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JOHN LENNON Por um pouco de paz THE BEATLES

The Beatles - John Lennon

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Biografia de John Lennon e dos Beatles.

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Page 1: The Beatles - John Lennon

JOHN

LENNON Por um pouco de paz

THE BEATLES

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POR UM POUCO DE PAZ

Une a informação sobre um dos mais famosos artistas/gênios da música de

nosso século, à parte mais humana da sua relação com as pessoas, esposa e

filhos. Uma obra com extraordinário material fotográfico de toda a sua vida –

para ser lida e guardada – mas jamais esquecida.

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Agradecimentos

Quero agradecer a minha grande amiga Layla que foi quem me emprestou o

livro de onde tirei todas as informações usadas aqui e também que me ajudou na

busca pelas melhores fotos. Obrigada querida!

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PRÓLOGO

Você pode dizer que eu sou um sonhador,

Não precisa colocar obstáculos, para se tornar um

irmão

Eu espero um dia nos unirmos e o mundo será um só

Imagine todas as pessoas, vivendo a vida em paz.

Palavras de John Lennon

em Imagine.

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O PEQUENO JOHN LENNON

1945

estigma da violência marcou o nascimento e a morte de um dos mais talentosos

músicos dos anos 60 e 70, que ousou desafiar convenções e transformou sua

música em palavra de ordem. John Winston Lennon veio ao mundo na noite de 9

de outubro de 1940, durante um violento ataque aéreo alemão sobre Liverpool, Inglaterra e

saiu dele sob os disparos de um revólver calibre 38, em frente ao Edifício Dakota, Nova

Iorque, na noite de 8 de dezembro de 1980. Lennon morreu na cidade que amava e ao lado da

mulher que era a síntese, a estrela guia de sua vida, Yoko Ono. O sonho tinha acabado ali...

Filho único de Alfred Lennon e Julia Stanley, John foi um artista de importância

indiscutível, cujas canções e comportamento revolucionaram toda uma época. Criado e

educado pela tia materna Mimi e por seu marido George, mostrou desde cedo seu lado artista

e voltado às letras. Aprender a ler e escrever em cinco meses na Dovedale Primary School e

aos sete anos j| escrevia pequenos livros como o, “Esporte, Velocidade e Ilustração”, que

continha piadas, cartuns, desenhos, fotografias e uma história seriada que terminava com “se

você gostou, volte na próxima semana, que estar| melhor”.

O

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1952

ara o Quarry Bank School, colégio de regime tradicionalista cujo lema era mais

ou menos o seguinte: Deste metal bruto forjamos a virtude…, Lennon entrou aos

12 anos. Um ano mais tarde conheceu a dor de perder alguém querido. Morre de

hemorragia cerebral tio Geroge, numa época em que ele e John estavam se tornando grandes

amigos. Três anos depois, quando o rock’n roll estourava no território britânico ao som de Bill

Haley, Elvis Presley, Chuck Berry e Little Richard, Lennon formou sua primeira banda, The

Quarrymen, inspirando-se para batizar o grupo no hino do colégio. Usavam roupas apertadas

no estilo “Teddy-boy” e topetes { Elvis. Sonhavam com a fama mas, naquela época não

imaginavam o que viria, pelo menos para um deles.

A guitarra de John era um modelo espanhol com cordas de aço, presente de tia Mimi.

Custou 17 libras. John passava tanto tempo praticando que Mimi achava aquilo prejudicial aos

estudos, para ela era uma “perda de tempo” e dizia que “não h| mal nenhum em tocar guitarra

John, mas você não vai ganhar a vida com isso...”. Anos depois, John deu a ela uma placa de

ouro com estas mesmas palavras inscritas.

Em 1957, John deixa a Quarry Bank e consegue uma vaga no Art College, através do

diretor que ao ver um desenho seu – um corcunda infestado de verrugas – considerou-o um

artista e um boêmio. As maneiras “Teddy-boy” de John contrastavam com as roupas certinhas

dos novos colegas, que curtiam jazz, em vez de rock.

P

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THE BEATLES, A HISTÓRIA. PAUL McCARTNEY

1957

esta época, Lennon conhece Paul McCartney. Paul depois de tocar para Lennon

e receber a sua aprovação, entra para o grupo de Lennon trazendo depois o

guitarrista George Harrison. Iniciava naquele momento uma aventura musical

que se tornaria uma revolução. Antes disso, John sentiu novamente a sensação de perda,

quando soube da morte da mãe. Julia morrera atropelada quando atravessava a rua para

apanhar um ônibus. Apesar do distanciamento que marcou a vida de John e Julia, era quem lhe

dera a relação complicada que ele tentaria exorcizar compondo a lírica Julia e a freudiana

Mother, respectivamente em 1968 e 70. Além disso batizou o seu primeiro filho com o nome

de Julian...

Sofrido, mas irreverente em suas posições começa a namorar uma garota que era o seu

oposto. Cynthia Powell, tímida, convencional, estudava no Art College e fazia parte de uma

família de classe média. O temperamento foi a principal atração entre ele e Cynthia. E foi ela

quem se amoldou a ele, violentando a sua educação para se tornar uma garota de roqueiro.

Apesar da união do Quarrymen, o grupo não recebia nenhum pagamento para tocar em

festas promocionais por colegas. Levavam seus instrumentos e apenas ganhavam comida e

refrigerantes. O dinheiro aparecia quando participavam de festivais musicais com outros

conjuntos. A primeira composição de Lennon e McCartney foi Love Me Do. John muda

novamente o nome da banda para The Silver Beatles, abreviando depois para The Beatles.

A explicação mais lógica que já foi dada para o nome definitivo foi feita por Lennon, “Me

veio a idéia de escaravelho (beetles) e decidi escrever a palavra de outra forma – Beatles- para

fazer uma referência ao estilo beat, como um trocadilho”.

N

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O INÍCIO DO SUCESSO 1960

m 1960, completamente integrados no meio profissional, tocando em diversos

bares noturnos de Liverpool. Logo depois entra Ringo Starr e com esta nova

formação, os garotos viajaram por diversas cidades da Europa. Após retornarem

para Liverpool, tudo mudaria para o grupo. No dia 28 de outubro de 1961, Raymond Jones,

um jovem de jaqueta de couro e jeans justos, por volta das 15h da tarde, entra numa loja de

discos e pede por uma gravação de My Bonnie, feita na Alemanha por um grupo chamado The

Beatles. A loja era da família de Brian Epstein, que por simples curiosidade entrou no Cavern

Club. Um porão com 3 arcadas de tijolos em forma de túnel e ficou fascinado com o que viu.

Cerca de 200 rapazes e moças berravam, dançavam e comiam em meio a um rock

ensurdecedor feito por 4 jovens em roupas justas de couro negro. Brian apaixonou-se pelos

garotos e se tornou empresário da banda, o homem em grande parte responsável pela

imagem e pelo sucesso.

O ano em que tudo começou a acontecer foi em 1962. Lennon, apesar de roqueiro,

mantinha uma postura bastante tradicional com relação ao casamento e repetindo a façanha

da mãe Julia, casa-se com Cynthia, grávida, contra a vontade da família. Porém, para não

decepcionar os fãns, o casamento foi mantido em segredo. Na mesma época o grupo

enfrentou pela primeira vez, uma onda de protestos pela troca do baterista: sai Pete Best

entra Ringo Starr. E foi com Ringo que The Beatles gravaram o seu primeiro compacto – Love

Me Do – em Abbey Road. O grupo começava a conquistar Londres. No mesmo ano que o

conjunto iniciava a trilha rumo a fama, morre de hemorragia cerebral, o baixista Stu Stucliffe.

A beatlemania invadiu as ilhas britânicas e logo ganhou o mundo. Era uma gritaria constante,

jovens histéricos dos mais variados, classes e raças. Tornavam-se excitados, emocional,

mental e sexualmente. Explodiam em lágrimas, atiravam-se em direção aos seus ídolos ou

simplesmente desmaiavam. Em todos os países testemunhavam-se cenas de loucura em

massa, cenas que provavelmente nunca mais se repetirão. Nenhum de nós teria conseguido

sozinho – explicou certa vez John Lennon – porque Paul não era suficientemente forte, eu não

tinha charme com as mulheres, George era quieto demais e Ringo o baterista. Mas nós

achamos que se nos juntássemos, cada pessoa poderia gostar de pelo menos um de nós e foi

nisso que deu.

E

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Cada um dos Beatles veio a ser visto e considerado como os 4 elementos. Em momento

algum abriram mão de suas identidades, o que aumentava ainda mais o carisma do grupo. E

num certo sentido, cada Beatle de acordo como ficaram definidos pelo rosto, gestos, voz e

canções, assumiu um papel arquetípico: Paul, doce e sensível. John, cético e malicioso. George,

místico e misterioso e Ringo, infantil mas com senso comum. Mas havia um que incorporava

todas estas características. John Lennon.No centro de efervescência da beatlemania, o grupo

parecia manter o controle da situação, manejando à sua moda o processo de mistificação que

sofria. Tirava partido do próprio mito, rindo dele e destruindo-o. Os Beatles tinham plena

consciência do processo que estavam vivenciando e, aos poucos, começavam a criticá-lo

abertamente e a adotar as mais elementares regras da idolatria.

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A posição de liderança de Lennon era incontestável. Ele foi considerado o homem com o

QI mais alto de todos. Nada foi comprovado mas o fato é que ele foi o mais polêmico dos 4, a

partir do instante que começou a mostrar sua personalidade. Mas o mundo saberia, mais

tarde, que a agressividade e o cinismo mascaravam uma sensibilidade fora do comum. Apesar

da mudança que se operou no interior de John nos últimos anos de vida, ele manteve sempre

intacta a sua integridade e a consciência da hipocrisia do mundo que o cercava.

John era o idelizador e fundador do conjunto. Do seu espírito inquieto e pesquisador

esperavam-se as grandes decisões. Na época da contracultura, tornou-se uma espécie de guru,

sempre aberto a qualquer informação nova, viesse ela de qualquer lugar do mundo. A parceria

Lennon e McCartney produziu durante anos maravilhosas musicas, porém, desde o início as

diferenças entre os dois eram claras. Lennon imprimia às músicas emoções em estado bruto,

enquanto Paul tendia mais para a linha melosa. O temperamento contestatório e irreverente

de Lennon também chocava-se com certos hábitos convencionais de Paul. Mas nada disso

impediu o sucesso da parceria musical nem que fossem grandes amigos durante a fase áurea

dos Beatles.

A beatlemania estava acontecendo e para Lennon, que desde criança fazia questão de ser

o melhor, o sonho começava a se tornar realidade.

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OS SUCESSOS DO GRUPO REVOLUCIONÁRIO 1963

pós o surgimento dos Beatles, o mundo não foi mais o mesmo. Eles eram apenas

um conjunto de música, quatro rapazes, mas foram um verdadeiro laboratório

de influências e pesquisas que iam da música eletrônica à canção folclórica, da

música oriental às mensagens existenciais de suas letras. Apesar da aparente ingenuidade que

os quatro garotos de Liverpool deixavam transparecer, começava a se desenvolver um

fenômeno musical, que transformaria uma geração e se alastraria pelos quatro continentes.

Com ironia, humor, uma grande dose de inocência, os Beatles explodiram no inicio da década

de 60 na Inglaterra e ganharam o mundo em pouco tempo.

Please Please Me – foi o primeiro LP dos Beatles, e segundo declarações, foi gravado sob

a supervisão do produtor George Martin. O produtor e o conjunto eram a nova escola de

produção. De um lado, a prática, a calma tecnológica, o conhecimento musical e o bom senso

musical. De outro, a impetuosidade, a intuição e o gênio dos cabeludos. Pronto para ser vir

muito bem embalado, o produto do século: The Beatles.

George Martin foi o embalador, cuidou do aspecto estético dos discos. Todas as cordas,

orquestras e fanfarras eram regidas por ele. Quando era necessário um solo instrumental

mais elaborado, George sentava-se ao piano e improvisava. Ele fornecia o acabamento musical

fundamental. Os estúdios e as casas de gravação era quase um artesanato. Não havia a

indústria de equipamentos de hoje. Os resultados eram precários se não fossem feitas

pesquisas. A carreira fonográfica dos Beatles, é a evolução da ciência e arte de bem gravar.

Todos os truques e recursos foram usados. Neste clima nasceu o disco Please Please Me,

energético e melódico, que representou o nascimento dos 4 gênios. No fundo, sempre ao

fundo George Martin e Brian Epstein.

Após o sucesso deste primeiro LP, Brian iniciou um regime de obrigações aos Beatles,

principalmente em relação aos horários. A intenção de Brian era discipliná-los. John e George

mostravam rebeldia contra as determinações. Já Paul e Ringo aceitavam passivamente as

obrigações. Com todo o tempo ocupado, os rapazes começaram a se ressentir da falta de

tempo para compor novas músicas e para realizar ensaios. Estranhavam a nova vida, tão

ocupada... Paul e John continuavam a compor e até mesmo selecionavam as músicas com

qualidade suficiente para serem gravadas.

Com tanta fertilidade musical não foi difícil gravar outro LP. Aparece então With The

Beatles – que trazia uma novidade: uma composição de George Harrison – Don’t Bother Me –

onde Paul toca teclado, John está no pandeiro e Ringo nos bongos. Um pouco antes da

gravação deste LP, eles lançaram um compacto simples com – She Loves You – que fez

verdadeiro sucesso. Foi onde apareceu o famoso – ié, ié, ié – que se tornaria marca registrada

do som dos Beatles em muitos países, inclusive o Brasil. Num curto espaço de tempo eles

lançaram mais dois LPs com novas melodias e harmonias utilizando de forma

importantíssimos novos instrumentos.

A

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As multidões aumentavam e cada vez era mais difícil para eles, se locomoverem. Os

conflitos iam surgindo à medida que excursionavam. As filas começavam a se formar as vezes

3 dias antes do show começar. Em outubro de 1963 foram à Suécia para uma excursão de 5

dias. Num dos concertos em Estocolmo foi preciso a intervenção da policia para conter as fãs.

Na volta, o aeroporto de Londres estava explodindo com milhares de pessoas dando voas

vindas a eles e por várias horas a situação criada foi de verdadeiro pandemônio.

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CINEMA, LIVROS, TV E DISCOS. 1964

m 1964, os Beatles vão aos Estados Unidos para se apresentar num show de

televisão e já encontram o aeroporto Kennedy mais de 10 mil pessoas. Dois

concertos lotados no Carnegie Hall e, de volta à Inglaterra foram considerados

pelo Primeiro Ministro, como o melhor produto de exportação do país. O mundo já conhecia

os Beatles. Lennon aproveitou a onda de popularidade para lançar um livro – In His Own Write

– escrito por ele e que, logicamente transformou-se em Best seller.

Dos discos para as telas. Neste mesmo ano, os Beatles filmam – A Hard Day’s Night (Os

Reis do Ié Ié Ié) – dirigido por Richard Lester e que projetou a imagem dos jovens nos cinemas

do mundo inteiro. E o sucesso não ficou apenas por conta das músicas, o ponto forte do filme.

Inteligentemente, o diretor produziu a imagem dos garotos – corte dos cabelos, ternos sem

lapela, que seria copiada pelos adolescentes que já estavam se transformando em

beatlemaniacos – a carreira cinematográfica dos Beatles não contou com muitos filmes, mas

teve sucessos fantásticos de bilheteria como – Help – dirigido em 1965 pelo mesmo Richard

Lester e o desenho animado – Yellow Submarine – de George Dunning em 1968.

Fizeram ainda um especial para a televisão em 1967 – Magical Mistery Tour – e já na fase

em que começavam as primeiras brigas entre John e Paul, filmaram – Let It Be -. Cada filme de

sucesso correspondia a um disco de sucesso. Além destes LPs gravaram ainda – Beatles For

Sale – repetindo-se a receita Lennon/McCartney – Rubber Soul - com a introdução de

instrumentos inusitados, inclusive citara – Revolver - considerado na época o mais renovador

de todos os discos já lançados no mercado – A Collection of Oldies – Sgt Pepper’s que se

transformou num divisor de águas na música popular antes e depois do sargento... Foi neste

disco que os Beatles usaram pela primeira vez um avançadíssimo estúdio e uma mesa e 4

canais. O mundo parou. A obra contém várias canções que se interligam e formam um único

tema. O LP possui uma espécie de poder mágico que faz com que cada pessoa, todas as vezes

que o escute, penetre num mundo especial, através de um efeito quase alucinógeno. Com o LP

os Beatles demonstraram o máximo de sofisticação em termos técnicos. Arranjos e

instrumentações desconhecidas dentro da música.

Foi esta visão do Sgt Pepper’s que superou tudo e só podia ter acontecido com eles.

Buscar numa figura enigmática como aquela (afinal, que mais pode ser dito a respeito do Sgt)

,um impulso para levar adianta a música em termos universais, só mesmo com os rapazes de

Liverpool. O disco começa com vozes ao fundo e, de repente, entra a guitarra firme de John

levemente distorcida, seguida pela de George com uma tremenda distorção, irrompendo

juntas com a bateria e o baixo. Na sequência surgem alguns instrumentos de sopro, órgão. A

canção mais polêmica foi – Lucy in the Sky with Diamonds -.

E

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A letra da música é a descrição consumada de uma viagem psicodélica. Depois deste

disco os Beatles foram aclamados não só como ídolos dos adolescentes mas, como os arautos

e ideólogos de uma transformação histórica.

O álbum foi saudado como um monumento decisivo na história da civilização ocidental,

um barômetro da nossa época. Em tudo isso, John Lennon sobressaia como o mentor

intelectual do grupo.

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Abbey Road – veio logo a seguir e transformou-se num dos melhores discos do conjunto,

apesar de não ser um trabalho com característica dos rapazes no conjunto. Neste LP as

características individuais começaram a despontar com mais clareza. Come Together – por

exemplo, é uma canção essencialmente de John Lennon, apesar da predominância do baixo de

Paul. John está na guitarra, Paul ajuda Ringo na bateria e George toca piano elétrico. Na

verdade este foi o último trabalho do conjunto. Foi gravado depois de – Let It Be – mas

problemas com a escolha das músicas, montagem da fita e finalmente remixagem, fizeram

com que – Abbey Road – fosse lançado em seu lugar.

A idéia para – Let It Be – era sua transformação num filme mostrando como eles

trabalhavam, com filmagens da gravação do disco e ao mesmo tempo não usar nenhum

artifício de estúdio. Disco e filme deveriam ser um retrato oficial deles tocando juntos. Já era

tarde. A obra começou errado e se transformou acima de tudo no documento da

desintegração. Paul era o único que tinha preocupações quanto à duração das filmagens ou de

como a coisa poderia ser feita, mostrando um entusiasmo que viria a ser o último esforço de

realizar algo de boa qualidade.

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O MISTÉRIO DE PAUL McCARTNEY 1970

m 10 de abril de 1970, o mundo teve certeza que era o fim... Surgiram boatos que

diziam que Paul McCartney teria morrido em um acidente de moto, com

esmagamento craniano (esse acidente realmente aconteceu, mas Paul apenas se

machucou). Segundo o boato, os Beatles não teriam divulgado a morte de Paul, e sim

procurado um sósia para substituí-lo. Eles teriam encontrado um músico bem parecido e

talentoso como Paul, chamado Billy Shears, que teria feito algumas operações plásticas para

ficar mais parecido com ele. Os Beatles teriam então deixado algumas pistas em músicas,

capas de discos e em filmes, para que o público pudesse descobrir que Paul McCartney

morreu, e aquele que estava no seu lugar era apenas um sósia. Na verdade essas pistas

existem mesmo. Os Beatles fingiram que Paul estava morto, e inventaram essa brincadeira

apenas como forma de marketing para aumentar a venda dos discos. Confira algumas das

pistas que teriam sido deixadas pelos Beatles. Perceba que as pistas são muito interessantes, e

por isso enganaram a todos na época.

Em Rubber Soul, o disco lançado na época que teria ocorrido sua morte, o titulo – alma

de borracha – seria uma alusão. Em A Day in the Life, do disco Sgt Pepper’s, a letra diz “ele

arrebentou a cabeça dentro de um carro”. Em Strawberry Fields Forever, após a sirene do fim

da música há uma voz que diz “Eu enterrei Paul”. A própria capa do disco seria um túmulo

com flores e pessoas tristes a sua volta, um baixo de flores amarelas no canto esquerdo da

capa seria uma homenagem, a mão sobre a sua cabeça,um sinal de benção, na contracapa Paul

é o único que está de costas. Já em Magical Mistery Tour, quando todos aparecem vestidos com

casacas brancas, o único cravo preto é o de Paul. Em Abbey Road, ele é o único descalço e com

o passo diferente. E ainda há muitas outras pistas desta história, que não passou de uma

brincadeira dos rapazes.

E

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O INÍCIO DO FIM

esde esse tempo as quatro partes que constituíram os Beatles transformaram-

se em indivíduos tentando libertar-se do peso e dos problemas que essa união

resultou. Cada um deles se viu sozinho e observado pelo mundo inteiro, que

queria e exigia saber o que viriam a se transformar depois... O fim dos Beatles comoveu o

mundo e deixou toda uma geração viúva. Os lamentos são ouvidos até hoje.

Os primeiros sinais de que o grupo não era infalível, mas simplesmente humano surgiu

em 1967 com o filme – Magical Mistery Tour – que os críticos classificaram como sem sentido

e demasiado indulgente com as graçinhas particulares de cada um. Naturalmente, o filme

possuía suas qualidades, mas, na verdade, não eram tão bons quanto os outros trabalhos

realizados. Para muitos foi este fato que assinalou o começo do fim. Os Beatles resistiram bem

a estas criticas, pois a qualidade de seu trabalho posterior provava que elas não tinham

importância. Os membros do grupo estavam amadurecendo como indivíduos, e na realidade,

pouco a pouco estavam se separando. No fundo, isso era algo positivo. A separação significava

a possibilidade de começar tudo de novo e de respirar.

A dissolução decidiu o seguimento de trilhas diferentes para cada Beatle. John Lennon, o

líder, casou-se com Yoko e junto com ela passou a desenvolver um trabalho musical muito

ligado a uma filosofia pacifista, caracterizada pelo amor e pela fé no ser humano. Paul, casado

com Linda Eastman prosseguiu sua linha de canções românticas, desde o primeiro disco

intitulado McCartney, Ringo marcou sua atividade artística independente com o LP –

Sentimental Journey – e George com o álbum triplo – All Things Must Pass -.

Sete anos depois algo estranho começou a acontecer. Em vez de serem gradualmente

esquecidos com o fenômeno se tornando parte de um passado, os rapazes ingleses, como

grupo revolucionário, tornaram-se parte de uma movimentação incrível que pedia a volta dos

Beatles. Desde o rompimento, o grupo nunca esteve mais vivo do que nesta época. Bill

Seargent um empresário americano ofereceu em 1975, dez milhões de dólares para que os

rapazes de Liverpool se reunissem novamente por uma noite... Em 76, tendo aumentado a

oferta para 50 milhões de dólares, Sid Bernstein usou uma página inteira do New York Times

para publicar uma carta aberta ao mundo dirigindo-se diretamente a Paul, John, Ringo e

George, alegando que a volta seria uma prova de que apesar de terem idéias diferentes, ainda

conseguiam fazer um trabalho e se unir para um fim comum.

D

Page 18: The Beatles - John Lennon

Um grupo de americanos vendia – botões para lapela – com a inscrição “Let It Be” sobre

duas mãos dadas e iniciou uma confecção de uma lista com nomes, endereços e um dólar, que

servia para promover a volta dos Beatles. Todos os discos do grupo foram reeditados no

mundo inteiro e as músicas tocavam em todas as rádios, atingindo altas vendagens. Cada vez

mais falava-se numa volta.. Naquela noite de 8 de dezembro de 1980, as tentativas realizadas

no sentido de reunir novamente os Beatles, foram enterradas juntamente com John Lennon.

Page 19: The Beatles - John Lennon

JOHN LENNON

ohn Lennon foi a consciência crítica do rock. Agudo, sofrido, instigante ele

questionou tudo, desde os dogmas metafísicos aos freudianos, discutiu a luta de

classes e o feminismo.

O crítico musical Tárik de Souza escreveu em uma reportagem – O Pensador Exorcista do

Rock – para uma publicação dedicada a Lennon. No mesmo texto, o jornalista diz, Lennon

enfrentou e tirou proveito de tudo, virou-se pelo avesso, posou nu, quase atirou a popularidade

pela janela gravando minutos e mais minutos de gargarejos vocais de sua mulher Yoko Ono.

Filmou seu próprio pênis com câmera parada, convocou a imprensa sob lençóis para pregar a

paz, incitou rebeliões, pregou a força do povo, fistigou questões inglesas, transformando-se num

ídolo incomodo e subversivo.

Assim, era John Lennon. Herdeiro intelectual dos – beats- John tinha fascínio por tudo

que era marginal e gostava de viver situações de limite. Em suas composições Lennon tentou

fundir a filosofia existencialista dos anos 50 com a política da experiência dos anos 60. Entre

outras coisas recorreu às drogas como um meio para expandir a mente. A própria música dos

Beatles – de que Lennon era um dos artífices – ilustra a trajetória química de John e dos

amigos. Em Hamburgo e Liverpool, o rock nervoso e enérgico era resultado das bolinhas que

os rapazes tomavam para se manter de pé nas longas horas de trabalho. Depois, veio a fase da

maconha. Foi Bob Dylan quem iniciou os quatro garotos no consumo da erva, em 1964. Até

mesmo durante a cerimônia de condecoração dos rapazes no Palácio de Buckingham em

1965, confessaram mais tarde que para agüentarem a chatice e hipocrisia da solenidade

fumaram maconha escondidos no banheiro.

Suas declarações caiam como uma bomba na opinião política. A mais famosa: Os Beatles

são mais populares entre os jovens do que Jesus Cristo. A frase ganhou manchetes em jornais do

mundo inteiro e foi interpretada como uma declaração meramente vaidosa, apesar de toda a

sua intenção critica. A ambigüidade, o suspense, a ironia sempre foram armas de Lennon,

amplamente usadas em suas entrevistas e em suas canções. John cresceu não apenas forte e

bravo, mas também vulnerável e delicado. Era um ser humano solidário e pacifico, tão em

contato com seus sentimentos que podia, a qualquer momento, investir verbalmente contra

aqueles que considerasse estar agindo de maneira hipócrita. Às vezes parecia inseguro às

vezes presunçoso. Era também uma pessoa crédula e confiante, mas que falava de sua

paranóia e desconfiança. Quanto mais se desenvolvia como pessoa e como artista, mais facetas

de si mesmo revelavam.

Em suas canções John tecia sua própria personalidade e descrevia seus sentimentos.

Suas canções, poemas em forma de músicas, contrastavam com seus sentimentos como

exaustão e alerta, necessidade e independência, depressão e euforia, reflexão e dor, e ainda

outros sentimentos e sensações como prazer, ironia e tragédia, resistência, delicadeza e

protesto.

J

Page 20: The Beatles - John Lennon

John Lennon sempre teve um alto conceito de si mesmo. Considerava-se um gênio e

estranhava que não o tivessem descoberto mais cedo, porque para ele sua posição acima dos

mortais era clara. Não aceitava que o superassem. Chegou a admitir que, no fundo, gostaria de

ser o único artista do mundo, para que ninguém pudesse ser melhor do que ele. Com esta

postura, era natural que seus companheiros se incomodassem com a situação, principalmente

Paul, com quem dividia o prestigio e carinho dos fãs. George Harrison, muito talentoso como

solista, conformava-se mais facilmente com o papel secundário que sempre lhe coube, era

uma espécie de cantor invisível do grupo. E Ringo Starr não tinha grandes pretensões e a

rigor, nem poderia ser considerado um bom músico.

Passado os anos, os componentes do grupo começaram a sentir necessidade de buscar

realizações individuais. Tárik de Souza em usa análise sobre Lennon afirma que o que afastou

o principal eixo dos Beatles, na realidade, foram as próprias personalidades divergentes de

John e Paul, que se mantinham unidas pela calmaria de George e a neutralidade de Ringo. Para

o jornalista, o fim dos Beatles equivaleu para Lennon ao rompimento dos grilhões que ainda o

prendiam às regras mínimas do star system. A partir daí, cada um para o seu lado. Paul

tornou-se a figura individualmente mais rentável da pop music, George depois de algumas

experiências de qualidade, embrenhou-se no misticismo temperado por corridas de

automóveis, Ringo voltou ao limbo, agarrando-se desesperadamente em LPs cada vez mais

esparsos com uma pequena ajuda dos antigos amigos. John ficou livre para sua intensa viagem

musi-conjugal com Yoko. Lennon diria mais tarde que saiu fisicamente dos Beatles quando se

apaixonou por Yoko. Eu aprendi muito com ela. De fato Yoko tornou-se uma professora, sua

guru, alma-gêmea, sua guia ou, como o próprio John diria, ele era a porta e ela a chave.

Page 21: The Beatles - John Lennon

IMAGINE 1971

odos sabem que John Lennon morreu em 8 de dezembro de 1980, mas quem

pode dizer qual é o dia de seu nascimento... Elvis, Buddy Holly, Jim Reeves, John

Lennon, tiveram suas vidas encurtadas pela morte, mas o assassinato de John foi

diferente, impediu-o de falar aquilo que já estava em andamento. John era um idealista. A sua

mais significativa composição solo, IMAGINE, fala sobre um mundo melhor, uma utopia

moderna onde todos viveriam em paz. A tristeza na sua voz reflete que isso jamais poderia

acontecer. A sua visão da paz e amor soou pelo universo no dia em que foi assassinado.

IMAGINE é uma palavra repetitiva nos seus poemas. A música foi escrita no piano de

Yoko. John o havia dado a ela como presente de anivers|rio... “Esta manhã um piano branco

para Yoko”. O piano branco significava o amor do casal, seus quartos e suas salas eram

brancos. As suas músicas de IMAGINE foram feitas em casa.

Raymond Froggatt – o melhor escritor de música country britânico – declarou: A paz e

resistência das músicas escritas por John Lennon é IMAGINE, pois qual a melhor contribuição

que você poderia dar ao mundo do que uma música tão maravilhosa como essa... Se eu pudesse

escrever uma música como IMAGINE, todos poderiam me enterrar no dia seguinte, pois eu seria

um homem muito, muito feliz. Extremamente realizado...

Imagine que não há paraíso

É fácil se você tentar

Nenhum inferno abaixo de nós

Acima de nós apenas o céu

Imagine todas as pessoas

Vivendo para o hoje

Imagine não existir países

Não é difícil de fazê-lo

Nada pelo que lutar ou morrer

E nenhuma religião também

Imagine todas as pessoas

Vivendo a vida em paz

Você pode dizer

Que eu sou um sonhador

Mas eu não sou o único

Eu tenho a esperança de que um

dia

você se juntará a nós

E o mundo será como um só

Imagine não existir posses

Me pergunto se você consegue

Sem necessidade de ganância ou

fome

Uma irmandade de humana

Imagine todas as pessoas

Compartilhando todo o mundo

Você pode dizer

Que eu sou um sonhador

Mas eu não sou o único

Eu tenho a esperança de que um

dia

Você se juntará a nós

E o mundo viverá como um só.

T

Page 22: The Beatles - John Lennon

UM POUCO MAIS DE LENNON

ais do que um músico, mais do que um letrista, mais do que ativíssimo

participante dos movimentos mais nobres destes conturbados tempos, John

Lennon foi um verdadeiro filósofo refletindo, sentindo, acelerando as

transformações da sociedade atual. Lennon repensou o seu tempo com extrema lucidez. Ele

soube unir o lírico ao épico, mesclando em seu estilo, a energia bruta do rock, o protesto, o

romantismo e o sexo.

Lennon achava que se os homens buscassem se conhecer a si mesmos, metade dos

problemas do mundo estaria resolvido. Acreditava no ser humano e deixava claro sua posição

em diversas canções, profetizando que a insegurança e a frustração dos Beatles levam o

homem à violência e guerra...

Desde as primeiras apresentações dos Beatles, ele caracterizou-se como o intelectual

agressivo e nem mesmo Brian Epstein conseguiu fazer com que John engolisse todas as

irreverências que lhe ocorriam. E nem quando cantaram para a Rainha Elizabeth e o Príncipe

Philip no Royal Variety Show, convidou a platéia a participar do concerto dizendo: “Quem

estiver nos lugares mais baratos, bata palmas. Os outros, nas poltronas mais caras, apenas

agitem as suas jóias.”.

Mas o inicio real de uma tomada de posição contestadora tomou mais corpo na união

com Yoko. Começou a adotar posturas aparentemente ridículas, como fazer uma lua-de-mel

pública para pregar a paz, ou outra loucura qualquer. O casal passou a apoiar todas as causas

que aparecessem desde que justas sempre voltadas para o ser humano.

Em 1969, Lennon surpreende. No mês de novembro, ele devolve a condecoração que

havia recebido da Rainha, em protesto pelo envolvimento britânico no Vietnã e Biafra. John

destrói um pouco o seu prestigio, mas isso na verdade pouco importou ao homem que

continuava solidário às causas, perdidas ou não. O comportamento de John e Yoko começa a

desagradar a opinião pública inglesa... e ele continua pouco se importando com o fato. Ao

mesmo tempo a sua preocupação social, embora sem uma linha claramente definida, começou

a ocupar um lugar importante em sua vida.

Muitos sentimentos, sensações e expressões marcavam as suas composições, mas a

mágica e o desespero sempre foram a temática dos seus trabalhos e suas melhores músicas

nasceram, exatamente, quando estes dois elementos se fundiram. As excentricidades do casal

Lennon eram confusas e, às vezes patéticas, mas faziam parte de um estágio que John

precisava atravessar para destruir diante do público a imagem de John o Beatle e começar de

novo como John o Lennon.

M

Page 23: The Beatles - John Lennon

FASE CONTURBADA 1970 – 1975

período de 1970 e 1975 foi muito intenso para John. Lança o álbum IMAGINE,

cuja faixa titulo muitos consideram a sua mais bela canção. Some Time in New

York City, foi o álbum engajado, com canções politicas. Mind Games, Wall and

Bridges e a coletânea Shaved Fish, uma viagem sentimental ao passado do rock. Esta fase foi

marcada por vários acidentes emocionais. A separação de Yoko, um caso com a secretária,

muito consumo de álcool causaram escândalos explosivos que contribuíram para o complô do

governo republicano do Presidente Nixon para deportá-lo dos Estados Unidos.

A separação de Yoko durou aproximadamente dois anos. Depois de alguns fracassos

musicais, ele vence a batalha legal e consegue o direito de residência na América. As coisas

estavam melhorando e ele ganha Sean, filho de Yoko em 9 de outubro , dia do seu trigésimo

quinto anivers|rio. Ele disse: “Me sinto mais alto do que o prédio do Empire State.”. O menino

Sean, passou a ser o centro do universo nos cinco anos que se seguiram. Neste período de

hibernação John tornou-se dono de casa e enquanto tomava conta de Sean, Yoko administrava

os negócios e investimentos do casal.

A volta de John às gravações aconteceu quase por acaso. No verão de 1980, ele passeava

com o filho no Jardim Botânico das Bermudas, quando uma flor branca lhe chamou a atenção.

Inspirado nela compôs uma música e cantou-a pelo telefone a Yoko, que estava em Nova

Iorque. Nasceu então a idéia de fazerem um álbum juntos. Double Fantasy acabava de ser

lançado e estava subindo nas paradas quando ele foi assassinado.

O novo Lennon era um homem que enfocava em suas letras sutilezas do cotidiano e

injetava em sua música novas influências, como o punk e o new wave e, novos ritmos como o

reggae. A avaliação critica de sua nova fase foi dificultada pelo impacto de sua morte. Mas

Lennon não havia certamente voltado a ser tão profundo como em 1970. O Lennon dos anos

80 não se conheceu bem e não se sabe se traria novas revoluções para o rock.

O

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YOKO ONO

E A ESTRELA GUIOU O POETA.

oko Ono nasceu no Japão em 18 de fevereiro de 1934 e chegou a Londres para

um simpósio de arte contemporânea, em setembro de 1966. Foi na Indica Gallery

da cidade que John conheceu-a. Se impressionou com uma escultura de Yoko que

dizia em anexo para – pregar um prego – numa peça para pregar pregos, mas que ela não o

deixou pregar porque a galeria só iria abrir no dia seguinte. O dono do local falou para Yoko

que ele era muito rico e poderia pagar para fazer aquilo. Então, Yoko pede a Lennon que

pague cinco shillings e Lennon pergunta se pode pagar shillings imaginários e pregar um

prego imaginário.

A partir daí permaneceram juntos...

Yoko levou John até onde ele não iria... “Eu sempre quis ser um milionário excêntrico e

agora sou... Foi Yoko quem me mudou. Ela me forçou a ser de vanguarda e tirar a roupa quando

tudo o que eu queria era ser um Tom Jones. E olhe para mim agora. As pessoas tem de perceber

que ficar nu não é obsceno. O importante é sermos nós mesmos. Se todas as pessoas fossem o que

são, ao invés de fingirem que são o que não são, existiria a paz...”. Disse Lennon.

Além de darem uma lição de amor, Yoko e Lennon inseparáveis e integrados como

poucos casais foram, mostravam uma perfeita afinidade que fez do amor uma linguagem

universal, uma forma de vida, uma união da mitologia de deuses e deusas. Ele uma vez

descreveu Yoko como sua deusa do amor e da realização de toda a sua vida.

Y

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Os jovens do inicio dos anos 70 achavam que a

América não era mais a mesma e que tudo estava

terminado. Refugiavam-se em drogas para fugir de

si mesmo e nós tentávamos fazer com que

entendessem que havia muitas outras coisas boas

ao redor do seu mundo invisível. JOHN LENNON

Page 26: The Beatles - John Lennon

TODO REI ACABA SENDO MORTO POR SEUS CORTESÃOS 1980

ia 8 de dezembro de 1980, Manhattan, Nova Iorque. Eram 23 horas, cinco tiros

disparados à queima roupa calaram a voz que durante anos conteve multidões.

Desafiou convenções. Desafiou toda uma geração. Abalou o mundo com

declarações arrebatadoras e comportamentos escandalizadores. Morria John Lennon. Um

filósofo, um guia.

Foi baleado por um jovem perturbado, que era fã ardoroso. Mark David Champman, 25

anos, ceifou a vida de um ídolo, cessou a voz de um filósofo e fez o sonho acabar... E, por ironia

matou Lennon na cidade que ele mais amava, Nova Iorque... Ao lado da mulher que ele

venerava como uma deusa e em frente ao prédio que morava, o Edifício Dakota.

Desde o inicio os dados sobre o criminoso foram controvertidos. Natural do Texas

morou durante algum tempo em Atlanta (Geórgia) e trabalhou como guarda de segurança no

Havai, onde adquiriu a arma com a qual matou Lennon... Estava a menos de uma semana na

cidade hospedado num hotel barato, sem exercer qualquer atividade que o prendesse à

cidade. Na noite de segunda-feira a presença de Champman não chamou a atenção, pois era

comum o movimento de fãs nas proximidades. John Lennon voltava à evidência depois de

cinco anos praticamente escondido.

D

Page 27: The Beatles - John Lennon

O assassino tinha boa aparência, de acordo com a impressão do porteiro do Dakota...

Trajava-se discretamente e sua atitude não revelava nada de anormal... Permaneceu durante

horas diante do pátio externo que dá acesso ao edifício, ora sentado, ora agachado e não se

distinguia dos outros que aguardavam seu ídolo para um contato mais direto.

Foi na condição de fã que Champman se aproximou de John que voltava com a mulher de

um encontro com o produtor Jack Douglas no estúdio Record Plant. Ao entrar no pátio do

prédio depois de saltar de sua limusine, foi abordado por Champman que o chamou

respeitosamente de Mr. Lennon. Ao se virar para atender ao chamado, foi atingido caindo no

chão, enquanto Yoko desesperada começou a gritar por socorro... Apesar da presteza com que

foi providenciada a remoção de John para o hospital, onde foram mobilizados todos os

recursos disponíveis, não foi possível conter a hemorragia interna resultante dos profundos

ferimentos na cabeça, no peito e no braço esquerdo. John estava morto... O sonho acabara...

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John Lennon fora assassinado covardemente e não viu o lançamento do LP Milk and

Honey... Ele queria bastante material novo para as turnês que seriam iniciadas em março de

81. O compacto contendo a música - Walking in the Thin Ice – estava marcado para

lançamento em janeiro. A música era de Yoko e John cantava o outro lado.

Ele botava fé neste disco e sua maior alegria era ter alcançado o primeiro lugar nas

paradas inglesas, mostrando a todos que Yoko era uma boa pessoa... Sempre achou que os

ingleses odiavam sua mulher. No mês de dezembro, uma vigília silenciosa de dez minutos foi

feita no mundo inteiro, com destaque para o Central Park, em Nova Iorque. Era preciso

lembrar John... John Lennon...

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BIBLIOGRAFIA

John Lennon – Por um pouco de paz, da editora NSD.

Escrito por: Ana Maria Rochael Soares.

Coleção Documento Photo Grafico.

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