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TIEBREAK magazin história TABAJARA TêNIS CLUBE: 150 ANOS DE TRADIçãO Ano 6 Novembro de 2009 #46 FUNDAÇÃO: O clube de atiradores PRESIDENTES: Histórias de quem comandou o TTC TABAJARIANAS: Os personagens do clube

Tie Break - Ed. 46

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Revista do Tabajara Tênis Clube, de Blumenau. Produzida pela Mundi Editora, Blumenau / SC.

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tabajara tênis clube: 150 anos

de tradiçãoAno 6Novembro de 2009

#46

FUNDAÇÃO: o clube de atiradores PRESIDENTES: Histórias de quem comandou o ttc TABAJARIANAS: os personagens do clube

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10 a 1�A origem do Tabajara

18A fase atual

22 a 38Presidentes

40 a 72Tabajarianas

as historiadoras bettina stingelin e sueli Petry contam a trajetória do clube desde a fundação, em 1859, até o início da nova fase em meados do século 20.

SUMÁriO

SEÇÕES

EXPEDIENTE

Clotilde, Margerete e Inácio 74Projeto S21 80O livro do sesquicentenário 8�Carta de Inge Darius 88O Tabajara em imagens 90Tabasco 98

CONSElhO EDITORIAlcarlos Hering, otávio Guilherme Margarida, cynthia K. baumgarten, daniela s. bogo e rita schürmann

EDITOR ExECUTIvOsidnei dos santos 1198jP (Mtb/sc)[email protected]

EDITORAMichele Wilke

EDITORA ASSISTENTEGisele scopel

REPORTAgEMana Paula lauth, Mariana tordivelli e Kakau santos (fotografias)

PROJETO gRáFICOFerver comunicaçã[email protected]

COORDENADOR DE ARTEGuilherme Faust [email protected]

REvISORGervásio tessaleno luz 759jP (Mtb/sc)

FOTOSarquivo Histórico Municipal josé Ferreira da silva, Gilbero Viegas, edemir Garcia e divulgação

FOTO DE CAPAivan schulze

gERENTE COMERCIAleduardo bellí[email protected](47) 3035-5500

DIRETOR ExECUTIvOniclas [email protected]

o presidente otávio Guilherme Margarida aborda os projetos e as realizações e conta um pouco da trajetória da família dentro do tabajara tênis clube.

ex-presidentes e viúvas de ex-presidentes recordam importantes acontecimentos das últimas décadase mostram a evolução do clube.

confira as histórias que marcaram o clube nos séculos 20 e 21 contadas por personagens que viveram ou presenciaram alguns desses fatos.

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8eDiTOriaL

150 anos

Prezado associado,

é hora de se orgulhar da história do taba. chegamos à marca histórica de 150 anos de fundação e continuamos a ser um clube de vanguarda, cres-cendo, evoluindo e participando ativamente da transformação da nossa querida cidade. o pioneirismo de blumenau é fruto das grandes lideranças que integram nosso clube, desde sua fundação até os dias atuais. aqui, iniciaram as primeiras atividades culturais do município, o primeiro teatro, o primeiro evento social. somos com orgulho a primeira sociedade de santa catarina, que se mantém forte e prospera desde sua criação. Pode-mos afirmar com satisfação que ser sócio do taba é uma marca especial na vida de cada um de nós. Formamos uma grande família que hoje está comemorando uma marca histórica. comemorem! Parabéns, tabajara!

nessa edição especial de aniversário, contamos um pouco da nossa ori-gem, dos fatos que marcaram nossa brilhante história, nossa tradição narrada pelos personagens vivos que tiveram participação ativa no clube nas últimas décadas. Muitos outros depoimentos são necessários para contar toda nossa história, que será narrada no livro ‘uma taba para to-dos’, que será lançado no início de 2010, contando tudo que ocorreu nes-tes 150 anos.

ainda por cima, apresentamos o novo design da revista, que agora se denomina tie break Magazin.

aproveite nossos eventos alusivos à comemoração dessa data inesque-cível para o clube. agende-se, temos ainda o show do lulu santos no dia 04 de dezembro e o resgate do réveillon no dia 31 de dezembro, dois eventos que irão encerrar com chave de ouro as comemorações deste inesquecível aniversário.

excelente festa!

diretoria

Tabajara Tênis ClubeDIRETORIA

PRESIDENTE otáVio GuilHerMe MarGarida Vice PresideNTe alberto stein • DIRETOR ADMINISTRATIvO tHoMas buecKMann • SECRETáRIO jorGe andré ritzMann de oliVeira • TESOUREIRO alceMir KarasinsKi • vICE-TESOUREIRO carlos roberto doriGatti • DIRETOR DO PATRIMôNIO FeliPe aVelar Ferreira • vICE-DIRETOR DO PATRIMôNIO Maurício carlos KreibicH • DIRETORAS SOCIAIS cyntHia K. bauMGarten - daniela s. boGo - rita scHürMann - lorna stein • DIRETOR DO TêNIS andré GerMano bürGer • vICE-DIRETOR DO TêNIS edson luiz Moser • DIRETOR DE ESPORTES clóVis lenzi • DIRETOR DO FUTEBOl ricardo Guedes Viotti • DIRETOR DA SAUNA joaquiM teixeira Paulo FilHo • vICE-DIRETOR DA SAUNA raul KeGel • DIRETOR DO TIRO carlos Péricas • DIRETOR DA BOChA ValMor cunHa • DIRETOR DO BOlÃO trauGot Kaestner • vICE-DIRETOR DO BOlÃO rubens tadeu Varella • DIRETORA DA gINáSTICA rúbia cunHa • DIRETOR DE MARkETINg cao HerinG • DIRETOR DA PISCINA lúcio FláVio V. siMões • DIRETOR DO SqUASh caio alexandre WolFF • DIRETOR DE ESPORTES E OUvIDORIA clóVis lenzi CONSElhO DElIBERATIvOaPós a.G.o 2009

PRESIDENTEjorGe luiz buecHlervICE-PRESIDENTEtHeo K. FalceSECRETáRIOjosé roberto a. santosMEMBROS NATOS - eGon alberto stein - adolFo luiz altenburG - jorGe luiz buecHler - josé roberto a. santos - edson Pedro da silVa • EFETIvOS - Mandato até a.G.o. de 2010 - tHeo K. Falce, bernd F. V. Meyer, Valdir riGHetto FilHo, Hercílio bauMGarten e otto baier • SUPlENTES - Mandato até a.G.o de 2010 - Valter ros de souza, ronaldo bauMGarten junior e carlos iVan beduscHi • EFETIvOS - Mandato até a.G.o de 2011 - josé carlos Müller, Walter luiz PersuHn, Hilário torresani, ronaldo reicHoW e dênis Mário locatelli • SUPlENTES - Mandato até a.G.o de 2011 - jean Prayon, eVelásio Paulo Vieira e roberto carneiro bauer • EFETIvOS - Mandato até a.G.o de 2012 - Marcos s. leyendecKer, sérGio i. MarGarida, jorGe luiz rodacKi, Márcio Milton MaFra e Gualberto josé Guedes • suPlentes - Mandato até a.G.o de 2012 - edMundo WeHMutH, rolF d. buHr e renato Medina Pasquali CONSElhO FISCAljaiMe luiz leite (Presidente)EFETIvOS - GioVani MainHardt e dario l. aGnoletto • SUPlENTES - Marco aurélio PoFFo, juliano daniel scHeeFer e Fabricio a. boGo

gERENTE Marcello rubinecK Pereira

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10Origem

a história do tabajara tênis clube inicia-se em 1859, apenas nove após a vinda dos primei-ros 17 imigrantes a blumenau, quando um grupo de habitantes fundou o blumenauer schützengesellshaft-verein, uma sociedade voltada à pratica do tiro. Para isso, contaram com a ajuda do fundador da colônia blume-nau, o dr. blumenau, que cedeu um lote de sua propriedade, de 2,5 mil metros quadra-dos para a instalação da modesta sociedade. são reconhecidos como fundadores o pastor osvaldo Hesse, o professor Viktor von Gilsa, o veterinário carl Wilhelm Friedenreich, o co-merciante Viktor Gaertner e os colonos jayme dittmar, Heinrich Petermann e jacob louis zimmermann.

a primeira sede dos atiradores foi constru-ída no mesmo lugar onde hoje se encontra o tabajara tênis clube. ela era rústica, feita de tábuas de madeira e telhado de ripas. sua fundação aconteceu no dia 2 de dezembro de 1859, feriado na colônia por ocasião do ani-versário do imperador dom Pedro 2º.

não era somente da prática do tiro que so-brevivia o pequeno clube. em 1860, a colônia assistiu à primeira peça teatral apresentada pelo grupo então denominado sociedade te-atral de blumenau, que ensaiava frequente-mente nas instalações da sociedade de tiro e que tinha como objetivo o entretenimento dos moradores da colônia através da arte.

quando a blumenauer schützengesellshaft-verein comemorou 75 anos de existência, em 1934, o clube possuía 187 membros em seu quadro social. um pequeno terreno também havia sido adquirido para a construção de uma rua larga para a entrada e saída de veí-culos, onde hoje encontra-se a piscina.

a diretoria do clube era composta por Félix Hering, presidente; Viktor Probst, vice-presi-dente; ernest steinbach, tesoureiro; leopoldo colin, primeiro secretário; Heinrich Webel, segundo secretário; oswald otte sênior, di-retor de tiro; Max schlereth, comandante. os festejos de 75 anos ocorreram em setembro daquele ano.

Da fundação ao nascimento do TTCFundada por colonos alemães, o Tabajara foi alvo da campanha nacionalista de Getúlio Vargas

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a partir da década de 1930, com a subida de Getúlio Vargas ao poder, iniciaram-se no plano político, social e econômico do País sérias mudanças que trariam conse-quências a todo o território nacional. uma delas, a campanha de nacionalização de 1938, tinha como objetivo diminuir a in-fluência das comunidades de imigrantes estrangeiros no brasil e forçar sua inte-gração junto à população brasileira. Foi nessa época que a blumenauer schützen-gesellshaft-verein teve o nome mudado para sociedade de atiradores blumenau. com o advento da segunda Guerra Mun-dial, em 1939, estas medidas tornaram-se ainda mais severas. com a entrada do brasil na guerra, em 1942, a sociedade de atiradores cessou definitivamente suas atividades.

no entanto, um grupo reduzido de tenistas pertencentes ao club rot Weiss, fundado em 1927, que fazia uso de um espaço ce-dido pela sociedade, conseguiu fundar, em 1941, o tenis club blumenau. os membros da diretoria do tenis club não mediram es-forços para evitar que a sede da socie-dade de atiradores, então fechada, fosse encampada pelo exército.

Posteriormente, em 15 de março de 1945, o tenis club, agora sob a denominação de tenis club tabajara, adquiriu por meio de doação, as terras da sociedade de atira-dores blumenau, que continham a sede social, estande de tiro ao alvo, mais um rancho aberto e uma “carreira” para jogo de bolão. na ocasião, a sociedade de ati-radores foi representada por Felix Hering, leopoldo colin e adolfo schmalz. realiza-da a doação, a diretoria do tabajara, com a venda de ações, contratou o arquiteto richard Kaulich para restaurar o imóvel. Finalmente, em 27 de outubro de 1949, o tenis club tabajara transformou-se defini-tivamente em tabajara tênis clube. (texto da historiadora Bettina stingelin, autora do livro Uma Taba Para Todos: 150 Anos do Tabajara Tênis clube de Blumenau)

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Ainda em instalações de madeira, o clube durante uma das festas de tiro

A sede do clube, já em construção de alvenaria, mas bem diferente da atual

Desfile de sócios do clube em comemoração ao Dia do Colono

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14História

o tabajara tênis clube é o clube mais antigo do estado na prática do tiro ao alvo, sendo a primeira manifestação social na colônia fun-dada pelo dr. blumenau, em 1850. quando os imigrantes alemães vieram para o Vale do itajaí, trouxeram na bagagem cultural a manifestação do lazer e entretenimento que inicialmente foi associada à prática do tiro ao alvo.

tal manifestação cultural nasceu na europa da idade Média, quando se constituíram as corporações de ofício encarregadas de de-fender os feudos.

como nem sempre as propriedades estavam em guerra, nos momentos de paz, os feudos promoviam torneios onde a prática do tiro era muito comum.

“nos tempos das colheitas, eram realizados torneios com disputas para nomear o me-lhor atirador. em meio a isso, aconteciam os folguedos e as danças como manifestação popular. assim, mais tarde, nasceu a socie-dade dos atiradores com finalidade de entre-tenimento e lazer, não mais com o objetivo de defesa”, diz a historiadora sueli Petry, do arquivo Histórico Municipal.

Uma saga sesquicentenáriaO Tabajara Tênis Clube é a continuidade da primeira sociedade de atiradores do Estado

Sócios posam para fotografia em frente à primeira sede do clube

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quando os imigrantes alemães chegaram ao Vale do itajaí no século 19, essa era uma das festas mais populares que exis-tiam na europa. inicialmente, os coloniza-dores faziam as disputas de tiro nas ruas da colônia. Foi então que o dr. blumenau designou uma área isolada do centro da colônia imperial para que as pessoas pu-dessem praticar o tiro com segurança, mantendo viva a tradição que trouxeram da alemanha. assim, foi fundada, em 2 de dezembro de 1859, a blumenauer schützengesellschaft-verein.

“Precisaram pedir ao presidente da pro-víncia, Pedro leitão da cunha, autori-zação para que pudessem exercer essa prática, já que a atividade envolvia arma de fogo”, conta a historiadora sueli Petry. os fundadores eram os líderes da colônia, entre os quais o próprio dr. blumenau. nasce, então, a primeira casa de atira-dores de blumenau, que iniciou com 47 associados. “a aprovação dos sócios era bastante severa e os votos dados através de bolas pretas e brancas. se houvesse uma bola preta, não entrava no grupo”.

Paralelamente a isso, havia a participação feminina. as mulheres estavam sempre nos bastidores, preparando os doces e as cucas, enquanto os homens pratica-vam o tiro ao alvo durante três dias se-guidos, durante o período das festas de Pentecostes. “as mulheres preparavam os alimentos para servir aos atiradores e, enquanto isso, aproveitavam para con-fraternizar”. segundo a tradição, apenas os sócios efetivos podiam atirar no alvo de madeira em forma de pássaro. “nos primeiros dois dias, disputavam as asas, deixando a parte central para o dia de en-cerramento”, detalha sueli.

os registros mostram que a sede foi construída com recursos das mensalida-des. não se pode falar do clube apenas como uma sociedade de prática de tiro ao alvo, já que ele era a sala de visita da

colônia. “tudo o que acontecia na colônia, em relação aos eventos sociais envolven-do visitas de autoridades, era realizado na sociedade de atiradores. Grandes decisões foram tomadas na sede e, dessa forma, constata-se que a prática do tiro ao alvo era apenas uma atividade a mais”, diz a historiadora.

Foi ali que nasceu a sociedade de canto, em 1863, além da sociedade de teatro que, mais tarde, resultou no teatro carlos Gomes. “um grupo de pessoas, entre eles rose Gaertner, se reuniu para oferecer momentos de cultura aos colonizadores através das artes cênicas, mesmo que de forma amadora”. também foi na schüt-zengesellschaft-verein que nasceu a Kul-turverein, uma sociedade de assistência aos colonos.

também foram discutidos os problemas da saúde, já que não existia hospital na colônia. “assim nasceu a sociedade de auxílio aos enfermos. Por isso, falar do nascimento do tabajara não é lembrar apenas da prática do tiro, mas também do desenvolvimento da cidade”, diz sueli.

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Sueli Petry: o clube sempre foi local de tomada de decisões importantes

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o cenário da sociedade schützengesells-chaft começou a mudar na década de 1930, quando Getúlio Vargas assumiu a Presidência do brasil, dando início a uma política de nacionalização. “as atividades como corais, cantos e o próprio teatro fo-ram atingidas por esse novo governo. o comportamento da cidade, que era muito germânico, foi afetado consideravelmen-te, principalmente na língua, na educação e nos costumes”, ressalta sueli.

na época da segunda Guerra Mundial, a schützengesellschaft serviu de base para o 32º batalhão de caçadores, que hoje é o 23º batalhão de infantaria. ele foi ins-talado no Município, em 1939, para efe-tivar a nacionalização, já que o brasil se voltou contra a alemanha. os soldados se

apoderaram das instalações da sociedade, comprometendo o patrimônio por alguns anos. nesse período, as sociedades de atiradores (clubes de caça e tiro) tiveram que abrasileirar os nomes. Muitas encer-raram suas atividades. a schützengesells-chaft foi transformada em tabajara tênis clube, ganhando uma nova identidade.

Foi um período difícil. com o retorno das atividades, os clubes ficaram despojados de muitas manifestações culturais da tra-dição germânica. depois da guerra, a prá-tica do tiro ao alvo não poderia ser mais a prioridade. como o tênis era a novidade do momento no brasil, o tabajara resol-veu revitalizar os eventos em cima desse esporte. a historiadora afirma que o patri-mônio estava praticamente perdido, já que

seria incorporado pelo estado.

“Falou mais alto a liderança dessas pes-soas que defenderam a preservação des-se patrimônio. eles tiveram a têmpera de manter viva e restabelecer parte da histó-ria da cidade. nós não podemos esquecer que o tabajara tênis clube nunca deixou de ser a sala de visitas, mesmo com esses percalços, recebendo, de maneira ímpar, presidentes e outras autoridades e perso-nalidades ao longo desses 150 anos. cele-brar todos esses anos é celebrar uma saga de história e, acima de tudo, manter vivo um espaço que nasceu de uma vontade do fundador, dr. blumenau, ao doar essa área para que ali fosse cultivada uma tradição que veio na bagagem dos colonizadores”, resume a historiadora.

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História

Sócios impecavelmente trajados para uma reunião nas dependências de clube

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18Presidentes

no ano de comemoração dos 150 do tabajara tênis clube, todos os eventos giram em torno desse grande acontecimento. Para o presi-dente otávio Guilherme Margarida, esse é um grande momento que o clube está vivendo. além do orgulho para os associados, é inegável a importância do tabajara na história do Município. as principais auto-ridades da cidade e lideranças empresariais estão entre os sócios do clube. “o tabajara é uma grande força que blumenau possui e que, se deus quiser, vai continuar trabalhando em prol da cidade” ressalta o presidente.

otávio assumiu o cargo em 2004, tornando-se o mais jovem presi-dente da história do tabajara, com apenas 29 anos. depois, foi reeleito por mais dois mandatos seguidos. a maturidade foi adquirida em dois anos de experiência como diretor e depois como vice-presidente no mandato de edson Pedro da silva. nessa época, foi iniciado um plano de trabalho com uma auditoria para rever onde o clube tinha dificul-dades com relação a gastos desnecessários, problemas que poderiam ser revistos para diminuir custos, o que acrescentou muito na receita mensal.

também foi criado um plano de cargos e salários para incentivar os colaboradores, conquistando uma equipe que otávio classifica como “invejável”. outra conquista da época em que ainda era vice-presiden-te foi transformar o jornal tie break em revista. “dessa forma, apro-ximamos muito a administração do associado e nossa atuação ficou muito mais transparente”, destaca otávio. a diretoria inovou com a criação da ouvidoria, um canal para o sócio fazer críticas e sugestões. “a diretoria sempre esteve aberta durante minha gestão para receber essas opiniões, porque, na verdade, eu sou um sócio igual a qualquer outro, por enquanto estou presidente”, explica otávio.

ao tornar-se presidente, ele buscou colocar em prática tudo que havia planejado na vice-presidência, aquilo que imaginava ser o melhor para o clube. na época, não havia um plano diretor, então foi formada, com a diretoria de Patrimônio, uma equipe para repensar o crescimento do clube, já que havia uma série de ideias para construir novos am-bientes, tendo em vista a carência do clube por um bom local para a realização das festas dos sócios e locais para aprimorar a prática esportiva.

o espaço para a prática do tiro era inviável por questões de segurança, havia um interesse muito grande dos sócios por uma academia mo-derna de ginástica e musculação. Por dois anos e meio, estudou-se um plano diretor, o fluxo de carros dentro do clube para não haver acúmulo nos estacionamentos. depois de apresentado para o conse-lho deliberativo, o clube passou a ter um plano diretor que hoje norteia o crescimento do tabajara tênis clube.

Tempos de renovações e resgatesApós ser vice-presidente, Otávio Guilherme Margarida tornou-se o mais jovem sócio a presidir o Tabajara Tênis Clube

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na chegada à presidência, otávio perce-beu que as maiores dificuldades estavam relacionadas à mudança de perfil, de con-ceitos e certas rotinas. Mas ele já havia passado por essa experiência em um epi-sódio anterior. renovar o quadro de asso-ciados era primordial para a administra-ção e reestruturação do clube.

apesar do cuidado com o planejamen-to, otávio lamenta porque os desastres de novembro de 2008 atrapalharam os planos. a ideia era entregar o clube de uma forma completamente diferente no aniversário de 150 anos. “esse projeto foi impedido, porque, desde o início do ano, estamos trabalhando em obras de recu-

peração das encostas atingidas por des-moronamentos”, conta. somente 30% a 40% do que estava nos projetos foram feitos. Por outro lado, ele acredita que a catástrofe trouxe novas ideias, como a construção das duas novas quadras de tênis cobertas, que não estavam incluídas naquele primeiro estudo.

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o resgate de eventos sociais, como a Münchenfest e o baile de debutantes, é uma marca da gestão de otávio. também foi criado o dia do Fico, uma programa-ção voltada para marcar o fim do Verão. a grande novidade para 2009 é a volta do baile de réveillon.

obras planejadas transforão o clube no maior centro de entretenimento dos as-sociados em blumenau. uma das grandes conquistas foi o spass ecke, espaço cer-cado pela vegetação e livre para o sócio poder fazer evento sem que o fornecimen-to precise ser feito pelos ecônomos do clube. a expectativa é terminar a gestão com as quadras de tênis cobertas prontas até abril de 2010 para serem utilizadas no 5º aberto de tênis de santa catarina, em abril ou maio do próximo ano.

em 2009, o tabajara sediou a quarta edição do torneio, o que era objetivo da comissão responsável pelos eventos em comemoração dos 150 anos. “tivemos a sorte de Florianópolis estar recebendo um evento grande e o torneio veio para o tabajara”, diz otávio. agora, a meta é aumentar a premiação de us$ 35 mil para us$ 75 mil, o que irá aumentar a qualida-de técnica do torneio.

a família Margarida é sócia do clube des-de os avós de otávio, o que fez com que ele frequentasse o clube ainda bebê. a partir dos sete anos, começou a apren-der a jogar tênis com o professor Gonçalo salinas. Participou das equipes de tênis que disputavam torneios regionais e es-taduais, bem como torneios brasileiros defendendo a marca do clube.

também passou pelas equipes de fute-bol infanto-juvenil e júnior. “isso foi uma ótima experiência, porque eu chegava ao clube no início da tarde, jogava tênis até 17h, depois subia para o campo de fute-bol e ficava até 19h ou 20h jogando”. otá-vio e o amigo cristiano burguer chegaram a jogar no blumenau esporte clube (bec). “só não seguimos carreira porque tínha-mos interesse maior em estudar”, conta.

o lado social do clube também traz boas lembranças. otávio viu a mãe ser patro-nesse e as duas irmãs debutarem. “lem-bro dos meus pais me levando à casa dos meus avós. eu estava de smoking, com 14 anos, e eles diziam: ‘hoje, o otávio vai debutar no tabajara’”. o casamento de otávio também foi realizado no clube.

Hoje, ele vê as filhas laura, que faz quatro anos em novembro, e Giovana, de um ano, crescerem com a oportunidade de apro-veitar mais o clube com o Projeto s21. o intuito é envolver as crianças no esporte e contribuir para a educação delas. “quero que a mesma infância que eu tive aqui, fazendo amizades e esporte, minhas fi-lhas também tenham”, finaliza.

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a diretoria sempre esteve aberta para receber

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22Presidentes

o médico gastroenterologista edson Pedro da silva, conhecido pelos amigos como Pin-go, lembra com orgulho da época em que foi presidente do tabajara tênis clube. durante os nove anos em que esteve à frente da direto-ria, o clube ganhou uma nova identidade, com ares mais modernos e novos ambientes.

durante a gestão de Pingo, que ficou na presi-dência de 1995 a 2004, a diretoria aprovou a reforma da pérgula da piscina e do restauran-te, além de formatar o die Kneipe e o Koffes-tub. Mas o grande desafio foi a climatização da sede. “aproveitamos também para fazer a nova bocha, a nova piscina e a portaria ele-

trônica. Foi a época da modernização e trans-formação do clube”, afirma o ex-presidente, que contou com o apoio da esposa Marlene durante toda a gestão.

Pingo assumiu a presidência do tabajara a convite da diretoria da época. o primeiro vice-presidente foi evandro scussel, seguido de djalma olinger. o atual presidente, otávio Guilherme Margarida, foi o vice-presiden-te nos últimos três anos da gestão de silva. “convidamos o otávio para ser vice porque queríamos uma pessoa na diretoria que des-se continuidade as nossas propostas de mo-dernização, com o mesmo espírito jovem” diz

o médico que é sócio do clube há mais de três décadas e hoje é faz parte do conselho deliberativo.

a primeira proposta da diretoria presidida por edson Pedro da silva foi melhorar a renda do clube com operações de política financeira. no primeiro estágio, também foram promo-vidas diversas ações sociais e culturais para trazer os associados para o clube, como a noite Monte carlo, o tabatelúrica e o taba to-tal. Para os filhos dos associados, foi criado o Programa s21. “quando me apresentaram esse projeto inédito, eu disse que a gente ti-nha que colocar em prática o quanto antes”.

Uma gestão revolucionáriaDa pérgula da piscina ao Die Kneipe, Edson Pedro da Silve e equipe transformaram o Tabajara Tênis Clube

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Pingo lembra que o grande desafio nos nove anos em que esteve à frente do clube foi instalar um ar-condicionado na sede. “devido ao pé direito muito alto, ninguém acreditou que seria possível climatizar o salão, mas eu decidi lançar o desafio. o ambiente está excelente, extremamente agradável durante os dias quentes”.

a reforma do restaurante também foi uma proposta ousada, já que todo o ambiente foi remodelado. “eles tinham um cardápio maravilhoso, mas não tinham um lugar digno que correspondesse à qualidade da comida. Por isso, decidimos pela trans-formação do espaço, deixando o ambiente sofisticado”.

um dos maiores motivos de orgulho para silva é o die Kneipe, obra que exigiu de-dicação extra do ex-presidente. o projeto foi criado conforme a idealização dele, que queria um espaço múltiplo e inova-

dor, que agradasse todos os associados. “tinha que ter um espaço para as pesso-as que gostam de ficar no balcão beben-do, que gostam de ficar conversando ou até mesmo dançando uma baladinha com os amigos. também foi criado o espaço com lareira para quem quer ficar sosse-gado durante o happy hour. dessa mistu-ra, saiu o die Kneipe, o ambiente do clube que tem mais a minha cara”, confessa o médico. ele conta que o nome em ale-mão, que significa barzinho, foi sugerido pelo publicitário cao Hering.

“a nossa equipe era fantástica, desde a diretoria de Patrimônio até o Financeiro. nós criamos uma nova visão perante os sócios, já que não tínhamos orçamento anual e até mesmo um planejamento so-cial no início da gestão. o título era muito caro e só podia ser parcelado em três ve-zes e tínhamos que captar renda através das mensalidades, já que são os sócios

que mantêm o clube. além de facilitar a entrada de novos associados, reajustamos as mensalidades anualmente em cima dos orçamentos”. logo, os sócios come-çaram a ver as mudanças e as melhorias na estrutura, passando a frequentar mais o tabajara.

além das melhorias na estrutura do clu-be, Pingo priorizou a agenda de eventos e festas, a fim de movimentar e até mesmo retomar a vida social do tabajara. “tive a coragem de fazer a primeira balada com música eletrônica, que foi um verdadei-ro sucesso”. Hoje, o tabajara tem um calendário social que inclui até shows com bandas nacionais. “Foi uma época maravilhosa que deixou saudades. eu te-nho consciência de que a nossa equipe fez muita coisa, mas tenho orgulho de ver que o nosso trabalho e a nossa filosofia teve continuidade. esse é o maior lega-do”, finaliza o ex-presidente.

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O Die kneipe foi uma das realizações que orgulham o ex-presidente do Tabajara: “o ambiente do clube que tem mais a minha cara”

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24Presidentes

desde que se associou ao tabajara tênis clu-be, em 1986, josé roberto antunes santos esteve sempre ligado à diretoria do clube. assim, em 1989, tornou-se primeiro-secre-tário, quando a presidência era ocupada por alceu Moser de aquino.

Mais tarde, alceu aquino teve que se afas-tar da presidência por motivos profissionais. Foi quando assumiu o vice-presidente joão Gregório Pereira Gomes, o joca. assim, josé roberto ocupou o cargo de vice-presidente. em 1995, substituiu joca na presidência até o final da gestão.

entre as ações realizadas no clube enquanto josé roberto ocupou a presidência estão a

remodelação do bolão e a implantação de equipamentos modernos para o levanta-mento automático dos pinos. outra ação foi a manutenção do piso das quadras de tênis.

“naquele ano, a diretoria trabalhou ainda na ampliação da parte dos fundos da sede social, com extensão para um jardim de in-verno, e construiu novos banheiros no salão de festas da sede”, comenta. o restaurante também recebeu atenção especial. “demo-limos o bar interno para ampliar o restau-rante”, conta. Foi também na gestão de josé roberto o início do projeto de demolição da parte superior da sede social para a constru-ção do die Kneipe, obra concluída na gestão seguinte, de edson Pedro da silva.

josé roberto diz que as melhorias acontece-ram em virtude do anseio dos sócios e pela percepção da demanda na época. ele lem-bra que foram obrigados a fazer chamada de capital. “Mesmo que esta seja uma atitude um pouco antipática, é necessária. trouxe benefícios para o clube que estão aí até hoje. somente com as mensalidades, fica muito dificil fazer melhorias substanciais ao clube”, explica.

Para ele, é uma grande responsabilidade ocupar o cargo de presidente do tabajara, por ser um clube que possui associados muito exigentes. “assim como agora, tam-bém naquela época o associado fazia do ta-bajara uma extensão de sua casa e de sua empresa e queria a mesma qualidade nos momentos de lazer”, afirma. segundo ele, quando foi presidente, passava dois dias inteiros por semana, pelo menos, no clube para tomar as resoluções necessárias. “a cobrança era grande”, diz.

Para josé roberto, os antigos presidentes sempre foram pessoas dinâmicas, com inte-resse voltado ao bem-estar dos sócios e em realizar melhorias nas várias áreas do clube. sobre as presidências mais recentes, poste-riores a sua gestão, o ex-presidente enfatiza o bom trabalho na expansão do clube, prin-cipalmente na parte social, com a criação de novos espaços para festas e lazer. “as administrações procuraram acompanhar o crescimento numérico dos sócios”, afirma. na época dele, eram aproximadamente 690 associados, hoje o clube possui mais de mil. segundo josé roberto, devido a iniciativas da atual diretoria, percebe-se que os sócios prestigiam muito os eventos do clube.

atualmente, josé roberto é secretário do conselho deliberativo do tabajara. ele fre-quenta o clube, no mínimo, uma vez por semana para jogar tênis, fazer sauna ou so-mente para cumprimentar e conversar com os amigos.

De secretário a presidenteEntre as obras no mandato de José Roberto Antunes dos Santos, está a modernização do bolão

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2�Presidentes

Presidente do tabajara tênis clube por quatro mandatos – de 1975 a 1983 –, jorge luiz buechler conta que fez uma excelente parceria com o vice e colega arno buerger. dois grandes entusiastas do clube, logo que assumiram trataram de finalizar as obras da sauna, que estava praticamente pronta. outras melhorias foram implementadas, como a cozinha nova, que sofria com a água que corria do morro, e as mudanças no restaurante. também foi na gestão deles que começaram a dar novos ares ao espaço onde hoje fica o spass ecke. a cancha da bocha foi construída para ser aberta e, poste-riormente, foi fechada.

jorge lembra que eram épocas difíceis, de uma inflação avassaladora. “Fazíamos um orçamento, no fim do mês já custava o dobro”, lamenta. essa situação exigia novas chamadas de capital e o presidente ficou conhecido como o “rei do rateio”. Por outro lado, tinham a grande participação dos sócios que contribuíram muito para a evolução do clube.

durante os oito anos de gestão, outras mudanças marcantes foram realizadas, como as duas refor-mas do estatuto. a primeira foi a criação do sócio remido, que deu possibilidade às pessoas com mais idade continuarem a frequentar o clube sem pagar a mensalidade. o sócio entrega o título para o clube, que tem a oportunidade de vender para um novo sócio, aumentando a receita. as condi-ções para que o sócio se torne remido é comple-tar 35 anos de associado e ter 65 anos de idade. dessa forma, conseguiu-se aumentar o número de associados e hoje o clube tem, aproximadamente, 220 sócios remidos.

a outra inovação foi criar o conselho deliberativo, formado por 29 associados que escolhem o pre-sidente do clube entre os candidatos. atualmente, jorge é o presidente do conselho e o próximo passo é tentar alterar o estatuto para que os filhos dos sócios possam permanecer por mais tempo como dependentes e não somente até os 21 anos. ele vê que, dessa forma, os jovens permanecerão por mais tempo em um ambiente saudável, no conví-vio dos amigos e familiares.

Competente em tempos de inflaçãoJorge Luiz Buechler formou com Arno Buerger uma dupla dedicada e apaixonada pelas coisas do Tabajara

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Fazer do tabajara tênis clube um local de união entre família e amigos sempre foi o principal objetivo do presidente jorge luiz buechler e seu vice arno buerger. essa prerrogativa segue a tradição do início do clube, quando os imigrantes alemães fun-daram a sociedade de caça e tiro para con-gregar os habitantes da colônia.

além das benfeitorias, havia também a parte social. no final da década de 1970, um baile de ano novo memorável reuniu cerca de 500 pessoas. Mas o presidente era rígido com os costumes, não permi-tia que nos bailes de gala os associados retirassem o paletó e a gravata borboleta, ou que fossem para o meio do salão com bebida ou fumando, para não incomodar os que estavam na pista.

Para ter um clube sempre bonito e colori-do, jorge conta que o vice-presidente ia ao tabajara todas as manhãs para cuidar das roseiras. “o arno cortava algumas rosas e colocava na recepção, tinha um amor im-pressionante pelo clube”, relata o amigo, contando o orgulho de ter participado da renovação do tabajara e ver hoje as novas diretorias fazendo um excelente trabalho. “o clube teve muita sorte com todos os presidentes que nos sucederam. demos condições para que o clube expandisse e as gestões seguintes aproveitaram essa oportunidade”, completa.

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jorge luiz buechler tornou-se sócio do ta-bajara ainda jovem, no início da década de 1950, quando os pais voltaram de Florianó-polis, onde haviam se casado e criado sete filhos. a família passou a frequentar o clube: iam aos domingos para dançar, jogar e ir ao restaurante, que abria também à noite. Par-ticipavam de todos os bailes, sempre com gente muito bonita e bem trajada, segundo jorge. Para ele, uma das características da-queles tempos era que as pessoas jantavam e conseguiam conversar durante os bailes. “Hoje, as coisas estão bem diferentes e os

jovens gostam mesmo é de música alta”, comenta saudosamente. ele recorda de sen-tar-se na antiga cancha de bocha aos sába-dos de manhã cedo e observar a natureza. “dava pra ouvir o orvalho cair das folhas”.

em um baile de são joão, ele e um amigo re-solveram ir a cavalo para a festa. encontra-ram um senhor que tinha um carro de mola e o convenceram a emprestar os cavalos. Àquela altura, os dois já tinham feito o “es-quenta”. ele conta que não teve problemas, mas o amigo mal conseguia parar em cima

do cavalo. cada vez que subia, caía do outro lado. depois de muito tentar, conseguiram chegar à festa.

entre as vitórias no esporte, jorge foi cam-peão de tênis do campeonato de bola Mur-cha, que era praticado por amadores. a es-posa renate é de uma família de atiradores (a família otte) e, a pedido do clube, entregou uma caixa cheia de medalhas que ela havia conquistado. “agora vocês podem imaginar o perigo que eu corro em casa”, disse jorge, arrancando gargalhadas dos amigos.

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Manter o clube bonito era preocupação constante de Arno Buerger (abaixo com a esposa Adelaide), que costumava ele mesmo praticar jardinagem no Tabajara

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28Presidentes

de 1971 a 1973, o empresário adolfo luiz altenburg foi presidente do clube. nesse período, a cidade passava por uma fase de tranquilidade e foi nesse mesmo ritmo que se desenvolveu a gestão. “recebi e entreguei o clu-be em absoluta harmonia”, lembra. altenburg acredita que as novas ideias são benéficas, mas nenhum sócio quer grandes reviravoltas, já que o que mais apreciam no tabajara é a tranquilidade.

o empresário conta que não fez nenhuma construção e que em sua passagem como presidente apenas con-cluiu obras que estavam em andamento. segundo al-tenburg, o grande expoente da sua gestão foi a retoma-da do tradicional baile de Gala, idealizada pelo diretor social da época, o amigo josé Fiúza lima. na ocasião, a dupla achava inaceitável o primeiro clube da cidade não ter um evento desse nível. “aquela edição do baile de Gala foi a mais linda que o tabajara já teve”, acentua.

Gestão tranquila e galanteComo presidente do clube, Adolfo Luiz Altenburg trouxe de volta o tradicional Baile de Gala

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casa associado desde a década de 1960, o em-

presário também foi vice-presidente por seis anos. Hoje, é sócio remido e conta que gos-tava de jogar tênis para movimentar o corpo. conhecido por todos os tenistas, altenburg é presença constante nas quadras do tabajara.

o ex-presidente ressalta que todos os mo-mentos que viveu no clube foram os melhores de sua vida e que o lugar é como um apêndice de casa, pois foi onde criou os dois filhos e os cinco netos. “a localização é privilegiada e os ambientes são bonitos. tenho muito orgulho em fazer parte do clube e de ter participado da diretoria”, diz.

na opinião do empresário, todas as obras fei-tas fora da sua gestão foram muito bem exe-cutadas, principalmente as reformas no bolão, que revitalizaram o espaço.

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30Presidentes

repleto de memórias de quando o tabajara tênis clube ainda nem tinha esse nome, egon alberto stein foi presidente do clube no período de 1964 a 1966. o ex-presidente conta que a história do tabajara se funde ao crescimento e evolução de dois clubes distintos, o schützengesells-chaft, clube do tiro, fundado em 1859, que além do tiro era o clube social da colônia, e o blumenauer tênis clube, um clube esportivo para a prática do tênis, fundado já no século 20.

com o advento do estado novo, em novembro de 1937, iniciou-se uma campanha que adotava medidas nacionalistas para criar uma iden-tidade brasileira. estrangeiros e descendentes ligados aos países do eixo, durante a segunda Guerra Mundial, representavam perigo para o governo, que determinou a caça às bruxas. entre outras coisas, eram proibidos os hinos das potências do eixo, assim como falar o alemão. o edital da secretaria de segurança Pública da época também vetava a reunião para festas privadas, como aniversários, bailes ou banque-tes. no schützengesellschaft, não foi diferente e por volta de 1940, o exército confiscou as instalações do clube de tiro para alojar soldados, cessando todas as atividades sociais, principalmente a prática do tiro ao alvo.

ao final da segunda Grande Guerra, os tenistas do blumenauer tênis clube demonstraram interesse em incorporar a área do clube de tiro, mas a união não demonstrava intenção de devolver o patrimônio. egon conta que essa atitude provocou uma reação no grupo dos praticantes do esporte branco, que iniciaram um movimento local com os antigos sócios do clube de tiro para incorporar o patrimônio.

entre as inúmeras discussões, optou-se inicialmente em mudar o nome do clube. o ex-presidente conta que arão rebelo, também tenis-ta, sugeriu unir todos os tenistas numa taba. “a discussão e os palpites continuaram até que alguém lançou a ideia de tabajara, creio que foi o próprio arão rebelo”, conta egon. assim, achado o novo nome, com toque bastante nacional, iniciou-se o entendimento e montagem de um esquema para obter a incorporação do patrimônio do clube de tiro ao clube de tênis, agora já com o nome de tabajara tênis clube. dali em diante, foram feitos contatos com todos os ex-sócios do clube de tiro e proposta a incorporação, convidando a todos a fazerem parte do novo clube. a incorporação foi conseguida, mas poucos sócios do agora extinto clube de tiro associaram-se ao tabajara, conta egon.

ainda restavam a devolução do patrimônio e a retirada dos soldados e os tenistas iniciaram uma nova ação para fazer pressão política local, estadual e federal. Max tavares d’amaral e roberto Grossenbacher, ambos deputados Federais por blumenau, abraçaram a causa e atua-ram politicamente na capital Federal, rio de janeiro, pela devolução do clube de tiro, que foi bem sucedida.

Desde os tempos do paiEgon Alberto Stein viveu o período da guerra, quando o clube virou base militar e depois recebeu o nome atual

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incorporado o patrimônio, estava realizada a fusão dos dois clubes em um só. Porém, o patrimônio estava totalmente destruído. segundo egon, o primeiro passo foi elaborar o estatuto do tabajara tênis clube, que determinava que este seria um clube por ações. “Foi autorizada a venda de 200 ações ao valor 5 mil réis cada”, lembra egon, que teve a ação de número 84, presente do pai, pois ele estava cur-sando engenharia civil em curitiba. as vendas movimentaram o clube, que obteve o capital necessário para a reforma da sede, projetada por richard Kaulich.

a intenção era concluir os trabalhos para serem inaugurados no dia 2 de setembro de 1950, data do centenário de blumenau, o que não foi possível. contudo, Werner Garni, também sócio e tenista, conseguiu montar uma boate na parte já concluída que funcionou ao longo dos festejos do centenário de blumenau.

em 1954, egon alberto stein volta a blumenau assumindo a função de residente do departamento de estradas de rodagem. nesse mesmo ano, é iniciada a pavi-mentação da estrada blumenau – itajaí e ele começa a ser assíduo frequentador do tabajara, esportiva e socialmente. em fevereiro daquele ano, foi convidado para substituir Werner Garni na direção do tênis, quando foram construídas as quadras 3 e 4. desde então, ele participa das diretorias do clube.

na presidência do tabajara, egon queria construir o bar da piscina, mas as finanças estavam fracas. então ele fez contato com empresas de amigos que estivessem dispostos a colaborar com dois, três, quatro ou mais salários mínimos por mês para executar obras e eventos que tinha programado, já que estas empresas também usufruíam das instalações do clube. Walter schmidt s. a., artex, altona, teka e cremer foram algumas delas.

uma das promessas da diretoria era dinamizar o clube e para isso todos os meses ofereceu aos sócios um evento diferente. Festa do tiro, torneio de bolão, campe-onato interno de tênis, torneios amistosos de tênis com clubes de outras cidades – Guarani, de itajaí; lira tênis clube, de Florianópolis; boavista, de joinville e coun-try, de curitiba. além dos campeonatos de biriba, skaat, snooker e dominó. também fizeram uma noite em Monte carlo com jogos para valer de black jack, roleta, poker e bacarat.

egon frequenta o clube de tiro desde de 1934. o pai, alberto stein, era prefeito de blumenau e estava sempre presente no tiro e eventos sociais. naquele tempo, inú-meras festas eram realizadas anualmente pelo schützengesellschaft, começando com o baile de Gala da Páscoa. outro grande evento era a Festa do tiro seguida de baile, na data de Pentecostes, com a coroação do rei do tiro e rei do Pássaro. em junho, realizava-se a Festa de são joão (sonnenwendfeier). em seguida, acontecia o baile de Primavera, baile de Gala, com direito a vestido longo e smoking, que hoje é o baile de debutantes. em dezembro, aconteciam os bailes de natal e ano novo.

o ex-presidente começou a praticar o tênis aos 10 anos e jogou até que um proble-ma lombar o obrigou a deixar o esporte. jogava todas as terças, quintas e sábados e muitas vezes ainda aos domingos.

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34Presidentes

Henrique ramon Miehe tinha 30 anos quando se tornou sócio do tabajara tênis clube. quem conta a história de um dos presidentes do clu-be é a viúva rita roedel Miehe, que participou ativamente das atividades do tabajara durante os dois mandatos do marido. o casal morava ao lado do clube, na casa que recentemente foi demolida para a construção das quadras de tênis cobertas. dali, antes mesmo de ser sócia, rita admirava a beleza e as festas sem-pre muito animadas.

antes de chegar à presidência, Miehe foi dire-tor do bolão. Posteriormente, com a primeira reforma inovadora do clube, que elegeu uma nova diretoria, ele foi eleito tesoureiro na ges-tão de arno buerger. Por quatro anos, Miehe teve a responsabilidade de gerir o dinheiro destinado às reformas. Foi nessa época que a piscina foi inaugurada, mudando completa-mente a rotina do clube e trazendo ainda mais descontração. “jogamos bolão uns 10 anos. ramon à noite e eu à tarde. quando a pisci-na foi construída e inaugurada, ficamos muito contentes, pois nossos filhos e eu aprende-mos a nadar”, conta rita.

o mandato de Miehe foi de 1965 a 1969, isso porque no final do primeiro mandato, quando iria deixar o cargo, a pessoa que o sucederia desistiu três dias antes da assembleia. rita cuidava da decoração do clube. aprendeu com adelaide buerger e, todos os sábados, durante quatro anos, enfeitava a entrada do tabajara.

O Tabajara muito de pertoRita e Henrique Ramon Miehe viveram intensamente as coisas e o dia a dia do clube

Fomos muito felizes no tabajara. lá, festejamos nossas bodas de ouro, meus 80 anos e os 80

anos do ramon

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nos dois anos que se seguiram, a vida social do clube mudou radicalmente. Festas, bailes e inovações voltaram a acontecer, inclusive a noite das cinderelas, como era chamado o baile de debutantes, que era celebrado em no-vembro, data de fundação do clube. segundo rita, o gran-de idealizador das novidades foi o diretor social josé Fiúza lima, no período de 1967 e 1969. nesse ano, o bolo foi colocado em cima do lustre, que descia do teto de forma esplendorosa, e as 17 jovens apagavam as velas. a en-trada delas no salão foi marcada por uma carruagem es-tilizada sobre o palco. “Pessoas renomadas participavam desse evento, até governadores”, conta rita, ao recordar que aquele baile foi até 7h da manhã, algo raramente visto naquele tempo.

os bailes de réveillon também eram muito marcantes para a sociedade daquele período. sucesso absoluto, os sócios se reuniam para festejar a chegada do novo ano. a Festa de são joão era muito badalada, com muitos enfei-tes, comida e bebida típicas a noite toda. “nossa família participou intensamente da vida social do tabajara tênis clube. estávamos presentes em todas as festas e nos eventos que o clube realizava”, diz rita. Para comemorar o centenário de blumenau, em 1950, a sede do clube foi reformada especificamente para sediar o baile de Gala.

durante a segunda gestão, mudanças na sede foram su-geridas, mas não foram aprovadas em assembleia. essas e outras modificações elaboradas pelo arquiteto Hans broos, como a ampliação da sede e outras dependências, foram feitas anos mais tarde. “naquele tempo, até nas festas, a maneira de se divertir era outra”, aponta rita, lembrando os relatos do marido. ele costumava dizer que os jovens de hoje dançam de um lado e a parceira lá do outro, não agarradinhos como antigamente.

Mesmo sem realizar as obras que queria, anos mais tarde Miehe viu a evolução do clube e a preocupação constante com o bem-estar do sócio, que sempre foi o seu principal intuito. Para ele, a contribuição do clube, desde os pri-mórdios, para blumenau foi imensa, pois congregava os poucos habitantes em 1859 no passatempo de que eles mais gostavam. reflexo dessa iniciativa foram os mais de 30 clubes de caça e tiro que surgiram posteriormente na cidade. “Fomos muito felizes no tabajara, que era uma extensão de nossa casa, que ficava ao lado do clube. lá, festejamos nossas bodas de ouro, meus 80 anos e os 80 anos do ramon”, conta rita, relembrando os bons mo-mentos ao lado do saudoso marido.

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3�Presidentes

Brincalhão e dedicadoEleito por unanimidade, Arno Bernardes, seu jeito alegre e a risada inconfundível conquistaram a todos

sócios do tabajara desde 1953, brigite afirma que o lugar sempre foi vizinho, cozinha e extensão de casa. tanto que os filhos, quando pe-quenos, fizeram uma trilha no meio do mato que dava nos fundos do clube. “enquanto eu pensava que estavam estudando no quarto, as crianças já estavam nadando na piscina há tempo”, lembra.

o tabajara fez parte dos descontraídos momentos da vida da empre-sária com a família. ela revela que o marido era muito brincalhão e em uma ocasião vestiu-se de tenista e pediu para que todos falas-sem que ele era o melhor do brasil para amedrontar o profissional thomas Koch, que participava de um torneio no clube. “o bernardes chegou todo empinado e disse que só não arrasaria o tenista na qua-dra porque estava com o pé machucado quando, na verdade, nunca havia segurado uma raquete na vida”, relembra aos risos.

em outro evento no tabajara, o presidente fantasiou-se de policial, acendeu um charuto e foi à Festa de são joão. lá, não foi reconhecido por ninguém, o que causou certo burburinho. segundo brigite, a pre-sença de uma autoridade estava deixando os sócios desconfortáveis e todos se perguntavam quem era o tal policial. o disfarce durou pouco tempo, pois foi reconhecido assim que soltou a primeira gargalhada – marca registrada de bernardes.

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o jeito alegre e comunicativo de arno bernardes conquistou a equipe administrativa do tabajara, que era formada essencialmente por descendentes de alemães. a empresária brigite bernardes conta que a gestão de 1974 a 1976 foi a mais divertida, pois refletiu a personalidade do marido. “ele se candidatou à presidência sem muita expectativa, porque achava que um brasileiro de itajaí não teria a mínima chance. ele conquistou o coração dos alemães e ganhou o cargo com unanimidade dos votos”, recorda.

brigite conta que o mandato foi marcado por constantes melhorias, entre elas a colo-cação de ventiladores nos ambientes e o calçamento do clube. segundo a empresária, ambas eram medidas emergenciais, pois quando aconteciam os bailes, o calor era insuportável e as senhoras usavam lindos vestidos longos que as barras arrastavam no barro.

tais eventos eram sempre glamurosos. o presidente convidava personalidades como a atriz suzana Vieira, o cantor Martinho da Vila, a dançarina Marlene Paiva e a cantora Helena de lima. Há quatro anos, Helena cantou a música um rio que Passou na Minha Vida em homenagem ao amigo quando reconheceu a filha de bernardes na plateia em um show, no rio de janeiro.

brigite ressalta que, apesar da personalidade expansiva, o presidente escutava com atenção os conselhos dos mais velhos e não hesitava em pedir a opinião de todos antes de qualquer iniciativa.

bernardes e brigite formavam uma bela parceria. todas as noites eles iam ao tabajara para ver se estava tudo certo. a empresária estava continuamente envolvida nos projetos do marido e revela que ele fazia questão que somente a esposa cuidasse dos arranjos de flores que enfeitavam o clube.

sempre na ativa, brigite colaborou com a rede Feminina de combate ao câncer em blumenau e, quando bernar-des faleceu, em 1979, tomou as rédeas da fábrica de peças especiais que o marido havia fundado em 1955. Mesmo sem saber nada sobre metalurgia, brigite assu-miu a empresa e aprendeu o que precisava através de cursos e viagens. “quando meu marido faleceu, a blufix ainda não havia completado 25 anos e hoje está com 54”, comenta.

a empresária está com 76 anos, tem quatro filhos e o sétimo bisneto está a caminho. nem a numerosa família cansa brigite, que faz questão de trabalhar na fábrica diariamente. “eu gosto de atividade e não sei ficar pa-rada. sou metida mesmo”, assume a senhora que con-quistou o mais brincalhão dos presidentes.

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38Presidentes

Presidente do tabajara tênis clube por cinco anos (1990 a 1995), a memória de joão Gregório Pereira Gomes, mais conhecido como joca, é lembrada com carinho pela esposa carmencita Pereira Gomes, que recorda momentos maravilhosos do casal vividos no clube, assim como as importantes transformações feitas pelo saudoso marido.

carmencita destaca a reforma da sede social e do bolão como as mais importantes. “quando o die Kneipe foi inaugurado, o joca já havia fale-cido e me chamaram para a inauguração, que seria em homenagem a ele”, conta. joca faleceu em 1995.

bancário por formação, joca trabalhou por 32 anos no banco do brasil e participou de diversas atividades comunitárias, como na rede Feminina

de combate ao câncer e na apae. carmencita revela que joca era uma pessoa muito solidária, pois ajudava diversas entidades e, mesmo com a saúde comprometida, distribuía cestas básicas nos bairros carentes da cidade.

Foi professor em colégios de blumenau e de joaçaba, onde relações Humanas e Movimentos de líderes cristãos eram seus assuntos favori-tos. sempre era convidado para apresentar palestras sobre o tema.

culto, joca gostava muito de ler e de estudar. segundo carmencita, ele foi um homem muito ativo e achava chato não ter nada para fazer. “ele era um pouco cricri, gostava das coisas corretas, mas todos o adora-vam”, ressalta.

O querido JocaDedicação à família, ao próximo e ao clube foram marcas deixadas por João Gregório Pereira Gomes

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ção o tabajara representava para joca uma extensão de casa e a família. o ban-

cário tinha no tênis uma verdadeira paixão e se destacou ao ganhar campe-onatos. ele também jogava futebol, bocha e, com a esposa, participava dos animados eventos sociais. “os bailes de debutantes eram os mais lindos e o joca participou de cinco deles como presidente”, acentua.

o maior desafio de joca foi conseguir o consenso do corpo associativo para as reformas. carmencita lembra que seu período na presidência foi tão especial que, mesmo adoentado, o marido participava das reuniões administrativas regularmente. “o tabajara esteve no coração do joca até o fim. o vice-pre-sidente ia até o hospital para colocá-lo a par das novidades e para pedir conselhos”, lembra com orgulho.

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o a honestidade era a qualidade que carmencita mais admirava no marido. o bancário sentia-se amotinado com os políticos e dizia que o País não merecia o castigo de ser governado por corruptos.

o ponto fraco de joca, de acordo com a esposa, era o medo de avião. o pavor de voar fez com que o casal viajasse de carro até a Paraíba. “Foi muito can-sativo, mas ele não entrava em uma aeronave, a menos que fosse a trabalho e em voos rápidos”, conta.

a mãe de joca era turca e carmencita sempre sonhou em viajar para a turquia com ele. a sonhada viagem foi feita pela viúva, na companhia de amigas, já que esse foi um pedido feito pelo marido pouco tempo antes de falecer.

com sabedoria e integridade, o bancário conduziu a presidência do tabajara, onde cultivou amizades verdadeiras. Para carmencita, joca era um exemplo de homem que se orgulhava da família, que criou e protegeu com esmero e dedicação. Carmencita e o marido João gregório, o Joca

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40Tabajarianas

sócio do tabajara há mais de 60 anos, pois o pai foi um dos primeiros associados da fase pós-guerra, Guenter Kaulich frequenta o clube des-de criança e guarda belas memórias de todas as épocas. “toda minha infância foi vivida ali. Por morar nas proximidades, ia de bicicleta”, con-ta. ele garante que até hoje, ao entrar no clube, tem a mesma sensa-ção gostosa de antigamente.

o pai de Guenter, richard Kaulich, foi responsável pelo projeto da refor-ma da sede social quando o clube passou de sociedade de atiradores blumenau (blumenauer schützengesellschaft-verein) para tabajara tênis clube. “lembro-me de acompanhar meu pai na vistoria da obra várias vezes quando pequeno”. entre as discussões na época da obra, ele recorda a que o pai teve com Werner Garni a respeito da porta de entrada.

o tênis sempre esteve presente na família. Kaulich começou a jogar com sete anos. “Foi a época em que o tabajara contratou o primeiro treinador, Henrique cardoni”, recorda. ele conta que quando jovem os melhores jogadores do tabajara eram bernardo Hering e rudi nebelung. “eram o símbolo do tênis no tabajara”, afirma.

Kaulich disputava todos os campeonatos estaduais pelo clube, dos quais participavam as equipes de Florianópolis, brusque, itajaí, joinville e blumenau, e conquistou muitos títulos. também participou de cam-peonatos nacionais da época, sendo, inclusive, vice-campeão de duplas mistas do campeonato sul-brasileiro disputado em curitiba. “esta é uma lembrança marcante”, salienta. os treinos sempre aconteciam no tabajara, era lá que ele passava todo tempo livre, numa época em que o clube possuía apenas duas quadras.

assim como o pai, Kaulich foi diretor de tênis do tabajara. ele conta que quando arno buerger era presidente do clube, os dois trouxeram para blumenau o campeonato brasileiro infanto-juvenil e da juventude, sendo na época um grande evento nacional com a participação de atle-tas de todos os estados brasileiros. o tenista de destaque era thomas Koch, do rio Grande do sul.

na época, atuou na realização de vários torneios interclubes entre ci-dades do Paraná e rio Grande do sul. Hoje, Kaulich comemora o retorno da realização dos grandes campeonatos no tabajara, com o aberto de tênis de santa catarina. “este torneio projeta o tabajara nacionalmen-te”, observa.

orgulhoso, Kaulich conta ser seu pai o criador da primeira logomarca do tabajara tênis clube, em função dos campeonatos de tênis que come-çaram a ser promovidos no clube e no estado. “botafoguense fanático,

meu pai quis simplesmente substituir no emblema do time a estrela solitária pelo ttc”, conta aos risos.

além do tênis, outras atividades no tabajara fazem parte das histórias da família. ele recorda das gincanas, dos bailes de são joão – em que iam vestidos a caráter e havia a premiação para os melhores trajes – e dos elegantes bailes de ano novo. Participava também do bolão, ganhou o título de rei do tiro e, nesses anos todos, fez muitos e bons amigos.

Kaulich faz questão de parabenizar todas as diretorias e presidências que atuaram no clube, pois atribui a cada uma a elevação do nome tabajara. “o tabajara é considerado um destaque no estado”, analisa.

Seis décadas de TabajaraFilho de uma dos primeiros sócios do TTC, Guenter Kaulich coleciona histórias felizes e muitas amizades

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sócio do tabajara tênis clube desde dezembro de 1974, romualdo bonnemasou foi diretor de Patrimônio do clube entre 1986 a 2004. “se foram 18 anos de bailado entre os recantos do tabajara como diretor de Patrimônio, acho que alguma utilidade me foi atribuída”. ele conta que neste período o clube sofreu uma verdadeira meta-morfose. “Passou de arcaico e quase escombroso para uma obra digna para o deleite de seus ilustres associados”.

bonnemasou afirma que em momento algum na diretoria teve como objetivo glórias e aplausos. “isso porque eu acredito que ser diretor do tabajara não é dar um passo para o estrelismo, mas sim assumir o compromisso de se dedicar, cada um no seu setor, às causas que enobrecem o clube e o tornam funcional”, declara. Para ele, não há diretor que brilhe isoladamente. “o conjunto é que leva ao sucesso”.

ele permaneceu na diretoria durante nove gestões e recorda diver-sos momentos marcantes na realização da reforma da sede social. na época, ia ao clube praticamente todos os dias, geralmente para prestar orientações e resolver os problemas que surgiam. e tam-bém para usufruir de bons momentos quando jogava bolão, bocha, praticava tênis e frequentava a sauna.

Muitos eventos sociais, segundo o ex-diretor, foram notórios. “não perdíamos os memoráveis bailes de debutantes e nenhuma outra festa”. ele classifica como especial a “segunda noite de inaugura-ção no tabajara”, quando foi aberto o die Kneipe.

bonnemasou diz que com o passar do tempo alguns dos “mais velhos e nobres associados foram se retirando e ‘desaparecendo’”. desta forma, foi necessário pensar em renovação. “acreditou-se que o ecletismo de uma diretoria mais jovem poderia proporcionar novos incentivos ao clube. assim foi feito e por isso o tabajara é hoje o que é. cada qual com sua própria conjectura”, observa. “renovar é necessário para não sucumbir”, finaliza.

18 anos na direção de PatrimônioRomualdo Bonnemasou exalta as tradições do Tabajara, mas salienta que renovar também é necessário

ser diretor do tabajara não é dar um passo para o estrelismo, é assumir o compromisso de se

dedicar às causas que o enobrecem

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A dermatologia é a especialidade médica que se ocupa do tratamento clínico e cirúrgico das doenças

da pele, pelos, unhas e mucosas oral e genital.Melhora a qualidade de vida de seus

pacientes desde a infância até a velhice.A cosmiatria dermatologica avançou muito na descobertade métodos de rejuvenescimento e regeneração da pele.

DERmAtOLOgIA CLInICA E CIRúRgICADERmAtOLOgIA COSmétICA: rejuvenescimento,

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PROFESSOR TITULAR DE DERMATOLOGIA DO CURSO DE MEDICINA DA FURBDOUTOR EM DERMATOLOGIA PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROMEMBRO DA ACADEMIA AMERICANA DE DERMATOLOGIACHEFE DO DEPARTAMENTO DE CÂNCER DA PELE E MEMBRO DA COMISSÃO CIENTÍFICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIAMEMBRO E CONSELHEIRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA DERMATOLÓGICAPRESIDENTE DO CONGRESSO BRASILEIRO DE DERMATOLOGIA-1998-BLUMENAU-SC

Horário de funcionamento:das 09hs às 11hs

e das 14hs às 18hs

CRM 1118

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44Tabajarianas

em 1962, quando estudava no rio de janeiro, o técnico industrial têxtil alcemir Karasinski veio excursionar por santa catarina com a turma da escola e, a convite de empresários, o grupo almoçou no tabajara tênis clube. alcemir conta que, na ocasião, caiu de amores pelo lugar e viu pela primeira vez sua futura esposa. no ano seguinte, veio fazer estágio em blu-menau, quando reencontrou a tenista lorena van Wickern que era sócia esportista.

quando se casou, três anos depois, a tenista deixou o esporte e alcemir prometeu que vol-taria a ser associado do clube. não deu outra: 12 anos depois, ele voltou ao tabajara, sendo que naquela época para tornar-se sócio tinha que ter aprovação unânime através de votos secretos de todos os membros da diretoria.

alcemir recorda que, em 1964, sua futura sogra, dona irma, era proprietária de um famoso salão de beleza chamado lorena e atendia muitas sócias do clube. quando resolveu encerrar as atividades do estabelecimento, dona irma foi intimada por suas clientes a reabrir o salão dentro do tabajara, onde o estabelecimento funcionou por mais dois anos.

A descoberta do amorNo primeiro contato com o Tabajara, Alcemir Karasinski apaixonou-se pelo clube e conheceu a futura esposa

Vida

lá fo

ra desde o retorno, alcemir permaneceu como sócio do clube e hoje é remido, de-pois de frequentar o tabajara por mais de 30 anos. “tem que balancear um pouco porque senão a vida lá fora fica a ver navios. tenho amigos de outros lugares tam-bém”, conta. antes de se tornar sócio proprietário do tabajara, ele foi associado do Guarani esporte clube, do bela Vista country clube e do olímpico. nessas três décadas, alcemir fez amizades, contatos e fundou o grupo de bocha das quintas-feiras, o de bolão das segundas-feiras, viveu e vive muitas histórias.

sempre envolvido nas atividades administrativas, alcemir foi por dois anos diretor da bocha, colaborou outros dois anos como segundo-secretário e mais dois anos como primeiro-secretário. Há 20 anos, é tesoureiro do clube. “é gratificante fazer parte da vida do clube e trabalhar na tesouraria. Gosto de lidar com números e fazer o que faço”, diz. segundo alcemir, o grande desafio financeiro é economizar, nunca gastar mais do que se arrecada e garantir um mês de arrecadação em caixa. em sua gestão, foi introduzido o sistema orçamentário do clube.

Orde

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sa de acordo com o técnico, cada departamento tem seu orçamento definido e é preciso saber controlar os gastos para evitar surpresas. “chegamos a movimentar três milhões de reais em um ano”, revela. como tesoureiro, alcemir participou das principais obras do clube, como a construção do die Kneipe, das piscinas, da reformulação do restaurante e da grande reforma na sede, que estava com a estru-tura de madeira infestada por cupins. estas obras, segundo alcemir, deram condições de o clube crescer e ser o que é hoje.

“o desbarrancamento que ocorreu no ano passado foi o maior gasto inesperado que o clube já teve. as atividades na área de lazer foram momentaneamente interrompidas e todas as atenções voltaram-se para o incidente”, afirma. números à parte, os melhores momentos da vida social de alcemir foram vividos no tabajara. no clube, ele casou os três filhos – leandro, charles e julian –, parti-cipou de animadas festas e passou por seis presidentes durante a participação na administração.

ele revela que, no próximo ano, vai deixar a tesouraria, mas continuará à disposição para colaborar naquilo que estiver ao seu alcance, colocando a experiência, mais uma vez, a serviço do destino do clube do qual tem orgulho e satisfação em pertencer.

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4�Tabajarianas

o publicitário cao Hering acompanhou de perto todas as transformações que aconteceram no tabajara ao longo das últimas décadas. “Meu pai fez parte da diretoria quando o clube de tiro se transformou no tabajara tênis clube. toda a configuração do clube era diferente”. cao lembra que o acesso era por uma estrada de terra, cercada por muito mato.

“o zelador morava em uma casa de madeira que ficava em frente ao clube. os filhos dele eram os boleiros e tinha apenas duas quadras de tênis”, conta ele que, há muitos anos, faz parte da diretoria do clube, já tendo atuado como vice-diretor social e atualmente como diretor de Marketing.

cao explica que hoje o tabajara é muito organizado, como se tudo fizes-se parte de uma engrenagem. “antigamente, o clube tinha outra con-figuração, sem muita pretensão. os funcionários eram praticamente o zelador, o ecônomo e o porteiro. tinha até um cachorrinho que circulava pelo clube”, lembra com humor. cao também ressalta as melhorias na estrutura. “o campo de futebol não era nem um retângulo e nem um

quadrado, ele era uma figura geométrica indefinida. sem falar que tinha um poste que ficava uns três metros dentro do campo”.

outra evolução do ponto de vista do diretor de Marketing, foi a climati-zação da sede social. “imagina: durante o baile de réveillon, os homens vestindo terno e gravata em pleno calor do dia 31 de dezembro!”. cao é do tempo em que o clube ainda não tinha piscina, sauna e academia – hoje, o Gym studio é frequentado diariamente por ele. “Foram muitas evoluções, muitos espaços foram adicionados ao clube, causando uma metamorfose, já que antes era tudo muito tosco”, observa.

o publicitário acredita que o tabajara se transformou, com o passar dos anos, em um ícone para a sociedade blumenauense. “o taba tem uma aura de um clube muito sofisticado, mas o que prevaleceu foi o bom gosto das pessoas que foram assumindo as diretorias, até porque o clube já teve uma fase muito primitiva no passado”. Para ele, entre os destaques está a cozinha do tabajara, que virou uma referência no estado, além das festas que entraram para a história.

Um punhado de histórias pra contarCom o humor à flor da pele, Cao Hering relembra histórias e fala da evolução do clube

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São

João “tenho boas lembranças das festas e dos bailes, que sempre foram muito con-

corridos. Mas, antigamente, o calendário social era muito restrito, apenas com o baile de debutantes, a Festa de são joão e o réveillon. Hoje, nós temos vários espaços no clube que oferecem estrutura para festas nas mais diversas forma-tações”. cao explica que antigamente o tabajara era muito voltado para o tênis e, até mesmo por isso, não priorizava os eventos sociais. “Hoje, o clube está bas-tante envolvido com os eventos beneficentes, além de oferecer opções culturais e sociais para os associados”, comemora.

segundo ele, o perfil das festas mudou ao longo dos anos. “a Festa de são joão, por exemplo, era uma verdadeira festa caipira com churrasco, fogueira e arrasta pé. quando eu tinha oito anos, lembro que meu pai veio à festa vestido a caráter, montado em um cavalo. Hoje, é tudo muito chique”, fala aos risos. o clube era considerado a segunda casa de cao na infância e adolescência, já que passava as tardes no tabajara. “até hoje, eu não me imagino sem o tabajara no meu dia a dia”, afirma.

Para o publicitário, o clube é pano de fundo de muitas histórias, desde as tradicionais festas até os amores proibidos e os encontros secretos no meio dos bailes. “o porteiro joão era uma figura engraçada que acompanhava de perto muitas dessas histórias, principal-mente da turma de meninos que espiava as moças se trocando no vestiário feminino para irem à piscina”, relembra com nostalgia. as brigas também faziam parte. “os caras discutiam por nada, mas no outro dia já faziam as pazes. Hoje, está tudo muito controlado, diferente de tempos atrás quando as pessoas não encaravam o clube como um espaço democrático em que todos devem se respeitar, já que é um local de lazer, descontração e diversão”.

o campo de futebol não era nem um retângulo e nem um quadrado, era uma figura geométrica

indefinida. sem falar que tinha um poste dentro

Com humor refinado e característico, Cao hering é um cronista da vida no Tabajara, traduzida em textos e charges na Tie Break

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48TaBaJariaNaS

são muitas as histórias que arno buerger Filho, mais conhecido como arninho, tem para con-tar sobre o tabajara. “eu praticamente nasci no clube; foi ali que comecei a brincar”. o pai arno buerger foi presidente do tabajara em três ocasiões, atuando também como vice-presidente por diversas vezes. ele lembra que, em 1960, o clube sediou o campeonato de tê-nis infanto-juvenil e da juventude no brasil. o presidente da Federação brasileira de tênis na época, antônio Pereira oliveira, era amigo do pai de arninho, com quem fez uma parceria para trazer esse evento para blumenau.

“lembro-me que o último andar do prédio da minha família, onde tínhamos a casa buer-

ger, serviu de alojamento para os jogadores. alguns deles ficaram hospedados na nossa casa, entre eles o renomado thomaz Koch”. Por influência do jogador, aos 15 anos arninho começou a jogar tênis, participando, em 1962, do campeonato brasileiro em Piracicaba (sP) com os amigos Paulo sérgio alcantaro Pereira e rudolfo Weickert.

“na presidência de meu pai, lembro-me tam-bém que, em 1962, foi realizado o terceiro baile de debutantes, após um intervalo de al-guns anos. o baile foi marcado pela presença de uma única debutante, a jovem Mariza za-drosny, e o evento fez muito sucesso à época”. “Hoje, nossos bailes de debutantes são ini-

gualáveis. acredito que em nenhum município do brasil seja realizado com tanto esmêro e carinho como pelas incansáveis diretoras rita schürmann e lorna stein”.

entre os momentos mais marcantes para ar-ninho, estavam as festas promovidas na sede do clube. quem chegava primeiro, ocupava as melhores mesas. então, os pais mandavam os filhos mais cedo para reservarem os lugares. sérgio Margarida, luis carlos lenzi, arninho e outros iam com muita alegria, pois era uma oportunidade de tomar a famosa laranjinha Max Wilhelm. “quando os pais chegavam, al-guém se responsabilizava em levar as crian-ças para casa”, conta, com saudosismo.

o baile de réveillon foi um dos eventos so-ciais que mais marcou a juventude de arninho. “como todos do clube se conheciam, à meia noite todos se confraternizavam, desejando Prosnóia, o que durava em torno de duas ho-ras, e, quando se retornava à mesa de origem, já estavam um pouco mais ‘altos’”. arninho destaca que a atual diretoria, sob a presidên-cia “do jovem e dinâmico” otávio Margarida, vai reeditar o réveillon que “com certeza será mais uma iniciativa que se tornará tradicional e envolverá os sócios com muita alegria”. ou-tra passagem que marcou a ligação de arninho com o clube foi a inauguração da piscina do tabajara, a segunda em um clube do estado. na ocasião, foram feitas duas competições de natação e um show de aqualoucos, realizados pelos filhos dos associados. arninho lembra da participação de sérgio buerger, seu irmão, de beto schürmann, Marcos leyendecker, entre outros.

a inauguração da piscina, construída no perí-odo em que o pai de arninho era presidente, foi um acontecimento na cidade. “Foi realizada uma assembleia que aprovou a construção da piscina e meu pai recebeu do sócio e prefeito Hercílio deeke um documento redigido do pró-prio punho onde ele explicava que não poderia participar da reunião, mas que era amplamen-te favorável”, recorda arninho.

Um colecionador de históriasDa presidência do pai Arno Buerger ao retorno às quadras de tênis, eis um dos grandes personagens do Tabajara

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na década de 1970, arninho ajudou a organizar, junto com alcides Machado, um tradicional campeonato de canastra. “na época, foi uma festa, com 120 pessoas inscritas. todas as segundas e quartas-feiras reuníamos os sócios no salão do aquário para o torneiro, que era muito concorrido. na mes-ma época, arninho ajudou a promover um torneio de biriba para movimentar o clube. em 1976, iniciou o campeonato de futebol suíço, que rendeu boas histórias.

arninho lembra que o antigo campo, logo na entrada do clube, tinha um poste que ficava alguns metros para dentro da linha lateral. “o alírio cunha, que na época era chamado de la bru-na por causa de um famoso jogador argentino, quis dar uma meia-lua e acabou driblando o poste, se estatelando todo”, lembra aos risos. ele diz que muitos que não jogavam bola queriam participar do campeonato apenas pela diversão.

“era um acontecimento. a banda do quartel tocava enquanto nós marchávamos da sede ao campo”. segundo arninho, o centroavante do time dele era cao Hering. “ele chegou a fazer até gol de canela, já que só conseguia enxergar o vulto da bola. quando fez o gol, foi uma festa”, lembra em tom de brincadeira o organizador do campeonato, que contou com a colaboração de antônio Flávio alende e alcides Machado.

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atos

Hoje, arninho vai ao tabajara todos os dias, até por causa da quadra 8, espaço idealizado para a tradicional cervejinha e confraternização após os jogos de tênis. arninho lembra que o fundador foi o saudoso Peter isen. também vai ao clube para jogar tênis e frequentar a academia, assim como, nas primeiras segundas-feiras do mês, participa dos jantares dos segundas-ferinos, grupo formado por amigos do locomotiva e do candangos, há 20 anos. outro espaço bastante frequen-tado por arninho é o restaurante do tabajara. “Foram feitas diversas reuniões da cdl e sindilojas. nesse espaço, nasce-ram iniciativas que contribuíram para o desenvolvimento de blumenau, como a casa do comércio e a revitalização da rua xV”, destaca.

quando foi implantado o sistema magnético na portaria, arni-nho e o amigo emílio schramm competiram para saber quem vinha mais ao clube. “em um mês, ele veio 67 vezes. eu fiquei em segundo lugar, com 64 entradas registradas”. Para arninho, muitos nomes fazem parte da história do clube. “os garçons Herbert e Klueger se tornaram nossos amigos, assim como os ecônomos bernerth, Waldemar e inácio. o von ro-goschin, por exemplo, lançou o estrogonofe. Hoje, o tabajara é uma grife e todos sentem orgulho de fazer parte do clube”, diz o sócio que recentemente voltou a praticar tênis.

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50Tabajarianas

Há 22 anos, um grupo de amigos reunia-se semanalmente na sauna ou no bar da Piscina do tabajara tênis clube para comer, beber e conversar. os encontros eram divertidos, porém, o corretor tercílio bernardi sentia a necessidade de praticar alguma atividade que desacomodasse os membros do grupo. Foi quando surgiu a ideia de utilizar o espaço para a prática de bocha. tercílio conta que gosta do esporte desde criança e que aprendeu a jogar com o pai. “sou bom no esporte. coleciono troféus que serão expostos na comemoração de 150 anos do clube”, diz.

Fundador do grupo de bocha e da equipe conhecida como Grupo dos 17, o corretor revela que para fazer parte desse seleto conjunto o associado precisa ser avaliado e ter unanimidade dos votos dados pelos outros fundadores. “caso algum integrante seja contra a participação do candidato, ele não fará parte dos 17 e o motivo não precisa ser revelado”, acentua.

é natural que todos queiram participar das atividades da equipe. segundo tercílio, além de jogarem bocha e dominó, toda quarta-feira um integrante patrocina um belo jantar aos companheiros. Pratos exóticos, como ga-linha d’angola, e cortes especiais de carnes são servidos nesses encontros. tercílio afirma que o divertido Grupo dos 17 é, na verdade, formado por 38 membros hete-rogêneos em relação à idade. no período de férias são os últimos a encerrarem as atividades e os primeiros a retomá-las, garante o sócio.

Democracia: de 17 para 38Amigos, bocha, dominó e boa culinária fazem parte da vida do fundador do Grupo dos 17

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amig

os ativo, tercílio está com 76 anos e não deixa de trabalhar. sócio do clube há 40 anos, hoje re-mido, o corretor fez questão de pagar a men-salidade por mais alguns meses. conselheiro do clube por 14 anos e diretor da bocha por três, tercílio sempre procurou fazer o melhor para o tabajara e pagar à vista as chamadas de capital. em seu mandato, fez melhorias na estrutura do prédio reservado ao esporte e otimizou o espaço ao transformar o lago em estacionamento. o corretor conta que os apri-moramentos feitos durante o tempo em que esteve na diretoria são aproveitados até hoje.

atualmente, o corretor está impossibilitado de jogar bocha, porém não deixa de participar dos eventos promovidos pelo grupo. afinal, é nes-sa equipe que estão os grandes companheiros de tercílio, que o ajudaram a superar momen-tos difíceis e estiveram presentes para come-morar os bons. “troquei a bola pelas peças do dominó. não jogo tão bem, sou um mero colocador de pedras”, assume. seja na sauna, no restaurante ou na cancha, o que importa mesmo para tercílio é a boa convivência entre amigos.

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sócio do tabajara há mais de três décadas, aldo Gervásio Gonçalves é uma das figuras marcantes que entraram para a história do clube. sua principal ligação é com o tênis, es-porte que pratica até hoje, aos 86 anos. Gon-çalves entrou como sócio do tabajara em abril de 1972, a convite do amigo adolfo luiz al-tenburg. apesar de participar de muitos cam-peonatos, onde garantiu diversas medalhas e troféus, o blumenauense diz que sempre teve o tênis como hobby.

“não fui um grande tenista, mas como eu jo-gava futebol, ficou mais fácil manter o pique dentro das quadras. como eu apreciava muito o tênis, dei-me bem nesse esporte, mesmo sendo canhoto e aprendendo a jogar com a direita”, comenta. ele iniciou as atividades nas quadras aos 45 anos, passando a jogar diariamente. “Hoje, jogo apenas umas três vezes por semana”. ele foi diretor de tênis por duas vezes e atuou como secretário do clube.

ele lembra que teve aulas com mestres como armando caparelli e Mario cornejjo, mas um dos momentos mais marcantes foi o cam-peonato brasileiro de Veteranos, realizado no tabajara em novembro de 1977. “o presidente do campeonato foi o antônio Flávio alende, enquanto eu assumi como vice-presidente”, conta o sócio remido que até hoje mantém uma raquete no clube, além de levar uma reserva no carro. na época do campeonato de veteranos, aldo Gonçalves respondia pela direção do tênis.

na diretoria, Golçalves construiu as quadras de lisonda. “Muitos sócios reclamavam que não podiam jogar tênis em dias de chuva, en-tão investimos em duas quadras nesse mate-rial. a ideia era fazer todo mundo jogar, mas tivemos que desmanchá-las por causa do alto impacto, transformando-as novamente em quadras de saibro”. as quadras cobertas na época não foram consideradas pela diretoria por que afetariam a estética do clube, já que ficariam na entrada do tabajara.

Amor maduro pelo tênisAldo Gervásio Gonçalves começou a jogar tênis aos 45 anos e, até hoje, mantém-se em atividade nas quadras

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or Gonçalves organizou diversos campeonatos no tabajara, através das normas da Fede-ração catarinense de tênis. em 2009, o tenista veterano foi homenageado pelo clube com um campeonato de tênis que levou o seu nome, além de receber um troféu comemorativo aos 85 anos de vida. “Foi uma honra ter sido lembrado pelo tabajara”, diz ele, que é fã confesso do tenista suíço roger Federer.

casado com Gilda joana do nascimento Golçalves há 63 anos, ele é pai de três filhos, tem sete netos e um bisneto. o neto joão Marcelo chegou a dividir as quadras com Gustavo Kuerten quando os dois jogavam pela ceval. “quando ele vinha de Florianó-polis pra cá, costumava ficar hospedado lá em casa”, conta.

além do tênis e do futebol, Gonçalves se aventurou na bocha e no bolão, nos momen-tos de lazer no tabajara. “eu sempre gostei de tudo que estivesse ligado à bola”. entre os parceiros de partida estavam adolfo luiz altenburg, rudi nebelung, Horst roessel, antônio Flávio alende, acary Pacheco, eduardo Ferencz e alcides Machado.

Hoje, Gonçalves é considerado o tenista mais experiente do tabajara ainda em ativi-dade. “ainda acompanho quase todos os campeonatos de veteranos. já estive jogando em belo Horizonte, novo Hamburgo, curitiba e são Paulo, entre outras cidades brasi-leiras”, finaliza.

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boas lembranças do tabajara tênis clube é que não faltam para o cirurgião dentista clóvis lenzi. Para quem não o conhece pelo nome, vai saber pelo apelido: Kóki. da turma do futebol desde os 10 ou 12 anos, Kóki e os amigos jogavam bola no campo que ficava onde hoje é a secretaria do clube. nessas brincadeiras, um jogador extra sempre marcava os dois times – um poste instalado em uma das laterais quase arrancou muitos dedões. o poste ficou, mas o campo mudou de lugar.

lenzi acompanhou de perto a evolução do clube e viu o lugar tornar-se mais bonito a cada ano. segundo ele, havia uma época em que o tabajara estava um pouco esquecido, quase ninguém ia pela manhã ao clube, algumas pes-soas frequentavam à tarde e à noite o clube era escuro, sem vida. a partir da gestão de edson Pedro da silva, houve uma revolução. “o clube ficou alegre a ponto de em dias de festa o estacionamento ficar lotado”, afirma lenzi. ele constata que hoje muito mais pessoas aproveitam toda a exuberância e opções de lazer que o tabajara oferece.

ele foi diretor do Futebol e hoje atua na direção de esportes. orgulha-se de ter reativado o futebol com o amigo arno Mueler jr., o nino. o esporte ficou alguns anos sem ser praticado no clube. no primeiro campeonato realizado por eles, mais de 80 pessoas participaram graças ao empenho dos dois, que telefonavam para os sócios convocando-os. como não havia secretaria de esportes, ele mesmo fazia as tabelas, o sorteio de times, o relatório das rodadas, comprava bolas, troféus, contratava juiz, massagista e tudo mais.

o diretor também foi o grande incentivador entre os esportistas da campanha que angariou verba para a nova iluminação do campo. segundo lenzi, que frequenta o clube desde que nasceu, todos os eventos mais significantes da família aconteceram dentro do tabajara. desde o próprio casamento, o bati-zado dos filhos Michele luise Pimentel lenzi e leonardo Pimentel lenzi e a participação da filha no baile de debutantes, em 2000. “o tabajara é o jardim que eu não tenho em meu condomínio”, ressalta.

A evolução do futebolDesde muito garoto, Clóvis Lenzi pratica futebol no clube e é um dos responsáveis pela valorização da modalidade

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or um dos lugares mais disputados do clube, o spass ecke (também conhe-cido como canto da Farofa), foi idealizado e batizado por lenzi. apesar de não ser engenheiro, nem arquiteto, ele imaginou algo que pudesse atender aos sócios e fosse diferente de tudo que o clube já possuía. com uma trena e muitas ideias em mente, ele desenhou o espaço e teve o incentivo da esposa, isabel, para levar o projeto adiante. depois de san-cionado pela diretoria, uma arquiteta foi chamada para fazer o projeto definitivo, seguindo o plano inicial. como homenagem, lenzi cortou a faixa de inauguração.

ele também é responsável pela ouvidoria do clube, um canal para recla-mações, elogios e sugestões que cada vez mais aproxima os sócios do tabajara.

como não havia secretaria de esportes, lenzi fazia as

tabelas, o sorteio, o relatório das rodadas, comprava bolas,

troféus e contratava juiz

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Queda de cabelo tem tratamento:esta novidade vai mexer com a sua cabeça

Quando o assunto é queda de cabelo, tanto homens quan-to mulheres parecem compartilhar da mesma preocupação. Afinal, que homem nunca se preocupou com aquelas en-tradas, ou, no caso da mulher, com a quantidade de fios de cabelo no chão do banheiro no final do dia.

A queda de cabelo, muitas vezes, pode parecer algo normal ou que não preocupe tanto quanto a outro tipo de altera-ção no corpo. Mas, de acordo com a médica dermatologista Débora Cadore de Farias, é algo a que o paciente deve es-tar atento, pois pode ser um sinal de alguma doença. Toda alteração que afete o couro cabeludo e os cabelos deve ser checado por um dermatologista.

Alopecia é o nome que se dá à queda de cabelo. O tipo

mais comum nos consultórios dermatológicos é a andro-genética, ou seja, a calvície. Segundo Débora, os que mais sofrem com a doença são os homens. “Cerca de 50% dos homens serão acometidos pela doença após os 50 anos. As mulheres também poderão ter a doença, mas com me-nor frequência”, afirma a dermatologista, enfatizando que “nas mulheres as consequências são importantes porque, em função de padrões culturais, representa um desconforto com implicações psicológicas ainda mais dramáticas do que para o homem”, alerta. Recentemente, Débora apresentou um trabalho sobre Alopecia e Qualidade de Vida, no Con-gresso Europeu de Dermatologia, realizado em Berlim, na Alemanha.

A especialista diz que a calvície se dá entre os 20 e os 30 anos, mas pode começar já na puberdade, em casos de pior evolução. O diagnóstico precoce pode ser feito com o auxi-lio da videodermatoscopia digital. O exame é indolor e reali-zado pela especialista com um equipamento alemão de alta tecnologia (Fotofinder Dermoscope ®), que captura ima-gens do couro cabeludo e fios de cabelos. As imagens são processadas, ampliadas e utilizadas para análise. “Além de servirem para comparações futuras, os dados obtidos com a videodermatoscopia permitem controlar a evolução da doença e verificar se houve ou não resposta ao tratamento instituído”, afirma a dermatologista.

O tratamento é muito importante e visa interromper a evo-lução da doença. Há vá-rios tratamentos tópicos e até orais, que devem sempre ser orientados por um médico dermato-logista.

INFORME COMERCIAL

Dermatologista Débora Cadore de Farias alerta para as alterações que afetam o cabelo

Débora Cadore de Farias Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Academia Americana de Der-matologia e do Grupo Brasileiro de Melanoma.Tem especialização em Oncologia Cutânea pelo Hospital do Câncer de São Paulo, em Dermatoscopia em Doenças de Cabelos e Unhas pela Università di Bologna (Itália) e em Dermatoscopia e Microscopia Confocal pela Universià di Modena (Itália). Atualmente é preceptora do Ambulatório de Dermatoscopia do Serviço de Residência Médica em Dermatologia do HU/ UFSC e possui consultório privado na cidade de Blumenau

Videodermatoscopia do couro cabeludo

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quando o assunto é o tabajara tênis clube, o artis-ta plástico luiz bernardes lembra a infância cheia de aventuras e do shorts preto, aquele que ele não tirava do corpo. tinha dois para revezar, mas era praticamen-te o uniforme do menino. da época que ainda morava na rua Paraíba, algumas fugas foram empreendidas só para chegar ao tabajara. uma delas foi de carro de mola e outra de bicicleta com o amigo Marcos Grevel. dessa vez, os dois não tiveram tanta sorte e caíram. Marcos teve um braço quebrado e com medo da bron-ca, luiz ficou se escondendo por um mês.

antes de o garoto completar oito anos, a família de luiz mudou-se para uma casa ao lado do clube, que passou a ser, literalmente, uma extensão da residên-cia dos bernardes. Portões já não eram mais precisos. levado, luiz entrava por trás do clube, onde hoje fica a sauna. as senhoras da época, que usavam os cabelos impecáveis com seus permanentes, devem lembrar do menino que pulava na piscina espalhando água para todo lado só para molhar as madeixas engomadas.

luiz também era adepto do tênis e garante que apren-deu muito com os professores do clube. Participou de campeonatos regionais, estaduais e até nacionais. dali, os jovens saíam para disputar os jogos abertos.

Aventuras de um menino travessoLuiz Bernardes, que fugia de casa para ir ao clube, sonha em fazer uma exposição de artes ao ar livre

Para luiz bernardes, o tabajara é e sempre será o berço dos grandes acontecimentos de blumenau. desde a sua criação nas terras doadas pelo por Hermann bruno otto von blumenau, o clube é testemunha da evolução da cidade.

o clube também passou por períodos difíceis, como a ocupação do exército durante a segunda Guerra Mundial. Por 12 anos, o clube ficou à disposição dos militares e, para que não fosse fechado, precisou mudar de nome, quando passou a se chamar tabajara, um nome indí-gena, que denotava algo nacional com forte espírito de ordem e progresso. o presidente também não poderia ter sobrenome alemão e o primeiro a assumir a presidência foi Max tavares d’amaral. naquele período, tudo era muito controlado pelo governo. desde o número de sócios até a quantidade de balas que eram distribuídas para cada sócio que praticava tiro.

luiz bernardes conta que a retomada do clube foi através do tênis, pois mantinha um forte vínculo com os grandes clubes brasileiros, como o Pinheiros, de são Paulo. “o tabajara liderou esse processo no sul do brasil”, destaca. no clube, foi dado início ao teatro e às artes através das esposas dos atiradores. o Frohsinn, que significa casa da alegria, como foi chamado o grupo, mais tarde mudou-se para a alameda duque de caxias.

o tabajara também foi o local das primeiras exposições agropecuárias e de produtos da região. Hoje, exibe obras de arte do próprio luiz bernardes, que revela o sonho de fazer uma grande exposição ao ar livre, aproveitando todo o clima bucólico e ao mesmo tempo contem-porâneo do clube.

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sócio desde a infância, sérgio Margarida lembra das muitas vezes em que ele e os amigos, que moravam na mesma rua, a alameda rio branco, iam ao tabajara brincar. Foi na época em que o pai dele, ben-jamin Margarida, era vice-presidente que se pensou no tabajara com piscina, obra concretizada na gestão de arno burguer. com a novidade, a frequência do grupo passou a ser maior ainda, principalmente nos finais de semana. “antes disso, a gente ia tomar banho de piscina na casa do arno, que era uma das poucas casas na época que tinham piscina”, conta sérgio. dali se desenvolveu uma amizade muito gran-de, que dura até hoje.

sérgio conta que toda a vida social da família se fundamenta no taba-jara. Para ele, é um orgulho ver o filho presidente do clube. ele mes-mo já foi presidente do conselho deliberativo e acompanhou de perto o desenvolvimento do tabajara, dando apoio ao ex-presidente edson Pedro da silva quando aconteceram as grandes reformas da sede e a criação do die Kneipe.

Para sérgio, o tabajara é um marco na história dos clubes sociais no estado. do ponto de vista dele, não há em santa catarina nenhum clube que se aproxime da beleza e da estrutura que tem hoje o ttc.

o tabajara é um exemplo de tradição, não só da cultura germânica, mas de toda a cidade. a família de sérgio Margarida sempre esteve muito ligada ao clube: a esposa foi patronesse no baile de debutantes, assim como a mãe; a irmã comemorou os 15 anos com todo o glamour que as jovens têm direito e hoje o filho otávio preside a associação.

sérgio considera o tabajara um clube extremamente familiar. é nele que as famílias, mesmo as pessoas mais jovens, se reúnem. o res-taurante é ponto de encontro de grandes personalidades da sociedade blumenauense. quando chegam os novos sócios, a tradição é mantida, seguindo a arte de bem receber do clube. “as amizades se mantêm e novas são feitas”, comenta. ele conta que os netos vão ao clube desde o embalo do colo da mãe. “é uma prova de que as coisas vão se sucedendo”, afirma sérgio.

segundo o sócio, o tabajara tornou-se um clube tão prestigiado que uma das características é o número de associados que cresceu con-sideravelmente. ao contrário de outros clubes que têm dificuldade de conseguir um corpo associativo maior, não é o que ocorre com o taba-jara. “no momento em que retrai o número de novos associados dos demais clubes, o tabajara, ao contrário, aumenta”, relata, atribuindo o fato a tudo o que o clube oferece, além da história. com esse sucesso, o tabajara tem uma receita maior para investir em ampliações da área social, proporcionando ao sócio mais conforto e mais opções de atividades.

Orgulho de ser TabajaraAo recordar histórias do passado, Sérgio Margarida fala da satisfação em fazer parte de uma grande família

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rva uma história que sérgio Margarida gosta de lembrar é de quando era garoto

e o clube não permitia reserva de mesas, como é até hoje. em dia de baile, quem chegasse primeiro ia tomando os lugares. ele e os amigos iam por vol-ta das 18h e, quando já podiam dirigir, levavam o carro para pegar a melhor vaga. quando os pais chegavam, já tinham o melhor lugar do salão ocupado. os pais iam para o clube por volta das 21h, os bailes começavam mais cedo e muitas vezes também jantavam no clube.

“essa era a hora em que a gente tinha que ir embora, com muita tristeza. não nos era dada a liberdade de beber alguma coisa, nada disso: ‘vai lá, reserva a mesa e vai embora’”, sorri sérgio ao contar a malandragem. outra recordação é do dia da inauguração da piscina, uma festa. até um grupo de aqualoucos, do qual sérgio buerger também fazia parte, se apresentou.

“o tabajara é gostoso porque as pessoas se dão bem, mesmo sem se conhe-cer”, constata. desde o Projeto s21, que ele considera fantástico, as crianças vão aprendendo e fazendo novas amizades. esse ano, a família toda está comprometida e todos já se propuseram a participar do baile de réveillon, assim como outros amigos que vão fazer o mesmo. “Vai ser um baile em que todos vão se lembrar das épocas antigas”, prevê sérgio.

as amizades se mantême novas são feitas.

é uma prova de que ascoisas vão se sucedendo

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Praticante do tênis na adolescência, para manter o con-dicionamento físico e uma atividade de lazer, Heinz Wol-fgang schrader hoje é um senhor elegante que esbanja bom humor. Para ele, o tabajara sempre foi um local agradável para encontrar os amigos e aproveitar a boa gastronomia. além do tênis, o tiro com carabina era um dos esportes preferidos, praticado em alto estilo.

da época em que ainda se praticava o footing, uma cami-nhada que acontecia aos domingos, após as 16h, na rua xV de novembro, para flertar com as moças, ele recorda que a elegância tomava conta das ruas blumenauenses. os homens de terno e chapéu e as mulheres com vestidos muito alinhados, geralmente cortados abaixo do joelho.

também era nesse tempo que aconteciam os grandes bailes que atraíam muitos jovens. schrader conta que não era bom dançarino, mas tinha suas artimanhas e gosta-va mesmo é de música dançante. “Hoje, cada um dança sozinho, não tem graça”, brinca. um dos eventos que fica-ram marcados na vida de schrader foi o baile de são joão, quando conheceu ilka luiz Gütschow. a jovem, natural de Pelotas, deixou o rio Grande do sul para casar-se com o bisneto de alemães e veio morar em blumenau.

um dos ambientes mais freqüentados pelo casal era o restaurante do clube, sempre com ótimos ecônomos e cozinheiros, frisa schrader. os esportes sempre foram constantes na vida desse sócio. integrante do grupo de quintafeirinos do bolão há mais de 45 anos, ele reencon-tra os amigos semanalmente para agradáveis conversas.

como parte da família tabajara, os filhos e netos também aprenderam a apreciar e aproveitar a exuberância e as opções de lazer oferecidas pelo clube.

Caminhadas para flertar e dança a doisEm um Baile de São João no Tabajara, Heinz Wolfgang Schrader conheceu aquela que seria sua esposa

schrader conta que não era bom dançarino, mas tinha suas

artimanhas. “Hoje, cada um dança sozinho, não tem graça”

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integrante da terceira geração de atiradores da família de descendentes de alemães, o aposentado orlaf otte ganhou, aos 11 anos, sua primeira espingarda de ar com-primido. o tiro ao alvo é um esporte comum na alemanha e está nas raízes do tabajara tênis clube, que nasceu como sociedade de atiradores graças aos imigrantes que se reuniam para exercitar a mira. “sou sócio do clube desde que estava na barriga da minha mãe. Meu avô e meus pais se reuniam para atirar e agora o esporte virou uma tradição que já passei aos meus filhos”, conta.

sucessor do pai, otte foi diretor do departamento de tiro por 26 anos e, durante esse tempo, organizou campe-onatos internos, acompanhou mudanças na estrutura da sede e abriu espaço para as senhoras que queriam aprender a atirar. Há dois anos, ele está afastado dos estandes, porém, diz não ver a hora de estrear as novas instalações do tiro ao alvo.

Mira afiada O tiro ao alvo faz parte da tradição e da trajetória do industrial Orlaf Otte

de acordo com otte, a modalidade nunca preci-sou de professores. os iniciantes eram treinados por ele mesmo. “o atirador precisa ter a vista boa, saber aliar concentração com respiração e gostar do esporte”, explica. o clube oferece as modalidades de tiro para 100 metros e para 50 metros com carabina e tiro para 25 metros com revólver. o tiro ao Prato é a modalidade preferida de otte, mas não pôde ser incorporada pelo clu-be porque demanda muito espaço.

a modalidade de tiro ao Pássaro foi introduzi-da pelo pai de otte, mas, ao invés de usar aves reais, uma estrutura de madeira com vidros no formato de uma ave era usada. “quem acertava todos os vidros, era o rei do Pássaro e ganhava uma medalha bem bonita”, recorda.

o industrial aposentado conta que fez grandes amigos que se reuniam para atirar e tomar cer-veja, apelidada como “água de mira”. “a bebida acalma e ajuda o atirador a acertar o alvo com mais facilidade”, brinca. apesar da mistura pare-cer arriscada, otte garante que durante sua ges-tão nunca houve um único acidente envolvendo as armas.

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orlaf otte brilhou não só nos estandes de tiro. o atirador afirma que jogou tênis por muitos anos e participou da turma de bolão sete Vidas. Festeiro, não perdia o baile de ano novo ou a Festa de são joão e des-filou com o grupo do tabajara nas 26 edições da oktoberfest, sempre devidamente trajado com os tradicionais uniformes.

com a quinta geração a caminho, o aposentado afirma que seus netos também serão atiradores e que o esporte não será esquecido. seja pela prática de uma modalidade que exercita a concentração ou para garan-tir a própria segurança ao lidar com uma arma de fogo, otte acredita que o tiro ao alvo sempre atrairá adeptos.

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com mais de 50 anos de tabajara, o ortopedista eduardo Ferencz lembra com carinho dos momentos que já viveu no clube. nas quadras de tênis, conquistou muitos troféus e garante que é autodidata no esporte. “Fiz o caminho inverso, porque comecei a jogar sozinho e aprendi apenas ob-servando. só depois de velho, arrumei um professor”, conta. esportista desde jovem, Ferencz esquiava nas águas de Florianópolis e também se destacou no bolão, com o Grupo sextaferino, e no tiro ao alvo.

o médico conta que atirou por muito tempo, mas teve que parar por causa de uma catarata. depois que operou, voltou a enxergar melhor que antes e participou de um campeonato. “na ocasião, não só venci o torneio como dei de presente a medalha ao meu cirurgião”, relembra Ferencz, que espera ansiosamente pela construção do novo espaço des-tinado ao tiro.

A válvula de escape de um pioneiroEduardo Ferencz sempre encontrou no clube o lugar perfeito para livrar-se do estresse do cotidiano profissional

aos 91, o ortopedista trabalhou por 67 anos. devido à pro-fissão, diz ter sido, por toda a vida, uma pessoa séria, porém risonha. contudo, garante que hoje é mais brincalhão. “Falar besteira é bom porque não precisa pagar imposto”, brinca. Fundador do departamento de ortopedia da associação cata-rinense de Medicina, Ferencz foi homenageado em setembro deste ano no congresso de ortopedia, em joinville. “quando comecei a atuar na profissão, fui o primeiro ortopedista do estado”, afirma.

a condição de pioneiro na especialidade tornou a vida do or-topedista muito estressante. chamados médicos e plantões ocupavam muito de seu tempo e todo o estresse que acumu-lava no trabalho era aliviada no tabajara. “o clube funcionava como válvula de escape. era onde eu descarregava todas as minhas preocupações”, revela.

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além de colecionar premiações no es-porte, o tabajara também proporcionou um importante encontro na vida de Ferencz. Foi lá que conheceu a esposa rose lenzi Ferencz, com quem é casado há 45 anos. do batizado às bodas, no clube também celebraram as festas dos cinco filhos. um lugar que o casal ado-ra frequentar é o restaurante, que, de acordo com o ortopedista, além da co-mida primorosa, tem um lindo cenário. En

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ial recentemente, o ortopedista passeou pelo clube e ficou ad-

mirado com as obras que foram feitas, principalmente depois da catástrofe do ano passado. Ferencz parabeniza a diretoria que resolveu o problema e ainda embelezou o lugar. “o taba-jara oferece tudo o que o sócio espera. é lá que está minha segunda casa”, afirma.

em breve, um torneiro de tênis com o nome do ortopedista será organizado pelo clube. “Fiquei feliz com a notícia. essas homenagens fazem bem para a vaidade. sinto-me muito or-gulhoso e agradecido”, confessa.

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o ex-jogador nildo teixeira de Melo, o teixeiri-nha, considerado um dos maiores craques da história do futebol de santa catarina, senão o maior, tem uma ligação antiga com o tabaja-ra tênis clube. ao pendurar as chuteiras, em 1963, trocou a bola de futebol pelas raquetes e bolinhas de tênis. em 30 de outubro da-quele mesmo ano, se associou ao clube para praticar a nova modalidade. após oito meses de experiência nas quadras, o tenista amador foi convidado a compor a equipe que iria para brusque participar da quinta edição dos jogos abertos de santa catarina (jasc).

“a nossa equipe conseguiu trazer o troféu para casa. na época, eu já tinha mais de 40 anos, mas tinha muito preparo físico devido ao futebol. eu queria permanecer ativo no es-porte”, relembra. depois de três anos afasta-do dos campos, teixeirinha aceitou o convite para retornar ao clube atlético carlos renaux, em brusque, que estava fazendo uma boa campanha no estadual.

em 1968, o jogador encerrou definitivamente a trajetória de glórias no futebol, passando a dedicar-se exclusivamente ao tênis. Mas, foi graças ao futebol que o jogador nascido em tubarão, no sul do estado, viajou pela europa. começou a carreira nos campos aos 17 anos e, até se aposentar, aos 44 anos, esteve na alemanha, áustria, dinamarca, França, itália e Portugal, entre outros países do continente.

nessa época, teixeirinha chegou a ser convi-dado para morar na itália. “a lazio, que era o melhor time italiano da época, queria me contratar, mas eu não tive o mínimo interesse de aceitar a proposta por que a europa esta-va arrasada pela guerra. na alemanha, onde tínhamos jogado algumas partidas, as pesso-as buscavam proteção nas igrejas quando os aviões sobrevoavam as cidades”, conta o ex-jogador que na época estava recém-casado com ana nascimento, apelidada de nilda. o time do coração de teixeirinha, até hoje, é o botafogo carioca, onde atuou como jogador.

Muita intimidade com a bolaDepois de pendurar as chuteiras, Teixeirinha passou a frequentar as quadras de tênis do Tabajara

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a nossa equipe conseguiu trazer o troféu para casa. eu já tinha mais de

40 anos, mas tinha muito preparo físico devido ao futebol

“Teixeirinha exibe com orgulho a carteira de sócio patrimonial datada de 1963. Depois do futebol, sucesso com a bolinha amarela do tênis

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ismo no tênis, foram poucas competições, mas a presen-

ça nas quadras do tabajara era frequente. “até hoje, quando vou ao clube, as pessoas me reconhecem”, fala o sócio remido que atualmente mora na praia do estaleiro, em balneário camboriú, mas, de vez em quando, está em blumenau para reencontrar os amigos. apesar de ter obtido sucesso nas quadras de tênis e nos campos de futebol, representando clubes como o carlos renaux (brusque), Palmeiras (blumenau), bangu (rio de janeiro) e são Paulo (são Paulo), entre outros, teixeirinha sempre se consi-derou um amador.

“naquele tempo, o futebol não tinha o profissiona-lismo de hoje, quando os bons jogadores têm em-presários, fecham contratos milionários e treinam quase todos os dias. Por isso, eu conciliava o futebol com o emprego na rede Ferroviária de santa ca-tarina, uma empresa estatal”. com residência em blumenau e emprego fixo, os momentos de lazer eram no tabajara, onde passava bons momentos em família e entre os amigos.

“cansei de jogar uma pelada com os amigos do ta-bajara, mas até hoje tenho guardadas as minhas raquetes de tênis, esporte que também deixou saudades. era uma paixão, já que eu não podia ver uma bola”. na verdade, teixeirinha era um homem de muitas paixões. “além da bola, eu gostava muito da música”, garante ele, que é filho de músico. a trajetória de teixeirinha nos gramados foi contada no livro o craque eterno, escrito pelo filho e jornalista bola teixeira.

aos 86 anos, o ex-jogador lembra que na década de 1960 o tabajara era um clube muito tradicional, com uma forte origem germânica. Mesmo assim, foi bem recebido por todos os associados. “eu era conhecido pelo futebol e tinha amigos na diretoria, talvez por isso tenha sido mais fácil ser aceito como sócio em uma época em que a tradição e as origens falavam mais fortes”. ele lembra que frequentava muito as festas do clube. “até hoje, as festas do tabajara são ótimas, assim como o restaurante, que dispensa comentários”, fala o jogador símbolo do futebol ca-tarinense.

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depois do fim da segunda Guerra Mundial, que foi de 1º de setembro de 1939 até 2 de setembro de 1945, o schützenverein começava a re-tomar as atividades. embora o gancho mais forte agora fosse o tênis e o nome tenha mudado do alemão para o português, os sócios estavam ávidos por voltar à vida normal, sem a pressão daqueles longos seis anos de guerra na europa e preconceitos em terras brasileiras.

nesse período, o novo tabajara começou a chamar os antigos sócios e Harald Vollmer foi o jovem de número 68 a receber o convite. em primeiro de dezembro de 1951, casou-se com ellen Weege e a festa do casal foi celebrada na sede do clube. ellen, hoje com 80 anos, é uma mulher de memória invejável. durante muitos anos, guardou roupas, fotos, objetos e detalhes valiosos da história de blumenau e do tabajara. Grande parte do acervo foi doada para o Museu de Hábitos e costumes que está em fase de implantação pela Fundação cultural de blumenau. entre as preciosidades que guarda em casa, está o cardápio que foi servido no dia do casamento. os desenhos feitos e pintados à mão no papel já amarelado pelo tempo remontam uma época de fortes tradições. ellen também recorda que ela e o noivo percorreram toda a colônia para encontrar as flores que ornamentaram a festa.

da infância, ellen não esquece das brincadeiras dentro do tabajara, ainda schützenverein. “durante as festas, as crianças sentavam em um saco para descer em um escorregador feito em madeira, que era encerado para ficar bem liso, e caíamos dentro de uma caixa cheia de sacos com cepilho”, conta ellen. segundo ela, essas datas marcavam grandes acontecimentos e o entusiasmo dos sócios. as mulheres se preparavam e faziam vestidos novos. “os bailes caipiras eram os mais divertidos e eu confeccionava meu próprio vestido”, recorda.

as memórias são muitas, algumas delas registradas em retratos como a comemoração dos 75 anos do clube, em 1934. nessa foto, o avô de ellen, Hermann Weege, posava com outros sócios, todos utilizando o traje das festas de atirador, com o casaco, a arma, o chapéu e o caneco com o nome dele. a roupa completa foi doada pela neta de Weege ao tabajara, em agosto de 2009.

outro copo, comemorativo dos 50 anos do schützenverein, é uma relí-quia guardada por ellen. o avô tinha um com o nome dele gravado, mas foi quebrado. anos mais tarde, em uma casa de antiguidades, ellen encontrou um copo igual com um preço irrisório. apesar de não ter o nome do avô, o copo ainda é um objeto muito estimado.

as lojinhas montadas nesses eventos deixaram saudades e ellen ainda lembra quando o avô comprou uma boneca de uma beleza encantadora feita de celuloide, um tipo de material plástico. as lojinhas também traziam outros artesanatos feitos pelas esposas dos atiradores, além

de lindíssimos bordados.

o tabajara também teve papel importante nas artes cênicas em blu-menau. ellen lembra de ouvir outras pessoas contando sobre o grupo de teatro criado pela família Hering dentro do clube, antes de 1900. depois de sair do clube e passar para a alameda duque de caxias, onde foi chamado de Frohsinn, foi criado o teatro carlos Gomes bem mais tarde. ellen era muito pequena, mas lembra de presenciar a colocação da pedra fundamental em frente ao teatro.

Lembranças vivas da infânciaEllen Vollmer coleciona objetos e histórias de quando frequentava o clube com o avô e depois com o esposo Harald

as crianças sentavam em um saco para descer

em um escorregador feito em madeira

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EQUILÍBRIO QUE TRAZ FELICIDADEPower plate: a grande novidade para cuidar do corpo e da Saúde

Fone: 47 3336-4487 - Rua Victor Hering, 367 - Bom Retiro - Blumenau - SC

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plataforma com meia hora de outra atividade, como Pilates ou Gyrotonic. Os resultados são surpreenden-tes!

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CURIOSIDADEEsta tecnologia foi desenvolvida na década de 60, na antiga União Soviética, com o intuito de minimizar a perda de massa óssea e a atrofia muscular que os astronautas sofriam em função da ausência de gra-vidade no espaço. Após a verificação da eficácia do método, as plataformas vibratórias se difundiram pelo mundo, sendo utilizadas por pessoas de todas as idades e biotipos, que buscam uma vida mais sau-dável. Este é o meio que muitos artistas encontra-ram para manter um corpo bonito e com saúde, sem “perder” muito tempo

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A massagem modeladora é uma técnica de manobras rápidas e intensas, que melhoram a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos, tam-bém produz quebra na cadeia de gordura, ajudando assim na redução de medidas, afirma a Fisioterapeuta Leandra Rosa.

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irreverente e de um bom humor jovial, renate Hering soube aproveitar as grandes festas rea-lizadas no tabajara tênis clube. as três mais importantes eram a do espírito santo – que era a festa dos atiradores –, a de réveillon e a de são joão – realizada em julho e em que todos iam rigorosamente vestidos a caráter. ela chegou a incluir alguns adereços mais inusitados. enquanto o marido, bernhard carl Hering, arranjou um cavalo para ir à festa, ela conseguiu uma cabra que fez o maior sucesso. “essa festa foi tão animada que durou até 7h, quando saímos dali direto para tomar café em uma confeitaria”, conta renate. ela diz que naquele tempo as amizades eram vistas sem maldade e isso permitia que nos bailes os casais se revezassem para dançar e tudo era uma grande festa.

Para renate, hoje os festejos são mais diversificados e trazem mais opções de entretenimento. brincando, ela sugere que o nome do clube deveria mudar para tabajara Festa clube.

antes de o tabajara construir um espaço dedicado ao tênis, bernhard já praticava o esporte nas quadras do tio, Max Hering, no bairro bom retiro. depois que o clube passou a ter as quadras, ele se associou ao tabajara. dono de uma poderosa canhota, venceu vários campeonatos e viajou para muitos lugares para competir. certa vez, em salvador, onde o calor é constante, os atletas derretendo debaixo do sol, bernhard sugeriu que os cocos, que existiam aos montes e de graça, fossem colocados em um barril cheio de gelo. “assim, ele inventou a água de coco gelada direto na fruta”, lembra renate.

Tênis, cabra e remadas no rioRenate Hering acompanhava o marido Bernhard nos jogos de tênis

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a festa foi tão animada que durou até 7h, quando

saímos dali direto para tomar café em uma confeitaria

Mais tarde, já com uns 50 anos, o casal fez uma viagem ao Mé-xico. enquanto o restante do pessoal estava na piscina, bern-hard se interessou pelo jogo que estava acontecendo próximo dali. irônico e parecendo despretensioso, ele perguntou ao pro-fessor se naquela idade ainda poderia aprender as habilidades daquele esporte. resultado, renate só viu de longe o professor pulando de um lado para o outro para tentar pegar as bolas. ela nunca foi uma grande fã do tênis e costuma dizer que é um esporte chato. nem por isso ficava longe das quadras. era ela quem pegava as bolinhas que voavam quadra afora quando bernhard estava jogando.

depois que o clube deixou de ser a sede do 32º batalhão de caçadores, as festas da família Hering, assim como de tantas outras, passaram a ser realizadas dentro do, agora, tabajara tê-nis clube. antes, devido a essa ocupação, o casal fez a festa de casamento no teatro carlos Gomes, em 1947. renate conta que durante esse período longe do clube, as pessoas faziam peque-nas festas em casa mesmo. bailes e comemorações maiores eram no teatro.

a época foi difícil, mas renate ainda dá boas risadas ao lem-brar que da noite para o dia os imigrantes alemães precisaram aprender a falar o português, do contrário, poderiam ser presos. Para que ninguém fosse levado para a cadeia, o guarda que tomava conta da escola, quando estava se aproximando dos alunos, dava boas tossidas e arrastava o pé como um alarme. a perseguição era tamanha que eles sequer podiam ir à praia. aos domingos, renate, bernhard e um amigo iam passear no rio itajaí-açu e fazer churrasco em uma pequena ilha que já não existe. apesar dos dois homens no barco, era ela quem remava, garante.

Hoje, renate não frequenta tanto os bailes, mas o restaurante, que para ela sempre foi endereço de boa gastronomia, é destino certo nos domingos, .

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na primeira vez que entrou no tabajara, no baile de Gala de reinauguração do salão, após a ocupação pelo exér-cito durante a segunda Guerra Mundial, ulla Werner não imaginava a importância que o clube teria em sua vida e dos bons momentos que ali passaria.

lembra-se até hoje de como era belo aquele salão re-cém-reformado e bem decorado e de como isso lhe chamou a atenção. este evento foi o inicio de uma vida social repleta de atividades dentro do clube.

durante quatro anos, ulla foi diretora social, tornando-se a primeira mulher a participar da diretoria do tabajara. tem boas memórias vivas desse tempo, quando, junta-mente com o vice-diretor social djalma olinger, planejou e executou muitas festas, dentre elas o baile de Gala, de debutantes, o baile do Havaí, a Münchenfest e o baile de ano novo. dividiu por algum tempo a diretoria com rita schürmann, que até hoje está entre as organizadoras dos divertidos e importantes eventos do clube.

o tabajara foi também cenário de inúmeros aniversários da família, dos casamentos dos filhos e de dois netos, do baile de debutantes da neta Marina, além de outras co-memorações. Por 17 anos, ulla participou também dos desfiles festivos da oktoberfest, na maioria das vezes acompanhada pelos netos e bisnetos e pelo seu tam-bém companheiro de dança nas festas, augusto Wolff (in memorian).

Almoço e ginástica

Hoje, suas atividades se resumem aos almoços e jan-tares com a família nos fins de semana e aulas de gi-nástica no Gym studio. ulla faz questão de enfatizar que o tabajara continua tendo grande importância em sua vida, devido as inúmeras atividades praticadas pela fa-mília, que utiliza o clube de diversas formas.

“Meu filho, nora e netos jogam tênis, além de outras atividades que cada um pratica, como futebol, bocha, canastra e dominó. bernardo e Maria eduarda, meus bisnetos mais velhos, participam do Projeto s21 já há alguns anos. as minhas outras bisnetas, clara, laura e ana luiza, se divertem no parquinho e na piscina sem-pre que podem. e adoram”, conta ulla.

Primeira mulher na diretoria Ulla Werner foi diretora social por quatro anos e abriu espaço para a participação de outras diretoras no clube

bernardo e Maria eduarda, meus bisnetos mais velhos,

participam do Projeto s21

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Prazer em servir

é nas mãos da massagista clotilde de souza que as exigentes associadas do tabajara tênis clube buscam relaxamento, há 37 anos. talentosa, a profissional in-gressou na carreira graças a uma tia que era massagista e a incentivou. “Gosto do contato com as pessoas e da satisfação que proporciono. Minhas clientes sempre saem felizes das sessões”, conta.

segundo clotilde, assim que terminou o curso de massagem começou a trabalhar no clube e a especialização veio junto com a prática. a massagista afirma que co-nhece bem as clientes e usa a intensidade exata, de acordo com o gosto de cada uma. deve ser por esse motivo que muitas experimentam outros profissionais durante as viagens e, quando retornam, vão correndo para as mãos de clotilde. “a minha cliente mais antiga está comigo há 35 anos e não faz massagem com mais ninguém. ela é mais sensível e é preciso saber aplicar a força com a intensidade correta”, diz.

O poder das mãosHá quase quatro décadas, sócias do Tabajara têm à disposição as “mãos mágicas” de Clotilde de Souza

Casa

de

ferre

iro

clotilde diz que se engana quem pensa que os filhos ou marido recebem massagens todos os dias. “Às vezes, faço quatro massagens por dia e, quando chego em casa, sinto muita preguiça”, assume. Mesmo assim, o talento da massagista incentivou a filha ivani de souza a seguir a mesma profissão. “o bom disso é que quando preciso, ela faz massa-gem em mim”. Para quem ainda não conhece os poderes que clotilde tem nas mãos e quer marcar uma sessão, ela trabalha na sauna do clube nos dias destinados às mulheres e aplica massagem estética ou relaxante. são r$ 20,00 a hora e ela atende com hora marcada. a massagista garante que sua técnica de relaxamento é tão eficaz que algumas clientes dormem durante a sessão.

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7�Prazer em servir

Do debut à secretariaHá quase três décadas, Margarete Larsen atua com dedicação e competência nos serviços administrativos do clube

Orga

niza

ção a dedicação ao trabalho faz com que ela quase não circule pelo clube. “ainda não conheço a nova academia e o espaço de futebol”,

revela a secretária. entre os afazeres diários de Margarete na secretaria do clube, estão reservas dos espaços, cobrança das mensa-lidades e venda de ingressos para os eventos, entre outras. Há 18 anos, ela também é responsável pelas atas do rotary clube blu-menau, que faz as reuniões no tabajara nas sextas-feiras. antigamente, Margarete acompanhava de perto a organização dos eventos com as diretoras sociais. “Hoje, prefiro deixar esse trabalho para as mais novas”, comenta em tom de brincadeira.

Para Margarete, um dos momentos mais marcantes foram as grandes enchentes da década de 1980, que atingiram parte do clube. na época, a secretaria era anexa à sede social e faltou apenas um degrau para a água invadir o prédio. em novembro do ano passado, quando o clube foi atingido pelos desbarrancamentos e a enxurrada, Margarete estava de férias em brasília. “quando voltei, não pude acreditar no que tinha acontecido. ainda bem que mais uma vez conseguimos recuperar rapidamente”.

a dedicação e o amor ao trabalho fazem parte da história de Margarete larsen que, há 27 anos, trabalha na secretaria do tabajara tênis clube. antes de iniciar o trabalho no clube, em abril de 1982, Margarete foi responsável, durante duas décadas, pelas carteiras de desconto do ex-tinto banco inco e, durante sete anos, exerceu o cargo de secretária do clube olímpico. ao aceitar o convite de lothar stein, que fazia parte da diretoria do tabajara na época, enfrentou o desafio de assumir sozinha a secretaria do clube.

“aceitei o convite porque o tabajara é muito próximo da minha casa, já que desde aquela época moro na rua Pastor oswaldo Hesse. assim, fui ficando e não pretendo parar tão cedo. se a cabeça ajudar, pretendo ficar aqui ainda um bom tempo”, fala a colaboradora de 70 anos que esbanja vivacidade e disposição. na época em que ela assumiu a secretaria, jorge buechler era o presidente do clube. “Mas, como ele estava de licença, quem acabou assumido o cargo foi arno buerger, que era o vice-presi-dente”. no início da década de 1980, o clube tinha aproximadamente 500 sócios. Hoje, são 1,1 mil títulos.

Mas a história da blumenauense com o tabajara é muito mais antiga. “Meu pai era sócio do clube e eu debutei aqui”, conta Margarete. ela viu de perto todas as transformações que foram acontecendo ao longo dos anos. “Muita coisa mudou, principalmente na parte administrativa. na época em que iniciei, cuidava da secretaria sozinha e ainda coordenava o tênis. Mas, mesmo depois de décadas, algumas coisas continuam iguais àquela época”. Por exemplo, mesmo na era da informática, Margarete prefere utilizar a máquina de escrever.

“quando eu entrei para a secretaria do clube, os envelopes e correspon-dências eram preenchidos todas à máquina. quando tinha algum evento, tínhamos que preparar remessas e remessas de envelopes”, recorda. a circular enviada para os sócios, no fim de cada ano, também era da-tilografada pela secretária, que conhece todos os sócios mais antigos. Margarete lembra com saudades das tradicionais festas, como o baile do Hawaii e o réveillon, que será resgatado neste ano.

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78Prazer em servir

a comemoração dos 150 anos do tabajara tênis clube será uma data muito importante na vida de inácio antônio tiago, quando passará o bastão do tra-dicional restaurante para o filho sérgio Maurício tiago, que já acompanha os passos do pai há 27 anos. no entanto, o ecônomo garante que não ficará em casa sem fazer nada; sempre que puder, irá supervisionar as compras para o restaurante do tabajara. “não quero me desprender completamente do lugar onde trabalhei por 50 anos”, revela.

inácio sempre trabalhou rodeado de comidas saborosas e confessa que o peixe grelhado com pirão de feijão feito pela esposa rea tiago é seu prato favorito. água sem gelo é a única bebida que o ecônomo consome e, graças à alimen-tação saudável, chegou aos 80 anos com saúde, apesar de ter passado por duas cirurgias recentemente. “Fiquei 10 dias internado, mas já estou pronto para outra. o pior de tudo foi ter que comer a comida do hospital. a sopa que servem lá é bem ruim”, brinca.

Daria um livroClima de despedida envolve o restaurante do Tabajara: após 50 anos, Inácio Antônio Tiago anuncia a aposentadoria

Taxa

pel

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gode dessas cinco décadas de festas, jantares e eventos, inácio tem

muita história para contar. o ecônomo lembra de uma vez em que organizou um bufê na residência de um sócio que tinha tapetes per-sas em toda a casa. ao ligar o acendedor que aquece as bandejas, o pedaço de algodão com fogo caiu e inácio conseguiu segurá-lo antes de chegar ao chão e queimar o tapete. “Minha mão estava queimando e eu nem podia gritar de dor para não assustar os con-vidados”, recorda.

em outra ocasião, quando combinava os preparativos para o casa-mento da filha de um sócio do clube, a mãe da noiva pediu a inácio que tirasse o bigode para o evento. o ecônomo conta que, para isso, pediu uma taxa extra já que mantinha o mesmo há anos. “ela me pagou o equivalente a r$ 500 pela remoção do bigode e isso, na época, era muito dinheiro”.

Fam

osos

além dos momentos inesquecíveis que dividiu com a família, com os sócios e com os 31 colaboradores do restaurante, inácio já serviu muita gente famosa. entre elas, jô soares, Moacir Franco, o pianista joão carlos Martins e o ex-presi-dente do brasil ernesto Geisel. a modelo e apresentadora Mariana Weickert também adora comer no restaurante do tabajara e, segundo inácio, sempre que a blumenauense aparece por lá, vai até a cozinha para conversar.

o ecônomo participou da vida dos associados e acompanhou suas gerações. o reflexo disso se deu quando recebeu 130 sócios para comemorar as bodas de ouro.

O no

vele

iro inácio gosta da vida mansa, diz ser fã de novelas e se emociona com os enredos. outro prazer que cultiva é ir ao mercado com a esposa. “ela é minha chofer porque não sei dirigir. quando tentei aprender, fiquei olhando para os pedais, esqueci de olhar para frente e bati o carro. Foi um desastre”, confessa. essas são apenas algumas das inúmeras histórias que o colaborador mais antigo do clube tem para contar. amigos o incentivam a escrever um livro e, para sorte de quem aprecia boas histórias, inácio está pensando com carinho no assunto.

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80Projeto S21

os compromissos impostos pelo dia a dia muitas vezes tiram das crianças o tempo de brincar. a vida agitada dos pais no mercado de trabalho faz com que matriculem os fi-lhos em diversas atividades e cursos durante o período fora da escola. esta é uma geração de crianças ligadas em vídeo game, ao com-putador, o que leva ao sedentarismo e pouco contato com o meio ambiente.

ao perceber esta carência, o tabajara tênis clube criou, há seis anos, o Projeto s21. o nome vem de século 21 e a intenção do pro-jeto é resgatar nas crianças as brincadeiras de infância do tempo dos avós. a coorde-nadora do s21, jalimar deschamps, destaca

que o projeto envolve diversas atividades que ajudam na formação e educação das crian-ças, desde práticas esportivas até atividades pedagógicas, passando por muita brincadeira e atividades lúdicas.

o projeto oferece atividades recreativas que auxiliam no desenvolvimento psicomotor e das qualidades físicas das crianças. “em uma simples brincadeira de esconder, se trabalha a parte de segurança e agilidade”, explica ja-limar. o s21 também incentiva a criatividade, promove iniciação esportiva e desenvolve o conhecimento, como em língua inglesa, que agora conta com um horário específico de trabalho.

Cidadania e esporte lado a ladoIniciação esportiva, reforço pedagógico, resgate de velhas brincadeiras fazem parte desse programa inovador

trabalhamos com as crianças em um clube

que possui grande área ao ar livre, isso fazcom que elas ajam

de forma espontânea

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Liber

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ão além de combater o sedentarismo, o projeto promove a socialização das crianças. elas se sentem livres para agir de forma natural. “tra-balhamos com as crianças em um clube que possui grande área ao ar livre, isso faz com que elas ajam de forma espontânea”, diz jalimar.

ela observa que os professores impõem limites, mas há liberdade para que as crianças possam explorar o clube: subir em árvores, correr, brin-car e se expressar. “também falamos muito so-bre amizade”, enfatiza. outro fator importante é a certeza para os pais de que os filhos estarão em segurança dentro do clube.

as crianças são orientadas a usar roupas sim-ples, para ter contato com a grama, o barro e poderem se divertir. uma mesa com frutas fica à disposição delas – como o gasto de energia é grande, é importante que mantenham uma alimentação saudável.

entre as modalidades esportivas oferecidas pelo s21 está a iniciação, aprendizagem e aperfeiço-amento das técnicas e táticas do tênis. o tenis-ta bruno stein von Hertwig começou a treinar com 7 anos e entrou no Projeto s21 logo que foi criado. ele jogou como profissional durante alguns anos antes de optar por outra carreira. “o tabajara tem uma equipe forte. no s21, tí-nhamos acompanhamento técnico, nutricional, fisioterapia e preparador físico”, lembra bruno. apesar de realizarem campeonato de minitênis, jalimar observa que a equipe não trabalha com competição, mas com participação.

o projeto trabalha em forma de circuito, divi-dido por idade e nível de tênis. Há um horário reservado para os deveres escolares. a agenda é programada de acordo com as datas festi-vas e o tênis de acordo com o desenvolvimento das crianças. “Fazemos um planejamento anual para as atividades das crianças”, aponta.

no primeiro ano, o projeto teve 30 crianças. Hoje, estão matriculadas 75. o projeto é desti-nado a crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, filhos de sócios do clube. tem atividades nos cinco dias da semana.

Alimentação saudável, esportes e brincadeiras criativas estão entre...

...as atividades propostas e desenvolvidas pelo Projeto S21

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Educ

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rinca

ndo jalimar recorda que antes do Projeto

s21, o clube não tinha nenhuma ati-vidade direcionada para as crianças, a não ser a colônia de férias. “com a entrada de uma diretoria jovem no clube, o foco do sócio mudou muito. eles estão formando família e com isso há mais crianças”, ob-serva. além disso, jalimar destaca que os pais reconhecem o desen-volvimento dos filhos ao passar pelo programa. “as crianças sobem nas árvores para conversar, lanchar. se dependesse da vida urbana, não te-riam acesso a isso”, avalia.

desde o início, o projeto possui a mesma filosofia: educar brincando e desenvolver a parte física, além de auxiliar no equilíbrio emocional. jalimar conta que o projeto nasceu com foco no tênis e depois se ex-pandiu. “quando começou, a base do projeto eram crianças de 10 a 12 anos. Hoje, a base é 6 a 8 anos, pois é a fase mais fácil para desenvolver a parte motora e para aprender in-glês”, explica a coordenadora.

Horá

rios

De terça e quinta-feiraperíodo matutino, das 9h às 11h30min

De segunda a sexta-feira(um a cinco dias), período vespertino, das 14h às 18h.

* existe a opção de participar apenas das aulas de tênis do programa

as crianças sobem nas árvores. se dependesse

da vida urbana, não teriam acesso a isso

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rofis

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o Projeto s21 conta com professores e monitores especializados, prontos para oferecer aos alunos o que há de melhor e mais moderno em educação e preparação esportiva.

Danilo da Silva, 22 anosFormado em educação Física pela uniasselvi e pós-graduado em recreação e lazer, estagiou um ano e meio no Projeto s21, sendo contratado em janeiro de 2009. é um dos professores de tênis, responsável pela formação básica. “o objetivo não é treinar para competição, mas sim para o lazer das crianças”, observa.

Elizabeth Cristina lins Barreto, 28 anosFormada em Pedagogia, está cursando prós-graduação em ludo-pedagogia pela uniasselvi. é responsável pela parte de criatividade e apoio pedagógico do projeto, que auxilia as crianças nas tarefas da escola. “as oficinas de arte têm objetivos pedagógicos que desenvolvem a criatividade, a cooperação e a motricidade. os jogos inseridos também são cooperativos e não competitivos, com o objetivo de criar valores de preservação do ambiente, familiares, de amizade e união”.

Fabiana lange, 21 anoscursando o oitavo semestre de letras na universidade regional de blumenau (Furb), com licenciatura em Português e inglês, ela é responsável pelas brincadeiras em língua inglesa. “a proposta é trabalhar ao ar livre, com atividades lúdicas e jogos cooperativos, sempre colocando os alunos em contato com o inglês. como nós aprendemos a língua Portuguesa escutando e interagindo, o mesmo acontece com a língua estrangeira. assim, eles aprendem de uma forma natural”, explica.

Thiago Serpa, 23 anoscursando o último ano de educação Física na Furb, thiago está há cinco anos no Projeto s21. iniciou no tênis e hoje é responsável pela recreação e iniciação esportiva. “Procuro tirar as crianças da rotina, já que muitas moram em apartamentos e no clube contamos com um espaço amplo. aqui elas aproveitam para correr, pular e saltar obstáculos, aassim desenvolvem a coordenação motora e entram em contato com a natureza”.

Jamile Merini, 21 anoscursando o sexto semestre de educação Física na Furb, jamile está há dois meses como auxiliar dos professores do Projeto s21. “eu acompanho todas as aulas para ajudar os professores, principal-mente quando as turmas são maiores. também oriento as crianças que participam do projeto e ajudo a organizar as festas e eventos do s21. agora que o Verão está chegando, estamos planejando fazer atividades recreativas e gincana na piscina, já que estou fazendo um curso de especialização em curitiba nessa área”, conta.

heraldo da Silva, 37 anosHá 16 anos no tabajara tênis clube e jogando tênis há 30 anos, He-raldo faz parte do s21 desde o início do projeto. campeão brasileiro e estadual, atualmente o blumenauense coordena a equipe de tênis e dá aulas de base, trabalhando a coordenação motora das crianças e adolescentes que participam do projeto. “Futuramente, se eles quiserem jogar profissionalmente, já têm toda a base”, garante.

giovani Bardini (giba), 31 anosFormado em educação Física pela Furb, há cinco anos é professor de tênis no tabajara. Praticando o esporte há duas décadas, dá aulas há 11 anos. no s21, é responsável pela formação inicial das crian-ças a partir dos cinco anos. “trabalho com a escolinha, que dá as aulas de iniciação. depois, as crianças passam a fazer um trabalho de equipe”, explica.

Erivan germano (Tatinha), 37 anoscom formação dentro das quadras, há 20 anos tatinha dá aulas de tênis no tabajara tênis clube. “eu trabalho bastante com a base para depois as crianças seguirem para o trabalho em equipe. durante as aulas de iniciação, elas têm o primeiro contato com as quadras, com a bola e a raquete”.

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8�Sesquicentenário

aproximadamente 200 páginas de pesquisa, entrevistas e fotografias contam os 150 anos de história do tabajara no livro uma taba Para todos: 150 anos do tabajara tênis clube de blumenau. as responsáveis pela obra, que será lançada em 2010, são as historiadoras simone tambosi e bettina stingelin, da siberroam assessoria de Pesquisa Historiográ-fica.

bettina conta que o projeto para o livro começou em 2002, quando o clube entrou em contato com elas para realizar a pesquisa. além das atas das reuniões do clube, foram con-sultados documentos e bibliografias disponíveis no arquivo Histórico Municipal josé Ferreira da silva, onde contaram com o auxílio da professora sueli Petry. “Pesquisamos 50 anos de atas e fizemos pequenos resumos”, explica. Para completar, foram entrevistados os 15 sócios vivos mais an-tigos do tabajara.

esse material ficou guardado até 2006, quando a pesquisa foi atualizada e bettina ficou responsável pela redação dos textos. as historiadoras também utilizaram como fonte de pesquisa a revista tie break, que existe desde 2003.

uma nova pesquisa de fotos foi realizada. segundo simo-ne, a maior parte das fotografias foi conseguida no clube, mas várias foram resgatadas no arquivo Histórico Municipal e através dos sócios. a seleção das imagens para o livro teve o auxílio da diretoria do tabajara e do designer bruno barbieri, da joy branding & design, estúdio envolvido na fi-nalização da obra.

o texto conta os 150 anos de história do primeiro clube de tiro de santa catarina, que foi fundado em 1859 e chamava-se blumenauer schützengesellschaft-verein. a peculiarida-de da história do nome do clube é descrita na publicação. “após a guerra, aproximadamente na década de 30, este nome foi traduzido para sociedade de atiradores blumenau. e em 1949, foi quase uma forma de ironia colocar um nome indígena como tabajara no clube”, destaca bettina.

dividido em seis capítulos, o livro tem uma linguagem fácil e traz diversos casos pitorescos ocorridos no clube. os títulos dos capítulos são: o surgimento da blumenauer schützen-gesellschaft-verein; a sociedade de atiradores chega aos 50 anos; das Guerras à reconstrução; o centenário e Moderni-zação do clube; novo Milênio; 2009: o sesquicentenário.

Livro resgata histórias dos 150 anosPesquisa iniciada em 2002, incluindo documentos e entrevistas, resulta no livro que será lançado em 2010

Simone e Bettina preparam o livro do sesquicentenário do Tabajara

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Cron

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ia depois vêm os subcapítulos: o baile de debutantes; o stammtisch na sociedade de atiradores blumenau; o tiro Hoje; Fatos interessantes da nossa História. e, no final, o livro traz uma listagem dos presidentes, patronesses e rainhas da Münchenfest. as histórias da marca dos 150 anos e do mas-cote do clube, a corujinha tuca, também são contadas. “o livro está em ordem cronológi-ca de acontecimentos. achamos que dessa forma fica uma leitura mais fácil”, explica simone.

o subcapítulo Fatos interessantes da nossa História registra peculiaridades do tabajara tênis clube retiradas do livro de atas das reuniões. entre os fatos estão a apresen-tação do projeto para obra de reconstrução da sede social, em 1949; a reunião que autorizou o convite para rapazes e moças residentes em blumenau, namorados dos filhos e filhas dos sócios para festa do dia 31 de dezembro de 1951; a permissão da Prefeitura Municipal para construção do pri-meiro portão de acesso ao clube, em 1955; a instalação do primeiro telefone no bar da Piscina, em 1967; o projeto de lei que auxi-liou nas despesas do campeonato brasileiro de Veteranos de tênis, em 1977.

o livro está praticamente pronto. a autora acrescenta agora pequenas inserções dos eventos e acontecimentos até o final deste ano, para o lançamento em 2010.

bettina ressalta a importância como his-toriadora de escrever este livro, porque o tabajara está intimamente ligado a blume-nau. “é um privilégio participar de um pro-jeto grande como esse, que está tão ligado a blumenau. nosso objetivo é o resgate da história para que seja transmitida aos mais jovens”, assinala. da mesma forma, simone observa que as entrevistas realizadas tra-zem vários fatos que os documentos não conseguem expressar. “o resgate da história de forma oral é um trabalho fundamental, pois diversos fatos não estariam no livro se não fossem os depoimentos”, avalia.

é um privilégio participar de um

projeto grande como esse, que está tão ligado a blumenau

o livro está em ordem cronológica

de acontecimentos. dessa forma fica uma

leitura mais fácil

simone

bettina

Antiga sede está entre as imagens do livro - abaixo, esboço para a capa

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88Carta

deve ter sido lá pelo ano 1935 ou 36, que seja. como toda Festa do espírito santo, esta começou sábado à noite com uma passeata a partir da casa Hoepke até o tabajara. todos os participantes com tocha acesa na mão. Para nós, apesar do sapato novo apertar, era uma grande alegria. o que havia à noite, não sei, pois criança ia para casa dormir.

domingo, lembro-me até hoje que, na parte da manhã, en-trei no clube procurando meu pai. que algazarra! Gargalha-das, torcida, tiro, tio e mais tiro. o primeiro objetivo: derru-bar um enorme pássaro de um bloco de madeira colocado num poste alto. simplesmente atiravam, estraçalhavam o bicho até cair. Mas, aí é que está! quem derrubava o dito cujo pagava um barril de chope. levava horas e ia por cha-mada. a torcida e as gargalhadas, mais os tiros davam uma tremenda algazarra. naturalmente, matava-se a sede com chope.

achei meu pai, que já estava na vez: “inge, aperte o dedo para o resto do pássaro não cair”. apertei os dois dedões e fechei os olhos. silêncio total, expectativa: bum! nada! não caiu!

outra torcida: um jovem joinvilense, recém-chegado a blu-menau, erich Kormann, pegou a espingarda e disse: “agora ele vai cair!” bom! caiu! todo feliz e orgulhoso, pagou a ro-dada de cerveja.

inge Lauterjung darius

Lembranças doSchützenverein

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90Sesquicentenário

A sede social, onde ficam salão principal, restaurante e Die kneipe, entre outros ambientes

Spass Ecke, ambiente para eventos particulares dos sócios, equipado com uma sofisticada cozinha gourmet (ao lado)

O Tabajara em fotosImagens mostram parte da história recente do clube e a evolução nas áreas de lazer e na estrutura

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Entrada para a secretaria e nova portaria: mais conforto para os colaboradores

vista aérea de todas

as dependências do

Tabajara, da portaria ao

campo de futebol e bocha

Sede da bocha, que inicialmente era aberta e passou por diversas melhorias até chegar à configuração atual

O Restaurante Tabajara: endereço certo da boa gastronomiaO parque infantil está entre os espaços

preferidos das crianças do Tabajara

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Show da banda Papas da língua no salão princiapl

Sesquicentenário

Desfiles da Oktoberfest têm participação do Tabajara No Natal, o clube se ilumina para festejar a fraternidade

Festas jovens também agitam o clube

lareira do Die kneipe: espaço dedicado ao sossego e à boa conversa

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quadras de tênis ganharam iluminação mais eficaz...

... lembra o espaço antigo destinado às peladasO campo de futebol foi repaginado e, em quase nada...

... e econômica em comparação ao sistema antigo

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As novas piscinas ainda em fase de construção

Sesquicentenário

Studio gym, a nova academia do Tabajara

À noite, a piscina ganha contornos e iluminação especial: espaço perfeito para curtir o frescor após o pôr-do-sol

As novas piscina já concluídas e à disposição dos sócios O deck da piscina: espaço de ralaxamento e contemplação

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9�Sesquicentenário

Com a remodelação do espaço, o futebol ganhou um ambiente para eventos: o Fussball Ecke

vista interna do Fussball EckeO Bar da Piscina também passou por melhorias...

... internas, externas e, inclusive, no cardápio

Coruja que caiu do ninhodeu origem à mascote Tuca

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98Tabasco

- é verdade que você nasceu aqui dentro do clube?- como?- Você vive dizendo nas entrevistas que...- ah, isso é uma força de expressão. quero dizer que sou sócio aqui desde que nasci. entendeu?- ouvi dizer que você tem muitas lembranças ou histórias engraça-das...- claro que tenho, muitos sócios têm, o diabo é lembrar. o que você quer saber?- se na adolescência vocês espiavam as moças trocando de roup...- Peraí! não me envolve nisso. sabe por quê? eu enxergo mal, aí nem adiantava pegar aquela escada e encostar atrás do vestiário da piscina, apoiar no barranco e olhar por uma fresta em cima do lado esquer...- Pelo jeito você conhece o lugar muito bem.- é que meus amigos espiavam. Mas eu não vou entregar ninguém. esquece isso, tanto espiadas como espiadores hoje já são avós.- Você jogou futebol e fez gols aqui no clube?- bem, na verdade até fiz, só não posso chamar isso de “jogar fute-bol”...- Por quê?- Meu talento latente foi sufocado por boleiros mais malandros como Walmor belz, teixeirinha, nicolau dos santos, arninho buerger... - e os gols?- Fiz alguns, meio sem querer. de um me lembro especialmente. na saída, atrasaram a bola pra mim e eu mandei de primeira pra rede. Meu primo júlio era o goleiro, envergava um baita numero 13, e estava de costas conversando com alguém. depois o juiz disse que foi irregu-

lar, mas como era pra mim...- Você era amigo do juiz?- não, foi colher de chá mesmo. é que aquelas peladas eram uma zona. ah, em outra ocasião, driblei sem querer o teixeirinha, o maior craque catarinense...- Meu deus! lembra de mais coisas?- cara, nem tudo cabe aqui. tem histórias do joão da sauna, do porteiro risada, do inácio desde o tempo em que era garçom, a inauguração da piscina nos anos 60 que foi um evento estadual, da fama quase nacional da nossa cozinha, da época em o clube vivia às moscas, das gincanas, de um cara que capotou aqui bem em frente às quadras, do campeonato brasileiro infanto-juvenil e da juventude, da cozinha am-pliada que alguns acharam ter ficado maior que a do quartel, da vidraça translúcida da sauna por onde se via as bundas dos frequentadores bem aqui da rua e dos muitos namoros que viraram casamentos.- lembra de algum?- isso aqui não é a “caras”, pô...- tá bom. e “clube aristocrático” vem de onde?- invenção da mídia. Ficam imaginando coisas a respeito da “finesse” disso aqui. Mas como diz o caetano Veloso, de perto ninguém é nor-mal... - e o porteiro que te chama de “arninho”?- ah, isso é porque faço academia há mais de um ano e, sempre que o porteiro casas me vê chegando pra malhação, fala: “Vais ficar mais fino que o arninho buerger depois da cirurgia!”.- uma mensagem pra finalizar.- esse clube é ótimo! Por isso já dura 150 anos.

Me entrevistando-me

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