCIA ANTNIO HLCIO DE QUEIRZ

    Praa Santa Rita, 11 | 1964arquitetura Luzimar Ges Telles

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    RESIDNCIA ANAMIRTES LACERDA

    Av. Astolfo Dutra, 444 | 1958arquitetura Luzimar Ges Tellespainel Domenico Lazzarine

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    RESIDNCIA MAURO CARVALHO RAMOS

    Av. Humberto Mauro, 139 | 1955arquitetura Luzimar Ges Telles

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    RESIDNCIA ALTAMIRO PEIXOTO

    Av. Humberto Mauro, 419 | 1952arquitetura Luzimar Ges Telles

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    3. a minerao e o patrimnio culturalEm 1994, o IPHAN (Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional) promove o tombamento de dezesseis bens imveis

    isolados situados dentro de uma poligonal de tombamento, que teoricamente determina uma rea na qual h legislao especfica

    no que diz respeito a preservao de uma rea que torna-se a partir de ento patrimnio nacional. O que pode ser notado neste

    tombamento, no entanto, que a proposta de preservao sugerida pelo IPHAN referencia-se somente aos imveis de carter

    moderno, deixando de lado imveis do perodo ecltico.

    Alguns anos depois do tombamento do IPHAN, outra proposta de presevao foi feita em nvel municipal, adicionando lista

    outros edifcios importantes, na sua maioria eclticos. Dessa forma, hoje teoricamente a cidade tem um nmero representativo

    de imveis tombados isoladamente, das duas pocas mais distinguiveis da cidade: poca do caf e era indstrial. O que se torna

    interessante na cidade que, apesar de ter havido algum tipo de sobreposio das tempos e suas estticas, os dois perodos esto

    bem representados e convivem bem na cidade. A partir disso, e de outros estudos sobre a cidade, como o Guia de Arquitetura

    Moderna e o a tese de mestrado A Construo de um Patrimnio Cultural, ambos do arquiteto Paulo Alonso, nascido na cidade,

    percebe-se que h uma srie de outros edifcios dentro do permetro de tombamento que podem ser considerados fundamentais

    para a leitura da cidade historicamente.

    Em 2006, o mesmo Paulo Alonso coordenou a produo do Plano Diretor Participativo da cidade, no qual proposta a incluso

    no permetro de proteo proposto pelo IPHAN de algumas reas no abordadas anteriormente e a excluso do cemitrio, por

    exemplo, num novo permetro chamado ZPC- Zona de Proteo Cultural. Apesar de todos os nveis de tombamento (municipal e

    federal) e dos estudos acadmicos sobre o patrimnio da cidade, no houve a criao de normativas e regras especficas para a

    preservao do mesmo.

    Na prtica, a atuao do IPHAN, sem escritrio regional na cidade, se d de maneira completamente precria. As novas

    construes praticamente no passam pelo crivo do IPHAN, que no tem estrutura suficiente para atender a demanda de anlise

    de projetos. Alm disso, foi vetada pela prefeitura a proposta da equipe que produziu o Plano Diretor para diminuir o coeficiente

    de aproveitamento dos edifcios na zona central tombada, reduzindo a possibilidade de construo com o gabarito da rea para

    no mximo 3 pavimentos.

    Tudo isso muito complicado de se discutir quando no h um estudo para a rea com a participao dos rgos de

    preservao e levando-se em conta que a rea central, tombada, justamente a rea de maior atividade comercial e econmica

    da cidade, que cresce revelia do tombamento.

  • 25

    espaos culturaisespaos esportivosespaos pblicos

    mapa de usos mapa tombamentos

  • 26

    TOMBADOS PELO IPHAN + MUNICPIO01. Colgio Cataguases02. Cine Edgar03. Grupo Escolar Cel. Vieira04. Monumento Jos Incio Peixoto05. Ponte Metlica06. Estao

    TOMBADOS PELO IPHAN07. Residncia Francisco Incio Peixoto08. Residncia Doutor Ottnio09. Residncia Jos Pacheco10. Residncia Jos Incio Peixoto11. Hotel Cataguases12. Edifcio A Nacional13. Vila Operria Cia. Industrial14. Fbrica de Fiao e Tecelagem Irmos Peixoto15. Museu da Eletricidade16. Educandrio Dom Silvrio

    TOMBADOS PELO MUNICPIO17. Chcara Dona Catarina18. Cia. Brasileira de Alimentos19. Edifcio Rua Rabelo Horta20. Guido Marlire21. Delegacia de Polcia22. Pao Municipal

    OUTROS EDIFCIOS DE INTERESSE23. Residncia Hlcio Queirz24. Matriz de Santa Rita de Cssia25. Residncia Jos de Castro26. Residncia Wellington de Souza27. Residncia Roberto Castro Fonseca28. Residncia Cia. Industrial29. Residncia Anamirtes Lacerda30. Residncia Mauro Carvalho Ramos31. Residncia Altamiro Peixoto32. Residncia Jos Maria Porto Rocha33. Residncia Jos Queirz Filho34. Residncia Jayme Fonseca Souza35. Praa Rui Barbosa36. I.A.P.I.37. Residncia Jos Sereno Lopes38. Sindicato dos Trabalhadores em Energia Eltrica39. Conjunto Habitacional Praa Sandoval Azevedo40. Pa. Manoel Incio Peixoto41. Cmara Municipal 42. Hospital

  • 27

    O mapa acima mostra a sobreposio das trs propostas de tombamento feitas para Cataguases: a primeira pelo IPHAN, a reviso do

    Plano Diretor de 2006 e uma proposta diferente, que aparece na tese de mestrado Interpretao da Geografia Cultural da Paisagem

    Urbana de Cataguases, do arquiteto Cludio Bahia, que prope o tombamento levando em conta toda a paisagem da cidade, baseada

    nas colinas que conformam o vale onde ela est implantada.

    perimetro Plano Diretorpermetro IPHANcolinaspermetro proposto pelo Cludio Bahia

  • 28

    CATScongresso de arquitetura, turismo e sustentabilidade de Cataguases

    Este congresso foi realizado em Abril de 2012 em Cataguases, com iniciativa local e programao com oficinas, palestras e apresentaes

    de trabalhos relacionados ao tema. Pelo fato de a Escola da Cidade visitar a cidade todos os anos, a professora Joana Mello foi

    convidada para participar do CATS e, aproveitando a oportunidade,pediu para que eu e a professora Flvia Brito, minha orientadora de

    TFG montassemos junto com ela alguma oficina que pudesse auxiliar o incio do meu trabalho. Chegamos ento a concluso de que

    seria interessante apresentarmos as viagens que a Escola da Cidade promove todos os anos, num primeiro momento, e questionarmos

    os participantes inscritos sobre o patrimnio de Cataguases e o que eles colocariam no roteiro de Cataguases caso fossem responsveis

    por um grupo de visitantes l. O resultado est resumido a seguir, com os conjuntos de fotos das trs equipes participantes. Esse foi

    um passo importante para eu, de certa forma, me livrar da idia de exclusividade do moderno no patrimnio na cidade, vontade que j

    aparecia incipiente e que ficou mais forte estudando o doutorado do professor Cludio Bahia, da PUC-MG.

    GRUPO 2GRUPO 1 GRUPO 3

    MODERNISMO

    . vrias casas modernistas

    . ponte metlica

    . vila operria

    . museu da eletrecidade

    ESPAOS PBLICOS

    . valorizao das obras por no-

    arquitetos

    . envolvimento social

    ECLETISMO

    . edifcios pr-modernismo

    . casarios eclticos

    . poluio visual: falta de normativas

    . urbanismo: parepeitos dos crregos,

    calamento, canalizaes

    . envolvimento social

  • 29GRUPO 1

  • 30GRUPO 2

  • 31GRUPO 3

  • 32

    Exemplos de poluio visual graas s placas publicitrias.

    situao urbana atual

  • 33

    Equipamentos urbanos que destoam do conjunto: lanchonetes, ponto de nibus, banca de jornal e posto policial.

  • 34

    Situao encontrada atualmente na cidade: encortinamento total dos edifcios pela

    falta de normativas para as placas publicitrias. Tanto edifcios de estilo ecltico quanto

    modernos esto totalmente sobrepostos por placas publicitrias. inclusive conjuntos inteiros

    no podem ser percebidos como tal, j que cada estabelecimento comercial tem um tipo

    diferente de placa, sem normativas de tamanho, posio, cores, etc.

    Poluio visual e consequente encortinamento dos edifcios.

  • 35

    praa Santa Ritapraa Chcara Dona Catarina

    praa Santa Rita

  • 4.PROPOSTAS

  • 38

    . o projeto urbano e a valorizao do patrimnio cultural

    A concluso que cheguei desde o incio das anlises e mesmo atendendo a uma percepo emprica, foi de que Cataguases

    no precisa de mais nenhum edifcio que valorize sua memria e patrimnio, pois ela j tem muitos. A noo de conjunto urbano,

    de centro unificado e homogneo que no existe. Neste sentido, o meu projeto aqui exposto tenta justamente mostrar essa

    noo de continuidade entre as ruas, praas, a comunicao visual. O objetivo que, mesmo que muito sutilmente, as pessoas

    que estejam passando ou passeando pela cidade, sejam elas moradoras ou turistas, saibam ou sintam, de uma maneira quase

    inconsciente, que esto dentro de um circuito, de um centro histrico.

    Para montar essa sensao, meu partido foi lanar mo de trs materiais diferentes, que representassem de alguma maneira

    as trs fases mais marcantes da cidade: a poca do caf, o perodo de industrializao com arquitetura moderna e a atualidade

    mineradora e sem estilo definido para a arquitetura. Escolhi, para represent-las, a pedra (paraleleppedo), o concreto ou argamassa

    armada e o alumnio.

    Foi criado um sistema de pisos, no qual o concreto serve para passagens mais rpidas e o paraleleppedo conforma o piso de

    lugares de estar na cidade. Alm destes, h tambm uma ciclovia, que liga os bairros perifricos ao centro, incentivando o uso da

    bicicleta como transporte cotidiano e organizado.

    Com o paraleleppedo e o concreto, a pavimentao feita, tanto para pedestres como para os carros, num mesmo nvel e

    as diferentes direes e usos dos pisos so dados pela sua implantao e posio. A ciclovia criada tem pigmento vermelho

    na composio de seu concreto, deixando-a num tom rosado, para diferenciao dos demais passeios. Alm da pavimentao,

    h ainda os objetos urbanos, que montam a cara da cidade, como o banco, o poste de luz, balizadores com iluminao para

    automveis e equipamentos pblicos nas praas, to comuns hoje em dia, que tero agora um desenho padronizado, com a

    esttica do alumnio, em referncia bauxita e a atividade mineradora atual.

    Hotel Cataguases

    Marquise do Colgio Cataguases

    Estao de trem

    Catedral de Santa Rita de Cssia

  • 39

    problemas x propostasPR

    OPOS

    TA IN

    TERV

    EN

    OPR

    OBLE

    MAS

    DETE

    CTAD

    OS POLUIO VISUAL AUSNCIA DE IDENTIDADE VISUALTRNSITO DESCONHECIMENTO

    Projeto de criao de uma

    unidade no uso dos materiais

    que constroem a cidade, criando

    desta forma uma continuidade no

    permetro central e histrico.

    Criao de uma ciclovia que

    percorre todo o centro histrico

    da cidade, aproveitando a sua

    posio plana, junto varzea do

    rio Pomba, alm de conectar os

    bairros perifricos, incentivando

    o uso da bicicleta como meio

    de transporte - gratuito, limpo,

    saudvel.

    Desenvolvimento junto s

    Secretaria da Cultura e da

    Educao do municpio um

    programa completo de educao,

    desde primrio at preparao

    profissional, sobre a histria e

    os valores culturais e potenciais

    tursticos que a cidade possui.

    EDUCAO PATRIMONIAL

    O programa inclui, considerando uma

    situao ideal:

    _a retirada de toda a fiao area

    e substituio da mesma por dutos

    subterrneos;

    _ retirada das placas com os nomes das

    ruas, substituindo-as por placas na fachada

    das construes;

    _criao de uma normativa de

    comunicao visual para placas

    publicitrias em todo o permetro histrico.

    falta de valorizao da histria da

    cidade pela populao

    encortinamento dos monumentos e

    edifcios histricos.

    excesso de veculos,

    desnecessrios sobretudo para

    distncias curtas.

    falta de unidade entre os

    elementos visuais e materiais

    do centro urbano, tombado pelo

    conjunto.

    PROGRAMA DE LIMPEZA URBANA

    UNIDADE VISUAL | SENSORIAL

    CICLOVIA

  • 40

    rea projeto

    ciclovia

  • 41

    memorial descritivoA rea escolhida para desenvolvimento do projeto engloba o trecho mais ativo economicamente da cidade, desde a sua formao

    at os dias de hoje: sai da Praa Rui Barbosa, passando pelo calado da Rua Coronel Joo Duarte e chega at a Praa da Estao, entre as ruas Visconde do Rio Branco e Cleto da Rocha. A rea, alm de importante historicamente e ter exemplares importantes das duas pocas da cidade definidas por Cludio Bahia em seu trabalho, tem srios problemas urbansticos de ordem mais prtica, como a dificuldade de transposies, atravessamentos, tamanhos das caladas, falta de espaos pblicos, relao entre espaos peatonais e para os carros, entre outros.

    O projeto, usando os trs materias selecionados, cria uma nova identidade para o centro da cidade, remetendo-se s pocas, como j explicado. As transposies so definidas por planos de piso de concreto, que marcam as passagens com maior fluxo e velocidade, e conformam outros espaos, de estar, revestidos com paraleleppedos. As passagens entre nveis so feitas com rampas e no h alturas de sarjetas, sendo a drenagem feita a somente com o rebaixo de quatro fileiras de paraleleppedo implantados no sentido oposto aos da via, marcando tambm visualmente o fim da mesma. Alm desta diferenciao, so implantados ao longo das vias pequenas balizas de argamassa armada com iluminao interna, que servem para impossibiltar a passagem dos carros e dos pedestres.

  • PROPOSTASnormativa de publicidade

  • 44

    Fica vedada a instalao de qualquer tipo de anncio publicitrio que obstrua

    parcial ou totalmente os elementos arquitetnicos caractersticos das edificaes.

    Fica vedada a pintura do nome do estabelecimento ou qualquer mensagem

    publicitria nas portas de enrolar de lojas de edificaes inseridas no permetro de

    tombamento.

    Na instalao dos placas publicitrias e dos toldos, os revestimentos originais

    e elementos decorativos das fachadas no podero ser danificados, obstrudos ou

    substitudos.

    Em casos de existncia de avanos de portas de enrolar e vitrinas sobre logradouros

    pblicos, estes devero ser removidos para que as novas placas se adeqem a esta

    norma.

    Para edificaes de tipologia original comercial ser admitida a instalao de:

    . placa paralela fachada (uma para cada vo de acesso, somente no pavimento

    trreo);

    . toldos (um para cada vo de porta do pavimento trreo ou galeria superior);

    OU

    . placa fixada no solo (uma unidade por edificao, somente quando existir

    afastamento frontal ajardinado ou cercado);

    Diretrizes Especficas

    1. Placas publicitrias instaladas paralelas fachada:

    Requisitos:

    1.1) Devem se encaixar no vo das portas - entre ombreiras - e estar alinhadas com

    a fachada, no podendo se projetar alm desta;

    1.2) Devem possuir espessura mxima de 20cm (vinte centmetros) e altura mxima

    de 50 cm (cinqenta centmetros);

    1.3) Devem ser instaladas a uma altura mnima de 2,30m (dois metros e trinta

    centmetros), medidos entre o ponto mais baixo do anncio e o ponto mais alto do

    passeio;

    1.4) Nas edificaes sem tombamento especfico, quando a fachada da edificao

    originalmente no apresentar pilares aparentes ou marcaes de vos, deve-se associar

    a instalao da placa com o acesso principal do imvel, podendo a mesma possuir

    altura mxima de 50cm (cinquenta centmetros), desde que respeitada altura mnima de

    2,30 (dois metros e trinta centmetros) medidos entre o ponto mais baixo do anncio

    e o ponto mais alto do passeio, e largura mxima de 1,50m a cada mdulo de 4m de

    fachada;

    1.5) Se a altura ou a largura do vo da porta for maior que 3,00m (trs metros), a

    altura mxima da placa ser de 50cm (cinquenta centmetros), desde que respeitada

    altura mnima de 2,30 (dois metros e trinta centmetros) medidos entre o ponto mais

    baixo do anncio e o ponto mais alto do passeio e a largura mxima de 1,50m a cada

    mdulo de 4m de fachada;

    1.6) Nas edificaes sem tombamento especfico e que possuam verga acima do

    vo prevista em projeto para receber a placa, esta poder ser instalada no local, desde

    que respeitada a largura do vo e altura mxima de 50cm (cinquenta centmetros);

    1.7) No devem obstruir a visibilidade dos elementos arquitetnicos que compem

    a fachada original do imvel;

    1.8) No caso de haver a presena de marquises, todas as placas publicitrias devem

    ser instaladas abaixo destas, no pavimento trreo, e no fixadas nas mesmas. Todas

    as placas publicitrias instaladas sobre a marquise devem ser eliminadas, de forma a

    limpar visualmente e a impedir a colocao de peso sobre ela;

    normas para instalao de placas e anncios publicitrios

    35

  • 45

    1.9) No caso de haver mais de uma atividade comercial em um mesmo edifcio, as

    placas publicitrias devem apresentar unidade visual.

    1.10) Esse tipo de placas ser permitido somente no pavimento trreo.

    2. Toldos

    Requisitos:

    B.6.1) S ser permitida a colocao de toldos do tipo em balano, instalados

    sempre dentro dos vos das portas;

    B.6.4) S ser permitida a colocao de toldos no pavimento trreo ou em galerias

    superiores recuadas;

    B.6.5) Devem estar instalados a uma altura mnima de 2,30m (dois metros e trinta

    centmetros), medidos entre o ponto mais baixo do toldo e o ponto mais alto do

    passeio, imediatamente abaixo deste;

    B.6.7) Caso o toldo no seja de material translcido incolor, ele deve ser

    obrigatoriamente retrtil;

    B.6.8) Os toldos devem se estender at a proporo mxima de 2/3 (dois teros) do

    passeio, a contar do alinhamento da fachada, respeitando o limite mximo de largura

    de 3m (trs metros).

    B.6.10) Fica permitida a inscrio do nome da atividade e do estabelecimento

    somente na bambinela, borda frontal dos toldos;

    B.6.11) Os toldos de uma mesma edificao devero ser de mesma cor, independente

    de serem referentes a estabelecimentos distintos.

    3. Placas fixadas no solo

    Requisitos:

    3.1) Os engenhos horizontais ou verticais podem ser iluminados ou luminosos;

    3.2) O engenho vertical pode possuir at trs faces e deve ter altura mxima igual a

    1,2m (um metro e vinte centmetros), contados a partir do piso natural do terreno. Sua

    largura no dever exceder a 0,50m (sessenta centmetros);

    3.3) O engenho horizontal deve possuir apenas um plano, podendo veicular

    mensagem nos dois lados do mesmo, e ter altura mxima igual a 0,80m (oitenta

    centmetros), contados a partir do piso natural do terreno. Seu comprimento no dever

    exceder a 1,40m (um metro e cinqenta centmetros);

    3.4) S poder ser instalada uma unidade (engenho) por edificao;

    4.5) Os engenhos devero possuir uma harmonia cromtica no texto e no seu

    pano de fundo.

    4. Do mobilirio urbano

    S ser permitida a instalao de mobilirio urbano definido no plano de interveno

    da cidade, com projeto prvio e autorizao do setor responsvel da prefeitura municipal.

  • 46

    situao atual de encortinamento do edifcio Companhia Brasileira de Alimentos, tombado pelo municpio - ausncia total de regulamentao esttica

    o mesmo edifcio com a proposta de normativas aplicada

  • 47

    Edifcio de uso misto no Calado comercial da rua Cel. Joo Duarte Proposta para o mesmo edifcio.

  • identidade visual no centro histrico PROPOSTAS

  • 50

    MATERIAL

    ESQUEMA DE MATERIAIS UTILIZADOSPOCA ECONOMIA USO/PROGRAMA

    PEDRA/PARALELEPPEDO CAF ESTARSCs XVIII/XIX _ 1828-1905

    ALUMNIO MINERAO MOBILIRIO URBANO

    CONCRETO INDSTRIA TXTIL PASSAGEM/CICLOVIASC XX _1905-1970

    SC XXI _1970-2012...

  • 51

    MAPA LOCALIZAO

    praa da estao

    rea de projeto

    ribeiro meia pataca

    avenida Astolfo Dutra

    praa Rui Barbosa

    calado rua Cel. Joo Duarte

    praa Santa Rita

    rio Pomba

  • PROPOSTASprojeto urbano

  • 54implantao rea de interveno | 1:750

    estao - espao de convivncia praa lanchonetes

    praa - calada extendidaestacionamento 45

  • 55

    avenida astolfo dutra calado comercial praa rui barbosa

    N

  • 56praa lanchonetescicloviapraa - calada extentida ponto nibus

  • 57

    vista parte posterior da estao

    estao de trem estao de trem

    estao de tremVista da estao a partir da praa da biblioteca municipal (chcara dona Catarina)

    fotos rea de projeto

  • IMPLANTAO PRAA DA ESTAO | 1:250

    estao - espao de convivncia

    praa estao

    estacionamento 45

  • via de mo nica

    praa lanchonetes

    praa - calada extendida

    N

  • corte bb

    2,66 5,16 3,24 5,99 2,74 4,39 2,20 4,39 2,13 0,67 3,30 6,00 0,64 2,742,502,19 0,50 0,49

    51,95

    corte aa

    5,63 5,532,50 11,53 0,48 2,23 5,45 3,00 9,20 3,02 0,67 3,30 6,00 0,64 2,742,19

    56,08

    60corte estao | 1:100

    cicloviapraa - calada extentida estacionamento 45 via mo nica drenagem praa estaodrenagem

  • corte bb

    2,66 5,16 3,24 5,99 2,74 4,39 2,20 4,39 2,13 0,67 3,30 6,00 0,64 2,742,502,19 0,50 0,49

    51,95

    corte aa

    5,63 5,532,50 11,53 0,48 2,23 5,45 3,00 9,20 3,02 0,67 3,30 6,00 0,64 2,742,19

    56,08

    61

    estao - espao de convivncia

  • corte bb

    2,66 5,16 3,24 5,99 2,74 4,39 2,20 4,39 2,13 0,67 3,30 6,00 0,64 2,742,502,19 0,50 0,49

    51,95

    corte aa

    5,63 5,532,50 11,53 0,48 2,23 5,45 3,00 9,20 3,02 0,67 3,30 6,00 0,64 2,742,19

    56,08

    62corte praa estao | 1:100

    cicloviapraa - calada extentida via mo nica drenagemdrenagem

  • corte bb

    2,66 5,16 3,24 5,99 2,74 4,39 2,20 4,39 2,13 0,67 3,30 6,00 0,64 2,742,502,19 0,50 0,49

    51,95

    corte aa

    5,63 5,532,50 11,53 0,48 2,23 5,45 3,00 9,20 3,02 0,67 3,30 6,00 0,64 2,742,19

    56,08

    63

    praa lanchonetes trilho trem

  • 64praa estao

    ciclovia

    praa_calada extendida

    praa lanchonetes trilho trem

    via mo nica

    via mo nica

  • 65praa estao

    ciclovia drenagem via mo nica

  • 66

    corte cc

    6,00

    26,93

    0,502,350,503,38 3,30 5,99 0,49 4,44 3,00 3,003,99

    corte dd10,00

    2,50 0,50 2,50 6,48 3,01 3,50 5,00 3,35 6,16 1,50 0,65 2,50

    corte ee38,14

    corte estrangulamento | 1:100

    cicloviacalada caladavia mo nica trilho trem via mo nica drenagemdrenagem

  • 67

    calado

    praa estao

    estao

  • 68avenida astolfo dutra

    ciclovia

    calada

    via mo nica trilho tremdrenagem

  • 69calado_ voo de pssaro

    calado

    praa rui barbosa

    estao

  • 70corte avenida astolfo dutra | 1:100

    corte cc

    6,00

    26,93

    0,502,350,503,38 3,30 5,99 0,49 4,44 3,00 3,003,99

    corte dd10,00

    2,50 0,50 2,50 6,48 3,01 3,50 5,00 3,35 6,16 1,50 0,65 2,50

    corte ee38,14cicloviacalada caladavia mo nica trilho tremdrenagem crrego lavaps

  • 71

    corte cc

    6,00

    26,93

    0,502,350,503,38 3,30 5,99 0,49 4,44 3,00 3,003,99

    corte dd10,00

    2,50 0,50 2,50 6,48 3,01 3,50 5,00 3,35 6,16 1,50 0,65 2,50

    corte ee38,14caladacalada via mo nicacrrego lavaps drenagem

  • 72

    corte cc

    6,00

    26,93

    0,502,350,503,38 3,30 5,99 0,49 4,44 3,00 3,003,99

    corte dd10,00

    2,50 0,50 2,50 6,48 3,01 3,50 5,00 3,35 6,16 1,50 0,65 2,50

    corte ee38,14

    corte calado | 1:100

  • 73calado

  • projeto mobilirio e equipamentos urbanosPROPOSTAS

  • PLANTA MEZANINO

    76estao de trem | 1:250

    PLANTA TRREO

  • 77

    A estao de trem (desativada para transporte de passageiros desde os anos 1970),

    abriga hoje em dia uma parte da Secretaria de Cultura, um espao de exposies e uma loja

    de artesanato. Meu objetivo inicial nunca foi chegar no edifcio, mas no decorrer do processo

    me vi obrigado e pensar melhor sua funo em seu novo contexto e, desta forma, apresento

    aqui uma proposta de mudana de uso.

    Este projeto no levou em conta todas as etapas necessrias para se produzir um projeto

    de restauro ou mudana de uso em um edifcio histrico. Portanto, prefiro dizer que apenas

    um estudo programtico e espacial, que tenta integr-lo mais ao entorno urbano proposto,

    sem grande responsabilidade do ponto de vista do projeto de restauro.

    CORTE ESTAO TREM | 1:100

  • 78

    CORTE ESTAO TREM | 1:100

    estao de trem

  • 79vista interna estao de trem

    mezanino

  • 80sanitrio pblico

    equipamentos urbanos

    Todos os equipamentos pblicos apresentados a seguir foram

    projetados dentro do objetivo maior do projeto - a criao de uma

    identidade visual entre os elementos e espaos do centro histrico.

    A materialidade da termotelha de alumnio, escolhida para representar

    a fase econmica atual da cidade (produo de minrio de bauxita),

    pretende representar a contemporaneidade, que convive com os outros

    tempos da cidade, em contnua construo.

    PLANTA | 1:50

    banca de jornal e lanchonetes existentes hoje nas praas da cidade

  • 81

    PERSPECTIVAELEVAO LATERAL | 1:50

    CORTE AA | 1:50 ELEVAO FRONTAL | 1:50

  • 82banca de jornal PLANTA_fechado | 1:50 PLANTA_aberto | 1:50

  • 83

    CORTE BB | 1:50

    ELEVAO LATERAL | 1:50

    CORTE AA | 1:50

    ELEVAO FRONTAL | 1:50

  • 84

    2,19

    b

    aa

    bb

    aa

    b

    2,19

    4,10

    2,05

    1,03

    1,02

    lanchonete PLANTA_fechado | 1:50 PLANTA_aberto | 1:50

  • 85

    1,10

    1,12

    0,58

    CORTE BB | 1:50

    ELEVAO LATERAL | 1:50

    CORTE AA | 1:50

    ELEVAO FRONTAL | 1:50

  • 86equipamentos urbanos

    lanchonete

    ponto de nibus

  • 87

    banca de jornal

  • 88ponto de nibus PLANTA | 1:50

    CORTE AA | 1:50 ELEVAO FRONTAL | 1:50

  • 89

    corte longitudinal

    corte transversal

    elevao lateral

    aa

    b

    planta

    b

    2,54

    2,52

    6,15

    2,05

    1,62

    0,45

    0,10 1,42 0,10 0,05

    0,05

    0,10

    0,10

    0,10

    0,10

    0,36

    0,46

    0,32

    0,04

    0,46

    0,32

    0,04

    0,46

    0,32

    0,04

    0,46

    LANCHONETE

    2,19

    a

    bb

    aa

    bb

    a

    2,19

    4,10

    2,05

    1,03

    1,02

    PONTO DE ONIBUS

    LANCHONETE

    2,19

    1,10

    corte aa

    a

    corte bb

    elevao lateral

    b

    elevao frontal

    corte bb

    b

    aa

    bb

    a

    2,19

    4,10

    2,05

    1,03

    1,02

    1,07

    0,58

    ELEVAO LATERAL | 1:5 ELEVAO FRONTAL | 1:5

    CORTE LATERAL | 1:5 CORTE FRONTAL | 1:5

    banco | 1:50

    PLANTA | 1:5

  • 90

  • 91BIBLIOGRAFIA

    Agradeo aos queridos amigos e parceiros de sempre

    Andrea Vilas Boas, Carol Sacconi, Mila Marinho, Joana

    Mello, Valentina Tong, Yuri Quevedo e

    minha orientadora Flvia Brito e ao meu

    orientador-emprestado-no-oficial Andr Vainer

  • 92

  • 93

    CAVALCANTI, Lauro. Moderno e Brasileiro: a histria de uma nova linguagem na arquitetura (1930-60). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006.

    CHUVA, Mrcia. Arquitetos da Memria. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ., 2009.

    LONDRES, Ceclia. Patrimnio em Processo. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ., 1997.

    LAGE, Claudia Freire e SANTOS, Clia Rodrigues dos. Cataguases: Patrimnio da Modernidade. in arquitextos, Vitruvius, 2005.

    CHOAY, Franois. Alegoria do Patrimnio. trad: Luciano Vieira Machado. So Paulo: Ed. UNESP, 2001.

    MOTTA, Lia. Patrimnio urbano e memria social: prticas discursivas e seletivas de preservao cultural de 1975 a 1990. Rio de Janeiro: UNIRIO, Depto. de Biblioteconomia e

    Arquivologia, 2000. (dissertao de mestrado)

    SANTANA, Mrcia. Da Cidade Monumento Cidade Documento. s/d

    ALONSO, Paulo Henrique. A Construo de um Patrimnio Cultural: O Tombamento Federal de Cataguases, Minas Gerais. Dissertao : Mestraado em Ambiente Construdo e Patrimnio

    Sustentvel. Escola de Arquitetura, UFMG. Belo horizonte, 2010.

    Processo de Tombamento Municipal de Cataguases - MG., 1994

    BAHIA, Cludio Listher Marques. Interpretao da GeografiaCultural na Paisagem Urbana de Cataguases. Dissertao: Doutorado em Curso de Ps Graduao em Geografia - Tratamento

    da informao Espacial, PUCMINAS, 2011.