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CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO UFSC ARQ5661 TECNOLOGIA DE EDIFICAÇÃO Professor Anderson Claro RAMPAS Malú Rocha Mayara Tonelli 2013 - 2 Visite também o

Tipos de Rampas Para Pedestres

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CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO – UFSC ARQ5661 – TECNOLOGIA DE EDIFICAÇÃO Professor Anderson Claro

RAMPAS

Malú Rocha Mayara Tonelli

2013 - 2

Visite também o

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Introdução Rampas são planos inclinados que conectam pontos em níveis diferentes. Passarelas são plataformas horizontais que conectam planos situados no mesmo nível, ou seja, sem inclinação. Ambas as estruturas precisam ter capacidade de suportar o tráfego de pessoas e/ou materiais. Neste trabalho daremos a maior ênfase às rampas, aqui discutiremos seu papel em nosso dia-a-dia, observando suas variadas aplicações e usos. Sinônimo de acessibilidade, elas, contudo, não são apenas uma norma a ser cumprida, mas também podem mostrar-se como parte importante do projeto, em muitos casos sendo o próprio partido. Muitos arquitetos aderiram à rampa quase como uma marca registrada mostrando o diferencial de seu projeto na mesma. Como já comentamos rampa é um plano inclinado usado para a circulação. A utilização de rampas é assim obrigatória em locais que devam ser acessíveis a pessoas limitadas em sua capacidade de locomoção, como; idosos, enfermos e portadores de deficiência física, ou ainda, permitir a circulação de equipamentos dotados de rodas. Desta forma, escolas, hospitais, clubes, cinemas, teatros, museus e edifícios públicos, de uma maneira geral devem dispor de rampas, de forma a garantir o acesso de qualquer pessoa. O grande problema encontrado pelos arquitetos é que quanto maior a altura, menor tem de ser a inclinação para que alguém com dificuldades de locomoção possa, subi-la e por isso há a necessidade de muito espaço para implantação da mesma, o que nos leva a muitas rampas incorretas.

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1. Rampas de pedestres Pois bem, como saber qual é a inclinação necessária para vencer o desnível do meu projeto? É aí que entra a norma NBR9050. Vejamos o que ela diz acerca da inclinação:

Para calcular o comprimento de sua rampa é simples: Comprimento = (altura x 100) / inclinação No caso de uma reforma que se proponha a adicionar uma rampa a uma construção já pronta, são aceitas inclinações superiores a 8,33%. Nesses casos, admite-se até 10% para rampas com até 80 cm de altura e até 12,5% para rampas com até 20 cm de altura. Contudo, a inclinação máxima de projeto deve seguir a tabela acima. A norma, porem, não se refere somente à inclinação da rampa. Há outros pontos importantes a serem considerados:

- Quando o desnível a ser vencido for maior do que 1,50 m, é obrigatório que haja dois ou mais segmentos de rampa.

- A largura tem de ser de no mínimo 1,20 m. Para permitir a passagem de duas pessoas em cadeiras de rodas ao mesmo tempo, recomenda-se no mínimo 1,50 m.

- O piso deve ser antiderrapante.

- Patamares no início e fim de cada segmento são obrigatórios.

- A rampa deve possuir corrimão duplo com pontas arredondadas.

A norma não estabelece que a rampa deva ser coberta, mas é sempre recomendável, pois em caso de chuva ela pode se tornar escorregadia, mesmo com o piso antiderrapante.

Representação gráfica das rampas nos projetos

Em planta baixa, representa-se a inclinação sempre com uma flecha cujas extremidades são o início e o fim da rampa. Em geral, usa-se a flecha apontando no sentido da subida, mas é possível fazer de maneira contrária também, contanto que esteja explicado em uma legenda. Ao lado da flecha põe-se a porcentagem indicando a inclinação. A seguir um exemplo de rampa representada em planta-baixa e em vista lateral (NBR 9050 – ABNT):

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2. Rampas para veículos

As rampas destinadas á veículos devem permitir a fácil acesso às vagas sem recurso à manobra. Chamaremos de R1, R2 e R3 os três tipo possíveis de rampas veiculares. A largura mínima útil de circulação das rampas é de: R1 – 3 m R2 – 3 m R3 – 6 m

Definida em função da capacidade global do estacionamento e da utilização do edifício. Quando tiverem vários pisos, as rampas terão dimensões proporcionais aos níveis em largura e correspondentes à capacidade dos pisos que servem. Excetuam-se as grandes áreas comerciais e garagens de automóveis de grandes dimensões, nas quais se deverá garantir a existência de rampas R3 (com dois sentidos de circulação) ou duplas rampas R1 ou R2 (com um sentido de circulação).

Os raios de curvatura mínima são: R1 – 6,50 m ao bordo exterior, com largura mínima de faixa de 4m; R2 – igual a R1, com concordância dos patamares adjacentes; R3 – 9,50m ao bordo exterior, com largura mínima de faixa de 7m; Nas grandes áreas comerciais e garagens de automóveis de grandes dimensões, as rampas devem ser projetadas em função da especificidade de cada projeto. Sempre que a solução projetada para o parque preveja pisos em rampa, e em função da sua inclinação, a orientação dos lugares de estacionamento relativamente à diretriz dos corredores de circulação deverá respeitar os seguintes valores: - Rampa com inclinação até 15% - Orientação máxima de estacionamento – 90º; - Rampa com inclinação entre 15% e 16,5% - Orientação máxima de estacionamento - 60º; - Rampa com inclinação superior a 16.5% - Estacionamento longitudinal, preferencialmente no sentido descendente;

As rampas veiculares nas ruas deverão apresentar: - Recuo de 4m do alinhamento dos logradouros para seu início; - Declividade máxima de 20% (vinte por cento) quando destinada à circulação de automóveis e utilitários; - Declividade máxima de 12% (doze por cento) quando destinada à circulação de caminhões e ônibus; - As rampas para automóveis e utilitários, em residências unifamiliares, terão declividade máxima de 25% (vinte e cinco por cento) podendo iniciar no alinhamento.

Em casos excepcionais, localizados em zonas históricas, consolidadas e em lotes de pequenas dimensões, poderão ser admitidos valores mais desfavoráveis. As rampas R2 que tenham dois sentidos de circulação, devem ser dotadas de sinalização luminosa, de forma a que apenas tentem a passagem os veículos que possam prosseguir livremente.

3. Rampas de calçadas

São geralmente colocadas em esquinas de quadras que comportam centros de educação infantil, escolas, terminal de transporte coletivo e unidades de saúde, ainda que, deveriam estar presente em todas as esquinas da cidade. A medida facilita aos pedestres melhores acessos. Satisfazem às normas da Associação Brasileira de Norma Técnica (ABNT). Com 2,20 metros de largura e circulação de 1,20 metros, que dá espaço para o giro da cadeira de rodas e sinalização com piso tátil que abraça toda a rampa. O rebaixamento de calçada definido como base para o projeto da rampa pré-fabricada é o de Tipo I-A, o

qual contempla uma inclinação máxima de 8,33% e largura mínima de rampa de 1,20m. As abas de

acomodação lateral foram consideradas com 0,50 m de largura, também dimensão mínima (figura 1).

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Figura 1 – Dimensões genéricas do rebaixamento de calçada Tipo I-A

Uma outra derivação para emprego do mesmo tipo de peça pré-fabricada nasce do conceito de módulos

componíveis (figuras 2), os quais podem atender travessias com as mesmas características genéricas do

rebaixamento de calçada Tipo I-A, tais como inclinação e altura padrão, porém com larguras de rampa

superiores a 1,80 m.

Figura 2

3.1 Dimensões

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4. Rampas e Esteiras rolantes

Rampas e esteiras rolantes são uma opção alternativa para o transporte de grandes públicos de modo

confortável e rápido. Suas principais expecificações técnicas encontram-se abaixo.

As inclinações de 10°, 11° e 12° representam o padrão internacional comum para esteiras rolantes

inclinadas. Os usuários consideram a inclinação de 10° como a de movimento mais confortável. Utiliza-se

a inclinação de 12° sempre que o espaço disponível é limitado. Em geral, é possível fornecer esteiras

rolantes horizontais com inclinações entre 0° e 6°.

Os pallets estão disponíveis em larguras de 800 e 1000 mm para as esteiras rolantes inclinadas (de 10°

a 12°). A largura mais utilizada é a de 1000 mm. Como as esteiras rolantes com essa largura de pallet são

também adequadas para o transporte de carrinhos de compras ou bagagem, elas são utilizadas

principalmente em shopping centers e estações de transporte público. Esteiras rolantes com uma largura

de 1000 mm são normalmente recomendadas, já que os pallets devem ser 400 mm mais largos que os

carrinhos de compras, no caso de esteiras que aceitam tais carrinhos. No caso de esteiras rolantes

horizontais com inclinações entre 0° e 6°, os pallets estão disponíveis nas larguras de 800, 1000, 1200 e

1400 mm. Nos aeroportos, há uma crescente tendência para o uso de esteiras com largura de 1200 ou

1400 mm, já que tal largura permite que os usuários ultrapassem passageiros com carrinhos de bagagem.

Percurso dos pallets

O número correto de pallets horizontais nas áreas de desembarque (ou seja, o chamado percurso final dos

pallets) de esteiras rolantes inclinadas, de acordo com as normas ANSI, EN 115 e NM 195, depende do

desnível, da inclinação e da velocidade nominal. O percurso dos pallets compatível com as normas está

indicado na tabela á seguir:

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4.1 Área livre

Para garantir uma utilização segura de esteiras rolantes, é preciso ter uma área livre suficientemente

extensa nos pontos de desembarque superior e inferior. No caso de esteiras rolantes em que se prevê um

elevado volume de tráfego e que forem, projetadas para transportar carrinhos de compras e bagagem, a

área livre deve ter uma extensão de ao menos 5 metros. Se os carrinhos forem encaixados uns nos outros

quando transportados nas esteiras rolantes, a área livre deverá ser adaptada de modo correspondente.

4.2 Largura da esteira rolante

Em situações de emergência, deve haver a possibilidade de sair de uma esteira rolante sem qualquer

perigo – como no caso em que uma esteira é imobilizada ao se apertar o botão de parada de emergência,

por exemplo. Para permitir que os passageiros saiam da esteira rolante em tais casos, deve haver uma

distância mínima de 200 mm em uma das laterais, entre o lado interno do rodapé da balaustrada e a parte

mais saliente do carrinho de compras. Isto significa que os pallets devem ser ao menos 400 mm mais

largos que o carrinho de compras.

5. Rampas em museus

Museu Solomon R. Guggenheim – Nova York

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Museu Iberê camargo – Porto Alegre

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Museu do Vaticano – Roma

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6. Aeroportos

Os aeroportos também são lugares onde encontramos as rampas, nestes lugares elas são indispensáveis

devido à circulação de malas e carrinhos.

Aeroporto de Confins – Belo Horizonte

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Aeroporto Internacional de Bangkok Suvarnabhumi, Tailândia.

Aeroporto internacional Salgado Filho – Porto Alegre

7. As rampas de Oscar Niemeyer

Grande arquiteto brasileiro, Oscar Niemeyer foi um dos melhores exemplos de arquitetura a ser dando

quando o assunto é rampas. Monumentais, suas rampas tinham sempre papel de destaque em suas

obras.

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Congresso Nacional - Brasília

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Teatro popular - Niterói

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Museu nascional da republica - Brasília

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Museu de arte contemporânea - Niterói

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Museu do Olho – Curitiba

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Centro administrativo – Belo Horizonte

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Auditório do parque Ibirapuera – São Paulo

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Palácio do planalto - Brasília

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Curiosidades

8. Rampa de Skate

Construídas visando a prática de esportes e lazer, as pistas de skate também são rampas e tem suas

próprias normas e características. Vejamos alguns exemplos:

SkateparkSMP – Xangai.

Skateparkde Black Pearl – Ilhas Cayman. É o maior parque de skate de concreto ao ar livre, com 4830 m².

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Louisville Extreme Park - Kentucky

SkateparkVANS – California

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Skate park Amazing Square – Japão

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Conclusão

Como podemos ver as rampas vão muito além de simplesmente fazer a transição de um nível á outro. É

fato que sua utilização está, sobretudo, ligada à acessibilidade, porem sua aplicação vai além, podendo

esta ser construída também por fins estéticos, de lazer ou mesmo comodidade.

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Bibliografia

http://professor.mackenzie.com.br/projeto6/arquivos/Manual%20Tecnico.pdf

http://www.mobilize.org.br/midias/pesquisas/rampa-prefabricada-em-microconcreto-armado.pdf

http://www.schindler.com/content/dam/web/br/PDFs/NI/guia-planejamento-escadaesteira.pdf

http://www.tcm.ce.gov.br/licitacoes/uploads/li_2869fa55489f6e441b3033b74081a95e.pdf

http://caianomundo.ci.com.br/blog/2012/08/03/10-pistas-de-skate-iradas-ao-redor-do-mundo/