(TGDP) Mauro Cappelletti Bryant Garth Acesso à Justiça

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ModeloSUMRIO do seu fichamentoEvoluo histrica Vestibulares no especializados......................................7 IES Federais O sistema federal de ensino superior.............................................9 Evoluo histrica A universidade brasileira em busca de sua identidade10 Autonomia universitria MEC-USAID........................................................15NDICE REMISSIVO pode fazer tambm, se quiser com os temas da citao. opcional A Autocratismo........................................................................................................................17-8Autonomia universitria, Lei n. 5.692.....................................................................................8 Autoritarismo.........................................................................................................................17B Bacharel, representao social do.........................................................................................21Burguesia brasileira..............................................................................................................17REFORMA UNIVERSITRIA DE 19681 (aqui o ttulo do captulo ou tpico) Segundo Maria das Graas Ribeiro, estudiosa brasileira.(aqui o autor, mas caso seja o mesmo para a obra toda, no precisa repedir)1.(aqui voc pode numerar as citaes)Cabe considerar que foi em julho de 1968, em meio crescente mobilizao estudantil, que tinha como um dos seus motores principais o problema dos chamados excedentes, que o governo resolveu nomear, pelo decreto n. 62.937, um Grupo de Trabalho (GT) para [...] estudar a reforma da universidade brasileira, visando sua eficincia, modernizao, flexibilidade administrativa e formao de recursos humanos de alto nvel para o desenvolvimento do Pas. / Assim, no surpreende que o Relatrio do Grupo de Trabalho, do qual resultou a lei n. 5.540, a lei da reforma universitria, fosse perpassado pelas idias de racionalidade, eficincia e produtividade (26); (aqui a pginao, caso comece em uma e termine em outra, faa assim: (26-7, por exemplo). Ah, no precisa de espao entre as citaes, pois elas estaram numeradas. RIBEIRO, Maria das Graas M. Educao superior brasileira: reforma e diversificao institucional. Bragana Paulista: EDUSF, 2002. (aqui a nota de rodap no final. Se for a mesma obra, s precisa uma nica vez) Padro ABNT1INTRODUO A expresso acesso Justia reconhecidamente de difcil definio, mas serve para determinar duas finalidades bsicas do sistema jurdico o sistema pelo qual as pessoas podem reivindicar seus direitos e/ou resolver seus litgios sob os auspcios do Estado que, primeiro deve ser realmente acessvel a todos; segundo, ele deve produzir resultados que sejam individual e socialmente justos. Nosso enfoque, aqui, ser primordialmente sobre o primeiro aspecto, mas no poderemos perder de vista o segundo. Sem dvida, uma premissa bsica ser a de que a justia social, tal como desejada por nossas sociedades modernas, pressupe o acesso efetivo. (p. (Essa uma citao literal? Geralmente no se comea uma introduo e nem legal que se abra um texto com uma citao. Se tiver que ser assim, pela norma da ABNT, esta por ter mais de 3 linhas deve ter recuo de 5cm) I - A EVOLUO DO CONCEITO TERICO DE ACESSO JUSTIA O conceito de acesso justia tem sofrido uma transformao importante, correspondente a uma mudana equivalente no estudo e ensino do processo civil. Nos estados liberais burgueses dos sculos dezoito e dezenove, os procedimentos adotados para soluo dos litgios civis refletiam a filosofia essencialmente individualista dos direitos, ento vigorante. Direito ao acesso proteo judicial significava essencialmente o direito formal do indivduo agravado de propor ou contestar uma ao. A teoria era a de que, embora o acesso justia pudesse ser um direito natural, os direitos naturais no necessitavam de uma ao do Estado para sua proteo. Esses direitos eram considerados anteriores ao Estado; sua preservao exigia apenas que o Estado no permitisse que eles fossem infringidos por outros. O Estado, portanto, permanecia passivo, com relao a problemas tais como a aptido de uma pessoa para reconhecer seus direitos e defend-los adequadamente, na prtica. (p. idem O processo, no entanto, no deveria ser colocado no vcuo. Os juzes precisam, agora, reconhecer que as tcnicas processuais servem a questes sociais , que as cortes no so a nica forma de soluo de conflitos a ser considerada e que qualquer regulamentao processual, inclusive a criao ou o encorajamento de alternativas ao sistema judicirio formal tem um efeito importante sobre a forma como opera a lei substantiva com quefrequncia ela executada, em beneficio de quem e com que impacto social. Uma tarefa bsica dos processualistas modernos expor o impacto substantivo dos vrios mecanismos de processamento de litgios. Eles precisam, consequentemente, ampliar sua pesquisa para mais alm dos tribunais e utilizar os mtodos de anlise da sociologia, da poltica, da psicologia e da economia, e ademais, aprender atravs de outras culturas. O acesso no apenas um direito social fundamental, crescentemente reconhecido; ele , tambm, necessariamente, o ponto central da moderna processualstica. Seu estado pressupe um alargamento e aprofundamento dos objetivos e mtodos da moderna cincia jurdica. (p. idem II - O SIGNIFICADO DE UM DIREITO AO ACESSO JUSTIA: OS OBSTCULOS A SEREM TRANSPOSTOS Embora o acesso efetivo justia venha sendo crescentemente aceito como um direito social bsico nas modernas sociedades, o conceito de efetividade , por si s, algo vago. A efetividade perfeita, no contexto de um dado direito substantivo, poderia ser expressa como a completa igualdade de armas a garantia de que a conduo final depende apenas dos mritos jurdicos relativos das partes antagnicas, sem relao com diferenas que sejam estranhas ao Direito e que, no entanto, afetam a afirmao e reivindicao dos direitos. Essa perfeita igualdade, naturalmente, utpica. As diferenas entre as partes no podem jamais ser completamente erradicadas. A questo saber at onde avanar na direo do objetivo utpico e a que custo. Em outras palavras, quantos dos obstculos ao acesso efetivo justia podem e devem ser atacados? A identificao desses obstculos, consequentemente, a primeira tarefa a ser cumprida. (p. A CUSTAS JUDICIAIS 1Em Geral O alto custo para as partes particularmente bvio sob o Sistema Americano, que no obriga o vencido a reembolsar ao vencedor os honorrios despendidos com seu advogado. Mas os altos custos tambm agem como uma barreira poderosa sob o sistema, mais amplamente difundido, que impe ao vencido os nus da sucumbncia. Os altos custos, na medida em que uma ou ambas as partes devam suport-los, constituem uma importante barreira ao acesso justia. (p. 2- Pequenas Causas EFETIVO Causas que envolvem somas relativamente pequenas so mais prejudicadas pela barreira dos custos. Se o litgio tiver de ser decidido por processos judicirios formais, os custos podem exceder o montante da controvrsia, ou, se isso no acontecer, podem consumir o contedo do pedido a ponto de tornar a demanda uma futilidade. (p. 3 Tempo Em muitos pases, as partes que buscam uma soluo judicial precisam esperar dois ou trs anos, ou mais, por uma deciso exequvel. Os efeitos dessa delonga, especialmente se considerados os ndices de inflao, podem ser devastadores. Ela aumenta os custos para as partes e pressiona os economicamente fracos a abandonar suas causas, ou a aceitar acordos por valores muito inferiores queles a que teriam direito. (p. B POSSIBILIDADES DAS PARTES As possibilidades das partes como ficou demonstrado por uma recente linha de pesquisa, de crescente importncia, ponto central quando se cogita da denegao ou da garantia de acesso efetivo. Essa expresso, utilizada pelo Prof. Marc Galanter, repousa na noo de que algumas espcies de litigantes gozam de uma gama de vantagens estratgicas. (p 1 Recursos Financeiros Pessoas ou organizaes que possuam recursos financeiros considerveis a serem utilizados tm vantagens bvias ao propor ou defender demandas. Em primeiro lugar, elas podem pagar para litigar. Podem, alm disso, suportar as delongas do litgio. Cada uma dessas capacidades, em mos de uma nica das partes, pode ser uma arma poderosa; a ameaa de litgio torna-se tanto plausvel quanto efetiva. De modo similar, uma das partes pode ser capaz de fazer gastos maiores que a outra e, como resultado, apresentar seus argumentos de maneira mais eficiente. (p. 2 Aptido para Reconhecer um Direito e propor urna Ao ou Sua Defesa A capacidade jurdica pessoal, se se relaciona com as vantagens de recursos financeiros e diferenas de educao, meio e status social, um conceito muito mais rico, e de crucial importncia na determinao da acessibilidade da justia. Ele enfoca as inmeras barreiras que precisam ser pessoalmente superadas, antes que um direito possa ser efetivamente reivindicado atravs de nosso aparelho judicirio. Muitas (seno a maior parte) das pessoas comuns no podem ou, ao menos, no conseguem superar essasbarreiras na maioria dos tipos de processos (p. 3 Litigantes eventuais e litigantes habituais O professor Galanter desenvolveu uma distino entre o que ele chama de litigantes eventuais e habituais, baseado na frequncia de encontros com o sistema judicial (33). Ele sugeriu que esta distino corresponde, em larga escala, que se verifica entre indivduos que costumam ter contatos isolados e pouco frequentes com o sistema judicial e entidades desenvolvidas, com experincia judicial mais extensa. As vantagens dos habituais, de acordo com Galanter, so numerosas: 1) maior experincia com o Direito possibilita-lhes melhor planejamento do litgio; 2) o litigante habitual tem economia de escala, porque tem mais casos; 3) o litigante habitual tem oportunidades de desenvolver relaes informais com os membros da instncia decisria; 4) ele pode diluir os riscos da demanda por maior nmero de casos; e 5) pode testar estratgias com determinados casos, de modo a garantir expectativa mais favorvel em relao a casos futuros abordados a seguir. (p. C PROBLEMAS ESPECIAIS DOS INTERESSES DIFUSOS Interesses difusos so interesses fragmentados ou coletivos, tais como o direito ao ambiente saudvel, ou proteo do consumidor. O problema bsico que eles apresentam a razo de sua natureza difusa que, ou ningum tem direito a corrigir a leso a um interesse coletivo, ou o prmio para qualquer indivduo buscar essa correo pequeno demais para induzi-lo a tentar uma ao. A recente manifestao do professor Roger Perrot sobre os consumidores descreve com agudeza o problema dos interesses difusos: (O consumidor tudo e no nada) (p. D AS BARREIRAS AO ACESSO: UMA CONCLUSO PRELIMINAR E UM FATOR COMPLICADOR Um exame dessas barreiras ao acesso, como se v, revelou um padro: os obstculos criados por nossos sistemas jurdicos so mais pronunciados para as pequenas causas e para os autores individuais, especialmente os pobres; ao mesmo tempo, as vantagens pertencem de modo especial aos litigantes organizacionais, adeptos do uso do sistema judicial para obterem seus prprios interesses. (p. III - AS SOLUES PRTICAS PARA OS PROBLEMAS DE ACESSO JUSTIAO recente despertar de interesse em torno do acesso efetivo Justia levou a trs posies bsicas, pelo menos nos pases do mundo Ocidental. Tendo incio em 1965, estes posicionamentos emergiram mais ou menos em sequncia cronolgica. Podemos afirmar que a primeira soluo para o acesso a primeira onda desse movimento novo foi a assistncia judiciria; a segunda dizia respeito s reformas tendentes a proporcionar representao jurdica para os interesses difusos, especialmente nas reas da proteo ambiental e do consumidor; e o terceiro e mais recente o que nos propomos a chamar simplesmente enfoque de acesso a justia porque inclui os posicionamentos anteriores, mas vai muito alm deles, representando, dessa forma, uma tentativa de atacar as barreiras ao acesso de modo mais articulado e compreensivo. (p. A A PRIMEIRA ONDA: ASSISTNCIA JUDICIRIA PARA OS POBRES Os primeiros esforos importantes para incrementar o acesso justia nos pases ocidentais concentraram-se, muito adequadamente em proporcionar servios jurdicos para os pobres. Na maior parte das modernas sociedades, o auxlio de um advogado essencial, seno indispensvel para decifrar leis cada vez mais complexas e procedimentos misteriosos, necessrios para ajuizar uma causa. (p. 1 O Sistema Judicare Trata-se de um sistema atravs do qual a assistncia judiciria estabelecida como um direito para todas as pessoas que se enquadrem nos termos da lei, Os advogados particulares, ento, so pagos pelo Estado. A finalidade do sistema judicare proporcionar aos litigantes de baixa renda a mesma representao que teriam se pudessem pagar um advogado. O ideal fazer uma distino apenas em relao ao endereamento da nota de honorrios: o Estado, mas no o cliente, quem a recebe. (p. 2 O Advogado Remunerado Pelos Cofres Pblicos O modelo de assistncia judiciria com advogados remunerados pelos cofres pblicos tem um objetivo diverso do sistema judicare, o que reflete sua origem moderna no Programa de Servios Jurdicos do Office of Economic Opportunity, de 1965 a pelo governo e vanguarda de uma guerra contra a pobreza. Os servios jurdicos deveriam ser prestados por escritrios de vizinhana, atendidos por advogados pagos encarregados de promover os interesses dos pobres, enquanto classe. Como observou um comentarista: O objetivo era utilizar o dinheiro dos contribuintes de modo a obter a melhor relao custo-benefcio (p.3 Modelos Combinados Alguns pases escolheram, recentemente, combinar os dois principais modelos de sistemas de assistncia jurdica, depois de terem reconhecido as limitaes que existem em cada um deles e que ambos podem, na verdade, ser complementares. A Sucia e a Provncia Canadense de Quebeque foram as primeiras a oferecer a escolha entre o atendimento por advogados servidores pblicos ou por advogados particulares, embora seja preciso mencionar que os programas tm nfases diversas. O sistema sueco inclina-se mais para o modo de operao do judicare, uma vez que os advogados pblicos devem manter-se, essencialmente, atravs dos honorrios pagos pelo Estado em benefcio dos indivduos assistidos, enquanto em Quebeque os escritrios de advocacia so mantidos diretamente pelo governo sem que se leve em conta quo bem sucedidos eles sejam na competio com sociedades de advogados particulares. (p. 4 A Assistncia Judiciria: Possibilidades e Limitaes Os pobres esto obtendo assistncia judiciria em nmeros cada vez maiores, no apenas para causas de famlia ou defesa criminal, mas tambm para reivindicar seus direitos novos, no tradicionais, seja como autores ou como rus. de esperar que as atuais experincias sirvam para eliminar essas barreiras. (p. A assistncia judiciria, no entanto, no pode ser o nico enfoque a ser dado na reforma que cogita do acesso Justia. Existem limites srios na tentativa de soluo pela assistncia judiciria. Antes de mais nada, para que o sistema seja eficiente, necessrio que haja um grande nmero de advogados, um nmero que pode at exceder a oferta, especialmente em pases em desenvolvimento. (p. Em segundo lugar, mesmo presumindo que haja advogados em nmero suficiente, no pas, preciso que eles se tornem disponveis para auxiliar aqueles que no podem pagar por seus servios. Isso faz necessrias grandes dotaes oramentrias, o que o problema bsico dos esquemas de assistncia judiciria. (p. Em terceiro lugar, a assistncia judiciria no pode, mesmo quando perfeita, solucionar o problema das pequenas causas individuais. Isso no de surpreender, pois mesmo aqueles que esto habilitados a pagar pelos servios de um advogado, muitas vezes no podem, economicamente, propor (e, arriscar perder) uma pequena causa. Logo, os advogados pagos pelo governo tambm no se do ao luxo de levar adiante esses casos. Uma vez mais, o problema das pequenas causas exige ateno especial. (pFinalmente, o modelo de advogados de equipe dirige-se necessidade de reivindicar os interesses difusos dos pobres, enquanto classe, ao passo que outros importantes interesses difusos, tais como os dos consumidores ou dos defensores do meio ambiente continuam sendo ignorados. O reconhecimento desse fato tornou-se a base da segunda importante onda de reformas, que analisaremos a seguir. (p.B - A SEGUNDA ONDA: REPRESENTAO DOS INTERESSES DIFUSOS O segundo grande movimento no esforo de melhorar o acesso justia enfrentou o problema da representao dos interesses difusos, assim chamados os interesses coletivos ou grupais, diversos daqueles dos pobres. Nos Estados Unidos, onde esse mais novo movimento de reforma ainda provavelmente mais avanado, as modificaes acompanharam o grande quinqunio de preocupaes e providncias na rea da assistncia jurdica (1965-1970). (p. 1 A Ao Governamental Embora seja ainda o principal mtodo para representao dos interesses difusos, especialmente por causa da relutncia tradicional em dar-se legitimao a indivduos ou grupos para atuarem em defesa desses interesses a ao governamental no tem sido muito bem sucedida. (p. Outras solues governamentais para o problema de modo especial, a criao de certas agncias pblicas regulamentadoras altamente especializadas, para garantir certos direitos do pblico ou ottros interesses difusos so muito importantes, mas, tambm, limitadas. A histria recente demonstra que, por uma srie de razes, elas tm deficincias aparentemente inevitveis. Os departamentos oficiais inclinam-se a atender mais facilmente a interesses organizados, com nfase nos resultados das suas decises, e esses interesses tendem a ser predominantemente os mesmos interesses das entidades que o rgo deveria controlar. Por outro lado, os interesses difusos, tais como os dos consumidores e preservacionistas, tendem, por motivos j mencionados, a no ser organizados em grupos de presso capazes de influenciar essas agncias. (p. 2 A Tcnica do Procurador-Geral Privado Permitir a propositura, por indivduos, de aes em defesa de interesses pblicos ou coletivos , por si s, uma grande reforma. Mesmo que subsistam, por uma ou outra razo,as barreiras legitimao de grupos ou classes, trata-se de um importante primeiro passo permitir que um procurador- geral privado ou demandantes ideolgicos suplementem a ao do governo. Uma tpica reforma moderna nesse sentido a admisso de aes propostas por cidados para impugnar e paralisar determinada ao de governo. Grupos podem financiar essas aes individuais, como casos-teste. (p3 A Tcnica do Advogado Particular do Interesse Pblico a) Um primeiro passo da reforma: o reconhecimento de grupos; b) Um segundo nvel de reforma: alm dos grupos existentes; c) A soluo pluralstica (mista). C A TERCEIRA ONDA: DO ACESSO REPRESENTAO EM JUZO A UMA CONCEPO MAIS AMPLA DE ACESSO JUSTIA. UM NOVO ENFOQUE DE ACESSO JUSTIA O progresso na obteno de reformas da assistncia jurdica e da busca de mecanismos para a representao de interesses pblicos essencial para proporcionar um significativo acesso justia. Essas reformas sero bem sucedidas e, em parte, j o foram no objetivo de alcanar proteo judicial para interesses que por muito tempo foram deixados ao desabrigo. Os programas de assistncia judiciria esto finalmente tornando disponveis advogados para muitos dos que no podem custear seus servios e esto cada vez mais tornando as pessoas conscientes de seus direitos. preciso enfatizar que as disputas tm repercusses coletivas tanto quanto individuais. Embora obviamente relacionados, importante, do ponto de vista conceitual e prtico, distinguir os tipos de repercusso, porque as dimenses coletiva e individual podem ser atingidas por medidas diferentes. Por exemplo, considerem-se as vantagens antes mencionadas que o poderoso litigante organizacional tem frente ao indivduo. Num primeiro nvel, essas vantagens consistem na capacidade de reconhecer um direito, poder custear uma pequena causa, ou utilizar o frum de forma eficiente para impor um direito ou defend-lo de ataques. IV TENDNCIAS NO USO DO ENFOQUE DO ACESSO JUSTIA O enfoque do acesso Justia tem um nmero imenso de implicaes. Poder-se-ia dizer que ele exige nada menos que o estudo crtico e reforma de todo o aparelho judicial. Obviamente, qualquer projeto comparativo, mesmo que se beneficie do montante decontribuies com que conta o Projeto de Florena, no pode no presente estgio da pesquisa nesse campo fazer muito mais do que oferecer uma vista geral. Apesar disso, algumas ideias e tendncias bsicas podem ser distinguidas, e a sua discusso permitir mostrar as realizaes e potencial bem como alguns dos perigos e limitaes desse esforo criativo mundial. A - A REFORMA DOS PROCEDIMENTOS JUDICIAIS EM GERAL Embora a ateno dos modernos reformadores se concentre mais em alternativas ao sistema judicirio regular, que nos prprios sistemas judicirios, importante lembrar que muitos conflitos bsicos envolvendo os direitos de indivduos ou grupos, necessariamente continuaro a ser submetidos aos tribunais regulares. As reformas tm continuado, mas ainda h muito a avanar. Por exemplo, num esforo dramtico para tornar o acesso aos tribunais menos oneroso na Frana, seu Ministro da Justia anunciou em 19 de setembro de 1977 que, a partir do ano seguinte, todas as custas judiciais seriam eliminadas. Outro tipo de reforma que poderia ser mencionado nesse contexto o chamado Modelo de Stuttgart, do processo civil germnico, cada vez mais difundido. Esse mtodo de procedimento envolve as partes, advogados e juzes, num dilogo oral e ativo sobre os fatos e sobre o direito. Ele no apenas acelera o procedimento, mas tambm tende a resultar em decises que as partes compreendem e frequentemente aceitam sem recorrer Com respeito s reformas que reduzem custos e, de certa forma, ampliam a tradio de oralidade, convm mencionar os ordenamentos processuais socialistas. Com efeito, os informantes do Projeto Florena de Acesso Justia nos pases do leste europeu e na Unio Sovitica at mesmo questionam a necessidade de criao de procedimentos especiais, fora do sistema judicirio regular. B - IMAGINANDO MTODOS ALTERNATIVOS PARA DECIDIR CAUSAS JUDICIAIS Essas tcnicas, preciso que se diga, podem ser obrigatrias para algumas ou todas as demandas, ou podem tornar-se disponveis como opo para as partes. Embora, como veremos, a atividade mais importante de reforma se esteja verificando com respeito a tipos particulares de causas, especialmente as pequenas ou as de interesse dos consumidores, algumas reformas gerais tambm merecem ateno e, portanto, sero brevemente enfocadas aqui.1 O Juzo Arbitral O juzo arbitral uma instituio antiga caracterizada por procedimentos relativamente informais, julgadores com formao tcnica ou jurdica e decises vinculatrias sujeitas a limitadssima possibilidade de recurso. Seus benefcios so utilizados h muito tempo, por conveno entre as partes. Embora o juzo arbitral possa ser um processo relativamente rpido e pouco dispendioso, tende a tornar- se muito caro para as partes, porque elas devem suportar o nus dos honorrios do rbitro. 2 A Conciliao Existem vantagens bvias tanto para as partes quanto para o sistema jurdico, se o litgio resolvido sem necessidade de julgamento. A sobrecarga dos tribunais e as despesas excessivamente altas com os litgios podem tornar particularmente benficas para as partes as solues rpidas e mediadas, tais como o juzo arbitral. 3 Incentivos Econmicos Outro mtodo geral para evitar o litgio judicial consiste em encorajar acordos pelo uso seletivo de incentivos econmicos. claro que fatores econmicos tais como os custos do julgamento, os mtodos pelos quais esses custos so alocados (incluindo os honorrios antecipados), a taxa de inflao e a demora, influenciam a disposio das partes para com a conciliao, mesmo que esses fatores possam afetar diferentemente os diversos tipos de litigantes . C INSTITUIES E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS PARADETERMINADOS TIPOS DE CAUSAS DE PARTICULAR INSTITUIES E PROCEDIMENTOS JUDICIAISIMPORTNCIASOCIAL. UMA NOVA TENDNCIA NO SENTIDO DA ESPECIALIZAO DEO esforo de criar sociedades mais justas e igualitrias centrou as atenes sobre as pessoas comuns aqueles que se encontravam tradicionalmente isolados e impotentes ao enfrentar organizaes fortes e burocracias governamentais. Nossas sociedades modernas, como assinalamos, avanaram, nos ltimos anos, no sentido e prover mais direitos substantivos aos relativamente fracos em particular, aos consumidores contra os comerciantes, ao pblico contra os poluidores, aos locatrios contra os locadores, aos empregados contra os empregadores (e os sindicatos) e aos cidados contra os governos. Embora reconhecssemos que esses novos direitos precisam de maior desenvolvimentolegislativo substancial, os reformadores processualistas aceitaram o desafio de tornar efetivos os novos direitos que foram conquistados. O esforo para criar tribunais e procedimentos especializados para certos tipos de causas socialmente importantes no , evidentemente, novo. J se percebeu, no passado, que procedimentos especiais e julgadores especialmente sensveis so necessrios quando a lei substantiva relativamente nova e se encontra em rpida evoluo (191).Aos juzes regulares pode faltar a experincia e sensibilidade necessrias para ajustar a nova lei a uma ordem social dinmica, e os procedimentos judiciais podem ser pesados demais para que se lhes confie a tarefa de executar e, at certo ponto, adaptar e moldar importantes leis novas. 1 Procedimentos Especiais para Pequenas Causas A violao dos direitos recentemente obtidos pelas pessoas comuns, tais como aqueles referentes s relaes de consumo ou de locao, tendem a dar lugar a um grande nmero de causas relativamente pequenas contra (entre outros) empresas e locadores (192). A preocupao crescente por tornar esses direitos efetivos, no entanto, leva criao de procedimentos especiais para solucionar essas pequenas injustias de grande importncia social. Causas relativamente pequenas vm sendo tratadas diferentemente das grandes causas, h longo tempo. Juzes singulares (ao contrrio das juntas de trs julgadores)(193) ou juzes menos qualificados do ponto de vista formal (194), limitaes apelao (195), e pelo menos no papel maior grau de oralidade (196) tm sido usados para reduzir os custos para o Estado e para as partes, quando tenham de resolver disputas que envolvem quantias relativamente pequenas de dinheiro. a) Promovendo a acessibilidade geral. A reduo do custo e durao do litgio , sem dvida, um objetivo primordial das reformas recentes (207). As custas de distribuio, por exemplo, so muito baixas para quase todos os tribunais de pequenas causas. b) A equalizao das partes.Julgadores mais ativos podem fazer muito para auxiliar os litigantes que no contam com assistncia profissional. Mesmo os crticos desse sistema reconhecem a necessidade deuma atitude mais ativa nos tribunais de pequenas causas (216). c) Mudando o estilo dos rbitros de pequenas causas. As reformas de pequenas causas tm enfatizado recentemente a conciliao como principal tcnica para soluo das disputas. O processo de conciliao, informal, discreto, freqentemente sem carter pblico, parece bem adaptado para partes desacompanhadas de advogados e tem as vantagens j descritas de ajudar a preservar relacionamentos complexos e permanentes (239). Embora no sejam isentas de inconvenientes, as tcnicas de conciliao esto sendo cada vez mais combinadas com o poder de proferir decises vinculativas. d) Simplificando as normas substantivas para a tomada de decises em pequenas causas. Uma ideia proposta por muitos reformadores de pequenas causas a de que se permita aos rbitros tomar decises baseadas na justia mais do que na letra fria da lei. De dois dos tribunais de pequenas causas da Austrlia se exige que assegurem que suas decises sejam justas e equnimes. e) Reformas nos Tribunais de Pequenas Causas e o Acesso justia: algumas concluses. Essas reformas nas pequenas causas, embora ainda muito recentes, de certa forma resumem o movimento de Acesso Justia, porque elas correspondem a um esforo criativo, abrangente e multifacetado para reestruturar a mquina judiciria envolvida com essas causas. Elas esto atendendo ao desafio crucial de criar rgos eficazes para a defesa dos direitos do cidado comum, isto , para assegurar que os novos e importantes direitos dos indivduos especialmente, at agora, consumidores e inquilinos sejam transpostos dos cdigos para o mundo real. Encontramos, aqui, rgos informais, acessveis e de baixo custo que oferecem a melhor frmula para atrair indivduos cujos direitos tenham sido feridos. 2 Comunidade Um componente do movimento tendente a implantar ou reformar tribunais de pequenas causas tem sido, como j enfatizamos, o desejo de instalar tribunais para as pessoas comuns e suas demandas. Antes de partir para instituies mais especializadas Tribunais de Vizinhana ou Sociais para Solucionar Divergncias nainteressante examinar outro aspecto desse desejo a tendncia recente para instalar tribunais vicinais de mediao, a fim de tratarem de querelas do dia-a-dia, principalmente questes de pequenos danos propriedade ou delitos leves, que ocorrem entre indivduos em qualquer agrupamento relativamente estvel de trabalho ou de habitao. 3 Tribunais Especiais para Demandas de Consumidores Ainda mais diretamente relacionadas ao movimento de pequenas causas so as reformas de iniciativa pblica ou privada que criam organismos e procedimentos especiais para demandas de consumidores (276). Sem dvida, o evidente fracasso da maior parte dos tribunais de pequenas causas no sentido de promover uma soluo eficaz para os consumidores prejudicados tem desencadeado essa atitude, a) Mecanismos que enfatizam a persuaso mais que a coero soluo das demandas dos consumidores atravs dos meios de comunicao. b) Arbitragem privada de demandas do consumidor. Os esquemas de arbitragem para demandas dos consumidores tambm tm proliferado em resposta s demandas do pblico, por dispositivos acessveis de soluo de litgios. Muitos dos mais importantes desses esquemas so promovidos pelas empresas, baseando-se, para sua eficcia, no prprio interesse dos empresrios, em termos de prosperidade e reputao no seio da comunidade empresarial (280). c) Programas governamentais de soluo dos conflitos de consumidores. As recentes experincias de proteo aos consumidores demonstram que a arbitragem governamental das demandas deles podem evitar os problemas bsicos dos programas particulares relacionados legitimidade e ao grau de participao das partes interessadas ao mesmo tempo em que assegura as vantagens de baixo custo, celeridade e especializao. As vantagens do envolvimento pblico j so, nas experincias particulares mencionadas acima. As de fato, reconhecidas agncias governamentaisencorajam e, at certo ponto, supervisionam os programas particulares, pelo menos no Canad e nos Estados Unidos . 4 Mecanismos Especializados para Garantir Direitos Novos a) Causas relativas ao meio-ambiente as experincias japonesas em outras reas do DireitoA anlise dos tribunais de pequenas causas, tribunais populares e orgos de proteo aos consumidores sublinha os aspectos principais e cobre grande parte da recente atividade reformista envolvidos no esforo de criar mecanismos novos para os tipos de demandas que se tornaram o ponto focal do movimento de acesso justia. b) Litgios entre inquilinos e proprietrios A experincia canadense. Na rea dos locadores e locatrios, merecem referncia muitas inovaes recentes, destinadas a assegurar que a regulamentao jurdica, em constante evoluo, seja implementada na prtica (317). A primeira o instituto canadense de Rentaisman (Homem dos Aluguis), criado em 1971 em Manitoba (318), e em 1974, na Colmbia Britnica (319), com o objetivo de proporcionar um rgo eficiente, acessvel e barato para os litgios entre senhorios e inquilinos. c) Os Litgios de Inquilinato O Tribunal de Habitao da Cidade de Nova lorque. A nfase que se verifica na experincia canadense, onde se prefere utilizar a conciliao em vez do arbitramento ou das decises, tambm compartilhada pelo interessante Tribunal de Habitao da Cidade de Nova lorque, estabelecido no final do ano de 1973 (324). Embora sua competncia no seja exclusiva (o que significa que uma das partes pode deslocar o caso para os tribunais regulares), com a concordncia das partes ele pode resolver todos os tipos de questes que surgem entre inquilinos e locadores na cidade de Nova lorque. d) Litgios de Direito Administrativo A proliferao da Instituio do Ornbudsman. Os litgios entre os indivduos e o governo a respeito de temas tais como o direito a certos benefcios sociais, so de interesse bvio no estado de bem-estar social(328). Essas causas geralmente levantam o problema da justia discricionria: como controlar a conduta dos administradores e promover remdios para as vtimas de abusos da arbitrariedade administrativa. e) Litgios Individuais do Trabalho a Reforma Italiana de 1973. Tal como no Direito Administrativo, existe uma renovada ateno em muitos pases para o problema de fazer valer os direitos individuais no campo trabalhista, seja contra uma empresa, um governo ou mesmo um sindicato. Embora as vrias tentativas, discutidas nos relatrios nacionais para o Projeto de Florena (341), no possam ser enfocadas aqui (342), preciso mencionar a importante reforma trabalhista de 1983, porque ao contrrio das dificuldades encontradas na implementao de outras reformas na Itlia, especialmente nos campos do aconselhamento jurdico e do procedimento civil em geral( 343) ela ilustra um esforo dramtico para melhorar as condies de acesso justia em uma rea do Direito.Essa reforma contrasta como procedimento civil comum, porque ela se concentra no procedimento de primeira instncia, utiliza um s juiz (o pretor), d-lhe amplos poderes e simplifica os procedimentos. D MUDANAS NOS MTODOS UTILIZADOS PARA A PRESTAO DESERVIOS JURDICOS Essas reformas reconhecem que, apesar dos esforos (tornados necessrios pelas dificuldades econmicas e outras razes) para minimizar a necessidade de atuao de advogados para a defesa dos direitos do cidado comum, a assistncia e a representao continuaro a ser importantes em muitos casos complicados. Alm disso, a assistncia jurdica significa mais do que a simples representao perante os tribunais. Ela implica auxlio para tornar as pessoas mais ativamente participantes das decises bsicas, tanto governamentais quanto particulares, que afetam suas vidas. Dois enfoques bsicos reforma da prestao dos servios jurdicos j foram vistos nesse relatrio. Um enfoque, cada vez mais evidente, nos procedimentos especializados que discutimos, consiste em desenvolver substitutos mais especializados e menos dispendiosos que os advogados individuais. Muitos tribunais de pequenas causas, por exemplo, proporcionam aconselhamento jurdico que torna desnecessria a presena de advogados (348). Um fenmeno importante e que merece maior ateno, a proliferao de pessoal para-profissional. Um segundo enfoque, que j apareceu quando examinamos o sistema sueco de assistncia jurdica, est em encontrar novos meios para tornar os profissionais altamente qualificados, acessveis s pessoas comuns (349). Esses mtodos incluem planos de seguro ou servios jurdicos em grupo. 1 O Uso dos Parajurdicos Os parajurdicos assistentes jurdicos com diversos graus de treinamento em Direito assumiram nova importncia no esforo de melhorar o acesso justia. cada vez mais evidente que muitos servios jurdicos no precisam necessariamente ser executados por advogados caros e altamente treinados.2 O Desenvolvimento de Planos de Assistncia Jurdica Mediante Convnio ou em Grupo Os desenvolvimentos de planos de assistncia jurdica mediante convnio ou em grupo, nos anos mais recentes, esto entre as reformas de mais amplo alcance, aqui discutidas. Nessa rea encontramos planos e propostas audaciosos com o objetivo de tornar os advogados acessveis, mediante custos razoveis aos indivduos das classe mdia e baixa, cujos direitos e interesses tm sido nosso foco central. E SIMPLIFICANDO O DIREITO Nosso Direito frequentemente complicado e, se no em todas, pelo menos na maior parte das reas, ainda permanecer assim. Precisamos reconhecer, porm, que ainda subsistem amplos setores nos quais a simplificao tanto desejvel quanto possvel (381). Se a lei mais compreensvel, ela se torna mais acessvel s pessoas comuns. No contexto do movimento de acesso justia, a simplificao tambm diz respeito tentativa de tornar mais fcil que as pessoas satisfaam as exigncias para a utilizao de determinado remdio jurdico. V LIMITAES E RISCOS DO ENFOQUE DE ACESSO JUSTIA: UMA ADVERTNCIA FINAL O surgimento em tantos pases do enfoque do acesso justia uma razo para que se encare com otimismo a capacidade de nossos sistemas jurdicos modernos em atender s necessidades daqueles que, por tanto tempo, no tiveram possibilidade de reivindicar seus direitos. Reformas sofisticadas e inter-relacionadas, tais como as que caracterizam o sistema sueco de proteo ao consumidor, revelam o grande potencial dessa abordagem. Ao saudar o surgimento de novas e ousadas reformas, no podemos ignorar seus riscos e limitaes. Podemos ser cticos, por exemplo, a respeito do potencial das reformas tendentes ao acesso justia em sistemas sociais fundamentalmente injustos. Um aspecto igualmente bvio bem conhecido dos estudiosos de Direito Comparado o de que as reformas no podem (e no devem) ser transplantadas simploriamente de seus sistemas jurdicos e polticos. Mesmo se transplantada com sucesso, uma instituio pode, de fato, operar de forma inteiramente diversa num ambiente diverso (392).Nossa tarefa deve consistir, com o auxlio de pesquisa emprica e interdisciplinar, no apenas em diagnosticar a necessidade de reformas, mas tambmcuidadosamente monitorar sua implementao.