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RESUMO DA SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES EMBARGADO 00:01 GMT, 6 DE JULHO DE 2017

THE EMERGING MARKETS SYMPOSIUM RESUMO DA … Summary... · Ar 17 Água 18 Biodiversidade 18 Solo 19 ... Este é um resumo* dos resultados, conclusões e ... ligada à redução progressiva

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

RESUMO DA SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES

THE EMERGING MARKETSSYMPOSIUM

EMBARGADO

00:01 GMT, 6 DE JULHO DE 2017

THE EMERGING MARKETS

SYMPOSIUM

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

CONTEÚDO

PREFÁCIO 4

INTRODUÇÃO 5

RESUMO 7

PERSPECTIVAS DO MERCADO EMERGENTE 8O que são Mercados Emergentes? 8

Mercados emergentes no mundo 9

UMA PERSPECTIVA GLOBAL 12O que aconteceu (ou O que fizemos de errado)? 12

Por que isso aconteceu? 13

Como ele afetou a saúde ambiental? 14

O que pode ser feito em relação a isso? 15

O OVO DE OURO 17Ar 17

Água 18

Biodiversidade 18

Solo 19

Clima 19

Ambientes construídos 19

CENÁRIOS 20O Cenário “A festa continua” 20

O cenário “New Deal” 24

RECOMENDAÇÕES 27Liderança global 27

Financiamento e Inovação 29

Governos nacionais 29

Autoridades Locais 30

Negócios 30

Sociedade Civil 30

Mídia 30

OBSERVAÇÕES FINAIS 31

REFERÊNCIAS 33

FONTES DAS IMAGENS 34

GOVERNANÇA DO EMS 35

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

PREFÁCIO

Este relatório destila os resultados do oitavo dentre uma série de simpósios sobre o bem-estar humano em mercados emergentes na faculdade Green Templeton College, Universidade de Oxford. O simpósio e seus sete antecessores foram possíveis graças a visão e o generoso patrocínio do C&C Alpha Group, ao qual a faculdade será eternamente grata.

O relatório é publicado em um momento turbulento e problemático na história de empenhos internacionais para gerenciar e atender aos desafios da mudança climática. À luz da recente negação de evidências científicas avassaladoras, há agora uma preocupação generalizada com a falta de comprometimento em tomar medidas urgentes. De fato, aqueles que estão sofrendo as consequências diretas e indiretas da poluição atmosférica ou da desertificação gradual em regiões da Ásia e da América Latina já sabem do impacto da poluição atmosférica, da contaminação dos rios e oceanos, da redução de biodiversidade e da degradação do solo.

Nenhum aspecto da mudança ambiental é mais importante do que o que afeta a saúde e o bem-estar; nenhum é mais urgente do que aquele que afeta os pobres e desfavorecidos; nada disso pode ser gerenciado sem uma cooperação global que coloque o bem-estar do mundo acima daquele dos países individualmente e em lugar algum as consequências são mais ameaçadoras e evoluem tão rapidamente ou em maior escala do que nos mercados emergentes

O relatório aceita que as ameaças ambientais constituem um perigo claro e cada vez maior à saúde humana nos mercados emergentes e no mundo de forma geral. Ele reconhece que a trajetória atual dos danos ambientais, esgotamento e degradação é insustentável e argumenta que a saúde do planeta, o crescimento sustentável, a coesão social e a estabilidade política demandam um gerenciamento inteligente de nossos recursos planetares limitados. Além disso, reconhece a necessidade de mudanças calculadas porém significativas nas atitudes, estilos de vida, modalidades e prioridades para que as ambições econômicas se reconciliem com a capacidade dos sistemas naturais da terra. O relatório tem um forte impulso por uma ênfase mundial maior na saúde pública e na prevenção de doenças, em economias cíclicas de redução de resíduos e na adoção de objetivos satisfatórios. Sugere também que soluções plausíveis precisarão de uma transformação das abordagens subjacentes ao processo decisório longe dos graus substanciais de autonomia ambiental individual e corporativa que hoje prevalecem na maior parte do mundo e em direção a uma mistura sustentável de controles ambientais realistas e maior cooperação.

Dou as boas-vindas a este relatório como uma contribuição séria e que gera reflexão sobre o debate do futuro do planeta, pois esse é o maior problema que a humanidade está enfrentando hoje

Professora Denise Lievesley Diretora, Green Templeton College, Oxford

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

INTRODUÇÃO

O Simpósio de Mercados Emergentes (Emergind Markets Sumposium - EMS) é uma iniciativa acadêmica da faculdade Green Templeton College da Universidade de Oxford que expressa o comprometimento da faculdade com o aperfeiçoar do gerenciamos e o bem-estar humano no mundo moderno.

O EMS foi criado em 2008 porque: (i) A prosperidade dos mercados emergentes é essencial para o mundo do século XXI; (ii) Questões humanas complexas e urgentes relativas ao bem-estar e prosperidade, se não resolvidas, limitariam o crescimento, coesão e estabilidade desses mercados emergentes; (iii) Nenhum fórum atual dedicou-se a essas questões e (iv) o Green Templeton College teve a possibilidade de reunir líderes de governos nacionais, instituições internacionais e organizações de negócios e da sociedade civil para considerar problemas e recomendar mudanças práticas em políticas e atividades que poderiam ajudar a resolver essas questões.

Os simpósios EMS anteriores se concentraram em Saúde e Assistência Médica em Mercados Emergentes (2009); Urbanização, Saúde Urbana e Segurança Humana em Mercados Emergentes (2011); Educação Terciária em Mercados Emergentes (2012); Igualdade de Gêneros em Mercados Emergentes (2013); Saúde e Nutrição Infantil e Maternal em Mercados Emergentes (2014) e Envelhecimento em Mercados Emergentes (2015). O simpósio de 2018 será sobre Migração e o Futuro de Mercados Emergentes. Relatórios sobre os simpósios EMS são lançados em eventos em todo o mundo e publicados na mídia e na mídia impressa.

Para mais informações sobre o Simpósio de Mercados Emergentes, por favor visite: ems.gtc.ox.ac.uk.

Para mais informações sobre o Green Templeton College, por favor visite: www.gtc.ox.ac.uk.

PATROCÍNIO

O trabalho do EMS foi possível pela doação generosa da C&C Alpha Group, uma sociedade de capital de risco de Londres com um compromisso sólido com o bem-estar humano em mercados emergentes e com os interesses mundiais em saúde, aviação, imóveis, hospitalidade e serviços públicos.

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

RESUMO

Este é um resumo* dos resultados, conclusões e recomendações de um simpósio de 2017 realizado no Green Templeton College, Universidade de Oxford.1 O simpósio teve como base as suposições de que problemas de saúde ambiental em mercados emergentes devem ser: considerados no contexto da saúde planetária;2 foi visto pelo prisma das ciências ambientais e da saúde, economia, política, antropologia, sociologia, geografia, história e filosofia e foi abordado no nexo do ciclo de vida humano com políticas, práticas, iniciativas e intervenções do governo, negócios e sociedade civil.

*O relatório completo do simpósio de Saúde e Meio Ambiente em Mercados Emergentes (Health and the Environment in Emerging Markets) está disponível no site do EMS: ems.gtc.ox.ac.uk

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

Os mercados emergentes são, de muitas maneiras, diferentes, mas de uma perspectiva panorâmica têm em comum o suficiente para nos permitir considerá-los um grupo distintivo e, por outro lado, falar sobre eles ao mesmo tempo. Estas são as suas conquistas gerais mais marcantes:

● A capacidade de administrar transições demográficas atribuídas à fertilidade decrescente e à crescente longevidade que (com exceções) estão refletidas em pirâmides de população muito semelhantes;

● A capacidade de gerenciar mudanças econômicas, sociais, culturais, tecnológicas e espaciais;

● Crescimento econômico moderado a forte (em alguns casos muito forte) gerados por investimentos fixos e financeiros domésticos e estrangeiros

● Economia sustentável e desenvolvimento social (entre outros) medidos por reduções moderadas a extremas em mortalidade infantil, analfabetismo e doenças transmissíveis;

● Políticas distintivas porém relativamente estáveis com governança e sistemas judiciais e financeiras relativamente eficientes;

Imagem 1: Mapa dos Mercados Emergentes e outros países.Fonte: Contexto Analítico EMS 2017

PERSPECTIVAS DO MERCADO EMERGENTE

O QUE SÃO MERCADOS EMERGENTES?

Desde que o termo foi cunhado em 19813, alguns países de renda média na África, Ásia, Europa e Américas foram descritos como mercados emergentes. O conjunto de países do mercado emergente reconhecido pelo EMS, ao mesmo tempo em que não é imutável, permaneceu inalterado desde 2008. Ele inclui: Argentina, Brasil, Chile, China, Colômbia, Egito, Índia, Indonésia, Jordânia, Malásia, México, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia, Rússia, África do Sul, Tailândia, Tunísia e Turquia.

País do mercado emergente

País de alta renda

País de baixa renda

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

● Sistemas educacionais comparativamente adequados mas acessíveis de maneira desigual e sistemas de educação secundária e terciária parcialmente adequados;

● Serviços de assistência médica e saúde pública bastante estratificados (de excelente a muito fraco);

● Poder econômico suficiente e influência externa para se tornar agentes importantes na geopolítica regional e, em alguns casos, global.

Da mesma perspectiva (panorâmica), os desafios gerais são:

● Problemas não resolvidos referentes a governança nacional, local e corporativa, inclusive abusos sistemáticos de poder e autoridade, liderança e competência administrativa inconsistente;

● O desgaste das vantagens competitivas no comércio, produção e em outras atividades econômicas que reflitam o aumento dos preços;

● Problemas pendentes de renda, educação e saúde fracas, desigualdade econômica, desigualdade social e outros determinantes do bem-estar humano e do bem-estar, além de (especialmente para este relatório) problemas pendentes relativos a danos ambientais cumulativos.

MERCADOS EMERGENTES NO MUNDONos últimos 25 anos os benefícios e custos da globalização econômica (isto é, integração, padronização, digitalização, especialização, mudanças tecnológicas e organizacionais, fator de mobilidade) e processos associados de globalização cultural e política foram desproporcionalmente concentrados em mercados emergentes. Os benefícios foram transformadores, a velocidade das mudanças sem precedentes, o custo insustentável.

Imagem 2: Expectativa de vida total e expectativa de vida saudável no nascimento (total de anos). Dados de 2014, (Expectativa de vida total), 2015 (Expectativa de vida saudável)“Fonte: Contexto Analítico EMS 2017”

Expectativa de vida saudável: “Número médio de anos em que uma pessoa pode viver “com saúde”, levando em consideração os anos vividos em um estado de saúde menos que completo devido a doenças e/ou ferimentos.”

HIC: Países de alta renda; LIC: Países de baixa renda

Expectativa de vida total Expectativa de vida saudável

Ambos os sexos

Feminino

Masculino

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

Imagem 4: Índice de mortalidade de crianças com menos de 5 anos (mortes por mil nascimentos vivos), 1990 e 2015.“Fonte: Contexto Analítico EMS 2017”

Imagem 3: Expectativa de vida no nascimento, 1990 e 2014“Fonte: Contexto Analítico EMS 2017”HIC: Países de alta renda; LIC: Países de baixa renda

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

Nunca antes as vidas de tantas pessoas melhoraram tão rápido ou, devido à maré de prosperidade, deixou tantos para trás, em total desvantagem. Como nunca antes, tantos danos foram causados em muito pouco tempo aos sistemas naturais da terra.

Nos mercados emergentes, como em países ricos, o crescimento acelerado e o desenvolvimento aumentaram as disparidades entre ricos e pobres. Isso não aconteceu porque eles buscaram isso (embora políticas possam tê-los tornado inevitáveis), mas essas foram as consequências não intencionais do crescimento acelerado. Assim como a maré cheia pode não levantar todos os barcos, o crescimento econômico em nações-estado provavelmente não ajudaria todas as pessoas, sobretudo porque algumas pessoas acham que resultados equitativos são injustos, inalcançáveis ou inatingíveis mesmo se o governo, negócios e sociedade civil estiverem teoricamente comprometidos com eles4. A explosão da globalização após 1980 estava, em termos gerais, ligada à redução progressiva da pobreza e ao aumento da desigualdade em mercados emergentes. Boa notícia para uns, não tão boa para outros: não porque todos os que foram deixados para trás estavam muito piores, mas porque eles se sentiram, em termos relativos, muito atrás.

Líderes e representantes de mercados emergentes argumentaram durante anos que seus países enfrentam problemas maiores e escolhas mais difíceis do que outros porque simultaneamente se espera que eles:

● Promovam o crescimento econômico;

● Aumentem o bem-estar e a prosperidade de populações inteiras;

● Fomentem a mobilidade econômica e social dos desfavorecidos;

● Abordem necessidades específicas de populações vulneráveis, inclusive dos mais jovens e mais velhos;

● Aumentem a disponibilidade e qualidade de saúde e educação; e

● Gerenciem os riscos ao ecossistema

Ainda que os desafios sejam essencialmente semelhantes àqueles enfrentados por países ricos no século 19 e no início do século 20, em certa medida eles ainda são enfrentados hoje. A diferença está no fato que os mercados emergentes devem enfrentá-los com menos recursos, menos infraestrutura, menos capacidade administrativa, financeira e legal e governança mais fraca. Embora tendências atuais em alguns países ricos apontem para a diminuição da proteção ao pobre, mais ênfase na autarquia e menos ênfase na colaboração global, populações pobres do mercado emergente estão, em quase todos os aspectos, piores do que os correspondentes em países ricos. As chances de vida de uma criança nascida hoje em uma comunidade pobre de um mercado emergente são muito piores do que as de uma criança nascida em um país rico ou em uma comunidade rica de um país de mercado emergente, mas são muito melhores do que as de uma criança pobre nascida em um país pobre.

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

UMA PERSPECTIVA GLOBAL

Este relatório reflete as conclusões do simpósio sobre quatro questões:

● O que aconteceu ao ambiente global?

● Por que isso aconteceu?

● Como a mudança ambiental afetou a saúde humana em mercados emergentes?

● O que pode ser feito em relação a isso?

O QUE ACONTECEU (OU O QUE FIZEMOS DE ERRADO)?Essencialmente, três coisas. Em primeiro lugar, deixamos de proteger os sistemas naturais da terra da maneira certa. Em segundo, ao passo que o conhecimento sobre o meio ambiente aumentou muito, especialmente depois do século XX, ainda não entendemos bem alguns aspectos desses sistemas. Em terceiro, os que compreendem os sistemas bem não convenceram aqueles que nem compreendem nem o tratam tão bem.

Fazer

A Era do Antropoceno começou em agosto de 1945 com explosões nucleares que terminaram com a Segunda Guerra Mundial. A recuperação pós-guerra foi seguida por um crescimento orientado pelo consumo que trouxe uma prosperidade mal distribuída a grande parte do mundo, mas também degradou, exauriu e destruiu sistemas naturais a velocidades sem precedentes em escalas incomparáveis.5

O crescimento econômico desde meados do século XX (especialmente nos últimos 25 anos) trouxe progressos inéditos em saúde, nutrição, educação, mobilidade social, AVAIs6 e outras medidas de bem-estar e prosperidade humanos a grande parte do mundo. A humanidade está mais saudável, mais bem educada, melhor alojada e tem mais acesso a serviços públicos e humanos do que nunca antes. Isso ocorre, em parte, porque os benefícios do crescimento foram repartidos entre a crescente renda dos alres e rendas pessoais e em parte porque os investimentos e outras intervenções por governos, empresas e sociedade civil geraram diversos benefícios. No entanto, enquanto o mundo como um todo “nunca esteve tão bem”7, o bilhão de pessoas da camada inferior deixadas para trás.8

Se essa é a melhor notícia, considere também o preço do progresso, em nome do qual nós: convertemos mais ou menos 1/3 do gelo da terra e da superfície não desértica em área de cultivo ou pastagem; apropriamos metade do suprimento anual mundial de água doce para consumo humano; cortamos mais de 2-3 milhões de km2 de floresta virgem desde 2000; colhemos em torno de 90% da pesca monitorada mundial no ou além do limite máximo sustentável; represamos mais de 60% dos rios do mundo; eliminamos espécies a uma taxa 100 vezes mais rápida do que aquela revelada no registro fóssil; reduzimos pela metade as populações de vertebrados desde 1970;9 contribuímos com as mais altas concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso em pelo menos 800.000 anos; utilizamos mais de 100.000 produtos químicos (muitos não testados e com efeitos desconhecidos sobre a saúde) para produzir produtos farmacêuticos; estimulamos a má gestão de resíduos sólidos que danificam as periferias urbanas em todo o mundo; permitimos que materiais recicláveis estragassem o solo para as gerações futuras e celebramos nossas conquistas como agentes da mudança biofísica batizando essa Época do Antropoceno com nosso próprio nome. (vide QUADRO 6, página 27).

QUADRO 1

O Relógio do Juízo Final.O Relógio do Juízo Final. O Relógio do Juízo Final nos mostra como estamos perto de destruir nossa civilização com tecnologias criadas pelo homem, inclusive armas nucleares, tecnologias que alteram o clima, biotecnologias e cibertecnologias. Propositalmente, por um cálculo errado ou por acaso, essas tecnologias poderiam causar males irrevogáveis ao nosso estilo de vida e ao planeta.

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

Em 22 de abril de 197010, antes da conservação ser popular em qualquer lugar, um cartunista americano corajosamente sugeriu que, enquanto a maioria das pessoas pensava que a mudança ambiental era uma função dos sistemas naturais em evolução, ela era de fato atribuída a intervenções humanas (Imagem 5). Quarenta e cinco anos depois, muitos dos que compreendem os problemas estão convencidos de que o homem é seu pior inimigo e de que o tempo de jogo está acabando.11

Saber

Em 1990 a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos observou: “para muitas das atividades humanas que estão transformando o ambiente global... dados e análises estão fragmentados, o entendimento científico está incompleto e as implicações a longo prazo são desconhecidas.”12

Nos últimos 25 anos a ciência progrediu muito. Não atingiu um entendimento perfeito, mas avançou o suficiente para persuadir muitos governos, empresas e organizações da sociedade civil de que diversas ameaças ambientais podem levar ao fim da vida como conhecemos hoje e, em um Cenário Juízo Final, ao fim da vida na terra.13

Persuasão

Por fim, há a questão da persuasão. Com honráveis exceções,14 as omissões em abordar as implicações da mudança ambiental à saúde não refletem nem uma falta de evidência científica15, nem uma falta de esforços para mostrar que as ameaças à saúde ambiental existem de fato. Acima de tudo, elas refletem as omissões de líderes mundiais, nacionais, regionais e locais no endosso do valor da competência científica: eles evangelizam as ameaças ambientais à saúde do planeta e entendem que se a opinião pública resiste a argumentos fundamentados (logos), ethos e pathos são opções legítimas (QUADRO 2).

POR QUE ISSO ACONTECEU?O debate sobre a recente evolução do ambiente global gerou tanto calor quanto luz. Os dedos foram sacudidos, apontados e curvados na forma de punhos. Enquanto se separaram em lados, um julgou o outro com talvez menos do que a concessão ao fato de que a falta de conhecimento, visão e prevenção são parte da condição humana.

É fácil para alguns dizer (como já disseram) que a degradação ambiental é consequência da ganância, da impaciência e da crença equivocada que de os recursos do mundo são

Imagem 5: Conhecemos o inimigo e ele é nós mesmosFonte: Copyright Okefenokee Glee & Perloo, Inc. Utilizado com autorização. Contato: [email protected].

QUADRO 2:

PersuasãoExistem três tipos de persuasão oferecidos pela palavra falada.

O primeiro depende do personagem pessoal do orador [ethos]; o segundo depende de enquadrar a plateia em determinada estrutura mental [pathos] e o terceiro depende da prova, ou aparente prova, dada pelas palavras do discurso em si [logos].

A persuasão é atingida pelo personagem pessoal do orador quando o discurso é falado para que acreditemos nele.

Aristóteles, Retórica, século IV a.C.

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

infinitos. É fácil para aqueles que podem ter usado mal o planeta dizerem que, sem sua disposição para assumir riscos e ir além dos limites, o mundo teria feito menos progresso material. Até mesmo os que puderem ser culpados por causar males ambientais dolorosos reconhecem que o movimento ambiental iniciado nos anos 60 na forma de uma resposta desgostosa à percepção de que a humanidade poluiu o próprio ninho agregou valor à sociedade. O movimento se espalhou nos anos 70 e 80 e atingiu nível global em 1990, quando o Dia da Terra foi comemorado em 143 países. Conforme cresceu, aos poucos envolveu o governo, as empresas e a sociedade civil e começou a capturar a opinião pública e a influenciar o comportamento das pessoas e dos lares.16

A qualidade do ar era a primeira preocupação17 do movimento, mas nos anos 80 o foco mudou para os riscos da mudança climática, cuja natureza e magnitude foram sublinhados pelas decepções do Rio de Janeiro, Kioto e Copenhague.18 As tentativas de chegar a um acordo sobre padrões intergovernamentais coesos foram, no máximo, difíceis e não receberam ajuda daqueles que negaram os resultados da ciência ambiental e ignoraram os cientistas ambientais.

O dia 12 de dezembro de 2015, data em que o Acordo de Mudança Climática Global foi assinado em Paris, foi muito importante na história da colaboração global. Ele provou que a comunidade global estava disposta a: planejar um novo jogo de desenvolvimento; substituir as agendas adversárias dos debates ambientais anteriores por agendas colaborativas; acreditar que o tempo para a omissão, prevaricação, oposição e abordagens assimétricas a ameaças ambientais havia chegado ao fim;19 aceitar que era hora de subordinar prioridades nacionais a emergências globais e, antes que fosse tarde demais, descarbonizar a economia global a níveis pré-industriais até o final do século XXI. O Acordo ainda será implementado e precisa de melhorias e os mercados emergentes e, talvez ainda mais, os países ricos, têm muito a aprender com esses processos.

COMO ELE AFETOU A SAÚDE AMBIENTAL?Excluindo diferenças estilísticas, os bairros de alta renda com serviços de ponta em Buenos Aires, Marrakech ou Bangkok não são tão diferentes dos de Bruxelas, Madrid ou Chicago. Com exceção dos materiais de construção, as favelas em Daka são muito parecidas com as de Bogotá. Além disso, os mercados emergentes sofrem das doenças não transmissíveis dos pobres e das doenças crônicas dos ricos.

Os problemas de saúde ambiental estão entre os mais paradoxais, urgentes e desafiantes dos vários problemas20 “perversos” que os mercados emergentes enfrentam hoje (QUADRO 3). Uma vez que desafios ideográficos demandam estratégias ideográficas, a maioria deles deve ser sanada pelos próprios mercados emergentes. No entanto, uma vez que muitas doenças ligadas ao ambiente, como por exemplo muitos aspectos dos danos ambientais, são muito complexas, dispersas e móveis para serem abordadas por qualquer país, a ação internacional é, em muitos casos, a escolha de Hobson, ou seja não há escolha.21 Problemas relativos a saúde ambiental, bem como táticas, estratégias e oportunidades para saná-los22 exigem ideias globais e locais, bem como ações globais e locais.

Condições de moradia deficientes, superpopulação, instalações sanitárias fracas e ar e água poluídos são relativamente universais em países pobres e (na maior parte em escalas menores) também ocorrem em comunidades de mercados emergentes pobres. Nos dois, eles criam condições em que doenças infecciosas, inclusive malária, HIV, pneumonia, tuberculose, infecções gastroentéricas e doenças tropicais negligenciadas

QUADRO 3:

Saúde AmbientalA saúde ambiental é um ramo da saúde pública preocupado com todos os aspectos do ambiente natural e construído? que puderem afetar a saúde humana.

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

se espalhem rapidamente e podem ser difíceis de conter embora serviços de saúde e de atendimento médico nos mercados emergentes, mesmo em comunidades pobres, sejam geralmente melhores nos mercados emergentes. A mudança epidemiológica de doenças principalmente transmissíveis para doenças principalmente não transmissíveis que foi amplamente concluída nos países ricos antes de 2000, quando mal havia começado nos países pobres, ainda está acontecendo em mercados emergentes. Eles estão entre uam coisa e outra.

Não obstante, doenças não-transmissíveis respondem por parcelas crescentes de morbidades e mortalidades, muitas delas atribuídas a causas ambientais. Como no mundo rico, doenças cardiovasculares e respiratórias, câncer e diabetes estão ligadas à poluição do ar e da água, enquanto doenças mentais e neurológicas estão direta ou indiretamente ligadas ao estresse urbano, ao deslocamento cultural e ao isolamento, particularmente em megacidades do mercado emergente onde é mais difícil identificá-las e administrá-las.

As características distintivas de saúde ambiental em mercados emergentes são:

● Os desafios da saúde ambiental são maiores e estão evoluindo mais rápido do que em outros países.

● Alguns problemas provêm de países ricos.

● Alguns aspectos não são bem compreendidos, como doenças zoonóticas (por exemplo ebola, malária, zika) que respondem por 75% das doenças infeccionas novas e emergentes.

● A saúde ambiental em mercados emergentes reflete disparidades na qualidade de vida, distribuições de renda e riqueza distorcidas, oportunidades econômicas limitadas e acesso limitado a saúde, educação, infraestrutura, moradia e serviços.

● As condições de saúde ambiental variam muito entre e dentro de mercados emergentes, e em alguns casos são piores do que em países pobres.

● A capacidade de resposta é mais fraca do que em países ricos pois as instituições são, em geral, menos estabelecidas; as qualificações e conhecimento técnico estão menos disponíveis e os fundos mais escassos.

● Os ambientes políticos, especialmente em níveis locais, podem não ser recepitivos à ação decisiva porque há uma concorrência intensa por atenção da liderança e menos interesse em abordar problemas a longo prazo.

O QUE PODE SER FEITO EM RELAÇÃO A ISSO?

Desconsiderando as disputas e sem se preocupar com quem é responsável, a realidade é que a comunidade global não pode continuar a utilizar o planeta como se, quando ele não mais servir, ela pudesse migrar para outro. Então o que pode ser feito quanto a isso?

Uma opção é reconhecer que o neoliberalismo tornou possível nutrir, acomodar e vestir mais pessoas, criar empregos e rendas e permitir o aumento dos padrões de vida de boa parte da (mas de forma nenhuma toda) população global e presumir que isso continuará a funcionar. Outra opção é adotar um modelo alternativo, como por exemplo o chamado “Modelo das Fronteiras” desenvolvido por Rockström et al,23 Raworth24 e Steffens et al.25

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

water

income

education

resilience

voice

jobsenergy

socialequity

genderequality

health

food

SOCIAL FOUNDATION

ENVIROMENTAL CEILING

the s

afe and just space for humanity

INCLUSIVE AND SUSTAINABLE ECONOMIC DEVELOPM

ENT

climate change

freshwater use

ocean acidi�cationchemical polution

ozone d

eple

tion

biod

iver

siry

loss

land use change

phosphorous cycles

loading

nitrogen and

atmospheric aerosol

Raworth26 sugere que se o século XXI for atender às necessidades de alimento, água, energia, abrigo e bens materiais de quase 10 bilhões de pessoas sem efeitos adversos sobre a qualidade do ar, clima, solos, biodiversidade, água doce e sobre a camada de ozônio, ele deve habitar uma zona de segurança tipo doughnut (“rosquinha”) entre as fronteiras sociais e planetárias (vide Imagem 6) em que as doze dimensões da base social correspondem aos padrões identificados nas Sustainable Development Goals27 e nove limites planetários representam os limites além dos quais os sistemas naturais da terra não continuarão a proporcionar sustento. De fato, Steffens et al sugere que algumas fronteiras (mudança climática, integridade da biosfera, mudança do sistema de terra e uso de fósforo e nitrogênio) já foram cruzadas e que as consequências podem ser devastadoras.

Nenhuma dessas consequências em potencial é mais importante do que as consideradas neste relatório, pois a fertilidade humana, produtividade, educação, criatividade, engenho, adaptabilidade e capacidade destrutiva fundamentalmente dependem da saúde humana e do bem-estar que, por sua vez, depende de relações simbióticas entre homem, mulher, criança e seus ambientes natural e construído.

Isso não é mais importante do que em mercados emergentes que são tanto perpetradores quanto vítimas dos danos ambientais

Imagem 6: A rosquinha dos limites social e planetário.Fonte: Raworth (2017).

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

O OVO DE OUROA degradação ambiental, a destruição e o esgotamento em mercados emergentes são consequências colaterais do rápido crescimento econômico e do desenvolvimento social alcançado pelo consumo de recursos naturais a taxas que, se continuassem, iriam exauri-los. Como Haines aponta, “Nós... hipotecamos o futuro para sustentar nosso atual nível de saúde e desenvolvimento”.28

Isso não significa que as relações passadas entre economias e ambientes ofereçam planos para o futuro. A demanda futura por energia, por exemplo, não aumentará pari passu com o crescimento econômico porque as tecnologias mudarão, os sistemas de produção e distribuição ficarão mais eficientes, lições de experiências passadas serão aprendidas e o aforismo da Santayana – “Os que não conseguirem lembrar do passado estão condenados a repeti-lo” – será levado a sério.29

A questão crítica e extremamente difícil para os mercados emergentes é como reconciliar a necessidade urgente de espalhar e aumentar a prosperidade e ao mesmo tempo diminuir e em certo momento eliminar as ameaças ambientais que, se não combatidas, prejudicarão o crescimento econômico. Haverá uma tentação esmagadora de ignorar o panorama a longo prazo, focar no curto prazo e aniquilar o ganso ferido que colocava ovos ambientais de ouro dispensando o aviso de Esopo de “Quem tudo quer, tudo perde”.30

Uma vez que os sistemas naturais – ar, água, oceanos, terra, biodiversidade, clima - não estão confinados dentro de limites nacionais, ameaças resultantes do crescimento aos ambientes naturais e construídos são universais. No entanto, a necessidade de mudanças radicais em prioridades e comportamentos é desproporcionalmente maior em mercados emergentes do que em outros países e os riscos financeiros, sociais e econômicos e a ruptura são maiores neles do que em outros países. Enquanto a natureza dos danos ambientais em mercados emergentes é essencialmente semelhante aos danos ambientais em países ricos, sua escala tem sido maior e sua velocidademais rápida em mercados emergentes do que em outros lugares.

ARA poluição atmosférica era uma prioridade ambiental global até ser ofuscada pela mudança climática. Desde 1980 a qualidade do ar em cidades e - mais do que se imaginava - em áreas rurais, se deteriorou em todo o mundo. Tanto a poluição atmosférica urbana quanto a rural são piores em mercados emergentes do que em qualquer outro lugar. Isso acontece porque as megacidades do mundo (exceto Londres, Los Angeles, Nova York, Paris e Tóquio) estão, em sua maioria, em mercados emergentes, e parcialmente porque problemas de qualidade de ar rural são destacados por poluição associada à destruição da floresta amazônica e parcialmente porque nunca houve aumentos substanciais nas emissões de SO2 e NOx. Os mercados emergentes também sofreram aumentos de mortes prematuras ligadas à poluição atmosférica urbana (particulados e ozônio em nível terreno) e altos ônus de doença por exposição a produtos químicos perigosos, especialmente em países não pertencentes a OECD.

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

ÁGUAA poluição e toxificação das águas doces e dos oceanos é maior em mercados emergentes do que em países mais ricos. Em parte isso se deve à função de normas comportamentais: onde mais tomar banho ou lavar roupas? Por que as vacas não defecariam nos rios? O que há de errado em despejar resíduos sólidos e garrafas de plástico nos oceanos? E em parte, isso se deve também ao fato que infraestrutura e serviços de gestão de resíduos são mais fracos. Muitos mercados emergentes possuem altos níveis de poluição e esgotamento de água subterrânea, populações em crescimento vivendo em bacias hidrográficas sob tensão severa de água, deterioração da qualidade da água de superfície, aumentos na carga de nutrientes e risco de eutroficação, populações rurais e urbanas relativamente grandes sem acesso a água segura (em parte porque as populações urbanas têm crescido mais rápido do que as conexões de serviços de água) e aumentos nas águas residuais não tratadas.

BIODIVERSIDADEA ciência descobriu somente uma fração de uma estimativa mundial de 15 a 100 milhões de espécies e, uma vez que a distribuição global de biodiversidade é geograficamente desigual e porque os mercados emergentes gozam de riqueza e endomismo de espécies,31 eles também gozam de privilégios econômicos e (em princípio) obrigações de custódia32 globalmente significativas. Consequentemente, os mercados emergentes enfrentam pressões internas grandes para priorizar o crescimento e pressão externa cada vez maior para priorizar a biodiversidade.

Os mercados emergentes experimentaram uma perda contínua de biodiversidade devido a pressões crescentes de uso de terra e mudança climática e uma diminuição na área de floresta primária (virgem). A biodiversidade também está sendo minada mais rápido, em maior escala e com maiores implicações a longo prazo nos mercados emergentes do que em países ricos, já que as pressões para aumentar os retornos de capital e expandir

Imagem 7: megacidades hoje e amanhã. 2015 a 2030Fonte: allianz.com

Legenda

Megacidades atuaisPopulação em 2015População em 2030

Futuras megacidadesPopulação em 2015Población 2030

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as atividades econômicas no contexto de uma proteção ambiental fraca esgotaram a biodiversidade e exploraram recursos naturais com impactos desproporcionais sobre o bem-estar e sobre os sustentos da população pobre rural, especialmente aquela que depende mais da natureza.

SOLOAcesso limitado a educação, serviços de extensão, técnicas de aumento da produtividade, uso abusivo de pesticidas, herbicidas e fertilizantes e um regulamento fraco de práticas de cultivo em mercados emergentes significam que muitos dos vastos acres de cultivo de agricultura e pecuária oferecem retornos comparativamente menores e taxas de desgaste e degradação do solo mais rápidas (com diversas repercussões) do que em países ricos. As pressões crescentes aumentarão o espectro de mais desmatamento, exaustão do solo e consequências severas para a produção de alimentos, nutrição e saúde em mercados emergentes e, se depender deles, no resto do mundo.

CLIMAEmissões de gases de efeito estufa (GHG), especialmente CO2 relacionado à energia) e concentrações atmosféricas cada vez maiores de GHGs significam que o impacto da mudança climática será maior em mercados emergentes do que em países ricos (embora não necessariamente maior do que em países pobres).

Alguns países ricos (especialmente Japão e Holanda) estão vulneráveis ao aumento do nível do mar, mas a atenção mundial está principalmente focada em ameaças de erosão costeira, enchente costeira e deslocamento de população em países pobres (por exemplo Bangladesh, Mianmar, Vietnã). Muitos mercados emergentes, especialmente no leste sul da Ásia (por exemplo China, Indonésia, Malásia, Tailândia, Filipinas) estão também sob risco de um prognóstico de enchentes costeiras.

Outros mercados emergentes (na América Latina e Ásia) são ameaçados por prognósticos de aumentos na frequência e severidade de eventos climáticos extremos, inclusive transbordamentos de rios, erosão do solo e danos a moradias, infraestrutura urbana, sistemas de irrigação e barragens por furacões, ciclones e tempestades. Dadas as suas localizações geográficas, partes de muitos outros mercados emergentes (por exemplo Chile, China, Marrocos, Egito) estão expostos aos efeitos de aumento de temperatura, aumento dos níveis de insolação, seca e desertificação; embora sujeitos a inovações tecnológicas de transmissão e armazenamento, a maioria deles poderia, em seu devido curso, se tornar grandes produtores de energia solar.

AMBIENTES CONSTRUÍDOSEm comparação com outros países, os ambientes construídos em mercados emergentes possuem moradia e infraestrutura mais fracas, vazamentos e prejuízos maiores com transmissão e distribuição, transporte menos eficiente, energia elétrica com base em combustíveis fósseis, quantidade maior de resíduos sólidos e líquidos não tratados e infraestrutura danificada. Consequentemente, suas cidades estão mais poluídas e têm drenagem e programas de educação ambiental de qualidade inferior àqueles das cidades em países mais ricos.

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CENÁRIOS

Então, o que você prefere: o fim do mundo como o conhecemos ou o simplesmente o fim do mundo?

O panorama para a saúde ambiental em mercados emergentes depende muito do impacto da economia global sobre o ambienta global nos últimos e próximos 35 anos. É possível argumentar que erros de omissão e comissão desde 1990 já estabeleceram os resultados e que os danos ambientais causados não podem ser reparados. O ônus da prova sugere que o dano é significativo, mas não determinante.

Existem dois cenários plausíveis para 2050. Ambos excluem guerras, epidemias, ataques de asteroides, erupções vulcânicas e calamidades ambientais além daquelas integradas nas tendências recentes e atuais. Ambos focam em tensões entre crescimento, desenvolvimento e meio ambiente (Imagem 8).

Crescimentoeconômico

Desenvolvimentosocial

Meio ambiente

Imagem 8: TensõessEMS Original 2017

O CENÁRIO “A FESTA CONTINUA”Misturando o otimismo animado do Cândido de Voltaire33 com o realismo distópico de Huis Clos34 de Sartre, o cenário “A festa continua” traria tensões cada vez maiores entre o crescimento econômico (e o desenvolvimento social) e os danos ambientais colaterais.

Vantagens

No lado vantajoso deste cenário os seguidores do maior otimista de Voltaire, Dr. Pangloss, presumiriam que o crescimento e desenvolvimento sem precedentes dos últimos 35 anos nos mercados emergentes (e numa medida geralmente menor) e em outros lugares seria sustentado ou acelerado, que os danos aos sistemas naturais não teriam que ser pagos e que outros danos ambientais seriam evitados.

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Uma análise recente sugere que nessas condições a população mundial cresceria em torno de 7 bilhões para mais ou menos 9 bilhões, em grande parte causado por populações em envelhecimento e amplamente concentradas em cidades35. O tamanho da economia mundial quase quadruplicaria. A demanda por energia, alimentos, água e terra agrícola aumentaria conforme as preferências de consumo mudassem com as rendas mais altas.

Em 2015, as maiores economias emergentes (Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Rússia e Turquia, conhecidos como “E7”) tinham em torno da metade das economias do G7 (quase um terço do tamanho em 1995).36 A análise sugere que até 2030 a China seria a maior economia do mundo, e a Índia a segunda maior.37 Em 2050 o E7 teria o dobro do tamanho das economias do G7 e representaria por em torno da metade da economia global e por seis das sete maiores economias mundiais, desbancando todos menos um membro (os EUA) do que hoje chamamos G7.38

Os prospectos econômicos do mundo a longo prazo seriam intensamente relevantes aos mercados emergentes, particularmente devido à a inversão das sortes que, no passado recente, possibilitou que alguns investimentos de países ricos reféns da disponibilidade do capital dos mercados emergentes (principalmente da China e Índia) pudesse continuar. Enquanto a prosperidade dos poderes econômicos principais de hoje depende do crescimento continuado em mercados emergentes, até 2050 as mesas estariam parcialmente viradas e os mercados emergentes estariam procurando crescimento sustentável nos novos países ricos.

Desvantagens

As desvantagens do panorama “A festa continua” são de que esforços continuados para atingir crescimento e desenvolvimento nos mercados emergentes (e no mundo como um todo) seriam cada vez mais restritos por problemas de saúde ambiental e de bem-estar humano (Imagem 9). O ganso pararia de colocar ovos de ouro e as tentativas de buscar crescimento econômico e desenvolvimento sem grandes alterações nas políticas econômicas e ambientais seriam bloqueadas pelas consequências sobre a saúde e sobre o meio ambiente.

Políticasambientais

passadas

Políticaseconômicas

passadas

Crescimento e desenvolvimento

Prejudicados por outros

Danos ambientais

Imagem 9: “A festa continua” ’“Fonte: EMS Original 2017”7

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Uma vez que o crescimento econômico e demográfico desde os anos 40 trouxe benefícios humanos enormes (mas de forma alguma universais) ao custo de danos ambientais graves, continuar da mesma maneira causaria danos ambientais irreparáveis. Uma população em torno de 30% maior (e, exceto na África, muito mais velha) em busca de crescimento irrestrito sem alterações deliberadas nos padrões de tecnologia, organização ou consumo provavelmente traria mais danos ambientais do que o crescimento do passado, colocaria os sistemas naturais sob uma pressão insustentável e exacerbaria problemas de poluição de ar e água, gerenciamento de resíduos, perda de biodiversidade e mudança climática. O OECD descreveu o resultado como “mudanças irreversíveis que colocariam em risco dois séculos de aumento dos padrões de vida” e também sugere que.39

● Sem mudanças nas preferências alimentares do consumidor (inclusive demanda muito reduzida por carne vermelha), a crescente demanda por alimentos expandiria o cultivo, degradaria o solo, aumentaria o desmatamento, esgotaria os estoques de peixe, aumentaria o lixo e também a demanda por energia, principalmente nos mercados emergentes, até 2050;

● A urbanização de em torno de 70% da população mundial (a uma taxa de 200.000 pessoas por dia) aumentaria problemas de poluição de ar e água, congestão de transporte e gestão de resíduos, principalmente em mercados emergentes;

● A demanda por energia mundial aumentaria 80% e sua maioria (em torno de 85%) seria atendida com combustíveis fósseis. As economias emergentes, especialmente a maior, ficaria mais voltada para a energia;

● A mudança climática disruptiva se aceleraria. As emissões de gases de efeito estufa (GHG) aumentariam em 50% com o crescimento das emissões de CO2. Até 2050 as concentrações atmosféricas atingiriam quase 700ppm; o aumento das temperaturas médias globais levaria a um aumento de pelo menos 30 em comparação com os níveis pré-industriais; além disso, eventos climáticos extremos e aumento da temperatura, da insolação, das chuvas, do derretimento glacial e dos níveis dos mares traria ameaças intoleráveis;

Note: this graph only measures blue water demand (see Box 5.1) and does not consider rainfed agriculture.

0

1 000

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OECD BRIICS RoW World

Km3

irrigation domestic livestock manufacturing electricity

Imagem 10: Demanda por água global: Cenário inicial, 2000 e 2050.Fonte: OECD (2012)BRIICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul; RoW: Resto do Mundo

Blue water demand only.

■ Irrigação ■ Doméstico ■ Pecuária ■ Produção ■ Eletricidade

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● A mudança das formas de utilização da terra, a expansão da silvicultura comercial, o desenvolvimento da infraestrutura, a interferência nos assentamentos humanos, habitats fragmentados, poluição e mudança climática diminuiriam a biodiversidade especialmente na Ásia, Europa e África do Sul. Outras perdas na biodiversidade da água doce também poderiam ameaçar o bem-estar humano, especialmente o da população pobre rural;40

● A disponibilidade de água doce diminuiria e as tensões relativas a água aumentariam em muitas partes do mundo, inclusive em mercados emergentes no Norte e Sul da África e no Sul e Ásia Central. A crescente demanda por água da indústria, geração de energia e uso doméstico aumentaria a demanda global por água em mais ou menos 55%, limitando o âmbito para o aumento da irrigação. O esgotamento das águas subterrâneas poderia se tornar uma grande ameaça aos fornecimentos de agricultura e água urbana. A poluição de nutrientes por meio de águas residuais urbanas e agricultura pioraria na maioria das áreas, intensificando a eutrofização e prejudicando a biodiversidade aquática;

● O acesso a águas melhoradas porém não seguras continuaria a aumentar, especialmente em mercados emergentes, mas não na maior parte da África Subsariana. Até 2050 pelo menos 15% da população mundial ainda estaria sem saneamento básico.

Mudanças ambientais e demográficas nesse cenário trariam novos desafios à saúde ambiental em mercados emergentes. Alguns problemas causados por doenças transmissíveis seriam:

● A saúde de crianças continuaria a ser ameaçada por doenças perinatais relacionadas ao ambiente (baixo peso, natimortos, anomalias congênitas), doenças respiratórias (pneumonia, tuberculosa, asma), doenças diarreicas (rotavírus, infecções por E.coli e cólera) e doenças transmitidas por vetor (especialmente malária);

● A população em envelhecimento aumentaria a prevalência de morbidades relacionadas à idade, causando a sociedade questionamento sobre o custo-benefício e aumentariam as ameaças provenientes do ozônio de superfície,41

● Embora algumas doenças infecciosas (por exemplo zika) não sejam entendidas totalmente, doenças transmissíveis relacionadas ao meio ambiente continuariam a confrontar os cientistas, médicos e pacientes;

● Conforme as cidades dos mercados emergentes continuassem a crescer, moradias deficientes e superlotadas e saneamento precário fomentariam o alastramento de doenças tropicais conhecidas e negligenciada em comunidades urbanas pobres;

● Infecções resistentes a medicamentos poderiam causar mais danos econômicos do que a crise financeira de 2008;42

● A exposição a PM2.5 seria a principal causa de mortes prematuras relacionadas ao ambiente, especialmente na Ásia, onde as concentrações já excedem os níveis seguros; e

● A exposição a produtos químicos perigosos aumentaria conforme os mercados emergentes capturassem parcelas cada vez maiores de mercados de produtos químicos.

Entre outros aspectos negativos deste cenário, muitas doenças não-transmissíveis, principal ou parcialmente atribuídas a causas ambientais, responderiam por quantidades maiores de morbidades e mortalidades nos mercados emergentes;

● Doenças cardiovasculares e respiratórias, câncer e diabetes aumentariam com o aumento da poluição da água e do ar.

● Doenças mentais e neurológicas ligadas ao estresse rural e urbano, deslocamento e isolamento aumentariam, especialmente nas megacidades dos mercados emergentes.

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● A saúde ambiental em mercados emergentes continuaria a refletir distribuições distorcidas de riqueza e renda, oportunidades econômicas limitadas e acesso desvantajoso a saúde, educação, infraestrutura, moradia e serviços.

● Doenças relacionadas ao meio ambiente continuariam a ser distribuídas de forma desigual. Os mais pobres continuam sofrendo com o impacto da morbidade e mortalidade socialmente determinadas. Dependendo da rapidez da degradação ambiental, a capacidade de resposta dos mercados emergentes diminuiria e continuaria a ficar atrás de países mais ricos.

Isso poderia ser ainda pior, pois:

● O mundo terá em torno de 2 bilhões de pessoas a mais em 2050 do que tem hoje. Enquanto grande parte do crescimento será na África, alguma parte ocorrerá em comunidades mais pobres em mercados emergentes. Onde quer que isso ocorrer, mais pessoas colocariam mais pressão nos sistemas naturais.

● O Acordo de Mudança Climática Global de dezembro de 2015 foi uma vitória de enorme importância. À luz do fato de que a omissão em cumprir com as obrigações do Acordo por quaisquer dos grandes países ameaça o limite de aquecimento global almejado de 2.00C até 2100, a decisão dos EUA de se retirar poderia ter implicações catastróficas. A incerteza nesse meio tempo poderia ver o aquecimento global aumentar com consequências desconhecidas para os sistemas naturais e planetários e para a saúde ambiental.

● As implicações de uma mudança ambiental rápida sobre a saúde ambiental poderiam ser mais severas e mais complexas do que no passado. Por exemplo, Margaret Chan sugeriu que o crescente problema global da resistência a antibióticos poderia ser desastroso para a saúde humana e dos animais, para a produção de alimentos e para as economias globais; poderia penalizar o pobre, acarretar o fim da medicina moderna como a conhecemos... e realizar “intervenções sofisticadas, como transplante de órgãos, substituições de articulações, quimioterapia para câncer e atendimento a bebês prematuros mais difíceis ou mais arriscados.44”

● Enquanto sabemos que os sistemas naturais têm pontos de inflexão e que além deles as mudanças negativas (por exemplo perda de espécies, mudança climática, esgotamento da água subterrânea, degradação da terra) se tornam irreversíveis, muitos desses pontos de inflexão continuam indefinidos e suas possíveis consequências continuam pouco compreendidas.

As posturas adotadas e medidas tomadas por países ricos e pobres, bem como os mercados emergentes continuarão a moldar resultados ambientais nos mercados emergentes. Como no passado, pressões políticas e econômicas poderiam esmagar esforços para considerar escolhas à luz de implicações a longo prazo.

O CENÁRIO “NEW DEAL”O segundo cenário assume alterações que podem ser radicais nos sistemas econômicos, estruturas, incentivos, recompensas, estilos de vida,45 políticas e práticas que promovem economias de combate ao desperdício46 (circulares), comportamento satisfatório47 e proteção de sistemas naturais para minimizar as ameaças econômicas, socais e políticas de danos ambientais progressivos (Imagem 11). O crescimento seria mais lento porém sustentável e, com políticas adequadas, ajudaria o desenvolvimento social continuado.

Haveria grandes desafios

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EconomiaCircular

Novo Consumo

Comportamentosatisfatório

Crescimento e desenvolvimento

mais lentos porémsustentáveis

Imagem 11: “O New Deal”Fonte: EMS Original 2017

Um deles seria equilibrar políticas não ambíguas com a necessidade de adaptar-se a circunstâncias em constante mudança. Outro seria convencer os tomadores de decisão a agir com toda a rapidez possível para suspender processos de decadência ambiental que estão em vigor há décadas. O terceiro seria que os tomadores de decisão achariam muito difícil (especialmente em democracias presidenciais ou parlamentares) convencer o grande público a favorecer os interesses das gerações futuras em detrimento das

gerações atuais e convencê-los de que o peso da evidência sobre emissões de GHG, ar e qualidade da água em deterioração, perda de biodiversidade e implicações sobre a saúde ambiental de economias rurais e urbanas justificam ações drásticas e imediatas.

Esses desafios não são novos. Há não muito tempo, líderes empresariais, políticos e da sociedade civil concordaram em fornecer água por tubulação de chumbo, permitiram fumar tabaco em público e sancionaram o uso de amianto em construções novas até serem confrontados com as provas de que era tóxico. Após terem conhecido a verdade, muitos países baniram esses produtos, mas até que a prova estivesse disponível os tomadores de decisão podiam alegar que não sabiam de nada.

Seus sucessores, com bom senso, não podem alegar que ignoram as consequências adversas dos danos ambientais à saúde. Ainda assim, não há sombra de dúvidas de que as normas, padrões e sanções criadas para estabilizar, proteger e ressuscitar os sistemas naturais econtrariam maior resistência. Os cientistas e comunicadores seriam confrontados com tarefas árduas como (i) persuadir a ação de líderes (era uma opção obrigatória) e (ii) dar a eles argumentos fortes o suficiente para derrotar aqueles que queriam continuar já que, no passado, derrotaram a oposição dos produtores, vendedores e consumidores de chumbo, tabaco e amianto (QUADRO 4). A diferença entre o passado e o futuro é que as areias do tempo estarão correndo mais rápido.

QUADRO 4:

O verdadeiro crente (The True Believer)

O verdadeiro crente tem a habilidade de fechar os olhos e tapar os ouvidos para fatos que não merecem ser vistos ou ouvidos, e essa é a fonte de sua inigualável fortaleza... Ele não se amedronta com o perigo, não se desanima com os obstáculos ou se desconcerta com as contradições porque ele nega que elas existam”.

Hoffer, The True Believer, 1951

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A questão operacional se trata de como os governos, empresas, sociedade civis (incluindo academia e residências) podem ser convencidas a aceitar mudanças radicais nas políticas e comportamentos - enquanto ainda há tempo.

Se a Opção “A” na Imagem 12 (Panorama “A festa continua”) for repudiada como irreal (porque significaria que nada vai mudar e as respectivas consequências disso), o cenário “New Deal” poderia, teoricamente, ser colocado em prática de uma ou duas maneiras.

A Opção “B” limitaria ou eliminaria liberdades corporativas ou pessoais que prejudicam ou negligenciam o meio ambiente por uma combinação de incentivos, sanções e regulamentos.48 Regimes democráticos achariam essa abordagem inviável a menos que pudessem convencer o eleitor de que a causa da proteção ambiental seria o equivalente moral à guerra e de que não há alternativas. Regimes autoritários também teriam dificuldades, também porque a maioria desses regimes está localizada em países (inclusive alguns mercados emergentes) com grandes proporções de pobres cujos sustentos dependem do acesso a sistemas naturais.

Chega-se assim à Opção “C”, que viria com uma mistura equilibrada de controle e cooperação. Antes de dezembro de 2015 poucos acreditavam que o mundo poderiam se unir para proteger o planeta das consequências da mudança climática. Agora é possível imaginar a cooperação como a nova realidade. O mundo teria que adotar valores comunitários, substituir parcialmente políticas individualistas por políticas de coletivismo e migrar da ênfase em “mim” para a ênfase em “nós”, e ao mesmo tempo aceitar controles significativos e diminuição da autonomia. Um “New Deal” que trocasse o crescimento mais lento pela sobrevivência do planeta, saúde e bem-estar pode parecer impossível, mas isso vai parecer ser algo muito melhor com o passar do tempo.

As medidas para abordar problemas pendentes relativos a saúde ambiental em mercados emergentes depende de quatro coisas. Primeiro, conhecimento mais amplo e profundo sobre doenças causadas pelo meio ambiente e intervenções preventivas e terapêuticas. Em segundo lugar, apoio público a políticas de gerenciamento do impacto da atividade humana em sistemas naturais. Em terceiro lugar, o quanto os esforços para construir um suporte público têm como base evidências e abarcam todas as formas de persuasão.

Cooperação

AutonomiaControle

B A

C

Imagem 12: De “A” a “C”Fonte: EMS Original 2017

QUADRO 5

SDG Meta 3.9Até 2030, reduzir substancialmente mortes e doenças causadas por produtos químicos perigosos e por poluição e contaminação de ar, água e solo.

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Em quarto lugar, se os mercados emergentes vão poder reagir aos desafios da saúde ambiental em estágios mais cedo no avanço do desenvolvimento socioeconômico do que os países ricos de hoje reagiram no passado.

RECOMENDAÇÕESPara moldar suas recomendações sobre saúde ambiental em mercados emergentes o simpósio considerou e endossou fortemente as conclusões descritas nas Sustainable Development Goals (vide QUADRO 5). A comissão Lancet sobre Saúde Planetária (vide QUADRO 6) e o OECD (vide QUADRO 7). Muitas dessas conclusões estão refletidas nas seguintes recomendações (ampliadas no relatório completo).

LIDERANÇA GLOBAL ● O Acordo de Mudança Climática na conferência COP21 em Paris de

dezembro de 2015 abriu a porta para uma revolução na saúde do planeta. Se for implementado e levado adianta, provavelmente será lembrado como um dos tratados de saúde pública mais importantes da história. A comunidade da saúde pública agora deveria unir forças com a comunidade do meio ambiente para assumir a liderança na batalha pela sua implementação.

● O Acordo de Paris também deve inspirar outros acordos para abordar ameaças à saúde global e ao bem-estar, inclusive tratados que cuidem da poluição do ar e da água, do mal gerenciamento de resíduos, da degradação do solo e da diminuição da biodiversidade. Na ausência desses acordos, as ameaças ambientais a saúde e bem-estar em mercados emergentes têm poucas chances de ser contida.

● Para levar esses esforços cooperativos adiante, uma nova coalizão global de governo, empresas, sociedade civil e indivíduos deve ser criada. Uma opção seria assumir a forma de uma nova organização multilateral, um painel intergovernamental semelhante ao Painel Intergovernamental de Mudança Climática, ou uma aliança global de alto nível como a que foi solicitada na Declaração Ministerial sobre Saúde, Meio Ambiente e Mudança Climática realizada em Marrakech em 15 de novembro de 2016. A aliança deveria se encarregar de desenvolver uma visão estratégica do equilíbrio a longo prazo entre atividades econômicas e sistemas naturais e preparar o terreno para acordos globais vinculantes que assegurem uma melhor gestão das ameaças ambientais imediatas à saúde e bem-estar das pessoas.

QUADRO 6:

Relatório da Comissão Lancet.A Comissão concluiu que:• O conceito de saúde planetária tem

como base o entendimento de que a saúde humana e a civilização dependem do florescimento dos sistemas naturais e do gerenciamento inteligente desses sistemas naturais. No entanto, os sistemas naturais estão sendo degradados em uma medida sem precedentes na história humana.

• As ameaças ambientais à saúde e à civilização humanas serão caracterizadas por surpresas e incertezas. Nossas sociedades enfrentam perigos claros e potentes que exigem ações urgentes e transformadoras para protegermos estas gerações e as gerações futuras.

• Os sistemas atuais de governo e organização do conhecimento humano são inadequados para abordar as ameaças à saúde do planeta. Nós exigimos um governo melhor para ajudar na integração de políticas sociais, econômicas e ambientais e para a criação, síntese e aplicação de conhecimento interdisciplinar para fortalecer a saúde do planeta.

• As soluções estão dentro do nosso alcance e devem ter como base a redefinição da prosperidade para focar na melhoria da qualidade de vida e na oferta de mais saúde para todos, tudo isso associado ao respeito pela integridade dos sistemas naturais. Essa tentativa exigirá que as sociedades abordem os condutores da mudança ambiental promovendo padrões sustentáveis e justos de consumo, reduzindo o crescimento populacional e explorando o poder da tecnologia para que a mudança aconteça.

Safeguarding human health in the Anthropocene Epoch: Report of Rockefeller Foundation - Lancet Commission on Planetary Health, Julho de 2015.

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

QUADRO 7:

A visão OECD

Conclusão: questões ambientais são complexas e estão inter-relacionadas (por exemplo, a mudança climática pode afetar ciclos hidrológicos e aumentar as pressões sobre a biodiversidade; a saúde humana, a biodiversidade e os serviços do ecossistema estão intimamente ligados à água, ao clima e à saúde humana). O relatório OECD* recomendou “um misto de políticas cuidadosamente criada para atender a essas funções ambientais entrecruzadas e suas implicações econômicas e sociais.” O relatório também salientou que fazer a reforma acontecer dependerá da liderança política e da ampla aceitação pública de que as mudanças são não só necessárias quanto acessíveis; que nem todas as soluções serão baratas (o que significa que soluções de baixo custo são essenciais) e que um entendimento melhor dos desafios e das contrapartidas é essencial. O OECD também concluiu que:

• Integrar objetivos ambientais a políticas econômicas e setoriais (por exemplo energia, agricultura, transporte) é essencial pois, juntas, essas políticas têm maiores impactos do que as políticas ambientais sozinhas. As mudanças ambientais devem ser avaliadas no contexto de outros desafios globais como segurança de alimentos e energia e atenuação da pobreza.

• Políticas bem elaboradas podem maximizar as sinergias e co-benefícios (por exemplo combatendo a poluição do ar para cortar emissões de GHG e ao mesmo tempo reduzir o ônus econômico dos problemas de saúde. Além disso a política econômica pode fomentar a biodiversidade se as emissões forem reduzidas ao evitar o desmatamento.

• Políticas contraditórias devem ser abordadas (por exemplo barragens que têm como objetivo melhorar a qualidade da água e a segurança da energia podem prejudicar os ecossistemas; o uso maior de biocombustíveis para atender às metas climáticas poderia ter impacto negativo sobre a biodiversidade exigindo mais terra para as colheitas de bioenergia).

• Uma vez que muitos problemas ambientais são globais (por exemplo perda da biodiversidade, mudança climática) ou ligados aos efeitos da globalização para além das fronteiras (por exemplo comércio, investimento internacional), a cooperação internacional é indispensável para garantir a ação efetiva e a divisão justa do custo dessas ações.

• A avaliação econômica dos impactos ambientais (por exemplo os benefícios completos da biodiversidade e dos serviços de ecossistema e os custos com saúde associados à exposição a produtos químicos) deve melhorar.

À luz dessas conclusões, o OECD recomendou que:

• Instrumentos fundamentados no mercado como taxas ambientais e esquemas de barganha de emissões devem ser utilizados para que os custos da poluição excedam os de alternativas mais sustentáveis;

• Os preços dos ativos naturais e dos serviços de ecossistema (por exemplo para águas para residências e irrigação deveria refletir seu valor verdadeiro (com os devidos descontos aos subsídios cruzados);

• Combustíveis que agridem o meio ambiente (por exemplo fósseis) não devem receber subsídio (também realizando concessões para subsídios seletivos);

• Regras e padrões eficientes devem ser utilizados para (entre outras coisas) promover a eficiência da energia e proteger a saúde humana;

• Incentivemos a saúde verde para promover o consumo e a produção não poluentes através do apoio público à pesquisa e desenvolvimento básicos.

*Panorama ambiental para 2050. OECD, 2012

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

FINANCIAMENTO E INOVAÇÃO ● Como concluído no Acordo de Paris, os países ricos deveriam oferecer “financiamento

climático” para ajudar os mercados emergentes e outros países a se adaptarem à mudança climática e apoiar os investimentos antecipados necessários para migrar para a energia renovável. As agências bilaterais também devem incorporar a saúde ambiental e os objetivos climáticos às políticas oficiais de aquisição pública e assistência ao desenvolvimento.

● Além disso, novas fontes de financiamento serão necessárias. As comunidades de negócios e investimentos, junto com instituições como o Banco Mundial e bancos de desenvolvimento regionais devem explorar formas inovadoras de investir conjuntamente em transições dos países para economias sustentáveis e de baixo carbono com urgência.

GOVERNOS NACIONAIS ● Os governos dos mercados emergentes devem assumir as lideranças no que diz respeito

a questões de saúde ambiental: a China e a Índia, que já comprometeram recursos substanciais à melhoria do meio ambiente, poderiam assumir a liderança mundial (especialmente se os EUA não quiserem ou não estiverem dispostos a fazê-lo), Muitos países de mercados emergentes estão melhor equipados para prever e responder a problemas de saúde ambiental, uma vez que vêm gerenciando mudanças econômicas, sociais, culturais e políticas há décadas. O gerenciamento das mudanças se tornou a sua ação em negociação no mercado.

● Os governos precisam reavaliar o apoio a investimentos em atividades que intensificam a emissão de gases de efeito estufa. Por exemplo, para reduzir os impactos ambientais da agricultura, as políticas agrícolas e os investimentos em pesquisa deveriam focar no desenvolvimento de métodos que produzam altos rendimentos com baixos impactos ambientais negativos, adotando técnicas de sistemas orgânicos e convencionais. As relações entre nutrição e saúde ambiental, inclusive a contribuição de cultivo da pecuária às emissões de gases de efeito estufa e de substâncias químicas tóxicas também devem ser reavaliadas.

● Há evidências cada vez maiores dos muitos e catalíticos benefícios de se investir em melhorias ambientais. Por exemplo, estima-se que dobrar a parcela de energias renováveis até 2030 não só reduziria a poluição do ar relativa a doenças, mas também criaria 24 milhões de empregos e traria um aumento do PIB global de 1,1%.49 Melhorar os serviços de água e saneamento beneficiaria a saúde pública, aumentaria a produtividade no trabalho e traria um retorno estimado entre 5 e 28 dólares por dólar investido. Essas ligações oferecem uma forte base para melhorar a coerência das políticas em escala nacional e para que os governos adotem políticas integradas a fim de melhorar a qualidade do meio ambiente, com todos os setores assumindo uma parte da responsabilidade.

● Os governos também precisam reconsiderar seus níveis de investimento em saúde ambiental e estratégias de prevenção. Mesmo em países OECD ricos, somente 3% dos orçamentos de saúde são gastos em prevenção. Há uma necessidade urgente de adotar uma visão mais ampla de fatores de risco para mortes e doenças em sistemas de saúde que inclui tanto o social como determinates ambientais de saúde. No futuro próximo, a cupula de 2018 sobre doenças não-transmissíveis (DNTs) apresentará uma plataforma para considerar uma nova agenda para um sistema “único” de saúde, como parte dos esforços para atingir a meta proposta da OMS de reduzir as DNTs em 25% até 2025.

● A legislação e os sistemas de incentivos e desincentivos também devem desempenhar um papel maior. Com muita frequência sistemas de impostos e subsídios trabalham contra melhorias na saúde, por exemplo favorecendo a produção de gordura animal, e não frutas e vegetais. A história do controle do tabaco demonstrou claramente a necessidade de investir em legislação e em programas de educação pública a fim de mudar o comportamento.

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

AUTORIDADES LOCAIS ● Os líderes locais são essenciais para a mudança local, já que estão mais próximos

das comunidades e entendem melhor os seus problemas. Por exemplo, os prefeitos estavam entre as vozes mais fortes no lobby em favor do Acordo de Paris. Muitas cidades e associações de prefeitos estão agora desempenhando papéis importantes na implementação de soluções inovadoras para melhorar seus ambientes e o bem-estar dos cidadãos. Essas ações deveriam se tornar uma fonte de inspiração para outras autoridades distritais e locais.

NEGÓCIOS ● Nos anos mais recentes, nos círculos econômicos, há um amplo consenso de que as

iniciativas ambientais prejudicam o crescimento econômico e os negócios. Essa visão agora está mudando. Novas atitudes, prioridades e práticas no setor privado são essenciais para melhorar a saúde ambiental. Capacitações corporativas em áreas como finanças, tecnologia e propaganda devem ser mobilizadas para sanar problemas e ajudar a modificar comportamentos.

● A abertura à inovação pode conferir às empresas uma vantagem competitiva. Por exemplo, novas pesquisas na Europa mostram que as empresas que se concentram na eco-inovação estão crescendo a uma taxa anual de 15% em um momento em que muitos concorrentes continuam no mesmo lugar. Em alguns contextos do mercado emergente, essas vantagens podem ser compensadas pela relativa fraqueza na governança corporativa e nos regimes reguladores, o que significa que isto necessita maior atenção se as empresas quiserem alcançar totalmente seus potenciais e impacto sociais.

SOCIEDADE CIVIL ● As organizações da sociedade civil agrupam forças de peso para modificarem as atitudes

e ações ambientais dos cidadãos, empresas e governos por meio de lobbies, publicação, transmissão, protestos e uso da mídia social. ONGs internacionais devem explorar outras formas de colaborar com ONGs domésticas e com universidades e instituições de pesquisa nos mercados emergentes com o objetivo de trocar conhecimento e desenvolver argumentos de base científica que sejam ser persuasivos em contextos locais.

MÍDIA ● Empresas da grande mídia e da mídia social devem considerar assumir papéis mais

proativos atuando como controladores perante campanhas lideradas por interesses particulares que pretendam enfraquecer fatos ou disseminar “fatos alternativos”. Enquanto o princípio da “justiça” e de conceder peso, tempo ou espaço iguais na mídia para perspectivas diferentes possa fazer sentido em debates políticos, isso não faz sentido em termos de promover informações equivocadas ou desinformações, em detrimento do conhecimento científico independente. Por exemplo, agora está bem documentado que a mídia continuou a apresentar o debate científico sobre o tabaco como algo que não tinha solução muito tempo após os cientistas terem concluído o contrário50 .

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

1. Organizado pelo Simpósio de Mercados Emergentes (Emerging Markets Symposium - EMS) na Green Templeton College

2. A Saúde Planetária é definida como a saúde das civilizações humanas e o estado dos sistemas naturais dos quais essa saúde depende.

3. Por Antoine van Agtmael, então trabalhando na International Finance Corporation (IFC)

4. Exemplos: Cuba, Tanzânia, Chima, Taiwan, Cingapura

5. Richard Hardman, ex-presidente da Sociedade Geológica de Londres, comentou: “Durante a minha existência, a humanidade se tornou uma força geológica, mas a Era Antropoceno poderia ser uma camada muito fina de tempo geológico”.

6. AVAI: Anos de vida perdidos ajustados por incapacidade

7. Harold MacMillan, em um discurso em Bedford, Inglaterra, em julho de 1957

8. Vide The Bottom Billion, Collier (2008)

9. Em média

10. O primeiro Dia da Terra aconteceu em 22 de abril de 1970

11. Um relógio que marca o tempo restante até o final do jogo em alguns esportes jogados nos Estados Unidos e em outros países.

12. Academia Nacional de Ciências

13. Ajustes periódicos ao Relógio do Juízo Final têm sido publicados no The Bulletin of the Atomic Scientists desde 1947. A última atualização foi publicada em janeiro de 2017.

14. Especialmente, o Acordo de Paris de 2015 e algumas iniciativas de governos federais e estaduais.

15. Há incertezas científicas sobre as relações entre algumas alterações ambientais e consequências à saúde humana (por exemplo causas de alguns cânceres), mas a evidência científica é, em geral, esmagadora,

16. por exemplo reciclagem de resíduos de residências, amplamente desconhecida na maioria dos mercados emergentes em 1970, se tornou parte da vida diária, principalmente em grupos de renda maior, em muitos mercados emergentes antes de 2000.

17. Orientado por eventos como o Great Smog in London (1952)

18. Locais de reuniões precursoras ao Acordo de Paris de dezembro de 2015.

19. Alguns países tentando gerenciá-los e outros tentando alcançar o desenvolvimento

20. “Problemas perversos” são questões complexas que desafiam uma definição e resistem a soluções finais

21. Seu nome é uma homenagem ao proprietário de uma cocheira em Cambridge (Inglaterra) cujos clientes não podiam escolher os cavalos.

22. “Pensar globalmente, agir localmente” era um slogan cunhado para o Friends of the Earth, de David Brower, seu fundador

23. Vide Rockström et al (2009)

24. Vide Raworth (2012 e 2017)

25. Vide Steffens et al (2017)

26. Raworth op cit

27. Vide Sustainable Development Goals das Nações Unidas (2015)

OBSERVAÇÕES FINAIS

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

28. Vide Haines (2013)

29. Santayana, George (1905) A idade da razão, Vol.1.1905-1906, Projeto Gutenberg

30. Um homem e sua esposa tinham a sorte de tem um ganso que punha um ovo de ouro todos os dias. Apesar de sortudos, eles logo começaram a pensar que não estavam ficando ricos tão rápido quando deveriam e, imaginando que a ave deveria ser feita de ouro, eles decidiram matá-la e ficar com todo o metal precioso de uma vez. Quando a abriram, viram que o ganso era como todos os outros. Nem ficaram ricos de uma só vez, nem aproveitaram mais as doses diárias de riqueza que eram oferecidas. Quem tudo quer, tudo perde. “The Goose that Laid the Golden Egg’, Aesop , 620-564 a.C.”

31. isto é, espécies únicas a uma área

32. Como o resto do mundo bem sabe, os mercados emergentes são donos de ecossistemas únicos.

33. Voltaire (1759)

34. Sartre (1944)

35. exceto na África

36. Medido em Paridade do Poder de Compra (PPP) (que gera números maiores do que cálculos com base em taxas de câmbio do mercado)

37. 20% do total em termos de Taxas de Câmbio do Mercado (MERS) (bem como PPP)

38. As projeções têm como base um modelo em que o GDP é composto por quatro fatores principais de fornecimento utilizando uma função de produção Cobb-Douglas. Fonte: PWC (2017)

39. OECD (2017)

40. O The Economics of Ecosytems and Biodiversity (TEEB) é um estudo internacional liderado por Pavan Sukhdev que sugere que a perda total da biodiversidade global associada à devastação de florestas em todo o mundo é de entre 2 e 5 trilhões de dólares por ano.

41. Às quais os idosos estão especialmente suscetíveis.

42. Vide “Drug Resistant Infections: A Threat to Our Economic Future.” World Bank Group, 2016.

43. Conforme definido pela OMS (2016)

44. Margaret Chan, Diretora-Geral da OMS

45. Mudanças nos estilos de vida

46. Sistemas econômicos regenerativos que reconstroem o capital natural e outras formas de capital eliminando resíduos

47. Maximizar os objetivos é substituído por satisfazer os objetivos

48. Um exemplo histórico foi a decisão do governo dominicano de controlar e coleta de madeira para uso doméstico na cozinha colocando as florestas sob controle direto do exército no final da década de 60.

49. UNEP (2016)

50. Oreskes and Conway (2011).

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

REFERÊNCIAS

Carlqvist, Anna (2016) Saúde e Meio Ambiente em Mercados Emergentes: Um Contexto Analítico, Green Templeton College 2016

Collier, Sir Paul (2002) The Bottom Billion , OUP, 2008

Haines, Sir Andy (2013) Business Insider, 17 de julho de 2013

Oreskes, Naomi e Conway, Erik (2011) Merchants of Doubt: How a Handful of Scientists Obscured the Truth on Issues from Tobacco Smoke to Global Warming, 24 de maio de 2011

Price Waterhouse Coopers (2017), The World in 2050, PWC, 2017

Raworth, Kate (2017) Doughnut Economics, Cornerstone, 2017

Rockefeller Foundation (2015) The Report of The Rockefeller Foundation–Lancet Commission on Planetary Health, 16 de julho de 2015

Rockstrom et al (2009) A Safe Operating Space for Humanity, Nature 461, 2009

Santayana, George (1905) A idade da razão, Vol.1.1905-1906, Projeto Gutenberg

Sartre, Jean-Paul Huis Clos, Paris, maio de 1944

Steffen Will, et al (2015) Planetary Boundaries: Guiding Human Development on a Changing Planet, Science de 13 de fevereiro de 2015

UNEP (2016) Health Environment, Healthy People, UNEP, 2016

Nações Unidas (2015) Sustainable Development Goals, Nações Unidas, 2015

Voltaire (1759) Cândido, Paris 1759

WHO (2016) Ambient (outdoor) air quality and health, WHO, Gênova, setembro de 2016

Banco Mundial (2016) Drug Resistant Infections: A Threat to Our Economic Future. Banco Mundial, 2016

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

FONTES DAS IMAGENS

Imagem 1: “Fonte: Contexto Analítico EMS 2017” (Referência: Carlqvist, A. (2016). Saúde e Meio Ambiente em Mercados Emergentes: Um Contexto Analítico, Green Templeton College. Imagem 1.1.1 Mapa de países

Imagem 2: “Fonte: Contexto Analítico EMS 2017” (Referência: Carlqvist, A. (2016). Saúde e Meio Ambiente em Mercados Emergentes: Um Contexto Analítico, Green Templeton College.) Healthy life expectancy data from the World Health Organisation:Global Health Observatory (2016). Retirado de http://apps.who.int/gho/data/node.home, 20 de setembro de 2016. Total life expectancy data from The World Bank (2016): World Development Indicators. Fonte dos dados: “Proveniente da expectativa de vida de homens e mulheres no nascimento a partir de fontes como: (1) United Nations Population Division.World Population Prospects; (2) Relatórios do Censo e outras publicações estatísticas de escritórios de estatística nacionais; (3) Eurostat: Estatísticas Demográficas; (4) United Nations Statistical Division. Population and Vital Statistics Report (diversos anos); (5) U.S. Census Bureau:International Database e (6) Secretariat of the Pacific Community: Statistics and Demography Programme.”

Imagem 3: “Fonte: Contexto Analítico EMS 2017” (Referência: Carlqvist, A. (2016). Saúde e Meio Ambiente em Mercados Emergentes: Um Contexto Analítico, Green Templeton College.) Do Banco Mundial (2016): World Development Indicators. Fonte dos dados: “Proveniente da expectativa de vida feminina e masculina no nascimento a partir de fontes como: (1) United Nations Population Division.World Population Prospects, (2) Relatórios do Censo e outras publicações estatísticas de escritórios estatísticos nacionais, (3) Eurostat:Demographic Statistics, (4) United Nations Statistical Division.Population and Vital Statistics Report (diversos anos), (5) U.S. Census Bureau:International Database, e (6) Secretariat of the Pacific Community: Statistics and Demography Programme.”

Imagem 4: “Fonte: Contexto Analítico EMS 2017” (Referência: Carlqvist, A. (2016). Saúde e Meio Ambiente em Mercados Emergentes: Um Contexto Analítico, Green Templeton College.) Do Banco Mundial (2016): World Development Indicators. Fonte dos dados: “Estimates Developed by the UN Inter¬agency Group for Child Mortality Estimation (UNICEF, WHO, Banco Mundial, UN DESA Population Division) em childmortality.org.”

Imagem 5: “Fonte: “Copyright Okefenokee Glee & Perloo, Inc. Utilizado com permissão. Contato: [email protected].” (Referência: PogoComics.com é o lar oficial de Okefenokee Glee & Perloo, Inc. (OGPI), proprietários e única entidade controladora das obras com direitos autorais e marca registrada de Walt Kelly, inclusive o texto e personagens cômicos que formam parte das tiras de quadrinhos Pogo, bem como todos os outros textos e arte publicados por Walt Kelly.)

Imagem 6: “Fonte: Raworth (2017)” (Referência: Raworth, Kate (2017) Doughnut Economics, Cornerstone, 2017.) Climate change, Mudança climática; Freshwater use, Uso da água doce; Nitrogen and phosphorus cycles, Ciclos de nitrogênio e fósforo; Ocean acidification, Acidificação dos oceanos; Chemical pollution, Poluição química; Atmospheric aerosol loading, Descarga de aerossol na atmosfera; Ozone depletion, Diminuição da camada de ozônio; Biodiversity loss, Perda da biodiversidade; Land use change, Mudança no uso da terra; Environmental ceiling, Teto ambiental; The safe space for humanity, O lugar seguro para a humanidade; Inclusive and sustainable economic development, Desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável; Social foundation, Base social; Water, Água; Income, Renda; Education, Educação; Resilience, Resiliência; Voice, Voz; Jobs, Trabalhos; Energy, Energia; Social equity, Igualdade social; Gender equality, Igualdade de gêneros; Health, Saúde; Food, Alimento.

Imagem 7: “Fonte: allianz.com”. (Refêrencia: The megacity of the future is smart disponível em https://www.allianz.com/en/press/news/ studies/151130_the-megacity-of-the-future-is-smart/)

Imagem 8: “Fonte: EMS Original 2017”

Imagem 9: “Fonte: EMS Original 2017”

Imagem 10: “Fonte: OECD (2012)” (Referência :OECD (2012), OECD Environmental Outlook to 2050: The Consequences of Inaction, OECD Publishing, Paris. http://dx.doi. org/10.1787/9789264122246-en) KM3, KM3; Irrigation, Irrigação; Domestic, Doméstico; Livestock, Pecuária; Manufacturing, Produção; Electricity, Eletricidade; OECD, OECD; BRIICS, BRIICS; RoW, RoW; World, Mundo; Blue water demand only, Demanda por mar aberto somente.

Imagem 11: “Fonte: EMS Original 2017”

Imagem 12: “Fonte: EMS Original 2017”

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SAÚDE AMBIENTAL EM MERCADOS EMERGENTES - RESUMO

GOVERNANÇA DO EMS

Patrocinador:

Lord Patten of Barnes, Chanceler da Universidade de Oxford

Comitê Diretor:

Shaukat Aziz (Presidente), Ex-Primeiro-Ministro do Paquistão

Sir George Alleyne, Chanceler, University of the West Indies

Suman Bery, Ex-Economista-Chefe, Royal Dutch Shell Corporation

Peter Bourne, Ex-Secretário Geral Assistente, Nações Unidas

Tsung Mei Cheng, Fundador, The Princeton Conference

Michael Earl, Ex-Pro-Vice-Chancelerr, Universidade de Oxford

Saul Estrin, Head, School of Management, London School of Economics

Alexandre Kalache, Presidente, International Longevity Centre

Serra Kirdar, Life Fellow, St Antony’s College, Universidade de Oxford

Sania Nishtar, Presidente, Heartfile, Paquistão

Srinath K. Reddy, Presidente, Fundação de Saúde Pública da Índia

Diretor Executivo:

Ian Scott

Comunicações:

Anne Winter

Felicity Porritt

Administradores:

Yoland Johnson

Ruth Loseby

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Para mais informações sobre o Simpósio de Mercados Emergentes, visite: ems.gtc.ox.ac.uk

Para mais informações sobre o Green Templeton College, visite www.gtc.ox.ac.uk

Imagem

de capa: teste/Shutterstock.com

Imagem de capa: teste/Shutterstock.com