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Prezados Cidadãos Abaixo está a mais recente versão da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental, ainda em construção. Esta minuta em estudo, atualizada até 27/04/07, contempla as ponderações feitas pelo corpo técnico da SEMMAM e aquelas colhidas no seminário realizado em 14/04/07 no Colégio Profª Maria Gusmão de Britto, além da análise da Comissão Técnica Permanente Multidisciplinar (CTPM) e do corpo jurídico do SEMAE. Como texto em construção que é, seu corpo ainda poderá englobar as ressalvas eventualmente levantadas por estas equipes. O arquivo infelizmente não permite que os links fiquem ativos, mas dispomos de todas as legislações citadas. Nossa intenção é remeter este anteprojeto à Câmara de Vereadores para análise até o início da 2ª quinzena de Maio, mantendo a expectativa de que seja sancionada pelo Sr. Prefeito na semana do Meio Ambiente, comemorada na 1ª semana de Junho. Tudo isto coerente ao cronograma abaixo, já aprovado pelo COMDEMA. DATA ATIVIDADE Dia: 25 de abril Inclusão do APL SINGEA no sitio da Prefeitura Municipal – acessar link projetos / SEMMAM Objetivo: Propiciar o acesso da população à consulta do APL e apresentação de propostas ao mesmo. Dia: 15 de maio 18:30 Horas - Prazo final da consulta pública – Discussão e votação das propostas na Reunião Ordinária do COMDEMA Distribuição do roteiro do APL SINGEA do Código Municipal de Responsabilidade Ambiental Dia: 16 de maio Discussão e aprovação do APL SINGEA na Coordenação Executiva do Governo Municipal 17 a 21 de maio Sistematização e encaminhamento do APL à Câmara Municipal 22 a 31 de maio Tramitação e votação do Projeto de Lei pela Câmara Municipal Dia: 05 de junho Lançamento da Lei do SINGEA – Dia Mundial do Meio Ambiente Até seu envio à Câmara, toda contribuição é bem-vinda, através dos seguintes contatos: [email protected] [email protected] ou pelos telefones 3592 2004, r: 223, com Alessandro ou Saimon, ou 3589 4325. P:\Plano de saneamento\SINGEA VIII para página.doc 1 de 46

TITULO II – DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO … VIII para página.pdf · II – Plano Diretor Municipal, Lei Municipal n.º 6.125 de 19 de dezembro de 2006, artigos 20, 21,

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Prezados Cidadãos

Abaixo está a mais recente versão da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental,

ainda em construção.

Esta minuta em estudo, atualizada até 27/04/07, contempla as ponderações feitas pelo corpo

técnico da SEMMAM e aquelas colhidas no seminário realizado em 14/04/07 no Colégio Profª Maria

Gusmão de Britto, além da análise da Comissão Técnica Permanente Multidisciplinar (CTPM) e do

corpo jurídico do SEMAE.

Como texto em construção que é, seu corpo ainda poderá englobar as ressalvas eventualmente

levantadas por estas equipes.

O arquivo infelizmente não permite que os links fiquem ativos, mas dispomos de todas as

legislações citadas.

Nossa intenção é remeter este anteprojeto à Câmara de Vereadores para análise até o início da

2ª quinzena de Maio, mantendo a expectativa de que seja sancionada pelo Sr. Prefeito na semana do

Meio Ambiente, comemorada na 1ª semana de Junho. Tudo isto coerente ao cronograma abaixo, já

aprovado pelo COMDEMA.DATA ATIVIDADE

Dia: 25 de abril

Inclusão do APL SINGEA no sitio da Prefeitura Municipal – acessar link projetos / SEMMAM

Objetivo: Propiciar o acesso da população à consulta do APL e apresentação de propostas ao mesmo.

Dia: 15 de maio

18:30 Horas - Prazo final da consulta pública – Discussão e votação das propostas na Reunião Ordinária do COMDEMA

Distribuição do roteiro do APL SINGEA do Código Municipal de Responsabilidade Ambiental

Dia: 16 de maio Discussão e aprovação do APL SINGEA na Coordenação Executiva do Governo Municipal

17 a 21 de maio Sistematização e encaminhamento do APL à Câmara Municipal

22 a 31 de maio Tramitação e votação do Projeto de Lei pela Câmara Municipal

Dia: 05 de junho Lançamento da Lei do SINGEA – Dia Mundial do Meio Ambiente

Até seu envio à Câmara, toda contribuição é bem-vinda, através dos seguintes contatos:

[email protected]

[email protected]

ou pelos telefones 3592 2004, r: 223, com Alessandro ou Saimon, ou 3589 4325.

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- PROJETO DE LEI -

em vermelho itálico: ponderações/sugestões SEMMAMem verde tachado: supressões sugeridas SEMMAMem laranja sublinhado: ressalvas CTPMem bordô negrito: propostas SEMAE

“Institui a Política Municipal Integradade Saneamento e Gestão Ambiental

e dá outras providências.”

ARY JOSÉ VANAZZI, Prefeito Municipal de São Leopoldo.

Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte

LEI

POLÍTICA MUNICIPAL INTEGRADADE

GESTÃO E SANEAMENTO AMBIENTAL

TITULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO I – OBJETO E ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO MARCO REGULATÓRIODO DESENVOLVIMENTO URBANO E AMBIENTAL

Art. 1º. Esta Política têm por base as seguintes legislações:

I – Lei Orgânica do Município, artigos 223, 236, 257 a 278;

II – Plano Diretor Municipal, Lei Municipal n.º 6.125 de 19 de dezembro de 2006, artigos 20, 21, 32, 114 a 119;

III – Lei n.º 11.445 de 05 de janeiro de 2007, que dispõe sobre diretrizes nacionais para o saneamento básico;

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IV – Estatuto das Cidades, Lei n.º 10.257 de 10 de julho de 2001, que estabelece diretrizes da política urbana;

V – Lei nº. 11.107 de 06 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos;

CAPÍTULO II – DOS CONCEITOS

Art. 2º. Para os efeitos desta lei consideram-se:

I - impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

a) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) as atividades sociais e econômicas; c) a biota; d) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e) a qualidade dos recursos ambientais.

II - desenvolvimento sustentável como a condição de atender as necessidades de recursos da atual geração sem comprometer o direito de acesso das futuras gerações aos mesmos ou a semelhantes recursos;

III – ecossistema como o conjunto de interações entre os seres vivos e o ambiente que caracteriza determinada área;

IV – degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;

V – meio ambiente como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;

VI - poluente como toda e qualquer forma de matéria ou energia que, direta ou indiretamente, cause ou possa causar poluição do meio ambiente;

VII – poluição como toda e qualquer alteração dos padrões de qualidade e da disponibilidade dos recursos ambientais e naturais, resultantes de atividades ou de qualquer forma de matéria ou energia que, direta ou indiretamente, mediata ou imediatamente:

a) prejudique a saúde, a segurança e o bem-estar das populações ou que possam vir a comprometer seus valores culturais;b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;c) afetem desfavoravelmente a biota;d) comprometam as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;e) alterem desfavoravelmente os patrimônios genéticos e culturais - histórico, arqueológico, paleontológico, turístico, paisagístico e artístico; f) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;g) criem condições inadequadas de uso do meio ambiente para fins públicos, domésticos, agropecuários, industriais, comerciais, recreativos e outros;

VIII - poluidor como a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental;

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IX - recursos ambientais como o ar atmosférico, as águas superficiais e subterrâneas, o solo, o sub solo, os elementos da biosfera e os demais componentes dos ecossistemas, com todas as suas inter-relações, necessárias à manutenção do equilíbrio ecológico;

X – qualidade ambiental como a manutenção da adequada intensidade, concentração, quantidade e características de toda e qualquer forma de matéria e energia ou matéria presente nos recursos ambientais;

XI - salubridade ambiental como o estado de qualidade ambiental capaz de prevenir a ocorrência de doenças relacionadas ao meio ambiente e de promover o equilíbrio das condições ambientais e ecológicas que possam proporcionar o bem-estar da população;

XII - saneamento ambiental como o conjunto de ações que visam a alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental, por meio do abastecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos líquidos, sólidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária do uso e ocupação do solo, prevenção e controle do excesso de ruídos, manejo de águas pluviais, controle de vetores de doenças transmissíveis e demais obras e serviços especializados;

XIII - saneamento básico como o conjunto de ações entendidas fundamentalmente como de saúde pública, compreendendo o abastecimento de água em quantidade suficiente para assegurar a higiene adequada e o conforto e com qualidade compatível com os padrões de potabilidade, coleta, tratamento e disposição adequada dos esgotos e dos resíduos sólidos, manejo de águas pluviais e controle ambiental de roedores, insetos, helmintos e outros vetores transmissores e reservatórios de doenças;

XIV - zoonoses como as doenças transmitidas por animais ao homem e que são comuns aos homens e animais;

XV - vetores como os seres vivos que veiculam o agente infeccioso, sendo capazes de transmiti-lo de um hospedeiro a outro;

XVI - tratamento de esgoto como o processo ao qual o esgoto é submetido com o objetivo de eliminar seus constituintes nocivos à saúde;

XVII – sub-bacia hidrográfica como a parte de uma bacia hidrográfica de um rio maior, correspondente a um de seus afluentes ou tributário e seu entorno, considerada área de preservação permanente;

XVIII – animais autóctones como aqueles representativos da fauna nativa do Rio Grande do Sul;

XIX – animais silvestres como todas as espécies, terrestres ou aquáticas, representantes da fauna autóctone e migratória de uma região do país.

XX – APP - área de preservação permanente – como uma faixa de preservação de vegetação estabelecida em razão da topografia ou do relevo, geralmente ao longo dos cursos d’água, nascentes, reservatórios e em topos e encostas de morros, destinada à manutenção da qualidade do solo, das águas e também para funcionar como “corredor de fauna”;

XXI - controle de vetores como o conjunto de ações, a cargo do serviço de controle de zoonoses, que visa a eliminar, diminuir ou prevenir os riscos e agravos à saúde provocados por vetor.

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TÍTULO II – DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS, OBJETIVOS E DIRETRIZES

Art. 3º. Para o estabelecimento da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental – SINGEA - serão observados os seguintes princípios fundamentais:

I - a prevalência do interesse público;

II - a participação efetiva da sociedade nos processos de decisão e na defesa do meio ambiente;

III – a promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável, socialmente justo e economicamente equilibrado;

IV – a responsabilidade sócio-ambiental compartilhada, fundamentada no artigo 225 da Constituição Federal;

V - a educação ambiental como mobilizadora da sociedade;

VI - a multidisciplinariedade e a transdisciplinariedade no trato das questões ambientais;

VII - o incentivo à pesquisa científica e tecnológica direcionada para o uso, proteção, monitoramento e recuperação dos recursos ambientais e dos níveis adequados de salubridade ambiental;

VIII - o respeito à capacidade de pagamento dos usuários na remuneração dos investimentos e dos custos de operação e manutenção do SINGEA - Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental;

IX - mitigação e minimização dos impactos ambientais;

X - a recuperação e/ou compensação do dano ambiental.

Art. 4º. São objetivos da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental:

I – proteger a saúde pública e a qualidade do meio ambiente;

II – preservar e assegurar a utilização sustentável dos recursos naturais;

III - disciplinar o uso e exploração dos recursos hídricos;

IV – incentivar a produção e o desenvolvimento de tecnologias ambientalmente limpas;

V - combater à desigualdade sócio-ambiental e seus efeitos prejudiciais à qualidade de vida e à qualidade ambiental da cidade e de seus recursos naturais;

VI – gerar benefícios ambientais, sociais e econômicos por meio dos serviços e atividades que compõem a gestão do meio ambiente e saneamento;

VII - universalizar os serviços de saneamento ambiental.

Art. 5º. São diretrizes da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental:

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I – a integração das ações de governo nas áreas de meio ambiente, saneamento, recursos hídricos, saúde pública, desenvolvimento urbano e inclusão social;

II - a integração com as políticas de meio ambiente e saneamento nas esferas de competência da União, do Estado e dos demais municípios e com as demais ações do governo;

III - a melhoria contínua da qualidade ambiental;

IV - adoção de um processo contínuo de desenvolvimento, aperfeiçoamento e revisão da legislação ambiental aplicada ao meio ambiente e ao saneamento;

V - a utilização de recursos financeiros administrados pelo Município que se fará segundo critérios de melhoria da saúde pública e do meio ambiente;

VI – participação comunitária através do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos – COMITESINOS, integrante do Sistema Estadual de Recursos Hídricos, congregando usuários de água, representantes políticos e de entidades atuantes na respectiva bacia.

VII – bacia e sub-bacia hidrográficas são as unidades territoriais básicas de planejamento da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental.

CAPÍTULO II – DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

Art. 6º. São instrumentos da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental:

I - o Fundo Municipal de Meio Ambiente – FUNDEMA;

II – o Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental – PLAMASA - e seus respectivos Planos Diretores Setoriais;

III – o Plano Municipal de Gestão Integrada de Proteção Ambiental;

IV - o Código Municipal de Meio Ambiente;

V - o estabelecimento de normas, padrões, critérios e parâmetros de qualidade ambiental;

VI - o zoneamento ambiental;

VII - o Plano Diretor Municipal - PDM, as leis de parcelamento, uso e ocupação do solo e demais instrumentos de controle do desenvolvimento urbano;

VIII - o Licenciamento Ambiental, o controle e a adequação de atividades efetiva ou potencialmente degradadoras ou poluidoras;

IX - as fiscalizações ambientais e sanitárias e as penalidades administrativas;

X - a avaliação de impactos ambientais e as análises de riscos;

XI – as auditorias ambientais e audiências públicas;

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XII - os incentivos à criação ou absorção e desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à melhoria da qualidade e salubridade ambiental;

XIII - a criação de unidades de conservação;

XIV - o cadastro técnico de atividades e o Sistema de Informações Ambientais, unificado com o cadastro multifinalitário previsto no Plano Diretor Municipal;

XV – o Relatório Anual de Qualidade e Salubridade Ambiental;

XVI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente;

XVII - a educação ambiental;

XVIII – a adoção de critérios e indicadores de sustentabilidade para seleção de empresas e prestadores de serviços, nas aquisições e contratações do Poder Público;

XIX - os acordos, convênios, consórcios e outros mecanismos associados de gerenciamento de recursos ambientais.

XX – a Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento;

XXI – o PRÓ-ECOTURISMO

CAPÍTULO III – DO DIREITO À SALUBRIDADE AMBIENTAL

Art. 7º. Todos têm direito à vida, saúde, moradia higiênica e digna, em ambiente salubre, cuja promoção e preservação é dever do Poder Público e da coletividade.

§ 1º - Obrigação do Poder Público promover a salubridade ambiental, especialmente median-te políticas, ações e a provisão universal e equânime dos serviços públicos necessários.

§ 2º - Órgão de fiscalização sanitária abrangerá especialmente a higiene e limpeza das vias públicas, das habitações particulares e coletivas, da alimentação, incluindo todos os estabelecimentos que fabriquem ou vendam bebidas e produtos alimentícios, bem como os estábulos, cocheiras e pocilgas e demais ambientes de criação agropecuária.

Art. 8º. É garantido a todos o direito a níveis adequados e crescentes de salubridade ambien-tal e de exigir dos responsáveis medidas preventivas, mitigadoras, compensatórias ou reparadoras em face de atividades prejudiciais ou potencialmente prejudiciais à salubridade ambiental.

CAPÍTULO IV – DO INTERESSE LOCAL

Art. 9º. Para o cumprimento do disposto no artigo 30 da Constituição Federal, no que concerne ao meio ambiente e saneamento, considera-se como de interesse local:

I - o incentivo à adoção de posturas e práticas sociais e econômicas ambientalmente sustentáveis;

II - a adequação das atividades e ações econômicas, sociais, culturais, urbanas e do Poder Público às imposições do equilíbrio ambiental;

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III - a busca permanente de soluções negociadas e de consenso entre o Poder Público, a iniciativa privada e sociedade civil para a redução dos impactos ambientais;

IV - a adoção no processo de planejamento, de normas relativas ao desenvolvimento urbano e econômico que priorizem a proteção ambiental, a utilização adequada do espaço territorial e dos recursos naturais e que possibilitem novas oportunidades de geração de emprego e renda;

V - a ação na defesa e conservação ambiental no âmbito regional e dos demais municípios vizinhos, mediante convênios e consórcios;

VI - a defesa e conservação de áreas de interesse ambiental, definidas em legislação municipal complementar;

VII - o licenciamento e fiscalização ambiental com o controle das atividades potencial ou efetivamente degradadoras e poluidoras;

VIII - a melhoria constante da qualidade do ar, da água, do solo, da paisagem e dos níveis de ruído e vibrações, mantendo-os dentro dos padrões técnicos estabelecidos pelas legislações de controle de poluição ambiental federal, estadual e municipal, no que couber;

IX - a coleta, o transporte, a reciclagem, o tratamento e a disposição final dos resíduos sólidos;

X - a captação, o tratamento e a distribuição de água, assim como o monitoramento de sua qualidade;

XI - a coleta, transporte e o tratamento de esgotos, além da disposição adequada dos subprodutos gerados neste processo;

XII - o reaproveitamento de efluentes industriais e águas servidas destinados a quaisquer atividades;

XIII - a drenagem e a destinação final das águas pluviais;

XIV - o cumprimento de normas de segurança no tocante à manipulação, armazenagem e transporte de produtos, substâncias, materiais e resíduos perigosos ou tóxicos;

XV - a conservação, preservação e recuperação dos cursos d’água, matas ciliares, áreas florestadas e banhados;

XVI - a garantia de crescentes níveis de salubridade ambiental, através do provimento de infra-estrutura sanitária e de condições de salubridade das edificações, ruas e logradouros públicos;

XVII - monitoramento de águas subterrâneas visando à manutenção dos recursos hídricos para as atuais e futuras gerações.

CAPÍTULO V – DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO DE SÃO LEOPOLDO

Art. 10. Ao município de São Leopoldo, no exercício de sua competência constitucional, cabe mobilizar e coordenar ações, recursos humanos, financeiros, materiais, técnicos e científicos e a participação da população na execução dos objetivos e interesses estabelecidos nessa lei, devendo, para tanto:

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I – planejar, desenvolver estudos e ações visando à promoção, conservação, preservação, recuperação, vigilância e melhoria da qualidade e da salubridade ambiental;

II – definir e controlar a ocupação e uso dos espaços territoriais de acordo com suas limitações e condicionantes ambientais;

III – elaborar e implementar programas, planos e projetos de saneamento básico e de conservação e proteção ao meio ambiente;

IV – regulamentar e fiscalizar os serviços de saneamento ambiental prestados diretamente pelo Município ou através de concessões;

V – planejar, projetar, executar, operar e manter os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais e coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos domiciliares;

VI – elaborar e coordenar a implementação de programas de educação ambiental;

VII – editar normas e padrões de qualidade ambiental e de saneamento básico;

VIII – prevenir, combater e controlar a poluição e as fontes poluidoras, assim como qualquer outra prática que cause degradação ambiental;

IX – definir áreas prioritárias de ação governamental visando à melhoria da qualidade e salubridade ambientais;

X – identificar, criar e administrar unidades de conservação e outras áreas de interesse para a proteção de mananciais, ecossistemas naturais, flora e fauna;

XI – estabelecer diretrizes específicas para a proteção dos recursos hídricos;

XII – promover a recuperação das margens e leito do Rio dos Sinos, banhados, arroios e outros corpos d’água e das encostas sujeitas à erosão;

XIII – estabelecer formas de cooperação com os municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, especialmente com os Municípios do Vale do Sinos, com o Estado ou demais entidades do governo para o planejamento, execução e operação de ações em saneamento ambiental e de interesse comum a essas esferas.

TÍTULO III – DO SISTEMA MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

CAPÍTULO I – DO SISTEMA MUNICIPAL INTEGRADO DESANEAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL - SINGEA

Art. 11. Para organizar e coordenar as ações da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental fica instituído o Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental – SINGEA.

§ 1º - O SINGEA fica definido como o conjunto de agentes institucionais que, no âmbito das respectivas competências, atribuições, prerrogativas e funções, integram-se, de modo articulado e cooperativo, para a formulação das políticas, definição de estratégias e execução das ações comuns de saneamento ambiental;

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§ 2º - O SINGEA concorrerá para garantir a todos níveis crescentes de qualidade e salubridade ambiental, tendo o dever de defender, proteger e conservar os recursos naturais para o benefício das gerações atuais e futuras.

Art. 12. O Conselho Municipal do Meio Ambiente – COMDEMA – é o órgão colegiado e superior do Sistema, de caráter consultivo e deliberativo, como órgão proponente e fiscalizador do SINGEA.

Art. 13. Os titulares dos serviços públicos de saneamento ambiental poderão delegar a orga-nização, a regulação, a fiscalização e a prestação desses serviços, nos termos do artigo 241 da Constituição Federal e da Lei n o 11.107 de 6 de abril de 2005 .

Art. 14. A prestação de serviços públicos de saneamento ambiental por entidade que não in-tegre a administração do titular depende da celebração de contrato, sendo vedada a sua disciplina mediante convênios, termos de parceria ou outros instrumentos de natureza precária.

Art. 15. É condição de validade dos contratos que tenham por objeto a prestação de serviços públicos de saneamento ambiental a existência de normas de regulação que prevejam os meios para o cum-primento das diretrizes desta Lei, incluindo a designação da entidade de regulação e de fiscalização.

§ 1º - Nos casos de serviços prestados mediante contratos de concessão ou de programa, as normas previstas no caput deste artigo deverão prever:

I - a autorização para a contratação dos serviços, indicando os respectivos prazos e a área a ser atendida;

II - a inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de expansão dos serviços, de qualidade, de eficiência e de uso racional da água e de outros recursos naturais, em conformidade com os serviços a serem prestados;

III - as prioridades de ação, compatíveis com as metas estabelecidas;

IV - as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da prestação dos ser-viços, em regime de eficiência, incluindo:

a) o sistema de cobrança e a composição de taxas e tarifas;b) a sistemática de reajustes e de revisões de taxas e tarifas;c) a política de subsídios;

V - mecanismos de controle social nas atividades de planejamento, regulação e fiscalização dos serviços;

VI - as hipóteses de intervenção e de retomada dos serviços.

§ 2º - Os contratos não poderão conter cláusulas que prejudiquem as atividades de regulação e de fiscalização ou o acesso às informações sobre os serviços contratados.

Art. 16. Nos serviços públicos de saneamento ambiental em que mais de um prestador exe-cute atividade interdependente com outra, a relação entre elas deverá ser regulada por contrato e haverá en-tidade única encarregada das funções de regulação e de fiscalização.

§ 1º - A entidade de regulação definirá, pelo menos:

I - as normas técnicas relativas à qualidade, quantidade e regularidade dos serviços presta-dos aos usuários e entre os diferentes prestadores envolvidos;

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II - as normas econômicas e financeiras relativas às tarifas, aos subsídios e aos pagamentos por serviços prestados aos usuários e entre os diferentes prestadores envolvidos;

III - a garantia de pagamento de serviços prestados entre os diferentes prestadores dos servi-ços;

IV - os mecanismos de pagamento de diferenças relativas a inadimplemento dos usuários, perdas comerciais e físicas e outros créditos devidos, quando for o caso;

V - o sistema contábil específico para os prestadores que atuem em mais de um Município.

§ 2º - O contrato a ser celebrado entre os prestadores de serviços a que se refere o caput deste artigo deverá conter cláusulas que estabeleçam pelo menos:

I - as atividades ou insumos contratados;

II - as condições e garantias recíprocas de fornecimento e de acesso às atividades ou insu-mos;

III - o prazo de vigência, compatível com as necessidades de amortização de investimentos, e as hipóteses de sua prorrogação;

IV - os procedimentos para a implantação, ampliação, melhoria e gestão operacional das ati-vidades;

V - as regras para a fixação, o reajuste e a revisão das taxas, tarifas e outros preços públicos aplicáveis ao contrato;

VI - as condições e garantias de pagamento;

VII - os direitos e deveres sub-rogados ou os que autorizam a sub-rogação;

VIII - as hipóteses de extinção, inadmitida a alteração e a rescisão administrativas unilaterais;

IX - as penalidades a que estão sujeitas as partes em caso de inadimplemento;

X - a designação do órgão ou entidade responsável pela regulação e fiscalização das ativida-des ou insumos contratados.

§ 3º - Inclui-se entre as garantias previstas no inciso VI do § 2º deste artigo a obrigação do contratante de destacar, nos documentos de cobrança aos usuários, o valor da remuneração dos serviços prestados pelo contratado e de realizar a respectiva arrecadação e entrega dos valores arrecadados.

§ 4º - No caso de execução mediante concessão de atividades interdependentes a que se re-fere o caput deste artigo, deverão constar do correspondente edital de licitação as regras e os valores das ta-rifas e outros preços públicos a serem pagos aos demais prestadores, bem como a obrigação e a forma de pagamento.

CAPÍTULO II – DA COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DO SINGEA

Art. 17. O SINGEA terá a seguinte composição:

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I - a Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMMAM, como órgão central da política de meio ambiente; recursos hídricos; técnico e executivo de resíduos sólidos;

II - o Serviço Municipal de Água e Esgoto – SEMAE, como órgão técnico, de planejamento e execução do abastecimento de água, (e) esgotamento sanitário (e manejo de águas pluviais); sugerida supressão

III – as Secretarias do Planejamento e Coordenação – SEPLAN, de Habitação - SEMHAB, da Saúde - SEMSAD, de Educação - SMED, de Segurança Pública - SEMUSP, de Desenvolvimento Econômico e Social - SEMEDES, de Obras e Viação - SEMOV e Procuradoria Geral do Município - PGM, como órgãos setoriais e co-gestores do SINGEA;

SEÇÃO I – DA COORDENAÇÃO DO SINGEA

Art. 18. Caberá ao SEMAE e a SEMMAM a tarefa de coordenação e gestão do SINGEA.

§ 1º – A SEMMAM é o órgão ambiental do Município, parte integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente, em conformidade com a Lei Federal n.º 6.938 de 31 de agosto de 1981 e do Sistema Estadual de Saneamento – SESAN - Lei Estadual n.º 12.037 de 19 de dezembro de 2003.

§ 2º - O SEMAE é o órgão municipal integrante do Sistema Estadual de Saneamento – SESAN, conforme Lei Estadual n.º 12.037 de 19 de dezembro de 2003.

CAPÍTULO III – DAS ATRIBUIÇÕES DOS COMPONENTES DO SINGEA

SEÇÃO I – DOS ÓRGÃOS GESTORES CENTRAIS

Art. 19. Para o cumprimento do estabelecido nesta lei, são atribuições do órgão ambiental do Município, no âmbito de sua competência:

I - propor, executar e coordenar, direta ou indiretamente, a Política Ambiental do Município de São Leopoldo;

II - projetar, executar, operar e manter os serviços de coleta, tratamento e disposição final de resíduos sólidos, inclusive a varrição e limpeza manual de vias e logradouros públicos;

III - estabelecer normas para a exploração, preservação e o uso de qualquer natureza dos recursos hídricos;

IV - estabelecer normas, critérios e padrões de qualidade ambiental e emissão de poluentes relativos à poluição atmosférica, hídrica, sonora, visual e do solo;

V - realizar o licenciamento ambiental das atividades potencialmente poluidoras, controlar sua instalação e funcionamento, exercer o controle e a fiscalização;

VI - licenciar cortes, podas e plantios de árvores em áreas públicas e privadas;

VII - desenvolver atividades de fomento da melhoria contínua da qualidade e salubridade ambiental;

P:\Plano de saneamento\SINGEA VIII para página.doc 12 de 46

VIII - acionar órgãos estaduais ou federais de controle ambiental quando for necessário, bem como o Ministério Público;

IX - regular o uso e manejo dos recursos naturais e estabelecer normas e regulamentos para a gestão das unidades de conservação e outras áreas protegidas;

X – participar da elaboração e revisão de Planos Diretores relacionados à sua esfera de competência;

XI – participar dos programas de construção de moradias, melhoria das condições habitacionais e definir critérios de saneamento básico;

XII - promover a conscientização para a proteção do meio ambiente e da qualidade de vida, através da educação ambiental;

XIII - estimular a participação comunitária no planejamento, implementação e vigilância das atividades que visem à proteção, recuperação e melhoria da qualidade ambiental;

XIV - incentivar o desenvolvimento, a criação, a absorção e a difusão de tecnologias compatíveis com a melhoria da qualidade ambiental;

XV – solicitar auditorias ambientais;

XVI - gerenciar os recursos do FUNDEMA – Fundo Municipal do Meio Ambiente;

XVII - celebrar convênios, contratos ou acordos específicos com entidades públicas ou privadas para desenvolver as atividades sob sua responsabilidade de maneira a atender às demandas da comunidade;

XVIII - incentivar, colaborar e participar de estudos e planos de ações de interesse ambiental em nível Federal, Estadual e Regional, através de ações comuns, convênios e consórcios;

XX - aplicar as penalidades previstas nesta Lei e em seus regulamentos.

Art. 20. Para o cumprimento do estabelecido nesta lei, compete ao SEMAE - Serviço Municipal de Água e Esgoto, conforme Lei Municipal 1.648, de 31 de dezembro de 1971 e alterações: aguarda definição de competência

I – planejar, executar, operar e manter os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário (e manejo de águas pluviais);

II - promover pesquisas e estudos sobre a ampliação da produção e reservação de água e de redes para sua distribuição, o tratamento de esgoto e de redes para sua coleta e de redes de drenagem de águas (e de sistemas para sua reservação); sugerida supressão

III - fiscalizar projetos, de acordo com critérios técnicos, de instalações hidráulicas e sanitárias dos imóveis;

IV - incentivar, colaborar e participar de estudos e planos de ações de saneamento ambiental em nível Federal, Estadual e Regional, através de ações comuns, convênios e consórcios;

V - desenvolver atividades de apoio (fomento sugerida supressão) da melhoria contínua da qualidade e salubridade ambiental, desde que de interesse social ;

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VI - coordenar a elaboração e revisão de Planos Diretores relacionados a sua esfera de competência;

VII - celebrar convênios, contratos ou acordos específicos com entidades públicas ou privadas para desenvolver as atividades sob sua responsabilidade de maneira a atender às demandas da comunidade;

VIII - realizar operações financeiras, incluindo a contratação de empréstimos, das quais os recursos obtidos sejam destinados à realização de obras e prestação de serviços exclusivos a sua esfera de competência;

Art. 21. Compete prioritariamente a SEMMAM e ao SEMAE a coordenação do processo de elaboração e revisão do Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA, com a participação da comunidade, sendo obrigatória e realização de audiência e consulta pública e aprovação do COMDEMA.

SEÇÃO II – DOS ÓRGÃOS CO-GESTORES

Art. 22. Compete prioritariamente à Secretaria Municipal de Saúde - SEMSAD, órgão municipal titular do SUS – Sistema Único de Saúde, a coordenação, no âmbito do Município, além de suas atribuições inerentes, da vigilância sanitária, educação sanitária, epidemiológica, toxicológica, farmacológica e promover estudos e pesquisas sobre a nosologia municipal, bem como do Plano Municipal de Controle de Vetores, aí incluídos os animais considerados errantes domésticos.

Parágrafo Único – Para o exercício das atribuições do caput deste artigo, compete à SEMSAD, também, o Poder de Polícia Administrativa nas matérias de interesse local, tais como proteção à saúde, aí incluídas a vigilância e a fiscalização sanitárias, a proteção ao meio ambiente, ao sossego, à higiene e à funcionalidade, bem como dispor sobre as penalidades por infração às leis e regulamentos locais.

Art. 23. Compete à Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação - SEPLAN:

I - elaboração e execução dos Projetos Especiais a serem implementados pelo Governo Municipal;

II – coordenação da Ação Governamental visando a articular e ordenar as diversas iniciativas dos demais órgãos da administração, garantindo a transversalidade e unidade dos projetos e programas a serem implantados pela Prefeitura Municipal;

Art. 24. Compete à Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer – SMED, a elaboração, programação e supervisão das atividades específicas nas áreas de Educação, Esporte e Lazer.

Art. 25. Compete à Secretaria Municipal do Orçamento Participativo – SECOP, a integração das relações comunitárias dos diversos órgãos governamentais com vistas à transversalidade das políticas públicas.

Art. 26. Compete à Secretaria Municipal de Obras Viárias e Serviços Urbanos - SEMOV: aguarda definição de competência

I - a conservação e a manutenção de praças e jardins públicos;

II – o projeto, execução e fiscalização de planos de obras de drenagem pluvial;

III – a manutenção de pavimentação pública. Conforme sugestão corpo técnico SEMOV

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Art. 27. Compete à Secretaria Municipal de Segurança Pública – SEMUSP, através da Guarda Municipal de São Leopoldo:

I – proteger os patrimônios ecológicos, culturais, arquitetônicos e ambientais do Município, inclusive adotando medidas educativas;

II – quando formalmente convocada, fazer cessar as atividades que violarem as normas de saúde, defesa civil, sossego público, higiene, segurança, e outras de interesse da coletividade;

Parágrafo Único – Ao Guarda Municipal cabe executar atividades do policiamento ambiental, protegendo os patrimônios ecológicos, culturais, arquitetônicos e ambientais do Município.

Art. 28. Compete à Procuradoria-Geral do Município – PGM: I – consultoria e assessoramento jurídico do poder Executivo, incluídas as questões ambien-

tais;

II – processamento de procedimentos referentes ao patrimônio imóvel do Município, incluídos ai, as praças, as áreas preservação permanente e os demais locais passíveis de resguardo ambiental.

Art. 29. Compete à Secretaria Municipal da Habitação – SEMHAB:

I – a formulação, coordenação e execução dos programas de regularização fundiária, urbanização de vilas, bairros e melhorias das unidades habitacionais;

II – a formulação, a execução e a coordenação dos reassentamentos de moradores de áreas de risco.

Art. 30. Compete à Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Social – SEME-DES:

I – promover o Desenvolvimento Econômico e Social com geração de trabalho e renda;

II – captação de novos investimentos, fomento, promoção e organização do turismo no Município;

III – atuar em políticas públicas governamentais em conjunto com outras Secretarias e/ou Órgãos Municipais.

Art. 31. O COMDEMA realizará a cada dois anos uma Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento de São Leopoldo, aberta à participação popular, para avaliar a qualidade e a salubridade ambiental e propor, debater, modificar e formular a Política Municipal de Meio Saneamento e Gestão Ambiental.

Parágrafo Único - A Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento reunir-se-á obrigatoriamente no primeiro ano de mandato do Prefeito Municipal, em consonância com as Conferências Nacionais do Meio Ambiente e das Cidades.

CAPÍTULO IV – DA GESTÃO INTEGRADA DESANEAMENTO AMBIENTAL – PLAMASA

Art. 32. O Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental – PLAMASA -

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orientar-se-á pela Lei n.º 11.445 de 05 de janeiro de 2007, que “Estabelece as Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico”, e pelas disposições desta Lei, de seus conceitos, regulamentos e das normas administrativas deles decorrentes e tem por finalidade assegurar a proteção da saúde da população e a salubridade do meio ambiente urbano, além de disciplinar a organização do planejamento e a execução das ações, obras e dos serviços de saneamento ambiental do Município.

Art. 33. Compete ao Município a gestão, a organização e a prestação direta ou indireta dos serviços de saneamento ambiental, efetivando-se a mesma, mediante convênio de cooperação com instituições da administração direta ou indireta de outros entes públicos ou com organizações sociais legalmente constituídas, ou em regime de concessão ou permissão.

SEÇÃO I - DAS DIRETRIZES SETORIAIS DO SANEAMENTO AMBIENTAL

Art. 34. O PLAMASA contemplará os setores de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos, manejo de águas pluviais, englobando a macro e a micro drenagem urbana e o controle vetores e zoonoses.

DO SETOR DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Art. 35. São diretrizes relativas ao abastecimento de água:

I – revisar e atualizar o Plano Diretor de Água e Esgoto de São Leopoldo – PDAE - visando a assegurar o abastecimento de água a toda a população com qualidade compatível com os padrões de potabilidade e em quantidade suficiente para a garantia de suas condições de saúde e conforto;

II - desenvolver ações para garantir a preservação dos mananciais de abastecimento de água;

III - assegurar o equacionamento dos problemas de ausência e de intermitência no abastecimento de água, especialmente nas áreas de urbanização precária;

IV - garantir que os problemas de ausência ou precariedade das instalações extra-domiciliares de abastecimento de água não sejam responsáveis pela ineficiência do sistema de abastecimento e pelo comprometimento das condições de saúde da população;

V - preservar e recuperar, fontes e nascentes situadas em áreas públicas, como forma de garantir à população o uso desse recurso hídrico com qualidade adequada;

VI - promover a educação sanitária como instrumento de conscientização da população sobre a correta utilização das instalações domiciliares de água e sobre os procedimentos para evitar desperdícios e para assegurar o uso sustentável do recurso natural;

VII – sensibilizar a população sobre as diferenças entre uso abusivo de água, assim entendido como o uso consciente de água tratada para usos menos nobres, e o mau uso, compreendido como a utilização inconsciente e inconseqüente do recurso hídrico, além da importância de se evitar tais atitudes.

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DO SETOR DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Art. 36. São diretrizes relativas ao esgotamento sanitário:

I – revisar e atualizar o Plano Diretor de Água e Esgoto Sanitário de São Leopoldo - PDAE – objetivando garantir a toda a população a coleta, a interceptação, o tratamento e a disposição adequada dos esgotos sanitários, como forma de assegurar a saúde pública e a qualidade ambiental dos recursos naturais;

II - assegurar a adoção de tecnologias alternativas em situações que apresentem dificuldades para o atendimento, especialmente nas áreas de urbanização precária; III - estabelecer medidas que garantam a manutenção do sistema de esgotamento sanitário em áreas de urbanização precária, especialmente em vilas e favelas;

IV - incrementar o trabalho de mobilização social e vigilância sanitária, objetivando convencer a população da importância da adesão ao sistema oficial de esgotamento sanitário;

V - garantir que os equipamentos destinados à coleta dos esgotos sanitários tenham sua integridade física e operacional assegurada, tendo em vista o lançamento indevido de águas pluviais e resíduos sólidos no sistema de esgotamento;

VI - priorizar a ampliação da infra-estrutura de interceptores de esgoto nas Sub-Bacias onde o índice de cobertura por rede coletora seja satisfatório, conforme normas do PDAE;

VII - garantir que a instalação dos sistemas de coleta, a interceptação e o tratamento dos esgotos sanitários tenham seu impacto ambiental mitigado, requerendo mínimas intervenções para urbanização prévia das calhas dos corpos hídricos, a fim de que sejam mantidas as áreas de preservação permanentes dos cursos fluviais;

VIII - assegurar a crescente descontaminação das águas pelos esgotos sanitários, em consonância com as classes de enquadramento legalmente definidas;

IX - assegurar o equacionamento dos problemas de ausência e inadequação do sistema de coleta de esgotos sanitários, especialmente nas áreas de urbanização precária;

X - garantir que os problemas de ausência ou precariedade das instalações extra-domiciliares de esgoto não sejam responsáveis pela ineficiência do sistema de esgotamento sanitário, pela contaminação dos recursos hídricos e pelo comprometimento das condições de saúde;

XI - promover a educação sanitária e ambiental como instrumento de conscientização da população sobre a correta destinação dos esgotos sanitários, seja por meio da rede oficial de coleta ou de métodos alternativos, e sobre os procedimentos para evitar a contaminação dos solos e dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.

DO SETOR DE MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 37. São diretrizes relativas ao manejo dos resíduos sólidos:

I – elaborar e implementar o Plano Diretor de Resíduos Sólidos de São Leopoldo – PDRS - visando a garantir o manejo adequado, por parte de toda população, do ponto de vista sanitário e ambiental, dos resíduos sólidos, para proteger a saúde e o bem-estar público;

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II - articular, potencializar e promover ações de prevenção da poluição, para reduzir ou eliminar a geração de resíduos sólidos na fonte;

III - promover e assegurar ações de redução, reutilização, reciclagem, recuperação, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos e seus subprodutos, considerando a utilização adequada dos recursos naturais;

IV - incentivar pesquisas de tecnologias limpas e a incorporação de novas tecnologias de produção, para reduzir a geração de resíduos sólidos, os seus impactos ambientais negativos e a sua periculosidade para a saúde;

V - complementar e consolidar a descentralização das atividades de limpeza urbana, particularmente no que concerne às unidades de recepção, triagem e reprocessamento de resíduos recicláveis, e de tratamento e destinação final dos resíduos não recicláveis;

VI - promover a divulgação de informações sobre as características e os impactos ambientais de produtos e serviços;

VII - promover e exigir, a partir da definição de responsabilidades, a recuperação das áreas degradadas ou contaminadas devido à ocorrência de acidentes ambientais ou ao manejo inadequado dos resíduos sólidos;

VIII - incentivar ações direcionadas à criação de mercados locais para materiais recicláveis e reciclados;

IX - minimizar o uso de materiais descartáveis e priorizar o consumo, pelas entidades públicas municipais, de produtos originados total ou parcialmente de material reciclado;

X - incentivar ações direcionadas à criação de centrais integradas de tratamento de resíduos sólidos industriais e de unidades de saúde;

XI - apoiar a formação de cooperativas de trabalho para a realização da coleta e a comercialização de materiais recicláveis;

XII - promover a educação ambiental da população em geral, potencializando o Programa de Educação Ambiental, coordenado pelo OGEA, particularmente nas escolas, por meio do ensino do manejo adequado dos resíduos sólidos;

Art. 38. O Plano Diretor de Resíduos Sólidos – PDRS - de São Leopoldo terá uma abordagem integrada e orientar-se-á pelas seguintes diretrizes:

I - proceder a estruturação do PDRS a partir do Diagnóstico Situacional de Resíduos Sólidos do Município e do Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS, potencializando os dados e as informações contidas no Cadastramento dos Geradores;

II - desenvolver a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados no Município de São Leopoldo, enfocando a educação socioambiental, visando à redução, à reutilização e à reciclagem;

III - o PDRS deverá considerar as disposições da Política Nacional de Resíduos Sólidos, incluído a logística reversa, como instrumento de desenvolvimento econômico, social e ambiental a ser implementada pelo respectivo gerador, objetivando:

a) promover ações para garantir que o fluxo dos resíduos sólidos gerados seja direcionado para a sua cadeia produtiva ou para a cadeia produtiva de outros geradores;

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b) proporcionar maior incentivo à substituição dos insumos por outros que não degradem o meio ambiente;c) estimular a produção e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis.

IV - promover a integração das políticas de resíduos sólidos com todos os setores do saneamento ambiental, privilegiando soluções que apontem para uma gestão socioambiental compartilhada;

V - comprometer todos os atores envolvidos com resíduos sólidos: saúde, educação, desenvolvimento urbano, meio ambiente, saneamento, desenvolvimento social e segurança pública na sua gestão compartilhada.

DO SETOR DA DRENAGEM URBANA

Art. 39. São diretrizes relativas à drenagem urbana: I - elaborar e implementar o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Leopoldo - PDDU, que terá como abrangência a bacia e os banhados do Rio dos Sinos no trecho de São Leopoldo, através do Sistema de Proteção às Cheias – Diques, bem como as oito Sub-Bacias Hidrográficas: Arroios Peão e Sem Nome na região Leste - Grande Feitoria, Arroio Kruze na região Sudeste; Arroio João Corrêa nas regiões Sul, Centro e Oeste, Arroios Cerquinha, Manteiga e Portão-Bopp na região Norte; Arroio Gauchinho na região Nordeste.

II - garantir a toda a população o atendimento adequado por infra-estrutura de drenagem urbana, como forma de assegurar a saúde e a qualidade ambiental dos recursos naturais;

III - priorizar o equacionamento dos problemas de ausência e inadequação do sistema de drenagem urbana em situações que envolvam risco de morte e perdas materiais;

IV - privilegiar a adoção de alternativas de tratamento de calhas de corpos hídricos que provoquem o mínimo de intervenção no meio ambiente natural e assegurem as áreas de preservação permanente, e a solução das questões de risco geológico e de inundações, de acessibilidade, esgotamento sanitário e limpeza urbana;

V – articular, em conjunto com o Plano Municipal de Proteção Ambiental, os estudos visando ao enquadramento dos cursos de água municipais afluentes do Rio dos Sinos;

VI - garantir a eliminação dos lançamentos clandestinos de efluentes líquidos e dos resíduos sólidos de qualquer natureza nos sistemas de drenagem pluvial, para assegurar a qualidade da água, o controle de cheias e a saúde pública;

VII - buscar soluções que viabilizem a reabertura de canais fluviais, a partir da concepção e execução de intervenções para adequação e/ou recuperação destas galerias, assegurando também sua integração à paisagem urbana, a mitigação dos impactos ambientais e a melhoria das suas condições de manutenção;

VIII - desenvolver a educação sanitária como instrumento de conscientização da população sobre a correta destinação das águas pluviais e da preservação das áreas permeáveis;

IX - implementar tratamento urbanístico e paisagístico nas áreas remanescentes de banhados do Rio dos Sinos, privilegiando as soluções de parques; lei orgânica art. 267 - APP

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X - privilegiar ações que minimizem intervenções cujas implicações sejam a expansão de áreas impermeáveis.

Art. 40. O Plano Diretor de Drenagem Urbana – PDDU - de São Leopoldo observará, dentre outras diretrizes, as seguintes:

I - elaborar o cadastro completo dos sistemas de macro e micro drenagem, que deverá contar com mecanismos de atualização contínua e permanente;

II - caracterizar a problemática de drenagem urbana no Município, enfocando os aspectos relacionados à prevenção e ao controle de inundações, às condições de risco à saúde, ao risco geológico, à expansão do sistema viário, à recuperação e à preservação ambiental, mediante a despoluição e a valorização dos cursos de água e da recuperação e garantia de integridade do sistema de drenagem;

III - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condições reais de funcionamento do sistema de macro-drenagem;

IV - viabilizar o aperfeiçoamento institucional e tecnológico do Município, de forma a assegurar os mecanismos adequados ao planejamento, à implantação, operação, recuperação, manutenção preventiva e gestão do sistema;

V - buscar alternativa de gestão que viabilize a auto-sustentação econômica e financeira do sistema de drenagem urbana.

DO SETOR DE CONTROLE DE VETORES

Art. 41. São diretrizes relativas ao controle de vetores, dentre outras, as seguintes:

I – elaborar e implementar o Plano Municipal de Controle de Vetores - PMCV - visando a planejar, normatizar, coordenar, acompanhar, executar e avaliar as ações de prevenção e controle de vetores no âmbito do Município de São Leopoldo;

II - definir e utilizar critérios epidemiológicos para a organização dos serviços de controle de vetores e de diagnóstico das zoonoses;

III - desenvolver as ações de combate e controle dos vetores de forma integrada com os órgãos afetos ao saneamento;

IV - analisar o comportamento das zoonoses, das doenças ou dos agravos causados por vetor, traçando tendências para subsidiar o planejamento estratégico das ações de prevenção e controle;

V - analisar o impacto das ações desenvolvidas, das metodologias empregadas e das tecnologias incorporadas por esse serviço;

VI - promover a capacitação de recursos humanos e o desenvolvimento da pesquisa em áreas de zoonoses;

VII - promover integração com a área de epidemiologia e informação do Sistema Único de Saúde - SUS - para manutenção de bancos de dados, produção e difusão de informações;

VIII - ampliar a capacidade laboratorial de referências em zoonoses;

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IX - organizar os serviços de zoonoses, garantindo o acesso da população a esses serviços e às informações;

X - garantir o desenvolvimento de ações contínuas para o controle de vetores.

§ 1° - O controle de vetores será estruturado segundo os princípios do SUS.

§ 2° - A criação e o controle das populações animais serão regulamentados por legislação municipal no âmbito de sua competência, na defesa do interesse local, respeitadas as disposições federais e estaduais pertinentes.

§ 3° - Para atendimento das necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização.

SEÇÃO II - DA ESTRUTURAÇÃO DO PLAMASA

Art. 42. Fica instituído o Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA - destinado a articular, integrar e coordenar a gestão municipal de saneamento e os seus respectivos planos setoriais:

a) o Plano Diretor de Água e Esgoto - PDAE;b) o Plano Diretor de Drenagem Urbana - PDDU;c) o Plano Diretor de Resíduos Sólidos - PDRS;d) o Plano Municipal de Controle de Vetores - PMCV.

Art. 43. O PLAMASA e os seus respectivos planos diretores setoriais serão revistos periodicamente, em prazo não superior a quatro anos, anteriormente à elaboração do Plano Plurianual do Município. Art. 19, § 4º, Lei n. 11.445/07

Art. 44. Com vistas ao alcance de níveis crescentes de salubridade ambiental, o PLAMASA conterá, dentre outros, os seguintes elementos:

I - avaliação e caracterização da situação da salubridade ambiental do Município, por meio de indicadores sanitários, epidemiológicos e ambientais;

II – os planos diretores setoriais, seus objetivos, diretrizes gerais e metas definidos mediante planejamento integrado, com suas respectivas metas de curto, médio e longo prazos, devendo considerar também outros planos setoriais e regionais;

III - identificação dos obstáculos de natureza político-institucional, legal, econômico-financeira, administrativa e tecnológica que se interponham à consecução dos objetivos e das metas propostos;

IV - formulação de estratégias e diretrizes para a superação dos obstáculos identificados;

V - caracterização e quantificação dos recursos humanos, materiais, tecnológicos, institucionais e administrativos necessários à execução das ações propostas;

VI - definição dos recursos financeiros necessários, de sua origem e do cronograma de aplicação;

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VII - programa de investimentos em obras e outras medidas relativas à utilização, recuperação, conservação e proteção dos sistemas de saneamento, em consonância com Plano Plurianual de São Leopoldo e com as respectivas Leis Orçamentárias Anuais.

Art. 45. O PLAMASA será atualizado a cada dois anos, durante o período de sua vigência, baseando-se em relatórios da situação de salubridade ambiental do Município de São Leopoldo.

§ 1° - Os relatórios a que se refere o caput deste artigo serão encaminhados ao COMDEMA até 31 de março de cada ano, reunidos sob o título de "Situação de Salubridade Ambiental do Município".

§ 2° - O relatório "Situação de Salubridade Ambiental do Município" conterá, dentre outros:

I - avaliação da salubridade ambiental em cada setor do saneamento ambiental do Município;

II - avaliação do cumprimento dos programas previstos no PLAMASA;

III - proposição de possíveis ajustes dos programas, cronogramas de obras e serviços e das necessidades financeiras previstas;

§ 3° - O regulamento desta Lei estabelecerá os critérios e prazos para elaboração e aprovação dos relatórios.

CAPÍTULO V – DA GESTÃO INTEGRADA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Art. 46. A gestão Integrada de Proteção Ambiental visa a:

I - promover medidas e estabelecer diretrizes de preservação, controle e recuperação do meio ambiente, considerando-o como um patrimônio público, tendo em vista o uso coletivo e a melhoria da qualidade de vida;

II - promover medidas de preservação e proteção da flora e da fauna, exercendo o poder de polícia no controle das variáveis ambientais;

III - prevenir e combater as diversas formas de poluição;

IV - promover a utilização adequada do espaço territorial e dos recursos hídricos e minerais, destinados para fins urbanos e rurais, através de uma criteriosa definição do uso e ocupação; especificações de normas e projetos, acompanhando a implantação e construção com técnicas ecológicas de manejo; especificações de normas e projetos, com conservação, recuperação e preservação, bem como o tratamento e disposição final de resíduos de qualquer natureza, sem prejuízo da competência de outros órgãos municipais;

V - propor e executar programas de proteção do meio ambiente, contribuindo para melhoria e recuperação de suas condições;

VI - impor ao agente de degradação ambiental a obrigação de recuperar e indenizar os danos causados ao meio ambiente ou à população, nos casos tecnicamente comprovados.

Art. 47. Para o cumprimento do disposto no artigo anterior, o Município desenvolverá ações permanentes de proteção ao meio ambiente, incumbindo-lhe:

I - estabelecer normas e padrões de qualidade ambiental;

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II - prevenir, combater e controlar a poluição e as fontes poluidoras, assim como qualquer outra prática que cause degradação ambiental;

III - incentivar e promover a recuperação das margens e leito do Rio dos Sinos, banhados, arroios e outros corpos d’água e das encostas sujeitas à erosão.

Art. 48. As pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que exerçam atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, são responsáveis, direta ou indiretamente, pelo tratamento dos efluentes sólidos, líquidos e gasosos, bem como pelo acondicionamento, distribuição e destinação final dos resíduos industriais produzidos.

Art. 49. O causador de poluição ou dano ambiental, em todos os níveis independente de culpa, será responsabilizado e deverá assumir e ressarcir ao Município, sendo a reparação do dano a mais completa, sem prejuízo da aplicação de penalidades administrativas estabelecidas em lei federal, estadual ou municipal.

CAPÍTULO VI – DA FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL

Art. 50. A fiscalização compreende toda e qualquer ação de agente ambiental, do COMDEMA, quando for o caso, ou efetuado pelos diferentes órgãos do Município, sob a coordenação da SEMMAM, visando ao exame, vigilância, controle e verificação do atendimento às disposições contidas na legislação ambiental, neste regulamento e nas normas dele decorrentes.

Art. 51. A fiscalização do cumprimento das disposições do Código Municipal de Responsabilidade Ambiental e das normas dele decorrentes será realizada pelos agentes ambientais do Município, credenciados para esta finalidade, ou pelos demais servidores públicos designados para atos de ação fiscalizatória.

§ 1º - Uma vez designados para as atividades de fiscalização, os funcionários da SEMMAM são autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental, proceder a todos os demais termos administrativos e instaurar processo administrativo.

§ 2º - O credenciamento e a designação de agentes ambientais de que trata este artigo dar-se-á por ato do Secretário Municipal do Meio Ambiente, mediante nomeação formalizada por portaria do Prefeito Municipal, observando-se como exigência a prévia capacitação, habilitação e treinamento de servidores municipais em curso na área de legislação ambiental e de prática fiscalizatória.

Art. 52. Qualquer pessoa poderá denunciar a prática de infração ambiental ou dirigir representação por escrito a SEMMAM, para efeito do exercício do seu poder de polícia, cabendo aos seus servidores apurar de imediato as denúncias que chegarem ao seu conhecimento, mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade nos termos da lei.

Parágrafo único. Para fins deste artigo entende por Poder de Polícia a restrição imposta pelo Poder Público Municipal aos particulares que, limitando ou disciplinando direito, interesse, atividade ou empreendimento, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à proteção, controle ou conservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida no município de São Leopoldo.

Art. 53. No exercício da ação fiscalizadora será assegurado ao agente ambiental credenciado, o livre acesso e a permanência, pelo tempo necessário, nos estabelecimentos públicos ou privados.

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Parágrafo único. Quando a ação fiscalizadora for impedida, sem prejuízo da aplicação de multa administrativa prevista em Lei específica, a SEMMAM deverá obter o devido mandado judicial.

Art. 54. Mediante requisição da SEMMAM perante as autoridades competentes, o agente ambiental credenciado poderá ser acompanhado por força policial para efetivo cumprimento da ação fiscalizadora, quando as circunstâncias assim indicarem.

Art. 55. Aos agentes de fiscalização credenciados compete:

I - efetuar visitas e vistorias;

II - verificar a ocorrência de infração lesiva ao meio ambiente;

III - lavrar o auto de infração correspondente, fornecendo cópia ao autuado;

IV - elaborar relatório de fiscalização;

V - exercer atividade orientadora, visando à adoção de atitude ambiental positiva:

VI - notificar o responsável por determinada ação irregular ou para prestar esclarecimentos sobre a mesma, em local, data e hora definidos;

VII – advertir, nos casos em que o dano ambiental ainda não foi causado ou para fazer cessar a irregularidade, sob pena de imposição de outras sanções;

VIII - analisar a impugnação ou defesa apresentada pelo autuado quando instado a manifestar-se;

IX - conduzir o infrator às autoridades competentes quando se tratar de crime ambiental, lavrando-se os termos administrativos pertinentes;

X - subsidiar ao Poder Judiciário, ao Ministério Público ou ao COMDEMA nas ações em que estiver figurado como atuante ou testemunha da ação fiscalizatória que deu origem à instauração de ação penal ou civil pública.

Art. 56. A fiscalização utilizar-se-á dos seguintes meios, objetivando aplicar as sanções administrativas ambientais:

I - auto de advertência;

II - auto de infração;

III - auto de apreensão e/ou depósito;

IV - auto de embargo de obras e de atividades;

V - auto de interdição de áreas ou de atividades;

VI - auto de desfazimento ou demolição.

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CAPÍTULO VII - REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA SUSTENTÁVEL

Art. 57. A política de regularização fundiária sustentável de assentamentos informais urbanos integra a ordem urbanística, visando à efetivação do direito social à moradia e do direito a cidades sustentá-veis.

Art. 58. Além das diretrizes gerais de política urbana previstas pela Lei n.º 10.257 de 10 julho de 2001 e dos princípios previstos no plano diretor do município, a regularização fundiária sustentável deve pautar-se pelas seguintes diretrizes:

I – ampliação do acesso a terra urbanizada por parte da população de baixa renda;

II – prioridade para a permanência da população na área ocupada, assegurados o nível ade-quado de habitabilidade e a melhoria das condições de sustentabilidade urbanística, social e ambiental da área ocupada;

III – articulação com as políticas setoriais de habitação, saneamento ambiental e mobilidade urbana, nos diferentes níveis de governo;

IV – controle e fiscalização, visando a evitar novas ocupações ilegais na área objeto de regu-larização;

V - articulação com iniciativas públicas e privadas voltadas à integração social e à geração de emprego e renda;

VI - participação da população interessada, em todas as etapas do processo de regulariza-ção;

VII - obrigação do Município em promover a função social-ambiental de suas propriedades.

Art. 59. O Poder Público Municipal definirá, por decreto do Executivo, as condições e procedi-mentos para a concepção, formulação e a implementação da política municipal de regularização fundiária:

Art. 60. Além do Poder Público, a iniciativa da regularização fundiária sustentável será facul-tada aos seus beneficiários, individual ou coletivamente, e as cooperativas habitacionais, associações de moradores ou a outras associações civis, ao setor privado e o responsável pela implantação do assentamen-to informal.

Art. 61. A regularização fundiária sustentável exigirá a análise dominial da área e a elabora-ção pelo responsável por sua iniciativa de um plano que, além de outros elementos, deverá indicar e definir:

I – as áreas passíveis de consolidação e as parcelas a serem regularizadas ou, quando hou-ver necessidade, realocadas;

II – as vias de circulação existentes ou projetadas e, quando possível, as outras áreas desti-nadas a uso público;

III – as medidas necessárias para a garantia da sustentabilidade urbanística, social e ambien-tal da área ocupada, incluindo as formas de compensação, quando for o caso;

IV – as condições para garantia da segurança da população em casos de inundações, erosão e deslizamento de encostas;

V – a necessidade de adequação da infra-estrutura básica.

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Art. 62. A regularização fundiária sustentável poderá ser implementada em etapas, sendo que, neste caso, o plano de regularização poderá abranger apenas a parcela do assentamento informal a ser regularizada em cada etapa respectiva.

Art. 63. No caso da ocupação configurar situação irreversível e não se localizar em área con-siderada de risco ou protegida, nos termos da legislação ambiental, esta poderá ser regularizada quadra a quadra.

Parágrafo Único - Considera-se situação irreversível aquela em que o prazo e a natureza da ocupação, bem como as edificações, o sistema viário, a infra-estrutura urbana e os equipamentos comunitá-rios existentes indiquem grave dano social, reconhecido pelo Poder Público Municipal, no caso de eventual reversão da situação possessória já consolidada pelo tempo.

Art. 64. Na regularização fundiária de interesse específico, a regularização quadra a quadra deverá incluir formas de compensação.

Art. 65. A implantação da regularização fundiária dependerá da análise e da aprovação do seu plano, bem como da emissão das respectivas licenças urbanística e ambiental pela autoridade licencia-dora, observado o disposto no Plano Diretor Municipal e na legislação federal aplicável.

Parágrafo Único - Não se exigirá licença urbanística e ambiental da regularização fundiária que envolva apenas a regularização jurídica da situação dominial das áreas ocupadas irregularmente.

Art. 66. A regularização jurídica da situação dominial das áreas ocupadas irregularmente po-derá ser precedente, concomitante ou superveniente à elaboração ou à implantação do plano de regulariza-ção fundiária.

Art. 67. Nas regularizações fundiárias de interesse social, o fato de não ter sido concluída a regularização jurídica da situação dominial não constitui impedimento à realização de obras de implantação de infra-estrutura básica e de equipamentos comunitários pelo Poder Público.

Art. 68. A regularização fundiária sustentável em APP - áreas de preservação permanente - deverá atender o disposto na Resolução CONAMA 369 de 28 de março de 2006.

CAPÍTULO VIII - DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTEE SANEAMENTO

Art. 69. A Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento reunir-se-á a cada dois anos com a representação dos vários segmentos sociais, para formular, propor, debater e avaliar a situação do meio ambiente e do saneamento no Município.

§ 1° - Compete ao Executivo Municipal a convocação ordinária da Conferência de que trata o caput, e ao Executivo ou ao COMDEMA a convocação extraordinária.

§ 2° - Serão realizadas pré-conferências, por sub-bacias, como parte do processo, visando a contribuir para a Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento.

§ 3° - A Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento terá sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovado previamente pelo COMDEMA.

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CAPÍTULO IX - DO CONSELHO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 70. O Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA - é o órgão colegiado, autônomo, deliberativo, vinculado estrutural e financeiramente à Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMMAM.

Parágrafo Único – O COMDEMA é parte integrante do SINGEA, com a finalidade de estudar, propor, deliberar e fiscalizar no âmbito de sua competência a implementação de diretrizes das políticas governamentais para o meio ambiente e saneamento, os recursos em processos administrativos e normas e padrões relativos ao meio ambiente e saneamento.

Art. 71. São atribuições do Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA:

I – analisar qualquer projeto público ou privado que implique impacto ambiental significativo;

II – analisar e julgar os recursos administrativos, dos Autos de Infrações da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, em nível de terceiro grau, mediante critérios deliberados pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente, de acordo com o Decreto que Regulamenta o procedimento de fiscalização ambiental e o processo administrativo que visa à análise e julgamento de infrações ambientais;

III – solicitar, por dois terços - 2/3 - de seus membros, referendo relativamente a projetos que impliquem impacto ambiental significativo;

IV – acompanhar a implementação da Política Municipal de Desenvolvimento Sustentável, e do Plano Diretor Municipal e as suas disposições referentes aos sistemas integrados;

V - participar da elaboração e encaminhamento do projeto do Sistema Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental, que deverá incluir os planos setoriais: Saneamento Ambiental, Sub-Bacias e Zoneamento Ambiental e do Código Municipal de Responsabilidade Ambiental;

VI – encaminhar à Secretaria Municipal do Meio Ambiente a execução das tarefas e recomendações aprovadas, buscando a participação na execução de projetos, das entidades integrantes do Conselho e outras convidadas;

VII – propor e formular normas, Regimento Interno, resoluções, critérios e padrões relativos ao controle e manutenção da qualidade do meio ambiente, obedecidas às leis e diretrizes gerais municipais, estaduais e federais;

VIII – participar da elaboração do Edital de Convocação para mobilização da Assembléia Municipal Ambiental que vai indicar as entidades integrantes da comunidade que representarão os respectivos segmentos no Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMDEMA.

§ 1º - Assembléia Municipal Ambiental será convocada pelo Prefeito Municipal e deverá ocorrer até 90 - noventa - dias depois da publicação da presente Lei;

§ 2º - A Assembléia Municipal Ambiental será parte integrante da Conferência Municipal Ordinária de Meio Ambiente e Saneamento;

§ 3º - Para o julgamento de projetos a que se refere o inciso I, o Conselho Municipal do Meio Ambiente realizará audiências públicas obrigatórias, em que se ouvirão as entidades interessadas, especialmente com representantes das comunidades atingidas.

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Art. 72. O Conselho Municipal do Meio Ambiente – COMDEMA – coordenado por um representante do Governo Municipal, indicado pelo Prefeito Municipal, será constituído por dezesseis – 16 – membros titulares e dezesseis – 16 – membros suplentes indicados pelos seguintes órgãos e entidades:

I – representação do Governo Municipal, indicados pelos Titulares dos órgãos abaixo:

a) 02 - dois - representantes titulares e 01 - um - representante suplente da Secretária Municipal do Meio Ambiente - SEMMAM;b) 02 - dois - representantes titulares e 01 - um - representante suplente do Serviço Municipal de Água e Esgoto - SEMAE;c) 01 - um - representante titular da Secretária Municipal de Planejamento - SEPLAN e 01 - um - representante suplente da Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social - SEMEDES;d) 01 - um - representante titular da Secretária Municipal da Educação, Esporte e Lazer - SMED e 01 - um - representante suplente da Secretária Municipal Assistência, Cidadania e Inclusão Social - SACIS;e) 01 - um - representante titular e 01 - um - representante suplente da Secretária Municipal de Saúde - SEMSAD;f) 01 - um - representante titular da Secretária Municipal de Habitação - SEMHAB e 01 - um - representante suplente da Secretária Municipal de Obras Viárias e Serviços Urbanos - SEMOV.

II – representação das Entidades da Comunidade:

a) 02 - dois - representantes titulares e 02 - dois - representantes suplentes indicados pelas entidades ambientalistas, sanitaristas, recursos hídricos, ou que tenham reconhecida atuação em defesa do meio ambiente;b) 01 - um - representante titular e 01 - um - representante suplente indicado pelas instituições de ensino superior;c) 01 - um - representante titular e 01 - um - representante suplente indicado pelas entidades comunitárias de moradores;d) 01 - um - representante titular e 01 - um - representante suplente indicado pelas entidades empresariais;e) 01 - um - representante titular e 01 - um - representante suplente indicado pelos conselhos de classe e associações profissionais.f) 01 - um - representante titular e 01 - um - representante suplente indicado pelas associações e/ou cooperativas de catadores de resíduos sólidos;g) 01 - um - representante titular e 01 - um - representante suplente das entidades sindicais de trabalhadores.

§ 1º - Os representantes, indicados na forma deste artigo, serão nomeados por Portaria do Prefeito Municipal, com mandato coincidente com a Assembléia Municipal Ambiental, deliberada pela Conferência Municipal ordinária de Meio Ambiente e Saneamento.

§ 2º - O Conselho Municipal do Meio Ambiente – COMDEMA poderá convidar representantes de outras entidades para participar das reuniões, com direito de voz, mas sem direito a voto.

§ 3º - Os membros do Órgão Gestor de Educação Ambiental – OGEA - terão participação permanente, com direito de voz;

§ 4º - Deixará de ser membro titular do COMDEMA a entidade que por três - 03 - reuniões consecutivas não estiver representada, sem justificativa de sua ausência, ou por seis - 06 - ausências intercaladas no período de cada ano de mandato.

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§ 5º - A função de membro conselheiro do Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA - não será remunerada.

§ 6º - O Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA - se reunirá ordinariamente uma vez por mês, com o quorum mínimo de nove – 09 - conselheiros e, extraordinariamente, quando convocado pelo Presidente ou requerido por nove - 09 - de seus membros titulares.

§ 7º - As decisões do Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA - serão tomadas pelo voto da maioria, estando presentes no mínimo nove - 09 - conselheiros, cabendo o voto de desempate ao Presidente do Conselho.

§ 8º - As despesas com a manutenção e atividades relativas às questões do Saneamento e Meio Ambiente do Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA - correrão por conta das dotações orçamentárias próprias da Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SEMMAM.

§ 9º - Os Conselheiros indicados pelas entidades da comunidade e dos trabalhadores deverão ter residência, domicílio ou atividade profissional no Município de São Leopoldo.

Art. 73. Com vistas a descentralizar as ações do Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA - e também oferecer suporte técnico à tomada de decisões do mesmo, o Conselho instituirá Câmaras Técnicas permanentes e/ou temporárias que terão por objetivo estudar, subsidiar e propor formas e medidas de harmonizar e integrar as normas, padrões, parâmetros, critérios e diretrizes para os projetos sócio-ambientais, tendo como pressuposto a melhoria da qualidade ambiental do Município.

Art. 74. O Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA - é o órgão colegiado, de controle social, representante e integrante no nível municipal, do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, do Sistema Nacional de Saneamento Ambiental - SISNASA, do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, do Sistema Estadual de Saneamento - SESAN e do Sistema Integrado de Gestão Ambiental do Rio Grande do Sul - SIGA.

Art. 75. Nos termos da Lei nº. 9.985 de 18 de julho de 2000, o Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA - é o Conselho Consultivo das Unidades de Conservação do Grupo de Proteção Integral, no âmbito do Município de São Leopoldo.

CAPÍTULO X – DO FUNDO MUNICIPAL DE DEFESA DOMEIO AMBIENTE

Art. 76. O Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente – FUNDEMA - tem como objetivos o financiamento de planos e programas, projetos, pesquisa e tecnologia que visem ao uso racional e sustentado dos recursos naturais, bem como a implantação de ações voltadas ao controle, à fiscalização, à defesa e à recuperação do meio ambiente.

Art. 77. Constituirão o Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente - FUNDEMA, os recursos provenientes:

I – de dotação orçamentária;

II – da arrecadação de taxas dos serviços de Licenciamento Ambiental, bem como das penalidades pecuniárias delas decorrentes;

III – de multas cobradas pelo cometimento de infrações às normas ambientais;

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IV – das atribuições, subvenções e auxílios da União, dos Estados e do Município e de suas respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações;

V – resultantes de convênios, contratos e acordos celebrados entre o Município e instituições públicas e privadas, cuja execução seja de competência da Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMMAM, observadas as obrigações contidas nos respectivos instrumentos;

VI – resultantes de doações, como importâncias, valores, bens móveis e imóveis que tenha a receber de pessoas físicas e/ou jurídicas de organismos públicos e privados nacionais e internacionais;

VII – de rendimentos de quaisquer natureza, decorrentes de aplicação de seu patrimônio;

VIII – de recursos oriundos de condenações judiciais de empreendimentos sediados no município e/ou que afetem o território municipal, decorrentes de infrações e crimes praticados contra o meio ambiente;

IX – da arrecadação de receitas provenientes da venda de matérias reciclados e adubo orgânico obtidos na Usina de Reciclagem e Compostagem de Resíduos Sólidos Domésticos de São Leopoldo;

X – de outros recursos que, por sua natureza, possam ser destinados ao fundo Municipal de Defesa do meio Ambiente – FUNDEMA.

Art. 78. O FUNDEMA possui escrituração própria e contabilidade independente, constituindo unidade orçamentária à Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMMAM.

Parágrafo Único - O FUNDEMA contará com uma conta própria, em instituição bancária no município, sob a denominação Fundo Municipal de Meio Ambiente – FUNDEMA, através da qual serão realizadas as movimentações financeiras.

Art. 79. O Fundo será Administrado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMMAM, cabendo a esta secretaria:

a) propor políticas de aplicação dos seus recursos em conjunto com o conselho Municipal de Meio Ambiente – COMDEMA;b) submeter ao Conselho Municipal do Meio Ambiente – COMDEMA o plano de aplicação de recursos a cargo do Fundo;c) propor aprovação de convênios e contratos ao Prefeito, no que se refere aos recursos que serão administrados pelo Fundo, levando ao Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMDEMA - para conhecimento, apreciação e deliberação de Projetos do Poder Executivo Municipal na área de meio ambiente, desde que se enquadre nas diretrizes orçamentárias e nos programas estaduais e federais no campo da defesa do meio ambiente.

§ 1º - O FUNDEMA contará com um Serviço Administrativo responsável pela contabilidade, controle e movimentação dos recursos financeiros composto:

I – pelo Secretário da Fazenda;

II – por um Secretário Executivo;

III – por um Tesoureiro;

IV – por um Contador.

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§ 2º - O Secretário Executivo, o Tesoureiro e o Contador serão designados pelo Prefeito Municipal mediante decreto dentre servidores que possuem atividades ou capacitação funcional inerentes a essas funções.

§3º - O serviço Administrativo contará com o assessoramento dos órgãos próprios da Administração Municipal.

Art. 80. São atribuições do Secretário Executivo do Serviço Administrativo do FUNDEMA,

I – preparar as demonstrações trimestrais de receita e despesas a serem encaminhadas ao Secretário Municipal do Meio Ambiente do Município e conselheiros do COMDEMA;

II – manter os controles necessários à execução orçamentária do Fundo referente a empenhos, liquidações e pagamentos de despesas e aos recebimentos das receitas do Fundo;

III – manter em escrituração própria, em coordenação com o setor de patrimônio da Prefeitura Municipal, os controles necessários sobre bens patrimoniais com carga ao Fundo;

IV – encaminhar à contabilidade geral do Município;

a) trimestralmente, o demonstrativo de receitas e despesas;b) anualmente, os inventários dos bens móveis e o balanço geral do Fundo.

V – firmar, com o responsável pelos controles da execução orçamentária, as demonstrações mencionadas anteriormente;

VI – providenciar, junto à contabilidade geral do Município, as demonstrações que indiquem a situação econômico-financeiro geral do Fundo;

VII – manter os controles necessários sobre convênios ou contratos de prestação de serviços firmados e envolvendo a gestão ambiental municipal;

VIII – encaminhar, trimestralmente, ao Secretário Municipal de Meio Ambiente e aos conselheiros do COMDEMA, relatórios de acompanhamentos e avaliação da situação econômico-financeira do Fundão Municipal de Defesa do Meio Ambiente;

IX – publicar anualmente, em jornal de grade circulação no município, o balanço contábil do fundo;

X – resolver todas as questões de ordem administrativa interna do FUNDEMA.

Art. 81. Os recursos que compõem o Fundo serão aplicados em:

I – aquisição de material permanente e de consumo e de outros instrumentos necessários à realização das atividades, projetos e programas da Secretaria Municipal do Meio Ambiente;

II – contratação de serviços de terceiros, para execução de programas e projetos;

III – projetos e programas de interesse ambiental;

IV – desenvolvimento e aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão, administração e controle das ações envolvendo a questão ambiental;

V – desenvolvimento de programas de capacitação e aperfeiçoamento de recursos humanos em questões ambientais;

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VI – pagamentos pela prestação de serviços a entidades de direito privado para execução de programas ou projetos específicos do setor de meio ambiente;

VII – outros de interesse e relevância ambiental, assim entendidos e aprovados pelo COMDEMA.

§ 1º - A aplicação dos recursos de natureza financeira dependerá:

a) da existência de disponibilidade monetária oriunda das receitas especificadas em conta bancária do FUNDEMA;b) de aprovação prévia pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMDEMA.

§ 2º - Serão aplicados, no mínimo, 10% - dez por cento - dos recursos do Fundo Municipal de Proteção ao Meio Ambiente em projetos e programas aprovados pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMDEMA, cuja proposta seja oriunda das Organizações Não Governamentais - ONG’s - sediadas ou atuantes no município. (art. 5º § 2º Lei 4.900/01)

Art. 82. Os bens adquiridos com recursos do FUNDEMA serão destinados e incorporados ao patrimônio do Município.

Art. 83. O orçamento do Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente evidenciará as políticas e programas de trabalho governamentais, observados os princípios da universalidade e equilíbrio.

Parágrafo Único - O orçamento do Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente observará na elaboração e na sua execução, os padrões e normas estabelecidas na legislação pertinente.

Art. 84. Nenhuma despesa será realizada sem a necessária autorização orçamentária.

Art. 85. Os atos previstos nesta Lei, praticados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMMAM, no exercício do poder de polícia, bem como na emissão das licenças ambientais e autorizações implicarão pagamentos de taxas que reverterão ao Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente – FUNDEMA.

Art. 86. A utilização de serviços públicos solicitados à Prefeitura Municipal de São Leopoldo, de competência da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, serão remunerados através de preços públicos a serem fixados por Decreto do Executivo Municipal, com aprovação do Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMDEMA, sendo os valores arrecadados revertidos ao Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente – FUNDEMA.

Art. 87. O Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente terá vigência ilimitada.

CAPITULO XI – DAS AUDITORIAS AMBIENTAIS

Art. 88. Toda a atividade de elevado potencial poluidor ou processo de grande complexidade ou, ainda, de acordo com o histórico de seus problemas ambientais, deverá realizar auditorias ambientais periódicas, às expensas e responsabilidade de quem lhe der causa.

Parágrafo Único - Para outras situações não caracterizadas no "caput" deste artigo, poderão ser exigidas auditorias ambientais, a critério do órgão ambiental competente.

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Art. 89. O relatório da auditoria ambiental, no prazo determinado pelo órgão ambiental, servirá de base para a renovação da licença de operação - LO - do empreendimento ou atividade, garantido o acesso público ao mesmo.

Art. 90. A auditoria ambiental será realizada por equipe multidisciplinar habilitada, cadastrada no órgão ambiental competente, não dependente direta ou indiretamente do proponente do empreendimento ou atividade, e que será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados.

Art. 91. Serão de responsabilidade do proponente do empreendimento ou atividade todas as despesas e custos referentes à realização da auditoria ambiental, além do fornecimento ao órgão ambiental competente de pelo menos 5 - cinco - cópias.

Art. 92. Respeitado o sigilo industrial, assim solicitado e demonstrado pelo interessado, a auditoria ambiental será acessível ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, na biblioteca do órgão ambiental competente, inclusive durante o período de análise técnica.

Art. 93. O órgão ambiental colocará à disposição dos interessados o relatório de auditoria ambiental, através de edital em jornal de grande circulação na região.

Art. 94. Não haverá descontinuidade nas renovações da Licença de Operação do empreendimento ou atividade durante a análise da auditoria ambiental, até a emissão do parecer técnico final do mesmo, salvo na constatação de dano ambiental.

Art. 95. No caso de negligência, imperícia, imprudência, falsidade ou dolo na realização da auditoria, o auditor não poderá continuar exercendo sua função no Município, por prazos que serão definidos em regulamento próprio.

Art. 96. O período entre cada auditoria ambiental não deverá ser superior a 3 - três - anos, dependendo da natureza, porte, complexidade das atividades auditadas e da importância e urgência dos problemas ambientais detectados.

Art. 97. As auditorias ambientais deverão contemplar:

I - levantamento e coleta de dados disponíveis sobre a atividade auditada;

II - inspeção geral, incluindo entrevistas com diretores, assistentes técnicos e operadores da atividade auditada;

III - verificação entre outros, das matérias-primas, aditivos e sua composição, geradores de energia, processo industrial, sistemas e equipamentos de controle de poluição - concepção, dimensionamento, manutenção, operação e monitoramento; planos e sistemas de controle de situações de emergência e risco, os subprodutos, resíduos e despejos gerados da atividade auditada;

IV - elaboração de relatório contendo a compilação dos resultados, análise dos mesmos, proposta de plano de ação visando à adequação da atividade às exigências legais e a proteção ao meio ambiente.

Art. 98. As auditorias ambientais dos empreendimentos ou atividades utilizadoras de recursos ambientais licenciados através do EIA/RIMA, além de atender à legislação, em especial os princípios e objetivos desta lei e seu regulamento e os expressos na Lei n.º 6.938 de 31 de agosto de 1981, deverá conter as seguintes atividades técnicas:

I - confrontar os impactos ambientais gerados na implantação e operação da atividade com os previstos no EIA/RIMA, considerando o diagnóstico ambiental da área de influência do projeto e seus efeitos no meio físico, biológico, nos ecossistemas naturais e meio sócio-econômico;

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II - reavaliar os limites da área geográfica realmente afetada pela atividade e comparar com os previstos no EIA/RIMA;

III - relacionar o desenvolvimento econômico da área de influência do projeto, considerando os planos e programas governamentais realmente implementados, os benefícios e ônus gerados pela atividade e os impactos ambientais negativos e positivos;

IV - identificar os impactos ambientais não previstos no EIA/RIMA, ou a sua tendência de ocorrência, especificando os agentes causadores e suas interações;

V - apresentar estudo comparativo do monitoramento realizado no período, com os impactos ambientais previstos no EIA/RIMA, considerando a eficiência das medidas mitigadoras implantadas e as realmente obtidas;

VI - apresentar cronograma de ações corretivas e preventivas de controle ambiental, e se couber, projetos de otimização dos equipamentos de controle e sistemas de tratamento, com o seu respectivo dimensionamento, eficiência e forma de monitoramento com os parâmetros a serem considerados.

§ 1º - Ao determinar a execução da auditoria ambiental, o órgão ambiental competente poderá fixar diretrizes adicionais que, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área, forem julgadas necessárias.

§ 2º - A primeira auditoria ambiental dos empreendimentos ou atividades referidos no caput deste artigo deverá ser realizada no prazo máximo de 5 - cinco - anos após a emissão da primeira LO, sem prejuízo às demais exigências do órgão ambiental competente.

CAPÍTULO XII - DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Art. 99. Entende-se por Educação Ambiental, para os fins previstos nesta Lei, a forma abrangente de educação que se propõe a atingir todos os cidadãos, inserindo a variável meio ambiente em suas dimensões física, química, biológica, econômica, política, ética, social e cultural em todas as disciplinas e em todos os veículos de transmissão de conhecimentos, em caráter formal e não-formal.

§ 1° - São objetivos fundamentais da educação ambiental:

I – a inserção do conceito de meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;

II – a garantia de democratização das informações ambientais;

III – o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social;

IV – o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do meio ambiente como um valor inseparável para exercício da cidadania;

V – o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macro-regionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;

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VI – o fomento e o fortalecimento da integração das ciências com as tecnologias;

VII – o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.

§ 2° - Serão observados os seguintes princípios para a educação ambiental:

I – o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;

II – a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;

III – o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinariedade;

IV – a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;

V – a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;

VI – a permanente avaliação crítica do processo educativo;

VII – a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais;

VIII – o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural;

SEÇÃO I - DO PROGRAMA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - PROMEA

Art. 100. O Programa Municipal de Educação Ambiental - PROMEA, respeitadas as competências da União e do Estado, tem por objetivo assegurar ao indivíduo e a coletividade a construção de valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

§ 1º - São princípios básicos norteadores às ações do programa:

I – incentivar a difusão através de meios de comunicação, de programas e campanhas educativas e de informação sobre temas relacionados ao meio ambiente;

II – promover a educação ambiental entre os diferentes segmentos da sociedade, respeitando as características de cada região;

III – multiplicar, promover e regionalizar as ações de educação ambiental no Município;

IV – estimular a participação de diferentes segmentos da sociedade em defesa do meio ambiente;

V – integrar os órgãos das várias esferas do governo municipal nas ações ambientais;

VI – incentivar a rede municipal de educação formal em campanhas, divulgação e monitoramento de programas.

Art. 101. O Programa Municipal de Educação Ambiental – PROMEA - visa a:

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I – considerar o meio ambiente em sua totalidade, em seus aspectos naturais e criados pelo homem, tecnológico, social, econômico, político, técnico, histórico-cultural, moral e estético;

II – promover a difusão da Educação Ambiental a todas as pessoas, visando à construção de valores e atitudes que contribuam para valorizar, proteger, cuidar e melhorar o meio ambiente;

III – construir e aplicar a educação ambiental através de um enfoque pedagógico, interdisciplinar, estabelecendo processo contínuo e permanente em todas as fases do ensino formal e não-formal;

IV – examinar, discutir e relacionar as questões ambientais locais, regionais, nacionais e internacionais,

V – concentrar-se nas situações ambientais atuais, considerando a perspectiva histórica;

VI – considerar de maneira explícita, os aspectos ambientais nos planos de desenvolvimento e de crescimento;

VII – estimular a pesquisa para detectar problemas e buscar soluções para problemas ambientais imediatos ou futuros;

VIII – promover espaços educativos sobre o tema meio ambiente

Parágrafo único - A Educação Ambiental do Município deve considerar as Políticas Municipais de educação, desenvolvimento urbano e ambiental, bem como os sistemas de educação, meio ambiente e saneamento.

SEÇÃO II - ÓRGÃO GESTOR MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - OGEA

Art. 102. A Coordenação do Programa Municipal de Educação Ambiental ficará a cargo de um Órgão Gestor, integrado por membros da Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMMAM, pela Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer – SMED, pelo Serviço Municipal de Água e Esgotos – SEMAE, pela Secretaria Municipal de Habitação – SEMHAB, pela Secretaria Municipal de Saúde – SEMSAD e pela Secretaria Municipal de Segurança Pública – SEMUSP.

Art. 103. Fica criado o Órgão Gestor Municipal de Educação Ambiental - OGEA, que tem por finalidade promover a Educação Ambiental, em seus aspectos formais e não formais, através da discussão, gestão, coordenação, acompanhamento, avaliação e implementação das atividades de Educação Ambiental no Município, observando as disposições legais em vigor, e consultando, quando necessário, o Comitê Assessor, na forma do artigo 110 desta Lei.

Art. 104. Compete ao Órgão Gestor Municipal de Educação Ambiental – OGEA, para o cumprimento do artigo 101 desta Lei, definir diretrizes, linhas de ação, critérios e normas para implementação da Educação Ambiental no âmbito municipal.

I – são desde já estabelecidas as seguintes Diretrizes, atendido o disposto no artigo 114 desta Lei:

a) propor, executar e coordenar as ações voltadas para o Programa Municipal de Educação Ambiental – PROMEA, no Município;b) disseminar, no âmbito municipal, ações de Educação Ambiental;

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c) avaliar e intermediar, se for o caso, projetos da área de Educação Ambiental, inclusive supervisionando a recepção e emprego dos recursos públicos e privados aplicados em atividades dessa área;d) observar as deliberações do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA - e do Conselho Nacional de Educação – CNE;e) sistematizar e divulgar as diretrizes municipais definidas, garantindo o processo participativo;f) promover e integrar programas e projetos desenvolvidos na área de Educação Ambiental;g) indicar critérios e metodologias qualitativas e quantitativas para a avaliação de programas e projetos de Educação Ambiental;h) dar suporte técnico nas atividades correlacionadas à Educação Ambiental no Município;i) elaborar, desenvolver, acompanhar e avaliar o Programa Municipal de Educação Ambiental – PROMEA.

II – com base em pesquisas, projetos e outras atividades no Município, são definidas as seguintes linhas de ação:

a) incentivo à produção e consumo de materiais que possam ser reintegrados aos ciclos de produção;b) incentivo à criação e implantação de unidades de conservação;c) desenvolvimento de pesquisa e utilização de energias alternativas renováveis, de baixo impacto e descentralizadas;d) preservação de mananciais;e) manutenção de ecossistemas naturais e urbanos;f) ocupação do espaço / território de forma organizada e respeitados módulos mínimos;g) estudo de impactos ambientais e diagnósticos ambientais;h) uso e preservação dos diferentes recursos hídricos importantes para equilíbrio da região do município;i) saneamento ambiental;j) revegetação;k) desenvolvimento das regiões de Orçamento Participativo: aglomerações, ocupação do espaço e micro bacias e inclusão de ações junto às demandas aprovadas;l) ações preventivas à saúde e qualidade de vida;m) desenvolvimento científico, tecnológico e industrial;n) desenvolvimento urbano e regional;o) coleta e destino de resíduos sólidos - lixo domiciliar, extra domiciliar, industrial e hospitalar; p) monitoramento ambiental;q) clima, efeito estufa e aquecimento global;r) trabalho e renda;s) turismo ecológico, urbano, histórico e rural;t) organização de trilhas e estações;u) áreas de sítios históricos, arqueológicos e similares;v) política municipal de transportes do Município;w) plano diretor;x) informações sobre temas relacionados ao meio ambiente – regiões do orçamento participativo.

III – para que se atinjam de forma ordenada os objetivos propostos, estabelecem-se os seguintes critérios:

a) todo e qualquer projeto ou proposta de educação ambiental há de ser apresentado ao OGEA;b) os projetos deverão estar enquadrados nas linhas prioritárias do OGEA;c) à iniciação de qualquer projeto, há que necessariamente aguardar-se avaliação e parecer favorável do OGEA, do que serão expressamente comunicados os interessados;

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d) deve-se sempre respeitar e seguir as orientações do OGEA quanto ao acompanhamento e avaliação do projeto;e) por derradeiro, fica estipulada a obrigação de apresentar relatório de conclusão para o OGEA, para final análise, apreciação e avaliação, no que igualmente serão os interessados comunicados.

Art. 105. O Órgão Gestor de Educação Ambiental – OGEA fica diretamente vinculado à Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMMAM, à Secretaria da Educação, Esporte e Lazer – SMED, ao Serviço Municipal de Água e Esgoto – SEMAE, à Secretaria Municipal de Habitação – SEMHAB, à Secretaria Municipal de Saúde – SEMSAD e à Secretaria Municipal de Segurança Pública – SEMUSP, estes que proverão o suporte técnico e administrativo necessários ao desempenho daquele.

Parágrafo único - Compete à Secretaria Municipal de Educação subsidiar administrativamente as ações desenvolvidas pelo Órgão Gestor de Educação Ambiental, tendo por base os princípios, objetivos e diretrizes do Programa Nacional de Educação Ambiental – PRONEA.

Art. 106. O Município, por intermédio do Órgão Gestor, poderá firmar parcerias com outras instituições públicas e/ou privadas, com finalidade de viabilizar a execução das atividades do Órgão Gestor de Educação Ambiental.

Art. 107. O Órgão Gestor de Educação Ambiental – OGEA - será composto por uma equipe de 18 - dezoito - membros, 3 - três - da Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SEMMAM, 3 - três - da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer – SMED, 3 - três - do Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, 3 - três - da Secretaria Municipal de Habitação - SEMHAB, 3 - três - da Secretaria Municipal de Saúde – SEMSAD e 3 - três - da Secretaria Municipal de Segurança Pública - SEMUSP, necessariamente técnicos, conforme a especialização de seus órgãos ou autarquia de lotação, designados mediante portaria do Prefeito Municipal, pelo prazo de 2 - dois - anos.

I – a equipe técnica do Órgão Gestor de Educação Ambiental – OGEA, será composta no mínimo de 1/3 dos servidores do quadro de carreira das Secretarias integrantes do OGEA e do SEMAE.

II – os membros do OGEA escolherão, entre seus pares, um coordenador e um secretário, cujo o mandato será de 2 - dois - anos. Estes terão como função organizar e responder pelo OGEA.

III – o Órgão Gestor de Educação Ambiental - OGEA - se reunirá e deliberará, independente de quorum dos membros, ordinariamente, nos meses simbolicamente representados por números pares, portanto, a cada dois meses, sempre na primeira quarta-feira do mês a que se refere, e, extraordinariamente, quando houver necessidade, convocado pelo coordenador.

Art. 108. De cada Secretaria e autarquia que compõe o Órgão Gestor, será nomeado um - 1 - membro para representar o Município junto aos órgãos ou entidades que desenvolvam projetos ambientais educacionais, principalmente quando se tratarem de projetos a serem desenvolvidos na região metropolitana ou que envolvam os Municípios da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos ou esta própria.

SEÇÃO III – CENTRO PERMANENTE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – CEPEA

Art. 109. O CEPEA se constitui em um espaço de educação ambiental que objetiva mostrar diferentes visões da Educação Ambiental contemporânea, a englobar os aspectos sociais, econômicos, culturais, estéticos, filosóficos, tecnológicos, ecológicos e regionais, permitindo a inserção do educando na dinâmica ambiental e em seu contexto de vida.

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SEÇÃO IV – COMITÊ ASSESSOR MUNICIPAL PARA ASSUNTOS AMBIENTAIS - CAM

Art. 110. Fica criado o Comitê Assessor Municipal – CAM, de caráter consultivo, com o objetivo de assessorar o OGEA sobre os Assuntos Ambientais. O CAM será constituído por representantes de órgãos, entidades ou setores da comunidade envolvidos com as questões ambientais tais como:

a) secretarias e coordenadorias municipais integrantes da administração municipalb) instituições religiosas ou filosóficas;c) organizações ambientais não governamentais;d) clubes sociais, desportivos ou de serviços e fundações;e) quaisquer cooperativas;f) concessionárias de serviços públicos;g) representantes da defesa civil;h) associações profissionais e comunitárias;i) representantes de entidades, sindicatos, estabelecimentos comercias, industriais e de serviços;j) representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário;k) inspetoria Veterinária Regional;l) comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos – COMITESINOS;m) Ordem dos Advogados do Brasil – OAB;n) conselhos profissionais regionais;o) 2ª Coordenadoria Regional de Educação – 2ª CRE;p) conselhos Municipais.q) setor educacional da rede estadual e particular

§ 1º - A participação dos membros acima mencionados no Comitê Assessor Municipal para Assuntos Ambientais - CAM, não enseja qualquer tipo de remuneração e ônus para o Município, sendo considerada serviço de relevante interesse público, ressalvada a remuneração normal dos servidores públicos do Município em exercício.

§ 2º - Os servidores municipais nomeados para participarem do OGEA ou CAM, enquanto no exercício de atividades a tais comprovadamente vinculadas, não terão prejuízos em sua efetividade, tanto à participação em reuniões previamente agendadas quanto para visitas de acompanhamento e afins.

§ 3º - Os membros do Comitê Assessor Municipal para Assuntos Ambientais - CAM reunir-se-ão com seus pares sempre na primeira sexta-feira dos meses simbolicamente representados pelos números pares.

Art. 111. O Órgão Gestor poderá solicitar assessoria de órgãos, instituições e pessoas de notório saber, na área de sua competência, em assuntos que necessitem de conhecimento específico.

SEÇÃO V - DAS DIRETRIZES GERAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL(DO PROMEA)

Art. 112. Na inclusão da Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino, atentar-se-á para os Parâmetros e às Diretrizes Curriculares Nacionais, observando-se:

I – a integração da educação ambiental às disciplinas de modo transversal, contínuo e permanente;

II – a adequação dos programas já vigentes de formação continuada de educadores.

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Art. 113. Para o cumprimento do estabelecido nesta Lei, deverão ser criados, mantidos e implementados, sem prejuízo de outras ações, programas de educação ambiental integrados:

I – a todos os níveis e modalidades de ensino;

II - às atividades de conservação da biodiversidade, de zoneamento ambiental, de licenciamento e revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, de gerenciamento de resíduos, de gerenciamento costeiro, de gestão de recursos hídricos, de ordenamento de recursos pesqueiros, de manejo sustentável de recursos ambientais, de eco-turismo e melhoria da qualidade ambiental;

III – às políticas públicas, econômicas, sociais e culturais, de ciência e tecnologia de comunicação, de transporte, de saneamento e de saúde;

IV – aos processos de capacitação de profissionais promovidos por empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas;

V - a projetos financiados com recursos públicos;

VI - ao cumprimento da Agenda 21;

VII – projetos em parceria com a Agência Regional de Águas.

VIII – ao estudo e controle de espécies silvestres não autóctones em desequilíbrio ambiental, tornando-se ou efetivamente sendo causadores de danos à saúde pública e animal, ao meio ambiente e à economia municipal.

Art. 114. A definição de diretrizes para implementação do Programa Municipal de Educação Ambiental, conforme atribuição do Órgão Gestor, deverá ouvir o COMDEMA – Conselho Municipal de Meio Ambiente e o Conselho Municipal de Educação, bem como estimular os Fundos de Meio Ambiente e de Educação, a alocarem recursos para o desenvolvimento de projetos de Educação Ambiental.

Art. 115. As despesas decorrentes da Política de Educação Ambiental correrão por conta do Orçamento Geral do Município.

CAPÍTULO XIII – DA ESTAÇÃO DE METEOROLOGIA DE SÃO LEOPOLDO

Art. 116. O Setor de Estação Meteorológica tem por finalidade fornecer informações técnicas-meteorológicas sobre as condições de aproveitamento dos recursos da energia solar, energia hidráulica, energia eólica e dados climatológicos da região do Vale do Rio dos Sinos.

Art. 117. A instalação, administração e manutenção do Setor de Estação de Meteorologia será responsabilidade da (Associação dos Ex-Alunos do Colégio SINODAL – AEACS) MetSul Meteorologia, conforme convênio a ser firmado.

Art. 118. Cabe ao Setor de Estação de Meteorologia: I – cumprir as diretrizes traçadas pelo convenio firmado entre o Município de São Leopoldo e a Associação dos Ex-Alunos do Colégio SINODAL – ISAEC MetSul Meteorologia;

II – exercer o controle geral do funcionamento da Estação, zelar pela conservação e segurança dos instrumentos, aparelhos e das instalações;

III – cumprir as normas técnicas na operação da estação e na elaboração das mensagens;

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IV – efetuar leituras e anotações diárias, em horários previamente estabelecidos e elaborar, mensalmente um relatório técnico dos registros efetuados;

V – elaborar, semestralmente, relatórios das atividades e demonstrativos financeiros bem como um relatório do inventário do patrimônio ao final de cada ano;

VI – estabelecer, horários de visitação, autorizar a efetivação de atividades de terceiros na área da estação de Meteorologia.

CAPITULO XIV – DO RELATÓRIO MUNICIPAL DE QUALIDADE DO MEIO AMBIENTE

Art. 119. A Prefeitura Municipal elaborará anualmente, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e instituições comunitárias, um Relatório Municipal de Qualidade do Meio Ambiente, RMQMA.

§ 1º - O RMQMA constitui um instrumento de avaliação qualitativa do meio ambiente no município de São Leopoldo e deverá, apresentar as ações objetivas do governo municipal no ano em foco no âmbito da sua responsabilidade, que garantam, no mínimo, a manutenção da atual condição ambiental -conservação.

§ 2º - O RMQMA deverá apresentar uma análise criteriosa da efetividade da política municipal do meio ambiente, assim como da compatibilidade entre as atividades produtivas - econômicas ou não - e a preservação do meio ambiente em que elas ocorrem.

§ 3º - O RMQMA deverá ser apresentado, anualmente, no 1º semestre seguinte ao término de cada ano, na ordem do dia, em Sessão na Câmara de Vereadores do Município para consideração e debate do Poder Legislativo.

Art. 120. Na sistematização do Relatório, manter-se-á a mesma estrutura básica, de modo a facilitar a comparação dos Relatórios de ano após ano.

Parágrafo Único - O RMQMA deverá apresentar:

a) um capítulo para avaliação do desempenho das políticas públicas municipais, estaduais e federais;b) um capítulo para analisar o esforço pelo cumprimento da legislação federal;c) um capítulo com a proposta dos testemunhos de entidades ambientalistas;d) um capítulo deverá descrever a situação dos ambientes aquáticos, como o Rio dos Sinos, arroios, banhados, e lençol freático; da cobertura florestal; do solo; da qualidade do ar; e outros itens que sejam selecionados pelas entidades que participam da organização do RMQMA, designadas no § 3º do artigo 119 desta Lei.

Art. 121. A Secretaria Municipal de Saúde e o Conselho Municipal de Saúde, quando do início do Relatório Municipal de Qualidade do Meio Ambiente, deverão enviar um informe, para constar no RMQMA, sobre a situação atual da saúde no município em relação com a qualidade do meio ambiente.

CAPÍTULO XV – PROGRAMA DE LICITAÇÃO SUSTENTÁVEL

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Art. 122. O Município de São Leopoldo promoverá, obrigatoriamente, usando seu poder de compra, o incentivo ao princípio da Licitação Sustentável.

Parágrafo Único - Tal princípio é compreendido como o processo de aquisição de bens e serviços que atendam as demandas solicitadas com o maior número de benefícios ao Meio Ambiente e à sociedade.

Art. 123. O Município de São Leopoldo compromete-se a utilizar, nas obras e serviços públicos, apenas madeira de origem legal.

§ 1º - O critério disposto no caput deste artigo será especialmente adotado em se tratando de madeira proveniente da Amazônia, com base no Termo de Compromisso firmado com a Associação Civil Greenpeace.

§ 2º - Entende-se por madeira de origem legal aquela que possui adequada documentação fornecida pelo órgão de controle competente.

Art. 124. Em consonância com o artigo anterior, a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMMAM, promoverá e incentivará a adequação, em âmbito privado, do programa de uso de madeira de origem legal.

Parágrafo Único - Transcorrido o prazo determinado em legislação complementar para adequação, conforme caput deste artigo, a Prefeitura iniciará o processo de fiscalização do uso de madeira de origem legal.

Art. 125. Fica proibida a compra de mogno - Swietenia macrophylla - pela administração pública, em função das restrições legais impostas para sua proteção, por configurar espécie ameaçada de extinção, exceção feita aos produtos de mogno certificados por sistemas de certificação independentes, que adotem padrões ambientais internacionalmente aceitos, os quais incorporem, de maneira equilibrada, os interesses de grupos sociais, ambientais e econômicos e sejam reconhecidos mundialmente.

CAPÍTULO XVI – DA SEMANA DO MEIO AMBIENTE

Art. 126. A semana do Meio Ambiente realizar-se-á na 1ª semana de junho de cada ano.

Parágrafo Único – O dia 5 de junho, Dia Internacional do Meio Ambiente, é a data base para a Semana do Meio Ambiente. Não ocorrendo este dia na primeira semana de junho, o evento realizar-se-á na respectiva semana.

Art. 127. A Comissão formada pelos órgãos gestores e co-gestores do SINGEA, bem como por outras entidades ecológicas organizarão o evento que trata o artigo anterior.

CAPÍTULO XVII – GERAÇÃO DO TRABALHO E RENDA

Art. 128. A coleta seletiva, coordenada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMMAM, além de promover a diminuição da geração de resíduos encaminhados ao aterro sanitário, visa à promoção de trabalho eventual, renda e, por conseqüência, dignidade à população que dela depende.

Parágrafo Único – Sua manutenção é obrigação do Poder Público, sendo esta coleta considerada fomentadora da consciência socioambiental.

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Art. 129. As opções de geração de trabalho e renda, atreladas à coleta seletiva, não poderão servir de entrave ao desenvolvimento de novas tecnologias de coleta e tratamento de resíduos.

Art. 130. O Poder Público promoverá ações de qualificação à população dependente da coleta seletiva de resíduos e seus familiares, buscando sua inserção no mercado de trabalho formal e seu crescimento profissional.

Art. 131. O Município de São Leopoldo incentivará a organização dos catadores de resíduos sólidos urbanos em cooperativas de trabalho, buscando uma melhor remuneração e condições laborais para este serviço.

Art. 132. Os recursos adquiridos com a coleta seletiva, nas respectivas unidades de triagem, serão integralmente encaminhados à remuneração dos cooperativados, procurando melhorar as condições de trabalho a eles disponíveis.

Art. 133. O trabalho em unidades de triagem permite qualificar o cooperativado, agregando valor ao produto coletado e permitindo a realização de outras ações a partir da cooperativa de trabalho.

CAPÍTULO XVIII – DO ECOTURISMO

Art. 134. Fica criado pelo Poder Executivo Municipal, o Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo de São Leopoldo – PRÓ-ECOTURISMO, cuja elaboração e gestão ficam sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social - SEMEDES.

Parágrafo único - O PRÓ-ECOTURISMO é parte integrante da Política Municipal e do Sistema Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental – SINGEA, e será orientado pelas diretrizes e objetivos da política de desenvolvimento sustentável, constantes neste capítulo, dentre outras.

Art. 135. Entende-se por política de desenvolvimento do turismo sustentável as ações voltadas para a implementação de visitação controlada e responsável às áreas naturais e culturais, visando à interação entre o crescimento sócio-econômico e a preservação do ecossistema.

Art. 136. A política de desenvolvimento do ecoturismo e do turismo sustentável deve estabelecer regras, instrumentos de gestão e recursos, a serem definidos com os diversos setores sociais, econômicos e governamentais, para garantir a preservação da biodiversidade, traçando limites, organizando e dirigindo ações.

Art. 137. A implementação da política de desenvolvimento do ecoturismo e do turismo sustentável deve definir diretrizes e normas, entre outras, em função de :

I – a compatibilização das atividades de ecoturismo e do turismo sustentável, com a preservação da biodiversidade, tais como:

a) uso sustentável dos recursos naturais, evitando seu esgotamento; b) redução de resíduos gerados, bem como seu tratamento e sua destinação final; c) manutenção da diversidade natural e cultural; d) capacidade de carga, que se traduz pelo nível que um sítio pode suportar, sem provocar degradação do ecossistema, com estudos voltados para a circulação de pessoas na área e sistemas de rodízio de trilhas.

II – a parceria entre os segmentos sociais, tais como:

a) a iniciativa privada, compreendendo os serviços turísticos em geral e o comércio;

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b) a comunidade, compreendendo população local e flutuante; c) o Poder Público; d) as organizações não governamentais nacionais e estrangeiras (ONG’s);

III – a conscientização, a capacitação e o estímulo à população local para a atividade de

ecoturismo e do turismo sustentável.

Art. 138. A política de desenvolvimento do ecoturismo e do turismo sustentável deve contemplar a preservação das características da paisagem, prevenindo as poluições sonora, visual e atmosférica na localidade.

Art. 139. A gestão da política de desenvolvimento do ecoturismo e do turismo sustentável observará as seguintes etapas, dentre outras:

I - prevenção da degradação do ecossistema:

a) ambientais – extensão da área e do espaço utilizável, fragilidade do ambiente, sensibilidade de espécies de animais em relação à presença humana e recursos da biodiversidade;b) sociais – desenvolvimento de visitação e preservação das tradições locais; c) administrativos – implantação de trilhas ou caminhos em sistema de rodízio e de administração de visitantes, controle sobre o uso inadequado dos recursos e serviços.

II - preservação da biodiversidade.

Art. 140. A implementação do Programa Municipal de Desenvolvimento do Ecoturismo tem por objetivo, dentre outros:

I - planejar, regulamentar e fiscalizar a atividade turística no município, de forma a desenvolvê-la em harmonia com a preservação da biodiversidade, a conservação dos ecossistemas regionais, o uso sustentável dos recursos naturais e do patrimônio histórico e cultural, visando a melhorar as condições de vida da população local;

II - incentivar a redução de resíduos, bem como seu tratamento e destinação final;

III - estabelecer o número ideal de usuários dos atrativos e das atividades, monitorando o impacto e controlando o crescimento do turismo e evitando a degradação ambiental, garantindo a qualidade dos produtos e serviços;

IV - fortalecer a cooperação interinstitucional, congregando os segmentos sociais interessados em investir e desenvolver a conservação do meio ambiente, promovendo a sinergia entre os segmentos da iniciativa privada, do setor público, da comunidade local e dos turistas/consumidores;

V - estabelecer sistema de Licenciamento Turístico Ambiental - LTA, para as atividades, produtos e serviços turísticos oferecidos, com a formação de um cadastro municipal que identifique tais empreendedores e prestadores de serviços;

VI - promover a conscientização, capacitação e estímulo da população local, para a atividade do turismo sustentável;

VII - identificar e otimizar o potencial turístico do Município, mediante ações governamentais e apoio da iniciativa privada;

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VIII - garantir a conservação de áreas representativas dos ecossistemas naturais da região, mediante o apoio à criação e manutenção de Unidades de Conservação públicas e privadas, de forma a incrementar o potencial turístico do município;

IX - promover, estimular e incentivar a criação e melhoria da infra-estrutura para a atividade do turismo, respeitando o número ideal de usuários para cada ecossistema;

X - promover o aproveitamento do turismo como veículo de educação ambiental;

XI - valorizar e respeitar os costumes e tradições das comunidades locais;

XII - garantir a participação efetiva da comunidade local nas instâncias decisórias, nos moldes da Agenda 21.

Art. 141. Para atingir os objetivos propostos pela política municipal de desenvolvimento do turismo sustentável, o Município poderá celebrar convênios, contratos, acordos, termos de compromisso e responsabilidade com a iniciativa privada, universidades, Organizações Não Governamentais - ONG’s, órgãos da sociedade civil representativos do terceiro setor, e instituições públicas municipais, estaduais e federais.

Art. 142. Toda atividade ou empreendimento turístico, que esteja operando ou venha a operar no Município, deverá obter anualmente a Licença Turística Ambiental - LTA, junto ao poder público, sem prejuízo de outras licenças exigíveis, e deverá atender aos critérios estabelecidos pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA.

Art. 143. O Município poderá exigir a realização de estudo prévio de impacto sobre o meio ambiente, para a emissão de licença de atividades ou empreendimentos previstos neste artigo, que possuam potencial significativo de impacto sobre o meio ambiente local.

TÍTULO IV – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 144. Com o intuito de observar o Marco Regulatório do Desenvolvimento Urbano, Saneamento e Gestão Ambiental e também o Plano Diretor Municipal, a Prefeitura Municipal de São Leopoldo deverá elaborar até 31 de dezembro de 2007 o Plano Municipal de Gestão Integrada da Proteção Ambiental - Sub-Bacias e Zoneamento Ambiental, bem como a Política Municipal de Desenvolvimento Sustentável.

Art. 145. O Plano de Ação da Prefeitura Municipal de São Leopoldo em prol da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos é parte integrante da presente lei, constante do Anexo I.

Art. 146. No dia 16 de novembro de cada ano comemora-se, no Município de São Leopoldo, o Dia do Rio dos Sinos.

Parágrafo Único – Em homenagem a Henrique Luiz Roessler, patrono do ambientalismo no Brasil e filho desta cidade, a semana em que está inserido este dia é denominada Semana Roessler no Município de São Leopoldo.

Art. 147. O projeto de lei do primeiro Plano Municipal de Saneamento Ambiental de São Leopoldo será encaminhado ao Poder Legislativo Municipal até 31/12/2007.

Parágrafo Único – O Plano, que trata o caput deste artigo, terá vigência no quadriênio 2009 – 2013.

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Art. 148. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data de sua publicação.

Art. 149. O Conselho Municipal do Meio Ambiente deverá ser instalado pelo Executivo Municipal no prazo máximo de 90 - noventa - dias a partir da promulgação desta lei.

Art. 150. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 151. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei Municipal n.º 3.486 de 4 de agosto de 1989; Lei Municipal n.º 3.520 de 16 de outubro de 1989; Lei Municipal n.º 5.236 de 9 de abril de 2003 e a Lei Municipal n.º 5.794 de 2 de dezembro de 2005.

Prefeitura Municipal de São Leopoldo, ____ de _____________ de 2007.

ARY JOSÉ VANAZZIPREFEITO

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