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UMinho | 2014 Tiago Manuel Dantas Ventura Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física. Estudo exploratório com alunos do 10º e 12º ano do ensino regular Universidade do Minho Instituto de Educação Tiago Manuel Dantas Ventura Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física. Estudo exploratório com alunos do 10º e 12º ano do ensino regular Outubro de 2014

Tiago Manuel Dantas Ventura Perceção dos alunos face à ... · Estudo exploratório com alunos do 10º e 12º ano do ensino regular. ... 1.INTRODUÇÃO ... constituída por 27

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Universidade do Minho

Instituto de Educação

Tiago Manuel Dantas Ventura

Perceção dos alunos face à

disciplina de Educação Física.

Estudo exploratório com alunos

do 10º e 12º ano do ensino regular

Outubro de 2014

Tiago Manuel Dantas Ventura

Perceção dos alunos face à

disciplina de Educação Física.

Estudo exploratório com alunos

do 10º e 12º ano do ensino regular

Outubro de 2014

Relatório de Estágio Mestrado em Ensino de Educação Físicanos Ensinos Básico e Secundário

Trabalho efetuado sob a orientação da

Professora Doutora Linda Saraiva

e do

Professor Doutor César Sá

Universidade do Minho

Instituto de Educação

ii

Declaração Nome

Tiago Manuel Dantas Ventura

Correio Eletrónico

[email protected]

Cartão de Cidadão

12090569

Título

Relatório de Estágio. Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física.

Estudo exploratório com alunos do 10º e 12º ano do ensino regular.

Orientadores

Professora Doutora Linda Saraiva

Professor Doutor César Sá

Ano de conclusão

2014

Designação do Curso

Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR, NÃO É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DE QUALQUER PARTE DESTE TRABALHO. Universidade do Minho, / /2014

Assinatura:

______________________________________

iii

AGRADECIMENTOS

Ao finalizar todo este processo de formação com vista a obtenção de grau de Mestre, não

posso esquecer as pessoas com quem estive envolvido, e que inevitavelmente tiveram o seu papel

preponderante nos resultados obtidos ao longo deste processo. Quero desta forma demonstrar a

minha gratidão a todos eles, por estarem presentes e pela disponibilidade demonstrada ao longo

destes meses nos momentos de insegurança, ansiedade e angústia mas também nos momentos de

satisfação.

Em primeiro lugar referir a Professora Doutora Linda Saraiva e o Professor Doutor César Sá,

orientadora e coorientador respetivamente, pois foram-me dando feedbacks acerca da minha

evolução, seguindo e encaminhando também a concretização do meu trabalho de investigação.

Agradeço as valiosas partilhas de saberes, a disponibilidade para ajudar e o estímulo e motivação

que me deram ao longo deste processo. Foi um enorme prazer tê-los como orientadores deste

estágio curricular.

Uma palavra também aos professores da escola onde decorreu o estágio, mais

precisamente à professora cooperante Mestre Ana Paula Matos, que me deu sempre todo o apoio e

ajuda necessária para melhorar o meu desempenho ao longo das aulas. Agradeço a confiança nas

minhas capacidades, os conselhos e amizade demonstrada.

Não poderei esquecer, com certeza, aqueles com quem estive diretamente envolvida, e que

me ajudaram a descobrir, todos os dias um bocadinho, a minha forma de estar e as minhas

características enquanto professor. Estou a falar dos meus alunos, da turma do 10º A e também os

meus colegas de núcleo de estágio, pois acompanharam-me ao longo deste processo.

Quero terminar agradecendo à minha família por todo o carinho e confiança. Em particular,

quero agradecer aos meus pais a colaboração e o apoio manifestados em todas as etapas da minha

vida.

iv

v

RESUMO

Relatório de Estágio. Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física.

Estudo exploratório com alunos do 10º e 12º ano do ensino regular.

O presente relatório surge no âmbito do estágio pedagógico, inserido no mestrado de

Ensino da Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundários da Universidade do Minho.

Na primeira parte deste relatório é contextualizada a Prática de Ensino Supervisionada,

seguindo-se a descrição de todo o planeamento, organização, gestão e avaliação do processo

ensino-aprendizagem, bem como a relação com a comunidade. Por último, é apresentado um

estudo de natureza quantitativa que visou analisar e comparar a perceção dos alunos do 10º e 12º

ano do ensino regular face à disciplina de Educação Física, assim como a importância que lhe é

atribuída. Para o efeito, 292 alunos (120 rapazes e 172 raparigas), com idades compreendida entre

os quinze e dezanove anos foram recrutados de oito turmas do 10º ano (184 alunos) e quatro

turmas do 12º ano (108 alunos).

Na recolha de dados foi aplicado um inquérito por questionário adaptado de Tannehill,

Romar, O´Sullivan, England & Rosenberg (1994), traduzido e adaptado por Brandão (2002).

Os resultados do estudo permitem concluir que existem algumas diferenças na perceção

dos alunos face à disciplina de Educação Física entre os dois anos de escolaridade. O 12º ano

demonstrou maior apreço pela Educação Física (p=.029), atribuiu-lhe maior importância na sua

formação a nível Secundário (p=.048) e nos objetivos da disciplina conferiu-lhe maior importância

no parâmetro ensinar-me os princípios de ética e espírito desportivo (p=.002) que o 10º ano.

Relativamente aos contributos da Educação Física, apurou-se diferenças estatisticamente

significativamente no parâmetro ensinar-me outras atividades de ar livre e de fitness (p <.001),

sendo que neste ponto o 10º ano conferiu-lhe mais importância que o 12º ano.

Palavras-chave: Perceção; Educação Física; Ensino Secundário.

vi

vii

ABSTRACT

Practicum Report. Perception of students to the discipline of Physical Education.

Exploratory study with students of 10th and 12th grade regular education.

This report is inserted under the Minho university Masters of teaching of Physical Education

to the elementary school and secondary education.

The first part of this report contextualizes the Supervised Teaching Practice followed by the

description of the whole planning, management and evaluation of the teaching-learning process as

well as the relationship with the community. Finally, a quantitative study that aimed to examine and

compare the perceptions of the discipline of Physical Education by students in 10th and 12th grade

and the importance assigned to it. For this purpose 292 students (120 boys and 172 girls), aged

between fifteen and nineteen years were recruited from eight classes in the 10th grade (184

students) and four classes in the 12th grade (108 students).

For data collection we used the questionnaire survey adapted from Tannehill, Romar,

O´Sullivan, England & Rosenberg (1994), translated and adapted by Brandão (2002).

The results show significant differences on students’ perceptions about Physical Education.

The 12th grade showed greater appreciation for physical education (p = .029), and consider this

discipline of greater importance in their Secondary formation (p = .048). In respect to the

objectives of the discipline, 12th grade also gave it greatest importance in the parameter "teach

me the principles of ethics and sportsmanship" (p =. 002) compared to 10th grade. In respect the

contributions of physical education, the results show significant differences between 10th and 12th

grade in the parameter "teach me other outdoor and fitness activities" (p <.001).

Keywords: Perception; Physical Education; Secondary School.

viii

ix

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. iii

RESUMO.............................................................................................................................. v

ABSTRACT ......................................................................................................................... vii

ÍNDICE GERAL ..................................................................................................................... ix

ÍNDICE DE QUADROS ........................................................................................................... xi

ÍNDICE DE FIGURAS............................................................................................................. xi

ÍNDICE DE ANEXOS ........................................................................................................... xiii

1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................................1

2. ENQUADRAMENTO CONTEXTUAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA .........................3

2.1 ENQUADRAMENTO PESSOAL ............................................................................3

2.2. ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL ..................................................................3

2.2.1. Caraterização do meio ..............................................................................3

2.2.2. Caraterização da escola ............................................................................4

3. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISONADA .......................................................7

3.1. ÁREA 1 – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM .............7

3.1.1. Conceção ................................................................................................7

3.1.2. Planeamento ...........................................................................................8

3.1.3. Realização .............................................................................................13

3.1.4. Avaliação ...............................................................................................17

3.2. ÁREA 2 – PARTICIPAÇÃO NA ESCOLA E NA RELAÇÃO COM A COMUNIDADE ....20

3.2.1 Atividade do núcleo de estágio ..................................................................20

3.2.2. Atividade do grupo de estágio ...................................................................21

3.2.3. Outras atividades ....................................................................................23

3.3. ÁREA 3 - INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL .........................24

Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física .....................................24

3.3.1 Introdução ..............................................................................................24

3.3.3. Objetivos ...............................................................................................31

x

3.3.4. Metodologia ...........................................................................................31

3.3.5. Apresentação e discussão dos resultados ..................................................33

3.3.6. Conclusões ............................................................................................49

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................51

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................53

ANEXOS ............................................................................................................................57

xi

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Caraterização da amostra.....................................................................................31

Quadro 2 - Nível de importância atribuído à disciplina de Educação Física ..................................34

Quadro 3 - Perceção dos alunos sobre o seu desempenho na disciplina de Educação Física .........35

Quadro 4 - Importância da Ed. Física atribuída pelos alunos na formação a nível do Secundário ....36

Quadro 5 - Perceção dos alunos sobre os objetivos da disciplina de Educação Física ...................39

Quadro 6 - Perceção dos alunos sobre os contributos da Educação Física ..................................41

Quadro 7 - Fatores que mais agradam os alunos nas aulas de Educação Física ..........................43

Quadro 8 - Fatores que mais desagradam os alunos nas aulas de Educação Física .....................45

Quadro 9 - Importância da Educação Física relativamente às outras áreas disciplinares ...............47

Quadro 10 - Preferência da Educação Física face às outras áreas disciplinares ...........................48

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Atividade Física fora da disciplina de Educação Física ................................................33

Figura 2 - Tipo de Atividade Física fora da disciplina de Educação Física ....................................33

Figura 3 - Atividades preferidas dos alunos .............................................................................37

Figura 4 - Atividades menos preferidas ...................................................................................38

xii

xiii

ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1 - Planeamento anual de Educação Física da escola para o 10º ano ...............................59

Anexo 2 - Plano anual inicial .................................................................................................61

Anexo 3 - Plano anual final ...................................................................................................63

Anexo 4 - Unidades didáticas ................................................................................................65

Anexo 5 - Plano de aula .......................................................................................................67

Anexo 6 - Avaliação diagnóstica.............................................................................................73

Anexo 7 - Avaliação sumativa ................................................................................................75

Anexo 8 - Atividade organizada pelo núcleo de estágio .............................................................77

Anexo 9 - Atividade organizada pelo grupo de estágio ...............................................................79

Anexo 10 - Inquérito aplicado aos alunos ...............................................................................81

Anexo 11 - Autorização para aplicação do inquérito .................................................................85

xiv

1

1.INTRODUÇÃO

A organização deste relatório insere-se no âmbito do Estágio Pedagógico, integrado no 2º

ano do mestrado de Ensino da Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundários, do Instituto da

Educação da Universidade do Minho.

Não sendo o meu primeiro estágio, pois já vivenciei igual experiência na minha licenciatura,

é sempre uma forma e um meio de adquirir mais formação, vivenciar novas experiências, adquirir

novos conhecimentos, aprender novos métodos e pedagogias, ouvir críticas construtivas e refletir

um pouco sobre todo o processo de ensino.

Neste relatório pretende-se dar uma visão de todo o trabalho que foi efetuado durante o

meu estágio pedagógico, refletindo toda a minha atividade docente. Todo o trabalho apresentado foi

realizado numa escola secundária, com uma turma do 10º ano de escolaridade, constituída por 27

alunos (13 do sexo feminino e 15 do masculino).

Numa primeira parte deste relatório faço um enquadramento pessoal do meu trajeto,

seguindo-se a caracterização do meio, da escola e da turma onde o estágio se desenrolou.

Numa segunda parte, estão descritas a área 1 (organização e gestão do ensino e da

aprendizagem) e a área 2 (participação na escola e relação com a comunidade). Na primeira

descrevo toda a conceção, o planeamento, realização e avaliação que utilizei durante todo este

processo, e na segunda descrevo as atividades que organizei e participei/colaborei no âmbito da

comunidade escolar.

Na parte final deste relatório é apresentado o projeto de investigação, que tem por objetivo

analisar as perceções dos alunos face à disciplina de Educação Física. A escolha deste tema deve-

se ao facto de no início do ano letivo ter observado alguma desmotivação pela disciplina por parte

de certos alunos. O conhecimento da perceção dos alunos ajuda o professor na motivação para as

tarefas, indo também de encontro às suas expectativas e necessidades. De facto os “programas

devem constituir, também, objeto da motivação dos alunos, inspirando as suas representações e

empenho de aperfeiçoamento pessoal no âmbito da Educação Física, na Escola e ao longo da vida.

No fundo, o que está em causa é a qualidade da participação do aluno na atividade educativa, para

que esta tenha uma repercussão positiva, profunda e duradoura” (Programa Nacional de Educação

Física, 2001, p. 8).

2

Este relatório termina com algumas considerações finais sobre todo meu processo docente

realizado ao longo deste ano letivo, seguindo as referências bibliográficas consultadas e que

sustentam este documento e os anexos.

3

2. ENQUADRAMENTO CONTEXTUAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA

2.1 ENQUADRAMENTO PESSOAL

O gosto pela atividade física sempre esteve presente na minha vida. Na infância e

adolescência pratiquei vários desportos, entre eles, o rugby, o futebol, a canoagem e a natação.

Como vertente lúdica sempre gostei das atividades de contacto com a natureza, tendo estado muito

tempo ligado ao escutismo. Ainda hoje mantenho um estilo de vida ativa, praticando várias

modalidades de forma lúdica.

Não é então por acaso, que em 2001 tenha escolhido o curso de Professores de Ensino

Básico Variante Educação Física como área da minha formação académica.

Em 2006 terminei a minha licenciatura, e desde então tenho estado sempre ligado à

atividade física e ao ensino. Lecionei quatro anos nas Atividades de Enriquecimento Curricular na

área da Expressão Físico-motora, exerci funções de treinador em várias modalidades (natação,

futebol, rugby e canoagem), tendo ainda exercido funções como docente da Educação Especial

também ligado à atividade física.

Em 2012 e visto na minha profissão (docente) as oportunidades de emprego serem de

difícil acesso, resolvi inscrever-me neste mestrado, com vista adquirir o grau de Mestre, dando

assim também continuidade à minha formação como professor, agora na etapa educativa do ensino

secundário.

Espero com esta oportunidade continuar a melhorar todos os dias, tornando-me cada vez

melhor docente, ou seja, debelando eventuais lacunas que evidencie nas minhas intervenções do

processo ensino /aprendizagem.

2.2. ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL

2.2.1. Caraterização do meio

Segundo o Projeto Educativo da escola, o concelho de Vila Verde é constituído por 33

agrupamentos de freguesias, numa área total de 228.7 km2 e com uma população de cerca de

47.887 habitantes. É um concelho pertencente ao distrito de Braga, limitado a norte pelo município

da Ponte da Barca, a sul por Braga, a leste por Terras de Bouro, a oeste por Barcelos, a sudoeste

por Amares e a noroeste por Ponte de Lima.

4

A densidade populacional do concelho é de 209.4 hab/km2, com grande discrepância na

distribuição da população. Nas zonas rurais verifica-se um grande esvaziamento de população,

nomeadamente nas fronteiras com o concelho de Ponte da Barca e de Terras de Bouro. Os maiores

aglomerados populacionais verificam-se na zona urbano da sede do concelho e ao longo dos

principais eixos rodoviários (Estrada Nacionais 205, 308, 101 e 201).

A comunidade escolar distribui-se por quatro territórios educativos, existindo ainda no

concelho uma Escola Profissional que oferece aos jovens a vertente de formação profissional e

especialização tecnológica.

Em termos de equipamentos desportivos, o concelho de Vila Verde possui um total de 104

instalações, entre as quais se destacam as quadras pequenas, campos de futebol, pavilhões e

piscina. Estas encontram-se espalhadas pelo município, com natural aglomeração de instalações

nas zonas urbanas, nomeadamente nas freguesias de Vila verde e do Prado.

Ao nível do associativismo desportivo, o concelho possui 67 organismos representativos das

mais diversas modalidades, mas onde se destaca o futebol e a canoagem.

2.2.2. Caraterização da escola

A escola onde decorreu o estágio funciona desde o ano letivo de 1986/87, localizando-se

na sede do Concelho de Vila Verde.

Esta escola foi recentemente requalificada pela empresa Parque Escolar, estando neste

momento já todos os serviços em funcionamento.

Como está descrito no Projeto Educativo da escola, no primeiro piso do edifício

administrativo encontra-se a receção, reprografia/papelaria, os serviços administrativos, o refeitório,

o bar dos alunos com um bloco sanitário, o auditório, a biblioteca, a sala das associações de pais e

de alunos, o gabinete da rádio, a sala dos assistentes operacionais e salas de reuniões multiusos e

o arquivo histórico. No segundo piso está a átrio e a sala da direção, duas salas de apoio à direção,

um bar para os professores, uma sala para professores e sala para os diretores de turma com três

espaços fechados de atendimento e uma sala de arquivo da direção. No último piso encontram-se

alguns gabinetes para o Serviço de Psicologia e Orientação (SPO), para o Projeto Educação para a

Saúde (PES), para o Centro de Formação do Alto Cávado (CFAC) e cursos profissionais.

A escola dispõe ainda de dois blocos de sala de aulas, com vários laboratórios, duas

oficinas de diferentes áreas profissionais, salas específicas das áreas curriculares, salas de

informática, uma sala de Educação Especial, duas salas de artes, salas de estudo e apoio e salas

5

de aulas indiferenciadas. As salas de aula estão equipadas com projetor e computador com ligação

à Internet.

Quanto às infraestruturas desportivas, a escola possui dois espaços exteriores descobertos,

com marcações para a prática de várias modalidades (4 balizas e 4 cestos), uma pista de atletismo

e uma caixa de areia para o salto em comprimento. Existe ainda um pavilhão gimnodesportivo

coberto, ventilado, com três pares de balneários/vestiários, sala multiusos (utilizado para a ginástica

ou outras modalidades) com dois pares de balneários/vestiários para os desportos de exterior, uma

sala de aulas teóricas, um gabinete com balneários/vestiários para professores e um posto médico.

No que se refere a recursos materiais, o departamento encontra-se bem apetrechada, pois

permite que os alunos tenham acesso a todo o material necessário para cada tarefa (bola, raquete,

colete, arco, etc.). O material disponível permite até realizar trabalho individual, o que proporciona

aos alunos uma maior probabilidade de desenvolverem as capacidades técnicas inerentes à

utilização destes materiais.

Após esta caracterização da escola conclui-se que oferece boas condições para se

desenvolver um processo de ensino-aprendizagem adequado aos alunos.

2.2.3. Caraterização da turma

O objetivo da caracterização da turma é conhecer os alunos quer no seu mundo dentro da

escola como fora dela.

Os dados biográficos que refiro nesta caraterização foram recolhidos pela diretora da turma

e facultados a todos os professores do conselho de turma. Toda esta informação permitiu-me

conhecer melhor os meus alunos e assim melhorar o relacionamento com eles. Ajudou-me a

interpretar as dificuldades ao nível da disciplina de Educação Física e também na deteção de outros

problemas externos à disciplina, tais como saúde e socioecónomicos, sendo muito útil no

desenrolar do meu papel de educador.

A minha turma frequenta o 10º ano (turma A) sendo constituída por 27 alunos. É composta

por treze alunas do sexo feminino e catorze alunos do sexo masculino, tendo uma média de idades

de 14,9 anos. Dos 27 alunos, três já ficaram retidos no seu percurso escolar.

A maioria dos alunos vive longe da escola, demorando no mínimo 15 minutos e no máximo

uma hora até chegar à escola. Apenas dois alunos vêm para a escola de carro, sendo que os

restantes se deslocam de autocarro. São alunos oriundos de uma classe média/baixa, havendo

quatro alunos com escalão “B” e vinte com escalão “A”.

6

Em média o agregado familiar é composto por 3 pessoas e no que concerne às profissões

dos pais, verifica-se uma grande maioria de trabalhadores do setor Secundário (24 pais), seguindo-

se o setor Terciário (9 pais) e depois o setor Primário com apenas um pai. Existem ainda alguns

casos de desempregados (11 pais), quatro mães domésticas e dois casos de falecimentos de um

dos progenitores.

Quanto às habilitações literárias dos mesmos, nenhum possui curso superior, apenas uma

mãe tem o ensino secundário, sendo que os restantes dividem-se entre o 1º, 2º e 3º ciclo de ensino

básico.

No que respeita à ocupação dos tempos livres, os alunos responderam que gostam de ver

televisão, ouvir música, de redes sociais, pesquisar na internet, tocar instrumentos, estar com os

amigos e praticar desporto.

De referir que a maioria dos alunos tem o objetivo de seguir os estudos e terminar um

curso superior, havendo apenas dois alunos que pretendem terminar só o 12º ano e outro que

pretende seguir a carreira militar.

Nesta turma não existe nenhum caso de alunos enquadrados no Decreto-lei 3/2008, ou

seja, alunos com Necessidades Educativas Individuais.

7

3. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISONADA

3.1. ÁREA 1 – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

Nesta parte vou descrever todo o trabalho desenvolvido na minha atuação como docente,

ou seja, todo o processo de organização e gestão do ensino e da aprendizagem. Esta área é dirigida

para o trabalho prático e mais específico relacionado com a tarefa docente, abrangendo a

conceção, o planeamento, a realização e a avaliação do ensino.

3.1.1. Conceção

Ao longo deste estágio coloquei em prática todos os conhecimentos que adquiri durante a

minha licenciatura e mestrado, tentando proporcionar aos alunos as melhores condições de

aprendizagem. A experiência que já tenho como docente foi fundamental no relacionamento com os

alunos, assim como em outros aspetos como o planeamento, realização e até no processo de

avaliação.

Este estágio pedagógico começou na primeira semana de setembro de 2013, quando eu e os

meus colegas de núcleo de estágio nos apresentamos na escola. O intuito era conhecer os

professores cooperantes, a instituição e o meio educativo. Neste primeiro contacto ficou decidido a

composição dos dois grupos de estágio, os seus cooperantes e ainda as turmas que cada um ia

lecionar.

Nessa mesma semana tivemos a primeira reunião de grupo de Educação Física, onde foram

debatidos vários aspetos fundamentais para o desenrolar do ano letivo, e nos foi facultado alguns

documentos importantes para o planeamento e para melhor conhecer os regulamentos da escola.

De uma forma geral, os aspetos mais importantes debatidos foi a definição das datas das atividades

extracurriculares, as datas para avaliação da Aptidão Física e ainda o mês onde se iria lecionar a

modalidade de Dança (nesta escola esta modalidade é lecionada ao mesmo tempo por todas as

turmas). Foi ainda estabelecido que não se iria realizar avaliação inicial mas sim avaliações

diagnósticas nas primeiras aulas de cada modalidade. De referir que este último ponto foi aprovado

por unanimidade por todos os professores do grupo de Educação Física. Todos os assuntos tratados

nesta reunião serão abordados mais à frente neste relatório, de forma mais aprofundada, sob a

forma de reflexão ou crítica.

8

Para melhor desempenhar o papel docente é fundamental que cada professor tenha

conhecimento do meio educativo onde está inserido, conhecendo assim a realidade da comunidade

escolar e dos seus alunos.

Neste sentido, tive a preocupação de analisar o Projeto Educativo da escola de modo a

conhecer melhor a instituição, o seu meio, os seus recursos humanos e materiais, os seus

princípios, valores, metas e estratégias. O Projeto Educativo é um instrumento elementar para as

escolas, pois representa os valores, identifica as necessidades e problemas, estratégias de

mudança e melhoria da qualidade do processo educativo, tendo em conta a realidade do meio.

O regulamento interno da escola foi também consultado e analisado, pois este documento

estabelece os princípios gerais pelos quais se devem reger todos os intervenientes no processo

educativo da escola.

Depois de analisados todos os documentos acima referidos, seguiu-se uma análise rigorosa

do Programa Nacional da disciplina de Educação Física e ainda do Projeto de Educação Física da

escola, em particular o planeamento anual para o 10º ano de escolaridade (Anexo 1), onde tive

conhecimento das modalidades a lecionar e o número de aulas destinada para cada uma.

Posto isto, estava preparado para iniciar o meu planeamento de todo processo de ensino-

aprendizagem para o ano letivo.

3.1.2. Planeamento

Cada professor deve planear todo o processo de Ensino, partindo de um sistema macro

para o micro. Para Gandin (2010) planear é transformar a realidade na direção pretendida, dando

certeza e precisão à ação com o intuito de aproximar uma realidade a um ideal. Para Bento (2003)

o planeamento é uma tarefa muito importante que deve ser elaborada com muito rigor, pois será a

base de toda atividade do professor, evitando planear separadamente as ações pedagógicas.

O primeiro passo para a elaboração do meu plano anual foi a consulta do Projeto de

Educação Física da escola pois constitui uma “referência fundamental para a orientação e

organização do trabalho do conjunto dos professores e de cada um em particular (à escala

plurianual e anual) (Programa nacional de Educação Física, 2001, p. 24). Neste documento

consultei de forma mais detalhada o planeamento anual para o 10º ano de escolaridade, pois a

minha turma encontrava-se neste ano de ensino Secundário. Verifiquei as matérias que tive de

abordar, assim como o número de aulas mínimas previstas para cada uma delas. O plano anual “é

um plano de perspetiva global que procura situar e concretizar o programa de ensino no local e nas

9

pessoas envolvidas. Os objetivos indicados para cada ano, no programa ou normas programáticas,

são objeto de uma formulação avaliável e concreta para professores e alunos. Constitui, pois, um

plano sem pormenores da atuação ao longo do ano, requerendo, no entanto, trabalhos

preparatórios de análise e de balanço, assim como reflexões a longo prazo” (Bento, 2003, p. 59).

Como referi anteriormente, no plano anual da escola para o 10º ano estavam previstas

número de aulas mínimas para cada matéria. Refletindo sobre este facto penso que o número de

sessões em cada matéria deverá ser consoante o nível (introdutório, elementar ou avançado) de

cada turma em cada matéria. Haverá com certeza turmas em níveis de ensino que necessitam de

menos aulas para atingir os objetivos, e outras que necessitam de mais sessões. Acho que teria

sido importante realizar uma avaliação inicial (e não diagnósticas), averiguando logo no início do

ano letivo o nível da turma em cada matéria, podendo prever de forma mais assertiva o número de

aulas necessárias para atingir os objetivos.

As matérias selecionadas pelo departamento estão de acordo com as condições de

composição do currículo apresentadas no Programa Nacional de Educação Física. De acordo com

as normas de referência para o sucesso as matérias lecionadas devem conter 2 Jogos Desportivos

Coletivos, 1 Ginástica ou Atletismo, 1 Dança e 2 Outras (Raquetas, Combate, Natação, Patinagem,

Atividades Exploração Natureza, etc.).

Como se pode observar no Anexo 1 foram abordados dois Jogos Desportivos Coletivos

(andebol e basquetebol), a Ginástica e o Atletismo, a Dança e ainda duas matérias da categoria

Outras (luta e badminton).

De realçar que no Programa Nacional da disciplina a Luta não está prevista para o 10º ano

de escolaridade. No entanto, o grupo de Educação Física desta escola acha importante a sua

abordagem, visto se observar que os alunos até este ano de escolaridade não têm qualquer tipo de

abordagem na modalidade. A inserção dos desportos de Combate na Educação Física acarreta

inúmeras vantagens nas várias faixas etárias. Na puberdade, e segundo Lima (1998), proporciona o

desenvolvimento de relações sócio afetivas, relações interpessoais e progressos importantes no

processo de socialização, permitem a libertação de impulsos agressivos, possibilitam a realização

das ações de oposição direta, utilizando as técnicas fundamentais de controlo e desequilíbrio, com

segurança (própria e do opositor), aplicando as regras e os princípios éticos.

Além das modalidades abordadas, tive em conta também as capacidades condicionais e

coordenativas, pela importância que têm, quer a nível anátomo-fisiológico quer em termos

neuromuscular na aprendizagem e desenvolvimento de habilidades desportivas e ações motoras.

10

Um dos objetivos comuns a todas as áreas nesta disciplina é “elevar o nível funcional das

capacidades condicionais e coordenativas gerais, particularmente de resistência geral de longa e

média durações, da força resistente, da força rápida, da flexibilidade, da velocidade de reação

simples e complexa, de execução, de deslocamento e de resistência, e das destrezas geral e

específica” (Programa nacional de Educação Física, 2001, p. 14).

Estas foram trabalhadas durante as várias aulas, de forma alternada e também contínua.

Tentei ser criativo, criar situações que desafiassem e estimulassem o interesse dos alunos,

provocando-lhes curiosidade e motivação, através da exploração das habilidades motoras e do

prazer proporcionado por essas novas aprendizagens. Como é natural, o trabalho das capacidades

condicionais, exercícios de esforço, não é do agrado dos alunos, pelo que tive de ter em atenção as

questões da motivação, alertando os alunos para a enorme importância deste tipo de trabalho e os

seus benefícios. No entanto, penso que obtive resultados positivos, pois houve uma melhoria dos

resultados da primeira para a segunda avaliação da Aptidão Física. Além disso, com o trabalho de

resistência aeróbica consegui motivar alguns alunos a participarem no corta-mato escolar, tendo

obtido grandes resultados. Uma aluna ganhou o seu escalão e outro aluno obteve a 3ª posição.

No seguimento do que foi dito anteriormente, foram dedicadas quatro aulas para avaliação

da Aptidão Física (duas em outubro e duas em maio). Para o sucesso nesta disciplina são

consideradas três áreas: A - Atividades Físicas (Matérias), B - Aptidão Física e C- Conhecimentos.

Nessas aulas foram utilizados alguns testes da bateria Fitnessgram para avaliar se os alunos se

encontravam na zona saudável. “O significado do nível de aptidão física e suas implicações como

suporte da saúde e bem-estar e como condição que permite ou favorece a aprendizagem, tornam

fundamental que em cada ano de escolaridade os alunos atinjam essa zona saudável” (Programa

nacional de Educação Física, 2001, p. 29).

As matérias foram lecionadas por blocos, com número de sessões dependendo da

modalidade (previstas no planeamento anual do 10 º ano da escola). Estas foram calendarizadas no

meu plano anual (Anexo 2 e 3) de acordo com a rotatividade dos espaços de aula contemplados no

“roulement”, que me permitiu saber em que espaços lecionava em cada semana. O “roulement” da

escola contempla 4 espaços, dois no pavilhão (P1 e P2), a sala multiusos e o espaço exterior. A

organização dos espaços com as modalidades é um processo algum difícil de conciliar, visto ter de

haver uma articulação com os outros professores da disciplina.

Na calendarização do meu plano anual, além dos aspetos acima referidos, tive em atenção

outros aspetos que ficaram aprovados no início do ano letivo em departamento. As quatro aulas

11

destinadas à avaliação da Aptidão Física (fitnessgram) foram realizadas por todas as turmas nas

mesmas semanas, ou seja, na terceira semana de outubro e terceira semana de maio.

A modalidade de “Dança” foi também lecionada por todas as turmas na mesma altura (mês

de fevereiro), sendo as suas aulas lecionadas em conjunto pelos professores que tinham turmas em

simultâneo. Esta foi uma estratégia adotada pelo grupo de Educação Física para debelar algumas

dificuldades que alguns professores (inclusive eu) tinham em lecionar esta matéria. Segundo o

Programa Nacional de Educação Física (2001) professores com aulas simultâneas podem aplicar

estratégias que abranjam o conjunto das suas turmas. “A interação de alunos de turmas diferentes

permite a atribuição do papel de demonstração ou de monitor a alunos com aptidões mais elevadas

em determinada matéria (ensino recíproco). A realização de atividades comuns a essas turmas

possibilita ainda a diferenciação do papel dos professores, de modo a aproveitar capacidades

especiais dos próprios professores” (Programa Nacional de Educação Física, 2001, p. 22).

A primeira matéria abordada foi a Ginástica, aproveitando assim o facto de começar a

lecionar na sala multiusos, mais propícia para estas modalidades e onde se encontra todo o

material necessário (colchões, trampolins, bancos suecos, etc.). Antes de terminar esta modalidade

realizou-se as duas aulas destinadas avaliação da Aptidão Física, seguindo-se a modalidade de

Andebol lecionada no espaço exterior.

Estas duas primeiras aulas destinadas avaliação da Aptidão Física (fitnessgram) serviram

como forma de diagnosticar a performance dos alunos nas capacidades condicionais e, mediante

os resultados obtidos planificar da melhor forma o trabalho destas capacidades para o ano letivo.

O primeiro período terminou com a modalidade de Basquetebol a ser lecionada no espaço

“P2”.

O segundo período começou ainda com o basquetebol no mesmo espaço, passando de

seguida para o espaço “P1” com a modalidade de Raquetes (badminton). A modalidade seguinte foi

a Dança, onde não havia espaços predefinidos, pois como já foi referido anteriormente era dado em

conjuntos com as outras turmas. Depois de finalizada esta modalidade voltamos à sala multiusos

onde foi lecionada a Luta. Mais uma vez por precisar dos colchões e por serem aulas que

necessitam menos espaço resolvi abordar esta matéria nesta sala.

O segundo período terminou com a modalidade de atletismo neste mesmo espaço,

lecionando o salto em altura pela mesma razão anteriormente referida.

O terceiro período foi lecionado praticamente no espaço exterior na modalidade de

atletismo, sendo apenas as aulas de avaliação da Aptidão Física (fitnessgram) no espaço interior.

12

Estas correspondiam à segunda semana da aplicação do fitnessgram e serviam para avaliar os

alunos nas capacidades condicionais, verificando se houve evolução entre o primeiro momento e o

segundo momento de avaliação.

Quando terminei a calendarização do meu plano anual ficaram 4 aulas no final do ano letivo

em aberto, que segundo a professora cooperante iam ser importantes para questões de acertos. De

facto isso veio acontecer, pois tive de prolongar em duas aulas a modalidade de Atletismo. No dia 3

de abril a aula não foi lecionada por ausência da professora cooperante da escola, e no dia 29 de

abril os alunos tiveram uma visita de estudo à casa de Camilo Castelo Branco. As outras duas aulas

ficaram destinadas ao tema da Educação sexual, visto em conselho de turma terem sido

distribuídas 12 sessões sobre esta temática pelas várias disciplinas curriculares. Tratou-se de duas

aulas teórica (90+90), lecionada na sala normalmente destinada à turma, tendo como

conteúdo/tema a Educação Sexual e como subtema “comportamentos assertivos”. A informação e

as atividades realizadas foram retiradas do PRESSE (Programa regional de Educação Sexual em

Saúde Escolar). A última aula ficou como forma de despedida da turma, para fazer o balanço do

ano e a autoavaliação.

No início de cada modalidade abordada era elaborada uma unidade didática (Anexo 4), de

modo a organizar e descrever a forma como ia lecionar os conteúdos programáticos e a sua

sequência metodológica. Cada unidade didática era composta por um bloco constituído por várias

aulas. A estruturação das unidades didáticas era elaborada sob duas formas distintas, ou seja, por

um modelo mais complexo de descrição dos conteúdos e critérios de êxito e pelo modelo de Vickers

(1990) mais simples. As unidades didáticas faziam parte de um documento extenso que eu

realizava para cada modalidade, onde se incluíam ainda outros documentos, como por exemplo,

progressões pedagógicas para os gestos técnicos, recurso materiais e humanos, objetivos, avaliação

diagnóstica, justificação e reflexão das unidades didáticas, avaliação sumativa, planos de aulas e

suas reflexões, etc.

Numa vertente mais micro realizei um plano de aula (Anexo 5) para cada sessão e no final

era elaborado um relatório da mesma, de forma a refletir sobre a minha intervenção. Nos planos de

aula constavam os objetivos, os conteúdos, os exercícios, os critérios de êxito, a forma de

organização e o material a utilizar.

Todo o planeamento elaborado teve a supervisão da professora cooperante, que me

orientou em todo o processo, dando-me instruções e feedbacks importantes para o melhor

planeamento do processo de ensino.

13

O processo de planeamento não é novidade para mim, por este facto não senti grandes

dificuldades ao longo deste processo. No entanto, ao longo deste estágio tive a oportunidade de

lecionar pela primeira vez algumas modalidades, como foi o caso da Luta e da Dança. Por este

motivo, estas foram as modalidades nas quais tive de me aplicar e pesquisar mais para realizar a

planificação. Para colmatar as minhas lacunas nestas modalidades, consultei diversos manuais da

escola, páginas da internet e segui alguns conselhos da professora cooperante. O trabalho com o

meu colega de grupo de estágio foi também bastante importante, principalmente nestas

modalidades, pois houve muita troca de ideias e partilha de documentos.

3.1.3. Realização

Quanto à realização do processo de ensino-aprendizagem tentei proporcionar sempre as

melhores condições aos meus alunos para que os objetivos fossem alcançados com o maior

sucesso.

Gostaria de começar este ponto, fazendo referência à minha experiência na área da

docência e da Educação Física, pois levou-me a sentir sempre grande segurança e à vontade no

trabalho desenvolvido.

Tive a preocupação em respeitar as linhas orientadoras da conceção e desenvolvimento do

currículo, tentando criar aulas inclusivas onde se verificasse o desenvolvimento de todos os alunos

sem exceção, aprendizagens ativas, integradas e significativas, onde todos pudessem sempre

trabalhar ao seu próprio ritmo. Tentei adaptar os objetivos ao nível geral da turma e, em particular,

a algum dos alunos, promovendo tarefas e estratégias para incutir responsabilidade e autonomia

nesses alunos num contexto de certos valores como o respeito, tolerância, espírito de equipa, e que

lhes permitissem avaliarem-se a eles próprios, ganharem consciência dos seus atos e da sua

motricidade.

Logo nas primeiras aulas tentei criar regras e rotinas que se foram mantendo ao longo do

ano letivo, criando hábitos que permitiram uma melhor organização das sessões, diminuindo os

atrasos, interrupções, momentos de indisciplina e fora da atividade motora.

Uma dessas rotinas foi a estruturação das aulas que seguiram sempre a mesma lógica

durante todo o ano letivo. As sessões começavam com uma pequena conversa com a turma sobre

os objetivos da aula e sobre outros assuntos que achava pertinentes. Ainda na parte inicial era

realizado um aquecimento, de forma a predispor o organismo para as tarefas a desenvolver,

aumentando a capacidade articular, a taxa metabólica, diminuindo assim a probabilidade de lesões.

14

Seguidamente, a parte fundamental era dedicada à temática em questão e na parte final eram

realizados alongamentos ou exercícios de baixa intensidade. As aulas terminavam sempre com o

arrumo do material utilizado e uma pequena conversa com a turma sobre questões relativas à

sessão, introduzindo a próxima.

Em todas as modalidades tentei introduzir os conteúdos de forma progressiva, ou seja, do

mais simples para os mais complexos, de forma a facilitar a aprendizagem dos alunos e assim

alcançar a sua consolidação mais facilmente. Tentei que a exercitação de cada elemento técnico

introduzido fosse trabalhada nas aulas seguintes, possibilitando a correta aquisição e consolidação

dos conteúdos e objetivos propostos (introdução – exercitação – consolidação).

As condições e regras de segurança foram sempre tidas em conta, pois estas são

fundamentais para prevenir acidentes, salvaguardando a integridade física dos alunos. “ As

questões ligadas à segurança dos praticantes são, sem dúvida, importantes para quem ensina, e,

por isso, o ajudante deve ter sempre em consideração que, se não for possível ajudar o aluno a

fazer bem o exercício, o mais importante é impedir que se lesione ao fazê-lo. A integridade física e

psíquica das crianças e jovens deve ser uma preocupação constante” (Araújo, 2003, p.14).

Em todas as modalidades foi garantida a segurança dos alunos, com especial atenção para

a Ginástica e para a luta. Nesta foram utilizados colchões de proteção para a grande maioria dos

exercícios, devido ao seu complexo grau de execução e de perigosidade. No entanto, na maioria das

vezes, os alunos quando têm colchões ou outro material de ginástica à sua disposição, começam a

brincar com ele de maneira indevida e sem olhar aos eventuais perigos que determinadas

brincadeiras podem causar. Para que isso não acontecesse, sensibilizei todos os alunos para os

perigos que uma simples brincadeira pode causar, bem como as formas adequadas de utilização do

material, no que diz respeito à montagem e desmontagem do mesmo.

Visto as aulas de Educação Física serem muito movimentadas e dinâmicas um aspeto

bastante importante para o desenrolar da sessão é o tempo de empenho motor. Este foi sempre

tido em conta, com a planificação de aulas e exercícios motivantes, formação de grupos no início da

aula e com organizações dinâmicas, minimizando os tempos de transição entre exercícios. No

entanto, certos contratempos, como as condições climatéricas, dificultavam a organização. Por

vezes tinha de alterar a aula para espaços mais reduzidos, o que obrigava a efetuar modificações ou

reajustes na organização das aulas.

Os grupos de trabalho estavam pré-definidos desde o início do ano, no entanto, eram

reajustados no início de cada sessão, sempre que havia alunos ausentes da mesma. Sempre que

15

algum aluno por alguma razão não fazia a parte prática tinha de elaborar um relatório sobre a aula

e ainda ajudar na distribuição e arrumação do material utilizado.

De uma forma geral, a turma participou sempre de forma empenhada e motivada em todas

as modalidades, verificando-se um maior empenho nos Jogos Desportivos Coletivos (Basquetebol,

Andebol) em comparação com as outras modalidades, especialmente a Ginástica e as Expressões

Rítmicas Expressivas (Dança). Nestes casos, tentei utilizar estratégias de forma a motivar os alunos

embora nem sempre com o sucesso desejado.

A organização das sessões foi variada dependendo da modalidade lecionada, com trabalho

em grupos, individual ou a pares. As formas mais utilizadas foram as estações, circuitos e vagas

para a Ginástica, Atletismo e Luta, e as formas jogadas para os desportos coletivos (3x3, 5x5, 6x6 e

7x7) e Badmínton (1x1 e 2x2).

O clima relacional estabelecido entre professor/alunos e aluno/aluno foi uma dos aspetos

que mais contribuiu para o bom desenrolar do ano letivo. Consegui criar uma boa relação com os

alunos e assim as coisas ficaram, desde logo, mais fáceis. Desde as primeiras aulas não tive

problemas de maior no que se refere ao controlo da turma, pois a turma teve um comportamento

quase sempre exemplar. Sempre que havia algum comportamento de indisciplina fazia uma

reprimenda aos alunos na hora ou então na reunião final da aula. Penso que, no contacto com os

alunos, a humildade associada à valorização das minhas ideias ajudou a estabelecer um bom clima

relacional e um nível de participação adequado. Foi essencial que a forma de comunicar com os

alunos fosse realizada corretamente, de modo a abranger o maior número possível de alunos para

que o ensino-aprendizagem fosse contínuo. Embora lecionar nesta faixa etária (adolescência) fosse

para mim uma novidade, penso que consegui de forma positiva estabelecer um bom clima, que foi

evoluindo ao longo do ano, com momentos de seriedade quando foi preciso mas também de

divertimento e brincadeira quando possível.

Passo agora a falar um pouco sobre as dimensões da instrução e do feedback. A primeira

refere-se às intervenções do professor sobre a matéria de ensino ou sobre a realização de um

exercício. A segunda são as ações verbais ou não verbais sobre a prestação dos alunos, tendo por

objetivo interrogar, avaliar ou corrigir. O bom comportamento da turma e o seu empenho ajudou-me

bastante nestas dimensões, pois consegui ser mais rápido na transmissão das instruções e

feedbacks dos aspetos importantes, sendo conciso e claro. Nunca me senti inibido em emiti-los, e

julgo que foram transmitidos com frequência e com pertinência adequada, de forma individual ou

16

coletiva. Quando emitia um feedback corretivo individual, ficava a observar o aluno para me

certificar que este corrigia o que estava mal, imitindo logo de seguida outro feedback avaliativo.

Por vezes, quando as aulas eram lecionadas dentro do pavilhão, onde permaneciam mais

turmas e existia bastante barulho, as instruções eram de difícil transmissão e causavam algum

transtorno. Nestes casos, quando pretendia dar instruções, ou pequenas correções, pedia aos

alunos para pararem os exercícios e se juntassem para conseguir passar a mensagem de forma a

todos terem acesso a essas informações. Quando as aulas eram lecionadas em espaços mais

calmos, para dar instruções pedia aos alunos para pararem os exercícios, e nos seus lugares,

ouvissem o que eu dizia, maximizando assim o tempo de aula.

Um dos aspetos que tive de melhorar bastante foi a discurso utilizado com a turma. Mais

uma vez o facto de ter trabalhado sempre com crianças levou-me a ter um discurso pouco

adequado para adolescentes. Apercebi-me disso logo nas primeiras aulas, e com o passar do

tempo, foi-me adaptando e melhorando este aspeto.

Uma das minhas preocupações enquanto professor foi o posicionamento e supervisão dos

alunos. Procurei sempre circular bastante pelo espaço de aula, o que permitiu observar melhor os

alunos, corrigi-los, dar-lhes feedbacks individuais e também uma maior aproximação da minha

parte. Este modo posicional também ajudou a prevenir comportamentos desviantes e de

indisciplina.

Na introdução de cada exercício ou gesto técnico foram sempre realizadas demonstrações

do mesmo, executadas sempre dentro do campo visual de todos e juntando os alunos ao redor do

executante, com o objetivo de melhor compreensão dos gestos técnicos e dos diferentes exercícios.

As demonstrações eram realizadas por mim ou por um aluno que executasse bem o gesto, sendo

acompanhadas pela instrução dos critérios de êxito e repetidas tantas vezes quantas os alunos

necessitassem.

Ao longo de todas as aulas tentei seguir o plano e os objetivos previamente definidos mas

nem sempre foi possível. Quando os alunos não atingiam facilmente certos objetivos reajustava e

adaptava o plano, tendo às vezes de eliminar certos conteúdos, passando esses para as sessões

seguintes. Penso que o bom professor é aquele que tem a capacidade de verificar as dificuldades

dos seus alunos, conseguir reajustar o trabalho às suas dificuldades para que consigam atingir o

sucesso.

Após todas as considerações feitas à realização das minhas aulas, é pertinente falar sobre

as modalidades que lecionei. Como já referi anteriormente as modalidades de Dança e da Luta

17

foram experiências novas, nunca as tinhas lecionado, pelo que foi bastante motivante e onde

aprendizagem foi grande. Nas outras modalidades pus em prática os meus conhecimentos, tendo

sempre a curiosidade e o empenho de aprender sempre mais, oferecendo as melhores condições

aos meus alunos. A Ginástica, apesar da sua complexidade e dificuldades que os alunos

apresentam, foi a modalidade que mais à vontade senti em lecionar. Esta disciplina exige bastante

concentração do professor, pois além dos aspetos técnico complexos e de difícil execução, existe

ainda as questões de segurança que têm de ser asseguradas.

3.1.4. Avaliação

A avaliação é um processo bastante delicado. É fundamental que haja critérios rigorosos e

imparcialidade nos momentos de apreciação dos alunos. Para Barlow (2006) avaliar é um processo

de calcular com exatidão uma dada quantidade, em função de critérios bem definidos e, se for

preciso com ajuda de aparelhos de medição.

Os alunos ao longo do ano letivo foram avaliados através dos três tipos de avaliação, ou

seja, diagnóstica, formativa e sumativa.

Logo na primeira reunião de grupo de Educação Física ficou definido que não seria

realizada uma avaliação inicial mas sim avaliações diagnósticas (Anexo 6) no início de cada

modalidade. No entanto, o Programa Nacional da Educação Física salienta a importância da

realização de uma avaliação inicial pois permiti “a cada professor orientar e organizar o seu

trabalho na turma, possibilita aos professores assumirem compromissos coletivos, aferindo

decisões anteriormente tomadas quanto às orientações curriculares, adequando o nível de objetivos

e/ou procedendo a correções ou alterações na composição curricular à escala anual e/ou

plurianual, caso considerem necessário” (Programa nacional de Educação Física, 2001, p. 25).

Teria sido importante a realização de uma avaliação inicial entre as primeiras quarto a seis

semanas, sobre as matérias dos anos anteriores e do presente ano letivo. Ter-me-ia permitido

observar se os conteúdos dos anos anteriores estavam consolidados, planeando da melhor forma a

continuidade do trabalho realizado. No fundo, seria um modo de fazer uma revisão dos conteúdos

anteriores, avaliando em simultâneo as dificuldades e limitações dos alunos nas diferentes

matérias, prognosticando o seu desenvolvimento.

No entanto, por decisão então do grupo de Educação física foram realizadas avaliações

diagnósticas, que segundo Ribeiro (1999) têm como objetivo verificar o nível dos alunos face às

aprendizagens que vão ser propostas e face às anteriores, podendo diagnosticar dificuldades futuras

18

e presentes. Têm como objetivo avaliar as aptidões dos alunos relativamente à modalidade a

lecionar, determinando o nível da turma, no início de cada unidade temática.

Estas avaliações foram realizadas nas primeiras aulas das unidades de ensino, de modo

avaliar e recolher informações sobre o nível dos alunos (introdutório, elementar ou avançado),

percebendo assim quais as dificuldades destes em termos de aprendizagem e para melhor

estruturar todo o processo de ensino. Essa avaliação consistia na execução dos conteúdos que iam

ser lecionados, de forma analítica ou global, individualmente ou em grupo.

Em concordância com a professora cooperante decidiu-se não realizar avaliação diagnóstica

em todas as modalidades, visto haver algumas com poucas aulas programadas (ex. Luta,

Badminton) e porque, segundo os alunos, nunca tinham sido lecionadas em anos anteriores. Este

facto causou-me alguma perplexidade, pois as atividades de Combate e as Raquetas estão

consagradas nos programas da disciplina nos ciclos de ensino anteriores, pelo que deveriam ter

sido abordadas.

No que respeita à avaliação formativa era realizada aula após aula, sob a forma de

observação, para certificar a evolução dos alunos e assim ajustar conteúdos para as aulas futuras.

Os aspetos mais relevantes eram registrados numa grelha digital disponibilizada pelo grupo de

Educação Física. No fundo consistia numa reflexão constante das aprendizagens dos alunos,

reajustando os avanços e recuos nos conteúdos de cada unidade didática. Ribeiro (1999) refere que

este tipo de avaliação auxilia o processo de ensino/aprendizagem, verificando o sucesso e

dificuldades das aprendizagens, definindo estratégias para as dificuldades e levando ao sucesso nas

tarefas que realizam. Os aspetos socio afetivos como o empenho e assiduidade também eram

registados diariamente.

Quanto à avaliação Sumativa (Anexo 7) foi realizada nas últimas aulas de cada unidade

didática, com o objetivo de avaliar se os conteúdos inicialmente previstos foram aprendidos pelos

alunos. Esta tem por finalidade classificar os alunos no final da unidade didática, podendo o

professor observar os comportamentos dos alunos nos conteúdos abordados, de forma a conferir a

sua progressão e a sua consolidação.

Refletindo acerca deste processo constatei que a avaliação é mais complicada e ainda mais

difícil, quando os valores são atribuídos numa escala de 0 a 20 valores, quando comparado com a

escala de 0 a 5. A primeira foi para mim uma novidade, tendo tido no início deste processo algumas

dificuldades em atribuir certas notas.

19

Um dos aspetos que facilitou todo o meu processo de avaliação foi o facto do grupo de

Educação Física disponibilizar um documento em formato digital “Excel” onde continha todas as

percentagens das avaliações, fazendo diretamente as médias das notas. Neste documento eram

registados outros aspetos como assiduidade, faltas de material, dispensas e o empenho.

Nesta escola os critérios de avaliação final de cada período definem uma percentagem de

70% para as competência e conhecimentos a nível motor, onde 60% é destinado à avaliação das

modalidades e 10% para a Aptidão Física, avaliado através da bateria de testes do fitnessgram. Os

restantes 30% são destinados ao domínio socio afetivo, sendo 10% para a assiduidade e 20% para

as intervenções adequadas, respeito pelas regras, solidariedade, cooperação, etc. Estes critérios

valorizam aquilo que é uma disciplina prática, sem desvalorizar outros aspetos que, embora tenham

um peso menor em termos avaliativos comparados com o domínio motor, também são importantes

na avaliação final. Os critérios de carácter sócio afetivo valorizam os alunos empenhados e

motivados, penalizando aqueles que não mantém atitudes adequadas e pretendidas nas aulas da

disciplina.

No entanto, constatei algumas diferenças entre este tipo de avaliação e o que está

estipulado no Programa Nacional de Educação Física (2001). Este documento menciona que nos

critérios de classificação não deve haver fracionamento dos domínios nem atribuição de

percentagens. Das matérias que foram avaliados seleciona-se um conjunto de níveis para que os

alunos obtenham o sucesso na disciplina. Existem três domínios fundamentais para o sucesso dos

alunos na disciplina, sendo eles, as Atividades Físicas (Matérias), Aptidão Física e os

Conhecimentos. As normas de referências para o sucesso definem metas de aprendizagem,

definindo objetivos gerais para cada ciclo e ano de escolaridade. O programa nacional garante o

ecletismo, pois os alunos não necessitam dominar todas as matérias nucleares, nem se

encontrarem no mesmo nível (introdutório, elementar e avançado).

Segundo o Programa nacional de educação Física (2001) os alunos do 10º ano nas

Atividades Físicas devem evidenciar competências de 5 níveis introdutórios e 1 nível elementar,

devendo as matérias selecionados ser das seguintes categorias: 2 dos Jogos Desportivos Coletivos,

1 Ginástica, 1 de Dança e 2 da categoria Outras. Na Aptidão física devem encontrar-se na zona

saudável para a sua idade e devem revelar Conhecimentos sobre o programa definidos pelo

departamento da disciplina.

No final de cada período, e por norma da escola, os alunos preenchem uma ficha com a

sua autoavaliação. Penso que esta tarefa é bastante interessante, pois permite que os alunos

20

tomem consciência dos seus aspetos “positivos” e “menos positivos”, refletindo assim um pouco

para tentar encontrar soluções no sentido de melhorar.

3.2. ÁREA 2 – PARTICIPAÇÃO NA ESCOLA E NA RELAÇÃO COM A COMUNIDADE

O papel do professor não se restringe apenas à lecionação das aulas e ao contacto com os

alunos. Este deve procurar relacionar-se com a comunidade escolar, participar e realizar atividades

no sentido de tentar melhorar as condições de aprendizagem não só dos seus alunos mas também

de toda a escola.

Neste contexto, durante este estágio estive envolvido na organização de duas atividade, uma

proporcionada pelo meu núcleo (“Lançando e Dançando”) e outra pelo meu grupo de estágio

(Peddy-Paper). Estas tinham por objetivo principal a mobilização massiva da população escolar.

3.2.1 Atividade do núcleo de estágio

A atividade “lançando e dançando” (Anexo 8) foi aquela que me deu mais prazer e trabalho

para a sua concretização. Esta decorreu na manhã do dia 7 de março, incorporada nas

comemorações do “Dia da Escola”, sendo destinada a toda a comunidade escolar, com a

participação ativa dos alunos com Necessidades Educativas Individuais. Os objetivos eram promover

medidas inclusivas, desenvolver atividades em ambientes diferenciados, desenvolver a autonomia e

socialização dos alunos com Necessidades Educativas especiais, promover o bem-estar e qualidade

de vida, adquirir hábitos de vida saudável, etc. Escolhemos estes objetivos para a nossa atividade

de modo a sensibilizar a comunidade para a necessidade de promover eventos onde haja

integração da população portadores de deficiências, quer motoras, quer cognitivas.

Depois de várias mudanças ao longo da organização, o programa ficou definido da seguinte

maneira: 9:30h palestra acerca do Boccia com o professor André Soares, com o atleta Paraolímpico

José Carlos Macedo e seu acompanhante Roberto Mateus; 11h demonstração do jogo (Boccia) com

a participação da APPACDM de Melgaço e às 12h apresentação de uma coreografia realizada por

alguns alunos da nossa escola.

Uma das partes mais difíceis na preparação e organização do evento foi o ensaio com os

alunos para a preparação da coreografia. A incompatibilidade dos horários quer dos estagiários,

quer de todos os alunos foi bastante difícil de gerir. No entanto, com muito esforço, conseguimos

organizar e ensaiar a coreografia, dividindo as tarefas por todos os elementos do núcleo, sendo que

na maioria das vezes nos ensaios só participaram metade dos alunos que entraram na coreografia.

Quanto à divulgação da atividade, foi um dos pontos que considero negativos, pois o cartaz apenas

21

esteve pronto no dia anterior. Com as alterações ao programa e algumas confirmações de última

hora, só conseguimos ter o cartaz pronto depois das férias do carnaval.

Quanto à palestra decorreu de forma natural, muito familiar, com os alunos e professores a

fazerem perguntas aos convidados. Foi uma hora bem passada e bastante motivante, com alunos e

convidados apreciarem o momento. No entanto, e quando havia ainda muitas perguntas a colocar,

tivemos de encerrar a palestra pois a hora já ia adiantada.

Finalizada esta parte, todos se dirigiram para o pavilhão onde decorreu a demonstração do

jogo. Enquanto se preparava o som e todo o material, os alunos da APPACDM de Vila Verde

realizavam algumas coreografias de dança folclore. Após tudo estar pronto, deu-se inicio à

demonstração, com muitos alunos assistir, quer no pavilhão, quer na bancada. Esta foi bastante

dinâmica, pois enquanto o professor ia falando e explicando o jogo, os alunos iam jogando. Na

demonstração participaram os alunos da APPACDM de Melgaço e de Vila Verde, professores, os

alunos com Necessidades Educativas Especiais da nossa escola e ainda outros alunos. Foi muito

gratificante ver alegria dos alunos quando lançavam as bolas e o público batia palmas. Mais alunos

queriam participar e experimentar o Boccia mas como já era meio-dia tivemos de encerrar esta

parte.

Para a última parte da nossa atividade houve uma grande mudança, pois a coreografia foi

apresentada no átrio e não no pavilhão como estava inicialmente previsto. Penso que esta mudança

foi muito positiva, pois o átrio estava completamente cheio, sendo o impacto ainda maior. Nesta

parte tive um papel bastante ativo, pois também participei na dança, fazendo a coreografia com um

aluno de cadeira de rodas. Este era um dos grandes objetivos da nossa atividade, atividades para

todos, atividades inclusivas.

Com esta apresentação, terminou a nossa atividade, que de uma forma geral correu muito

bem. Adesão dos alunos foi maior do que estava à espera, e a sensibilização e o impacto que

pretendíamos penso que foi conseguido.

3.2.2. Atividade do grupo de estágio

Com atividade do “Peddy-Paper” (Anexo 9) pretendíamos que os alunos, fora do ambiente

escolar, pudessem praticar atividade física, articulando com a comunidade de Vila Verde. A prova

seria realizada pela vila, sendo a partida e chegada à escola secundária, junto ao pavilhão

gimnodesportivo.

22

Os objetivos pretendidos eram adquirir hábitos de vida saudável; desenvolver a socialização

e afirmação da personalidade; desenvolver a autonomia; expandir a capacidade de resolução de

enigmas; aumentar a rapidez e destreza de raciocínio; promover a formação integral dos alunos,

fomentando o sentido de interajuda e cooperação.

O facto de a atividade ter bastantes pontos de controlo e de o meu grupo de estágio ser

constituído por apenas dois elementos levou-nos a pedir ajudar à turma do 12º F, que frequenta o

curso Técnico de Apoio à Gestão Desportiva. Abordamos o professor responsável desta turma, que

foi muito recetivo, prontificando-se logo para ajudar.

No entanto, e apesar de tudo estar preparado para o desenrolar deste evento, tivemos um

percalço no dia da atividade. Por más condições climatéricas esta teve de ser adiada, pois a muita

chuva não permitia o desenrolar da mesma. Assim, logo pela manhã do dia 4 de abril, foi afixado na

escola um cartaz para informar os alunos do adiamento e justificação para tal.

No início do 3º período, em reunião com a professora cooperante decidiu-se remarcar nova

data para a atividade, ficando para o dia 15 de maio, na semana aberta da escola (12 a 16 de

maio). Foram afixados cartazes com alteração da data, abrindo novas inscrições e mantendo as já

efetuadas.

Com a impossibilidade de participação na organização da turma que estava prevista (12º

F), decidimos falar com os professores da turma do 10º ano do curso de Apoio à Gestão Desportiva

para nos ajudarem neste evento. De realçar a importante contribuição destes alunos, participando

de forma muito ativa no decorrer da prova, disponibilizando-se logo para ajudar na organização.

Como tudo estava já devidamente organizado, nesse dia foi só colocar em prática a

atividade. Estava um dia bonito de calor e sol, pena algumas equipas que estavam inscritas não

comparecerem, devido a uma visita de estudo que havia no mesmo dia e a greve dos autocarros,

nomeadamente da TRNSDEV, que abrange esta zona.

No entanto, e fazendo uma avaliação geral, o desenrolar da atividade decorreu bastante

bem, sem percalços de organização, com os alunos a competirem de forma empenhada e

respeitando as regras. A atividade começou sensivelmente às 10 horas da manhã, tendo

terminado a última equipa por volta do meio-dia. À medida que iam terminando, os alunos recebiam

os diplomas de participação.

23

3.2.3. Outras atividades

Para além das atividade acima referidas, participei em todas as atividades que estavam a

cargo do grupo de Educação Física. Entre elas destaco o Corta-Mato escolar realizado no dia 13 de

dezembro, o torneio de basquetebol no dia 17 de dezembro e o torneio de voleibol no dia da escola

(4 de abril).

No meu envolvimento com a escola procurei estar presente em vários tipos de reuniões,

como as do departamento de Expressões, as do grupo de Educação Física e especialmente nas

reuniões relativas à minha turma. Estas últimas destinavam-se apenas aos professores pertencentes

ao conselho de turma e tinham como objetivo discutir a avaliação final de cada período ou averiguar

o desenvolvimento dos alunos ao longo do período, as ditas reuniões intercalares.

Estive presente em todas as aulas lecionadas pelo meu colega de grupo de estágio e ainda

em algumas aulas da professora cooperante. Participei também em vários jogos de futebol entre

professores/auxiliares educativos e alunos, onde a interação entre todos os intervenientes foi

bastante próxima, e me possibilitou conhecer melhor a comunidade educativa.

24

3.3. ÁREA 3 - INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física

3.3.1 Introdução

Este projeto de investigação, realizado no âmbito do Estágio Pedagógico do Mestrado em

Ensino da Educação Física no Ensinos Básicos e Secundários do Instituto da Educação da

Universidade do Minho tem como principal objetivo analisar e compreender a perceção dos alunos

face à disciplina de Educação Física.

Trata-se de um estudo de investigação quantitativo que visa identificar as perceções dos

alunos face a esta disciplina, as perceções sobre as suas matérias de ensino, estudar a importância

que é atribuída pelos alunos, perceber as suas atitudes e experiência nas aulas de Educação Física.

No fundo, pretendemos perceber o que os alunos acham da disciplina, a sua importância, o que

mais lhes agrada e lhes desagrada.

Neste contexto, torna-se importante, os profissionais da Educação Física, os seus

professores, perceber os motivos que levam os alunos a gostarem, ou não gostarem da disciplina e

que perceção têm dela.

Palavras-chave: Perceção; Educação Física; Ensino Secundário.

3.3.2 – Enquadramento Teórico

O conceito de Educação Física

A Educação Física é uma disciplina curricular e segundo Januário (1995) apresenta a sua

maior riqueza na conceção eclética das suas atividades e na variedade de áreas da sua intervenção.

Para este autor esta disciplina é um “campo profissional e académico que integra os saberes

relativos à intervenção sobre os percursos e processos de formação, estreitamente ligados ao

desenvolvimento físico e motor, tendo repercussões e efeitos educativos na totalidade do ser

humano, numa filosofia de formação permanente” (Januário, 1995, p. 204).

Por sua vez, Mota R. (1997) citado por Mota J. (2001) aponta dois conceitos diferentes

sobre o papel da Educação Física. O primeiro em que esta disciplina estabelece uma ligação entre o

corpo e o cérebro, de modo adquirir a capacidade de adaptação a novas situações, com o intuito do

aluno reagir de forma adequada e inteligente às situações que se lhe colocam, tendo em conta as

25

informações proporcionadas pela perceção. No segundo conceito, a disciplina é vista como um

processo elaborado e científico, orientado de modo a desenvolver progressivamente as capacidades

de motricidade do aluno, através da utilização de várias atividades físico-desportivas, com a

preocupação deste ter acesso ao conhecimento das atividades desportivas, tendo em vista a sua

prática ao longo da vida.

A Carta Internacional de Educação Física e do Desporto elaborada pela United Nations

Educational Scientific and Cultural Organization (UNESCO), no dia 21 de Novembro de 1978 em

Paris, refere as seguintes considerações para esta disciplina: a prática da Educação Física é um

direito fundamental a todos os indivíduos; a Educação Física é um elemento essencial no sistema

educativo; o programa deve corresponder às necessidades dos alunos; o seu ensino deve ser

entregue a pessoas qualificadas para a área e são indispensáveis equipamentos e materiais

específicos. Nessa mesma Carta, no seu artigo 1º pode ler-se que “todas as pessoas humanas têm

o direito à Educação Física e ao desporto, indispensáveis ao desenvolvimento da sua personalidade.

O direito ao desenvolvimento das aptidões físicas, intelectuais e morais, através da Educação Física

e do desporto, deve ser garantido, tanto no quadro do sistema educativo, como nos outros aspetos

da vida social.” (Carta Internacional de Educação Física e do Desporto, 1978, p.3).

A Educação Física constitui “um “apoio pedagógico acrescido” em relação ao processo

natural de maturação e de desenvolvimento físico, em que são intervenientes agentes educativos

especializados – professores, integrados numa instituição – o Sistema Educativo, o qual mobiliza

recursos da sociedade para cumprir a tarefa de tornar acessível às jovens gerações o património

cultural” (Januário, 1995, p.205).

Para Botelho e Duarte (1999) a Educação Física proporciona aos alunos um

desenvolvimento desportivo de base, um crescimento do reportório motor, promove o

desenvolvimento das capacidades coordenativas e condicionais e proporciona o gosto pelo

movimento.

Nahas (2001) salienta a preponderância desta disciplina na aquisição de estilos de vida

ativos, na aquisição de habilidades motoras e no crescimento de conhecimentos ligados atividade

física. Este mesmo autor e Corbin (1992) mencionam a importância da Educação Física estimular a

motivação intrínseca relacionada com as atividades física e corporais, contribuindo para adoção de

estilos de vida ativa, tendo continuidade na vida adulta.

Para Castuera (2004) esta disciplina deve-se direcionar para um programa focada na

saúde, envolvendo os alunos nas tarefas e para a aprendizagem com grande variedade de

26

atividades. As aulas devem ser motivantes, promover a autoconfiança e autonomia, espírito crítico,

desenvolvendo e promovendo hábitos e estilos de vida saudáveis.

Marmeleira e Gomes (2007) citando Duda e Ntoumanis (2003) referem que a Educação

Física possui objetivos a curto e longo prazo. A curto prazo será o aumento por parte dos alunos dos

níveis de atividade física, sendo estimulados para os conteúdos das aulas e como escolha para os

tempos livres. Já a longo prazo, esta disciplina tem o objetivo de promover aquisição de estilos de

vida saudáveis.

Marmeleira e Gomes (2007) mencionam ainda a importância da aprendizagem dos

desportos como um dos objetivos, pois ajuda os adolescentes a encontrarem as riquezas de

movimentos que o corpo permite.

As finalidades e objetivos da disciplina de Educação Física

A disciplina de Educação Física é das poucas áreas curriculares, juntamente com a

Matemática e Língua Portuguesa, que se encontra nos programas nacionais desde o 1º ano de

escolaridade do Ensino Básico até ao 12º ano de Escolaridade, sendo, como é lógico, de carácter

obrigatório. Este facto revela bem a importância que esta disciplina tem no desenvolvimento e

formação global das crianças e jovens.

Segundo a Lei de Bases do Sistema Educativo, no seu artigo 2º, ponto 4, o objetivo da ação

educativa visa um sistema que possa responder “às necessidades resultantes da realidade social,

contribuindo para o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos,

incentivando a formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e solidários e valorizando a

dimensão humana do trabalho” (Lei de Bases do Sistema Educativo, 1986, p.3068). Ainda no

mesmo documento no artigo 3º, alínea B, salienta o facto do sistema educativo se organizar de

forma a “contribuir para a realização do educando, através do pleno desenvolvimento da

personalidade, da formação do carácter e da cidadania, preparando-o para uma reflexão consciente

sobre os valores espirituais, estéticos, morais e cívicos e proporcionando-lhe um equilibrado

desenvolvimento físico” (Lei de Bases do Sistema Educativo, 1986, p.3068).

Para o Conselho Nacional das Associações de Professores e Profissionais de Educação

Física (CNAPEF) e para a Sociedade Portuguesa de Educação Física (SPEF) (2007) o programa de

Educação Física do Secundário faz parte de uma lógica vertical que em conjunto constitui o

currículo nacional da disciplina. Este está articulado com os outros níveis de ensino, ou seja, os

27

ensinos básicos. Essa articulação está visível não só nos conteúdos, como nas finalidades e nas

competências finais de cada ciclo de ensino.

Os currículos de Educação Física, segundo Marmeleiro e Gomes (2007), podem cobrir

grande variedade de atividades físicas, como os jogos coletivos e individuais, os jogos tradicionais,

as atividades rítmicas expressivas e as atividades de exploração da natureza, entre outros. Estas

atividades são completadas com a aptidão física e com os conhecimentos teóricos da disciplina.

Nos programas nacionais de Educação Física (Jacinto, Carvalho, Comédias e Mira, 2001),

as finalidades desta disciplina visam o desenvolvimento da aptidão física, de modo a melhorar a

qualidade de vida, o bem-estar e a saúde; aplicar os princípios das diferentes atividades de forma a

valorizar a cooperação, o fair play e ética desportiva, a responsabilidade coletiva e pessoal, a

solidariedade, a consciência da preservação das condições essenciais ao desenvolvimento da

atividade; estimular o gosto pela prática de atividade física como fator cultural e de conservação de

saúde.

Quanto aos objetivos gerais comuns a todas as áreas, os autores acima mencionados

referem que o programa da disciplina foi desenvolvido de modo a que os alunos: 1) participem

ativamente nas atividades, atingindo o êxito de grupo e pessoal; 2) apliquem os conhecimentos

sobre técnica, ética, participação e organização nas atividades selecionadas; 3) interpretem críticas

e corretamente os acontecimentos das atividades físicas, interpretem a sua prática como fatores de

elevação cultural dos praticantes e da comunidade; 4) interpretem os fenómenos da industrialização

e poluição como fatores limitativos da prática das atividades físicas, da aptidão física e da saúde; 5)

conheçam e apliquem as regras de higiene e segurança associadas à prática de atividade física e

riscos associados; 6) conheçam e apliquem, de forma autónoma, os processos de manutenção da

condição física; 7) elevem as capacidades condicionais (força, velocidade, resistência e

flexibilidade), as capacidades coordenativas e destrezas do aluno.

Para Pimentel e Nunes (2002) o programa de Educação Física deve ser igual para todas as

escolas, no entanto, este possui dois ramos de conteúdos diferentes. Um desses ramos é igual a

todas escolas e anos de escolaridade (matérias nucleares), o outro é adotado por cada escola, e é

designado por matérias alternativas.

Quanto ao ensino Secundário, e segundo Marmeleiro e Gomes (2007), o 10º ano de

escolaridade é sobretudo um ano de revisões e de consolidação das matérias dos ensinos básicos,

de modo a que os alunos ou turmas possam recuperar em áreas com algumas dificuldades e

também de modo adaptarem-se à mudança de escola e composição de turma. O 11º e o 12º ano

28

têm um caráter de melhoramento dos conteúdos programáticos. Nestes anos admite-se que as

turmas escolham as matérias que pretendem aperfeiçoar, no entanto, com variedade e

possibilidade de descoberta de outras atividades. Neste leque de matérias os alunos têm a

possibilidade de escolherem duas matérias da Categoria B (Jogos Desportivos Coletivos), uma da

Categoria C ou D (Ginástica ou Atletismo), uma da Categoria F (Dança) e duas da Categoria G

(outras).

No que se refere às normas de referência para o sucesso, segundo os programas nacionais

da disciplina, no ensino secundário são consideradas as três áreas da disciplina para avaliação. Nas

atividades físicas o aluno deve evidenciar competências de 3 níveis introdutórios e 3 níveis

elementares nas matérias selecionadas, na aptidão física deve encontrar-se na zona saudável e

deve revelar conhecimentos sobre o programa definidos pelo departamento da disciplina.

O agrupamento das matérias para atingir as normas são as que integram o currículo do

programa nacional, sendo que devem ser selecionados as modalidades das seguintes categorias:

duas dos Jogos Desportivos Coletivos, uma de Atletismo ou Ginástica, uma de Dança e duas da

categoria Outras (Raquetas, Combate, Natação, Patinagem, Atividades Exploração Natureza, etc.).

Perceção dos alunos sobre as aulas de Educação Física

A perceção é definida como “o significado que uma pessoa atribui aos estímulos recebidos

através dos cinco sentidos” (Boone e Kurtz, 1998, p. 180). Atkinson L., Smith E. e Atkinson C.

(2002) descrevem a perceção como um processo onde é atribuído um significado às informações

captadas nas experiências vividas através do sistema sensorial que depois chegam ao córtex

cerebral. Pode também ser vista como uma prática psíquica pessoal e complexa, podendo ser

influenciada por vários fatores, quer sejam internos ou externos. Para Maddix (1990), indivíduos

diferentes perante o mesmo estímulo podem conferir vários significados. A perceção é influenciada

por vários fatores, entre eles as experiências anteriores e as expetativas.

Para os profissionais da Educação Física é bastante importante conhecer a perceção que os

alunos têm sobre a disciplina. Este conhecimento pode ajudar os professores a motivar os alunos

para as atividades, possibilitando a planificação de aulas que vão de encontro às suas

necessidades, para que sintam o prazer, a satisfação e para que haja um maior envolvimento e

participação dos alunos nas atividades curriculares.

29

A Educação Física é uma disciplina normalmente do agrado dos alunos, sendo vista de

forma positiva, suscitando bastante interesse pela sua especificidade em relação às restantes

disciplinas.

Num estudo sobre o pensamento dos alunos sobre a Educação Física Nunes (1999)

verificou que uma grande maioria gostava muito da disciplina (70,6%), uma pequena percentagem

declarou gostar assim-assim (26,8%), apenas 1,7% disse gostar pouco e 0,9% afirmou não gostar

nada da disciplina. Este estudo demonstrou ainda que os rapazes gostam mais desta disciplina que

as raparigas.

Num outro estudo realizado em seis escolas Secundárias do concelho de Lisboa e Oeiras

(Gonçalves, 1994, citado por Nunes, 1999) verificou-se que 12% dos alunos do sexo feminino e 22%

do sexo masculinos consideram a disciplina de Educação Física como a sua preferida. As

percentagens anteriores perfazem um total de 17% da amostra. De referir ainda que 4% da amostra

considera que a Educação Física não devia ser de carácter obrigatório.

Num estudo de Leal (1993) 50% dos inquiridos acham esta disciplina importante na sua

formação, sendo que apenas 15% pensa ser pouco ou nada importante. Noutro estudo elaborado

por Gonçalves (1998) verificou-se uma percentagem bastante elevada, pois 85,3% considera a

Educação Física “importante” ou “muito importante” na formação e no processo educativo.

Duarte (1992) citado por Rodrigues (2006) num estudo sobre as atitudes dos alunos do

ensino secundário sobre a Educação Física demonstrou que 80% dos alunos gostam da disciplina e

frequentariam mesmo que esta não fosse de carácter obrigatório. Neste estudo verificou-se ainda

que alunos do sexo masculino, mais novos, que praticam desporto e de estratos socioeconómicos

mais baixos têm atitudes mais favoráveis face à disciplina. Outro estudo de Lima, Albuquerque e

Resende (2012) observou-se que 86% dos alunos do concelho de Viana do Castelo e 87% do

concelho da Maia “gostam” ou “gostam muito” da disciplina de Educação Física.

Oliveira (2012) no seu estudo verificou que 63,1% dos alunos acham que a Educação Física

é muito importante para a sua formação e 32,3% acham que é importante. No estudo de Brandão

(2002) relativamente à importância que a Educação Física assume na formação académica,

46,45% responderam como importante e muito importante, 25,67% como menos importante e

27,87% atribuíram-lhe um nível intermédio de importância.

Relativamente à importância da Educação Física quando comparada com outras

disciplinas, Brandão (2002) verificou que mais de 50% dos alunos inquiridos apontam-na como uma

área disciplinar menos importante.

30

Quanto aos objetivos desta disciplina, e segundo um estudo de Gonçalves (1993) citado por

Nunes (1999), os alunos consideram como mais importantes o beneficiar a saúde e melhorar a

condição física (42%), divertirem e descontraírem (21%) e a oportunidade de estar com o sexo

oposto num convívio diferente das outras salas (18%).

Brandão (2002) no seu estudo observou que os parâmetros que os alunos acham que a

disciplina deveria trabalhar era o ensinar a praticar desportos coletivos, melhorar a Condição Física,

ensinar técnicas de desportos coletivos, ensinar técnicas de desportos individuais e ensinar a

praticar Desportos Individuais.

No estudo de Lima, Albuquerque e Resende (2012) verificou-se que os alunos consideram

como fatores de maiores benefícios nas aulas de Educação Física o “melhorar a condição física”,

“fortalecer os músculos” e o “aprender a fazer desporto”.

Relativamente às matérias curriculares lecionadas nas aulas de Educação Física existem

vários estudos que evidenciam as preferências dos alunos. Nunes (1999) cita um estudo de

Gonçalves (1994) onde se verificou que a maioria dos alunos prefere os desportos coletivos (59%),

sendo o futebol o preferido com 52%, seguindo-se o basquetebol com 20% e depois o andebol com

19%. Brandão (2002) verificou que os desportos coletivos se encontram melhor classificados nas

preferências dos alunos, nomeadamente o Voleibol com 29,63%, seguindo-se o Futebol (21,48%) e

o Basquetebol (13,58%). A Ginástica com 40,76% é a modalidade mais apontada como a menos

preferida, seguindo-se o Atletismo e as atividades de corrida com 18,73%.

Brandão (2002) no seu estudo com alunos do 12º ano verificou que os aspetos que mais

agradam os alunos são as atividades diversificadas (82,1% nas raparigas e 76,4% nos rapazes), o

divertimento (72,9% nas raparigas e 68,6% nos rapazes), o ambiente nas aulas (68,1% nas

raparigas e 72,4% nos rapazes) e o sentimento demonstrado pelo professor (68,9% nas raparigas e

59,6% nos rapazes), em particular pelo género feminino. Os aspetos de descontentamento são o

tempo escasso das aulas de (38,4% nas raparigas e 60,3% nos rapazes), seguindo-se a injustiça na

avaliação (14,9% nas raparigas e 17,9% nos rapazes) e a desmotivação (18% nas raparigas e 12,9%

nos rapazes).

31

3.3.3. Objetivos

Este estudo tem como objetivo geral analisar e comparar a perceção dos alunos do 10º e

12º ano do ensino regular face à disciplina de Educação Física.

Entre vários objetivos específicos procuramos:

- Conhecer a importância que é atribuída à disciplina;

- Identificar os objetivos que os alunos consideram prioritários para a Educação Física;

- Descrever os fatores que mais agradam e desagradam os alunos nas aulas desta

disciplina.

3.3.4. Metodologia

Amostra

292 alunos (120 do género masculino e 172 do feminino) pertencentes a oito turmas do

10º ano (184 alunos) e quatro turmas do 12º ano (108 alunos) foram recrutados de uma escola

Secundária. Os alunos participantes tinham idades compreendidas entre os 15 e os 19 (M= 16,29;

DP= 1,15).

No Quadro 1 é apresentado de forma detalhada as características da amostra quanto à

idade, género e área de ensino.

Quadro 1 - Caraterização da amostra

10º Ano (n=184)

12º Ano (n=108)

Total (n=292)

Idade

Média 15.55 17.55 16.29

Mínimo 15 16 15

Máximo 18 19 19

Género

Masculino 81 (44%) 39 (36.1%) 120 (41.1%)

Feminino 103 (56%) 69 (63.9%) 172 (58.9%)

Curso

Ciências e Tecnologias 115 (62.5%) 65 (60.2%) 180 (61.6%)

Línguas e Humanidades 50 (27.2%) 25 (23.1%) 75 (25.7%)

Ciências Socioeconómicas 19 (10.3%) 18 (16.7%) 37 (12.7%)

32

Método e instrumento

No presente estudo foi aplicado o inquérito por questionário de Tannehill, Romar,

O´Sullivan, England & Rosenberg (1994), traduzido e adaptado por Brandão (2002). Para além

deste instrumento acrescentamos algumas questões que achamos pertinente para o tema em

questão.

Procedimentos

O inquérito por questionário (Anexo 10) foi aplicado primeiramente numa turma e

reaplicado passado 4 dias, de forma a proceder à sua validação. O objetivo era perceber e registar

as dificuldades e dúvidas dos inquiridos em relação às perguntas e reajustá-las se necessário.

Previamente à aplicação do inquérito por questionário foi solicitada autorização à direção da

escola (Anexo11). Aplicação foi realizada no início ou final das aulas da disciplina de Educação

Física, sendo os alunos devidamente esclarecidos sobre o questionário, nomeadamente, qual o

objetivo do estudo e o propósito da sua realização. Os aspetos de confidencialidade e anonimato

foram assegurados a cada um dos inquiridos.

Tratamento estatístico

O tratamento de dados deste estudo foi realizado através do programa estatístico SPSS

(Statistical Package for the Social Sciences), versão 21 para o Windows. Na análise dos dados foi

utilizada a estatística descritiva (análise de frequências absolutas e relativas) e ainda o teste U

Mann-Whitney para comparar a perceção dos alunos dos dois anos de escolaridade. O nível de

significância foi mantido em 5%.

33

3.3.5. Apresentação e discussão dos resultados

A Figura 1 reporta os resultados relativos à atividade física praticada pelos alunos fora da

disciplina de Educação Física.

Figura 1 - Atividade Física fora da disciplina de Educação Física

Do total dos alunos inquiridos, 166 (56,8%) responderam que praticam atividade física para

além da disciplina de Educação Física. Os alunos do 12º ano (59,3%) são ligeiramente mais ativos

quando comparados com o 10º ano (55,4%).

A Figura 2 ilustra o tipo de atividade física que os alunos realizam fora das aulas de

Educação Física.

Figura 2 - Tipo de Atividade Física fora da disciplina de Educação Física

As atividades mais praticadas fora da disciplina são as que têm um carácter lúdico, como a

corrida, caminhadas, ginásio, bicicleta (46,7%), seguindo-se o desporto federado (17,8%), e por

último o desporto escolar (8,2%)

Ao comparar os anos de escolaridade observa-se que os alunos do 10º ano praticam mais

desporto federado que o 12º ano.

34

O Quadro 2 apresenta os resultados relativos ao gosto que os alunos têm face à disciplina

de Educação Física.

Quadro 2 - Nível de importância atribuído à disciplina de Educação Física

Gostas da aula de Educação Física?

Nível de importância Md

[intervalo interquartil]

p Não gosto Gosto Pouco

Indiferente Gosto Gosto muito

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n) Ano de escolaridade

10º Ano 0.5 (1) 1.6 (3) 9.8 (18) 47.3 (87) 40.8 (75) 4 [4-5]

.029* 12º ano 0.0 (0) 0.9 (1) 2.8 (3) 45.4 (49) 50.9 (55) 5 [4-5]

Género

Masculino 0.0 (0) 0.8 (1) 5.8 (7) 37.5 (45) 55.9 (67) 5 [4-5] .001*

Feminino 0.6 (1) 1.8 (3) 8.1 (14) 52.9 (91) 36.6 (63) 4 [4-5]

Fisicamente ativo

Sim 0.0 (0) 0.6 (1) 6.0 (10) 35.6 (59) 57.8 (96) 5 [4-5] <.001*

Não 0.8 (1) 2.4 (3) 8.7 (11) 61.1 (77) 27.0 (34) 4 [4-5]

Total 0.3 (1) 1.4 (4) 7.2 (21) 46.6 (136) 44.5 (130) 4 [4-5]

*p <0.05 para o teste U Mann-Whitnney

Globalmente pode-se concluir que a disciplina de Educação Física é do agrado dos alunos,

pois 46,6% responderam “gosto” e 44,5% responderam “gosto muito”. Estes resultados corroboram

com o estudo de Nunes (1999) onde se verificou que uma grande maioria gosta muito da disciplina

(70,6%), uma pequena percentagem declarou gostar assim-assim (26,8%), apenas 1,7% disse

gostar pouco e 0,9% afirmou não gostar nada da disciplina. Num outro estudo conduzido por Lima,

Albuquerque e Resende (2012) observou-se que 86% dos alunos do concelho de Viana do Castelo e

87% do concelho da Maia “gostam” ou “gostam muito” da disciplina de Educação Física.

De salientar que registamos diferenças estatisticamente significativas (p=.029) entre os

anos de escolaridade no que se refere ao gosto pela disciplina. Os alunos do 12º ano parecem

gostar mais da Educação Física, pois 50,9% responderam “gosto muito” em comparação com os

40,8% do 10º ano.

Entre os géneros também verificamos diferenças estatisticamente significativas (p=.001),

sendo que 55,9 % dos rapazes responderam “gosto muito” em comparação com os 36,6% das

raparigas.

Os alunos que se consideram fisicamente ativos também parecem gostar mais da disciplina

quando comparados com os não ativos, sendo esta diferença estatisticamente significativa (p

35

<.001). Mais de metade dos alunos que se consideram fisicamente ativos (57,8%) respondeu “gosto

muito” em comparação com os 27,0% dos não ativos. Estes resultados corroboram em certa parte

o estudo de Duarte (1992) citado por Rodrigues (2006), no qual concluiu que 80% dos alunos

gostam da disciplina e frequentariam mesmo que não fosse de carácter obrigatório. O mesmo

estudo mostrou que alunos do sexo masculino, mais novos, que praticam desporto e de estratos

socioeconómicos mais baixos têm atitudes mais favoráveis face à disciplina.

No seguinte Quadro (3) é apresentada a opinião dos alunos relativamente ao seu

desempenho na disciplina de Educação física

Quadro 3 - Perceção dos alunos sobre o seu desempenho na disciplina de Educação Física

Enquanto aluno, como te consideras em relação à E.F.?

Nível de desempenho Md

[intervalo interquartil]

p Muito fraco Fraco Razoável Bom Muito bom

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

Ano de escolaridade

10º Ano 2.2 (4) 2.7 (5) 33.7 (62) 48.9 (90) 12.5 (23) 4 [3-4] .067

12º Ano 0.0 (0) 1.8 (2) 32.4 (35) 41.7 (45) 24.1 (26) 4 [3-4]

Género Masculino 0.0 (0) 0.8 (1) 15.9 (19) 55.0 (66) 28.3 (34) 4 [4-5]

<.001* Feminino 2.3 (4) 3.5 (6) 45.4 (78) 40.1 (69) 8.7 (15) 3 [3-4]

Fisicamente ativo

Sim 0.6 (1) 0.6 (1) 22.3 (37) 52.4 (87) 24.1 (40) 4 [4-4] <.001*

Não 2.4 (3) 4.8 (6) 47.6 (60) 38.1 (48) 7.1 (9) 3 [3-4]

Total 1.4 (4) 2.4 (7) 33.2 (97) 46.2 (135) 16.8 (49) 4 [3-4]

*p <0.05 para o teste U Mann-Whitnney

Os resultados evidenciam que 46,2% da amostra considera-se “Bom” aluno, 16,8% “Muito

Bom” e 33,2% “Razoável” aluno à disciplina.

Entre anos de escolaridade não se verificam diferenças estatisticamente significativas. O

10º ano apresenta percentagens maiores na escala “Bom” com 48,9%, seguindo-se a opção

“Razoável” com 33,7%. O 12º ano também apresenta a maior percentagem na escala “Bom” com

41,7% e de seguida a escala “Razoável” com 32,4%.

Relativamente aos géneros verificamos diferenças estatisticamente significativas (p <.001).

Mais de metade dos alunos do género masculino (55%) considera-se “Bom” à disciplina e 28,3 %

“Muito bom”. Nas raparigas, 45,3% consideram-se “Razoáveis” e 40,1% “Boas” alunas. Conclui-se

que os rapazes consideram-se melhores alunos nesta disciplina que as raparigas.

36

Os alunos que se consideram fisicamente ativos acham-se melhores alunos

comparativamente aos não ativos, sendo esta diferença estatisticamente significativa (p <.001). A

maioria dos alunos fisicamente ativos (52,4%) considera-se “Bom” aluno, em contrapartida a

grande percentagem dos alunos não ativos acha-se “Razoável” (47,6%).

No Quadro 4 apresentamos os resultados relativos à importância da Educação Física

atribuída pelos alunos na sua formação a nível do ensino Secundário.

Quadro 4 - Importância da Ed. Física atribuída pelos alunos na formação a nível do Secundário

Que importância atribuis à E.F. na tua formação ao nível do ensino Secundário?

Nível de importância Md

[intervalo interquartil]

p Sem importância

Pouco importante

Algo importante Importante Muito

importante

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

Ano de escolaridade

10º Ano 2.2 (4) 7.1 (13) 16.4 (30) 42.1 (77) 32.2 (59) 4 [3-5] .048*

12º Ano 0.9 (1) 1.9 (2) 15.1 (16) 40.6 (43) 41.5 (44) 4 [4-5]

Género

Masculino 0.8 (1) 4.3 (5) 15.4 (18) 36.8 (43) 42.7 (50) 4 [4-5] .061

Feminino 2.3 (4) 5.8 (10) 16.3 (28) 44.8 (77) 30.8 (53) 4 [4-5]

Fisicamente ativo

Sim 0.6 (1) 3.1 (5) 12.3 (20) 40.5 (66) 43.5 (71) 4 [4-5] <.001*

Não 3.2 (4) 7.9 (10) 20.6 (26) 42.9 (54) 25.4 (32) 4 [3-5]

Total 1.7 (5) 5.2 (15) 15.9 (46) 41.5 (120) 35.7 (103) 4 [4-5]

*p <0.05 para o teste U Mann-Whitnney

Como se pode verificar, 41,5% acha a disciplina importante na sua formação, 35,7% muito

importante, 15,9% algo importante, 5,2% pouco importante e 1,7% sem importância. Também,

Oliveira (2012) no seu estudo com alunos do 5º e 7º ano de escolaridade obteve resultados

parecidos, pois verificou que 63,1% dos alunos considerou a Educação Física muito importante na

sua formação e 32,3% importante. Por sua vez no estudo de Brandão (2002), 46,45% dos alunos

consideraram a Educação Física importante e muito importante, 25,67% menos importante e

27,87% atribuíram-lhe um nível intermédio de importância. Num outro estudo conduzido por

Gonçalves (1998) verificou-se uma percentagem bastante elevada, pois 85,3% consideraram que a

Educação Física é “importante” ou “muito importante” na sua formação e processo educativo.

Comparando os géneros verificamos que os rapazes apresentam valores mais elevados na

escala “Muito importante” (42,7%) em comparação com as raparigas (30,8%). Esta tendência foi

também reportada no estudo de Brandão (2002), concluindo que os rapazes manifestaram uma

37

maior valorização da Educação Física na sua formação comparativamente às raparigas (52,23%,

rapazes, vs. 42,86%, raparigas)

Relativamente a esta questão, curiosamente encontramos diferenças estatisticamente

significativas entre os anos de escolaridade (p =.048). O 12º ano atribui maior importância à

disciplina na sua formação a nível secundário comparativamente aos do 10º ano (12º ano, 41,5%

vs. 10º ano, 32,2%)

A Figura 3 ilustra as atividades que os alunos mais apreciam nas aulas de Educação Física.

Figura 3 - Atividades preferidas dos alunos

Globalmente verifica-se que independentemente do ano letivo, as atividades mais preferidas

pelos alunos são: os Jogos Desportivos Coletivos (41,7%), as Atividades Rítmicas Expressivas

(14,5%) e as Raquetas (11%). Na literatura encontramos estudos que reportam igualmente a

preferências dos alunos pelos Jogos Desportivos Coletivos (Gonçalves,1994 citado por Nunes,

1999; Brandão, 2002). Particularmente no estudo de Brandão (2002), os alunos especificaram as

seguintes modalidades desportivas como preferidas: o voleibol (29,63%), o futebol (21,48%) e o

basquetebol (13,58%).

No nosso estudo, as maiores diferenças entre os anos de escolaridade verificaram-se nos

Jogos Desportivos Coletivos (10º - 44% e 12º - 37,4%) e nas Raquetas (10º - 9,2% e 12º - 14,1%).

De salientar que a percentagem dos Jogos Tradicionais e Populares no 12º ano foi de 0%, ou seja,

nenhum aluno deste ano considera como preferida estas atividades.

38

Na Figura 4 são apresentadas as atividades menos preferidas dos alunos.

Figura 4 - Atividades menos preferidas

Em termos globais, a Ginástica apresenta a percentagem maior (21,6%), seguindo-se as

Atividades Rítmicas Expressivas (17%), a Patinagem (13,1%) e o Atletismo (12,7%). No estudo de

Brandão (2002) também se verificou que a Ginástica é a modalidade mais apontada como a menos

preferida (40,76%), seguindo-se o Atletismo e as atividades de corrida (18,73%).

No entanto, como se pode constatar na Figura 4, na Ginástica existe uma grande

discrepância entre os dois anos de escolaridade, observando-se que a percentagem do 10º ano

(28,3%) é bastante superior à do 12º ano (9,1%). Isto significa que o 10º ano gosta menos desta

modalidade que o 12º ano. Por outro lado, verificamos que a modalidade menos preferida do 10º é

a Ginástica (28.3%) mas no 12º é a Patinagem e as Atividades Rítmicas Expressivas ambas com

17,2%.

39

O Quadro 5 reporta os objetivos que os alunos consideraram ser mais importantes na

Educação Física.

Quadro 5 - Perceção dos alunos sobre os objetivos da disciplina de Educação Física

*p <0.05 para o teste U Mann-Whitnney

Eu penso que a Educação Física deveria:

Nível de importância Md

[intervalo interquartil]

p Discordo totalmente

Não concordo

Concordo parcialmente

Concordo Concordo

Totalmente

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

Melhorar a minha condição física.

10º 0.5 (1) 1.1 (2) 13.6 (25) 36.4 (67) 48.4 (89) 4 [4-5] .718

12º 0.0 (0) 1.9 (2) 8.3 (9) 41.7 (45) 48.1 (52) 4 [4-5]

Total 0.3 (1) 1.4 (4) 11.6 (34) 38.4 (112) 48.3 (141)

Ensinar-me a praticar desportos coletivos.

10º 0.0 (0) 2.7 (5) 9.8 (18) 46.7 (86) 40.8 (75) 4 [4-5] .533

12º 0.9 (1) 1.9 (2) 8.4 (9) 44.4 (48) 44.4 (48) 4 [4-5]

Total 0.3 (1) 2.4 (7) 9.3 (27) 45.9 (134) 42.1 (123)

Ensinar-me a praticar desportos individuais

10º 0.0 (0) 3.3 (6) 14.7 (27) 48.9 (90) 33.1 (61) 4 [4-5] .240

12º 0.9 (1) 2.8(3) 15.9 (17) 36.5 (39) 43.9 (47) 4 [4-5]

Total 0.4 (1) 3.1 (9) 15.1 (44) 44.3 (129) 37.1 (108)

Ensinar-me dança e expressividade do corpo

10º 6.0 (11) 9.2 (17) 27.2 (50) 35.9 (66) 21.7 (40) 4 [3-4] .057

12º 4.6 (5) 2.8 (3) 25.9 (28) 38.0 (41) 28.7 (31) 4 [3-5]

Total 5.5 (16) 6.9 (20) 26.7 (78) 36.6 (107) 24.3 (71)

Ensinar-me jogos recreativos

10º 1.1 (2) 4.9 (9) 30.4 (56) 44.0 (81) 19.6 (36) 4 [3-4] .654

12º 0.9 (1) 1.9 (2) 39.8 (43) 37.0 (40) 20.4 (22) 4 [3-4]

Total 1.0 (3) 3.8 (11) 33.9 (99) 41.4 (121) 19.9 (58)

Ensinar-me atividades de exploração da Natureza

10º 2.2 (4) 7.6 (14) 27.2 (50) 38.0 (70) 25.0 (46) 4 [3-5] .516

12º 0.0 (0) 4.6 (5) 30.5 (33) 38.0 (41) 26.9 (29) 4 [3-5]

Total 1.4 (4) 6.5 (19) 28.4 (83) 38.0 (111) 25.7 (75)

Ensinar-me outras atividades de ar livre e de fitness

10º 1.1 (2) 6.5 (12) 16.3 (30) 38.6 (71) 37.5 (69) 4 [4-5] .154

12º 0.9 (1) 5.6 (6) 19.5 (21) 23.1 (25) 50.9 (55) 5 [3-5]

Total 1.0 (3) 6.2 (18) 17.5 (51) 32.9 (96) 42.4 (124)

Ensinar-me os princípios da ética e espírito desportivo

10º 1.6 (3) 2.7 (5) 17.9 (33) 47.3 (87) 30.5 (56) 4 [3-4] .002*

12º 0.9 (1) 1.9 (2) 12.0 (13) 36.1 (39) 49.1 (53) 4 [4-5]

Total 1.4 (4) 2.4 (7) 15.8 (46) 43.1 (126) 37.3 (109)

Ensinar-me a ter iniciativa. ser autónomo e responsável

10º 0.5 (1) 2.2 (4) 19.0 (35) 47.3 (87) 31.0 (57) 4 [4-5] .200

12º 0.0 (0) 2.8 (3) 15.7 (17) 42.6 (46) 38.9 (42) 4 [4-5]

Total 0.3 (1) 2.4 (7) 17.8 (52) 45.6 (133) 33.9 (99)

40

Continuação do Quadro 5

*p <0.05 para o teste U Mann-Whitnney

De uma forma geral, os alunos concordam com todos os parâmetros apresentados,

registando-se maiores percentagens na escala “concordo totalmente” nas opções melhorar a

condição física (48,3%), ensinar-me a cooperar e socializar com os colegas (44,4%), ensinar-me

outras atividades de ar livre e de fitness (42,4%) e ensinar-me a praticar desportos coletivos (42,1

%). Semelhantes resultados foram encontrados no estudo de Brandão (2002), pois constatou que os

parâmetros ensinar a praticar desportos coletivos, melhorar a Condição Física, ensinar técnicas de

desportos coletivos, ensinar técnicas de desportos individuais e ensinar a praticar Desportos

Individuais, foram os mais mencionados pelos alunos. Já no estudo de Gonçalves (1993) citado por

Nunes (1999), os alunos consideram como mais importantes o “beneficiar a saúde e melhorar a

condição física” (42%), “divertirem e descontraírem” (21%) e a “oportunidade com o sexo oposto

num convívio diferente das outras salas” (18%).

Curiosamente, no parâmetro ensinar-me os princípios de ética e espírito desportivo

observamos diferenças estatisticamente significativas (p =.002) entre os dois anos de escolaridade.

Neste ponto verificamos que 49,1% dos alunos do 12º ano responderam “concordo totalmente”

contrapondo com os 30,4% do 10º ano. Na escala “Concordo” verifica-se uma maior percentagem

do 10º ano com 47,3% em relação ao 12º ano com 36,1%. Podemos então concluir que os alunos

do 12º ano percecionam mais este parâmetro do que os alunos do 10º ano de escolaridade.

O parâmetro ensinar-me outras atividades de ar livre e de fitness parece ser a mais

percecionado pelo 12º ano, pois 50,9% concordam totalmente, contrapondo com os 37,5% do 10º

ano.

Eu penso que a Educação Física deveria:

Nível de importância Md

[intervalo interquartil]

p Discordo totalmente

Não concordo

Concordo parcialmente

Concordo Concordo

Totalmente

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

Ensinar-me a cooperar e socializar com os colegas

10º 0.5 (1) 2.2 (4) 10.3 (19) 45.1 (83) 41.9 (77) 4 [4-5] .548

12º 0.9 (1) 0.9 (1) 15.0 (16) 34.6 (37) 48.6 (52) 4 [4-5]

Total 0.7 (2) 1.7 (5) 12.0 (35) 41.2 (120) 44.4 (129)

41

No Quadro 6 reporta a perceção dos alunos sobre os contributos da Educação Física.

Quadro 6 - Perceção dos alunos sobre os contributos da Educação Física

*p <0.05 para o teste U Mann-Whitnney

Na realidade. as aulas de E. F. contribuem para:

Nível de importância Md

[intervalo interquartil]

p Discordo totalmente

Não concordo

Concordo parcialmente

Concordo Concordo

Totalmente

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

Melhorar a minha condição física.

10º 0.0 (0) 1.1 (2) 15.3 (28) 41.8 (77) 41.8 (77) 4 [4-5] .068

12º 0.9 (1) 3.7 (4) 23.2 (25) 36.1 (39) 36.1 (39) 4 [3-5]

Total 0.3 (1) 2.1 (6) 18.2 (53) 39.7 (116) 39.7 (116)

Ensinar-me a praticar desportos coletivos.

10º 0.0 (0) 0.5 (1) 12.0 (22) 51.1 (94) 36.4 (67) 4 [4-5] .375

12º 0.9 (1) 0.0 (0) 11.1 (12) 45.4 (49) 42.6 (46) 4 [4-5]

Total 0.3 (1) 0.3 (1) 11.7 (34) 49.0 (143) 38.7 (113)

Ensinar-me a praticar desportos individuais

10º 0.5 (1) 2.7 (5) 13.0 (24) 54.4 (100) 29.4 (54) 4 [4-5] .420

12º 0.9 (1) 0.9 (1) 15.9 (17) 45.8 (49) 36.5 (39) 4 [4-5]

Total 0.7 (2) 2.1 (6) 14.1 (41) 51.2 (149) 31.9 (93)

Ensinar-me dança e expressividade do corpo

10º 3.3 (6) 5.4 (10) 27.2 (50) 42.4 (78) 21.7 (40) 4 [3-4] .394

12º 2.8 (3) 2.8 (3) 24.3 (26) 47.7 (51) 22.4 (24) 4 [3-4]

Total 3.1 (9) 4.5 (13) 26.1 (76) 44.3 (129) 22.0 (64)

Ensinar-me jogos recreativos

10º 3.3 (6) 7.1 (13) 30.4 (56) 44.5 (82) 14.7 (27) 4 [3-4] .427

12º 3.7 (4) 5.6 (6) 39.8 (43) 35.2 (38) 15.7 (17) 4 [3-4]

Total 3,4 (10) 6.5 (19) 33.9 (99) 41.1 (120) 15.1 (44)

Ensinar-me atividades físicas de exploração da Natureza

10º 6.6 (12) 13.1 (24) 30.6 (56) 31.7 (58) 18.0 (33) 3 [3-4] .655

12º 6.5 (7) 13.1 (14) 34.6 (37) 29.0 (31) 16.8 (18) 3 [3-4]

Total 6.5 (19) 13.1 (38) 32.1 (93) 30.7 (89) 17.6 (51)

Ensinar-me outras atividades de ar livre e de fitness

10º 8.1 (15) 8.1 (15) 27.2 (50) 29.4 (54) 27.2 (50) 4 [3-5] <.001*

12º 15.0 (16) 25.2 (27) 19.6 (21) 23.4 (25) 16.8 (18) 3 [2-4]

Total 10.7 (31) 14.4 (42) 24.4 (71) 27.1 (79) 23.4 (68)

Ensinar-me os princípios da ética e espírito desportivo

10º 1.1 (2) 2.2 (4) 23.4 (43) 49.4 (91) 23.9 (44) 4 [3-4] .169

12º 0.9 (1) 4.6 (5) 12.1 (13) 54.6 (59) 27.8 (30) 4 [4-5]

Total 1.0 (3) 3.1 (9) 19.2 (56) 51.4 (150) 25.3 (74)

Ensinar-me a ter iniciativa, ser autónomo e responsável

10º 0.5 (1) 2.7 (5) 20.1 (37) 44.6 (82) 32.1 (59) 4 [4-5] .516

12º 0.0 (0) 3.7 (4) 16.7 (18) 44.4 (48) 35.2 (38) 4 [4-5]

Total 0.3 (1) 3.1 (9) 18.9 (55) 44.5 (130) 33.2 (97)

42

Continuação do Quadro 6

*p <0.05 para o teste U Mann-Whitnney

Em termos totais, as maiores percentagens em quase todos os parâmetros estudados

verificam-se no nível de importância “concordo”, o que significa que os alunos percecionam que a

Educação Física contribui para desenvolver todos os parâmetros apresentados. No entanto, os

alunos atribuem mais importância aos parâmetros ensinar-me os princípios de ética e espírito

desportivo (51,4%), ensinar-me a praticar desportos individuais (51,2%) e ensinar-me a praticar

desportos coletivos (49,0%).

No parâmetro melhorar a minha condição física observamos um empate percentual de

39,7% nos níveis de importância “concordo” e concordo totalmente”.

Através do teste U Mann-Whitney verificamos uma diferença estatisticamente significativa

entre os anos de escolaridade no parâmetro ensinar-me outras atividades de ar livre e de fitness (p

<.001). Observamos que 27,2% dos alunos do 10º ano responderam “concordo totalmente”, 29,4%

responderam “concordo” e 27,2% responderam “concordo parcialmente”. Enquanto no 12º ano,

16,8% responderam “concordo totalmente”, 23,4% responderam “concordo” e 19,6% “concordo

parcialmente”. Podemos então concluir que o 10º ano acha que as aulas de Educação Física

contribuem mais para ensinar outras atividades de ar livre e de fitness que os alunos do 12º ano.

Na realidade. as aulas de E. F. contribuem para:

Nível de importância Md

[intervalo interquartil]

p Discordo totalmente

Não concordo

Concordo parcialmente

Concordo Concordo

Totalmente

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

Ensinar-me a cooperar e socializar com os colegas

10º 0.0 (0) 0.0 (0) 15.8 (29) 44.0 (81) 40.2 (74) 4 [4-5] .636

12º 0.9 (1) 0.9 (1) 13.0 (14) 41.7 (45) 43.5 (47) 4 [4-5]

Total 0.3 (1) 0.3 (1) 14.7 (43) 43.2 (126) 41.5 (121)

43

O Quadro 7 ilustra os fatores de maior agrado dos alunos nas aulas de Educação Física.

Quadro 7 - Fatores que mais agradam os alunos nas aulas de Educação Física

*p <0.05 para o teste U Mann-Whitnney

O que mais me agrada nas aulas de Educação Física é o facto de:

Nível de importância Md

[intervalo interquartil]

p Discordo totalmente

Não concordo

Concordo parcialmente

Concordo Concordo

Totalmente

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

Serem aulas mistas

10º 1.1 (2) 6.5 (12) 21.9 (40) 34.4 (63) 36.1 (66) 4 [3-5] .753

12º 0.0 (0) 3.7 (4) 25.9 (28) 38.9 (42) 31.5 (34) 4 [3-5]

Total 0.7 (2) 5.5 (16) 23.4 (68) 36.1 (105) 34.3 (100)

Gostar das matérias ensinadas

10º 0.0 (0) 6.0 (11) 27.3 (50) 48.1 (88) 18.6 (34) 4 [3-4] .010*

12º 0.0 (0) 2.8 (3) 15.7 (17) 56.5 (61) 25.0 (27) 4 [4-5]

Total 0.0 (0) 4.8 (14) 23.0 (67) 51.2 (149) 21.0 (61)

Gostar de fazer atividade física /exercício físico

10º 0.0 (0) 3.8 (7) 25.1 (46) 37.2 (68) 33.9 (62) 4 [3-5] .023*

12º 0.0 (0) 2.8 (3) 15.7 (17) 36.1 (39) 45.4 (49) 4 [4-5]

Total 0.0 (0) 3.4 (10) 21.7 (63) 36.8 (107) 38.1 (111)

Ajudar a melhorar a minha condição física

10º 0.0 (0) 1.1 (2) 14.7 (27) 43.2 (79) 41.0 (75) 4 [4-5] .665

12º 0.0 (0) 4.6 (5) 12.0 (13) 44.5 (48) 38.9 (42) 4 [4-5]

Total 0.0 (0) 2.4 (7) 13.8 (40) 43.6 (127) 40.2 (117)

Serem atividades diversificadas

10º 0.6 (1) 1.1 (2) 16.9 (31) 46.4 (85) 35.0 (64) 4 [4-5]

.458 12º 0.0 (0) 1.8 (2) 13.0 (14) 47.2 (51) 38.0 (41) 4 [4-5]

Total 0.3 (1) 1.4 (4) 15.5 (45) 46.7 (136) 36.1 (105)

Serem aulas divertidas

10º 0.0 (0) 3.3 (6) 12.6 (23) 39.3 (72) 44.8 (82) 4 [4-5]

.265 12º 0.0 (0) 1.9 (2) 15.7 (17) 45.4 (49) 37.0 (40) 4 [4-5]

Total 0.0 (0) 2.8 (8) 13.7 (40) 41.6 (121) 41.9 (122)

Serem aulas motivadoras

10º 0.0 (0) 3.8 (7) 13.1 (24) 45.4 (83) 37.7 (69) 4 [4-5]

.576 12º 0.0 (0) 2.7 (3) 13.9 (15) 41.7 (45) 41.7 (45) 4 [4-5]

Total 0.0 (0) 3.4 (10) 13.4 (39) 44.0 (128) 39.2 (114)

Eu gostar do professor

10º 1.1 (2) 1.6 (3) 11.5 (21) 43.7 (80) 42.1 (77) 4 [4-5]

.400 12º 0.0 (0) 2.8 (3) 11.1 (12) 38.0 (41) 48.1 (52) 4 [4-5]

Total 0.7 (2) 2.1 (6) 11.3 (33) 41.6 (121) 44.3 (129)

Eu ter êxito nas atividades

10º 0.5 (1) 7.1 (13) 25.1 (46) 44.3 (81) 23.0 (42) 4 [3-4] .073

12º 0.0 (0) 1.9 (2) 23.1 (25) 45.4 (49) 29.6 (32) 4 [3-5]

Total 0.3 (1) 5.2 (15) 24.4 (71) 44.7 (130) 25.4 (74)

44

Continuação do Quadro 7

*p <0.05 para o teste U Mann-Whitnney

De uma forma generalizada, todos os parâmetros apresentados são do agrado dos alunos.

No entanto, os aspetos de maior agrado são o gostar do professor (44,3%), serem aulas divertidas

(41,9%), ajudar a melhorar a minha condição física (40,2%) e serem aulas motivadoras (39,2%).

Estes resultados corroboram um pouco com os obtidos por Brandão (2002), pois verificou

que os aspetos que mais agradam os alunos do 12º ano são as atividades diversificadas (82,1% nas

raparigas e 76,4% nos rapazes), o divertimento (72,9% nas raparigas e 68,6% nos rapazes), o

ambiente nas aulas (68,1% nas raparigas e 72,4% nos rapazes) e o sentimento demonstrado pelo

professor (68,9% nas raparigas e 59,6% nos rapazes), e em particular pelos alunos do género

feminino.

Entre os dois anos de escolaridade observamos diferenças estatisticamente significativas no

parâmetro gostar das matérias ensinadas (p=.010) e gostar de fazer atividades/exercício físico

(p=.023). Estes dois parâmetros são mais do agrado do 12º ano quando comparado com o 10º

ano.

O que mais me agrada nas aulas de Educação Física é o facto de:

Nível de importância Md

[intervalo interquartil]

p Discordo totalmente

Não concordo

Concordo parcialmente

Concordo Concordo

Totalmente

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

Aulas bem organizadas

10º 0.0 (0) 2.2 (4) 18.6 (34) 53.0 (97) 26.2 (48) 4 [4-5] .780

12º 0.0 (0) 3.7 (4) 14.0 (15) 56.1 (60) 26.2 (28) 4 [4-5]

Total 0.0 (0) 2.8 (8) 16.9 (49) 54.1 (157) 26.2 (76)

Permitir uma maior interação com os meus colegas

10º 0.0 (0) 1.1 (2) 12.0 (22) 50.3 (92) 36.6 (67) 4 [4-5]

.927 12º 0.0 (0) 0.9 (1) 16.1 (17) 44.3 (47) 38.7 (41) 4 [4-5]

Total 0.0 (0) 1.0 (3) 13.5 (39) 48.1 (139) 37.4 (108)

O processo de avaliação ser justo

10º 2.2 (4) 2.7 (5) 20.2 (37) 44.3 (81) 30.6 (56) 4 [4-5] .702

12º 2.8 (3) 4.7 (5) 13.1 (14) 48.6 (52) 30.8 (33) 4 [4-5]

Total 2.4 (7) 3.4 (10) 17.6 (51) 45.9 (133) 30.7 (89)

Serem aulas movimentadas

10º 0.0 (0) 1.7 (3) 18.0 (33) 40.4 (74) 39.9 (73) 4 [4-5] .706

12º 0.0 (0) 0.9 (1) 15.9 (17) 48.6 (52) 34.6 (37) 4 [4-5]

Total 0.0 (0) 1.4 (4) 17.2 (50) 43.5 (126) 37.9 (110)

A interação e a proximidade física com os colegas

10º 1.1 (2) 2.2 (4) 21.0 (38) 42.5 (77) 33.2 (60) 4 [4-5]

.158 12º 0.0 (0) 0.0 (0) 15.0 (16) 48.6 (52) 36.4 (39) 4 [4-5]

Total 0.7 (2) 1.4 (4) 18.7 (54) 44.8 (129) 34.4 (99)

45

O Quadro 8 sintetiza os aspetos que menos agradam os alunos nas aulas da disciplina de

Educação Física

Quadro 8 - Fatores que mais desagradam os alunos nas aulas de Educação Física

*p <0.05 para o teste U Mann-Whitnney

O que menos me agrada nas aulas de Educação Física é o facto de:

Nível de importância Md

[intervalo interquartil]

p Discordo totalmente

Não concordo

Concordo parcialmente

Concordo Concordo

Totalmente

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

O processo de avaliação ser injusto

10º 44.5 (81) 24.7 (45) 12.1 (22) 6.1 (11) 12.6 (23) 2 [1-3] .158

12º 39.1 (42) 21.5 (23) 18.7 (20) 7.5 (8) 13.1 (14) 2 [1-3]

Total 42.6 (123) 23.5 (68) 14.5 (42) 6.6 (19) 12.8 (37)

Não me sentir motivado

10º 41.5 (76) 21.9 (40) 18.6 (34) 14.2 (26) 3.8 (7) 2 [1-3] .284

12º 40.2 (43) 28.0 (30) 16.8 (18) 7.5 (8) 7.5 (8) 2 [1-3]

Total 41.0 (119) 24.2 (70) 17.9 (52) 11.7 (34) 5.2 (15)

Eu não ter aptidão para a atividade física

10º 36.1 (66) 22.4 (41) 21.8 (40) 12.6 (23) 7.1 (13) 2 [1-3] .590

12º 38.3 (41) 25.2 (27) 17.8 (19) 10.3 (11) 8.4 (9) 2 [1-3]

Total 36.9 (107) 23.5 (68) 20.3 (59) 11.7 (34) 7.6 (22)

Eu não gostar de atividade física

10º 43.2 (79) 26.8 (49) 16.4 (30) 8.7 (16) 4.9 (9) 2 [1-3] .800

12º 47.7 (51) 19.6 (21) 18.7 (20) 7.5 (8) 6.5 (7) 2 [1-3]

Total 44.8 (130) 24.2 (70) 17.2 (50) 8.3 (24) 5.5 (16)

Eu não gostar das matérias ensinadas

10º 34.6 (63) 35.2 (64) 14.8 (27) 9.9 (18) 5.5 (10) 2 [1-3] .373

12º 43.0 (46) 28.0 (30) 14.0 (15) 5.6 (6) 9.4 (10) 2 [1-3]

Total 37.7 (109) 32.5 (94) 14.6 (42) 8.3 (24) 6.9 (20)

Eu não gostar do professor

10º 53.0 (97) 27.3 (50) 9.3 (17) 6.0 (11) 4.4 (8) 1 [1-2] .843

12º 54.2 (58) 21.5 (23) 11.2 (12) 7.5 (8) 5.6 (6) 1 [1-2]

Total 53.4 (155) 25.2 (73) 10.0 (29) 6.6 (19) 4.8 (14)

Eu não gostar de me equipar

10º 43.2 (79) 26.2 (48) 15.9 (29) 8.7 (16) 6.0 (11) 2 [1-3] .147

12º 50.9 (54) 25.5 (27) 13.2 (14) 5.7 (6) 4.7 (5) 1 [1-2]

Total 46.0 (133) 26.0 (75) 14.9 (43) 7.6 (22) 5.5 (16)

Eu não ter êxito nas atividades propostas

10º 37.2 (68) 27.3 (50) 18.0 (33) 13.7 (25) 3.8 (7) 2 [1-3] .364

12º 42.1 (45) 25.2 (27) 21.5 (23) 5.6 (6) 5.6 (6) 2 [1-3]

Total 39.0 (113) 26.5 (77) 19.3 (56) 10.7 (31) 4.5 (13)

Eu ser obrigado a tomar banho

10º 48.9 (89) 23.1 (42) 13.2 (24) 8.8 (16) 6.0 (11) 2 [1-3] .354

12º 51.4 (55) 28.0 (30) 11.2 (12) 5.6 (6) 3.8 (4) 1 [1-2]

Total 49.8 (144) 24.9 (72) 12.5 (36) 7.6 (22) 5.2 (15)

46

Continuação do Quadro 8

*p <0.05 para o teste U Mann-Whitnney

Ao examinarmos os aspetos que menos agradam os alunos verificamos que são reduzidos

os valores percentuais obtidos na escala “concordo” e “concordo totalmente”, sendo elevados os

valores percentuais obtidos na escala “discordo totalmente” e na “não concordo”. Isto revela que

são poucos os aspetos que desagradam os alunos, o que confirma que os parâmetros sugeridos, de

uma forma generalizada, são do agrado dos alunos.

Fazendo uma análise global dos resultados observamos que os aspetos de maior

descontentamento dos alunos são o tempo das aulas ser pouco (13,1%), o processo de avaliação

injusto (12,8%) e o não ter aptidão para a atividade física (7,6%). No estudo de Brandão (2002) os

alunos também apontaram como fator de descontentamento o tempo escasso das aulas de (38,4%

nas raparigas e 60,26% nos rapazes) e a injustiça na avaliação (14,86% nas raparigas e 17,95% nos

rapazes), seguindo-se a desmotivação (18% nas raparigas e 12,90% nos rapazes).

Na análise dos fatores de desagrado dos alunos não verificamos diferenças estatisticamente

significativas entre os dois anos de escolaridade.

O que mais me agrada nas aulas de Educação Física é o facto de:

Nível de importância Md

[intervalo interquartil]

p Discordo totalmente

Não concordo

Concordo parcialmente

Concordo Concordo

Totalmente

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

O tempo das aulas ser pouco

10º 28.4 (52) 24.0 (44) 21.9 (40) 13.1 (24) 12.6 (23) 2 [1-4] .791

12º 27.1 (29) 23.4 (25) 24.3 (26) 11.2 (12) 14.0 (15) 2 [1-4]

Total 27.9 (81) 23.8 (69) 22.8 (66) 12.4 (36) 13.1 (38)

As aulas serem desorganizadas

10º 54.1 (99) 23.0 (42) 12.0 (22) 7.1 (13) 3.8 (7) 1 [1-2] .365

12º 48.1 (51) 26.4 (28) 14.2 (15) 4.7 (5) 6.6 (7) 2 [1-2]

Total 51.9 (150) 24.2 (70) 12.8 (37) 6.2 (18) 4.9 (14)

Serem aulas movimentadas

10º 51.4 (94) 21.9 (40) 15.8 (29) 8.7 (16) 2.2 (4) 1 [1-3] .443

12º 45.3 (48) 28.3 (30) 14.1 (15) 6.6 (7) 5.7 (6) 2 [1-3]

Total 49.1 (142) 24.2 (70) 15.2 (44) 8.0 (23) 3.5 (10)

A interação e a proximidade física com os colegas

10º 52.2 (95) 19.8 (36) 17.0 (31) 7.7 (14) 3.3 (6) 1 [1-3] .526

12º 46.2 (49) 27.4 (29) 15.1 (16) 4.7 (5) 6.6 (7) 2 [1-3]

Total 50.0 (144) 22.6 (65) 16.3 (47) 6.6 (19) 4.5 (13)

47

No Quadro 9 observamos a importância da Educação Física comparada com outras

disciplinas académicas.

Quadro 9 - Importância da Educação Física relativamente às outras áreas disciplinares

Os resultados apresentados no quadro 9 expressam que os alunos de uma forma

generalizada consideram a Educação Física com o mesmo grau de importância das outras áreas

disciplinares. Nas disciplinas de História, Língua Estrangeira e Biologia/geologia as maiores

percentagens encontram-se na escala “Igual importância”. No entanto, nas disciplinas de

Matemática, Português e Física/Química as percentagens maiores encontram-se no item “Menos

importante”. No estudo de Brandão (2002) mais de 50% dos alunos inquiridos apontaram a

disciplina de Educação Física como uma área disciplinar menos importante.

Qual a importância da Educação Física relativamente às seguintes disciplinas?

Nível de importância

Muito menos importante

Menos importante

Igual importância Mais

importante Muito mais Importante

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

Matemática

10º 15.8 (29) 27.2 (50) 27.2 (50) 10.3 (19) 19.5 (36)

12º 10.9 (11) 32.7 (33) 29.7 (30) 8.9 (9) 17.8 (18)

Total 14.0 (40) 29.1 (83) 28.1 (80) 9.8 (28) 19.0 (54)

Português

10º 16.3 (30) 27.7 (51) 24.5 (45) 14.7 (27) 16.8 (31)

12º 7.8 (8) 34.3 (35) 31.4 (32) 12.8 (13) 13.7 (14)

Total 13.3 (38) 30.1 (86) 26.9 (77) 14.0 (40) 15.7 (45)

História

10º 17.9 (33) 24.5 (45) 22.8 (42) 13.6 (25) 21.2 (39)

12º 17.8 (18) 15.9 (16) 36.6 (37) 8.9 (9) 20.8 (21)

Total 17.9 (51) 21.4 (61) 27.7 (79) 11.9 (34) 21.1 (60)

Língua estrangeira

10º 16.3 (30) 24.4 (45) 27.2 (50) 16.3 (30) 15.8 (29)

12º 14.9 (15) 25.7 (26) 36.6 (37) 9.9 (10) 12.9 (13)

Total 15.8 (45) 24.9 (71) 30.5 (87) 14.0 (40) 14.8 (42)

Biologia/ geologia

10º 18.0 (33) 21.8 (40) 20.8 (38) 18.6 (34) 20.8 (38)

12º 13.1 (13) 29.3 (29) 38.4 (38) 12.1 (12) 7.1 (7)

Total 16.3 (46) 24.5 (69) 27.0 (76) 16.3 (46) 15.9 (45)

Física/Química

10º 17.5 (32) 26.2 (48) 19.2 (35) 16.9 (31) 20.2 (37)

12º 15.1 (15) 27.3 (27) 37.4 (37) 11.1 (11) 9.1 (9)

Total 16.7 (47) 26.6 (75) 25.5 (72) 14.9 (42) 16.3 (46)

48

No nosso estudo não verificamos diferenças estatisticamente significativas entre anos de

escolaridade em nenhuma das disciplinas.

O Quadro 10 reporta à preferência da Educação Física face às outras áreas disciplinares.

Quadro 10 - Preferência da Educação Física face às outras áreas disciplinares

Observamos que os alunos têm preferência pela Educação Física quando comparado com

as restantes áreas disciplinares. Em todas podemos observar que as maiores percentagens totais

encontram-se na escala “Muito maior”, ou seja, os alunos gostam mais da Educação Física do que

as outras disciplinas. Também Brandão (2002) no seu estudo verificou que mais de 50% dos alunos

referem gostar mais da Educação Física do que as outras disciplinas académicas.

Qual o teu grau de preferência da Ed. Física em relação às outras disciplinas?

Nível de importância

Muito menor Menor Igual Maior Muito maior

% (n) % (n) % (n) % (n) % (n)

Matemática

10º 11.4 (21) 9.8 (18) 21.2 (39) 25.5 (47) 32.1 (59)

12º 5.9 (6) 6.9 (7) 9.9 (10) 26.8 (27) 50.5 (51)

Total 9.5 (27) 8.8 (25) 17.2 (49) 25.9 (74) 38.6 (110)

Português

10º 7.1 (13) 16.3 (30) 19.0 (35) 21.7 (40) 35.9 (66)

12º 2.0 (2) 4.9 (5) 21.5 (22) 35.3 (36) 36.3 (37)

Total 5.3 (15) 12.2 (35) 19.9 (57) 26.6 (76) 36.0 (103)

História

10º 11.5 (21) 12.0 (22) 22.4 (41) 20.8 (38) 33.3 (61)

12º 11.0 (11) 4.0 (4) 15.0 (15) 24.0 (24) 46.0 (46)

Total 11.3 (32) 9.2 (26) 19.8 (56) 21.9 (62) 37.8 (107)

Língua estrangeira

10º 6.5 (12) 16.3 (30) 22.3 (41) 25.0 (46) 29.9 (55)

12º 11.8 (12) 4.9 (5) 25.5 (26) 29.4 (30) 28.4 (29)

Total 8.4 (24) 12.2 (35) 23.4 (67) 26.6 (76) 29.4 (84)

Biologia e geologia

10º 13.7 (25) 9.8 (18) 21.9 (40) 24.0 (44) 30.6 (56)

12º 11.1 (11) 6.1 (6) 21.2 (21) 26.3 (26) 35.3 (35)

Total 12.8 (36) 8.5 (24) 21.6 (61) 24.8 (70) 32.3 (91)

Física e Química

10º 15.8 (29) 10.4 (19) 20.8 (38) 23.0 (42) 30.0 (55)

12º 10.1 (10) 4.0 (4) 20.2 (20) 26.3 (26) 39.4 (39)

Total 13.8 (39) 8.2 (23) 20.6 (58) 24.1 (68) 33.3 (94)

49

No presente estudo, os alunos revelaram uma preferência muito maior em relação à

Educação Física sobre as disciplinas de Matemática (38,6%), História (37,8%) e Português (36,0%).

3.3.6. Conclusões

Através dos resultados obtidos no presente estudo podemos sintetizar as seguintes

conclusões.

- A Educação Física é do agrado geral dos alunos e que estes, na sua maioria, consideram-

se bons à disciplina. Relativamente ao grau de importância da disciplina na formação a nível do

Secundário, os resultados evidenciam que os alunos consideram a Educação Física importante.

- Os estudantes dos dois anos de escolaridade estudados revelaram uma preferência pelos

Jogos Desportivos Coletivos. Já as menos preferidas são para os alunos do 10º ano a Ginástica e

para os do 12º ano a Patinagem e as Atividades Rítmicas Expressivas.

- Os objetivos que os alunos consideram mais importantes na Educação Física são:

melhorar a condição física, ensinar-me a cooperar e socializar com os colegas, ensinar-me outras

atividades de ar livre e de fitness e ensinar-me a praticar desportos coletivos.

- Quanto à perceção dos alunos no que toca aos reais contributos da Educação Física

verificamos que a maior importância é dada aos parâmetros: ensinar-me os princípios de ética e

espírito desportivo, ensinar-me a praticar desportos individuais e ensinar-me a praticar desportos

coletivos.

- Os fatores que mais agradam aos alunos nas aulas são: ajudar a melhorar a condição

física, serem aulas diversificadas, serem aulas motivadoras e gostar do professor. Ao Invés, o que

menos lhes agrada são os processos de avaliação injustos e o pouco tempo de aulas que esta

disciplina tem no currículo escolar.

- No que respeita à importância da Educação Física, quando comparada de forma genérica

com todas as restantes disciplinas que compõem o currículo escolar, os resultados mostram que

lhe é conferida o mesmo grau de importância. Contudo, quando comparada especificamente com, a

Matemática, o Português e Física/Química, o seu nível de importância foi relegado para um

patamar inferior.

- Os resultados deste estudo mostram também que a preferência dos alunos, face às

restantes disciplinas é pela educação física.

50

- Na comparação dos alunos do 10º com os do 12º ano verificou-se diferenças

estatisticamente significativas relativamente: ao grau de satisfação pela disciplina, sendo os

finalistas do ensino secundário a revelarem maior nível de satisfação. Também são estes que

atribuem maior importância à Educação Física para a sua formação ao nível do ensino secundário e

voltam a ser estes a diferenciar-se, na perceção que demonstram relativamente aos objetivos da

educação física no parâmetro “ensinar-me os princípios de ética e espírito desportivo”. O mesmo

sucedeu quanto aos fatores de maior agrado nas aulas Educação Física, nos parâmetro gostar das

matérias ensinadas e gostar de fazer atividades/exercício físico, com os finalistas a destacarem-se.

- Inversamente, são os alunos do 10º a distinguirem nos contributos da Educação Física no

parâmetro ensinar-me outras atividades de ar livre e de fitness.

- Em síntese, os resultados obtidos neste estudo são bastante pertinentes e corroboram em

parte outras investigações realizadas. Neste sentido, parece-nos importante que se proceda a uma

análise e uma reflexão o mais profunda possível, no sentido de consolidar e valorizar cada vez mais

a Educação Física como uma disciplina insubstituível no currículo escolar, devido ao seu contributo

no real desenvolvimento das crianças e dos jovens. A forma como ela é implementada, lecionada e

tratada do ponto de vista formativo e social parece-nos ser uma condição indispensável para que as

perceções que dela se possam ter (sobretudo as dos alunos) sejam ajustadas e compatíveis com o

seu verdadeiro estatuto e importância.

51

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mais uma etapa da minha formação terminada onde adquiri conhecimentos e experiências

importantes para evoluir e melhorar como docente. Foi um processo cheio de vivências bastante

positivas, quer em termos profissionais como pessoais.

Sinto-me bastante orgulhoso por todo o trabalho desenvolvido, pois foi um processo longo, e

bastante trabalhoso, onde dei sempre o melhor de mim para que todos os momentos fossem

enriquecedores. Mantive sempre uma atitude responsável em todas as funções que exerci,

procurando aproveitar todos os ensinamentos.

As minhas expetativa em relação ao estágio estiveram dentro do que estava à espera. No

início do ano letivo o sentimento era de alguma ansiedade mas nunca de nervosismo ou apreensão.

A minha experiência como docente deu-me alguma tranquilidade para encarar de forma natural

todo este processo.

Ao longo do ano letivo, fui-me sentindo cada vez mais confortável em lecionar e o meu

desempenho tornou-se cada vez mais fluído e natural. Acho que alcancei um nível bastante

satisfatório de sucesso pedagógico, isto, claro, na minha opinião.

Consegui desenvolver capacidades metodológicas e pedagógicas importantes para a

profissão docente, tendo a noção que é uma área onde nenhum conhecimento é definitivo e que

temos de estar sempre abertos a novas aprendizagens.

Penso ter alcançado com sucesso os objetivos propostos à partida para este estágio,

através do qual adquiri novos saberes e lapidei várias competências relacionadas com a minha

formação.

Mostrei possuir conhecimentos em todas as áreas da formação geral e conhecimento da

matéria de ensino. Revelei capacidades para mobilizar os conhecimentos necessários aos vários

níveis de conceção, planeamento, realização e avaliação, sem grandes erros conceptuais.

Planifiquei sempre de forma cuidada o que se revelou na prática, comunicando com os

alunos de forma motivadora. Mostrei capacidade de antecipação, não me limitando apenas a

resolver problemas mas sim a prevê-los.

O trabalho de investigação foi a parte deste estágio onde senti mais dificuldades, no

entanto, agora que terminado, sinto grande orgulho no trabalho desenvolvido. Penso que este

representou uma grande parte da minha evolução, sendo que os resultados obtidos ajudaram-me a

perceber melhor a perceção que os alunos têm face à disciplina de Educação Física.

52

Ao falar do meu trabalho, não esqueço as pessoas com quem estive envolvida, e que

inevitavelmente tiveram o seu papel determinante nos resultados obtidos ao longo do ano. Refiro-me

aos professores da escola mais precisamente à professora cooperante, que sempre me deu o apoio

necessário para melhorar o meu desempenho ao longo das aulas, assim como os professores

orientadores que me foram dando os feedbacks acerca da minha evolução, e orientando na

concretização do trabalho de investigação.

A relação que estabeleci com os professores foi muito importante, contribuindo de forma

muito positiva para o meu desenvolvimento e concretização de todo o processo.

Uma palavra de agradecimento ao meu colega de grupo de estágio, pois atuamos sempre

em conjunto. Partilhamos experiências e procuramos, através das características próprias de cada

um de nós, trabalhar de forma a alcançar os nossos objetivos (pessoais e coletivos), quer nas

diversas atividades a que nos propusemos realizar, quer na parte mais individual que diz respeito ao

processo ensino/aprendizagem. Nos momentos mais críticos e de maior pressão, mantivemo-nos

sempre coesos e com a solidariedade indispensável para que os problemas se resolvessem.

Não poderei esquecer, com certeza, aqueles com quem estive diretamente envolvida, e que

me ajudaram a descobrir, todos os dias um bocadinho, a minha forma de estar e as minhas

características e defeitos enquanto professor. Estou a falar dos meus alunos, da turma do 10º A,

que mostraram sempre grande empenho, motivação e entusiasmo pelas minhas aulas. Penso que

consegui criar um bom clima relacional entre professor e alunos, onde imperava o respeito mutuo.

As aulas decorreram sempre com grande seriedade no trabalho desenvolvido mas também com

alguns momentos lúdicos e divertidos.

Ao finalizar este processo de formação sei que nenhum conhecimento é definitivo. Por este

facto, pretendo estar sempre em atualização permanente, pois um professor deve procurar estar

sempre em formação contínua, com vontade de aprender e se adaptar à evolução constante da

ciência e da sociedade. Pretendo ser um docente dinâmico e não estático, com espírito de iniciativa,

vontade de aprender sempre mais para acompanhar os novos tempos.

Quero terminar dizendo que gostei muito deste ano. Ele foi repleto de momentos bons,

também teve os seus momentos menos bons, mas em todos eles retirei uma lição capaz de me dar

respostas, ou ajudar a encontrá-las quando algum problema surgir.

53

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Vickers, J. (1990). Instructional Design for Teaching Physical Activities - A knowledge. Structures

Approach. Human Kinetics Publishers, Inc. Champaign.

56

57

ANEXOS

58

59

Anexo 1 - Planeamento anual de Educação Física da escola para o 10º ano

60

61

Anexo 2 - Plano anual inicial

62

63

Anexo 3 - Plano anual final

64

65

Anexo 4 - Unidades didáticas

Unidade didática de Andebol Grelha de Vikers

Turma: 10º ano Nº de Aulas: 8

Objetivos Gerais: Cooperar com os companheiros nas ajudas, analisar o seu desempenho e o

dos colegas, dando sugestões que permitam a melhoria das suas prestações e garantam

condições de segurança. Colaborar ativamente na preparação, arrumação e preservação do

material.

Material: tapete de ginástica, plinto/bock, minitrampolim, colchão de quedas, reuther, trave,

espaldares e bancos suecos. Aulas

1/2 3/4 5/6 7/8 9/10 11/12 13/14 15/16

Conteúdos 19 set.

24 set.

26 set.

01 out.

03 out.

08 out.

10 out.

22 out.

Solo

Apoio facial invertido AD I/E E E E C AS

Rolamento à frente engrupado AD /E E E E C AS

Rolamento à retaguarda engrupado

AD /E E E E C AS

Roda AD I/E E E C AS

Posições de equilíbrio (avião; bandeira)

AD I/E E E E C AS

Posições de flexibilidade (Ponte e espargata)

AD I/E E C S

Elementos de ligação: saltos, voltas e afundos

I/E E C

Apa

relh

os Minitrampolim

Salto em extensão

AD I/E E E C AS

Salto engrupado AD I/E E E C AS

Pirueta AD I/E E E C AS

Carpa com os M.I afastados

AD I/E E E C AS

Plinto Salto de eixo AD I/E E C AS

Salto entre mãos AD I/E E C AS

Trave Deslocamento, avião e meia

volta AD I/E E E

C AS AS

Legenda: AD – Avaliação Diagnóstica; AS – Avaliação Sumativa; I – Introdução; E - Exercitação; C - Consolidação

66

Unidade didática de Atletismo

Grelha de extensão de conteúdos

Aula Objetivo Específico/conteúdos

Estratégias Critérios de êxito Método controlo

1/2

- Introduzir o salto em

altura.

-Exercitar a capacidade

condicional – resistência.

-Trabalho individual.

T. Fosbury Flop: realiza corrida em

curva e acelera progressivamente em

especial nos últimos 3 apoios. Realiza uma forte impulsão com a extensão da

perna de apoio. Projeção do joelho da

perna livre para cima e Anteversão da bacia na passagem da fasquia. Passa a

fasquia e Realiza uma boa queda.

S. Comprimento: Procura atingir a maior velocidade possível para que a

corrida de balanço seja eficaz; efetua a

chamada o mais próximo possível da

zona de chamada, o último apoio deve

ser feito com forte impulsão. O ângulo de saída deve ser para a frente e para

cima, deve realizar a receção ao solo

com os pés juntos e caindo para a

frente.

Corrida de velocidade: Tronco direito, olhar dirigido para a frente e elevação

das coxas; manutenção da velocidade

máxima como desaceleração, só após a meta. Olhar dirigido para a frente.

Estafetas com passagem de testemunho: o aluno deve receber o

testemunho em movimento; receber testemunho e iniciar com velocidade

face a aproximação do transmissor e

respetivo testemunho. Respeitar a zona

de transmissão e aceleração. A

transmissão e receção devem ser feitas

com o membro superior em extensão. Receber o testemunho em velocidade

submáxima. Orientar o polegar para o

solo e dar amplitude relativamente ao

indicador. Não olhar para trás na receção. Receber o testemunho com a

mão contrária ao da que traz o

testemunho e olha para a frente.

Corrida de resistência: Correm num

ritmo individual, constante e sem

grandes variações de velocidade. Não

param a corrida e resistem à fadiga.

Avaliação

formativa.

3/4 -Introduzir a capacidade

condicional – velocidade.

-Trabalho individual.

Avaliação

formativa.

5/6

- Exercitar o salto em

altura e a capacidade

condicional – resistência.

- Introduzir o salto em

comprimento.

-Trabalho individual.

Avaliação

formativa.

7/8

- Exercitar o salto em

comprimento e a

capacidade condicional – velocidade.

- Introduzir as corridas

de estafetas.

-Trabalho individual;

- Trabalho

em grupos.

Avaliação

formativa.

9/10

- Consolidar o salto em altura.

- Exercitar o salto em comprimento, as corridas

de estafeta e a

capacidade condicional – resistência

- Trabalho individual;

- Trabalho em grupos.

Avaliação formativa.

11/12

- Avaliação sumativa do

salto em altura.

- Consolidar do salto em comprimento e corridas

de estafeta.

- Exercitar a capacidade

condicional – velocidade.

- Trabalho

individual;

- Trabalho em grupo.

Avaliação

Sumativa.

Avaliação

formativa.

13/14

- Avaliação sumativa do

salto em comprimento e corrida de estafetas.

-Exercitar a capacidade condicional – resistência.

- Trabalho

individual;

- Trabalho

em grupo.

Avaliação

Sumativa.

Avaliação

formativa.

67

Anexo 5 - Plano de aula

Plano de aula nº 11,12

Data: 03/10/2013 Aula nº 11,12 Local: Ginásio Professor: Tiago Ventura

Ano/Turma: 10ºA Nº de alunos: 26 Hora Aula:11:55/13:25

U. Didática: Ginástica

N º de aula da U. didática- 9, 10

Duração da Aula:90’

Tempo Útil: 75’ Fun. Didática: exercitação

Material: Colchões de ginástica, colchões de queda, bancos suecos, reuther, bock, plinto e arcos.

Objetivos da Aula: Exercitar o apoio facial invertido; rolamento à frente e retaguarda; roda; posições de

equilíbrio (avião e bandeira); posições de flexibilidade (ponte; espargata); elementos de ligação (saltos, voltas

e afundos), salto de eixo e salto entre mãos. Trabalho da capacidade condicional – força.

.A. Conteúdos/Objetivos Tarefas de Aprendizagem Critérios de

Êxito

Inic

ial

5’

10’

- Apresentar e

explicar os

conteúdos e os

objetivos da aula;

- Predispor o

organismo para a

atividade física.

- Dialogo com os alunos.

Em frente do professor

- Jogo das apanhadas. Os alunos estão dispersos pelo

espaço de aula, havendo um colega que é o caçador. Os

jogadores que são apanhados devem manter-se de

cócoras (agachadas) para serem salvos pelos colegas.

Estes têm de passar por cima em salto de eixo.

No espaço do ginásio

- Alongamentos e mobilização mio-articular:

- alonga tricípite, quadricípite, isquiotibiais, gémeos;

- mobiliza tornozelos, joelhos, tronco, pulsos e pescoço.

Em frente do professor

- Os alunos ouvem

todas as explicações

dadas pelo professor.

- Não se deixar apanhar e o que apanhar e tentar

salvar os colegas.

- Realizam corretamente os

exercícios propostos

pelo professor.

68

Fund

amen

tal

25’ - Exercitar o apoio

facial invertido;

rolamento à frente e retaguarda; roda;

posições de

equilíbrio (avião e

espargata);

posições de

flexibilidade

(ponte; espargata);

elementos de

ligação (saltos,

voltas e afundos) e

a roda.

Os alunos dividem-se em grupos por 4 estações que estão dispostas no ginásio. Ao apito do professor trocam de estação no sentido dos ponteiros do relógio.

1º estação – realizam uma sequência com os seguintes

elementos: avião, rolamento à frente, ponte e rolamento

à retaguarda.

2º estação – progressão para a roda.

1- Realiza a roda colocando os membros superiores e

inferiores dentro de 4 arcos. O movimento alternado

colocando primeiros membros superiores e depois os

inferiores.

2 - Realiza roda sobre uma linha.

3º estação – realizam progressões para o apoio facial invertido:

- Partindo da posição de pé, e de frente para a parede

realiza o pino, coloca as mãos no colchão à largura dos

ombros. Eleva as pernas contra a parede e fica na

vertical. Mantém o equilíbrio com as pernas unidas e em

extensão, olhando para as mãos. Sai da posição lançando

os pés para baixo.

- Realizam o A.F.I num colchão com ajuda de um ou

dois colegas.

Rolamento à frente:

coloca o queixo junto

ao peito; coloca as mãos à largura dos

ombros; contacta o solo

com a nuca seguindo as

costas arredondadas;

retorna à posição de

cócoras sem a ajuda das

mãos. Realiza as ações

de forma sequencial.

Rol. à retaguarda:

coloca as mãos junto às

orelhas; mantém o corpo arredondado;

mantém o queixo junto

ao peito; retorna à

posição de cócoras sem

ajuda dos joelhos

realizando uma

repulsão de braços.

Realiza as ações de

forma sequencial.

A.F.I: mão no solo à

largura dos ombros, dedos afastados e

virados para a frente,

cabeça levantada e

olhar dirigido para a

frente, membros

superiores em

tonicidade e em

extensão completa,

flexão controlada dos

membros superiores na

fase de enrolamento.

Avião: mantém os M.I e os M.S em completa

extensão; permanece

com o pé aéreo em

posição dorso plantar; coloca a perna aérea no

prolongamento do

tronco.

Roda: enérgico lançamento da perna

livre; apoio alternado

das mãos no solo e na

mesma linha de

movimento, eleva a

bacia; M.I bem

afastados à passagem

pela vertical; tonicidade

geral do corpo; chegada

ao solo com uma

pequena rotação da bacia e é colocado um

pé de cada vez.

69

30’

-Exercitar os

saltos de eixo e

entre mãos no

plinto.

- Exercitar a

capacidade

condicional – força.

4º estação - Nos colchões realizam elementos de

ligação:

- Voltas;

- Saltos;

- Afundos

Num circuito os alunos realizam:

1 4

2 3

1- Realizam salto entre mãos no plinto com ajuda do

professor. Primeiro ficar de cócoras no plinto e só depois passar para o outro lado.

- Depois de exercitado o salto anterior passar para o salto

de eixo.

2 e 3 - Realizam deslocamentos em cima do banco sueco (virado ao contrário) e saltos de coelho.

4 - Realizam trabalho de força:

1x15 flexões de braço.

1x 15 abdominais.

1x15 dorsais.

1x15 agachamentos.

Espargata: Coloca os

membros inferiores

afastados com grande amplitude e estendidos.

Elementos de ligação: Segmentos corporais alinhados, tonicidade

geral, cabeça levantada,

olhar para a frente.

Continuidade e fluidez

de movimentos,

definição das posições

finais e iniciais.

Ponte: coloca as mãos à largura dos ombros;

eleva a bacia; “arqueia” as costas; diminui o

ângulo entre as pernas e

os braços;

aproximando-os ao

máximo; mantém os

braços e as pernas em completa extensão;

mantém o olhar

dirigido para as mãos.

Salto de eixo: Realiza uma corrida de balanço

e chamada, eleva bem a

bacia; alterna mãos com

pés; afasta bem os

membros inferiores e

passa com estes em

extensão; efetua uma

forte impulsão no

“reuther”; não avança os ombros; realiza o

salto com amplitude.

Salto entre mãos: Realizam uma corrida

de balanço e chamada; leva os joelhos junto ao peito e passam com as

pernas juntas e fletidas.

Termina como no salto

ao eixo.

70

Relatório

Esta aula tinha como objetivo exercitar todos os elementos de solo, salto entre mãos e

salto de eixo.

Numa primeira parte coloquei os alunos dispostos em quatros estações, onde

exercitavam os vários exercícios gímnicos de solo. Os conteúdos onde os alunos têm menos

dificuldades (avião, rol. frente, rol. retaguarda e ponte), foram exercitados numa estação, em

sequência, dando início assim à preparação para apresentação da avaliação sumativa. Os outros

conteúdos (ponte, A.F.I. e elementos de ligação), pelas dificuldades apresentada ainda por

alguns alunos, ficaram em estações separadas, com exercícios de progressão, de modo a que os

alunos suprimissem essas dificuldades.

Como já tem sido hábito nas minhas aulas, tentei ter uma intervenção dinâmica no

apoio aos alunos, circulando pelo ginásio, dando feedbacks e instruções para melhorar a

performance da turma. Na estação onde se exercitava os elementos de ligação, utilizei uma

estratégia nova, colocando na parede as imagens da execução técnica destes elementos, de

modo a que os alunos tivessem constantemente uma imagem visual do gesto a executar. Penso

que foi uma estratégia positiva, pois os alunos antes da execução observavam a imagem,

sabendo assim o que tinham de fazer sem a minha permanente ajuda. Quanto às outras

estações verificou-se algumas melhorias técnicas em todas as estações, especialmente no A.F.I,

Fina

l 5’ - Retorno à calma - Os alunos realizam exercícios de alongamentos

enquanto o professor faz o resumo da aula e a introdução

da próxima.

- Alongamentos e mobilização mio-articular:

- alonga tricípite, quadricípite, isquiotibiais, gémeos;

Em frente do professor

- Ajudam o professor arrumar o material.

- Os alunos ouvem o

professor e executam

os exercícios.

- Coopera com os

companheiro arrumar o

material.

71

onde os alunos ganham cada vez mais confiança e revelam menos dificuldades na sua

execução.

Na segunda parte da parte da aula, a turma realizava um circuito com realização do

salto entre mãos primeiro e salto de eixo depois, deslocamentos no banco sueco (ao contrário),

saltos de coelho (b. sueco) e ainda trabalho da capacidade condicional – força.

Nesta parte foquei-me quase na totalidade nos saltos, pois os alunos necessitavam de

grande ajuda e de segurança para evitar eventuais lesões. Por este facto, planifiquei o circuito

com exercícios de simples execução como os deslocamentos na trave e o trabalho de força,

libertando-me assim para me concentrar nos saltos.

Penso que consegui estar atento às situações de perigo, nomeadamente com os alunos

que ainda têm dificuldade em realizar qualquer um dos dois saltos, ajudando-os na altura do

contato com o plinto ou bock.

A turma na sua grande parte já executa qualquer um dos dois saltos, estando os

restantes a um pequeno passo de o conseguirem. Os principais erros no salto de eixo são a

fraca corrida de balanço e chamada, elevando pouco a bacia na altura do salto. No salto entre

mãos os erros prendem-se também com a corrida e com a fraca elevação dos joelhos junto ao

peito.

Na próxima aula estes conteúdos serão novamente lecionada e estou convicto que essa

pequena minoria de alunos conseguirá atingir o objetivo. Por conselho da professora cooperante

irei fazer um separação por género relativamente ao salto de eixo no bock e salto entre mãos no

plinto, dado o seu grau de desenvoltura ser completamente diferente, ou seja, os rapazes estão

mais avançados do que as raparigas. Sendo assim, colocarei para os rapazes o reuther mais

afastado do plinto proporcionando um primeiro voo mais acentuado e colocarei o bock mais alto

para rapazes do que para as raparigas.

72

73

Anexo 6 - Avaliação diagnóstica

AAAvvvaaallliiiaaaçççãããooo dddiiiaaagggnnnóóóssstttiiicccaaa dddeee AAAnnndddeeebbbooolll

NÍVEL

ANDEBOL - CONTEÚDOS A AVALIAR AVALIAÇÃO GLOBAL

Passe/receção

em movimento

Drible de

progressão

remate na

passada

Princípios de

ataque em

superioridade

numérica

Princípios de

defesa em

igualdade

numérica

Ocupação

racional de

espaços em jogo

5x5

Número de

elementos por

nível

Nível DA TURMA

1º nível jogo 1 1 3,70%

2º nível jogo 3 4 5 5 2 19 7,41%

3º nível jogo 15 15 8 8 9 55 33,33%

4º nível jogo 9 8 14 14 15 60 55,56%

Total Alunos 27 27 27 27 27 135 100%

74

75

Anexo 7 - Avaliação sumativa

AAAvvvaaallliiiaaaçççãããooo SSSuuummmaaatttiiivvvaaa dddeee BBBaaasssqqquuueeettteeebbbooolll

COMPONENTE TÉCNICA COMPONENTE TÁCTICA

MÉDIA Drible

Lança. parado

Lança. na passada

Desm. Transição

Def/ataque Passe e

corte Def.

indev. Enquadra/ defensivo

NOME 15% 10% 15% 15% 15% 5% 10% 15% 100%

Ana Beatriz Costa 15 14 13 15 16 11 15 15 14,6

Ana Gonçalves 15 15 18 15 16 11 15 16 15,6

Ana Gonçalves 16 13 14 15 15 11 15 15 14,6

Cristiana Fernandes 15 18 15 14 14 11 15 15 14,8

Emanuel Lima 18 18 18 18 18 14 18 18 17,8

Fabiana. Pereira 18 16 17 17 18 12 17 17 17,0

Fábio Vieira 18 18 18 18 16 14 17 16 17,1

Fábio Fernandes 18 18 18 18 17 14 18 18 17,7

Fernando Machado 16 13 13 15 15 11 15 15 14,5

Fernando Silva 18 17 17 16 16 14 16 16 16,5

Gabriela Gomes 18 17 17 17 18 12 17 18 17,2

Helena Correia 18 15 15 15 15 12 15 16 15,5

Hugo Couto 18 17 17 17 17 12 17 18 17,1

Jéssica Lopes 17 14 14 16 16 12 16 16 15,5

Luís Tiago Braga 18 18 18 18 18 14 18 18 17,8

Marco Pereira 18 18 17 18 18 14 18 18 17,7

Marisa Silva 16 14 13 15 15 11 15 15 14,6

Miguel Carvalho 18 17 17 17 18 14 18 18 17,4

Miguel Ferreira 18 17 18 17 16 13 16 17 16,9

Nelson Azevedo 18 17 17 17 17 14 17 17 17,0

Ricardo Faria 16 15 14 15 16 12 15 17 15,3

Rosa Maria Lima 17 16 14 16 16 12 16 16 15,7

Sandra Barros 18 16 18 17 18 14 18 18 17,5

Sara Gonçalves 18 15 15 16 15 12 15 16 15,6

Ulisses Lopes 18 17 17 17 18 14 17 18 17,3

Vítor Gonçalves 18 17 17 17 17 13 17 17 17,0

Margarida Rocha 13 13 13 13 13 13 13 13 13

76

77

Anexo 8 - Atividade organizada pelo núcleo de estágio

78

79

Anexo 9 - Atividade organizada pelo grupo de estágio

80

81

Anexo 10 - Inquérito aplicado aos alunos

O presente questionário insere-se num estudo que estamos a levar a efeito no âmbito do Mestrado da

Universidade do Minho, tendo como objetivo tentar identificar e compreender “ As perceções dos alunos face à disciplina de Educação Física”. Não existem respostas corretas ou erradas. Tenta, apenas dar a tua opinião sobre as aulas desta disciplina. O

questionário é anonimo e confidencial. Por favor, procura ser o mais sincero possível

Questionário

Ano de escolaridade:_______ Turma:______ Sexo (M/F):________ Idade:_______

Ensino regular Ensino profissional Curso: _______________________________

1- Praticas alguma modalidade desportiva em alguma associação/clube federado?

Sim:___ Não:___

Se sim, qual?________________________ Quantas vezes por semana?_____

Quanto tempo por treino?_______

2- Estás envolvido no desporto escolar? Sim:___ Não:___

Se sim, qual a modalidade desportiva?_________________________________

3- Praticas alguma atividade física fora da escola? Sim:___ Não:___

Se sim, qual?____________________ Quantas vezes por semana?___________

Quanto tempo por treino?_______

4- Gostas das aulas de Educação Física?

Não gosto

Gosto pouco

Indiferente

Gosto

Gosto Muito

5- Qual foi a tua nota em Educação Física, no último período do ano passado?_______

6- Enquanto aluno, como te consideras em relação à Educação Física?

Muito Fraco

Fraco

Razoável

Bom

Muito Bom

82

7- Nas aulas de Educação Física quais são as atividades que mais gostas de praticar? Coloca-as por ordem de

preferência utilizando os números de 1 a 10 (1- gosto mais; 10- gosto menos).

Jogos desportivos coletivos (futebol, basquetebol, andebol, etc.).

Ginástica (solo, aparelhos, rítmica e acrobática).

Atletismo (corrida, saltos e lançamentos).

Raquetas (badminton, ténis e ténis de mesa).

Combate

Patinagem

Natação

Atividades rítmicas expressivas (danças)

Jogos tradicionais e populares

Atividades de exploração da natureza (orientação, canoagem, etc.).

8- Nas afirmações seguintes, assinala com um círculo o número que melhor se adequa ao teu caso/opinião.

1 = Discordo totalmente

2 = Não concordo 3 = Concordo parcialmente

4 = Concordo 5 = Concordo totalmente

A) Eu penso que a Educação Física deveria:

1. Melhorar a minha condição física. 1 2 3 4 5

2. Ensinar-me a praticar desportos coletivos. 1 2 3 4 5

3. Ensinar-me a praticar desportos individuais. 1 2 3 4 5

4. Ensinar-me técnicas de dança e de expressividade do corpo. 1 2 3 4 5

5. Ensinar-me jogos recreativos. 1 2 3 4 5

6. Ensinar-me atividades físicas de exploração da Natureza. 1 2 3 4 5

7. Ensinar-me outras atividades de ar livre e de fitness (ex. slide, rapel,

paintball, paddle, bodycombat, bodypump, etc.) 1 2 3 4 5

8. Ensinar-me os princípios da ética e espírito desportivo. 1 2 3 4 5

9. Ensinar-me a ter iniciativa, ser autónomo e responsável. 1 2 3 4 5

10. Ensinar-me a cooperar e socializar com os meus colegas. 1 2 3 4 5

11. Outras hipóteses. Quais?_____________________ 1 2 3 4 5

B) Na realidade, as minhas aulas de Educação Física contribuem para:

1. Melhorar a minha condição física. 1 2 3 4 5

2. Ensinar-me a praticar desportos coletivos. 1 2 3 4 5

3. Ensinar-me a praticar desportos individuais. 1 2 3 4 5

4. Ensinar-me técnicas de dança e de expressividade do corpo. 1 2 3 4 5

5. Ensinar-me jogos recreativos. 1 2 3 4 5

6. Ensinar-me atividades físicas de exploração da Natureza. 1 2 3 4 5

7. Ensinar-me outras atividades de ar livre e de fitness (ex. slide, rapel,

paintball, paddle, bodycombat, bodypump, etc.) 1 2 3 4 5

8. Ensinar-me os princípios da ética e espírito desportivo. 1 2 3 4 5

9.Ensinar-me a ter iniciativa, ser autónomo e responsável. 1 2 3 4 5

10. Ensinar-me a cooperar e socializar com os meus colegas. 1 2 3 4 5

11. Outras hipóteses. Quais?_____________________ 1 2 3 4 5

83

C) O que mais me agrada nas aulas de Educação Física é o facto de:

1. Serem aulas mistas. 1 2 3 4 5

2. Gostar das matérias ensinadas. 1 2 3 4 5

3. Gostar de fazer atividade física /exercício físico. 1 2 3 4 5

4. Ajudar a melhorar a minha condição física. 1 2 3 4 5

5. Serem atividades diversificadas. 1 2 3 4 5

6. Serem aulas divertidas. 1 2 3 4 5

7. Serem aulas motivadoras. 1 2 3 4 5

8. Eu gostar do professor. 1 2 3 4 5

9. Eu ter êxito nas atividades. 1 2 3 4 5

10. Eu ter aulas bem organizadas. 1 2 3 4 5

11. Ser uma aula que me permite uma maior interação com os meus

colegas. 1 2 3 4 5

12. O processo de avaliação ser justo. 1 2 3 4 5

13. Serem aulas movimentadas. 1 2 3 4 5

14. A interação e a proximidade física com os colegas. 1 2 3 4 5

D) O que menos me agrada nas aulas de Educação Física é o facto de:

1. O processo de avaliação ser injusto. 1 2 3 4 5

2. Não me sentir motivado. 1 2 3 4 5

3. Eu não ter aptidão para a atividade física. 1 2 3 4 5

4. Eu não gostar de atividade física. 1 2 3 4 5

5. Eu não gostar das matérias ensinadas. 1 2 3 4 5

6. Eu não gostar do professor. 1 2 3 4 5

7. Eu não gostar de me equipar. 1 2 3 4 5

8. Eu não ter êxito nas atividades propostas. 1 2 3 4 5

9. Eu ser obrigado a tomar banho. 1 2 3 4 5

10. O tempo das aulas ser pouco. 1 2 3 4 5

11. As aulas serem desorganizadas. 1 2 3 4 5

12. Serem aulas movimentadas. 1 2 3 4 5

13. A interação e a proximidade física com os colegas. 1 2 3 4 5

9- Que importância atribuis à Educação Física na tua formação ao nível do ensino secundário?

(coloca um X na opção que aches mais indicada).

Sem importância Pouco importante

Algo importante

Importante

Muito importante

84

10- No item que se segue, assinala com um círculo o número que melhor se adequa ao teu caso/opinião.

1 = Muito menos importante

2 = Menos importante

3 = Com o mesmo grau de importância

4 = Mais importante 5 = Muito mais

importante

Qual a importância da Educação Física relativamente às seguintes disciplinas?

Matemática 1 2 3 4 5

Português 1 2 3 4 5

História 1 2 3 4 5

Língua estrangeira 1 2 3 4 5

Biologia e Geologia 1 2 3 4 5

Física e Química 1 2 3 4 5

Outra. Qual?________________________________ 1 2 3 4 5

11- No item que se segue, assinala com um círculo o número que melhor se adequa ao teu caso/opinião.

1 = Muito menor 2 = Menor 3 = Igual 4 = Maior 5 = Muito maior

Qual o teu grau de preferência da Educação Física relativamente às outras disciplinas?

Matemática 1 2 3 4 5

Português 1 2 3 4 5

História 1 2 3 4 5

Língua estrangeira 1 2 3 4 5

Biologia e Geologia 1 2 3 4 5

Física e Química 1 2 3 4 5

Outra. Qual?________________________________ 1 2 3 4 5

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Anexo 11 - Autorização para aplicação do inquérito

Universidade do Minho

Instituto da Educação

Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundários

Exmo. Senhor Diretor da Escola Secundária de Vila Verde

Assunto: Solicitação para aplicação de um questionário aos alunos

Eu, Tiago Manuel Dantas Ventura, aluno do 2º ano de Mestrado em Ensino de Educação

Física nos Ensinos Básico e Secundário da Universidade Minho, encontro-me a realizar um trabalho

investigativo com o tema “Perceção dos alunos face à disciplina de Educação Física”. De forma a

realizar esta investigação será necessária a aplicação de um questionário aos alunos das turmas do

10º e 12º anos de escolaridade. Venho, por este meio, solicitar ao Exmo. Sr. Diretor, a vossa

permissão para autorizar que os alunos das turmas dos anos de escolaridade acima referidos

possam preencham um questionário (que envio em anexo) relacionado com esta temática, no

decorrer das aulas de Educação Física.

Certos da Vossa colaboração, apresento antecipadamente o meu agradecimento.

Vila Verde, 15 de fevereiro de 2014

O Estagiário

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