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Produção, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 2011 doi: 10.1590/S0103-65132011005000051 *FEA/USP, São Paulo, SP, Brasil Recebido 14/07/2009; Aceito 20/10/2010 TI e eficiência organizacional: um estudo no setor brasileiro de bens de capital mecânicos com foco em micro, pequenas e médias empresas Cesar Alexandre de Souza a *, Giuseppe Arpino b a *[email protected], FEA/USP, Brasil b [email protected], FEA/USP, Brasil Resumo Uma das medidas para o sucesso do uso da tecnologia da informação (TI) é seu impacto na performance das empresas. Muitos estudos têm sido realizados analisando a influência da TI no resultado, especialmente em empresas de grande porte. Este trabalho tem como objetivo analisar a relação entre investimentos em TI e eficiência organizacional com foco em empresas de micro, pequeno e médio porte. Para isso, foram identificados fatores críticos de sucesso para o desempenho de empresas industriais, sendo em seguida desenvolvido um modelo para realização de análise envoltória de dados (DEA – Data Envelopment Analysis) em dois estágios. A pesquisa de campo foi realizada com empresas ligadas à Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Dentre os resultados destacam-se a maior capacidade das empresas de pequeno porte em converter o uso da TI em eficiência operacional e a maior capacidade das empresas maiores em converter fatores críticos de sucesso em rentabilidade. Palavras-chave Tecnologia da informação. Informatização. Manufatura. Gestão de micro, pequenas e médias empresas. Análise Envoltória de Dados. 1. Introdução Há várias razões que justificam o estudo da influência do uso da tecnologia da informação (TI) na eficiência das empresas. Em particular, isso é importante nas empresas de manufatura brasileiras, onde a necessidade de investimentos em TI adveio principalmente de atrasos tecnológicos causados por particularidades econômicas do país. Com a recente recuperação econômica brasileira tornou-se mister recobrar o atraso para tentar equilibrar a competitividade externa, investindo tanto em TI aplicada à gestão e à produção, como em técnicas modernas de manufatura, tais como o Just in Time (JIT) e os Flexible Manufacturing Systems (FMS), entre outras. Portanto, avaliar de forma correta a aplicação dos recursos de TI tem sido uma preocupação constante para as empresas industriais dos diversos setores e portes, mais especialmente nas micro, pequenas e médias empresas (SOUZA et al., 2005). Trabalhos acadêmicos que retratem a realidade nacional das empresas de manufatura, especialmente de micro, pequeno e médio porte, serão, portanto, de grande valia para as estratégias de penetração de mercado das firmas produtoras de software e para as próprias empresas usuárias, que poderão utilizar seus resultados e conclusões como benchmarking para seus processos de informatização, aspectos que justificam a elaboração do presente estudo. Este trabalho tem por objetivo analisar a relação entre investimentos em TI e eficiência organizacional em empresas brasileiras do setor de bens de capital, procurando identificar aspectos que distinguem as empresas que conseguem obter melhores resultados pelo uso da TI. Para Mello (2004), no Brasil o setor é composto por cerca de 4.000 empresas, sendo que 65% dessas são de pequeno porte ou microempresas, 25% são de médio porte e 10% são grandes empresas.

TI e Eficiência Organizacional - Um Estudo No Setor de Bens de Capital Mecanicos Com Foco Em MPEs

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Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 2011doi: 10.1590/S0103-65132011005000051*FEA/USP, So Paulo, SP, Brasil Recebido 14/07/2009; Aceito 20/10/2010TI e eficincia organizacional: um estudo no setor brasileiro de bens de capital mecnicos com foco em micro, pequenas e mdias empresasCesar Alexandre de Souzaa*, Giuseppe Arpinoba*[email protected], FEA/USP, Brasil [email protected], FEA/USP, BrasilResumoUma das medidas para o sucesso do uso da tecnologia da informao (TI) seu impacto na performance das empresas. Muitos estudos tm sido realizados analisando a influncia da TI no resultado, especialmente em empresas de grande porte.EstetrabalhotemcomoobjetivoanalisararelaoentreinvestimentosemTIeeficinciaorganizacional com foco em empresas de micro, pequeno e mdio porte. Para isso, foram identificados fatores crticos de sucesso para o desempenho de empresas industriais, sendo em seguida desenvolvido um modelo para realizao de anlise envoltria de dados (DEA Data Envelopment Analysis) em dois estgios. A pesquisa de campo foi realizada com empresas ligadas Associao Brasileira das Indstrias de Mquinas e Equipamentos (Abimaq). Dentre os resultados destacam-se a maior capacidade das empresas de pequeno porte em converter o uso da TI em eficincia operacional e a maior capacidade das empresas maiores em converter fatores crticos de sucesso em rentabilidade.Palavras-chaveTecnologiadainformao.Informatizao.Manufatura.Gestodemicro,pequenasemdiasempresas.Anlise Envoltria de Dados.1. IntroduoHvriasrazesquejustificamoestudoda influncia do uso da tecnologia da informao (TI) naeficinciadasempresas.Emparticular,isso importante nas empresas de manufatura brasileiras, onde a necessidade de investimentos em TI adveio principalmentedeatrasostecnolgicoscausados porparticularidadeseconmicasdopas.Coma recente recuperao econmica brasileira tornou-se misterrecobraroatrasoparatentarequilibrara competitividadeexterna,investindotantoemTI aplicada gesto e produo, como em tcnicas modernas de manufatura, tais como o Just in Time (JIT)eosFlexibleManufacturingSystems(FMS), entreoutras.Portanto,avaliardeformacorreta aaplicaodosrecursosdeTItemsidouma preocupao constante para as empresas industriais dosdiversossetoreseportes,maisespecialmente nasmicro,pequenasemdiasempresas(SOUZA et al., 2005).Trabalhos acadmicos que retratem a realidade nacional das empresas de manufatura, especialmente de micro, pequeno e mdio porte, sero, portanto, de grande valia para as estratgias de penetrao de mercado das firmas produtoras de software e para as prprias empresas usurias, que podero utilizar seusresultadoseconclusescomobenchmarking paraseusprocessosdeinformatizao,aspectos que justificam a elaborao do presente estudo.Este trabalho tem por objetivo analisar a relao entre investimentos em TI e eficincia organizacional em empresas brasileiras do setor de bens de capital, procurando identificar aspectos que distinguem as empresas que conseguem obter melhores resultados pelousodaTI.ParaMello(2004),noBrasilo setorcompostoporcercade4.000empresas, sendoque65%dessassodepequenoporteou microempresas, 25% so de mdio porte e 10% so grandes empresas.Souza, C. A. et al. TI e eficincia organizacional ... pequenas e mdias empresas. Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 2011743Inicialmente apresentado um breve referencial terico sobre estudos envolvendo TI e desempenho empresarial,destacando-seousodatcnicade anlisededadosproposta(anliseenvoltriade dadosouDEADataEnvelopmentAnalysis)e relatando estudos realizados na rea de manufatura. Arelaodatcnicacomoobjetivodotrabalho entoexplicitada,eapresentadoomodelo depesquisa.Soentodeterminadososinputse outputs do modelo, a partir da anlise dos fatores crticos de sucesso e dos indicadores de desempenho para as empresas industriais, bem como os fatores organizacionais e de uso de TI (ou informatizao) aelesrelacionados.AtcnicaDEAaplicadaem dois estgios, buscando relacionar a aplicao da TI inicialmente a impactos nos processos operacionais das empresas e seus fatores crticos de sucesso, e, em seguida, relacionar esses impactos a resultados dedesempenhofinanceirodaorganizao.Os resultadosdaDEAsoentocomparadosaos fatoresdeinformatizaoecaractersticasdas empresas. Finalmente, os resultados so discutidos e as concluses apresentadas.Essetrabalhoapresentaasseguintes contribuies:fornecedadossobreograude informatizaodeempresasdosetordebensde capitalmecnicobrasileiro;elaboraummodelo relacionandoaaplicaodeTIemempresasde manufaturaaodesempenho,sugerindomedidas paraosefeitosintermediriosdaaplicaodaTI ligadas a fatores crticos de sucesso; e relaciona a obteno de resultados pelo uso da TI a fatores de informatizao.2. Referencial terico2.1. TI e desempenho de empresasA partir do final dos anos 80 houve uma forte suspeita por parte de acadmicos e empresas usurias de que os investimentos realizados em TI no estavam produzindoosresultadosesperados.Ochamado paradoxodaprodutividadeatraiuaatenodos pesquisadores e profissionais de mercado, pois no se estavam encontrando evidncias suficientes de que o investimento em TI estivesse de fato contribuindo paraganhosconcretosnasempresas.Procurando buscarindciosopostosaoparadoxo,diversas pesquisas comearam a identificar as contribuies da TI para os resultados, especialmente em grandes empresas(HITT;BRYNJOLFSSON,1994;RAI; PATNAYAKUNI; PATNAYAKUNI, 1997; LEE; BARUA, 1999; MAADA; BECKER; LUNARDI, 2005).Umnmeromenordepesquisasfoirealizado paraverificaraexistnciaounodoparadoxo daprodutividadeemmicro,pequenasemdias empresas (MPMEs), conforme atestado por Valente eRiccio(2004),vistoque,atpoucotempo,os sistemasintegradosdegestoeramnormalmente destinados apenas a grandes corporaes em razo doselevadoscustosecomplexidadeenvolvidaem suaimplementao.MuitasMPMEsconsideramo investimentoalto,desconhecemaspossibilidades edificuldadesdousodatecnologiaenosabem como avaliar as melhorias obtidas. Assim, ainda no estodevidamenteesclarecidasasconsequncias doinvestimentoeminformatizaoemempresas menores,apesardaspesquisasjrealizadasneste contexto(MENDES;ESCRIVOFILHO,2002; BUONANNO;GRAMIGNOLI;RAVARINI,2002; AHUMADA-LOBO, 2002; BECCHETTI, 2003).ApesquisadeMendeseEscrivoFilho(2002) mostrouque,diferentementedasimplementaes nas empresas de grande porte, algumas dificuldades enfrentadaspelaspequenasemdiasempresas naimplementaodeERPsnemsequerso mencionadasnaliteratura,eoutrasqueaparecem repetidamentenoreferencialtericonoso relatadaspelasempresaspesquisadas.Buonanno, GramignolieRavarini(2002)mostraramqueos resultados obtidos em implantaes de sistemas de informao so muito diferentes entre pequenas e mdiasempresas:ambastmconscinciadesua importncia, mas as mdias parecem ter mais recursos para investir em adoo da TI e seu gerenciamento. Aocontrrio,aspequenasempresasso caracterizadasporconhecimentotcnicolimitado, que parece ser a maior barreira para a implantao dosprojetosdeTI.Emoutrotrabalho,Ahumada-Lobo (2002) concluiu que existe correlao positiva entre investimentos em TI e a produtividade em um grandenmerodepequenasemdiasempresas espanholas. Segundo seus resultados, empresas que investem consistentemente mais em TI tendem a ter maior faturamento que as que pouco investem em praticamente todos os setores estudados. Becchetti (2003)mostrouqueoinvestimentoemTIem pequenasemdiasempresasitalianasinfluenciou positivamenteaelaboraodenovosprodutos eprocessos,almdeaumentaracapacidade produtiva,criandoumaopodeflexibilidade em que decises irreversveis, como a construo de uma nova planta industrial, possam ser postergadas, possibilitandoatendermaisrapidamenteoapetite de seus clientes por variedades e novidades. O autor concluiqueoinvestimentoemsoftwareaumenta anecessidadedefuncionriosespecializados,mas poroutroladotambmaumentaaprodutividade no trabalho.744Souza, C. A. et al. TI e eficincia organizacional ... pequenas e mdias empresas. Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 20112.2. Estudos sobre TI e desempenho e uso da DEAADEAtemsidoutilizadacomoferramenta analticaemdiversosestudosqueprocuram relacionar o uso de TI a medidas de produtividade empresarial, oferecendo vantagens nessa aplicao (WANG; GOPAL; ZIONTS, 1997). A DEA um mtodo comparativoagregadoparamediraprodutividade relativa de unidades de anlises (DMUs, ou decision making units), que transformam mltiplas entradas (inputs)emmltiplassadas(outputs).Atcnica utilizaummodelodeprogramaolinearpara construirumaunidadehipotticabaseadaem todas as unidades do grupo de referncia. Isto , a performance de cada DMU medida relativamente performance de todas as DMUs. A DMU definida comoumaempresa,departamento,divisoou unidadeadministrativa,cujaeficinciaestsendo avaliada.OconjuntodeDMUsadotadasemuma anliseDEAdeveteremcomumautilizaodos mesmosinputseoutputs,serhomogneoeter autonomia na tomada de decises. A unidade sendo avaliada pode ser julgada relativamente ineficiente se a unidade composta requer menos entradas para obterasmesmassadasdaunidadeemavaliao oujulgadarelativamenteeficienteseaunidade compostarequerasmesmasentradasdaunidade emavaliao.OsresultadosdaDEAajudama identificarumaDMUrelativamenteineficientee fornecem pistas de como melhorar a produtividade dessaunidade.SegundoSiemseBarrapud Maada, Becker e Lunardi (2005), o uso da tcnica DEApossibilita:determinarquantitativamentea eficincia relativa de cada DMU, sob forma de taxas; identificarorigensequantidadesdeineficincia relativaemcadaumadasDMU,emqualquer desuasdimenses(inputououtput);eapoiaro planejamentoparamaximizaodaeficinciade cada DMU.Entreasvantagensdautilizaodatcnica nesse contexto apontadas por Wang, Gopal e Zionts (1997) esto: os dados sobre os investimentos em TInonecessitamsernormalizados,porexemplo, dividindoovalorinvestidopelofaturamentoou pelonmerodefuncionrios,comonecessrio nas abordagens economtricas; a tcnica no exige modelagemapriorideumafunorelacionando assadassentradas,oqueumavantagem nocasodaanlisedeinvestimentosemTI,em quepoucosesabearespeitodadinmicada interaoentreentradasesadasnoprocessode obteno de valor pelo uso da TI; a tcnica permite identificarexplicitamenteaeficinciadoprocesso detransformaodosinvestimentosemTIem resultados para cada unidade de anlise; finalmente, como resultado das duas caractersticas anteriores, a DEA permite que se evite o problema de analisar diretamentearelaoentreinvestimentosemTI eresultadosdaempresa,umavezqueaempresa podeestarinvestindo,masnoestarusando adequadamenteossistemas(aspectoapontado comoumadascausasdoparadoxo).Assim,a tcnicapermitequeasempresaseficientesna conversodeinvestimentosemTIemresultados sejamdiferenciadasdasdemais,e,emanlises posteriores,essaeficinciasejarelacionadaa outros fatores como grau e qualidade do uso da TI, qualidade da gesto de TI, alinhamento estratgico, entreoutros(e,porissoasuaadequaoaos objetivosdestetrabalho).Maisdetalhessobrea formulaomatemticadaDEAeseusaspectos computacionais podem ser obtidos em Wang, Gopal e Zionts (1997), Maada, Becker e Lunardi (2005) e Surco e Wilhem (2004).Wang,GopaleZionts(1997)ressaltamqueo impactodaTIsobreosresultadosnasempresas pesquisadasindiretoe,consequentemente,os impactos da TI devem ser observados e analisados apartirdeprocessosdeproduointermedirios. Esses pontos levaram os autores a desenvolver um modelo de produo em dois estgios com o objetivo demapearoquantoosprocessosintermedirios afetam a eficincia das organizaes. Na abordagem de Maada, Becker e Lunardi (2005), o modelo de eficincia estrutura-se no conceito de efetividade de converso, que pressupe que os investimentos em TI, combinados com as variveis de input (despesas compessoal,outrasdespesasadministrativase despesasdeinternacionalizao),transformam-se emoutput(receitaslquidasdeintermediao financeira, de prestao de servios e de operaes internacionais). Similarmente ao trabalho de Wang, GopaleZionts(1997),osautoresadotaramum modelocomdoisestgiosapoiadosnoconceito de efetividade de converso (WEILL, 1989), que a capacidade de converter os investimentos em TI em valoresquepossamtrazerretornoorganizao. O primeiro estgio contemplava como entradas os investimentos em TI e em pessoal e como sadas os ativosdosbancosquepoderiamserinfluenciados porinvestimentosemTI.Essasmesmassadas serviramcomoentradasparaosegundoestgio, sendoasreceitasfinanceirasconsideradascomo sua sada final. Essa pesquisa mostrou que bancos que investiram mais em TI ganharam eficincia ao longo do tempo.Souza, C. A. et al. TI e eficincia organizacional ... pequenas e mdias empresas. Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 20117452.3. Estudos sobre TI e desempenho e uso da DEA na rea de manufaturaAlguns estudos tm aplicado a DEA na rea de manufatura. Dasgupta, Sarkis e Talluri (1999), por exemplo,analisaramainflunciadoinvestimento emTIaresultadosdeempresasdemanufatura edeservios.Ametodologiaadotadautilizoua DEAemdiversasconfiguraes,seguidasdeteste estatstico que mostrou que o ndice de eficincia estavanegativamentecorrelacionadoaosvalores investidosemTI.Segundoosautores,umarazo possvel para esses resultados que, medida que asempresasinvestemmaisemTIdegestoede produo, existe maior necessidade de coordenar as diferentesatividadesesistemasemtodasasreas da organizao, possivelmente indicando um ganho decrescentedeescalanainformatizao.Esse resultado importante em relao proposta deste trabalho, uma vez que o objetivo identificar que outrosfatores,almdovalordoinvestimentoem si,permitemdiferenciarempresasqueconvertem melhor os investimentos em TI em resultados.PetronieBevilacqua(2002)aplicarama metodologiaDEAparaidentificarasMPMEsque operamnafronteiraeficientedamanufatura flexvelcomdadosobtidosde89empresasda regiodeBrescia(Itlia).OmodeloDEAadotado utilizouasseguintesmedidasdeoutput:graude flexibilidade de maquinrio, grau de flexibilidade de processos, grau de flexibilidade de produtos, grau de flexibilidade de roteamento, grau de flexibilidade de volume, grau de flexibilidade de expanso e grau de flexibilidade de layout, diversos aspectos ligados eficincia operacional em empresas de manufatura. Emseguida,utilizouanlisediscriminantepara identificardoissubgruposdemanufaturaflexvel: empresasflexveisvoltadascustomizaoem massaeempresasflexveisvoltadasinovao.O trabalho atingiu o objetivo de classificar as empresas segundoasmelhoresprticasestipuladas.Embora noespecificamenteligadoavaliaodousoda TI, este trabalho permite perceber as possibilidades deaplicaodatcnicaaoutilizarumasriede variveis ligadas aos aspectos do processo produtivo comosadasdomodelo.Essapossibilidadeser utilizada neste trabalho.3. Metodologia e modelo de pesquisaOsobjetivosdestetrabalhosoanalisara relaoentreinvestimentosemTIdirecionados paraagestoeproduoemempresasbrasileiras dosetordebensdecapital,esuaeficincia organizacional,eidentificarquaisfatoresesto associadosaummelhoroupioraproveitamento desses investimentos. O tipo de pesquisa realizado nestetrabalhoumacombinaodepesquisa descritivaeexploratria,commtododeanlise quantitativo, utilizando-se a tcnica DEA, que tem os detalhes de seu emprego apresentados a seguir.3.1. Modelo DEASeguindoasconsideraesapresentadaspor Wang,GopaleZionts(1997)eMaada,Becker eLunardi(2005),apropostadestetrabalho desenvolveraanlisedaDEAemdoisestgios, utilizando o grau de informatizao como input e os diversos fatores crticos de sucesso para as empresas debensdecapitalcomooutputsintermedirios, associandoosresultadosfinanceiroscomooutput final do modelo. Com isso, foi elaborado o modelo inicialdeanlisedeeficinciadedoisestgios, apresentado na Figura 1.O primeiro estgio do modelo ser denominado deestgiodeeficinciaoperacionaletertrs entradas(despesasemTI,investimentosemTIe outroscustosdaempresa)e7sadas(qualidade, Figura 1. Modelo inicial de anlise de eficincia (elaborado pelos autores).746Souza, C. A. et al. TI e eficincia organizacional ... pequenas e mdias empresas. Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 2011confiabilidade, produtividade, tempos, flexibilidade, inovao e eficcia). O segundo estgio, denominado estgiodeeficinciaemrentabilidade,utilizaras sete sadas do primeiro estgio como suas prprias entradas,deformaaverificarsuasinflunciasno outputlucratividade.Nosprximositensesto descritascadaumadasvariveisoriginalmente consideradas.3.1.1. Entradas do primeiro estgioComo entradas do primeiro estgio comparecem asvariveisassociadasadespesaseinvestimentos emTI,ligadasmensuraodosinvestimentos emTIdirecionadosparaagestoeproduoem empresas, como enunciado no objetivo do trabalho. Acomposiodessasvariveis,recomendadas pelabibliografiaemestudosqueanalisaramos resultadosdeinvestimentosemTI,apresentada noQuadro1.Notequetambmosdemaiscustos einvestimentosestoincludosnomodelo,que pressupequeosinvestimentosdeTIdevemser combinadosaosdemaisinputsdeproduopara que se obtenham os resultados desejados (MAADA; BECKER; LUNARDI, 2005).3.1.2. Sadas do primeiro estgioOprimeiroestgio,denominadoeficincia operacional,temcomosadasvariveisque representamodesempenhodaempresaemuma sriedeaspectosimportantesparaoseusucesso, masrelativosexclusivamenteoperaoda empresa. Essas variveis esto ligadas mensurao dosaspectosinerenteseficinciaorganizacional, como descrito no objetivo do trabalho. Procurou-se elencarquaisseriamessesaspectosanalisando aliteraturasobrefatorescrticosdesucessoem manufatura.DeacordocomFrancischini(1998), os fatores crticos de sucesso so aquelas variveis nasquaisaempresaprecisater,necessariamente, bomdesempenhoparasercompetitiva.Combase emMuscateFleury(1993)eTironi(1993)foram identificadososfatorescrticosdesucessoe indicadoresparasuamensuraoapresentadosno Quadro 2.3.1.3. Sadas do segundo estgioOsegundoestgio,denominadoeficincia organizacional,temcomosadasvariveisque representamosresultadosfinanceirosoude mercadodecorrentesdasoperaesdaempresa, ediretamenteligadasmensuraodaeficincia organizacional,comoexpostonoobjetivodo trabalho.Osfatoresmaiscomumenteassociados aresultadosfinaisdeumaorganizaoso relacionados a receitas, lucratividade e participao no mercado. Os demais (qualidade, confiabilidade, produtividade,tempos,flexibilidade,inovao eeficcia)denotamresultadosassociadosaos processosintermediriosquepodemlevara empresa a uma reduo de custos e/ou a uma maior lucratividade.Nomodelo,avarivellucratividade, medida como lucro na forma de porcentagem das vendas, representa a sada do segundo estgio.3.2. Fatores determinantes do uso adequado da TI de gesto e de produoParaaanlisedefatoresquepodemestar associadosaummelhordesempenhonoquese refere transformao dos investimentos em TI em resultados empresariais, tanto no primeiro como no segundoestgiodomodelo,foramidentificados naliteraturafatoresligadosacaractersticas quepodemterinfluncianoreferidoprocesso. Considerando-seosestudospesquisados(SOUZA etal.,2005;LAGAC,2000;KUDYBA;DIWAN, 2002), pde-se identificar trs fatores, descritos no Quadro 3. Esses fatores, aqui denominados fatores de informatizao, foram utilizados em uma anlise exploratriaprocurandocompar-loscomos resultados obtidos na anlise DEA e para verificao depossveisinteraes,eestorelacionados identificao dos aspectos associados a um melhor oupioraproveitamentodosinvestimentosemTI, como exposto no objetivo do trabalho.3.3. Metodologia de coleta de dados, universo pesquisado e questionrio utilizadoAcoletadedadosfoifeitaatravsde questionriodesenvolvidoemMS-Wordenviado porcorreioeletrnicoemfevereirode2008para umalistade3.833empresas,entreassociadase noassociadas,fornecidapelaAbimaq.Segundo Avellar(2007),osetordebensdecapitalrene umconjuntodefabricantesdemquinase equipamentosecumpreumpapeldeterminante na difuso de novas tecnologias e como catalisador docrescimentoeconmico.Osetorenglobauma diversa gama de produtos que podem ser agrupados em:bensdecapitalmecnicos(mecnica, equipamentos industriais, mquinas e implementos agrcolas,mquinasrodovirias);materialde transporte;ematerialeltricoedecomunicaes. Desse universo, que formado principalmente por microepequenasempresasquetrabalhamsob Souza, C. A. et al. TI e eficincia organizacional ... pequenas e mdias empresas. Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 2011747Quadro 1. Descrio das variveis de input e sua composio.Variveis Composio bsica RefernciaDespesas com TI de gestoe de produoHardware, software, telecomunicaes, funcionrios de TI de gesto e de produo, serviosRai, Patnayakuni e Patnayakuni (1997), Weill (1992)Investimentos em TI de gesto e de produoInfraestrutura, arquitetura cliente-servidor, aplicativosRai, Patnayakuni e Patnayakuni (1997), Dasgupta, Sarkis e Talluri (1999),Kudyba e Diwan (2002)Demais custos da empresa Custos de mo de obra, matria-prima e despesas administrativas Maada, Becker e Lunardi (2002)Quadro 2. Fatores crticos de sucesso do setor de bens de capital e sua composio.Fatores crticos de sucessoIndicadores de desempenho RefernciaQualidade Nvel de falhas, certificaes Serson (1996)Confiabilidade Porcentagem de pedidos entregues com atraso, tempo de atraso mdio dos pedidos Serson (1996)Produtividade Produtividade fsica da mo de obra, quantidade produzida por homens-hora, giro de estoqueCorra e Corra (2005); Sink e Tuttle (1993)Tempos Tempo do ciclo de produo, tempo do ciclo de fornecimento, frequncia de entrega Serson (1996)Flexibilidade Tempo para mudar programaes, flexibilidade da mo de obra Serson (1996)InovaoNmero de novos procedimentos adotados, nmero de novos produtos lanados por perodo com sucesso, reduo de estoques, nmero de pessoas em P&DSink e Tuttle (1993)Eficcia Faturamento obtido/faturamento previsto, tempo real de produo/tempo esperado de produo Serson (1996)CustoCusto por hora de operao, taxa horria das instalaes, custo unitrio de materiais, taxa horria de mo de obraSerson (1996)Quadro 3. Fatores de Informatizao e sua composio.Fator de informatizao Composio bsica RefernciasGrau de informatizao (GI)Grau e extenso de uso, dependncia, qualidade tcnica e integrao dos sistemas presentesSouza et al. (2005)Grau de integrao tecnolgica e organizacional (IO)Grau de integrao organizacional e da cadeia de suprimentosLagac (2000); Kudyba e Diwan (2002)Condies de operao (CO)Planejamento de TI, participao e conhecimento de funcionrios e executivos no planejamento de TISouza et al. (2005); Lagac (2000)encomenda,80responderam(2,1%)atofimda coletaemmarode2008,edessas28puderam ser aproveitadas para compor o grupo testado pelo mtodoDEA.Oquestionriofoielaboradocom base nas variveis e fatores descritos nos itens 3.1 e 3.2, de acordo com as referncias bibliogrficas. A partir das informaes fornecidas pelas empresas estabeleceram-seosvaloresparacadainpute outputdomodelo.Oquestionrioextensopara inclusonestetrabalhoepodeserobtidopor solicitao aos autores, mas seus principais aspectos esto apresentados a seguir.Em relao s entradas do primeiro estgio do modelo,paracomporosvaloresdedespesasem TI,foramperguntadososvaloresmdiosgastos mensalmenteemmanutenodehardwaree software, incluindo sistemas e equipamentos ligados produo. O valor dos investimentos foi estimado apartirdonmerodemicrocomputadorese sistemas de gesto e produo instalados, conforme relatado pelas empresas. Para obter os demais custos daempresafoisolicitadoquefosseinformadoo percentual de custos em relao ao faturamento da empresa. Sobre as sadas do primeiro estgio foram elaboradasquestescombasenabibliografiae indicadores apresentados no item 3.1.2 (Quadro 2). Algumas das questes, que puderam ser utilizadas no modelo final, esto apresentadas no Quadro 4. Finalmente,paracomporasadadosegundo estgio, foi perguntado s empresas o lucro de 2007 como percentual do faturamento desse mesmo ano. Em relao aos fatores de informatizao (grau de informatizao,graudeintegraotecnolgicae organizacionalecondiesdeoperao),foram utilizadasasquestesdesenvolvidaspelosautores apontadasnoitem3.2,compostasporescalasdo tipo Likert. O questionrio foi testado previamente emtrsempresas,contando-setambmcomo auxliodeumconsultordaAbimaqpararefin-lo esimplific-lo,procurandotorn-loacessvelao pblico alvo da pesquisa.748Souza, C. A. et al. TI e eficincia organizacional ... pequenas e mdias empresas. Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 20114. Resultados obtidos4.1. Anlise descritiva dos dadosComoprimeiraetapadaanlisedosdados procedeu-seaumaanlisedescritivaexploratria com dois objetivos: caracterizar a amostra quanto ao porte, setor e caractersticas produtivas e apresentar osdadosrelativosaograudeinformatizaodas empresasdosetordebensdecapitalbrasileiro.A anliseexploratriadosdadospermitiuidentificar oscasosextremos(outliers)queforamretirados desde que no se tenha confirmado sua veracidade junto s empresas respondentes.4.1.1. Amostra obtidaDas80empresasqueresponderamparcialou totalmente o questionrio, 23% so microempresas, 47%sopequenasempresas,20%somdias empresase10%sograndesempresas.Tal distribuiorefletecombastanteproximidadea docadastrooriginal.Paraadivisodaamostra porportedasempresas(micro,pequena,mdia egrande),foiutilizadaadefiniobaseadano nmerodeempregados(microempresade1a9 funcionrios; pequena empresa de 10 a 99; mdia de100a499;grandeempresa500oumais).Por ter recebido um acompanhamento mais sistemtico duranteafasedecoletadedados(comreenvio dee-mailsetelefonemaspessoais),osubsetorde mquinas-ferramentafoioquemaisrespondeu (47,5%).Oobjetivodessedestaquefoiodeobter umaquantidadesuficientedeempresasdeum nicosubsetor,demaneiraapoder-serealizar uma comparao dentro de um subsetor especfico utilizando a DEA. A Tabela 1 apresenta caractersticas das empresas da amostra e as quantidades mdias de funcionrios, faturamento e lucro, por porte.4.1.2. Despesas e investimentos em TINaTabela2estoapresentadososvalores mdiosporportedeempresaegeralparaas despesasanuaisemTIeparaoinvestimento acumuladoemTI(calculadoapartirdavalorao dosequipamentosesistemaspossudospela empresa,avaloresatuaisdemercado).Osvalores foramdivididospelofaturamentoinformadoem 2007, para possibilitar a comparao (note-se que nocasodosinvestimentosemTI,nosetratado valorinvestidonoanode2007,masaolongo dotempoarelaoapenaspermitetornaros investimentoscomparveisporempresa,nose tratando do investimento realizado naquele ano).Observa-sequeapesardeasdespesase investimentosaumentaremcomotamanhoda empresa, a relao com o faturamento vai ficando cadavezmenor.Issoexplicaamaiorcapacidade relativadasgrandesempresasdegastaremmais com TI. De qualquer forma, pode-se afirmar que a capacidade de investimento em TI aumenta com o porte da empresa.4.1.3. Anlise das atividades apoiadas por TIParaacomposiodograudeinformatizao dasempresas,umdosfatoresdeterminantesde resultadosdousodaTIempregadosnaanlise, foiperguntadosempresasquaisatividadeseram conduzidas com apoio de sistemas informatizados. NaTabela3estapresentadoopercentualde Quadro 4. Questes do questionrio ligadas s sadas do primeiro estgio do modelo.Questes apresentadas Indicador de desempenho pretendido FCSIndique a percepo da qualidade do(s) seu(s) produto(s) por parte dos clientes (1 = baixa; 5 = alta)Qualidade percebida QualidadeCite as certificaes oficiais de qualidade obtidas pela empresa (se tiver) Nmero de certificaes QualidadeQual o percentual de mquinas entregues com atraso em 2007? % de pedidos com atraso ConfiabilidadeIndique a quantidade de mquinas produzidas em 2007, excluindo acessrios Quantidade produzida/nmero de empregados ProdutividadeA empresa adotou processo(s) inovador(es) durante os ltimos dois anos (JIT, FMS, downsizing, reengenharia, seis sigma, outros)? Se sim, quais?Novos processos adotados por ano InovaoNmero de novos produtos lanados nos ltimos dois anos, no considerando melhorias feitas em produtos j existentesNmero de novos produtos InovaoNmero mdio de funcionrios trabalhando em P&D (pesquisa e desenvolvimento) em 2007Nmero de funcionrios em P&D InovaoDo tempo total para produo de um equipamento, qual o percentual despendido em set-up?Tempo mdio para mudar programao de produoFlexibilidadeQual porcentagem dos funcionrios da produo capazes de executar todas as atividades produtivas do setor?Flexibilidade da mo de obra FlexibilidadeQual o nmero total de horas extras trabalhadas em 2007?Tempo mdio real de produo/tempo mdio esperado de produoEficciaSouza, C. A. et al. TI e eficincia organizacional ... pequenas e mdias empresas. Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 2011749Tabela 1. Caractersticas das empresas da amostra por porte.Porte n %Nmero de funcionrios (mdia)Faturamento 2007 (R$) (mdia)Lucro (R$)(mdia)Lucro (%)(mdia)Micro 18 22,5 9 2.684.355,00 201.327,00 7,50Pequena 38 47,5 50 8.333.636,00 827.530,00 9,93Mdia 16 20,0 148 55.978.719,00 5.178.032,00 9,25Grande 8 10,0 2.325 820.363.663,00 54.636.220,00 6,66Geral 80 100,0 288 70.617.686,00 6.249.665,00 8,85Tabela 2. Despesas e investimentos em TI por porte e geral.Porte nDespesas anuais em TI (R$)nDespesas anuais/faturamento 2007 (%)nInvestimento acumulado em TI (R$)nInvestimento em TI/faturamento 2007 (%)Micros 14 23.013,47 14 2,8 17 48.289,65 14 4,11Pequenas 26 50.502,00 26 1,0 38 306.103,50 31 5,38Mdias 6 122.592,00 6 0,5 16 954.318,19 8 2,50Grandes 3 1.694.250,00 3 0,3 8 8.783.322,75 4 1,13Geral 49 223.109,88 49 1,4 79 1.240.361,14 57 4,36Tabela 3. Grau de uso de sistemas por porte (%).Aplicativo/sistemaTodas (n = 76)Micro (n = 15)Pequena (n = 37)Mdia (n = 16)Grande (n = 8)Sistemas de gestoAplicativos de administrao e finanas 99 93 100 100 100Aplicativos de vendas 97 93 100 94 100Aplicativo para compras 96 87 100 94 100Aplicativos para controle de estoques 93 80 97 94 100Site na internet e comrcio eletrnico 82 100 70 94 75Gesto de relacionamento (CRM) 34 27 30 44 50Gesto de cadeia de suprimentos (SCM) 33 40 32 31 25Ligao com clientes e fornecedores (EDI) 18 13 11 13 75Sistemas de informao gerencial (ESI e BI) 37 20 30 56 63Sistemas de produoPlanejamento dos recursos materiais (MRP) 62 27 70 63 88Projeto auxiliado por computador (CAD) 79 47 84 94 88Fabricao assistida por computador (CAM) 36 7 41 38 63Sistemas para apoio ao controle de qualidade 47 7 51 63 75Sistemas avanados de planejamento e programao de produo (APS)32 7 27 56 50Controle de fluxo de trabalho (Workflow) 24 0 30 25 38Mquinas por controle numrico (CNC) 53 0 70 56 63Controladores programveis (PLC) 33 0 35 44 63Robs 17 0 19 19 38Total 54 36 55 60 70empresasqueinformaramutilizarcadaumdos sistemas. A linha total indica um percentual mdio do uso de sistemas, geral e por porte. Os resultados mostraram que as grandes empresas utilizam mais sistemas em comparao aos demais portes. A maior diferenadeutilizaodeu-seentrepequenase microempresas.Essesresultadosestodeacordo comoutrosanteriormenteobtidos(SOUZAetal., 2005)eindicamqueocrescimentodograude informatizao de acordo com o porte tambm se verifica no setor estudado neste trabalho (bens de capital mecnicos).Osresultadosapontaramparauma predominnciadasgrandesemdiasempresas quantoutilizaodossistemasdegestoe administrao. No tocante aos sistemas de produo e projetos foi possvel perceber que as porcentagens de empresas que os adotam so consideravelmente menorqueasdossistemasdegestoe administrao. Os sistemas de produo e projetos so mais utilizados pelas empresas de maior porte. A utilizao menor de softwares de produo (MRP, Controle de Qualidade, APS e Workflow) em relao aos sistemas de gesto e administrao pode indicar 750Souza, C. A. et al. TI e eficincia organizacional ... pequenas e mdias empresas. Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 2011maior interesse nas reas administrativo-financeira, vendas e compras por parte das empresas brasileiras de bens de capital mecnicos.Notou-setambmqueasempresasparecem dar mais ateno aos sistemas de projetos CAD que aos sistemas MRP, ou preferncia por inovao em relaoaotimizaesdeproduoederecursos materiais. Isso pode ser explicado pelo fato de boa partedasempresasfabricaremequipamentossob encomenda,asquaistmmenosnecessidadede utilizaodegerenciamentostimosdemateriais edesistemasmodernosdeproduocomoJust in Time. Da mesma forma, como os equipamentos sofeitossobsolicitao,grandeanecessidade deutilizaodesistemasCAD.Almdisso,oCAD podeapresentarresultadosmaisimediatosemais facilmente perceptveis.4.1.4. Fatores crticos de sucesso (outputs da etapa intermediria)Asquestesligadasaoestgiointermedirio domodelo(item3.1.2eQuadro4)apresentaram menornmeroderespondentesemaisrespostas possivelmenteinconsistentesqueasdemaispartes do questionrio. Isso j era esperado, uma vez que os dados solicitados nessa seo envolvem questes financeirasqueasempresasnormalmentehesitam em informar e muitas, principalmente as de menor porte,noconseguemresponderadequadamente porfaltadeconhecimentooumesmopor indisponibilidadedainformao.Devidoaisso, muitosindicadoresdedesempenhoinicialmente previstosparacomporomodeloprecisaramser descartados,eosfatorescrticosdesucesso ficaramcompostosdaseguintemaneiraconforme apresentado no Quadro 5.4.2. Aplicao da tcnica DEAParaaanlisedosdadoscomatcnicaDEA foi utilizado o programa DEA-SAED V 1.0 (SURCO; WILHELM, 2004). Optou-se pela orientao a input, poisaeficinciadosresultadosdousodaTIde gestoedeproduoobservadaapartirdos inputs escolhidos, analisando-se como esses fatores auxiliam na transformao dos outputs. Foi tambm adotadoomodeloBCC(ouVRS),queconsidera queumacrscimonoinputpoderpromover umacrscimonooutput,nonecessariamente proporcional. Belloni (2000) cita que o BCC avalia o conjunto de unidades dependendo da natureza dos rendimentosdeescalaquecaracterizaoprocesso produtivoepermitecompararunidadesdeportes distintos. Conforme a amostra obtida, a diversidade deempresasgrandeehfortesindciosdeno linearidade entre inputs e outputs. Como discutido noitem4.1.4,algunsindicadoresparaosfatores crticosdesucessonopuderamserobtidosdos respondentes. Dessa forma, o sistema de anlise de doisestgiosoriginalmentemostradonaFigura1 transformou-se no modelo mostrado na Figura 2.Somente28empresasresponderamatodos osdadosnecessriosparaexecuodoteste(8 microempresas, 15 pequenas, 3 mdias e 2 grandes). Entretanto,issonosetornourestritivoparaa aplicao da tcnica, pois se sugere que o nmero deDMUsdevesernomnimoigualaodobro donmerototaldevariveisutilizadas,inputs maisoutputs,nomodeloadotado(LINS;MEZA, 2000),embora,claro,issotragaproblemasparaa generalizaodosresultados.Apartirdosdados das 28 empresas foram realizadas trs anlises com resultadosapresentadosnaTabela4:aprimeira considerando as entradas do primeiro estgio e as sadasdosegundoestgio(global);asegunda considerandoasentradasesadasdoprimeiro estgio;eaterceiraconsiderandoasentradas esadasdosegundoestgio.Omodeloglobal analisaacapacidadedasempresasconverterem investimentosedespesasemTIdiretamenteem lucratividade,enquantoosdoismodelostestama converso em cada um dos estgios.EmcadagrupodecolunasdaTabela4,a primeira(Clas.)representaaclassificaodecada empresa,conformeondicedeprodutividade (Ind.DEA),lembrandoqueondicerepresentaa produtividadedaempresaemrelaoaempresas situadasnafronteiradeeficincia,comvalores Quadro 5. Fatores crticos de sucesso obtidos e seus indicadores.Fatores crticos de sucessoIndicadores de desempenho Micro Pequenas Mdias Grandes TodasQualidade Qualidade percebida 4.18 4.30 4.15 4.71 4.28Confiabilidade Taxa de atrasos (%) 12.78 22.53 21.81 9.13 18.9Produtividade Faturamento no ano de 2007/nmero de funcionrios 274.774 165.893 370.801 342.501 233.056Flexibilidade Flexibilidade da mo de obra (%) 40.12 28.14 17.64 47.5 30.89Inovao Nmero de novos produtos 7.14 2.94 3.60 18.00 5.21Eficcia Nmero de horas extras trabalhadas 1.183,75 3.282,68 7.453,62 22.412,67 4.465,00Souza, C. A. et al. TI e eficincia organizacional ... pequenas e mdias empresas. Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 2011751Figura 2. Modelo de eficincia executado a partir dos dados obtidos na amostra.Tabela 4. Resultado da aplicao da tcnica DEA.Global Primeiro estgio Segundo estgioClas. Empr. Porte ndice DEA Clas. Empr. Porte ndice DEA Clas. Empr. Porte ndice DEA1 EMP2 1 1,000 1 EMP1 1 1,000 1 EMP3 1 1,0001 EMP6 1 1,000 1 EMP2 1 1,000 1 EMP4 1 1,0001 EMP9 2 1,000 1 EMP3 1 1,000 1 EMP6 1 1,0001 EMP10 2 1,000 1 EMP4 1 1,000 1 EMP8 1 1,0001 EMP16 2 1,000 1 EMP5 1 1,000 1 EMP9 2 1,0001 EMP20 2 1,000 1 EMP6 1 1,000 1 EMP12 2 1,0001 EMP21 2 1,000 1 EMP7 1 1,000 1 EMP14 2 1,0001 EMP23 2 1,000 1 EMP11 2 1,000 1 EMP15 2 1,0001 EMP24 3 1,000 1 EMP16 2 1,000 1 EMP16 2 1,0001 EMP27 4 1,000 1 EMP17 2 1,000 1 EMP17 2 1,0001 EMP28 4 1,000 1 EMP21 2 1,000 1 EMP18 2 1,00012 EMP8 1 0,938 1 EMP27 4 1,000 1 EMP19 2 1,00013 EMP7 1 0,756 1 EMP28 4 1,000 1 EMP20 2 1,00014 EMP3 1 0,702 14 EMP8 1 0,907 1 EMP21 2 1,00015 EMP5 1 0,626 15 EMP23 2 0,353 1 EMP22 2 1,00016 EMP26 3 0,484 16 EMP12 2 0,148 1 EMP23 2 1,00017 EMP22 2 0,336 17 EMP10 2 0,137 1 EMP24 3 1,00018 EMP25 3 0,294 18 EMP19 2 0,125 1 EMP25 3 1,00019 EMP19 2 0,257 19 EMP22 2 0,123 1 EMP26 3 1,00020 EMP1 1 0,250 19 EMP26 3 0,123 1 EMP27 4 1,00021 EMP4 1 0,243 21 EMP18 2 0,077 1 EMP28 4 1,00022 EMP12 2 0,196 22 EMP13 2 0,067 22 EMP10 2 0,96623 EMP11 2 0,184 23 EMP9 2 0,063 23 EMP7 1 0,91924 EMP15 2 0,162 23 EMP14 2 0,063 24 EMP5 1 0,81225 EMP17 2 0,156 25 EMP15 2 0,056 25 EMP1 1 0,80026 EMP18 2 0,118 26 EMP20 2 0,016 25 EMP2 1 0,80027 EMP13 2 0,104 27 EMP24 3 0,015 25 EMP11 2 0,80028 EMP14 2 0,069 28 EMP25 3 0,005 25 EMP13 2 0,800quevodezero(totalmenteineficientes)aum (eficientes).Empresascommesmovalordendice obtiveramamesmaclassificao.Paranocitaro nome da empresa designou-se um nmero para cada uma delas, precedido pelas letras EMP conforme a segunda coluna (Empr.). A terceira coluna mostra o porte da empresa, sendo 1 o nmero utilizado para microempresas, 2 para pequenas, 3 para mdias e 4 para grandes.Nota-se uma grande variao nos resultados das diversas empresas no sistema global e no primeiro estgio,enquantoondicedeeficinciavaria pouco no segundo. De maneira geral, as empresas mostraram-se mais eficientes no segundo estgio do que no primeiro. No segundo estgio as empresas encontram-sebastanteconcentradasnosndices superiores, principalmente na fronteira de eficincia (21 empresas) daquele estgio. Isso poderia indicar 752Souza, C. A. et al. TI e eficincia organizacional ... pequenas e mdias empresas. Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 2011que,defato,osindicadoresselecionadospara avaliaodefatorescrticosdesucesso(obtidos deacordocomaliteratura)estorelacionados lucratividadedasempresasnestedeterminado setor.Entretanto,devidoaotamanhodaamostra obtida, essa uma afirmao que exige cuidado e novotrabalhodecampo.Umamenorquantidade de empresas mostrou-se eficiente em converter os investimentos e despesas em TI em fatores crticos desucesso,noprimeiroestgio,emqueh13 empresas na fronteira de eficincia, sendo que mais 13 esto abaixo do ndice 0,148. Isso pode ser mais umaindicaodequeaTI,nessasempresas,tem sido pouco aplicada visando melhorias diretas nos fatorescrticosdesucessodessasempresas,mais voltadas a sistemas administrativos e apoios (como evidenciado no item 4.1.3). Isso traz reflexo direto para o modelo testado.Quantoaoporte,25%dasmicroempresas classificaram-senafronteiraeficienteglobal,87% nafronteiraeficientedoprimeiroestgioe50% nadosegundoestgio.Dasempresaspequenas, 40%nafronteiraeficienteglobal,27%nado primeiroestgioe80%nadosegundo.Entreas empresa mdias, 33% na global, 0% na do primeiro estgioe100%nosegundoestgio.Asempresas grandesforamasquemelhordesempenharam, com100%delasnastrsfronteiraseficientes.H de se considerar que tivemos apenas trs empresas mdias e duas grandes na amostra de 28 empresas analisadaspelaDEA.Considerando-seapenas osubsetordemquinas-ferramenta,apenas14 empresas da amostra puderam ser utilizadas, dessa maneira optou-se por no incluir os resultados da anlise do subsetor neste trabalho.4.3. Correlaes entre o ndice de eficincia e os fatores de informatizaoComosndicesdeeficinciaobtidosnoitem 4.2analisaram-sesuascorrelaescomosfatores deinformatizao(graudeinformatizaoGI, integraotecnolgicaeorganizacionalITO econdiesdeoperaoCO)ecomoporteda empresa (nmero de 1 a 4) utilizando-se o software SPSSv.15.Paraosfatoresdeinformatizaofoi utilizadaacorrelaodePearson,adequadapara variveismtricas,e,paraoportedaempresa,a correlaodeSpearman,adequadaparavariveis ordinais. Os resultados encontrados so mostrados naTabela5.Porcontadotamanhodaamostra, considerou-se o nvel de 5% e 10% para o teste da significncia das correlaes.Como se pode observar na Tabela 5, no modelo global no foram encontradas correlaes positivas ou negativas dentro de um nvel de significncia de 10% entre o ndice DEA global e os diversos fatores deinformatizao.Issopoderiaindicarqueos aspectos ligados gesto e adequada utilizao da TI no esto relacionados a uma melhor obteno deresultadospormeiodesuaaplicao,oque seria uma contradio com boa parte da literatura. Entretanto,essaausnciadecorrelaopodeser analisada observando-se os resultados a partir dos dois estgios, separadamente.Emrelaoaoprimeiroestgio,ascorrelaes com os trs fatores de informatizao mostraram-se significativasaumnvelde10%(GIeCO)eao nvelde5%(ITOeporte).Issoindicaque,como esperado,asempresascommaiorcombinaode grau de informatizao, integrao organizacional e condies de operao tendem a ser mais eficientes dentrodoprocessodeconversoestabelecido paraoprimeiroestgio,favorecendo,portanto,a melhora dos FCS qualidade, flexibilidade, inovao eeficcia.Ouseja,oplanejamentoeagesto deTIcontribuemparasuacorretaaplicaonas empresas.Ofatormaisfortementecorrelacionado foiodeintegraoorganizacional,justamente aquele que implica no alinhamento da organizao integrao proporcionada pelo uso de sistemas.Entretanto,nosegundoestgio,osfatoresde informatizao no esto correlacionados ao ndice de eficincia. Isso pode indicar que a transformao dos FCS obtidos em lucratividade depende de fatores alm do uso correto da TI, o que faz bastante sentido. Por exemplo, aspectos como estratgia empresarial, concorrncia, correto posicionamento, entre outros, trariammaisimpactoaessaconversodoquea TI(que,semdvida,precisaestarcorretamente instaladaeseradequadamenteutilizadapara possibilitarqueosFCSestejamdisponveispara poderem ser transformados em resultados esse o papel da TI).Notequeacorrelaoentreondicede eficincia do primeiro estgio e o porte negativa, enquantoquenosegundoestgioacorrelao comoportemostrou-sesignificativa,tambmao Tabela 5. Correlaes significativas entre ndice de eficincia e fatores de informatizao.ndice DEA(n = 28) GI ITO CO PorteGlobalcoef. correlao -0,018 -0,146 -0,104 0,076sig. (bicaudal) 0,926 0,459 0,598 0,697Primeiro estgiocoef. correlao 0,345 0,465 0,318 -0,455sig. (bicaudal) 0,073 0,013 0,099 0,014Segundo estgiocoef. correlao 0,036 0,046 -0,279 0,395sig. (bicaudal) 0,854 0,816 0,150 0,037Souza, C. A. et al. TI e eficincia organizacional ... pequenas e mdias empresas. Produo, v. 21, n. 4, p. 742-754, out./dez. 2011753nvelde5%.Issopodesignificarqueasempresas menores podem ter mais eficincia em melhorar os FCS,otimizandoasdespesasemTI,investimento em TI e melhorando a confiabilidade. Isso pode ser explicadoporqueasempresasmenorestmmais agilidadeparaatenderqualidade,flexibilidade, inovao e eficcia. Por outro lado, pode significar queasempresasmaioressomaisefetivasem transformar os FCS em lucratividade e faturamento. Issofazsentidoporqueasempresasmenores, conforme La Rovere (2001), possuem de forma geral baixacapacidadegerencial,apesardeseremmais geis.Almdisso,muitasvezesoporteeaescala permitem s grandes empresas obter vantagens de negociao,independentementedeoutrosfatores crticos de sucesso.5. ConclusesEsteestudoanalisouarelaoentreousoda TIeaeficinciadasempresasdosetorbrasileiro de bens de capital mecnicos, e o papel dos fatores deinformatizaonessarelao.Paraverificara eficincia das empresas foi utilizada a tcnica DEA, queestabeleceumgraucrescentedezeroaum indicandoaeficinciadasempresaspesquisadas, conforme sua capacidade de transformar inputs em outputs. Os inputs, que incluem despesas em TI e investimentos em TI, e outputs, encontrados atravs de pesquisa bibliogrfica sobre os fatores crticos de sucesso das empresas de bens de capital, seguindo metodologiasugeridaporFrancischini(1998). Parapoderobservarosprocessosintermedirios aplicou-se o mtodo DEA para dois estgios, e para atenderaumaamostraheterogneaadotou-se atcnicaDEAmodeloBCC.Emseguidaforam comparados os ndices de eficincia com os fatores deinformatizao.Verificou-seumahegemonia dasmaioresempresasnotocanteaousodaTIe seugerenciamento.Apesardeelasgastareme investiremmaisemTI,possuemmenoresrelaes despesas em TI/faturamento e investimento em TI/faturamento,oquelhespermiteobtervantagem financeira relativa para melhorar os seus sistemas de informao. O porte da empresa, portanto, pode ser colocadocomooprincipalfatordediferenciao encontrado neste trabalho.Asempresasgrandesmostraram-seeficientes nastrsetapas:naetapageraldeconversode variveis de TI em rentabilidade, no primeiro estgio queconvertevariveisdeTIemfatorescrticos desucessoenosegundoestgioqueconverte osFCSemrentabilidade.Apesardenoseter concludosobrearelaoentreautilizaodaTI earentabilidadedasempresas,observou-sehaver correlao entre os ndices de eficincia do primeiro estgio com os principais fatores de informatizao, permitindoconjecturar-sesobreainflunciado grau de informatizao, condies de operao de TIeintegraoorganizacionalnosfatorescrticos de sucesso adotados. Verificou-se que as empresas menorespodemsermaiseficientesemmelhorar osFCSatravsdousodaTI,pormasmaiores parecemsermaiseficientesnaconversodosFCS emrentabilidade,possivelmenteporseumelhor gerenciamento e por questes de escala.A grande limitao encontrada para a realizao destapesquisafoidificuldadedeobtenodas informaesdasempresasenvolvidas,emsua maioriamicroepequenas,oqueresultouemum nmeroreduzidodequestionriosrespondidos total ou parcialmente, e uma consequente amostra reduzidaparaarealizaodaDEA.Emboraa tcnica permita esse tamanho de amostra, h menor possibilidade de generalizao de resultados. Outro aspectofoiaimpossibilidadedemanteroscustos daempresacomoentradaparaomodelo,oque eliminou a possibilidade de verificar se empresas em queosfatoresdeinformatizaoestopresentes so tambm capazes de transformar investimentos e despesas em TI em reduo de custos.RefernciasAHUMADA-LOBO,I.M.Threeessaysonlaboreconomics: the equilibrium job search approach. 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To this end, critical success factors for industrial companies performance were identified, and a two-stage data envelopment analysis (DEA) model was developed and tested in a sample of firms in the capital goods sector. DEA is especially interesting because it allows comparing and differentiating the firms in the sample which are more efficient in deriving results from IT. Among the results observed, there were the higher capacity of small firms to transform IT investments into operational efficiency and the higher capacity of larger companies to convert critical success factors into profitability.KeywordsInformation technology. Computerization. Manufacturing industries. Micro, small and medium enterprises management. Data Envelopment Analysis DEA.