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o II •V , _E JANEIRC,-QUARTA-FElfc,*,**, <j£ vwNHO DE 1906 ÍoV TJ2w£.A. aLIÇ^O CHINEZA -.' <) escudeira encarregado «ie CQÍdar do animal, não viu umn mosca n ,m„i t ¦ L, -,. ,. ,,varejei ra peneirar na orelha I) O imperador 1m, s.il.orsiio ,1a China, linha a:n -avalio cba- ¦nado-Klexa quo vóa>odoiiual noslava muilo. vailo. E em seguida ostO morreu. 3) O imperador, qon era violento, eneb-iu *o«fe rai»» Matem esle miserável que deixou morrer o meuca valko! -esclamou elle. !/• V TSàm «aa^Ssaaaaaaaaaaa. TVaís ^Caàlaaf^ li T*' Y \ '¦) OJU.IZ cncarrtRado .lc fa^cr CNoiutara scnl. n.:. l*Jt /f -EÀYx^k J [ jlfV \ disas ao imperador: hr? íií~c-(' aa/r/v^i wíí?tisíq- \l Senhor, nao é justo pnoir uni homem sem se estar JwC S«^SsíÇv\ V^"P*^A U convencido do s.;u rrimo. ^&4m ^"*^vl^ AàjLãrf A^t^sBI!\ U KiUaojuljja o, disso u Imperador. r^Kj' ' ^^J^JtãBaaaaaaaaiII \, luir, Pu.- liasBrcs>lt 5) Ko pobre do escudo im Iromuln^ me"*l',t laias foi ronduzi.lo por soldados á v '"•eni.'a '•" rador e do Jttis. t">) li: eUãs coodcinnadtj .i m«>iMC. di ..'OiniiH-ltido Lr^-i crimes RnlreLaatn ODMtsi !-om soberano reduaiu a loa pena a uma uniea. iraal—gritou o Imperador,, Que <jh"umes commetteu elle -O primeiro, respondeu o Juiz.»'- <> -Io ler deixado morrer o vaUo ; o secundo c obrigar o Imperador - dar um mio exem*' í-andoclioio de riiva : » leiloeiro ó ter ile**»nnr«*io a O pobre do escudeiro dava pultnhosde aleftri ipmlo da morto, o atuda mais por sabe* que de iQfto,o ImperadorTai se convencera de que o*- p ipantes são quasi sempre injustos oudesastrade - R»<~> DE .RO

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o II •V , _E JANEIRC,-QUARTA-FElfc,*,**, <j£ vwNHO DE 1906

ÍoVTJ2w£.A. aLIÇ^O CHINEZA

-.' <) escudeira encarregado «ieCQÍdar do animal, não viu umn mosca

.» n ,m„ i t ¦ , -,. ,. ,, varejei ra peneirar na orelhaI) O imperador 1m, s.il.orsiio ,1a China, linha a:n -avalio cba-¦nado-Klexa quo vóa>odoiiual noslava muilo. vailo. E em seguida ostO morreu.

3) O imperador, qon era violento, eneb-iu *o«fe rai»»Matem esle miserável que deixou morrer o meuca

valko! -esclamou elle.

!/• V TSàm «aa^Ssaaaaaaaaaaa. TVaís ^Caàlaaf^ li T* '

Y \ '¦) OJU.IZ cncarrtRado .lc fa^cr CNoiutara scnl. n.:. l*Jt /f -EÀYx^k J [ jlfV\ disas ao imperador: hr? íií~c-(' aa/r/v^i wíí? tisíq-\l — Senhor, nao é justo pnoir uni homem sem se estar JwC S«^SsíÇv\ V^"P*^ AU convencido do s.;u rrimo. ^&4m ^"*^vl^ AàjLãrf A^t^sB I!\U KiUaojuljja o, disso u Imperador. r^Kj' ' ^^J^JtãBaaaaaaaai II \,

luir, Pu.- liasBrcs >lt

5) Ko pobre do escudo im Iromuln^ me"*l',tlaias foi ronduzi.lo por soldados á v '"•eni.'a '•"rador e do Jttis.

t">) — li: eUãs coodcinnadtj .i m«>iMC. di..'OiniiH-ltido Lr^-i crimes RnlreLaatn ODMtsi !-om soberano reduaiua loa pena a uma uniea.

iraal—gritou o Imperador,, Que <jh "umes commetteuelle •

-O primeiro, respondeu o Juiz.»'- <> -Io ler deixado morrer ovaUo ; o secundo c obrigar o Imperador - dar um mio exem*'í-andoclioio de riiva : » leiloeiro ó ter ile**»nnr«*io a

O pobre do escudeiro dava pultnhosde aleftriipmlo da morto, o atuda mais por sabe* que deiQfto,o ImperadorTai se convencera de que o*- pipantes são quasi sempre injustos oudesastrade

- R»<~> DE .RO

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ASTUC1A DE RATOS. - FAZEr^O NINHO NA ORELHA DO GATO

_J* ( T*J -^J&r-r:rxjf^ ^Sr-Js^^ "^ -J^^ÍE HI^K^ jfm*^r*^mtmmm^U *f fo^Ji

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..ra uma vez doas ratos espertos como elles são, mas cida qual,-se mais sabido- que o outro....aviam furtada um queijo, mas entraram a discutir qual delles devia.om o maior pedaço.Palavra, puxa palavra, desafiaram-se: o que vencesse em astucia,com o queijo todo. .—-

2) 0 rato mais fanfarrão— Fique sabendo que eu sou caparaté de fazer ura ninho atraz da orelha de um gato 1Oow/ro-Tu? duvido! Eu é que te hei de mostrar para quanto) I \ ais ver o que é um rato fora do sério.1

'~±lmmmm^£Ê^:~-^^&m\ B^^^V^^ -^ c*^mm*^mmmm\ BE Wj, I jjflj

i—r— ^iV%:)nt=3mmmmm\ W0& ^m\\^Es£&::^~~ ^^H BgT^S ~T~~~^t

^desconfiassem um <Como, porém, Io outro, chamaram uma velha

ffaío fanfarrão :- Respeitável amiga! Apostamos qual de nós fariaio atraz da orelha de um gato, provando ser o mais esperto. O queJcará com o queijo. Fica tu aqui, tomando conta delle, e serás oíii.

4) Sahiram os ratos cada qual para seu lado.A ratazana, que havia achado a idéa exeelWte, come-eou a matutar no meio de embrulhar os dois rivaes pois que.velha como era, Umbem precisava mostrar a sua astucia. Ecahiu em profundo scismar...

¦isfiafaHaaeáSp^^H ^RPVaH ~ .' /l.''4-.sVC.BbVJ g3K *~~ « *

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EXPEDIENTE^

>L O Tico-Tico

Toda a correspondência, pedidos de assignatura, etc,devem ser dirigidos ao escriptorio e redacção d'0 Malho,rua do Ouvidor n. 132, Rio de Janeiro.

A empreza d'0 Malho publicará todas as quartas-feiras O fico-Tico, jornal illustrado para crianças, noooal collaboram escriptores e desenhistas de nomeada.

Condições da assignaturaInterior : 1 anno llgOOO, 6 mezes C$000.Exterior: 1 anno 208000, 6 mezes 12$000.

Numero avulso 200 réis. Numero atrazado 500 réis.Tiragem: 27.000 exemplares.

As assignaturas começam em qualquer mez, termi-nando em junho ou dezembro dc cada anno.

HISTORIA DA FADA

-Más ha mesmo fadas? perguntou ella á Genoveva.Não sei menina, respondia á criada. Antigamentehavia,mas agora já não ha sinão na Europa, muito longe...Que pena! — exclamou Beatriz—eu queria ver ai-gumas fadas.

Seu pai, ouvindo-a uma vez falar assim, vestiu-se,montou a cavallo e partiu para a cidade mais perto, que fi-cava a cinco léguas da fazenda.

Oito dias depois estava Beatriz no grande parque, querodeava a casa de seu pai, brincando com uma lindaboneca e pensando como sempre nas fadas, quando ouviuuma musica encantadora por entre as arvores.

A menina voltou-se admirada e viu appareccr ao longeuma figura maravilhosa, uma moça muito bonita com umvestido de gaze verde o quatro azas de ouro nas costas.

Beatriz ajoelhou-se de espanto e a mysteriosa figura,erguendo a sua varinha de condào, disse:Eu sou a fada Gloria Verde,protectora dos bosquese das crianças. Sei que desejavas conhecer-me, vem cáBeatriz,vou levar-te ao meu reino.

Ea menina seguiu a fada, re-ceiando ainda vel-a desapparecersubi-tamente.

Mas assim não foi. Gloria Verdefoi entrando pela floresta até que che-gou a uma grande clareira, cuide es-tava armada uma espécie de barraca,toda de panno, mas muito luxuosa ebrilhante.

— Istonão é um palácio — dis^ra fada — é apenas um pavilhão cmque eu costumo descansar.

Aqui vou te apresentar os gêniosc feiticeiros mais poderosos destafloresta.'. Beatriz, com o coração palpitantede anciedade, penetrou na harraca edeteve á entrada estupefacta com o

Beatriz era uma me-nina muito boasinha,muito obediente e bemcomportada.

Morava na roçanuma fazenda, mas tão

Importante c tão rica, que mais parecia um palácio.Seu pai, que a adorava, procurava fazer-lhe todas asvontades para recompensar o seu bom gênio e appli-caca" aos estudos. Tinha taes cuidados com ella que.tendouma vez um càosinho mordido o dedo de Beatriz, seu paimandou-o logoprènder noutra fazenda.bem longe.e comoa menina gostava muito de bichos, deu-lhe em logar docã' um esquilo, que é um animalzinho muito bonito emuito manso.

Assim Beatriz sabendo sempre as Buas Lições, porqueera estudiosa, nao sendo nunca ralhada,porque tinhalimito boa educação,'vivia felfe. Entretanto, havia umacousa quo a prooecupava. Ella ouvia a Genoveva,

UEOa velha criada de sua mãi,contar historias de fadas, miefazem tudo quanto querem,assombram as crianças com

milagres e tinha um desejo ardente dc ver uma destascriaturas prodigiosas.

espectaculo que se apresentou deante dc seus olhos.As fadas, feiticeiras e gênios estavam sentados

em semi-circulo, formando um grupo singularissimo.Gloria Verde apresentou-lhe em primeiro logar aFada Morangueira, rainha das .ruelas, toda vestidade encarnado, com morangos no chapéo c uma cestacheia de frücünhas Bylvestres, depois apresentou a•*¦ Fada Libellula, rainha dos lagos, o gênio Caruncho,que vive nos troncos das arvores e estava alli sen-tudo num feixe de lenha, o feiticeiro Aliró, que vive

{>or trás das parreiras, pequenino Plock, gênio dos

tios, a Fada Rudeton, que tinha um nariz enorme emuitos outros personagens fantásticos de a-:extravagante, mas que encantaram Beatriz.

As fadas convidaram a menina para jantai' comellas e Beatriz, um pouco acanhada, mas satisfeitíssima,sentou-se entre Libellula e Rudeton.

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O Tico-Tico

íf ¦

~7

Dous uiaouinoa muno mios, mas muito ;iniaveis,trou-reram ímmediatamente grandes pratos dd ouro commanjares deliciosos.

Nunca ;i menina comeu cousas tao boas.Terminado o jantar

todos i.s gênios li/eramexercícios muito bonitosti.- peldticagem e gymnas-tica.

Quando já ia anoite-cendo acabou a festa e afada Gloria Verde orde-nou a um dos diabinhoeque acompanhasse Beatrizaté em casa, e para quecila não se cansasse fel-air sentada sobre uma lindagazella, ajaezada com ar-reios de prata.

Nunca mais BoaVriztornou a encontrar Gloria Ver-de, nem nenhum de seus fan-Lasticos companheiros, masicou satisfeita ; já linha visto

verdadeiras radas, verdadeirosgênios da floresta.

Só mais tarde, muito maistarde, crescendo ella, já oramocinha, soube que toda aquel-Ia SCena fora arranja.Ia por seupai. que. para lhe lazer a vou-Eade linha coutractado váriosartistas de uma companhiade circo.

Esses artistas a que tinhamfingido de gênios.

Mas que Importa : Beatrizjulgou ter realisado o seu de-soj.i e, depois, quando soube detudOjComprehendeu que nâo hanecessidade de Eadas [.ara umapessoa ser feliz.

Basta ser boa, obediente,fazer-se estimar por seus pais eobterá tudo quanto possa de-ejar.

0 QUE OS MENINOS NAO DEVEM FAZERBEBER.

1si é triste vcuira menino fumar, ainda mais triste é

vel-.i rinrai-iiiiina venda, num botequim, numa confeita-.•ia .¦. para matar o bicho, abrir <i appetiíe, mi matar a sede,bebem cálices de paraty, g< nel.ia, licor, copos de cerveja,•u d» misturadas de vermeut, whisky, e Lula essa caterva

de drogas de nome:estrangeiros, que se fazein jnn- ahi. .• a que s<dão nomes orrevezad .s,esquisitos.

Todas essas belcontém álcool, o o álcoolcomo a nicotina do íu-mo, é um veneno lerri-vel. Nao ha organismode criança ou de homemque resista aos éffeil -do vicio de beber.

O bicho que essas be-Lidas matam, o appetUcque abrem, a sè.le quesaciam tudo mentira!

Ao contrario: mataio bicho 6 inalar as for-ças do corpo: abm ¦>appetiteê fechal-o p iucoa pouco; e, quanto ásedo, quanto mais álcoolse bebe, mais sode setem.

11i »s meninos que ai-

quirem esse máo costu-me de beber, muitocomeçam a sentir.. má.»resultado: perdem avontade de comer e per»dom a intelligencia; porqu stomago e a .-a-beca excitados, chtcolea*dos pelo álcool, acabampor ficar numa prostra-çào, mima preguiça qua.foz pena!

Dahi,seguo-se um cn«fraauecimento geralcorpo e a perda ila ,„•¦-moria. Em pouco tempo,os meninos viciados nabebida vao perdendo .•teireu... vão ficandoabaixo dos outro- me-ninos que escaparam átentação do vicio, nãosó n.,s estudos, comoem qualquer serviço iaque 80 oceupom, 11USfabricas, nas officina»,nas rasas commcrciacs,

seja lá onde for. Eo futuro dessas crianças viciadas? F,muito triste. .

Chegarão a homens si chegarem... já estragados,sotlVeli.lo de mil moléstias, ineapaZe-. de siislenlareliio que se chama a baeta pelavida. si tentarem constituirfamliia ou serão repelli.los, ou si conseguirem enganaros pais da moca, serão desgraçados,porque o homem quebebe... homem ouo se embriaga, é um homem inútil

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O Tico-Tico

mMeus meninos :Quando outro dia fomos passear á Tijuea, achei muita

graça, ouvindo vocês falarem mal de um menino que, comum pedaço do carvao.riscara num muro branco uma por-eáo de figuras. Achei graça, porque á mim que sou velho

que cabia a palavra para censurar a Iravessura do pc-qüeno desenhista, travessura que deu como resultado,ficar o muro lodo rabiscado, todo sujo, obrigando o donoa gastar mais dinheiro com a nova caiaeão...Sim, não sedeve fazer isso. K muilo feio c podo acontecer que oresponsável pela limpeza do muro seja um homem pobre,para quem essa nova despesa represente um sacrifícioimpossível—e abi estará o homem arriscado a pagar multaá Prefeitura—o que ainda é peior.

Mas eu não disse nada, em primeiro logar porquevocês disseram ludo,e depois porque nessa occasião,vendoaquella linda natureza,eslava a me lembrar de muitos ar-tistas celebres, na pintura o na esculplura, que, sendomuito pobres,começaram mais ou menos assim.com essesrabiscos, a mostrar as suas habilidades. Recordo-me, pori xempl '. do grande Guilherme Elty. Seu pai era fa-brícante de bolas na Inglaterra ; sua mãi filha de mu cor-dociro. Muito criança ainda, o Guilherme morria pelodesenho. Cobria de garatujas as paredes, osoalhó c asmesas. I'm dia acabou-se-lhe o lápis, o elle, sem dinhei-ro para outro, foi-se a um pedaço de carvão c'continuou arabiscar tudo. Sua mãi nao gostava daquillo e, para cas-íigar o pcqueno,pol-o a trabalhar numa lypographía. Masias horas vagas o Guilherme continuava a desenhar o

que bem lhe parecia e um dia scismou e disse bem altoque havia de ser pintor ! Era o que se chama uma voca-ção irresistível. Pela vontade dos pais .elle continuarianatypographia. Mas um tio o um irmão resolveram faricl-o matricular-se na Academia: Guilherme deu quatropulos de contente e começou a estudar com tal vontadee paciência, que os companheiros ficavam de bocea abei-Ia. Em pouco tempo passava a perna a todos os col"legas, quasi iodos mais intclligentes e mais preparadosdo que elle. Mas Guilherme era superior a Iodos cmtrabalho e forçado vontade. Avançando sempre, foi omelhor alunmo daquolla época. Sabindo da Academiacome,-, .u a fazer os seus quadros, que a principio lhe ren-deram pouco dinheiro. Depois iam dando mais, porqueGuilherme se aperfeiçoava sempre c trabalhava cada vezcom maior capricho. Por fim já era o grande Sr. Etty':já os seus quadros eram comprados por muitas libras e o•CU 16 fiCOU celebre entre os maiores artistas inglezes,

Lembrando-me disso .'¦ que eu fiquei calado ao vero muro da Tijuea lodo riscado a desenhos de carvão. Quemsabe si ii pequeno que foz aquillo virá a ser um grandeartista í

Querem saber voeès o que cu censuro ? _¦ a mania de.¦ritos meninos que pouco ou nada sabem, que s,« nãojuerem matar a aprender, e no emtanto ficam todostrombados, quando se lhes diz que estudem desenhopara chegarem a ser alguma cousa. Entendem elles quodesenhar 6 rabiscar nas paredes ou pouso mais...Façam como Guilherme Etty que principiou rabiscandoé verdade, mas sempre olhando para cima, aprendendoe trabalhando Bcmpre, até ser um grande na arte.

V.ivd

POR CAUSA DA LINGÜIÇA

O cachornnho de Lalai gostava muito de lingüiça,mas tinha o máo costume de roubar essa petiscraeira,tosse lá de onde fosse. Choviam as reclamações da cozi-nlieira, e a mái de Lalai estava disposta a daV um grandecastigo ao bicho. Foi nessas condições quo Lalai imaginou(lar uma lição no seu Mignon. Amarrou uma pistolihha detogo de bengala na ponta de um fio que pendia do tecto,amarrou umas lingüiças a um castiçal com uma velaacesa... Sentou-se e esperou. Veiu o cachorrinho e co-meçou a cheirar...

%%ft3^//—3i£2g%—gW^^^^^^

Lalai, quietinbo, deixou o bicho avançar na gostosaJmguh.a Mxnnm ia puxando e comendo, devagarinho, etvela ia lambem se chegando paraapistolinha...

«CTMK>/W/''/^,y,CT/^

Tanto se chegou que a luz pegou fogo á pólvora dapistola e uni réjtuxo de fogo o lagrimas jorrou sobre opobre Mignon; esactamente quando elle comia a ultimalingüiça...

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-Eu gosto muilo de \i,manon disso Ulai-mw!'s';;'/ic-1';','1!1'' '•:il,,'s ,ül8UÍ«a. K^~£ resolvi dar*»esto hcao paia evitar que mamai te botasse para fera det> »l>tt.

O cachorrml^sahiul chorar, apenas um pouco charoub ?

'"¦""•''' eitucha que levara, c jurou nunca mau

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O Tico-Txco

A ARTE DE FORMAR BRAZILEIROSUm menino não sabendo, nem podendo saber qual a.aireira que mais lhe convém seguir, não deve dizer: eu%uero ser militar, quero ser medico, ou outra qualquer

HABILITAÇÕESA FALTA DE

1 pretendente:— Meu caro senhor, eu preciso de um em-prego, sou formado cm direito e vinha lhe pedir um logar noteu estabelecimento...Odono da casa:— Ahi o senhor é advogado'. Mas não éüxsso que eu preciso. Aqui só lenho necessidade dc rapazescom pratica de commercio. Sinto muito, mas não o vossotervir.

cousa, porque se persistir nisso e abraçar uma dessasprofissões unicamente porque achou bonito o farda-monto, ou viver curando doentes, etc, pôde ser muito in-feliz mais larde.quando verificar que adoptou uma carreirapara a qual não tinha gosto, que se condemnou a um ser-riço que não lhe agrada.

Por isso deve se preparar de modo que, si nao forfeliz numa profissão, possa adoptar outra, esteja habilitadoa mudar de vida, a trocar um trabalho por outro. Só assimA FALTA DE TRABALHO

14 IhmÊÊkm.P"fi li fâi,Jf§\m\ hrfvWrX

k f'M *\}^\

li fflfl JTUm medico mostrando a um m„;„n „.

,io:-Está vendo. Ko g£"g*^™™ta>*° ™-tala e passam-se semanas inteinh sem a,Ò, ! rasPor estasó doente. m quc me "Ppareça um

O amigo: — Que se ha de fazerI Jâ hm* ,por ahi ha tantos médicos

um homem pode ser independente, e para conseguir umafelicidade indispensável deve aprender varias co,«as dautilidade geral, obter conhecimentos que o habiUteTf enfrentar qualquer trabalho, qualquer profissão isto 2deve ter umas tantos noções que to'do o íiomcnídcvc do£suir, sejam quaes forem seus planos de futuro PConvém que os meninos, nossos amiguinhos se con-vençam do que a maior desgraça deste paiz 6 a nre-occupaçao de ler um titulo, todos querem ser médicosadvogados, engenheiros, militares, ou empregados ml ncos, c como neste paiz, que é novo, com pouca população"sem obras importantes, nao podo haver trabalho ,,a'r'i [gente nessas condições, o resulladoé que. depôis' e I, ,'consumido metade da vida, até os 22 ou 25 ou 31 a nn "

se preparando para essas carreiras, os homens mal aron'solhados começam a receber provações, que pouco a pou-co os vao desanimando c tirando a coragem para •ro-curar meios de vida em outro gênero dc trabalho.SABER VARIAS COUSAS

tud andô^ra SSgSSf ~ é ÍU°' *""?t''"?" «'««« eu

"'""»' i dqúeUèt estudos i 2oradouTr' , 1, detenha^faxendo desenho» ganh ^oZSWa^^^

A rua do Ouvidor está todos os dias chuto ri* ,que nâo encontram clientes, de advogados m,« nmedic09contraiu causas, todos luetando • „7 o- ' u"ganharem dinheiro. '" a,""'"i'^h->

. E Isso porque?Porque não tiveram mi»™ nBinassem como deviam se preparar .»••?. lhes .'•"-II.i nrilnoa ' ¦ Vida pratica.

en-para

carrei^IhoaTempr^iwlowa próprio valore na argo ou eSSroao n,Wto. No nosso paiz, onde tudo cstá'pur i „ . '

,? '|u" l"'."-

a industria, afavoura, as artes ,. ivi-, ,,,,' ",r,Vl"-1'"':" 'l"em tiver aptidões, n,,NiM1 '

^ .. V1 "l1''. VjN,,estiver preparado para a con.-i ,¦-.,• 'i nl'1'1''-,;elec.rici.adeeamel.anici e m ,

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*" "ul1'" *de grande futuro, de modo que é nara,

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qualquer dessas carreiras que-uK , falhar orapreparando para ser um homem feliz! "" <levt' s" il*

Tuquinha tirara um íucmio em nm ,i«„Tico-T. o e ücou quo iíJ fc concursos d'0, Assim que chegou á casa r ire 1 i

'V" l'"1"'ii-^ã.inha.pieenrinuitoman,;^ ; ;;.;;;^:;n-.i..saCaiu, você 'sta chorando, por que?

' u '' cHorar-w^sasss^xrsrv*^'*»*manhosa^naralSera';!;' i'1-11"0'10 ,,ft" «* ™**deiras? ccu an»am8J com as Buaachora-

-PfoáeUo,8ÍmUAn...aAn...)

deste iS^gSSJSSü,^10 ^ «üawe. 4 visU

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A HISTORIA RO RRAXIE EM FIGURASAlguns Jactos do tempo de 1>. Jofto VI

i D. João VI trouxe comsigo muitos fidalgos para quem não havia no Rio de Janeiroaccomodações sufficientes, nem hotéis. Foi entào vista muita gente da nobreza andando pelasruas a olhar attentamente para as casas de apparencia mais confortável.

2 Si alguma habitação, fosse qual fosse odono, agradasse a qualquer pessoa da corte,vinha logo um official de justiça que marcavaessa casa com estas duas letras: P. R. Issoqueria dizer: Ponha se na rua !

^», jr^,-^" • i ¦ ¦¦ ^ ¦¦¦ ji ¦ ¦¦ ii ¦ ¦¦ ii n ¦¦ ¦¦^y—>

3 Letras fataes essas, que, naquelletempo, valiam por um mandado de despejo,sem direito a reclamações, que seriam jul-gadas impertinentes. Os fidalgos, então,cheios de orgulho, apoderavam-se d'aquilIoque não lhes pertencia,

_ 4 ernquanto os moradores das casasviam-se expulsos, com todos os seus moveisna rua. (i) Essa lei tão deshumana, mas tãoda época, tinha o nome de Aposentadoria

5 Em vista d'isso, muitos proprietário"que tinham prédios em construcção deixaramde concluil-os, e si algum fidalgo attrahido pelobello local perguntava: -«Quando poderá, maisou menos, estar prompta a obra ?» achavasempre quem lhe respondesse: «Não sei nãomeu amigo. Isto aqui vae muito devagar' '

b.icaial^rir^rja£;v{oâo vi creoa a Inrnsa Regia'onde "»*<>¦ * - p»n+^S^^^^^**

mÜ —ntarios

(D

C«na ou que se beba ?•m ou oatrofalizar.loobtinh» provavelmente »lgam« penslo inJemnindori

7 U.-Jõão vi, contributa muito para oprogresso da nossa terra Tomando sempre oseu rape, vivia cercado de constructores e ar-

e perguntrva en- tistas, por quem mandou focdar a Escola deBellar-Ârtes, a Bibliotheca Nacional, EscolasMilitar, Naval e de Cirurgião Arsenal deGuerra, Museu, e Jardim. Botânico, etc. De-baixo d'aquella apparencia modesta, era umgrande homem. J

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-^^^gL-Sg^ggg^? E- **A* ******* UREJWTE

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11 (> pae de Catuta foi iriudo de que o filho anda-a aved.ar pelo matlo. Sábio de caaa re»oivido i c .- „• um*Iiçio.

Ilrpuiv ui perder algum teu.tn> « procura _o menino,deu <om elle trepado Dama arvore, a lurccjar para tirarum ninho no paisar.nhoa.Nào se < 'nteve « exclamou:

— Calma ! Ahi trataol» de menino ! Ltesce ja d'al,i!

2) Reconhecendo aquella toi. aa_im tio zangada, afnanea

aaaaaten-M, p<rdca as forras e deitpenroai_. maue.ra quo os galha* da ar-vore a fo'am deaplndo, hcaodo no primeiro o chapéo,no iffunuo coilanniio, do terceiro a cri vala, no quarto

* bíii ^Afilie.,, 0 |(ll de Catou, nem reparou aiaso a tratoude an-ir os traços para amparar o tilho...

) N-j quinto i-»lf.« *. ^~mmmmmm^mm^*—^t^^m^a&

¦m bor,^,,,, J^""«» » c.lei.hM . „„ ,-raço, do p.,, ,,,„"*'?Vnm -»•»'"' CaUUa ca,•«atando palm.a., L,Vu " ' """° dâ »»«« •-..-!».•*<"»« .... reoda, Vj.Pft.c.ra rt„„, a,,;,,'1^"." ' »•'

r tira. o ni,,h'' 'I *"""•-•>- • ..u.l.l.de

«•¦o. braodo, í^,, !*•. "•'v'«1' nawto

par

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QUEM MUITO ESCOLHE POUCO ACERTA¦- •'«•".-'¦! '¦¦ ¦"

i)Mima—Oh ! que bom! Vamos aproveitar bem ahora do recreio...

Lucy—Vamos brincar de fita? |ii(hMima — Nâo, isso nao presta... .,

a) Lucy -Então vamos brincar de chicote queimado ..Ahi vem já as outras meninas...Mima—Nâo gosto dessa brincadeira: é muito cheia dehistorias...

Ç^^-p Lucy Vocês nâo acham que é me- mmbm £^Sw

3) Ah I vamos brincar de pe/eca. A Lica eTaty ficam lá. Prompto ! Lá vai a bola I

Mima-Qual, não quero,brinquedo de homens.

nâo 1 Parece

4) A' chegada das duas:Lucy Vocês nâo acham que é me-

lhor brincar de siranda, sirandinka ?Taty - Qualquer cousa serve. De-

vemos é aproveitar a hora do recreio.Lica -Então, vamos já formar roda.

LU ijw ^-^lm

5) Mima - Nâo I Eu vou buscar acorda. Vamos brincar de pularIsso é que é bom...

6) Lucy, Taty e LiCA-Oral... Você nâo/ê que a corda nâo presta ? E* muito pe-quena... Orail...

%

7) MrMA— Então nâo sei deque se ha de brincar !

Lucy -Vamos brincar deannel t

Tatt—Nâo, <¦ melhor decabra-céga ..

Lica - Gosto mais da ca-deirinha ..

Mima—E eu gosto mais de...\N'isto, a sineta do colUgiodeu o signal de entrar para asatuas).

8) Mima - Ora, 'stâ'hi: vamos brincar decollegio... , • .

As OUTtAS MKNINAS -Você <* *»* f°' 3"'Calidad»

: Deve-se aproveitar bem otempo, tomando qualquer r^f\s^guindo-a até o firn.

^^ao^delpouco acerta, e quem tut!0 *» v

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A IsIÇÀO DAS FRUCTAS OU OS FRUeTOS DA WÇÃO

I) Billara Preguiçoni, vendedor de bolas de gaz, achou que o melhor meio de fazer o seu negocio era dormir uma somneca..

a) Acostou-se á arvore frondosa que o sed iziu, e, d'ahi a pouco, estava sonhando que havia tirado a sorte trrandei se chegando e concebendo um hlann .. sorce &rande. • • Doisnos que observaram os movimentos, vieram se chegando e concebendo um plano meni-

3) Foi este: tiraram do páo as bolas de gaz e, com muita cautella, prenderam-nas aos diversos galhos da grande arvore..

4) Mal acabaram o serviço, eis que chega uma família de camponios. Foi um successo! Até o cachorro se admiTdos fruetos numa arvore que nunca dera nenhuns I... Billara Preguiçoni acordou com o bartllho e pôz-se a olhar nVr T, ° ta° linbacava os camponios.. Embasbacou também; mas, percebendo a partida qie lhe haviam pregaid, jurou em Drlm,.;™ i

aquill° 9ue embas-dos, e em segundo nunca mais dormir quando tivesse de tratar do seu negocio. ' J"""=iro logar, colher os fru-

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O Tico-T ICO

Gaiola d'0 TICO-TICOFrancisco Cardoso Coelho-Não faça isso! Nao se

Ão-vAPi01 ' e muít0 menos ao mar P°r t*o P°uc;icousa-

ív> ™ t. ' Vam0S ,er os scus versos- mas fique desde jâf?m

"m q F-ra qu^0.os Publiquemos é preciso que este-jam om conuiçocs. Chiquinho agradece as lembranças.Tnnii.í8 „iCo.rrca P°rt°-Engana-se, já temos recebidoSmSfr

!,0lu^oes-.E um pouco difllcil, não ha duvida, masíí lin lí. i I)ren,110s s:h0 Sran<ies. Em todo o caso, repro-™ iiíi i,-0JC ° descn»°. que sahiu um pouco manchadoí nf?e mo numero, aproveitamos a oceasião para sim-queixa

Um P°UC° as üSüras- Assim fica attendiàa a suaSolange Fonseca (S. Paulo)-Pois deu excellente contado recado, e fez um bonito ! Parabéns.•niüeta Moraes—Recebemos o retrato.-Muito agradecidos.Álvaro de: Souza—Masque lindo cartão! Gratíssimosr lemnrança do nosso amiguinho.Abelardo Pimentel—O nosso bom Ieitorzinho en-i iu-se; aquelle brinquedo dos soldados com os gatunosnao é concurso. E' apenas um passatempo.Note-se, eiilretanlo, que o seu está muito bem armado.José Malafaia Júnior—O seu desenho está muito inte-ressante. Publical-o-emos opportunamente.Elodie Jaymot—Nem pense nisso. Os seus trabalhossão até oxcellontcs e serão publicados.Marietta Jacques— Vamos examinar os scus desenhos.

Clarisse de Sá Faria—Obrigado pela communicaçãoassigne sempre o seu nome.

G. de Zurbaran—Não senhor, será publicado : tenhapaciência.

Renato Sertorio Villela—Muito obrigados.Victor Leão—Ao que parece o nosso camaradinha nãcle attentamento O Tico-Tico. Si o fizesse teria visto uma

pergunta que nes enviou já foi publicada.Guido Coppo (S. Paulo)—Agradecemos a communica-ção. Que seja feliz na sua nova residência são os nossosdesejos.

Antônio de Queiroz—O seu desenho veiu a lápis echegou aqui muito apagado, não conseguimos vel-o bemJosé de Castro Carvalho, Alfredo Nunes de Souza,Joaquim Carlos Nogueira, Sabyr de Azevedo (S. Paulo)-Vamos ler. E' preciso esperar um pouco.Gcrmains Barnaud, Júlio S. Mello, Edgar Azevedo,Alcibiades Dionysio dos Santos, Asdrubal da Silva Mo-raes. Mana Antonietta Cruz, Maria Dinorah Nunes, Anto-mo dos Santos Galvão, Egas de M. M. Maia, Mario CidGuimarães Paulo Barbosa de Ervedal, Maria Pereira,Stephane Vannicr, Herminia dos Santos, Armando Sam-paio Tavares, Horacio Silva, Horacio Marques de Carva-lho Braga, Francisco Paulo Palmeira, Álvaro TeixeiraPinto, Cláudio de Vasconcellos, Yedda C, Mercedes Sam-paio do Freitas, Rubens do Rego Barros, Gualter da SilvaPorto e Mana Chaves Penna —Becebemos os seus problcmas, vamos lel-os e si estiverem em condições, publi-caremos. r

UMA AVENTURA DE VIAGEM

Uma vez o professor allemão Julius Tempeter vinha com dous discípulos fazer investigações scicnlificas noBrazil, quando o navio, em que viajavam, naufragou. Tempeter antes que o navio se afundasse, construiu uma jan-gada o, auxiliado pelos seus companheiros, tratou de alcançar a terra firme.' ' ' " ' ' immWÊ^f \\\\ Wl

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- ' ^'-^LiL^veitoü uma caixinha de tintas que salvara do naufratrio opintou os companheiros paraficarem parecendo índios Iam-tem. Depois os discípulos pintaram o professor ,ficaram todos três, muito satisfeitos, pensando auc osselvagens os tomariam por seus companheiros

li> pois de grandes perigos, por causados jacarés quequeria mcomel-os vivos.os três conseguiram desembarcarnuma ilha muito montanhosa.

Ahi o sábio professor, desconfiando que a ilha fossehabitada por selvagens, teve uma idéa genial. Apro-

' ' ç y^^ff. f s» , »',

Com effeito, naquella ilha havia índios q>deram com os náufragos.

e logo

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O Tico-Tic.

E suppondo que elles eram dc unia tribu inimiga, atiram-se furiosamente, começando a perseguil-jòs.

fs três infelizes, n&o tei.flo para onde fugir, atir.»ram-se novamente ao mar.

mm ¦' - 11 - .— ¦ i ¦¦ ¦¦

ii t ¦ i . ^ -ri __*—» *¦*'

ilMDeu-se então uma scena singular. A água desman-

citou a pintura 6 os Ires que tinham cabido 088 onda- minuma cor escura, ficaram de repente brancos,

Íf**r«l _t ^^^S-^*^

¦lat-T _¦-"--.--^ ~."-7Tw^ ___i _.^at*-i^* ui .... i-fT7»"w .¦¦_ "a

os indios quando viram aquillo precipitaram-se Iam-em no oceano, pensando que aqueOa água tinha o dom

de tornar os Índios brancos.

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-^y*fc_fnipr ^ Mas com elles D&o aconteceu ,, mesmo. Ficaramcom a mesma cor. E os allem&es, aproveitando a oapoderaram-se do bote dos selvagens, para comvoltarem á sua letra.

Faze o bem, nAo olhes a quemCondia, joven (ilha de um pobre jomaleiro,cabia gra-leniente enferma. Uma de suas amigas, chamada Car-

men, filha de rica famillado logar, levava-lhe, diária-mente, uma chicara de caldo substancial, único alimentolue ella podia ar.

Quando Coralia ficou boa completamente, procuravaoccasi&o para ser mil a sua protectora. Sabenoo que lheagradavam muito os lyrios, ia todos os .lias a um bosquevizinho para fazei artístico ramo dessas bonitas flores.

Numa bella manha entretinha-sc era colher os lyrios.ju.uido ouviu vozes estranhas, vindas do lado opposto deunia parede. Approximou-se, curiosa, e percebeu que setramava um assálloá casa da pai dc Carmen, com o fimi>- matai-o e rouhar-lhc tudo quanto possuísse.

Assustada, correu Coralia para casa da sua proteclorae amiga, a quem entregou as dores que haviacolhicontou comiuovida o que acabava de escutar.D,' tudo foi logo informado o pai de Carmen, que fezcercar a sua casa por muito, homens armados, os ti

prenderam os bandidos, quando, á meia noite, procura.vam executai- o BOU projeclo.Kntào, o ri,-,, fidalgo disse á sua filha:Minha Carmen. a tua Cooducta earitaliva deveitodos a vida: tucontribuiste paia o restabelecimcnlo da

pobre Coralia, e ella. nas manifestações da sua gralJprnou-se o nosso anjo da guarda, avisando-nos do i

que nos estava reservado. 'Enviado pela menina

Li/a l_t imiso Costa 11 annos).

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OS NOSSOS CONCURSOSmJ^&ÍSSg^* nosso concurso n' ">

_

£<~\ ^—^x

Solução exacta do concurso n. 43Foi um dos mais interessantes. Os nossos valentes ca-

maradinhas, quer desta capital, quer dos Estados, puxa-iam pela sabedoria para desenhar a popular figura damulher do circo de cavallinhos.

uns melhor do que outros, é claro; mas todos mos-trando muita paciência, essa grande qualidade para ven-ter todas as dífficuldades da vida.

Entre as soluções mais perfeitas, a sorte designouduas meninas.Em primeiro togar a menina

IRENE NOGUEIRA DA GAMA11 annos, residente na rua Vieira Souto n. 4, aue pôde virreceber o prêmio de 15S000.

Em segundo togar a meninaARACY FRO'ES

9 annos, residente na rua General Câmara n. 48, PortoAlegre, Rio Grande do Sul —que também pode mandar ré-cebero prêmio de 10g,na rua do Ouvidor n. 132.Enviaram-nos soluções certas os seguintes meninos iJosé Raul da Paixão, Domingos Francisco Moreira"-Sylvio Gallidro, Jorge, Amazor V. Boscoli, Editli lieis'Marcos Mighevich, Oswaldo G. SanfAnna, Eufydícc An-drada, Eduardo Cláudio Sobrinho, João Carlos Moreira deSaulcs, Noemia Ayres, Carlito Alflalo, Antônio oivmpio

dos Santos, Guiomar Pinto do lima, Luiz Moraes, L l-\.Elvira Vasconcellos, Rngracia Velloso, Ruj RuvatoV Ah-gelina Flora. Elias Joào, Didace Marcondes, TheodoroMartins da Rocha, Nelson Souza Martins. Maria Gon-çalves, Octavinho Lima. Jofto Adolpho Kjacr, Moacyr doBrazil e Silva, Mocma P. Mendonça, Raul Desgrangés,Mana Elisa Andrade, Gerson de Macedo Soares, AugustoSerafino, Maria Vieira Pinto, Marietta Jacques, Maricorherezados Santos, Francisco Silveira Leal Junior, tis-waldo Monteiro Guimarães, Renato Andrada Coalhu Ma-rio, Sylvio da Silva Bairos, Walter de oliveira. Jandyraluas passos, Alemã Rraga, Atfiyde M.. Jorge EduardoMartins, Mano Lacombe. Nestor de .Wis Ribeiro, Fer-nando de Azevedo, Alfredo Ribeiro de Magalhães Júlio

S. Mello, Joaquim Pereira de Carvalho Sobrinho, < llynthoAvies, GonçaloP. Hungria. Zuleico Villela, Maria Primode Lima, Augusta P. Bastos, Raul José dè Araújo BrunoBattqlli, Ahlonio Braga Sobrinho, Adelaide Pinta Bravo,Rita Elza Mendonça Euler Mendonça. Iracema de OH-veira, Margarida Magalhães Castro, Mario Cândido daSilva, Olegaria Assis, Waldemar Silva Adrien. \liredoSanl Alma, Álvaro SanlAmia. Edith F, de Andrade PintoMana da Gloria Horta Barbosa, HCrminio Cerqueira,)osé Vieira, Sérgio de Azevedo. Carmen Maria de Car-.'valho, Antônio Constantino, Ruih Coutinho, Lafayettc daCosia. A. M. Orlando da Sampaio Vianna, Tudinha Mar-tms. José Lamego Junior, Olga Ferrai Kehl, AntônioGomes Miiilh. Rosa de Jesus Pinheiro, Louis LeopoldoLaurière, Fábio Furtado Luz. José de Alencar francotose Fernando Vâlle, Luiz c. v. dè Souza e silvaZuleika ferreira, Horacio (Gorducho), Amazor V. Bascoll,Carlito Marques M«w»<' d'Asceneão. Bazilcu Pereira dos -

O Tico-TiooSantos, Alberto Marinho Dulian, Manuel Camillo Penna.Djanira Marques de Souza, Estevão de Menezes FerreiraPinto, Mario Leão, Jcssic Laverière, Maria Julieta Pereira,Ida Costa. Mano Pereira Duarte, Carmen Pereira, Alvar»Teixeira Pinto, Eunco Bastos Guimarães, Helena de \vilaMachado, Bertha d'Avila Machado, Octavio de MacedoAlfredo da Rosa Brandão, Floriano Ramalho, SadioLieva, Augusto Paulino, Plinio Frota, Helena Frotade Andrade Pinto, Carmen Coutinho de Brito VeraChaves des Essai-ts, Heloísa Ayres, Maria Thomazia Es-tevês, Hanbcrto Gonçalves, Maria Jesus Real, FelippeCorrêa, Edgard Paulo Emilio de Andrade, Euclydes deSouza Braga, João Ramos Braga, Violeta Alvorada, Levinodo Amaral, Fernando Ramos, Lelia, Tobias Cândido Rios"Junior, V\ alter de Oüveira, Lulusita de Sâ, Anna Maria1'reitas Armanda Marques, Marina de Mattos Guimarães,Oswaldo Przcwodowski e Maria Costa.Luiz A. RodriguesÁlvaro Heckshçr, Riiu.rah Silva, Pedro C. Junior/ JoséItarahyba Cavalcanti.

—Enviaram-nos soluções quasi certas os seguintespetizes: P

Pulelierio da Silveira, Floriano Escobar, Arnaldo An-tomo Rodrigues, Constanüna Pinto Vieira, Antônio CarlosCardoso, Gabriel Saint-Martin, Augusto Saboia Lima,Magnoha Porto, ManaHelcna Cardoso de Menezes, Oscar'José de Souza, Antônio Ascenção, Laura d'Ascencão,Pérsio de Barros Souza, Jurandyr dos Reis Paes Leme.Alfredo Gomes de Padua, Claudionor Bemvinda, Nair Pa-checo Bella Rosa, Romeu da Silva e Henrique GoulartJumor. *CONCURSO N. 53

PARA OS NOSSOS LEITORESINHOS DESTA CAPITALE ESTADOSPRÓXIMOS

/"—Qual é o pé que se comei2*—Que é que anda com a barriga para trás e o vèpara a frente''.3*—Qual é a ave que se ferrai(Enviadas pela menina Maria Chaves Penna.)4*—Uma meia meia feita, outra meia por fazer—quan-Ias meia» vêm a ser'!Enviada pelo menino Francisco Paulo Palmeiro.);>a—Fm que é que um batalhão se parece com uma porta. í6*—Que é que no mar quer vento e em casa não quer?(Enviadas pelo menino Gualter da Silva Porto.)Ha dous prêmios de dez mil réis cada um, concedidos

por sorteio, um para meninas, outro para meninos.As respostas devem ser enviadas até o dia 4 de julhopróximo, acompanhadas do vale n."53, que está na mar-

gem de uma das paginas do presente exemplar J'0Tico-Tico.

CONCURSO X. 54PARA OS.NOSSOS LEITORESftlHOS DE TODOS OS ESTADOS

¦ ' i ¦ ¦ J ' ¦ I

Aqui estão cincoenta c três palitos. Os nossos valente*petizes formarftfl com elles somente duas palavras umacom trinta palitos c outra com vinte e Ires. Ora muito'he-essas duas palavras exprimem aquillo de quf 0 ', '"*

caro Bha/.ii. mais mtrcs.v PARA ser UMA £AçÃo p^rTiQue será ««ym» i-i-lié.Pensem bem, perguntem ao papai ámamül i«. KÍf»c tihos aô còvò ao dindiuho.a QaSi s

'"soáVemümque ].ela s,ut tdacle. possam dizer aos mei im>"e ,'..cfii mqual é a maior necessidade nue n H,-v,;iTV. múmias-lona bem adiantada. iUUÚ tei" I'am •« u,1,a

sini,;lIde1,;;:!i,;,/e;it,:,mas y*™*™ °« nosso* leitor*..'.' z, ¦ ¦ i, í /^^Pp^S&m concorrer, damos osorte,,] s ''-^t"- em que as respostas sentoa os ;fe„ «

""'"'^ d° mem™' 0 menoias. cabendocada um '' mtU> ° P^to de vinte mil reis a

^E^astento queos meninos escfevamasd uas palavrastoÍ^com^âe^&COpÍando a*palavrasqueW*m'

impresso á margem de uma das naírina» do nresonuexemplar d o Tko-v

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O Tico-T ICC»

GRANDE CONCURSO DE S. JOÃO E S. PEDRO

Allendcndo a numerosos pedidos dos nossos leitores, que se queixavam da obrigação de cortar o texto do jornalpor cau sa dos vales dos concursos, resolvemos começar neste numero a publicar esses vales nas margens das pa-ginas de cores.

Assim nao será mais necessário D«'"agar o jornal com a tesoura.

ÍBbW fÊÊntÊÊK"'—*""' - i'-'Ti^.aM.p, ¦» mmy -^rSg^l ,~y PaKtfiif \

/LV j/V ^^^VZÍÊ* \\\ \

Conforme promettemos no ultimo numero, ahi vaiuma rcproducçilo do desenho para o concurso extraordi-nario de S. Joio e S. Pedro, que sabia um pouco man-chado em uma parto da nossa edição anle-passada#Approveitamos a oceasiao para simplificar um pouco oproblema, porque alguns dos nossos lcitoresinhos tômnos escripto, dizendo que o acharam muito difiicil.

Pois olhem que já temos recebido muitas soluções. Emtodo o caso para que ninguém se queixe publicamol-o donovo, tornando-o mais simples.

Agora nao ha desculpa. Tratem de juntar os pedaços

e verão a meiga figura tão festejada este mez, rum fo-guetes c balões.

Muitos amigulnhos nossos já n fizeram, apezar doprimeiro desenho ter sabido manch do.

Vamos, camaradiubaa I Mãos â obra I Lembrem-se deque ha

Um prêmio de -,HMDous prêmios deDous prêmios de 'jiism*!Dous prêmios de lõçuooTres prêmios de 1 »*XX)

Trezentos mil réis de prêmios! I !

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PARA O CONCURSO N. 53 PARA O CONCURSO N. 54

PATOS MARRECOS E RAPOSA ARARA

Olé !... Você de bengala e cartola !... Que figura ratona !...E você com esse calçamento, hein ? Um pato de sapatos, é boa

—Bem : você quer passeiar em terra ou quer fazez trocadilhos ?Escolha I

f"^Sw ^^^H Jy^"~:~

O da cartola escolheu o passeio. Fez mal, porque d'ahi a pouco os dous passeiantes sentiram rumoresestranhos e cheiro de raposa. . . Patos finórios, largaram os sapatos e a bengala porque não queriam nada que osempatasse. E, desconfiados, azularam...

-i

Fizeram os patinhos muito bem. Uma raposa manhosa que os vira passar resolvera apanhal-os e assal-ospara um grande jantar de família.

Mas elles que sabiam bem onde tinham o bico, foram pulando a cerca...

No furor da perseguição a raposa quiz fazer o mesmo. Mas não contava com o rio e só se lembrou dissoquando dava o mergulho para nunca mais ser raposa na sua vida.

Os patinhos imprudentes tiveram muita pena mas não puderam deixar de observar :—Ah l você não nos queria matar ? Pois quem deseja mal aos outros cai-lhe o raio em casa...

TYP. i"JÜILaFAIA jUNIOR-ASSEMBI.ÉA, 73

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AS EEESVEiXTl. ._. nO f EEEfJt EXEEOiiit.4 tkrrivejlnu i it \yi:s>

,. , , f... . 2) Chiquinho. que nâo se emenda, aproveitou uma occasiâo em que esta1) No outro dia.tia Ludovica estava em casa do Chiquinho t'0dos converslndo e com um alfinete pregou a sobre casaca de sm

quando appareceu de visita, seu Fortunato, que e um homem Fo?turiato na toalha da mes.muito serio.

stn

reZ esperar: quando seu Fortunato começou 4) ... e houve um colossal desastre.3) O resultado nâo «^^ aKloalha... E' inútil dizer que o nosso amiguinho nesse dia juntou mais um'sova a collecçâo das que o tem popularisado.a andar muito satisfeito, puxou a